televisão em formato de Mesa Redonda foi à jornalista e ex-modelo Renata Fan da
Rede Bandeirantes no ano de 2007.
Mas a questão beleza continua sendo motivo de dúvidas sobre o potencial
jornalístico das mulheres. Segundo Righi (2006) ainda na Copa do Mundo de 2006,
enquanto a jornalista Fátima Bernardes da Rede Globo se destacava pela
competência nos assuntos esportivos, a jornalista do México, Martina Franz
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, tinha
seu potencial questionado devido às perguntas sem coerência feitas aos jogadores
das seleções. E com isso a competência feminina para abordagem de assuntos
esportivos, tem sido colocada em questão. Acredita-se que a inserção da mulher no
jornalismo esportivo televisivo é realizada para melhorar índices de audiência –
sobretudo do público masculino – devido a critérios físicos e beleza.
Embora o aumento das mulheres no jornalismo esportivo televisivo seja
perceptível, em algumas emissoras a participação feminina não é significativa, pois
em alguns canais de televisão as mulheres são condicionadas a ler scripts prontos e
a sua participação resume apenas a apresentação do programa, não podendo
expressar efetivamente comentários ou mostrar sua opinião acerca do esporte como
esclarece melhor o texto de Clarice Bessa, “Mulheres de Atenas”:
Pouquíssimas mulheres realmente podem exercer um cargo de
comentarista (para emitir opiniões de verdade, não vomitar um script),
principalmente quando têm contato direto com o público. No futebol, então!
Nós somos o país do futebol, porém julgamos as mulheres incompetentes
no assunto. Muitas garotas já o praticam, mas falar sobre técnica e tática?
Discutir se dá para a seleção jogar com dois centroavantes ou se meia é
posição em extinção no Brasil? As entrelinhas do cinismo expressam o
seguinte: Mulheres podem jogar, mas que não se profissionalizem nem
tentem entender assunto, Namorem jogadores, criem sites sobre galãs
como Beckham e o Morientes, sejam assistentes de palco de programas
(usem decotes) ou façam matérias de biquíni, mas, por favor, não se
metem em território onde só o macho tem competência para opinar, gerir e
praticar. (BESSA, 2006, p.1).
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A jornalista Martina Franz em entrevista ao jogador Ronaldo Fenômeno perguntou ao mesmo
porque ele não raspava o cabelo em forma da letra “M”, perguntando o porquê da pergunta pelo
jogador, a mesma disse que era por ser a inicial do seu nome. Martina Franz é considerada uma das
musas do jornalismo esportivo do México, assim como Sara Carbonera (namorado do goleiro Casillas
da seleção Espanhola).