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AVALIAÇÃO DA VOZ (DEFICIÊNCIA,
INCAPACIDADE E DESVANTAGEM VOCAL) E
QUALIDADE DE VIDA APÓS O TRATAMENTO DO
CÂNCER AVANÇADO DE LARINGE E/OU
HIPOFARINGE
ELMA HEITMANN MARES AZEVEDO
Dissertação apresentada à Fundação Antônio
Prudente para a obtenção do título de Mestre em
Ciências
Área de Concentração: Oncologia
Orientadora: Dra. Elisabete Carrara-de Angelis
São Paulo
2007
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FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca da Fundação Antônio Prudente
Azevedo, Elma Heitmann Mares
Avaliação da voz (deficiência, incapacidade e desvantagem vocal) e
qualidade de vida após o tratamento do câncer avançado de laringe e/ou
hipofaringe / Elma Heitmann Mares Azevedo – São Paulo, 2007.
102p.
Dissertação (Mestrado) - Fundação Antônio Prudente.
Curso de Pós-Graduação em Ciências-Área de concentração: Oncologia.
Orientadora: Elisabete Carrara-de Angelis.
Descritores: 1. VOZ. 2. QUALIDADE DE VIDA. 3. CÂNCER DA LARING
E
4. CÂNCER HIPOFARINGEO.
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DEDICATÓRIA
Todas as minhas conquistas eu dedico aos meus pais,
Celestino e Elza, pelo amor incondicional e ensinamentos
de vida ajudando-me a ser cada dia melhor. E, a minha
irmã, Carola, minha amiga, cúmplice e confidente que
conseguiu ser a pessoa mais presente, embora longe,
apoiando-me e ajudando-me em todos os meus momentos.
Eu amo vocês!!!
AGRADECIMENTOS
A minha profunda e eterna gratidão para com:
Minha orientadora Dra Elisabete Carrara-de Angelis, pela oportunidade e
importante participação na minha formação profissional e pessoal com seus
ensinamentos e seriedade com que conduz sua atividade científica. Meu muito
obrigada!
Ao Departamento de Fonoaudiologia do Hospital AC Camargo, em especial
às fonoaudiólogas Ana Paula Brandão, Luciana Prodomo, Irene Netto, Mônica
Bretas e Simone Claudino por todo apoio e incentivo.
A todos os titulares do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e
Otorrinolaringologia pela atenção e disponibilidade em ajudar-me sempre que
precisei.
À Fonoaudióloga e amiga querida Anna Karinne Costa Bandeira, pelo apoio e
presença ativa na minha vida desde meu primeiro dia no Hospital ACCamargo.
À Fonoaudióloga e amiga Neyller Montoni não somente pela sua
disponibilidade e dedicação na coleta de dados deste trabalho, mas também por todo
apoio.
Às amigas fonoaudiólogas Renata Guedes e Érika Nalli pelo carinho, amizade
e preocupação constante.
À minha querida Ivy Jungermann pela inestimável amizade e por ser tão doce
e presente.
À minha querida e especial Keila Moraes pela amizade e por sempre estar
perto, ajudando-me, literalmente, nos momentos mais precisos.
Ao Dr. João Gonçalves Filho, por ter sido ímpar neste trabalho, ajudando-me,
incentivando-me e ensinando-me, principalmente a ter olhos críticos para a pesquisa.
À estatística Inês Nishimoto pela atenção e carinho.
À equipe da biblioteca do Hospital AC Camargo, Suely, Francyne, Rose,
Elaine e Erica por toda eficiência, atenção, paciência e apoio constante.
À toda Pós-Graduação da Fundação Antônio Prudente, em especial o Dr.
Luiz Fernando Lima Reis e, fundamentalmente as secretárias Ana Maria e Luciana,
por sempre estarem disponíveis a incentivar, esclarecer dúvidas e tentar, na medida
do possível resolver as nossas necessidades.
À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior),
pela bolsa de estudo concedida.
Às minhas avós amadas, Aida e Elza, obrigada por toda ajuda e,
principalmente, pelas orações e ensinamentos.
À minha prima Mathilde, pela cumplicidade e amizade diária tornando meus
dias melhores.
Ao Flávio Ribeiro, pela presença ativa na minha vida, vibrando com cada
conquista e compartilhando, como um verdadeiro irmão, todos os meus momentos.
A Deus, por me abençoar, e a todos os pacientes que generosamente
participaram deste estudo.
RESUMO
Azevedo EHM. Avaliação da voz (deficiência, incapacidade, desvantagem vocal)
e qualidade de vida após o tratamento do câncer avançado de laringe e/ou
hipofaringe. São Paulo; 2007. [Dissertação de Mestrado-Fundação Antônio
Prudente].
Introdução: O tratamento do câncer avançado de laringe e/ou hipofaringe tem como
uma das principais seqüelas a deficiência vocal, porém as conseqüências funcionais
destas deficiências ainda são pouco estudadas. Objetivo: Avaliar a voz e a qualidade
de vida de pacientes submetidos a diferentes tratamentos do câncer avançado de
laringe e/ou hipofaringe. Casuística e Metodologia: Estudo transversal, incluindo
pacientes com mínimo de seis meses após o término dos seguintes tratamentos:
laringectomia parcial (LP), laringectomia parcial de resgate (LPr), radioterapia e
quimioterapia concomitantes (RXT +QT), laringectomia total (LT), laringectomia
total de resgate (LTr), faringolaringectomia total (FLT) e faringolaringectomia total
de resgate (FLTr). Foi realizada avaliação perceptivo-auditiva e utilizados os
questionários VHI (Voice Handicap Index) e UW-QOL versão 4 (University of
Washington Quality of Life Questionnaire). Resultados: Participaram do estudo 84
pacientes, sendo a maioria do sexo masculino. O sítio de lesão mais prevalente foi
laringe e o estadiamento T3N0M0. Todos os pacientes submetidos à LP (11) e
RXT+QT (24) comunicavam-se com voz laríngea. Dos 49 pacientes submetidos à
remoção total da laringe, 19 não apresentavam comunicação oral e 30 comunicavam-
se com fonação alaríngea. Destes, a maior parte comunicava-se com voz
traqueoesofágica (VTE), seguido de vibrador laríngeo (VL) e voz esofágica (VE).
Quanto à deficiência vocal dos pacientes submetidos à LP, 100% dos pacientes
apresentaram qualidade vocal rugosa e a maior parte demonstrou tensão e
instabilidade. O único paciente submetido à LPr apresentou qualidade vocal rugosa-
soprosa, pitch agudo e ressonância laringofaríngea. O grupo submetido à RXT + QT
demonstrou predomínio de qualidade vocal rugosa. Dos pacientes que comunicavam-
se por meio da voz esofágica ou traqueoesofágica, 26% apresentaram qualidade
vocal neutra e 35% qualidade vocal comprimida ou tensa-estrangulada. Com relação
à incapacidade vocal, o grupo submetido à LP apresentou inteligibilidade,
naturalidade e aceitabilidade com alteração discreta e impacto moderado ou severo
na agradabilidade da voz. O Julgamento geral da qualidade vocal (JGQV) foi
razoável, o julgamento geral da inteligibilidade vocal (JGIV) satisfatório ou razoável
e o julgamento final da comunicação (JFC) razoável. O paciente submetido à LPr
apresentou inteligibilidade adequada, naturalidade, aceitabilidade e agradabilidade
com alterações discretas, JGQV e JFC satisfatórios e JGIV bom. O grupo de RXT +
QT demonstrou inteligibilidade adequada, naturalidade, aceitabilidade e
agradabilidade com alteração discreta, JGQV e JFC satisfatórios e JGIV bom ou
satisfatório. A maioria dos pacientes submetidos à remoção laríngea apresentou
alteração severa de todos os parâmetros e JGQV satisfatório ou razoável, JGIV e JFC
ruins. Em relação à amostra geral, o domínio mais pontuado do VHI foi o funcional e
o escore total foi 31. Na análise dos 3 domínios (funcional, físico e emocional) e do
escore total do VHI de acordo com o tratamento, o melhor escore total foi para
RXT+QT. A qualidade de vida foi considerada entre excelente e boa para 78,6% dos
pacientes e o pior composit score foi para o grupo de LTr. Houve correlação entre
incapacidade vocal, desvantagem vocal e qualidade de vida. Conclusão: Pacientes
após o tratamento do câncer avançado de laringe e/ou hipofaringe apresentam
diferentes tipos e graus de deficiência, incapacidade e desvantagens vocais. A
desvantagem vocal e a qualidade de vida correlacionam-se com a incapacidade
vocal. Este estudo destaca a importância das equipes multidisciplinares direcionarem
seus esforços no aspecto de incapacidade vocal e não no de deficiência/alteração
vocal, como vem sendo feito, se o objetivo final é a qualidade de vida. Para tanto,
novos estudos devem ser conduzidos, buscando-se uma ampliação dos aspectos de
incapacidade e desvantagem para as potencialidades vocais de cada paciente.
SUMMARY
Azevedo EHM. [Evaluation of the voice (impairment, disability, and handicap
voice) and quality of life after the treatment of advanced cancer of larynx
and/or hypopharynx]. São Paulo; 2007. [Dissertação de Mestrado-Dissertação de
Mestrado-Fundação Antônio Prudente].
Introduction: One of the main sequelae of treatment for advanced cancer of the
larynx and/or hypopharynx is vocal impairment, however, the functional
consequences of these impairments are still unclear. Objective: Evaluate the voice
and quality of life of patients submitted to different treatments for advanced cancer
of larynx and/or hypopharynx. Methodology: Cross-sectional study, including
patients who have had the following treatments completed for at least six months:
partial laryngectomy (LP), partial rescue laryngectomy (LPr), concurrent
chemotherapy and radiation therapy (RXT +QT), total laryngectomy (LT), total
rescue laryngectomy (LTr), total pharyngolaryngectomy (FLT) and total rescue
pharyngolaryngectomy (FLTr). Auditory-perceptual evaluation was conducted and
questionnaires VHI (Voice Handicap Index) and UW-QOL version 4 (University of
Washington Quality of Life Questionnaire) were used. Results: 84 patients
participated in the study, of whom the majority were men. The most prevalent
injury site was the larynx and clinical stage T3N0M0. All the patients submitted to
LP (11) and RXT+QT (24) communicated with laryngeal voice. Out of the 49
patients submitted to the total removal of the larynx, 19 did not present oral
communication and 30 communicated without laryngeal sound. Most of them
communicated with tracheoesophageal voice (VTE), followed by electrolaryngeal
(VL) and esophageal speech (VE). As regards the vocal impairments of the patients
submitted to LP, 100% of them presented rugose vocal quality and most
demonstrated strain and instability. The only patient submitted to the LPr presented
discreet rugose-breathy vocal quality, pitch and laryngopharyngeal resonance. The
group submitted to RXT + QT demonstrated predominance of rugose vocal quality.
Among the patients who communicated by means of the esophageal or
tracheoesophageal speech, 26% presented neutral vocal quality and 35% compressed
or tense-strangled vocal quality. Regarding vocal disability, the group submitted to
LP presented intelligibility, naturalness and acceptability with discreet alteration and
moderate or severe impact on the pleasantness of the voice. The general evaluation
of the vocal quality (JGQV) was reasonable, the general evaluation of vocal
intelligibility (JGIV) was satisfactory or reasonable and the final evaluation of the
communication (JFC) reasonable. The patient submitted to the LPr presented
adequate intelligibility, satisfactory naturalness, acceptability and pleasantness with
discreet alterations, JGQV and good JFC and JGIV. The group of RXT + QT
demonstrated adequate intelligibility, satisfactory naturalness, acceptability and
pleasantness with discreet alteration, JGQV and good or satisfactory JFC and JGIV.
The majority of the patients submitted to removal of the larynx presented severe
alteration of all satisfactory or reasonable parameters and JGQV, bad JGIV and JFC.
With respect to the overall sample, the VHI with the highest score was the functional
domain and the total score was 31. In the analysis of the 3 domains (functional,
physical and emotional) and total VHI score, in accordance with the treatment, the
best total score was obtained by RXT+QT. The quality of life was considered
between excellent and good for 78.6% of the patients and the worst composite score
was obtained by the LTr group. There was correlation between vocal disability, vocal
handicap and quality of life. Conclusion: After treatment for advanced cancer of
larynx and/or hypopharynx, patients present different types and degrees of
impairments, disabilities and vocal handicaps. Vocal handicap and quality of life are
correlated with vocal disability. This study emphasizes the importance of
multidisciplinary teams directing their efforts towards the aspect of vocal disability
instead of impairment/vocal alteration, as has been done up to now, if the final goal
is the quality of life. In conclusion, further studies must be conducted to seek to
broaden the aspects of disability and handicap for the vocal potentialities of each
patient.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Gráfico da correlação entre JGQV e VHI 56
Figura 2
Gráfico da correlação entre JGIV e VHI 57
Figura 3
Gráfico da correlação entre JFC e VHI 57
Figura 4
Gráfico da correlação entre JGQV e UW_QOL 58
Figura 5
Gráfico da correlação entre JGIV e UW_QOL 59
Figura 6
Gráfico da correlação entre JFC e UW_QOL 59
Figura 7
Gráfico da correlação entre VHI e UW_QOL 60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Número e porcentagem de pacientes segundo dados demográficos e estilo
de vida (n=84)
28
Tabela 2
Número e porcentagem de pacientes de acordo com local da lesão,
classificação TNM e as características do tratamento (n=84)
28
Tabela 3
Números de pacientes de acordo com as formas de comunicação alaríngea
e o tipo de tratamento (n=30)
30
Tabela 4
Número e porcentagem de pacientes, submetidos à laringectomia parcial
(n=11), de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva quanto à
deficiência vocal
31
Tabela 5
Número e porcentagem de pacientes, submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes (n=24), de acordo com a avaliação
perceptivo-auditiva quanto à deficiência vocal
32
Tabela 6
Número e porcentagem de pacientes, submetidos a diferentes tratamentos,
para a remoção total da laringe, comunicando-se por meio da voz
esofágica ou traqueoesofágica (n=23), de acordo com a avaliação
perceptivo-auditiva quanto à deficiência vocal
34
Tabela 7
Número e porcentagem de pacientes, submetidos a diferentes tratamentos,
para a remoção total da laringe, comunicando-se com vibrador laríngeo
(n=7), de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva quanto à deficiência
vocal
35
Tabela 8
Número e porcentagem de pacientes, submetidos à laringectomia parcial
(n=11), de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva quanto à
incapacidade vocal
37
Tabela 9
Número e porcentagem de pacientes, submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes (n=24), de acordo com a avaliação
perceptivo-auditiva quanto à incapacidade vocal
38
Tabela 10
Número e porcentagem de pacientes, submetidos a diferentes tratamentos
(n=49), para a remoção total da laringe, de acordo com a avaliação
perceptivo-auditiva quanto à incapacidade vocal
39
Tabela 11
Número e porcentagem de pacientes, com câncer laríngeo, submetidos a
diferentes tratamentos de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva
quanto à incapacidade vocal
40
Tabela 12
Número e porcentagem de pacientes, com câncer em hipofaringe,
submetidos a diferentes tratamentos de acordo com a avaliação perceptivo-
auditiva quanto à incapacidade vocal
41
Tabela 13
Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis dos 3 domínios e do escore total do Voice Handicap Index (VHI)
para casuística geral (n=84)
42
Tabela 14
Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis dos 3 domínios e do escore total do Voice Handicap Index (VHI)
de acordo com o tratamento realizado (n=84)
44
Tabela 15
Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis dos 3 domínios e do escore total do Voice Handicap Index (VHI)
dos pacientes, cujo sítio de lesão foi laringe, submetidos à RXT+QT, LT e
LTr
45
Tabela 16
Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade dos 3
domínios e do escore total do Voice Handicap Index (VHI) dos pacientes,
cujo sítio de lesão foi hipofaringe, submetidos à RXT+QT e FLT
46
Tabela 17
Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis do questionário University of Washington – Quality of Life (UW-
QOL- versão 4) para a casuística geral (n=84)
48
Tabela 18
Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis do questionário University of Washington–Quality of Life (UW-
QOL versão 4) de acordo com o tratamento realizado (n=84)
51
Tabela 19
Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis do questionário University of Washington–Quality of Life (UW-
QOL- versão 4) em relação aos pacientes, cujo sítio de lesão foi laringe,
submetidos à RXT+QT, LT e LTr
53
Tabela 20
Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis do questionário University of Washington–Quality of Life (UW-
QOL- versão 4) dos pacientes, cujo sítio de lesão foi hipofaringe,
submetidos à RXT+QT e FLT
55
LISTA DE ABREVIATURAS
AJCC American Joint Committee on Cancer
CPFA Coordenação PneumoFonoarticulatória
Composite escore Média dos doze domínios do UW-QOL
DP desvio padrão
E domínio emocional do questionário VHI
F domínio funcional do questionário VHI
FLT faringolaringectomia total
FLTr faringolaringectomia total de resgate
ICD international classification of diseases
ICIDH i international classification of impairments, disabilities and handicaps
JGQV julgamento geral da qualidade vocal
JGIV julgamento geral da inteligibilidade vocal
JFC julgamento final da comunicação
LP laringectomia parcial
LPr laringectomia parcial de resgate
LT laringectomia total
LTr laringectomia total de resgate
M/S alteração moderada ou severa
Máx máximo
Mín mínimo
Outros outros meios de comunicação,como fala bucal e/ou escrita e/ou gestos
OMS Organização Mundial de Saúde
P domínio físico do questionário VHI
QV qualidade de vida
RXT + QT radioterapia e quimioterapia concomitantes
Rho valor de correlação
Scoretot escore total do VHI
TMF tempo máximo fonatório
UICC União Internacional Contra o Câncer
UW-QOL University of Washington Quality of Life Questionnaire
VE voz esofágica
VHI Voice Handicap Index
VL vibrador laríngeo
VTE voz traqueoesofágica
Wscore composit score do UW-QOL
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 1
2 OBJETIVOS 13
2.1 Objetivo Geral 14
2.2 Objetivo Específico 14
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS 15
3.1 Critérios de Inclusão 16
3.2 Critérios de Exclusão 17
3.3 Análise Estatística 25
4 RESULTADOS 26
4.1 Avaliação Vocal 30
4.1.1 Formas de comunicação 30
4.2 Avaliação da Deficiência Vocal 30
4.3 Avaliação da Incapacidade Vocal 36
4.4 Avaliação da Desvantagem Vocal 42
4.5 Avaliação de Qualidade de Vida (University Of Washington –
Quality of Life- UW-QOL Versão 4) 47
4.6 Correlação entre deficiência, incapacidade e desvantagem vocal e
qualidade de vida 56
4.7 Correlação entre incapacidade e desvantagem vocal 56
4.8 Correlação entre incapacidade vocal e qualidade de vida 58
4.9 Correlação entre desvantagem vocal e qualidade de vida 60
5 DISCUSSÃO 61
5.1 Deficiência Vocal 64
5.2 Avaliação da Incapacidade Vocal 67
5.3 Avaliação da Desvantagem Vocal 70
5.4 Avaliação da Qualidade de Vida 73
6 CONCLUSÃO 79
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 81
ANEXOS
Anexo 1 Aprovação do Projeto de Pesquisa pelo Comitê de Etica
Anexo 2 Termo de consentimento Livre e Esclarecido
Anexo 3 Ficha de Registro de Dados
Anexo 4 Questionário de qualidade de vida da Universidade de Washington-
Versão 4
Anexo 5 VHI (Voice Handicap Index) – Índice de Desvantagem vocal
Anexo 6 Protocolo de avaliação perceptivo-auditiva da voz Laríngea
Anexo 7 Protocolo de avaliação perceptivo-auditiva da voz alaríngea (voz
esofágica e traqueoesofágica)
Anexo 8 Protocolo de avaliação perceptivo-auditiva da voz alaríngea
(eletrolaringe)
Anexo 9 Características da escala GRBASI de acordo com a avaliação
perceptivo-auditiva, quanto à deficiência vocal, de pacientes
submetidos à laringectomia parcial (n=11)
Anexo 10 Características da escala GRBASI de acordo com a avaliação
perceptivo-auditiva, quanto à deficiência vocal, de pacientes,
submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes (n=24)
1
INTRODUÇÃO
2
1 INTRODUÇÃO
O câncer de laringe é uma doença de vários estágios, cujas características são
únicas, abrange cerca de 1 a 2 % dos tumores malignos no mundo, podendo
comprometer as funções da laringe: respiração, deglutição, fonação e participação
nos esforços musculares. Está relacionado, principalmente, ao tabagismo e ao uso de
bebidas alcoólicas, mas pode apresentar também como fatores de risco a exposição
profissional a metais, à indústria têxtil, fatores hereditários e exposição a irradiações.
É mais incidente no sexo masculino, em indivíduos entre 50 e 60 anos, o que,
entretanto, não exclui mulheres e jovens (KOWALSKI et al. 2000a; KOWALSKI
2002b).
O câncer de hipofaringe representa um grande desafio ao cirurgião de cabeça
e pescoço, não só pela dificuldade do diagnóstico precoce, mas também pelos baixos
índices de sobrevida, sendo um dos tumores de pior prognóstico dentro da
especialidade. Embora sua etiologia não esteja completamente definida, seu
aparecimento está fortemente relacionado ao tabagismo e etilismo, assim como o
câncer de laringe, destacando-se ainda fatores como desnutrição, exposição a vírus
oncogênicos, refluxo gastro-esofágico e defeitos genéticos no DNA dos mecanismos
de reparo da mucosa. Este tipo de tumor abrange cerca de 7% do total das neoplasias
do trato aero-digestivo alto e afeta em mais de 90% o sexo masculino, com pico de
incidência entre a sexta e a sétima década de vida (VOLPI et al. 1999; KOWALSKI
2002a).
3
Segundo FERLITO et al. (2002), a principal meta do tratamento do câncer é a
sua cura, mas também objetiva-se preservação da função e o alcance de resultados
funcionais e estéticos satisfatórios.
A abordagem de cânceres em estádios avançados continua sendo um desafio
clínico. Nas últimas décadas a cirurgia e/ou radioterapia não melhorou
significativamente a sobrevida, além de proporcionar defeitos estéticos e funcionais
que comprometem em algum grau a qualidade de vida destes pacientes. Desta forma,
a combinação de radioterapia e quimioterapia tem sido estudada visando melhorar a
sobrevida mantendo a integridade funcional e estética (MOYER et al. 2004).
Pacientes com câncer avançado de laringe e hipofaringe que necessitam se submeter
à laringectomia total podem ser beneficiados com a preservação do órgão por meio
de radioterapia e quimioterapia concomitantes, embora sejam esquemas agressivos
podendo trazer efeitos agudos e tóxicos (ADELSTEIN 2003; LEFEVRE et al. 2003).
Ressalta-se que nem sempre estes esquemas terapêuticos resultam em preservação da
função do órgão (FERLITO et al. 2002).
Quanto ao tratamento do câncer de hipofaringe, os resultados terapêuticos são
bastante reduzidos, associados aos níveis de sobrevida muito baixos. A cirurgia
seguida de radioterapia é a modalidade de escolha na maioria dos serviços e esta
última se faz necessária em todos os pacientes com estadio clínico III e IV e naqueles
onde o tratamento cirúrgico não foi completo (como impossibilidade de ressecção
completa da lesão, margem cirúrgica microscopicamente comprometida ou
metástases linfonodais patologicamente positivas em pacientes com esvaziamento
seletivo). A depender do tratamento cirúrgico e/ou radioterápico do câncer de cabeça
e pescoço, como de possíveis reconstruções e da localidade da estrutura envolvida,
4
pode-se esperar modificações da fisiologia da voz (KOWALSKI et al. 2000b;
MAGRIN et al. 2000; TEIXEIRA e HIRATA 2000). Especificamente com relação
ao câncer de laringe e hipofaringe, as sequëlas vocais advindas dos diferentes
tratamentos foram descritas por vários autores.
Em 1980, a Organização Mundial de Saúde (OMS), visando conhecer mais
sobre as conseqüências das doenças, publicou em caráter experimental um manual
chamado International Classification of Impairments, Disabilities and Handicaps
(ICIDH) como uma extensão do International Classification of Diseases (ICD)
estendendo o conceito de doença de etiologia patologia manifestação (forma
básica do ICD-10) para o modelo orgânico: doença deficiência incapacidade
desvantagem(disease impairment disability handicap). É interessante
ressaltar que no termo deficiência são incluídos todos os órgãos e sistemas do corpo,
exceto o cérebro (RITCHIE 1995; AMIRALIAN et al. 2000; BORNMANN 2004;
FARIAS e BUCHALLA 2005).
A palavra alteração ou deficiência é definida como perda ou anormalidade da
função/estrutura anatômica, fisiológica ou psicológica. Incapacidade é qualquer
restrição ou perda de habilidade para desenvolver uma atividade considerada normal
resultante de uma deficiência, ou seja, é a conseqüência funcional de uma
deficiência. Desvantagem, por sua vez, é a desvantagem social, econômica ou
ambiental resultante de uma deficiência ou incapacidade e seu nível dependerá da
severidade da incapacidade e da atitude da sociedade (YORKSTON et al. 1988;
RITCHIE 1995; AMIRALIAN et al. 2000; BORNMANN 2004; FARIAS e
BUCHALLA 2005; WHEELER et al. 2006).
5
A maior parte dos estudos sobre voz após o tratamento do câncer avançado de
laringe/hipofaringe refere-se às deficiências vocais apresentadas. Alguns estudos
associam a descrição da deficiência à análise da inteligibilidade de fala.
As deficiências vocais após laringectomias parciais verticais são estudadas
por vários autores, os quais referem algum grau de rouquidão, aspereza e soprosidade
(BIACABE et al. 1999; AUGUSTYN 2000; CARRARA-DE-ANGELIS et al. 2000;
ZHAO et al. 2001; XU et al. 2001; KIM et al. 2003; OLTHOFF et al. 2003;
BEHLAU et al. 2005; BRAZ et al. 2005; DURSUN e OZGURSOY 2005). BRAZ et
al. (2005) evidenciaram componentes de rouquidão, tensão e soprosidade, variando
de leve a moderado, sem dificuldades quanto à inteligibilidade de fala.
Raros são os estudos que analisam a voz após laringectomias parciais
horizontais, a maior parte deles referindo excelente qualidade vocal (STRIJBOS et
al. 1987; ISAACS et al. 1998; PETROVIC 2003). KOSZTYLA-HOJNA et al. (2001)
analisaram objetivamente a voz, pré e pós-procedimento, e observaram um
decréscimo mais significativo nos formantes F3 e F4 após a cirurgia e aumento da
freqüência fundamental. Em 2002, SILVA verificou 50% de disfonia leve, 33,3%
moderada e 16,7% de disfonia severa, sendo os parâmetros mais frequentemente
encontrados a rouquidão, a tensão e a instabilidade. HUANGFU et al. (2006)
encontraram rouquidão em apenas três pacientes de 17 analisados.
Estudos sobre voz após a laringectomia near-total são relativamente
freqüentes (TUCKER et al. 1989; HOASJOE et al. 1992; ZANARET et al.1993;
LIMA et al. 1997; LACCOURREYE et al. 1998; SHAN 1998; ANDRADE et al.
2000; ASLAN et al. 2002; PRADHAN et al. 2002; BERNALDEZ et al. 2003;
KASPERBAUER e THOMAS 2004; GLOBLEK et al. 2004; OZUDOGRU et al.
6
2004; MAAMOUN et al. 2004; CAKLI et al. 2005; GLOBLEK et al. 2005;
TEMAM et al. 2006). A avaliação subjetiva da voz de 42 pacientes foi considerada
boa em 83,3% dos casos, quando o paciente conseguia falar frases longas, usando o
shunt, e sendo compreendido pelo médico, familiares e amigos sem dificuldade
(ANDRADE et al. 2000). ASLAN et al. (2002) observaram que 42,5% dos pacientes
estudados conseguiram produzir boa qualidade vocal, similar à fonação
traqueoesofágica. MAAMOUN et al. (2004) observaram qualidade vocal aceitável
em 80%. Em 2005, CAKLI et al. referiram fonação funcional.
Vários estudos concentram-se na análise da qualidade vocal, após a ressecção
total da laringe, avaliada pelo clínico e obtida a partir dos diferentes métodos de
fonação alaríngea: vibrador laríngeo (WEISS e BASILI 1985; CARRARA-DE-
ANGELIS et al. 2000; LIU et al. 2004; MELTZNER e HILLMAN 2005; BEHLAU
et al. 2005; LIU e NG 2007), voz esofágica (KYTTAE 1964; SOPKO et al. 1977;
ROED-PETERSEN et al. 1979; COLYAR e CHRISTENSEN 1980; ANGERMEIER
e WEINBER 1981; DWORKIN e BANTON 1982; NOVAK 1982; NATVIG 1983;
BRUSIS e SCHONING 1984; GATENBY et al. 1985; BOHME e CLASEN 1989;
HALLING e PFAB 1991; HIROSE 1996; TRANQUART et al. 1998; XU et al.
2002; PROSEK e KOCH 2005; VAZQUEZ DE LA IGLESIA e FERNANDEZ
GONZALEZ 2005) e voz traqueoesofágica (WETMORE et al. 1981; KINISHI e
AMATSU 1986; MEDINA et al. 1987; PINDZOLA e CAIN 1988; WILLIAMS et
al. 1989; HAGEN 1990; FUJIMOTO et al. 1991; CALLAWAY et al. 1992;
SANDERSON et al. 1993; OMORI et al. 1994; LAVERTU et al. 1996; SLAVICEK
et al. 1997; VAN AS et al. 1998; VAN DEN HOOGEN et al. 1998; DE
RAUCOURT et al. 1998; FINIZIA et al. 1999; MCAULIFFE et al. 2000; EADIE e
7
DOYLE 2004; POU 2004; VAN AS-BROOKS et al. 2005; SCHINDLER et al.
2005; VAN AS-BROOKS et al. 2006; KAZI et al. 2007b), bem como comparações
entre os mesmos (GREEN e HULTS 1982; WILLIAMS e WATSON 1985;
EBIHARA 1986; LOBE et al. 1987; TRUDEAU 1987; WILLIAMS e WATSON
1987; BRASNU et al. 1989; GARCIA CRESPILLO et al. 1989; ROHRS e
HAMBECK 1989; CREVIER-BUCHMAN et al. 1991; ISMAN e O'BRIEN 1992;
DE MADDALENA et al. 1992; FUJII et al. 1993; DEBRUYNE et al. 1994; BOYD
et al. 1995; MIRALLES e CERVERA 1995; MAX et al. 1996; DANIILIDIS et al.
1998; HILLMAN et al. 1998; MIANI el al. 1998; MOST et al. 2000; TSAI et al.
2003; WARD et al. 2003; MOERMAN et al, 2004; STAJNER-KATUSIC et al
2006). Estes estudos, resumidamente, também concentram-se na descrição da
qualidade vocal apresentada, a maior parte julgada do ponto de vista do clínico:
pacientes com fonação alaríngea comunicando-se com voz esofágica (VE)
apresentam fonação aperiódica, rugosa, instável e grave; aqueles que utilizam o
vibrador laríngeo (VL) apresentam intensidade e modulação limitadas com uma
qualidade “metálica” e pacientes com voz traqueoesofágica (VTE) apresentam
qualidade vocal semelhantante à VE, porém com velocidade de fala e fluência
melhores por usarem o ar pulmonar.
Nos últimos anos houve um aumento dos protocolos de preservação de órgãos
como tratamento primário do câncer avançado de laringe e hipofaringe, mas poucos
estudos a respeito dos resultados funcionais, sendo todos enfocando o aspecto
deficiência vocal (WOODSON et al. 1996; CARRARA-DE-ANGELIS et al. 2003;
LIST e BILIR 2004; DUBOIS et al. 2006; RIEGER et al. 2006). CARRARA-DE-
ANGELIS et al. (2003) avaliaram pacientes com câncer avançado de laringe e
8
hipofaringe, tratados por radioterapia e quimioterapia concomitantes e observaram
disfonia leve à moderada, com maior frequência de rugosidade e soprosidade e
comunicação inteligível. Em 2006, RIEGER et al. afirmaram boa qualidade vocal
enquanto DUBOIS et al. (2006) afirmaram deficiência vocal após esta conduta
terapêutica.
Poucos estudos referem-se à incapacidade vocal após o tratamento do câncer
de laringe/hipofaringe (PTOK e DE MADDALENA 1990; DELEYIANNIS et al.
1999; BLOM 2000; CARR et al. 2000; NALBADIAN et al. 2001; MELECA et al.
2003; WARD et al. 2003; EADIE e DOYLE 2004; BEHLAU et al. 2005; OP DE
COUL et al. 2005; STAJNER-KATUSIC et al. 2006). PTOK e DE MADDALENA
(1990) referiram que a incapacidade vocal após laringectomia parcial está
relacionada à intensidade vocal e ao pitch. MAAMOUN et al. (2004) e CAKLI et al.
(2005) referiram fala satisfatória após laringectomia near total. FUNG et al. (2005);
RIEGER et al. (2006) referiram boa inteligibilidade de fala para pacientes
submetidos à preservação de órgãos. A perda da voz é tida como a incapacidade mais
profunda após a laringectomia total (DELEYIANNIS et al. 1999; BLOM 2000;
CARR et al. 2000; NALBADIAN et al. 2001; MELECA et al. 2003), e, aqueles
pacientes que se comunicam por meio da VTE têm melhor inteligibilidade de fala do
que pacientes com VE ou com VL.(CARRARA-DE-ANGELIS et al. 2000; WARD
et al. 2003; EADIE e DOYLE 2004; BEHLAU et al. 2005; OP DE COUL et al.
2005; STAJNER-KATUSIC et al. 2006).
Mais recentemente, as publicações passaram a enfocar o aspecto de
desvantagem vocal. MULLER et al. (2001) estudaram pacientes com câncer de
laringe, submetidos a diferentes tratamentos (laringectomia parcial, laringectomia
9
total, radioterapia exclusiva e laringectomia total + radioterapia), por meio dos
questionários EORTC QLQ C-30, EORTC-H&N e observaram que não houve
diferenças entre os grupos quanto à desvantagem vocal, embora estes instrumentos
não sejam específicos para este parâmetro. MELECA et al. (2003) avaliaram
pacientes submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes, através do VHI, e
encontraram desvantagem leve nos domínios funcional, físico e emocional.
MOERMAN et al. (2004) utilizaram o questionário de desvantagem vocal
Voice Handicap Index (VHI) com 45 pacientes laringectomizados totais com VTE,
pelo menos três meses após a cirurgia. A desvantagem foi moderada e abrangeu os
aspectos físicos, emocionais e funcionais. FUNG et al. (2005) estudaram pacientes
com câncer avançado de laringe, submetidos à radioterapia e quimioterapia
concomitantes ou laringectomia total de resgate e observaram que os pacientes com
laringe preservada demonstraram melhor qualidade de vida relacionada à voz.
KAZI et al. (2006), estudando os efeitos das seqüelas na voz de pacientes
submetidos à laringectomia total, por meio dos questionários VHI e Voice-Related
Quality of Life (V-RQOL), observaram que o domínio funcional foi o mais pontuado,
com 20 pacientes com desvantagem leve, 20 moderada e 14 severa. Pacientes
submetidos à laringectomia ou faringolaringectomia total foram analisados por meio
do VHI sendo o domínio funcional e, mais especificamente o fator inteligibilidade de
fala, o aspecto mais pontuado, logo com piores resultados (AZEVEDO 2006). No
mesmo ano, DUBOIS et al. (2006) referiram desvantagem vocal para pacientes
submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes.
KOWALSKI et al. (2000a) mencionou que, atualmente, a preocupação da
oncologia abrange a preservação da qualidade de vida do enfermo, sendo este o
10
principal ponto de interesse da oncologia em cabeça e pescoço, especialmente com o
desenvolvimento dos protocolos de preservação de órgãos para câncer avançado de
laringe. A partir dos anos 80 uma atenção especial tem sido dada para a
imprescindível necessidade de uma avaliação cada vez mais holística do paciente,
enfocando não somente o seu bem estar físico, mas também o mental e o social
como, por exemplo, por meio dos questionários de qualidade de vida (ROSEN et al.
2004).
Segundo a OMS (1998), qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de
sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive, e
em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Trata-se de um
conceito multidimensional, que tenta incorporar a percepção do indivíduo com
relação aos diferentes aspectos da sua vida, e que pode ser definido de várias
maneiras.
A qualidade de vida após tratamento do câncer de laringe foi avaliada por
vários autores. DELEYIANNIS et al. (1999) e BARROS et al. (2005) analisaram
pacientes laringectomizados totais e observaram que as desvantagens funcionais não
necessariamente implicam pior qualidade de vida. Alguns autores referem qualidade
de vida melhor nos pacientes com laringe preservada (MULLER et al. 2001;
WEINSTEIN et al. 2001; BRAZ et al. 2005; FUNG et al. 2005; OLTHOFF et al.
2006). Em 2004, VARTANIAN et al. analisaram pacientes com câncer de cabeça e
pescoço submetidos à radioterapia exclusiva, cirurgia exclusiva e ao tratamento
combinado (cirurgia + radioterapia) e observaram os piores escores de qualidade de
vida para os pacientes submetidos à última modalidade, embora a maior parte dos
pacientes tenha referido a sua qualidade de vida como boa ou excelente. Em 2005,
11
foi observado que não houve diferença quanto a qualidade de vida após
laringectomia parcial e total, ambas de resgate (SEWNAIK et al. 2005).
VARTANIAN et al. (2006b) estudaram pacientes com câncer de cabeça e
pescoço submetidos a diferentes tratamentos e observaram que variáveis clínicas,
sociais e de qualidade de vida foram associadas com o grau de incapacidade. No
mesmo ano, VAN DER BRINK et al. (2006) verificaram que laringectomizados
totais, com menor nível de educação e solteiros têm pior qualidade de vida nos 3
primeiros meses pós-alta hospitalar e provavelmente sua qualidade de vida melhora
quando é iniciado um processo de reabilitação. VILASECA et al. (2006) afirmaram
que a qualidade de vida a longo prazo não é diminuída em pacientes
laringectomizados totais.
A qualidade de vida entre pacientes submetidos à radioterapia e quimioterapia
concomitantes e submetidos à cirurgia seguida de radioterapia é similar para muitos
autores (MAJOR et al. 2001; HANNA et al. 2004; LOTEMPIO et al. 2005; EL
DEIRY et al. 2005). Apenas TERRELL et al. (1998) afirmaram que a qualidade de
vida dos pacientes submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes é
melhor. RIEGER et al. (2006) afirmaram que pacientes com câncer de cabeça e
pescoço submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes apresentam
qualidade de vida ruim, melhorando com o tempo e de acordo com o sítio de lesão.
Para alguns autores a qualidade de vida independe da função laríngea
(STEWART et al. 1998; FINIZIA e BERGMAN 2001; HANNA et al. 2004; EADIE
e DOYLE 2004; BARROS et al. 2005; VILASECA et al. 2006; AZEVEDO 2006).
Vinte e oito laringectomizados totais utilizando VTE, foram analisados por
julgadores leigos. Os homens tiveram voz mais aceitável e agradável do que as
12
mulheres e houve bons escores de qualidade de vida. (EADIE e DOYLE 2004). Em
2005, OP DE COUL et al. analisaram pacientes submetidos à laringectomia total e
comunicando-se com VTE e observaram bom nível de qualidade de vida e boa
qualidade vocal.
A casuística da maior parte dos estudos, no que diz respeito aos pacientes
laringectomizados totais, abrange a reabilitação por meio da prótese
traqueoesofágica, o que difere da realidade brasileira, uma vez que nem todos os
nossos pacientes têm acesso à mesma, como ocorre em outros países. Além disso,
não há, em um mesmo estudo, a análise da voz, incluindo a deficiência, a
incapacidade e a desvantagem, e da qualidade de vida, comparativamente, de
diferentes modalidades de tratamento do câncer avançado de laringe e hipofaringe.
Torna-se pertinente, portanto, o aprofundamento de pesquisas científicas
relacionadas a estes aspectos, uma vez que avaliar a voz e dimensionar o impacto de
suas alterações na qualidade de vida, são fatores importantes para direcionar o maior
empenho dos profissionais de saúde nos aspectos que contribuem para uma melhor
reabilitação do processo de comunicação (COSTA NETO et al. 2000; LIST et al.
2000; ROGERS et al. 2002).
13
OBJETIVOS
14
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a voz, em seus diferentes aspectos (deficiência, incapacidade e a
desvantagem vocal), e a qualidade de vida de pacientes submetidos a diferentes
tratamentos do câncer avançado de laringe e/ou hipofaringe.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1 Avaliar a qualidade de vida de pacientes com câncer avançado de laringe e/ou
hipofaringe após diferentes tratamentos;
2 Correlacionar a deficiência, a incapacidade, a desvantagem vocal e a
qualidade de vida de pacientes submetidos a diferentes tratamentos do câncer
avançado de laringe e/ou hipofaringe.
15
CASUÍSTICA E MÉTODOS
16
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS
Tratou-se de um estudo transversal, cujos pacientes tratados, entre 1990 e
2005, pelos Departamentos de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia e
Radioterapia do Hospital A. C. Camargo, foram triados a partir do levantamento dos
registros cirúrgicos arquivados no SAME (Serviço de Arquivamento Médico). Este
estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa (CEP) sob o nº 705/05
(Anexo1).
A população estudada foi definida levando-se em conta os seguintes critérios:
3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Foram incluídos pacientes com, no mínimo, seis meses após o término do
tratamento oncológico do carcinoma epidermóide avançado de laringe ou hipofaringe
[T1 e T2 (desde que ambos tivessem linfonodos positivos), T3 e T4], os quais foram
divididos em sete grupos:
Pacientes submetidos à laringectomia parcial;
Pacientes submetidos à laringectomia parcial de resgate;
Pacientes submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes;
Pacientes submetidos à laringectomia total;
Pacientes submetidos à laringectomia total de resgate;
Pacientes submetidos à faringolaringectomia total;
Pacientes submetidos à faringolaringectomia total de resgate.
17
3.2 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Foram excluídos os pacientes:
que se recusaram a participar do estudo;
com alterações neurológicas;
com déficits de linguagem;
com recidiva;
que foram a óbito;
residentes fora de São Paulo e que não estavam em acompanhamento médico
na instituição;
com doença em atividade.
Uma vez selecionados os pacientes, foi feita a análise dos prontuários,
coletando os dados de identificação e clínicos (Ficha de Registro de Dados, Anexo
2), selecionando aqueles que preenchiam os critérios de inclusão.
A seguir, os mesmos foram entrevistados respeitando-se seus retornos
ambulatoriais. Na entrevista, o paciente foi devidamente esclarecido das finalidades
do estudo em questão e, após assinatura do Consentimento Pós-informado (Anexo 3),
respondeu aos questionários UW-QOL versão 4 e VHI (Anexos 4 e 5,
respectivamente). Os questionários foram aplicados por um fonoaudiólogo treinado,
que fez a leitura para que o paciente escolhesse a melhor alternativa, sendo
obedecido o critério da não existência de nenhum contato prévio entre o paciente e o
mesmo, em salas tranqüilas e silenciosas no departamento de Fonoaudiologia do
Hospital A. C. Camargo. Além disso, foram submetidos a uma avaliação da voz.
A avaliação e os questionários utilizados estão descritos a seguir:
18
A Avaliação da Voz
A avaliação da voz compreendeu a análise da deficiência, da incapacidade e
da desvantagem vocal (YORKSTON et al. 1988; RITCHIE 1995; AMIRALIAN et
al. 2000; BORNMANN 2004; FARIAS e BUCHALLA 2005; WHEELER et al.
2006). Com exceção dos pacientes que não se comunicavam oralmente, todos os
pacientes foram avaliados de acordo com a deficiência vocal.
Todos os pacientes foram avaliados quanto à incapacidade e desvantagem
vocal.
¾ Avaliação da deficiência vocal
Para a análise da deficiência vocal, foi utilizada a avaliação perceptivo-
auditiva, realizada por meio da gravação de emissões sustentadas da vogal /a/ no tom
e intensidade habitual, contagem de números de 1 a 10 e um trecho de fala dirigido
(família, trabalho). Utilizou-se um gravador digital Sony MDS-JE 500, mini-disk
Sony e microfone profissional Le Son. O paciente foi posicionado em pé, com
microfone instalado em um pedestal em ângulo de 45 a 90° de sua boca com uma
distância fixa de 10 centímetros, em sala com tratamento acústico.
A análise foi realizada por 3 fonoaudiólogos, com experiência na área de voz,
e definida por consenso entre os mesmos.
Para a avaliação dos pacientes com voz laríngea, foram considerados os
seguintes parâmetros (Anexo 6):
Qualidade vocal: Foi caracterizada segunda a escala GRBASI de
classificação da voz (ISSHIKI et al. 1966; HIRANO 1981; DEJONCKERE et
al. 1996; PICCIRILLO et al. 1998), que inclui:
19
- G (grade): grau global de alteração, impacto da voz no ouvinte.
- R (roughness - rugosidade): voz rouca, crepitante, áspera ou bitonal.
Impressão acústica de irregularidade de vibração das pregas vocais em freqüência ou
amplitude;
- B (breathiness - soprosidade): voz soprosa, turbulência audível, relacionada
ao escape aéreo devido à alteração na coaptação glótica;
- A (asteny - astenia): voz astênica, energia vocal reduzida, perda de potência,
impressão acústica de hipocinesia, astenia e hipotonia;
- S (strain - tensão): voz tensa, impressão acústica de voz tensa, hipercinética,
hipertônica;
- I (instabillity - instabilidade): instabilidade vocal, flutuação na freqüência
fundamental e/ou na qualidade vocal, impressão acústica de instabilidade na vibração
da mucosa das pregas vocais.
Para cada um destes parâmetros foram considerados graus que variaram de 0
a 3, sendo 0, sem alteração; 1, alteração discreta; 2, alteração moderada e 3, alteração
severa. A avaliação da qualidade vocal foi realizada a partir da análise da emissão
sustentada da vogal /a/. Os fatores A (astenia) e S (tensão) foram excludentes entre
si.
Pitch: sensação psicofísica da freqüência fundamental. A freqüência
fundamental é um atributo físico que reflete as condições biomecânicas das
pregas vocais, de massa, comprimento e rigidez e sua relação com a pressão
subglótica. Os pacientes foram avaliados quanto ao pitch: grave, agudo ou
adequado. Para a caracterização de pitch foi avaliado o trecho de fala.
20
Ressonância: Consiste no aumento da intensidade de sons de determinadas
freqüências do espectro sonoro e no amortecimento de outras. Está
intimamente ligada à forma, ao tamanho e à configuração de todas as
estruturas supra-laríngeas. Um som emitido nas pregas vocais é modificado
por todo o trato vocal (laringe supraglótica, faringe, cavidade oral e nasal e os
seios paranasais) por meio do amortecimento ou amplificação do som,
fenômeno chamado de ressonância. A ressonância foi caracterizada em
equilibrada, laringofaríngica, faríngea ou hipernasal.
Modulação: recurso da fala que possibilita expressarmos sentimentos ou
ênfase. A modulação foi classificada em uma escala de 4 pontos:
1=adequada; 2=alteração discreta; 3=alteração moderada; 4= alteração
severa: fala monótona
Articulação: diz respeito à abertura da boca e à movimentação dos órgãos
fonoarticulatórios na produção e formação dos sons e no encadeamento da
fala. Foi classificada em uma escala de 4 pontos: 1=adequada; 2=alteração
discreta; 3=alteração moderada; 4= alteração severa
Coordenação Pneumofonoarticulatória (CPFA): avaliação da coordenação
de diferentes funções (respiratória, fonatória e articulatória). Foi classificada
em uma escala de 4 pontos: 1=adequada; 2=alteração discreta; 3=alteração
moderada; 4= alteração severa
Tempo Máximo Fonatório (TMF): Mede a capacidade de controle da
expiração do ar e a eficiência do fechamento laríngeo. È medido em
segundos.
21
Para os pacientes com fonação alaríngea e utilizando-se de voz esofágica ou
traqueoesofágica (Anexo 7) foram considerados os seguintes parâmetros:
Qualidade vocal: Classificada de acordo com CECCON (2002) em:
- neutra: voz com emissão relaxada e livre, sem dificuldades para a produção
vocal e com boa inteligibilidade;
- soprosa: fonação acompanhada de ruído audível de ar não sonorizado, baixa
intensidade e freqüência grave;
- comprimida: emissão tensa e desagradável, com sensação de contração
exagerada das estruturas do segmento faringo-esofágico, acompanhada de grande
força muscular e altos índices de pressão esofágica ou intratraqueal;
- tensa-estrangulada: pior qualidade vocal esperada; som comprimido e
entrecortado com quebras de sonoridade e tensão excessiva de todo trato vocal
associado a grimáças faciais, incoordenação pneumofonoarticulatória e perda severa
da inteligibilidade de fala.
O grau da qualidade vocal foi classificado em adequado, discreto, moderado e
severo.
Ruído de Estoma: ruído excessivo da respiração, que se acentua na
expiração e inspiração pulmonar durante a fala. Foi classificado em uma
escala de 4 pontos: 1= ausente; 2= discreto; 3= moderado; 4= severo.
Clunck da deglutição: resultado da passagem do ar num vácuo parcial
formado na hipofaringe ou esôfago, podendo estar presente nas vozes
esofágicas. Foi classificado em uma escala de 4 pontos: 1= ausente; 2 =
discreto; 3= moderado; 4= severo.
22
Os parâmetros pitch, modulação, articulação, coordenação
pneumofonoarticulatória (CPFA) e Tempo Máximo Fonatório (TMF) foram
considerados como o descrito nas vozes laríngeas.
Para os pacientes com fonação alaríngea e utilizando-se a eletrolaringe
(Anexo 8) foram considerados os parâmetros de articulação, coordenação
pneumofonoarticulatória (CPFA) e ruído de estoma, já descritos acima.
¾ Avaliação da incapacidade vocal
Com exceção do ítem “Julgamento Geral da Qualidade Vocal” (inviável para
pacientes sem fonação), todos os demais parâmetros foram julgados em todos os
pacientes, independentemente da forma de comunicação utilizada. Os parâmetros
foram definidos a partir do conceito proposto por FERREIRA (1986) e SATALOFF
e ABAZA (2000):
Inteligibilidade: habilidade para utilizar unidades fonéticas da fala de maneira
que o falante possa ser bem entendido pelo ouvinte em diferentes situações de
comunicação.
Naturalidade: qualidade ou caráter do que é natural. Sem qualquer alteração.
Aceitabilidade: qualidade do que é aceitável, razoável. Que pode ser aceito.
Agradabilidade: qualidade de impressionar bem o ouvinte, causar satisfação
aos sentidos.
Estes parâmetros foram avaliados numa escala de 4 pontos: 1=adequada;
2=alteração discreta; 3=alteração moderada; 4= alteração severa.
Além disso, baseando-se em HILGERS et al. (1995), foram realizados os
seguintes julgamentos, numa escala de 4 pontos - bom, satisfatório, razoável e ruim:
23
Julgamento geral da qualidade vocal
Julgamento geral da inteligibilidade vocal
Julgamento final da comunicação
A análise da incapacidade vocal também foi realizada por 3 fonoaudiólogos,
com experiência na área de voz, e definida por consenso entre os mesmos.
¾ Avaliação da desvantagem vocal.
Foi utilizado o protocolo VHI (Voice Handicap Index -Índice de desvantagem
vocal) (JACOBSON et al. 1997), aplicado em todos os pacientes com o objetivo de
avaliar/mensurar a autopercepção do paciente de sua desvantagem vocal. O VHI
pode ser utilizado também como um componente de mensuração dos resultados
funcionais de tratamentos comportamentais, médicos e cirúrgicos de transtornos
vocais. Este questionário contém 30 questões que abrangem aspectos funcionais,
físicos e emocionais relacionados aos distúrbios da voz e foi validado para o
português por JOTZ e DORNELLLES 2000; SANTOS 2007. Para cada um destes
domínios (funcional, físico e emocional) há 10 questões e a pontuação varia de 0 a 4,
sendo 0 a melhor pontuação e 4 a pior pontuação. O valor dos escores dos domínios é
determinado pela somatória das respostas dadas pelos pacientes, e o escore total é
definido pela somatória dos três domínios. Quanto maior a pontuação, pior a
percepção do paciente em relação à sua voz. O paciente foi orientado a indicar a
resposta que mais correspondesse à sua realidade em cada item.
B Avaliação de qualidade de vida
Foi utilizado o questionário de qualidade de vida UW-QOL-versão 4
(University of Washington Quality of Life Questionnaire), validado para o português
24
por VARTANIAN et al. (2006a), cuja primeira versão foi desenvolvida em 1993 por
HASSAN e WEYMULLER. Abrange doze domínios: dor, aparência, atividades
diárias, recreação, deglutição, mastigação, fala, paladar, incapacidade de ombros,
saliva, humor e ansiedade. Contém, ainda três questões gerais, uma questão onde
paciente aponta os três problemas mais importantes na última semana e uma questão
aberta. O composite escore é calculado pela soma dos 12 domínios e divido por 12.
A escala do escore varia de 0 a 100 e o menor escore implica maior incapacidade ou
pior qualidade de vida.
25
3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para a análise estatística, os dados coletados dos prontuários dos pacientes
foram transcritos para ficha padronizada e, em seguida, armazenados em banco de
dados específico (Excel 2003; Microsoft Office, Redmond, WA, USA). Os dados
referentes à avaliação da voz e qualidade de vida também foram passados para o
mesmo banco de dados onde estavam registradas as características clínicas dos
pacientes, e posteriormente analisados usando o software estatístico SPSS FOR
WINDOWS versão 15.0 (Statistical Package for Social Science, SPSS 15.0 for
Windows®, Chicago, IL, USA).
A apresentação das características dos pacientes estudados, do tratamento
efetuado e dos resultados foi primeiramente descrita por meio de estatística descritiva
(média e desvio padrão, mediana, porcentagens).
A avaliação da associação entre as variáveis clínicas estudadas foi realizada
pelo teste de qui-quadrado de Pearson ou pelo teste exato de Fisher. As diferenças
foram consideradas significativas quando menor que 5% (p<0,05). A associação
entre as variáveis clínico-demográficas e o UW-QOL e os escores do VHI foi
realizada pelo teste de Kruskal-Wallis ou teste de Mann-Whitney, quando
apropriado. O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para avaliar a
correlação entre o UW-QOL e VHI e entre os parâmetros JGQV, JGIV, JFC e UW-
QOL e VHI. A significância estatística foi determinada para um valor de p<0,05.
26
RESULTADOS
27
4 RESULTADOS
A partir do levantamento das fichas de registro cirúrgico do Hospital A.C.
Camargo, arquivadas no Serviço de Arquivo Médico (SAME), identificamos 596
pacientes tratados do câncer avançado de laringe e/ou hipofaringe no período de
1990 a 2005. Destes, 361 pacientes foram excluídos por óbito, 43 por tumor primário
em outra topografia que não a laringe e/ou hipofaringe, 18 por apresentarem doença
em atividade, 41 foram pacientes residentes fora de São Paulo sem retorno agendado
no hospital durante o período da coleta e 6 por apresentarem alterações neurológicas
associadas. Restaram 127 pacientes elegíveis: 84 participaram do estudo, 10
pacientes recusaram-se a participar, 4 pacientes (sem voz laríngea e alaríngea)
tiveram os protocolos enviados pelo correio e não enviaram resposta, 29
encontraram-se sem contato telefônico e/ou endereço atualizado.
A maior parte dos pacientes foi do sexo masculino, média de idade de 62 anos
e com 1º grau incompleto. A grande maioria teve como fatores de risco o tabagismo
e etilismo e não trabalhava no momento da avaliação (Tabela 1).
28
Tabela 1 - Número e porcentagem de pacientes segundo dados demográficos e estilo
de vida (n=84).
Variável
Categoria
N(%)
Sexo
Idade
Escolaridade
Tabagismo
Etilismo
Trabalha atualmente
Masculino
Feminino
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
1º grau incompleto
1º grau completo
2º grau incompleto
2º grau completo
3º grau incompleto
3º grau completo
analfabeto
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
69 (82,1)
15 (17,9)
45-85
74,5
62,89±8,79
32 (38,1)
10 (11,9)
3 (3,6)
18 (21,4)
2 (2,4)
15 (17,8)
4 (4,8)
79 (94)
5 (6)
69 (82,1)
15 (17,9)
27 (32,1)
57 (67,9)
Mín: mínimo; Máx: máximo; dp: desvio padrão.
29
O sítio de lesão mais prevalente foi laringe e o estadiamento T3N0M0. A
maior parte dos pacientes foi submetida, em algum momento do tratamento, à
radioterapia e esvaziamento cervical (Tabela 2).
Tabela 2 – Número e porcentagem de pacientes de acordo com local da lesão,
classificação TNM e as características do tratamento (n=84).
Variável Categoria N(%)
Sítio da lesão
T (tamanho tumor)
N (linfonodos)
M (metástase)
Tratamento
Esvaziamento cervical
Radioterapia
Tempo de Tratamento
Laringe
Hipofaringe
T1
T2
T3
T4
N0
N1
N2
N3
M0
LP*
LPr*
Rxt + QT
LT
LTr
FLT
FLTr
Sim
Não
Sim
Não
Mais de 1 ano
Menos de 1 ano
57 (67,9)
27 (32,1)
2 (2,4)
8 (9,5)
50 (59,5)
24 (28,6)
49 (58,3)
17 (20,2)
15 (17,9)
3 (3,6)
84 (100)
10 (11,9)
1(1,2)
24 (28,6)
18 (21,4)
11 (13,1)
14 (16,6)
6 (7,1)
64 (76,2)
20 (23,8)
75 (89,3)
9 (10,7)
81 (96,4)
3 (3,6)
LT: laringectomia total; LTr: laringectomia total de resgate; FLT: faringolaringectomia total; FLTr:
faringolaringectomia total de resgate; LP: laringectomia parcial; LPr: laringectomia parcial de resgate;
Rxt + QT: radioterapia e quimioterapia concomitante
* 3 pacientes submetidos à laringectomia parcial supraglótica, 5 à near total, 1 à
faringectomia parcial, 1 à faringolaringectomia parcial e 1 à fronto-lateral de resgate.
30
4.1 AVALIAÇÃO VOCAL
4.1.1 Formas de Comunicação
Todos os pacientes submetidos à laringectomia parcial (n=11) e RXT+QT
(n=24) comunicavam-se com voz laríngea. Dos 49 pacientes submetidos à remoção
total da laringe (LT, LTr, FLT e FLTr), 19 não apresentavam comunicação oral e 30
comunicavam-se com fonação alaríngea. Destes, a maior parte comunicava-se com
VTE, seguido de VL e VE (Tabela 3).
Tabela 3 – Número de pacientes de acordo com as formas de comunicação alaríngea
e o tipo de tratamento.
Tratamento
Formas de
Comunicação
LT LTr FLT FLTr Total
VE
4
1
1
0
6
VTE
6
1
8
2
17
VL
2
3
1
1
7
LT; laringectomia total; LTr: laringectomia total de resgate; FLT: faringolaringectomia total; FLTr:
faringolaringectomia total de resgate; VE: voz esofágica; VTE: voz traqueoesofágica; Vl: vibrador
laríngeo
4.2 AVALIAÇÃO DA DEFICIÊNCIA VOCAL
Quanto à deficiência da voz dos pacientes laringectomizados parciais, 100%
dos pacientes apresentaram qualidade vocal rugosa e a maior parte demonstrou
tensão e instabilidade, pitch adequado ou agudo, ressonância laringofaríngea,
modulação adequada, com alteração discreta ou moderada, articulação adequada ou
31
com alteração discreta e CPFA adequada. O único paciente submetido à
laringectomia parcial de resgate apresentou qualidade vocal rugosa-soprosa, pitch
agudo, ressonância laringofaríngea, modulação, articulação e CPFA adequadas
(Tabela 4).
Oito pacientes foram submetidos à radioterapia adjuvante. O pequeno número
de casos impossibilitou a análise estatística entre os grupos com radioterapia (n=8) e
sem radioterapia adjuvante (n=2).
Tabela 4 - Número e porcentagem de pacientes, submetidos à laringectomia parcial
(n=11), de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva quanto à deficiência vocal
Tratamento
Variável Categoria
LP (n=10)
N(%)
LPr (n=1)
N(%)
Qualidade Vocal Rugosa
Soprosa
Astênica
Tensa
Instável
10 (100)
3(30)
0
7 (70)
6 (60)
1(100)
1(100)
0
0
0
Pitch Adequado
Agudo
Grave
5 (50)
3 (30)
2 (20)
0
1(100)
0
Ressonância Equilibrada
Laringofaringea
Faríngea/Hipernasal
1 (10)
9 (90)
0
0
1(100)
0
Modulação Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
3 (30)
4 (40)
3 (30)
0
1(100)
0
0
0
Articulação Adequada
Alteração discreta
Alteração M/S
5(50)
5 (50)
0
1(100)
0
0
CPFA Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
7 (70)
1 (10)
0
2 (20)
1(100)
0
0
0
LP: laringectomia parcial; LP: laringectomia parcial de resgate; CPFA: coordenação
pneumofonoarticulatória; M/S: moderada/severa
32
A análise da deficiência de voz dos pacientes submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes demonstrou maior parte de qualidade vocal rugosa,
pitch adequado, ressonância laringofaríngea, modulação adequada, articulação
adequada ou com alteração discreta e CPFA adequada (Tabela 5).
Tabela 5 - Número e porcentagem de pacientes, submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes (n=24), de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva
quanto à deficiência vocal.
Variável
Categoria
Tratamento
Rxt + QT (n=24)
N(%)
Qualidade Vocal
Rugosa
Soprosa
Astênica
Tensa
Instável
22 (91,7)
5 (20,8)
0
9 (37,5)
10 (41,6)
Pitch Adequado
Agudo
Grave
13 (54,1)
3 (12,5)
8 (33,3)
Ressonância Equilibrada
Laringofaríngea
Faríngea
Hipernasal
5 (20,8)
19 (79,2)
0
0
Modulação Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
14 (58,3)
8 (33,3)
2 (8,3)
0
Articulação Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
12 (50)
11 (45,8)
1 (4,2)
0
CPFA Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
22 (91,7)
2 (8,3)
0
0
Rxt + QT: radioterapia e quimioterapia concomitantes; CPFA: coordenação pneumofonoarticulatória
33
Quanto à deficiência da voz de pacientes comunicando-se por meio da voz
esofágica ou traqueoesofágica, 26% apresentaram qualidade vocal neutra e 35%
qualidade vocal comprimida ou tensa-estrangulada. A maior parte apresentou pitch
adequado e grave, articulação e CPFA adequadas, ruído de estoma e clunck da
deglutição ausentes e modulação adequada ou com alteração moderada em 26% e
alterada discretamente em 39% (Tabela 6).
A análise estatística não foi possível de ser realizada entre os pacientes
submetidos à LT com radioterapia adjuvante (n=7) e sem radioterapia adjuvante
(n=3) e entre os pacientes submetidos à FLT com radioterapia adjuvante (n=8) e sem
radioterapia adjuvante (n=1) em função do pequeno número de casos.
34
Tabela 6 - Número e porcentagem de pacientes, submetidos a diferentes tratamentos,
para a remoção total da laringe, comunicando-se por meio da voz esofágica ou
traqueoesofágica (n=23), de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva, quanto à
deficiência vocal.
Tratamento
LT (10) LTr (n=2) F LT(n=9) FLTr(n=2)
Variável Categoria
N(%) N(%) N(%) N(%)
Qualidade
Vocal
Neutra
Soprosa
Comprimida
Tensa-Estrangulada
4(40)
1(10)
3(30)
2(20)
0
0
1(50)
1(50)
2(22,2)
0
3(33,3)
4(44,4)
0
0
1(50)
1(50)
Pitch
Adequado
Agudo
Grave
3(30)
1(10)
5(50)
2(100)
0
0
4(44,4)
2(22,2)
3(33,3)
2(100)
0
0
Modulação
Adequada
Alteração discreta
Alteração Moderada
Alteração Severa
2(20)
4(40)
2(20)
1(10)
0
0
2(100)
0
2(22,2)
5(55,5)
2(22,2)
0
2(100)
0
0
0
Articulação
Adequada
Alteração discreta
Alteração Moderada
Alteração Severa
6(60)
2(20)
1(10)
1(10)
0
0
2(100)
0
4(44,4)
4(44,4)
1(11,1)
0
2(100)
0
0
0
CPFA
Adequada
Alteração discreta
Alteração Moderada
Alteração Severa
4(40)
1(10)
4(40)
1(10)
0
1(50)
0
1(50)
4(44,4)
4(44,4)
1(11,1)
0
2(100)
0
0
0
Ruído de
Estoma
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
7(70)
2(20)
1(10)
0
1(50)
1(50)
0
0
8(88,9)
1(11,1)
0
0
2(100)
0
0
0
Clunck da
Deglutição
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
7(70)
0
3(30)
0
1(50)
0
1(50)
0
9(100)
0
0
0
2(100)
0
0
0
LT: laringectomia total; FLT: faringolaringectomia total; LTr: laringectomia total de resgate; FLTr:
faringolaringectomia total de resgate; CPFA: coordenação pneumofonoarticulatória
35
Quanto à deficiência vocal de pacientes comunicando-se com vibrador
laríngeo, a maior parte demonstrou articulação adequada ou com alteração discreta,
CPFA adequada ou alterada discretamente e ruído de estoma ausente (Tabela 7).
A análise estatística não foi possível de ser realizada entre os pacientes
submetidos à LT com radioterapia adjuvante (n=0) e sem radioterapia adjuvante
(n=2) e entre os pacientes submetidos à FLT com radioterapia adjuvante (n=1) e sem
radioterapia adjuvante (n=0), comunicando-se por meio do VL, em função do
pequeno número de casos.
Tabela 7 - Número e porcentagem de pacientes, submetidos a diferentes tratamentos,
para a remoção total da laringe, comunicando-se com vibrador laríngeo (n=7), de
acordo com a avaliação perceptivo-auditiva quanto à deficiência vocal.
Tratamento
Variável Categoria
LT(n=18)
VL (n=2)
N(%)
LTr (n=11)
VL (n=3)
N(%)
FLT (n=14)
VL (n=1)
N(%)
FLTr (n=6)
VL (n=1)
N(%)
Articulação
Adequada-Alt.Discreta
Alteração Mod-Sev
2(100)
0
2(67)
1(33)
1(100)
0
1(100)
0
CPFA
Adequada-Alt.Discreta
Alteração Mod-Sev
2(100)
0
3(100)
0
0
1(100)
1(100)
0
Ruído de
Estoma
Ausente
Discreto
M/S
2(100)
0
0
2(67)
1(33)
0
1(100)
0
0
1(100)
0
0
LT: laringectomia total; FLT: faringolaringectomia total; LTr: laringectomia total de resgate; FLTr:
faringolaringectomia total de resgate; VL: vibrador laríngeo; CPFA: coordenação
pneumofonoarticulatória; Alt: alteração; Mod: moderada; Sev: severa M/S: moderado/severo.
36
4.3 AVALIAÇÃO DA INCAPACIDADE VOCAL
Na análise da incapacidade da voz de pacientes submetidos à laringectomia
parcial, observa-se que a maior parte apresentou inteligibilidade, naturalidade e
aceitabilidade com alteração discreta, impacto moderado ou severo na agradabilidade
da voz, JGQV razoável, JGIV satisfatório ou razoável e JFC razoável. O paciente
submetido à laringectomia parcial de resgate apresentou inteligibilidade adequada,
naturalidade, aceitabilidade e agradabilidade com alterações discretas, JGQV e JFC
satisfatórios e JGIV bom (Tabela 8).
37
Tabela 8 - Número e porcentagem de pacientes, submetidos à laringectomia parcial,
(n=11) de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva quanto à incapacidade vocal.
Variável Categoria
Tratamento
LP (n=10) LPr (n=1)
N (%) N (%)
Inteligibilidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
3 (30)
5 (50)
2 (20)
0
1(100)
0
0
0
Naturalidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
1 (10)
4 (40)
3 (30)
2 (20)
0
1(100)
0
0
Aceitabilidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
1 (10)
5 (50)
3 (30)
1 (10)
0
1(100)
0
0
Agradabilidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
1 (10)
2 (20)
3 (30)
4 (40)
0
1(100)
0
0
JGQV
Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
1 (10)
2 (20)
5 (50)
2 (20)
0
1(100)
0
0
JGIV
Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
2 (20)
4 (40)
4 (40)
0
1(100)
0
0
0
JFC
Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
1 (10)
2 (20)
6 (60)
1 (10)
0
1(100)
0
0
LP: laringectomia parcial; LPr: laringectomia parcial de resgate; JGQV: julgamento geral da
qualidade vocal; JGIV: julgamento geral da inteligibilidade vocal; JFC: julgamento final da
comunicação
Na análise da incapacidade da voz de pacientes submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes observou-se maior parte com inteligibilidade adequada,
naturalidade, aceitabilidade e agradabilidade com alteração discreta, JGQV e JFC
satisfatórios e JGIV bom ou satisfatório (Tabela 9).
38
Tabela 9 - Número e porcentagem de pacientes, submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes (n=24), de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva
quanto à incapacidade vocal.
Variável Categoria
Tratamento
Rxt + QT (n=24)
N(%)
Inteligibilidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
12 (50)
9 (37,5)
3 (12,5)
0
Naturalidade Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
7 (29,2)
10 (41,7)
7(29,2)
0
Aceitabilidade Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
7 (29,2)
14 (58,3)
3 (12,5)
0
Agradabilidade Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
5 (20,8)
12 (50)
6 (25)
1 (4,2)
JGQV Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
4 (16,7)
12(50)
7 (29,2)
1 (4,2)
JGIV Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
10 (41,7)
11 (45,8)
3 (12,5)
0
JFC Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
6 (25)
12 (50)
6 (25)
0
Rxt + QT: radioterapia e quimioterapia concomitantes; JGQV: julgamento geral da qualidade vocal;
JGIV: julgamento geral da inteligibilidade vocal; JFC: julgamento final da comunicação.
39
Dos 49 pacientes submetidos à remoção laríngea, grande parte apresentou
alteração severa da inteligibilidade, naturalidade, aceitabilidade e agradabilidade.
Dos 30 pacientes com comunicação alaríngea, a maior parte apresentou JGQV
satisfatório ou razoável. O JGIV e o JFC dos 49 pacientes foram julgados ruins para
a maioria (Tabela 10).
Tabela 10 - Número e porcentagem de pacientes, submetidos a diferentes
tratamentos (n=49), para a remoção total da laringe, de acordo com a avaliação
perceptivo-auditiva quanto à incapacidade vocal.
Variável Categoria
Tratamento
LT (18) FLT (n=14) LTr(n=11) FLTr(n=6)
Inteligibilidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
6 (33,3)
3(16,7)
2(11,1)
7(38,9)
3(21,4)
5(35,7)
2(14,3)
4(28,6)
0
0
3(27,3)
8(72,7)
2(33,3)
1(16,6)
0
3(50)
Naturalidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
0
1(5,6)
3(16,7)
14(77,8)
0
0
7(50)
7(50)
0
0
1(9,1)
10(90,9)
0
0
2(33,3)
4(66,7)
Aceitabilidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
0
1(5,6)
5(27,8)
12(66,7)
0
1(7,1)
6(42,9)
7(50)
0
0
1(9,1)
10(90,9)
0
1(16,6)
1(16,6)
4(66,7)
Agradabilidade
Adequada
Alteração discreta
Alteração moderada
Alteração severa
0
0
4(22,2)
14(77,8)
0
0
6(42,9)
8(57,1)
0
0
1(9,1)
10(90,9)
0
0
2(33,3)
4(66,7)
*JGQV
Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
1(5,6)
5(27,8)
4(22,2)
2(11,1)
0
5(35,7)
5(35,7)
0
0
1(9,1)
4(36,4)
0
2(33,3)
1(16,6)
0
0
JGIV
Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
6(33,3)
2(11,1)
2(11,1)
8(44,4)
2(14,3)
5(35,7)
3(21,4)
4(28,6)
0
1(9,1)
3(27,3)
7(63,3)
2(33,3)
1(16,6)
0
3(50)
JFC
Bom
Satisfatório
Razoável
Ruim
0
6(33,3)
5(27,8)
7(38,9)
1(7,1)
5(35,7)
4(28,6)
4(28,6)
0
1(9,1)
4(36,4))
6(54,5)
2(33,3)
1(16,6)
0
3(50)
LT: laringectomia total; FLT: faringolaringectomia total; LTr: laringectomia total de resgate; FLTr: faringolaringectomia total
de Resgate;JGQV: julgamento geral da qualidade vocal; JGIV: julgamento geral da inteligibilidade vocal; JFC: julgamento final
da comunicação.
* O parâmetro JGQV não foi analisado para 19 pacientes que não apresentavam comunicação oral: 6 LT, 4 FLT, 6 LTr E 3
FLTr.
40
Na análise da incapacidade vocal dos pacientes com câncer laríngeo, observa-
se que as respostas de cada tratamento foram diferentes para cada categoria
analisada, sendo o grupo submetido à RXT + QT o que apresentou os melhores
resultados (Tabela 11).
Tabela 11 - Número e porcentagem de pacientes, com câncer laríngeo, submetidos a
diferentes tratamentos de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva quanto à
incapacidade vocal.
Tratamento
RXT + QT(n=12) LT (n=17) LTr (n=10) p
Variável Categoria
N(%) N(%) N(%)
Inteligibilidade
Adequada-alt.discreta
Alteração mod-severa
11(91,6)
1(8,3)
9(52,9)
8(47,1)
1(10)
9(90)
0,004
Naturalidade
Adequada-alt.discreta
Alteração mod-severa
7(58,3)
5(41,7)
1(5,9)
16(94,1)
0
10(100)
0,000
Aceitabilidade
Adequada-alt.discreta
Alteração mod-severa
9(75)
3(25)
1(5,9)
16(94,1)
0
10(100)
0,000
Agradabilidade
Adequada-alt.discreta
Alteração mod-severa
7(58,3)
5(41,7)
0
17(100)
0
10(100)
0,000
*JGQV
Bom-Satisfatório
Razoável-ruim
7(58,3)
5(41,7)
7(41,2)
5(29,4)
1(10)
3(30)
0,030
JGIV
Bom-Satisfatório
Razoável-ruim
11(91,6)
1(8,3)
8(47,1)
9(52,9)
1(10)
9(90)
0,004
JFC
Bom-Satisfatório
Razoável-ruim
8(66,7)
4(33,3)
6(35,3)
11(64,7)
1(10)
9(90)
0,020
RXT+QT: radioterapia+quimioterapia concomitantes; LT: laringectomia total; LTr: laringectomia
total de resgate; JGQV: julgamento geral da qualidade vocal; alt: alteração; mod: moderada; JGIV:
julgamento geral da inteligibilidade vocal; JFC: julgamento final da comunicação. O valor do P foi
obtido através doTeste Pearson Chi Esquare
* O parâmetro JGQV não foi analisado para 11 pacientes que não apresentavam comunicação oral: 5
pacientes submetidos à LT e 6 à LTr
41
Na análise da incapacidade da voz dos pacientes com câncer em hipofaringe,
submetidos a diferentes tratamentos, o grupo submetido à radioterapia e
quimioterapia concomitantes apresentou resultados melhores para os parâmetros
naturalidade, aceitabilidade e agradabilidade (p=0,001, p=0,000 e p=0,001,
respectivamente) do que o grupo submetido à FLT (Tabela 12).
Tabela 12 - Número e porcentagem de pacientes, com câncer em hipofaringe,
submetidos a diferentes tratamentos de acordo com a avaliação perceptivo-auditiva
quanto à incapacidade vocal.
Variável Categoria
Tratamento
Rxt + QT (n=12) FLT (n=7) p
N(%) N(%)
Inteligibilidade
Adequada-alt.discreta
Alteração mod-severa
11(91,6)
1(8,3)
4(57)
3(43)
0,117
Naturalidade Adequada-alt.discreta
Alteração mod-severa
10(83,3)
2(16,6)
0
7(100)
0,001
Aceitabilidade Adequada-alt.discreta
Alteração mod-severa
12 (100)
0
1(14,3)
6(85,7)
0,000
Agradabilidade Adequada-alt.discreta
Alteração mod-severa
10(83,3)
2(16,6)
0
7(100)
0,001
*JGQV Bom-Satisfatório
Razoável-ruim
9(75)
3(25)
2(28,6)
3(42,9)
0,074
JGIV Bom-Satisfatório
Razoável-ruim
11(91,6)
1(8,3)
4(57)
3(43)
0,117
JFC Bom-Satisfatório
Razoável-ruim
10(83,3)
2(16,6)
3(43)
4(57)
0,129
RXT+QT: radioterapia+quimioterapia concomitantes; FLT: faringolaringectomia total; mod:
moderada JGQV: julgamento geral da qualidade vocal; JGIV: julgamento geral da inteligibilidade
vocal; JFC: julgamento final da comunicação. O valor do P foi obtido através doTeste Exato de
Fisher
* O parâmetro JGQV não foi analisado para 2 pacientes submetidos a FLT por não apresentarem
comunicação oral
42
4.4 AVALIAÇÃO DA DESVANTAGEM VOCAL
Na análise dos três domínios e do escore total do VHI em relação à amostra
geral (n=84) observa-se que o domínio mais pontuado foi o domínio funcional e o
escore total foi 31 (Tabela 13).
Tabela 13 – Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis dos 3 domínios e do escore total do Voice Handicap Index (VHI) para
casuística geral (n=84).
Variável Categoria Medidas
F
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-36
14
13,15±9,91
P
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-32
8
9,71±8,77
E
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-40
5,5
8,41±9,93
Escore Total
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-102
30
31 ±24,45
F: domínio funcional; P: domínio físico; E: domínio emocional; Mín: mínimo; Máx: máximo; dp:
desvio padrão.
Na análise dos três domínios e do escore total do VHI de acordo com o
tratamento realizado observou-se que, em relação ao domínio funcional, o menor
escore foi para o grupo de pacientes submetidos à radioterapia e quimioterapia
concomitantes e o maior para os submetidos à laringectomia total de resgate. Quanto
ao domínio físico, os grupos de laringectomizados totais e de radioterapia e
quimioterapia concomitantes apresentaram os menores escores e os grupos
submetidos à laringectomia parcial, laringectomia total de resgate e
43
faringolaringectomia total de resgate apontaram os maiores escores, com amplo
desvio padrão. Em relação ao domínio emocional, o grupo de laringectomizados
parciais e de radioterapia e quimioterapia concomitantes apontou os menores escores
e o grupo de laringectomizados totais de resgate o maior escore. O menor escore total
foi para o grupo submetido à radioterapia e quimioterapia concomitantes e o maior
para os laringectomizados totais de resgate. O paciente submetido à laringectomia
parcial de resgate apresentou escore 30, 29, 8 e 67 para os domínios funcional, físico,
emocional e escore total, respectivamente (Tabela 14).
44
Tabela 14 - Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das variáveis dos 3 domínios e do escore total do Voice
Handicap Index (VHI) de acordo com o tratamento realizado (n=84).
Tratamento
Variável Categoria
LP
(n=10)
LPr
(n=1)
Rxt + QT
(n=24)
LT
(n=18)
LTr
(n=11)
FLT
(n=14)
FLTr
(n=6)
F
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-20
11,5
9,7±7,76
30
0-34
4
8,16±9,78
0-27
11
12,5±8,54
12-36
24
23,36±7,72
0-31
17
16±8,97
4-23
12,5
12,66±7,2
P
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
1-22
10,5
10,4±7,67
29
0-32
6
8,79±9,36
0-24
6
8,38±8,09
0-32
9
10,81±10,57
0-21
8
9,57±6,69
0-28
8,5
11,33±10,72
E
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-10
3
3,9±4,2
8
0-30
0
5,62±8,67
0-24
4,5
7,33±6,95
0-38
14
17,90±14,61
0-40
6
10,14±11,03
2-24
6,5
9±7,94
Escore Total
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
1-49
27
24±17,76
67
0-81
14
22,41±24,30
2-73
21,5
28,22±21,21
12-102
45
52,09±29,07
0-79
37,5
34,28±21,58
6-70
31,5
33±21,37
LT: laringectomia total; LTr: laringectomia total de resgate; FLT: faringolaringectomia total; FLTr: faringolaringectomia total de resgate; LP: laringectomia parcial;
LPr: laringectomia parcial de resgate; Rxt + QT: radioterapia e quimioterapia concomitantes; Mín: mínimo; Máx: máximo; dp: desvio padrão; F: domínio
funcional; P: domínio físico; E: domínio emocional.
45
Na análise dos resultados dos três domínios e do escore total do VHI dos
pacientes cujo sítio de lesão foi laringe, submetidos à RXT+QT, LT e LTr, observa-
se que houve diferença para os domínios funcional (p=0,012), emocional (p=0,005) e
para o escore total (p=0,045), com os pacientes submetidos à LTr apresentando
resultados piores (Tabela 15).
Tabela 15 - Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis dos 3 domínios e do escore total do Voice Handicap Index (VHI) dos
pacientes, cujo sítio de lesão foi laringe, submetidos à RXT+QT, LT e LTr.
Tratamento
Variável Categoria
Rxt + QT
(n=12)
LT
(n=17)
LTr
(n=10)
p
F
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-34
9
11,5±12,37
0-27
9
12,17±8,69
12-36
24
23,3±8,13
0,012
P
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-32
6
10,66±11,15
0-24
6
8,05±8,21
0-32
5
10,2±10,93
0,752
E
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-30
0
5,91±9,52
0-24
4
6,82±6,81
0-38
19,5
19,3±14,62
0,005
Escore Total
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-81
21,5
27,75±30,11
2-73
20
27,05±21,26
12-102
49,5
52,8±30,54
0,045
Rxt + QT: radioterapia e quimioterapia concomitantes LT: laringectomia total; LTr: laringectomia
total de resgate; Mín: mínimo;Máx: máximo; dp: desvio padrão; F: domínio funcional; P: domínio
físico; E: domínio emocional. O valor de P foi obtido através do teste estatístico One-Way-ANOVA
46
Na análise dos resultados dos três domínios e do escore total do VHI dos
pacientes cujo sítio de lesão foi hipofaringe, submetidos à RXT+QT e FLT, observa-
se que houve diferença apenas para o domínio funcional (p=0,019), com o grupo
submetido à FLT com piores resultados (Tabela 16).
O paciente submetido à FLTr apresentou escore 18 para o domínio funcional,
28 para o físico, 24 para o emocional e 70 para o escore total.
Tabela 16 - Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade dos 3
domínios e do escore total do Voice Handicap Index (VHI) dos pacientes, cujo sítio
de lesão foi hipofaringe, submetidos à RXT+QT e FLT.
Tratamento
Variável Categoria
Rxt + QT
(n=12)
FLT
(n=7)
p
F
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-14
4
4,83±4,76
0-20
15
12,85±6,98
0,019
P
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-19
5,5
6,91±7,16
0-21
8
9±7,81
0,638
E
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-24
1
5,33±8,15
0-16
6
5,85±5,42
0,568
Escore Total
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-46
13,5
16,75±16,64
0-46
29
29,14±17,28
0,188
Rxt + QT: radioterapia e quimioterapia concomitantes; FLT: faringolaringectomia total; Mín: mínimo;
Máx: máximo; dp: desvio padrão; F: domínio funcional; P: domínio físico; E: domínio emocional. O
valor de P foi obtido através do estatístico Mann-Whitney Test
47
4.5 AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA (UNIVERSITY OF
WASHINGTON – QUALITY OF LIFE- UW-QOL- VERSÃO 4)
Para a casuística geral (n=84), os domínios menos pontuados foram saliva e
humor. A QV foi considerada entre excelente e boa para 78,6% dos pacientes e entre
média e ruim para 21,4% (Tabela 17).
48
Tabela 17 – Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis do questionário University of Washington – Quality of Life (UW-QOL-
versão 4) para a casuística geral (n=84).
Variável Categoria Medidas
Dor
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
94,64±13,48
Aparência
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
25-100
100
93,45±16,5
Atividade
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
88,08±21,42
Recreação
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
88,69±22,42
Deglutição
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
83,42±25,55
Mastigação
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
88,69±21,04
Fala
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
81,76±28,57
Ombro
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
82,73±29,99
Paladar
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
82,14±28,14
Saliva
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
77,42±28,45
Humor
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
76,48±29,38
Ansiedade
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
86,55±24,85
Composit Score
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
47-100
90
85,25±12,95
QV
Excelente/ Boa
Média/ruim
78,6%
21,4%
Mín: mínimo; Máx: máximo; dp: desvio padrão; QV: qualidade de vida.
49
As menores pontuações encontradas em relação ao questionário University of
Washington–Quality of Life (UW-QOL versão 4), de acordo com o tratamento
realizado foram: saliva (RXT + QT), deglutição, mastigação, fala, paladar e humor
(LTr) e ombro (FLT). O pior composit score foi para o grupo de LT resgate (Tabela
18).
O paciente submetido à laringectomia parcial de resgate apresentou escore
100 para todos os domínios, exceto para o domínio humor (75) e para o composit
score (98).
50
Tabela 18 - Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das variáveis do questionário University of Washington–
Quality of Life (UW-QOL versão 4) de acordo com o tratamento realizado (n=84).
Tratamento
Variável Categoria LP
(n=10)
LPr
(n=1)
Rxt + QT
(n=24)
LT
(n=18)
LT resgate
(n=11)
FLT
(n=14)
FLT resgate
(n=6)
Dor
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
95±15,81
100
50-100
100
91,66±15,92
75-100
100
97,22±8,08
50-100
100
93,18±16,16
50-100
94,6
94,64±14,47
100-100
100
100±0
Aparência Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
90±21,08
100 25-100
100
93,75±16,89
50-100
100
97,22±11,78
100-100
100
100±0
50-100
100
85,71±21,29
100-100
100
100±0
Atividade Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
90±21,08
100 50-100
100
87,5±19,5
0-100
100
90,27±28,61
50-100
100
79,54±24,54
50-100
100
91,07±15,83
75-100
87,5
87,5±13,69
Recreação Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
90±14,48
100 0-100
100
85,41±28,47
25-100
100
62,5±19,17
25-100
100
79,54±29,19
50-100
100
92,85±15,28
75-100
100
95,83±10,2
Deglutição Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
86,7±32,18
100 0-100
83,5
76,5±30,24
67-100
100
92,66±14,11
33-100
67
78,90±22,45
0-100
100
83,42±28,43
67-100
83,5
83,5±18,07
Mastigação Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
90±21,08
100 50-100
100
85,41±23,21
100-100
100
100±0
50-100
50
68,18±25,22
50-100
100
89,28±21,29
100-100
100
100±0
Fala Mín-Máx
Mediana
Média±dp
33-100
100
90±22,55
100 67-100
100
89±15,89
33-100
100
85,16±26,21
33-100
67
66,54±33,50
0-100
100
78,57±33,65
100-100
83,5
61,16±49.07
51
Cont/ Tabela 18
Tratamento
Variável Categoria LP
(n=10)
LPr
(n=1)
Rxt + QT
(n=24)
LT
(n=18)
LT resgate
(n=11)
FLT
(n=14)
FLT resgate
(n=6)
Ombro
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
67-100
100
86,8±17,04
100
0-100
100
82,33±40,77
67-100
100
90,83±15,20
0-100
100
78,90±30,76
0-100
67
71,57±34,21
67-100
83,5
83,5±18,07
Paladar Mín-Máx
Mediana
Média±dp
33-100
100
90±22,55
100 33-100
100
90,29±20,83
33-100
100
81,44±28,63
0-100
67
63,63±34,91
0-100
83,5
71,42±34,31
67-100
100
94,5±13,47
Saliva Mín-Máx
Mediana
Média±dp
33-100
83,5
73,3±30,76
100 0-100
67
63,95±31,03
33-100
100
90,77±19,13
0-100
100
81,81±34,55
33-100
83,5
81,07±21,49
33-100
83,5
77,83±27,27
Humor Mín-Máx
Mediana
Média±dp
25-100
75
70±32,91
75 25-100
87,5
72,95±29
50-100
100
88,88±19,59
0-100
50
61,36±32,33
0-100
100
76,78±35,98
50-100
100
87,5±20,91
Ansiedade Mín-Máx
Mediana
Média±dp
67-100
100
90,1±15,94
100 67-100
100
90,37±15,32
33-100
100
90,72±22,38
0-100
100
75,81±33,65
0-100
100
85,71±31,28
0-100
83,5
72,33±38,94
Composit
Score
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
67-100
91
88,15±10,29
98 49-100
87
84,04±13,74
78-100
93
90,88±9,36
47-97
73
77,27±15,52
61-100
86,5
82,89±13,84
68-97
87,5
86,3±11
LT: laringectomia total; LTr: laringectomia total de resgate; FLT: faringolaringectomia total; FLTr: faringolaringectomia total de resgate; LP: laringectomia parcial;
Rxt + QT: radioterapia e quimioterapia concomitantes; Mín: mínimo; Máx: máximo; dp: desvio padrão
52
Na comparação dos pacientes com câncer de laringe, submetidos a diferentes
tratamentos (RXT+QT, LT e LTr), houve diferença no questionário University of
Washington-Quality of Life (UW-QOL) apenas para os domínios mastigação, paladar
e humor (pior para o grupo LTr) e para o composit score (pior para o grupo LTr)
(Tabela 19).
53
Tabela 19 - Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis do questionário University of Washington–Quality of Life (UW-QOL-
versão 4) em relação aos pacientes, cujo sítio de lesão foi laringe, submetidos à
RXT+QT, LT e LTr.
Tratamento
Variável Categoria
RXT+QT(n=12) LT(n=17) LTr(n= 10)
p
Dor
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
91,66±16,28
75-100
100
97,05±8,30
50-100
100
92,5±16,87
0,518
Aparência
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
25-100
100
91,66±22,19
100-100
100
100±0
100-100
100
100±0
0,162
Atividade
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
87,5±19,94
0-100
100
89,70±29,39
50-100
87,5
77,5±24,86
0,482
Recreação
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
89,58±19,82
25-100
100
92,64±19,29
50-100
100
85±24,15
0,656
Deglutição
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
80,66±29,95
67-100
100
94,17±12,96
33-100
83,5
80,1±23,29
0,168
Mastigação
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
91,66±19,46
100-100
100
100±0
50-100
50
70±25,81
0,000
Fala
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
67-100
100
89±16,24
33-100
100
88,23±23,45
33-100
83,5
69,9± 33,30
0,131
Ombro
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
33-100
100
83,33± 26,66
67-100
100
90,29±15,49
0-100
83,5
73,8±31,57
0,368
Paladar
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
67-100
100
97,25±9,52
33-100
100
84,29±26,75
0-100
67
60 ±34,53
0,006
Saliva
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
83,5
75,08±32,18
33-100
100
90,23±19,58
0-100
100
86,7±32,18
0,337
Humor
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
62,5
70,83±23,43
50-100
100
89,70±19,88
0-100
62,5
62,5±33,85
0,023
Ansiedade
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
67-100
100
89±16,24
33-100
100
90,17±22,94
0-100
100
80,1±32,15
0,552
Composit Score
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
72-100
90,5
86,16±11,04
84-100
94
91,64±9,06
47-97
81
78,4±15,88
0,025
RXT+QT: radioterapia+quimioterapia concomitantes; LT:laringectomia total; LTr: laringectomia total de resgate;
Mín; mínimo; Máx: máximo; dp: desvio padrão. O valor de P foi obtido através do teste One Way-ANOVA
54
Na comparação dos pacientes com câncer de hipofaringe, submetidos a
diferentes tratamentos (RXT+QT, FLT), observa-se que houve diferença apenas para
o domínio saliva (p=0,011), pior para o grupo submetido à RXT+ QT (Tabela 20).
55
Tabela 20 - Distribuição das medidas de tendência central e de variabilidade das
variáveis do questionário University of Washington–Quality of Life (UW-QOL -
versão 4) em relação aos pacientes, cujo sítio de lesão foi hipofaringe, submetidos à
RXT+QT e FLT.
Tratamento
Variável Categoria
RXT+QT(n=12) FLT(n=7) p
Dor
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
91,66±16,28
75-100
100
96,42±9,44
0,552
Aparência
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
75-100
100
95,83±9,73
75-100
100
92,85±12,19
0,550
Atividade
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
87,5±19,94
75-100
100
96,42±9,44
0,325
Recreação
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
81,25±35,55
75-100
100
92,85±12,19
0,870
Deglutição
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
67
72,33±31,25
67-100
100
90,57±16,10
0,172
Mastigação
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
50-100
100
79,16±25,74
50-100
100
78,57±26,72
0,961
Fala
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
67-100
100
89±16,24
0-100
100
71,42±40,54
0,429
Ombro
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
100
80,58± 33,22
0-100
67
71,57±35,6
0,419
Paladar
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
33-100
100
83,33±26,66
33-100
100
76,14±31,84
0,623
Saliva
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
0-100
67
52,83±26,61
67-100
100
85,85±17,63
0,011
Humor
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
25-100
100
77,08±34,47
25-100
100
85,71±28,34
0,718
Ansiedade
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
67-100
100
91,75±14,92
100-100
100
100±0
0,161
Composit
Score
Mín-Máx
Mediana
Média±dp
49-100
85,5
81,91±16,21
62-97
89
85,28±11,82
0,80
RXT+QT: radioterapia+quimioterapia concomitantes; FLT: faringolaringectomia total; Mín: mínimo;
Máx: máximo; dp: desvio padrão. O valor de P foi obtido através do teste estatístico Mann-Whitney
56
4.6 CORRELAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA, INCAPACIDADE E
DESVANTAGEM VOCAL E QUALIDADE DE VIDA
Nos pacientes comunicando-se por meio da voz laríngea, houve correlação
positiva entre deficiência x incapacidade (p= 0,000, p= 0,008, p= 0,000) e deficiência
x desvantagem vocal (p=0,020) e nos pacientes comunicando-se por meio da voz
esofágica ou traqueoesofágica, houve correlação entre deficiência e JGQV (p=0,032)
4.7 CORRELAÇÃO ENTRE INCAPACIDADE E DESVANTAGEM
VOCAL
A correlação entre os parâmetros JGQV, JGIV e JFC e a desvantagem vocal
apontou valor de p=0,0001, significante com uma correlação positiva (moderada) ou
seja são diretamente proporcionais (Figuras 1, 2 e 3).
scoretot
120100806040200
jgv grupos (61,78,89)
100
80
60
40
20
0
p=0,0001 e Valor de rho= .364 (correlação positiva)
Figura 1 - Gráfico da correlação entre JGQV e VHI
57
scoretot
120100806040200
jgi grupos(62,79,90)
100
80
60
40
20
0
p=0,0001 e Valor de rho= .329 (correlação positiva)
Figura 2- Gráfico da correlação entre JGIV e VHI
scoretot
120100806040200
jfc grupos (63,80,91)
100
80
60
40
20
0
p=0,0001 e Valor de rho= .356 (correlação positiva)
Figura 3 - Gráfico da entre JFC e VHI
58
4.8 CORRELAÇÃO ENTRE INCAPACIDADE VOCAL E
QUALIDADE DE VIDA
A correlação entre os parâmetros JGQV, JGIV e JFC e a qualidade de vida
apontou valor de p=0,0001, significante com uma correlação negativa (fraca), ou
seja, são inversamente proporcionais (Figuras 4, 5 e 6).
wscoret
100908070605040
jgv grupos (61,78,89)
100
80
60
40
20
0
p=0,0001 e Valor de rho= - .161 (correlação negativa)
Figura 4 - Gráfico da correlação entre JGQV e UW_QOL
59
wscoret
100908070605040
jgi grupos(62,79,90)
100
80
60
40
20
0
p=0,0001 e Valor de rho= - .068 (correlação negativa)
Figura 5 - Gráfico da correlação entre JGIV e UW_QOL
wscoret
100908070605040
jfc grupos (63,80,91)
100
80
60
40
20
0
p=0,0001 e Valor de rho= - .109 (correlação negativa)
Figura 6 - Gráfico da correlação entre JFC e UW_QOL
60
4.9 CORRELAÇÃO ENTRE DESVANTAGEM VOCAL E
QUALIDADE DE VIDA
A correlação entre a desvantagem vocal e a qualidade de vida apontou valor
de p=0,0001, significante com uma correlação negativa (moderada), ou seja, ambos
são inversamente proporcionais (Figura 7).
UW_QOL valor
100908070605040
VHI valor
120
100
80
60
40
20
0
Valor de p=0,0001 e Valor de rho= - .432 (correlação negativa)
Figura 7 - Gráfico da correlação entre VHI e UW_QOL
Obs- Vale lembrar que o UW-QOL e o VHI são inversos quanto à sua interpretação,
ou seja, no UW-QOL quanto mais próximo de 100, melhor a QV e no VHI, quanto
mais próximo de 120, pior a desvantagem vocal. Isto justifica a correlação positiva e
as negativas encontradas com a incapacidade vocal e a desvantagem ou qualidade de
vida, respectivamente. Ambas as correlações indicam que, quanto melhor a
incapacidade, melhor a desvantagem e melhor a qualidade de vida.
61
DISCUSSÃO
62
5 DISCUSSÃO
Avaliar a voz e a dimensão do impacto de suas alterações na qualidade de
vida, são fatores importantes para direcionar o maior empenho dos profissionais de
saúde nos aspectos que contribuem para uma melhor reabilitação do processo de
comunicação (COSTA NETO et al. 2000; LIST et al. 2000; ROGERS et al. 2002).
Embora as pesquisas nos últimos anos enfoquem o paciente de forma cada vez mais
holística, não há na literatura um mesmo estudo acerca da análise da voz, incluindo a
deficiência, a incapacidade e a desvantagem vocal, e da qualidade de vida,
comparativamente, de diferentes modalidades de tratamento do câncer avançado de
laringe e hipofaringe.
Uma vez que este estudo abrangeu pacientes com câncer avançado de laringe
e hipofaringe, participaram desta casuística, portanto, pacientes a partir do estadio
III. É interessante citar que para o estadiamento do câncer de laringe e hipofaringe,
são utilizados os critérios padronizados pela União Internacional Contra o Câncer
(UICC) ou da American Joint Committee on Cancer (AJCC), cuja classificação é
baseada nos dados observados antes de qualquer tratamento. São levados em
consideração o conjunto de dados dos exames laringóscopicos, a palpação do
pescoço, radiografias, e quando realizada, também da tomografia computadorizada
ou ressonância magnética (KOWALSKI et al. 2006a e b), conforme demonstrado
abaixo:
63
• Estádio I: T1 NO MO
• Estádio II: T2 NO MO
• Estádio III: T3 NO MO, T1-T3 N1 M0
• Estádio IVA: T4a NO-N1 MO, T1-T4a N2 MO
• Estádio IVB: T4b NO-N3 M0, qualquer T N3 M0
• Estádio IVC: Qualquer T qualquer N M1
Existem diferentes formas para medir deficiência, incapacidade e
desvantagem. A deficiência é evidenciada por diagnósticos clínicos e instrumentais.
Certos aspectos da deficiência, como qualidade vocal, podem ser medidos de forma
perceptiva, como a avaliação perceptivo-auditiva. A incapacidade pode ser medida
tanto pela avaliação objetiva quanto pela subjetiva da voz. As desvantagens vocais,
por sua vez, são avaliadas por diferentes questionários específicos, como o Voice
Handicap Index (VHI), o Voice-Related quality of Life Measure (V-RQOL), o Voice
Outcome Survey, o Voice Symptom Scale e o Voice Handicap Index-10 (VHI-10),
entre outros (YORKSTON et al. 1988; WHEELER et al. 2006).
Foram encontrados na literatura estudos prévios com tempo mínimo variado
de pós-tratamento. A maior parte deles foi realizada entre 3 meses e 1 ano (HASSAN
e WEYMULLER 1993; NALBADIAN et al. 2001; MULLER et al. 2001;
CARRARA-DE-ANGELIS et al. 2003; EADIE e DOYLE 2004; ROSEN et al. 2004;
EADIE e DOYLE 2005; SEWNAIK et al. 2005; KANDOGAN e SANAL 2005;
KAZI et al. 2006). Desta forma, para o presente estudo foi escolhido um tempo
mínimo de 6 meses pós-tratamento, baseado nos estudos supracitados.
64
Os dados encontrados na caracterização dos pacientes deste estudo estão de
acordo com os dados encontrados na literatura. Houve prevalência do sexo
masculino e de fatores de risco como tabagismo e etilismo. KOWALSKI et al.
(2006a e b) mencionam que o câncer de laringe e hipofaringe ocorrem mais
frequentemente em homens e a proporção no câncer laríngeo é de 6:1 e no câncer de
hipofaringe é de 2:1 a 10:1, tendo como principais fatores de risco o tabaco e o
álcool. Nesta casuística o sítio de lesão mais prevalente foi laringe, o estadiamento
foi T3N0M0 e a escolha do tratamento foi distribuída de forma heterogênea (tabela
2). A realização de esvaziamento cervical e radioterapia também foi prevalente em
algum momento do tratamento. Estes últimos dados concordam com a literatura no
que se refere ao tratamento de pacientes com estadiamento clínico avançado
(KOWALSKI et al. 2006a e b).
A seguir serão apresentados os itens abordados neste estudo: deficiência,
incapacidade e desvantagem vocal, assim como qualidade de vida. Ressalta-se que
não foi realizada a análise estatística dos pacientes com radioterapia adjuvante em
virtude do pequeno número de casos, o que pode ser um viés do estudo.
5.2 DEFICIÊNCIA VOCAL
Quanto à qualidade vocal de pacientes submetidos à laringectomia parcial,
houve predomínio de qualidade vocal rugosa, tensa e instável, pitch adequado ou
agudo e ressonância laringofaríngea. Estes dados concordam com os achados da
literatura que citam as mesmas deficiências (STRIJBOS et al. 1987; ISAACS et al.
1998; KOSZTYLA-HOJNA et al. 2001; TUCKER et al. 1989; HOASJOE et al.
65
1992; ZANARET et al.1993; LIMA et al. 1997; LACCOURREYE et al. 1998;
SHAN 1998; BIACABE et al. 1999; ANDRADE et al. 2000; AUGUSTYN 2000;
CARRARA-DE ANGELIS et al. 2000; ZHAO et al. 2001; XU et al. 2001; ASLAN
et al. 2002; PRADHAN et al. 2002; SILVA 2002; BERNALDEZ et al. 2003; KIM et
al. 2003; OLTHOFF et al. 2003; PETROVIC 2003; KASPERBAUER e THOMAS
2004; GLOBLEK et al. 2004; OZUDOGRU et al. 2004; MAAMOUN et al. 2004;
BEHLAU et al. 2005; BRAZ et al. 2005; CAKLI et al. 2005; DURSUN e
OZGURSOY 2005; GLOBLEK et al. 2005; HUANGFU et al. 2006; TEMAM et al.
2006). A alteração da fonte vibratória bem como o esforço fonatório na tentativa de
compensar a ineficiência laríngea, nas laringectomias parciais verticais, justifica as
alterações encontradas. No pós-operatório a fonação é produzida com a corda vocal
remanescente e com possibilidade de fibrose cicatricial ou com tecido de
reconstrução ou com laringe remanescente, que obviamente não apresentam as
mesmas características vibráteis do aparelho fonador. Pacientes submetidos à
laringectomia parcial supraglótica podem evoluir com edema pós-operatório
temporário das pregas vocais e, se combinado com radioterapia pós-operatória,
também pode levar a algumas alterações vocais. Alterações ressonantais também são
esperadas, devido às alterações desta função pela modificação do trato vocal que
passa a ser encurtado, bem como hipercinesia laríngea, para compensar os déficits de
deglutição, e fonação supraglótica (CARRARA-DE-ANGELIS et al. 2000). As
alterações de pitch dependem do predomínio dos fatores massa e rigidez.
A articulação foi considerada adequada ou com alteração discreta e a
modulação adequada, com alteração discreta ou moderada. Isso pode ser explicado
por edema e rigidez do sistema estomatognático após radioterapia, uma vez que 9
66
dos pacientes submetidos aos procedimentos parciais foram tambem submetidos à
radioterapia.
Observou-se que maior parte dos pacientes submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes apresentou qualidade vocal rugosa e ressonância
laringofaríngea. Espera-se esta qualidade vocal, possivelmente pela presença de
fibrose e conseqüente redução da mobilidade das pregas vocais, podendo também
haver o componente de soprosidade, tensão e instabilidade. As alterações
ressonantais, de articulação e de modulação possivelmente podem ser explicadas
pelos mesmos motivos supracitados em relação aos pacientes laringectomizados
parciais. Este dado vai ao encontro do estudo de CARRARA-DE-ANGELIS et al.
(2003), que encontraram os parâmetros rugosidade e soprosidade mais alterados em
pacientes com câncer avançado de laringe e hipofaringe, tratados por radioterapia e
quimioterapia concomitantes.
Em 2006, RIEGER et al. afirmaram boa qualidade vocal, e DUBOIS et al.
(2006) afirmaram, porém não especificaram, alguma deficiência vocal após esta
modalidade de tratamento.
Quando foi observada a deficiência vocal de pacientes submetidos a
diferentes tratamentos, com remoção total da laringe, e comunicando-se por meio da
voz esofágica ou traqueoesofágica, observou-se maior parte dos pacientes,
distribuída de forma homogênea, com qualidade vocal comprimida e tensa-
estrangulada e modulação alterada discretamente. Este dado concorda com os dados
de CECCON (2002), que ao estudar 18 pacientes laringectomizados totais
comunicando-se com voz traqueoesofágica observou predomínio de vozes neutras,
comprimidas e tensas-estranguladas.
67
Entende-se que todo paciente com fonação alaríngea comunicando-se com
vibrador laríngeo apresenta qualidade vocal metálica e intensidade e modulação
limitadas, portanto optou-se por avaliar somente o padrão articulatório, CPFA e ruído
de estoma. A articulação e CPFA estavam adequadas ou alteradas discretamentes.
Acredita-se que esta incoordenação seja devido ao paciente não ter se adaptado à
nova forma de respiração independente da fala.
5.2 AVALIAÇÃO DA INCAPACIDADE VOCAL
Com a publicação da ICIDH pela OMS, em 1980, houve a ampliação do
conceito de doença para o modelo doençadeficiênciaincapacidade
desvantagem e a partir de então os estudos direcionaram-se não somente para
caracterização de sinais e sintomas da doença, mas principalmente para suas
conseqüências na vida diária do paciente, abrangendo com isso suas incapacidades e
desvantagens advindas de uma determinada doença.
Optou-se por utillizar neste estudo o modelo proposto pelo ICIDH analisando
os parâmetros: inteligibilidade, naturalidade, aceitabilidade, agradabilidade, além do
JGQV, JGIV e JFC. Todos estes parâmetros foram julgados em relação aos 84
pacientes, independentemente da forma de comunicação utilizada, com exceção do
JGQV que não foi julgado para os 19 pacientes sem comunicação oral.
A escolha destes parâmetros supracitados para a análise da incapacidade
vocal baseou-se no conceito proposto por YORKSTON et al. (1988), que citam
inteligibilidade e naturalidade de fala como indicadores de incapacidade. Porém, é
importante lembrar que o julgamento que um dado ouvinte faz sobre a qualidade
68
vocal de um falante é subjetivo, e está diretamente relacionado às expectativas do
mesmo em relação ao falante (tais como sexo, idade, ambiente cultural, entre outros).
Sendo assim, os conceitos de agradabilidade e aceitabilidade também permeiamas
situações de comunicação, uma vez que quaisquer alterações nestes parâmetros, em
função de uma deficiência vocal, poderão acarretar uma voz desagradável ou
inaceitável do ponto de vista social. Uma vez que estes dois últimos parâmetros
podem interferir na díade falante x ouvinte, depreende-se também que possam
mensurar incapacidade vocal.
Quando a incapacidade vocal de pacientes submetidos à laringectomia parcial
foi analisada, observou-se inteligibilidade, naturalidade e aceitabilidade com
alteração discreta e impacto moderado ou severo na agradabilidade da voz. A
alteração severa da agradabilidade pode ter sido em função de 70% dos pacientes
apresentarem o componente tensão na voz, o que é interpretado, socialmente, como
não-agradável, ao contrário de outros parâmetros, como por exemplo a rugosidade,
que são bem mais aceitos socialmente, sinal de masculinidade, sensualidade, etc. Em
2001, BEHLAU et al. referiram que o componente de tensão causa grande impacto
negativo ao ouvinte
O JGQV dos pacientes laringectomizados parciais foi classificado como
razoável e isso pode ter sido devido 50% destes pacientes terem o grau global de sua
disfonia julgado como severo, 30% moderado e 20% discreto. O JGIV foi julgado
satisfatórios/razoável e JFC razoável. Acredita-se que estes juízos finais tenham sido
em função de todos os parâmetros analisados em conjunto.
O único paciente submetido à laringectomia parcial de resgate apresentou
inteligibilidade adequada, naturalidade, aceitabilidade e agradabilidade com
69
alterações discretas, JGQV e JFC satisfatórios e JGIV bom. A inteligibilidade
adequada concorda com a articulação julgada como adequada também e os outros
parâmetros julgados como bom e satisfatório não concordam com o grau global da
disfonia que foi severo.
Quanto à incapacidade vocal de pacientes submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes, a maior parte das alterações foram julgadas como
discretas, dados que estão de acordo com os encontrados no ítem deficiência vocal e
em relação ao grau global da disfonia que foi considerado sem alteração ou alterado
discretamente na maior parte dos pacientes. Consequentemente os itens JGQV e JFC
foram julgados também como satisfatórios e JGIV foi tido como bom-satisfatório.
Na análise dos 49 pacientes submetidos à remoção laríngea, a maior parte
apresentou alteração severa da inteligibilidade, naturalidade, aceitabilidade e
agradabilidade. Na clínica, um dos principais parâmetros que compromete a
inteligibilidade do falante alaríngeo é a loudness, não avaliada neste estudo.
Os parâmetros de naturalidade e aceitabilidade possivelmente estão
relacionados aos aspectos da qualidade vocal, geralmente aperiódica e mais grave do
que a dos falantes laríngeos. Vozes comprimidas ou tensa-estranguladas tendem a ser
avaliadas negativamente em termos de agradabilidade. Vale ressaltar que todos os
pacientes sem comunicação oral (19) tiveram estes parâmetros julgados como severo.
O parâmetro JGQV foi julgado, por motivos óbvios, apenas para os pacientes
que se comunicavam oralmente. Destes 30 pacientes, a maior parte apresentou JGQV
satisfatórios/razoável e o JGIV e JFC, dos 49 pacientes, foi julgado ruim para a
maioria deles. Este julgamento final deve-se a compilação de todos os parâmetros
anteriores.
70
Comparando-se a incapacidade da voz dos pacientes, com câncer laríngeo,
submetidos a diferentes tipos de tratamento, observou-se que os pacientes tratados
por radioterapia e quimioterapia concomitantes apresentaram os melhores resultados.
Houve diferença em todos os parâmetros analisados (inteligibilidade, naturalidade,
aceitabilidade e agradabilidade, além de JGQV, JGIV e JFC). Entende-se que este
resultado tenha sido em função de os pacientes dos grupos LT e LTr terem a forma
de comunicação distribuída de forma heterogênea (7 VTE, 11 sem comunicação
alaríngea, 5 VE e 4 VL) resultando, portanto, melhores resultados para os pacientes
com voz laríngea.
A mesma análise foi realizada com os pacientes, com câncer de hipofaringe,
submetidos a diferentes tratamentos. Houve diferença apenas para o parâmetro
naturalidade, aceitabilidade e agradabilidade onde o grupo submetido à radioterapia e
quimioterapia concomitantes apresentou os melhores resultados. Acredita-se que este
resultado seja em função destes pacientes comunicarem-se por meio de voz laríngea
e, também pelo fato de os pacientes do grupo FLT comunicarem-se
predominantemente por meio da VTE (5) e outras formas de comunicação que não a
alaríngea (2).
5.3 AVALIAÇÃO DA DESVANTAGEM VOCAL
JACOBSON et al. (1997) citam que um distúrbio vocal tem um devastante
impacto na atividade de vida diária do paciente e, consequentemente, em sua
qualidade de vida, porém poucos instrumentos têm sido desenvolvidos para avaliar
estas questões.
71
Neste estudo, utilizou-se o protocolo VHI (JACOBSON et al. 1997). É um
questionário muito útil na prática fonoaudiológica, pois pode ser usado para avaliar o
julgamento do paciente sobre o impacto de seu distúrbio vocal na sua atividade
diária, assim como a efetividade da terapia fonoaudiológica.
Há na literatura dois artigos que citam os valores de interpretação dos
resultados. ROSEN et al. (2000) citam que 50 é considerado um escore alto,
enquanto KANDOGAN e SANAL (2005) citam desvantagem leve (0-30),
desvantagem moderada (31-60) e desvantagem severa (60-120).
Na análise dos 3 domínios e do escore total do VHI em relação à casuística
geral, observou-se que o domínio mais pontuado foi o domínio funcional e o escore
total foi 31. Levando-se em consideração a interpretação supracitada houve, portanto,
nesta população uma desvantagem moderada. Este dado vai ao encontro de
MOERMAN et al. (2004) e KAZI et al. (2006) que encontraram maior pontuação no
domínio funcional e desvantagem moderada nos pacientes laringectomizados totais.
AZEVEDO (2006) também encontrou maior pontuação no domínio funcional e
desvantagem moderada quando analisou pacientes submetidos à laringectomia ou
faringolaringectomia total.
KAZI et al. (2006) acreditam que os aspectos funcionais tenham sido mais
afetados em função da idade e das seqüelas advindas de tratamentos prévios como
radioterapia e quimioterapia, como fibrose, xerostomia, odinofagia, mucosite, perda
do paladar, náuseas e etc...
Na análise dos 3 domínios e do escore total do VHI, de acordo com o
tratamento realizado observou-se que os menores escores foram para os pacientes
submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes e o maior para os
72
laringectomizados totais de resgate. Este resultado torna-se esperado, uma vez que
pacientes comunicando-se com fonação laríngea devem ter uma percepção melhor de
sua deficiência vocal em relação aos pacientes laringectomizados totais de resgate
independente da forma de comunicação.
STEWART et al. (1998) analisaram pacientes submetidos à laringectomia
total com radioterapia adjuvante e encontraram maiores escores para o domínio
emocional e funcional, cujos valores foram similares ao encontrados no presente
estudo. Em ambos estudos, as desvantagens foram consideradas leves.
Em 2001, WEINSTEIN et al. compararam pacientes com laringectomia
parcial e total, usando prótese traqueoesofágica, e observaram que os pacientes
submetidos ao procedimento parcial percebem sua voz melhor. Isso foi observado,
também, quando os pacientes laringectomizados parciais do presente estudo, embora
tenham apresentado desvantagem leve como os laringectomizados totais,
demonstraram menor escore.
MELECA et al. (2003) avaliaram 14 pacientes tratados com radioterapia e
quimioterapia concomitantes, através do VHI, e encontraram desvantagem leve nos
domínios funcional, físico e emocional. Nesta casuística, foi encontrado o mesmo
achado.
SEWNAIK et al. (2005) não encontraram diferenças quanto ao VHI quando
compararam grupos de laringectomia parcial e total, ambos de resgate. Este resultado
vai de encontro aos achados do presente estudo, uma vez que, o único paciente
laringectomizado parcial de resgate demonstrou desvantagem severa e os
laringectomizados totais de resgate apontaram desvantagem moderada.
73
Na análise dos resultados dos 3 domínios e do escore total do VHI dos
pacientes, cujo sítio de lesão foi laringe, submetidos à RXT+QT, LT e LTr
observou-se diferença para os domínios funcional, emocional e para o escore total
com os piores resultados para o grupo submetido à LTr. Acredita-se que este
resultado seja devido os pacientes do grupo LTr comunicarem-se predominantemente
por meio de outras formas de comunicação como fala bucal ou escrita (2 pacientes
comunicam-se por meio de VL, 1 por meio da VTE, 1 por meio da VE e 6 sem
comunicação oral).
Na análise dos resultados dos 3 domínios e do escore total do VHI dos
pacientes, cujo sítio de lesão foi hipofaringe, submetidos à RXT+QT e FLT
observou-se diferença apenas para o domínio funcional com piores resultados para
grupo submetido à FLT. Acredita-se que, neste caso, essa diferença seja devido os
pacientes do grupo FLT comunicarem-se predominantemente por meio da VTE (5)
enquanto 2 pacientes não apresentavam comunicação oral.
Esses resultados concordam com os estudos supracitados.
5.4 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA
Nos últimos vinte anos houve um aumento no número de estudos acerca da
qualidade de vida dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço para pontuar o
impacto da doença e de seu tratamento na vida diária do paciente. Devido às
características anatômicas da região da cabeça e pescoço, o tratamento deste câncer
pode resultar em déficits nas mais importantes funções, como respiração, deglutição,
fala e fonação. Além disso, o paciente pode evoluir com desfiguração e
74
incapacidades funcionais que de uma forma ou de outra podem afetar sua qualidade
de vida.
Neste estudo foi utilizado o questionário de qualidade de vida UW-QOL
versão 4. É especifico para câncer de cabeça e pescoço, multifatorial, breve, barato,
preciso, identificando alterações sutis e refletindo a qualidade de vida como indicada
pelo paciente (HASSAN e WEYMULLER 1993).
Para a casuística geral os domínios com os menores escores foram saliva e
humor. A QV foi considerada entre excelente e boa para a maior parte dos pacientes.
Ressalta-se Estes dados concordam com os resultados de VARTANIAN et al. (2004)
que analisaram a qualidade de vida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço e
observaram que a maior parte dos pacientes referiu a sua qualidade de vida como boa
ou excelente.
A maior parte dos pacientes (96,4%) foi avaliada após um ano do término do
tratamento oncológico, o que implica, possivelmente, que estes pacientes tenham se
adaptado à nova condição de vida e aprendido a lidar com as conseqüências do
câncer e de seu tratamento. DELEYIANNIS et al. (1999) cita que dois anos após o
término do tratamento oncológico, do câncer de laringe e hipofaringe, os pacientes
relataram boa ou excelente qualidade de vida e isso deve-se às adaptações dos
mesmos frente à nova situação de vida.
O grupo submetido à LTr apresentou os menores escores para 5 dos 12
domínios (deglutição, mastigação, fala, paladar e humor), no entanto seu composit
score foi 77. Estes dados concordam com os dados de VILASECA et al. (2006), que
estudando qualidade de vida após laringectomia total e laringectomia total de resgate
75
encontraram o domínio paladar como um dos mais prejudicados. A qualidade de vida
no longo prazo não foi diminuída.
Para vários autores a qualidade de vida entre pacientes submetidos à RXT +
QT e submetidos à cirurgia com radioterapia adjuvante é similar (MAJOR et al.
2001; HANNA et al. 2004; LOTEMPIO et al. 2005; EL DEIRY et al. 2005). Apenas
TERRELL et al. (1998) afirmaram que a qualidade de vida dos pacientes submetidos
à radioterapia e quimioterapia concomitante é melhor. Na presente casuística os
dados também mostram similaridade nestas duas modalidades de tratamento. Embora
TERRELL et al. (1998) tenham elucidado que pacientes submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes tenham melhores escores para qualidade de vida, deve-
se levar em conta os efeitos tóxicos do tratamento como edema, disfagia, odinofagia,
disfonia, aspiração, radionecrose da laringe ou dor que podem afetar em maior ou
menor grau sua qualidade de vida.
RIEGER et al. (2006) afirmaram que pacientes com câncer de cabeça e
pescoço submetidos à radioterapia e quimioterapia concomitantes apresentam
qualidade de vida ruim, melhorando com o tempo e de acordo com o sítio de lesão.
Neste presente estudo foi observado o contrário, uma vez que o escore total deste
grupo foi 84.
DELEYIANNIS et al. (1999) analisaram a qualidade de vida, por meio do
UWQOL, de pacientes com câncer de laringe e hipofaringe submetidos à
laringectomia total e observaram que as limitações funcionais avaliadas pelo
questionário não implicaram em pior qualidade de vida. Este dado concorda com os
achados do presente estudo.
76
MULLER et al. (2001), quando analisaram pacientes com câncer de laringe e
submetidos a diferentes tratamentos: laringectomia parcial, laringectomia total,
radioterapia exclusiva e laringectomia total + radioterapia, encontraram melhor
qualidade de vida nos pacientes com laringe preservada. No nosso estudo não houve
diferença na qualidade de vida geral dos pacientes submetidos a diferentes
tratamentos, embora o grupo submetido à LTr tenha apresentado o menor escore total
e o grupo submetido à LT o maior escore total.
Em 2005, SEWNAIK et al. investigaram a qualidade de vida após
laringectomia parcial e total, ambas de resgate, e verificaram que não houve
diferença na qualidade de vida após ambos os tratamentos. No presente estudo
evidenciou-se boa qualidade de vida para ambos grupos, embora o melhor escore
tenha sido para o paciente laringectomizado parcial de resgate. Ressalta-se o viés
desta análise, uma vez que houve apenas um paciente submetido à laringectomia
parcial de resgate.
Em estudo recente, KAZI et al. (2007a) analisaram a qualidade de vida de
pacientes laringectomizados totais e observaram que a maior parte dos pacientes
afirmou qualidade de vida geral entre muito boa e boa. Os domínios menos
pontuados foram aparência, atividade, recreação, fala e paladar. Estes resultados
foram similares aos deste estudo, uma vez que a qualidade de vida dos pacientes
desta análise também teve altos escores, embora com domínios diferentes.
Quando se comparou os pacientes com câncer de laringe, submetidos a
diferentes tratamentos (RXT+QT, LT e LTr), observou-se que houve diferença para
os domínios mastigação, paladar, humor e o composit score com piores resultados
para o grupo dos pacientes submetidos à LTr.
77
Na comparação dos pacientes com câncer de hipofaringe, submetidos a
diferentes tratamentos (RXT+QT, FLT) houve diferença apenas para o domínio
saliva e o grupo submetido à RXT+QT apresentou o pior resultado. Isto deve-se,
provavelmente, às sequelas advindas do tratamento como já foi comentado
anteriormente.
Nestas duas últimas comparações supracitadas ressalta-se que, além da
diferenças estatística, os dados, destes domínios, foram clinicamente relevante para
qualidade de vida, uma vez que houve diferença maior que seis pontos entre os
grupos analisados. VARTANIAN et al.( 2004) cita que havendo diferença igual ou
maior que 6, os dados são clinicamente relevantes.
A correlação entre incapacidade (JGQV, JGIV e JFC) e desvantagem vocal e
qualidade de vida foi significante, indicando que o julgamento subjetivo de tais
parâmetros, pelo clínico, mostrou concordância com a percepção que o paciente teve,
tanto de sua desvantagem vocal quanto de sua qualidade de vida.
Vale ressaltar que a literatura não observa relação entre resultados funcionais
vocais e qualidade de vida (STEWART et al. 1998; FINIZIA e BERGMAN 2001;
HANNA et al. 2004; EADIE e DOYLE 2004; BARROS et al. 2005; VILASECA et
al. 2006; AZEVEDO 2006), mas avalia estes resultados funcionais sempre do ponto
de vista do clínico, e com julgamento da deficiência. Este estudo demonstra que,
quando a voz é avaliada do ponto de vista realmente funcional, ou seja, em seus
aspectos de inteligibilidade, naturalidade, agradabilidade e aceitabilidade, os quais
refletem-se nas situações sociais, profissionais e emocionais, há correlação, sim,
com a qualidade de vida.
78
Isto sugere que as equipes multidisciplinares direcionem seus esforços no
aspecto de incapacidade vocal e não no de deficiência/alteração vocal, como vem
sendo feito, se o objetivo final é a qualidade de vida.
Além disso, novos estudos devem ser conduzidos, buscando-se uma
ampliação dos aspectos de incapacidade e desvantagem para as potencialidades
vocais de cada paciente.
79
CONCLUSÕES
80
6 CONCLUSÕES
1. Pacientes submetidos ao tratamento do câncer avançado de laringe e/ou
hipofaringe apresentam diferentes tipos e graus de deficiência vocal;
2. As deficiências vocais após o tratamento do câncer avançado de laringe e/ou
hipofaringe refletem-se em diferentes tipos e graus de incapacidade vocal,
sendo os melhores resultados para os pacientes submetidos ao tratamento de
RXT + QT;
3. As deficiências e incapacidades vocais após o tratamento do câncer avançado
de laringe e/ou hipofaringe refletem-se em diferentes graus de desvantagem
vocal;
4. A maior parte dos pacientes tratados do câncer avançado de laringe e/ou
hipofaringe apresenta QV boa-excelente, independentemente do tipo de
tratamento;
5. Quanto menor a incapacidade vocal, menor a desvantagem vocal e melhor a
qualidade de vida de pacientes após o tratamento do câncer avançado de
laringe e/ou hipofaringe;
81
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ANEXOS
Anexo 1 - Aprovação do Projeto de Pesquisa pelo Comitê de Etica
Anexo 2 - Termo de consentimento livre e esclarecido avaliação da voz e qualidade
de vida após o tratamento para o câncer avançado de laringe e/ou hipofaringe
Introdução
Convidamos você a participar de um estudo onde se pretende avaliar clinicamente a voz do
paciente, a percepção da sua qualidade de vida e limitação vocal e comparar, posteriormente,
a avaliação vocal, a limitação e a qualidade de vida de pacientes submetidos a diferentes
tratamentos para o câncer avançado de laringe e/ou hipofaringe.
A participação neste estudo é completamente voluntária. Você terá tempo suficiente para
decidir se quer participar ou não.
Se concordar em participar deste estudo, o pesquisador (um fonoaudiólogo) pedirá o seu
consentimento por escrito. Então, você será convidado a preencher um questionário que
avaliará a sua percepção sobre a sua qualidade de vida, um questionário que avaliará sua
limitação vocal e duas avaliações fonoaudiológicas clínicas.
Para sua inclusão no estudo será necessário que você tenha no mínimo 6 meses de término
do tratamento.
Aplicação dos Questionários
Se você decidir participar do estudo, você receberá dois questionários: UW-QOL versão 4,
que avalia qualidade de vida após câncer de cabeça e pescoço e VHI que avalia a percepção
de sua limitação vocal. A duração estimada para a aplicação destes protocolos é de
aproximadamente 40 minutos.
Gravação da Voz
Caso concorde em participar deste estudo você será submetido à gravação de sua voz. Você
será solicitado a ficar posicionado em pé e emitir a vogal /a/, contar os números de 1 a 10 e
falar um trecho sobre sua família ou trabalho, o que durará em torno de 5 minutos.
Benefícios e Riscos Potenciais do Estudo
Os benefícios potenciais obtidos com este estudo incluem a possibilidade de aquisição de
informações que poderão proporcionar melhor conhecimento sobre os pacientes, podendo
resultar em mudanças no planejamento terapêutico e de reabilitação, visando direcionar o
maior empenho dos profissionais de saúde nos aspectos que contribuem para uma melhor
reabilitação do processo de comunicação.
Este estudo também poderá trazer benefícios futuros para outros pacientes com os mesmos
problemas.
Não há qualquer risco esperado na realização deste estudo.
Descontinuação do Estudo
Sua participação neste estudo é completamente voluntária e você é livre para descontinuar do
estudo a qualquer momento, sem que isto afete a qualidade do tratamento oferecido por seu
médico. Você não precisará dizer por que deseja desligar-se do estudo.
Registro dos Pacientes
Se você participar do estudo, seus registros precisarão ficar disponíveis para o Pesquisador,
as autoridades regulatórias e sanitárias pertinentes ou poderão ser publicados com fins
científicos, porém sua identidade permanecerá confidencial.
Dúvidas
Se qualquer problema ou pergunta surgirem a respeito do estudo, quanto a seus direitos
como participante de uma pesquisa clínica ou a respeito de qualquer dano relacionado à
pesquisa, você deverá entrar em contato com:
Fga Elma Heitmann Mares Azevedo Tel. 2189-5123/ 52124
Por favor, guarde estas informações para consulta futura.
Formulário de Consentimento do Paciente
Li e entendi este folheto de informações ao paciente e formulário de consentimento
composto de duas páginas. Concordo voluntariamente em participar do estudo acima.
Entendo que mesmo após ter assinado o formulário de consentimento, posso deixar de
participar do estudo a qualquer momento, sem dizer o motivo, e sem detrimento ao meu
tratamento presente ou futuro pelo médico.
Recebi uma cópia deste folheto de informações ao paciente e formulário de consentimento
para levar comigo.
Anexo 3 - Ficha de Registro de Dados
Em:.................................................2006
Nome por extenso: .....................................................................................................
Assinatura: .................................................................................................................
Investigador:..............................................................................................................
Assinatura...............................................................................................................
IDENTIFICAÇÃO
1. Nome:_________________________________________
2.RGH:____________ .....................................................|___|___|___|___|___|__|
3. Sexo: (1) M (2)F ....................................................................................|___|
4.Idade: ________.............................................................................................|___|
5. Data de Nascimento_____/_____/_____ ...............................................|__|__|__|
6. Estado Civil: (1) S (2) C (3) V (4) D ...............................................................|___|
7.Filhos: (0) Não (1) Sim...................................................................................|___|
8. Escolaridade: (0) analfabeto (1) 1º grau Incompleto (2) 1º grau completo.....|___|
(3) 2º grau incomp (4) 2º grau completo (5) Sup incomp (6) Superior completo
9. Trabalha atualmente: (0) Não (1) Sim .......................................................... .|__|
10. Fumo: (0) nunca (1) parou (2) mantém o vício ...................... .....|__|
11.Álcool: (0) nunca (1) parou (2) mantém o vício..................... .......|__|
12. Estádio T: (1) T1 (2) T2 (3) T3 (4) T4 (5) Tx............................. ......|__|
13. Estádio N: (0) N0 (1) N1 (2) N2 (3) N3 (4)Nx ....................................|__|
14. Estádio M: (0) M0 (1) M1 .....................................................................|__|
15. Local tumor: (1) Laringe (2) Hipofaringe ............................... ...............|__|
16.Tratamento primário .....................................................................................|___|
(1) cirurgia (2) Rxt (3) Rxt + QT
17.Tipo deCirurgia: ..............................................................................................|__|
(0) Não (1) LHSG (2) Near-total (3) LT (4) FLT (5) rLHSG
(6) rNear-total (7) rLT (8) rFLT (9) outras
18.Estruturas ressecadas: ...............................................................................|___|
(0) Não (1) Faringe (2) Laringe (3) Base de língua
19. Tipo de reconstrução: ....................................................................................|__|
(0) Não (1) Sutura primária (2) Miocutâneo (3) Microcirúrgica
(4) Outra__________
20. Tipo de retalho: ..............................................................................................|__|
(0) não (1) Peitoral maior (2) Jejuno (3) Lateral do braço
(4) Outros______________________
21. Esvaziamento ipsilateral: .............................................................................|__|
(0) Não (1)Radical (2)Rad. modificado (3)EJC (4) Recorrencial (5) SOH
22. Esvaziamento Contralateral:........................................................................|___|
(0) Não (1) Radical (2)Rad. modificado (3) EJC (4) Recorrencial (5) SOH
23. Tratamento Radioterápico: ...................................................................|___ (0) Não (1)
RT exclusiva (2) RT + QT (3) Pré-op (4) Pós-op
24. RT dose _________cGy .................................................... ..|___|___|___|___|
25. Data inicio: ___/___/____.................................................... ..|___|___|___|___|
26.Data Término: ___/___/____...................................................|___|___|___|___|
27. Terapia Fonoaudiológica: ...........................................................................|___|
(0) Não (1) Sim
28. Número de sessões: ...........................................................................|___|___|
29. Meio de comunicação: ...............................................................................|___|
(1) Voz laríngea (2) VE (3) VTE (4) Vibrador Laríngeo (5) outros
Anexo 4 - Questionário de qualidade de vida da Universidade de Washington –
Versão 4 (validado e adaptado para o português por VARTANIAN et al. 2006a)
Este questionário pergunta sobre sua saúde e qualidade de vida durante os últimos sete dias.
Por favor, responda a todas as questões marcando uma alternativa para cada questão.
1. Dor (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Eu não tenho dor
75 [ ] Há dor leve não necessitando de medicação
50 [ ] Eu tenho dor moderada, requerendo uso de medicação regularmente (codeína ou não
narcóticos)
25 [ ] Eu tenho dor severa controlada somente com medicamentos controlados (narcóticos)
0 [ ] Eu tenho dor severa, não controlada por medicação
2. Aparência (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Não há mudança na minha aparência
75 [ ] A mudança na minha aparência é mínima
50 [ ] Minha aparência me incomoda, mas eu permaneço ativo
25 [ ] Eu me sinto desfigurado significativamente e limito minhas atividades devido a minha
aparência
0 [ ] Eu não posso estar com outras pessoas devido a minha aparência
3. Atividade (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Eu estou tão ativo quanto sempre estive
75 [ ] Existem vezes em que não posso manter meu ritmo antigo, mas não frequentemente
50 [ ] Eu estou frequentemente cansado e tenho diminuído minhas atividades embora eu
ainda saia de casa
25 [ ] Eu não saio de casa porque eu não tenho força
0 [ ] Eu geralmente fico na cama ou na cadeira e não saio de casa
4. Recreação (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Não há limitações para recreação em casa ou fora de casa
75 [ ] Há poucas coisas que eu não posso fazer, mas eu ainda saio de casa para se divertir
50 [ ] Há muitas vezes que eu gostaria de sair mais de casa, mas eu não estou bem para isso
25 [ ] Há limitação severa para o que eu posso fazer, geralmente eu fico em casa e assisto
TV
0 [ ] Em não posso fazer nada agradável
5.Deglutição (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Eu posso engolir tão bem como sempre
67 [ ] Eu não posso engolir algumas comidas sólidas
33 [ ] Eu posso engolir somente comidas líquidas
0 [ ] Eu não posso engolir porque desce errado e me sufoca
6.Mastigação (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Eu posso mastigar tão bem como sempre
50 [ ] Eu posso comer alimentos sólidos leves mas não consigo mastigar algumas comidas
0 [ ] Eu não posso mastigar nem mesmo alimentos leves
7.Fala (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Minha fala é a mesma que sempre
67 [ ] Eu tenho dificuldade para dizer algumas palavras mas eu posso ser entendido mesmo
ao telefone
33 [ ] Somente minha família e amigos podem me entender
0 [ ] Eu não sou entendido pelos outros
8. Ombro (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Eu não tenho problemas com meu ombro
67[ ] Meu ombro é endurecido mas isto não afeta minha atividade ou força
33 [ ] Dor ou fraqueza em meu ombro me fizeram mudar meu trabalho
0 [ ] Eu não posso trabalhar devido problemas com meu ombro
9. Paladar (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Eu sinto sabor da comida normalmente
67 [ ] Eu sinto o sabor da maioria das comidas normalmente
33 [ ] Eu posso sentir o sabor de algumass comidas
0 [ ] Eu não sinto o sabor de nenhuma comida
10. Saliva (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Minha saliva é de consistência normal
67 [ ] Eu tenho menos saliva que o normal, mas ainda é o suficiente
33 [ ] Eu tenho muito pouca saliva
0 [ ] Eu não tenho saliva
11. Humor (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Meu humor é excelente e não foi afetado por causa de meu câncer
75 [ ] Meu humor é geralmente bom e é somente afetado por causa de meu câncer
ocasionalmente
50 [ ] Eu não estou nem com bom humor nem deprimido por causa de meu câncer
25 [ ] Eu estou um pouco deprimido por causda de meu câncer
0 [ ] Eu estou extremamente deprimido por causa de meu câncer
12. Ansiedade (marque uma alternativa [ ])
100 [ ] Eu não estou ansioso por causa de meu câncer
67 [ ] Eu estou um pouco ansioso por causa de meu câncer
33 [ ] Eu estou ansioso por causa de meu câncer
0 [ ] Eu estou muito ansioso por causa de meu câncer
Quais problemas tem sido os mais importantes para você durante os últimos 7 dias?
Marque [ ] em até 3 alternativas
Dor Deglutição Paladar
Aparência Mastigação Saliva
Atividade Fala Humor
Recreação Ombro Ansiedade
Questões gerais
Comparado com o mês antes de você desenvolver o câncer, como você classificaria sua
qualidade de vida relacionada à saúde (marque uma alternativa):
[ ] Muito melhor
[ ] Um pouco melhor
[ ] Mais ou menos o mesmo
[ ] Um pouco pior
[ ] Muito pior
Em geral, você poderia dizer que sua qualidade de vida relacionada à saúde nos últimos 7
dias tem sido: (marque uma alternativa [ ])
[ ] Excelente
[ ] Muito boa
[ ] Boa
[ ] Média
[ ] Ruim
[ ] Muito ruim
De um modo geral a qualidade de vida inclui não somente saúde física e mental, mas
também muitos outros fatores, tais como família, amigos, espiritualidade, atividades de lazer
pessoal que são importantes para sua satisfação com a vida. Considerando tudo em sua vida
que contribui para seu bem-estar pessoal, classifique a sua qualidade de vida em geral
durante os últimos 7 dias. (marque uma alternativa: [ ])
[ ] Excelente
[ ] Muito boa
[ ] Boa
[ ] Média
[ ] Ruim
[ ] Muito ruim
Por favor descreva quaisquer outros problemas (médicos ou não médicos) que são
importantes para sua qualidade de vida e que não tenham sido adequadamente mencionados
pelas nossas perguntas (você pode anexar folhas adicionais se necessário).
Anexo 5 - VHI (Voice Handicap Index) – Índice de Desvantagem Vocal
(JACOBSON et al. 1997)
Nome:____________________________ Data:___/___/___ RGH _____________
Não preencher este espaço:
4Profissional da voz: ( ) Sim ( ) Não / Profissional da Música: ( ) Sim ( ) Não
Notas: F: ______/ P: ______ E: _____// Total (somar todos os valores):______
da voz: ( ) Sim ( ) Não / Profissional da Música: ( ) Sim ( ) Não
Notas: F: ______/ P: ______ E: _____// Total (somar todos os domínios)
Preencher daqui para baixo:
Eu necessito ativamente da minha voz primeiramente para:
a) minha profissão ( qual:________________________)
b) atividades fora do trabalho ( comunidade, organizações, clubes,...)
c) conversação diária
Eu necessito ativamente da minha voz para o canto, por ser
a) minha profissão (cantor - primeiramente, estudante da área de voz)
b) atividades fora do meu trabalho ( coral, cantor de banda – membro secundário)
c) nenhuma das acima. Eu não canto.
Eu classifico (em números) a minha voz como atividade de fala da seguinte forma (coloque
um círculo):
1 2 3 4 5 6 7
Quieto Conversador Extremamente Conversador
Instruções: Este questionário tem sido utilizado para as pessoas que descrevem as suas vozes
e as repercussões dela em suas vidas. Circule o número que você tem experimentado com
mais freqüência.
0 = Nunca 1 = Quase Nunca 2 = Algumas Vezes 3 = Quase Sempre 4 = Sempre
Parte I – F
1) Minha voz faz com que eu tenha dificuldade de ser entendido. 0 1 2 3 4
2) As pessoas têm dificuldade de me entender em lugares barulhentos. 0 1 2 3 4
3) Minha família tem dificuldade em ouvir-me quando eu falo com eles de um lado para
outro na minha casa. 0 1 2 3 4
4) Eu uso pouco o telefone freqüente em relação ao que eu gostaria de usar. 0 1 2 3 4
5) Eu tento evitar grupos de pessoas por causa da minha voz. 0 1 2 3 4
6) Eu não falo com amigos, vizinhos e parentes muito freqüentemente por causa da minha
voz . 0 1 2 3 4
7) As pessoas pedem para eu repetir o que falei quando estão conversando comigo
pessoalmente. 0 1 2 3 4
8) As dificuldade da minha voz restringem a minha vida social e pessoal. 0 1 2 3 4
9) Eu me mantenho fora dos bate-papos por causa da minha voz. 0 1 2 3 4
10) O problema da minha voz altera o meu rendimento salarial. 0 1 2 3 4
Parte II – P
1) Falta-me ar quando eu falo. 0 1 2 3 4
2) O som da minha voz varia durante o dia. 0 1 2 3 4
3) As pessoas falam “O que há de errado com a sua voz? ” 01 2 3 4
4) O som da minha voz é áspero e seco. 0 1 2 3 4
5) Eu sinto que eu tenho que forçar para sair minha voz. 0 1 2 3 4
6) A clareza da minha voz é imprevisível. 01 2 3 4
7) Eu tento mudar minha voz para um som diferente. 0 1 2 3 4
8) Eu me esforço muito para falar. 0 1 2 3 4
9) Minha voz é pior a noite. 0 1 2 3 4
10) Minha voz desaparece na metade da conversa. 01 2 3 4
Parte III – E
1) Eu fico tenso quando estou falando com outras pessoas por causa da minha voz. 0 1 2 3
4
2) As pessoas parecem ficar irritadas por causa da minha voz. 0 1 2 3 4
3) Eu acho que algumas pessoas não entendem o problema da minha voz. 0 1 2 3 4
4) Minha voz me perturba. 0 1 2 3 4
5) Eu sou um pouco extrovertido em razão do meu problema vocal. 0 1 2 3 4
6) Minha voz me faz incapacitado. 0 1 2 3 4
7) Eu me sinto aborrecido quando as pessoas me pedem para repetir. 0 1 2 3 4
8) Eu fico envergonhado quando as pessoas falam para eu repetir. 0 1 2 3 4
9) Minha voz faz com que eu me sinta incompetente. 0 1 2 3 4
10)Eu me sinto humilhado em razão do meu problema vocal. 0 1 2 3 4
Anexo 6 – Protocolo de avaliação perceptivo-auditiva da voz laríngea
Nome:______________________________________RGH:____________________
A) Avaliação da Deficiência Vocal:
49) G ( ) R ( ) B ( ) A ( ) S ( ) I ( )
50) Pitch: [1] adequado [2] agudo [3] grave
51) Ressonância: [1] equilibrada [2] laringofaríngea [3] faríngea [4] hipernasal
52) Modulação da fala: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4]
alteração severa
53) Articulação: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
54) Fluência: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
55) CPFA: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração severa
56) TMF: ______________
B) Avaliação da Incapacidade Vocal:
57) Inteligibilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
58) Naturalidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
59) Aceitabilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
60) Agradabilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
61) Julgamento Geral da Qualidade Vocal: [1] bom [2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
62) Julgamento Geral da Inteligibilidade Vocal: [1] bom [2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
63) Julgamento Final da Comunicação: [1] bom[2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
Anexo 7 - Protocolo de avaliação perceptivo-auditiva da voz alaríngea (voz
esofágica e traqueoesofágica)
Nome:______________________________________RGH:____________________
A) Avaliação da Deficiência Vocal:
64) Qualidade Vocal: [1] neutra [2] soprosa [3] comprimida [4] tensa-estrangulada
65) Grau da Qualidade Vocal: [1] adequada [2] discreto [3] moderado [4] severo
66) Pitch: [1] adequado [2] agudo [3] grave
67) Modulação da fala: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4]
alteração severa
68) Articulação: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
69) Fluência: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
70) CPFA: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração severa
71) TMF: ______________
72) Ruído de estoma: [1]ausente [2]discreto [3] moderado [4] severo
73) clunck da deglutição: [1]ausente [2]discreto [3] moderado [4] severo
B) Avaliação da IncapacidadeVocal:
74) Inteligibilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
75) Naturalidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
76) Aceitabilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
77) Agradabilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
78) Julgamento Geral da Qualidade Vocal: [1] bom [2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
79) Julgamento Geral da InteligibilidadeVocal: [1] bom [2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
80) Julgamento Final da Comunicação: [1] bom [2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
Anexo 8 – Protocolo de avaliação perceptivo-auditiva da voz alaríngea (vibrador
laríngeo)
Nome:______________________________________RGH:____________________
A) Avaliação da DeficiênciaVocal:
81) Articulação: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
82) Fluência: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
83) CPFA: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração severa
84) Ruído de estoma: [1]ausente [2]discreto [3] moderado [4] severo
B) Avaliação da Incapacidade Vocal:
85) Inteligibilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
86) Naturalidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
87) Aceitabilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
88) Agradabilidade: [1] adequada [2] alteração discreta [3] alteração moderada [4] alteração
severa
89) Julgamento Geral da Qualidade Vocal: [1] bom [2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
90) Julgamento Geral da InteligibilidadeVocal : [1] bom [2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
91) Julgamento Final da Comunicação: [1] bom [2] satisfatório [3] razoável [4] ruim
Anexo 9 - Características da escala GRBASI de acordo com a avaliação perceptivo-
auditiva, quanto à deficiência vocal, de pacientes submetidos à laringectomia parcial
(n=11).
Tratamento
Variável Categoria
LP (n=10)
N(%)
LPr (n=1)
N(%)
Qualidade Vocal
Rugosa
Soprosa
Astênica
Tensa
Instável
Ausente
10 (100)
3(30)
0
7 (70)
6 (60)
0
1(100)
1(100)
0
0
0
0
Grau Geral da
Disfonia
Grau da Rugosidade
Grau da Soprosidade
Grau da Astenia
Grau da Tensão
Grau da
Instabilidade
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
2 (20)
3 (30)
5 (50)
0
2 (20)
3 (30)
5 (50)
7 (70)
0
2 (20)
1(10)
0
0
0
0
4 (40)
2 (20)
3 (30)
1 (10)
7 (70)
1 (10)
2 (20)
0
0
0
1 (100)
0
0
0
1
0
1 (100)
0
0
0
0
0
0
0
1 (100)
0
0
0
0
0
0
LP: laringetomia parcial; LPr: laringectomia parcial de resgate
Anexo 10 - Características da escala GRBASI de acordo com a avaliação perceptivo-
auditiva, quanto à deficiência vocal, de pacientes, submetidos à radioterapia e
quimioterapia concomitantes (n=24).
Variável
Categoria
Tratamento
Rxt + QT (n=24)
N(%)
Qualidade Vocal
Grau Geral da Disfonia
Grau da Rugosidade
Grau da Soprosidade
Grau da Astenia
Grau da Tensão
Grau da Instabilidade
Rugosa
Soprosa
Astênica
Tensa
Instável
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
Ausente
Discreto
Moderado
Severo
22 (91,7)
5 (20,8)
0
9 (37,5)
10 (41,6)
5 (20,8)
9 (37,5)
7 (29,2)
3 (12,5)
2 (8,3)
11 (45,8)
5 (20,8)
6 (25)
19 (79,2)
3 (12,5)
2 (8,3)
0
0
0
0
0
15 (62,5)
7 (29,2)
2 (8,3)
0
14 (58,3)
8 (33,3)
2 (8,3)
0
RXT+QT: Radioterapia e quimioterapia concomitantes
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