Em relação ao Mitos Vadios, deve-se levar em consideração o uso inicial do
termo site-specifc, com todo o sentido crítico que este carregava nas décadas de
1960 e 1970, pois também traz em seu interior uma critica ao mercado
institucionalizado de artes.
Dessa forma, o conceito do que vem a ser site-specifc, em especial no
contexto artístico do qual o Mitos Vadios faz parte, também é dado pela autora
Miwon Kwon, quando explica o termo site specificity :
Site specificity used to imply grounded, bound to the laws of physics.
Often playing with gravity, site-specific works used to be obstinate about
‘presence’, even if they were materially ephemeral, and adamant about
immobility, even in the face of disappearance or destruction. Whether
inside the white cube or out in the Nevada desert, whether architectural
or landscape-oriented, site-specific art initially took the site as an actual
location, a tangible reality, its identity composed of unique combination of
physical elements: length, depth, height, texture, and shape of walls and
rooms, scale and proportion of plazas, buildings, or parks; existing
conditions of lighting, ventilation, traffic patterns; distinctive topographical
features, and so forth. If modernist sculpture absorbed its pedestal/base
to server its connection and self-referential, thus transportable, placeless,
and nomadic the site-specifc works, as they first emerged in the wake of
minimalism in the late 160s and early 1970, forced a dramatic reversal of
thus modernist paradigm. Antithetical to the claim, ‘If you have to change
a sculpture for a site there is something wrong with the sculpture’, site-
specifc art, whether interruptive e or assimilative, gave itself ups to its
environmental context, being formally determined or directed by it.
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arquitetônicas sendo encarado como um significativo automático de 'criticidade' ou 'progressividade' por
artistas, arquitetos, dealers, curadores, críticos, administradores de arte e fundações de financiamento. Para
aqueles que aderem à cooptação como a mais viável explicação da relação entre arte avançada, a indústria
cultural e a economia política, durante todo o século XX, os inespecíficos (dis) usos do termo site-specific são
outro exemplo de como vanguardistas, socialmente conscientes e práticas artísticas politicamente
empenhadas sempre se domesticam pela assimilação da cultura dominante.
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KWON, Miwon. Op. Cit. p. 10. Tradução livre da autora: Site specificity pressupunha fundamentação e
vínculação às leis da física. Frequentemente experimentando com a gravidade, as obras site-specific eram
obstinadas com a "presença", mesmo que fosse materialmente efêmera e peremptória imobilidade, mesmo
em face do desaparecimento ou destruição. Quer seja no interior do cubo branco ou no deserto de Nevada,
quer tenha orientação arquitetônica ou paisagística, site-specific arte adotou inicialmente o lugar como a
localização em si, uma realidade tangível, com identidade composta por uma combinação única de elementos
físicos: comprimento, profundidade, altura, textura e forma dos paredes e salas, escala e proporção de
praças, edifícios ou parques; condições reais de iluminação, ventilação, tráfego; distintas características
topográficas, e assim por diante. Se esculturas modernistas absorveram seus pedestais para servir às suas
conexões e auto-referências, tornando-se transportáveis, sem pertencer a um local específico e nômades, as
site-specific obras, da forma como surgiram no surgimento do minimalismo no final dos anos 1960 e começo
dos anos 1970, forçou uma dramática reversão do paradigma modernista. É uma alegação contraditória
dizer que 'Se você tem que fazer mudanças na escultura para um específico local, há algo de errado com a
escultura ", site-specific arte, sejam interrompidas ou assimilativas, renunciaram a si mesmas em prol do
contexto ambiental, sendo formalmente determinadas ou dirigidas por este.