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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUB
´
A
PROGRAMA DE P
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OS-GRADUAC¸
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AO EM F
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ISICA E
MATEM
´
ATICA APLICADA
Dissertac¸
˜
ao de Mestrado
Cosmologia Dominada pela
Eletrodinˆamica Semi-Cl´assica
Grasiele Batista dos Santos
Orientador: Prof. Dr. Renato Klippert
Disserta¸ao submetida ao Programa de os-Gradua¸ao em F´ısica e Matem´atica
Aplicada como parte dos requisitos para obten¸ao do t´ıtulo de Mestre em
Ciˆencias em F´ısica e Matem´atica Aplicada.
Itajub
´
a, Marc¸o de 2008.
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Ao grande companheiro de todos os momentos, Eduardo Bittencourt.
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Agradecimentos
Agrade¸co primeiramente ao mestre, flor n o lodo, Renato Klippert, pela paciˆencia e
exemplo.
Ao meu pai, Anonio Joaquim dos Santos, que sempre me motivou, e acreditou em
mim.
Aos colegas, especialmente a uma grande amizade (maternidade?) nascida nestes dois
anos, arcia Regina Guedes.
Ao professor Vitorio de Lorenci, que desde o p rimeiro ano da gradua¸ao me ensinou o
qu˜ao bela ´e a natureza.
`
A CAPES pelo apoio financeiro.
i
Resumo
A lagrangeana efetiva de Heisenberg-Euler ´e utilizada como fonte para a geometria de
Friedmann-Lemaˆıtre-Robertson-Walker. Utiliza-se uma ab ordagem perturbativa nos in-
variantes do campo, ao analisadas aproxima¸oes de ordem superior `a segunda ordem.
Mostra-se que a expans˜ao perturbativa da lagrangeana em potˆencias do invariante escalar
F ´e tal que, quando aproximada at´e ordens pares, a origem a solu¸oes cosmol´ogicas
regulares, enquanto que aproxima¸oes at´e ordens ´ımpares geram solu¸oes singulares.
ii
Abstract
The effective Heisenberg-Euler lagrangian is considered as a source for de Friedmann-
Lemaˆıtre-Robertson-Walker (FLRW) geometry in a semiclassical analysis. A perturbative
approach on the field invariants is used and approximations up to higher than second order
are analyzed. We show in this work that the lagrangian expansion is such that, when
approximated up to even orders and applied to a spatially homogeneous and isotropic
metric structure, generates regular cosmological solutions. When approximated up to
odd orders, the expansion as source of Einstein’s equations generates singular solutions.
iii
Conte´udo
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ii
Abstract . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iii
´
Indice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iv
1 Introdu¸ao 1
2 Singularidades 4
2.1 Caracteriza¸ao das Singularidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Congruˆencias Geod´esicas Causais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Pontos Conjugados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Curvas de aximo Comprimento e Teoremas de Singularidade . . . . . . . 14
3 Lagrangeana Efetiva Para a QED 17
3.1 QED em campos eletromagn´eticos externos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.2 Lagrangeana Efetiva de Heisenberg-Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4 Modelo de FLRW ao Singular 20
4.1 Universo Singular de Einstein-Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.2 Modelo ao-Singular Para o Universo de FLRW . . . . . . . . . . . . . . . 22
5 Aproxima¸oes de Ordem Superior 26
5.1 Universo Singular de Terceira Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.2 Universo ao-Singular de Quarta Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5.3 Solu¸ao Qualitativa em Ordem Superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
6 Conclus˜ao 35
A Expans˜ao da lagrangeana de Heisenberg-Euler 36
Bibliografia 38
iv
Cap´ıtulo 1
Introdu¸ao
Logo depois do surgimento da teoria da relatividade geral, as primeiras solu¸oes exatas
mostraram que o universo deve ter sido originado em uma ´epoca num tempo finito no
passado de densidade e curvatura infinitas se a mat´eria que ele cont´em obedece as equa¸oes
de movimento da relatividade geral, juntamente com as hip´oteses de homogeneidade e
isotropia. Mas na ´epoca essa anomalia ao foi levada a erio pelo fato de acreditar-se que
ela surgia devido ao alto grau de simetria exigido nas condi¸oes assumidas na resolu¸ao
da equa¸oes, e ao seria portanto caracter´ıstica intr´ınseca da relatividade geral.
Por volta das ecadas de 60 e 70, Hawking, Penrose e Geroch [1] mostraram, por meio
de uma an´alise rigorosa das propriedades globais de um espa¸co-tempo geral, que sob certas
condi¸oes plaus´ıveis fisicamente como a positividade da energia e condi¸oes sobre causali-
dade, singularidades tais como a da origem do universo ao caracter´ısticas inevit´aveis de
uma grande classe de teorias de gravita¸ao. A existˆencia destas singularidades su rge na
forma de geoesicas nulas ou do tip o tempo incompletas. Mas ao se sabe a estrutura ou
natureza das singularidades preditas pelos teoremas de singularidade. Por exemplo, ao
se sabe se as densidades e curvaturas necessariamente divergir˜ao ao longo das trajet´orias
caindo nestas singularidades.
No que se segue usa-se a defini¸ao de espa¸co-tempo como sendo uma variedade pseudo-
Riemanniana orientada quadri-dimensional dotada de uma geometria com assinatura Lo-
rentziana positiva +2 [isto ´e, (-, +, +, +)].
Faz-se necess´aria a introdu¸ao de algumas defini¸oes [2] com rela¸ao `a estrutura causal
do espa¸co-tempo para o entendimento do cap´ıtulo seguinte.
Curvas causais inextens´ıveis ao trajet´orias que ao possuem pontos terminais futu-
ros ou passados. Uma curva causal inextens´ıvel deve ir ao infinito, ou terminar numa
singularidade, ou ainda pode ficar confinada em um conjunto compacto.
Seja (M, g
µν
) um espa¸co-tempo arbitr´ario, e seja um ponto p M. Ent˜ao, existe
uma vizinhan¸ca normal convexa de p, isto ´e, um conjunto aberto U com p U tal que
para todos q, r U existe uma ´unica geod´esica γ conectando q e r e permanecendo
inteiramente em U. Al´em disso, para tal vizinhan¸ca, I
+
(p)|
U
´e o conjunto constitu´ıdo
de todos os pontos alcan¸cados pelas geoesicas do tipo tempo direcionadas para o futuro
come¸cando em p e contidas em U. Desta forma I
+
(p)|
U
denota o futuro cronol´ogico de p
no espa¸co-tempo (U, g
µν
). Define-se o conjunto
˙
I
+
(p)|
U
como sendo a fronteira topol´ogica
do conjunto I
+
(p)|
U
.
Um conjunto S M, M uma variedade, ´e dito acronal se ao existirem p, q S tais
1
que q I
+
(p)|
U
, isto ´e, se I
+
(S) S = .
Para um conjunto S fechado e acronal, define-se borda como o conjunto de pontos
p S tais que toda vizinhan¸ca aberta O de p contenha um ponto q I
+
(p), um ponto
r I
(p) e uma curva d o tipo tempo λ que liga r a q e ao intercepta S.
Seja S um conjunto fechado e acronal (p ossivelmente com borda). Define-se o dom´ınio
futuro de dependˆencia de S, denotado por D
+
(S), por
D
+
(S) = {p M|toda curva causal inextens´ıvel para o passado que passa
por p intercepta S} .
O dom´ınio passado de dependˆencia, D
(S), ´e definido da mesma forma, trocando futuro
por passado na defini¸ao acima. Agora, o dom´ınio de dependˆencia de S, denotado por
D(S) ´e definido como
D(S) = D
+
(S) D
(S) . (1.1)
Um conjunto acronal fechado Σ para o qual D(Σ) = M ´e chamado superf´ıcie de
Cauchy.
Um espa¸co-tempo (M, g
µν
) que possui uma superf´ıcie de Cauchy ´e dito ser globalmente
hiperb´olico.
Um espa¸co-tempo (M, g
µν
) ´e dito fortemente causal se para todo p M e tod a vi-
zinhan¸ca O de p, existir uma vizinhan¸ca V de p contida em O tal que nenhuma curva
causal intercepte V mais do que uma vez.
Seja (M, g
µν
) um espa¸co-tempo fortemente causal e sejam p, q M. Define-se C(p, q)
como o conjunto das curvas causais cont´ınuas, direcionadas para o futuro de p a q, onde
curvas que diferem somente por uma reparametriza¸ao ao consideradas a mesma curva.
Define-se uma topologia em C(p, q) da seguinte maneira. Para cada U M aberto, defina
O(U) C(p, q) por
O(U) = {λ C(p, q)|λ U} . (1.2)
Desta forma, define-se esta topologia chamando de abertos em C(p,q) aos conjuntos
O(U) expressos como
O = O(U) . (1.3)
Define-se C, q) como o conjunto das curvas causais cont´ınuas direcionadas para o
futuro de Σ a q e define-se uma topologia em C, q) da mesma forma como em C(p, q).
No modelo de Friedmann-Lemaˆıtre-Robertson-Walker (FLRW), as equa¸oes de Eins-
tein implicam que se ρ + 3p > 0 para todos os instantes de tempo, onde ρ ´e a densidade
total de energia e p a press˜ao, haver´a uma singularidade no instante t = 0 a qual pode ser
identificada como a origem do universo. Se ρ + p > 0 para todos os instantes de tempo
enao ao longo das trajet´orias direcionadas para o passado que encontram esta singula-
ridade, ρ e tamb´em o escalar de curvatura R
ij
R
ij
. Desta forma, todas as
geod´esicas causais direcionadas para o passado ao incompletas, no sentido de que cair˜ao
na singularidade dentro de um intervalo finito do parˆametro afim.
A existˆencia de singularidades onde os escalares de curvatura e densidades divergem
implica uma patologia intr´ınseca em tais espa¸cos-tempos onde as leis da f´ısica ao ao
aplic´aveis. A existˆencia de geod´esicas incompletas implica que um observador pode desa-
parecer repentinamente do espa¸co-tempo depois de um intervalo finito de tempo-pr´oprio.
Singularidades podem o correr sem que haja mau comportamento da curvatura. Um
exemplo simples ´e o espa¸co-tempo de Minkowski com um ponto retirado. Com este
2
“buraco” no espa¸co-temp o, existir˜ao geod´esicas do tipo tempo caindo nele e que ser˜ao
portanto incompletas. Por´em essa ´e uma situa¸ao artificial que po de ser evitada exigindo
que o espa¸co-tempo seja inextens´ıvel, ou seja, ao possa ser isometricamente imerso num
espa¸co-tempo maior como um subconjunto pr´oprio. Em [3] ao apresentadas detalhada-
mente t´ecnicas necess´arias para determinar quando ´e poss´ıvel estender um espa¸co-tempo.
a muitas propostas de solu¸oes cosmol´ogicas isentas da singularidade inicial, baseados
em diversos mecanismos tais como constante cosmol´ogica [4], acoplamento ao-m´ınimo [5],
lagrangeanas ao lineares envolvendo termos quadr´aticos na curvatura [6], modifica¸oes
na estrutura geom´etrica do espa¸co-tempo [7] entre outras.
Neste trabalho utilizou-se a lagrangeana efetiva para a eletrodinˆamica quˆantica de
Heisen-
berg-Euler [8] como fonte para as equa¸oes de Einstein. A an´alise ´e feita atraes de uma
expans˜ao em erie nos invariantes do campo, generalizando a eletrodinˆamica de Maxwell.
A segunda ordem po de ser verificada experimentalmente atrav´es do fenˆomeno de bi-
refringˆencia [9]. Uma revis˜ao completa sobre a lagrangeana efetiva de Heisenberg-Euler
pode ser encontrada em [10].
Este trabalho segue da seguinte maneira. O segundo cap´ıtulo faz uma an´alise dos
teoremas de singularidade. O terceiro cap´ıtulo a uma intro d u¸ao `a QED e apresenta
a lagrangeana de Heisenberg-Euler. O quarto cap´ıtulo apresenta o modelo de FLRW
com a lagrangeana at´e segunda ordem como fonte, gerando uma solu¸ao regular, isto
´e, sem a presen¸ca da singularidade primordial. No quinto cap´ıtulo ao apresentados
resultados in´editos considerando termos de ordem superior na expans˜ao como fonte para
as equa¸oes de Einstein. ao consid erados termos at´e sexta ordem, sendo que em cada
termo a regularidade da solu¸ao ´e analisada, obtendo-se um estudo detalhado sobre o
comportamento da s´erie, o qual ´e complementado por argumentos qualitativos aplic´aveis
a todas as ordens.
Uma observao a respeito da nota¸ao: ´ınd ices latinos do meio do alfabeto correm de
1 a 3, ´ındices gregos variam de 0 a 3.
3
Cap´ıtulo 2
Singularidades
Este cap´ıtulo visa a discuss˜ao dos teoremas de singularidade [11], que atestam que as
singularidades ao caracter´ısticas intr´ınsecas das solu¸oes cosmol´ogicas. Esses teoremas
afirmam que universos ao singulares ao incompat´ıveis com a teoria da Relatividade
Geral, assumindo que certas condi¸oes de energia sejam satisfeitas pela mat´eria e outras
condi¸oes sejam asseguradas no espa¸co-tempo.
A predi¸ao das singularidades mostra que nas condi¸oes extremas esperadas perto
destas outras for¸cas devem ser levadas em considera¸ao, os aspectos quˆanticos da mat´eria
tˆem um papel fundamental n o tratamento a ser dado ao est´agio inicial do universo.
2.1 Caracteriza¸ao das Singularidades
Intuitivamente, uma singularidade no espa¸co-tempo ´e um ponto onde a curvatura
diverge, ou ocorre alguma anomalia da etrica. Uma abordagem natural na Relatividade
Geral ´e considerar o espa¸co-tempo como consistindo de uma variedade M e uma m´etrica
definida em toda a variedade. Desta forma, a singularidade do Big-Bang da solu¸ao de
Friedmann-Lemaˆıtre-Robertson-Walker ao ´e considerada como parte da variedade, ou
seja, ao pode ser considerada como um “lugar” no espa¸co-tempo.
A caracteriza¸ao das singularidades atrav´es da divergˆencia da curvatura ao ´e satis-
fat´oria, visto que a arias possibilidades de comportamentos patol´ogicos, envolvendo a
curvatura ou escalares formados a partir dela. A proposta mais apropriada ´e utilizar os
buracos deixados pela remo¸ao das singularidades como crit´erio para a presen¸ca delas. Es-
tes buracos seriam detectados pela existˆencia de geoesicas que teriam comprimento afim
finito, ou seja, existiriam geod´esicas que ao inextens´ıveis em ao menos uma dire¸ao mas
que possuem um intervalo finito do parˆametro afim; tais geod´esicas ao ditas incompletas.
Desta maneira, poder´ıamos definir um espa¸co-tempo inextens´ıvel como sendo singular
se possuir ao menos uma geod´esica incompleta. Podemos classificar uma singularidade
por uma geod´esica incompleta de acordo com:
i. um escalar constru´ıdo polinomialmente de R
αβγ
δ
e de suas derivadas covariantes
diverge ao longo da geod´esica (singularidade do escalar de curvatura).
ii. uma componente de R
αβγ
δ
ou de suas derivadas covariantes numa etrada paralela-
mente propagada diverge ao longo da geod´esica (singularidade da curvatura parale-
lamente propagada).
4
iii. nem (i) nem (ii) ocorrem (singularidade de ao-curvatura).
a arias obje¸oes a esta defini¸ao de singularidades atrav´es da incompletude de
geod´esicas. No entanto, ´e intuitivo fisicamente que espa¸cos-tempos que ao incomple-
tos com rela¸ao `a geod´esicas nulas ou do tipo tempo sejam considerados singulares pois,
neste caso, seria poss´ıvel que uma part´ıcula caindo livremente ou um oton acabasse
sua existˆencia dentro de um intervalo de tempo finito, ou come¸casse sua existˆencia num
tempo finito no passado. Mesmo sem uma defini¸ao satisfat´oria de singularidades, seria
justific´avel caracterizar tais espa¸cos-tempos como singulares.
2.2 Congruˆencias Geoesicas Causais
Seja M uma variedade e seja um conjunto O M aberto. Uma congruˆencia em O ´e
uma fam´ılia de curvas tais que por cada ponto p O passe precisamente uma curva desta
fam´ılia. Desta forma, os vetores tangentes `a congruˆencia formam um campo vetorial em
O. A congruˆencia ´e dita regular se o correspondente campo vetorial for regular.
Consideremos uma congruˆencia de geoesicas do tipo tempo, parametrizadas pelo
tempo pr´oprio τ , tal que o campo vetorial ξ
µ
dos vetores tangentes seja normalizado,
ξ
µ
ξ
µ
= 1. O campo correspondente
B
µν
=
ν
ξ
µ
(2.1)
ser´a puramente espacial, isto ´e,
B
µν
ξ
µ
= B
νµ
ξ
µ
= 0. (2.2)
Considere uma su bfam´ılia regular a um parˆametro γ
s
(τ) de geod´esicas da congruˆencia.
O vetor desvio ´e definido por (/∂s)
µ
e representa um deslocamento para uma geod´esica
infinitesimalmente pr´oxima. Seja η
µ
o vetor desvio ortogonal de γ
0
para esta subfam´ılia.
Enao η
µ
representa um deslocamento espacial infinitesimal de γ
o
para uma geod´esica
pr´oxima. Temos que a derivada de Lie de η
µ
na dire¸ao de ξ
ν
se anula
£
ξ
η
µ
= 0, (2.3)
enao
ξ
ν
ν
η
µ
= η
ν
ν
ξ
µ
= B
µ
ν
η
ν
. (2.4)
Desta maneira, B
µ
ν
mede a falha de η
µ
em ser paralelamente transportado na dire¸ao
de ξ
µ
. Um observador na geod´esica γ
0
veria as geod´esicas vizinhas se alongando e girando
pela ao do mapa linear B
µ
ν
.
Definimos a m´etrica espacial h
µν
por
h
µν
= g
µν
+ ξ
µ
ξ
ν
. (2.5)
Assim, h
µ
ν
= g
µλ
h
λν
´e o operador proje¸ao sobre o subespa¸co do espa¸co tangente perpen-
dicular a ξ
µ
.
5
Definimos a expans˜ao θ, o cisalhamento σ
µν
e a vorticidade ω
µν
da congruˆencia por
θ = B
µν
h
µν
,
σ
µν
= B
(µν)
1
3
θh
µν
,
ω
µν
= B
[µν]
; (2.6)
onde os parˆenteses significam simetria nos ´ındices e os colchetes indicam anti-simetria.
Desta forma, B
µν
´e composto como
B
µν
=
1
3
θh
µν
+ σ
µν
+ ω
µν
. (2.7)
A evolu¸ao temporal destes parˆametros ´e dada por
ξ
λ
λ
θ =
1
3
θ
2
σ
µν
σ
µν
+ ω
µν
ω
µν
R
λρ
ξ
λ
ξ
ρ
,
ξ
λ
λ
σ
µν
=
2
3
θσ
µν
σ
µλ
σ
λ
ν
ω
µλ
ω
λ
ν
+
1
3
h
µν
(σ
λρ
σ
λρ
ω
λρ
ω
λρ
) + C
λνµρ
ξ
λ
ξ
ρ
+
1
2
˜
R
µν
,
ξ
λ
λ
ω
µν
=
2
3
θω
µν
2σ
λ
[ν
ω
µ]λ
; (2.8)
onde
˜
R
µν
´e a parte espacial sem tra¸co de R
µν
,
˜
R
µν
= h
µλ
h
νρ
R
λρ
1
3
h
µν
h
λρ
R
λρ
, (2.9)
e C
λνµρ
´e o tensor de Weyl.
A primeira d as equa¸oes (2.8) ´e conhecida como equa¸ao de Raychaudhury. Anali-
semos o ´ultimo termo do lado direito desta equa¸ao. Usando as equa¸oes de Einstein
podemos escrever
R
µν
ξ
µ
ξ
ν
= 8π
T
µν
1
2
T g
µν
ξ
µ
ξ
ν
= k
T
µν
ξ
µ
ξ
ν
+
1
2
T
. (2.10)
O termo T
µν
ξ
µ
ξ
ν
representa fisicamente a densidade de energia da mat´eria medida por
um observador cuja quadri-velocidade ´e ξ
µ
. Acredita-se que, para a mat´eria cl´assica, essa
densidade ´e ao-negativa:
T
µν
ξ
µ
ξ
ν
0, ξ
µ
do tipo tempo. (2.11)
Esta hip´otese ´e conhecida como condi¸ao fraca de energia. Assume-se tamb´em que
(condi¸ao forte de energia):
T
µν
ξ
µ
ξ
ν
1
2
T, ξ
µ
do tipo tempo. (2.12)
O tensor T
µν
´e sim´etrico em seus dois ´ındices, mas como g
µν
ao ´e positivo d efinido,
o mapa linear T
µ
ν
que leva vetores em vetores ao ´e necessariamente diagonaliz´avel. No
6
entanto, todos os tensores momentum-energia que representam o que pode ser considerado
fisicamente como mat´eria, isto ´e, que podem ser tratados como fluidos perfeitos, ao
diagonaliz´aveis, podendo ser escritos como
T
µν
= ρt
µ
t
ν
+ p
1
x
µ
x
ν
+ p
2
y
µ
y
ν
+ p
3
z
µ
z
ν
, (2.13)
onde t
µ
, x
µ
, y
µ
, z
µ
´e uma base ortonormal, com t
µ
do tipo tempo. O autovalor ρ pode
ser interpretado pelo observador t
µ
como a densidade de energia de repouso da mat´eria,
enquanto os autovalores p
1
, p
2
e p
3
ao chamadas de press˜oes principais.
Neste caso a condi¸ao fraca de energia e-se
ρ 0, ρ + p
i
0 , (2.14)
e a condi¸ao forte de energia ´e equivalente a
ρ +
p
i
0 e ρ + p
i
0. (2.15)
Se as equa¸oes de Einstein ao alidas, e se a condi¸ao forte de energia ´e satisfeita
pelo tensor T
µν
, ent˜ao o ´ultimo termo da equa¸ao de Raychaudhuri ser´a ao-positivo. Se
a conguˆencia ´e hipersuperf´ıcie ortogonal, temos ω
µν
= 0, e o terceiro termo se anula. O
segundo termo, σ
µν
σ
µν
, ´e ao-positivo. Desta forma
+
1
3
θ
2
0, (2.16)
o que implica
d(θ
1
)
1
3
, (2.17)
e ent˜ao
θ
1
(τ) θ
1
0
+
1
3
τ, (2.18)
onde θ
0
´e o valor inicial de θ. Suponhamos que θ
0
seja negativo, ou seja, a congruˆencia
est´a inicialmente convergindo. Enao a equa¸ao (2.18) implica que θ
1
deve assumir o
valor 0, isto ´e, θ −∞, dentro de um intervalo de tempo pr´oprio τ 3/|θ
0
|. Assim est´a
demonstrado o seguinte lema.
Lema 2.2.1 Seja ξ
µ
o campo tangente a uma congruˆencia geod´esica do tipo tempo hi-
persuperf´ıcie ortogonal. Suponha que R
µν
ξ
µ
ξ
ν
0, o que de fato ser´a se as equa¸oes
de Einstein forem alidas e a condi¸ao forte de energia for satisfeita pela mat´eria. Se
a expans˜ao θ assumir um valor negativo θ
0
em qualquer ponto de uma geoesica da con-
gruˆencia, ent˜ao θ −∞ ao longo dessa geod´esica dentro de um intervalo de tempo
pr´oprio τ 3/|θ
0
|.
Para congruˆencias geod´esicas nulas, a parametriza¸ao ´e feita atrav´es do parˆametro
afim λ, mas neste caso ao a maneira natural de normalizar o campo vetorial tangente
`a congruˆencia κ
µ
.
No caso da congruˆencia do tipo tempo, nos restringimos a vetores desvio η
µ
ortogo-
nais a ξ
µ
. a duas raz˜oes para essa escolha: (1) ξ
µ
µ
(ξ
ν
η
ν
) = ξ
µ
ξ
ν
µ
η
ν
= ξ
ν
£
ξ
η
ν
+
7
η
µ
ξ
ν
µ
ξ
ν
= 0 ξ
ν
η
ν
´e constante ao longo da geod´esica, e o comportamento da parte ao
ortogonal ao ´e interessante. (2) Vetores desvio que diferem somente por um ultiplo
de ξ
µ
representam um deslocamento para a mesma geod´esica pr´oxima. A ortogonalidade
fixa uma condi¸ao de gauge natural em η
µ
.
No caso da congruˆencia geod´esica nula, estas restri¸oes para a escolha do vetor desvio
ainda se aplicam, mas ao agora independentes, pois κ
µ
´e nulo e portanto ortogonal a si
mesmo. Desta forma, a classe de vetores desvio interessantes fisicamente se reduz a um
subespa¸co de dimens˜ao dois, como ser´a descrito a seguir.
Seja V
p
o espa¸co tangente no ponto p M. Os vetores tangentes em V
p
que ao
ortogonais a um dado campo vetorial nulo κ
µ
formam um subespa¸co de dimens˜ao trˆes que
chamaremos
˜
V
p
. Definimos
ˆ
V
p
como o espa¸co vetorial das classes de equivalˆencia de vetores
em
˜
V
p
, onde x
µ
, y
µ
˜
V
p
ao d itos equivalentes se existir c IR tal que x
µ
y
µ
=
µ
.
Enao
ˆ
V
p
´e um espa¸co vetorial de dimens˜ao dois.
Um vetor t
µ
V
p
ao a origem naturalmente a um vetor em
˜
V
p
, porque ao a
maneira natu ral de decompˆo-lo como a soma d e um vetor em
˜
V
p
e um vetor que ao
pertence a
˜
V
p
. Entretanto, se t
µ
˜
V
p
, isto ´e, se t
µ
κ
µ
= 0, enao t
µ
a origem a um vetor
ˆ
t
µ
ˆ
V
p
, tomando sua classe de equivaencia. Por outro lado, um vetor dual µ
α
V
p
a
origem a um vetor dual ˜µ
α
˜
V
p
restringindo sua ao a vetores de
˜
V
p
. No entanto, ˜µ
α
a origem a um vetor dual ˆµ
α
ˆ
V
p
se e somente se ˜µ
α
κ
α
= µ
α
κ
α
= 0.
De forma mais geral, um tensor T
µ
1
...µ
A evolu¸ao destes parˆametros ´e dada por
=
1
2
θ
2
ˆσ
µν
ˆσ
µν
+ ˆω
µν
ˆω
µν
R
λρ
κ
λ
κ
ρ
,
κ
λ
λ
ˆσ
µν
= θˆσ
µν
+
ˆ
C
λνµρ
κ
λ
κ
ρ
,
κ
λ
λ
ˆω
µν
= θˆω
µν
. (2.22)
Usando as equa¸oes de Einstein obtemos agora
R
µν
κ
µ
κ
ν
= kT
µν
κ
µ
κ
ν
. (2.23)
Desta maneira, tudo o que ´e necess´ario para que o ´ultimo termo da primeira das
equa¸oes (2.22) seja ao positivo ´e que T
µν
κ
µ
κ
ν
0. Se a condi¸ao forte de energia, dada
pela equa¸ao (2.12), for satisfeita, enao para todo ξ
µ
do tipo tempo temos
T
µν
ξ
µ
ξ
ν
1
2
T ξ
µ
ξ
µ
0
e, por continuidade, a condi¸ao T
µν
κ
µ
κ
ν
0 ser´a verdadeira para todo κ
µ
nulo. De forma
an´aloga, se a condi¸ao fraca de energia ´e satisfeita, enao por continuidade a condi¸ao
acima tamem ser´a satisfeita. Para um T
µν
diagonaliz´avel, a condi¸ao necess´aria e sufici-
ente para que a equa¸ao seja satisfeita para todo vetor nulo κ
µ
´e
ρ + p
i
0, (i = 1, 2, 3). (2.24)
Obtemos, desta forma, o seguinte resultado.
Lema 2.2.2 Seja κ
µ
um campo tangente a uma dada congruˆencia geod´esica nula hiper-
superf´ıcie ortogonal. Suponha que R
µν
κ
µ
κ
ν
0, como de fato ser´a se as equa¸oes de
Einstein forem satisfeitas no espco-te mpo e a condi¸ao forte ou fraca de energia forem
satisfeitas pela mat´eria. Se a expans˜ao θ toma um valor negativo θ
0
em qualquer ponto
de uma geoesica na congruˆencia, ent˜ao θ −∞ ao longo dessa geod´esi ca dentro de um
intervalo do parˆametro afim λ 2/|θ
0
|.
2.3 Pontos Conjugados
Seja M uma variedade na qual uma conex˜ao est´a definida, e seja γ uma geod´esica com
campo tangente v
µ
. Uma solu¸ao η
µ
da equa¸ao do desvio geod´esico
v
µ
µ
(v
ν
ν
η
λ
) = R
µνρ
λ
η
ν
v
µ
v
ρ
(2.25)
denomina-se campo de Jacobi em γ. Um par de pontos distintos p, q γ ao ditos
conjugados se existir um campo de Jacobi η
µ
ao identicamente nulo mas tal que se
anula em p e q. Desta forma, intuitivamente, p e q ao conjugados se uma geod´esica
infinitesimalmente pr´oxima interceptar γ em ambos os pontos q e p.
Seja γ uma geoesica do tipo tempo com tangente ξ
µ
e seja p γ. Consideremos
a congruˆen cia de todas as geoesicas do tipo tempo passando por p (esta congruˆencia ´e
obviamente singular em p), ent˜ao todo campo de Jacobi que se anula em p ´e um vetor
9
desvio para essa congruˆencia. Veremos que um ponto q γ estando no futuro de p ´e
conjugado a p se e somente se a expans˜ao θ dessa congruˆencia se aproximar de −∞ em
q. Para isto, ´e conveniente introduzir uma base ortonormal de vetores espaciais e
µ
1
, e
µ
2
, e
µ
3
ortogonais a ξ
µ
e paralelamente propagados ao longo de γ. Como as componentes dos
vetores desvio η
µ
para esta congruˆencia satisfazem as equa¸oes diferenciais lineares
d
2
η
µ
2
= R
αβν
µ
ξ
α
η
β
ξ
ν
, (2.26)
o valor de η
µ
num instante qualquer τ deve depender linearmente das condi¸oes iniciais
η
µ
(0) e
µ
/dτ(0) em p. Como, por constru¸ao, η
µ
(0) = 0, temos
η
µ
(τ) = A
µ
ν
(τ)
ν
(0) . (2.27)
Substituindo na equa¸ao (2.26), e-se que a matriz A
µ
ν
(τ) satisfaz a equa¸ao
d
2
A
µ
ν
2
= R
αβσ
µ
ξ
α
ξ
σ
A
β
ν
. (2.28)
Tem-se tamb´em que A
µ
ν
(0) = 0 e dA
µ
ν
/dτ(0) = δ
µ
ν
. Agora, q ser´a conjugado a p se e
somente se existir uma condi¸ao inicial ao trivial para a qual η
µ
= 0 em q. Pela equa¸ao
(2.27), isto ocorrer´a se e somente se det A
µ
ν
= 0 em q. Ou seja, det A
µ
ν
= 0 ´e a condi¸ao
necess´aria e suficiente para que exista um ponto conjugado a p.
A matriz A
µ
ν
se relaciona com o campo tensorial B
µν
atraes da rela¸ao, em nota¸ao
matricial,
B =
dA
A
1
. (2.29)
Consequentemente
θ = trB =
d(l n|detA|)
. (2.30)
Como A satisfaz a equa¸ao diferencial (2.28), d(det A)/dτ ao pode se torn ar infinito ao
longo de γ. Desta forma, se θ −∞ em q, segue da equa¸ao (2.30) que det A 0 em
q. Agora, se det A 0 em q, segue que θ −∞ em q. Assim fica demonstrado que a
condi¸ao necess´aria e suficiente para que q seja conjugado a p ´e que tenhamos θ −∞
em q para a congruˆencia emanando de p.
Pode ser demonstrado que numa vizinhan¸ca normal convexa de p as geoesicas da con-
gruˆencia ao ortogonais `a superf´ıcie de tempo pr´oprio constante τ ao longo das geod´esicas
e, pela ´ultima das equa¸oes (2.8), se ω
µν
se anula num instante de tempo qualquer, deve
se anular para todo instante de tempo.
Lema 2.3.1 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo satisfazendo R
µν
ξ
µ
ξ
ν
0 para todo ξ
µ
do
tipo tempo. Seja γ uma geoesica do tipo tempo e seja p γ. Suponha que a congruˆencia
de geoesicas do tipo tempo com ω
µν
= 0 emanando de p seja tal que θ assuma o valor
negativo θ
0
em r γ. Ent˜ao dentro do intervalo de tempo pr´oprio τ 3/|θ
0
| a partir de
r ao longo de γ existir´a um ponto q conjugado a p (assumindo que γ se estenda at´e tal
ponto).
10
A existˆencia de um par de pontos conjugados numa geod´esica completa do tipo tempo
pode ser demonstrada por hip´oteses mais fracas do que as da proposi¸ao acima. Se
R
µν
ξ
µ
ξ
ν
0 em todo lugar ao longo da geoesica e R
µν
ξ
µ
ξ
ν
> 0 em um ponto r γ,
enao pode-se mostrar que (para p suficientemente longe de r) a expans˜ao da congruˆencia
emanando de p deve ser negativa em r. Ent˜ao p ter´a um ponto conjugado q em γ.
Entretanto, mesmo que R
µν
ξ
µ
ξ
ν
= 0 em todo ponto de γ, se os termos de curvatura no
lado direito da equa¸ao (2.8) forem ao nulos em r γ, enao σ
µν
ao pode se anular
numa vizinhan¸ca de r. Como σ
µν
σ
µν
tamem aparece no lado direito da equa¸ao de
Raychaudhuri, de maneira an´aloga ´e estabelecida a existˆencia de pontos conjugados. Logo,
tudo o que ´e exigido para a existˆencia de pontos conjugados em γ ´e que R
µν
ξ
µ
ξ
ν
0 em
todo ponto de γ e R
µνλρ
ξ
ν
ξ
ρ
= 0 em pelo menos um ponto de γ.
Um espa¸co-tempo (M, g
µν
) ´e dito satisfazer a condi¸ao gen´erica do tipo tempo se cada
geod´esica com campo tangente ξ
µ
possuir ao menos um ponto no qual R
µν
ξ
µ
ξ
ν
= 0.
Lema 2.3.2 Seja (M, g
µν
) satisfazendo a condi¸ao gen´erica do tipo tempo e suponha
R
µν
ξ
µ
ξ
ν
0 para todo ξ
µ
do tipo t empo, assumindo que a congruˆencia seja hipersuperf´ıcie
ortogonal, isto ´e, ω
µν
= 0. Ent˜ao, toda geoesica completa do tipo tempo possui um par
de pontos conjugados.
Consideremos agora a rela¸ao entre pontos conjugados e as propriedades de compri-
mento extremo de geod´esicas. Sejam os pontos p, q M e considere uma fam´ılia a um
parˆametro de curvas suaves do tipo tempo λ
α
(t) de p a q, onde o parˆametro t ´e escolhido
tal que para todo α tenhamos λ
α
(a) = p, λ
α
(b) = q. O comprimento de cada curva ´e dado
por
τ(α) =
b
a
f(α, t)dt, (2.31)
onde f = (T
µ
T
µ
)
1/2
, sendo T
µ
os vetores tangentes (/∂t)
µ
.
Lema 2.3.3 Seja γ uma curva suave do tipo tempo conectando dois pontos p e q M.
Ent˜ao a con di¸ao necess´aria e suficie nte para que γ maximize localmente o tempo pr´oprio
entre p e q sob varia¸oes suaves a um parˆametro ´e que γ seja uma geoesica sem pontos
conjugados a p entre p e q.
Uma no¸ao semelhante de conjuga¸ao ao longo de uma geod´esica pode ser estabelecida
entre um ponto e uma hipersuperf´ıcie inextens´ıvel do tipo espa¸co suave Σ. Definimos
primeiramente o tensor curvatura extr´ınseca K
µν
de Σ. Seja ξ
µ
o campo vetorial tangente
unit´ario da congruˆen cia geod´esica do tipo tempo ortogonal a Σ. O tensor K
µν
´e definido
como
K
µν
=
µ
ξ
ν
= B
νµ
. (2.32)
Este tensor ´e puramente espacialriia e sor electava ´e i
onde h
µν
´e definido pela equa¸ao (2.5), e a equa¸ao geod´esica foi usada no ´ultimo passo.
Agora, h
µν
´e a etrica espacial induzida nas hipersuperf´ıcies de tempo pr´oprio constante
a partir de Σ ao longo da congruˆencia geod´esica ortogonal a Σ. Desta forma, K
µν
mede
a taxa de varia¸ao da etrica espacial ao longo da congruˆencia.
O tra¸co da curvatura extr´ınseca ser´a denotado por K,
K h
µν
K
µν
. (2.34)
Desta forma, temos que
K = θ , (2.35)
onde θ ´e a expans˜ao da congruˆencia geod´esica.
Um ponto p numa geod´esica γ da congruˆencia geod´esica ortogonal a Σ ´e dito ser
conjugado a Σ ao longo de γ se existir um vetor desvio ortogonal η
µ
da congruˆencia que
seja ao-nulo em Σ mas se anule em p. Resulta, de forma an´aloga ao caso de pontos
conjugados, a seguinte proposi¸ao.
Lema 2.3.4 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo satisfazendo R
µν
ξ
µ
ξ
ν
0 para todo ξ
ν
do
tipo tempo. Seja Σ uma hipersuperf´ıcie inextens´ıvel do tipo espco com K = θ < 0
num ponto q Σ. Ent˜ao dentro do intervalo de tempo pr´oprio τ 3/|K| a partir de q
existir´a um ponto p conjugado a Σ ao longo da geoesica γ ortogonal a Σ e passando por
q, assumindo que γ se estenda a tal ponto.
O seguinte teorema pode ser demonstrado.
Lema 2.3.5 Seja γ uma curva do tipo tempo suave conectando um ponto p M a um
ponto q de uma hipersuperf´ıcie suave do tipo espco Σ. Ent˜ao, a condi¸ao necess´aria
e suficiente para que γ maximize localmente o tempo pr´oprio entre p e Σ sob varia¸oes
suaves a um parˆametro ´e que γ seja uma geoesica ortogonal a Σ sem pontos conjugados
a Σ entre Σ e p.
Tratemos agora do caso de geoesicas nulas. Para qualquer campo de Jacobi η
µ
numa
geod´esica nula µ com vetor tangente k
µ
, temos
k
λ
λ
[k
ν
ν
(k
µ
η
µ
)] = 0 , (2.36)
o que implica que η
µ
ao pode se anular em dois pontos distintos p, q µ, a men os
que k
µ
η
µ
= 0 em todo ponto de µ. Al´em disso, se η
µ
for um campo de Jacobi, enao
η
µ
+(a+)k
µ
, com a e b constantes, tamb´em o ser´a. Desta forma, p e q ser˜ao conjugados
se e somente se existir um campo de Jacobi η
µ
que difere de zero somente por um m´ultiplo
de k
µ
em ambos p e q. Assim, ao longo de uma geod´esica nula µ, dois pontos p e q ser˜ao
conjugados se e somente se um vetor ˆη
µ
em
ˆ
V satisfizer a equa¸ao de desvio geod´esico e
se anular em p e q.
O seguinte resultado ´e obtido.
Lema 2.3.6 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo que satisfaz R
µν
k
µ
k
ν
0 para todo k
µ
nulo.
Seja µ uma geoesica nula e seja p µ. Suponha que a expans˜ao da congruˆe ncia geoesica
nula com ω
µν
= 0 emanando de p atinja um valor negativo θ
0
em r µ. Ent˜ao, dentro
do intervalo do parˆametro afim λ 2/|θ
0
| a partir de r, existir´a um ponto q conjugado a
p ao longo de µ, assumindo que µ se estenda a tal ponto.
12
Novamente, este resultado pode ser obtido de hip´oteses mais fracas, se R
µν
k
µ
k
ν
0
em todo ponto de uma geod´esica completa nula µ e se existir ao menos um ponto r µ no
qual R
µν
k
µ
k
ν
> 0 ou k
[δ
C
µ]νλ[ρ
k
α]
k
ν
k
λ
= 0, enao µ possuir´a um par de pontos conjugados.
Um espa¸co-tem po (M, g
µν
) ´e dito satisfazer a condi¸ao gen´erica nula se toda geoesica
nula possuir ao menos um ponto onde R
µν
k
µ
k
ν
> 0 ou k
[δ
C
µ]νλ[ρ
k
α]
k
ν
k
λ
= 0.
Lema 2.3.7 Suponha que (M, g
µν
) satisfa¸ca a condi¸ao gen´erica nula e R
µν
k
µ
k
ν
0
para todo k
µ
nulo, assumindo que a congr uˆencia seja hipersuperf´ıcie ortogonal. Ent˜ao,
toda geoesica nula completa possui um par de pontos conjugados.
Pontos conjugados indicam quando uma geod´esica nula µ conectando p e q pode ser
variada resultando uma curva do tipo tempo entre esses pontos. Pode-se demonstrar que:
Lema 2.3.8 Seja µ uma curva causal suave e sejam p, q µ distin tos. Ent˜ao, ao
existir´a uma fam´ı lia a um parˆametro de curvas causais suaves λ
α
conectando p e q com
λ
0
= µ e λ
α
do tipo tempo para todo α > 0 (ou seja, µ ao pode ser suavemente defor-
mada numa curva do tipo tempo) se e somente se µ for uma geoesica nula sem pontos
conjugados a p ao longo de µ entre p e q.
A no¸ao de conjuga¸ao tamb´em pode ser definida para um ponto e uma superf´ıcie
bidimensional do tipo espa¸co S. Em cada ponto q S existir˜ao precisamente dois vetores
nulos direcionados para o futuro k
µ
1
e k
µ
2
que ao ortogonais a S. Se S for orienavel,
podemos fazer uma escolha cont´ınua de k
µ
1
e k
µ
2
sobre S e assim definir duas fam´ılias de
geod´esicas nulas, fam´ılia que entra e fam´ılia que sai. Vamos nos referir a cada uma dessas
fam´ılias como congruˆencias apesar de cada uma gerar apenas uma hipersuperf´ıcie nula
em vez de gerar uma regi˜ao aberta do espa¸co-tempo. Assumindo ˆω
µν
= 0, a expans˜ao
θ e o cisalhamento ˆσ
µν
est˜ao bem definidos, pois todos os vetores desvio ortogonais aos
vetores tangentes k
µ
est˜ao inclu´ıdos na congruˆencia. Seja µ uma geod´esica nula em uma
dessas congruˆencias. Um ponto p µ ´e dito ser conjugado a S se ao longo de µ existir
um vetor desvio ˆη
µ
da congruˆencia que ´e ao nulo em S mas se anula em p. Temos ent˜ao:
Lema 2.3.9 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo satisfazendo R
µν
k
µ
k
b
0 para todo k
a
nulo.
Seja S uma subvariedade bidimensional do tipo espco suave tal que a expans˜ao θ das
geoesicas nulas saindo atinja um valor negativo θ
0
em q S. Ent˜ao, dentro do intervalo
do parˆametro afim λ 2/|θ
0
|, existir´a um ponto p conjugado a S ao longo da geoesica
nula que sai µ passando por q.
O seguinte teorema pode ser obtido:
Lema 2.3.10 Seja S uma subvariedade bidimensional do tipo espco suave e seja µ uma
curva causal suave de S a p. Ent˜ao, a condi¸ao necess´aria e suficiente para que µ ao
possa ser suavemente deformada numa curva do tipo tempo conectando S e p ´e que µ seja
uma geoesica nula ortogonal a S sem pontos conjugados a S entre S e p.
Como conseq¨uˆencia deste teorema (e resultados apresentados na introdu¸ao) obt´em-se
o seguinte teorema.
Lema 2.3.11 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo globalmente hiperb´olico e seja K uma sub-
variedade bidimensional de M compacta e orient´avel. Ent˜ao, todo p
˙
I
+
(K) est´a numa
geoesica nula direcionada para o futuro come¸cando em K que ´e ortogonal a K e ao
possui pontos conjugados a K entre K e p.
13
2.4 Curvas de aximo Comprimento e Teoremas de
Singularidade
Nesta se¸ao usaremos argumentos globais envolvendo compacidade dos espa¸cos de cur-
vas causais C(p, q) e C, p) para provar a existˆencia de curvas de aximo comprimento
em espa¸cos-tempos globalmente hiperb´olicos.
O comprimento τ de uma curva causal suave λ entre os pontos p e q M com tangente
T
µ
= (/∂t)
µ
´e dado pela ormula
τ[λ] =
(T
µ
T
µ
)
1/2
dt . (2.37)
´
E necess´ario generalizar essa defini¸ao para curvas causais cont´ınuas para que τ esteja
definida para todas as curvas de C(p, q). Seja ent˜ao
˜
C(p, q) o subconjunto de C(p, q)
formado pelas curvas suaves do tipo tempo, com a topologia induzida por C. Ent˜ao
˜
C(p, q) ´e denso em C(p, q), isto ´e, toda curva causal cont´ınua pode ser expressa como um
limite de uma sequˆencia de curvas suaves do tipo tempo. Se τ for cont´ınua em
˜
C(p, q),
pode-se estendˆe-la para uma fun¸ao cont´ınua em C(p, q) fazendo
τ[µ] = lim
n→∞
τ[λ
n
] , (2.38)
onde {λ
n
} ´e uma sequˆencia em
˜
C(p, q) que se aproxima da curva causal cont´ınua µ
C(p, q). Entretanto, τ ao ´e cont´ınua em
˜
C(p, q): arbitrariamente perto de qualquer
curva do tipo tempo na topologia de C(p, q) ´e poss´ıvel encontrar uma curva “zigzag”do
tipo temp o su ave de comprimento arbitrariamente perto de zero. No entanto, a fun¸ao
τ ´e semicont´ınua superiormente em
˜
C(p, q), isto ´e, para to d o λ
˜
C(p, q), dado ǫ > 0,
existe uma vizinhan¸ca aberta O
˜
C(p, q) de λ tal que para todo λ
O tem-se τ[λ
]
τ[λ] + ǫ. Se τ for semicont´ınua superiormente em
˜
C(p, q), podemos estendˆe-la a uma
fun¸ao semicont´ınua superiormente em C(p, q) da seguinte forma. Para µ C(p, q) e
O C(p, q) uma vizinhan¸ca aberta de µ, definimos
T [O] = sup{τ[λ]|λ O, λ
˜
C(p, q)} , (2.39)
onde sup denota a menor das cotas superiores. Enao definimos
τ[µ] = inf{T [O]|O uma vizinhan¸ca aberta de µ} , (2.40)
onde inf denota a maior das cotas inferiores. Assim, o que nos permite extender a defini¸ao
de τ a C(p, q) ´e expresso no seguinte resultado.
Lema 2.4.1 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo fortemente causal. Sejam p e q M com
q
˙
I
+
(p). Ent˜ao, τ ´e semicont´ınua superiormente em
˜
C(p, q).
Podemos definir C, p) para qualquer conjunto acronal Σ num espa¸co-tempo for-
temente causal. Analogamente ao caso tratado acima, po d emos afirmar que τ ´e semi-
cont´ınua sup eriormente no espa¸co
˜
C, p) de curvas suaves do tipo tempo de Σ a p.
Desta forma, τ pode ser estendida a uma fun¸ao semicont´ınua superiormente definida em
todo espa¸co C, p).
14
Na se¸ao ant erior foi visto que a condi¸ao necess´aria e suficiente para que uma curva
suave maximizasse localmente o comprimento entre dois pontos ou entre um ponto e
uma hip er superf´ıcie era que fosse uma geod´esica sem pontos conjugados. Agora que a
defini¸ao de τ foi estendida para curvas cont´ınuas, pode haver a possibilidade de que
uma curva cont´ınua ao suave entre dois pontos ou entre um ponto e uma hipersuperf´ıcie
possa ter comprimento maior ou igual ao da geod´esica. Mas a um resultado que garante
que isso ao acontece. Pode-se mostrar que em qualquer vizinhan¸ca normal convexa
U, a ´unica geoesica γ conectando dois pontos causalmente relacionados r, s U tem
comprimento estritamente maior que qualquer outra curva causal suave conectando esses
dois pontos. Desta forma, pela semicontinuidade sup erior, qualquer curva causal cont´ınua,
µ, conectando r e s U deve satisfazer τ [µ] τ[γ]. Segue o seguinte resultado.
Lema 2.4.2 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo fortemente causal. Sejam p, q M onde
q J
+
(p), e considere a fun¸ao τ definida em C(p, q). U ma condi¸ao necess´aria para
que τ atinja seu valor aximo em γ C(p, q) ´e que γ seja uma geoesica sem pontos
conjugados a p entre p e q.
Analogamente, segue:
Lema 2.4.3 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo fortemente causal. Seja p M, seja Σ uma
hipersuperf´ıcie do tipo espco suave e acronal, e considere a fun¸ao τ definda em C, p).
Uma condi¸ao necess´aria para que τ atinja seu valor aximo em γ C, p) ´e que γ
seja uma geod´esica ortogonal a Σ sem pontos conjugados a Σ entre Σ e p.
Estes resultados ao garantem a existˆencia de um valor aximo para τ , mas os
pr´oximos teoremas mostram que o valor aximo ´e sempre atingido pela fun¸ao τ em
espa¸cos-tempos globalmente hiperb´olicos.
Lema 2.4.4 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo globalmente hiperb´olico. Sejam p, q M
onde q J
+
(p). Ent˜ao, existe uma curva γ C(p, q) para a qual τ atinje seu val0.183792(a)0.179708(u)-448.36(v)-0.175 11.9551 Tf9.917581(i)-0.371669(n505)-0.18175(i)-0.034(1(s)0.255267(t)-0.22664(e)-0.179708(m)/R181384(p)49.8077(o)-446.f65.0336 0 Td[(C)-0.338.17594/R18 11.9551 Tf9.23359 0 Td[(()-0.147034]TJ/R30 11.9551 Tf4.55391 0 Td[(p)-0.161329(;)-166.107(q)-0.236888]TJ/R18 11.9551 Tf16.7391 0 Td[())-0.147034]TJ/R75 11.9551 Tf9.91758 0 Td[(p)49.815753]TJ-449.95 -14.4426*[(L)-0.101086(e)-0.1-98057(8 )-0.1431749.95(m)0.247099(a)-374.537(2)0.148055(.)0.0827066(4)0.148055(.)0.0827066(4)0.147034]TJ/R75 11.5551 Tf69.9473 0 Td[(S)-0.307342(e)-0.18175(j)-0.37269(a)0.131718]TJ/R18 11.9551 Tf26.8734 0 Td[(()-0.1457.09TJ/R30 11.9551 Tf4.55391 0 Td[(M)-49.4248(;)-166.112(g)-0.147034]TJ/R47 7.97011 Tf22.7625 -1.79102 Td[()-0.54525]TJ/R18 11.9551 Tf10.2867 1.79102 Td[())-0.147034]TJ/R75 11.9551 Tf9.78281 0 Td[(u)0.289255850-0.240972(a)0.130697]TJ33718267(p)49.82(a)0.130697(¸)449.985(c)-0.183792(o)-304.736(s)0.255267(u)t)-0.216467(e)-0.18175(m)-0.243014(p)49.8077(o)-446.997(g)-0.183792(l)4]T.69206(o)0.130697(b)49.5035(a)0.130697(l)0.0673906(m)-0.243014(e)-0.18175(n)-0.306321(t)-0.216467(e)-447.306(h)0.130697(i)-4]T.2499(p)49.7975(e)-0.183792(rb)-0.179708(´)499.993(o)0.1399.993ico. Sejap
Para provar este teorema, sup˜oe-se que a uma curva λ do tipo tempo direcionada para
o passado, a partir de Σ, com comprimento afim maior que 3/|C|. Seja p um ponto em
λ estando al´em do comprimento 3/|C| a partir de Σ. Pelo lema 2.4.5, existe uma curva
de aximo comprimento γ de p a Σ, a qual claramente deve p ossuir comprimento maior
que 3/|C|. Pelo lema 2.4.3, γ deve ser uma geod´esica sem pontos conjugados entre Σ
e p. Entretanto, isto contradiz o lema 2.3.4 que implica que γ deve possuir um ponto
conjugado entre Σ e p. Logo, a curva λ original ao pode existir.
A hip´otese de hiperbolicidade global pode ser removida, desde de que uma nova
hip´otese seja adicionada: Σ deve ser compacta. A conclus˜ao tamb´em ´e enfraquecida
no sentido de que ao menos uma geod´esica do tipo tempo direcionada para o passado
deve ser incompleta, e ao necessariamente todas as geod´esicas do tipo tempo.
Teorema 2.4.2 Seja (M, g
µν
) um espco-tempo fortemente causal com R
µν
ξ
µ
ξ
ν
0 para
todo ξ
µ
do tipo tempo hipersuperf´ıcie ortogonal, o que de fato ocorre se as equa¸oes de
Einstein ao alidas e a condi¸ao forte de energia ´e satisfeita pela mat´eria. Suponha que
exista uma hipersuperf´ıcie S do tipo espco suave, acronal, sem borda e compacta tal que
para toda congruˆencia geoesica normal direcionada para o passado a partir de S tenhamos
K < 0 em todo ponto de S. Seja C o valor aximo de K, desta forma K C < 0 em
todo lugar de S. Ent˜ao, ao menos uma geoesica do tipo tempo inextens´ıvel direcionada
para o passado a partir de S ao possui comprimento maior que 3/|C|.
16
Cap´ıtulo 3
Lagrangeana Efetiva Para a QED
3.1 QED em campos eletromagn´eticos externos
A lagrangeana que descreve o sistema interagente de otons, el´etrons e ositrons ´e
dada por
L = L
γ
0
+ L
e
+
e
0
+ L
int
, (3.1)
onde as lagrangeanas livres L
γ
0
+ L
e
+
e
0
para otons e el´etrons ao expressas em termos do
campo de Dirac Ψ(x) e do campo A
µ
(x) como [12]
L
e
+
e
0
=
¯
Ψ(x)(
µ
µ
m
e
)Ψ(x) , (3.2)
L
γ
0
=
1
4
F
µν
(x)F
µν
(x) + termo de fixa¸ao de gauge , (3.3)
onde γ
µ
ao as matrizes de Dirac 4x4,
¯
Ψ(x) = Ψ
(x)γ
0
e F
µν
=
µ
A
ν
ν
A
µ
´e o tensor
do campo eletromagn´etico.
O princ´ıpio do acoplamento m´ınimo a origem `a lagrangeana de intera¸ao
L
int
= e
¯
Ψ(x)γ
µ
Ψ(x)A
µ
(x) , (3.4)
usando = c = 1.
Um campo eletromagn´etico externo ´e incorporado adicionando-se ao campo quˆantico
A
µ
na equa¸ao (3.4) um vetor potencial externo ao quantizado A
e
µ
tal que a intera¸ao
total se torna
L
int
+ L
e
int
= e
¯
Ψ(x)γ
µ
Ψ(x)[A
µ
(x) + A
e
µ
(x)] . (3.5)
A teoria quˆantica de campos ´e definida atraes de integrais funcionais para a fun¸ao
parti¸ao da mecˆanica quˆantica
Z[A
e
] =
[DΨD
¯
ΨDA
µ
]exp
i
d
4
x(L + L
e
int
)
, (3.6)
a ser integrada sobre todas as flutua¸oes eletromagn´eticas e campos grassmanianos. A
quantidade normalizada Z[A
e
] a a amplitude de transi¸ao acuo-v´acuo na presen¸ca do
campo eletromagn´etico externo cl´assico,
< out, 0|0, in >=
Z[A
e
]
Z[0]
, (3.7)
17
onde |0, in > ´e o estado inicial do acuo no instante de tempo t = t
−∞ e < out, 0|
´e o estado final de acuo no instante t = t
+
.
Selecionando apenas os diagramas de Feynman irredut´ıveis a uma part´ıcula na ex-
pans˜ao pertur bativa de Z[A
e
], obt´em-se a ao efetiva como um funcional de A
e
:
S
ef
[A
e
] i ln < out, 0|0, in > . (3.8)
Sob a hip´otese de que o campo externo A
e
(x) varia pouco numa regi˜ao finita do
espa¸co-tempo, podemos obter uma lagrangeana efetiva aproximadamente local L
ef
[A
e
],
tal que
S
ef
[A
e
]
d
4
xL
ef
[A
e
] V tL
ef
[A
e
] , (3.9)
onde V ´e o volume espacial e t = t
+
t
. Para t , a amplitude de transi¸ao
acuo-v´acuo assume a forma
< out, 0|0, in >= e
i(∆ǫ
0
iΓ/2)∆t
, (3.10)
onde ǫ
0
= ǫ
0
(A
e
) ǫ
0
(0) ´e a diferen¸ca entre as energias do acuo na presen¸ca e na
ausˆencia do campo, Γ ´e a taxa de decaimento do estado de acuo e t o intervalo de
tempo no qual o campo pode ser n ˜ao nulo.
A probabilidade de que o acuo permane¸ca como ´e na presen¸ca do campo eletro-
magn´etico externo cl´assico ´e dada por
| < out, 0|0, in > |
2
= e
2ImS
ef
[A
e
]
. (3.11)
3.2 Lagrangeana Efetiva de Heisenberg-Euler
O alculo da corrente associada ao acuo do campo de uma part´ıcula carregada envolve
a constru¸ao da fun¸ao de Green para o campo da part´ıcula no campo eletromagn´etico
prescrito. Esta corrente do acuo pode ser exibida como uma varia¸ao de uma ao,
a qual ´e adicionada ao campo de Maxwell na descri¸ao do comportamento dos campos
eletromagn´eticos no acuo. Em [13] esta quest˜ao ´e resolvida de forma a preservar a
invariˆancia de gauge caracter´ıstica `a QED. As equa¸oes de movimento da part´ıcula, cujas
solu¸oes ao resolvidas usando o tempo pr´oprio como parˆametro, envolvem somente as
intensidades do campo eletromagn´etico.
Para campos constantes, a renormaliza¸ao da intensidade do camp o e da carga resulta
uma fun¸ao de lagrange modificada que difere da do campo de Maxwell por termos que
implicam num comportamento ao linear do campo.
Introduzimos o escalar
F =
1
4
F
µν
F
µν
=
1
2
(B
2
E
2
) (3.12)
e o pseudoescalar
G =
1
4
F
µν
F
µν
=
E ·
B . (3.13)
Definimos a quantidade
X =
2(F + iG) =
(B + iE)
2
.
18
A langrangeana vem dada [13] finalmente por
L = −F
1
8π
2
0
dss
3
exp m
2
s
(es)
2
G
Re cosh esX
Im cosh esX
1
2
3
(es)
2
F
, (3.14)
que resulta, em aproxima¸ao at´e segunda ordem, restabelecendo as constantes e c,
L =
1
2
(E
2
B
2
) +
2α
2
(/mc)
3
45mc
2
(E
2
B
2
)
2
+ 7(
E ·
B)
2
. (3.15)
onde α = e
2
/4πc.
As quantidades f´ısicas que caracterizam o campo est˜ao contidas no tensor momentum-
energia
T
µ
ν
= δ
µ
ν
L 2
L
F
µλ
F
νλ
= (F
µλ
F
νλ
δ
µ
ν
F)
L
F
+ δ
µ
ν
L F
L
F
G
L
G
. (3.16)
O tensor de Maxwell
T
µ(M)
ν
= F
µλ
F
νλ
1
4
δ
µ
ν
F
λκ
F
λκ
(3.17)
´e obtido de L = −F, a aproxima¸ao de campo fraco da equa¸ao (3.14).
Cap´ıtulo 4
Modelo de FLRW ao Singular
A generaliza¸ao da eletrodinˆamica de Maxwell ´e utiliza
de Einstein que
˙ρ + 3(ρ + p )
˙
A
A
= 0, (4.3)
¨
A
A
=
k
6
(ρ + 3p), (4.4)
onde k ´e a constante gravitacional de Einstein e o ponto representa a derivada de Lie com
respeito ao campo vetorial v
µ
.
As equa¸oes (4.3) e (4.4) admitem uma integral primeira
k
3
ρ =
˙
A
A
2
+
ǫ
A
2
. (4.5)
A eletrodinˆamica de Maxwell gera um universo singular no modelo de FLRW. Este
fato ´e consequˆencia direta dos teoremas de singularidade, e segue de uma an´alise da lei
de conservao da energia e da equa¸ao de Raychaudhuri [15]. Como as se¸oes espaciais
da geometria FLRW ao isotr´opicas, campos eletromagn´eticos podem gerar tal universo
somente se um procedimento de m´edias for adotado [16]. A m´edia espacial volum´etrica
de uma quantidade X num instante t ´e dada por
X
.
= lim
V V
o
1
V
X
g d
3
x
i
,
onde V =
g d
3
x
i
e V
o
´e o volume dependente do tempo d e todo o espa¸co.
ao a dire¸ao privilegiada no espa¸co para os camp os el´etrico E
µ
e magn´etico B
µ
,
portanto
E
µ
= 0 ,
B
µ
= 0 . (4.6)
Por outro lado, em geral tem-se
E
µ
B
ν
=
1
3
E ·
Bh
µν
,
E
µ
E
ν
=
1
3
E
2
h
µν
,
B
µ
B
ν
=
1
3
B
2
h
µν
. (4.7)
onde h
µν
est´a definido em (2.5).
O tensor momentum-energia associado `a lagrangeana de Maxwell ´e dado por
T
µν
=
F
µ α
F
α
ν
+
1
4
F g
µν
, (4.8)
onde F = 4F, sendo F o escalar definido em (3.12). Usando as m´edias dadas acima,
segue que a equa¸ao (4.8) se reduz `a configura¸ao de um fluido perfeito com densidade de
energia ρ
γ
e press˜ao p
γ
como
T
µν
= (ρ
γ
+ p
γ
) v
µ
v
ν
p
γ
g
µν
, (4.9)
21
onde
ρ
γ
= 3p
γ
=
1
2
(E
2
+ B
2
). (4.10)
Como t anto a densidade de energia quanto a press˜ao ao quantidades positivas defini-
das para todo instante de tempo resulta, observando a equa¸ao (4.4), a natureza singular
do universo de FLRW. As equa¸oes de Einstein levam a [17]
A(t) =
A
2
o
t ǫt
2
, (4.11)
onde A
0
´e uma constante arbitr´aria. Vˆe-se claramente da equa¸ao (4.11) que no instante
t = 0 surge a singularidade A = 0.
4.2 Modelo ao-Singular Para o Universo de FLRW
O modelo proposto em [14] considera a generaliza¸ao da lagrangeana de Maxwell de
acordo com a express˜ao (3.14) at´e termos de segunda ordem nos invariantes F e
G = 4G = 4
E ·
B ,
onde G ´e dado em (3.13), tal que
L =
1
4
F + β F
2
+ γ G
2
. (4.12)
O significado f´ısico dos parˆametros β e γ pode ser identificado no trabalho de Schwinger
conforme a expans˜ao at´e segunda ordem (no tensor de Maxwell F
µν
) como um m´ultiplo
num´erico positivo de e
4
/m
4
e
c
7
. Fazendo β = γ = 0 obt´em-se a eletrodinˆamica de
Maxwell. Termos que envolvem o produto F G ao ao inclu´ıdos para preservar a pa-
ridade.
O tensor momentum-energia para uma teoria ao linear do eletromagnetismo ´e dado
por
T
µν
= 4 L
F
F
µ
α
F
αν
+ (L GL
G
) g
µν
, (4.13)
onde L
F
representa a derivada parcial da lagrangeana com respeito ao invariante F e L
G
a derivada parcial com respeito ao invariante G.
Como o modelo ´e relevante apenas no est´agio inicial do universo, onde a mat´eria ´e
identificada com um plasma primordial [18], faz-se E
2
= 0 e
E ·
B = 0 nas equa¸oes
(4.7), o que fisicamente significa que ao havia polariza¸ao el´etrica no universo. Como
o processo de tomar edias ´e independente das equa¸oes de campo eletromagn´etico, as
equa¸oes (4.6) e (4.7) ao utilizadas para se obter uma an´alogo da equa¸ao (4.9) para o
caso ao linear.
A m´edia do tensor momentum-energia ´e identificada como sendo a de um fluido perfeito
com as seguintes express˜oes para a densidade de energia e press˜ao
ρ
γ
=
1
2
B
2
(1 8 β B
2
), (4.14)
p
γ
=
1
6
B
2
(1 40 β B
2
). (4.15)
22
Inserindo as equa¸oes acima na equa¸ao (4.3) resulta
B
2
1 16βB
2
˙
B
B
+ 2
˙
A
A
= 0 , (4.16)
que, integrando, implica na rela¸ao
B =
H
o
A
2
, (4.17)
onde H
0
´e uma constante. Substituindo as equa¸oes (4.17) e (4.14) em (4.5) obt´em-se
˙
A
2
=
kH
2
o
6 A
2
1
8βH
2
o
A
4
ǫ. (4.18)
Como o lado esquerdo desta equa¸ao ´e ao negativo segue que, independente do valor de
ǫ, para β > 0, o fator de escala A(t) ao pode ser arbitrariamente pequeno.
A solu¸ao desta equa¸ao ´e dada implicitamente por
c t = ±
A(t)
A
o
dz
kH
2
o
6z
2
8βkH
4
o
6z
6
ǫ
, (4.19)
onde A(0) = A
0
.
Para o caso euclidiano (ǫ = 0), a express˜ao acima resulta
A
2
= H
o
2
3
(k c
2
t
2
+ 12 β). (4.20)
Da equa¸ao (4.17), a magnitude edia B do campo magn´etico evolui com o tempo na
forma
B
2
=
3
2
1
k c
2
t
2
+ 12 β
. (4.21)
A express˜ao (4.20) ´e singular para β < 0 pois existe um instante t =
12β/k c
2
para o qual A(t) ´e arbitrariamente p equeno. Para β > 0, em t = 0, o raio do universo
atinge um valor m´ınimo dado por
A
2
min
= H
o
8 β. (4.22)
A constante H
0
´e a ´unica constante livre do modelo. O comportamento ao singular do
fator de escala ´e mostrado na figura 4.1.
A densidade de energia dada pela equa¸ao (4.14) atinge seu valor aximo ρ
max
=
1/64β no instante t = t
c
dado por
t
c
=
1
c
12 β
k
. (4.23)
Para valores menores de t a densidade de energia decresce, anulando-se em t = 0, enquanto
a press˜ao se torna negativa, como pode ser visto pela figura 4.2. Somente para instantes
de tempo t < 3t
c
os efeitos ao lineares ao relevantes. A solu¸ao dada pela equa¸ao
(4.20) se aproxima da solu¸ao dada em (4.11) para valores grandes de t.
23
c
t / t
min
A (t) / A
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
–10 –8 –6 –4 –2 2 4 6 8 10
Figura 4.1: Comportamento ao-singular do fator de escala. A
min
e t
c
ao dados pelas
equa¸oes (4.22) e (4.23). A express˜ao cl´assica correspondente ´e representada pela linha
pontilhada, com A
0
= A
min
.
O tensor momentum-energia (4.13) ao possui tra¸co nulo para β = 0. Desta forma, a
equa¸ao de estado p
γ
= p
γ
(ρ
γ
) possui um termo adicional quintessencial [19] proporcional
`a constante β, dado por
p
γ
=
1
3
ρ
γ
16
3
β B
4
. (4.24)
A an´alise da consistˆencia deste modelo ´e feita atrav´es da an´alise da equa¸ao para a
densidade de energia, equa¸ao (4.14). A condi¸ao a ser satisfeita ´e
1 8βB
2
0 . (4.25)
Na hist´oria do universo descrito por esse modelo, a edia espacial da intensidade do
campo magn´etico B
2
´e globalmente regular, e ´e limitada por cima no valor exato ond e a
igualdade em (4.25) ´e alida. Por´em, esta igualdade ´e um limite extremo para a expans˜ao
realizada na lagrangeana, pois nesta configura¸ao o termo de corre¸ao se iguala ao termo
corrigido.
Logo, do ponto de vista da consistˆencia matem´atica, ou seja, para assegurar a con-
vergˆen cia da s´erie, torna-se necess´ario o alculo de termos de ordem superior, que ser´a
realizado no pr´oximo cap´ıtulo.
24
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
-10 -5 5 10
t/
p /
t
c
max
max
ρ /ρ
ρ
γ
γ
Figura 4.2: Dependˆencia temporal da densidade de energia eletromagn´etica ρ
γ
e press˜ao
p
γ
.
25
Cap´ıtulo 5
Aproxima¸oes de Ordem Superior
No cap´ıtulo que segue convencionou-se utilizar ilustrativamente o valor das constantes
iguais a um, em particular a constante gravitacional. Tal conven¸ao ao modifica a an´alise
feita, a escolha evita somente uma predominˆancia acentuada da tricurvatura escalar sobre
os demais termos da equa¸ao de movimento para o fator de escala, ao modificando
qualitativamente os resultados e gr´aficos apresentados.
5.1 Universo Singular de Terceira Ordem
A expans˜ao at´e terceira ordem da lagrangeana (3.14) resulta
L =
1
4
F +
1
90π
2
e
4
m
4
F
2
4
315π
2
e
6
m
8
F
3
. (5.1)
O intuito da an´alise destes termos ´e a aplica¸ao destes no modelo cosmol´ogico de
FLRW. Termos que envolvem o invariante G foram descartados por duas raz˜oes: (i) termos
de ordem ´ımpar nesse invariante violam paridade, (ii) esse invariante cont´em produtos do
tipo
E ·
B, cuja edia ´e considerada nula no modelo cosmol´ogico proposto.
A m´edia do tensor momentum-energia at´e a ordem requerida, de acordo com a equa¸ao
(3.16), vem dada por
T
µν
= T
(M)
µν
1
8
45
µB
2
+
2π
3α
µ
2
B
4
g
µν
2
45
µB
4
+
2π
9α
µ
2
B
6
, (5.2)
onde µ =
α
2
(/mc)
3
mc
2
.
Este resultado pode ser interpretado como um fluido perfeito, com densidade de energia
e press˜ao dadas por
ρ =
1
2
B
2
1
4
45
µB
2
+
2π
9α
µ
2
B
4
, (5.3)
p =
1
6
B
2
1
20
45
µB
2
+
2π
α
µ
2
B
4
. (5.4)
Substituindo a equa¸ao (5.3) na equa¸ao (4.5), utilizando o resultado (4.17) que per-
manece alido, resulta
˙
A
2
=
k
6
H
2
0
A
2
1
4
45
µ
H
2
0
A
4
+
2π
9α
µ
2
H
4
0
A
8
ǫ . (5.5)
26
Como o lado esquerdo da equa¸ao ´e positivo, deve ser analisado em que situa¸oes a
equa¸ao acima ´e consistente. Para ǫ = 0 e ǫ = 1, o lado direito da equa¸ao ´e positivo
para todo valor de A. Para ǫ = 1,
˙
A
2
se anula para um valor do fator de escala, A
max
, a
partir do qual se torna negativo, como ilustra a figura 5.1.
2
(dA/dt)
2.25
7.5
2.5
1.75
A
15.0
2.5
12.5
10.0
5.0
2.0
0.0
1.51.251.0
Figura 5.1: Dependˆencia de
˙
A
2
com A at´e terceira ordem, para ǫ = 1.
Portanto, o dom´ınio de validade do modelo at´e terceira ordem no invariante F se
restringe a ǫ = 1, ǫ = 0, e ǫ = 1 at´e o valor A = A
max
, gerando um un iverso com
a singularidade inicial em todos os casos. Em particular, para ǫ = 1, surge uma outra
singularidade para o valor do fator de escala A
max
. Neste ponto a velocidade de expans˜ao
do universo se anula, mas com acelera¸ao diferente de zero, como pode ser visualisado
pelo gr´afico. A curva de
˙
A
2
chega em A
max
com inclina¸ao negativa, a acelera¸ao passa
descontinuamente de um valor negativo para um positivo pois o universo ao pode se
expandir al´em de A
max
, ele se expande desaceleradamente, chega at´e este valor do fator
de escala e abruptamente p assa a acelerar e se contrai. Esta descontinuidade na segunda
derivada temporal de A torna este ponto singular.
A solu¸ao da equa¸ao (5.5) ´e dada em fun¸ao do tempo por
t =
A
0
90a
5
da
8100ǫa
10
+ 1350kH
2
0
a
8
120kH
4
0
µa
4
+ 41100kH
6
0
πµ
2
. (5.6)
O comportamento resultante do fator de escala ´e mostrado n a figura 5.2.
Vˆe-se pela figura que, para aproxima¸ao at´e terceira ordem, o universo volta a apre-
sentar um comportamento singular para valores muito pequenos de t, similar ao compor-
tamento para o caso de Einstein-Maxwell cl´assico. Para os valores de ǫ = 0 e ǫ = 1,
casos em que o fator de escala pode assumir qualquer valor, o comportamento se mostra
an´alogo ao caso cl´assico. A figura 5.3 ilustra como a contribui¸ao quˆantica nestes casos
27
ε = −1
ε = 0
ε = 1
0.15
0.0
0.05
t
1.5
0.3
0.25
0.750.25 1.0
0.1
0.50.0
0.2
1.25
A
Figura 5.2: Dependˆencia temporal do fator de escala, para os modelos de universo aberto,
fechado e plano, para o modelo com expans˜ao at´e terceira ordem. Para k = 1, H
0
= 1 e
µ = 1, A
max
´e da ordem de 1.33.
se resume a um intervalo de tempo muito pequeno, e a apida tr ansi¸ao para o regime
cl´assico.
A densidade de energia e press˜ao tamem apresentam car´ater singular, como pode ser
visto na figura 5.4. Para instantes de tempo se aproximando de zero, estas grandezas
apresentam divergˆencia acentuada.
5.2 Universo ao-Singular de Quarta Ordem
A expans˜ao at´e quarta ordem da lagrangeana (3.14), omitindo os termos que envolvem
o invariante G pelos motivos expostos anteriormente, resulta
L =
1
4
F +
1
90π
2
e
4
m
4
F
2
4
315π
2
e
6
m
8
F
3
+
16
315π
2
e
8
m
12
F
4
. (5.7)
A densidade de energia e press˜ao ao obtidas de maneira an´aloga `a ordem precedente,
ρ =
1
2
B
2
1
4
45
µB
2
+
64π
315
µ
2
α
B
4
512π
2
63
µ
3
α
2
B
6
, (5.8)
p =
1
6
B
2
1
20
45
µB
2
+ 2π
µ
2
α
B
4
9984π
2
315
µ
3
α
2
B
6
. (5.9)
Substituindo a equa¸ao (5.8) em (4.5), com a ajuda da equa¸ao (4.17), resulta
˙
A(t)
2
=
k
6
H
2
0
A
2
1
4
45
µ
H
2
0
A
4
+
2π
9
µ
2
α
H
4
0
A
8
512π
2
63
µ
3
α
2
H
6
0
A
12
ǫ . (5.10)
28
.1e2
.1e−2
1e−07
A
.1e4.1e3.1e21..1
t
.1e4
.1e3
1.
.1
.1e−1
.1e−3
1e−05
1e−06
Figura 5.3: Dependˆencia temporal do fator de escala em escala logar´ıtmica. A linha
tracejada representa o caso ǫ = 0 e a linha pontilhada representa ǫ = 1.
A solu¸ao formal desta equa¸ao ´e dada por
t =
A
630a
7
da
396900ǫa
14
+ 66150kH
2
0
a
12
5880kH
4
0
µa
8
+ 1841280kH
6
0
πµ
2
a
4
10090214400kH
8
0
π
2
µ
3
.
(5.11)
Analisando a equa¸ao (5.10), vˆe-se claramente que ǫ = 1 torna a equa¸ao inconsistente,
pois o lado direito ´e negativo para todo valor do fator de escala. Para os valores de ǫ = 0
e ǫ = 1, o lado direito se torna positivo a partir de um certo valor do fator de escala,
ou seja, nesses casos, A(t) ao pode se tornar arbitrariamente p equeno, conforme mostra
a figura 5.5. O comp ortamento do fator de escala com o tempo ´e mostrado na figura 5.6.
No entanto, p ara ǫ = 1, nos instante iniciais a contribui¸ao quˆantica ´e ao dominante
que a densidade de energia se torna negativa, como po d e ser visto pela figura 5.7.
A dependˆencia temporal da densidade de energia para o caso ǫ = 0 tem um compor-
tamento mais coerente com o nosso universo e corrobora o resultado de segunda ordem,
de acordo com a figura 5.8, exceto o fato de apresentar valor ao nulo no instante t = 0,
ou seja, a densidade ao se anu la na axima condensa¸ao, o que garante um compor-
tamento mais plaus´ıvel fisicamente para o p lasma primordial. A press˜ao atinje valores
negativos perm anecendo finita. Portanto, a solu¸ao cosmol´ogica obtida com a expans˜ao
da lagrangeana at´e quarta ordem como fonte com ǫ = 0 ´e a que mais se adapta ao nosso
universo.
5.3 Solu¸ao Qualitativa em Ordem Superior
A an´alise da expans˜ao foi feita at´e a sexta ordem nos invariantes. O modelo, at´e
29
10
3
10
−2
20
t
0
4
15
10
5
321
Figura 5.4: Dep endˆencia temporal da densidade de energia e press˜ao para o modelo com
expans˜ao at´e terceira ordem.
expans˜ao em quinta ordem, apresenta comportamento similar ao de expans˜ao at´e ter-
ceira, e o modelo at´e sexta ordem ´e an´alogo ao de quarta. Desta forma as potˆencias pares
parecem coincidir na descri¸ao do modelo, da mesma forma que as p otˆencias ´ımpares coin-
cidem entre si. Tal fato se deve `a alternˆancia da s´erie, cujos termos variam inversamente
com potˆencias do fator de escala. A regularidade da solu¸ao cosmol´ogica, com respeito
`a singularidade inicial A = 0, somente ´e garantida quando a expans˜ao da s´erie (3.14)
no invariante F ´e tomada at´e um termo cuja ordem ´e par. Este resultado foi verificado
explicitamente ordem a ordem, at´e o caso de sexta ordem. Tal comportamento po d e ser
comparado atrav´es dos gr´aficos (figuras 5.9, 5.10), mostrando onde
˙
A
2
se anula, trocando
de sinal. Gr´aficos similares foram obtidos nas terceira e quarta ordens.
A alternˆancia da erie pode ser verificada atraes da an´alise da equa¸ao (3.14). Con-
siderando a express˜ao fechada para o invariante F , e tomando o limite G 0, obt´em-se
uma express˜ao na forma
L =
1
4
F
1
8π
2
0
dss
3
exp(m
2
s)
e
2
s
2
2
F coth
e
2
s
2
2
F
1
1
6
(es)
2
F
.
(5.12)
30
2
(dA/dt)
0.02
−0.02
0.01
0.0
−0.01
−0.03
A
5.04.54.03.53.0
Figura 5.5: Dependˆencia de
˙
A
2
com A at´e quarta ordem, para ǫ = 0.
Os dois ´ultimos termos dentro dos colchetes ao cancelados com os dois primeiros
termos da expans˜ao para a erie da fun¸ao x coth x, ao termos de renormaliza¸ao e
evitam a divergˆencia da integral. A s´erie coth x ´e uma s´erie alternada e, por consequˆencia,
tamem a erie x coth x. Este comportamento alternado se reflete na express˜ao do tensor
momentum-energia e consequentemente na equa¸ao diferencial para o fator de escala
[equa¸oes (4.18), (5.5), (5.10)].
31
t
18
100
10
6
0
2
A
20
16
150
14
12
8
50
4
0
−50−100−150
Figura 5.6: Dependˆencia temporal do fator de escala para o modelo com expans˜ao at´e
quarta ordem, para ǫ = 0. Este gr´afico ilustra o comportamento “bouncing” do fator de
escala, quando considera-se valores negativos de t.
10
−3
0.5
−5
t
3.02.52.01.5
10
1.0
5
0
−10
1.51.250.75
−0.1
1.00.0
0.0
0.25
−0.5
−0.2
0.5
−0.3
−0.4
−0.6
t
1.75
Figura 5.7: Dependˆencia temporal da d ensidade de energia e press˜ao para o caso ǫ = 1,
no modelo at´e quarta ordem. O gr´afico da direita ressalta o comportamento finito das
grandezas.
32
−1
302010
−4
t
60
1
40
0
2
−2
−3
0 50
10
−3
Figura 5.8: Dependˆencia temporal da densidade de energia e press˜ao para o caso ǫ = 0,
no modelo at´e quarta ordem.
2
(dA/dt)
3.1
3
1
−1
A
3.63.53.43.33.2
4
2
3.0
0
Figura 5.9: Comportamento de
˙
A
2
com A at´e quinta ordem, para ǫ = 1.
33
2
(dA/dt)
A
−0.01
4.9
0.0
−0.005
−0.015
5.0
−0.02
−0.025
4.84.74.64.5
Figura 5.10: Dependˆencia de
˙
A
2
com A at´e sexta ordem, para ǫ = 0.
34
Cap´ıtulo 6
Conclus˜ao
Neste trabalho foi estudada a contribui¸ao da polariza¸ao do acuo na eletrodinˆamica
cl´assica no contexto do modelo de universo de FLRW. Utilizou-se um m´etodo perturbativo
na lagrangeana de Heisenberg-Euler t ratando-a como uma lagrangeana efetiva para a
teoria cl´assica incluindo essas corre¸oes quˆanticas (polariza¸ao). Esta nova lagrangeana
foi usada como fonte de curvatura para o espa¸co-tempo.
Expans˜ao at´e terceira ordem no invariante F gera um universo singular, para qualquer
valor do parˆametro ǫ. Em particular, para ǫ = 1, uma nova singularidade surge, num valor
onde o fator de escala ´e aximo. Neste ponto
¨
A passa por uma descontinuidade.
Na expans˜ao at´e quarta ordem, uma solu¸ao regular ´e obtida para os valores ǫ = 1 e
ǫ = 0, casos em que a press˜ao atinge valores negativos. ao a solu¸ao f´ısica para o caso
ǫ = 1. No entanto, para ǫ = 1, a densidade de energia, assim como a press˜ao, atinge
valores negativos. O caso ǫ = 0 apresenta densidade de energia ao-negativa, que atinge
um valor aximo finito. O caso ǫ = 0 parece ser a solu¸ao mais consistente com o que se
sabe sobre o universo observ´avel na ´epoca d ominada pela radia¸ao.
A an´alise para quinta ordem corrobora resultados de terceira ordem, assim como a
sexta ordem concorda com a quarta e com a segunda ordens. Esse comportamento ´e
padr˜ao dado que a s´erie perturbativa ´e alternada, fato que pode ser confirmado atrav´es
da an´alise da equa¸ao (3.14), com o ´ultimo termo dominando numericamente o anterior
no limite A 0 por valores positivos. Desta forma, expans˜oes at´e ordens pares geram
solu¸oes regulares, enquanto at´e ordens ´ımpares apresentam solu¸oes singulares.
Gostar´ıamos que o universo fosse ao-singular. Mas que mecanismo p oderia fazer
com que ele siga um determinado comportamento, no caso, as ordens pares da erie
perturbativa da lagrangeana? Este fato sugere uma nova interpreta¸ao do etodo de
expans˜ao em erie da lagrangeana, na qual tal expans˜ao o faz sentido quando truncada
at´e ordens pares no invariante de campo F .
35
Apˆendice A
Expans˜ao da lagrangeana de
Heisenberg-Euler
Apresenta-se a seguir um exemplo de algoritmo, desenvolvido na plataforma Mathe-
matica 5 [20] em ambiente linux, utilizado para determina¸ao dos coeficientes da expans˜ao
da lagrangeana de Schwinger em potˆencias de F , no limite G 0.
X = e s Sqrt[2 (F + I G)]
X = e s Sqrt[2 (F + I G)]
X = e s Sqrt[2 (F + I G)]
cox = Sum[X
(2 n)/(2 n)!, {n, 0, ∞}]
cox = Sum[X
(2 n)/(2 n)!, {n, 0, ∞}]
cox = Sum[X
(2 n)/(2 n)!, {n, 0, ∞}]
coj = Series[cox, {G, 0, 4}];
coj = Series[cox, {G, 0, 4}];
coj = Series[cox, {G, 0, 4}];
2e
F + iGs
Cosh
2
e
2
(F + iG)s
2
ser = ComplexExpand[Normal[coj]];
ser = ComplexExpand[Normal[coj]];
ser = ComplexExpand[Normal[coj]];
novoser = Cosh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2
e
2
G
2
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4F
+
novoser = Cosh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2
e
2
G
2
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4F
+
novoser = Cosh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2
e
2
G
2
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4F
+
5e
2
G
4
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64F
3
+
e
4
G
4
s
4
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
96F
2
+
5e
2
G
4
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64F
3
+
e
4
G
4
s
4
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
96F
2
+
5e
2
G
4
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64F
3
+
e
4
G
4
s
4
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
96F
2
+
1
4
2F
2
e
2
(F
2
)
1/4
G
2
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
4
2F
2
e
2
(F
2
)
1/4
G
2
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
4
2F
2
e
2
(F
2
)
1/4
G
2
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
64
2F
4
5
e
2
(F
2
)
1/4
G
4
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
64
2F
4
5
e
2
(F
2
)
1/4
G
4
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
64
2F
4
5
e
2
(F
2
)
1/4
G
4
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
16
2F
3
(e
2
)
3/2
(F
2
)
1/4
G
4
(s
2
)
3/2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

+
1
16
2F
3
(e
2
)
3/2
(F
2
)
1/4
G
4
(s
2
)
3/2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

+
1
16
2F
3
(e
2
)
3/2
(F
2
)
1/4
G
4
(s
2
)
3/2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

+
i
e
2
G
3
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8F
2
+
1
2F
e
2
(F
2
)
1/4
G
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

i
e
2
G
3
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8F
2
+
1
2F
e
2
(F
2
)
1/4
G
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

i
e
2
G
3
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8F
2
+
1
2F
e
2
(F
2
)
1/4
G
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
8
2F
3
e
2
(F
2
)
1/4
G
3
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
8
2F
3
e
2
(F
2
)
1/4
G
3
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
8
2F
3
e
2
(F
2
)
1/4
G
3
s
2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

1
12
2F
2
(e
2
)
3/2
(F
2
)
1/4
G
3
(s
2
)
3/2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

;
1
12
2F
2
(e
2
)
3/2
(F
2
)
1/4
G
3
(s
2
)
3/2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

;
1
12
2F
2
(e
2
)
3/2
(F
2
)
1/4
G
3
(s
2
)
3/2
Sinh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2

;
rea = Cosh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2
e
2
G
2
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4F
+
rea = Cosh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2
e
2
G
2
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4F
+
rea = Cosh
2
e
2
(F
2
)
1/4
s
2
e
2
G
2
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4F
+
36
5e
2
G
4
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64F
3
+
e
4
G
4
s
4
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
96F
2
+
5e
2
G
4
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64F
3
+
e
4
G
4
s
4
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
96F
2
+
5e
2
G
4
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64F
3
+
e
4
G
4
s
4
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
96F
2
+
e
2
(
F
2
)
1/4
G
2
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4
2F
2
5
e
2
(
F
2
)
1/4
G
4
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64
2F
4
e
2
(
F
2
)
1/4
G
2
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4
2F
2
5
e
2
(
F
2
)
1/4
G
4
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64
2F
4
e
2
(
F
2
)
1/4
G
2
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
4
2F
2
5
e
2
(
F
2
)
1/4
G
4
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
64
2F
4
(
e
2
)
3/2
(
F
2
)
1/4
G
4
(
s
2
)
3/2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
16
2F
3
;
(
e
2
)
3/2
(
F
2
)
1/4
G
4
(
s
2
)
3/2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
16
2F
3
;
(
e
2
)
3/2
(
F
2
)
1/4
G
4
(
s
2
)
3/2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
16
2F
3
;
imag =
e
2
G
3
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8F
2
+
e
2
(
F
2
)
1/4
G
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
2F
imag =
e
2
G
3
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8F
2
+
e
2
(
F
2
)
1/4
G
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
2F
imag =
e
2
G
3
s
2
Cosh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8F
2
+
e
2
(
F
2
)
1/4
G
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
2F
e
2
(
F
2
)
1/4
G
3
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8
2F
3
e
2
(
F
2
)
1/4
G
3
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8
2F
3
e
2
(
F
2
)
1/4
G
3
s
2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
8
2F
3
(
e
2
)
3/2
(
F
2
)
1/4
G
3
(
s
2
)
3/2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
12
2F
2
;
(
e
2
)
3/2
(
F
2
)
1/4
G
3
(
s
2
)
3/2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
12
2F
2
;
(
e
2
)
3/2
(
F
2
)
1/4
G
3
(
s
2
)
3/2
Sinh
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
12
2F
2
;
ser1 = (e s)
2 G (rea/imag);
ser1 = (e s)
2 G (rea/imag);
ser1 = (e s)
2 G (rea/imag);
ser2 = Normal[Series[ser1, {G, 0, 4}]];
ser2 = Normal[Series[ser1, {G, 0, 4}]];
ser2 = Normal[Series[ser1, {G, 0, 4}]];
colchete = ser2 1 2/3 (e s)
2 F ;
colchete = ser2 1 2/3 (e s)
2 F ;
colchete = ser2 1 2/3 (e s)
2 F ;
c = Normal[Series[colchete, {G, 0, 0}]]
c = Normal[Series[colchete, {G, 0, 0}]]
c = Normal[Series[colchete, {G, 0, 0}]]
1
2
3
e
2
F s
2
+
2
e
2
(
F
2
)
3/4
s
2
Coth
»
2
e
2
(
F
2
)
1/4
s
2
F
cc = Normal[Series[c, {F, 0, 6}]];
cc = Normal[Series[c, {F, 0, 6}]];
cc = Normal[Series[c, {F, 0, 6}]];
Integrate[Exp[m
2 s] cc/s
3, {s, 0, Infinity}]
Integrate[Exp[m
2 s] cc/s
3, {s, 0, Infinity}]
Integrate[Exp[m
2 s] cc/s
3, {s, 0, Infinity}]
If [Re [m
2
] > 0,
4e
4
F
2
(
8491008e
8
F
4
582400e
6
F
3
m
4
+68640e
4
F
2
m
8
17160e
2
F m
12
+15015m
16
)
675675m
20
, Integrate[
4e
4
e
m
2
s
F
2
s
(
14189175+4e
2
F s
2
(
675675+e
2
F s
2
(
135135+4e
2
F s
2
(
6825+1382e
2
F s
2
))))
638512875
,
{s, 0, ∞}, Assumptions Re [m
2
] 0]]
Expand[
Expand[
Expand[
1/(8 Pi
2)
1/(8 Pi
2)
1/(8 Pi
2)

4e
4
F
2
(
8960e
6
F
3
1056e
4
F
2
m
4
+264e
2
F m
8
231m
12
)
10395m
16
+ 4e
4
F
2
(8491008e
8
F
4
) / (675675m
20
)


4e
4
F
2
(
8960e
6
F
3
1056e
4
F
2
m
4
+264e
2
F m
8
231m
12
)
10395m
16
+ 4e
4
F
2
(8491008e
8
F
4
) / (675675m
20
)


4e
4
F
2
(
8960e
6
F
3
1056e
4
F
2
m
4
+264e
2
F m
8
231m
12
)
10395m
16
+ 4e
4
F
2
(8491008e
8
F
4
) / (675675m
20
)

1415168e
12
F
6
225225m
20
π
2
128e
10
F
5
297m
16
π
2
+
16e
8
F
4
315m
12
π
2
4e
6
F
3
315m
8
π
2
+
e
4
F
2
90m
4
π
2
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