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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO
DO ESTADO E DA REGIÃO DO PANTANAL - UNIDERP
MARTA OLINDA DOS SANTOS CARA
O ESTADO DA ARTE DOS ESTUDOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM
MATO GROSSO DO SUL:
A PRODUÇÃO DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU
CAMPO GRANDE – MS
2006
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MARTA OLINDA DOS SANTOS CARA
O ESTADO DA ARTE DOS ESTUDOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM
MATO GROSSO DO SUL:
A PRODUÇÃO DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em nível de Mestrado Acadêmico em
Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da
Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da
Região do Pantanal, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional.
Orientação:
Prof. Dr. Gilberto Luiz Alves
Profa. Dra. Albana Xavier Nogueira
Profa. Dra. Lúcia Elvira Alicia Raffo de Mascaró
CAMPO GRANDE – MS
2006
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Candidata: Marta Olinda dos Santos Cara
Dissertação defendida e aprovada em 28 de setembro de 2006 pela Banca Examinadora:
__________________________________________________________
Prof. Doutor Gilberto Luiz Alves (orientador)
Doutor em Educação
__________________________________________________________
Profa. Doutora Maria Eugênia Carvalho do Amaral (UFMS)
Doutora em Ecologia
__________________________________________________________
Prof. Doutor Silvio Favero (UNIDERP)
Doutor em Agronomia
_________________________________________________
Prof. Doutor Silvio Favero
Coordenador do Programa de Pós-Graduação
em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional
________________________________________________
Prof. Doutor Raysildo Barbosa Lôbo
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UNIDERP
Dedico este trabalho ao meu esposo João,
às minhas filhas e genros, Giorgia e Júnior,
Bianca e Fernando, pelo carinho, incentivo,
compreensão, paciência e ajuda.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela sua infinita bondade, permitindo que eu conseguisse
chegar ao final de mais uma etapa.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Gilberto Luiz Alves por sua firmeza e
determinação, bem como, ao comitê de orientação, Profª. Dra. Albana Xavier
Nogueira e Profª. Dra. Lúcia Elvira Alicia Raffo de Mascaró, pela delicadeza,
sugestões teóricas e incentivo.
Ao Departamento de Geoprocessamento de Dados na pessoa do Prof. Dr.
Silvio Jacks dos Anjos Garnés e acadêmico Carlos Eduardo Neto de Souza por sua
ajuda. Ao Prof. Dr. Ademir Kleber Morbek de Oliveira, Prof. Dr. Eron Brum, Prof. Dr.
Silvio Fávero, por sua atenção. A todos os professores e amigos de curso pelo
incentivo.
Agradeço ao subsídio financeiro de bolsa, como estagiária no sub-projeto
GERES, nº 007, Pólo Campo Grande/UEMS, no âmbito do Projeto nº 5998–
FORD/FAE/GAME/GERES –Estudo Longitudinal da Geração 2005.
Aos amigos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e todos
os outros amigos que me incentivaram e que torceram por mim.
Agradecimento especial aos amigos, Prof. Doutorando Paulo Goulart Júnior
(UEMS) e à Profª. Doutoranda Arlinda Cantero Dorsa (UCDB), pela contribuição
teórica e incentivo.
Muito Obrigada.
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................vi
ABSTRACT............................................................................................................... vii
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................4
2.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL..........................................................4
2.2 FATOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL...........................................8
2.2.1 Acontecimentos internacionais que influenciaram a Educação Ambiental
Mundial........................................................................................................................8
2.2.2 Acontecimentos no Brasil que influenciaram a Educação Ambiental...............11
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................19
4.1 A PRODUÇÃO DOS CURSOS STRICTO-SENSU EM MATO GROSSO
DO SUL.....................................................................................................................19
4.1.1 Produção específica sobre Educação Ambiental..............................................19
4.1.1.1 Mestrado em Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –
UFMS.........................................................................................................................19
4.1.1.2 Mestrado em Desenvolvimento Local - Universidade Católica Dom Bosco –
UCDB.........................................................................................................................21
4.1.1.3 Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional - Universidade
para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal – UNIDERP....................21
4.1.2 Produção sobre Estudos Ambientais................................................................22
4.1.2.1 Mestrado em Desenvolvimento Local - Universidade Católica Dom Bosco –
UCDB.........................................................................................................................22
4.1.2.2 Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional - Universidade
para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal – UNIDERP....................23
4.1.3 Classificação Temática .....................................................................................28
4.2 CONSIDERAÇÕES..............................................................................................31
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................39
ANEXO.......................................................................................................................46
RESUMO
Este trabalho tem por objeto levantar o Estado da Arte dos estudos de Educação
Ambiental nos Cursos de Pós-Graduação Stricto-Sensu, em Mato Grosso do Sul, em
três Cursos de Mestrado de universidades sul-mato-grossenses: Mestrado em
Educação, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, (UFMS), Mestrado em
Desenvolvimento Local, Universidade Católica Dom Bosco, (UCDB) e Mestrado em
Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, Universidade para o Desenvolvimento
do Estado e Região do Pantanal, (UNIDERP). Através da análise das dissertações
referendadas nesta pesquisa, percebeu-se, a necessidade de um maior
compromisso no âmbito da educação formal com a Educação Ambiental, pois o
resultado mostrou que sua expansão é incipiente num Estado que possui uma das
maiores áreas inundáveis do mundo. A pesquisa mostrou como resultado, onze
dissertações específicas sobre a Educação Ambiental, no período pré-determinado e
que a mesma, tem sido estudada por meio de temas transversais de acordo com as
orientações dadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. O maior problema para
a educação formal é o de não haver educadores específicos suficientes nesta área,
estando sua capacitação a cargo do Ministério de Educação e Cultura que tem
procurado atuar de maneira eficiente, mas insatisfatória nos seus resultados.
Verificou-se que o estudo da Educação Ambiental veio, não só para preservação da
natureza, mas também para melhorar a qualidade de vida humana. Espera-se e
recomenda-se a inserção nos programas formais (ensino fundamental e médio) e a
continuidade dos não formais existentes, os quais devem tentar trabalhar uma
consciência ambiental, pois, os problemas ambientais não param de crescer e para
enfrentá-los se necessita da participação e cooperação de todos, bem como, um
maior incentivo às pesquisas de Educação Ambiental por parte dos órgãos
governamentais restritos à política ambiental.
PALAVRAS-CHAVE: Educação, Sociedade e Meio Ambiente.
vi
ABSTRACT
The object of this dissertation was to assess the State of the Art of studies on
Environmental Education produced by three Strictu Sensu Programs of Graduate
studies in Mato Grosso do Sul: Master's in Education, Federal University of Mato
Grosso do Sul, (UFMS); Master's in Local Development, Dom Bosco Catholic
University (UCDB) and Master's in Environment and Regional Development,
University for the Development of the State and the Pantanal Region (UNIDERP).
The analysis of the available dissertations revealed the necessity of a greater
commitment of the formal education with Environmental Education, since the results
showed this commitment to be incipient in a State that contains one of the world's
most extensive floodplains. This research revealed 11 dissertations on
Environmental Education presented during the predetermined period of time. The
subject has been studied through transversal themes in accord with the National
Curricular Parameters. The major problem regarding the formal education is that
there are not enough educators proficient in the area. Their training is under the
charge of the Ministry of Education and Culture which has tried to act in an efficient
manner, but has achieved insufficient results. The studies on Environmental
Education have contemplated not only nature preservation, but also the improvement
of human life quality. The insertion of Environmental Education in the curricula of
formal programs (primary and high schools) is expected and recommended, and also
the continuation of the non-formal programs in existence. Those programs must mold
an environmental conscience since environmental problems grow ceaselessly and, to
meet them, the participation and cooperation of everyone is needed, as also are in
need greater incentives to research on the subject by governmental agencies related
to environmental policy.
Keywords: Education, Society and Environment
vii
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objeto levantar o Estado da Arte dos estudos de
Educação Ambiental. Desse modo, trata-se de pesquisa bibliográfica que apresenta
o mapeamento nesta área e a discussão da produção acadêmica Stricto-Sensu de
Mato Grosso do Sul, com o intuito de responder aspectos e dimensões
contemplados nos estudos realizados, a partir de uma metodologia de caráter
inventariante e descritivo, à luz de categorias e facetas que se caracterizam
enquanto tais em cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa
a ser analisado (FERREIRA, 2002).
O estudo foi delineado por meio de dissertações de mestrado que abordam
essa temática. e que foram desenvolvidas por alunos dos cursos de Pós-Graduação
Stricto-Sensu de três universidades sul-mato-grossenses. Os cursos que se
prestaram ao trabalho de levantamento foram: Mestrado em Educação,
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Mestrado em
Desenvolvimento Local, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Mestrado em
Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, Universidade para o Desenvolvimento
do Estado e Região do Pantanal (UNIDERP).
As produções analisadas foram realizadas no período de 1991 a 2004.
A temática da Educação Ambiental tem ganhado importância nos últimos
tempos, pois até então, a preocupação com o ambiente se restringia a um pequeno
grupo de estudiosos, naturalistas e outros.
Os aspectos abordados com relação ao meio ambiente eram descritivos e
limitava-se à área da Biologia, principalmente à Ecologia, termo este proposto por
Haeckel em 1869 (DIAS, 2004), para estudar as relações entre as espécies
existentes e o meio ambiente.
Com a maior interferência do homem, os problemas ambientais acentuaram-
se e o que era preocupação de poucos, tornou-se de muitos, fazendo-se necessário
um conhecimento maior sobre o assunto, para que, por meio de um envolvimento
coletivo, soluções viáveis pudessem surgir para a preservação do ambiente, que
evoluiu para as propostas identificadas com o que veio a se chamar de
desenvolvimento sustentável.
2
A necessidade de uma educação mais específica para que esse projeto
pudesse se concretizar foi justamente a Educação Ambiental.
O interesse em desenvolver o Estado da Arte dos estudos de Educação
Ambiental em Mato Grosso do Sul em nível de pós-graduação se justifica
exatamente no sentido de saber o que se fez de pesquisa neste âmbito, bem como,
qual a contribuição efetiva desses estudos para o desenvolvimento da educação
ambiental no Estado.
A Educação Ambiental, no âmbito da educação formal, tem sido estudada por
meio de temas transversais, de acordo com as orientações dadas pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais. O problema maior encontra-se em não haver educadores
específicos suficientes nesta área, ainda que o Ministério de Educação e Cultura
esteja procurando capacitar um número cada vez maior de profissionais anualmente.
Neste contexto, é vital a Educação Ambiental para a sobrevivência humana.
De acordo com Taglieber e Galliazzi (in DOSSIÊ ANPEd, 2002), tratando da
Educação Ambiental, pode-se dizer que a mesma não surgiu de repente, nem é algo
novo no contexto do ensino formal, posto que vem sendo incluída nos currículos
escolares a partir da transversalidade e transdisciplinaridade por meio da lei que a
definiu em 1999.
Quando se fala na sua inclusão nos currículos, é necessária a colocação de
que já há programas definidos com relação à inserção da Educação Ambiental como
disciplina específica na educação formal até o 4º grau, mas apenas algumas escolas
no Brasil, concretizaram essa possibilidade.
Pode-se entender a sua importância, quando se procura compreender o que
tem acontecido com o meio ambiente, através do desenvolvimento civilizatório, que
enfrentou e enfrenta desafios propostos pelo próprio, já que o mesmo envolve todos
os seres vivos e os fatores abióticos.
Chassot (1994) coloca que, para se compreender a origem e evolução do
pensamento e da observação científica, é preciso situar essa evolução no tempo da
própria humanidade, cuja existência remonta há milhões de anos.
Em determinada época da história, nossos ancestrais deixaram de ser
caçadores e coletores de frutos e passaram a agricultores e criadores de animais
domésticos, interferindo diretamente na natureza.
3
Para Guimarães (2000), o meio ambiente não se percebe por partes, mas
através de sua totalidade. Os problemas ambientais que hoje se enfrenta, decorrem
das transformações feitas pelo homem no desenvolvimento das civilizações.
Para ele, a Educação deve ser crítica para que se possa compreender a
sociedade como um sistema, onde as partes vão influenciar o todo, que, por sua
vez, influenciará o indivíduo.
Essa educação coletiva, transformadora da sociedade e conservadora da
natureza, num processo participativo, onde cada indivíduo se torna sujeito mediante
atitudes éticas condizentes com o exercício de cidadania, nada mais é que a
Educação Ambiental.
Tomou-se como objetivo geral levantar o Estado da Arte dos Estudos de
Educação Ambiental em Mato Grosso do Sul, para verificar a contribuição dos
trabalhos científicos para uma consciência ambiental clara e efetiva.
Estabeleceram-se como objetivos específicos: levantar as dissertações dos
estudos de Educação Ambiental nos cursos de Pós-Graduação Stricto-Sensu em
três universidades sul-mato-grossenses; demonstrar as produções acadêmicas das
pesquisas realizadas na área de Educação Ambiental; verificar se essas pesquisas
contribuíram para o desenvolvimento de Políticas Ambientais em Mato Grosso do
Sul.
4
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Para se chegar ao termo de hoje, configurado pela expressão Educação
Ambiental, faz-se necessário que se retorne ao passado, visto que, desde a
antiguidade, questiona-se sobre a natureza e o seu redor. As respostas variam
conforme a época.
Para Dewey (apud LUZURIAGA, 2001, p.9):
o passado, não é nosso objetivo. Se fosse completamente passado,
não haveria mais que uma atitude razoável: deixar que os mortos
enterrassem seus mortos. Mas o conhecimento do passado é a
chave para entender o presente.
Sobre este assunto, corrobora Grün (1996, p.103) quando afirma:
o passado fornece a própria base operacional de compreensão do
presente. Os dogmas do cartesianismo, afirmam que a história é um
simples resíduo de fatos acumulados e a hermenêutica considera o
passado como um fluxo no qual nos movemos e participamos como
seres sociais históricos. O passado não é eliminado ou suprimido
pelo novo; mas se constitui em uma base de interação produtiva.
Sabe-se que a base das ciências vem alicerçada pela Filosofia, que leva a
entender os mistérios do mundo. Os povos antigos eram naturalistas e muitos
conhecimentos advinham de seus mitos.
De acordo com Chassot (1994), para haver essa compreensão da origem do
ser, da evolução do pensamento e da observação científica seria necessário voltar à
era do gelo, da pedra lascada, polida, dos períodos arqueológicos que antecedem à
nossa era.
No final do período que os geólogos chamaram de terciário, já havia, numa
zona tropical, uma raça de macacos antropomórficos bastante desenvolvida.
Entre doze e dez mil anos antes de Cristo, o ser humano, com a agricultura e
criação de animais, realizou uma intervenção profunda na natureza, a partir de seus
interesses e necessidades.
A partir daí, criaram as cidades e com o passar dos anos cidades-estado num
período de mais ou menos três séculos. Desenvolveram a arquitetura, a escrita, foi
feita a divisão social do trabalho, descobriram mecanismos políticos de gestão
5
ambiental. Começaram também os conflitos entre os povos, por conquistas, posto
que, já nessa época, fazia-se presente a desigualdade social.
As primeiras disputas de terras encontram-se na Bíblia (Gênesis, 13,5-9). A
descoberta dos diferentes ciclos vitais dava mostras de que a biologia se iniciava. O
estudo das plantas faz parte dos primeiros conhecimentos do homem.
Os desenhos encontrados da antigüidade detectaram que havia noções de
anatomia também. Muitas informações sobre o fazer ciência advinham das
civilizações egípcias, mesopotâmica, fenícia, hebraica, indiana e chinesa. Por
exemplo, o Egito possuía um sistema bem organizado de irrigação para aproveitar
as cheias do rio Nilo, pois conseguia com isso até três colheitas anuais, o que exigia
conhecimentos para garantir adequado emprego do solo, correto manejo do gado e
conveniente armazenamento de safras. A terra era hostil e árida, os métodos
agrícolas eram primitivos e conservadores, mas havia uma elevada produção
hortifrutigranjeira (CHASSOT, 1994).
Seria necessário voltar na história para se verificar a trajetória da Ciência
através dos tempos, a contribuição dada pelos gregos e a afirmação de que os
mesmos ensinaram o homem a pensar, até se chegar à Idade Média, cujo período
foi chamado de “Noite de Mil Anos”. Esse período foi marcado pela era cristã e
também pelo Renascimento. “Foi uma época que exigia gigantes pela força do
pensamento, pela paixão e caráter, pela universalidade e erudição” (ENGELS apud
CHASSOT, 1994, p.87).
Chega-se ao século XVII e, com ele, o nascimento da Ciência Moderna.
Surgem nomes como os de Copérnico, Galileu e Newton. Foi um período em que a
revolução científica, com suas verdades, enfrentou a filosofia mágica e a religião. O
século XVIII foi denominado o século das luzes do saber. Época de Diderot,
D’Alembert, Lavoisier entre outros.
A consolidação da Ciência só ocorreu no século XIX. Grandes nomes
surgiram neste período e a década de 1895-1905 teve grande importância para a
história da humanidade. Personalidades como Marx, Engels, Darwin e Freud,
marcaram profundamente esta época, antes de se chegar ao século XX, onde Albert
Einstein foi reconhecido como um dos maiores nomes deste século.
6
As alterações no ambiente começaram a se acentuar a partir do
acontecimento de maior importância na história do mundo, a Revolução Industrial. A
interferência do homem no meio ambiente se faz sentir por meio da intensificação
dos impactos ambientais, tais como: grandes conglomerados industriais, aumento
acentuado da população, duas guerras mundiais e a desintegração do átomo.
No Brasil, apesar de ser considerado um país em desenvolvimento, as
universidades têm realizado pesquisas de qualidade.
A necessidade de se fazer algo para que o mundo possa minimizar os
problemas causados no meio ambiente, fez com que cientistas, ambientalistas e
organizações governamentais ou não, se unissem de alguma forma para viabilizar
um desenvolvimento sustentável.
Só há bem pouco tempo começou-se a discursar sobre a sustentabilidade. O
desenvolvimento sustentável para muitos é algo difícil de ser construído, mas
bastante viável para os que se interessam por um mundo melhor. Coloca-se aqui a
sustentabilidade como um substrato comum, dando idéia de um “futuro viável” para
as relações entre a sociedade e a natureza. No Brasil, a literatura sobre a educação
para a sustentabilidade ainda é pequena, mas no mundo há uma crescente difusão.
Viola e Olivieri (1997), analisando o cenário do ambientalismo
contemporâneo, reafirmam as idéias de diversidade e conflito discutidas:
Em outras palavras, a luta pelo significado legítimo do
desenvolvimento sustentável, expressa diversas categorizações e
classificações fundadas, obviamente em práticas diferentes e ligadas
a múltiplas cosmovisões provenientes de uma pluralidade de pontos
de vista essencialmente conflitantes. Em outras palavras, os
diferentes atores do ambientalismo formulam e pleiteiam suas
diferenças internas dentro desse campo de significado, denominado
ambientalismo multissetorial. Nesse sentido, pode-se afirmar que as
diversas posições do ambientalismo em relação ao significado da
“transição em direção a uma sociedade sustentável” implicam lutas
simbólicas pelo poder de produzir e de impor uma visão legítima de
sustentabilidade (VIOLA; OLIVIERI, 1997:212-213).
De acordo com Leff (2001), para a economia, a natureza e a vida humana são
apenas fatores da produção, objetos e força do trabalho, ou seja, o trabalhador
consome e então recebe um salário para satisfazer suas necessidades, desprezam-
se valores e qualidades sem medida da atividade humana.
7
Economistas como Sen, Tsuru e Schumacher, Georgescu-Roegen e
Daly questionaram os fins e fundamentos da economia regida pela
acumulação e pelo crescimento, pela superexploração de recursos
não renováveis e pela superprodução de mercadorias
subvencionadas pela valorização da natureza, pela destruição das
florestas e pela contaminação do planeta. A racionalidade econômica
gerou assim uma sociedade do ter e não do ser (Fromm); os sentidos
da existência vão se racionalizando com o cálculo econômico. A
crescente tecnologização da sociedade prometia passar do momento
da necessidade ao reino da liberdade (LEFF, 2001, p.88).
A crise ambiental rompe o mito do desenvolvimento levantando outros
problemas globais gerados pelos efeitos sinergéticos e acumulativos de crescimento
econômico e destruição ecológica (LEFF,2001).
A degradação sofrida pelo Planeta Terra, o desmatamento, a perda da
diversidade genética dos recursos bióticos, a extinção de espécies, a erosão dos
solos, a desertificação, a perda da fertilidade das terras, a contaminação química da
atmosfera, dos solos e dos recursos hídricos, a produção e a disposição de resíduos
tóxicos e lixo radiativo, a chuva ácida causada pela industrialização e destruição da
camada foliar das florestas, o aquecimento global e a rarefação da camada de
ozônio, todos esses problemas tomaram grande importância a partir da Conferência
das Nações Unidas de 1972, realizada em Estocolmo, sobre o Meio Ambiente
Humano (LEFF, 2001).
Leff (2001), coloca que a partir desses processos de degradação soma-se
uma série de efeitos econômicos, sociais e culturais, produzindo um processo
generalizado de empobrecimento, marginalização social e problemas de saúde para
a população.
A racionalidade social (LEFF, 2001, p.90-91), orientada pelos fins do
progresso e pela eficiência, levou à desvalorização da natureza e à degradação dos
valores humanos. O racionalismo crítico e a ética ambientalista buscam despertar do
pesadelo desumanizante para novas opções e solidariedade social.
Daí o conceito de qualidade de vida que está entrando em todas as classes
sociais, desenvolvido por (BLANCH apud LEFF, 2001, p.91):
[A qualidade de vida emerge como] o supremo valor moral de nosso
tempo (...) o que implica que em nenhuma das atividades e
motivações do homem tentar-se-á sujeitar aos mecanismos da
8
uniformidade, da repetição ou da necessidade lógica, nem aos
imperativos da produção e do rendimento, a singularidade própria e
incomparável dos seres vivos, sua iniciativa e sua espontaneidade
criadora. Talvez o valor da qualidade de vida possa hoje ser aceito
pela primeira vez na história com o caráter eficazmente universal e
não como uma vaga aspiração humanitária, pois pela primeira vez o
homem acedeu a uma tomada de consciência global da espécie
humana, podendo desta forma sentir-se responsável diante dela e
propor-se objetivos concretos e práticos que afetam toda a
humanidade. Graças às conquistas da técnica, e de modo especial
aos avanços dos meios de comunicação social, este reconhecimento
é hoje muito mais real do que nunca, mas também, mais dramático,
menos idealista, pois nos defronta com a triste constatação de que a
humanidade em seu conjunto está mal organizada, está
desperdiçando suas potencialidades e degradando as condições de
sua existência e (...) alterando os equilíbrios mais elementares de
sua sobrevivência (BLANCH apud LEFF, 2001, p.91).
O desenvolvimento sustentável vem com o propósito de conseguir uma forma
racional do ambiente, onde a questão ambiental está ampliando o marco dos direitos
civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. Cabe ao sistema jurídico se
estruturar para atender aos conflitos ambientais.
Entende-se que um processo participativo, onde cada indivíduo torna-se o
elemento central de um processo transformador, através do desenvolvimento de
habilidades, formação de atitudes, conduta ética, condizentes com o exercício da
cidadania, realmente possa levar a uma educação especializada, ou seja, à
Educação Ambiental.
É necessário que essa educação seja voltada politicamente para a
transformação da sociedade, de maneira reflexiva e coletiva.
Várias interpretações são dadas à Educação Ambiental desde a Revolução
Industrial. Fez-se necessário que houvesse um progresso compatível com as leis da
ecologia, surgindo então o termo ecodesenvolvimento, chamando a atenção de
políticos, pesquisadores e a própria população para um desenvolvimento que
promova a sustentabilidade ecológica.
2.2 FATOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Foram aqui selecionados os fatos de maior relevância para a Educação
Ambiental.
9
2.2.1 Acontecimentos internacionais que influenciaram a Educação Ambiental em
âmbito mundial
Segundo Dias (2004), em 1962 com o lançamento do livro Silent Spring
(Primavera Silenciosa), escrito pela jornalista americana Rachel Carson,
“desencadeou-se uma grande inquietação internacional sobre a perda da qualidade
de vida”, mas a expressão environmental education (Educação Ambiental) foi ouvida
pela primeira vez em 1965, na Grã-Bretanha na Universidade de Keele, por ocasião
da Conferência de Educação, chegando-se à conclusão de que a Educação
Ambiental deveria ser parte essencial da educação de todos os cidadãos.
Posteriormente, em 1970, os Estados Unidos aprovaram a primeira lei sobre o
assunto.
Considera-se que a Educação Ambiental também tenha se iniciado com o
Programa Internacional da UNESCO (United Nations Nacional, Scientific and
Cultural Organization) sobre o Homem e a Biosfera MAB (Man and Biosphere), o
que lançou as bases científicas para a utilização de recursos naturais e, em seguida,
o Clube de Roma de 1972, quando se apresentou o diagnóstico dos problemas
globais, promovendo a conscientização do problema, apresentando ainda
alternativas para solução.
Na Conferência da ONU, em Estocolmo, Suécia, sobre o Ambiente Humano
(The United Nations Conference on the Human Environment), em 1972, difundiu-se
em âmbito mundial a preocupação com os problemas ambientais. A Educação
Ambiental surgiu como uma nova ciência, preocupada principalmente em apresentar
conhecimentos que levem a população em geral, a se inteirar da luta consciente
pela preservação do meio ambiente.
Ao final de um encontro realizado em Belgrado, Iugoslávia, em 1975, foi
elaborado um importante documento, a Carta de Belgrado. Esse encontro foi
promovido pela UNESCO e considerado marco conceitual no tratamento das
questões ambientais.
A necessidade de desenvolver programas ambientais no plano mundial surgiu
por ocasião da Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental,
10
realizada em 1977, em Tbilisi, Rússia, organizada pela UNESCO, em cooperação
com o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
A Conferência de Tbilisi constituiu-se no marco da evolução da Educação
Ambiental. Nela foram apresentadas 41 recomendações com as diretrizes
necessárias, mostrando a importância de se conhecer a interdependência dos
fatores econômicos, sociais, políticos e ecológicos, para a conscientização dos
segmentos da sociedade e para que, em conjunto, pudessem elaborar planos de
ação em busca de soluções globais para os problemas.
Realizou-se em 1980, o Seminário Internacional sobre o Caráter
Interdisciplinar da Educação Ambiental no Ensino de 1º e 2º graus, em Budapeste,
Hungria, e no mesmo ano, o Seminário Regional Europeu sobre Educação
Ambiental para a Europa e América do Norte, em Essen, República Federal da
Alemanha, promovidos pela UNESCO, Organização Nacional de Proteção Ambiental
e Conservação da Natureza e pelo Centro de Educação Ambiental da Universidade
de Essen assinalando a importância do intercâmbio de informações e experiências.
Em Nova Delhi, Índia, em 1981, ocorreu a Primeira Conferência Asiática sobre
Educação Ambiental (First Asian Conference on Environmental Education) e a
Segunda Conferência aconteceu no início de 1985.
Em agosto de 1985, realizou-se o Seminário sobre Educação Ambiental para
Professores de Ciências da América Central e foi promovido pela UNESCO-UNEP
(United Nations Nacional, Scientific and Cultural Organization-United Nations
Environment Program), que também promoveu o Encontro sobre a Educação
Ambiental e Treinamento na Ásia e Região do Pacífico (Meeting on EE and Training
in the Ásia and Pacific Region), onde participaram 16 países asiáticos.
Em abril de 1987, foi divulgado o relatório da Comissão Brundtland ou
Comissão Mundial - Nosso Futuro Comum (Our Commom Future), sobre o meio
ambiente e desenvolvimento. Ocorreu também neste ano, o Congresso Internacional
da UNESCO/PNUMA sobre Educação e Formação Ambiental em Moscou, CEI,
onde foram analisados os avanços e as dificuldades na área da Educação
Ambiental, assinalando a importância e necessidade de pesquisa e da formação em
Educação Ambiental.
11
Os preparativos para a Rio-92 começaram a ser feitos em 1990, apontando a
importância da cooperação internacional nas questões ambientais. A ONU declarou
o ano de 1990 como o Ano Internacional do Meio Ambiente.
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD), oficialmente denominado de “Conferência de Cúpula
da Terra” e informalmente de Eco-92 ou Rio-92, realizou-se no Rio de Janeiro entre
03 e 14 de junho de 1992. 20 anos após a Conferencia de Estocolmo houve grande
repercussão sobre a importância de se reforçar e ampliar a nova abordagem
ambiental.
Essa conferência fez história, visto que chamou a atenção do mundo para a
compreensão dos problemas ambientais na sua ligação com as condições
econômicas e a justiça social. Reconheceu a necessidade de integração e equilíbrio
entre as questões sociais e econômicas para o mundo. 182 países participaram,
mais centenas de organizações civis.
Cinco acordos internacionais foram firmados: A Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento; a Declaração das Florestas; a Convenção-Quadro das
Mudanças Climáticas; a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Agenda 21, um
documento com modelos políticos para o desenvolvimento sustentável. Em paralelo,
as organizações não governamentais (ONGs), no Fórum Internacional das ONGs e
Movimentos Sociais, aprovaram o Tratado de Educação Ambiental para as
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.
Realizou-se no Cairo, Egito, em 1994, promovida pela ONU, a Conferência
sobre População e Desenvolvimento, demonstrando a importância de melhorar a
vida de mulheres pobres, principalmente com acesso à educação, com o intuito de
diminuir o crescimento populacional.
Realizou-se em Berlim, em 1995, a Conferência que resultou no “Mandato de
Berlim”, a Primeira Conferência das Partes para a Convenção sobre Mudanças
Climáticas, fazendo um chamamento às nações mais industrializadas, com o intuito
de estabelecer objetivos mais específicos para a redução de suas emissões de
poluentes.
A Unesco promoveu em Istambul, Turquia, em 1996, a II Conferência das
Nações Unidas sobre os Assentamentos Humanos – Habitat II (City Summit). Elegeu
12
a Agenda 21 como a estratégia reconhecida para a promoção do desenvolvimento
sustentável.
Em dezembro de 1997, realizou-se em Kyoto, Japão, a III Conferência das
Partes para a Convenção das Mudanças Climáticas, quando as nações
industrializadas envolvidas, concordaram em reduzir suas emissões de gases
poluentes a níveis abaixo dos verificados entre 1990 e 2012.
Foi decretado pela ONU, em 2002, o “Ano do Ecoturismo”.
2.2.2 Acontecimentos no Brasil que influenciaram na implantação da Educação
Ambiental
Criou-se, no Rio Grande do Sul, em 1971, a Associação Gaúcha de Proteção
ao Ambiente Natural (AGAPAN), marco do surgimento das ONGs ambientalistas no
Brasil. Agruparam intelectuais, acadêmicos, artistas, ativistas, lideranças, se
fortaleceram, passando a influenciar políticas públicas e a legislação vigente.
Instituiu-se em 1973, a Secretaria Especial do Meio Ambiente, SEMA, no
âmbito do Ministério do Interior, que, entre outras atividades, contempla a Educação
Ambiental.
De acordo com Dias (2004), em 1976, realizou-se o Curso de Extensão para
Profissionais do Ensino de 1º grau em Ecologia, por meio de um convênio firmado
entre a SEMA, Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF) e a Fundação
Universidade de Brasília (FUB). Foram criados os cursos de pós-graduação em
Ecologia nas universidades do Amazonas, Campinas, INPA e São Carlos.
Foi firmado, nesta época, também, o Protocolo de Intenções entre o MEC e
Minter, com o objetivo da inclusão nos currículos das escolas de 1º e 2º graus de
temas ecológicos.
Em 1977, a SEMA constituiu um grupo de trabalho para a elaboração de um
documento sobre a Educação Ambiental, definindo o seu papel no contexto sócio-
econômico-educacional brasileiro. A disciplina de Ciências Ambientais passou a ser
obrigatória nos cursos de engenharia em universidades brasileiras.
Por iniciativa do governo federal, foi levado à ação, em 1981, o chamado
“desenvolvimento” de Rondônia e áreas do Mato Grosso. Nesse período foram
13
destruídos dois milhões de hectares de florestas nativas, havendo também conflitos
fundiários e sociais graves.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em 1984, apresentou
resolução estabelecendo diretrizes para a Educação Ambiental, mas a proposta foi
retirada de pauta e portanto, não aprovada.
Esse mesmo conselho, em 1986, aprovou a Resolução 001/86,
estabelecendo responsabilidades, critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e
implementação da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A SEMA e a Universidade
de Brasília, o CNPq, Capes e PNUMA organizaram o primeiro Curso de
Especialização em Educação Ambiental (1986-1988).
Um ano depois, o MEC aprovou o Parecer nº. 226/87, que considera
necessária a inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1º e 2º
graus.
Todas as normas buscaram fundamentos na Constituição, pois essa é a lei
maior. Com a reformulação da Constituição, em 1988, além de autorizar a tutela de
direitos individuais, passou a admitir a tutela de bens coletivos. Portanto o Direito
Ambiental teria por objeto a tutela de todo e qualquer tipo de vida.
A Constituição não deu um conceito à Educação Ambiental, mas expressou o
dever da Administração Pública de promovê-la, conforme inciso VI, do parágrafo
primeiro, do Art.225.
O Art.225 da Constituição Federal de 1988 dispõe em seu caput:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
Parágrafo primeiro – Para assegurar a efetividade desse direito incumbe ao
Poder Público [...].
§ 1º VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente.
Para cumprimento dos preceitos constitucionais, leis federais, decretos,
constituições estaduais e leis municipais determinam a obrigatoriedade da Educação
Ambiental. Ainda em 1988, a Fundação Getúlio Vargas traduz e publica o relatório
14
Brundtland, Nosso Futuro Comum. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de
São Paulo e a CETESB publicam a edição-piloto do livro Educação Ambiental - Guia
para Professores de 1º e 2º graus. Neste ano aconteceu o I Fórum de Educação
Ambiental em São Paulo.
Foi criado, em 1989, pela Lei 7335, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), pela fusão da Secretaria do Meio
Ambiente (SEMA), Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE),
Superintendência da Borracha (SUDHEVEA) e Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (IBDF), onde funciona a Divisão de Educação Ambiental.
Criou-se o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) no Ministério do Meio
Ambiente (MMA), apoiando projetos que incluem a Educação Ambiental.
Realizou-se, ainda neste ano, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o I
Congresso Internacional sobre a Conservação do Pantanal com a participação de
ambientalistas de vários países e representantes da WWF (Fundo Mundial para a
Vida Silvestre) e do Instituto Max Planck (Alemanha).
O MEC, em 1991, através da Portaria nº. 678 (14/05/91), instituiu que
todos os currículos nos diversos níveis de ensino deveriam contemplar conteúdos de
Educação Ambiental e pouco mais tarde foi lançado o Projeto de Informações sobre
Educação Ambiental, IBAMA – MEC. Um grupo de Trabalho para Educação
Ambiental, coordenado pelo MEC, fez o preparatório à Conferência Rio 92.
No II Fórum da educação Ambiental, em São Paulo, em 1992, no clima que
antecedia a Eco 92, foi lançada a idéia de uma Rede Brasileira de Educação
Ambiental. Adotou-se como carta de princípios o “Tratado de Educação Ambiental
para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global” e como padrão
organizacional a estrutura horizontal em rede.
A Rede Brasileira de Educação Ambiental – REBEA teve origem no ambiente
dos Fóruns de Educação Ambiental promovidos em São Paulo nos anos 90, por
uma articulação de ONGs, universidades e órgãos governamentais. É das redes
mais antigas do país. Pode-se identificar na Rede, desde seu início, a vocação e o
objetivo de uma articulação nacional dos educadores brasileiros. (ECOBRASIL,
2006).
15
Realizou-se no Rio de Janeiro, em 1992, a Conferência da ONU sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (UNCED) com a participação de 170 países. Nessa
conferência, que ficou conhecida como Conferência Rio-92, o desenvolvimento
sustentável foi visto como o novo modelo a ser buscado. A Agenda 21 foi nomeada
como um novo plano de ação para a sustentabilidade humana. A Educação
Ambiental foi reconhecida como parte do processo de um novo modelo de
desenvolvimento. A Rio-92, coloca Dias (2004: p.50), foi reconhecida como o
encontro internacional mais importante desde que o ser humano se organizou em
sociedade.
O IBAMA criou os Núcleos Estaduais de Educação Ambiental, (NEAs), e as
ONGs do Brasil participaram no Fórum de ONGs e na redação do Tratado de
Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. O MEC promoveu no CIAC do
Rio das Pedras, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, o Workshop sobre Educação
Ambiental, cujo resultado se encontra na Carta Brasileira de Educação Ambiental.
Foi realizado em São Paulo, em 1994, o III Fórum de Educação Ambiental,
reforçando o compromisso dos educadores em torno da REBEA e a articulação e
comunicação posteriores consolidaram a iniciativa. “A intenção foi a de ampliar
experiências locais, possibilitar o intercâmbio, pressionar por políticas públicas para
atender as demandas da base”, explicou Marcos Sorrentino, um dos criadores da
Rede (ECOBRASIL, 2006).
Foi aprovado o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) em
1994. Foi publicada em português a Agenda 21, feita por crianças e jovens da
UNICEF.
O Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal –
MMA, criou o grupo de trabalho de Educação Ambiental e depois assinou com o
MEC o protocolo de intenções. Desse compromisso surgiu a I Conferência Nacional
de Educação Ambiental.
A organização das redes de educadores ambientais no Brasil apresentou um
avanço significativo em 1995. Percebeu-se, durante o III Fórum, que não retratava a
Educação Ambiental só de São Paulo, mas, de todas as regiões do país tiveram
trabalhos inscritos.
16
Elaboraram-se os novos Parâmetros Curriculares do MEC (PCN), em 1996,
onde a abordagem do tema Meio Ambiente foi tratada de modo transversal.
Através de decreto presidencial, em 1997, foi criada a Comissão de Políticas
de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional, para a elaboração do
documento básico da Agenda 21 Brasileira.
No início de 1998, o presidente da República e o ministro do Meio Ambiente
assinaram a Lei dos Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9605/98).
A Política Nacional do Meio Ambiente tornou-se obrigatória com a vigência da
Lei Federal nº. 9795/99, a qual dispõe, já em seu artigo primeiro a definição de
Educação Ambiental.
Art.1º. Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio
dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Nos artigos 4º e 5º, a Lei 9795/99 da Política Nacional do Meio Ambiente,
dispõe sobre a conceituação, princípios e objetivos da Educação Ambiental:
Art. 4º. São princípios básicos da Educação Ambiental:
I. o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II. a concepção do meio Ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural
sob o enfoque da Sustentabilidade;
III. o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas na perspectiva
da inter, multi e transdisciplinaridade;
IV. a vinculação com a Ética, a Educação, o Trabalho e as Práticas
Sociais;
V. a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI. a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII. a abordagem articulada das questões ambientais locais,
regionais, nacionais e globais;
VIII. o reconhecimento e o respeito à pluralidade, à diversidade
individual e cultural.
Art. 5º. São objetivos fundamentais da Educação Ambiental:
I. o desenvolvimento de uma compreensão integrada do Meio
Ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo
aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,
econômicos, científicos, culturais e éticos;
II. a garantia de democratização das informações ambientais;
III. o incentivo e fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social;
IV. o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e
responsável, na preservação do equilíbrio do Meio Ambiente,
17
entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor
inseparável do exercício da cidadania;
V. o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em
níveis micro e macro regionais, com vistas à construção de uma
sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da
liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social,
responsabilidade e sustentabilidade;
VI. o fenômeno e o fortalecimento da integração com a ciência e a
tecnologia;
VII. o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.
Percebe-se, portanto, a necessidade desse fortalecimento coletivo que a
legislação preconiza, para conhecer e assegurar realmente uma sociedade
ambientalmente equilibrada para a sustentabilidade.
18
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização do levantamento utilizou-se a produção sobre a Educação
Ambiental dos cursos de Pós-Graduação Stricto-Sensu. Fez-se busca documental
junto aos cursos de Pós-Graduação das universidades sul-mato-grossenses:
Mestrado em Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS),
Mestrado em Desenvolvimento Local - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e
Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional - Universidade Para o
Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (UNIDERP).
Essas universidades foram as únicas a apresentarem trabalhos de Pós-
Graduação Stricto-Sensu sobre o tema em questão, nesses cursos de Pós-
Graduação em Mato Grosso do Sul, foram verificadas duzentos e quarenta e sete
dissertações de mestrado, defendidas no período de 1991 a 2004 e destas, onze
dissertações de mestrado, trataram especificamente da Educação Ambiental.
A seleção das dissertações observou o critério de o assunto central ser a
educação ambiental ou, pelo menos tratar de assuntos ambientais.
De acordo com o critério estabelecido, foram consideradas onze produções
específicas sobre Educação Ambiental e dez produções sobre Estudos Ambientais.
Foram analisadas segundo a temática, período e a região onde foram realizados os
trabalhos.
A classificação geográfica estabelecida para os trabalhos apresentados foi
elaborada para a visualização da concentração das produções sobre a educação
ambiental, e, mostra também os lugares que apresentaram maior preocupação com
os estudos ambientais.
Tomou-se aqui a divisão geopolítica organizada pela SEPLANCT (Secretaria
de Estado de Planejamento e de Ciência e Tecnologia, 2002), mas torna-se
necessário lembrar que existem outras divisões como a do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), que divide o Estado em 11 (onze) microrregiões e a do
PDTUR (Plano de Desenvolvimento do Turismo), com 7 (sete) regiões geopolíticas,
partindo do pressuposto dos corredores de turismo do Estado.
A partir de critérios de ordem geográfica, econômica, histórica e social a
SEPLANCT, para efeito de trabalho com o desenvolvimento regional sustentável,
19
dividiu o Estado de Mato Grosso do Sul em 8 (oito) regiões: Alto Pantanal, Bolsão,
Central, Norte, Grande Dourados, Leste, Sudoeste e Sul-Fronteira. As informações
sobre cada uma delas se encontram também em anexo.
Usando, portanto, dessa divisão, o material empírico em questão foi
classificado, podendo ser observado o resultado na figura 1, p. 26, bem como um
gráfico que visualiza o número de trabalhos em ordem cronológica, figura 2, p. 27.
Foram feitas quatro entrevistas com autores das produções sobre a
Educação Ambiental, a fim de que se pudesse verificar a contribuição efetiva do
trabalho de cada um dos entrevistados, dentro de sua própria visão, e para saber,
também, a partir daí, se publicações foram feitas, dando continuidade ao tema em
questão.
As questões levantadas foram as seguintes:
Acredita que sua pesquisa colaborou com a Educação
Ambiental em Mato Grosso do Sul?
Seu trabalho foi publicado em forma de livro? Quantos
artigos foram publicados sobre o assunto?
20
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 A PRODUÇÃO DOS CURSOS STRICTO-SENSU EM MATO GROSSO DO SUL
4.1.1 Produção Específica sobre Educação Ambiental
4.1.1.1 Os trabalhos aqui apresentados foram realizados no Curso de Mestrado em
Educação na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS.
Todas as produções citadas estão com seus resumos em anexo, transcritos
dos próprios trabalhos de origem.
A atuação da base de Estudos do Pantanal – UFMS: um estudo sobre as
condições de atendimento educacional na região do Passo do Lontra /
Corumbá, MS, de autoria de Neide Honda, foi o primeiro a ser apresentado nesta
área, em 1994, evidenciando o interesse pela questão ambiental da região. O estudo
foi realizado no Passo do Lontra em Corumbá, MS, na microrregião denominada
Alto do Pantanal (porção centro oeste e noroeste do Estado de MS).
No Brasil, a vontade política para com a Educação Ambiental era pouco
evidenciada nesse período, entretanto, logo após, o presidente da República
aprovava o Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA, cujo objetivo foi o
de instrumentalizar politicamente o processo da Educação Ambiental.
O Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul na Mídia: Análise das Possibilidades
Educativas do Jornal Impresso, desenvolvido por Desirée Cipriano Rabelo, em
1996, demonstra a necessidade da atuação dos meios de comunicação, neste caso
o jornal impresso e sua contribuição no fornecimento de informações, como
instrumento de Educação Ambiental. O trabalho foi desenvolvido em Campo
Grande, região central de Mato Grosso do Sul.
O Brasil nessa época, após 20 anos de Tblisi, já havia apresentado sua I
Conferência Nacional de Educação Ambiental, bem como a Agenda 21 havia sido
reconhecida para a promoção do desenvolvimento sustentável, mas o andamento
dos programas ambientais ainda era precário.
21
O Verde da Educação Ambiental. Magdalena Fernandes da Silva o defendeu em
1997 e a abordagem foi feita no sentido da necessidade de maior conhecimento
teórico sobre a Educação Ambiental, para que a prática pudesse funcionar. A idéia
central é a de que o homem, na construção de si mesmo, constrói a natureza. O
desenvolvimento do trabalho se deu na região central de Mato Grosso do Sul,
Campo Grande.
Nesse período a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da
Agenda 21 Nacional começaram a atuar.
Ecoturismo e desenvolvimento sustentável em Bonito-MS: Elementos de
análise para uma educação ambiental. Trabalho defendido em 1998, por Icléia
Albuquerque de Vargas, analisando a educação ambiental não formal num pólo
turístico do pantanal sul-mato-grossense e a necessidade de preparação dos
cidadãos para este entendimento. Produção desenvolvida em Bonito, região
sudoeste de Mato Grosso do Sul e exuberante em recursos naturais. Em fevereiro
desse ano foi assinada a Lei dos Crimes Ambientais (Lei Federal, nº 9605/98).
O Dito e o Feito em Educação Ambiental no Brasil no inicio do século XXI, de
autoria de Plínio de Sá Moreira, defendida em 2001, período em que o
conhecimento da educação ambiental é muito maior e em que a educação formal,
por meio da elaboração dos PCNs, torna-se muito mais popular entre a comunidade
estudantil, apesar da falta de profissionais capacitados especificamente para essa
atuação. Desenvolveu-se na região central, Campo Grande, MS. No ano anterior, os
Parâmetros em Ação do Meio Ambiente, um guia instrucional com sugestões de
atividades, de 1ª a 4ª série e de 5ª a 8ª série haviam sido apresentados pelo MEC no
Seminário Nacional de Educação Ambiental em Brasília, DF.
A Educação Ambiental no Projeto Pedagógico de Escolas Públicas de Campo
Grande-MS. Suzete Rosana de Castro Wiziack, em 2001, defendeu este trabalho,
que está voltado também à educação formal e analisa a proposição dos projetos
pedagógicos dentro das escolas, já que os PCNs introduziram o conceito de
22
transversalidade de temas. O mesmo foi desenvolvido em Campo Grande, região
central de MS.
O Homem, a natureza e a educação: algumas interrogações filosóficas, de
autoria de Julio Navares Flores, em 2002, apontou para a necessidade da
escolarização formal, a fim de que se possa, de fato, fazer com que o homem se
questione sobre as mudanças ambientais necessárias. A região da produção foi a
região central, Campo Grande, MS.
4.1.1.2 O trabalho seguinte foi desenvolvido no Curso de Mestrado em
Desenvolvimento Local, na Universidade Católica Dom Bosco – UCDB.
As Ações da Comissão de Conservação Ambiental de São Gabriel do Oeste:
Uma Alternativa de Desenvolvimento Local. A autora, Gislene Garcia de Souza
Pereira, defendeu sua dissertação em 2003, mostrando a necessidade da
conscientização coletiva para os problemas de preservação e conservação local. O
desenvolvimento do trabalho se deu em São Gabriel do Oeste, região norte de Mato
Grosso do Sul.
4.1.1.3 Foram desenvolvidos no Curso de Mestrado em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional, na Universidade para o Desenvolvimento do Estado e
Região do Pantanal – UNIDERP, as seguintes dissertações:
Empreendimentos Turísticos de Pesca e Ecoturismo na Bacia do Rio Miranda:
Impactos gerados pela ocupação e operação. Um estudo de caso. Apresentado
em 2002, por Alex Pogodim Artioli, buscou fatores que influenciaram nos impactos
ambientais no ambiente pantaneiro desta região e a contribuição para a mudança do
perfil socioeconômico local, elencando, ao final do trabalho, atitudes para uma
sustentabilidade ambiental. As atividades foram desenvolvidas na localidade de
Salobra e na região ribeirinha da cidade de Miranda, localizadas na microrregião Alto
do Pantanal.
23
Bases para o Planejamento e a gestão da área de Proteção Ambiental da bacia
do Córrego Ceroula: Campo Grande, Mato Grosso do Sul, de Roberto Machado
Gonçalves, que a defendeu em 2002. Mostra os problemas de desrespeito à Área de
Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Córrego Ceroula, bem como as
responsabilidades devidas às comunidades locais e ao poder público. Esta região
está localizada na região central de Mato Grosso do Sul, Campo Grande.
Ecoturismo no Distrito de Piraputanga: visão histórica e perspectivas de
desenvolvimento sustentável: um estudo de caso. A dissertação foi elaborada
por Ana Cristina Garcia Anache, em 2003, no distrito de Piraputanga, microrregião
Alto do Pantanal. Procurou mostrar o desenvolvimento do ecoturismo na localidade
e a falta de projetos de Educação Ambiental que pudessem minimizar os impactos
ambientais, decorrentes da presença de turistas na região.
4.1.2 Produção sobre Estudos Ambientais
Destacou-se a Produção de Estudos Ambientais por entender que de forma indireta
tem a ver com a produção de dados científicos que contribuem para a Educação
Ambiental. Os resumos das dissertações sobre os Estudos Ambientais encontram-se
em anexo.
4.1.2.1 Os trabalhos seguintes foram desenvolvidos no Curso de Mestrado em
Desenvolvimento Local, na Universidade Católica Dom Bosco – UCDB.
Caracterização do Uso Público e Oportunidades para o Desenvolvimento do
Turismo Sustentável no Parque Estadual do Prosa/ Campo Grande-MS. Em
2004, Daniela Vieira Cação defendeu a dissertação onde trata sobre o papel do
Ecoturismo e Educação Ambiental e a relação entre o turismo sustentável e o
desenvolvimento local. O trabalho foi desenvolvido no Parque Estadual do Prosa,
em Campo Grande, região central de Mato Grosso do Sul.
Variabilidade Climática e Previsões: Aplicabilidade dos satélites de
Observações Ambientais como instrumento do Desenvolvimento Local. De
24
autoria de Paulo Shiguenori Kanazawa, defendida em 2003, trata da utilização de
satélites para monitoramento ambiental, que geram importantes informações,
tornando-se uma ferramenta útil para monitorar a variabilidade climática anual e
melhorar os parâmetros para o planejamento de desenvolvimento local sustentável.
O desenvolvimento local segue as linhas básicas apresentadas pela Agenda 21. O
estudo foi desenvolvido no município de Terenos, microrregião central de Mato
Grosso do Sul.
A Energia e o Desenvolvimento Local no Ambiente Rural. Elizeu Pereira Vicente
defendeu, em 2003, a dissertação que trata da eletrificação rural, no programa de
Desenvolvimento Local, objetivando a análise da perspectiva de aumento da
produtividade e conseqüente qualidade de vida do produtor rural, a partir da
utilização da energia elétrica nos processos de produção. A pesquisa envolveu os
municípios de Campo Grande, Ribas do Rio Pardo e Sidrolândia, microrregião
central de Mato Grosso do Sul.
4.1.2.2 As dissertações abaixo foram desenvolvidas no Curso de Mestrado em Meio
Ambiente e Desenvolvimento Regional, na Universidade para o Desenvolvimento do
Estado e Região do Pantanal – UNIDERP.
Os impactos ambientais do transporte coletivo rodoviário na cidade de Campo
Grande (MS), um estudo de caso na Rua Rui Barbosa. Defendida em 2002 por
Flávio Antonio Assis Trivellato, a dissertação mostra a evolução da cidade de
Campo Grande com relação ao transporte coletivo no período entre 1940 a 2000.
Analisa um trecho da Rua Rui Barbosa, os problemas de poluição, confirmando a
necessidade de controle das fontes poluidoras do meio ambiente para uma melhor
qualidade de vida. O estudo foi feito em Campo Grande, região central de Mato
Grosso do Sul.
Situação da gestão dos resíduos sólidos urbanos em Campo Grande-MS. De
autoria de Helena Cisotto Sartori, defendida em 2002, coloca o problema dos
resíduos sólidos e, depois de se verificar o Impacto Ambiental causado, recomendou
25
um sistema de gestão ambiental em conformidade com a norma ISO 14001, para
que a população de Campo Grande possa ter uma melhor situação ambiental. O
trabalho foi desenvolvido na região central de Mato Grosso do Sul.
A reciclagem dos materiais da construção civil como estratégia de
conservação do meio ambiente: caso do entulho reciclável argamassas em
Campo Grande-MS. A defesa deste trabalho foi feita em 2002, por Marcus Menezes
Silveira, e trata sobre a reciclagem que pode ser aplicada aos entulhos de produtos
cerâmicos, reincorporando seus resíduos na cadeia produtiva para um
desenvolvimento sustentável. O trabalho focalizou-se em Campo Grande, região
central de Mato Grosso do Sul.
Proposta de implantação de um sistema de gestão ambiental para o
esgotamento sanitário de Campo Grande-MS, com base em metodologia da
NBR ISSO 14001. Este trabalho foi desenvolvido em 2002, por Rosângela Borges
dos Santos, num projeto de implantação do Sistema de Gestão Ambiental para o
Esgotamento Sanitário do município de Campo Grande. Utilizou a metodologia
preconizada na norma NBR ISO 14001:96, de forma a contribuir para a qualidade de
vida do município. O projeto foi desenvolvido em Campo Grande, região central de
Mato Grosso do Sul.
Estudo Ambiental dos catadores de resíduos recicláveis na área urbana de
Campo Grande – MS. Defendida em 2002, por Sergio Fracalanza Alves Corrêa, nos
apresenta o perfil do catador de resíduos recicláveis e sua contribuição no
ecossistema urbano na redução do impacto gerado pela produção de lixo. Realizada
em Campo Grande, região central de Mato Grosso do Sul.
Zoneamento ecológico econômico como instrumento de gestão ambiental:
modelo de aplicação no Pantanal de MS. De autoria de Luiz Antonio Paiva,
defendida em 2002, afirma ser possível realizar o Zoneamento Ambiental de uma
área localizada no Pantanal mato-grossense, decorrente da sistematização e
integração das informações ambientais gerando um instrumento voltado ao
26
planejamento e gestão ambientais. O estudo foi feito na Estância Caiman, no
Pantanal mato-grossense, microrregião Alto do Pantanal.
Degradação Ambiental causada por areeiros no município de Campo Grande-
MS - Contribuição para o Gerenciamento Ambiental. Jussara Jacques de
Almeida a defendeu em 2002, colocando a importância de se conhecer a situação
das áreas exploradas na extração da areia em Campo Grande, bem como, seus
métodos de extração, instrumentos legais e as práticas de recuperação propostas e
aplicadas. Mostra ainda, as dificuldades enfrentadas pelos órgãos públicos no
controle e a fiscalização, das áreas degradadas e que deverá ser feita uma
conscientização das partes envolvidas. O trabalho foi realizado na região central de
Mato Grosso do Sul, Campo Grande.
As regiões onde os trabalhos foram desenvolvidos e o número de trabalhos
por período podem ser analisados nas figuras a seguir.
27
Figura 1 – Mapa temático do estado do Mato Grosso do Sul
28
Figura 2 – Produção dos trabalhos de mestrado de 1991 – 2004 em Mato Grosso do
Sul.
29
4.1.3 Classificação Temática
Como se pode observar no levantamento feito, as produções apresentadas
trataram da Educação formal e informal, dos impactos ambientais, da conservação
ambiental e do desenvolvimento sustentável.
De acordo com esses resultados, percebeu-se, nas produções, preocupação
com a questão educacional formal e informal, com a Educação Ambiental no
Pantanal sul-mato-grossense, com os meios de comunicação servindo como
instrumento à Educação Ambiental, e com os problemas decorrentes dos impactos
ambientais causados por novas edificações. Nestes trabalhos, observou-se que
sugestões foram feitas para ações de um desenvolvimento sustentável,
evidenciando-se a seguir, aspectos importantes que foram analisados quanto à
Educação Ambiental nos planos formal e não formal, seguindo o discurso dos
próprios autores das dissertações o que esteve bastante evidente como se pode
observar:
“Ênfase especial foi dada à questão educacional daquela região (Passo do
Lontra), entendendo-se que a sua discussão não poderia ser feita fora das
relações sociais da produção humana” (HONDA, 1994).
“Para reverter a situação de depredação e uso não sustentável dos recursos
naturais, características do modelo de desenvolvimento atual, propõe-se,
entre outras coisas a Educação Ambiental, que deve ser estimulada e
aperfeiçoada, não apenas nas escolas, mas também em outras instâncias,
como, por exemplo, nos meios de comunicação” (RABELO, 1996).
“Muitos educadores têm alertado quanto à falta de consistência teórica na
prática da educação ambiental, carente muitas vezes de uma abordagem que
analise a questão ecológica enquanto uma questão humana” (SILVA, 1997).
“Dentre as inúmeras atividades voltadas a uma educação, para o meio ambiente, é
implantada, em 1993, na escola da rede pública, ensino de 1º grau, uma disciplina
obrigatória: Educação Ambiental” (VARGAS, 1998).
30
“Confrontando o dito (PCN e PNEA) com o feito (PNLD), nos defrontamos
com o abismo. Os livros pesquisados ignoram as propostas e exigências do dito e
alguns têm feito divulgações verdadeiramente perniciosas em termos de Educação
Ambiental” (MOREIRA, 2001).
“Esta pesquisa objetivou analisar a Educação Ambiental através do projeto
pedagógico da escola” (WIZIACK, 2001).
“Também, procura-se esclarecer a sua característica de ser social, a
sociedade e as suas instituições, entre elas a linguagem, a tecnologia e a educação,
procurando entender se, esta última, pode de fato ser um elemento de mudança”
(FLORES, 2002).
“O resgate histórico das ações da comissão de Conservação Ambiental de
São Gabriel do Oeste, com detalhes dos personagens que se destacaram, das leis
criadas, da conscientização da população e sua inserção no contexto do
desenvolvimento local são os pilares desta pesquisa” (PEREIRA, 2003).
“Ao final de nossa pesquisa, ousamos sugerir a implantação de ações que
visam a mitigar os danos causados ao meio ambiente natural e elencamos atitudes
que levarão a uma mudança de comportamento objetivando a sustentabilidade
ambiental” (ARTIOLI, 2002).
“Problemas com o desrespeito às Áreas de Preservação Permanente, o
descaso com o lixo, a falta de conservação do solo em propriedades rurais e nas
estradas vicinais, associados às questões como a necessidade de revisão e
atualização dos limites oficiais da APA do Ceroula e do próprio município,
demonstram a necessidade de atenção especial por parte das autoridades públicas”
(GONÇALVES, 2002).
“Verificando-se, durante a realização dos estudos exploratórios na área, a
inexistência de projetos de Educação Ambiental ou de quaisquer outras atividades
31
que auxiliem na criação de mecanismos para subsidiar e orientar os atores
envolvidos na administração local recomenda-se, no término desta pesquisa, ações
que possam contribuir para o crescimento do Ecoturismo, proporcionando, além da
preservação do ambiente natural, o Desenvolvimento Sustentável da região”
(ANACHE, 2003).
Nos aspectos apresentados sobre a Educação Ambiental percebeu-se que
não se pode separá-la da Educação como um todo, ela é o elemento de mudança. A
Educação Ambiental veio para melhorar a maneira de interagir homem e ambiente,
levando assim ao desenvolvimento sustentável que o planeta ora exige, através de
ações, coletivas, éticas, críticas e participantes.
Nos meios educacionais a Educação Ambiental vem sendo tratada de forma
transversal e transdisciplinar, já que não há, como já foi colocado, profissionais
suficientes e capacitados para a Educação Ambiental como disciplina específica no
processo educacional.
É necessária a formação adequada de educadores ambientais, considerando
o ambiente através de uma dimensão sócio-ambiental, para que realmente se possa
ter o desenvolvimento de uma sociedade sustentável.
Nos aspectos evidenciados dos resumos dos trabalhos levantados, verificou-
se que, muitos são os fatores que interferem direta ou indiretamente no meio
ambiente, seja na educação formal ou não formal. O desenvolvimento deverá
continuar a acontecer, portanto, deve-se dar grande importância ao papel do uso da
energia, seja no campo ou na cidade, verificando o impacto no meio ambiente. Isto
acontece também com o meio ambiente construído, o qual se sabe, juntamente com
a energia contribuem para o aquecimento global e emissões de gases. É preciso
criar estratégias de ação para se ter uma vida sustentável.
Artigo de Antonio Silveira Ribeiro dos Santos (jun, 1999), denominado
Educação Ambiental e o Poder Público, coloca que a legislação, sobre Educação
brasileira impõe ao Poder Público a implantação dessa disciplina nos seus cursos
públicos, incentivando e propiciando o desenvolvimento de projetos e programas
educacionais ambientais tanto formais quanto informais, colaborando com o
processo de conscientização ambiental (A ULTIMA ARCA DE NOE, 2006).
32
Um dos grandes problemas é a Educação Ambiental tratar a crise ambiental
como ecológica, surgindo a proposta de educação para a sustentabilidade ou
desenvolvimento sustentável (LEFF, 2002).
De acordo com Lima (1997), a educação ambiental brasileira vem
desenvolvendo, desde a década de 90, iniciativas teóricas e práticas renovadoras.
Já há um significativo número de educadores com pesquisas e experiências na área
de educação ambiental.
O que temos de concreto são as contribuições que advieram do consenso
mundial em 1992, do compromisso político em relação ao desenvolvimento e
cooperação ambiental. Esse compromisso, a Agenda 21, veio com esse objetivo, ou
seja, de preparar o mundo para os novos desafios que a natureza propõe e melhorar
a intervenção do homem na mesma, para se conseguir ecossistemas melhor
protegidos, atingindo assim o desenvolvimento sustentável esperado.
Em 2002, a Agenda 21 Brasileira foi concluída e, se faz necessário que se
coloque que o objetivo comum a ser atingido, não ficou restrito à preservação do
meio ambiente, mas sim, ao desenvolvimento sustentável, buscando um equilíbrio
entre crescimento econômico, equidade social e preservação ambiental.
O desenvolvimento sustentável propõe-se, com prioridade reduzir as
desigualdades sociais, garantindo a qualidade de vida para todos.
A partir de 2003, a Agenda 21 Brasileira não somente entrou na fase
de implementação assistida pela CPDS, como também foi elevada à
condição de Programa do Plano Plurianual, PPA 2004-2007, pelo
atual governo. Como programa, ela adquire mais força política e
institucional, passando a ser instrumento fundamental para a
construção do Brasil Sustentável, estando coadunada com as
diretrizes da política ambiental do Governo, transversalidade,
desenvolvimento sustentável, fortalecimento do Sisnama e
participação social e adotando referenciais importantes como a Carta
da Terra (AMBIENTEBRASIL, 2006).
Cabe à educação e aos educadores grande responsabilidade nesse
processo, para criar e pôr em prática, modelos de ensino e aprendizagem sociais.
A Educação Ambiental, especificamente, deverá buscar a viabilização de um
processo transformador, o despertar de consciência ambiental alerta e participativa,
formal ou não formal.
33
Considerando as colocações que foram feitas neste trabalho, é necessário
que se recorde que, mundialmente, em 1971, a Educação Ambiental surgiu como
uma nova ciência preocupando-se prioritariamente em apresentar soluções para os
problemas ambientais. Foi também o marco do surgimento das ONGs ambientalistas
no Brasil.
Apesar de tudo o que se tem dito e o que se tem feito, ainda há muito por
fazer, visto que os problemas ambientais continuam a acontecer, cada vez mais
sérios. São necessárias medidas preventivas. Acredita-se que a Educação
Ambiental seja uma delas, apesar de não estar ainda inserida formalmente nos
currículos, e a literatura sobre o assunto que há pouco tempo começou a se
sobressair. Espera-se também dela, soluções adequadas para um desenvolvimento
sustentável.
A 25ª Reunião Anual da ANPEd (Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Educação), mostrou que a situação do Brasil ainda é precária em
relação à maioria das pesquisas sobre o tema, haja vista que, em 2002, por meio de
um levantamento realizado, verificou a existência de um único Programa de
Mestrado, específico em Educação Ambiental, três programas de Doutorado em
Educação, com linhas de pesquisa em Educação Ambiental, dezessete Programas
de Mestrado em Educação, e núcleos de pesquisa em Educação Ambiental em três
de Doutorado e em outros sete Programas de Mestrado de outras áreas.
Posteriormente a REAsul (Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental)
verificou que esses números são bem maiores. Foi constatado também neste
levantamento, que há pelo menos sessenta e três pesquisadores doutores,
organizados em quinze grupos de pesquisa e em dezessete linhas de pesquisa em
Educação Ambiental, nos diversos programas de Pós-Graduação Stricto-Sensu.
De acordo com o levantamento deste trabalho, as primeiras pesquisas
voltadas à Educação Ambiental nos Programas de Pós-Graduação em Mato Grosso
do Sul começaram a surgir na década de 90.
Na produção dos Cursos de Pós-Graduação Stricto-Sensu das universidades
sul-mato-grossenses envolvidas, o levantamento de dados no período assinalado
mostrou onze produções classificadas como estudos específicos de Educação
Ambiental. Verificou-se as produções referentes aos estudos ambientais que, de
34
forma indireta, têm a ver com a produção de informações que contribuem para a
Educação Ambiental. Os resumos dessas dissertações selecionadas também se
encontram em anexo.
Como se pode avaliar com base neste levantamento, 4,9% das produções
Stricto-Sensu estão voltadas à Educação Ambiental. Acreditou-se no início desta
pesquisa que o percentual a ser encontrado fosse muito maior, visto que a
problemática existe e já é tratada há muito tempo.
Com esse percentual traçou-se o quadro das produções de estudos sobre a
Educação Ambiental no Estado no período pré-determinado, no âmbito de Pós-
Graduação Stricto-Sensu.
Seguem-se as entrevistas que foram feitas com alguns autores das
produções sobre Educação Ambiental, às questões propostas nos procedimentos:
Neide Honda foi a primeira entrevistada, cujo trabalho versa sobre questões
atinentes à educação rural no Pantanal, perpassando, necessariamente, por aspectos
concernentes à Educação Ambiental. É considerado pioneiro na área enfocada e
segundo o seu orientador, Prof. Dr. Gilberto Luiz Alves, “nenhuma proposta
pedagógica para a região estudada”, a partir de então, “pode ignorar os resultados
dessa investigação, que listam, inclusive, cuidados a serem tomados em sua
elaboração”. O objeto da pesquisa que desenvolveu para elaborar a sua dissertação
apresentada, em 1994, no Curso de Mestrado em Educação, oferecido pela
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), foi: A Atuação da Base de
Estudos do Pantanal – UFMS: um estudo sobre as condições de atendimento
educacional na Região do Passo do Lontra/Corumbá-MS.
A entrevistada comenta que, no momento, não dispõe de dados concretos para
poder afirmar até que ponto esse trabalho tem contribuído com a Educação Ambiental
em Mato Grosso do Sul. Contudo, reportou-se à data na qual realizou a defesa de sua
dissertação, informando que, logo após terem sido concluídos os ritos concernentes a
esse ato, foi abordada por alguns acadêmicos de diferentes cursos de graduação da
área de saúde, da UFMS, participantes de projetos de pesquisa acerca de
problemáticas daquela mesma região, interessados em consultar tal produção para
auxiliá-los em suas investigações e relatórios técnicos.
35
Durante alguns anos, a entrevistada acompanhou a significativa procura pelo
seu trabalho, por parte de docentes e discentes envolvidos em pesquisas,
direcionadas ao estudo do complexo meio ambiente pantaneiro, sob os mais
diferentes aspectos.
Comenta, ainda, que teve de superar muitas dificuldades na busca de fontes
para embasar o seu trabalho, pois, à época, a literatura existente era bastante
reduzida, mas ressalta, com entusiasmo, que foi um período rico em conquistar novas
descobertas, em adquirir e produzir conhecimentos e privilegiar-se de uma singular
visão daquela realidade sul-mato-grossense, principalmente, a humana.
Atuou na organização e realização do Seminário “Brasil/Bolívia/Paraguai -
Ecologia Chaco-Pantaneira: Estratégia de Ação e Integração entre as Universidades”,
realizado nos dias 25 e 26 de abril de 1988, promovido pela UFMS, com o apoio da
Organização dos Estados Americanos (OEA) e participação de representantes de
instituições universitárias e de pesquisas dos três países referenciados, cuja temática
abordou preocupantes questões da região chaco-pantaneira e da Educação
Ambiental.
Desse evento, de repercussão internacional, puderam ser produzidos
documentos, contendo dados, informações, sugestões e recomendações, de
interesse mútuo, referentes a medidas fundamentais para o processo de preservação,
manejo e desenvolvimento sustentável da região enfocada.
Como resultado da sua dissertação, publicou o livro sob o título: Educação no
Pantanal: a atuação da Base de Estudos do Pantanal da UFMS na região do
Passo do Lontra. (HONDA, 1998,124p).
Produziu, também, outros artigos, dentre eles, o intitulado: Educação rural no
Pantanal Sul-mato-grossense: implicações e desafios, inserido no livro A mídia
do Pantanal (BRUM; FRIAS, 2001, 209-236p).
Não pôde dar continuidade aos seus trabalhos de pesquisa, em decorrência de
ter assumido funções restritas à área da administração universitária.
A entrevistada colocou ainda que no primeiro livro supracitado, está expresso
que, a denominação Passo do Lontra”, segundo o senso-comum de moradores
daquela localidade, deve-se ao fato de que um homem apelidado “Lontra”, em épocas
de cheias no Pantanal, transportava gados, passando por aquela “cordilheira” por ser
36
um trecho mais elevado, o que, de certa forma, protegia mais os animais do perigo
que representava o grande volume de águas que transbordavam dos rios de região.
A segunda entrevistada, Ana Cristina Garcia Anache, que desenvolveu em
2003, o tema “Ecoturismo no Distrito de Piraputanga: visão histórica e
perspectivas de desenvolvimento sustentável: um estudo de caso”, colocou
que sua proposta visava à dinamização do Distrito de Piraputanga, pois os jovens
após a conclusão do Ensino Fundamental, mudavam-se para outras cidades, à
procura de trabalho e estudo. Informou ainda que, o crescimento da economia do
Distrito, foi prejudicado com a retirada do trem de passageiros e, em contrapartida,
por causa dos atrativos da região, o turismo começou a crescer sem controle de
degradação. Verificou também inexistência de projetos de Educação Ambiental ou
quaisquer outras atividades que pudessem auxiliar na preservação do meio
ambiente da localidade. Publicou um artigo na revista Ensaios e Ciência/
Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal:
Caracterização do Distrito de Piraputanga/MS como estratégia para o
Ecoturismo (ANACHE, et al., 2005, 73-87p.).
Outro entrevistado foi Marcus Menezes Silveira, cujo trabalho, “A reciclagem
dos materiais da construção civil como estratégia de conservação do meio
ambiente: caso do entulho reciclável argamassas em Campo Grande-MS”,
baseou-se num trabalho desenvolvido em Campina Grande, PB, em 1999, e foi o
primeiro que tratou do assunto no Estado de Mato Grosso do Sul e, durante o
desenvolvimento do tema, o autor já fazia palestras sobre resíduos sólidos. Seu
projeto deu-lhe perspectiva de servir como consultor da aplicação da resolução
CONAMA 307/2002, na cidade de Campo Grande, MS. Essa resolução dispõe sobre
o tratamento final de resíduos da construção civil. Aplica seu trabalho nos cursos de
Especialização que ministra, demonstrando a necessidade da Educação Ambiental
para uma comunidade sustentável.
Fez publicação no Programa e Cadernos de Resumos, “I SENISA-URB – I
Seminário Nacional de Impactos Sócio-Ambientais Urbanos. Desafios e Soluções.
37
Curitiba-PR” (UFPR). O trabalho intitulou-se: Reciclagem de entulhos para
revestimento de paredes em Edificações (SILVEIRA ; SALLES, 2002, p. 60).
Publicou também nos anais do II Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica
da UNIDERP, Utilização de Entulho Reciclável em Argamassas em Campo
Grande-MS (MENEZES, et al., 2000, p.41-42)
A última entrevista foi feita com Suzete Rosana de Castro Wiziack, cujo
trabalho “A Educação Ambiental no Projeto Pedagógico de Escolas Públicas de
Campo Grande-MS”, sempre foi muito procurado para pesquisas. Há dois anos
vem participando de formação na Secretaria de Estado do Meio Ambiente, com
professores de municípios pólos. Seu texto, referente ao trabalho de mestrado, foi
escolhido como material didático, para inserção no currículo do Projeto Pedagógico
do Fundo Nacional de Educação (FNDE). Sempre foi militante na área ambiental,
participando de todas as propostas e ONGs. Trabalha no Programa de Formação de
Formadores e Formadoras Ambientais. É responsável pelo Projeto Pedagógico em
Mato Grosso do Sul e em Campo Grande há um núcleo constituído por ela.
Trabalhou dez meses na construção do Projeto Político Pedagógico do SIDEMA -
Consórcio dos Rios Miranda e Apa. Seus trabalhos ainda não foram publicados.
As entrevistas colaboraram para mostrar que existe empenho em minimizar a
crise ambiental. Como se pode perceber, dois dos entrevistados encontram-se
ativamente empenhados em minimizar a crise ambiental e o têm feito de forma
atuante com relação à Educação Ambiental no meio estudantil, e junto às formações
de professores e projetos.
De acordo com Layargues (2003), o panorama da Educação Ambiental no
Brasil apresenta uma “relação estabelecida entre educação ambiental e mudança
social” e a reflexão a respeito dessa relação “pode trazer aportes significativos para
a pesquisa em educação ambiental”. Coloca ainda que:
“para que a educação ambiental possa fornecer a sua contribuição
específica para a reversão da crise, desponta um cenário que
envolve uma dupla via de acesso à mudança ambiental: a mudança
cultural e a mudança social”. (ANPED, 2006).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Mato Grosso do Sul, de acordo com o que foi levantado nesta dissertação,
pode-se perceber a preocupação por um desenvolvimento sustentável, por meio da
conscientização de maneira formal e não formal por meio da Educação Ambiental
que veio para construir esse processo transformador.
Nas entrevistas realizadas com alguns dos autores das dissertações aqui
citados, verificou-se que houve publicações e apenas dois permanecem ligados à
atividades ambientais. Percebeu-se, também, que muitas foram as dificuldades
encontradas para o desenvolvimento de projetos nessa área, mas, para aqueles que
continuam, a Educação Ambiental está sendo proposta nas salas de aula e nos
cursos ministrados aos professores.
Com relação ao percentual de estudos, com certeza, o mesmo terá uma
mudança significativa mediante o desenvolvimento das linhas de pesquisa dos
Cursos de Pós-Graduação Stricto-Sensu, que agregam trabalhos significativos em
andamento.
Desse modo, a expectativa é de que a continuidade das discussões sobre a
Educação Ambiental, bem como os resultados aqui apresentados possam contribuir
para que o conhecimento acumulado, nesta área, e uma nova consciência
ambiental, alcancem a comunidade, ao possibilitar a compreensão com relação à
situação ambiental de cada região, mudando sua postura frente aos problemas
ambientais que venham a surgir.
Espera-se, também, que a formação docente específica na Educação
Ambiental, aos cuidados do MEC, continue a acontecer, pois se sabe que o Plano
Nacional de Educação (PNE) está implementando a Educação Ambiental como
disciplina específica. Grande é a importância do educador ambiental, o professor na
escola, pois o mesmo será o agente de transformação no meio formal.
Enquanto isso acontece, pode-se perceber por meio da análise das
dissertações e entrevistas que a Educação Ambiental tem sido trabalhada por meio
de formação continuada, treinamentos, discussões, conferências movimentos
ambientalistas e outros, a fim de que continuem procurando soluções para a
problemática do meio ambiente, para que realmente se possa fazer um mundo
melhor.
39
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Sociais. Departamento de Educação, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
Campo Grande.
ANEXO
46
ANEXO
Os trabalhos, cujos resumos estão em anexo, foram transcritos do próprio
trabalho de origem.
Com relação às Produções Específicas em Educação Ambiental, os seguintes
trabalhos foram verificados no Mestrado em Educação, na Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul - UFMS.
A atuação da base de Estudos do Pantanal – UFMS: um estudo sobre as condições
de atendimento educacional na região do Passo do Lontra/Corumbá, MS.
Autor: NEIDE HONDA
Resumo:
A questão que se coloca neste trabalho dirige-se à atuação da Base de Estudos do
Pantanal – BEP, enquanto instrumento de apoio, da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, para o desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino e
extensão, voltadas ao regional, notadamente ao Pantanal Sul-mato-grossense.
Ênfase especial foi dada à questão educacional daquela região, entendendo-se que
a sua discussão não poderia ser feita fora das relações sociais da produção
humana. A exposição foi estruturada em dois capítulos: o primeiro, referente à
história da Base de Estudos do Pantanal, buscou desvelar a existência de
determinantes institucionais, que teriam influenciado na implantação de uma unidade
de tal porte em pleno Pantanal sul-mato-grossense, bem como levantar os principais
projetos de pesquisa, ensino e extensão, desenvolvidos naquela unidade avançada;
o segundo, concernente à história de uma experiência escolar ao nível de 1º grau,
na BEP, buscou identificar as razões pelas quais essa experiência fracassou e,
ainda, apontar condições básicas a serem consideradas na elaboração de um
projeto educacional para a região objeto deste estudo.
O Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul na Mídia: Análise das Possibilidades
Educativas do Jornal Impresso.
Autor: DESIRÉE CIPRIANO RABELO
Resumo:
47
O objetivo deste trabalho é analisar como o jornal impresso tem respondido à
demanda de que os meios de comunicação sejam instrumentos de Educação
Ambiental. Para reverter a situação de depredação e uso não sustentável dos
recursos naturais, características do modelo de desenvolvimento atual, propõe-se,
entre outras coisas, a Educação Ambiental, que deve ser estimulada e aperfeiçoada,
não apenas nas escolas, mas também em outras instâncias, como por exemplo, nos
meios de comunicação. Considerados o espaço público da sociedade
contemporânea, eles exercem forte influência, são presença de conhecimento.
Porém, a questão ambiental, seja pela sua complexidade, seja pela novidade, não
tem encontrado um tratamento adequado nesses meios. Pesquisas realizadas em
vários países têm apontado as deficiências do chamado Jornalismo Ambiental. No
Brasil, a situação não é diferente, como mostram as análises feitas neste trabalho. A
primeira delas, usando técnicas da análise de conteúdo, verifica os principais temas,
fontes e enfoques das notícias publicadas no jornal Correio do Estado (de Campo
Grande – MS, Brasil) ao longo de 1993. A análise do discurso de uma grande
reportagem sobre a pesquisa da arara azul revela os recursos do texto utilizado para
convencer o leitor e, finalmente, a análise lexical das respostas às entrevistas
realizadas com leitores mostra a avaliação do público com relação à cobertura
jornalística do meio ambiente. Os resultados dessas análises confirmam que o jornal
impresso pouco tem contribuído para fornecer informações que ajudem a formação
de conhecimentos, crenças e posturas, críticas da problemática ambiental. Tal
constatação é mais preocupante ao se considerar que Mato Grosso do Sul, Estado
onde foi realizada a pesquisa, abrigam ecossistemas estratégicos, entre eles o
Pantanal e o Cerrado. Ainda assim a região não formulou um modelo de
desenvolvimento que garanta a preservação e a conservação de seus recursos
naturais, o que significa, também, qualidade de vida para seus habitantes. Algumas
das possíveis explicações para a inexistência de um Jornalismo Ambiental de
qualidade são as limitações do repórter em compreender e/ou aprofundar os temas
ambientais; a excessiva dependência das fontes oficiais; a ênfase nos aspectos
legais (principalmente quando fragmentada) superficial, orientada para os eventos,
principalmente quando envolvem conflitos ou fatos pitorescos. As grandes questões,
como a do modelo de desenvolvimento adequado para o Estado, não são temas de
48
reportagens. Prova disso é a falta de boas matérias sobre a Hidrovia Paraná-
Paraguai, o Gasoduto ou Hidrovia Porto Primavera.
O Verde da Educação Ambiental.
Autor: MAGDALENA FERNANDES DA SILVA
Resumo:
Muitos educadores têm alertado quanto à falta de consistência teórica na prática da
educação ambiental, carente muitas vezes de uma abordagem que analise a
questão ecológica enquanto uma questão humana. É o que me propus fazer neste
trabalho, tendo como referência o homem como ser histórico que no processo de
construir-se a si mesmo através do trabalho, constrói também a natureza que lhe é
necessária. Para a elucidação dos princípios e objetivos em que se baseiam as
propostas de maior consenso do ecologismo, foram utilizados documentos oficiais
emitidos por organismos da ONU, particularmente os compromissos firmados nas
conferências internacionais, além de outros de responsabilidade de organizações
não governamentais de âmbito mundial de ampla aceitação. Para a compreensão da
natureza enquanto mercadoria e meio de produção incorporados aos objetivos do
capitalismo, bem como do ideário da sociedade burguesa que a legitima, foram
utilizados textos clássicos e de autores contemporâneos.
Ecoturismo e desenvolvimento sustentável em Bonito-MS: Elementos de análise
para uma educação ambiental.
Autor: ICLÉIA ALBUQUERQUE DE VARGAS
Resumo:
Esta dissertação tem por objetivo a descrição e a análise da Educação Ambiental
desenvolvida em Bonito, importante pólo turístico do Estado de Mato Grosso do Sul.
A localidade possui forte manifestação ambientalista e, dadas as belezas naturais,
apresenta grande poder de atração de turistas, pesquisadores, aventureiros,
curiosos, organizações não governamentais, etc., indivíduos grupos que interferem,
de alguma maneira, na visão de mundo da população da região. Partindo do
referencial da ciência da história, contextualizei o desenvolvimento sócio-econômico
da região e detectei o momento em que as forças produtivas foram redirecionadas
49
na sua relação com a natureza. É quando surge o movimento ambientalista e, com
ele, uma nova necessidade: preparar o cidadão de Bonito para conviver com seu
meio de forma mais harmoniosa, valorizando a natureza local. Dentre as inúmeras
atividades voltadas a uma educação para o meio ambiente, é implantada em 1993,
na escola da rede pública, ensino de 1º grau, uma disciplina obrigatória: Educação
Ambiental. Como fontes de pesquisa utilizei documentos referentes à disciplina
escolar e ao ambientalismo local e realizei entrevistas com sujeitos ligados ao objeto
de estudo. Diante dos resultados considerei dois pontos fundamentais: a educação
ambiental desenvolvida em Bonito se expressa melhor através de veículos não
ligados aos setores de ensino, tais como ONGs, dos trabalhos dos guias turísticos e
dos meios de comunicação; a educação ambiental escolar não contempla questões
fundamentais, como as tensões explícitas entre as necessidades criadas pela
sociedade capitalista e os limites impostos às condições de sobrevivência da
espécie humana no planeta, contexto do qual Bonito não pode ser isolado.
O Dito e o Feito em Educação Ambiental no Brasil no inicio do século XXI.
Autor: PLÍNIO DE SÁ MOREIRA
Resumo:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), são constituídos por um conjunto de
livros, editados em 1997 (1ª. a 4ª. Série), 1998 (5ª. a 8ª. Série) e 1999 (Ensino
Médio), e formam uma coleção de propostas bem formuladas, bem apresentadas e
com sólido embasamento teórico. Esta proposta implica na introdução do conceito
de Transversalidade na abordagem de temas como Ética, Saúde, Meio ambiente,
Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo, e também
compreende a necessidade de um enfoque multi, inter e transdisciplinar. A Lei Nº.
9795, de 27/04/1999, “dispõe sobre Educação ambiental [EA], institui a Política
Nacional de Educação Ambiental [PNEA]”. Esta Lei corrobora os PCN quando exige
que a EA seja vista sob o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo,
considerado a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural,
na perspectividade da inter, multi e transdisciplinaridade, fundamentada em suas
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos,
legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos. Ambos os
50
instrumentos PCN e PNEA, são complementares, e estão em harmonia com a
tendência consensual no movimento ambientalista internacional. Do muito que tem
sido dito, pesquisei parte do que tem sido feito. Parti do princípio de que os
professores estavam despreparados para tal empreitada, tendo em vista a ausência
de programas preparatórios nos cursos de graduação das IES. Se nada lhes foi
ensinado de EA, não se pode esperar que tragam para as salas de aula conceitos
complexos e intrincados como se exige. A alternativa estaria nos livros. Pesquisei
uma amostra dos livros de outro programa oficial, o Programa Nacional do Livro
Didático (PNLD). Confrontando o dito (PCN e PNEA) com o feito (PNLD), nos
defrontamos com um abismo. Os livros pesquisados ignoram as propostas e
exigências do dito e alguns têm feito divulgações verdadeiramente perniciosos em
termos de Educação Ambiental.
A Educação Ambiental no Projeto Pedagógico de Escolas Públicas de Campo
Grande-MS.
Autor: SUZETE ROSANA DE CASTRO WIZIACK
Resumo:
Face ao grave processo de degradação do ambiente, a Educação Ambiental é
atualmente uma reivindicação da sociedade mundial. No Brasil, ela está assegurada
através da Constituição Federal de 1988. além disso, é meta de programas
educacionais como os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN. Existe um
consenso entre os educadores – os PCN corroboraram – de que a educação
ambiental não poderá ser realizada de forma pontual e desarticulada no e do
contexto escolar, pois deve estar presente nos currículos de todas as disciplinas e
nas diversas atividades pedagógicas. Esta pesquisa objetivou analisar a educação
ambiental através do projeto pedagógico da escola. Tal como tem sido idealizado,
este projeto legitima e abre espaço para a realização dessa educação. Para realizar
a investigação utilizamos diferentes técnicas de coleta e fonte de dados, inclusive a
observação do objeto através da fala e das ações de professores de uma escola
pública de Campo Grande/ MS. A reflexão sobre a questão ambiental, a “instituição
da sociedade” e sobre a educação deu sustentação teórica ao trabalho. Os dados
51
coletados evidenciaram uma série de impasses para a realização da educação, mas
também podem indicar caminhos de sua concretização.
O Homem, a natureza e a educação: algumas interrogações filosóficas.
Autor: JULIO NAVARES FLORES
Resumo:
Na questão do Meio Ambiente podemos observar uma contradição, já, que o
discurso é conservacionista e a prática é destrutiva. Diz-se que transformar o
discurso em prática implica mudar o homem e o caminho para tal, passa pela
escola. Para esclarecer isto, é necessário encarar o assunto, não do ponto de vista
do Meio Ambiente, mas do ponto de vista do homem; é ele o centro do problema.
Procuramos, então, elucidar o homem, expondo a sua natureza de ser vivo e as
idéias que tenha respeito dele próprio. Entre elas avulta a questão da racionalidade
humana. No entanto, na prática, as atitudes humanas contradizem esta pretensa
racionalidade e apresentam o homem como um ser movido por paixões de toda
espécie. Para elucidar isto, analisamos a relação psique/corpo a partir de três
enfoques: o do ser que altera e modifica o ambiente para suprir as suas
necessidades, o papel das emoções e sentimentos no comportamento humano e a
influencia da imaginação no pensar humano. Também, procura-se esclarecer a sua
característica de ser social, a sociedade e as suas instituições, entre elas a
linguagem, a tecnologia e a educação, procurando entender se, esta última, pode de
fato ser um elemento de mudança. Finalmente, analisamos a sua relação com a
natureza, constatando que as mudanças de postura em relação a ela, não passam
em boa parte de retórica. Concluímos com opções que podem ser contraditórias,
mas que refletem a necessidade imperiosa de que o homem continue se
questionando, porque todos os conceitos e atitudes, em relação ao que é externo,
são conseqüências do que ele é.
Seguem-se os resumos das dissertações desenvolvidas no Mestrado em
Desenvolvimento Local na Universidade Católica Dom Bosco – UCDB.
52
As Ações da Comissão de Conservação Ambiental de São Gabriel do Oeste: Uma
Alternativa de Desenvolvimento Local.
Autor: GISLENE GARCIA DE SOUSA PEREIRA.
Resumo:
O resgate histórico das ações da comissão de Conservação Ambiental de São
Gabriel do Oeste, com detalhes dos personagens que se destacaram, das leis
criadas, da conscientização da população e sua inserção no contexto do
desenvolvimento local são os pilares desta pesquisa. Trazendo informações
relevantes como o projeto inicial e o perfil do município, para que pudéssemos
vislumbrar as mudanças ocorridas em nível municipal e em seus habitantes, atitudes
estas observadas até os dias de hoje, fruto do esforço de pessoas comuns que
foram os líderes deste movimento. A capacidade de organização destes atores
locais que orientaram as ações da Comissão de Conservação Ambiental de São
Gabriel do Oeste, promovendo o desenvolvimento local de forma equilibrada, com
gestão dos recursos locais e principalmente visando o desenvolvimento sustentável,
com mudanças harmônicas, crescimento econômico, alternativas de bem estar do
ser humano, e conservação dos recursos naturais. A força da comunidade no
desenvolvimento do seu município, valorizando a terra, implantando projetos,
buscando recursos federais, estaduais, municipais e privados, enfim a união na
conquista dos objetivos comuns e o reflexo destas ações inclusive no cenário
internacional.
Os resumos dos trabalhos a seguir referem-se às dissertações no Mestrado em Meio
Ambiente e Desenvolvimento Regional, na Universidade para o Desenvolvimento e
Estado da Região do Pantanal – UNIDERP.
Empreendimentos Turísticos de Pesca e Ecoturismo na Bacia do Rio Miranda:
Impactos gerados pela ocupação e operação. Um estudo de caso.
Autor: ALEX POGODIM ARTIOLI
Resumo:
A localidade de Salobra e a região ribeirinha da cidade de Miranda formam o
universo de pesquisa deste trabalho. Esta região situa-se no Pantanal Sul-Mato-
53
Grossense, mais precisamente no Pantanal de Miranda, o qual é composto pelos
municípios de Miranda e Aquidauana, na parte oeste do Estado de Mato Grosso do
Sul. O objetivo deste estudo foi buscar os fatores que demandaram a instalação de
um número excessivo de estabelecimentos turísticos na região mirandense, no
período compreendido pela década de 60 ao final da década de 90, trazendo
alterações no cotidiano da comunidade ribeirinha ali estabelecida e no ambiente
natural pantaneiro. Essas alterações contribuíram para a mudança do perfil
socioeconômico local com o surgimento de uma maior oferta de empregos e
abertura de novos campos profissionais, destacando-se o de guia turístico. Na área
ambiental, entretanto, pode-se observar o surgimento de uma paisagem modificada
pelo surgimento explosivo de ranchos de pesca e estabelecimentos hoteleiros, às
margens do rio Miranda em área de preservação permanente. A instalação e
operacionalidade dessas edificações levaram à derrubada de vegetação ribeira e à
produção de resíduos sólidos domésticos depositados a céu aberto, bem como ao
despejo de efluentes na calha fluvial do Miranda. Ao final de nossa pesquisa,
ousamos sugerir a implantação de ações que visam a mitigar os danos causados ao
meio ambiente natural e elencamos atitudes que levarão a uma mudança de
comportamento objetivando a sustentabilidade ambiental.
Bases para o Planejamento e a gestão da área de Proteção Ambiental da bacia do
Córrego Ceroula: Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Autor: ROBERTO MACHADO GONÇALVES
Resumo:
A Área de Proteção Ambiental da Bacia do Córrego Ceroula (APA do Ceroula),
criada em 2001 pela administração Municipal de Campo Grande, representa
categoria de manejo sustentável do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
Com vistas aos objetivos da APA, as comunidades locais e o poder público têm
responsabilidades quanto a sua implementação dentro de princípios que regem o
desenvolvimento sustentável. Buscando subsidiar o planejamento e a gestão da
APA, foram levantados e sistematizados conhecimentos sobre a categoria
abordando o pensamento e experiências de profissionais e estudiosos da questão.
Sobre a APA do Ceroula foram levantadas informações de aspectos físicos, bióticos
54
e socioeconômicos, seus potenciais e problemas. Como resultados foram
produzidos mapas tratando de temáticas como geologia, geomorfologia, hidrografia,
vegetação, ocupação e uso do solo e, avaliação do potencial dos recursos naturais,
possibilitando a visualização e compreensão de conhecimentos quanto a APA do
Ceroula até então inexistentes ou de acesso extremamente limitados. A constatação
de sítios de beleza cênica, assim como a prática do vôo livre, são exemplos que
comprovam o potencial turístico da unidade. A contribuição financeira sobre
exploração mineral –CFEM e o ICMS “ecológico” são identificados como fontes
potenciais de recursos para a gestão da unidade. Problemas como o desrespeito às
Áreas de Preservação Permanente, o descaso com o lixo, a falta de conservação do
solo em propriedades rurais e nas estradas vicinais, associados às questões como a
necessidade de revisão e atualização dos limites oficiais da APA do Ceroula e do
próprio município, demonstram a necessidade de atenção especial por parte das
autoridades públicas. Por fim, são apresentadas recomendações gerais, tais como a
criação do Sistema Municipal de Unidades de Conservação, e específicas, como a
realização de um Programa de Informação Ambiental da APA e o estímulo às
práticas agro ecológicas.
Ecoturismo no Distrito de Piraputanga: visão histórica e perspectivas de
desenvolvimento sustentável: um estudo de caso.
Autor: ANA CRISTINA GARCIA ANACHE
Resumo:
O Distrito de Piraputanga, localizado na porção meridional do município de
Aquidauana, divisa com o município de Dois Irmãos do Buriti, no Estado de Mato
Grosso do Sul, constitui a área do objeto de estudo desta dissertação. A escolha da
região teve, como objetivo maior, realizar levantamentos sobre as características
históricas, sociais e econômicas da população local que, aliadas às características
ambientais, como: relevo, flora, fauna, tipo de solo e hidrologia, possibilitem a
viabilização de ações que propiciem o Desenvolvimento Sustentável. A área em
estudo apresenta vocação ambientalista, detectada principalmente após a
implantação da Estrada-Parque de Piraputanga, ocorrida no ano de 2000, fato que
gerou discussões sobre o desenvolvimento do Ecoturismo na localidade. Com isso,
55
criaram-se expectativas com relação à infra-estrutura oferecida, visando atender ao
crescente número de visitantes, oriundos de municípios vizinhos, de outros estados
e até de outros países, bem como na organização de grupos que orientem as ações
que promovam a mitigação dos impactos ambientais que possam vir a ocorrer com a
presença de turistas. Verificando-se, durante a realização dos estudos exploratórios
na área, a inexistência de projetos de Educação Ambiental ou de quaisquer outras
atividades que auxiliem na criação de mecanismos para subsidiar e orientar os
atores envolvidos na administração local, recomendam-se, no término desta
pesquisa, ações que possam contribuir para o crescimento do Ecoturismo,
proporcionando, além da preservação do ambiente natural, o Desenvolvimento
Sustentável da região.
Produção de Estudos Ambientais
Destacou-se a Produção de Estudos Ambientais por entender que de forma
indireta tem a ver com a produção de dados científicos que contribuem para a
Educação Ambiental.
Com relação a essas produções, os seguintes trabalhos foram verificados no
Mestrado em Desenvolvimento Local, na Universidade Católica Dom Bosco.
Caracterização do Uso Público e Oportunidades para o Desenvolvimento do Turismo
Sustentável no Parque Estadual do Prosa/ Campo Grande-MS.
Autor: DANIELA VIEIRA CAÇÃO
Resumo:
A pesquisa sobre o uso público no Parque Estadual do Prosa foi realizada de acordo
com a aplicação de entrevistas e questionários com a gerência, funcionários /
estagiários e visitantes (turistas e a comunidade local de Campo Grande – MS). O
trabalho apresenta um breve histórico do turismo em Unidades de Conservação,
relatando a origem do turismo e lazer no parques, explorando o papel do ecoturismo
e da educação ambiental e a relação entre o turismo sustentável e o
desenvolvimento local. Um estudo detalhado do parque é feito e são apresentados
desde seu histórico, localização, plano de manejo e zoneamento até seus aspectos
56
biofísicos e a infra-estrutura e serviços no atendimento aos visitantes. É
demonstrado, nesta pesquisa, como a visitação está acontecendo no parque; qual o
perfil do visitante; a classificação das instalações (atrativos) para o atendimento ao
visitante e as alternativas de nova infra-estrutura para o parque. Para concluir, foi
feita uma proposta de algumas diretrizes para o desenvolvimento do turismo
sustentável no Parque Estadual do Prosa.
Variabilidade Climática e Previsões: Aplicabilidade dos satélites de Observações
Ambientais como instrumento do Desenvolvimento Local.
Autor: PAULO SHIGUENORI KANAZAWA
Resumo:
Este estudo explora a aplicabilidade de dados e informações obtidos de satélites
como NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) e Landsat, como
instrumento de planejamento para desenvolvimento local sustentável. O
desenvolvimento local sugerido segue as linhas básicas apresentadas pela Agenda
21 (PNUD, Rio 92), adotando os princípios propostos por Ignacy Sachs (1997):
“colocando em prática o eco desenvolvimento, através da recriação do
planejamento”. A variação inter anual de taxa de desmatamento e parâmetros
climáticos, incluindo temperatura média anual e precipitação total no Município de
Terenos, foi analisada para o período de 1981 a 2000. Foram utilizadas aerofotos de
1966, fornecidas pelo DSG (Diretoria de Serviço Geográfico), e imagens de Landsat
de 1985, 1996 e 2000, para calcular a taxa de desmatamento, usando o método de
classificação de imagem e análise do software SPRING, desenvolvido pelo INPE
(Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), disponível na Internet. Os dados
cumulativos anuais do NDVI (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada) foram
utilizados para correlacionar as taxas de desmatamento calculadas dos dados no
NOAA AVHRR (Radiômetro Avançado de Altíssima Resolução), GAC (Cobertura de
Área Global), no período de 1981 a 2000, fornecidos pelo GSFC/NASA (Centro
Espacial de Vôo Goddard / Administração Nacional Aeroespacial). Os resultados
mostraram que a temperatura média anual aumentou de 22.5º para 24.6º C e a
precipitação total anual diminuiu de 1500 para 1250 mm e o NDVI cumulativo anual
diminuiu de 7.3 para 6.8 (durante o período de 1981 a 2000). A cobertura vegetal
57
natural do Município de Terenos reduziu de 68%, em 1966; 35%, em 1985; 32%, em
1996; e 27%, em 2000. Indicando que o desmatamento afetou o clima regional. Foi
obtido um valor de coeficiente de correlação de 0.91 entre NDVI e taxa de
desmatamento. Demonstrando que a redução do índice do verde da superfície
analisada coincidiu com a redução de vegetação nativa. Conclui-se que os satélites
ambientais geraram importantes informações, tornando-se uma ferramenta útil para
monitorar a variabilidade climática anual e melhorar os parâmetros para o
planejamento de desenvolvimento local de forma sustentável. Para estudo adicional,
sugere-se a aplicação de modelo de SIG (Sistemas de Informações Geográficas),
baseado na utilização combinada de mapas digitais de satélites, com validação de
dados de campo, para se obter uma estratégia adequada de recuperação de terras
degradadas para um plano de desenvolvimento sustentável regional satisfatório para
o Município de Terenos, no Estado de Mato Grosso do Sul.
A Energia e o Desenvolvimento Local no Ambiente Rural.
Autor: ELIZEU PEREIRA VICENTE
Resumo:
A pesquisa da relação entre o uso da eletricidade no ambiente rural e a
modernização produtiva procura mostrar a relevância deste insumo para o
desenvolvimento do setor primário, principal vetor da economia no Estado de Mato
Grosso do Sul. No final da década passada, foi implementada em todo o País o
Programa “Luz no Campo”, pelo Governo Federal, objetivando a intensificação das
atividades rurais pela agregação tecnológica ao produto originado do campo com a
eletrificação rural. Mais recentemente, foi instalada a política de “Universalização do
Atendimento de Energia Elétrica” no País, um instrumento ainda mais intenso para
levar a energia elétrica aos cidadãos ainda não atendidos, tanto no meio rural como
urbano. Neste estudo, procura-se analisar potenciais diretrizes capazes de articular
soluções para a dotação de infra-estrutura de energia elétrica às propriedades ainda
não atendidas no ambiente rural, aproveitando-se estas iniciativas, considerando
como laboratório de experiência a região central de Mato Grosso do Sul, envolvendo
os municípios de Campo Grande, Ribas do Rio Pardo e Sidrolândia. A necessidade
de delimitar-se um espaço geográfico levou à escolha destes três municípios, pela
58
representatividade da amostra e diversidade de características no contexto regional.
A significativa distinção das características de atendimento entre o meio rural e
urbano, aliada aos objetivos de análise da influência das inovações técnicas
produzidas pela utilização da energia na produtividade do campo, levou à dedicação
especifica do estudo focado no ambiente rural. Foram realizadas pesquisas de
campo semi-estruturadas nos três municípios, envolvendo produtores rurais. As
informações obtidas foram tratadas em conjunto com pesquisas bibliográficas,
objetivando a análise da perspectiva de aumento da produtividade e conseqüente
qualidade de vida do produtor rural, a partir da utilização da energia elétrica nos
processos de produção. A proposta de uma solução híbrida, dispondo-se de um rol
diferenciado de fontes energéticas, apesar de ser complexa em ternos de concepção
técnica, pode ser adequada à realidade econômica e ambiental de cada aplicação,
tratando o problema menos pela ótica da eletrificação rural, e mais pela energia
rural, para a qual a composição de fontes primárias e secundárias poderá se
constituir na melhor alternativa. Estas alternativas para tratar a oferta de energia
para cada solução pesquisada deve ser coerente com as necessidades próprias de
cada utilização, e esta sim é uma característica peculiar a cada propriedade e
proprietário rural. A inserção do tema da pesquisa no contexto do Programa de
Desenvolvimento Local pode orientar-se no setor de infra-estrutura como elemento
genético para instrumentalização dos estudos, e no tema energia ou
desenvolvimento energético como foco mais específico em análise.
No Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, na Universidade para
o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal – UNIDERP.
Os impactos ambientais do transporte coletivo rodoviário na cidade de Campo
Grande (MS), um estudo de caso na Rua Rui Barbosa.
Autor: FLÁVIO ANTONIO ASSIS TRIVELLATO
Resumo:
Esta dissertação de mestrado descreve; o histórico do desenvolvimento do
transporte coletivo na cidade de Campo Grande (MS), a evolução da cidade no
período compreendido entre 1940 até o ano de 2000 e faz uma análise da poluição
59
ambiental num trecho da Rua Rui Barbosa que está localizada na área central da
cidade. Este faz parte do corredor de transporte coletivo urbano, sendo considerado
pela população muito poluído. O estudo teve como ponto de partida a formação de
Campo Grande, a chegada dos trilhos da Rede Ferroviária em 1914 e o
aparecimento dos primeiros serviços de transportes datados de 1930. O trabalho
descreve de forma suscinta os projetos relacionados com o transporte público, com
destaque aos planos de Desenvolvimento Integrado realizado na década de 60, pela
empresa Hidrosérvice; o Plano de Estruturação Urbana desenvolvido, na década de
70, pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner, que serviu de base para a implantação
do Sistema Integrado de Transporte em 1991; e o Plano Diretor de Transporte no
ano de 1997. Destaca, porém que pouco foi feito para a melhoria Da qualidade do
ambiente urbano e na eliminação das fontes poluidoras. Para comprovar a
afirmativa, foram feitas visitas em um trecho da Rua Rui Barbosa onde se coletaram
dados referentes à vegetação existente, medições da ambiência sonora e da
poluição do ar. Os resultados das medições de poluição do ar apresentaram
concentrações de SO
2
próximas do limite. Os níveis de poluição sonora são maiores
que os permitidos pela legislação vigente e a vegetação existente próxima à fiação
da rede elétrica demonstra poda inadequada, resultando na degradação das
espécies existentes. Os resultados confirmaram a necessidade da adoção de uma
política municipal efetiva no controle das fontes poluidoras do meio ambiente,
objetivando a manutenção da qualidade de vida na cidade, contribuindo assim, para
uma melhor ambiência urbana.
Situação da gestão dos resíduos sólidos urbanos em campo Grande-MS.
Autor: HELENA CISOTTO SARTORI
Resumo:
A cidade de Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do sul, com
população de 663.621 habitantes, distribuídos em 8.096 km, produz 418 ton/dia de
resíduos sólidos, com aproximadamente 0,65 kg, a produção per capta. Os resíduos
sólidos são dispostos em aterro controlado, localizado na região sul da cidade a 500
m do córrego Anhanduizinho, no Anel Viário Br 060 MS. Campo Grande tem 03
áreas distintas de geração de resíduos sólidos: o centro, os grandes eixos de
60
circulação e as regiões urbanas periféricas. A limpeza não é satisfatória e ocorrem
enchentes nos córregos que cortam a cidade e nas periferias causando transtornos
e perdas para a população. Na periferia é menor o cuidado com os resíduos sólidos
havendo maior dificuldade para a coleta. Os serviços de limpeza são terceirizados e
atendem a 97% dos domicílios e onera 7% do orçamento do município. A empresa
também é responsável pela coleta, tratamento e destinação do lixo hospitalar.
Homens, mulheres e crianças trabalham em condições precárias e irregulares
catando resíduos de algum valor comercial, principalmente plástico, papelão e
metais do aterro. O lixo reciclável é comercializado por atravessadores ou
sucateiros, enfardado e enviado a São Paulo. A maior geração de resíduos ocorre
nos meses de dezembro e janeiro e a mais baixa nos meses de abril, maio e junho.
O acondicionamento em geral é impróprio feito em sacolas plásticas de
supermercados. Os entulhos e inertes em geral constituem cerca de 58% do peso
total do lixo de Campo Grande e seu destino são aterros ou bota-foras destinados
pela Prefeitura. A implantação de programas de coleta seletiva não obteve sucesso
até o momento. A composição do lixo é principalmente matéria orgânica. Estudo de
Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental indicam que para melhorar a
situação ambiental atual é necessário construir o aterro sanitário de Campo Grande
e a desativação do atual aterro controlado. Um sistema de gestão ambiental em
conformidade com a Norma ISO 14001 é recomendado, envolvendo a redução de
volume gerado, o incentivo ao desenvolvimento de tecnologias limpas e análise do
ciclo de vida de novos produtos e a participação da população na gestão dos
resíduos sólidos.
A reciclagem dos materiais da construção civil como estratégia de conservação do
meio ambiente: caso do entulho reciclável argamassas em Campo Grande-MS.
Autor: MARCUS MENEZES SILVEIRA
Resumo:
Os seculares valores disseminados pelo atual paradigma, de apropriação da
natureza (apenas um recurso econômico), esgotou-se em face ao nível de
degradação que atingiu o meio ambiente. A conscientização disso induziu ao
surgimento do movimento ecológico, sobressaindo a proposta do ambientalismo
61
renovado denominada “desenvolvimento sustentável”, definido como o controle dos
impactos através das potencialidades adaptativas da natureza, de forma a manter o
estoque de "capital natural" ao longo dos tempo; neste tipo de desenvolvimento: o
homem é visto como elemento de um sistema maior e limitado; as leis da
conservação e da entropia da termodinâmica obrigam ao desenvolvimento de
recursos energéticos renováveis e à conservação dos não renováveis; os problemas
devem ser resolvidos de forma mais interativa e holística. A cidade, como um
organismo vivo dotado de um metabolismo eficiente, deve otimizar o uso de sua
energia, principalmente a não renovável, reincorporando seus resíduos na cadeia
produtiva. Especificamente, no caso dos resíduos, a proposta de internalizar seus
efeitos externos se coaduna com o conceito 3R (Redução, Reutilização e
Reciclagem) e a reciclagem pode ser aplicada aos entulhos de produtos cerâmicos.
A cal, menos energética que o cimento portland, possui baixa resistência à ação da
água, podendo corrigir esta deficiência ao consorciar-se com um material
pozolânico, surgindo daí uma argamassa alternativa. Entulhos cerâmicos de várias
obras da cidade passaram por um moinho-argamassadeira e por um pulverizador,
obtendo-se com isto um pó com elevada superfície específica (0,488 m
2
/g), condição
indispensável para uma eficiente reação pozolânica. O pó foi misturado com cal, nas
proporções (pó-cal) de 30%-70%, 40%-60%, 50%-50% e 45-45-10% (pó, cal e
cimento, como aditivo). Os traços foram submetidos a ensaios de desempenho
técnico, com resultados satisfatórios na retenção de água e, apesar das resistências
obtidas nos alternativos não serem tão elevadas quanto as dos tradicionais, os
limites impostos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas foram atendidos. O
efeito pozolânico foi constatado devido aos incrementos significativos entre as
resistências à compressão aos 28 e 60 dias. Economicamente os alternativos
apresentaram custos intermediários em relação aos tradicionais, mas poderão ser
mais atraentes se forem tentadas as proporções de 60%-40% e 70%-30% (pó-cal),
desde que atendidas as propriedades mecânicas.
Proposta de implantação de um sistema de gestão ambiental para o esgotamento
sanitário de Campo Grande-MS, com base em metodologia da NBR ISSO 14001.
Autor: ROSÂNGELA BORGES DOS SANTOS
62
Resumo:
O Sistema de Gestão Ambiental consolidou-se como uma ferramenta eficaz das
organizações na busca de manter seus processos e impactos ambientais sob
controle. A identificação dos impactos ambientais mais significativos direciona os
esforços e recursos para a melhor forma de controlar e minimizar tais impactos, por
meio da incorporação de estratégias, objetivos e metas ambientais às estratégias,
objetivos e metas da organização, fazendo com que os indicadores ambientais
definidos durante o processo de implantação estejam realmente alinhados às
necessidades e visão da organização. O objetivo do presente trabalho é desenhar o
projeto de implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para o Esgotamento
Sanitário do Município de Campo Grande, utilizando a metodologia preconizada na
norma NBR ISO 14001:96, de forma a contribuir para a melhoria da qualidade
ambiental do Município de Campo Grande. O modelo de Gestão Ambiental proposto
utilizou como piloto a Estação de Tratamento de Esgoto Salgado Filho e teve a
preocupação de ser compatível com o Sistema de Gestão da Qualidade em fase de
implantação na empresa. Os aspectos ambientais identificados segundo o grau de
contaminação potencial são: Geração de resíduos, emissões atmosféricas
principalmente os odores resultantes de emissões de gases sulfídrico e metano,
utilização de produtos químicos, consumo de energia e controle do efluente tratado.
Recomenda-se o monitoramento do corpo receptor por meio da determinação de
demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio, coliforme totais e
fecais.
Estudo Ambiental dos catadores de resíduos recicláveis na área urbana de Campo
Grande - MS
Autor: SERGIO FRACALANZA ALVES CORRÊA
Resumo:
Este estudo apresenta o perfil do catador de resíduos recicláveis e sua contribuição
dentro de ecossistema urbano na redução do impacto gerado pela produção de lixo.
Inicialmente investigou-se o mercado de resíduos através das empresas
compradoras de resíduos, cooperativa e aterro sanitário. A seguir, o catador que se
encontra nestes locais e nas ruas. Os resultados mostraram a identificação de
63
quatro categorias na região urbana do município de Campo Grande: o catador
autônomo, o catador de cooperativa, o catador exclusivo para empresas e o catador
do aterro sanitário. Constatou-se que esta atividade é imprescindível em programas
de reciclagem diminuindo o custo final no devido processo e o volume de lixo no
meio ambiente. No entanto, deve-se adotar um conjunto de práticas que possam
auxiliar neste procedimento como o fomento de cooperativas e coleta seletiva,
educação ambiental em escolas, empresas, condomínios e demais setores de
ocupação urbana. O lixo é uma fonte de renda e instrumento de resgate social,
garantindo a sobrevivência mais digna de centenas de famílias. Conclui-se que a
regulamentação desta atividade resultaria em benefícios diretos para os catadores,
população e gestão do lixo municipal.
Zoneamento ecológico econômico como instrumento de gestão ambiental: modelo
de aplicação no Pantanal de MS.
Autor: LUIZ ANTONIO PAIVA
Resumo:
Este estudo parte do princípio de que é possível realizar o Zoneamento Ambiental
de uma área localizada no Pantanal Mato-grossense a partir da sistematização e
integração das informações ambientais gerando um instrumento voltado ao
planejamento e gestão ambientais. Isto se faz necessário devido às características
ambientais únicas desta região, caracterizada por períodos sazonais de cheias e
secas, o que gerou uma rica biodiversidade que se encontra ameaçada pela
intensificação das atividades antrópicas. Metodologicamente inicialmente foi
realizado o diagnóstico ambiental da área de estudo, Estância Caiman, levando-se
em conta os aspectos do meio físico, biótico e socioeconômico. Posteriormente os
produtos cartográficos deste diagnóstico foram paulatinamente integrados gerando
unidades ambientais intermediárias cuja integração final deu origem a 35 unidades
de paisagem denominadas de Zonas Ambientais. Em função das características
destas unidades foram propostas medidas de conservação, preservação,
desenvolvimento e corretivas como forma de orientação aos gestores locais. Além
disso, realizou-se um estudo evolutivo multitemporal baseado em fotografias aéreas
e imagens de satélite de datas variadas ao longo de 37 anos observando-se a
64
evolução da antropização sob forma de remoção da vegetação natural, com o
objetivo de prognosticar a situação ambiental futura de acordo com as tendências
evolutivas observadas. Tanto os procedimentos do zoneamento quanto os evolutivos
foram baseados em técnicas de sensoriamento remoto e de geoprocessamento
resultando num Sistema de Informações Geográficas (SIG) contendo os dados
cartográficos, imagens fotográficas e de satélite, e informações alfanuméricas dos
diferentes meios e produtos intermediários, representando um banco de dados
georreferenciado que poderá auxiliar no planejamento e gestão ambientais da área
de estudo.
Degradação Ambiental causada por areeiros no município de Campo Grande-MS -
Contribuição para o Gerenciamento Ambiental.
Autor: JUSSARA JACQUES DE ALMEIDA
Resumo:
Os aspectos geoambientais dos empreendimentos de extração de areia localizada
no Município de campo Grande-MS constituem o objeto de estudo deste trabalho. A
utilização da areia é fundamental para o desenvolvimento social e econômico da
região e sua exploração é restrita aos locais com aptidão para tal, tornando-se
importante conhecer a situação das áreas exploradas, o método utilizado no
processo de extração, os instrumentos legais existentes, assim como a eficiência
das práticas de recuperação propostas e aplicadas pelos empreendedores deste
setor. As dificuldades enfrentadas pelos órgãos públicos evidenciam-se a partir da
definição das atribuições envolvendo as instâncias federal, estadual e municipal,
especialmente quanto ao controle e à fiscalização das atividades em tela. A
experiência do trabalho “in loco” demonstrou a insuficiência e, até mesmo em alguns
casos de ausência, da recuperação das áreas degradadas resultantes desta
atividade tornando evidente a necessidade de mudança deste quadro; esta assertiva
pode ser confirmada durante o período em que estive envolvida no processamento
de Licenciamento Ambiental, mais precisamente no ano de 1998, como técnica
disposta a contribuir para esta mudança, mesmo dentro dos limites estreitos da
atuação técnica de nossos órgãos públicos. A obtenção das informações se deu
através das informações “in loco”, de revisão de literatura, aprofundamento na
65
legislação pertinente e de informações obtidas com os técnicos dos órgãos públicos
competentes, com os empreendedores e com a população residente próximo às
áreas de extração. Algumas dificuldades permearam as diferentes etapas de
elaboração deste trabalho, tais como: a falta de uma base cartográfica atualizada,
que certamente é instrumento indispensável para o planejamento de áreas
destinadas para a atividade extrativa. Conclui-se que somente avaliando,
monitorando, criando instrumentos e mecanismos que promovam uma extração
ordenada e disciplinada, buscando harmonizar a convivência entre a comunidade do
entorno e a atividade extrativa, é que será possível conhecer uma outra realidade,
para tanto deverá haver um esforço visando a mudança de comportamento das
partes envolvidas no que se refere à atividade de mineração de areia, com vistas ao
estabelecimento de uma política ambientalmente sustentável para o Município.
Com relação à Classificação Geográfica, foram colocadas aqui as características
das regiões em que os trabalhos foram inseridos.
Características da Região Alto do Pantanal
Localiza-se na porção centro-oeste e noroeste do Estado do Mato Grosso do
Sul, abrangendo seis municípios: Anastácio, Aquidauana, Corumbá, Dois Irmãos do
Buriti, Ladário e Miranda e totaliza 93.117,73 km², representando 21% da área total
do Estado.
A característica principal dos terrenos do Alto Pantanal é o seu regime
sazonal, que provoca grandes inundações.
Características da Região Sudoeste de Mato Grosso do Sul:
Compõe a Região Sudoeste de Mato Grosso do Sul, os municípios de Bela
Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Nioaque e Porto
Murtinho.
Essa região possui uma extensão territorial de 40.346,3 km² representando
11,3% dos 358.158,7 km² de área total do Estado. Caracteriza-se pela exuberância
de seus recursos naturais.
66
Os municípios da região, segundo a SEPLANCT, constituem parte da 5ª zona
de Amortecimento da reserva da Biosfera do Pantanal. Ecoturismo e Turismo de
Pesca são as suas modalidades.
Características da Região Norte de Mato Grosso do Sul
Oito são os municípios que formam a região norte do estado de mato Grosso
do Sul: Alcinópolis, Camapuã, Costa Rica, Coxim, Rio Verde de Mato grosso, São
Gabriel do Oeste, Sonora e Pedro Gomes.
A área desta região é de 47.171,40 km², representando 13,17% da área total
do Estado.
Características da Região Central de Mato Grosso do Sul:
A região Central de Mato Grosso do Sul é composta pelos municípios de
Bandeirantes, Campo Grande, Corguinho, Jaraguari, Ribas do Rio Pardo, Rochedo,
Sidrolândia e Terenos.
Representa 12,73% da área total de Mato Grosso do Sul.
Com relação à temática, pode-se observar que, as produções apresentadas,
trataram da Educação formal e informal, dos impactos ambientais, da conservação
ambiental e desenvolvimento sustentável.
Produção Específica de Educação Ambiental.
Educação:
A atuação da base de Estudos do Pantanal – UFMS: um estudo sobre as condições
de atendimento educacional na região do Passo do Lontra/Corumbá, MS. (NEIDE
HONDA, 1994).
O Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul na Mídia: Análise das Possibilidades
Educativas do Jornal Impresso. (Desireé Cipriano Rabelo, 1996).
67
O Dito e o Feito em Educação Ambiental no Brasil no inicio do século XXI. (Plínio de
Sá Moreira, 2001).
A Educação Ambiental no Projeto Pedagógico de Escolas Públicas de Campo
Grande-MS. (Suzete Rosana de Castro Wiziack, 2001).
O Homem, a natureza e a educação. (Julio Navares Flores, 2002).
O Verde da Educação Ambiental. (Magdalena Fernandes da Silva, 1997).
Impactos Ambientais:
Ecoturismo e desenvolvimento sustentável em Bonito-MS: Elementos de análise
para uma educação ambiental. (Icléia Albuquerque de Vargas, 1998).
Empreendimentos Turísticos de Pesca e Ecoturismo na Bacia do Rio Miranda:
Impactos gerados pela ocupação e operação. Um estudo de caso. (Alex Pogodim,
2002).
Ecoturismo no Distrito de Piraputanga: visão histórica e perspectivas de
desenvolvimento sustentável: um estudo de caso. (Ana Cristina Garcia Anache,
2003).
Conservação Ambiental:
Bases para o Planejamento e a gestão da área de Proteção Ambiental da bacia do
Córrego Ceroula: Campo Grande, Mato Grosso do Sul. (Roberto Machado
Gonçalves, 2002).
As Ações da Comissão de Conservação Ambiental de São Gabriel do Oeste: Uma
Alternativa de Desenvolvimento Local. (Gislene Garcia de Sousa Pereira, 2003).
Produção de Estudos Ambientais.
68
Desenvolvimento Local:
Caracterização do Uso Público e Oportunidades para o Desenvolvimento do Turismo
Sustentável no Parque Estadual do Prosa/ Campo Grande-MS. (Daniela Vieira
Cação, 2004).
Impactos Ambientais:
Degradação Ambiental causada por areeiros no município de Campo Grande-MS -
Contribuição para o Gerenciamento Ambiental. (Jussara Jacques de Almeida, 2002).
Os impactos ambientais do transporte coletivo rodoviário na cidade de Campo
Grande (MS), um estudo de caso na Rua Rui Barbosa. (Flávio Antonio Assis
Trivellato, 2002).
Situação da gestão dos resíduos sólidos urbanos em campo Grande-MS. (Helena
Cisotto Sartori, 2002).
A reciclagem dos materiais da construção civil como estratégia de conservação do
meio ambiente: caso do entulho reciclável argamassas em Campo Grande-MS.
(Marcus Menezes Silveira, 2002).
Proposta de implantação de um sistema de gestão ambiental para o esgotamento
sanitário de Campo Grande-MS, com base em metodologia da NBR ISSO 14001.
(Rosângela Borges dos Santos, 2002).
Estudo Ambiental dos catadores de resíduos recicláveis na área urbana de Campo
Grande – MS. (Sergio Fracalanza Alves Corrêa, 2002).
Zoneamento ecológico econômico como instrumento de gestão ambiental: modelo
de aplicação no Pantanal de MS. (Luiz Antonio Paiva, 2002).
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Variabilidade Climática e Previsões: Aplicabilidade dos satélites de Observações
Ambientais como instrumento do Desenvolvimento Local. (Paulo Shiguenori
Kanazawa, 2003).
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