Poucos meses ainda demorar-me-hei entre vós,
desempenhando bem que imerecidamente, o
espinhoso cargo de vigário, que pelos meus
superiores foi-me confiado, e do qual pedirei
exoneração, por te
r
resolvido ir à minha terra natal
– Deus permitindo-o.
Imensa satisfação sentiria a minha alma se antes
de retirar-me pudesse deixar harmonizados com as
sagradas leis da Igreja muitos dos meus
paroquianos que, hoje, infelizmente, por dolosas
sugestões de vis e malfazejos, especuladores de
ofício, errôneas interpretações e apreciações ou
ignorância das coisas, acham-se divorciados das
justas e santas leis da Igreja Católica e em perfeito
antagonis mo com a religião que professam.
Com a mudança de uma forma de governo, com o
qual a Igreja nunca nada tem que ver
(reconhecendo todos eles bons, uma vez que,
governados com justiça e seguido os ditames da
consciência e reta razão, procurando assim o bem-
estar e felicidade dos povos, espiritual e temporal)
parecem que ficaram abaladas as crenças
religiosas de muitos brasileiros a par das políticas.
Prova evidente é ter eles batido palmas e feito caso
dos desvarios daquela diminuta fração de
amotinados que, guiados pelo arrocho e desmedida
cobiça do mando, chegando por castigo da
Providência a galgar o poder e dirigir os destinos
deste belo e casto país (em verdade digno de
melhor sorte), prosélitos fanáticos de uma falsa,
ridícula e depravada filosofia
,
impelidos pelo ódio
gratuitamente nutrido contra a Religião Católica,
quiseram, com suas venenosas e venais bocas
conspurcar a impoluta estola dessa Mãe amorosa,
que os gerou e nutriu na fé que juraram guardar ao
batismo.
A santidade do Sacramento do matrimônio, outrora
inabalável alicerce sobre o qual se erguia o
majestoso edifício da família cristã, hoje,
infelizmente, desapareceu de muitos lares católicos,
substituída pelo vis e vola do antigo paganis mo.
Custaria acreditá-lo, se não se nos deparasse
diariamente diante dos olhos tão degradante
espetáculo, de ver tantos pais, mães e demais
membros de famílias outrora tão cuidadosas em
zelar pela honra de suas filhas e parentes, e
profundamente magoadas, cobriam-se de vergonha
e luto se viam elas dar qualquer passo errado, hoje
(coisa incrível, mas verdadeira ? !) não trepidam em
entrega-las sob um simples e ilusório contrato,
arrematando por festejar a imoralidade dando
banquetes.
Dai a Cezar o que é de Cezar, mas não deixai de
dar antes a Deus o que é de Deus, sendo Ele o