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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA – PPGA
CONTROLE PE PÓS-COLHEITA DE DOENÇAS EM ABACAXIZEIRO
MÔNICA DANIELLY DE MELLO OLIVEIRA
AREIA – PB
FEVREIRO - 2008
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MÔNICA DANIELLY DE MELLO OLIVEIRA
CONTROLE PE PÓS-COLHEITA DE DOENÇAS EM ABACAXIZEIRO
AREIA – PB
FEVEREIRO - 2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA – PPGA
CONTROLE PE PÓS-COLHEITA DE DOENÇAS EM ABACAXIZEIRO
MÔNICA DANIELLY DE MELLO OLIVEIRA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronomia da Universidade
Federal da Paraíba em cumprimento às
exigências para obtenção do Título de Mestre
em Agronomia.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: AGRICULTURA TROPICAL
LINHA DE PESQUISA: FITOPATOLOGIA
ORIENTADORA: LUCIANA CORDEIRO DO NASCIMENTO
AREIA – PB
FEVEREIRO - 2008
4
MÔNICA DANIELLY DE MELLO OLIVEIRA
CONTROLE PE PÓS-COLHEITA DE DOENÇAS EM ABACAXIZEIRO
Dissertação defendida em: 28 de FEVEREIRO de 2008
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________________________________
Profª. Dra. Luciana Cordeiro do Nascimento (Orientadora)
CCA/UFPB/Areia-PB
__________________________________________________________________________
Profª. Dra. Silvanda de Melo Silva (Examinadora)
CCA/UFPB/Areia-PB
___________________________________________________________________________
Profª. Dra. Sônia Maria Alves de Oliveira
UFRPE/Recife-PE
AREIA - PB
FEVEREIRO - 2008
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, à Deus por me dar força para que completasse esta longa
caminhada;
Aos meus pais, em especial a minha mãezinha, que se sacrificou tantas e tantas vezes
para que não me faltassem recursos e por ter me incentivado nas horas em que mais precisei;
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo
apoio concedido através da bolsa de pesquisa;
À minha orientadora, Luciana Cordeiro do Nascimento, que me ofereceu todos os
recursos de que precisei para realizar este trabalho, e pela atenção, amizade, paciência e
carinho para comigo;
Ás professoras Silvanda de Melo Silva e Sônia Maria Alves de Oliveira que me deram
a grande honra por terem se disponibilizado a fazer parte da banca examinadora desta
Dissertação;
À todos os professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Agronomia
do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, em especial aos dos
Laboratórios de Fitopatologia e Microbiologia (Prof. Egberto, Profª. Arlene, Francisca,
Tomaz e Cosme), por sempre se mostrarem disponíveis em me ajudar;
Aos meus amigos e amigas por sua amizade, carinho e companheirismo durante essa
jornada e aos novos amigos que foram tão importantes e estiveram ao meu lado em momentos
difíceis (Emmanuelle, Juliana, Leirson, Marcos e em especial Aldeni), que estarão sempre
presentes em minha memória e meu coração onde quer que eu vá.
E a todos aqueles que, de forma direta ou indireta, participaram deste trabalho.
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“Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer
pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei decepcionar,
mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amada,
mas também já fui rejeitada.
Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas “quebrei a cara muitas
vezes”!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por
um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial
e acabei perdendo.
Mas vivi, e ainda vivo! Não passo pela vida…
E você também não deveria passar! Viva! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a
vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem
se atreve e a vida é “muito” pra ser insignificante”.
(Charlie Chaplin)
7
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: CONTROLE PRÉ E PÓS-COLHEITA DE DOENÇAS EM
ABACAXIZEIRO
11
1.1.RESUMO GERAL ...........................................................................................................
11
1.2.ABSTRACT .....................................................................................................................
13
1.3.INTRODUÇÃO ................................................................................................................
15
1.4.OBJETIVOS .....................................................................................................................
18
1.5.REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................
19
1.5.1.O abacaxizeiro ...............................................................................................................
19
1.5.2.Principais doenças do abacaxizeiro ...............................................................................
21
1.5.2.1.Fusariose ..........................................................................................................
21
1.5.2.2.Podridão negra do fruto ..............................................................................................
25
1.5.3.Controle de doenças através de fungicidas, indutores de resistência e extratos
vegetais ...................................................................................................................................
27
1.5.3.1.Princípios da indução de resistência ...........................................................................
28
1.5.3.2.Alguns sinais envolvidos na indução de resistência sistêmica a patógenos em
plantas .....................................................................................................................................
30
1.5.3.3.Produção Integrada de Frutas .....................................................................................
31
1.6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................
32
CAPÍTULO 2: AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE Fusarium subglutinans EM
PLANTIOS COMERCIAIS NO ESTADO DA PARAÍBA E INFECÇÃO EM FOLHAS
DE ABACAXIZEIRO, CV PÉROLA
41
2.1. RESUMO ........................................................................................................................
41
2.2.ABASTRACT ..................................................................................................................
42
2.3.INTRODUÇÃO ................................................................................................................
43
2.4.MATERIAL E MÉTODOS ..............................................................................................
45
2.4.1.Avaliação da incidência da fusariose nas áreas de plantio comercial em Santa Rita
PB ...........................................................................................................................................
45
2.4.2.Isolamento do patógeno .................................................................................................
45
2.4.3.Obtenção da suspensão de esporos ................................................................................
45
2.4.4.Inoculação e avaliação de F. subglutinans das folhas destacadas de abacaxi cv.
Pérola ......................................................................................................................................
46
2.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................
47
2.5.1.Avaliação da incidência da fusariose ............................................................................
47
2.5.2.Avaliação da severidade de F. subglutinans em folhas destacadas de abacaxi cv.
Pérola ......................................................................................................................................
48
8
2.6.CONCLUSÃO ..................................................................................................................
51
2.7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................
52
CAPÍTULO 3: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE INDUTORES DE RESISTÊNCIA,
FUNGICIDAS E EXTRATOS VEGETAIS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE F.
subglutinans
55
3.1.RESUMO .........................................................................................................................
55
3.2.ABSTRACT .....................................................................................................................
56
3.3.INTRODUÇÃO ................................................................................................................
57
3.4.MATERIAL E MÉTODOS ..............................................................................................
59
3.4.1.Isolamento do patógeno .................................................................................................
59
3.4.2.Obtenção de extratos vegetais, indutores de resistência e fungicidas químicos para
controle da fusariose do abacaxizeiro ....................................................................................
59
3.4.3.Utilização de extratos vegetais, indutores de resistência e fungicidas químicos no
controle micelial e esporulação de F. subglutinans in vitro....................................................
60
3.5.RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................................
61
3.5.1. Avaliação dos extratos vegetais, indutores de resistência e fungicidas no
crescimento micelial e esporulação de F. subglutinans in vitro .............................................
61
3.6. CONCLUSÃO .................................................................................................................
66
3.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................
67
CAPÍTULO 4: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE INDUTORES DE RESISTÊNCIA,
FUNGICIDA QUÍMICO E EXTRATOS VEGETAIS NO CONTROLE DA PODRIDÃO
NEGRA EM FRUTOS DE ABACAXI ‘PÉROLA’
71
4.1. RESUMO ........................................................................................................................
71
4.2. ABSTRACT ……………………………………………………………………………
72
4.3. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................
73
4.4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................
75
4.4.1. Isolamento do patógeno ................................................................................................
75
4.4.2. Obtenção dos extratos vegetais, indutores de resistência e fungicida para controle da
podridão negra do abacaxizeiro ..............................................................................................
75
4.4.3. Aplicação dos extratos vegetais, indutores de resistência e fungicida no controle de
C. paradoxa em frutos de abacaxi ..........................................................................................
76
4.4.4. Avaliação do progresso da doença ...............................................................................
76
4.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................
77
4.6. CONCLUSÃO .................................................................................................................
80
4.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................
81
5.CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................................................
85
9
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 2: AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE Fusarium subglutinans EM
PLANTIOS COMERCIAIS NO ESTADO DA PARAÍBA E INFECÇÃO EM FOLHAS
DE ABACAXIZEIRO, CV PÉROLA
Figura 1 - Área de lesão (%) em folhas de abacaxizeiro destacadas da cultivar
“Pérola” inoculadas com Fusarium subglutinans ........................................................
49
CAPÍTULO 3: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE INDUTORES DE RESISTÊNCIA,
FUNGICIDAS E EXTRATOS VEGETAIS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE F.
subglutinans
Figura 1. Crescimento micelial (cm) de Fusarium subglutinans em meio BDA
contendo extratos hidroalcóolicos de cebola, nim e alho (0, 20, 30 e 40%). A
testemunha foi tratada com ADE .................................................................................
61
Figura 2. Crescimento micelial (cm) de Fusarium subglutinans em meio BDA
contendo indutores de resistência (Bion, Agro-mos e Ecolife) e fungicidas químicos
(Derosal, Dithane e Cupravit) ......................................................................................
63
Figura 3. Esporulação de Fusarium subglutinans em meio BDA contendo extratos
de cebola, nim e alho (0, 20, 30 e 40%) .......................................................................
65
10
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2: AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE Fusarium subglutinans EM
PLANTIOS COMERCIAIS NO ESTADO DA PARAÍBA E INFECÇÃO EM FOLHAS
DE ABACAXIZEIRO, CV PÉROLA
Tabela 1. Levantamento da fusariose em plantas de abacaxizeiro cv ‘Pérola’, Santa Rita,
PB, no período de agosto de 2006 a abril de 2007 ................................................................
47
CAPÍTULO 4: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE INDUTORES DE RESISTÊNCIA,
FUNGICIDA QUÍMICO E EXTRATOS VEGETAIS NO CONTROLE DA PODRIDÃO
NEGRA EM FRUTOS DE ABACAXI ‘PÉROLA’
Tabela 1. Avaliação dos tratamentos aplicados no controle pós-colheita da podridão negra
do abacaxizeiro em frutos inoculados artificialmente com Chalara paradoxa ....................
77
11
CATULO 1
CONTROLE PE PÓS-COLHEITA DE DOENÇAS DO ABACAXIZEIRO
1.1. RESUMO GERAL
A cultura do abacaxi desempenha importante papel ecomico e social. Apesar de todo seu
desenvolvimento e importância no agronegócio brasileiro, o abacaxizeiro é afetado por
problemas fitossanitários que reduzem sua competitividade, especialmente no mercado externo.
Neste trabalho objetivou-se o monitoramento da doença em áreas de Prodão Integrada de
Abacaxi, no município de Santa Rita, PB; estudar o efeito de diferentes métodos de inoculação,
nas folhas sobre o desenvolvimento da doença; avaliar a influência de indutores de resistência,
fungicidas e extratos vegetais no crescimento micelial e esporulação de Fusarium
subglutinans f. sp. ananas e avaliar o efeito de indutores de resistência, do fungicida
carbendazin e extratos vegetais no controle da podridão negra em abacaxi. O monitoramento
da incidência da doença iniciou-se aos 90 dias após o plantio aos 270 dias. As plantas que
apresentaram sintomas picos da fusariose foram eliminadas do local do plantio. Durante o
período de avaliação, avaliou-se incincia inferior a 1% durante o ciclo vegetativo. Para avaliar
o efeito da inoculação foram utilizadas folhas tipo D da cv. ‘Pérola’. As inoculações foram feitas
a 2 e 5 cm da base das folhas. As avaliações foram realizadas 15 dias após a inoculação, onde
avaliou-se a área da lesão. O maior desenvolvimento das lesões se deu no tratamento disco de
colônia sobre ferimento + algodão umedecido (extremidade da folha). A posição de inoculação
em relação à base da folha não teve efeito significativo com relação ao desenvolvimento da
lesão. A influência dos indutores Acibenzolar-S-methyl, Agro-Mos® e Ecolife®, e dos
fungicidas carbendazin, manconzeb e o oxicloreto de cobre sobre o crescimento micelial e
esporulação foram testados através de transferência de 25 µL para um orifício (6 mm) feito no
centro de placas de Petri contendo BDA. Os extratos brutos de alho, cebola e nim em
diferentes concentrações (20, 30 e 40%), foram adicionados ao meio BDA. Sobre o orifício
foi adicionado um disco de estrutura do patógeno. Avaliações foram realizadas aos sete dias
de incubação e posteriormente foi feita a contagem de esporos em câmara de Neubauer. O
crescimento micelial e esporulação de F. subglutinans f. sp. ananas foi inibido em 100% pelo
tratamento com alho em todas as concentrações. O isolado em estudo foi pouco sensível aos
fungicidas utilizados. Para controle da podridão negra utilizaram-se 32 abacaxis cv. ‘Pérola’,
pulverizados com: 1) ADE (água destilada esterilizada); 2) carbendazin; 3) Acibenzolar-S-
methyl; 4) Ecolife
®
; 5) Agro-Mos
®
; 6) extrato de alho 20%; 7) extrato de cebola 20% e 8)
12
extrato de nim 20%. Os frutos tratados permaneceram em câmara úmida antes da inoculação
com um disco de estruturas (6mm) do fungo. A avaliação do progresso da doença foi
realizada seguindo-se escala de notas, onde: 1 - Ausência de sintomas, 2 - Podridão-negra em
área da casca equivalente a 1-5 frutilhos, 3 - Podridão-negra em área da casca equivalente a 6-
10 frutilhos, 4 - Podridão inicial da polpa com coloração pardo amarelada, 5 - Podridão e
desintegração da polpa atingindo área superior a 50% do fruto. No controle da podridão negra
os extratos vegetais o apresentaram resultados satisfatórios, bem como o fungicida
carbendazin. O tratamento que apresentou melhor resultado foi Ecolife
®
aumentando o
período de vida útil dos frutos e menor severidade dos sintomas da doença.
Palavras-chave: Ananas comosus, Fusarium subglutinans f. sp. ananas, Chalara paradoxa,
controle alternativo.
13
1.2. GENERAL ABSTRACT
PRE AND POSTHARVEST CONTROL OF DISEASES IN PINEAPPLE
The culture of the pineapple is important in both economical and social aspects. Despite its
development and importance for Brazilian agribusiness, pineapple plants is affected by sanity
problems that reduce its acceptance, mainly in international market. In this work was objectified
evaluate fusariosis in commercial planting areas of pineapple; study effects of inoculation
methods on leaves on disease development; evaluate influence of resistance inducers, chemical
fungicides and naturals plant extracts on mycelial growth and sporulation of Fusarium
subglutinans f. sp. ananas and evaluate the effect of resistance inducers, chemical fungicide
and naturals plant extracts on black rot of pineapple control. Evaluation disease incidence
started 90 days through 270 days after planting. Plants that presented typical symptoms of
fusariosis had been eliminated of plantation. During evaluation period incidence lower than
1% during the vegetative cycle was observed. It was used pineapple leave, type D, cv. Pérola.
Inoculations were done at two and five centimeters of leaf base. Evaluations were done 15 days
after inoculation, being evaluated lesions area. Higher lesions development was observed in
treatment with disk of fungus colony on wound + humid cotton (leaf border). Inoculation
position did not have significative effects for symptoms development. The influence of the
resistance inducers Acibenzolar-S-methyl, Agro-Mos® and Ecolife®, and fungicides
carbendazin, manconzeb and the copper oxicloride, had been tested by transference of 25 µL
for role (6 mm) on Petri dishes with BDA. Extracts of Allium sativum L., A. cepa L. and
Azadirachta indica in different concentrations (20, 30 and 40%) had been added to BDA. On
role a mycelia disk (6 mm) was added Evaluations were done to 7 days after incubation and
after were done spores counting in Neubauer chamber. The mycelial growth and sporulation
of F. subglutinans f. sp. ananas were inhibited in 100% by treatment with garlic in all
concentrations. The pathogen in study was lower sensitive to the fungicides used. For black
rot of pineapple control was used 32 fruits of pineapple, cv. ‘Pérola’, pulverized with 1)
Distilled water (control), 2) carbendazin 3) Acibenzolar-S-mehtyl
4) Ecolife
®
; 5) Agro-Mos
®
;
6) A. sativum at 20%; 7) A. cepa at 20% and 8) A. indica at 20%. Treated fruits were
incubated on humid chamber before inoculation using a fungus structures disk added on
wound in fruit epidermal area. Evaluation of disease progress was done by disease index: 1-
no symptoms, 2- black rot on epidermis reaching 1-5 simple fruits, 3- black rot on epidermis
reaching 6-10 simple fruits, 4- internal black rot yellow, 5- black rot and disintegration of
14
internal area more than 50%. In the black rot of pineapple control naturals extracts did not
show good results, like carbendazin fungicide also. Treatment that showed higher success for
black rot disease control on pineapple was Ecolife, with more life period of fruits and lower
severity.
Keywords: Ananas comosus, Fusarium subglutinans f. sp. ananas, Chalara paradoxa,
alternative control.
15
1.3. INTRODUÇÃO
O abacaxi (Ananas comosus L. Merril) é considerado uma das mais importantes frutas
tropicais, cuja comercialização vem se expandindo nos principais mercados nacionais e
internacionais, sendo o segundo fruto tropical a alcançar o mercado internacional, depois da
banana (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002).
O Brasil é o maior produtor mundial de abacaxi, com 61.790 ha e uma produção de
mais de dois milhões de toneladas de frutos. A Paraíba destaca-se no cenário nacional com
11.466 ha e 514.936 t de frutos, sendo o segundo Estado maior produtor de abacaxi (CUNHA
et al., 2007), perdendo apenas para o Pará. O cultivar Pérola é o mais cultivado mo Brasil. O
abacaxi Pérola é um fruto largamente produzido no estado da Paraíba e considerado de alta
qualidade pelos mercados do Sul e Sudeste do Brasil. Este cultivar apresenta potencial de
exportação para países da América Latina (MARTINS et al., 2007).
De acordo com Ventura e Zambolim (2002), dentre os principais problemas que
impedem a obtenção de altos rendimentos nas plantas cultivadas, estão as doenças, muitas das
quais podem ser limitantes à produção. A importância econômica destas varia de acordo com
as condições edafoclimáticas da região produtora. Embora o impacto visual das doenças seja
facilmente distinguido no campo ou em pós-colheita, avaliações quantitativas de perdas de
rendimento têm sido raramente realizadas (SANTOS et al., 2002).
Dentre as doenças que causam perdas na produção de abacaxi a fusariose, causada por
Fusarium subglutinans f. sp. ananas (Wollenw. & Reinking) Nelson, Tousson & Marasas
comb. nov., é a doença mais severa do Brasil, com perdas estimadas entre 30 a 40% nos frutos
e em até 20% nas mudas (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002). Outra doença é a podridão-
negra-do-fruto [Chalara paradoxa (De Seyn.) Sacc.], responsável por perdas elevadas de
frutos destinados ao mercado fresco e ao processamento. Tradicionalmente, a tecnologia de
controle dessas doenças fundamenta-se na aplicação preventiva de fungicidas (CARVALHO;
LACERDA, 2007; CARVALHO et al., 2007).
A fusariose não afeta apenas o fruto, mas também toda a planta e seus filhotes que são
usados como material de plantio (CARVALHO et al., 2007). O patógeno incita lesões nos
tecidos afetados, com exsudação de uma substância gomosa (FISHER et al., 2006). De acordo
com Alves (2006), F. subglutinans f. sp. ananas não produz clamidósporos e apresenta baixa
capacidade competitiva. Não sobrevivendo no solo por longos períodos. Mudas infectadas e
16
enterradas perdem a capacidade de servir como fonte de inóculo após quatro a seis semanas.
Contudo, o patógeno pode sobreviver, como epífita, em folhas de plantas invasoras.
Chalara paradoxa penetra principalmente por ferimentos provocados na base do fruto
quando da colheita. A infecção rapidamente se transforma numa grande lesão escura e
podridão que caracterizam esta doença (CARVALHO; LACERDA, 2007). Na fase final dessa
doença toda a polpa do fruto é comprometida, transformando-se numa massa podre e
disforme (CARVALHO; LACERDA, 2005). Esse fungo pode se encontrado nas regiões
tropicais do mundo e em todos os estados do Brasil onde o abacaxi é cultivado (MATOS et
al., 2000).
A aplicação de uma mistura de fungicida (do grupo químico benzimidazol) e inseticida
(do grupo químico carbamato), para controle da broca do fruto, em intervalos inferiores de 10
dias durante o período de abertura das flores controla a fusariose eficientemente (CHOAIRY,
1997; MATOS, 1999). Os produtos mais utilizados contra a podridão-negra são os
benzimidazóis, imidazóis e triazóis (CUNHA et al., 1999). Contudo, apesar da orientação
tecnológica oferecida pelas empresas de pesquisa e extensão, apenas 60% dos produtores de
abacaxi paraibanos realizam de maneira correta e sistemática o controle de doenças no
abacaxizeiro (BARREIRO NETO et al., 2002).
Não obstante a eficiência dos fungicidas no controle de doenças de plantas, esses
geralmente contaminam o meio ambiente. Os consumidores estão cada vez mais conscientes
dos efeitos maléficos sobre a saúde humana de alguns fungicidas e, por isso, buscando
produtos agrícolas tratados com substâncias naturais (PINTO et al., 2001). Nesse sentido, a
pesquisa tem recorrido a práticas de manejo integrado de pragas e doenças que consistem na
integração de técnicas alternativas de controle com as técnicas tradicionais.
Uma tecnologia emergente capaz de reduzir doenças pós-colheita é o uso de indutores
de resistência bióticos e abióticos (SCHAFFRATH et al., 1996). As plantas possuem
mecanismos eficientes de resistência que podem ser acionados ou ativados quando em contato
com indutores (ALMEIDA; COÊLHO, 2006). A utilização deste grupo de compostos é uma
estratégia promissora e ecologicamente correta, que a presença deste na planta estimula a
produção de fitoalexinas, substâncias envolvidas na defesa natural das plantas (PEREIRA,
2005).
A utilização de extratos de plantas com propriedades antifúngicas se constitui numa
alternativa ecológica promissora para substituir a proteção tradicional promovida pela
aplicação de fungicidas, podendo, ainda, ser associada às demais práticas de manejo integrado
17
de doenças e contribui para atender à crescente demanda nacional e internacional por produtos
orgânicos (CARVALHO et al., 2000).
A Produção Integrada de Frutas propõe-se a apoiar os produtores na obtenção de
padrões de produção ecologicamente correta, segundo procedimentos estabelecidos por
normas técnicas específicas. Para tanto são realizados monitoramentos de pragas e doenças,
do estado nutricional da planta e do aparecimento de populações de pragas e patógenos
resistentes a agrotóxicos. Tal procedimento possibilitou a redução de 37% no uso de
inseticidas e 20% no de fungicidas. Essa redução significativa no uso de agrotóxicos contribui
para a proteção ambiental, e diminui os custos de produção, sem afetar a produtividade e
qualidade dos frutos (MATOS; REINHARDT, 2007).
18
1.4. OBJETIVOS
ü Monitoramento de áreas de Produção Integrada de Abacaxi, no município de Santa Rita,
Parba;
ü Estudar o efeito de técnicas de inoculação de F. subglutinans f. sp. ananas em folhas tipo
D de abacaxizeiro, sobre o desenvolvimento da fusariose;
ü Comparar os efeitos de indutores de resistência, extratos vegetais e fungicidas
químicos no crescimento micelial e esporulação de F. subglutinans f. sp. ananas;
ü Avaliar o efeito de indutores de resistência, fungicida químico e extratos vegetais no
controle da podridão negra em abacaxi cv. ‘Pérola’.
19
1.5. REVISÃO DE LITERATURA
1.5.1. O abacaxizeiro
O abacaxizeiro [Ananas comosus L. (Merril] é uma planta monocotiledônea, herbácea,
perene, pertencente à família Bromeliaceae (CUNHA; CABRAL, 1999), cuja espécie
pertence ao grupo terrestre, mais precisamente aos gêneros Ananas e Pseudananas, que cresce
no solo às expensas das suas próprias raízes, mesmo apresentando algumas características de
epífitas, como a capacidade de armazenar água em um tecido de suas folhas e também na
axila (COLLINS, 1960; OCHSE et al., 1961). Os indígenas brasileiros chamavam-no de
ibacati (fruta cheirosa) (CUNHA; CABRAL, 1999).
São conhecidos, aproximadamente, 50 gêneros e 2.000 espécies de Bromeliaceae (PY
et al., 1984), algumas delas apresentando alto valor ornamental e outras produzindo fibras
excelentes para cordoaria e fabricação de material rústico (sacaria, tecidos, etc). A maioria das
espécies de Bromeliaceae é encontrada em condições naturais de regiões tropicais e
subtropicais da América, e poucas em zonas temperadas (CUNHA; CABRAL, 1999).
Estudos de distribuição do gênero Ananas indicam que o seu centro de origem é a
região da Amazônica compreendida entre 10ºN e 10ºS de latitude e entre 55ºL e 75ºW de
longitude, por se encontrar o maior número de espécies consideradas válidas até o momento.
Assim, a região Norte do Brasil pode ser considerada um segundo centro de diversificação
desse gênero (SOUZA, 2002).
A cultura é hoje encontrada em quase todas as regiões tropicais e subtropicais do
mundo, devido à fácil adaptação a diferentes condições edafoclimáticas e à grande facilidade
de manejo cultural, possibilitando combinar diferentes tipos e tamanhos de mudas, épocas de
plantio e indução floral, de modo a produzir frutos em todos os meses do ano, potencializando
o rendimento econômico (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002).
No Brasil, a cultura do abacaxi situa-se entre as principais fruteiras mais cultivadas no
país, desempenhando importante papel econômico e social como geradora de emprego e
renda, além de contribuir para a manutenção do homem no campo (MATOS; REINHARDT,
2007).
O abaxizeiro pode alcançar um metro de altura. Inicialmente essa frutífera produz um
único fruto, situado no ápice; depois, com a formação das ramificações laterais do talo,
aparecem outros frutos, de modo que a fase produtiva pode prolongar-se por vários anos. O
abacaxizeiro quando adulto, é constituído de raízes, talo (caule), folhas, frutos e mudas. O
20
sistema radicular, do tipo fasciculado, é superficial, pois a maior parte das raízes fica nos
primeiros 15 cm de solo (CUNHA; CABRAL, 1999). O talo apresenta o formato de uma
clava, relativamente curta e grossa. As folhas têm forma de calha e estão inseridas no talo,
formando uma densa espiral dextrogira e levogira (WIKIPEDIA, 2007).
As mudas produzidas pela planta são classificadas em quatro tipos: 1- coroa: muda do
ápice do fruto; 2- filhote: muda do pedúnculo; 3- filhote-rebentão: muda da região de inserção
do pedúnculo; 4- rebentão: muda do talo da planta. O abacaxizeiro é planta muito sensível ao
frio, mas resiste bem às secas. Embora seja planta tropical, nos dias de sol muito intenso, os
frutos podem sofrer queimaduras, quando não são protegidos (EPSTEIN, 1999).
Geralmente, o florescimento natural do abacaxizeiro ocorre no inverno, mas o
comprimento do ciclo natural pode variar de 10 a 36 meses, pois, além de condições
climáticas, depende da época de plantio, do tipo e do peso das mudas utilizadas, e também das
práticas culturais adotadas. A antese do abacaxizeiro (fenômeno que está diretamente
associado com variáveis climáticas, como temperatura, umidade e comprimento do dia)
ocorre por etapas, de acordo com a abertura das flores, em seqüência helicoidal, iniciando-se
na base até atingir o ápice da inflorescência, permanecendo aberta cada flor por apenas um dia
(PY et al., 1984).
De acordo com Epstein (1999) a cultura racional do abacaxizeiro exige bastante
técnica e tratos culturais. Sua propagação é feita por mudas e são exploradas uma ou duas
safras. Muito útil é o fato de que a época de produção dos frutos pode ser controlada
artificialmente, mediante emprego de substâncias químicas, tais como o carboneto de cálcio e
outras.
As cultivares de abacaxi mais conhecidas do mundo são classificadas em cinco grupos
distintos (Cayenne, Spanish, Queen, Pernambuco e Mordilona Perolera), de acordo com o
conjunto de caracteres comuns relativos ao porte da planta, à forma do fruto, à importância
das brácteas e às características morfológicas das folhas (PY et al., 1984).
A principal variedade cultivada no mundo é a do grupo ‘Smooth Cayenne’, que produz
frutos de polpa amarelo-pálida ou amarela, rica em ácidos e açúcares, e a planta tem as folhas
praticamente desprovidas de espinhos. No Brasil, porém, a principal variedade é a ‘Pérola’,
que produz fruto de polpa amarelo-pálida, quase branca, de sabor bastante doce; as folhas têm
as margens armadas de espinhos (EPSTEIN, 1999). Essa variedade produz muitos filhotes
(10-15) presos ao pedúnculo, próximo da base do fruto, que apresenta forma cônica, casca
amarela (quando maduro), polpa branca, sucosa, com teor de sólidos solúveis de 14 a 16ºBrix,
e pouco ácida, agradável ao paladar brasileiro. O fruto pesa de 1,0 kg a 1,5 kg, possui coroa
21
grande e, apesar de suas características organolépticas, é pouco apropriado para a
industrialização e a exportação in natura. Apresenta tolerância à murcha associada à
cochonilha Dysmicoccus brevipes e é suscetível à fusariose (CUNHA; CABRAL, 1999).
1.5.2. Principais doenças do abacaxizeiro
O abacaxizeiro tem sido atacado por vários patógenos que apresentam influencia
negativa na produtividade e na qualidade dos frutos (SOUZA, 2002). A fusariose é a doença
mais severa no Brasil, com perdas que são estimadas em 30 a 40% nos frutos e em até 20%
nas mudas (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002; VENTURA et al., 2007). A podridão-do-olho,
causada por Phytophthora nicotiana var. parasitica, de expressão econômica especialmente
em regiões de alta pluviosidade ou onde se pratica a abacaxicultura sob irrigação. A queima-
solar, anomalia de origem não parasitária, de incidência bastante comum e importante nos
plantios instalados em regiões sujeita à ocorrência de temperaturas elevadas durante o
desenvolvimento do fruto (SOUZA, 2002). Na pós-colheita, a podridão-negra é considerada a
mais grave doença do abacaxi, sendo responsável por perdas acentuadas na produção,
principalmente quando os frutos são destinados ao consumo in natura (MATOS, 1999).
A maioria dos patógenos é transmitida pelas mudas, sendo a qualidade delas de
fundamental importância para a prevenção ou redução das perdas, bem como para evitar à
transmissão de patógenos a longa distância e para áreas novas (VENTURA; ZAMBOLIM,
2002).
Medidas simples de controle, como a observação da qualidade sanitária das mudas, da
densidade de plantio e a adoção de práticas adequadas de manejo da cultura evitariam ou
minimizariam esses problemas. As práticas inadequadas de manejo têm favorecido o aumento
das doenças, principalmente da fusariose; não obstante a grande variabilidade genética
apresentada por A. comosus e Ananas spp. Os programas de melhoramento genético têm
buscado aumentar a base da variabilidade genética. O controle das doenças por meio da
resistência genética é o processo mais fácil e econômico, dispondo-se atualmente de alguns
genótipos promissores (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002).
1.5.2.1. Fusariose
Descrita primeiramente em 1964, incitando podridão em frutos da cultivar Smooth
Cayenne (KIMATI; TOKESHI, 1964) no estado de São Paulo, a fusariose é a doença de
22
maior importância econômica para a cultura do abacaxizeiro no Brasil. Causada pelo fungo F.
subglutinans f. sp. ananas (NELSON et al., 1983; CARVALHO et al., 2000; JUNGHANS et
al., 2007), existem indicações de que a fusariose foi introduzida no Brasil através de mudas
infectadas oriundas da Argentina e do Uruguai (LAVILLE, 1980). Essa hipótese é reforçada
pela descrição de Carrera (1954), que isolou na Argentina F. moniliforme var. subglutinans
em frutos de abacaxi com podridão. No entanto, também existe a hipótese de que a doença
existir no Brasil muitos anos, mas os seus sintomas terem sido confundidos com os da
resinose, causada pela lagarta do lepidóptero Tecla basilides (GIACOMELLI, 1974;
PISSARRA et al., 1979). Desde a primeira constatação, a doença disseminou-se rapidamente,
em menos de 15 anos, para todas as regiões produtoras de abacaxi do país, com uma
estimativa de perdas em nível nacional de 30 a 40%, chegando em algumas regiões a causar
perdas em frutos superiores a 80% (LAVILLE, 1980; VENTURA et al., 1989; MATOS,
1999), podendo atingir até 100% da produção (SANTOS et al., 2002).
O agente causal da fusariose é o fungo F. subglutinans f. sp. ananas (Wollenw. &
Reinking) Nelson, Tousson & Marasas comb. nov., anamorfa de Giberella fujikuroi (Saw.)
Wollewn. var. subglutinans Edw. Outras sinonímias para o patógeno são: F. moniliforme
Sheld. var. subglutinans Wollenw. & Reinking, F. sacchari (Butter) Gams var. subglutinans
(Wollenw. & Reinking) Niremberg, e F. moniliforme Sheldon emend. Snyd. & Hans.
‘Subglutinans’ sensu Snyd., Hans. & Oswald. Embora sejam encontrados em várias regiões
do mundo sobre uma ampla gama de hospedeiros, os isolados de F. subglutinans oriundos de
plantas do abacaxizeiro têm demonstrado patogenicidade apenas a esta cultura (EPSTEIN,
1999). Nirenberg e O’Donnell (1998) descreveram o agente etiológico da fusariose do
abacaxizeiro como uma nova espécie, F. guttiforme Nirenberg e O’Donnell, sendo sinônimo
de F. subglutinans f. sp. ananas. No entanto, os caracteres morfológicos descritos parecem
não ser suficientes para distinguir este táxon de outros isolados de F. subglutinans, separando-
os apenas pela patogenicidade nos seus hospedeiros, o que não justifica a separação do fungo
em uma nova espécie.
Atualmente, a fusariose está presente nas principais regiões produtoras de abacaxi do
país, e alguns países da América Latina (SANTOS et al., 2002), provocando perdas elevadas
na produção de frutos (CARVALHO et al., 2007). As cultivares mais plantadas no Brasil,
‘Pérola’ e ‘Smooth Cayenne’, são suscetíveis à fusariose (JUNGHANS et al., 2007)
Fusarium subglutinans f. sp. ananas é capaz de infectar todas as partes da planta do
abacaxizeiro. O fungo infecta mudas, plantas em desenvolvimento vegetativo e frutos,
incitando lesões nos tecidos afetados, com exsudação de uma substância gomosa (PISSARRA
23
et al., 1979; CARVALHO et al., 2007), podendo se manifestar em todos os estágios de
desenvolvimento vegetativo da planta, com diferentes sintomatologias (ROBBS et al., 1965;
PISSARRA et al., 1979).
Em estágio de desenvolvimento vegetativo, as plantas infectadas apresentam lesões
localizadas geralmente no terço inferior do caule, e as folhas inseridas nessa região
apresentam infecção restrita à sua parte basal não-clorofilada. O desenvolvimento da lesão
incitada pelo patógeno no caule do abacaxizeiro reduz o fluxo da seiva, resultando,
progressivamente, em enfezamento, clorose, murcha e morte da planta (MATOS, 1999). A
exsudação de goma e o odor parecido com fermentação de açúcar, presentes no tecido
lesionado são característicos da infecção pelo agente causal da fusariose (PISSARRA et al.,
1979).
Além da lesão do caule, uma planta de abacaxizeiro infectada pode expressar sintomas
externos como: curvatura do caule; modificação na filotaxia, aumentando o número de folhas
por espiral; redução no comprimento das folhas; redução no desenvolvimento geral da planta;
morte do meristema apical; modificação na arquitetura da planta que passa a ter a aparência
de um funil; clorose; e finalmente morte (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002).
A infecção em mudas geralmente ocorre quando estas ainda encontram-se aderidas à
planta-mãe com frutos doentes. Na parte basal da muda observa-se uma lesão necrótica,
podendo haver ou não exsudação de goma. Nos estádios iniciais os sintomas são quase
imperceptíveis, levando os agricultores menos avisados a utilizar nos plantios material
propagativo doente (PISSARRA et al., 1979; LAVILLE, 1980; VENTURA et al., 1993;
VENTURA; ZAMBOLIM, 1994).
De acordo com Ventura e Zambolim (2002), o conhecimento dos sintomas em mudas
e plantas permite a eliminação de importantes fontes de inóculo que, geralmente, passam
despercebidas pelos abacaxicultores e são levadas para novos campos. O patógeno sobrevive
no material propagativo e em restos culturais doentes que são abandonados no campo.
Durante o ciclo da cultura, o período crítico para infecção ocorre após a indução floral
até o final da antese (VENTURA et al., 1981), tendo como principal sítio de infecção as flores
(BOLKAN et al., 1979). Os conídios transportados pelo vento, por respingos de chuva ou por
insetos depositam-se na roseta foliar, podendo infectar a inflorescência na fase inicial,
desconhecendo-se ainda a importância das anteras ou de outros órgãos florais na patogênese.
As chuvas são muito importantes, podendo estar diretamente associadas à infecção nas
inflorescências, como ocorre em outras fusarioses (GREGORY et al., 1959; OOKA;
KOMMEDHAL, 1977), não estando ainda esclarecido o seu efeito na evolução da fusariose
24
do abacaxizeiro. Inflorescências que se desenvolvem em períodos de maior freqüência e
intensidade pluviométrica apresentam maior severidade da doença e manifestação dos
sintomas em períodos mais curtos (MATOS et al., 1981; VENTURA et al., 1993;
VENTURA; ZAMBOLIM, 1994).
A infecção de plantas por meio do solo e, ou, a partir de restos culturais doentes
enterrados mostrou-se não ser importante, no caso de F. subglutinans f. sp. ananas
(VENTURA et al., 1979). Em campos uniformes e com plantas na mesma fase de
desenvolvimento, a estimativa de grupos casualizados de plantas vizinhas doentes evidenciou
uma dispersão infecciosa aleatória em frutos. Isso indica o envolvimento de agentes bióticos
e, ou, abióticos, não ocorrendo a transmissão da doença de planta para planta em culturas com
a mesma idade e no mesmo ciclo produtivo. No entanto, pode haver infecção se ocorrerem
ferimentos durante o seu desenvolvimento (VENTURA; KUSHALAPPA, 1982). A
predominância de infecção na parte dos frutos exposta ao vento suporte a uma ação deste
na disseminação do agente etiológico (MATOS; CALDAS, 1986). Plantas, restos culturais, e
frutos abandonados nas lavouras constituem importantes fontes de inóculo para as
inflorescências.
No fruto do abacaxizeiro os sintomas caracterizam-se pela exsudação de goma através
da cavidade floral (EPSTEIN, 1999). Internamente, os lóculos do ovário apresentam-se cheios
de goma na região infectada, apodrecida. Externamente, os frutilhos evidenciam descoloração
e, em conseqüência da exaustão dos tecidos internos, apresentam-se em nível inferior em
comparação com os vizinhos sadios. Embora esses sintomas possam ser observados a partir
do final da floração, é na fase de maturação dos frutos que eles são constatados com maior
intensidade. É também nessa fase que se observa, freqüentemente, a esporulação do patógeno
em volta dos frutilhos atacados (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002). Crescimento e
esporulação do patógeno também ocorrem na goma que é exsudada das lesões.
De acordo com Ventura e Zambolim (2002), em meio de batata-dextrose-ágar, F.
subglutinans f. sp. ananas apresenta inicialmente um micélio branco, que torna-se a róseo-
alaranjado, algumas vezes evidenciando coloração violeta. Dois tipos de esporos são
produzidos: a) os microconídios, produzidos abundantemente em falsas cabeças no micélio
aéreo, são ovais, geralmente unicelulares, podendo, porém conter 1 a 3 septos; b) os
macroconídios, que apresentam paredes delgadas, são quase cilíndricos, com as superfícies
dorsal e ventral quase paralelas e possuindo célula basal do tipo pediforme. As características
marcantes do patógeno são a produção de microconídios em polifiálides, sempre em falsas
cabeças e a ausência de clamidósporos (NELSON et al., 1983).
25
A incidência da fusariose em plantios de abacaxi varia de uma região produtora para
outra, dependendo do potencial do inóculo. Dentro de uma mesma região, a incidência da
fusariose sofre forte influência sazonal, variando de acordo com a época de produção
(MATOS, 1987). A precipitação pluvial parece ser o componente mais importante desse
efeito sazonal: quanto maior a precipitação durante o desenvolvimento da inflorescência,
maior a percentagem de frutos infectados na época da colheita (CHALFOUN; LEITE, 1985).
De acordo com as informações disponíveis sobre a epidemiologia da fusariose do
abacaxizeiro e biologia do patógeno, recomenda-se medidas de controle integrado da doença
(MATOS, 1999; MATOS; CABRAL, 2005). Segundo Ventura e Zambolim (2002), nenhuma
medida de controle apresenta sucesso total quando adotada isoladamente por muito tempo. O
fungo pode adquirir resistência aos fungicidas (FISHER et al., 2006), e essa resistência
pode ser “quebrada” e os tratos culturais dependem das condições ambientais.
Conseqüentemente a integração de diferentes práticas é o melhor caminho para o controle das
doenças.
1.5.2.2. Podridão negra do fruto
A podridão negra, também conhecida como podridão mole, é uma doença pós-colheita
que causa perda nos frutos destinados ao mercado de fruta fresca, principalmente naqueles
destinados à exportação (MATOS, 1999) bem como à industrialização. As perdas podem
variar de acordo com o tempo decorrido entre a colheita e o processamento dos frutos
(VENTURA; ZAMBOLIM, 2002). A podridão negra encontra-se distribuída em todas as
regiões produtoras do Brasil e do mundo.
O agente etiológico da podridão negra é o fungo Chalara paradoxa (De Seyn.) Sacc.
[Sin.: Thielaviopsis paradoxa (De Seyn.) Hohnel], cuja forma teleomórfica corresponde à
Ceratocystis paradoxa (Dade) C. Moreau, ainda não constatado em abacaxi. O fungo é
altamente difundido na região tropical sobre diferentes culturas, entre as quais se destacam
Cocos nucifera, Elaeis guineensis, Saccharum officinarum, Theobroma cacao e Musa spp.
(ELLIS, 1971 apud MATOS, 1999). Ferimentos na superfície das plantas hospedeiras
constituem os únicos sítios de infecção.
Ceratocystis paradoxa é um ascomiceto da ordem Microascales, de ampla ocorrência
nas regiões tropicais em diferentes hospedeiros (PLOETZ et al., 1994). Em cultivo in vitro, o
fungo evidencia uma colônia marrom-escura a preta, produzindo conídios e clamidósporos.
Os conídios (7 15 µm x 2,5 6 µm) são cilíndricos a elípticos, com as extremidades
26
quadradas e podem variar de hialinos a marrom-pálidos. Os clamidósporos são ovais (9,5 – 25
µm x 5,5 15 µm), originando-se terminalmente em cadeias, tendo a coloração marrom-
escura a negra (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002).
A infecção dos frutos pode ocorrer através de ferimentos no pedúnculo (a mais
comum), resultantes da colheita dos frutos e da remoção das mudas tipo filhote,
principalmente na cv. rola (MATOS, 1999) e, em menor escala, através de ferimentos na
casca, resultantes do manuseio e transporte. Após a penetração, via pedúnculo, o patógeno
avança rapidamente pelo eixo central, em direção ao ápice do fruto, e mais lentamente na
polpa, resultando, inicialmente, numa podridão de coloração amarelo-intensa, em formato de
cone (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002). Com o desenvolvimento da doença, toda a polpa
liquefaz-se, o suco exsuda e o fruto fica vazio, permanecendo, no seu interior, apenas as fibras
dos feixes vasculares, escurecidas (COLLINS, 1960; PY et al., 1984). A evolução da
podridão-negra do fruto é rápida a 25ºC, mais lenta a 12ºC e inexpressiva a 8ºC, em
decorrência da perda de resistência resultante do dano pelo frio (CUNHA et al., 1999).
Segundo Ventura e Zambolim (2002) a infecção nos frutos depende do nível de
inóculo no período da colheita e ocorre através dos ferimentos, principalmente pela retirada
das mudas (filhotes), quando inseridas muito próximo da base do fruto, principalmente em
condições favoráveis, com alta umidade devido à longos períodos de chuva e temperatura
próxima a 25ºC. A colonização dos tecidos inicia-se entre 8 e 12 horas após a ocorrência dos
ferimentos. Além disso, a ocorrência de chuva durante a colheita resulta, geralmente, em altos
percentuais de frutos infectados. O patógeno pode persistir no solo como microconídios e
clamidósporos.
A podridão negra pode causar prejuízos acentuados quando as mudas são empilhadas
no campo, especialmente em épocas chuvosas e de temperatura em torno de 25ºC. As mudas
tipo coroa são mais suscetíveis ao patógeno do que filhotes e rebentões podendo resultar em
perdas significativas devido à incidência da doença (EPSTEIN, 1999).
O controle da podridão negra é obtido mediante uma série de medidas, iniciando-se no
processo da colheita dos frutos, cortando-se o pedúnculo a aproximadamente 2 cm da base do
fruto. Recomenda-se não causar ferimentos na casca durante o manuseio na colheita e pós-
colheita; eliminar os restos culturais nas proximidades da área onde os frutos são armazenados
e processados; reduzir ao mínimo o período entre a colheita e o processamento; armazenar e
transportar os frutos sob refrigeração, em temperatura próxima de 12ºC; e proteger o local do
corte no pedúnculo e os ferimentos resultantes da remoção dos filhotes com fungicidas
benzimidazóis ou triadimefon (CARVALHO; LACERDA, 2005). O tratamento pós-colheita
27
do pedúnculo com thiabendazol 0,15% i.a. em água e 0,03% i.a. em álcool apresentou
eficiência de 95 e 100%, respectivamente (CHOAIRY, 1997; VENTURA; ZAMBOLIM,
2002).
1.5.3. Controle de doenças através de fungicidas, indutores de resistência e extratos
vegetais
O controle químico de doenças de plantas é, em muitos casos, a única medida
eficiente e economicamente viável de garantir as altas produção e produtividade. Variedades
de plantas cultivadas, interessantes pelo bom desempenho agronômico e pela preferência dos
consumidores, geralmente aliam uma certa vulnerabilidade a agentes fitopatogênicos
(MICHEREFF, 2008).
A exemplo de outros países, no Brasil, o uso de fungicidas em larga escala levou à
seleção de linhagens fúngicas resistentes (GHINI; KIMATI, 2000). Além disso, muitos
produtos químicos testados e ou suas misturas não possuem registro para uso, o que agrava
ainda mais a situação (AGROFIT, 2008).
Considerações sobre o uso de fungicidas na agricultura, como oneração do custo de
produção, degradação dos recursos naturais, problemas de intoxicação de aplicadores de
defensivos agrícolas, aumento dos riscos de resíduos nos produtos colhidos, assim como,
surgimento de raças do fungo resistentes têm levado a uma procura crescente por práticas de
manejo de doenças mais racionais (CARDOSO FILHO, 2003).
Visando eliminar estes inconvenientes, um dos métodos preconizados tem sido o da
utilização de indutores de resistência. A indução de resistência tem sido observada em várias
plantas em resposta ao tratamento prévio do hospedeiro com agentes bióticos (como
microrganismos viáveis ou inativados) ou abióticos (FELIPE; BACH, 2004).
A resistência induzida é dependente do intervalo de tempo entre o tratamento inicial
(tratamento indutor) e a subseqüente inoculação do patógeno (tratamento desafiador). Essa
dependência indica que mudanças específicas no metabolismo da planta, envolvendo a síntese
e/ou acúmulo de substâncias são importantes no fenômeno da resistência induzida
(PASCHOLATI; LEITE, 1995). A sua duração pode ser de poucos dias a algumas semanas,
ou mesmo durar todo o ciclo de vida da planta, passando assim, a constituir um mecanismo de
defesa constitutivo (METRAUX et al., 2002; DURRANT; DONG, 2004).
A exploração da atividade biológica de compostos secundários presentes no extrato
bruto ou óleo essencial de plantas medicinais pode se constituir, ao lado da indução de
28
resistência, em mais uma forma potencial de controle alternativo de doenças em plantas
cultivadas. No Brasil, apenas 20% da população consome 63% dos medicamentos
disponíveis, enquanto que o restante encontra nos medicamentos de origem natural,
especialmente nas plantas medicinais, em alguns casos a única fonte de recurso terapêutico
(DI STASI, 1996). Compostos secundários de plantas medicinais estão distribuídos em um
grande número de famílias botânicas, com muitos deles apresentando atividade
antimicrobiana, como é o caso dos alcalóides (SCHWAN-ESTRADA, 2000).
Trabalhos desenvolvidos com extrato bruto ou óleo essencial, obtido a partir de
plantas medicinais da flora nativa, têm indicado o potencial das mesmas no controle de
fitopatógenos, tanto por sua ação fungitóxica direta, inibindo o crescimento micelial e a
germinação de esporos, quanto pela indução de fitoalexinas, indicando a presença de
composto(s) com característica de elicitor(es). O fracionamento dos metabólitos secundários
das plantas, bem como a determinação da atividade biológica dessas moléculas, com respeito
à atividade elicitora ou antimicrobiana poderão contribuir para a aquisição de maiores
conhecimentos que reforcem sua possível utilização como um método alternativo de controle
de doença de plantas (SCHWAN-ESTRADA, 2000).
1.5.3.1. Princípios da indução de resistência
A indução de resistência ocorre naturalmente como resultado de uma infecção limitada
do patógeno, particularmente quando a planta desenvolve uma reação de hipersensibilidade
(VAN LOON et al., 1998). Esta pode ser ativada por inúmeros agentes denominados
indutores e, geralmente, esta indução é sistêmica (HAMMERSCHMIDT, 1999). Segundo
Hammerschmidt (1999) devido a esta característica, a indução de resistência é geralmente
definida como resistência sistêmica adquirida (RSA).
A primeira etapa, das muitas que compõem a resposta da planta a um indutor, é o
reconhecimento do indutor pela planta. O indutor pode ser um produto químico, como o ácido
salicílico, um patógeno avirulento, parte de um patógeno, como uma glicoproteína (COSTET
et al., 1999), um carboidrato estrutural (ANDREU et al., 1998), um organismo não
patogênico, como as bactérias promotoras de crescimento (MAUCH-MANI; METRAUX,
1998), luz ultravioleta (STEVENS et al., 1999) ou um estresse de natureza biótica
(KESSMANN et al., 1994) ou abiótica (MORAN; CIPOLLINI, 1999). Após o contato com o
indutor, seja na parte aérea (SHULAEV et al., 1997) ou nas raízes (KNOESTER et al., 1999),
ocorre o reconhecimento do indutor pela planta. Em resposta ao reconhecimento, as plantas
29
sofrem alterações que culminam com a geração de um sinal primário. Esse sinal tem
características de um fitohormônio, sendo produzido em pequenas quantidades e translocado
do local de síntese para o local de atuação (HAMMERSCHMIDT; KUC, 1995).
O sinal primário produzido pode tanto ser translocado, como produzir outros sinais
que serão translocados. Uma outra possibilidade é que o sinal primário leve à produção de
substâncias, como as proteínas relacionadas à patogênese (proteínas-RP), que atuado sobre a
parede celular de um fungo podem liberar substâncias que serão translocadas e servirão como
sinalizadores em outra parte da planta (HAMMERSCHMIDT, 1999). Os sinais gerados levam
à ativação de determinados genes que por sua vez estimulam a produção de substâncias de
defesa, como as fitoalexinas, as proteínas-RP (STICHER et al., 1997) e defensivas (MAUCH-
MANI; METRAUX, 1998), ou aumentam a atividade de enzimas, como as peroxidases
(MORAN; CIPPOLLINI, 1999) e a fenilalanina amônia-liase (STEVENS et al., 1999) que
têm importante papel na síntese de compostos de defesa.
Uma das mais efetivas respostas que a planta tem frente a interações incompatíveis
planta-patógeno é a reação de hipersensibilidade (RH) (VAN LOON; VAN STRIEN, 1999).
Muitos autores afirmam que em plantas induzidas à resistência, esta ser manifestará se
houver reação de hipersensibilidade ou algum tipo de necrose (COSTET et al., 1999;
HAMMERSCHMIDT, 1999). A RH é associada com a formação de barreiras estruturais e
bioquímicas que impedem ou retardam tanto o avanço do patógeno, que já penetrou na célula,
como novas penetrações. A ocorrência de morte celular está ligada a um aumento da atividade
respiratória, à alteração de fluxo de íons através da membrana plasmática, à geração de
espécies ativas de oxigênio, às mudanças no estado de fosforilação de proteínas reguladoras e
à ativação da transcrição de sistemas de defesa da planta (acúmulo local de fitoalexinas,
fenóis e proteínas-RP e enrijecimento da parede celular, devido ao acúmulo de lignina,
suberina ou calose).
As plantas defendem-se dos fitopatógenos passiva ou ativamente. Os mecanismos de
resistência são divididos em: pré e pós-formados. Em ambos, pode ocorrer a divisão em
estruturais e bioquímicos. Dentre os pré-formados estruturais, estão a presença de cutícula,
tricomas, tipo de estômagos, fibras e forma dos vasos condutores. Entre os bioquímicos, estão
os fenóis, alcalóides, lactonas insaturadas, glicosídeos fenólicos, fototoxinas e inibidores
protéicos. Nos pós-formados, também chamados induzíveis, encontramos mecanismos
estruturais, papilas, halos, lignificação, formação de camadas de cortiça, calose, silício, tiloses
em vasos, etc; e os bioquímicos, tais como produção de fitoalexinas, proteínas-RP,
30
glicoproteínas ricas em hidroxiprolina, inibidores de proteases, peroxidases, entre outros
(PASCHOLATI; LEITE, 1994).
1.5.3.2. Alguns sinais envolvidos na indução de resistência sistêmica a patógenos
em plantas
Para que um composto seja considerado um sinalizador, é necessário que este seja
sintetizado pela planta, aumente significativamente após o ataque de patógeno ou após o
tratamento com o indutor, seja móvel pelo floema da planta, induza a síntese de substâncias
de defesa, como as proteínas-RP, peroxidases ou fitoalexinas e aumente a resistência a
patógenos (BOSTOCK, 1999; MORAES, 1998). A busca de um sinalizador primário nos
sistemas de indução ou ativação de resistência não apresentou, até o momento, conclusões
definitivas. Vários compostos tidos como importantes na sinalização, mas nenhum deles pode
ser apontado, com certeza, como o sinal primário. Segundo Hamerschmidt e Kuc (1995), para
a síntese de um sinalizador orgânico, a célula necessitaria de um sinal que ativasse
determinados genes, sendo esse o sinal primário. Por outro lado, os mesmos autores o
descartam a hipótese desse composto orgânico existir, mas estar compartimentalizado, sendo
liberado somente no momento de uma injúria.
Os jasmonatos (JA) são produzidos em plantas após injúrias ou tratamentos com
elicitores (KOZLOWSKI et al., 1999), apresentando funções hormonais e de defesa contra
fitopatógenos e insetos (STICHER et al., 1997). A ação de defesa está ligada à capacidade de
induzir a síntese ou acúmulo de proteínas inativadoras de ribossomos, tionina, sintase da
chalcona, proteínas ricas em hidroxiprolina, inibidores de proteinases e outros fatores como
polifenoloxidases e lipoxigenases (BOSTOCK, 1999).
A via de sinalização na qual os JA estão envolvidos tem diferenças marcantes em
relação à via de sinalização que envolve o ácido salicílico (AS). Atualmente, costuma-se
diferenciar o tipo de resistência envolvido com cada via. O tipo de resistência que envolve os
JA é referido como resistência sistêmica induzida (RSI) e a do AS como RSA. O papel dos JA
na sinalização e mesmo na resposta de defesa da planta é menos esclarecido do que a do AS.
No entanto, o JA é proposto como um sinalizador secundário da RSI (STICHER et al., 1997).
Inúmeros estudos evidenciam a importância dos JA na resposta de defesa das plantas contra
fitopatógenos (MAUCH-MANI; METRAUX, 1998).
31
1.5.3.3. Produção Integrada de Frutas
Segundo a UFPEL (2008) a Produção Integrada de Frutas (PIF) surgiu como uma
extensão do Manejo Integrado de Pragas (MIP) nos anos 70 como una necessidade de reduzir
o uso de pesticidas e de se obter maior respeito ao ambiente. Nesta época os produtores de
maçãs do Norte da Itália verificaram que os ácaros da macieira tinham adquirido resistência
aos acaricidas. Em função disso, e com auxilio de pesquisadores, iniciaram um programa de
manejo integrado de ácaros, usando monitoramento e técnicas alternativas de controle.
A Produção Integrada de Frutas teve um grande impulso a partir dos anos 80 e 90 em
função do movimento de consumidores que buscavam frutas sadias, com qualidade e sem
resíduos de agroquímicos e do trabalho de pesquisadores e extensionistas que estimularam os
movimentos para preservação dos recursos naturais e a biodiversidade. Em outras palavras, o
uso de produtos químicos, de moléculas ativas de fertilizantes capazes de poluir o solo, água,
ar e deixar resíduos tóxicos na cadeia alimentar foram drasticamente restritos (UFPEL, 2008).
Segundo Cunha (2007) sendo o abacaxi uma fruta de grande expressão no país e tendo
em vista as dificuldades que os abacaxicultores vêm enfrentando, com os baixos preços
alcançados pela venda do produto em algumas ocasiões, o aumento da demanda só será viável
por meio da utilização de técnicas que contribuam para ampliar e garantir a comercialização
do produto. Isso inclui o uso otimizado de insumos, a adoção de medidas que aumentem a
eficiência e eficácia de aplicação de defensivos e medidas preventivas ao aparecimento de
pragas, antes que níveis econômicos de danos sejam detectados. Essas medidas reduzirão os
custos de produção e aumentarão a produtividade da cultura, podendo ser adotadas via o
Sistema de Produção Integrada.
Espera-se, assim, implementar as técnicas de produção integrada de abacaxi no
Nordeste e Norte, de modo a tornar o produto mais competitivo em termos de qualidade, nos
mercados nacional e internacional. Vislumbra-se, também, o incremento da exportação
brasileira de abacaxi, em função dos benefícios advindos com a aceitabilidade e credibilidade
dos produtos gerados pela produção integrada. Pretende-se, ainda, minimizar o uso de
insumos agrícolas, principalmente agrotóxicos, reorientando sua aplicação em conformidade
com técnicas de manejo integrado de pragas e mato (CUNHA, 2007).
32
1.6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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41
CATULO 2: AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE Fusarium subglutinans f. sp. ananas
EM PLANTIOS COMERCIAIS DA PIF NO ESTADO DA PARAÍBA E INFECÇÃO EM
FOLHAS DE ABACAXIZEIRO
2.1. RESUMO
Um dos maiores problemas fitossanitários da abacaxicultura no Brasil é a fusariose, ocasionada
pelo fungo Fusarium subglutinans f. sp. ananas, que acarreta perdas na produção dos frutos. Os
objetivos do trabalho foram o monitoramento da doea em áreas de plantio comerciais da PIF
Abacaxi, no município de Santa Rita, Paraíba, e estudar o efeito de diferentes todos de
inoculação, sobre o desenvolvimento da doença. O início do monitoramento da incidência da
doea foi iniciado 90 dias após o plantio, em intervalos mensais, até o tratamento de indução
floral, realizado 270 dias após o plantio. Durante o período de avaliação, a incidência ficou
inferior a 1% durante o ciclo vegetativo. As plantas que apresentaram sintomas picos da
fusariose foram eliminadas do local do plantio. Para avaliar o efeito da inoculação foram
utilizadas folhas tipo D da cv. Pérola. As folhas foram destacadas a partir da base, desinfestadas
com hipoclorito de sódio a 2%, e enxaguadas em água destilada. As inoculações foram feitas a 2
e 5 cm da base das folhas. Os tratamentos utilizados foram: 1) palito contaminado posição
perpendicular; 2) palito contaminado – posição longitudinal; 3) disco de colônia sobre ferimento;
4) disco de colônia sobre ferimento + algodão umedecido (sobre a folha); 5) disco de colônia
sobre ferimento + algodão umedecido (extremidade da folha); 6) disco de colônia sobre
ferimento + proteção com fita adesiva transparente; 7) algodão umedecido na suspensão de
inóculo (testemunha). As avaliações foram realizadas 15 dias após a inoculação, onde avaliou-se
a área da lesão. O maior desenvolvimento das lesões se deu nos tratamentos T2, T3, T7 e T8,
diferindo dos demais. A posição de inoculação em relação à base da folha não teve efeito
significativo no que diz respeito ao desenvolvimento da lesão.
Palavras-chave: Ananas comosus, fusariose, inoculação.
42
EVALUATION OF INCIDENCE OF Fusarium subglutinans f. sp. ananas IN
COMMERCIAL PLANTING OF PIF ON PARAIBA’S STATE AND INFECTION ON
PINEAPPLE LEAVE, CV. ROLA
2.2. ABSTRACT
The main problem concerning disease on pineapple in Brazil is fusariosis, caused by Fusarium
subglutinans f. sp. ananas, causing losses on fruits production. The present work had as
objective evaluate planting commercial areas of the PIF pineapple, and study effects of
inoculation methods in relation leaves base, on disease development. Evaluation disease
incidence started 90 after plantation, in monthly intervals, until floral induction treatment,
carried through 270 days after plantation. During period of evaluation, incidence lower than
1% during the vegetative cycle was observed. Plants that presented typical symptoms of
fusariosis had been eliminated of plantation. It was used pineapple leave type D, cv. rola.
Leaves were detached, disinfested with sodium hypochlorite at 2,0% for 10 minutes and washed
with distilled water. Inoculations were done at two and five centimeters of leaf base. Treatments
used were: 1) toothpick with fungus – perpendicular position; 2) toothpick with fungus –
longitudinal position; 3) disk of fungus colony on wound; 4) disk of fungus colony on wound +
humid cotton (on leaf); 5) disk of fungus colony on wound + humid cotton (leaf border); 6) disk
of fungus colony on wound + protection with adhesive tape; 7) cotton with inoculum suspension.
Evaluations were done 15 days after inoculation, being evaluated lesions area. Higher lesions
development was observed in treatment with disk of fungus colony on wound + humid cotton
(leaf border). Inoculation position had not significative effects for symptoms development.
Key-words: Ananas comosus, fusariosis, inoculation.
43
2.3. INTRODUÇÃO
O abacaxi [Ananas comosus (L.) Merril] é um fruto tropical pertencente à família
Bromeliaceae e bastante consumido no mercado de frutas, o que lhe confere elevada
importância econômica e social (CUNHA; CABRAL, 1999; VENTURA; ZAMBOLIM,
2002). O Brasil é o atual produtor mundial (61.790 ha e 2.292.470 t de frutos), onde a Região
Nordeste é a principal produtora (24.914 ha, 1.050.000 t de frutos), Cunha et al. (2007).
Com 11.102 hectares de área plantada, a Paraíba é responsável por 22% da produção
nacional. Dos 37 municípios paraibanos que cultivam o abacaxi, Santa Rita na Grande João
Pessoa colheu 23% dos 325 milhões de frutos do estado (CUNHA, 2006). As condições
desfavoráveis de armazenamento, práticas de manejo inadequadas e os problemas
fitossanitários decorrentes nas doenças pós-colheita destacam-se com importância econômica
nos frutos destinados à exportação causando sérios prejuízos (BASTOS; ALBUQUERQUE,
2004).
Entre os principais problemas fitossanitários da cultura do abacaxi, merece destaque a
fusariose causada pelo fungo Fusarium subglutinans f. sp. ananas (Wollen & Reinking)
Nelson, Tousson & Marasas com. nov. (FISHER et al., 2006), anamorfa de Giberella
fujikuroi (Saw.) var. subglutinans, causando elevadas perdas na produção. Tanto no material
propagativo quanto nas plantas em desenvolvimento vegetativo, F. subglutinans f. sp. ananas
incita lesões localizadas geralmente na região inferior do caule e na parte basal, aclorofilada
das folhas inseridas nesta região. A exsudação de uma substância gomosa pode ser facilmente
observada na região infectada (CEINFO, 2008).
O patógeno tem capacidade de infectar toda a planta, colonizando desde a região das
inserções foliares até os frutos e, principalmente, as mudas (VENTURA; COSTA, 2002;
CARVALHO et al., 2007), sobrevivendo em material propagativo, o qual é infectado quando
ainda aderido à planta-mãe. Mudas doentes, principalmente aquelas com infecção incipiente,
podem não ser descartadas durante a seleção no pré-plantio, sendo levadas ao campo,
constituindo, assim, o inóculo inicial. Uma vez introduzido em uma região, o patógeno é
disseminado pelo vento, chuva e insetos visitadores da inflorescência (VENTURA;
ZAMBOLIM, 2002).
Doença importante para a cultura, o controle satisfatório da fusariose do abacaxizeiro
requer a integração de práticas culturais e de controle químico, sendo que, a primeira medida
a ser implementada consiste na redução do inóculo inicial mediante utilização de material
propagativo sadio para a instalação dos novos plantios. Inspeções periódicas do plantio,
44
durante a fase de crescimento vegetativo, no entanto são necessárias para erradicar todas as
plantas que expressarem sintomas da doença (MATOS, 1999; VENTURA; COSTA, 2002).
O controle químico é necessário para a produção de frutos em épocas favoráveis à
doença (MATOS; CABRAL, 2005). Por outro lado, o plantio de variedades resistentes é o
método mais eficiente e econômico de controle de doenças de plantas. Souto e Matos (1978)
usando a técnica de inoculação da base da muda tipo filhote desenvolvida por Matos (1978),
foram capazes de identificar resistência em genótipos de abacaxi num período de três meses após
a inoculação.
A Produção Integrada de Abacaxi proe-se a apoiar os abacaxicultores na obteão de
padrões de produção ecologicamente corretos, segundo procedimentos estabelecidos por normas
cnicas específicas. Para tanto são realizados monitoramentos de doeas e do aparecimento de
populações de patógenos resistentes a agrotóxicos (MATOS; REINHARDT, 2007). Esse
trabalho teve como objetivo o monitoramento de áreas de plantio comerciais de abacaxi, no
município de Santa Rita, Paraíba e estudar o efeito de técnicas de inoculação, sobre o
desenvolvimento da doea, visando desenvolver um método eficiente de inoculão que
possibilite a avaliação dos sintomas num curto período de tempo.
45
2.4. MATERIAL E TODOS
2.4.1. Avaliação da incincia da fusariose nas áreas de plantio comercial da PIF em Santa
Rita – PB
A avaliação da incincia da fusariose foi realizada em duas áreas de plantio da PIF
abacaxi, introduzidas durante o mês de maio de 2006, situadas na Fazenda Granja Sertaneja,
município de Santa Rita, PB, com latitude S 07° 14’ 21,7” e longitude W. Gr. 034° 59’ 13,4”,
as duas áreas totalizando 0,29ha.
A amostragem foi realizada pela determinação de linhas em zig-zag, avaliando-se 50
plantas seguidas na linha em cada ponto, num total de 450 plantas. O monitoramento da
incidência da doença foi iniciado 90 dias após o plantio (agosto/2006), em intervalos mensais,
até a indução floral, realizado 270 dias após o plantio (abril/2007) e retomada na época da
colheita.
2.4.2. Isolamento do patógeno
O experimento foi conduzido no Laboratório de Fitopatologia, Centro de Ciências
Agrárias - CCA, Universidade Federal da Paraíba – UFPB.
O isolamento do patógeno foi realizado a partir de partes da planta de abacaxizeiro
(folhas e frutos), com sintomas típicos de fusariose. Os procedimentos de isolamento
constaram da desinfestação de fragmentos de tecidos lesionados com lavagem em álcool 70%
por três minutos, lavagem com solução de hipoclorito de sódio a 5%
por três minutos e
lavagem por duas vezes consecutivas em água destilada esterilizada (ADE). Os fragmentos
foram plaqueados em placas de Petri contendo o meio nutritivo constituído de batata-
dextrose-ágar (BDA). As placas foram incubadas por sete dias, à temperatura de 25+2ºC, sob
fotoperíodo de 12 horas.
2.4.3. Obtenção da suspensão de esporos
Discos de colônia de F. subglutinans f. sp. ananas foram transferidos para placas de Petri
com BDA. Após sete dias de incubação nas condões anteriormente mencionadas, adicionou-se
ADE às placas de cultura e utilizou-se uma escova de cerdas macias para remoção dos conídios.
A suspensão obtida foi filtrada em duas camadas de gaze esterilizada e, em seguida, teve sua
46
concentrão determinada em hemacitômetro, tipo Neubauer, e ajustada para 1 x 10
5
conídios/mL (MATOS; CABRAL, 1988).
2.4.4. Inoculação e avaliação de Fusarium subglutinans f. sp. ananas da folhas destacadas
de abacaxi cv. rola
As folhas D do abacaxizeiro da cv. Pérola utilizadas neste trabalho foram retiradas das
mesmas áreas avaliadas com relação à incidência. Após desinfestação em hipoclorito de sódio a
1,5%, as folhas foram inoculadas pela técnica do palito contaminado com F. subglutinans f. sp.
ananas (CAMARGO; BARACHO, 1977) e, em seguida, incubadas em sacos de polietileno
transparente. Chumaços de algodão umedecidos, colocados dentro dos sacos de polietileno,
supriram a necessidade de umidade. As inoculações foram feitas a 2 cm e 5 cm a partir da base
das folhas.
As cnicas utilizadas foram: 1- disco de colônia sobre ferimento + proteção com fita
adesiva transparente 5cm; 2- disco de colônia sobre ferimento + proteção com fita adesiva
transparente 2cm; 3- disco de colônia sobre ferimento + algodão umedecido na extremidade da
folha 5cm; 4- disco de colônia sobre ferimento + algodão umedecido na extremidade da folha
2cm; 5- disco de colônia sobre ferimento + algodão umedecido sobre a folha 5cm; 6- disco de
colônia sobre ferimento + algodão umedecido sobre a folha 2cm; 7- palito contaminado
posição perpendicular 5cm; 8- palito contaminado posição perpendicular 2cm; 9- disco de
colônia sobre ferimento 5cm; 10- disco de colônia sobre ferimento 2cm; 11- palito contaminado
posição longitudinal 5cm; 12- palito contaminado posição longitudinal 2cm; 13- algodão
umedecido na suspensão de inóculo.
A avaliação da eficiência das técnicas de inoculação, realizada aos 15 dias após a
inoculação, consistiu da mensurão dos maiores e menores diâmetros das lesões causadas pelo
patógeno (CAMARGO; BARACHO, 1977) para em seguida calcular-se a área afetada.
O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco repetições.
Para efeito de análise estatística as médias foram comparadas através do teste de Scott-Knott a
5% de probabilidade.
47
2.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.5.1. Avaliação da incidência da fusariose
Na Tabela 1, são apresentados os dados referentes ao levantamento de fusariose em
duas áreas de Produção Integrada de Frutas Abacaxi.
Tabela 1. Levantamento da fusariose em plantas de abacaxizeiro cv. Pérola no município de
Santa Rita, PB, no período de agosto de 2006 a abril de 2007
Nº total de plantas nas áreas avaliadas: área 1 = 450; área 2 = 450
*Coordenadas geográficas: 6º58’12” latitude Sul e 35º42’15” longitude W Gr.
A incidência da fusariose foi inferior a 1% (Tabela 1) durante o ciclo vegetativo, não
recomendando-se a proteção da inflorescência em desenvolvimento mediante pulverização
com fungicidas. A menos incidência observada na primeira avaliação foi 0,4% (PIF 1) e o
maior 0,7% (PIF 2). Na avaliação realizada antes do tratamento de indução floral os valores
da incidência foram 0,4% (PIF 1) e 0% (PIF 2). As plantas que apresentaram sintomas típicos
da doença foram eliminadas do local de plantio, certamente infectadas desde a fase de mudas.
Áreas avaliadas
PIF 1 PIF 2
Plantas
infectadas
Incidência Plantas
infectadas
Incidência
Ano 2006
Agosto 2 0,44% 3 0,67%
Setembro 1 0,22% 0 0%
Outubro 0 0% 0 0%
Novembro 1 0,22% 2 0,44%
Dezembro 0 0% 0 0%
Ano 2007
Janeiro 0 0% 0 0%
Fevereiro 0 0% 0 0%
Março 1 0,22% 0 0%
Abril 2 0,44% 0 0%
Agosto 273 60,8% 235 52,22%
48
Após o tratamento de indução floral notou-se um aumento na incidência da fusariose
para 60,8% (PIF1) e 52,22% (PIF2) das plantas infectadas (Figura 1). Este aumento pode ser
conseqüência do fato de que a principal porta de infecção do fungo ocorre durante a abertura
das flores e o fechamento das mesmas. Esse processo ocorre numa época bastante favorável à
infecção do patógeno, levando-se em consideração os dados pluviométricos dos meses em que
a avaliação foi iniciada e encerrada (agosto/2006 70,1 mm e abril/2007 221,7 mm, total
mensal) (AESA, 2008).
A aplicação do fungicida carbendazin pelos abacaxicultores da Paraíba não tem se
mostrado eficiente. O uso contínuo do benzimidazol (Benomyl) para o controle da fusariose
do abacaxizeiro induziu o aparecimento de isolados do fungo resistentes (VENTURA et al.,
1994; SANTOS, 2000; SANTOS et al. 2002), razão pela qual recomenda-se a alternância de
fungicidas com diferentes modos de ação para minimizar as chances do aparecimento de
isolados resistentes (FISHER et al., 2006). O fungicida tiofanato metílico (Cercobin) é o
recomendado para o controle da fusariose no campo (DUPONTAGRICOLA, 2008).
2.5.2. Avaliação da severidade de Fusarium subglutinans f. sp. ananas em folhas destacadas
de abacaxizeiro cv. Pérola
A avaliação sobre métodos de inoculação com F. subglutinans f. sp. ananas em folhas
destacadas de abacaxi Pérola, encontra-se na Figura 2. A comparão das médias dos
tratamentos através do teste de Scott-Knott, 5% de probabilidade, permitiu verificar que os
todos de inoculação com discos de colônia sobre ferimento protegidos com fita adesiva
transparente (2 cm) (T2) e com algodão umedecido na extremidade da folha (5 cm) (T3) e palitos
contaminados pelo patógeno, na posição perpendicular (5 e 2 cm) (T7 e T8) em relação ao ponto
de inoculação, apresentaram comportamento estatisticamente semelhantes e possibilitaram maior
desenvolvimento de sintomas, 15 dias após a inoculação, diferindo significativamente dos
demais métodos avaliados.
49
b
b
b
b
b
b
b
b
b
a
a
a
a
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Tratamentos
Severidade (%)
Figura 1 - Área de lesão (%) em folhas de abacaxizeiro destacadas da cv. Pérola inoculadas
com Fusarium subglutinans f. sp. ananas. Tratamentos: 1- disco de colônia sobre ferimento +
proteção com fita adesiva transparente 5cm; 2- disco de colônia sobre ferimento + protão com
fita adesiva transparente 2cm; 3- disco de colônia sobre ferimento + algodão umedecido na
extremidade da folha 5cm; 4- disco de colônia sobre ferimento + algodão umedecido na
extremidade da folha 2cm; 5- disco de colônia sobre ferimento + algoo umedecido sobre a
folha 5cm; 6- disco de colônia sobre ferimento + algodão umedecido sobre a folha 2cm; 7-
palito contaminado – posão perpendicular 5cm; 8- palito contaminado – posição perpendicular
2cm; 9- disco de colônia sobre ferimento 5cm; 10- disco de colônia sobre ferimento 2cm; 11-
palito contaminado posição longitudinal 5cm; 12- palito contaminado posição longitudinal
2cm; 13- algodão umedecido na suspensão de inóculo.
A eficiência da inoculação em folhas destacadas, usando discos contendo estruturas de F.
subglutinans f. sp. ananas observada neste trabalho, foi também constatada por Ventura (1994) e
Santos et al (2001a) que concluíram ser esta técnica de inoculação mais eficiente do que a
posição de uma gota de suspensão de inóculo sobre um ferimento na base da folha.
As menores lesões foram observadas nos tratamentos com disco das estruturas do fungo
sobre ferimento + algodão umedecido sobre a folha (5 cm) e disco de colônia sobre ferimento
2cm. Estes resultados também mostraram que, a inoculação em folhas destacadas resulta na
infecção das mesmas, independentemente do tipo ou posição na planta.
Os resultados sugerem um possível efeito do estágio de desenvolvimento da folha sobre
sua resposta à infecção por F. subglutinans f. sp. ananas, tendo em vista que a folha D de
abacaxizeiro, é fisiologicamente mais ativa na planta. Santos et al. (2001a) trabalhando com
50
folhas do tipo A, B, C, E e F e constataram que as menores lesões foram observadas nas folhas A
e F sem, entretanto, diferirem das lesões observadas nas folhas B, C, e E.
Santos et al. (2001b) inoculando isolados em genótipos diferentes, nas folhas D
destacadas concluíram que a inoculação com palito introduzido na base das mesmas, mostrou-
se um método eficiente para identificar genótipos de abacaxizeiro resistentes ao patógeno.
Entretanto, não possibilita a identificação de reação de tolerância no hospedeiro. Silva-Acuña
et al. (1995) também constataram um maior desenvolvimento de sintomas de fusariose em folhas
D destacadas, utilizando a técnica de inoculação com disco de colônia do fungo.
Os tratamentos com discos de conia sobre ferimento protegidos com fita adesiva
transparente (2 cm) e com algodão umedecido na extremidade da folha (5 cm) que apresentaram
diferença significativa entre os demais tratamentos. Diferente do constatado por Santos et al.
(2001a) que observaram um efeito altamente significativo com as inoculações em diferentes
pontos a partir da base da folha, indicando que inoculações efetuadas na rego de transição entre
as partes aclorofilada e clorofilada resultam em menor desenvolvimento de sintomas. Ventura
(1994) considera que a zona de transição situa-se entre 5 cm e 15 cm da base da folha.
51
2.6. CONCLUSÃO
O controle da fusariose do abacaxizeiro deve ser iniciado desde a implantação do
plantio, certificando-se a qualidade sanitária das mudas e eliminando todas as plantas que
apresentarem os sintomas da doença.
A introdução de um palito contaminado com F. subglutinans f. sp. ananas a 2 e 5 cm da
base de folhas D, destacadas de abacaxizeiro, mostrou-se um método de inoculação eficiente,
incitando o desenvolvimento de lesões e possibilitando a avaliação dos sintomas da doença 15
dias as a inoculão.
52
2.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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55
CAPÍTULO 3: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE INDUTORES DE RESISTÊNCIA,
FUNGICIDAS E EXTRATOS VEGETAIS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE
Fusarium subglutinans f. sp. ananas
3.1. RESUMO
A fusariose causada por Fusarium subglutinans f. sp. ananas é a principal doença do
abacaxizeiro. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência de indutores de
resistência, fungicidas e extratos vegetais no crescimento micelial e esporulação de F.
subglutinans f. sp. ananas. O isolado do patógeno foi obtido, de partes da planta que
apresentaram sintomas da doença, em plantios comerciais do município de Santa Rita, PB. A
influência dos indutores Acibenzolar-S-methyl, Agro-Mos® e Ecolife®, e dos fungicidas
carbendazin, manconzeb e o oxicloreto de cobre, foram testados através de transferência de 25
µL para um orifício com 6 mm de diâmetro feito no centro de placas de Petri contendo BDA.
Os extratos brutos de alho, cebola e nim em diferentes concentrações, foram adicionados ao
meio BDA (batata-dextrose-ágar). Sobre o orifício foi adicionado um disco de estruturas
fúngicas (6 mm de diâmetro). Avaliações foram realizadas através de medição do diâmetro
das colônias em dois sentidos opostos, com o auxílio de uma régua milimetrada e,
posteriormente, foi feita a contagem de esporos em câmara de Neubauer. Os resultados
demonstraram que o crescimento micelial e esporulação de F. subglutinans f. sp. ananas foi
inibido em 100% pelo tratamento com alho em todas as concentrações. O isolado em estudo
foi pouco sensível aos fungicidas utilizados.
Palavras-chave: Ananas comosus, fusariose, controle alternativo.
56
EVALUATION OF ACTIVITY OF RESISTANCE INDUCTORS, FUNGICIDES AND
NATURALS PLANT EXTRACTS ABOUT THE GROWTH OF Fusarium subglutinans
f. sp. ananas
3.2. ABSTRACT
Fusariosis caused by Fusarium subglutinans f. sp. ananas, is the main disease of the
pineapple. The objective of the work was to evaluate the influence of resistance inducers,
fungicides and naturals plant extracts on mycelial growth and sporulation of F. subglutinans f.
sp. ananas. The pathogen was obtained from commercial planting areas in Santa Rita, PB,
with plants showing disease symptoms. The influence of the resistance inducers Acibenzolar-
S-methyl, Agro-Mos® and Ecolife®, and fungicides carbendazin, manconzeb and the copper
oxicloride of copper, had been tested by transference of 25 µL for role with 6 mm of diameter
on Petri dishes with BDA. Extracts of Allium sativum L., A. cepa L. and Azadirachta indica
(A) Juss. in different concentrations, had been added to BDA. On role a fungus structures disk
was added (6 mm of diameter). Evaluations were done by mensuration of diameter in two
opposing sides, with millimeter rule and were done spores counting. The results demonstrated
that mycelial growth and sporulation of F. subglutinans f. sp. ananas was inhibited in 100%
by treatment with garlic in all concentrations. The pathogen in study was lower sensitive to
the fungicides used.
Keywords: Ananas comosus, fusariosis, alternative control.
57
3.3. INTRODUÇÃO
O abacaxi [Ananas comosus (L.) Merril] é considerado uma das mais importantes
frutas tropicais, cuja comercialização vem se expandindo nos principais mercados nacional e
internacional, sendo a segunda fruta tropical a alcançar o mercado internacional, depois da
banana (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002). Essa frutífera tem origem na América do Sul,
sendo o Brasil um dos principais centros de diversidade genética. A cultura é encontrada em
quase todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo, devido à fácil adaptação a diferentes
condições edafoclimáticas e à grande facilidade de manejo cultural, possibilitando combinar
diferentes tipos e tamanhos de mudas, épocas de plantio e indução floral, de modo a produzir
frutos em todos os meses do ano, potencializando o rendimento econômico (VENTURA;
ZAMBOLIM, 2002). O Brasil é o atual maior produtor mundial de abacaxi e os maiores
produtores nacionais são os estados da Paraíba e do Pará (CUNHA et al., 2007).
As doenças estão entre os principais problemas que impedem a obtenção de altos
rendimentos, muitas das quais podem ser limitantes à produção (VENTURA; ZAMBOLIM,
2002). Embora existam poucas informações sobre a importância e o efeito de alguns agentes
patogênicos sobre essa cultura no Brasil, a fusariose é considerada a doença mais destrutiva
do abacaxizeiro, uma vez que em condições favoráveis pode causar perdas elevadas na
produção de frutos (CARVALHO et al., 2007).
A doença é causada pelo fungo Fusarium subglutinans f. sp. ananas (Wr. & Reinking)
f. sp. ananas Ventura, Zambolim & Gilb., anamorfa de Giberella fujikuroi (Saw.) var.
subglutinans e destaca-se pela freqüência com que ocorre e pelos danos causados nas
principais áreas produtoras do Brasil (VENTURA; COSTA, 2002). As perdas são variáveis
podendo atingir índices superiores a 80%. Além de perdas na produção de frutos, o patógeno
pode causar danos de aproximadamente 20% nas plantas antes de atingirem a fase de
frutificação e de 40% no material de plantio (VENTURA et al., 2007).
Os sintomas caracterizam-se, principalmente, pela exsudação de goma, que pode
aparecer nas mudas, plantas e frutos. Na fase de maturação, a exsudação gomosa ocorre
através das cavidades florais, e a parte afetada diminui de tamanho por causa da exaustão dos
tecidos internos, exibindo uma coloração avermelhada (CEINFO, 2008). O fruto pode ser
parcial ou totalmente afetado e adquirir no estágio final de evolução da doença um aspecto
mumificado (SANTA-CECÍLIA; CHALFOUN, 1998).
Medidas de controle da fusariose vêm sendo adotadas para amenizar as perdas na
produção de frutos, tais como uso de variedades resistentes e pulverizações preventivas
58
durante o desenvolvimento floral, com fungicidas (CHOAIRY, 1992; CARVALHO et al.,
2007). Uma alternativa ecológica promissora para substituir a proteção tradicional promovida
pela aplicação de fungicidas é a utilização de extratos de plantas com propriedades
antifúngicas, podendo, ainda, ser associada às demais prática de manejo integrado de doenças
contribuindo para atender à crescente demanda nacional e internacional por produtos
orgânicos (CARVALHO et al., 2000).
Outra tecnologia emergente capaz de reduzir doenças pós-colheita é o uso de indutores
de resistência bióticos e abióticos (SCHAFFRATH et al., 1996), que consiste em ativar
mecanismos de defesa da planta ou parte desta, fazendo com que ela própria se defenda contra
ataque de patógenos (AGRIOS, 2005), pela atuação dos mecanismos de defesa da planta em
resposta ao estímulo dos indutores biológicos, físicos ou químicos.
Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi comparar os efeitos de indutores de
resistência, extratos vegetais e fungicidas no crescimento micelial e esporulação de F.
subglutinans f. sp. ananas.
59
3.4. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Fitopatologia, Departamento de
Fitotecnia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Campus II,
Areia, PB.
3.4.1. Isolamento do patógeno
O isolado de F. subglutinans f. sp. ananas foi proveniente de plantas de abacaxizeiro
cv. ‘Pérola’, cultivadas no município de Santa Rita, Paraíba, com sintomas de fusariose.
Os procedimentos de isolamento constaram da desinfestação de fragmentos de tecidos
lesionados com álcool 70% por três minutos, lavagem com solução de hipoclorito de sódio a
5%
por um minuto e lavagem por duas vezes consecutivas em água destilada esterilizada
(ADE). Os fragmentos foram acondicionados em placas de Petri contendo meio BDA (batata-
dextrose-ágar). As placas foram incubadas por sete dias, à temperatura de 25+2ºC e
fotoperíodo de 12 horas.
3.4.2. Obtenção dos extratos vegetais, indutores de resistência e fungicidas químicos
para controle da fusariose do abacaxizeiro
Foram testados os extratos brutos de alho, cebola e nim. Na preparação dos extratos,
foram utilizados 100g do material vegetal (folhas de nim, bulbos de alho e cebola), trituradas
em liquidificador com 250 mL de ADE e 250 mL de álcool etanólico P.A., colocados em um
recipiente de vidro vedado e submetidos, por um período de 96 horas, à infusão.
Posteriormente, os extratos foram filtrados em gaze esterilizada e mantidos em recipiente
aberto, durante 72 horas, para favorecer a evaporação do álcool. Após esse período, os
mesmos foram armazenados em vidro âmbar e incubados a 4°C. Cada extrato hidroalcóolico
foi adicionado ao BDA nas concentrações de 20%, 30% e 40%.
Os indutores de resistência utilizados foram o Acibenzolas-S-methyl (Bion®,
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda, São Paulo-SP), Agro-Mos® (mananoligossacarídeo
fosforilado derivado da parede da levedura Saccharomyces cerevisae 1026 (Hansen),
Improcrop Brasil, Curitiba-PR) e Ecolife® (Quinabra, Química Natural Brasileira, São José
dos Campos-SP) e os fungicidas carbendazin (Derosal), mancozeb (Dithane M 45) e o
oxicloreto de cobre (Cupravit azul) usados nas concentrações recomendadas pelo fabricante.
60
3.4.3. Utilização de extratos vegetais, indutores de resistência e fungicidas no controle
micelial e esporulação de F. subglutinans f. sp. ananas
Os extratos vegetais, indutores e fungicidas foram testados nas concentrações
anteriormente mencionadas com o objetivo de observar seus efeitos sobre a inibição do
crescimento micelial e esporulação de F. subglutinans f. sp. ananas. O fungo foi cultivado em
placas de Petri com BDA e incubado a 25+2 ºC, sob fotoperíodo de 12 horas por um período
de sete dias.
Realizou-se a transferência de 25 µL de cada indutor e fungicida em estudo para um
orifício (6 mm de diâmetro) feito no centro de placas de Petri. Sobre o orifício foi colocado
um disco de estruturas (6 mm de diâmetro), obtido de cultura jovem de F. subglutinans f. sp.
ananas com sete dias de idade. Os extratos vegetais foram ajustados para as referidas
concentrações, sendo diluído em ADE, adicionados ao meio BDA e vertidos nas placas após
autoclavagem.
Após sete dias de incubação, mediram-se os diâmetros das colônias, com auxílio de
uma régua milimetrada e quantificou-se a esporulação nos diferentes tratamentos. Para isso,
foram adicionadas 10 mL de água destilada, contendo Tween 80 a 0,05% por placa. A
suspensão obtida foi filtrada em dupla camada de gaze esterilizada e a concentração de
conídios determinada em câmara de Neubauer. Apenas os extratos de nim e cebola a 20%
foram mensurados por apresentarem produção de esporos.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com 15
tratamentos + testemunha, utilizando-se ADE, com cinco repetições, sendo as médias do
crescimento micelial e esporulação comparadas pelo Teste de Scott Knott a 5% de
probabilidade.
61
3.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.5.1. Avaliação dos extratos vegetais, indutores de resistência e fungicidas no
crescimento micelial e esporulação de F. subglutinans f. sp. ananas
A inibição do crescimento micelial de F. subglutinans f. sp. ananas com as diferentes
concentrações de extrato bruto de alho, cebola e nim está representada na Figura 1.
ccccccc
b
b
a
0
10
20
30
40
50
ALHO20
ALHO30
ALHO40
CEB20
CEB30
CEB40
NIM20
NIM30
NIM40
TEST
Tratamentos
Crescimento micelial (cm)
Figura 1. Crescimento micelial (cm) de Fusarium subglutinans f. sp. ananas em meio BDA
contendo extratos hidroalcóolicos de cebola, nim e alho (0, 20, 30 e 40%). A testemunha foi
tratada com água destilada esterilizada.
O extrato de alho inibiu o crescimento micelial em 100%. Todos os extratos vegetais
testados demonstraram propriedades fungitóxicas a partir da concentração de 20%. Os
extratos de cebola e nim a 20% não reduziram o crescimento de micélio (Figura 1) de F.
subglutinans f. sp. ananas em relação à testemunha. As concentrações de 30% e 40% para nim
e cebola e todas as concentrações (20, 30 e 40%) utilizadas de alho não permitiram o
crescimento micelial do fungo, indicando serem potenciais agentes de controle do patógeno in
vitro. Todos os extratos reduziram de forma eficiente o crescimento do fungo.
Utilizando extratos de aroeira (Schinus molle), barbatimão (Stryphnodendron
barbadetiman), caju roxo (Anacardium occidentale), alho (Allium sativum) e gengibre
(Zenziber officinale), Carvalho et al. (2003) obteve resultados satisfatórios in vitro e in vivo na
62
inibição do crescimento micelial de F. subglutinans, usando estes em substituição aos
fungicidas durante o período de abertura das flores em intervalos semanais em abacaxizeiro.
Produtos alternativos como o óleo de nim (Azadirachta indica) (MOZZER, 2004) e o óleo de
melaleuca (Melaleuca alternifolia) (CAMPACCI, 2004) exibiram inibição do crescimento
micelial de F. subglutinans f. sp. ananas, entretanto, carece de informações em condições de
campo.
No presente trabalho, a redução no desenvolvimento micelial foi crescente
proporcionalmente ao aumento das concentrações dos extratos. O tratamento que
proporcionou maior controle foi o extrato de alho, não permitindo desenvolvimento do fungo
em nenhuma das concentrações utilizadas.
Ribeiro e Bedendo (1999) verificaram que o crescimento radial da colônia de
Colletotrichum gloeosporioides, agente causal da podridão de frutos de mamoeiro, foi
reduzido em até 67,6%, em relação à testemunha, utilizando o extrato de alho. A literatura
relata trabalhos evidenciando o efeito tóxico do alho sobre o crescimento de fungos
fitopatogênicos (BARROS et al., 1995; CARVALHO, 2003).
Bolkhan e Ribeiro (1981) constataram que o uso de extrato de bulbilhos de alho na
concentração 5000 ppm promoveu inibição de 37, 66 e 76 % no desenvolvimento de micélio
de Cylindrocladium clavatum, F. subglutinans e Rhizoctonia solani, respectivamente.
Também observaram o efeito sobre o desenvolvimento de colônias dos fungos do gênero
Curvularia e Alternaria quando cultivados em meios contendo extrato de alho nas
concentrações de 1000 a 10000 ppm, respectivamente (BARROS et al., 1995).
Valarini et al. (1994) trabalhando com óleo essencial de capim-limão (Cymbopogon
citratus) a 10%, observaram inibição total do crescimento micelial de F. solani f.sp. phaseoli,
Sclerotinia sclerotiorum e R. solani, enquanto S. rolfsii apresentou-se menos sensível.
Gasparin et al. (1998) observaram que o óleo essencial e extrato bruto de alho promoveram
inibição do crescimento micelial de R. solani e de A. steviae quando utilizaram alíquotas de
1000 µL do óleo essencial e concentrações de 8000 e 10000 ppm do extrato bruto. Kishore et
al. (1989) verificaram o controle de R. solani com óleo essencial de erva-de-Santa-Maria
(Chenopodium ambrosioides) numa concentração de 1000 ppm e observaram que o efeito
fungitóxico permanecia por até um ano.
Um grande potencial antimicrobiano de aromáticos naturais tem sido observado
(FIORI et al. 2000, KRAUZE-BARANOWSKAA et al. 2002), incluindo-se as ações
protetoras contra microrganismos fitopatogênicos (ALMEIDA; REGITANO-d'ARCE, 2000).
Silva et al. (2005) avaliando o desenvolvimento de fungos, observaram que o extrato de
63
sucupira e o fungicida tebuconazole reduziram significativamente o crescimento micelial de
A. brassicae, F. oxysporum, R. solani e Ceratocystis fimbriata. Porém, o fungicida mostrou-se
significativamente superior ao extrato bruto de sucupira, exceto para o fungo A. brassicae.
O uso de extratos vegetais no controle da fusariose do abacaxizeiro desponta-se como
uma tecnologia eficiente, ecológica e econômica, possuindo um grande potencial de aplicação
em um programa integrado de controle de doenças de plantas. Tecnologia esta,
completamente inócua ao homem e ao meio ambiente, sintonizada com as atuais tendências
agrícolas mundiais nas quais, a ecologia se alia cada vez mais à química no delicado processo
de proteção de plantas contra pragas e doenças.
Na Figura 2 apresenta-se a inibição do crescimento micelial do fungo F. subglutinans
f. sp. ananas com os indutores de resistência, bem como os fungicidas.
b
b
b
c
aa
d
0
10
20
30
40
50
AGR
BION
CUPRAVIT
DEROSAL
DITHANE
ECOL
TEST
Tratamentos
Crescimento micelial (cm)
Figura 2. Crescimento micelial (cm) de Fusarium subglutinans em meio BDA contendo
indutores de resistência (Acibenzolar-S-methyl, Agro-mos e Ecolife) e fungicidas
(carbendazin, mancozeb e oxicoreto de cobre). A testemunha foi tratada com ADE.
Foram observadas diferenças significativas entre os efeitos dos fungicidas no
desenvolvimento do fungo. Os fungicidas mancozeb e oxicloreto de cobre reduziram o
crescimento micelial do F. subglutinans f. sp. ananas, nas concentrações utilizadas (Figura 2).
O fungicida carbendazin, comumente utilizado nos plantios de abacaxi no estado da Paraíba,
não apresentou nenhum efeito inibitório não diferindo da testemunha.
64
Em experimento realizado em campo, Carvalho (2003) verificou incidência da
fusariose do abacaxizeiro em torno de 30,2% no tratamento testemunha e de 7,5% no
tratamento tradicional à base do fungicida tiofanato metílico. Dentre as plantas antibióticas
utilizadas, destacaram-se o alho, o gengibre e, principalmente o barbatimão (Stryphnodendron
barbadetiman) que, com 7,6% de incidência, conseguiu controlar a fusariose do abacaxizeiro
tão eficientemente quanto o fungicida.
Fischer et al. (2006) avaliaram o crescimento micelial de três isolados de F.
subglutinans, utilizando os fungicidas azoxystrobin, captan, tiofanato metílico, carbendazin,
thiabendazole, tebuconazole, triadimefom e triadimenol. Apenas tebuconazole, thiabendazole
e carbendazin inibiram o crescimento micelial do fungo. Resultado contrário foi obtido com o
carbendazin, uma vez que este não demonstrou efeito sobre o crescimento de F. subglutinans
f. sp. ananas.
Poucos são os trabalhos utilizando indutores de resistência. Pode-se destacar a
ausência de efeitos tóxicos do agente indutor sobre o patógeno desafiante, ou seja, se o agente
indutor tem efeito deletério sobre o patógeno e não separação espacial entre eles, pode não
tratar-se de indução de resistência, ainda que a atividade testada seja apenas in vitro. Assim a
ação in vitro pode estar ausente in vivo (STEINER e SCHÖNBECK, 1995).
A esporulação de F. subglutinans f. sp. ananas (Figura 3), foi influenciada pelos
extratos de cebola e nim, diferindo estatisticamente da testemunha. O extrato de alho não
permitiu a esporulação, em todas as concentrações utilizadas (20, 30 e 40%).
Com relação à esporulação houve diferença significativa entre os três fungicidas
utilizados nesta pesquisa (Figura 3).
65
0
2
4
6
8
10
12
14
AGROMOS
BION
CEB20
CUPRAVIT
DEROSAL
DITHANE
ECOLIFE
NIM20
TEST
Tratamentos
Conídios (100mL¹ x 10
6
)
b
c
c
b
b
c
c
a
c
Figura 3. Esporulação de Fusarium subglutinans f. sp. ananas em meio BDA contendo os
extratos brutos de cebola e nim (20%), os indutores de resistência (Agro-Mos, Acibenzolar-S-
methyl e Ecolife) e fungicidas (mancozeb, carbendazin e oxicloreto de cobre). A testemunha
foi tratada com ADE.
**Médias seguidas de mesma letra não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Scott
Knott.
Os indutores de resistência apresentaram resultados significativos. Houve diferença
significativa entre os três indutores utilizados com relação à testemunha. Vários trabalhos têm
sido realizados utilizando indutores bióticos e abióticos na indução de resistência de plantas a
patógenos (BENHAMOU; BÉLANGER, 1998; SILVA; RESENDE, 2001; PEREZ, 2002;
QUERINO et al., 2005).
66
3.6. CONCLUSÃO
Os extratos vegetais apresentaram-se como uma alternativa no controle de F.
subglutinans f. sp. ananas nas concentrações estudadas no presente trabalho. O fungicida
mancozeb demonstrou um resultado satisfatório no controle do crescimento micelial do
fungo. Na esporulação, mancozeb diferiu estatisticamente dos demais fungicidas. O indutor
de resistência Ecolife® destacou-se pelo efeito significativo sobre a germinação de esporos,
bem como o Acibenzolar-S-methyl.
67
3.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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doenças de plantas: fruteiras. Viçosa: UFV. 2002. p. 445-502.
71
CAPÍTULO 4: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE INDUTORES DE RESISTÊNCIA,
FUNGICIDA E EXTRATOS VEGETAIS NO CONTROLE DA PODRIDÃO NEGRA
EM ABACAXI ‘PÉROLA’
4.1. RESUMO
A podridão-mole ou podridão negra, causada pelo fungo Chalara paradoxa, é uma doença
pós-colheita que pode ser responsável por perdas elevadas, tanto em frutos para consumo in
natura, quanto naqueles destinados à indústria de processamento. O corte do pedúnculo e
ferimentos na casca do fruto favorecem à infecção. O objetivo do presente trabalho foi avaliar
o efeito de indutores de resistência, fungicida e extratos vegetais no controle da podridão
negra em abacaxi. Os isolados foram obtidos de frutos coletados no município de Santa Rita,
Paraíba, que apresentaram sintomas da doença. Utilizou-se 32 frutos de abacaxi cv. Pérola,
lavados em água corrente e desinfestados com hipoclorito de sódio a 4,0% por 5 minutos.
Após secagem em temperatura ambiente, os frutos foram pulverizados com os tratamentos: 1)
ADE (água destilada esterilizada); 2) carbendazin; 3) Acibenzolar-S-methyl (Bion); 4)
Ecolife
®
; 5) Agro-Mos
®
; 6) extrato de alho a 20%; 7) extrato de cebola a 20%; e 8) extrato de
nim a 20%. Os frutos tratados permaneceram em câmara úmida por 24 horas, antes da
inoculação com um disco de estruturas (6mm) do fungo, colocados sobre um ferimento na
região da casca. A avaliação do progresso da doença foi realizada seguindo-se escala de notas,
onde: 1 - Ausência de sintomas, 2 Podridão negra em área da casca equivalente a 1-5
frutilhos, 3 Podridão negra em área da casca equivalente a 6-10 frutilhos, 4 - Podridão
inicial da polpa com coloração pardo amarelada e 5 - Podridão e desintegração da polpa
atingindo área superior a 50% do fruto. O delineamento experimental foi o inteiramente
casualizado, com oito tratamentos e quatro repetições, sendo as médias comparadas pelo teste
de Scott-Knott a 5% de probabilidade. O tratamento que apresentou melhor resultado foi o
Ecolife
®
aumentando o período de vida útil dos frutos e menor severidade da doença.
Termos para indexação: Ananas comosus, Chalara paradoxa, controle pós-colheita.
72
EVALUATION OF ACTIVITY OF RESISTANCE INDUCERS, CHEMICAL
FUNGICIDE AND NATURALS PLANT EXTRACTS ON BLACK ROT OF
PINEAPPLE, CV. PÉROLA
4.2. ABSTRACT
Black rot of pineapple, caused by Chalara paradoxa (De Seyn.) Sacc., is postharvest disease
responsible by higher losses, on fruits in nature, and for processing industry. Penetration of
fungus inside cells occur by wounds and stem cutting, causing infection. The objective of this
work was evaluate the effect of resistance inducers, chemical fungicide and naturals plant
extracts on black rot of pineapple control. It was used 32 fruits of pineapple, cv. Pérola,
disinfested during five minutes with sodium hypochlorite at 4% for 10 minutes. After drying
at room temperature, fruits were treated, by pulverization, with: 1) Distilled water (control), 2)
carbendazin 3) Acibenzolar-S-methyl; 4) Ecolife
®
; 5) Agro-Mos
®
; 6) Allium sativum extract
at 20%; 7) A. cepa at 20%; and 8) Azadirachta indica at 20%. Treated fruits were incubated
on humid chamber with polyethylene bags during 24 hours before inoculation procedure
using a fungus structures disk added on wound in fruit epidermal area. Evaluation of disease
progress was done by disease index: 1- no symptoms, 2- black rot on epidermis reaching 1-5
simple fruits, 3- black rot on epidermis reaching 6-10 simple fruits, 4- internal black rot
yellow and 5- black rot and disintegration of internal area more than 50%. Experimental
design was completely randomized with eight treatments and five replications, using general
linear models with multinomial distribution and media compared by Scott-Knott test at 5%.
Treatment that showed higher potentiality for black rot disease on pineapple was Ecolife, with
more life period of fruits and disease symptoms retarding.
Index Terms: Ananas comosus, Chalara paradoxa, postharvest control.
73
4.3. INTRODUÇÃO
Também conhecida por podridão-mole, a podridão negra do fruto do abacaxizeiro
[Ananas comosus L. (Merril)], causada pelo fungo Chalara paradoxa (De Seyn.) Sacc. É uma
doença de pós-colheita responsável por perdas elevadas, principalmente em frutos destinados
à indústria, devido ao tempo decorrido entre a colheita e o processamento (MATOS, 2005). A
infecção dos frutos do abacaxizeiro por C. paradoxa pode ocorrer de duas maneiras sendo a
mais comum pelo pedúnculo, por meio do corte da colheita e remoção das mudas tipo filhote
e, em menor escala, através de ferimentos na casca, resultantes do manuseio e transporte
inadequados (VENTURA; ZAMBOLIM, 2002).
A colonização dos tecidos inicia-se entre 8 e 12 horas após a ocorrência dos
ferimentos. Além disso, chuvas durante a colheita resultam, geralmente, em altos percentuais
de frutos infectados. O patógeno pode persistir no solo como microconídios e clamidósporos.
Em frutos refrigerados (8ºC) a doença não se desenvolve, no entanto, quando os frutos são
transferidos para local com temperatura ambiente (24-26ºC), a doença evolui com rapidez
(MATOS, 1999), em decorrência de perda de resistência do fruto ocasionado pelo dano pelo
frio (CUNHA et al., 1999).
Segundo Carvalho e Lacerda (2005), o controle da podridão negra depende da
integração de uma série de medidas, tais como, colher o fruto com uma parte do pedúnculo de
aproximadamente 2 cm de comprimento, manusear adequadamente os frutos na pós-colheita
para evitar ferimentos na sua superfície, tratar de imediato os ferimentos do pedúnculo com
fungicidas sistêmicos como os benzimidázois, eliminar os restos culturais nas proximidades
das áreas onde os frutos são processados na pós-colheita, reduzir ao mínimo o período entre a
colheita e o processamento dos frutos e armazenar e transportar os frutos sob condições de
refrigeração, em temperaturas próximas de 12ºC.
Fungicidas têm sido usados no controle da doença, como os benzimidazóis, imidazóis
e triazóis (CUNHA et al. 1999; MAPA, 2001). O tratamento pós-colheita do pedúnculo com
thiabendazol 0,15% i.a. em água e 0,03% i.a. em álcool apresentou eficiência de 95 a 100%,
respectivamente. O triadimefon (0,05% i.a.) também apresentou eficiência nos tratamentos
pós-colheita do pedúnculo (VENTURA; COSTA, 2002).
O uso irracional de agrotóxicos acarreta sérios problemas ao meio ambiente, homem e
animais. Desta forma, pesquisas vêm sendo feitas com métodos alternativos de controle de
doenças tais como o uso de biofungicidas, extratos vegetais e óleos essenciais (MOREIRA et
al., 2002). A utilização de extratos de plantas com propriedades antifúngicas constitui-se
74
numa alternativa ecológica promissora, podendo, ainda, ser associada às demais práticas de
manejo integrado de doenças, contribuindo para atender à crescente demanda nacional e
internacional por produtos orgânicos (CARVALHO et al., 2000) e ao programa do MAPA, e
Produção Integrada de Frutos (CUNHA et al., 1999), que visa a adoção de medidas que
reduzirão os custos de produção e aumentarão a produtividade da cultura (CUNHA, 2007).
Além dessa tecnologia, o uso de indutores de resistência bióticos e abióticos
(SCHAFFRATH et al., 1996), também tem sido usado em substituição ao uso de agrotóxicos.
Pesquisas vêm sendo feitas a fim de investigar indução de resistência em pós-colheita para o
controle de doenças (BARROS et al., 1995; FORBES-SMITH, 1999; CARVALHO et al.,
2003; ; DANTAS, 2003; BRITO et al., 2005). Frutos e hortaliças tratados com indutores
bióticos ou abióticos, que intensificam a indução de respostas de resistência, antes da invasão
dos patógenos, podem conferir resistência, retardando o processo de infecção e prolongando a
vida dos frutos no armazenamento, sem que ocorra a necessidade de aplicação de agrotóxicos
(FORBES-SMITH, 1999).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de indutores de resistência,
fungicida e extratos vegetais no controle da podridão negra em abacaxi cv. Pérola.
75
4.4. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Fitopatologia, Centro de Ciências
Agrárias - CCA, Universidade Federal da Paraíba – UFPB.
4.4.1. Isolamento do patógeno
O isolamento do patógeno foi realizado a partir de abacaxis, com sintomas típicos de
podridão negra. Os procedimentos de isolamento constaram da desinfestação de fragmentos
de tecidos lesionados com álcool 70% por três minutos, lavagem com solução de hipoclorito
de sódio a 5%
por um minuto e lavagem por duas vezes consecutivas em água destilada
esterilizada (ADE). Os fragmentos foram acondicionados em placas de Petri contendo o meio
nutritivo batata-dextrose-ágar (BDA). As placas foram incubadas por sete dias, à temperatura
de 25+2ºC e fotoperíodo de 12 horas.
4.4.2. Obtenção dos extratos vegetais, indutores de resistência e fungicida para controle
da podridão negra do abacaxizeiro
Foram utilizados no presente trabalho extratos de alho (Allium sativum L.), cebola
(Allium cepa L.) e nim [Azadirachta indica (A) Juss.]. Os indutores de resistência utilizados
foram o Acibenzolar-S-methyl, Agro-Mos
®
e Ecolife
®
e o fungicida carbendazin (Derosal),
utilizado pelos produtores de abacaxi no Estado da Paraíba, nas concentrações indicadas pelo
fabricante.
Na preparação dos extratos, foram utilizados 100g do material vegetal, triturados em
liquidificador com 250 mL de ADE e 250 mL de álcool etanóico P.A., colocados em um
recipiente de vidro vedado e submetidos, por um período de 96 horas, à infusão.
Posteriormente, os extratos foram filtrados em gaze esterilizada e mantidos em recipiente
aberto, durante 72 horas, para favorecer a evaporação do álcool. Após esse período, os
mesmos foram armazenados em vidro âmbar e incubados a 4°C.
76
4.4.3. Aplicação dos extratos vegetais, indutores de resistência e fungicida no controle de
Chalara paradoxa em abacaxi
Foram utilizados 32 abacaxis sadios cv. ‘Pérola’, em estádio de maturação comercial
(colhidos ‘de vez’, primeiros sinais de amarelecimento da casca), sendo submetidos aos
processos de desinfestação com água e sabão e, posteriormente, com hipoclorito de sódio a
4,0% durante cinco minutos. Após secagem em temperatura ambiente, os frutos foram
pulverizados, com: 1) ADE (Água Destilada Esterilizada); 2) carbendazin; 3) Acibenzolar-S-
methyl; 4) Ecolife
®
; 5) Agro-Mos
®
; 6) extrato de alho; 7) extrato de cebola e 8) extrato de
nim.
Os frutos tratados permaneceram em câmara úmida, composta por sacos de polietileno
transparentes, por 24 horas. A inoculação do patógeno foi feita com a retirada de discos de
estruturas de C. paradoxa, com diâmetro de 6mm, retirados da extremidade do crescimento
micelial, após sete dias de incubação a 25+2ºC e fotoperíodo de 12 horas. Os discos foram
depositados em ferimentos feitos na epiderme dos frutos com um perfurador flambado.
4.4.4. Avaliação do progresso da doença
As avaliações do progresso da doença foram realizadas durante nove dias, seguindo-se
uma escala de notas (BRITO et al., 2005) onde: 1 - Ausência de sintomas; 2 Podridão negra
em área da casca equivalente a 1-5 frutilhos; 3 Podridão negra em área da casca equivalente
a 6-10 frutilhos; 4 - Podridão inicial da polpa com coloração pardo amarelada; 5 - Podridão e
desintegração da polpa atingindo área superior a 50% do fruto.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com oito tratamentos e
quatro repetições, utilizando os modelos lineares generalizados com distribuição multinomial,
sendo as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
77
4.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1, observa-se a severidade da podridão negra do abacaxi após a inoculação.
O efeito dos tratamentos foi avaliado até o nono dia, e pode-se observar, até o terceiro dia
que, os frutos de abacaxizeiro não expressaram sintomas da doença após inoculação com C.
paradoxa, independente do tratamento utilizado.
Tabela 1. Avaliação dos tratamentos aplicados no controle pós-colheita da podridão negra
do abacaxizeiro em frutos inoculados artificialmente com Chalara paradoxa
Dias após inoculação Tratamentos
Extrato de Alho (20%) 1 a 1 a 1 a 2 a 2 a 3 a 3 a 4 a 4 b
Extrato de Nim (20%) 1 a 1 a 1 a 2 a 2 a 3 a 3 a 4 a 4 b
Extrato de Cebola (20%) 1 a 1 a 1 a 1 c 2 a 2 c 2 c 2,3 c 4 b
Agromos® 1 a 1 a 1 a 1,5 b 2 a 2,5 b 2,5 b 3,3 b 3,3 c
Acibenzolar-S-methyl 1 a 1 a 1 a 1,5 b 2 a 2 c 2 c 3 b 3 c
Ecolife® 1 a 1 a 1 a 1 c 2 a 2 c 2 c 2 c 2 d
Carbendazin (Derosal) 1 a 1 a 1 a 1 c 2 a 2 c 2,3 c 2,2 c 4 b
Test/ADE 1 a 1 a 1 a 1 c 2 a 2 c 2 c 3 b 5 a
*Avaliações feitas através de escala de notas, onde: 1 - Ausência de sintomas; 2 Podridão-
negra em área da casca equivalente a 1-5 frutilhos; 3 – Podridão-negra em área da casca
equivalente a 6-10 frutilhos; 4 - Podridão inicial da polpa com coloração pardo amarelada; 5 -
Podridão e desintegração da polpa atingindo área superior a 50% do fruto.
**Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo
teste de Scott Knott.
A partir do quarto dia observou-se diferença entre os tratamentos no que se refere à
severidade da doença, sendo os extratos de alho e nim, os que mais evidenciaram os sintomas
da doença. Nota-se que no quinto dia os sintomas foram semelhantes em todos os tratamentos
utilizados.
No sexto, sétimo e oitavo dias após a inoculação, os frutos de abacaxizeiro mostraram
maior suscetibilidade a infecção de C. paradoxa quando tratados com os extratos de alho e
nim. Neste mesmo período, os frutos tratados com o extrato de cebola não evidenciaram
semelhante severidade para os sintomas da podridão, permanecendo assim até o oitavo dia
78
sendo superior no último dia de avaliação. Nos tratamentos com alho e nim a severidade
aumentou de forma superior aos demais tratamentos, do sexto ao nono dia após a inoculação.
Em trabalho semelhante, Brito et al. (2005) utilizando extratos de cajú (Anacardium
occidentale L.), manjericão (Ocimum minimum L.), melão-de-são-caetano (Momordica
charantia L.) e angico (Anadenanthera colubrina), constatou que o melão-de-são-caetano
mostrou resultados promissores no controle da podridão negra. Trabalhando com extratos de
nim, citronela [Cymbopogon nardus (L.) Rendle] e erva-doce (Pimpinella anisum L.),
Barbosa et al. (2007) constataram que os abacaxis tratados com extrato de nim apresentaram
menor incidência e menor severidade no desenvolvimento de C. paradoxa, quando
comparado aos demais extratos.
Trabalhos têm evidenciado o efeito fungitóxico do alho sobre o crescimento de
fitopatógenos. Bolkan e Ribeiro (1981) constataram que o uso de extrato de bulbilhos na
concentração 5000 ppm promoveu inibição de 37, 66 e 76% no crescimento micelial de
Cylindrocladium clavatum, Fusarium moniliforme var. subglutinans e Rhizoctonia solani,
respectivamente. São relatados também, segundo Barros et al. (1995), o efeito sobre o
desenvolvimento de colônias dos fungos do gênero Curvularia e Alternaria, quando
cultivados em meios contendo extrato de alho nas concentrações de 0,1 e 1%,
respectivamente.
Utilizando extratos de aroeira (Schinus molle), barbatimão (Stryphnodendron
barbadetiman), cajú roxo (Anacardium occidentale), alho e gengibre (Zenziber officinale),
Carvalho (2003) também obteve resultados satisfatórios in vitro e in vivo na inibição do
crescimento micelial de Fusarium subglutinans, usando estes em substituição aos fungicidas
durante o período de abertura das flores em intervalos semanais em abacaxizeiro. Os extratos
vegetais utilizados no presente trabalho não controlaram a infecção causada por C. paradoxa,
e os extratos de alho e nim, proporcionaram desenvolvimento mais acelerado da severidade da
doença.
O fungicida carbendazin (Derosal) apresentou resultados promissores, porém no nono
dia após inoculação mostrou-se ineficiente no controle da severidade da doença. Durante a
progressão da doença, os indutores Acibenzolar-S-methyl e Agro-mos
®
não diferiram
estatisticamente, sem resultados satisfatórios e apresentaram controle inferior ao Ecolife
®
. O
Ecolife
®
apresentou-se como o mais eficiente entre todos os tratamentos utilizados sendo
considerado com efeito promissor no controle da podridão negra.
O indutor de resistência Ecolife
®
assim como outros indutores, já é utilizado em outros
patossistemas, como no controle de ldio da videira, ocasionado pelo fungo Plasmopara
79
viticola, entretanto não existem registros da utilização deste indutor de resistência no controle
da podridão negra do abacaxizeiro, apenas no controle de fusariose causada por Fusarium
subglutinans nesta cultura (CARVALHO et al., 2003).
Observa-se na Tabela 1 que o índice de infecção causada por C. paradoxa cresceu
com o aumento dos dias após a inoculação, sendo no nono dia constatados maiores índices de
infecção nos frutos avaliados.
Tratando-se de indutores de resistência, os trabalhos realizados mencionam o uso de
Bion
®
em diferentes plantas para o controle de alguns patógenos (BENHAMOU;
BÉLANGER, 1998; SILVA; RESENDE, 2001; PEREZ, 2002, QUERINO et al., 2005), como
Colletotrichum gloeosporioides em mamão (DANTAS, 2003; OLIVEIRA et al., 2004) e no
controle da mancha aquosa em melão, ocasionada pela bactéria Acidovorax avenae subsp.
citrulli (SILVA et al., 2002).
Brito et al. (2005) utilizando tratamentos com o fungicida mancozeb e o indutor de
resistência Acibenzolar-S-methyl, não observaram resultados significativos no controle da
podridão negra do abacaxizeiro.
80
4.6. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos neste trabalho, existe a possibilidade de se
controlar a podridão negra do abacaxizeiro com a utilização do indutor de resistência
Ecolife
®
.
81
4.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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85
CONCLUSÕES GERAIS
* A certificação da qualidade sanitária das mudas e a eliminação das plantas com sintomas da
doença são essenciais no controle da fusariose do abacaxizeiro;
* A introdução de um palito contaminado com F. subglutinans f. sp. ananas a 2 e 5 cm da base
de folhas D, destacadas de abacaxi, mostrou-se um método de inoculação eficiente, incitando o
desenvolvimento de lesões;
* Os extratos vegetais empregados mostraram atividade antifúngica com relação ao
desenvolvimento do F. subglutinans f. sp. ananas, porém não foram eficientes no controle da
podridão negra, causada por Chalara paradoxa;
* Os produtos químicos usados mancozeb (fungicida) e Ecolife
®
(indutor de resistência)
tiveram efeito significativo no crescimento micelial e esporulação de F. subglutinans f. sp.
ananas, respectivamente;
* O fungicida carbendazin usado pelos abacaxicultores da Paraíba não teve efeito sobre o
crescimento e esporulação de F. subglutinans f. sp. ananas, bem como não inibiu o
desenvolvimento da lesão causada por C. paradoxa nos frutos de abacaxizeiro;
* O indutor de resistência Ecolife
®
pode ser recomendado para o controle da podridão negra,
causada por C. paradoxa em abacaxizeiro.
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