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MARIA GLÓRIA CAÑO DE ANDRADE
ESTUDO DA TENSÃO DE LIMIAR E INCLINAÇÃO DE
SUBLIMIAR EM TRANSISTORES SOI FINFETs DE PORTA
DUPLA E PORTA TRIPLA
Dissertação de Mestrado apresentada ao Centro
Universitário da FEI para obtenção do Título de
Mestre em Engenharia Elétrica, orientada pelo
Prof. Dr. João Antonio Martino
São Bernardo do Campo
2007
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Dedicatória
Com Amor
e
Saudades
Ao meu pai
João Soares de Andrade
e
a minha mãe
Maria Caño de Andrade
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao professor Dr. João Antonio Martino, a honra de tê-lo como orientador
nesta Dissertação, pelo trabalho proposto, pela sua motivação contagiante, pelas valiosas
discussões técnicas, pela sua colaboração e paciência.
A Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros” pelo fornecimento da
bolsa de estudos, imprescindível para a realização desta Dissertação de Mestrado.
Aos diretores da Escola São Francisco de Bórgia - integrante da Fundação
Educacional Inaciana “Pe. Sabóia de Medeiros” - Lúcia Maria Bueno e Tazio Franco Muraro,
o somente pelo apoio fornecido para a concessão da bolsa de estudos, mas, também, pelo
carinho e atenção dispensados durante todo o curso.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário da
FEI, que me apoiaram, reforçando a solicitação de concessão da bolsa de estudos.
Aos Professores da área de Dispositivos Eletnicos Integrados pelos conhecimentos
que muito me acrescentaram.
Aos amigos do Curso de Mestrado, em especial ao Luciano Almeida, ao Rodrigo
Doria e ao Sérgio Henry.
Ao professor Renato Giacomini pela sua contribuição nas simulações, Fernando
Moura pela ajuda na elaboração das figuras e a Carolina dos Santos, pela sua importante
colaboração na caracterização elétrica dos FinFETs.
Aos Professores Marcelo Antonio Pavanello, Macello Bellodi e Sebastião Gomes dos
Santos Filho, pela gentileza de aceitarem compor as bancas examinadoras de qualificação e de
defesa desta dissertação.
Ao meu amado marido Joiner pela paciência, pelo carinho e pela dedicação.
Ao meu irmão Júlio e as minhas irmãs Marias, em especial a Maria Helena.
Aos meus pais Maria e João, dos quais herdei não somente os genes, mas o caráter, e a
perseverança na busca do conhecimento.
E a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.
5
RESUMO
A análise da tensão de limiar e da inclinação de sublimiar em transistores SOI
FinFETs de porta dupla e porta tripla foram objetos de avaliação deste trabalho.
O FinFET é um dispositivo de canal vertical, cujas portas podem estar alocadas em
diferentes paredes com diferentes orientações superficiais, o que lhe confere uma estrutura
o planar. As estruturas não planares apresentam uma série de vantagens em relação às
estruturas planares, tais como: maior densidade de integração, maior facilidade de
escalamento, um menor efeito de canal curto e uma inclinação de sublimiar praticamente
ideal.
Neste trabalho, foram realizadas variadas simulações tridimensionais para FinFETs de
porta dupla e porta tripla, com diferentes dimensões de Fin do transistor. Foram extrdas a
teno de limiar e a inclinação de sublimiar para as seguintes dimensões: larguras (W
Fin
) de 10
a 120 nm; alturas (H
Fin
) de 30 a 150 nm e comprimento de canal L de 200 nm a 1 µm.
Os resultados das simulações indicaram que a intensidade da corrente de dreno
aumentou, em função do aumento da largura e da altura do Fin e, por outro lado, diminuiu em
função do aumento do comprimento do canal. Esse efeito é maior para os transistores
FinFETs de porta tripla comparados aos FinFETs de porta dupla.
Adicionalmente, foi efetuada a variação da concentração de dopantes do canal, na
faixa de N
A
= 1 x 10
15
cm
-3
a N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
, e foi analisado, por meio de simulações, o
comportamento da tensão de limiar em dispositivos com mesma concentração de dopantes em
todo o canal e em dispositivos com diferentes concentrações de dopantes no canal.
Constatou-se que os FinFETs de porta dupla apresentam, em geral, uma ou
eventualmente duas tensões de limiar, dependendo da concentração de dopantes no canal,
enquanto os FinFETs de porta tripla podem apresentar até quatro tensões de limiar.
Os resultados das simulações foram confrontados com os resultados dos modelos
analíticos e das caracterizações elétricas dos FinFETs, verificando-se as mesmas tendências
da tensão de limiar em função da variação das dimensões dos transistores.
Palavras chaves: SOI, FinFET, tensão de limiar, inclinação de sublimiar, porta dupla,
porta tripla, concentração de dopantes.
6
ABSTRACT
The analysis of the threshold voltage and subthreshold slope in double-gate and triple-
gate SOI FinFETs transistors was the object of evaluation of this work.
The FinFET is a device of vertical channel with gates located on different walls with
different surface orientations that result in a non-planar structure. Compared to the planar
structures, the non-planar structures provide potential advantages, such as: higher integration
density, lower short-channel effect and subthreshold slope near ideal.
A series of three-dimensional numeric simulations was accomplished, considering
double-gate and triple-gate FinFETs and using different dimensions of Fin of the transistors.
As a result, the threshold voltage and subthreshold slope were obtained for the following
dimensions: W
Fin
widths from 10 to 120 nm; H
Fin
heights from 30 to 150 nm and channel
length from L 200 nm to 1 µm.
The simulation results indicated that the drain current intensity increases, as a function
of the increase of both dimensions: the width and the height of the Fin. On the other hand, it
decreases as a function of the increase of the length of the channel. This last effect is even
larger for triple-gate FinFETs than for double-gate FinFETs.
Furthermore, variations of the channel doping concentrations in the range of
N
A
= 1 x 10
15
cm
-3
a 6 x 10
19
cm
-3
were also evaluated through simulations, the behavior of
the threshold voltage for channels with different doping concentration and constant doping
along the channel.
In general the results indicated that, for double-gate FinFETs, one or a two threshold
voltages are observed, depending on the channel doping concentration. However, in triple-
gate, it is possible to observe up to four threshold voltages.
Simulation results were confronted with analytical models and electric
characterization of FinFETs and the same tendencies of the threshold voltages as function of
the variation of the dimensions of the transistors were verified.
Keywords: SOI, FinFET, threshold voltage, subthreshold slope, double-gate, triple-gate,
doping concentration.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 22
1.1 Objetivo............................................................................................................... 23
1.2 Estrutura do Trabalho .......................................................................................... 23
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................ 25
2.1 Transistor SOI MOSFET...................................................................................... 25
2.2 Classificação dos transistores SOI MOSFETs ...................................................... 26
2.2.1 Transistor SOI MOSFET parcialmente depletado .......................................... 27
2.2.2 Transistor SOI MOSFET totalmente depletado.............................................. 28
2.2.3 Transistor SOI MOSFET quase totalmente depletado .................................... 29
2.3 Parâmetros elétricos dos transistores SOI MOSFET............................................. 29
2.3.1 Tensão de limiar ............................................................................................ 29
2.3.2 Efeito de canal curto...................................................................................... 31
2.3.3 Inclinação de sublimiar.................................................................................. 33
2.3.4 Transcondutância........................................................................................... 35
3 DISPOSITIVOS DE MÚLTIPLAS PORTAS............................................................... 37
3.1 Dispositivos de porta dupla .................................................................................. 38
3.2 Dispositivos de porta tripla ou mais (+3).............................................................. 40
3.3 Parâmetros elétricos dos transistores de múltiplas portas...................................... 41
3.3.1 Corrente de dreno .......................................................................................... 41
3.3.2 Tensão de limiar ............................................................................................ 42
3.3.3 Efeito de canal curto...................................................................................... 44
3.3.4 Mobilidade .................................................................................................... 48
4 FINFETs....................................................................................................................... 50
4.1 Processo de fabricação ......................................................................................... 51
4.2 Características do FinFET.................................................................................... 52
4.2.1 Efeito da variação nas dimensões................................................................... 52
4.2.2 Efeitos da concentração de dopantes.............................................................. 56
4.2.3 Influência da não verticalidade do Fin na teno de limiar.............................. 58
4.2.4 Efeitos de “cantos” ........................................................................................ 60
4.2.5 Depenncia da polarização reversa do substrato........................................... 61
4.2.6 Efeitos quânticos ........................................................................................... 62
8
5 SIMULAÇÕES TRIDIMENSIONAIS.......................................................................... 66
5.1 Simulador ATLAS............................................................................................... 66
5.1.1 Modelos do simulador ATLAS...................................................................... 67
5.2 Metodologia......................................................................................................... 68
5.2.1 Geração do arquivo de simulação................................................................... 68
5.2.2 Simulação...................................................................................................... 69
5.3 Resultados e discussões........................................................................................ 69
5.3.1 Curvas características I
D
-V
G
.......................................................................... 69
5.3.2 Efeito da variação da largura do Fin - W
Fin
..................................................... 70
5.3.3 Efeito da variação da altura do Fin - H
Fin
........................................................ 72
5.3.4 Efeito da variação do comprimento do canal – L............................................ 74
5.3.5 Concentração de dopantes no canal................................................................ 76
5.3.5.1 Mesma concentração de dopantes em todo o canal...................................... 76
5.3.5.2 Estrutura de porta tripla modificada............................................................ 83
5.3.5.3 Diferentes concentrações de dopantes no canal........................................... 84
6 MODELAGEM E CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA.................................................. 92
6.1 Modelo Analítico de Pascale Francis.................................................................... 92
6.2 Modelo analítico de Gen Pei ................................................................................ 94
6.2.1 Resultados obtidos por modelagem variando a largura do Fin - W
Fin
.............. 95
6.2.2 Resultados obtidos por modelagem variando a altura do Fin - H
Fin
................. 96
6.2.3 Resultados obtidos por modelagem variando o comprimento do Fin – L........ 96
6.3 Comparações: modelos analíticos e simulações 3D .............................................. 98
6.3.1 Modelo analítico de Pascale Francis e simulações.......................................... 98
6.3.2 Modelo analítico do Gen Pei e simulações ..................................................... 99
6.4 CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA.................................................................... 101
6.4.1 Efeito da variação da largura do Fin - W
Fin
................................................... 102
6.4.2 Efeito da variação do comprimento do canal – L.......................................... 105
7 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS........................................................ 108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 110
APÊNDICE A............................................................................................................. 117
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Perfil de Transistores MOSFETs de canal N na tecnologia MOS (a) e na
tecnologia SOI (b)............................................................................................................. 25
Figura 2.2 – Perfil transversal de um transistor SOI MOSFET de canal N......................... 26
Figura 2.3 Diagrama de faixas de energia do transistor SOI MOSFET parcialmente
depletado. ......................................................................................................................... 27
Figura 2.4 – Diagrama de faixas de energia do transistor SOI MOSFET totalmente
depletado. ......................................................................................................................... 28
Figura 2.5 Distribuição das cargas de depleção em transistores de tecnologia MOS (a)
e de tecnologia SOI totalmente depletado (b) em relação ao comprimento do canal.
.......... 32
Figura 2.6 Tensão de limiar em função do comprimento de canal de um dispositivo
MOSFET e de um SOI MOSFET de canal n totalmente depletado [6]............................... 33
Figura 3.1 – Evolução dos transistores SOI MOSFET [29]................................................ 37
Figura 3.2 – Transistor XMOS [30].
.................................................................................. 38
Figura 3.3 – Transistor de porta circundante (Gate-All-Around – GAA) [29]. .................... 39
Figura 3.4 – Transistor DELTA [2].
.................................................................................. 39
Figura 3.5 – Transistor FinFET de porta dupla.
................................................................. 39
Figura 3.6 – Estruturas não planares: (a) Porta Π; (b) Porta Ω. .......................................... 40
Figura 3.7 – Corte transversal das Estruturas não planares: Porta Π, onde r_sup é igual a
r_inf (a); Porta Ω, onde r_sup é diferente de r_inf (b). Sendo que r_sup e r_inf são os
raios de curvatura dos cantos superiores e inferiores, respectivamente [29]. ...................... 41
Figura 3.8 Estruturas não planares: Porta Única (1); Porta Dupla (2); Porta Tripla (3);
Porta Quádrupla (4); Porta Π (5) [28]................................................................................ 41
Figura 3.9 – Estrutura multi-dedos. ................................................................................... 42
Figura 3.10 – Coordenadas em um transistor de múltiplas portas....................................... 45
Figura 4.1 – Transistor FinFET de porta dupla (a) e FinFET de porta tripla (b). ................ 50
Figura 4.2 Diagrama de fabricação de um FinFET; (a) Aplicação do fotorresiste com
uma fotomáscara; (b) Remoção do SiN e do SiO
2
; (c) O óxido de amortecimento SiO
2
é
crescido; (d) O óxido de amortecimento é removido; (e) O óxido de porta é crescido; (f)
O silício policristalino é depositado [1]............................................................................. 52
10
Figura 4.3 Corrente de dreno em função da tensão de porta de FinFETs de canal N
com V
D
= 10 mV; W
Fin
= 0,21 µm; H
Fin
= 100 nm para diferentes comprimentos de
L (0,135; 0,18; 0,3; 0,6 µm) [63]....................................................................................... 53
Figura 4.4 Corrente de dreno em função da tensão de porta de FinFETs de canal N
com V
D
= 10 mV; H
Fin
= 100 nm; L = 0,15 µm para diferentes larguras de
W
Fin
(0,18; 0,24; 0,27 µm) [63]. ........................................................................................ 53
Figura 4.5 – Corte transversal de um FinFET de porta tripla identificando W
Fin
e H
Fin
....... 54
Figura 4.6 Segunda derivada da corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta
de FinFETs de porta tripla com N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
, H
Fin
= 95 nm; L = 10 µm;
V
D
= 50 mV para diferentes larguras de W
Fin
[65]. ............................................................ 55
Figura 4.7 Segunda derivada da corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta
de FinFETs de porta tripla com alta e baixa concentração de dopantes no canal;
H
Fin
= 95 nm; L = 10 µm; V
D
= 50 mV para diferentes larguras de W
Fin
:
(a) N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
; (b) N
A
= 1 x 10
18
cm
-3
[65]........................................................... 55
Figura 4.8 – Comportamento da inclinação de sublimiar e da tensão de limiar em função
da concentração de dopantes no canal [66].
....................................................................... 56
Figura 4.9 FinFET de porta tripla e as interações eletrostáticas que produzem o efeito
de “canto” [68].................................................................................................................. 57
Figura 4.10 Variação da tensão de limiar ao longo do canal vertical com dopagem
reduzida (N
A
= 10
15
cm
-3
) em FinFETs de porta dupla e porta tripla com W
Fin
= 50 nm;
H
Fin
= 50 nm e L
= 0,5 µm [68]. ........................................................................................ 58
Figura 4.11 Curva de ΔV
T
em função de H
Fin
de FinFETs de porta dupla e porta
tripla com baixa dopagem (N
A
= 10
15
cm
-3
) e com alta dopagem (N
A
= 10
18
cm
-3
) no
canal; W
Fin
= 50 nm e L
= 500 nm [68].............................................................................. 58
Figura 4.12 Estrutura FinFET de porta dupla onde t
oxf
é a espessura do óxido
de porta
;
t
oxb
é a espessura do óxido enterrado; θ
Fin
é o ângulo de inclinação de H
Fin
; W
Fin-inf
é a largura inferior do Fin; W
Fin-sup
é a largura superior do Fin e L é comprimento do
canal [69].......................................................................................................................... 59
Figura 4.13 Tensão de limiar em função do ângulo de inclinação de FinFETs de porta
dupla com H
Fin
=100nm; t
oxf
= 3 nm;
t
oxb
= 200 nm; N
A
na faixa de 10
15
a 10
17
cm
-3
;
L de 200 e 400 nm; W
Fin-inf
= 50 nm e W
Fin-sup
variando de 10 a 50 nm [69]....................... 59
11
Figura 4.14 – Simulação das características de transferência de sublimiar de FinFETs de
porta dupla e porta tripla para V
D
= 1 V [70]..................................................................... 60
Figura 4.15 – Simulação das características de transferência dos FinFETs de porta dupla
e porta tripla em escala linear para V
D
= 1 V [70].............................................................. 60
Figura 4.16 Tensão de limiar em função da polarização do substrato para
comprimento do canal L = 10 µm e diferentes larguras de W
Fin
(0,18; 0,195; 0,21; 0,3;
0,6 e 10 µm) [63]. ............................................................................................................. 61
Figura 4.17 Nível de energia na primeira (mais baixa) sub-faixa de condução e tensão
de limiar em função das dimensões de H
Fin
e W
Fin
do dispositivo com N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
para V
G
= V
FB
e V
G
= V
T
[74]. .......................................................................................... 62
Figura 4.18 Nível de energia na primeira (mais baixa) sub-faixa de condução em
função da concentração de elétrons e das dimensões do dispositivo com
N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
para V
G
= V
FB
e V
G
= V
T
. Os círculos pequenos representam
concentrações de elétrons em limiar [74]........................................................................... 63
Figura 4.19 Corrente de dreno em função da tensão de porta de FinFETs de porta
tripla para diferentes espessuras considerando o efeito quântico [a solução é dada
somente por Poisson (SP)] e o considerando o efeito quântico [a solução é dada
somente por Poisson-Schrödinger (SP + SS)] para V
DS
= 50 mV; t
oxf
= 2 nm e
N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
[74]...................................................................................................... 63
Figura 5.1 – Coordenadas em FinFETs: (a) Porta Dupla; (b) Porta Tripla.
......................... 68
Figura 5.2 Corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs
de porta dupla [A] e porta tripla [B] com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
15
cm
-3
; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV para diferentes larguras
de W
Fin
.............................................................................................................................. 71
Figura 5.3 Corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs
de porta dupla [A] e porta tripla [B] com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 120 nm; L = 1 µm ; V
D
= 100 mV para diferentes alturas
de H
Fin
............................................................................................................................... 73
Figura 5.4 Corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs
de porta dupla [A] e porta tripla [B] com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm para diferentes
comprimentos de L. .......................................................................................................... 75
Figura 5.5 – Corte transversal de transistores FinFETs, identificando as regiões do
canal, cantos superiores e cantos inferiores: (a) Porta Dupla; (b) Porta Tripla.................... 76
12
Figura 5.6 – Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta dupla
[A] e porta tripla [B] com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com
diferentes concentrações de dopantes no canal. ................................................................. 78
Figura 5.7 Curva d
2
(I
D
) / dV
2
G
em função da tensão de porta de FinFETs de porta
dupla [A] e porta tripla [B] com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV
e com concentração de dopantes no canal muito alta. ........................................................ 80
Figura 5.8
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta
tripla com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; V
D
= 100 mV e com concentração
de dopantes no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
. ...................................................................... 81
Figura 5.9 Perfil de potencial nos transistores FinFETs com W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV; V
G
= 5 V para concentração de dopantes no
canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
: (a) Porta Dupla; (b) Porta Tripla; (c) Escala de Potencial;
(d) Porta Tripla em maior escala (porta superior). ............................................................. 81
Figura 5.10 –
Tensão de limiar em função da concentração de dopantes no canal
de FinFETs de porta dupla com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm e
V
D
= 100 mV.................................................................................................................... 82
Figura 5.11 –
Tensão de limiar em função da concentração de dopantes no canal
de FinFETs de porta tripla com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm e
V
D
= 100 mV.................................................................................................................... 82
Figura 5.12 Corte transversal da estrutura de porta tripla modificada com
W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes
no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
........................................................................................... 83
Figura 5.13 –
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de uma estrutura de porta
tripla modificada com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; V
D
= 100 mV e com
concentração de dopantes no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
.................................................. 83
Figura 5.14 Perfil de potencial nos dispositivos com W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm;
L = 1 µm; V
D
= 100 mV; V
G
= 5 V para concentração de dopantes no canal de
N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
: (a) FinFET de Porta Tripla; (b) Estrutura de Porta Tripla
Modificada; (c) Escala de Potencial. ................................................................................. 84
Figura 5.15 Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta
dupla [A] e porta tripla [B] com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV
e com diferentes com concentrações de dopantes na região 1 do canal e
N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
na região 2........................................................................................... 85
13
Figura 5.16
Tensão de limiar em fuão da concentração de dopantes na região 1 do
canal de FinFETs de porta dupla e porta tripla com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes na região 2 de
N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
............................................................................................................. 86
Figura 5.17 Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta
tripla com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração
de dopantes de N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
na região 1 do canal e na região 2 de:
[A] N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
a N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
; [B] N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
a N
A
= 2 x 10
18
cm
-3
;
[C] N
A
= 5 x 10
18
cm
-3
a N
A
= 7 x 10
18
cm
-3
; [D] N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
e
N
A
= 4 x 10
18
cm
-3
............................................................................................................. 88
Figura 5.18
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta
dupla com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com diferentes
concentrações de dopantes nas regiões do canal. ............................................................... 89
Figura 5.19
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta
dupla com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração
de dopantes no canal de N
A
= 1 x 10
15
cm
-3
. ...................................................................... 89
Figura 5.20
Tensão de limiar em fuão da concentração de dopantes na região 2 do
canal de FinFETs de porta dupla e porta tripla com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV.e com concentração de dopantes na rego 1 de
N
A
= 8x 10
18
cm
-3
.............................................................................................................. 90
Figura 5.21
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta
tripla com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração
de dopantes de N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
na região 1 do canal e N
A
= 4 x 10
19
cm
-3
na região 2... 91
Figura 5.22
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta
tripla com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração
de dopantes de N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
na região 1 do canal e N
A
= 4,5 x 10
19
cm
-3
na
região 2............................................................................................................................. 91
Figura 6.1 Tensão de limiar em função da distância entre as portas (W
Fin
) de FinFETs
de porta dupla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
17
cm
-3
;
t
oxf
= 2 nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
4,65) V; T=300K; densidade de carga na interface
(q
f
) de 3 x 10
10
cm
-2
e V
D
= 100 mV. ................................................................................ 93
Figura 6.2 Inclinação de sublimiar em função da largura do Fin (W
Fin
) de FinFET de
tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
14
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
T = 300K e
V
D
= 100 mV.................................................................................................................... 95
Figura 6.3 Inclinação de sublimiar em função da altura do Fin (H
Fin
) de FinFETs de
porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
W
Fin
= 120 nm; L = 1 µm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
T = 300K e
V
D
= 100 mV.................................................................................................................... 96
Figura 6.4 – Inclinação de sublimiar em função do comprimento do canal (L) de
FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
;
t
oxf
= 2 nm; H
Fin
= 60nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
T = 300K e
V
D
= 100 mV para diferentes larguras de W
Fin
. ................................................................. 97
Figura 6.5 – Inclinação de sublimiar em função do comprimento do canal (L) de
FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
;
t
oxf
= 2 nm; W
Fin
= 120nm;
M
= 4,7 V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
Si
= (
F
4,65) V; T = 300K
e V
D
= 100 mV para diferentes alturas de H
Fin
................................................................... 97
Figura 6.6 Resultados obtidos por modelagem (Pascale Francis) e por simulação da
teno de limiar (V
T
) em função da Largura do Fin (W
Fin
) de FinFETs de porta dupla
com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
17
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
T=300K e V
D
= 100 mV.......................................... 98
Figura 6.7 – Resultados obtidos por modelagem (Gen Pei) e por simulação da inclinação
de sublimiar em função da Largura do Fin (W
Fin
) de FinFETs de porta dupla e porta
tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
; T = 300K; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm e
V
D
= 100 mV.................................................................................................................... 99
Figura 6.8 – Resultados obtidos por modelagem (Gen Pei) e por simulação 3D da
inclinação de sublimiar em função da altura do Fin (H
Fin
) de FinFETs de porta tripla
com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
; T = 300K; W
Fin
= 120 nm; L = 1 µm e
V
D
= 100 mV.................................................................................................................. 100
Figura 6.9 – Resultados obtidos por modelagem (Gen Pei) e por simulação 3D da
inclinação de sublimiar em função do comprimento do canal (L) de FinFETs de porta
tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
; t
oxf
= 2 nm; W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm;
T = 300K e V
D
= 100 mV................................................................................................ 100
Figura 6.10 – Pastilha contendo o conjunto de dispositivos. ............................................ 101
15
Figura 6.11 – Transistores FinFETs de porta tripla.
......................................................... 102
Figura 6.12 – Seção transversal do FinFETs de porta tripla identificando suas regiões. ... 102
Figura 6.13 Resultados obtidos por caracterização elétrica da corrente de dreno (I
D
)
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; H
Fin
= 60 nm; L = 610 nm para
diferentes larguras de W
Fin
. ............................................................................................. 103
Figura 6.14 Resultados obtidos por caracterização elétrica da corrente de dreno (I
D
)
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; H
Fin
= 60 nm; L = 910 nm para
diferentes larguras de W
Fin
. ............................................................................................. 103
Figura 6.15 Resultados obtidos por caracterização elétrica da inclinação de sublimiar
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; H
Fin
= 60 nm; L = 610 nm para
diferentes larguras de W
Fin
. ............................................................................................. 104
Figura 6.16 Resultados obtidos por caracterização elétrica da inclinação de sublimiar
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; H
Fin
= 60 nm; L = 910 nm para
diferentes larguras de W
Fin
. ............................................................................................. 105
Figura 6.17 Resultados obtidos por caracterização elétrica da corrente de dreno (I
D
)
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para
diferentes comprimentos de canal L. ............................................................................... 106
Figura 6.18 Resultados obtidos por caracterização elétrica da corrente de dreno (I
D
)
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 9,87µm; H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para
diferentes comprimentos de canal L. ............................................................................... 106
Figura 6.19 Resultados obtidos por caracterização elétrica da inclinação de sublimiar
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 9,87µm; H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para
diferentes comprimentos de canal L. ............................................................................... 107
Figura 6.20 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da inclinação de sublimiar
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 9,87µm; H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para
diferentes comprimentos de canal L. ................................................................................ 107
16
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 Inclinação de sublimiar para dispositivos com diferentes dimensões o
considerando o efeito quântico [a solução é dada somente por Poisson (SP)] e
considerando o efeito quântico [a solução é dada por Poisson-Schrödinger (SP +SS)]
para V
DS
= 50 mV; t
oxf
= 2 nm e N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
[74]................................................... 64
Tabela 4.2 Tensão de limiar para dispositivos com diferentes dimensões não
considerando o efeito quântico [a solução é dada somente por Poisson (SP)] e
considerando o efeito quântico [a solução é dada por Poisson-Schrödinger (SP + SS)]
para V
DS
= 50 mV; t
oxf
= 2 nm e N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
[74].................................................... 65
Tabela 5.1 Valores obtidos por simulação da tensão de limiar e inclinação de
sublimiar de FinFETs de porta dupla e porta tripla com concentração de dopantes no
canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; H
Fin
= 60 nm; L = m para diferentes larguras
de W
Fin
.............................................................................................................................. 70
Tabela 5.2 Valores obtidos por simulação da tensão de limiar e inclinação de
sublimiar de FinFETs de porta dupla e porta tripla com concentração de dopantes no
canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; W
Fin
= 120 nm; L = 1 µm; para diferentes
alturas de H
Fin.
................................................................................................................... 72
Tabela 5.3 Valores obtidos por simulação da tensão de limiar e inclinação de
sublimiar de FinFETs de porta dupla e porta tripla com concentração de dopantes no
canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; para diferentes
comprimentos de L. .......................................................................................................... 74
Tabela 5.4 Valores obtidos por simulação da tensão de limiar de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com
diferentes concentrações de dopantes no canal. ................................................................. 77
Tabela 5.5 Valores obtidos por simulação da tensão de limiar de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com
diferentes concentrações de dopantes no canal. ................................................................. 79
17
Tabela 5.6 Valores obtidos por simulação da tensão de limiar de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com
diferentes com concentrações de dopantes na região 1 do canal e N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
na
região 2............................................................................................................................. 86
Tabela 5.7 Valores obtidos por simulação da tensão de limiar de FinFETs de porta
tripa com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração
de dopantes de N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
na região 1 do canal de e diferentes concentrações de
dopantes na região 2.......................................................................................................... 87
Tabela 6.1 Valores obtidos por caracterização elétrica da tensão de limiar e inclinação
de sublimiar de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
15
cm
-3
; H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV.................................................................. 104
Tabela 6.2 Valores obtidos por caracterização elétrica da tensão de limiar e inclinação
de sublimiar de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
15
cm
-3
; H
Fin
= 65 nm e V
D
= 100 mV.................................................................. 105
18
LISTA DE SÍMBOLOS
A Área da região do canal [m
2
]
C
D
Capacitância da região de depleção por unidade de área [F/cm
2
]
C
ox
Capacitância do óxido por unidade de área [F/cm
2
]
C
Si
Capacitância da camada de silício por unidade de área [F/cm
2
]
d Disncia de parte do comprimento de canal do transistor [m]
D
n
Constante de difusão para elétrons [cm
2
/s]
E
C
Nível energético da faixa de condução [V]
E
F
Nível de Fermi [V]
E
FM
Nível de Fermi do metal [V]
E
FB
Nível de Fermi do substrato [V]
E
i
Nível intrínseco do semicondutor [V]
E
V
Nível energético da faixa de valência [V]
g
m
Transcondutância de saída do transistor [S]
g
m_sat
Transcondutância de saturação de saída do transistor [S]
H
eff
Altura efetiva do Fin no transistor FinFET [nm]
H
Fin
Altura do Fin no transistor FinFET [nm]
H
R1
Altura da Região 1 do Fin no transistor FinFET [nm]
H
R2
Altura da Região 2 do Fin no transistor FinFET [nm]
I
D
Corrente entre dreno e fonte em transistores FinFETs [A]
I
Do
Corrente no transistor planar de porta única, por unidade de largura [A/cm]
I
DS
Corrente entre dreno e fonte [A]
I
D_sat
Corrente de saturação entre dreno e fonte [A]
k Constante de Boltzmann [1,38066 x 10
-23
J/K]
L Comprimento de canal do transistor [m]
L
D
Comprimento da região de Dreno em transistores FinFETs [nm]
L
eff
Comprimento efetivo do canal [m]
L
S
Comprimento da região de Fonte em transistores FinFETs [nm]
L
Fin
Comprimento do Fin no transistor FinFET [nm]
N
A
Concentração de impurezas aceitadoras do semicondutor tipo P [cm
-3
]
19
n
i
Concentração intrínseca de portadores [cm
-3
]
n(L) Concentrações de elétrons do lado do dreno [cm
-3
]
n(0) Concentrações de elétrons do lado da fonte [cm
-3
]
P Disncia do início de um dedo ao mesmo ponto do outro dedo [nm]
q Carga elementar do elétron [1,6 x 10
-19
C]
Q
D
Carga total de depleção na camada de silício por unidade de área nos
Transistores SOI [C/cm
2
]
Q
D_MOS
Carga total de depleção na camada de silício por unidade de área nos
Transistores MOS [C/cm
2
]
Q
D,eff
Carga de deplão efetiva da camada de silício por unidade de área nos
Transistores SOI [C/cm
2
]
Q
D,eff_MOS
Carga de deplão efetiva da camada de silício por unidade de área nos
Transistores MOS [C/cm
2
]
q
f
Densidade de carga na interface [cm
-2
]
Q
inv
Carga de inversão [C/cm
2
]
Q
ox
Densidade de cargas fixas no óxido por unidade de área [C/cm
2
]
Q
S2
Carga de inversão na segunda interface [C/cm
2
]
r
j
Profundidade da junção fonte e dreno [nm]
r_inf Raio de curvatura dos cantos inferiores [nm]
r_sup Raio de curvatura dos cantos superiores [nm]
S Inclinação de Sublimiar [V/década]
T Temperatura [K]
t
Si
A espessura da camada de silício [nm]
t
ox
A espessura da camada do óxido [nm]
t
oxb
A espessura do óxido enterrado [nm]
t
oxf
A espessura do óxido de porta em transistor SOI convencional [nm]
t
oxf_lat
A espessura da camada do óxido das portas laterais em FinFETs [nm]
t
oxf_sup
A espessura da camada do óxido da porta superior em FinFETs [nm]
V
D
Tensão de dreno [V]
V
DS
Tensão entre dreno e fonte [V]
V
FB
Tensão de faixa plana [V]
V
G
Tensão de entrada aplicada às portas do dispositivo [V]
V
G1
Tensão de entrada aplicada à porta do dispositivo em transistor SOI
convencional [V]
20
V
G2
Tensão de entrada aplicada ao substrato do dispositivo em transistor SOI
convencional [V]
V
T
Tensão de limiar [V]
V
T_CI
Tensão de limiar dos cantos inferiores em FinFETs [V]
V
T_CS
Tensão de limiar dos cantos superiores em FinFETs [V]
V
T_G
Tensão de limiar das portas em FinFETs [V]
V
T_GL
Tensão de limiar das portas laterais em FinFETs [V]
V
T_GS
Tensão de limiar da porta superior em FinFETs [V]
W
Largura de canal em transistor convencional [nm]
W
Fin
Largura do Fin no transistor FinFET [nm]
W
eff
Largura efetiva do Fin no transistor FinFET [nm]
W
Fin_inf
Largura inferior do Fin no transistor FinFET [nm]
W
Fin_sup
Largura superior do Fin no transistor FinFET [nm]
x
dmax
Profundidade máxima da região de depleção [m]
x
d1
Espessuras da região de depleção proveniente da primeira interface [m]
x
d2
Espessuras da região de depleção proveniente da segunda interface [m]
Fin
Ângulo de inclinação do Fin no transistor FinFET [graus]
ox
Permissividade do óxido de silício [3,45 x 10
-13
F/cm]
Si
Permissividade do silício [1,06 x 10
-12
F/cm]
F
Potencial de Fermi da camada de silício [V]
M
Função de trabalho do metal [V]
MS
Diferença da função de trabalho entre metal e semicondutor [V]
S
Potencial de supercie [V]
n
Mobilidade efetiva dos elétrons na camada de sicio [cm
2
/V.s]
Parâmetro resultante de associação das capacitâncias do transistor
Ψ Parâmetros resultante de associação de C, q, K e T
δ Parâmetros resultante de associação de capacitância
λ
1
Modulação do comprimento de canal para transistor de porta única
λ
2
Modulação do comprimento de canal para transistor de porta dupla
λ
3
Modulação do comprimento de canal para transistor de porta tripla
21
LISTA DE ABREVIATURAS
FinFET Fin Field Effect Transistor
GAA Gate-All-Around (Transistor de porta circundante)
HfO
2
Óxido de Háfnio
IMEC Interuniversity Microelectronic Center
MOS Metal-Oxide-Semiconductor
MOSFET Metal-Oxide-Semicondutor Field Effect Transistor
SCE Short Channel Effect
Si
Sicio
SiN Nitreto de Silício
SiO
2
Óxido de Silício
SOI Silicon-on-Insulator
SOS Silicon-on-Sapphire
SP Solução dada por Poisson
SS Solução dada por Schrödinger
TiN Nitreto de Titânio
22
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas quatro décadas, a indústria de semicondutores testemunhou um grande
progresso na redução das dimensões dos transistores de geometria planar. Entretanto, a
construção de transistores de geometria planar numa escala abaixo de 10 nm é extremamente
difícil devido a vários fatores, destacando-se, o efeito quântico, a fuga de corrente, a
degradação da mobilidade e o efeito de canal curto [1].
A limitação de escalamento da tecnologia de fabricação planar fez com que a indústria
voltasse à atenção para as estruturas não planares, ou seja, estruturas de canal vertical [1].
Surgiram os transistores fabricados em geometrias não planares, que apresentaram várias
vantagens em relação aos transistores fabricados em geometrias planares, tais como: maior
densidade de integração, maior escalamento e melhor controle da corrente.
No ano de 1989, foi fabricado o primeiro transistor de porta dupla utilizando uma
geometria vertical, o transistor DELTA (fully Depleted Lean-channel Transistor) [2].
Atualmente, o interesse da indústria é voltado para o FinFET que é um dispositivo de porta
dupla ou tripla sendo que suas portas são alocadas em diferentes paredes com diferentes
orientações superficiais possuindo assim, uma estrutura não planar. O DELTA e o FinFET
têm o mesmo princípio, ambos possuem estrutura de canal vertical.
O FinFET não somente é uma solução para o escalamento, mas também é uma
tecnologia com o processo de fabricação compatível aos dos dispositivos planares [3]. É um
dos principais candidatos para substituir os transistores MOS (Metal-Oxide-Semiconductor) e
o SOI (Silicon-on-Insulator) planares, devido a sua simplicidade de fabricação, maior controle
da corrente, inclinação de sublimiar praticamente ideal e melhor efeito de canal curto [3, 4, 5].
A tensão de limiar e a inclinação de sublimiar são os principais parâmetros nos
transistores, pois através deles é possível predizer a tensão de condução e analisar o
acoplamento das cargas no canal.
23
1.1 Objetivo
Neste trabalho, será realizado o estudo da tensão de limiar e inclinação de sublimiar
em transistores SOI FinFETs de porta dupla e porta tripla.
Uma série de simulações tridimensionais para os FinFETs de porta dupla e porta tripla
com diferentes dimensões do corpo do transistor (Fin) e com variadas concentrações de
dopantes no canal foi realizada.
Na seqüência, foram extraídas a tensão de limiar e a inclinação de sublimiar para
larguras do Fin (W
Fin
) de 10, 20, 30, 60, 90 e 120 nm; alturas do Fin (H
Fin
) de 30, 60 e 150 nm
e comprimento do canal (L) de 200, 300, 500 nm e 1 µm. Adicionalmente, foi efetuada a
variação da concentração de dopantes no canal, na faixa de N
A
= 1 x 10
15
a N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
.
Modelos analíticos para o cálculo da tensão de limiar e inclinação de sublimiar em
transistores SOI FinFETs de porta dupla e porta tripla, obtidos a partir da solução dada pela
equação de Poisson, foram analisados e comparados com as simulações.
Foi feita a caracterização elétrica nos transistores SOI FinFETs de porta tripla
fabricados no centro de pesquisa “IMEC - Interuniversity Microelectronic Center. Os
resultados das simulações, dos modelos analíticos e da caracterização elétrica apresentaram as
mesmas tendências de comportamento.
1.2 Estrutura do Trabalho
Este trabalho está estruturado sob a forma indicada na seqüência. No capítulo 2 são
apresentados conceitos, estruturas e os principais parâmetros elétricos dos transistores
MOSFETs convencionais (bulk MOS) e SOI MOSFETs convencionais.
No capítulo 3 é apresentada uma revisão bibliográfica sobre transistores de múltiplas
portas, seus leiautes e seus principais parâmetros elétricos.
24
A revisão bibliográfica sobre transistores FinFETs de porta dupla e porta tripla é
apresentada no capítulo 4.
No capítulo 5 é apresentada uma introdução sobre o simulador numérico ATLAS e,
adicionalmente, contém as curvas características dos dispositivos que foram utilizadas para
estudo do comportamento da tensão de limiar e da inclinação sublimiar dos transistores SOI
FinFETs de porta dupla e porta tripla com diferentes concentrações de dopantes no interior do
canal.
Modelos analíticos para o cálculo da tensão de limiar e inclinação de sublimiar em
transistores SOI FinFETs de porta dupla e porta tripla e os resultados das caracterizações
elétricas dos transistores SOI FinFETs de porta tripla são apresentados no capítulo 6.
No capítulo 7 são apresentadas as conclusões finais desta Dissertação de Mestrado
juntamente com as perspectivas futuras.
25
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Neste capítulo são apresentados conceitos, estruturas e os principais parâmetros
elétricos dos transistores MOSFETs convencionais (bulk MOS) e SOI MOSFETs
convencionais.
2.1 Transistor SOI MOSFET
A tecnologia SOI apresenta várias vantagens [6, 7] sobre a tecnologia MOS, tais como
menor capacitância parasitária, melhor inclinação de sublimiar, maior velocidade de operação,
maior resistência à radião, menor efeito de canal curto, etc.
Na figura 2.1 são apresentados os perfis dos transistores MOS e SOI. A diferença entre
esses dois dispositivos reside em uma camada de óxido enterrado, que separa a região ativa do
substrato, existente no transistor com a tecnologia SOI.
Figura 2.1 – Perfil de Transistores MOSFETs de canal N na tecnologia MOS (a) e na tecnologia SOI (b).
Nos dispositivos fabricados com a tecnologia MOS, a região de depleção estende-se a
partir da interface Si-SiO
2
até a sua máxima largura possível, que é determinada pela equação
2.1 [8].
A
Fsi
maxd
qN
4
x
(2.1)
26
E o potencial de Fermi é determinado pela equação 2.2 [8].
n
N
ln
q
kT
i
A
F
(2.2)
Nas equações 2.1 e 2.2,
Si
é a permissividade do Silício; q é a carga elementar do
elétron; N
A
é a concentração de impurezas aceitadoras do substrato; k é a constante de
Boltzmann; T é a temperatura absoluta; n
i
é a concentração intrínseca de portadores.
2.2 Classificação dos transistores SOI MOSFETs
O perfil transversal de um transistor SOI MOSFET de canal N, indicando os eletrodos
de porta (V
G1
) e substrato (V
G2
), a espessura da camada de silício (t
si
), do óxido de porta (t
oxf
)
e do óxido enterrado (t
oxb
) e as três interfaces de Si-SiO
2
da estrutura, pode ser visualizado na
figura 2.2.
Figura 2.2 – Perfil transversal de um transistor SOI MOSFET de canal N.
Os transistores SOI MOSFETs podem funcionar como parcialmente depletados,
totalmente depletados e quase totalmente depletados, dependendo da espessura da camada de
silício sobre o isolante, da concentração de dopantes e da temperatura [9].
27
2.2.1 Transistor SOI MOSFET parcialmente depletado
No dispositivo SOI MOSFET parcialmente depletado, a espessura da camada de
silício é maior que a soma das larguras das regiões de depleção máxima proveniente da
primeira e da segunda interface (t
Si
> 2x
dmax
), isto é, o ocorre contato entre as regiões de
depleção, existindo entre elas uma região neutra. Se essa região neutra for ligada por um
contato elétrico, esse dispositivo apresenta as mesmas características do transistor MOS.
Caso contrário, se o contato estiver eletricamente flutuando, o transistor apresentará
efeitos devido ao corpo flutuante (floating body effec) [10 - 13], tais como, o efeito de
elevação abrupta da corrente de dreno (Kink effect) e o efeito bipolar parasitário (parasitic
bipolar effect) entre fonte e dreno.
A figura 2.3 mostra um diagrama de faixas de energia de um transistor SOI MOSFET
parcialmente depletado, onde t
Si
é a espessura da camada de silício; x
d1
e x
d2
são as espessuras
da região de depleção, provenientes da primeira e da segunda interfaces, respectivamente.
Figura 2.3 – Diagrama de faixas de energia do transistor SOI MOSFET parcialmente depletado.
28
2.2.2 Transistor SOI MOSFET totalmente depletado
No dispositivo SOI MOSFET totalmente depletado, a espessura da camada de sicio é
menor que a largura da região de depleção máxima (t
Si
< x
dmax
). Portanto, a camada de silício
ficará totalmente depletada, quando for aplicada na porta a tensão de limiar,
independentemente da tensão aplicada ao substrato.
Nessas condições, esse dispositivo apresenta as melhores características elétricas, tais
como uma menor variação da tensão de limiar com a temperatura, menor efeito de canal
curto, melhor inclinação de sublimiar, redução do campo elétrico horizontal, maior
mobilidade, uma transcondutância superior e outras [14 - 17].
Na figura 2.4 é mostrado um diagrama de faixas de energia de um transistor SOI
MOSFET totalmente depletado, onde t
Si
é a espessura da camada de silício; x
d1
e x
d2
o as
espessuras da região de depleção, provenientes da primeira e da segunda interfaces,
respectivamente.
Figura 2.4 – Diagrama de faixas de energia do transistor SOI MOSFET totalmente depletado.
29
2.2.3 Transistor SOI MOSFET quase totalmente depletado
Nos dispositivos SOI MOSFET quase totalmente depletado, a espessura da camada de
silício está compreendida entre x
dmax
e
2x
dmax
(x
dmax
< t
Si
< 2x
dmax
). Conseqüentemente, as
regiões de deplão da primeira e da segunda interface poderão ou não entrar em contato,
dependendo da tensão aplicada ao substrato. Dessa forma, este dispositivo pode funcionar
como totalmente depletado, caso suas regiões de depleção entrem em contato, ou como
parcialmente depletado, caso suas regiões de depleção não entrem em contato.
2.3 Parâmetros elétricos dos transistores SOI MOSFET
2.3.1 Tensão de limiar
A tensão de limiar (V
T
) é definida como sendo o valor da tensão aplicada na porta de
um transistor, a partir do qual todo incremento de tensão acima dessa tensão irá atrair os
portadores minoritários para região do canal, formando, assim, uma camada de inversão forte.
Na tecnologia MOS, a corrente de dreno aparece quando a inversão forte é alcançada
(
S
= 2
F
) [18].
Em dispositivos MOS e em dispositivos SOI parcialmente depletados [19], onde não
existe um contato entre as regiões de depleção da primeira com a segunda interface, a tensão
de limiar é determinada pela equação 2.3 [8].
ox
max
A
F
FBT
C
d
xqN
2
VV
(2.3)
Na equação acima, V
FB
é a tensão de faixa plana, que é
determinada pela equação 2.4.
ox
ox
MS
FB
C
Q
V
(2.4)
30
Nas equações 2.3 e 2.4,
MS
é a diferença de função trabalho entre metal de porta e o
silício; C
ox
a capacitância do óxido de porta por unidade de área e, Q
ox
é a densidade de cargas
fixa no óxido.
Em dispositivos SOI totalmente depletados, onde existe um contato entre as regiões de
depleção, a tensão de limiar pode ser obtida através do modelo de Lim & Fossum [8]. Esse
modelo é descrito por um sistema de equações onde a tensão aplicada na porta (V
G1
)
influenciará o potencial de supercie da segunda interface (
S2
), assim como, a tensão
aplicada no substrato (V
G2
), influenciará o potencial de supercie da primeira interface (
S1
).
Portanto, obtém-se uma relação entre as tensões de portas V
G1
e
V
G2
e os potenciais de
superfície
S1
e
S2
,
que
pode ser determinada, respectivamente, pelas equações 2.5 e 2.6.
C
QQ
2
1
C
C
C
C
1
C
Q
V
1ox
1invD
2S
1ox
Si
1S
1ox
Si
1ox
1ox
1MS1G
(2.5)
C
QQ
2
1
C
C
C
C
1
C
Q
V
2ox
2SD
1S
2ox
Si
2S
2ox
Si
2ox
2ox
2MS2G
(2.6)
Nas equações 2.5 e 2.6, C
Si
a capacitância camada de silício por unidade de área,
MS1
é diferença de função trabalho entre a porta e a camada de silício,
MS2
é a
diferença de função
trabalho entre o substrato e a camada de silício;
S1
e
S2
são os potenciais de superfície da
primeira e segunda interfaces; Q
inv1
é a carga de inversão por unidade de área na primeira
interface; Q
S2
é a carga de inversão por unidade de área (Q
S2
<0), ou a carga de acumulação
(Q
S2
>0), na segunda interface e; Q
D
é a carga total de depleção na camada de silício por
unidade de área.
Através das equações 2.5 e 2.6, obtêm-se diferentes expressões de tensão de limiar da
primeira interface em função da polarização do substrato e da condição de polarização da
segunda interface:
a) Quando a segunda interface estiver acumulada, tem-se que:
S1
= 2
F
,
S2
= 0 e Q
inv1
= 0 e
a tensão de limiar é determinada pela equação 2.7.
C2
Q
2
C
C
1
C
Q
V
1ox
D
F
1ox
Si
1ox
1ox
1MS2acc,1T
(2.7)
31
b) Quando a segunda interface estiver invertida, tem-se que:
S1
= 2
F
,
S2
= 2
F
e Q
inv1
= 0 e
a tensão de limiar é determinada pela equação 2.8.
C
Q
2
C
Q
V
1ox
D
F
1ox
1ox
1MS2inv,1T
(2.8)
c) Quando a segunda interface estiver em depleção, tem-se que: 0 <
S2
< 2
F
, e Q
S2
= 0 e a
teno de limiar é determinada pela equação 2.9.
acc,2G2G
2oxSi
1ox
2oxSi
2acc,1T2depl,1T
VV
CC
C
CC
VV
(2.9)
O valor V
G2,acc2
é determinado pela equação 2.10.
F
2ox
Si
2ox
SiA
2ox
2ox
2MS2acc,2G
2
C
C
C
2
tqN
C
Q
V
(2.10)
As equações de tensão de limiar acima, 2.7, 2.8 e 2.9, são válidas somente quando a
espessura da camada de inversão e acumulação forem bem menores que a espessura da
camada de silício ou seja, não são aplicadas em dispositivos de filme fino pois estes, são
inflênciados pelos efeitos quânticos [20].
2.3.2 Efeito de canal curto
O efeito de canal curto (SCE - Short Channel Effect) ocorre devido a uma redução no
comprimento de canal dos transistores. As cargas da região de depleção sob o canal, que são
normalmente controladas pela porta, passam a ser, também, controladas pelas regiões de
depleção de fonte e dreno. Vários efeitos são causados em função dessa redução de canal [14,
21, 22], destacando-se a redução da tensão de limiar.
Nos transistores MOS, a carga de depleção controlada pela porta é determinada pela
equação 2.11.
maxdAMOS_D
xqNQ (2.11)
32
Para os transistores MOS de canal curto, a carga de depleção controlada pela porta é
determinada pela equação 2.12 [23], r
j
onde é a profundidade da junção da fonte e dreno.
1
r
x
2
1
L
r
1QQ
j
maxd
j
MOS_DMOS_eff,D
(2.12)
Para transistores SOI MOSFET totalmente depletados, a carga de depleção efetiva
(Q
D,eff
) controlada pela porta é uma fração da carga de depleção no canal (Q
D
), que é
determinada equação 2.13.
L
d
1QQ
Deff,D
(2.13)
O valor de Q
D
é determinado pela equação 2.14, onde L e d são as distâncias indicadas na
figura 2.5.
SiAD
tqNQ (2.14)
Figura 2.5 – Distribuição das cargas de deplão em transistores de tecnologia MOS (a) e de tecnologia SOI
totalmente depletado (b) em relação ao comprimento do canal.
33
Os dispositivos SOI MOSFETs totalmente depletados sofrem menor efeito de canal
curto em relação a redução do comprimento do canal do que os dispositivos MOS. Tal
inflncia pode ser visualizada na figura 2.5. Adicionalmente, através da análise das equações
2.12 e 2.13, pode-se notar que, em dispositivos SOI de canal curto, a carga de depleção
efetiva controlada pela porta é maior do que a carga de depleção efetiva controlada pela porta
em dispositivos MOS de canal curto.
A figura 2.6 mostra a variação da tensão de limiar em função do comprimento de canal
em dispositivos MOS e um SOI MOSFET de canal n totalmente depletado. Pode-se notar que
para os dispositivos SOI MOSFETs a redução da tensão de limiar é menor com a diminuição
do comprimento de canal comparado ao MOS convencional [14, 15].
Figura 2.6 – Tensão de limiar em função do comprimento de canal de um dispositivo MOSFET e de um SOI
MOSFET de canal n totalmente depletado [6].
2.3.3 Inclinação de sublimiar
A inclinação de sublimiar (S) ou, mais apropriadamente, o inverso da inclinação de
sublimiar, é definida como o inverso da inclinação da curva log (I
DS
) x V
G1
, que é
determinada pela equação 2.15.
)]I[log(d
dV
S
DS
1G
(2.15)
34
Nos transistores MOS, a corrente de sublimiar é independente da tensão aplicada ao
dreno, pois é uma corrente devida a difusão dos portadores minoritários [24] e pode ser
determinada pela equação 2.16.
L
)L(n)0(n
qAD
dy
dn
qADI
nnDS
(2.16)
Na equação acima, A é área da camada de inversão; D
n
é o coeficiente de difusão dos
elétrons; n(0) e n(L) são as concentrações de elétrons do lado da fonte e do dreno,
respectivamente.
Utilizando-se a equação 2.16 e, após algumas simplificações, desprezando as
armadilhas de interface, obtém-se uma expressão geral em função de , que é expressa pela
equação 2.17 [24].
)1)(10ln(
q
kT
S
(2.17)
O valor de é determinado por diferentes equações, em função do tipo de
funcionamento do transistor. Têm-se as seguintes situações que são determinadas pelas
equações 2.18, 2.19 e 2.20, respectivamente:
a) Transistor MOS ou SOI MOSFET parcialmente depletado.
1ox
D
MOS
C
C
(2.18)
b) Transistor SOI MOSFET totalmente depletado com a segunda interface acumulada.
1ox
Si
acc
C
C
(2.19)
c) Transistor SOI MOSFET totalmente depletado com a segunda interface depletada.
2oxSi1ox
2oxSi
depl
CCC
CC
(2.20)
35
Portanto, pode-se notar que, os valores de variam de acordo com a condição de
polarização da segunda interface e estão tipicamente na seqüência:
depl
<
MOS
<
acc
e, conseqüentemente:
S
depl
< S
MOS
< S
acc
A inclinação de sublimiar tem o menor valor nos transistores SOI totalmente
depletados (S
depl
), um maior valor nos transistores MOS (S
MOS
) e ainda maior valor nos
transistores SOI com a segunda interface acumulada (S
acc
).
Nos transistores SOI totalmente depletados, o valor da inclinação de sublimiar pode
aproximar-se do limite teórico de 60 mV/dec em temperatura ambiente, enquanto que nos
transistores MOS os valores estão na faixa de 80 mV/dec até 120 mV/dec.
2.3.4 Transcondutância
A transcondutância (g
m
) é a medida da eficácia do controle da corrente de dreno pela
teno de porta. Pode ser determinada pela equação 2.21 [25].
1G
DS
m
dV
dI
g (2.21)
A equação geral da corrente de saturação (I
DS_sat
), em função de , pode ser expressa
pela equação 2.22 [25].
2
T1G
1oxn
sat_DS
VV
1L2
CW
I
(2.22)
36
A largura e o comprimento de canal do transistor são representados respectivamente
por W e L. A mobilidade efetiva do elétron é representada por
n
e pode assumir diferentes
valores dependendo do tipo de funcionamento do transistor, conforme apresentado no item
2.3.3 equações 2.18, 2.19 e 2.20. Portanto, a transcondutância na região de saturação pode ser
expressa pela equação 2.23.
DSsatDST1G
1oxn
1G
sat_DS
sat_m
VVpara,VV
1L
CW
dV
dI
g
(2.23)
Sendo que os valores de estão tipicamente na seqüência:
depl
<
MOS
<
acc
Em função do que foi descrito, pode-se concluir que a transcondutância também varia
de acordo com a condição de polarização da segunda interface. Portanto é maior em um
dispositivo SOI MOSFET totalmente depletado do que em um dispositivo MOS, que por sua
vez é maior do que em um dispositivo SOI MOSFET totalmente depletado com a segunda
interface acumulada.
37
3 DISPOSITIVOS DE MÚLTIPLAS PORTAS
Neste capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica sobre transistores de múltiplas
portas, seus leiautes e seus principais parâmetros elétricos.
O primeiro transistor SOI MOSFET de porta única, produzido antes de 1964, era
parcialmente depletado e foi construído utilizando a tecnologia silício sobre safira (SOS) [26].
Nos anos 80 foi produzido primeiro transistor SOI MOSFET totalmente depletado que
apresentava como características principais uma transcondutância superior, uma maior
corrente de saturação e uma melhor inclinação de sublimiar, quando comparado com o
transistor parcialmente depletado [16, 17].
Em função da facilidade dos processos em substrato SOI, os dispositivos
convencionais SOI MOSFET de porta única tem sido extensivamente utilizados. Contudo, a
necessidade de promover, tanto o aumento da corrente, como uma melhoria na característica
de canal curto, tem causado o aumento no número de pesquisas na área de dispositivos de
múltiplas portas tais como porta dupla, porta tripla e quádrupla [5, 27, 28]. Na figura 3.1 pode
ser visualizada a evolução dos transistores SOI MOSFETs.
Figura 3.1 – Evolução dos transistores SOI MOSFET [29].
38
3.1 Dispositivos de porta dupla
Na década de 1980, por volta do ano de 1984, foi proposto o primeiro transistor SOI
MOSFET de porta dupla em geometria planar, o XMOS [30], cujo esquema é apresentado na
figura 3.2.
Figura 3.2 – Transistor XMOS [30].
Os dispositivos de porta dupla foi uma solão para aumentar a capacidade de
escalamento e, conseqüentemente, a capacidade de integração. Entretanto seu processo de
fabricação era bastante complexo, em particular o de fazer as suas portas auto-alinhadas.
Adicionalmente, verificou-se que o desalinhamento das portas [31] desses dispositivos
causava uma degradação em seu desempenho [32]. Um dos métodos propostos para amenizar
esse problema foi construir dispositivos com diferentes tamanhos de portas, com a porta
superior muito maior ou muito menor que a porta inferior [33].
O dispositivo de porta circundante, conforme apresentado na figura 3.3 é um dispositivo
com canal na forma horizontal, envolto por isolante e material de porta. Apesar disso, pode
ser considerado como um dispositivo de porta dupla, devido a largura de seu canal ser muito
maior que a espessura do filme de silício [34].
39
Figura 3.3 – Transistor de porta circundante (Gate-All-Around – GAA) [29].
No ano de 1989 foi fabricado o primeiro transistor de porta dupla utilizando uma
geometria vertical, o transistor DELTA (fully Depleted Lean-channel Transistor) [2],
mostrado na figura 3.4.
Figura 3.4 – Transistor DELTA [2].
A novidade da implementação do transistor DELTA resultou no desenvolvimento de
transistores de canais verticais, tais como o SOI MOSFET triangular-wire [35], o
FXMOSFET [36] e o FinFET, apresentado na figura 3.5.
Figura 3.5 – Transistor FinFET de porta dupla.
40
3.2 Dispositivos de porta tripla ou mais (+3)
Outros transistores com estruturas não planares também foram propostos, tais como o
de estrutura de porta Π [37 - 39] e Porta Ω [40], apresentados na figura 3.6. Esses transistores
possuem três portas, com uma extensão do eletrodo de porta, ou porta virtual, que proporciona
um aumento na corrente e melhora o efeito de canal curto. Devido a presença da porta virtual,
esses transistores, também, são denominados de transistores com mais de três portas.
Figura 3.6 – Estruturas não planares: (a) Porta Π; (b) Porta Ω.
Com o aumento do número de portas dos transistores, uma melhora na inclinação
de sublimiar, pois o controle da região de canal pela porta se torna mais efetivo, uma vez que
as múltiplas portas oferecem mais proteção da região de canal em relação as linhas do campo
elétrico do dreno. Esses transistores oferecem alta corrente e efeito de canal curto reduzido,
entretanto apresentam efeito decanto” (corner effect) [41].
O efeito de “cantoé devido a inflncia do raio de curvatura nas extremidades dos
transistores, as quais podem dar origem a correntes parasitárias normalmente indesejáveis.
Nos transistores de múltiplas portas, os cantos fazem parte de sua estrutura como pode ser
visto nas figuras 3.6 e 3.7. O efeito de canto pode ser reduzido ou eliminado usando um
material de porta midgap”, uma dopagem reduzida na região do canal, ou utilizando cantos
com valores altos de raios de curvatura [41].
41
Figura 3.7 – Corte transversal das Estruturas não planares: Porta Π, onde r_sup é igual a r_inf (a); Porta Ω, onde
r_sup é diferente de r_inf (b). Sendo que r_sup e r_inf são os raios de curvatura dos cantos superiores e
inferiores, respectivamente [29].
A figura 3.8 apresenta as diferentes configurações de porta de transistores SOI
MOSFETs.
Figura 3.8 – Estruturas não planares: Porta Única (1); Porta Dupla (2); Porta Tripla (3); Porta Quádrupla (4);
Porta Π (5) [28].
3.3 Parâmetros elétricos dos transistores de múltiplas portas
3.3.1 Corrente de dreno
A corrente de um SOI MOSFET de múltiplas portas é proporcional a largura total das
portas. Logo, por comparação ao transistor de porta única, a corrente duplica para um
transistor de porta dupla, triplica para um transistor de porta tripla e, assim sucessivamente,
desde que todas as portas tenham a mesma largura.
Para aumentar a capacidade de corrente, utiliza-se a configuração com multi-dedos,
como mostrado na figura 3.9.
42
Figura 3.9 – Estrutura multi-dedos.
A corrente total de um transistor de vários dedos” é igual a corrente de cada “dedo”
multiplicada pelo número de “dedos”, considerando que a mobilidade em todas as interfaces
Si/SiO
2
seja a mesma. Assim, para dispositivos de porta dupla, a corrente total (I
D
) pode ser
determinada pela equação 3.1 [29].
P
H2W
II
FinFin
DoD
(3.1)
Na equação acima I
Do
é a corrente obtida por um transistor planar de porta única, por
unidade de largura; W
Fin
é a largura de um “dedo”; H
Fin
é a altura da camada de silício e P é à
distância do início de um dedo ao mesmo ponto do outro dedo.
Para que a utilização da estrutura multi-dedos seja vantajosa, é necessário que a
corrente
DoD
II
. Para dispositivos de porta tripla, onde H
Fin
= W
Fin
, P precisa ser menor que
3W
Fin
(P < 3W
Fin
) para que tenha uma corrente maior do que a de um transistor com porta
única [29].
3.3.2 Tensão de limiar
A definição de tensão limiar para transistores de porta única é inadequada para
transistores de múltiplas portas [42 - 48]. Para transistores de múltiplas portas, diferentemente
dos transistores de porta única, onde a corrente aparece na inversão forte (
s
= 2
F
), a corrente
aparece na inversão fraca (
s
< 2
F
entre 10 a 90 mV). Em transistores com múltiplas portas, a
inversão pode ser alcançada em diferentes partes do canal, para diferentes tensões aplicadas
nas portas.
43
Existem vários métodos para extração da tensão de limiar [49]. Para transistores de
porta dupla, a tensão de limiar pode ser extraída pelo método da transcondutância [50, 51].
Nesse método, a tensão de limiar é definida pela tensão aplicada à porta do transistor,
onde a derivada da transcondutância (d
2
I
D
/dV
G
2
), tem o seu valor máximo, ou seja, quando
d
3
I
D
/dV
G
3
= 0. O potencial de superfície (
S
) pode ser determinado pela equação 3.2 [52].
exp1
1
ln
q
kT
2
FS
(3.2)
O valor de Ψ é determinado pela equação 3.3.
Si
D
C8
Q
kT
q
(3.3)
O valor de δ é determinado pela equação 3.4.
Si
ox
C4
C
(3.4)
Substituindo os valores de Ψ e δ na equação 3.2 e considerando o quanto
S
é maior do
que 2
F
, na faixa de 10 a 90 mV, que corresponde a uma corrente de inversão fraca, a tensão
de limiar pode ser determinada pela equação 3.5.
1
q
kT
VV
FBST
(3.5)
Na equação 3.5, o potencial de supercie em inversão fraca depende da espessura da
camada de silício, da espessura do óxido de porta e da dopagem [52, 53].
44
3.3.3 Efeito de canal curto
O efeito de canal curto em transistores de camadas finas [21, 22], ou em transistores
de múltiplas [48] portas, tem uma dependência do parâmetro λ “comprimento natural”.
O “comprimento naturalé a medida do efeito de canal curto, uma vez que representa
a penetração das linhas do campo elétrico do dreno no corpo do transistor ou o quanto a
região de dreno pode controlar a rego de depleção no canal. Portanto, transistores de porta
dupla e porta tripla possuem um melhor efeito de canal curto do que transistores de porta
única, pois possuem um menor valor de λ.
Para transistores de porta única e porta dupla, o parâmetro λ é determinado pelas
equações 3.6 e 3.7, respectivamente [29].
tt
Siox
ox
Si
1
(3.6)
tt
2
Siox
ox
Si
2
(3.7)
A expressão do parâmetro λ pode ser obtida através da equação de Poisson, pois em
transistores de múltiplas portas é possível predizer a espessura da camada de silício para se
evitar o efeito de canal curto, ou seja, para manter uma inclinação de sublimiar adequada [54].
A variação do potencial no interior do canal em transistores SOI MOSFETs totalmente
depletados pode ser calculada pela análise tridimensional de Poisson, conforme apresentada
na equação 3.8.
Si
A
Si
2
2
2
2
2
2
N
q
dz
)z,y,x(d
dy
)z,y,x(d
dx
)z,y,x(d
(3.8)
Considerando as direções dadas pelas coordenadas x, y e z, conforme mostrado na
figura 3.10, pode-se visualizar como as portas e dreno controlam a região de depleção do
canal.
45
Figura 3.10 – Coordenadas em um transistor de múltiplas portas.
Para transistores de porta única e porta dupla, pode-se considerar o campo elétrico na
direção z nulo, ou seja,
0
dz
d
, portanto a equação 3.8 pode ser reescrita como apresentada
na equação 3.9.
Si
A
2
2
2
2
N
q
dy
)z,y,x(d
dx
)z,y,x(d
(3.9)
Sabe-se que, em uma análise unidimensional, o perfil do potencial em função da
profundidade de um SOI MOSFET totalmente depletado é parabólico. Portanto, assumindo-se
uma distribuição similar na direção y para uma análise bidirecional, pode-se escrever a
equação 3.10 [55].
2
11o
y)x(
c
y)x(
c
)x(
c
)y,x( (3.10)
Para o caso de transistores de porta única, utilizam-se as condições de contorno
descritas abaixo:
a) )x(
c
)x()y,x(
o
1S
onde:
)x(
1S
, é o potencial de supercie na primeira interface.
b)
)x(
c
t
)x(
dy
)y,x(d
0y
1
ox
1G1S
Si
ox
46
onde:
VV
FB1G
1G
sendo que
V
FB
é a tensão de faixa Plana.
c) Assumindo que a espessura do óxido enterrado é tão grande que a diferença de potencial
junto ao mesmo pode ser desprezada, tem-se que:
0
dy
)y,x(d
2
2
0)x(
ct
2)x(
c
dy
)y,x(
d
t
y
2Si1
2
Si
e
t2
)x(
c
)x(
c
Si
1
2
Introduzindo as condições de contorno na equação 3.10, tem-se a equação 3.11.
2
ox
1G1S
Siox
1G1S
Si
ox
1S
y
t
)x(
t2
1
y
t
)x(
)x()y,x(
(3.11)
Substituindo a equação 3.11 na equação 3.9, para y = 0, na profundidade
)x()y,x(
1S
, tem-se a equação 3.12.
Si
A
Siox
1G1S
Si
ox
2
1S
2
N
q
tt
)x(
dx
)x(d
(3.12)
O valor de )x(
1S
é determinado através da equação 3.12 e o valor de )y,x(
pode
ser calculado utilizando-se a equação 3.11.
No entanto a equação 3.12 pode ser usada para outro propósito. Considerando a
equação 3.6 (λ
1
) e a equação 3.13, a equação 6.12 pode ser reescrita na equação 3.14 [29].
47
2
Si
A
1S1S
N
q
)x()x()y,x(
(3.13)
0
)x(
dx
)x(d
22
2
(3.14)
A equação 3.14 é uma equação diferencial que contém o parâmetro λ
1
, qual controla a
penetração do potencial elétrico na direção x.
Para o caso de transistores de porta dupla, utilizam-se as condições de contorno
descritas abaixo:
a) )x(
c
)x()
t
,x()0,x(
o
1S
Si
onde:
)x(
1S
é o potencial de supercie na primeira interface.
b)
)x(
c
t
)x(
dy
)y,x(d
0y
1
ox
1G1S
Si
ox
onde:
VV
FB1G
1G
sendo que V
FB
é a tensão de faixa plana.
c)
)x(
c
)x(
ct
2)x(
c
t
)x(
dy
)y,x(
d
t
y
12Si1
ox
1G1S
Si
ox
2
Si
e
t2
)x(
c
)x(
c
Si
1
2
Introduzindo essas condições de contorno na equação 3.10, tem-se:
2
ox
1G1S
Siox
1G1S
Si
ox
1S
y
t
)x(
t
1
y
t
)x(
)x()y,x(
(3.15)
48
Pode-se, então, encontrar o parâmetro λ
2
descrito na equação 3.7 como feito
anteriormente para λ
1
nas equações 3.13 e 3.14.
Esta análise, também, pode ser estendida para transistores de porta quádrupla onde
2
2
2
2
dz
d
dy
d
no centro do transistor, local em que a penetração das linhas do campo elétrico do
dreno no corpo do transistor é mais forte. Nesse caso, a equação Poisson e o parâmetro λ são
determinados pela equação 3.16.
Si
A
2
2
2
2
N
q
dy
)z,y,x(d
2
dx
)z,y,x(d
(3.16)
Para dispositivos de porta quádrupla, o parâmetro λ
3
é dado equação 3.17.
tt
4
Siox
ox
Si
3
(3.17)
O conceito de λ pode ser utilizado para se estimar o máximo de t
Si
para se evitar o
efeito de canal curto. Para transistores com portas triplas, porta Π e porta Ω, os valores
apropriados para t
Si
ficam entre os respectivos valores intermediários dos transistores de porta
tripla e transistores de porta quádrupla.
3.3.4 Mobilidade
A Mobilidade dos portadores é a facilidade com que elétrons e lacunas atravessam a
estrutura cristalina do material na interface junto ao óxido de porta ou no corpo do
semicondutor. Quanto maior a mobilidade dos portadores, menor será a perda de energia,
portanto mais baixa será a resistividade.
Ao se reduzir a espessura do filme de sicio aparece um fenômeno que é denominado
de inversão de volume. O fenômeno inversão de volume foi descoberto em 1987 [20], e
experimentalmente observado pela primeira vez em 1990 [34], na implementação do
transistor MOSFET de porta circundante, apresentado na figura 3.3.
49
Esse é um fenômeno que aparece nos transistores SOI MOSFETs de porta dupla ou
tripla, no qual a inversão dos portadores não ocorre na interface Si/SiO
2
e sim no meio da
camada de silício, o que proporciona um aumento na mobilidade no canal do transistor e a
diminuição da tensão de Limiar.
A inversão de volume é um fenômeno quântico e para determiná-lo, além da solução
dada pela equação de Poisson (SP), onde é considerada somente a física clássica, deve ser
utilizada, também, a solução dada pela equação de Schrödinger (SP+SS), pois esta prevê os
efeitos quânticos.
50
4 FINFETs
Neste capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica sobre transistores FinFETs
Fin Field Effect Transistor” de porta dupla e porta tripla.
A Figura 4.1 apresenta os desenhos esquemáticos dos FinFETs indicando as regiões de
fonte, dreno e porta, a espessura do óxido das portas laterais e porta superior (t
oxf_lat
e t
oxf_sup
),
o comprimento do canal L, e as dimensões do Fin: largura W
Fin
, altura H
Fin
e comprimento
L
Fin
. O Fin é constituído da região da fonte, do dreno e do canal do dispositivo.
Figura 4.1 – Transistor FinFET de porta dupla (a) e FinFET de porta tripla (b).
Em aplicações onde o comprimento do canal dos transistores SOI-MOS é reduzido,
abaixo de 100 nm, o efeito de canal curto é maior e, para se controlar este efeito, é necessário
aumentar a concentração de dopantes no canal. Como conseqüência do aumento da
concentração de dopantes, uma diminuição na mobilidade dos portadores, causando uma
degradação no desempenho do dispositivo e afetando o seu principal parâmetro, que é a
teno de limiar.
Para solucionar esses problemas foram propostas estruturas como o FinFET. Essa
estrutura tem em comum as vantagens da tecnologia SOI e suas portas são alocadas em
diferentes paredes com diferentes orientações superficiais, possuindo assim uma estrutura o
planar [56].
51
O transistor FinFET é uma evolução do primeiro transistor de porta dupla fabricado
em 1989, o transistor DELTA (fully Depleted Lean-channel Transistor) apresentado no
capítulo anterior na figura 3.4 [2].
O conceito de múltiplas portas já era conhecido [57, 58], mas a novidade da
implementação do transistor DELTA resultou no desenvolvimento de transistores
semelhantes. O DELTA e o FinFET possuem estrutura de canal vertical.
4.1 Processo de fabricação
Transistores fabricados em geometrias não planares apresentam uma série de
vantagens em relação aos transistores fabricados em geometrias planares, tais como: maior
densidade de integração, maior escalamento e melhor controle da corrente. Nesse sentido,
transistores planar de porta dupla [59] e de porta circundante [60] foram pesquisados durante
uma década, porém mesmo apresentando benecios similares aos FinFETs, como a redução
do efeito de canal curto e da inclinação de sublimiar, não foram considerados tão atrativos
para a indústria, devido ao seu complicado processo de fabricação.
Contudo, foi a limitação de escalamento da tecnologia de fabricação planar que fez
com que a indústria voltasse à atenção para as estruturas o planares [1]. Atualmente, o
interesse da indústria é voltado para o FinFET. Este é um transistor de porta dupla ou tripla,
sendo que sua estrutura quase planar [61] demanda um processo de fabricação viável e o
aumento da corrente pode ser controlado pelo aumento do número de Fin, como pode ser
visto no capítulo anterior, na figura 3.9.
Os FinFETs são fabricados [1, 3, 4, 62] sobre lâminas de silício SOI. São utilizados
dois tipos de concentração de dopantes (N
A
e N
D
) e silício policristalino (ou outro condutor)
nas portas, onde o silício policristalino pode ser dopado por implantação iônica. As portas são
isoladas com óxido de silício.
Uma técnica padrão é utilizada para produzir a largura do Fin e comprimento da porta
abaixo de 10 nm. Seu processo de fabricação inclui várias etapas, tais como a oxidação
térmica, deposição de óxido de silício, fotogravação, corrosão química, difusão de impurezas
e implantação iônica. Um exemplo de fabricação pode ser melhor compreendido através da
análise da figura 4.2.
52
Figura 4.2 – Diagrama de fabricação de um FinFET; (a) Aplicação do fotorresiste com uma fotomáscara;
(b) Remoção do SiN e do SiO
2
; (c) O óxido de amortecimento SiO
2
é crescido; (d) O óxido de amortecimento é
removido; (e) O óxido de porta é crescido; (f) O silício policristalino é depositado [1].
4.2 Características do FinFET
4.2.1 Efeito da variação nas dimensões
As características de sublimiar dependem da largura (W
Fin
) e da altura (H
Fin
) do Fin e
do comprimento do canal (L). A figura 4.3 apresenta a curva característica I
D
-V
G
para
diferentes comprimentos do canal.
Para comprimento do canal de 0,3 e 0,6 µm, o FinFET se comporta como um
dispositivo de canal longo, com tensão de limiar constante e uma excelente inclinação de
sublimiar (60 mV/década a 300 K). Para comprimento do canal abaixo de 0,18 µm,
observa-se o efeito de canal curto, a tensão de limiar diminui e a inclinação de sublimiar é
degradada devido ao compartilhamento de cargas de depleção no canal pela região de fonte e
dreno.
53
Figura 4.3 – Corrente de dreno em função da tensão de porta de FinFETs de canal N com V
D
= 10 mV;
W
Fin
= 0,21 µm; H
Fin
= 100 nm para diferentes comprimentos de L (0,135; 0,18; 0,3; 0,6 µm) [63].
Na figura 4.4 é apresentada a curva característica I
D
-V
G
de dispositivos de canal curto
(L = 0,15 µm) com uma variação da largura (W
Fin
) do Fin. Pode-se observar uma melhora
quando W
Fin
é reduzida, a tensão de limiar aumenta e a inclinação de sublimiar fica melhor.
O aumento da tensão de limiar para FinFETs com W
Fin
menores não é devido a efeitos
quânticos, pois este somente é esperado para W
Fin
menores que 10 nm [64]. Nesse caso, o
maior controle das cargas de depleção no canal pelas portas é reforçado pelo uso de Fins
estreitos.
Com a redução no compartilhamento das cargas com a região de fonte e dreno diminui
o efeito de canal curto no dispositivo e conseqüentemente a diminuição da tensão de limiar é
atenuada, ou seja, quando diminui W
Fin
o dispositivo suporta um menor comprimento de canal
sem apresentar o efeito de canal curto.
Figura 4.4 – Corrente de dreno em função da tensão de porta de FinFETs de canal N com V
D
= 10 mV;
H
Fin
= 100 nm; L = 0,15 µm para diferentes larguras de W
Fin
(0,18; 0,24; 0,27 µm) [63].
54
A largura de W
Fin
causa influência no desempenho do dispositivo de porta dupla, pois
ao aumentar a dimensão de W
Fin,
o dispositivo passa a se comportar como um transistor
parcialmente depletado, degradando suas características [5, 65].
A condução de corrente no FinFET de porta tripla pode ser dominada tanto pelas
portas laterais, como pela porta superior, o que dependerá da relação das dimensões de largura
(W
Fin
) e altura (H
Fin
) do Fin, como mostrado na figura 4.5 [65].
Figura 4.5 – Corte transversal de um FinFET de porta tripla identificando W
Fin
e H
Fin
.
Para W
Fin
maiores a condução de corrente é dominada principalmente pela porta
superior. Para W
Fin
próximos de H
Fin
, a condução de corrente é dominada por ambas as portas,
laterais e superiores e para W
Fin
menor que H
Fin
, a condução de corrente é dominada pelas
portas laterais.
Para se conseguir vantagens da estrutura FinFET, a largura de W
Fin
deve ser menor
que o comprimento do canal L, pois com a redução de W
Fin
, reduz-se a distância entre as
portas laterais, aumentando o controle da porta sobre o canal reduzindo assim o efeito de
canal curto [4].
A figura 4.6 apresenta uma análise de condução de corrente em FinFETs de porta
tripla para diferentes larguras do Fin (W
Fin
), onde a tensão de limiar foi extraída pelo método
da segunda derivada da curva I
D
-V
G
[50, 51].
O primeiro pico de tensão de limiar aparece aproximadamente entre 0 e 0,44 V, que é
referente a condução das portas laterais e, o segundo pico de tensão de limiar aparece
aproximadamente em 0,9V, que é referente a condução da porta superior.
A diferença de tensão de limiar entre porta superior e portas laterais pode ocorrer
devido a diferentes parâmetros do óxido, causada pela diferença de orientação cristalina do
silício e rugosidades entre as interfaces das portas laterais e porta superior, e/ou devido a
diferença de concentração de dopantes no canal.
55
Decorrente do processo de fabricação, o dispositivo pode apresentar uma maior
concentração de dopantes perto da interface da porta superior, e quanto maior for a
concentração de dopantes no canal, maior será a tensão de limiar. Portanto a tensão de limiar
referente a condução da superfície superior é maior que a tensão de limiar referente a
condução das superfícies laterais.
Figura 4.6 – Segunda derivada da corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta de FinFETs de porta tripla
com N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
, H
Fin
= 95 nm; L = 10 µm; V
D
= 50 mV para diferentes larguras de W
Fin
[65].
Na figura 4.7 são apresentadas as mesmas curvas da figura 4.6, porém com alta e baixa
concentração de dopantes no canal. Pode-se observar que, com a diminuição da concentração
de dopantes, a diferença de tensão de limiar causada pela porta superior e portas laterais,
torna-se menor. Em dispositivos de canais intrínsecos essa diferença não existe, pois todo o
canal possui a mesma dopagem [65].
Figura 4.7 – Segunda derivada da corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta de FinFETs de porta tripla
com alta e baixa concentração de dopantes no canal; H
Fin
= 95 nm; L = 10 µm; V
D
= 50 mV para diferentes
larguras de W
Fin
: (a) N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
; (b) N
A
= 1 x 10
18
cm
-3
[65].
56
4.2.2 Efeitos da concentração de dopantes
Embora FinFETs com canal o dopado ofereçam bons resultados de mobilidade de
portador de carga, a dopagem do canal permite um melhor controle da tensão de limiar, uma
maior redução no efeito de canal curto e uma diminuição da inclinação de sublimiar em
dispositivos totalmente depletados de mesmas dimensões [66].
Na figura 4.8 é apresentado o comportamento da inclinação de sublimiar e da tensão
de limiar em função da concentração de dopantes no canal. Observa-se que um valor
desejável de tensão de limiar pode ser conseguido ajustando-se a concentração de dopantes no
canal.
Com o aumento dessa dopagem, uma redução no efeito de canal curto, uma
diminuição na inclinação de sublimiar e um aumento na tensão de limiar. Porém, para
extração destas curvas foram desprezados os efeitos quânticos do canal e, por isso, somente
são válidos para dispositivos com W
Fin
maiores que 10 nm [66].
Figura 4.8 – Comportamento da inclinação de sublimiar e da tensão de limiar em função da concentração de
dopantes no canal [66].
Apesar do controle eletrostático excepcional, as estruturas FinFETs apresentam o
efeito de “canto”. Devido a influência de cargas eletrostáticas da porta superior (FinFET de
porta tripla), o potencial de supercie e a tensão de limiar podem variar ao longo do canal. A
estrutura pode apresentar uma tensão de limiar bidirecional ao longo do canal [67].
57
A Figura 4.9 mostra a seção transversal de um FinFET de porta tripla e as interações
eletrostáticas.
Figura 4.9 – FinFET de porta tripla e as interações eletrostáticas que produzem o efeito de “canto” [68].
Nos transistores FinFETs com corpo dopado, a tensão de limiar varia em diferentes
regiões do canal, mas, quando essa dopagem é reduzida, a tensão de limiar se torna mais
homogênea [68].
Em dispositivos nos quais ocorre uma variação na tensão de limiar ao longo da
espessura da camada de silício, pode-se utilizar a relação de tensão de limiar definida para
carga de inversão. A tensão de limiar local pode ser escrita pela equação 4.1 [68].
C
Q
VV
ox
inv
G
local
T
(4.1)
A figura 4.10 apresenta a variação da tensão de limiar ao longo da altura de H
Fin
(eixo
de z), com dopagem reduzida em FinFETs de porta dupla e porta tripla, onde ΔV
T
está
definido como a variação da tensão de limiar. Pode-se verificar que ΔV
T
é maior perto da
porta superior (efeito de “canto superior) e menor na base do canal (efeito de “canto
inferior), pois o efeito de “canto superior é maior que o efeito de canto inferior num
dispositivo.
Na figura 4.11 é apresentado um gráfico de ΔV
T
em função da espessura de H
Fin
em
FinFET de porta dupla e porta tripla, com baixa e alta dopagem de canal.
Comparando-se o transistor FinFET de porta dupla e porta tripla com mesma dopagem
de canal, pode-se observar que a variação da tensão de limiar fica eficientemente reduzida no
FinFET de porta dupla devido a inexistência da porta superior, sendo que, para ambos os
dispositivos com dopagem reduzida, a variação da tensão de limiar fica eficientemente
reduzida.
58
Figura 4.10 – Variação da tensão de limiar ao longo do canal vertical com dopagem reduzida (N
A
= 10
15
cm
-3
) em
FinFETs de porta dupla e porta tripla com W
Fin
= 50 nm; H
Fin
= 50 nm e L
= 0,5 µm [68].
Figura 4.11 – Curva de ΔV
T
em função de H
Fin
de FinFETs de porta dupla e porta tripla com baixa dopagem
(N
A
= 10
15
cm
-3
) e com alta dopagem (N
A
= 10
18
cm
-3
) no canal; W
Fin
= 50 nm e L
= 500 nm [68].
4.2.3 Influência da não verticalidade do Fin na tensão de limiar
Devido as limitações no processo de fabricação dos FinFETs, essas estruturas podem
apresentar variação na largura do Fin [69], resultando em Fins de formas trapezoidal ou
triangular ou, até mesmo, em formas mais irregulares, como convexas ou côncavas.
Na figura 4.12 pode ser visto um FinFET de porta dupla e na figura 4.13 é apresentada
a variação da tensão de limiar em função da inclinação de H
Fin.
59
Figura 4.12 – Estrutura FinFET de porta dupla onde t
oxf
é a espessura do óxido
de porta
;
t
oxb
é a espessura do
óxido enterrado; θ
Fin
é o ângulo de inclinação de H
Fin
; W
Fin-inf
é a largura inferior do Fin; W
Fin-sup
é a largura
superior do Fin e L é comprimento do canal [69].
Figura 4.13 – Tensão de limiar em função do ângulo de inclinação de FinFETs de porta dupla com H
Fin
=100nm;
t
oxf
= 3 nm;
t
oxb
= 200 nm; N
A
na faixa de 10
15
a 10
17
cm
-3
; L de 200 e 400 nm; W
Fin-inf
= 50 nm e W
Fin-sup
variando
de 10 a 50 nm [69].
O efeito de canal curto pode ser observado nos dispositivos com concentração de
dopantes no canal menor que 10
17
cm
-3
. Quando o ângulo de inclinação (θ
Fin
) aumenta, a
largura superior do Fin (W
Fin-sup
) também aumenta, conseqüentemente, o efeito de canal curto
é maior, pois o controle das portas sobre o canal diminui.
Nos dispositivos com comprimento de canal 400 nm, o aumento do ângulo de
inclinação sobre a tensão de limiar é menos significante, devido ao menor efeito de canal, pois
L é maior.
Também, observar-se na Figura 4.13 que a tensão de limiar em função do ângulo de
inclinação depende dovel de dopagem. A razãosica para esta dependência é a composição
de cargas no filme de silício.
60
De fato, a composição de cargas (cargas de depleção e portadores minoritários), em
um filme de silício, tem forte influência no comportamento da tensão de limiar, devido a
inversão de volume que é maior em dispositivos com dopagem reduzida [69].
4.2.4 Efeitos de “cantos”
O efeito de “canto normalmente degrada [70] o desempenho dos dispositivos de
estruturas não planares. É mais intenso quando a concentração de dopantes no canal é maior e
os raios de curvatura dos cantos são menores [41, 71, 72].
As figuras 4.14 e 4.15 mostram o comportamento da corrente de dreno em função da
teno de porta, para dispositivos FinFETs.
Figura 4.14 – Simulação das características de transferência de sublimiar de FinFETs de porta dupla e porta
tripla para V
D
= 1 V [70].
Figura 4.15 – Simulação das características de transferência dos FinFETs de porta dupla e porta tripla em escala
linear para V
D
= 1 V [70].
61
A diferença dos FinFETs de porta tripla está na dopagem do canal. Para os FinFETs de
porta dupla e porta tripla_1, a dopagem do canal é de N
A
= 10
15
cm
-3
e, para o FinFET de
porta tripla_2 a dopagem do canal é de N
A
= 3 x 10
17
cm
-3
.
Embora os FinFETs de porta dupla e porta tripla_1 tenham dopagens idênticas na
região ativa, o desempenho do FinFET de porta tripla_1 é melhor pois esse, tem uma maior
corrente de dreno em V
D
= V
G
= 1 V e uma menor corrente de fuga.
Por outro lado, ao comparar o FinFET de porta tripla_2 com o FinFET de porta dupla,
observa-se que o FinFET de porta tripla_2 mesmo apresentando maior efeito de “canto
devido a sua estrutura (o FinFET de porta tripla apresenta cantos superiores e inferiores e o
FinFET de porta dupla apresenta somente cantos inferiores) e a sua maior dopagem de canal,
apresenta uma maior corrente de dreno e uma menor corrente de fuga [70].
4.2.5 Dependência da polarização reversa do substrato
O acoplamento entre porta e substrato é usado para caracterização elétrica do SOI
MOSFET totalmente depletado [43], permitindo-se estudar as propriedades das interfaces.
Este efeito também é visível em FinFETs, onde o principal parâmetro é a espessura do Fin.
Um FinFET pode ser operado com dois, três e, amesmo, com quatro canais, quando
o substrato é polarizado na inversão. A figura 4.16 apresenta a tensão de limiar em função da
polarização reversa do substrato. Quando as dimensões de W
Fin
são reduzidas, o controle do
substrato e o efeito de acoplamento são reduzidos devido a duas razões:
O desaparecimento da polarização do substrato, devido a penetração das linhas de
campo elétrico das portas laterais; e com a redução de W
Fin
o acoplamento horizontal torna-se
mais forte do que o vertical.
Figura 4.16 – Tensão de limiar em função da polarização do substrato para comprimento do canal L = 10 µm e
diferentes larguras de W
Fin
(0,18; 0,195; 0,21; 0,3; 0,6 e 10 µm) [63].
62
4.2.6 Efeitos quânticos
Os efeitos quânticos devem ser considerados para uma melhor análise funcional,
principalmente, para dispositivos com dimensões extremamente reduzidas (menores que
10 nm). A figura 4.17 apresenta o nível de energia na primeira sub-faixa de condução e a
teno de limiar. Conforme a teoria quântica, a energia das sub-faixas aumenta quando as
dimensões dos dispositivos são reduzidas, e, com isso, a tensão de limiar aumenta porque é
necessária uma maior tensão de porta para preencher os estados dentro dessa sub-faixa de
condução, que possui uma maior energia [73].
Figura 4.17 – Nível de energia na primeira (mais baixa) sub-faixa de condução e tensão de limiar em função das
dimensões de H
Fin
e W
Fin
do dispositivo com N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
para V
G
= V
FB
e V
G
= V
T
[74].
A energia nima nas sub-faixas dependem não somente das dimensões do
dispositivo, mas também, da concentração de elétrons e, a energia mínima na primeira
sub-faixa é maior em condições de limiar que em condições de faixa plana, como mostrado na
figura 4.18.
Na figura 4.19 é apresentada a corrente de dreno em função da tensão de porta. O
gráfico compara os dispositivos simulados quando não é considerando o efeito quântico
(Poisson: SP) e quando é considerado o efeito quântico (Poisson-Schrödinger: SP+SS). O
aumento da tensão de limiar, devido a redução das dimensões de dispositivo, pode ser melhor
compreendido comparando-se as curvas de SP e SP + SS.
63
Figura 4.18 – Nível de energia na primeira (mais baixa) sub-faixa de condução em função da concentração de
elétrons e das dimenes do dispositivo com N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
para V
G
= V
FB
e V
G
= V
T
. Os círculos pequenos
representam concentrações de elétrons em limiar [74].
Figura 4.19 – Corrente de dreno em função da tensão de porta de FinFETs de porta tripla para diferentes
espessuras considerando o efeito quântico [a solução é dada somente por Poisson (SP)] e não considerando o
efeito quântico [a solução é dada somente por Poisson-Schrödinger (SP + SS)] para V
DS
= 50 mV; t
oxf
= 2 nm e
N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
[74].
O aumento da tensão de limiar é desprezível em dispositivos de dimensões maiores,
sendo mais significante nos dispositivos com dimensões menores. A tensão de limiar não é o
único parâmetro influenciado pelo aumento de veis de energia das sub-faixas com tensões
de porta e com concentração de elétrons; a inclinação de sublimiar e a corrente de dreno
também são afetadas.
64
Os resultados da tabela 4.1 mostram a inclinação de sublimiar para diferentes
espessuras de dispositivos. A inclinação de sublimiar está perto de 60 mV/dec a T = 300 K em
dispositivos de dimensões maiores.
Quando as dimensões do dispositivo são reduzidas ocorre um aumento na inclinação
de sublimiar e, este aumento é ainda maior quando é considerado o efeito quântico
(Poisson-Schdinger) [75].
Tabela 4.1 – Inclinação de sublimiar para dispositivos com diferentes dimensões não considerando o efeito
quântico [a solução é dada somente por Poisson (SP)] e considerando o efeito quântico [a solução é dada por
Poisson-Schrödinger (SP +SS)] para V
DS
= 50 mV; t
oxf
= 2 nm e N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
[74].
W
Fin
(nm) x H
Fin
(nm) S (mV/década) [SP] S (mV/dec) [SP + SS]
2 x 2 70 72
3 x 3 66,2 67,5
5 x 5 63,5 64
10 x 10 62 62
20 x 20 61 61
O estudo do aumento da tensão de limiar com diminuição das dimensões do
dispositivo é mais complicado do que o da inclinação de sublimiar. Dispositivos com
diferentes medidas de espessuras podem ter concentrações de elétrons comuns e formas
diferentes de distribuições de elétrons e, por isso, a definição clássica, baseada em
S
= 2
F
,
o pode ser usada. Além disso, a presença da inversão de volume complica a definição da
teno de limiar.
Os dados apresentados na tabela 4.2 mostram que, quando não é considerado o efeito
quântico (Poisson), ocorre um aumento na tensão de limiar com a redução das dimensões dos
dispositivos. Esse efeito é devido a necessidade de haver uma maior concentração de elétrons
para manter a carga, que varia linearmente com a tensão de porta (figura 4.13), e para a
redução da inversão de volume da corrente sublimiar em dispositivos com dimensões
menores.
Quando é considerado o efeito quântico (Poisson-Schrödinger), observa-se um
aumento adicional na tensão de limiar, por causa do aumento dos níveis de energia em
dimensões reduzidas.
65
Portanto, a energia mínima nas sub-faixas e a tensão de limiar aumenta quando as
dimensões do dispositivo são reduzidas e a concentração de elétrons no canal é aumentada.
Como conseqüência, a tensão de limiar é maior, a corrente de dreno é menor e a inclinação de
sublimiar é maior, quando é considerado o efeito quântico principalmente nos dispositivos
com dimensões reduzidas.
Tabela 4.2 – Tensão de limiar para dispositivos com diferentes dimenes não considerando o efeito quântico
[a solução é dada somente por Poisson (SP)] e considerando o efeito quântico [a solução é dada por
Poisson-Schrödinger (SP + SS)] para V
DS
= 50 mV; t
oxf
= 2 nm e N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
[74].
W
Fin
(nm) x H
Fin
(nm) V
T
(mV) [SP] V
T
(mV) [SP + SS]
2 x 2 330 460
3 x 3 250 320
5 x 5 200 230
10 x 10 150 160
20 x 20 140 145
66
5 SIMULAÇÕES TRIDIMENSIONAIS
Neste capítulo é apresentada uma introdução sobre o simulador ATLAS, modelos e
todos que foram utilizados para obtenção das simulações tridimensionais.
É também apresentada as curvas características dos dispositivos que foram utilizadas
para estudo do comportamento da tensão de limiar e da inclinação sublimiar dos transistores
SOI FinFETs de porta dupla e porta tripla com diferentes concentrações de dopantes no
interior do canal.
5.1 Simulador ATLAS
O ATLAS é um simulador tanto bidimensional como tridimensional e executável em
ambiente DECKBUILD e produzido pela SILVACO [76]. Esse simulador é baseado em
equações sicas, permitindo a obtenção das características elétricas associadas às estruturas
específicas e às condições de polarização do dispositivo.
Para tal, o dispositivo simulado é discretizado em uma grade de pontos bidimensionais
ou tridimensionais. Essa grade é utilizada para solucionar as equações fundamentais dos
semicondutores que são resolvidas numericamente em cada um dos cruzamentos entre linhas
e colunas.
Alguns cuidados devem ser tomados para sua construção, a saber:
As linhas e colunas não precisam, necessariamente, cruzar toda a estrutura;
Os pontos devem se concentrar nas interfaces entre os materiais;
As regiões com concentração de dopantes constante podem possuir menor número
de pontos;
Os triângulos obtusos prejudicam a convergência.
Neste trabalho, para solucionar equações fundamentais dos semicondutores utilizou-se
o método dos elementos finitos e as equações foram resolvidas pelo todo de Newton [76].
67
5.1.1 Modelos do simulador ATLAS
Nas simulações com o ATLAS, é importante a escolha adequada dos modelos que
incluam os mecanismos físicos adequados para que os resultados obtidos sejam equivalentes
aos resultados das caracterizações experimentais. Os modelos utilizados são selecionados
pelos usuários e variam conforme a aplicação. Esses modelos podem ser específicos de
mobilidade de portadores, de recombinação de portadores, de largura de faixa proibida, de
ionização por impacto etc.
No desenvolvimento do presente trabalho utilizou-se os seguintes modelos contidos no
simulador ATLAS, com destaque as suas principais características [76]:
SRH (Shockley-Read-Hall) Modelo de recombinação, onde o tempo de vida dos
portadores minoritários é fixado;
AUGER Modelo de recombinação, através da transição direta de três partículas,
onde um portador é capturado ou emitido. Importante em altas densidades de
correntes.
BGN (Bandgap Narrowing) Modelo importante para aplicação em regiões com alta
concentração de dopantes, e necessário para a modelagem do ganho do transistor
bipolar parasitário ao transistor SOI. Deve ser usado em conjunto com o modelo
Klaassen;
FLDMOB (Parallel Electric Field Dependence) Modelo de mobilidade dependente
do efeito de campo elétrico lateral, utilizado em estruturas de silício e arseneto de
gálio;
KLA Modelo de mobilidade, que inclui dependência com concentração de
portadores, concentração intrínsecas de portadores e da temperatura. Aplica diferentes
mobilidades para portadores majoritários e minoritários. Recomendado para transistor
da tecnologia SOI.
Neste trabalho o foram selecionados os modelos para efeitos quânticos, pois esses
o foram considerados. Também não foram selecionados modelos de degradação da
mobilidade pelo campo elétrico transversal, pois são desprezíveis para o estudo da tensão de
limiar e a inclinação de sublimiar.
68
5.2 Metodologia
A Metodologia utilizada no desenvolvimento das simulações do presente trabalho
englobou as seguintes fases:
5.2.1 Geração do arquivo de simulação
Foi desenvolvido no ATLAS um arquivo para a simulação das características elétricas
do dispositivo. Nesse arquivo, a estrutura é dividida por regiões e essas regiões são definidas
por polígonos e representada em uma grade de pontos.
A grade foi gerada de maneira mista, ou seja, uma parte desenhada no DEVEDIT, e
outra parte escrita manualmente e foram consideradas as direções dadas pelas coordenadas
x, y e z, conforme mostrado na figura 5.1.
Figura 5.1 – Coordenadas em FinFETs: (a) Porta Dupla; (b) Porta Tripla.
As grades na direção x e y são desenhadas no DEVEDIT e o seu resultado é
transportado para o arquivo de simulação em forma de comando. A grade na direção z é
escrita manualmente, de maneira a concentrar mais pontos nas interfaces.
A opção pela grade mista se deve ao fato de se ter uma maior otimização nos números
de pontos na região x e y e de permitir uma maior flexibilidade para eventuais modificações
na região z.
As estruturas simuladas representam os transistores FinFETs porta dupla e porta tripla
apresentados na figura 4.1, com as seguintes características: comprimento da região de dreno
e região de fonte com L
D
= L
S
= 100 nm; óxido enterrado com t
oxb
= 145 nm, óxido de porta
com t
oxf_lat
= 2 nm; t
oxf_sup
= 100 nm para o FinFET de porta dupla e t
oxf_sup
= 2 nm para o
FinFET de porta tripla.
69
A região do canal é constituída de silício tipo P e a região de fonte e dreno de silício
tipo N com os contatos de alumínio. Os contatos das portas possuem função trabalho de
4,7 eV que representa o nitreto de titânio (TiN) que é o material das portas e foi utilizado
óxido de silício (SiO
2
) para o óxido de porta e o óxido enterrado. A concentração de dopantes
na região de fonte e dreno é de N
D
= 1 x 10
20
cm
-3
e no canal varia de N
A
= 1 x 10
15
cm
-3
a
N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
.
A largura do Fin W
Fin
varia de 10 a 120 nm, a altura do Fin H
Fin
varia de 30 a 150 nm
e o comprimento do canal L varia de 70 nm a 1 µm. A densidade de carga na interface
utilizada foi de 3 x 10
10
cm
-2
e a temperatura
300K. O arquivo de simulação pode ser visto no
apêndice A.
5.2.2 Simulação
Foi gerada uma série de simulações tridimensionais para os FinFETs de porta dupla e
porta tripla, considerando diferentes dimensões e concentrações de dopantes no canal e, então,
foram extraídas a tensão de limiar e a inclinação de sublimiar para esses dispositivos. Não foi
utilizado nenhum tipo de filtro na extração dos resultados.
5.3 Resultados e discussões
5.3.1 Curvas características I
D
-V
G
Existem vários métodos para extração da tensão de limiar [49]. Neste trabalho foi
utilizado o método da transcondutância. Nesse método [50, 51], a tensão de limiar é definida
pela tensão aplicada à porta do transistor, onde a derivada da transcondutância, ou seja, a
segunda derivada da corrente de dreno,
V
dId
G
2
D
2
, tem o seu valor máximo,
matematicamente quando:
0
V
d
Id
G
3
D
3
70
A inclinação de sublimiar foi extrda através da curva monologarítmica de I
D
-V
G
e
obtida por meio do ponto de nimo do inverso do coeficiente angular da curva resultante,
utilizando-se a equação 5.1 [18].
)]I[log(d
dV
S
D
G
(5.1)
5.3.2 Efeito da variação da largura do Fin - W
Fin
Na figura 5.2 são apresentadas as curvas características I
D
-V
G
para FinFETs de porta
dupla e porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; H
Fin
= 60 nm;
L = 1 µm e V
D
= 100 mV para diferentes larguras de W
Fin.
.
Através das curvas obtidas, pode-se comprovar que a corrente de dreno aumenta
devido ao aumento da largura de W
Fin
, sendo maior em FinFETs de porta tripla devido ao
aumento do número de portas (item 3.3.1) do dispositivo.
A partir dos resultados apresentados na tabela 5.1, pode-se observar o comportamento
da tensão de limiar e inclinação de sublimiar. Com a redução da largura do Fin, a tensão de
limiar mantém-se praticamente constante e a inclinação de sublimiar diminui, pois, para essas
dimensões, os FinFETs apresentam um melhor acoplamento entre as portas laterais e o canal.
Em todos os casos S é menor para porta tripla que para porta dupla devido a um melhor
controle do canal, pois três portas controlam melhor o canal do que duas portas.
Tabela 5.1 – Valores obtidos por simulação da tensão de limiar e inclinação de sublimiar de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; H
Fin
= 60 nm;
L = 1µm para diferentes larguras de W
Fin
.
V
T
(V) S (mV/dec)
W
Fin
(nm)
Porta Dupla Porta Tripla Porta Dupla Porta Tripla
10 0,47 0,48 59,65 59,64
20 0,46 0,47 59,77 59,76
30 0,45 0,46 59,96 59,95
60 0,46 0,47 60,58 60,49
90 0,48 0,47 61,57 61,11
120 0,48 0,47 62,64 61,61
71
0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50
0
10
20
30
40
50
V
G
(V)
I
D
(A)
V
D
= 100 mV
W
Fin
= 10 nm
W
Fin
= 20 nm
W
Fin
= 30 nm
W
Fin
= 60 nm
W
Fin
= 90 nm
W
Fin
= 120 nm
FinFET de Porta Dupla
[A]
0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50
0
10
20
30
40
50
[B]
I
D
(A)
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
V
D
= 100 mV
W
Fin
= 10 nm
W
Fin
= 20 nm
W
Fin
= 30 nm
W
Fin
= 60 nm
W
Fin
= 90 nm
W
Fin
= 120 nm
Figura 5.2 – Corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta dupla [A] e porta
tripla [B] com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV para
diferentes larguras de W
Fin
.
72
5.3.3 Efeito da variação da altura do Fin - H
Fin
Na figura 5.3 são apresentadas as curvas características I
D
-V
G
de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 120 nm;
L = 1 µm e V
D
= 100 mV, para diferentes alturas de H
Fin
. A intensidade de corrente de dreno
aumenta devido ao aumento da altura do Fin, e que esse efeito é ainda maior em FinFETs de
porta tripla, pois a corrente é diretamente proporcional a W sendo que W W
Fin
+ 2 H
Fin
.
A partir dos resultados mostrados na tabela 5.2 pode-se observar o comportamento da
teno de limiar e inclinação de sublimiar. Com a redução da altura do Fin, a tensão de limiar
mantém-se praticamente constante e a inclinação de sublimiar aumenta no caso de porta
dupla, devido ao menor controle da porta sobre o canal, pois com a diminuição de H
Fin
o
controle do canal nos FinFETs de porta tripla é maior pela supercie superior do que pelas
superfícies laterais.
No caso do dispositivo de porta dupla devido a ausência da porta superior o controle
do canal é somente pelas superfícies laterais e quando o H
Fin
é reduzido o controle o canal
também é reduzido.
Tabela 5.2 – Valores obtidos por simulação da tensão de limiar e inclinação de sublimiar de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; W
Fin
= 120 nm;
L = 1 µm; para diferentes alturas de H
Fin.
V
T
(V) S (mV/dec)
H
Fin
(nm)
Porta Dupla Porta Tripla Porta Dupla Porta Tripla
30 0,47 0,47 64,20 61,52
60 0,48 0,47 62,64 61,61
150 0,48 0,48 60,99 60,97
73
0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50
0
10
20
30
40
50
60
70
80
V
D
= 100 mV
H
Fin
= 30nm
H
Fin
= 60nm
H
Fin
= 150nm
I
D
(A)
V
G
(V)
FinFET de Porta Dupla
[A]
0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50
0
10
20
30
40
50
60
70
80
V
D
= 100 mV
H
Fin
= 30nm
H
Fin
= 60nm
H
Fin
= 150nm
[B]
I
D
(A)
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
Figura 5.3 – Corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta dupla [A] e porta
tripla [B] com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 120 nm; L = 1 µm ; V
D
= 100 mV
para diferentes alturas de H
Fin
.
74
5.3.4 Efeito da variação do comprimento do canalL
Na figura 5.4 são apresentadas as curvas características I
D
-V
G
para FinFETs de porta
dupla e porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para diferentes comprimentos de L.
Através das curvas obtidas, pode-se observar que a de corrente de dreno aumenta
devido a diminuição do comprimento do canal, sendo este efeito ainda maior para FinFETs de
porta tripla, pois a corrente é inversamente proporcional a L e aumenta com o aumento do
número de portas do dispositivo.
Os resultados apresentados na tabela 5.3 mostram o comportamento da tensão de
limiar e inclinação de sublimiar. Neste caso, com a redução do comprimento do canal, a
teno de limiar diminui ligeiramente e a inclinação de sublimiar aumenta, principalmente em
FinFETs de porta dupla, onde o acoplamento entre portas e canal é pior.
Tabela 5.3 – Valores obtidos por simulação da tensão de limiar e inclinação de sublimiar de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm; para diferentes comprimentos de L.
V
T
(V) S (mV/dec)
L (m)
Porta Dupla Porta Tripla Porta Dupla Porta Tripla
0,2 0,47 0,45 80,65 69,81
0,3 0,47 0,46 67,85 63,84
0,5 0,47 0,46 63,71 62,19
1,0 0,48 0,47 62,64 61,61
75
0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50
0
30
60
90
120
[A]
FinFET de Porta Dupla
I
D
(A)
V
G
(V)
V
D
= 100 mV
L = 200 nm
L = 300 nm
L = 500 nm
L = 1m
0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50
0
30
60
90
120
V
D
= 100 mV
L = 200 nm
L = 300 nm
L = 500 nm
L = 1m
[B]
FinFET de Porta Tripla
I
D
(A)
V
G
(V)
Figura 5.4 – Corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta dupla [A] e porta
tripla [B] com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV; W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm
para diferentes comprimentos de L.
76
5.3.5 Concentração de dopantes no canal
Neste item é apresentado um estudo do comportamento da tensão de limiar em
transistores SOI FinFETs de porta dupla e porta tripla com diferentes concentrações de
dopantes no canal.
A figura 5.5 mostra o corte transversal de transistores FinFETs, identificando as
regiões do canal e seus cantos.
Figura 5.5 – Corte transversal de transistores FinFETs, identificando as regiões do canal, cantos superiores e
cantos inferiores: (a) Porta Dupla; (b) Porta Tripla.
Devido aos efeitos de cantos superiores e cantos inferiores e a altas concentrações de
dopantes no canal, os dispositivos FinFETs podem apresentar a4 tensões de limiar. Neste
trabalho essas tensões de limiar foram chamadas de:
V
T_CS
é a tensão de limiar devido a inversão dos cantos superiores;
V
T_CI
é a tensão de limiar devido a inversão dos cantos inferiores;
V
T_GL
é devido a inversão das superfícies laterais;
V
T_GS
é devido a inversão da superfície superior;
ou V
T_G
que é a inversão das supercies laterais e da superfície superior
simultaneamente.
5.3.5.1 Mesma concentração de dopantes em todo o canal
Na figura 5.6 [A] são apresentadas as curvas da segunda derivada da corrente de dreno
de transistores FinFETs de porta dupla em função da tensão de porta para diferentes
concentrações de dopantes no canal. Pode-se observar que em todos os casos cada curva
apresenta apenas um ponto de máximo, que representa apenas uma tensão de limiar. Esta
teno de limiar é devida a passagem de corrente nas laterais do Fin (canal).
77
As curvas da segunda derivada da corrente de dreno de transistores FinFETs de porta
tripla em função da tensão de porta para diferentes concentrações de dopantes no canal são
apresentadas na figura 5.6 [B]. Nesse caso, verifica-se a presença de duas tensões de limiar
por curva (2 pontos de máximo) para dispositivos com concentração de dopantes no canal
maior que N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
. Essas tensões de limiar são V
T_CS
e V
T_G
.
V
T_CS
corresponde a teno de limiar dos cantos superiores, uma vez que estes são
submetidos ao somatório dos vetores de campo elétrico gerado pela porta lateral e pela porta
superior. A tensão de limiar V
T_G
está relacionada com a inversão das supercies laterais,
como no caso do transistor de porta dupla e simultaneamente pela inversão da porta superior.
A tabela 5.4 apresenta os resultados das tensões de limiar obtidos na figura 5.6.
Observar-se que com o aumento da concentração de dopantes no canal dos dispositivos,
tem-se um aumento na tensão de limiar e a presença de duas tensões de limiar (V
T_G
e V
T_CS
)
nos FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal superior a
N
A
= 2 x 10
18
cm
-3
.
Tabela 5.4 – Valores obtidos por simulação da tensão de limiar de FinFETs de porta dupla e porta tripla com
W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com diferentes concentrações de dopantes no canal.
V
T
(V)
Porta Dupla
V
T
(V)
Porta Tripla
N
A
(cm
-3
)
V
T_G
V
T_CS
V
T_G
1 x 10
18
0,85 - 0,82
2 x 10
18
0,99 - 0,97
3 x 10
18
1,10 0,75 1,10
4 x 10
18
1,19 0,77 1,20
5 x 10
18
1,27 0,79 1,28
6 x 10
18
1,34 0,82 1,34
7 x 10
18
1,40 0,83 1,44
8 x 10
18
1,50 0,84 1,52
9 x 10
18
1,56 0,87 1,58
78
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
V
G
(V)
[A]
FinFET de Porta Dupla
V
T_G
N
A
= 1 x 10
18
a 9 x 10
18
cm
-3
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
N
A
= 1 x 10
18
a 9 x 10
18
cm
-3
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
V
T_CS
V
T_G
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
[B]
Figura 5.6 – Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta dupla [A] e porta tripla [B]
com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com diferentes concentrações de dopantes no canal.
79
A figura 5.8 mostra as curvas da segunda derivada da corrente de dreno para FinFETs
de porta dupla e porta tripla com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV e
com concentração de dopantes no canal ainda mais elevada.
Para essas concentrações de dopantes observou-se a presença de duas tensões de limiar
por curva tanto nos FinFETs de porta dupla com concentração de dopantes no canal superior a
N
A
= 2 x 10
19
cm
-3
como nos FinFETs de porta tripla.
Nos FinFETs de porta dupla, a primeira tensão de limiar (V
T_CI
)
é referente a condução
dos cantos inferiores devido ao acoplamento com o substrato, sendo que a segunda tensão de
limiar (V
T_G
)
é referente a condução das portas laterais. Já nos FinFETs de porta tripla a V
T_CS
está relacionada com a condução dos cantos superiores e V
T_G
é devido a condução das portas
laterais e superior simultaneamente.
Nos FinFETs de porta tripla com
dopagem de canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
observou-se
uma terceira tensão de limiar (V
T_CI
), sendo esta referente a condução dos cantos inferiores,
conforme mostrado isoladamente na figura 5.8.
A Tabela 5.5 mostra os resultados das tensões de limiar obtidos nas figuras 5.7 e 5.8.
Tabela 5.5 – Valores obtidos por simulação da tensão de limiar de FinFETs de porta dupla e porta tripla com
W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com diferentes concentrações de dopantes no canal.
V
T
(V)
Porta Dupla
V
T
(V)
Porta Tripla
N
A
(cm
-3
)
V
T_CI
V
T_G
V
T_CS
V
T_CI
V
T_G
1 x 10
19
- 1,62 0,89 - 1,64
2 x 10
19
1,61 2,03
1,06 - 2,05
3 x 10
19
1,82 2,40
1,20 - 2,42
4 x 10
19
1,98 2,73 1,32 - 2,74
5 x 10
19
2,12 2,96
1,42 2,23 2,98
80
0 1 2 3 4 5
0
20
40
60
80
100
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
[A]
V
G
(V)
FinFET de Porta Dupla
V
T_CI
V
T_G
N
A
= 1 x 10
19
a 5 x 10
19
cm
-3
0 1 2 3 4 5
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
N
A
= 1 x 10
19
a 5 x 10
19
cm
-3
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
[B]
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
V
T_G
V
T_CS
Figura 5.7 – Curva d
2
(I
D
) / dV
2
G
em função da tensão de porta de FinFETs de porta dupla [A] e porta tripla [B]
com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes no canal muito alta.
81
0 1 2 3 4 5
-20
0
20
40
60
80
100
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
V
T_G
V
T_CI
V
T_CS
Figura 5.8 –
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com L = 1 µm;
W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
.
A figura 5.9 mostra o perfil de potencial dos FinFETs de porta dupla e porta tripla com
L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; V
D
= 100 mV; V
G
= 5 V e com concentração de
dopantes no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
. Pode-se visualizar que no FinFET de porta dupla
(figura 5.9 - a) as regiões dos cantos inferiores é a que apresentam maior valor de potencial
devido ao efeito de “canto” inferior. No FinFET de porta tripla (figura 5.9 - b, d) as regiões de
maior potencial são as dos cantos superiores e inferiores.
Figura 5.9 – Perfil de potencial nos transistores FinFETs com W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm;
V
D
= 100 mV; V
G
= 5 V para concentração de dopantes no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
:
(a) Porta Dupla; (b) Porta Tripla; (c) Escala de Potencial; (d) Porta Tripla em maior escala (porta superior).
82
As figuras 5.10 e 5.11 resumem o estudo da tensão de limiar em transistores FinFETs
de porta dupla e porta tripla em função da concentração de dopantes no canal.
10
18
10
19
10
20
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
2 V
T
FinFET de Porta Dupla
Concentração de Dopante - N
A
(cm
-3
)
Tensão de Limiar - V
T
(V)
V
T_CI
V
T_G
1 V
T
Figura 5.10 –
Tensão de limiar em função da concentração de dopantes no canal de FinFETs de porta dupla com
L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV.
10
18
10
19
10
20
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3 V
T
FinFET de Porta Tripla
1 V
T
Concentração de Dopante - N
A
(cm
-3
)
Tensão de Limiar - V
T
(V)
V
T_CS
V
T_CI
V
T_G
2 V
T
Figura 5.11 –
Tensão de limiar em função da concentração de dopantes no canal de FinFETs de porta tripla com
L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV.
83
5.3.5.2 Estrutura de porta tripla modificada
A figura 5.12 mostra o corte transversal de uma estrutura de porta tripla e a figura 5.13
mostra a curva da segunda derivada da corrente de dreno com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV com concentração de dopantes no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
.
Na curva obtida observa-se duas tensões de limiar, sendo que a primeira tensão de
limiar (V
T_CS
) é referente a condução dos cantos superiores e a segunda tensão de limiar
(V
T_G
)
é referente a condução das portas. Nota-se que nessa estrutura não é possível visualizar
a tensão de limiar referente a condução dos cantos inferiores (V
T_CI
), pois os cantos inferiores
são menos influenciados pelo acoplamento com o substrato. Este efeito pode ser melhor
compreendido através da figura 5.14.
Figura 5.12 – Corte transversal da estrutura de porta tripla modificada com W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm;
L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
.
0 1 2 3 4 5
-20
0
20
40
60
80
100
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
V
G
(V)
Estrutura de Porta Tripla
V
T_G
V
T_CS
Figura 5.13 –
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de uma estrutura de porta tripla modificada com
L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
.
84
A figura 5.14 mostra o perfil de potencial no FinFET de porta tripla e na estrutura de
porta tripla modificada apresentada na figura 5.12. Pode-se visualizar que somente o FinFET
de porta tripla apresenta nas regiões dos cantos inferiores um maior valor de potencial,
portanto nesse dispositivo é possível observar a tensão de limiar referente a inversão dos
cantos inferiores (V
T_CI
- figura 5.8).
Figura 5.14 – Perfil de potencial nos dispositivos com W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV;
V
G
= 5 V para concentração de dopantes no canal de N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
:
(a) FinFET de Porta Tripla; (b) Estrutura de Porta Tripla Modificada; (c) Escala de Potencial.
5.3.5.3 Diferentes concentrações de dopantes no canal
Neste item, as estruturas simuladas possuem seus canais divididos em duas regiões,
como apresentado na figura 5.6. A região 1 do canal possui largura W
Fin
= 120 nm e altura de
H
R1
= 5 nm. A região 2 do canal possui largura W
Fin
= 120 nm e altura de H
R2
= 55 nm.
Na figura 5.15 são apresentadas as curvas da segunda derivada da corrente de dreno
para FinFETs de porta dupla e porta tripla com diferentes concentrações de dopantes na
região 1 do canal e com concentração de dopantes de N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
na região 2 do canal.
Para todos os casos avaliados nos FinFETs de porta dupla, verifica-se apenas uma
teno de limiar (apenas um ponto de máximo para cada curva). Essa tensão de limiar é
devida a passagem de corrente nas laterais do Fin (canal).
Para os FinFETs de porta tripla, as curvas podem apresentar uma tensão de limiar por
curva (1 ponto de máximo), que é referente a condução simulnea nas três portas (V
T_G
), ou
podem apresentar duas tensões de limiar por curva (2 pontos de máximo).
Para o caso em que apresentam duas tensões de limiar, a primeira tensão de limiar
(V
T_GL
) é referente a condução das portas laterais, sendo a segunda de tensão de limiar
(V
T_GS
) referente a condução da porta superior. A diferença da tensão de limiar dada pela
porta superior e pelas portas laterais, ocorre devido a diferença de concentração de dopantes
(maior concentração perto da interface da porta superior).
85
0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50
-20
0
20
40
60
80
100
120
Região 1:
N
A
= 1 x 10
18
cm
-3
N
A
= 2 x 10
18
cm
-3
N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
N
A
= 4 x 10
18
cm
-3
N
A
= 5 x 10
18
cm
-3
N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
N
A
= 7 x 10
18
cm
-3
N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
Rego 2: N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
V
G
(V)
FinFET de Porta Dupla
[A]
V
T_G
0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
Rego 1:
N
A
= 1 x 10
18
cm
-3
N
A
= 2 x 10
18
cm
-3
N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
N
A
= 4 x 10
18
cm
-3
N
A
= 5 x 10
18
cm
-3
N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
N
A
= 7 x 10
18
cm
-3
N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
Rego 2: N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
V
T_GS
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
[B]
V
T_G ou
V
T_GL
Figura 5.15 – Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta dupla [A] e porta tripla [B]
com W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV
e com diferentes com concentrações de dopantes na
região 1 do canal e N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
na região 2.
86
A tabela 5.6 apresenta os resultados das tensões de limiar obtidos na figura 5.16. e a
Figura 5.16 resume o estudo da tensão de limiar em transistores FinFETs de porta dupla e
porta tripla em função da concentração de dopantes na região 1 do canal.
Tabela 5.6 – Valores obtidos por simulação da tensão de limiar de FinFETs de porta dupla e porta tripla com
W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com diferentes com concentrações de dopantes na
região 1 do canal e N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
na região 2.
V
T
(V)
Porta Dupla
V
T
(V)
Porta Tripla
Dopagens
Região 2: N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
Região 1:
V
T_G
V
T_G
V
T_GL
V
T_GS
1 x 10
18
0,52 0,48 - -
2 x 10
18
0,56 0,49 - -
3 x 10
18
0,60 0,50 - -
4 x 10
18
0,61 0,51 - -
5 x 10
18
0,62 - 0,52 0,81
6 x 10
18
0,63 - 0,53 0,83
7 x 10
18
0,64 - 0,54 0,86
8 x 10
18
0,64 - 0,55 0,93
2,5x10
18
5x10
18
7,5x10
18
10
19
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
V
T_GS
V
T_G
FinFETs
Porta Dupla e Porta Tripla
V
T_GL
V
T_G
Região 1: N
A
(cm
-3
)
Tensão de Limiar - V
T
(V)
Região 2: N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
Figura 5.16 –
Tensão de limiar em função da concentração de dopantes na região 1 do canal de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes
na região 2 de N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
.
87
Na figura 5.17 são apresentadas as curvas da segunda derivada da corrente de dreno
para FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes de N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
na região 1
do canal e diferentes concentrações de dopantes na região 2 do canal.
Através da análise dessas curvas constatou-se que quando a diferença de
concentrações de dopantes nas regiões do canal (região 1 e região 2) é maior (figura 5.17-B),
o dispositivo apresenta duas tensões de limiar, sendo essas V
T_GL
e V
T_GS
. A tensão de limiar
V
T_GL
está relacionada com a inversão das superfícies laterais e a tensão de limiar V
T_GS
é
referente a inversão da porta superior cuja concentração de dopantes (região 1) é tipicamente
maior que a concentração de dopantes no restante do canal (região 2).
Quando a diferença de concentrações de dopantes nas regiões do canal diminui,
chegando ser muito pequena (figura 5.17-C), o dispositivo também apresenta duas tensões de
limiar, sendo essas V
T_CS
e V
T_G
. Onde V
T_CS
corresponde a tensão de limiar dos cantos
superiores, uma vez que estão submetidos ao somatório dos vetores de campo elétrico gerado
pela porta lateral e pela porta superior, sendo que V
T_G
está relacionada com a inversão das
superfícies laterais e superior ao mesmo tempo.
Entretanto, num valor intermediário de concentrações de dopantes nas regiões do canal
(figura 5.17-D), observam-se três tensões de limiar, V
T_CS
, V
T_GL
e V
T_GS
devido a inversão
dos cantos superiores, portas laterais e porta superior respectivamente.
A tabela 5.7 mostra os resultados das tensões de limiar obtidos na figura 5.17.
Tabela 5.7 – Valores obtidos por simulação da tensão de limiar de FinFETs de porta tripa com W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes de N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
na região 1 do
canal de e diferentes concentrações de dopantes na região 2.
V
T
(V)
Porta Tripla
Dopagens
Região 1 : N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
Região 2:
V
T_CS
V
T_G
V
T_GL
V
T_GS
1 x 10
16
- - 0,56 0,96
5 x 10
16
- - 0,59 0,96
1 x 10
17
- - 0,61 0,97
5 x 10
17
- - 0,73 1,10
1 x 10
18
- - 0,83 1,14
2 x 10
18
- - 0,97 1,24
3 x 10
18
0,82 - 1,08 1,29
4 x 10
18
0,83 - 1,18 1,34
5 x 10
18
0,82 1,33 - -
6 x 10
18
0,83 1,41 - -
7 x 10
18
0,85 1,48 - -
88
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
V
G
(V)
Região 1: N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
Região 2:
N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
N
A
= 5 x 10
16
cm
-3
N
A
= 1 x 10
17
cm
-3
N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
N
A
= 1 x 10
18
cm
-3
N
A
= 2 x 10
18
cm
-3
N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
N
A
= 4 x 10
18
cm
-3
N
A
= 5 x 10
18
cm
-3
N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
N
A
= 7 x 10
18
cm
-3
FinFET de Porta Tripla
[A]
V
D = 100 mV
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
V
G
(V)
Região 1: N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
Região 2:
N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
N
A
= 5 x 10
16
cm
-3
N
A
= 1 x 10
17
cm
-3
N
A
= 5 x 10
17
cm
-3
N
A
= 1 x 10
18
cm
-3
N
A
= 2 x 10
18
cm
-3
V
T_GS
V
T_GL
[B]
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
[C]
Região 1: N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
Região 2:
N
A
= 5 x 10
18
cm
-3
N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
N
A
= 7 x 10
18
cm
-3
V
G
(V)
V
T_G
V
T_CS
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
[D]
V
G
(V)
Rego 1: N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
Rego 2:
N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
N
A
= 4 x 10
18
cm
-3
V
T_GS
V
T_GL
V
T_CS
Figura 5.17 – Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta tripla com W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes de N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
na região 1 do
canal e na região 2 de: [A] N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
a N
A
= 6 x 10
18
cm
-3
; [B] N
A
= 1 x 10
16
cm
-3
a N
A
= 2 x 10
18
cm
-3
;
[C] N
A
= 5 x 10
18
cm
-3
a N
A
= 7 x 10
18
cm
-3
; [D] N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
e N
A
= 4 x 10
18
cm
-3
.
89
A figura 5.18 mostra as mesmas curvas apresentadas na figura 5.17-D, contudo para
FinFETs de porta dupla. Observa-se que as curvas apresentam apenas uma tensão de limiar
(apenas um ponto de máximo para cada curva). Essa tensão de limiar V
T_G
é devido a
passagem de corrente nas laterais do Fin (canal).
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
0
20
40
60
80
100
120
V
T_G
Região 1: N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
Região 2:
N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
N
A
= 4 x 10
18
cm
-3
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
V
G
(V)
FinFET de Porta Dupla
Figura 5.18 –
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta dupla com W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com diferentes concentrações de dopantes nas regiões do canal.
Na figura 5.19 são apresentadas as curvas da segunda derivada da corrente de dreno
para FinFETs de porta dupla e porta tripla com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 1 x 10
15
cm
-3
. Observa-se que para baixa concentração de dopantes no canal as curvas
apresentam apenas uma tensão de limiar. Essa tensão de limiar V
T_G
é devido a inversão das
superfícies laterais (porta dupla) e também da superfície superior (porta tripla).
0,0 0,5 1,0 1,5
0
40
80
120
160
200
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
FinFET de Porta Dupla
FinFET de Porta Tripla
V
G
(V)
V
T_G
Figura 5.19 –
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta dupla com W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes no canal de N
A
= 1 x 10
15
cm
-3
.
90
A figura 5.20 apresenta o estudo da tensão de limiar em transistores FinFETs de porta
tripla em função da concentração de dopantes na região 2 do canal.
10
16
10
17
10
18
10
19
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
V
T_GL
V
T_GS
V
T_G
V
T_CS
Região 1: N
A
= 8 x 10
18
cm
-3
FinFET de Porta Tripla
Região 2: N
A
(cm
-3
)
Tensão de Limiar - V
T
(V)
3 V
T
Figura 5.20 –
Tensão de limiar em função da concentração de dopantes na região 2 do canal de FinFETs de porta
dupla e porta tripla com L = 1 µm; W
Fin
= 120 nm
;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV.e com concentração de dopantes
na região 1 de N
A
= 8x 10
18
cm
-3
As Figuras 5.21 a 5.22
mostram as curvas da segunda derivada da corrente de dreno de
transistores FinFETs de porta tripla em função da tensão de porta para diferentes
concentrações de dopantes nas regiões do canal. Neste caso, devido a altas e diferentes
dopagens no canal as curvas apresentam quatro tensões de limiar; V
T_CS
, V
T_CI
, V
T_GL
e V
T_GS
.
A tensão de limiar V
T_CS
se refere a condução dos cantos superiores; V
T_CI
é a tensão
de limiar referente a condução dos cantos inferiores; V
T_GL
representa a condução das portas
laterais, enquanto que V
T_GS
se refere a condução da porta superior.
91
0 1 2 3 4
0
10
20
30
40
50
60
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
FinFET de Porta Tripla
Região 1: N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
Região 2 : N
A
= 4 x 10
19
cm
-3
V
G
(V)
V
T_GS
V
T_GL
V
T_CS
V
T_CI
Figura 5.21 –
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta tripla com W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes de N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
na região 1 do
canal e N
A
= 4 x 10
19
cm
-3
na região 2.
0 1 2 3 4
0
10
20
30
40
50
60
(d
2
I
D
/ dV
G
2
)
(A / V
2
)
FinFET de Porta Tripla
Região 1: N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
Região 2 : N
A
= 4,5 x 10
19
cm
-3
V
G
(V)
V
T_GS
V
T_GL
V
T_CI
V
T_CS
Figura 5.22 –
Curva d
2
I
D
/ dV
G
2
em função da tensão de porta de FinFETs de porta tripla com W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm; V
D
= 100 mV e com concentração de dopantes de N
A
= 6 x 10
19
cm
-3
na região 1 do
canal e N
A
= 4,5 x 10
19
cm
-3
na região 2.
92
6 MODELAGEM E CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA
Neste capítulo são apresentados os modelos analíticos para o cálculo da tensão de
limiar e inclinação de sublimiar em transistores SOI FinFETs de porta dupla e porta tripla,
obtidos a partir da solução dada pela equação de Poisson. Ressalte-se que, esses modelos o
prevêem os efeitos quânticos dos dispositivos de filme fino, que somente podem ser previstos
pelo uso adicional da equação de Schrödinger [56, 74].
Adicionalmente, são apresentados os resultados das caracterizações etricas
dos transistores SOI FinFETs de porta tripla fabricados no centro de pesquisa
IMEC “Interuniversity Microelectronic Center” situado na Universidade Católica de
Leuven, na Bélgica.
6.1 Modelo Analítico de Pascale Francis
O modelo de Pascale Francis [52] é um modelo desenvolvido para dispositivo SOI de
porta dupla baseado na solução unidimensional da equação de Poisson, que considera a
distancia entre as portas (W
Fin
). Esse modelo deve ser aplicado em dispositivos de canal longo
com maiores valores de W
Fin
e com altos níveis de concentração de dopantes no canal. A
teno de limiar é determinada pela equação 6.1.
D
ox
ox
D
FBST
Q
C2
q
kT
1
C2
Q
VV (6.1)
onde Q
D
é a carga na região de depleção e
S
é o potencial de superfície, são determinados
pelas equações 6.2 e 6.3, respectivamente.
FinAD
WqNQ (6.2)
93
Si
D
Si
ox
FS
C8
Q
kT
q
exp1
1
C4
C
ln
q
kT
2 (6.3)
Sendo que a capacitância da camada de silício, C
Si ,
é determinada pela equação 6.4.
Fin
Si
Si
W
C
(6.4)
Na figura 6.1 é apresentada a curva característica da tensão de limiar em função da
largura do Fin (W
Fin
), obtida utilizando o modelo de Pascale Francis [52]. Através dessa
curva, pode-se comprovar que, para os dispositivos com elevada concentração de dopantes no
canal, a tensão de limiar aumenta com o aumento de W
Fin
,
devido ao aumento de carga
depletada no canal (Q
D
).
Figura 6.1 – Tensão de limiar em função da distância entre as portas (W
Fin
) de FinFETs de porta dupla com
concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
17
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; T=300K;
densidade de carga na interface (q
f
) de 3 x 10
10
cm
-2
e V
D
= 100 mV.
94
6.2 Modelo analítico de Gen Pei
O modelo de Gen Pei [77] é um modelo baseado na solução tridimensional da equação
de Poisson, que considera a largura (W
Fin
), a altura (H
Fin
) do Fin e o comprimento do canal
(L). É feita a modelagem da inclinação de sublimiar para os transistores SOI FinFETs de
porta tripla com canal não dopado. A inclinação de sublimiar para FinFET de porta tripla é
determinada pela equação 6.5.
}
{
]}
[
{
K
senh
X
H
K
senh)
XH
(
H
K
senh
)1(
Z
H2
)1n2(
cos
K
cosh
Z
H
K
cosh
X
H
)1n2(
sen
Y
L
)1m2(
sen
)1m2)(1n2(
16
kT
q
3,2
1
V
)
I
log(
S
1
X
C
eff
X
Ceff
eff
Z
1n
C
eff
Z
C
eff
Z
C
eff
1n
C
eff
2
1m
G
D
(6.5)
E os valores de Xc
,
Y
C
, Z
C,
K
X
e
K
Z
são determinados pelas equações 6.6 a 6.10,
respectivamente.
W5,0
X
eff
C
(6.6)
V
_
ln
2
L
2
L
Y
DS
MS
MS
Deff
C
(6.7)
H75,0
Z
Fin
C
(6.8)
W
H2
1n2
L
1m2
K
eff
eff
2
eff
2
X
(6.9)
H
L
1m2
W
1m2
K
eff
eff
2
eff
2
Z
(6.10)
As dimensões de W
eff
e
H
eff
são determinadas pelas equações 6.11, e 6.12, respectivamente.
t
2
WW
ox
ox
Si
Fineff
(6.11)
t
HH
ox
ox
Si
Fineff
(6.12)
95
E o valor de L
D
pela equação 6.13.
H
5,0
W
1
1
L
Fin
2
Fin
2
D
(6.13)
6.2.1 Resultados obtidos por modelagem variando a largura do Fin - W
Fin
Na figura 6.2 é apresentada a curva característica da Inclinação de sublimiar em
função da largura do Fin (W
Fin
), obtida utilizando o modelo de Gen Pei [77] para FinFETs de
porta tripla. Através dessa curva, pode-se comprovar que os FinFETs de porta tripla com W
Fin
menores apresentam menor efeito de canal curto, devido ao maior controle das portas sobre o
canal.
Figura 6.2 – Inclinação de sublimiar em função da largura do Fin (W
Fin
) de FinFET de tripla com concentração
de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm; H
Fin
= 60 nm; L = 1 µm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V;
q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
T = 300K e V
D
= 100 mV.
96
6.2.2 Resultados obtidos por modelagem variando a altura do Fin - H
Fin
A figura 6.3 apresenta a curva característica da inclinação de sublimiar em função da
altura do Fin (H
Fin
), obtida utilizando o modelo de Gen Pei [77]. Através dessa curva, pode-se
observar que os FinFETs de porta tripla apresentam um aumento na inclinação de sublimiar
com a diminuição da altura do Fin, provavelmente devido ao menor controle das portas sobre
o canal, pois para H
Fin
menor que W
Fin
o controle da corrente no canal é dominada pela porta
superior [65].
Figura 6.3 – Inclinação de sublimiar em função da altura do Fin (H
Fin
) de FinFETs de porta tripla com
concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm; W
Fin
= 120 nm; L = 1 µm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
T = 300K e V
D
= 100 mV.
6.2.3 Resultados obtidos por modelagem variando o comprimento do Fin L
Na figura 6.4 são mostradas as curvas características da inclinação de sublimiar em
função do comprimento do canal (L) para diferentes larguras do Fin (W
Fin
), obtidas utilizando
o modelo de Gen Pei [77] para FinFETs de porta tripla. Pode-se observar uma dependência do
efeito de canal curto sobre a largura do Fin. Larguras menores de W
Fin
suportam
comprimentos menores de L, devido a um melhor controle das cargas no canal.
97
A figura 6.5 apresenta as curvas características da inclinação de sublimiar em função
do comprimento do canal (L) para diferentes alturas do Fin (H
Fin
), obtidas utilizando o modelo
de Gen Pei [77]. Observou-se que alturas menores de H
Fin
suportam comprimentos menores
de L.
Figura 6.4 – Inclinação de sublimiar em função do comprimento do canal (L) de FinFETs de porta tripla com
concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm; H
Fin
= 60nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V;
q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
T = 300K e V
D
= 100 mV para diferentes larguras de W
Fin
.
Figura 6.5 – Inclinação de sublimiar em função do comprimento do canal (L) de FinFETs de porta tripla com
concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm; W
Fin
= 120nm;
M
= 4,7 V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
Si
= (
F
– 4,65) V; T = 300K e V
D
= 100 mV para diferentes alturas de H
Fin
.
98
6.3 Comparações: modelos analíticos e simulações 3D
Neste item são apresentadas comparações entre os resultados obtidos pelas simulações
3D e pelos modelos analíticos. Ressalte-se que essas comparações têm apenas o objetivo de
indicação qualitativa de tendências e não o de quantificar com exatidão os resultados.
6.3.1 Modelo analítico de Pascale Francis e simulações
Os resultados da comparação do modelo analítico de Pascale Francis [52] e das
simulações 3D obtidos neste trabalho são apresentados na figura 6.6. Observa-se uma mesma
tendência de comportamento entre os dados obtidos por modelagem e por simulação, isto é,
dispositivos com alta concentração de dopantes no canal apresentam um aumento na tensão de
limiar com o aumento de W
Fin
.
30 60 90 120 150
0,4
0,5
0,6
0,7
Largura do Fin - W
Fin
(nm)
Tensão de Limiar - V
T
(V)
Modelagem
Simulação 3D
FinFET de Porta Dupla
Figura 6.6 – Resultados obtidos por modelagem (Pascale Francis) e por simulação da tensão de limiar (V
T
) em
função da Largura do Fin (W
Fin
) de FinFETs de porta dupla com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
17
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
;
T=300K e V
D
= 100 mV.
99
6.3.2 Modelo analítico do Gen Pei e simulações
Os resultados da comparação do modelo analítico de Gen Pei [77] e das simulações
3D obtidos neste trabalho são apresentados nas figuras 6.7 a 6.9. Esses resultados indicam
valores muitos próximos de inclinação de sublimiar dos dados obtidos por modelagem e por
simulação.
Com a redução da largura do Fin (figura 6.7), a inclinação de sublimiar diminui devido
a um melhor controle das portas sobre o canal.
Com a redução da altura do Fin (figura 6.8), a inclinação de sublimiar aumenta devido
a um pior controle das portas sobre o canal, que passa a ser controlada mais pela porta
superior.
Com a redução do comprimento do canal (figura 6.9), a inclinação de sublimiar
aumenta, pois dispositivos com comprimentos de canais menores, apresentam efeito de canal
curto devido ao compartilhamento de cargas no canal com a região de fonte e dreno.
0 30 60 90 120
58
59
60
61
62
63
64
FinFET de Porta Tripla
Largura do Fin - W
Fin
(nm)
Inclinação de Sublimiar (mV/dec)
Modelagem
Simulação 3D
Figura 6.7 – Resultados obtidos por modelagem (Gen Pei) e por simulação da inclinação de sublimiar em função
da Largura do Fin (W
Fin
) de FinFETs de porta dupla e porta tripla com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
; T = 300K; H
Fin
= 60 nm;
L = 1 µm e V
D
= 100 mV.
100
0 30 60 90 120 150
50
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
Inclinação de Sublimiar (mV/dec)
FinFET de Porta Tripla
Altura do Canal - H
Fin
(nm)
Modelagem
Simulação 3D
Figura 6.8 – Resultados obtidos por modelagem (Gen Pei) e por simulação 3D da inclinação de sublimiar
em função da altura do Fin (H
Fin
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
15
cm
-3
; t
oxf
= 2 nm;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
; T = 300K; W
Fin
= 120 nm;
L = 1 µm e V
D
= 100 mV.
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
50
55
60
65
70
75
80
FinFET de Porta Tripla
Inclinação de Sublimiar (mV/dec)
Comprimento do Canal - L
(m)
Modelagem
Simulação 3D
Figura 6.9 – Resultados obtidos por modelagem (Gen Pei) e por simulação 3D da inclinação de sublimiar em
função do comprimento do canal (L) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de
N
A
= 10
15
cm
-3
;
M
= 4,7 V;
Si
= (
F
– 4,65) V; q
f
= 3 x 10
10
cm
-2
; t
oxf
= 2 nm; W
Fin
= 120 nm; H
Fin
= 60 nm;
T = 300K e V
D
= 100 mV.
101
6.4 CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA
A pastilha utilizada na caracterização elétrica contendo um conjunto de dispositivos,
onde estão incluindo os FinFETs de porta tripla, é apresentada na figura 6.10, enquanto que,
na figura 6.11 é mostrado o local na pastilha que contém os FinFETs, identificando-se as
regiões de Fonte (S), dreno (D) e porta (G). O perfil transversal do FinFET com a
identificação de suas regiões é apresentado na figura 6.12.
Os transistores FinFETs da pastilha apresentam as seguintes características:
comprimento da regiões de dreno e fonte L
D
= L
S
= 100 nm; óxido enterrado t
oxb
= 145 nm;
óxido de porta com óxido de silício t
oxf_SiO2
= 1 nm e óxido de porta com óxido de háfnio
t
oxf_HfO2
= 2 nm. O nitreto do titânio (TiN) e silício policristalino N
+
(Si-poly N
+
) foram
utilizados nas portas.
A região do canal é constituída de silício tipo P e a rego de fonte e dreno de silício
tipo N. A concentração de dopantes da região de fonte e dreno é de N
D
= 1 x 10
21
cm
-3
e no
canal de N
A
= 1 x 10
15
cm
-3
. A largura do Fin W
Fin
varia de 20 nm a 9,87 µm, a altura do Fin
H
Fin
= 60 nm e o comprimento do canal L varia de 10 nm a 19,91 µm.
Figura 6.10 – Pastilha contendo o conjunto de dispositivos.
102
Figura 6.11 – Transistores FinFETs de porta tripla.
Figura 6.12 – Seção transversal do FinFETs de porta tripla identificando suas regiões.
6.4.1 Efeito da variação da largura do Fin - W
Fin
Nas figuras 6.13 e 6.14 o apresentadas as curvas características I
D
-V
G
para FinFETs
de porta tripla para diferentes larguras de W
Fin.
. Através das curvas obtidas, pode-se
comprovar que a intensidade da corrente de dreno aumenta devido ao aumento de W
Fin
, pois a
corrente é diretamente proporcional a W, confirmando, assim, os resultados obtidos pelas
simulações.
103
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
0
100
200
300
400
500
L = 610 nm
W
Fin
= 120 nm
W
Fin
= 9,87 m
V
D
= 100 mV
I
D
(A)
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
Figura 6.13 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de
porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV;
H
Fin
= 60 nm; L = 610 nm para diferentes larguras de W
Fin
.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
0
100
200
300
400
L
= 910 nm
W
Fin
= 120 nm
W
Fin
= 2,87 m
W
Fin
= 9,87 m
V
D
= 100 mV
I
D
(A)
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
Figura 6.14 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de
porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV;
H
Fin
= 60 nm; L = 910 nm para diferentes larguras de W
Fin
.
104
A partir dos resultados apresentados na tabela 6.1, pode-se observar o comportamento
da teno de limiar. Com a redução da largura do Fin, a tensão de limiar é praticamente
constante como nas simulações.
Tabela 6.1 – Valores obtidos por caracterização elétrica da tensão de limiar e inclinação de sublimiar de FinFETs
de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV.
FinFETs
L W
Fin
V
T
(V)
120 nm 0,36 610 nm
9,87 µm 0,35
120 nm 0,37
2,87 µm 0,36
910 nm
9,87 µm 0,35
Nas figuras 6.15 e 6.16 são mostradas as curvas características da inclinação de
sublimiar em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla para diferentes
larguras de W
Fin
onde foi destacado no quadro o valor da inclinação de sublimiar obtida
através do ponto de nimo da curva (figura 6.15) e pela média dos pontos na região de
sublimiar (figura 6.16). Esses resultados confirmam os resultados obtidos pelas simulações e
pela modelagem analítica: a inclinação de sublimiar diminui com a redução da largura do Fin,
pois o FinFET apresenta um melhor acoplamento entre as portas laterais e o canal.
0,0 0,1 0,2
50
100
150
Inclinação de Sublimiar (mV/dec)
L = 610 nm
W
Fin
= 120 nm S = 62,88 mV/dec
W
Fin
= 9,87 m S = 70,17 mV/dec
V
D
= 100 mV
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
Figura 6.15 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da inclinação de sublimiar em função da tensão de
porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV;
H
Fin
= 60 nm; L = 610 nm para diferentes larguras de W
Fin
.
105
0,0 0,1 0,2
50
100
150
Inclinação de Sublimiar (mV/dec)
L
= 910 nm
W
Fin
= 120 nm S = 63,35 mV/dec
W
Fin
= 2,87 m S = 66,63 mV/dec
W
Fin
= 9,87 m S = 66,63 mV/dec
V
D
= 100 mV
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
Figura 6.16 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da inclinação de sublimiar em função da tensão de
porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; V
D
= 100 mV;
H
Fin
= 60 nm; L = 910 nm para diferentes larguras de W
Fin
.
6.4.2 Efeito da variação do comprimento do canalL
Nas figuras 6.17 e 6.18 são mostradas as curvas características I
D
-V
G
para FinFETs de
porta tripla para diferentes comprimentos de L. Através das curvas obtidas, pode-se
comprovar que a intensidade da corrente de dreno aumenta devido a diminuição do
comprimento do canal, pois a corrente é inversamente proporcional a L, confirmando, assim,
os resultados apresentados pelas simulações.
A partir dos resultados mostrados na tabela 6.2, pode-se observar o comportamento da
teno de limiar. Com a redução do comprimento do canal, a tensão de limiar diminui
ligeiramente como nas simulações.
Tabela 6.2 – Valores obtidos por caracterização elétrica da tensão de limiar e inclinação de sublimiar de FinFETs
de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; H
Fin
= 65 nm e V
D
= 100 mV.
FinFETs
W
Fin
L
V
T
(V)
610 nm 0,36
910 nm 0,37
4,91 µm 0,39
120 nm
19,91 µm 0,39
106
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
0
2
4
6
8
10
I
D
(A)
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
W
Fin
= 120 nm
L = 610 nm
L = 910 nm
L = 4,91 m
L = 19,91 m
V
D
= 100 mV
Figura 6.17 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de
porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 120 nm;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para diferentes comprimentos de canal L.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
0
100
200
300
400
500
I
D
(A)
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
W
Fin
= 9,87 m
L = 610 nm
L = 910 nm
V
D
= 100 mV
Figura 6.18 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da corrente de dreno (I
D
) em função da tensão de
porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 9,87µm;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para diferentes comprimentos de canal L.
107
Nas figuras 6.19 e 6.20 são apresentadas as curvas características da inclinação de
sublimiar em função da tensão de porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla para diferentes
comprimentos de canal L. Onde o valor nimo da inclinação de sublimiar apresentado no
quadro foi obtido pela dia dos pontos na região de sublimiar (figura 6.19) e através do
ponto de nimo da curva (figura 6.20). Esses resultados confirmam os resultados obtidos
pelas simulações e pela modelagem analítica: a inclinação de sublimiar aumenta com a
redução do comprimento de canal devido ao efeito de canal curto.
0,0 0,1 0,2
50
100
150
200
V
G
(V)
Inclinação de Sublimiar (mV/dec)
FinFET de Porta Tripla
W
Fin
= 120 nm
L = 610 nm S = 65,17 mV/dec
L = 910 nm S = 64,85 mV/dec
L = 4,91 m
L = 19,91 m
V
D
= 100 mV
Figura 6.19 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da inclinação de sublimiar em função da tensão de
porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 9,87µm;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para diferentes comprimentos de canal L.
0,0 0,1 0,2
50
100
150
Inclinação de Sublimiar (mV/dec)
V
G
(V)
FinFET de Porta Tripla
W
Fin
= 9,87 m
L = 610 nm S = 70,17 mV/dec
L = 910 nm S = 66,63 mV/dec
V
D
= 100 mV
Figura 6.20 – Resultados obtidos por caracterização elétrica da inclinação de sublimiar em função da tensão de
porta (V
G
) de FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal de N
A
= 10
15
cm
-3
; W
Fin
= 9,87µm;
H
Fin
= 60 nm e V
D
= 100 mV para diferentes comprimentos de canal L.
108
7 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS
Os resultados deste trabalho indicam o comportamento da tensão de limiar e
inclinação de sublimiar em transistores SOI FinFETs de porta dupla e porta tripla, para
diferentes dimensões e variadas concentrações de dopantes do canal no transistor.
Relativo as variações nas dimensões, verificou-se que a intensidade da corrente de
dreno aumenta em função do aumento da largura e da altura do Fin e, diminui em função do
aumento do comprimento do canal, pois a corrente é diretamente proporcional a W, sendo que
W W
Fin
+ 2 H
Fin
e é inversamente proporcional a L. Esse efeito é maior em FinFETs de
porta tripla que nos de porta dupla, pois a corrente aumenta com o aumento do número de
portas.
Com a redução da largura do Fin, foi constatado que a tensão de limiar mantém-se
praticamente constante dentro da faixa estudada e a inclinação de sublimiar diminui, pois para
valores de W
Fin
menores, o FinFET apresenta um melhor acoplamento entre porta e canal.
Com a redução do comprimento do canal, a tensão de limiar diminui e a inclinação de
sublimiar aumenta, devido ao compartilhamento de cargas no canal com a rego de fonte e
dreno, sendo esse efeito menor em FinFETs de porta tripla com o mesmo comprimento de
canal.
Verificou-se a dependência do efeito de canal curto sobre a largura do Fin. Larguras
menores de W
Fin
suportam comprimentos menores de L, devido a um melhor controle das
portas sobre o canal.
Relativo as variações nas concentrações de dopantes do canal (mesma concentração de
dopantes em todo o canal), verificou-se que para altas concentrações dopantes tem-se a
presença de duas tensões de limiar por curva, tanto nos FinFETs de porta dupla com
concentração de dopantes superior a N
A
= 2 x 10
19
cm
-3
, como nos FinFETs de porta tripla,
com concentração de dopantes superior a N
A
= 3 x 10
18
cm
-3
.
Nos FinFETs de porta dupla, a primeira tensão de limiar, V
T_CI
é referente a condução
dos cantos inferiores e a segunda tensão de limiar, V
T_G
,
é referente a condução das portas
laterais. Porém, nos FinFETs de porta tripla uma das tensões de limiar está relacionada a
condução dos cantos superiores, V
T_CS
e V
T_G
, devido a condução das portas laterais e da
porta superior simultaneamente.
109
Entretanto em FinFETs de porta tripla com concentração de dopantes no canal ainda
mais alta (N
A
= 5 x 10
19
cm
-3
), observou-se uma terceira tensão de limiar, sendo esta referente
a condução dos cantos inferiores, (V
T_CI
).
Relativo as variações nas concentrações de dopantes nas regiões (região 1 e região 2)
do canal (diferentes concentrações de dopantes no canal), os dispositivos podem apresentar
até quatro tensões de limiar.
O FinFET de porta dupla apresenta apenas uma tensão de limiar, independente da
diferença de concentrações de dopantes nas regiões do canal. Esta tensão de limiar é devida a
passagem de corrente nas laterais do Fin.
No caso do FinFET de porta tripla, este pode apresentar mais de uma teno de limiar
e isto dependerá da diferença de concentrações de dopantes nas regiões do canal.
Em canais com baixas concentrações de dopantes e uma menor diferença das
concentrações de dopantes em suas regiões, o dispositivo apresenta somente uma tensão de
limiar, pois a inversão nas portas laterais e porta superior ocorrem ao mesmo tempo.
Em canais com altas concentrações de dopantes e uma maior diferença das
concentrações de dopantes em suas regiões, o dispositivo pode apresentar até quatro tensões
de limiar, V
T_CS
, V
T_CI
, V
T_GL
e V
T_GS
, sendo essas respectivamente a tensão de limiar dos
cantos superiores, a tensão de limiar devido a inversão dos cantos inferiores, a inversão das
superfícies laterais e a inversão da porta superior, cuja concentração de dopantes na supercie
é tipicamente maior que a concentração de dopantes no restante do canal.
Os resultados obtidos nas simulações tridimensionais e os obtidos do uso de modelos
analíticos de cálculo da tensão de limiar e inclinação de sublimiar em transistores SOI
FinFETs de porta dupla e porta tripla mostraram a mesma tendência de comportamento. Os
resultados experimentais também apresentaram a mesma tendência de comportamento em
função das variações nas dimensões dos dispositivos observada nas simulações 3D e nos
modelos analíticos estudados.
Como perspectivas futuras, seria interessante estender o trabalho para transistores
porta tipo Π, porta tipo Ω e porta quádupla.
110
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117
APÊNDICE A
Arquivo de simulação no ATLAS do FinFET de porta tripla:
###### Dimensões do Fin: Largura W
Fin
= 120 nm e altura H
Fin
=60nm #######
#
#
go devedit simflags="-3d"
DevEdit version=2.6.0.R # file written Fri Feb 13 2004 15:49:03 GMT+1 (MET)
work.area x1=-0.01 y1=-0.01 x2=0.02 y2=0.045
# devedit 2.6.0.R (Thu Dec 12 12:40:19 PST 2002)
# libSvcFile 1.8.3 (Sat Dec 7 17:56:58 PST 2002)
# libsflm 4.14.3 (Sat Dec 7 18:02:49 PST 2002)
# libSDB 1.4.3 (Tue Dec 10 19:51:05 PST 2002)
# libDW_Version 2.0.0.R (Thu Nov 28 05:44:29 PST 2002)
work.area x1=-0.01 y1=-0.01 x2=0.02 y2=0.045
#
#
# ***************** Desenho da estrutura FinFET ******************
#
# ************ FinFET construído por Regiões ************
#
#
################## Divisão da região ativa em 3 regiões ###############
#
#
#REGIÃO_1 é a regiao central
#REGIÃO_3 é a regiao de dreno
#REGIÃO_5 é a regiao de fonte
#
#
########## Definição da REGIÃO - 1 "região ativa 120nm x 60nm" ########
#
#Silício
region reg=1 mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0.1 z2=1.1 \
polygon="-0.06,0 0.06,0 0.06,0.06 -0.06,0.06"
constr.mesh region=1 default
#
#
##################### REGIÃO_3 é a região de dreno ####################
#
#Silício
region reg=3 mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=1.1 z2=1.2 \
polygon="-0.06,0 0.06,0 0.06,0.06 -0.06,0.06"
constr.mesh region=3 default
#
#
###################### REGIÃO_5 é a região de fonte ###################
#
#Silício
region reg=5 mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0 z2=0.1 \
polygon="-0.06,0 0.06,0 0.06,0.06 -0.06,0.06"
constr.mesh region=5 default
118
######################## Regiões dos Óxidos ##########################
#
#REGIÃO-2 "oxido da estrutura-enterrado"
region reg=2 mat="Silicon Oxide" color=0xff pattern=0x2 z1=-0.01 z2=1.21 \
polygon="-0.074,-0.145 0.074,-0.145 0.074,0 -0.074,0"
constr.mesh region=2 default
#
#
######################### REGIÃO-4 "oxido da porta" ###################
#
region reg=4 mat="Silicon Oxide" color=0xff pattern=0x2 z1=0.1 z2=1.1 \
polygon="0.060,0.06 -0.060,0.06 -0.060,0 -0.062,0 -0.062,0.062
0.062,0.062 0.062,0 0.060,0"
constr.mesh region=4 default
#
#
###########################################################################
#
#*************** Definição da grade Na região x e y *******************
#
#Set Meshing Parameters
Mesh Mode=MeshBuild
refine mode=x x1=-0.0248 y1=-0.143 x2=0.0324 y2=0.0694
refine mode=y x1=-0.0737 y1=-0.0731 x2=0.0757 y2=-0.0175
refine mode=y x1=-0.0572 y1=-0.00161 x2=0.0579 y2=0.00281
refine mode=y x1=-0.0552 y1=-0.00138 x2=0.0581 y2=0.00203
refine mode=y x1=-0.057 y1=-0.00067 x2=0.0577 y2=0.00242
refine mode=y x1=-0.0579 y1=0.00248 x2=0.0599 y2=0.00277
refine mode=y x1=-0.0561 y1=-0.00067 x2=0.0572 y2=0.00144
refine mode=y x1=-0.0563 y1=-0.00064 x2=0.0537 y2=0.00086
refine mode=y x1=-0.0558 y1=-5e-05 x2=0.0577 y2=0.00027
refine mode=x x1=-0.0514 y1=-0.00038 x2=0.0525 y2=0.00069
refine mode=x x1=-0.0471 y1=-0.00038 x2=0.0507 y2=0.00027
refine mode=x x1=0.0282 y1=-0.1361 x2=0.0321 y2=-0.0666
refine mode=x x1=-0.035 y1=-0.1392 x2=-0.0298 y2=-0.0824
refine mode=x x1=0.05908 y1=0.001 x2=0.06113 y2=0.0606
refine mode=x x1=0.05937 y1=0.0007 x2=0.06141 y2=0.0609
refine mode=x x1=-0.06117 y1=0.0006 x2=-0.05886 y2=0.061
refine mode=x x1=-0.06149 y1=0.0006 x2=-0.05886 y2=0.061
refine mode=x x1=0.055 y1=0.0169 x2=0.0564 y2=0.0593
refine mode=x x1=0.058 y1=0.0076 x2=0.0583 y2=0.0609
refine mode=x x1=-0.0571 y1=0.0196 x2=-0.0557 y2=0.0424
refine mode=x x1=-0.0585 y1=0.0111 x2=-0.0574 y2=0.0586
refine mode=x x1=0.05925 y1=0.0002 x2=0.06028 y2=0.0611
refine mode=y x1=0.05934 y1=0.025 x2=0.06042 y2=0.0434
refine mode=y x1=0.05986 y1=0.0401 x2=0.06014 y2=0.0513
refine mode=y x1=0.05958 y1=0.0122 x2=0.06019 y2=0.0582
refine mode=x x1=-0.06021 y1=0.001 x2=-0.05917 y2=0.0572
refine mode=y x1=-0.06012 y1=0.0289 x2=-0.0593 y2=0.0393
refine mode=y x1=-0.06008 y1=0.0435 x2=-0.05965 y2=0.0483
refine mode=y x1=-0.05999 y1=0.0136 x2=-0.05973 y2=0.0572
refine mode=x x1=-0.0157 y1=0.0207 x2=0.0155 y2=0.062
refine mode=y x1=-0.0571 y1=0.05968 x2=0.0584 y2=0.06092
refine mode=y x1=-0.0566 y1=0.0594 x2=0.0551 y2=0.0608
refine mode=y x1=-0.0548 y1=0.05912 x2=0.0594 y2=0.05925
refine mode=y x1=-0.0496 y1=0.05912 x2=0.0494 y2=0.05912
refine mode=y x1=-0.038 y1=0.059 x2=0.0415 y2=0.05931
refine mode=y x1=-0.0583 y1=0.05981 x2=0.0589 y2=0.06033
refine mode=x x1=-0.0476 y1=0.05981 x2=0.0484 y2=0.06015
#
###########################################################################
119
################ Definição da grade na região Z #######################
#
z.plane max.spacing=1000000 max.ratio=1.5
#
#
z.plane z=-0.01 spacing=0.025
z.plane z=0.09 spacing=0.025
z.plane z=0.095 spacing=0.025
z.plane z=1.0 spacing=0.025
z.plane z=0.105 spacing=0.025
z.plane z=0.11 spacing=0.025
z.plane z=0.12 spacing=0.025
z.plane z=1.08 spacing=0.025
z.plane z=1.09 spacing=0.025
z.plane z=1.095 spacing=0.025
z.plane z=1.09 spacing=0.025
z.plane z=1.1 spacing=0.025
z.plane z=1.105 spacing=0.025
z.plane z=1.11 spacing=0.025
z.plane z=1.21 spacing=0.025
#
###########################################################################
#ver grade
#Gera a estrutura com grade
structure outf= Estrututa_grade_FinFET_idvg_120x60_porta_tripla_3G.str
###########################################################################
go atlas
# *********** define os electrodes ************
#
# #1-GATE #2-SOURCE #3-DRAIN #4-SUBSTRATE(below oxide)
#
electrode name=gate bottom
#
electrode name=gate1 x.min=0.062 x.max=0.072 y.min=0 y.max=0.062
z.min=0.1 z.max=1.1
#
electrode name=gate2 x.min=-0.072 x.max=-0.062 y.min=0 y.max=0.62
z.min=0.1 z.max=1.1
#
electrode name=source x.min=-0.06 x.max=0.06 y.min=0 y.max=0.06
z.min=-0.010 z.max=0
#
electrode name=drain x.min=-0.06 x.max=0.06 y.min=0 y.max=0.06
z.min=1.2 z.max=1.21
#
electrode name=substrato top
#
###########################################################################
#
# ********** definição da concentração de dopantes ********
#
doping uniform n.type conc=1e20 reg=5
doping uniform n.type conc=1e20 reg=3
doping uniform p.type conc=1e15 reg=1
#
###########################################################################
120
###########################################################################
#
# *********** Gera a estrutura com dopagem ***********
structure outf= Estrututa_dopagem_FinFET_idvg_120x60_porta_tripla_3G.str
#
###########################################################################
#
# definição das cargas na interface
#
interf qf=3e10 region=4
#
###########################################################################
#
#************* Definição da função trabalho dos contatos *************
#
# set workfunction of gate
contact name=gate workfunc=4.7
contact name=gate1 workfunc=4.7 common=gate
contact name=gate2 workfunc=4.7 common=gate
contact name=source alumin
contact name=drain alumin
contact name=substrato workfunc=4.95
#
#
###########################################################################
#
# *************** Seleciona os modelos **************
#
models kla conmob srh auger bgn fldmob print
#
solve init
#
###########################################################################
#
# *************** Seleciona os métodos **************
#
method newton trap carriers=2
#
# ************** Gera a curva IDVG ******************
solve prev
solve vdrain=0.001
solve vdrain=0.01
solve vdrain=0.1
#
log outf= FinFET_idvg_120x60_porta_tripla_3G.log
solve vgate=0 vfinal=1.5 vstep=0.01 name=gate
#
#
#Gera curva no tonyPlot
tonyplot FinFET_idvg_120x60_etapa_123_3G.log –set
FinFET_120x60_etapa_123_3G.set
#
###########################################################################
#
# *********** Gera a estrutura Final ***********
#
structure outf=Estrututa_final_FinFET_idvg_120x60_porta_tripla_3G.str
quit
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