alimentação saudável e variada, segurança alimentar, circunstâncias em que o
dinheiro é ou não suficiente e o significado para o grupo da palavra fome.
A partir desta discussão os participantes fizeram revisão do
questionário propondo as adaptações de linguagem julgadas pertinentes,
substituindo os termos como alimentação balanceada por saudável e variada.
Modificou-se, também, a referência do período recordatório, para os eventos
pesquisados, de 12 meses para 3 meses. Houve unanimidade, nestes grupos,
quanto a importância e pertinência da realização deste tipo de pesquisa.
Recomendou-se cuidados no planejamento das entrevistas, para evitar a relação
da pesquisa com os procedimentos institucionais de inclusão nos programas
assistenciais.
Em todas as regiões pesquisadas, o problema da dificuldade para
obtenção dos alimentos, por meios próprios, e a fome apareceram como
situações vivenciadas, freqüentemente, por muitos dos participantes. Em todos
os grupos focais, urbanos e rurais, a questão da segurança alimentar apareceu
ligada à necessidade de alimentos livres de agrotóxicos e higienicamente
seguros.
Os agricultores, presentes nos grupos focais, julgaram o instrumento já
validado para famílias urbanas, como bastante adequado para aquelas do meio
rural. Entretanto, seu conceito a respeito de uma alimentação saudável e variada
reflete o acesso à alimentação de melhor qualidade sanitária e inclusão de
produtos industrializados, diferente daquela experimentada em situação de
carência. Esses trabalhadores sugeriram algumas adaptações de linguagem e
inclusão, em apenas algumas perguntas, da possibilidade de produção agrícola,
como um recurso para a Segurança Alimentar. Argumentaram que, no limite, o
que de fato determina a Segurança Alimentar é ter dinheiro suficiente para
compra de alimentos e insumos agrícolas. Na falta da produção, por qualquer
circunstância, “se tem dinheiro, não tem fome”.
Em suporte ao projeto e visando acompanhar e avaliar todo o
processo foram realizados em Campinas e na Organização Pan-Americana da
Saúde (OPS), em Brasília, cinco seminários que contaram com a participação
ampla de pesquisadores de várias instituições acadêmicas, de representantes do
Ministério da Saúde, Ministério Especial de Segurança Alimentar atual
Desenvolvimento Social, da Promoção e Assistência Social, de Ciência e
Tecnologia, do IBGE e da própria OPS.
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