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Ano III – Número 9 – Março – Maio 2007
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Radar
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Fique Antenado
Meteorologia em Foco
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Confira o que foi destaque
Entrevista
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Ponto de Vista
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Vania Neu
Capa
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O Homem muda o Clima ou
o Clima muda o Homem?
Memória
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Professor Obasi: O Entusiasta da
Meteorologia Mundial
Curiosidades
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O Passado Climático: Uma História
revelada através dos Anéis de Árvores
Nossas Escolas
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Reflexão
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Aquecimento Global: Uma Verdade
Incontestável?
Diretoria Executiva: unem[email protected]
Presidente
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Secretário Geral
Daniel Carlos Menezes (COPPE/UFRJ)
Diretor Administrativo e Financeiro
Carlos Henrique D’Almeida Rocha (COPPE/UFRJ)
Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento
José Francisco de Oliveira Júnior (COPPE/UFRJ)
Diretor de Comunicação e Marketing
Alailson Venceslau Santiago (MDA)
Diretora de Educação e Treinamento
Maria Céli Santos de Lima (UNDIME-AL)
Diretor de Cooperação Nacional e Internacional
José de Lima Filho (SECTI-AL)
Conselho Diretor:
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Alailson Venceslau Santiago (MDA)
José de Lima Filho (SECTI-AL)
Rodrigo Santos Costa (INPE)
Maria Céli Santos de Lima (UNDIME-AL)
Conselho Fiscal: [email protected]
José Luiz Cabral da Silva Junior (UFV)
Gustavo Bastos Lyra (ICAT/UFAL)
Sylvia Elaine Marques de Farias (INPE)
Conselho Editorial:
Alailson Venceslau Santiago (MDA)
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Rodrigo Santos Costa (INPE)
Daniel Carlos de Menezes (COPPE/UFRJ)
Revista Cirrus é uma publicação da União
Nacional dos Estudiosos em Meteorologia -
UNEMET, distribuída gratuitamente aos usuários
cadastrados no site.
Imagem de Capa:
Elaborada e editada por Carlos Henrique Rocha.
Redação
Cartas para o editor, sugestões de temas, opiniões
ou dúvidas sobre o conteúdo editorial de CIRRUS.
Publicidade
Anuncie em CIRRUS e fale com o mundo.
Conselho.editorial@unemet.org.br
A revista não se responsabiliza por opiniões
emitidas pelos entrevistados e por artigos
assinados.
Reprodução permitida desde que citada a fonte.
UNEMET – Brasil
Rua Dona Alzira Aguiar, 280 - Pajuçara
57030-270 – Maceió – Alagoas - Brasil
Fone: (82) 3377-0268
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orreio
PARABÉNS PELA PUBLICAÇÃO
Gostaria de parabenizá-los pela edição da
Revista Cirrus, que já se encontra no seu 8º
volume, tratando de assuntos tão importantes
para a economia e a sociedade brasileira.
Desejo a toda equipe um excelente 2007, com
muita saúde, disposição e sucesso.
Darly Henriques da Silva
Coordenadora-Geral de P&D em Meteorologia,
Climatologia e Hidrologia do MCT,Brasília, DF.
APRECIAMOS E APOIAMOS A
INICIATIVA DE VOCÊS
Gostaríamos de pedir autorização para
acrescentar em nossa Homepage um link para
o Site da UNEMET e também que seja enviado
um texto para descrever a revista Cirrus. Além
disso, solicitamos que o nosso portal fosse
divulgado por vocês. Apreciamos a iniciativa de
vocês e apoiamos. Conte com o que
precisarem.
Laura Christina T. Rodrigues Watanabe
Presidente da Empresa Junior de Meteorologia -
IAG Jr./USP, São Paulo, SP.
TEMAS CADA VEZ MAIS
INTERESSANTES!
Meus melhores desejos de que o ano de 2007
seja mais frutífero para todo que fazem a
UNEMET.
Felicito-os pelos temas cada vez mais
interessantes, que servem e orientam a um
maior número de usuários fazendo que neles
cresça a cultura da informação meteorológica.
Sigam adiante com melhores brios.
Gilma Carvajal
INAMHI, Quito, Equador.
SHOW DE REVISTA!
Prezados senhores do Conselho Editorial,
gostaria de dizer que a Cirrus é um show de
revista. Eu gostaria de enviar uma matéria para
ser publicada na mesma, como posso fazer?
Profa. Maria Silvia Muylaert
PPE/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ.
REGRAS PARA PUBLICAÇÃO
Meu nome é Gustavo Leite, sou aluno do Curso
de Meteorologia da UFPEL. Já havia mantido
contado com os senhores, em 2006, falando de
minha vontade de publicar um artigo em sua
revista. Eu fiz um estudo falando sobre
Ressurgência na cidade de Arraial do Cabo (RJ)
e gostaria se possível, encaminhar um artigo
falando a respeito desse fenômeno, provocado
por fatores meteorológicos, nessa região.
Contudo, desconheço as regras e formatos
estabelecidos pela Revista. Se possível, os
senhores poderiam me orientar a respeito dos
formatos dos artigos?
Gustavo Leite
UFPEL, Pelotas, RS.
Prezado Gustavo, realmente já tínhamos
recebido com muita alegria mensagem anterior
sua, tanto que foi publicada na sessão Correios da
Cirrus. Teremos a maior satisfação em receber seu
artigo. O assunto do mesmo nos parece muito
interessante e importante. A sessão a ser
publicado seu artigo é a Ponto de Vista. As normas
para publicação são de que o mesmo não
ultrapasse 5 páginas, o tipo de letra é verdana,
tamanho 9, onde o titulo terá tamanho 10, e
linguagem simples e objetiva.
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SINDICATO DE METEOROLOGISTAS
Li a revista Nº 8 (que por sinal está show de
bola) e me interessou bastante a reportagem
sobre sindicato para Meteorologistas.
Sou formado em matemática e tenho uma
dúvida que de uma maneira ou de outra vai
mudar minha vida. Gostaria de saber se quem
tem mestrado em Meteorologia e é formado em
Matemática pode adquirir o registro no CREA
baseado na Lei Nº 6.835, de 14 de outubro de
1980. Será que é possível exercer a profissão
baseado nessa Lei Federal? Se não é possível
qual seria a explicação, já que existe essa Lei?
Ramón Alves
Fundação de Meio Ambiente do Estado de
Roraima, Boa Vista, RR.
Prezado Ramón foi com muita alegria que
recebemos sua mensagem. Agradecemos os
elogios a Revista Cirrus No. 8, principalmente
sobre a reflexão acerca da criação sobre sindicato
para Meteorologistas. Em relação a sua pergunta,
a resposta é NÃO. Por quê? A Lei No. 6.835, de
14 de outubro de 1980, de regulamentação da
profissão dos meteorologistas é bem clara ao
mencionar que apenas os possuidores de diploma
de conclusão de curso superior de Meteorologia,
concedido no Brasil, por escola oficial reconhecida
e devidamente registrado no órgão próprio no
MEC; e os possuidores de diploma conclusão de
curso superior de Meteorologia, concedido por
instituto estrangeiro, que revalidem seus diplomas
de acordo com a Lei, podem exercer a profissão
de Meteorologista em nosso país. As letras "c" e
"d" da Lei que você mencionou foi colocada na Lei
porque na época da promulgação (1980) existiam
profissionais de outras áreas que já atuavam em
Meteorologia e assim foi criado uma fase de
transição para que esses profissionais, no prazo
de 3 anos após a promulgação da Lei, solicitassem
o registro no CREA e pudessem atuar como
Meteorologistas. Ou seja, após 1983 essas letras
"c" e "d" contidas da Lei perderam a validade.
Porém, isso não é uma prerrogativa unicamente
da nossa profissão, pois todas as profissões
regulamentadas em nosso país contem em suas
leis que o exercício da profissão é prerrogativa
exclusiva dos portadores de diploma de graduação
em sua área de atuação (engenharia, medicina,
direito, administração, matemática, etc.) e não a
Pós-Graduação, como você mencionou.
Infelizmente você como matemático não pode
adquirir o registro no CREA como meteorologista,
a não ser que você faça um Curso de Graduação
em Meteorologia.
Essa é a finalidade e a luta da UNEMET, por isso
publicamos mais de uma vez essa reflexão, junto
a sociedade brasileira para ocorra o fiel
cumprimento de nossa Lei, esclarecendo, e
evitando distorções, ilegalidades da mesma.
POEMA “ENTRE NUVENS”
Senhores editores da revista Cirrus, ao mesmo
tempo em que fiquei feliz de ver o poema
"Entre Nuvens" publicado na 8ª edição da
Revista Cirrus, fiquei decepcionada por não
haver referência alguma sobre a origem do
poema. Como trabalho com climatologia na
Universidade de Brasília, quis homenagear a
minha avó colocando o poema nas páginas
preliminares de minha tese de doutorado
defendida no final de 2004. Isso significa que
foi da minha tese que vocês da revista Cirrus
tiraram o poema. Portanto, solicito que
coloquem a referência completa do poema, pois
caso contrário, as pessoas não saberão de onde
ele veio. Além disso, o local e a data em que o
poema foi escrito também deve aparecer após
o nome da autora.
Profa. Ercília Torres Steinke
Departamento de Geografia/UNB, Brasília, DF.
Prezada professora Ercília, primeiramente
gostaríamos de agradecer pelo envio de sua
mensagem. Pedimos desculpas pelo fato ocorrido.
Exatamente, o poema foi extraído da Tese de
Doutorado da Senhora defendida na UNB. Como
em citação de literatura se coloca apenas o nome
daquela pessoa que faz o poema, por isso este
equívoco ocorreu e foi citado apenas o nome da
sua avó materna (Lasthênia de Vasconcelos
Pérez). Para sanar o erro, vamos publicar uma
nota citando a referência completa do poema na
próxima edição da Cirrus e em nosso site.
CORREÇÃO
Gostaríamos de pedir desculpas e informar que o
poema “Entre Nuvens” de autoria de Lasthência de
Vasconcelos Peres, publicado na contracapa da 8ª
edição da Cirrus, foi escrito em outubro de 1920
na cidade de Manaus. Este poema foi extraído da
tese de doutorado da profa. Ercília Torres Steinke
denominada “Considerações sobre Variabilidade e
Mudança Climática no Distrito Federal, suas
Repercussões nos Recursos Hídricos e Informação
ao Grande Público” defendida em novembro de
2004 no Programa de Pós-Graduação em Ecologia
da UNB.
NOTA
Todas as mensagens enviadas foram
prontamente respondidas. Informamos que
algumas mensagens foram suprimidas
devido ao grande volume de informações
dessa edição. Agradecemos a todos que
colaboram com sugestões e críticas para a
melhoria da CIRRUS.
OS EDITORES
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ditorial
primeira edição do ano, nada mais oportuno que aproveitar as comemorações do
dia mundial do meio ambiente para trazer em nossas páginas centrais uma visão
clara, sem amarras políticas ou baseada em catastrofismo sobre o tema
Mudanças Climáticas, sua relação com o meio ambiente e possíveis implicações,
em especial, para as condições de vida da humanidade.
Munido desses atributos, convidamos nossos leitores a fazer uma viagem científica
buscando uma melhor compreensão desta temática que virou moda no momento. Este enfoque é
verdadeiramente importante, haja vista que as informações são, às vezes, simplificadas ou
publicadas de maneira equivocada, fazendo com que informações desencontradas e incorretas
sejam divulgadas pelos diversos meios de comunicação, atingindo a população em geral. Assim,
quando nos questionamentos se o ser humano modifica o clima ou vice-versa, visamos
apresentar não só aspectos já tomados como consenso científico, mas também aqueles que ainda
apresentam dúvidas e incertezas. Estas últimas chegam a evoluir para um alarmismo que beira o
terrorismo, perdendo assim o seu valor científico.
Talvez as principais razões deste “modismo” não sejam exatamente os impactos diretos
aos seres humanos, mas aqueles de cunho econômico. Este, por sua vez, pode ter sido o motivo
pelo qual não só pesquisadores e ecologistas passaram a discutir esse tema. As grandes potências
industrializadas falam em sustentabilidade ambiental, porém, não abrem mão de manter suas
atuais taxas de consumo e crescimento. Ou seja, uma incoerência quando falam em
desenvolvimento sustentável, já que, inegavelmente, isso implica em mudanças radicais, e
urgentes, de atitude e de consumo. Esquecem que tão importante quanto preservar o meio
ambiente, e corrigir as agressões, é mudar de mentalidade.
Como suplemento a esta discussão, trazemos uma reflexão acerca da “verdade
incontestável do aquecimento global”, mostrando que as questões do clima estão intimamente
relacionadas com a preservação das espécies. Portanto, precisamos agir urgentemente freando o
desmatamento de nossas florestas, ao mesmo tempo, desenvolvendo atividades sustentáveis
nessas regiões. Importante entender que a preservação do meio-ambiente também começa com
a educação ambiental das crianças, as futuras gerações, as sementes do amanhã. Pois,
conscientizando os mais jovens temos resultados de curto e médio prazo, já que eles acabam
influenciando os mais velhos. Nessa mesma linha de discussão, expomos um ponto de vista sobre
os impactos antropogênicos sobre os ecossistemas e medidas mitigatórias.
Ainda dentro deste contexto, não poderíamos deixar de prestar uma justa homenagem
ao professor Godwin
Obasi, Ex-Diretor da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que veio a
falecer em março deste ano. Ele dedicou-se em vida ao debate com a comunidade meteorológica
mundial e incentivou atitudes, e ações, para a proteção do meio ambiente, como também, na
promoção de soluções globais para questões ambientais, em especial, no que tange a mudança
do clima. Teve papel fundamental nas negociações que levaram ao estabelecimento da
Convenção Quadro das Nações sobre Mudança do Clima, e posteriormente, do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). A história deste entusiasta, e lutador sem
trégua em prol da Meteorologia, deve ser sempre lembrada e o seu legado mostrado às próximas
gerações. Afinal, todas as pessoas morrem, mas algumas vivem para sempre.
Desta forma, esperamos mais uma vez contribuir para o sucesso da Meteorologia e que
temas como Mudanças Climáticas deixem de ser apenas modismos, ao contrário, transformem-se
em consciência e atitude de todos nós frente ao nosso planeta!
Saudações ambientais,
Ednaldo Oliveira dos Santos
Presidente do Conselho Editorial
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PARCERIA EMBRAPA-UNICAMP-
INPE FORNECERÁ PREVISÕES
AGROMETEOROLÓGICAS
O Sistema de Monitoramento
Agrometeorológico (Agritempo), criado pela
Embrapa e pelo Cepagri, da UNICAMP, com a
participação de mais de 20 instituições do País,
inicia uma nova etapa de desenvolvimentos,
que terá como principal produto previsões para
o setor agrícola. O Agritempo monitora e
divulga, desde 2003, para o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
o zoneamento de risco climático com a
finalidade de reduzir eventuais perdas das
lavouras. Este serviço contará agora com um
novo reforço: as previsões agrometeorológicas,
que inclui previsões de safra, de curto e médio
prazos, da soja, milho, cana e café.
O Centro de Previsão do Tempo e
Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), irá
fornecer as previsões meteorológicas e
climáticas. A partir destes dados, a Embrapa,
com o conhecimento e a experiência do Cepagri
(UNICAMP), irá rodar os modelos de previsão
agrometeorológica.
A estimativa é de que no primeiro
semestre de 2007 sejam geradas as previsões
de safra do Sul e Nordeste e as de geadas com
avaliação de impacto para cada cultura.
A expectativa é de que as previsões
ganhem mais qualidade e precisão, oferecendo
ao agricultor um conjunto confiável de dados e
informações, que poderá orientá-lo nas
tomadas de decisão ao longo dos ciclos das
lavouras.
Segundo Eduardo Assad, chefe da
Embrapa Informática Agropecuária, uma vez
implementadas as previsões, o próximo passo
será o desenvolvimento de estudos sobre o
impacto do aquecimento global nas diversas
culturas agrícolas do País.
As instituições e entidades que
repassam sistematicamente dados
meteorológicos para o Agritempo recebem em
troca uma série de produtos
agrometeorológicos, por estado e município,
como chuva acumulada, estiagem e risco de
veranicos (seca na estação chuvosa). Uma das
condições para a participação na rede do
Agritempo é a liberação dos dados
meteorológicos, colocando-os à disposição da
comunidade científica do País.
Boletins e mapas agrometeorológicos
são gerados e enviados não somente às
instituições colaboradoras, mas também à
Secretaria de Agricultura Familiar, do Ministério
do Desenvolvimento Agrário, à Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB), do MAPA,
entre outras entidades dos setores público e
privado.
O acesso aos produtos do Agritempo
também pode ser feito livremente através do
endereço: http://www.agritempo.gov.br
.
Fonte: CPTEC News
.
INPE TRANSFERIRÁ O PROGRAMA
ANTÁRTICO PARA SANTA MARIA
O Programa Antártico do Inpe será
transferido para o Centro Regional Sul (CRS),
em Santa Maria (RS).
O programa é responsável por
importantes pesquisas na área de Estudos
Climáticos e Mudanças Globais na Antártica e
suas conexões com a América do Sul. Com a
transferência do Programa Antártico, Santa
Maria deverá contar com mais 4 doutores nesta
área.
Seguindo o plano do Inpe para
expansão do CRS, serão instaladas em Santa
Maria duas antenas de recepção de dados dos
satélites NOAA (sensor AVHRR) e Terra e Aqua
(sensor MODIS).
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A antena para a recepção dos dados do
AVHRR deverá ser instalada ainda em 2007,
possivelmente no mês de novembro. Já para a
antena MODIS, a previsão é o final de 2008. Os
prazos atendem à necessidade de importação
de componentes e a realização de testes.
“A instalação das antenas visa ampliar
a capacitação local, fomentar a indústria e
subsidiar a investigação científica e a sociedade
através da disseminação de imagens de satélite
em caráter operacional e sem custos conforme
política do MCT” declarou o diretor do Inpe,
Gilberto Câmara.
A Direção do Inpe espera alocar pelo
menos 15 vagas de nível superior -
pesquisadores e tecnologistas - para compor a
equipe do Centro Regional Sul, no próximo
concurso do MCT.
Também irá ampliar os estudos de
Ciências Espaciais, com a implantação de um
núcleo de Clima Espacial em Santa Maria, e
estabelecer um programa de Tecnologia de
Geosensores, em convênio com as equipes da
UFSM.
“Estamos propondo o financiamento de
equipes da USFM para fabricar geosensores
para a próxima geração dos satélites de coleta
de dados do Inpe”, informa o diretor Gilberto
Câmara.
Histórico
O projeto de criação da Unidade
Regional Sul (RSU) do Inpe começou em 1996,
quando a Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM) cedeu ao Inpe um terreno de 1,2
hectares.
Para disciplinar o uso desta área, o
Inpe estabeleceu um projeto de implantação
cujo foco inicial foi a construção de um prédio
para a instalação do Centro Regional Sul e de
um observatório espacial, em São Martinho da
Serra. O Inpe de Santa Maria dispõe hoje de
um prédio em plenas condições de uso, para o
qual já foram destinados mais de R$ 8 milhões
desde 2000.
Em 2006, a Unidade de Santa Maria foi
transformada em Centro Regional Sul de
Pesquisas Espaciais e uma série de ações foram
implementadas como a contratação de oito
doutores; a assinatura de um convênio de
cooperação com a UFSM, que prevê projetos
conjuntos nas áreas de Ciência Espacial,
Meteorologia, Observação da Terra, e
Engenharia Espacial; a instalação de um Centro
de Prevenção de Desastres Naturais, e, ainda, a
transferência do Campus Brasil do CRECTEALC
- Centro Regional de Tecnologia Espacial para a
América Latina e Caribe.
Em Santa Maria, o CRECTEALC irá se
tornar um pólo de difusão internacional das
tecnologias espaciais, especialmente
Sensoriamento Remoto e Geoinformação,
promovendo simpósios e cursos especializados
visando a região Sul do Brasil e os países do
Mercosul.
Ainda em 2006 começou a ser
implantado o projeto para a instalação de um
centro de previsão regional de tempo e clima,
com infra-estrutura computacional de
modelagem composta de um ambiente de
processamento de alto desempenho, de
arquitetura compatível com a nova geração de
supercomputadores do Inpe.
Para pesquisa em modelagem e
parametrização da turbulência atmosférica, há
um programa de pesquisa entre o Inpe e o
Grupo de Física da Baixa Atmosfera do
Departamento de Física do Centro de Ciências
Naturais e Exatas (CCNE) e o curso de Pós-
Graduação de Engenharia Agrícola, ambos da
UFSM.
Muitos impactos sócio-econômicos
associados à variabilidade climática poderiam
ser reduzidos com atividades contínuas de
monitoramento, previsões, pesquisa e
desenvolvimento, a partir de um maior e
melhor detalhamento das informações
meteorológicas.
Os resultados deste trabalho do Inpe
de Santa Maria serão adequados às
necessidades dos setores produtivos e da
sociedade do Estado do Rio Grande do Sul e
parte dos países do Mercosul.
Mais informações no site do INPE
(www.inpe.br/antartica
).
Fonte: Assessoria de Imprensa do Inpe.
8
BRASIL DESENVOLVE SATÉLITE
UNIVERSITÁRIO
Desde o segundo semestre de 2005, a
Agência Espacial Brasileira (AEB), em parceria
com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) e universidades públicas nacionais
desenvolvem um novo satélite.
Trata-se do projeto Itasat
(http://www.itasat.redecasd.ita.br
), um satélite
universitário que dará a oportunidade a
estudantes de engenharia e ciência da
computação para a realização de experimentos
tecnológicos com aplicação na área espacial.
O satélite Itasat, acrônimo de ITA
(Instituto Tecnológico de Aeronáutica) com
satélite ("sat") conta com a participação de
acadêmicos do próprio ITA nas áreas de
engenharia e computação, da USP, campus de
São Carlos, nas áreas de engenharia elétrica e
telecomunicações, e da UNICAMP na área de
computação.
Ao INPE cabe a responsabilidade pela
execução orçamentária e pela Engenharia de
Sistema, garantindo atendimento aos requisitos
operacionais do sistema como um todo.
A coordenação de alocação dos
recursos acadêmicos está a cargo do ITA,
enquanto que a Agência Espacial Brasileira
(AEB) participa na liberação de recursos
financeiros orçamentários.
Segundo Sebastião Varotto,
pesquisador do Inpe e gerente técnico-
administrativo do projeto, "até agora, os
recursos [para o programa] tem sido
orçamentários, via AEB, mas é possível pleitear
recursos adicionais junto aos órgãos de
fomento, no futuro".
De acordo com a AEB, em 2006 foi
destinado R$ 1,6 milhão ao projeto. "A previsão
é empregarmos cerca de R$ 5 mil diluídos até
2009, para termos o satélite testado e
integrado", diz Varotto.
O Itasat terá massa de cerca de 70 kg,
e órbita quase equatorial de baixa altitude de
750 km, com inclinação de 25 graus,
características orbitais bastante próximas dos
satélites de coleta de dados SCD-1 e SCD-2,
desenvolvidos e construídos pelo Inpe, e
lançados em 1993 e 1998, respectivamente.
Tais semelhanças não são por acaso.
Além da funcionalidade experimental, o Itasat
contará com um "transponder" para
transmissão de dados coletados pelas
Plataformas de Coletas de Dados (PCDs)
distribuídas por todo o país, representando um
importante reforço para o Sistema Nacional de
Coleta de Dados. O artefato deverá ter uma
vida útil de 3 anos, com uma confiabilidade de
0,97.
Em sua funcionalidade experimental,
na qual participarão os estudantes, o projeto
Itasat terá experimentos tecnológicos com
aplicações na área espacial, enfocando as
especialidades de controle de atitude,
computação, telecomunicações, mecanismos,
controle térmico, e geração e distribuição de
potência. A indústria espacial nacional também
deverá participar.
O projeto deverá aproveitar alguns dos
componentes de subsistemas do FBM (French-
Brazilian Microssatellite), projeto de um
microssatélite científico que seria desenvolvido
por instituições brasileiras e francesas, mas que
foi cancelado em abril de 2003 pela Agência
Espacial Francesa (CNES) por razões
financeiras.
Apesar da desistência francesa, todos
os subsistemas de responsabilidade daquele
país que já haviam sido adquiridos serão
entregues ao Brasil.
"Os termos do convênio com o CNES
foram revistos e desta forma, iremos receber
durante o corrente ano de 2007, modelos de
vôo da bobina magnética, magnetômetro, roda
de reação, sensor de estrelas, sensor solar, e
transponder", diz Sebastião Varotto.
Serão utilizados no programa Itasat as
bobinas magnéticas, o magnetômetro, e o
sensor solar. Os demais equipamentos oriundos
da missão FBM deverão ser devidamente
armazenados para futura utilização em outras
missões, como na da missão científica Equars,
outro satélite científico atualmente em
desenvolvimento pelo INPE.
Segundo Varotto, o desenvolvimento
do Itasat encontra-se em fase inicial, com os
estudos de viabilidade e análise de missão
próximos de serem concluídos.
"Estão sendo comprados componentes
eletrônicos para construção de modelos de
desenvolvimento de alguns circuitos dedicados
ao computador de bordo e sistema de potência.
O objetivo principal destes modelos de
desenvolvimento é "comprovar"
experimentalmente funcionalidades específicas
do circuito", detalha Varotto.
9
Não existe uma data definida para a
construção do modelo de vôo e posterior
lançamento, mas tanto o Inpe como as
universidades envolvidas têm trabalhado no
desenvolvimento com o objetivo de
disponibilizar o satélite para lançamento no
final de 2009.
A filosofia adotada para o projeto dos
subsistemas permitirá que o satélite possa ser
colocado em órbita, tanto por um lançador
dedicado, como por um lançamento
compartilhado, em conjunto com outros
pequenos satélites.
Fonte: Informativo Defesanet.
MONITORAMENTO DE NUVENS DE
FUMAÇA DAS QUEIMADAS
Pesquisadores do Centro de Previsão
de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) aperfeiçoaram modelos de química da
atmosfera que permitem monitorar
deslocamentos das nuvens de fumaça de
queimadas. A precisão desse monitoramento é
fundamental para estudos de mudanças
climáticas em escalas regional e global.
Segundo o pesquisador Saulo Freitas,
principal autor da nova metodologia, ela
oferece resultados mais realistas sobre o
deslocamento das nuvens de fumaça, com
melhor descrição da distribuição dos gases e
aerossóis. “Com a nova parametrização,
poderemos acompanhar melhor os processos
de produção de ozônio e modificação da
estrutura termodinâmica da atmosfera, por
exemplo”, disse ele.
Freitas explica que o principal
problema dos modelos tradicionais é não
considerar as grandes altitudes que as nuvens
de fumaça podem atingir, limitando-se a
acompanhar as partículas que sobem apenas
até quatro quilômetros. “Esses modelos
funcionam bem apenas para as emissões
urbanas, veiculares e industriais, que têm
temperatura próxima da ambiente e
permanecem rentes a terra”, afirmou.
As emissões de queimadas, muito mais
quentes, são projetadas verticalmente,
alcançando altitudes acima de oito quilômetros.
“Em grandes altitudes, os ventos têm maior
intensidade e as nuvens podem ser levadas
para grandes distâncias, permanecendo
também por mais tempo na atmosfera”, disse.
Dependendo da latitude, as emissões
ultrapassam os 12 quilômetros de altitude,
chegando à estratosfera. “Nesse caso, os gases
podem dar a volta no planeta. Eles conseguem
modificar o balanço de radiação que vem do Sol
e chega à superfície, alterando o clima global”,
disse Freitas.
Repercussão internacional
Todo o processo tem escala muito
pequena em relação aos modelos climáticos
tradicionais. As equações que prevêem os
movimentos da atmosfera são calculadas
matematicamente, a partir de modelos que
recortam o espaço em grades de cerca de 100
quilômetros por 100 quilômetros na latitude e
longitude e algumas centenas de metros de
altura. Mas esses fenômenos se dão em escalas
bem menores.
A metodologia foi testada,
comparando-se previsões com observações
empíricas, e sua eficiência foi comprovada: com
os novos parâmetros, os modelos conseguem
incluir o transporte da fumaça em grandes
altitudes, chegando a um resultado muito mais
realista.
O impacto foi tão grande que a
inovação foi incorporada pelos modelos
utilizados pelo CPTEC e por entidades como o
National Center for Atmospheric Research
(NCAR), dos Estados Unidos.
Por aprimorar o acompanhamento das
nuvens de fumaça de queimadas, a
contribuição dos cientistas brasileiros terá papel
decisivo nos estudos sobre as mudanças
climáticas, segundo Freitas.
O modelo de previsão da poluição
atmosférica do CPTEC, com a nova
metodologia, está disponível na internet no
endereço: www.cptec.inpe.br/meio_ambiente
.
Fonte: Agencia Fapesp.
10
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II Encontro Internacional de Estudos Climáticos Aplicados ao
Nordeste Brasileiro
O II Encontro Internacional de Estudos Climáticos Aplicados ao Nordeste Brasileiro, realizado
em Fortaleza nos dias 09 e 10 de janeiro pela Fundação Cearense de R Meteorologia e Recursos
Hídricos (FUNCEME), teve como temaAplicões da Meteorologia no Setor Energético”. O evento, que
precedeu o IX Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semi-Árido Nordestino, está
relacionado à preparação da FUNCEME para este ano oferecer serviço de previsão de ventos para
atender à demanda criada pela exploração do potencial eólico do Ceará, que tem atraído investimentos
em geração de energia no Estado. O II Encontro Internacional de Avaliação Climática para o Semi-Árido
Nordestino reuniu pesquisadores e técnicos de centros meteorológicos, docentes e estudantes de
instituições de pesquisa e ensino superior com inserção em estudos climáticos.
A FUNCEME está montando um serviço de suporte a sistemas de geração de energia eólica
para monitoramento e previsão, que será alimentado com dados on-line recebidos das estações
meteorológicas automáticas, de torres anemométricas (para medir a intensidade dos ventos) e
informações obtidas nos parques eólicos. "Os dados vão alimentar previsão de ventos de curtíssimo
prazo, baseadas em persistência e técnicas estatísticas", afirmou o gerente de Meteorologia da
FUNCEME, Alexandre Araújo Costa.
Paralelamente, realizou-se o IX Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semi-
Árido Nordestino, que teve como objetivo principal a análise e discussão da previsão climática
operacional em escala sazonal e de temas de pesquisas correlatos (metodologias de previsão,
desenvolvimento de ferramentas, modelos conceituais, impactos da variabilidade e mudanças
climáticas, etc.). Neste evento participaram diversos meteorologistas, pesquisadores e técnicos dos
estados nordestinos, bem como do CPTEC/INPE, INMET, IRD, Universidades e Institutos de Pesquisa.
Fonte: JC e-mail 3178, 08/Jan./2007 e AESA-PB.
M
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11
Seminário sobre as “Mudanças Climáticas Globais e seus Efeitos
na Agricultura, Recursos Hídricos e Saúde Pública”
A Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET), o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Agência Nacional de Águas (ANA) e a Universidade
de São Paulo (USP) organizaram no dia 28 de fevereiro o Seminário sobre as “Mudanças Climáticas
Globais e seus Efeitos na Agricultura, Recursos Hídricos e Saúde Pública”. A mesa solene de abertura foi
presidida pelo Dr. Divino Moura, Diretor do INMET, e teve a presença do Ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), Luís Carlos Guedes Pinto.
Durante todo o dia, especialistas discutiram os impactos do aquecimento global nos três
segmentos (agricultura, oferta de água e saúde pública) por meio de palestras e mesas redondas.
O
professor Pedro Leite da Silva Dias (IAG/USP) e o Dr. José Antônio Marengo Orsini (CPTEC/INPE)
apresentaram os principais pontos do relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas
(IPCC), divulgado no início dos anos, sobre as conseqüências do aquecimento global. Também
proferiram palestras o professor Guilherme Dias (FEA/USP), a professora Helena Ribeiro (Departamento
de Saúde Ambiental Faculdade de Saúde Pública da USP) e Marcelo Khaled Poppe, do Centro de Gestão
e Estudos Estratégicos (CGEE).
Fonte: INMET e Agência Brasil.
Seminário "Contribuição Humana à Mudança do Clima da Terra:
aspectos físicos e repercussões sócio-econômicas"
O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) e a Sociedade Brasileira de Meteorologia
(SBMET) promoveram no dia 6 de março, no auditório da COPPE-UFRJ, este evento com objetivo de
avaliar os desdobramentos sócio-econômicos das mudanças climáticas que estão ocorrendo e de
contribuir com os governos no sentido de se estabelecer políticas nacionais direcionadas ao quadro
atual.
Coordenado por Luiz Pinguelli Rosa, professor da COPPE e Secretário Executivo do FBMC, e por
Maria Alvarez Justi, presidente da SBMET, ainda contou com a participação de José Miguez, do
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e dos professores da Universidade de São Paulo (USP), Pedro
Dias e Paulo Artaxo.
Os participantes envolvidos cientificamente com o assunto analisaram e discutiram os
resultados recentes sobre a contribuição humana nas mudanças do clima da Terra. Para isso, eles
basearam-se no IV Relatório do Painel Intergovernamental em Mudança no Clima (IPCC), divulgado
recentemente pelo órgão da ONU, na reunião realizada em fevereiro deste ano em Paris, França.
Fonte: FBMC e Agência UFRJ de Notícias - CT.
12
I Simpósio Brasileiro de Mudanças Ambientais Globais
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC)
realizaram o 1º Simpósio Brasileiro sobre Mudanças Ambientais Globais nos dias 11 e 12 de março, no
Othon Palace Hotel, na cidade do Rio de Janeiro, com a participação de mais de 450 pessoas. Teve
apoio da Fapesp, Faperj e Capes e o patrocínio da Petrobras, que possibilitaram a realização do evento.
A abertura do Evento foi feita pelo Dr. Carlos Nobre, chefe do Comitê Científico do IGBP
(Programa Internacional da Biosfera-Geosfera), que apresentou os membros da mesa e contou que a
proposta do Simpósio nasceu da avaliação de que, estando agendada uma reunião dos membros do
IHDP (Programa Internacional de Mudança Global sobre Dimensões Humanas) e do IGBP em Angra dos
Reis (RJ) neste mesmo mês, haveria espaço para ampliar à sociedade a apresentação sobre o estado
da arte da ciência brasileira em relação às mudanças ambientais globais.
Foram convidados então pesquisadores de ponta, atuantes no país para apresentar suas
pesquisas, com conteúdos extremamente importantes, de interesse de membros do Governo, da mídia,
do setor privado, da comunidade científica e de estudantes universitários de diversas áreas.
Assim, os cientistas presentes discorrerem sobre o conhecimento científico já construído no
Brasil acerca da questão das mudanças ambientais, sob diversos pontos de vista.
Fonte: Academia Brasileira de Ciência.
COMEMORAÇÕES DO DIA METEOROLÓGICO MUNDIAL PELO
BRASIL
De Norte ao Sul do país, foram realizados
eventos em comemoração ao Dia Meteorológico
Mundial (DMM), em 23 de março.
Com o tema geral escolhido este ano pela
OMM “Meteorologia Polar – Entendendo seus
Impactos Globais”, a maior parte das palestras,
cursos e debates versaram em torno de como o
continente gelado e as mudanças em seu clima
podem influenciar no resto do clima do mundo.
Além disso, como não poderia ser diferente,
também foram amplamente divulgados e
discutidos os resultados da primeira parte do IV
Relatório do Painel Intergovernamental em
Mudança do Clima (IPCC).
13
A Universidade Estadual do Amazonas (UEA) montou, no Auditório da Escola Superior de
Tecnologia (EST), uma programação que incluiu palestras institucionais e acadêmicas. Durante os dias
22 e 23 de março, estiveram reunidos professores e pesquisadores de diversas instituições, como o
Centro Estadual de Meteorologia e Hidrologia (CEMETHI), Centro de Estudos Superiores do Trópico
Úmido (CESTU), Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET), Sistema de Proteção da Amazônia
(SIPAM), Defesa Civil Municipal, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária
(INFRAERO), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) entre outras.
Assim como a UEA, a Universidade Federal do Pará (UFPA) organizou uma programação
bastante ampla, compreendendo os dias 22 e 23 de março. Também focando o dia mundial da água,
estiveram presentes e ministraram suas palestras pesquisadores, profissionais e docentes de diversas
instituições, como Roberto Ventura (Coordenação Geral do SIPAM), Waldemar Santos Guimarães
(Diretor da ANA), Dr. Alan Cunha (IEPA-Macapá-AP), Prof. Dr. Edson José Paulino da Rocha (Gerente
CENSIPAM-Belém), Cap. QOBM Marcus Victor Lima Norat (Corpo de Bombeiros Militar – PA), Prof. Dr.
Milton Matta (Coord. Do Laboratório de Recursos Hídricos e Meio Ambiente –Dep. de Geologia-Centro
de Geociências-UFPA ), Met. José Raimundo de Abreu Sousa (Coordenador do 2o DISME-INMET),
Comandante Francisco Rogério Ribeiro da Silva (Serviço de Sinalização Náutica do Norte-Marinha do
Brasil), Dr. Arthur Mattos (CT-LARHISA-UFRN), Dr. Renato Ramos da Silva (UFPA-CG-DM), Dra. Andréa
Malheiros Ramos (Universidade de Évora-Portugal), Paulo Lima Guimarães (SECTAM), Dr. Gundisalvo
Piratoba Morales (CCNT-UEPA), Prof. Dr. Luis Carlos Baldicero Molion (Instituto de Ciências
Atmosféricas – UFAL). Após as palestras, houve uma mesa redonda sobre o tema “Mudanças Climáticas
e Impactos nos Recursos Hídricos”.
O Centro Técnico e Operacional de de Porto Velho (CTO/PV) do Sistema de Proteção da
Amazônia (SIPAM) no dia 23 de março realizou diversas palestras e apresentação de documentário,
além da mesa-redonda “SIPAM, Meteorologia e Sociedade”.
A Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas (UACA) da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) organizou palestras e a exibição do premiado documentário de Al Gore, ex-vice
presidente dos Estados Unidos, “Uma verdade inconveniente: O que precisamos saber e fazer a
respeito do Aquecimento Global”. Estiveram ministrando palestras o Dr. Gilvan Sampaio (CPTEC/INPE),
o Prof. Dr. José Ivaldo B. de Brito (UACA/CTRN/UFCG), o Prof. Dr. Manoel Francisco G. Filho
(UACA/CTRN/UFCG) e o Prof. Dr. Bernardo Barbosa da Silva (UACA/CTRN/UFCG).
14
A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) preparou eventos durante toda a semana do dia 23
de março, através da Exposição “POR UM MUNDO SEM FOME”, do Geógrafo Josué de Castro no Hall da
sua Biblioteca Central. Também foram realizadas exibições dos documentários como “Aquecimento
Global”, do Greenpeace e palestras dos professores Dr. Luis Carlos Baldicero Molion (UFAL) e José de
Lima Filho, atualmente Gerente de Programas da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e
Inovação de Alagoas (SECTI-AL).
O Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMET) da Unesp de Bauru realizou as comemorações
do Dia Meteorológico Mundial através de mesas redondas e da apresentação do documentário “Uma
Verdade Inconveniente: O que fazer sobre o aquecimento global”, com uma discussão do filme entre os
presentes e os profissionais do IPMet/UNESP.
A comemoração conjunta da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) também foi a celebração dos 30 anos do curso de Graduação em
Meteorologia da USP e dos 75 anos de operação da estação meteorológica do IAG. Contou com a
presença de professores e pesquisadores das duas instituições, como o Prof. Dr. Tércio Ambrizzi (USP),
Prof. Dr.Pedro Dias (USP / SBMET), Mark Lutes (VITAE CIVILIS), Eno Siewerdt (OACI/ATECH), Profa.
Dra. Maria Assunção Silva Dias (USP e CPTEC/INPE), Julio Ottoboni (Gazeta Mercantil), entre outros. A
celebração também contou com um coquetel com a exposição da história da Estação Meteorológica e do
Departamento de Ciências Atmosféricas da USP.
Em comemoração do dia mundial da água e do dia meteorológico Mundial, foi realizada na sede
da EPAGRI no dia 22 de março, a palestra “Mudanças Climáticas – Visões e Perspectivas”. Também
foram realizadas palestras sobre “Meteorologia Operacional e Mudanças Climáticas” (Profa. Dra. Maria
Assunção Faus da Silva Dias – USP /CPTEC-INPE) e a “Qualidade da água nas microbacias monitoradas”
(Sérgio Luiz Zampieri – Monitoramento Microbacias 2).
A Comissão Organizadora do evento de comemoração do Dia Meteorológico Mundial
(UFSM/UFPEL) preparou no Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet) da Faculdade de
Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), um evento conjunto com palestras dos profs
Francisco Eliseu Aquino (UFRGS) e Guillermo Berri (UBA), além de um almoço de confraternização.
15
Se você quiser divulgar algum evento
relacionado com a área de Meteorologia,
e/ou áreas afins, é só enviar um e-mail
.
Colaboraram nesta Sessão:
José de Lima Filho, UNEMET e SECTI-
AL.
Rodrigo Santos Costa, UNEMET e INPE.
Francisco de Assis Diniz, Kleber Ataíde,
José Mauro de Resende, Luiz
Cavalcanti, Márcia Seabra e Suelena
Coelho, Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET).
Dr.Carlos Alfredo Joly, Professor da
UNICAMP e membro da Academia
Brasileira de Ciências (ABC).
Julio Miranda Batista, Fórum Brasileiro
de Mudanças Climáticas (FBMC).
16
ntrevista José Carlos Zukowski
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O produtor rural vem tendo uma
percepção de mudanças
climáticas gerando aumento de
riscos. Esse é um fator que vêm
trazendo mais consciência sobre
a necessidade do seguro
agrícola
Secretaria de Agricultura Familiar
(SAF) do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA)
atua no apoio ao desenvolvimento
rural sustentável e na garantia da segurança
alimentar, fortalecendo a agricultura
familiar. Através de programas que
permitem o acesso a linhas de crédito,
assistência técnica, seguro agrícola,
comercialização e crédito rural produtivo às
famílias agricultoras, suas associações e
cooperativas, tendo como um dos principais
programas o Seguro da Agricultura Familiar
(SEAF). O SEAF tem como objetivo principal
adotar medidas que dão maior segurança ao
plantio dos agricultores familiares. A
sistematização de informações e o estudo
científico sobre os efeitos dos eventos
agroclimáticos no desempenho das lavouras,
a produção de séries de dados consistentes e
o monitoramento agroclimático e de safras
compõem uma área de interesse para
diversos setores da economia, em especial
para o ramo de seguros agrícolas, que
apresenta necessidades críticas em gestão
de riscos. Para falar da importância que a
Meteorologia possui no setor de Seguro
agrícola, entrevistamos o Coordenador Geral
do Seguro da Agricultura Familiar José
Carlos Zukowski.
CIRRUS – Como está o setor de Seguro
Agrícola no Brasil? Especialmente o da
Agricultura Familiar?
Sr. José Zukowski - O mercado de seguros
agrários enfrenta muitas dificuldades para se
desenvolver no Brasil. Não somente porque
os riscos agroclimáticos são muito altos,
mas, sobretudo porque não há
informatização organizada com séries de
dados que permitam ter um conhecimento
mais sistematizado desses riscos.
Nos últimos cinco anos as seguradoras vêm
acumulando prejuízos e algumas
abandonaram o mercado, como foi o caso da
COSESP.
Na agricultura familiar, a magnitude dos
riscos agroclimáticos não é muito diferente,
mas o desafio é maior devido à diversidade
de situações e ao grande número de
operações de pequeno valor.
CIRRUS – A que o senhor atribui o enorme
crescimento de contratos nos últimos anos?
Sr. José Zukowski - No mercado privado
não tem havido crescimento significativo do
número de apólices de seguro agrícola. Na
verdade, o que se vê é uma estagnação nos
últimos anos. No que se refere ao número de
contratos, o principal fator que trouxe
mudanças nesse cenário foi a criação do
Seguro da Agricultura Familiar-SEAF, um
programa de Governo criado pelo Ministério
do Desenvolvimento Agrário utilizando as
estruturas existentes do Pronaf e do
Proagro. No primeiro ano de operação (safra
2004-2005), mais de 550 mil
empreendimentos foram segurados.
Na safra 2005-2006, esse número foi de
mais de 580 mil contratos. Esse crescimento
em parte se deve ao aumento do número de
culturas que podem ser seguradas. Quando
o SEAF foi criado, havia cinco culturas no
Zoneamento Agrícola, hoje são cerca de 20.
Também se deve ao crescimento do número
de operações de crédito do Pronaf.
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17
É preciso avançar na
instrumentalização do Zoneamento
Agrícola. Hoje os indicativos de plantio
são fornecidos considerando a média
de uma longa série de dados
climáticos de anos passados
CIRRUS O senhor acredita que a
Meteorologia (risco climático) teve influência
nesse crescimento?
Sr. José Zukowski – O produtor rural vem
tendo uma percepção de mudanças
climáticas gerando aumento de riscos. Esse
é um fator que vêm trazendo mais
consciência sobre a necessidade do seguro
agrícola.
Mesmo assim, a cultura de contratação de
seguro rural no Brasil ainda é muito
incipiente. Justamente por isso, as normas
do SEAF estabelecem que para obtenção do
financiamento de custeio agrícola do Pronaf
o produtor deve ter seguro para sua lavoura,
podendo ser o SEAF ou qualquer outro
seguro agrícola. Para o momento, essa
exigência desempenhou um papel mais
decisivo que a Meteorologia.
CIRRUS - De que maneira os Serviços de
Meteorologia podem contribuir para o SEAF
e, consequentemente, para o
desenvolvimento regional e do país?
Sr. José Zukowski - É preciso avançar na
instrumentalização do Zoneamento Agrícola.
Hoje os indicativos de plantio são fornecidos
considerando a média de uma longa série de
dados climáticos de anos passados. É preciso
acrescentar novos componentes nessa
metodologia para considerar também as
previsões para o ano agrícola que se inicia.
Isso requer avanços no campo da
Meteorologia para que se tenham previsões
com níveis de segurança e detalhamento que
viabilizem sua utilização no Zoneamento
Agrícola. Tais previsões precisam estar
disponíveis com alguns meses de
antecedência para que os indicativos de
plantio possam ser divulgados aos
produtores no momento em que ainda estão
planejando o que e como irá plantar.
Também é de fundamental importância
ampliar a malha de estações meteorológicas.
Ainda há muitas regiões pouco assistidas.
Precisaríamos ter pelo menos uma estação
em cada município com expressividade na
agricultura. Mas também há muitos
municípios com dois ou mais microclimas
diferentes e nesses casos seria necessário
ter pelo menos uma estação para cada
microclima.
CIRRUS - Qual a avaliação/percepção que o
senhor tem acerca da atuação dos Serviços
de Meteorologia Brasileiros no setor de
seguro agrícola?
Sr. José Zukowski - O seguro depende de
um bom trabalho no campo do Zoneamento
Agrícola, que por sua vez depende de
informações climáticas fornecidas pelos
serviços de Meteorologia.
A Meteorologia pode ter um papel muito
mais importante. Recentemente vêm sendo
empreendidos esforços para uma maior
articulação entre as entidades envolvidas
nessas áreas.
CIRRUS - Quais os desafios e perspectivas
do SEAF daqui para frente?
Sr. José Zukowski - Os desafios podem ser
resumidos em estabelecer as bases para
sustentabilidade de um seguro agrícola para
esse público de pequenos agricultores no
Brasil. Isso passa por estruturar ferramentas
para gestão de risco. Por um lado, é preciso
ter um conjunto de ferramentas voltadas
para eficiência de processos operacionais do
SEAF, como o sistema de perícia, por
exemplo. Por outro lado, há necessidade de
ferramentas para redução de riscos a que o
pequeno agricultor está exposto, o que
envolve Zoneamento Agrícola, Meteorologia
e principalmente difusão de informações
sobre técnicas e procedimentos mais
seguros aos agricultores. Nesse último
aspecto, o SEAF vem trabalhando em
articulação com a assistência técnica, que é
uma área que requer especial atenção dos
governos.
18
CIRRUS - Qual a visão do senhor acerca das
possíveis mudanças climáticas causadas pelo
homem e qual a influência que elas terão
para o setor de seguro agrícola?
Sr. José Zukowski - As agressões ao meio-
ambiente estão tornando o clima mais
instável e criando maiores dificuldades para
modelos de previsão.
Isso poderia ter um efeito de aumentar as
percepções de risco dos produtores e gerar
um aumento na demanda por seguros. Mas
pode dificultar a viabilização de seguros em
condições de sustentabilidade, o que acaba
tendo efeito negativo sobre a oferta de
seguros agrários.
CIRRUS – Quais as medidas que devem ou
poderiam ser tomadas para que o setor de
seguro agrícola não sofra com estas
mudanças climáticas?
Sr. José Zukowski - As medidas que vem
sendo discutidas no campo do cuidado com o
meio-ambiente de modo geral tem um efeito
positivo também para o setor de seguros.
Mas essas medidas tendem a ter efeitos
limitados e muitas vezes a prazos mais
longos.
O trabalho com os produtores para que
possam assumir adequadamente suas
responsabilidades em gestão de riscos são
fundamentais em qualquer hipótese.
Nessa área a assistência técnica tem um
importante papel a desempenhar,
divulgando informações, técnicas e
procedimentos que contribuam para reduzir
o nível de risco a que o produtor está
exposto.
E com certeza é de grande importância a
realização de investimentos em pesquisa nos
diversos campos relacionados com
Agroclimatologia e Meteorologia de modo
que os produtores possam ser providos de
informações para adotar medidas
preventivas.
Ficha Técnica
Graduado em Ciências Econômicas pela
UNICAMP (1986);
Mestre em Economia pela UNICAMP
(1994);
MBA Agribusiness pela Fundação
Instituto de Administração da USP
(2000);
Ex-Gerente das Divisões de Normas e
Controle e de Cooperativismo e
Agronegócios do Banco do Brasil;
Atualmente é Coordenador Geral do
Seguro da Agricultura Familiar do
Ministério do Desenvolvimento Agrário.
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m dos grandes desafios na atualidade é conciliar desenvolvimento com preservação
ambiental. Com o crescimento populacional, a demanda por alimentos cresce de forma
acelerada, e com isso aumentam os problemas ambientais. Neste processo, muitas áreas
impróprias para atividades agropecuárias são utilizadas de forma desordenada a pretexto
de se produzir mais. E como conseqüência, observa-se o extermínio quase que total de sistemas
de alta biodiversidade para a implantação de sistemas extremamente pobres em espécies.
Grandes áreas de florestas foram - e
outras ainda estão sendo – dizimadas para
implantação de imensas áreas de cultivos como
soja, pastagem, arroz, trigo, milho, entre
outros.
Em muitos casos, estas monoculturas
avançaram sem limites - até as margens dos
rios, lagos e nascentes - desconsiderando por
completo a necessidade de manutenção da
vegetação nativa e permanente nestes locais, a
fim de garantir a sustentabilidade dos
ecossistemas e até mesmo a própria qualidade
das águas.
No Brasil, observa-se que durante as
últimas decadas incentivos fiscais, atrelados à
busca pelo desenvolvimento, aumentaram as
taxas de desmatamento. Estas, por sua vez,
são responsáveis por uma redução significativa
da biodiversidade, da qualidade e fertilidade
dos solos, além de alterações no ciclo do
carbono, da água, do clima regional e global.
Isso ocorre devido à interdependência
entre o clima e a floresta, pois cerca de 50%
da chuva tem origem nas florestas, estas
mantêm uma “estabilidade ambiental”,
evitando assim temperaturas extremas. No
entanto, à medida que, as florestas estão
sumindo da paisagem, diminuem os processos
de evapotranspiração, mudam os caminhos da
água e, por conseqüência, a precipitação
pluvial também é reduzida enquanto a
temperatura tende a aumentar.
Outro recurso natural que está sendo
severamente alterado pelo homem, é a água
subterrânea, através do processo de drenagem
das áreas úmidas (pântanos e banhados),
alterando assim os caminhos da água com as
mudanças de uso do solo.
As áreas úmidas contribuem para a
regulação do ciclo da água, e abrigam uma
grande diversidade de fauna e flora. Mais
agravante ainda, é o fato da devastação estar
avançando de forma mais rápida do que a
velocidade na qual estão sendo obtidas as
informações necessárias para entender o
funcionamento desses ecossistemas.
Dos problemas ambientais o
aquecimento global é sem dúvidas um dos
temas em maior discusão atualmente.
Observa-se que desde o início da revolução
industrial (por volta do ano de 1800), vem
ocorrendo na atmosfera um aumento crescente
e significativo dos gases de efeito estufa, como
o dióxido de carbono (CO
2
) e o metano (CH
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).
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Apenas para relembrar, estes gases já
estavam presentes na atmosfera de forma
natural, pois são produzidos pelos
microorganismos, vegetação e o solo. Eles
apresentam a capacidade de reter o calor dos
raios solares, o que mantém a superfície do
planeta aquecida (efeito estufa natural),
permitindo assim, a existência da vida na sua
forma conhecida.
No entanto, o que vem preocupando a
comunidade científica é a liberação de
quantidades de CO
2
e CH
4
muito acima das
médias históricas dos últimos 1000 anos e,
consequentemente, está elevando a
temperatura do planeta (efeito estufa
antrópico).
O aumento significativo destes gases
na atmosfera se deve principalmente a
intensificação das atividades antropogênicas,
como: processos industriais, pecuária,
mudanças drásticas no uso e cobertura do solo,
construções de grandes represas para produção
de energia, construções de grandes depósitos
de lixo e a queima de combustíveis fósseis,
como petróleo, gás e carvão.
Mediante este cenário, ficam mais
acirradas as discussões a respeito de modelos
de desenvolvimento limpo, balanço de carbono
no planeta, e medidas mitigatórias para
redução do efeito estufa antrópico.
Descoberta recente comprova que o
aumento da concentração de CO
2
não leva ao
incremento de carbono na biomassa vegetal
(Körner et al., 2005), o que reforça a
orientação da adoção de medidas preventivas
para redução dos gases de efeito estufa.
Na contramão desta constatação, o
fogo ainda é a prática mais comum na
conversão de florestas para áreas destinadas à
agropecuária.
No processo de queima das florestas,
cerca de 60 a 70% do carbono acumulado na
biomassa é liberado para a atmosfera.
Essas perdas ocorrem através de
vários mecanismos, desde a combustão
propriamente dita, até a decomposição mais
rápida da matéria orgânica, o que leva à
mudanças na química do solo, no microclima
local, na quantidade e qualidade do carbono
reciclado. Como resultado, observa-se o
empobrecimento da floresta, e a ruptura de
equilíbrio do sistema, aumentando assim, a
suscetíbilidade para maiores perdas.
Em áreas agrícolas e plantios florestais,
o manejo adequado do solo, com a
implementação de técnicas de cultivo mínimo,
tem sido apontado como uma das formas mais
eficientes para a retenção do carbono no solo.
Isso porque, o solo é uma grande fonte
de CO
2
, quando não manejado corretamente, já
que este é o maior reservatório de carbono no
ambiente terrestre, compreendendo cerca de
2/3 do carbono estocado neste sistema.
O uso do fogo ainda é a prática mais comum para
converter áreas de floresta em áreas de cultivos.
Foto: Vânia Neu.
Devido aos sérios problemas de
degradação dos solos, foi introduzido nos anos
70 na região Sul do Brasil, o sistema de plantio
direto.
Esta técnica consiste no plantio de
culturas, sem a necessidade de preparo
intensivo do solo. E contribui significativamente
para minimizar as emissões de carbono, com
estoque deste no solo (Tabela 1). Já a
agricultura convencional, com preparo intensivo
do solo leva à grandes perdas de solo, carbono
e nutrientes.
Tabela 1 – Estoque de carbono (MgC ha
-1
) para
diferentes culturas e manejo de solo.
A)
Cambissolo
Húmico Álico
(SC)
B)
Latossolo
Vemelho
Distrófico (MG)
C)
Latossolo
Vermelho (DF)
Sistema
Est C
0-20
cm
Sistema
Est C
0-20
cm
Sistem
a
Est C
0-100
cm
CE 62,4 CE 133,59
PR 57,8 PA
(1)
52,2 PA
(3)
150
PC 51,5 EA 42 GP 125,22
PD 60 PD
(4)
154,97
ES 41,1 AD 128,81
EP 47,7
EPG 45,4
EC
(2)
60 EC
(5)
148,18
A) Bayer et al.; (1999), B) Neves et al.; (2004), C)
Corazza et al.; (1999). EstC = Estoque de carbono; PR =
Preparo reduzido; PC= Plantio convencional; PD= Plantio
direto; CE= Cerrado; PA= Pastagem; GP= Preparo com
grade pesada; AD= Preparo com arado de disco; EA=
Eucalipto + arroz; ES= Eucalipto + soja; EP= Eucalipto
+ pastagem; EPG= Eucalipto + pastagem + bovinos;
EC= Eucalipto. (1 e 2 ) 10 anos; (3) 12 anos; (4) 15
anos; (5) 13 anos.
21
No sistema de cultivo mínimo, além da
redução dos efluxos de carbono do solo, há
uma redução considerável das emissões de
gases, devido à menor demanda de
combustíveis fósseis, no cultivo do solo.
Outro exemplo que contribui para o
desenvolvimento limpo é a adoção da técnica
de colheita mecanizada, sem a queima dos
resíduos em lavouras de cana-de-açúcar. Esta
cultura apresenta grande importância para a
economia nacional, ocupando cerca de 5,63
milhões de hectares.
Porém, a técnica de colheita da cana-
de-açúcar, mais empregada atualmente, é a
queima na pré-colheita com posterior corte
manual. No processo de queima desta cultura,
ocorre uma liberação gigantesca de carbono na
forma de CO e CO
2
. E ainda a liberação de
carbono do solo, via efeitos indiretos.
A prática de queima dos resíduos
representa uma irresponsável agressão ao
meio ambiente, tanto no aumento dos gases de
efeito estufa, como na morte de muitos
animais, que se abrigam temporariamente
nestas áreas.
Estudos demonstram que através da
colheita mecanizada da cana-de-açúcar, ocorre
uma redução de 30% das emissões de carbono.
Esta taxa mitigatória parece ser baixa, porém é
significativa, quando extrapolada a todos os
sistemas que atualmente utilizam o sistema
com queima dos resíduos.
Outra forma de reduzir as altas taxas
de carbono na atmosfera, é a absorção do
mesmo, via reflorestamentos e a reabilitação
de florestas secundárias.
Neste contexto, o plantio de Eucalipto
no Brasil está sendo uma alternativa rentável
que permite conservar as florestas nativas, a
fim de suprir a demanda de madeira e celulose,
que possa ser proveniente de florestas
maduras.
Pesquisas demonstram que
reflorestamentos bem manejados são eficientes
no seqüestro de carbono, podendo ser
considerados sumidouros em grande escala.
Portanto, agroecossistemas bem
manejados, com preparo reduzido do solo,
associado à introdução de culturas com alta
capacidade na produção de biomassa, tendem
atuar como sumidouros de carbono no sistema.
Mas não se deve esquecer da
individualidade de cada sistema, e assim, tratar
cada um de forma particular. Pois os processos
podem ser alterados em função de variáveis
como: precipitação, temperatura, tipo de solo,
relevo e radiação solar, dentre outras variáveis,
que talvez ainda não se saiba a correlação.
Quanto ao papel das florestas,
podemos dizer que uma floresta primária
intacta em equilíbrio, sem perturbações, tende
a atuar como um sumidouro de carbono, ou
estar próximo ao equilíbrio.
Enquanto, florestas secundárias e
reflorestamentos jovens, apresentam um
grande potencial para absorção de carbono. Já
florestas muito perturbadas podem atuar como
fonte de carbono.
Contato:
CENA-USP, Centro de Energia Nuclear na
Agricultura, Laboratório de Ecologia Isotópica,
Avenida Centenário, 303, Piracicaba, SP –
Brasil. CEP: 13416-000 – Tel. (19) 3429 4063
).
Vania Neu
Bióloga pela UFSM,
Mestre pela USP.
Atualmente é
Doutoranda do
Programa de Pós-
Graduação em Ecologia
Aplicada da USP e
Pesquisadora do CENA.
Para Saber Mais:
CAMPOS, D. C. Potencialidades do
sistema de colheita sem queima da cana-
de-açúcar para o seqüestro de carbono.
Piracicaba, 2003. 103p. Tese (Doutorado) -
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo.
EMBRAPA. 2002. Primeiro inventário
brasileiro de emissões antrópicas de gases
de efeito estufa. Relatórios de referência de
emissões de metano da pecuária. Ministério da
Ciência e Tecnologia, 79p.
MACHADO, P. L. O. de A. 2005. Carbono
do Solo e a Mitigação da Mudança
Climática Global. Química Nova, 28 (2): 329-
334.
KAUFFMAN, J.B., CUMMINGS, D.L., WARD,
D.E. Fire in the Brazilian Amazon 2.
biomass, nutrient pools and losses in
cattle pastures. Oecologia, New York, v.113,
p. 415- 427, 1998.
KÖRNER, C.; ASSHOFF, R.; BIGNUCOLO,
O.; HÄTTENSCHWILER, S.; KEEL, S. G.;
PELAEZ-RIEDL, S.; PEPIN, S.; SIEGWOLF, R. T.
W.; ZOTZ, G. 2005. Carbon Flux and Growth
in Mature Deciduous Forest Trees Exposed
to Elevated CO
2
. Science, 309: 1360-1362.
22
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onfira aqui a lista dos principais eventos, no Brasil e no mundo, programados
para acontecer este ano.
I SIMPOSIO DE RECURSOS HIDRICOS DO NORTE E CENTRO-
OESTE
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http://www.acquacon.com.br/isrhnco/index.html
O evento é organizado pelas regionais Norte e Centro-Oeste da
Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) em parceria com os
órgãos ligados à gestão dos recursos hídricos, com o apoio da
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O tema central é “A Busca da Sustentabilidade dos Recursos Hídricos”.
Este “é o grande desafio dos profissionais que atuam nesta área, cujo
marco regulatório, a Lei 9433/97 comemora 10 anos em 2007”.
Estruturado em mesas-redondas, palestras e apresentação de trabalhos
técnicos, mini-cursos e exposição técnica, o simpósio espera a
participação de estudantes de graduação, pós-graduação, professores,
pesquisadores e demais profissionais de áreas afins.
Mais informações com a Secretaria do Evento através do telefone
(0xx11) 3522-9164
ou pelo e-mail: [email protected]
II ENCONTRO SUL BRASILEIRO DE METEOROLOGIA
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www.cefetsc.edu.br/~meteoro/esbm
Entre os dias 25 a 29 de junho de 2007 será realizado em Florianópolis o
II Encontro Sul Brasileiro de Meteorologia (II ESBM). Este evento
organizado pelo CEFET/SC com apoio de diversos órgãos de pesquisa e
fomento, como CNPq e FAPESC. O II ESBM também contará com apoio
da Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET).
O tema do II Encontro Sul Brasileiro de Meteorologia é “Avanços
Tecnológicos da Meteorologia no Século XXI”, tendo como objetivo
principal reunir profissionais e estudantes para discutir os resultados das
novas descobertas da Meteorologia e áreas correlatas.
A programação do evento abrange as seguintes áreas temáticas:
Agrometeorologia e Biometeorologia; Hidrometeorologia e Recursos
Hídricos; Sensoriamento Remoto da Atmosfera e Sistemas de
Observações; Interação Biosfera-Atmosfera e Interação Oceano-
Atmosfera e Oceanografia; Climatologia e Previsão Climática; Previsão do
Tempo; Sistemas Meteorológicos e Desastres Naturais; Poluição
Atmosférica e Físico-Química da Atmosfera; Meteorologia Ambiental,
Micrometeorologia e Modelagem Atmosférica.
Mais informações podem ser obtidas com o comitê organizador do evento
através do e-mail: [email protected] ou com o prof. Mário Quadro,
presidente do comitê organizador (mquadro@cefetsc.edu.br)
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XV CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA
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http://www.cbagro2007.com.br
A Embrapa Tabuleiros Costeiros e a Sociedade Brasileira de
Agrometeorologia (SBA) estão promovendo o XV Congresso Brasileiro
de Agrometeorologia - XV CBA, que será realizado no período de 02 a
05 de Julho de 2007 no centro de convenções do Hotel Parque dos
Coqueiros, localizado na cidade Aracaju, Sergipe.
O público alvo do XV CBA é técnicos, engenheiros, pesquisadores,
empresários, professores e profissionais de áreas de Meteorologia,
agronomia e afins.
O XV CBA terá como tema principal: "EFEITO DAS MUDANÇAS
CLIMÁTICAS NA AGRICULTURA" focando as seguintes linhas de
pesquisas:
Agrometeorologia e a escassez de água no século XXI,
Efeito das mudanças climáticas na agricultura,
Agrometeorologia e otimização do uso da água na irrigação,
Bioenergia e fontes de energia alternativas,
Modelagem em Agrometeorologia e Recursos Hídricos,
Instrumentação em agrometeorologia,
Zoneamento agrícola no Brasil: agrometeorologia e seguro rural,
Geoprocessamento e sensoriamento remoto aplicado à
agrometeorologia,
A agrometeorologia e o agronegócio em diferentes ecossistemas
no Brasil.
Mais informações podem ser obtidas com a Secretaria do Evento através
do telefone (0xx79) 3234 4410
ou pelo e-mail:
VII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
COM APOIO COMPUTACIONAL EM METEOROLOGIA E HIDROLOGIA
(VII CALMET)
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http://calmet.comet.ucar.edu/index.htm
A CALMet 2007 acontecerá no período de 2 a 7 de julho em Beijing,
China, sendo organizada pelo Centro de Administração e Treinamento
Meteorológico Chinês (CMATC) e pelo Grupo de Trabalho da CALMet
(WGCAL).
O tema principal da CALMet será o uso de novas ferramentas e
estratégias inovadoras na criação de atividades efetivas de aprendizagem
em Meteorologia e em Hidrologia.
Trabalhos, seminários, palestras e apresentações do Evento versarão
sobre as seguintes áreas:
• Programas de Administração em Educação e Treinando de
Meteorologia (E&T),
• Recentes Experiências em Projetos de E&T em Meteorologia,
• Tecnologias Atuais e Emergentes para E&T em Meteorologia,
• Aprendizagem e Educação em Meteorologia.
Mais informações podem ser obtidas com os coordenadores da CALMet
2007: Patrick Parrish (pparri[email protected]); Vesa Nietosvaara
([email protected]); ou ainda com o organizador local em Beijing:
Fan Hong ([email protected])
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17ª CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE GERENCIAMENTO DE
DESASTRES - WCDM
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http://www.wcdm.org
A Conferência Mundial em Gerenciamento de Desastres (WCDM) será
realizada no Centro de Convenções Metropolitano de Toronto, Canadá no
período de 08 a 11 de julho de 2007. O Tema da conferência deste ano é
“Você está sentido calor?”.
A WCDM é o principal evento sobre o tratamento de questões dos
aspectos de gerenciamento de desastres/emergências. O programa inclui
conferencistas de várias partes do mundo e oferece oportunidades
excelentes para treinamento e estabelecimento de contatos com
especialistas e profissionais em:
• Planejamento/gerenciamento de emergências,
• Continuidade de negócios,
• Comunicações de emergência,
• Resposta de emergência,
• Pesquisa de gerenciamento de desastres,
• Gerenciamento de riscos, segurança, meio ambiente,
• Planejamento de comunidades, e
• Organizações que trabalham e servem estas profissões.
Os participantes da 17ª WCDM são predominantemente profissionais de
todas as esferas do governo, do setor privado, acadêmicos e
pesquisadores.
Mais informações podem ser obtidas com o coordenador da Conferência,
Alysone Will pelo e-mail: [email protected].
XXXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA
AGRÍCOLA – CONBEA 2007
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http://www.acquacon.com.br/conbea2007/
O XXXVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola – CONBEA 2007
será realizado na cidade de Bonito, Mato Grosso do Sul.
Este evento é uma promoção da Sociedade Brasileira de Engenharia
Agrícola (SBEA) e conta com apoio do Fundo Setorial de Recursos
Hídricos (CTHidro) e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia do Mato Grosso do Sul (CREA-MS).
O tema central é “Inovação Tecnológica: Reorganização e
Sustentabilidade dos Espaços Produtivos” e representa um desafio
para a agricultura brasileira, visando estabelecer a responsabilidade de
produzir e, ao mesmo tempo, manter e melhorar as condições
ambientais das áreas exploradas. Neste sentido, terão palestrantes que
discutirão os diversos aspectos do potencial, da organização do
agronegócio, da viabilidade econômica de produção de commodities e,
acima de tudo, da sustentabilidade.
O CONBEA 2007 foi planejado para debater assuntos ligados a sete
áreas:
• Construções Rurais e Ambiência,
• Energia na Agricultura (Geração, Conservação e Eficiência Energética),
• Engenharia de Água e Solo (Gestão de Recursos Hídricos),
• Máquinas e Mecanização Agrícola,
• Ciência e Tecnologia Pós-Colheita (Colheita, Pós-Colheita e
Comercialização),
• Topografia, Fotogrametria e Sensoriamento Remoto (Geotecnologia),
• Saneamento e Controle Ambiental (Recursos Naturais e Meio
Ambiente),
• Ensino, Pesquisa, Extensão e Política Profissional.
Mais informações podem ser obtidas com a secretaria do evento pelo e-
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33ª CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE RADAR
METEOROLOGICO
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http://www.ametsoc.org/meet/fainst/200733radar.html
A Décima Terceira Conferencia Internacional sobre Radar Meteorológico
será realizada no Cairns Convention Centre, na cidade de Cairns,
Austrália, em agosto deste ano. Este evento é uma organização da
Sociedade Meteorológica Americana (AMS) e da Sociedade Australiana de
Meteorologia e Oceanografia (AOMS).
Os tópicos da Conferencia em 2007 serão:
Desenvolvimento e aplicação de previsão operacional e apoio a
decisão de previsão ao usuário final,
Uso de “testbeds” para previsão “imediata” (Nowcasting),
Eventos Extremos,
Técnicas para estimação quantitativa de chuva incluindo
especificação de erros associados,
Aplicações hidrológicas de sistemas de radar,
Faixas de Previsão de Curto e Curtíssimo prazo incorporando
informação de radar e previsão numérica,
O uso de novas imagens de radar spaceborne,
Desenvolvimento de novas técnicas com sensoriamento remoto
de radar incluindo recuperação/extração de propriedades de
nuvem e radar polarimétrico,
Técnicas de análise multi-instrumental,
Programas de campo principais como o Experimento de Análise
Multidisciplinar da Monção Africana (AMMA) e o Experimento
Internacional de Nuvem na Região Tropical de Águas Quentes
(TWPICE).
Mais informações podem ser obtidas com Peter May pelo e-mail:
WORKSHOP INTERNACIONAL DE SATÉLITES METEOROLÓGICOS
PARA USUÁRIOS SUL-AMERICANOS
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http://www.evento.ufal.br/eumetsat/
O Workshop Internacional de Satélites Meteorológicos para Usuários Sul-
Americanos faz parte da série de cursos de Satélites Meteorológicos
realizados pela Organização Européia para a Exploração de Satélites
Meteorológicos (EUMETSAT) no Brasil. O evento será realizado em
agosto de 2007 no salão de convenções do Hotel Ponta Verde, localizado
em Maceió, Alagoas e visa treinar, reciclar e reunir os usuários de
imagens dos Satélites Meteorológicos oferecidos pela EUMETSAT, no
âmbito do sistema de transmissão de dados da EUMETCast na América
do Sul.
A programação inclui tópicos relacionados à recepção do sinal dos
satélites meteorológicos, ao pré-processamento de dados, ao
arquivamento das informações e exemplos de aplicações.
O programa de treinamento é composto de parte teórica e prática, com
trabalhos de grupo no estilo “hands on” e será ministrado por
conferencistas do Brasil, Portugal, Estados Unidos e da EUMETSAT
(Alemanha). O Público-Alvo compreende técnicos, estudantes
universitários, pesquisadores e professores das áreas de Meteorologia,
Climatologia, Hidrologia, Oceanografia, Dinâmica e Física de vários países
sul-americanos que sejam membros da EUMETSAT. A iniciativa e
organização é da EUMETSAT no âmbito do sistema de transmissão de
dados da EUMETCast para América do Sul, com apoio do Instituto de
Ciências Atmosféricas da UFAL.
Mais informações podem ser obtidas com o Dr. Humberto A. Barbosa
([email protected]), coordenador do Workshop.
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11ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE POLUIÇÃO DIFUSA E
1ª REUNIÃO CONJUNTA DOS GRUPOS DE ESPECIALISTAS DE
POLUIÇÃO DIFUSA E DRENAGEM URBANA DA IWA
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http://www.acquacon.com.br/dpud2007/index.html
Os objetivos do Grupo Especializado em Poluição Difusa da Associação
Internacional da Água (IWA) são promover a pesquisa, disseminar
informação e apoiar o desenvolvimento de políticas para estudar e
controlar a poluição dos recursos naturais por fontes não pontuais ou
difusas, assim como a aplicação de melhores práticas que diminuam esta
poluição.
Recentemente o Grupo Especializado de Poluição Difusa incorporou o
Grupo de Eutrofização e ampliou assim o alcance de suas atividades. As
conferências realizadas até agora tem incorporado e tratado ao mesmo
tempo temas tais como: manejo integrado de bacias para o controle da
poluição difusa, drenagem urbana entre outros.
Pela primeira vez, uma conferência conjunta é planejada para os dois
Grupos de Especialistas da IWA sobre Poluição Difusa e Drenagem
Urbana, oferecendo uma oportunidade para uma troca frutífera de idéias
entre estes dois grupos.
A IWA está promovendo uma maior participação e integração entre
especialistas de países da América Latina que trabalham no tema de
Poluição Difusa. Em vista disso, a IWA organiza uma SESSÃO DE
INTEGRAÇÃO DA AMÉRICA LATINA durante a 11ª Conferencia em
Belo Horizonte, Minas Gerais em agosto de 2007.
Mais informações podem ser obtidas com os professores Eduardo Von
Sperling (eduard[email protected].br) e Nilo de Oliveira Nascimento
([email protected]) ou com a Secretaria do Evento
SEGUNDA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE MODELAGEM
DO SISTEMA TERRESTRE
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http://www.mpimet.mpg.de/fileadmin/static/icesm/
A Segunda Conferência Internacional sobre Modelagem do Sistema
Terrestre será promovida pelo Instituto Max Planck de Meteorologia. Ela
ocorrerá no Edifício Central da Universidade de Hamburgo, Alemanha.
O objetivo da Conferência é discutir temas sobre modelagem global e
regional para o passado, presente e futuro, como também observações e
reconstruções do Sistema Terrestre.
Os principais temas do evento são:
1. Variabilidade e Mudança Climática:
a) Modos de Variabilidade sob Mudança Climática Antropogênica,
b) Previsibilidade Climática Sazonal a Decadal,
c) Modelos Mecanicistas e Reduzidos Aplicados as Dinâmicas e
Previsibilidades Climáticas,
d) Características e Impactos de Eventos Extremos.
2. Retro-Alimentações no Sistema Terrestre:
a) Sensibilidade Climática,
b) Ciclos Biogeoquímicos,
c) Climas Passados,
d) Modelagem Integrada.
Mais informações podem ser obtidas com Dr. Annette Kirk, Coordenador
da Conferência, pelo e-mail: [email protected] ou com a Secretaria
do Evento: [email protected].
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CONGRESSO INTERNACIONAL “UMA VISÃO GLOBAL DE
FLORESTAS NO SÉCULO 21”
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http://www.forestry.utoronto.ca/centennial/int_congress.htm
O século 21 será provavelmente conhecido como a era do
ambientalismo, capitalismo natural, integração científica, globalização, e
governança participativa. Naturalmente, nesta nova era, a estrutura
conceitual do gerenciamento de recursos florestais será diferente do que
a estrutura existente. Assim, por ocasião das celebrações de seu
centenário a Faculdade de Silvicultura da Universidade de Toronto
(Canadá), assumiu o desafio de desenvolver uma visão global
compreensiva das Florestas no Século 21. Esta visão será desenvolvida
num Congresso Internacional sobre este assunto.
Os organizadores do Congresso esperam a participação de todos que
estejam preocupados com o estado futuro das florestas globais, do meio
ambiente, e da sociedade. Os organizadores convidaram conferencistas,
que realizarão palestras e apresentações de painéis, e participantes de
todos os grupos interessados tais como elaboradores de políticas,
administradores de florestas, juízes e especialistas legais, comunidade
indígenas, cientistas, e especialistas em florestas da indústria de
silvicultura e ONG’s. As discussões do Congresso serão organizadas sob
os seguintes temas: Desafios globais, Responsabilidades e Lideranças em
Florestas, Fronteiras da Ciência e um Ambiente de Floresta Saudável e
Diversificado, e Culturas, Mercados e Sociedades Sustentáveis.
Mais informações podem ser obtidas o Prof. Shashi Kant, Presidente do
Comitê Organizador, pelo e-mail: [email protected] ou com
Amalia Veneziano ([email protected]).
IX SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO CONTRA
DESCARGAS ATMOSFÉRICAS (IX SIPDA)
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http://www.iee.usp.br/sipda
O SIPDA é um evento de natureza técnico-científica que tem como
principais objetivos contribuir para a discussão e difusão das inovações
tecnológicas relativas à proteção contra descargas atmosféricas,
aterramento e técnicas de modelagem e de medição. O simpósio aborda
todos os temas relativos a descargas atmosféricas e aterramento,
incluindo:
1) física das descargas, características e medições,
2) sistemas de detecção e localização de descargas atmosféricas,
3) proteção de linhas de transmissão e de subestações,
4) proteção de linhas de distribuição de média e de baixa tensão,
5) proteção de estruturas e instalações,
6) proteção de sistemas eletrônicos e de telecomunicação
7) aterramento,
8) compatibilidade eletromagnética,
9) equipamentos,
10) testes e normalização,
11) acidentes e prejuízos causados por descargas atmosféricas.
O IX SIPDA será realizado na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, e a
organização é do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de
São Paulo – IEE/USP, e tem apoio do Instituto de Engenheiros Eletricistas
e Eletrônicos – IEEE - Seção Sul Brasil.
Mais informações podem ser obtidas com a secretaria do IX SIPDA pelo
telefone (00 xx 11) 3091-2563/2579 ou e-mail: [email protected].
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I CONGRESSO VENEZULEANO DE AGROMETEOROLÓGICO E V
REUNIÃO LATINO-AMERICANA DE AGROMETEOROLOGIA
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http://www.svagromet.org.ve/congreso.html
A Sociedade Venezuelana de Agrometeorologia (SVA) convida a todos a
participarem do I Congresso Venezuelano de Agrometeorologia (I
CVA) e V Reunião Latino-Americana de Agrometeorologia (V
RLA), que serão realizados na Universidade Nacional Experimental de
Táchira (UNET) em San Cristóbal, Estado de Táchira, Venezuela, em
novembro de 2007.
Estes eventos reunirão profissionais, estudantes, produtores agrícolas,
aficionados e todos aqueles interessados no tema da Agrometeorologia,
para intercambiar conhecimentos, experiências, inovações e saberes
alcançados na Venezuela e na América Latina, e contarão com a
presença de destacados conferencistas nacionais e internacionais.
O tema principal do Congresso será: “Socialização do conhecimento
Agrometeorológico na América Latina”.
O evento abordará os seguintes temas: Instrumental Meteorológico,
Climatologia Agrícola, Estatística e Modelos em Agrometeorologia, SIG e
Agrometeorologia, Bioclimatologia, Variabilidade e Mudança Climática,
Risco Agroclimático, Agrometeorologia e Ferramentas para o Manejo dos
Recursos Hídricos.
A data final para envio de trabalhos é 28 de junho de 2007.
Mais informações podem ser obtidas com a Secretaria: Telefone: 00 58
276 3530422 ou e-mail: congresoagro[email protected].
IV CONGRESSO CUBANO DE METEOROLOGIA
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http://www.insmet.cu/sometcuba/default.htm
A Sociedade Meteorológica de Cuba em seu 15º Aniversário, tem o
prazer de anunciar que durante o período de 4 a 8 de dezembro de 2007
se celebrará o IV Congresso Cubano de Meteorologia.
Este evento se realizará no CAPITOLIO DE LA HABANA, Cidade de
Havana, Cuba. Estão sendo convidados pesquisadores, profissionais,
funcionários, docentes, estudantes, amantes da Meteorologia, como
também aquelas pessoas que trabalham com planos de contingências
relacionados à presença de fenômenos meteorológicos extremos, para
que possam em um foro adequado debater, aprofundar e intercambiar
opiniões sobre o estado do conhecimento de pesquisas multidisciplinares
acerca de leis e mecanismos, altamente dinâmicos, das Ciências da
Atmosfera.
O Comitê Organizador espera que as apresentações assim como as
mesas redondas e conferências possam contribuir com diversos temas
importantes tais como Variabilidade e Mudanças Climáticas, Meio
Ambiente, Riscos, Vulnerabilidade e Mitigação dos Desastres
Meteorológicos entre outros que servirão especialmente para os gestores
políticos e econômicos que planejam o meio ambiente em nossa
sociedade.
A data final para envio de resumos é 30 de junho de 2007.
Mais informações podem ser obtidas no site acima ou com o Comitê
Organizador pelo e-mail: [email protected].
Nota: Se você quiser divulgar algum evento relacionado com a área de Meteorologia ou áreas
correlatas é só enviar um e-mail para:
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escrevermos esta matéria, desejávamos refletir sobre dois temas que estão na
moda: Mudanças Climáticas e Aquecimento Global. Apresentaremos
informações e algumas das visões que a mídia tem dado tanto destaque e que
devem ser criteriosamente analisadas. Por fim, mostraremos que o Homem é
partícipe do meio ambiente em que vive, e consequentemente, sofre influência deste mesmo
meio, principalmente do Clima.
Poucas ciências estão tão interligadas
às Mudanças Climáticas quanto a Meteorologia.
Mudança climática é um assunto
complexo que envolve uma grande quantidade
de processos e variáveis. Por isso, toda a
sociedade necessita de uma fonte de
informação objetiva acerca das causas desta
mudança, suas possíveis repercussões sócio-
econômicas e ambientais, principalmente no
que tange às possíveis respostas.
Conscientes disso, a Organização
Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
constituíram, em 1988, o Grupo
Intergovernamental de Especialistas sobre a
Mudança do Clima (IPCC), com a missão de
avaliar, de maneira objetiva, informações
científicas, técnicas e sócio-econômicas
disponíveis sobre mudança do clima em todo o
mundo. Suas avaliações são baseadas em
resultados de publicações revisadas por
especialistas e, quando existe, documentação
apropriada obtida da indústria e de atividades
tradicionais (pesca, agricultura etc.). Ou seja,
apoiadas pelos trabalhos de centenas de
especialistas de todas as regiões do mundo.
Em síntese, os relatórios do IPCC
apresentam informações a respeito de
mudanças climáticas e do aquecimento global,
almejando uma ampla discussão e revisão dos
atuais modelos desenvolvidos. Desde sua
criação, o IPCC tem produzido uma série de
publicações que são obras de referência em
diversos segmentos e usadas por grande um
número de cientistas e estudantes,
empresários e tomadores de decisão.
Histórico das Discussões sobre Mudança
do Clima
Embora a preocupação com o
aquecimento do planeta seja relativamente
recente, as discussões sobre a degradação e as
mudanças ambientais não são novas em nossa
sociedade, datando do início da década de
1970.
O primeiro debate mundial acerca do
meio ambiente ocorreu em 1972, quando da
realização da Conferência de Estocolmo
(Suécia), culminou no documento chamado
Declaração de Estocolmo. Este serviu para
estabelecer o que seriam as bases da política
ambiental contemporânea.
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30
A Primeira Conferência Mundial sobre o
Clima, realizada em 1979, reconheceu que a
mudança climática era um problema grave.
Neste encontro foi analisada de que maneira
ela poderia afetar a atividade humana, e no
final foi elaborada uma declaração convocando
os governos mundiais a prever e prevenir as
possíveis mudanças no clima, que podem ser
provocadas pelo homem e adversas ao bem-
estar da humanidade.
Além disso, foram aprovados planos
para um Programa Mundial sobre o Clima
(PMC), sob a responsabilidade conjunta da
OMM, do PNUMA, e da Comissão Internacional
de Uniões Científicas (CIUC).
Entre 1980 e 1990 foram realizadas
diversas conferências intergovernamentais
centradas na mudança climática. Em conjunto
com a crescente evidencia científica, estas
conferencias ajudaram a atrair o interesse
internacional sobre esta questão. Estas
reuniões examinaram assuntos de cunho
científico e político, sendo iniciada uma ação
mundial.
Os principais eventos foram:
Conferência de Villach (outubro de 1985);
Conferência de Toronto (junho de 1988);
Conferência de Ottawa (fevereiro de
1989);
Conferencia de Tata (fevereiro de 1989);
Conferência e Declaração de Haia (março
de 1989);
Conferência Ministerial de Noordwijk
(novembro de 1989);
Pacto do Cairo (dezembro de 1989);
Convenção de Bergen (maio de 1990);
Segunda Conferência Mundial sobre o
Clima (novembro de 1990).
Mas a grande mudança realmente
ocorreu em 1988 quando foi estabelecido o
IPCC pela OMM e pelo PNUMA, com a finalidade
de: (i) avaliar as informações científicas
existentes sobre a mudança do clima; (ii)
avaliar os impactos ambientais e sócio-
econômicos da mudança do clima e (iii)
formular políticas de minimização e mitigação.
O Primeiro Relatório de Avaliação do
IPCC foi finalizado em agosto de 1990 e serviu
de base para a negociação da Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima (CQNUMC). O IPCC divulgou seu
suplemento em 1992 e outras publicações
posteriores, que até hoje continuam auxiliando
o processo da Convenção.
Em vista da percepção e da
necessidade de se desenvolver políticas e
instrumentos legais sobre a questão da
mudança do clima, a Assembléia Geral das
Nações Unidas estabeleceu em 1990 o Comitê
Intergovernamental de Negociação para a
Convenção Quadro sobre Mudança do Clima
(CIN/CQMC).
Este Comitê foi responsável pela
elaboração do documento para a Convenção-
Quadro, assim como qualquer instrumento
jurídico relacionado que fosse visto como
necessário.
Os representantes de mais de 150
países se encontraram durante cinco reuniões
realizadas entre fevereiro de 1991 e maio de
1992. Finalmente, em 9 de maio de 1992, foi
adotada a CQNUMC
1
, na sede das Nações
Unidas em Nova Iorque, EUA.
A CQNUMC foi assinada inicialmente
pelo Brasil durante a “Cúpula da Terra”, a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, também
conhecida como RIO-92, realizada no Rio de
Janeiro no período de 3 a 14 de junho de 1992.
Após a assinatura brasileira, posteriormente
somaram outras de 170 países, confirmando o
caráter planetário da Convenção. Porém, a
mesma só entrou em vigor no dia 21 de março
de 1994. No Brasil, ela foi ratificada pelo
Congresso Nacional em 28 de fevereiro de
1994, entrando em vigor em 29 de maio do
mesmo ano.
O seu objetivo principal, segundo o
Artigo 2º, é o de se obter “a estabilização das
concentrações de gases de efeito estufa (GEE)
na atmosfera em um nível que impeça uma
interferência humana perigosa no sistema do
clima”. Isso deveria ocorrer baseando-se em
dois princípios básicos:
Princípio da Preocupação
: A falta de
certeza científica absoluta não deve ser
usada como razão para que os países
adotem medidas para prever, evitar ou
minimizar as causas da mudança do clima
e mitigar seus efeitos negativos.
Princípio da Responsabilidade Comum, mas
Diferenciada
: De acordo com este
princípio a maior parcela das emissões
globais, históricas e atuais, de GEE é
originária dos países desenvolvidos.
Em 1997, durante a Terceira
Conferência das Partes (COP3) foi firmado o
Protocolo de Quioto por mais de 150 países,
entrando em vigor em 2005. Ele foi um divisor
de águas para a questão da Mudança do Clima
e posteriormente do Aquecimento Global, tão
atualmente comentado.
Entretanto, antes de falarmos das
questões propriamente ditas do aquecimento
global, devemos compreender melhor como o
sistema climático de nosso planeta funciona.
Esperamos que os temas, informações
e dados publicados nesta matéria sejam de
grande utilidade no estimulo a compreensão e
debates referentes.
1
A Convenção utiliza o termo “mudança do clima” para
referir-se exclusivamente à mudança ocasionada por
atividades humanas, diferentemente do uso dado pela
comunidade científica, onde é necessário fazer referência
à mudança resultante de qualquer fonte.
31
Sistema Climático
O Meio Ambiente se expressa
fundamentalmente na interação entre seres
vivos e natureza. Essa interação gera conflitos,
o homem altera o meio, porém, por sua vez as
conseqüências dessa interação incidem sobre
ele. Gera-se deste modo uma serie de
problemáticas ambientais, onde a Mudança
Climática Global é uma delas.
Para se interar deste tema tão
complexo é essencial inicialmente entender a
estrutura e o funcionamento do Sistema
Climático Terrestre, que é onde se observa a
Mudança Climática.
Trata-se de um sistema aberto
altamente complexo, onde ocorrem interações
entre os vários componentes do sistema
climático (atmosfera, oceano, calotes polares,
glaciais, biosferas terrestre e marinha, crosta
terrestre, etc.) e as escalas de tempo em que
se exercem são diversas. O sistema climático
envolve as influências de sua própria dinâmica
interna e as forças externas, como erupções
dos vulcões, variações na atividade solar,
efeitos antropogênicos, variações na
composição da atmosfera e no uso da terra.
As mudanças climáticas são
provocadas por modificações nas forçantes
climáticas. Uma forçante é uma mudança
imposta no balanço de energia planetária que,
tipicamente, causa uma mudança na
temperatura global. Forçantes impostas no
sistema climático podem cair em duas
categorias: externas e internas.
Forçantes externas são causadas por
variações em agentes fora do sistema
climático, tal como, por exemplo, flutuações na
radiação solar. Por outro lado, forçantes
internas são variações nos componentes do
sistema climático, podendo ser naturais e/ou
causadas pelo homem (antropogênicas), como
por exemplo, devido a erupções vulcânicas,
mudanças na cobertura de gelo, aumentos na
concentração de CO
2
e desmatamento.
Além dessas, outras forçantes internas
de longo prazo, que ocorrem como resultado da
deriva continental, surgimento de uma
montanha e mudanças na polaridade do campo
magnético da Terra, podem influenciar a
atmosfera e então, talvez, todo o clima.
Forçantes Climáticas Externas
Variações de Milankovitch
A teoria astronômica das variações do
clima, também é conhecida como Teoria de
Milankovitch, em homenagem ao astrônomo e
matemático sérvio Milutin Milankovitch, que
relacionou variações climáticas a parâmetros
da órbita terrestre em torno do Sol.
Existem diversas formas na qual a
configuração orbital pode afetar a radiação
solar recebida, e então possivelmente o clima.
Estas são chamadas de ciclos de Milankovitch e
resultam de:
(a) variações na forma da órbita da
Terra ao redor do Sol (Ciclos de
Excentricidade da Órbita: 95.000, 123.000 e
413.000 anos).
A órbita da Terra torna-se mais
excêntrica (elíptica) e depois mais circular num
ciclo de aproximadamente 100.000 anos. O
fluxo médio anual incidente varia em função da
excentricidade da órbita (e).
A excentricidade da órbita de um
planeta indica o quanto sua órbita se desvia de
um círculo. Quanto maior a excentricidade
maior o valor de e, e para o círculo e = 0. Para
maiores valores de e menor será o fluxo anual
incidente de radiação solar. O valor atual de e
é 0,017. Nos últimos 5 milhões de anos ele tem
variado de 0,00048 a 0,06079.
Essas variações têm resultado em
mudanças no fluxo de radiação incidente de
+0,014 a –0,17% do valor atual.
(b) variações na inclinação do equador
na órbita da Terra ao redor do Sol (Ciclos de
Obliqüidade: 41.000 e 54.000 anos).
A obliqüidade (inclinação do eixo de
rotação da Terra) é o ângulo entre o eixo de
rotação da Terra e o plano de eclíptica (plano
no qual se situam os corpos do sistema solar).
Esta inclinação varia de 22,05
o
a 24,5
o
,
em um período de aproximadamente 41.000
anos. O valor atual é 23,5
o
. Variações sazonais
dependem da obliqüidade: se a obliqüidade é
grande, os contrastes sazonais também
aumentam de forma que os invernos são mais
frios e os verões mais quentes em ambos os
hemisférios. Ou seja, maior inclinação implica
em estações mais extremas.
(c) variações da distância Terra-Sol
devida a interações gravitacionais da Terra com
outros planetas e o Sol (Ciclos de Precessão:
23.000 e 18.800 anos).
As mudanças na obliqüidade têm
relativamente pouco efeito na radiação
recebida nas baixas latitudes, mas o efeito
aumenta em direção aos pólos.
32
Ciclos de Milankovitch. Fonte: Moran e Morgan, 1991.
A órbita da Terra é uma elipse em
torno do Sol, que fica em um dos focos. Devido
à interação gravitacional com os outros
planetas, Júpiter principalmente, o periélio
(ponto da órbita terrestre mais próxima ao Sol)
move-se no espaço de forma que a elipse é
modificada ao longo do tempo.
A precessão orbital irá causar uma
progressiva mudança na época dos equinócios.
Essas mudanças ocorrem de tal forma que duas
periodicidades são aparentes: 23.000 anos e
18.800 anos.
Essa mudança, assim como a
obliqüidade, não altera a radiação total
recebida, mas afeta sua distribuição temporal e
espacial.
Por exemplo, o periélio ocorre
atualmente em 5 de janeiro, no meio do verão
do hemisfério sul, mas segundo estimativas
daqui há 11.000 – 15.000 anos ele irá ocorrer
em julho.
No atual valor da excentricidade existe
uma variação de 6% na constante solar entre o
periélio e o afélio (1.411 - 1.329 W/m
2
).
Assim, as estações são intensificadas
quando a máxima inclinação do eixo coincide
com a máxima distancia do Sol.
A combinação dos três ciclos de
variação destes parâmetros, com as suas
diferentes periodicidades e intensidades,
produz variações complexas entre a quantidade
de radiação solar interceptada em cada latitude
e em cada estação do ano.
A variação importante reside na
diferente repartição sazonal da energia em
cada hemisfério, ao mesmo tempo em que
podem variar as características da órbita ao
longo dos anos. Deve-se registrar que cada um
dos três ciclos de Milankovitch pode provocar
efeitos climáticos diferentes em cada latitude
do planeta.
Esses ciclos têm operado
continuamente durante pelo menos um período
significativo da história da Terra (na medida em
que se tornou conhecido nos últimos anos) e
não apenas durante a Época Glacial dos últimos
dois milhões de anos (Quaternário). Constata-
se que foram os causadores das oscilações no
nível do mar, alterações rítmicas de partes dos
estratos sedimentares do Mesozóico e
Cenozóico e alterações do tipo da vegetação
presentes nos continentes.
Assim, a Teoria de Milankovitch
estabelece que as variações cíclicas da órbita e
da rotação da Terra produzem variações na
quantidade de energia solar que chega à Terra
(insolação). Essas oscilações de curto prazo
(alta freqüência) em termos geológicos foram
sobrepostas a uma tendência de resfriamento
gradual do clima da Terra desde o início do
Cenozóico, há cerca de 60 milhões de anos,
marcada por acentuados declínios ocasionais,
como por exemplo, 37 milhões e 2,5 milhões
de anos atrás.
O gradiente térmico latitudinal tornou-
se excessivamente elevado durante o curso do
final do Terciário, quando as médias anuais de
temperatura aumentaram nos trópicos e a
temperatura de verão decresceu nas altas
latitudes.
33
Manchas e Ciclos Solares
Variações no clima têm sido
relacionadas aos ciclos de manchas solares,
que é a principal causa possível de mudanças
climáticas produzidas pelo Sol.
Manchas solares são áreas escuras
(umbra) relativamente grandes que aparecem
na superfície do Sol, acompanhadas por regiões
brilhantes, chamadas fácula, que cobrem uma
área maior do que as manchas. A umbra irradia
a aproximadamente 4.000 K, fácula a 5.400 K,
e a camada adjacente ao Sol, a fotosfera, a
5.800 K.
As manchas solares se encontram em
temperaturas de várias centenas de graus mais
frias que o conjunto de sua superfície. Essas
zonas, por serem escuras, emitem menos
energia da normal, porém, as áreas que as
cercam, as fáculas solares, aparecem, ao
contrário, mais brilhantes. Desta forma, resulta
que, em seu conjunto, o Sol emite mais energia
quanto mais manchas solares haja em um
momento determinado.
Algumas manchas solares alcançam
grande tamanho e permanecem por vários
meses. Outras não passam de algumas
centenas de quilômetros e desaparecem em
poucos dias.
As manchas correspondem a zonas em
que fortes campos magnéticos retêm
temporalmente o calor que flui do interior do
Sol para a fotosfera. As primeiras manchas de
um novo ciclo aparecem junto aos pólos. Nos
anos seguintes surgem outras, cada vez mais
próximas do equador solar, até completar o
denominado “máximo solar”.
Desde meados do século XIX se sabe
que o número anual de manchas solares varia
sistematicamente com um período médio de 11
anos entre os máximos (variando entre 8 e 13
anos). Além disso, uma oscilação de 22 anos
(duplo ciclo de manchas solares) ocorre no
forte campo magnético que é associado com as
manchas solares.
Além destas variações cíclicas de 11
anos, a radiação solar incidente na Terra tem
mudado ao longo dos últimos séculos em ciclos
de mais longa duração e que se deve a
mudanças internas no Sol.
Seqüência de imagens em Raio-X do Sol do máximo ao
mínimo solar. Fonte: NGDC/NOAA.
As mudanças climáticas do último
milênio podem estar relacionadas com a
variabilidade da luminosidade solar. Desde
1610 se têm realizadas na Europa observações
telescópicas e contagem do aparecimento e
desaparecimento de manchas solares. Outras
fontes de informação permitem voltar ao
passado mais além no tempo, especialmente os
textos históricos da China, e com isso
estabelecer períodos mais remotos de máxima
e mínima atividade solar.
Verifica-se que existe uma clara
relação entre o número variável de manchas
solares e a intensidade do fluxo de radiação
solar que incide verticalmente situado
teoricamente no topo da atmosfera. Denomina-
se de “insolação solar total” ou “constante
solar”.
Na atualidade este fluxo, próximo de
1.367 W/m
2
oscila aproximadamente em 1,2
W/m
2
entre o máximo e o mínimo do ciclo. Isso
supõe uma oscilação média global de
aproximadamente 0,3 W/m
2
na insolação
média recebida no topo da atmosfera, já que a
“insolação solar total” divide-se por uma
superfície esférica, cuja área é quatro vezes a
área do círculo de interceptação.
A evolução do número de manchas
solares e da atividade solar, deduzida da
concentração de carbono-14 na madeira dos
anéis de árvores e do berílio-10 nas sondagens
de gelos, indica ter existido diversos períodos
excepcionais de debilidade solar durante o
último milênio. São os períodos de Wolf (até o
ano 1300), Spoerer (até o ano de 1500),
Maunder (entre 1645 e 1715) e Dalton (1800
– 1830).
Mínimo de Maunder
Dos períodos citados, o mais anômalo
e mais conhecido é o ocorrido entre 1645 e
1715, chamado Mínimo de Maunder (em
homenagem ao seu descobridor, Walter
Maunder, 1893).
GFSC/NASA.
34
O número total de manchas solares
observadas durante este período foi inferior ao
atualmente observado em um único ano.
Durante o transcorrer, as manchas quase
desapareceram por completo. Nesses anos
aconteceram, pelos menos na Europa, invernos
muito rigorosos, como o de 1694-1695.
Cientistas calcularam que a “constante
solar” durante o Mínimo de Maunder era em
torno de 3,5 W/m
2
menor que a atual, ou seja,
0,24% mais baixa. Isto é perfeitamente
possível já que no estudo de estrelas similares
ao Sol se tem observado variações de
luminosidade ainda maiores, de até 0,4 %.
Calcula-se que o resfriamento global
provocado por esta diminuição de insolação,
seria entre 0,2 e 0,6ºC na superfície terrestre.
Porém, em algumas regiões como o norte das
Américas e o norte da Europa o resfriamento
parece que foi maior: entre 1ºC e 2ºC.
Registros passados de atividades de manchas
solares revelam correspondências intrigantes,
como, por exemplo, a associação do Mínimo
Maunder com a Pequena Idade do Gelo.
Número médio de manchas solares anuais, destacando-se
o mínimo Maunder entre 1645 e 1715.
Recentes medições de irradiância solar
indicam que a saída de energia solar varia
diretamente com o número de manchas
solares, ou seja, mais manchas solares
significam um “Sol mais brilhante” (devido a
um aumento concorrente na atividade facular).
Então maior número de manchas solares pode
levar a uma Terra mais aquecida, assumindo
que todos os demais controles climáticos
permaneçam constantes.
Previsão do número de manchas solares para o ciclo de
23 e 24 anos para maior de 2007. Fonte: MSFC/Nasa.
Outras Perturbações Externas
Colisões de cometas com a Terra e
impactos de meteoritos muito grandes também
são sugeridas como causas nas modificações
climáticas.
Muitos dos distúrbios que tais impactos
poderiam causar, tais como aumentos nos
aerossóis estratosféricos e troposféricos, são
similares a distúrbios internos ao sistema, que
serão descritos a seguir.
Forçantes Climáticas Internas
A maior preocupação atual refere-se
aos possíveis impactos das atividades
humanas, que operando em escalas de tempo
relativamente curtas, podem criar mudanças
extremas nos próximos cem anos. Elas incluem
emissões de gases do efeito estufa, mudanças
no uso do solo e a diminuição do ozônio
estratosférico.
Os únicos efeitos naturais que são
igualmente importantes em escalas de tempo
similares às antropogênicas são atividades
vulcânicas e oscilações na circulação oceânica
profunda.
Erupções Vulcânicas
No transcorrer do Holoceno as
erupções vulcânicas parecem ter ocasionado
em escala global resfriamentos modestos e de
curta duração.
Progressivamente estão sendo
descobertas e datadas novas erupções, até
agora desconhecidas, e com isto está se
avançando para um melhor conhecimento de
suas características.
Além dos documentos históricos e dos
métodos geológicos estratigráficos utilizados,
também se usam como fonte de informação os
testemunhos de gelo (“ice-cores”) da
Groenlândia e da Antártica.
A acidez anômala encontrada em
alguns níveis de sondagens no gelo, permitem
datar as deposições de aerossóis de sulfatos
vulcânicos, indicativas de grandes erupções.
35
Tão importante como a intensidade das
erupções e a altura alcançada pelas ejeções, é
sua localização geográfica. Se forem produzidas
nas latitudes tropicais, os aerossóis de sulfatos,
no caso de alcançar a estratosfera, distribuem-
se por todo o globo, devido ao movimento da
circulação geral da atmosfera a essa altura que
desloca da zona tropical até os pólos.
Ao contrário, se são produzidos em
latitudes altas, dificilmente podem ter uma
repercussão global, já que as ejeções se
sedimentam muito antes.
Outras fontes que podem ser utilizadas
na detecção e datação de erupções vulcânicas é
a dendrocronologia, e em especial a análise da
evolução da densidade da madeira. O
resfriamento provocado por uma erupção
importante provoca um mínimo na produção
fotossintética e, portanto, uma carência na
densidade da madeira do anel de crescimento.
A erupção holocena mais conhecida e
estudada é provavelmente a do vulcão de
Santorini, no Egeo, em 1600 Antes de Cristo
(A.C.). Distribuiu suas cinzas especialmente
pela região oriental mediterrânea e talvez
tenha repercutido na decadência da civilização
de Creta por culpa de abalos sísmicos e
tsunamis que a acompanharam.
Possivelmente houve também efeitos
climáticos globais, já que foi detectada uma
maior concentração de enxofre e pó nos
estratos de gelo da Groenlândia
correspondentes a aquela época.
Neste último milênio uma erupção
muito importante foi a do vulcão
Huaynaputina, no Perú, ocorrida nos meses
de fevereiro e março do ano 1600 de nossa
era. Foram depositados espessos sedimentos
de cinzas vulcânicas (tefras). Os registros
históricos indicam que a chuva de cinzas
alcançou lugares que se encontravam a mais
de mil quilômetros da cratera.
O lançamento estratosférico deve ter
sido muito grande, de aproximadamente 70
milhões de toneladas de SO
2
. Calcula-se um
resfriamento de aproximadamente 0,8ºC no
hemisfério norte durante o verão que seguiu à
erupção.
Outra erupção muito importante foi a
do Tambora, na ilha de Sumbawa, leste de
Java, que ocorreu em Abril de 1815 e matou
milhares de pessoas. Lançou aproximadamente
200 milhões de toneladas de SO
2
na
estratosfera.
A erupção do Tambora produziu um
resfriamento significativo, especialmente no
leste da América do Norte e na Europa
Ocidental. A diminuição térmica foi registrada
pelas medições instrumentais e documentos
históricos. A grande série de dados de
temperaturas do observatório de DeBilt, na
Holanda, mostra que o ano seguinte, 1816, foi
0,5 ºC mais frio que a média dos cinco anos
anteriores.
A erupção deixou sua marca no gelo da
Groenlândia e da Antártica, cuja sondagem
aparece uma forte concentração de enxofre no
estrato de neve depositada naquele ano. Além
disso, as séries da densidade da madeira de
anéis de árvores assinalam no verão de 1816
como o segundo mais frio dos últimos 600
anos.
Entretanto, o efeito climático da
erupção não durou muito, pois os anos
seguintes, 1817 e 1818, foram mais quentes
que os anteriores ao ocorrido.
Evolução da densidade de madeira em troncos de árvores
do Hemisfério Norte desde o ano 1400. São assinaladas
quantas erupções vulcânicas conhecidas, que coincidem
com valores baixos de densidade.
Algumas décadas depois, em 1883,
aconteceu outra das erupções mais trágicas
pelo número de perdas de vidas humanas: a do
vulcão Krakatoa, no oeste de Java. Os
tsunamis que se produziram causaram 36.000
mortos. No entanto, seus efeitos climáticos não
foram muitos importantes. Estima-se que
produziu um resfriamento temporal de
aproximadamente 0,3ºC no verão do
hemisfério norte.
Já no século XX, a erupção mais
intensa foi a do Katmai, no Alaska, em 1912.
Ejetou em torno de 15 km
3
de magma, com
colunas de cinzas e gases que alcançaram 20
ou 30 quilômetros de altura. Porém, só afetou
climaticamente às latitudes médias e altas do
hemisfério norte. Segundo o meteorologista
russo Budyko causou, entre Junho e Agosto de
1912, uma diminuição na radiação solar direta
de 20% na Europa e na América do Norte e um
resfriamento de ~0,5ºC, e em período mais
recente, uma das erupções mais importantes
do milênio ocorreu em 15 de junho de 1991 no
Monte Pinatubo, nas Filipinas.
Oscilações na Circulação Oceânica
A resposta dos oceanos as mudanças
climáticas é muito mais lenta se comparado à
atmosfera. Camadas superficiais do oceano
respondem a influências externas numa escala
temporal de meses a anos, enquanto mudanças
nas profundezas do oceano são muito mais
lentas, podendo levar séculos para que
mudanças significantes ocorram a grandes
profundidades.
36
Como a água tem uma capacidade
calorífica muito mais elevada do que o ar, os
oceanos guardam quantidades muito grandes
de energia, e não permitem grandes mudanças
sazonais de temperatura.
Em grande escala, isto se reflete nas
diferenças entre variações sazonais de
temperatura dos hemisférios norte e sul. Em
escalas menores, a proximidade do oceano é
um fator que afeta o clima de uma região. Na
realidade, este é o fator mais importante
depois da latitude e da elevação.
Atualmente, os oceanos cobrem 71%
(361 x 10
6
km
2
) da superfície da Terra e desta
forma desempenham um papel muito
importante no balanço de energia da Terra. Os
oceanos são mais extensos no hemisfério sul,
entre 30 e 70˚S e menos na zona 50-70˚N e
ao sul de 70˚S. Esta distribuição de terra e mar
é de grande importância, pois é enormemente
responsável pelas diferenças na circulação
atmosférica entre os dois hemisférios, e tem
implicações importantes para a glaciação da
Terra.
Numa escala global, as proporções
relativas de terra e mar têm mudado pouco
durante o Quaternário, apesar das mudanças
no nível do mar devido ao crescimento e
decaimento das geleiras continentais. Quando o
nível do mar era 100 m abaixo do nível
corrente, a área oceânica reduziu-se de apenas
3% (contudo isto equivale a um aumento de
10% na área da superfície terrestre).
Tais mudanças tiveram sem dúvida
uma significância regional; em particular,
mudanças no nível do mar podem ter tido
efeitos na circulação oceânica e certamente
devem ter influenciado o grau de
continentalidade de algumas áreas.
Os oceanos desempenham um papel
crucial no balanço químico do sistema
atmosférico, particularmente com relação aos
níveis de dióxido de carbono atmosférico. Os
oceanos absorvem o CO
2
atmosférico de
diversas formas, uma parte como resultado da
fotossíntese dos fitoplânctons, outra através de
processos nutricionais que permitem que
organismos marinhos criem conchas ou
esqueletos de carbonato de cálcio, e outra
parte por difusão direta na interface
oceano/atmosfera.
A mistura das águas oceânicas provoca
a redistribuição do CO
2
absorvido. Nas latitudes
polares, por exemplo, o carbono adicionado
afunda junto com as águas superficiais frias
naquela região, enquanto que nas latitudes
mais quentes as águas ricas em carbono
deixam escapar o CO
2
para a atmosfera
novamente.
Como os oceanos contêm grandes
quantidades de CO
2
em solução, mesmo uma
pequena mudança no balanço de CO
2
oceânico
pode ter profundas conseqüências para o
balanço de radiação da atmosfera, e
consequentemente para o clima.
O papel dos oceanos nas trocas globais
de CO
2
é de importância particular, não apenas
para o entendimento dos climas passados,
como também para conhecer as tendências
futuras do CO
2
na atmosfera.
El Niño-Oscilação Sul (ENOS)
Uma componente do sistema climático
da terra é representada pela interação entre a
superfície dos oceanos a baixa atmosfera
adjacente a ele. Os processos de troca de
energia e umidade entre eles determinam o
comportamento do clima, e alterações destes
processos podem afetar o clima regional e
global.
El Niño representa o aquecimento
anormal das águas superficiais e sub-
superficiais do Oceano. A palavra El Niño é
derivada do espanhol, e refere-se à presença
de águas quentes que aparecem
periodicamente na costa norte de Perú na
época de Natal, em referência ao menino
Jesus.
Nota-se a região no Pacífico Central e Oriental com
valores positivos, indicando a presença do El Niño
1
.
O termo La Niña ("a menina", em
espanhol) surgiu, pois, o fenômeno se
caracteriza por ser oposto ao El Niño. Pode ser
chamado também de episódio frio, ou ainda El
Viejo ("o velho", em espanhol).
Anomalias de temperaturas negativas da superfície do
mar em dezembro de 1988, indicando evento de La Liña
1
.
1
Oliveira, G.S., 2001. O El Niño e Você – o fenômeno
climático. Editora Transtec, São José dos Campos, SP.
37
Eventos de El Niño e La Niña têm uma
tendência a se alternar a cada 3-7 anos.
Porém, de um evento a outro o intervalo pode
mudar de 1 a 10 anos. As intensidades dos
eventos variam bastante de caso a caso. Os El
Niño mais intensos desde a existência de
"observações" de TSM ocorreram em 1982-83
e 1997-98. Algumas vezes, os eventos El Niño
e La Niña tendem a ser intercalados por
condições normais.
Talvez a melhor maneira de se referir
ao fenômeno El Niño seja pelo uso da
terminologia ENOS, que inclui as características
oceânicas e atmosféricas, associadas ao
aquecimento anormal do oceano Pacifico
tropical.
O ENOS, ou El Niño-Oscilação Sul
representa de forma mais genérica um
fenômeno de interação atmosfera-oceano,
associado as alterações dos padrões normais
da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e
dos ventos alísios na região do Pacífico
Equatorial, entre a Costa Peruana e no Pacifico
oeste próximo à Austrália. Além de índices
baseados nos valores da temperatura da
superfície do mar no Oceano Pacifico
equatorial, o fenômeno ENOS pode ser também
quantificado pelo Índice de Oscilação Sul (IOS).
Este índice representa a diferença
entre a pressão ao nível do mar entre o Pacifico
Central (Taiti) e o Pacifico do Oeste
(Darwin/Austrália). Ele está relacionado com as
mudanças na circulação atmosférica nos níveis
baixos da atmosfera, conseqüência do
aquecimento/resfriamento das águas
superficiais na região.
Valores positivos e negativos do IOS
são indicadores da ocorrência do El Niño e La
Niña, respectivamente.
Na atualidade, as anomalias do
sistema climático que são mundialmente
conhecidas como El Niño e La Niña
representam uma alteração do sistema oceano-
atmosfera no Oceano Pacífico tropical, e que
tem conseqüências no tempo e no clima em
todo o planeta.
Nesta definição, considera-se não
somente a presença das águas quentes como
também as mudanças na atmosfera próxima à
superfície do oceano, com o enfraquecimento
dos ventos alísios (que sopram de leste para
oeste) na região equatorial.
Com esse aquecimento do oceano e
com o enfraquecimento dos ventos, começam a
ser observadas mudanças da circulação da
atmosfera nos níveis baixos e altos da
atmosfera, determinando mudanças nos
padrões de transporte de umidade, e, portanto,
variações na distribuição das chuvas em
regiões tropicais e de latitudes médias e altas.
Em algumas regiões do globo também
são observados aumento ou queda de
temperatura. A figura abaixo mostra a situação
observada em dezembro de 1997, no pico do
fenômeno El Niño 1997/98.
Evolução Natural do Clima
Atualmente estamos no quarto período
interglacial dos últimos 420.000 anos. Desde a
última glaciação de Wiurm (10.000 - 15.000
anos) há um aquecimento progressivo do
planeta (período holoceno). Um dos mais
longos registrados.
A civilização atual é conseqüência da
interação entre o clima e o ser humano. O
curso da história da civilização humana tem
sido uma contínua adaptação ao clima.
38
Mudanças Induzidas pelo Homem
Antes de apresentarmos as causas
internas antropogênica, deveremos descrever o
principal fator da existência de vida em nosso
planeta: Efeito Estufa.
Efeito Estufa Natural
O planeta Terra apresenta certas
características que o tornam único no Sistema
Solar.
A atmosfera terrestre, por sua
composição e estrutura, interage
simultaneamente com a radiação solar e a
superfície terrestre, estabelecendo um sistema
de trocas energéticas que explica muitos
fenômenos que afetam a vida no planeta.
Se não existisse o efeito estufa a
temperatura média seria aproximadamente
34
o
C inferior a temperatura média observada
atualmente que é de 15
o
C.
Esse valor é calculado da seguinte
maneira: a radiação solar incidente mediada
sobre o globo é dada por:
2
2
4
r
rS
π
π
onde r = raio da Terra; 4πr
2
= é a área da
superfície da esfera; S = Constante solar.
Como S = 1.367 W/m
2
, este valor R
D
(S/4) é
342 W/m
2
.
Para ilustrar a interação entre radiação
na atmosfera será considerado R
D
como 100
unidades arbitrárias, distribuídas como segue:
4 são absorvidas na estratosfera
principalmente pelo ozônio.
19 são absorvidas na troposfera (1
unidade pelo dióxido de carbono, 13
pelo vapor d’água, 2 pelas poeiras e 3
pelas gotas de água nas nuvens).
17 são refletidas para o espaço a partir
das nuvens
6 são refletidas para o espaço pela
superfície.
8 são refletidas para o espaço pelo
espalhamento atmosférico
46 são absorvidas pela superfície dos
oceanos e dos continentes.
EVOLUÇÃO NATURAL DO CLIMA E SUA INFLUÊNCIA NA CIVILIZAÇÃO HUMANA
A. 16000 – 13000 a.C.
Rápida retirada dos gelos para os Pólos.
O homem de Cromagnon aparece na Europa e ocorrem os
primeiros assentamentos no nordeste da Sibéria.
B. 13000 – 11000 a.C.
Rápido aquecimento. Desenvolvimento
das florestas européias. Emigração de populações através do
estreito de Bering. Até 11.000 a.C. cessa a circulação oceânica
do Atlântico e começa uma era de frio.
C. 11000 – 9000 a.C.
O período começa com frio na Europa e
secas no sudeste asiático, para entrar no período Holoceno com
um aquecimento generalizado e condições mais úmidas. Volta a
funcionar a circulação oceânica do Atlântico e ocorre
desenvolvimento da agricultura no sudeste asiático.
D. 9000 – 6000 a.C.
Desenvolvimento da agricultura
no sudeste asiático.
E. 6000 a.C.
Mini-Idade do Gelo. Colapsa uma
camada de gelo Laurentide no norte do Canadá que
incrementou o nível do mar e colapsa a circulação
oceânica Atlântica. Com isso, retorna o frio na Europa
e na América do Norte, e as secas no sudeste
asiático, o que provoca uma emigração generalizada.
F. 5000 – 3000 a.C.
Desenvolvimento de cidades na
Mesopotamia, unificação do reino do Egito (formado
por nômades emigrados do deserto do Saara que ao
crescer empurrou seus habitantes para o leste.
3000 – 0. Diversos impérios (Hititas, Egito, etc.) crescem e
colapsam ao se depararem com grandes períodos de seca
(provavelmente devidos a episódios de El Niño).
0 – 500 d.C.
Época do Império Romano. Período úmido e
quente onde subiu o nível do mar. Invernos suaves com
temperaturas médias em torno de 2 - 3ºC mais que agora.
~600 d.C.
Queda do Império Romano ao descer para o Sul
os bárbaros fugindo do avanço do gelo em suas terras.
Possíveis explosão de um vulcão. Período de frio alto-
medieval. Penetração de frio no Mediterrâneo que leva a
ruína dos cultivos dessa zona.
700-1200 d.C.
Período quente. Propagação da peste pela
Europa. Os Vikings chegam a Groenlândia (“Terra Verde”).
Provavelmente chegam também na América. Grandes
secas no oeste da América do Norte, América Central e
América do Sul que provocaram o final de civilizações
como Maya, Tiwanaku, etc.
1.400-1.700 d.C.
(Séculos XV-XVIII) Pequena Idade de
Gelo. Temperatura 2.5ºC mais baixa que na atualidade. Os
glaciais avançam e rios europeus se congelam. O comércio
de gelo e neve era muito rentável. Do final do século XIX
ocorre um aquecimento global da atmosfera coincidindo
com o início da Revolução Industrial.
2005.
A cidade de New Orleans, EUA, é completamente
inundada devido à passagem do furacão Katrina obrigando
ao deslocamento de milhares de seus habitantes.
Paisagem de inverno com portinhola para pássaros” do
pintor flamengo Peeter Brueghel “o Velho” (século XVI).
T
exto extraído de Vicente P. Muñuzuri. Disponível em:
htt
p://chaos.usc.es/Web MeteoClima
39
A energia absorvida (E
A
) pelo sistema
climático terrestre (69 unidades) é convertida
em calor, movimento da atmosfera e dos
oceanos (energia cinética), e energia potencial.
Usando a Lei de Stefan-Boltzmann (a
energia total emitida por um corpo negro é
proporcional a quarta potência da temperatura
absoluta do corpo):
4
TF
σ
=
(1)
onde σ = 5,67 x 10
-8
W/m
2
K
4
(constante de
Stefan-Boltzmann) e temperatura (K).
Pode-se então calcular qual seria a
temperatura da atmosfera terrestre sem a
presença do efeito estufa:
4
σ
DA
xRE
T =
()
()
CK
KWm
Wm
T
0
4
428
2
19254
10*67,5
342*69,0
===
Portanto, a atmosfera funciona como
uma capa protetora, aquecendo o planeta e
mantendo um balanço constante entre a
radiação solar absorvida e o calor refletido de
volta para o espaço na forma de radiação
infravermelha.
A atmosfera terrestre é uma mistura
de gases, com predominância de nitrogênio
(78%) e oxigênio (21%), gases que
praticamente não absorvem radiação
infravermelha. Contudo, existem outros gases
nela presentes que devido a natureza química,
principalmente estrutura molecular, absorvem
e re-emitem uma fração significativa da
radiação infravermelha emitida pela superfície
terrestre. Esses gases são conhecidos como
gases de efeito estufa (GEE).
Os principais gases naturais de efeito
estufa são: vapor de água que causa 36-70%
do efeito estufa sobre a Terra (não incluindo as
nuvens); dióxido de carbono que causa 9-26%;
metano que causa 4-9% e ozônio que causa 3-
7%. Há outros gases de efeito estufa tais como
óxido nitroso, hexafluoreto de enxofre,
hidrofluorcarbonos, perfluorcarbonos e
chorofluorcarbonos.
Cabe ressaltar que não é possível dizer
com certeza que um certo gás cause uma certa
porcentagem do efeito estufa, porque as
influências dos vários gases não são aditivas.
(Os valores mais altos das variações citadas
são só para o gás; os mais baixos, para a
sobreposição do gás).
Em síntese, grande parte do efeito
estufa natural se deve à presença da
concentração da água na atmosfera: vapor
d'água (85%) e partículas de água (12%).
Porcentagem da Radiação Solar que é Absorvida e
Transmitida por Alguns Gases Atmosféricos e da
Atmosfera. Adaptado de Varejão-Silva (2005)
1
.
O efeito estufa sempre existiu e sua
presença é de extrema importância para a
manutenção da vida no planeta. Porém, o que
preocupa atualmente é a sua intensificação, em
conseqüência de um aumento da concentração
dos GEE na atmosfera.
Assim, o aumento do teor atmosférico
dos gases de efeito estufa poderá levar a um
maior bloqueio da radiação infravermelha e,
conseqüentemente, poderá causar uma
intensificação do efeito estufa: aquecimento da
atmosfera e aumento da temperatura da
superfície terrestre.
1
VAREJÃO-SILVA, M.A., 2005, Meteorologia e
Climatologia, Versão Digital, Recife, Pernambuco, PE,
INMET/MAB, 522 p.
40
Efeito Estufa Intensificado
A mudança do clima é normalmente
confundida com o aquecimento global porque
uma das conseqüências mais prováveis da
existência de concentrações maiores de GEE na
atmosfera é altas temperaturas médias.
As atividades humanas tais como a
queima de combustíveis fósseis pode estar
elevando a concentração de gases do efeito
estufa, intensificando assim o efeito estufa
natural.
Entre os gases liberados na atmosfera
pelas atividades humanas, um dos mais
importantes para o aumento do GEE é o
dióxido de carbono (CO
2
). O CO
2
é bem
misturado na atmosfera com uma razão de
mistura quase uniforme de, atualmente, 385
parte por milhão (ppm).
As concentrações de CO
2
aumentaram
cerca de 31% desde o início da revolução
industrial (final do século XVII) quando sua
razão de mistura era de 277 ppm.
Esta informação é avaliada tendo em
vista a realização de medidas diretas obtidas
desde o final da década de 1950 e,
indiretamente, devido às bolhas de ar
aprisionadas no gelo de grandes geleiras nas
montanhas e nas regiões polares, que são
indicadas através da relação
16
O/
18
O.
Nota-se que a taxa de aumento tem
sido em média 1 ppmv/ano, mas têm
aumentado 1,5 ppmv/ano nos anos recentes,
parcialmente em resposta as taxas de queima
de combustíveis fósseis (petróleo, carvão
mineral, gás natural, turfa etc.).
Além desta fonte antropogênica
existem também importantes trocas de CO
2
com os oceanos e a biosfera. As interações com
a biosfera ocorrem através da fotossíntese e
processos de oxidação. O efeito líquido do
desmatamento, tais como a redução das
florestas tropicais, o uso extensivo de
fertilizantes, e o decaimento geral da matéria
orgânica podem constituir com uma pequena
fonte de CO
2
atmosférico comparado ao “input”
de combustíveis fósseis, mas ainda é
considerável.
A fim de comparar esta contribuição
relativa de cada gás do efeito estufa foi criado
um índice chamado Potencial de Aquecimento
Global (GWP – Global Warming Potential).
Este índice representa o potencial que
um quilograma de um gás estufa tem para
reter radiação infravermelha (direta ou
indiretamente) em comparação a um
quilograma de dióxido de carbono, utilizado
como gás de referência, em um determinado
período de tempo.
Assim, de acordo com o Forster et al.
(2007)
1
o GWP para um horizonte de 100 anos,
observa-se que o CH
4
absorve cerca de 25
vezes mais radiação infravermelha do que o
CO
2
; o N
2
O absorve 298 vezes mais e o
hexafloreto de enxofre é o que possui maior
capacidade de absorção, em torno de 22.000
vezes mais absorvedor do que o CO
2
.
Depois do CO
2
, o metano (CH
4
) é o gás
mais importante do efeito estufa. O metano é
produzido por bactérias no aparelho digestivo
do gado, aterros sanitários, plantações
inundadas, mineração e queima de biomassa.
Também são produzidas por plantações de
arroz, digestão de biomassa, manejo de
resíduos, manipulação de combustíveis fósseis
e perdas de gás natural.
Apesar de ter um tempo de
permanência na atmosfera de cerca de 15
anos, ele contribui com aproximadamente 10%
do efeito estufa e absorve 25 vezes mais calor
que o CO
2
. A sua concentração desde o período
pré-industrial, que era de 700 ppbv aumentou
em 140%.
Desertificação, Desmatamento e Alteração
no Uso do Solo
O homem vem efetuando mudanças
em escala regional nas características da
superfície da Terra. Essas mudanças incluem
desertificação, reflorestamento e
desmatamento, e urbanização.
Os especialistas em modelos climáticos
têm investigado os efeitos climáticos de tais
mudanças na natureza da superfície continental
da Terra.
A desertificação é um problema que
afeta milhões de pessoas. A vegetação natural
esparsa em áreas áridas e semi-áridas pode ser
facilmente removida pela influência direta da
atividade humana tais como pastagens
excessivas ou pobres práticas agrícolas.
1
Forster, P., V. Ramaswamy, P. Artaxo et al., 2007.
Changes in Atmospheric Constituentsand in Radiative
Forcing. In: Climate Change 2007: The Physical Science
Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth
Assessment Report of the Intergovernmental Panel on
Climate Change Cambridge University Press, Cambridge,
United Kingdom and New York, NY, USA.
41
A remoção da vegetação e a exposição
do solo nu diminuem a reserva de água no solo
devido ao aumento do escoamento superficial e
aumento do albedo. Menor umidade disponível
à superfície implica em decréscimo do fluxo de
calor latente, levando a um aumento na
temperatura à superfície.
Por outro lado, o aumento de albedo
produz uma perda radiativa líquida. Nos
cálculos dos modelos climáticos o último efeito
parece dominar, e o déficit de radiação causa
subsidência de grande escala. Neste ar
descendente, a nebulosidade e a precipitação
são inibidas e a aridez poderia aumentar.
Incertezas Sobre as Previsões Atuais da
Mudança Climática
A atual qualidade das previsões do
estado da atmosfera para os próximos dias, e a
sua disponibilidade global, está seguramente
entre os grandes sucessos da Ciência e da
Tecnologia do século XX.
Fazer previsões com mais de uma
semana é, no entanto, um problema
completamente diferente. Desde a década de
1960, ainda antes de se ter tornado
operacional a previsão do tempo por integração
das equações da mecânica de fluidos, que se
sabe que não é possível se prever a evolução
do estado da atmosfera para períodos
superiores a cerca de duas semanas.
Essa impossibilidade, inicialmente
demonstrada por Edward Lorenz num trabalho
que esteve na origem do desenvolvimento do
conceito de Caos, resulta da natureza das
equações da atmosfera, caracterizadas por
uma grande sensibilidade às condições iniciais,
sempre conhecidas com algum erro.
Assim, sejam quais forem a qualidade
do modelo utilizado e o poder de cálculo
disponível, existe sempre um limite,
relativamente curto, para a previsibilidade
atmosférica.
No entanto, prever o Tempo não é a
mesma coisa que prever o Clima. O Clima é
uma média de muitos estados de Tempo e nós
não conhecemos o sistema de equações
diferenciais que essa média deve satisfazer.
Logo, é possível que o Clima possa ser
“previsto” a longa distância.
Mas se não conhecemos as equações
como o podemos prever? Muito “simples”:
utilizamos um modelo de previsão do tempo
para fazer previsões prolongadas (por vezes a
cem ou mais anos), mas, em vez de
analisarmos os estados instantâneos
produzidos por esse modelo, que sabemos não
serem previsões aceitáveis dia a dia,
calculamos médias longas sobre esses estados,
do mesmo modo que calculamos o clima a
partir das observações.
A razão pela qual esta metodologia de
análise da evolução climática se tornou
importante é o fato de a concentração de gases
de estufa ter vindo a aumentar rapidamente no
último século, prevendo-se a continuação desse
aumento no próximo século. Ora, a
concentração de gases de efeito estufa é um
dos elementos essenciais de controlo do
sistema climático.
É claro que não é possível prever com
precisão a concentração futura de gases de
estufa, visto que ela depende de fatores
desconhecidos como a evolução demográfica,
tecnológica, econômica e social do Mundo.
A importância do problema justificou a
criação de uma estrutura intergovernamental
no quadro nas Nações Unidas que estabeleceu
um conjunto de cenários para evolução futura
das emissões de gases de efeito estufa.
Os cenários não são previsões. As
diferenças de aquecimento calculadas nos
vários cenários, por diferentes modelos,
indicam-nos que existe muita incerteza quanto
ao futuro. No entanto, a tendência para o
aquecimento global é consistente. Não só é
prevista em todos os casos como constitui o
resultado mais simples daquilo que é neste
momento inevitável: um crescimento
significativo das concentrações dos gases de
estufa nas próximas décadas.
A maior incerteza sobre o Clima futuro
relaciona-se com o ciclo da água. De fato, o
vapor d’água é o mais importante gás de estufa
e as nuvens participam no controlo radiativo da
Terra, contribuindo tanto para o efeito de
estufa, aquecendo a superfície, como para o
albedo (reflexão de radiação solar),
arrefecendo-a. Uma grande parte da
investigação atualmente em curso com vista à
melhoria dos modelos climáticos refere-se ao
estudo do papel das nuvens e da sua
representação em modelos.
FBMC
42
As incertezas associadas à modelagem
do sistema climático, para definir padrões de
alteração no espaço e no tempo, predominam
na sociedade e na comunidade científica. No
entanto existem certezas quanto à ocorrência
de alterações climáticas.
Atualmente os modelos climáticos para
prever as alterações climáticas existem apenas
em escala global ou continental. As
conseqüências práticas causadas pelo
aquecimento global num país ou região
continuam uma incógnita.
Novos cenários climáticos através do modelo HadRM3.
Dilemas e Questões ainda não
Respondidas
Apesar de também existirem fatores
naturais (vulcões, tempestades solares,
meteoritos, ciclos de Milancovich etc.) que
imprevisivelmente podem causar mudanças no
clima da Terra, o cumprimento pelos diferentes
países das medidas previstas nos protocolos da
Convenção Quadro da ONU é fundamental para
minimizar possíveis mudanças do clima e para
que a humanidade consiga um
desenvolvimento sustentável que garanta a
continuidade da vida em nosso planeta.
A discussão entre os especialistas se
centra nas possíveis causas do Aquecimento
Global. Muito é o que se escreve e se teoriza
sobre “o efeito estufa intensificado”, “o buraco
da camada de ozônio”, “o desmatamento das
florestas tropicais”, entre outras causas
relacionadas com as ações humanas.
A atual insuficiência de conhecimentos
com relação a uma concepção adequada da
totalidade dos mecanismos intervenientes
impede de saber com certeza se as alterações
que atualmente apresenta o Sistema Climático
Terrestre são produtos de seu comportamento
natural ou das atividades humanas que
desestabilizam seu equilíbrio dinâmico.
Em vista dessa situação, torna-se
evidente a necessidade de seguir diferentes
linhas de investigação com referência a este
problema.
A questão essencial é a de saber se os
conceitos atuais são capazes de explicar a
realidade meteorológica e climática, isto é,
capazes de explicar simultaneamente o estado
do tempo e o clima, em todas as escalas do
espaço e da duração temporal. A resposta
imediata é não.
De acordo com o IPCC “Existem provas
de que as alterações climáticas já começaram
e são acrescentados que “A evolução das
temperaturas desde há algumas décadas
corresponde ao aquecimento previsto pelos
modelos devido ao efeito de estufa”.
O principal argumento sob o qual se
fundamenta esta "certeza" reside nas curvas
das temperaturas reconstituídas a partir das
observações, isto é, das médias à escala
planetária ou hemisférica – hemisfério Norte e
hemisfério Sul – (3 curvas publicadas todos os
anos pela Organização Mundial de Meteorologia
- OMM).
A questão é a de saber se o homem é
capaz de influenciar, involuntariamente, o
curso da evolução climática, atingindo a escala
planetária e, sobretudo, se desde há um século
ele já começou a fazê-lo.
O vapor d’água além de representar o
maior potencial do efeito estufa, também
constitui a maior fonte de incerteza, devido a
sua grande variabilidade espacial e temporal.
Porém, devido ao fato de modelos climáticos
fazerem intervir as nuvens e as precipitações,
que são particularmente complexas, a
amplitude precisa da respectiva retro-
alimentação – fenômeno crucial – ainda
permanece desconhecida.
Além disso, é necessário juntar a
incerteza associada à nebulosidade, cujos
efeitos são contrários de acordo com a altitude
das nuvens que tanto podem arrefecer como
aquecer a superfície terrestre.
Todavia, o problema fundamental não
é prever o clima em 2100, mas determinar as
causas desse desvio climático.
O aquecimento global é um assunto
que está na moda. Inicialmente assunto da
Climatologia, este tema ampliou-se para todas
as esferas da sociedade e como sempre tendo
dois lados da moeda: o lado positivo é devido a
se falar bastante sobre o tema. O lado negativo
é que se constroem paradigmas com
informações erradas e com isso às vezes
perpetuam junto à sociedade informações
desencontradas e regadas de emoção,
evoluindo para o alarmismo ao perder o seu
conteúdo científico.
Como o aquecimento global é um tema
extremamente complexo, a sua evolução futura
é apresentada como um postulado e quem
colocar dúvidas sobre o aquecimento anunciado
fica taxado como favorável à poluição ou como
“louco, mal intencionado”
43
O sensacionalismo e a seriedade
científica, a procura do furo jornalístico e a
informação devidamente fundamentada, tudo
cada vez mais confundido, principalmente pelos
políticos e/ou pela mídia que ajudam à
confusão. Mas certos cientistas não melhoram
a situação pelas suas declarações
despropositadas.
O debate, se ele existe, inscreve-se
igualmente, e é isso que faz o seu sucesso, no
mito antigo que é o do conhecimento popular
acerca do tempo. Cada um tem o seu saber
sobre a matéria. Fica-se muitas vezes próximo
do pensamento mágico e das discussões do
tipo da mesa de café. Não se faz a distinção
entre clima e evolução do tempo. Alguns
também pretendem coroar os modelos de
mistério como se fossem máquinas de produzir
o tempo.
Os conhecimentos atuais sobre
climatologia são em geral limitados, o que é
reconhecido implicitamente pelo IPCC quando
menciona que “A aptidão dos cientistas para
fazer verificações das projeções provenientes
dos modelos é bastante limitada pelos
conhecimentos incompletos sobre as verdades
climáticas”.
As explicações são muito simplificadas,
elas não refletem a verdade científica como um
todo, que é extremamente complexa. Este
conhecimento superficial e esquemático é
primeiramente imposto pelas “simplificações
inevitáveis transpostas para os modelos”,
modelos que não podem integrar todas as
componentes dos fenômenos climáticos.
Concluímos que o conhecimento
científico sobre este tema não pode ser
substituído pela convicção do gênero “estou
convencido de que o aquecimento global do
planeta é uma realidade”, ou “há quem não
acredite no aquecimento global”? mas com
fundamentos científicos claros debatidos por
todos.
No final, todos devem contribuir para
que possamos continuar tendo um céu mais
azul.
Para Saber Mais:
CANTOLLA, A.U. Historia del Clima de la
Tierra. 1ª edición, Servicio Central de
Publicaciones del Gobierno Vasco, 2003. 306p.
IPCC, 1995. Mudança do Clima 1995: A
Ciência da Mudança do Clima. Parte da
contribuição do Grupo de Trabalho I ao
Segundo Relatório de Avaliação do IPCC, 56 p.
IZIQUE, C.; MARQUES, F. Caminhos da
Mudança. Revista Fapesp, No. 130, 2006. pp.
26-34.
MOREIRA, A.G.; SCHWARTZMAN, S. As
Mudanças Climáticas Globais e os
Ecossistemas Brasileiros. Brasília, IPAM,
WHRC, Environmental Defense, 2000. 165p.
MOURA, R.G., Mitos Climáticos. Disponível
em http://mitos-climaticos.blogspot.com/.
OMM/INMET, 2004. Cuidemos de Nosso
Clima. Cartilha da OMM No. 975, traduzida pelo
INMET, 36 p.
PNUMA, 2003. Carpeta de Información
sobre el Cambio Climático. Suiza,
PNUMA/UNFCCCC, 64 p.
Sites Interessantes:
AMBIENTE BRASIL:
http://www.ambientebrasil.com.br
Centro do Clima:
http://www.centroclima.org.br
IPCC: http://www.ipcc.ch
INMET: http://www.inmet.gov.br
FBMC: http://www.forumclima.org.br
IPAM: http://www.ipam.org.br
ISA: http://www.isa.org.br
Instituto Brasil PNUMA:
http://www.brasilpnuma.org.br
MCT/Mudanças Climáticas:
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view
/3881.html
MMA: http://www.mma.gov.br
OMM: http://www.wmo.ch
44
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“Soluções em Meteorologia e Geofísica”
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http://www.iag.usp.br/ej/
Empresa Junior pioneira nas áreas de Meteorologia e Geofísica, a IAG Jr começou sua
trajetória em 1998 e, desde então, vem desenvolvendo um trabalho notável junto ao
IAG/USP. Gerenciada pelos acadêmicos desde sua criação, a empresa recebeu total apoio do
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP. Valendo-se da
estrutura da Universidade e do suporte e orientação de Professores, Mestres e Doutores.
Oferecendo aos alunos uma oportunidade excepcional de contato com o mercado, ao
mesmo tempo em que disponibiliza à sociedade serviços de qualidade. A IAG Jr tornou-se
referência para outras empresas juniores e também sinônimo de qualidade. Tudo isso só é
possível graças à dedicação e ao profissionalismo com que os projetos sempre foram
realizados.
Ela tem como missão "Aproximar a Universidade do ambiente empresarial, abrindo
caminho para que os futuros profissionais planejem melhor suas carreiras".
As principais áreas de atuação da IAG Jr. são Meteorologia e Geofísica.
Para obter maiores informações sobre a IAG Jr acessar o site ou entrar em contato
pelo e-mail: [email protected].
2
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http://www.rbmet.org.br/
A Revista Brasileira de Meteorologia (RBMet), publicação oficial da Sociedade
Brasileira de Meteorologia (SBMET), lançada em 1986, tem por objetivo publicar artigos
inéditos que contribuam para o desenvolvimento científico e tecnológico das ciências
atmosféricas.
O Portal da RBMet foi um esforço com o objetivo de inaugurar o primeiro portal
brasileiro voltado para comunidade científica Meteorológica, trazendo todo conhecimento
científico, produzido por gerações, promovendo a circulação e perpetuação do conhecimento
para essa e para as futuras gerações.
O conteúdo do Portal está bem amplo, de fácil acesso e onde estão disponíveis todos
os números da Revista já publicados. Também se pode fazer busca de artigos usando diversos
tipos de informações dentro do portal da RBMet.
Em breve, o Portal da RBMet inaugurará o sistema de submissão de artigos on-line.
O atual Editor Responsável da Revista é o Dr. Manoel Alonso Gan (INPE), e quaisquer
dúvidas sobre, normas e instruções para publicação podem ser obtidas no portal ou pelo e-
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http://www.sbagro.org.br/rbagro/
No Website da Revista Brasileira de Agrometeorologia (RBAgro), serviço oficial da
Sociedade Brasileira de Agrometeorologia, é possível realizar a submissão eletrônica dos
trabalhos, acompanhar o trâmite do artigo, além de ter acesso aos trabalhos já publicados na
RBAgro.
Estão disponibilizados os artigos publicados da coleção completa da RBAgro. O
sistema eletrônico de gerenciamento de publicações, denominado de e-Public, foi produzido
pela Embrapa Informática Agropecuária, desenvolvido em linguagem PHP e com banco de
dados MySql, e pode ser utilizado para publicação de qualquer revista em meio eletrônico.
Os trabalhos devem ser submetidos através do Portal da RBAgro, em idioma
português, espanhol ou inglês. No Portal são encontradas todas as normas e instruções para
publicação na Revista.
O editor chefe da RBAgro é o Prof. Dr. Luiz Roberto Angelocci
([email protected]) do Departamento de Ciências Exatas da ESALQ/USP.
4
4
http://swera.unep.net
Foi lançado em de abril deste ano o Atlas Brasileiro de Energia Solar, com o objetivo
de divulgar o levantamento de uma base de dados solares confiável e de alta qualidade,
cobrindo todo o território nacional em alta resolução.
O trabalho, de autoria de Enio Bueno Pereira, do CPTEC/INPE, teve co-autoria de
Fernando Ramos Martins, CPTEC/INPE, e de Samuel Luna de Abreu e Ricardo Rüther, do
Labsolar/NCTS, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O Atlas, iniciado em 2001, foi desenvolvido dentro do escopo do projeto SWERA (Solar
and Wind Energy Resource Assessment), financiado pelo Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA) e co-financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O
projeto SWERA, também coordenado por Dr. Enio Pereira, na sua parte nacional, teve como
principal objetivo auxiliar no planejamento e desenvolvimento de políticas públicas de
incentivo a projetos nacionais de energia solar e eólica, assim como atrair o capital de
investimentos da iniciativa privada para a área de energias renováveis no Brasil.
Segundo Enio, o Atlas foi baseado em uma série histórica de 10 anos de dados de
satélites da série GOES e disponibiliza essa base de dados solares em formato gráfico, através
de um volume de 60 páginas, ricamente ilustrado e comentado nas línguas Portuguesa e
Inglesa e no formato digital, através de um CD que acompanha a publicação, com dados
compatíveis com a maioria dos programas gerenciadores de Informação Geográfica.
Além disso, foi organizado em cinco partes: # descrição da metodologia empregada
na obtenção dos dados de radiação solar e produção dos mapas; # informações relativas aos
níveis de confiança da metodologia empregada, obtidos através de estudos de validação das
estimativas do modelo empregado, com resultados de outros modelos e com dados de
campo; # apresentação de mapas das diversas componentes da radiação solar; # análise das
variabilidades temporais e espaciais e as tendências dos recursos de energia solar; #
apresentação de alguns cenários de utilização dos recursos de energia solar no Brasil.
O material será distribuído, gratuitamente, às bibliotecas das principais universidades
brasileiras e do exterior (EUA e Europa), as Diretorias das principais companhias de energia
do país, privadas ou estatais, à Biblioteca Nacional e, posteriormente, distribuído mediante
solicitação devidamente justificada pelos interessados.
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5
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www.mma.gov.br/portalbio
O Portal Brasileiro sobre Biodiversidade (PORTALBio) foi lançado durante a 12ª
Reunião Extraordinária da Conabio - Comissão Nacional de Biodiversidade, nos dias 20 e 21
de dezembro de 2006, em Brasília (DF).
O PORTALBio é um mecanismo de incentivo à produção, à sistematização, à
disseminação, à troca de informações e à transferência de tecnologias importantes para a
conservação e uso sustentável da biodiversidade brasileira, e repartição justa e eqüitativa dos
benefícios oriundos do acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais
associados.
O objetivo da criação do portal é oferecer informações sobre a biodiversidade
brasileira na Internet, compartilhando o conhecimento.
Mantido pelo Projeto Estratégia Nacional da Diversidade Biológica, o portal é o ponto
principal da estratégia do Brasil para a adoção do “Clearing House Mechanism” (CHM)
brasileiro, e, um mecanismo de facilitação de acesso à informação previsto na Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB).
Mais informações e dúvidas podem ser obtidas via: [email protected].
6
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http://www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/cienciaeensino
A Revista Ciência & Ensino (versão impressa) foi lançada em 1996 pelo gepCE (Grupo
de Estudo e Pesquisa em Ciência & Ensino) então com apoio da Faculdade de Educação da
Unicamp.
Em 2006, ao completar 10 anos, foi criada a versão eletrônica (on-line) e realizada
uma reestruturação da revista, com a formação de uma Comissão Editorial, constituída por
membros de três grupos de pesquisa, o próprio gepCE/Unicamp, o DICITE (Discursos da
Ciência e da Tecnologia na Educação) da UFSC, e o GPEAG (Grupo de Pesquisa em Educação
Aplicada às Geociências) do IG/Unicamp, e a ampliação de seu Conselho Editorial formado por
pesquisadores ligados às áreas de ensino de física, química, biologia e geociências.
Desde então, ela tem recebido apoio do Instituto de Geociências da Unicamp. Desde
sua origem, a Ciência & Ensino tem mantido a mesma periodicidade, estrutura de seções e a
mesma política editorial, a de ser destinada prioritariamente a professores de ciências do
ensino fundamental e médio e seus formadores, buscando contribuir para a leitura do
professor.
Na versão on-line podem ser encontrados todos os números anteriormente publicados
da revista. O último número lançado em 2006 foi especial devido ser uma data comemorativa
a seus 10 anos de criação.
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“A construção de associações com os meios de
comunicação e todos os membros da
comunidade é uma atividade muito importante
para qualquer Serviço Meteorológico Nacional”.
Godwin Olu Patrick Obasi (1933-2007)
esta nona edição estamos fazendo uma especial e justíssima homenagem
em memória ao professor Obasi, um dos nomes mais importantes da
Meteorologia mundial no século XX. Esteve sempre na vanguarda na
promoção de soluções globais para problemas ambientais, com especial
atenção para a atmosfera, água e desastres naturais. Hoje todos discutem
amplamente o tema “Mudanças Climáticas”, mas poucos sabem que tudo
isto só está ocorrendo graças ao grande esforço realizado pelo Professor Obasi para a
criação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).
Godwin Olu Patrick Obasi nasceu em
24 de dezembro de 1933 na cidade de Ogori,
Estado de Kogi, Nigéria.
Após realizar sua educação
fundamental em seu país de origem, Obasi foi
para América do Norte fazer seus estudos
universitários, onde devido a sua distinta
capacidade acadêmica conseguiu obter o título
de Bacharelado em Ciências Matemáticas e
Físicas (1959), com Honras pela Universidade
de McGill em Montreal, Canadá. Em seguida
obteve o Mestrado em Ciências (1960), com
distinção e Doutorado em Meteorologia (1963)
ambos pelo Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT) nos EUA. No MIT, recebeu
o Prêmio Carl-Gustav Rosby pela melhor tese
de doutorado.
Retornou ao seu país, logo após
concluir seus estudos, para trabalhar no
Serviço Nacional Meteorológico da Nigéria.
Quatro anos depois, foi para a Faculdade de
Ciências da Universidade de Nairobi, no
Quênia, onde posteriormente foi designado
como Chefe do Departamento de Meteorologia
e Decano da Faculdade de Ciências.
Durante este período (1967-1976) teve
uma carreira universitária de sucesso em
educação e pesquisa. Período em que pode
treinar muitos meteorologistas, especialistas e
administradores nas áreas de Meteorologia,
Hidrologia e Meio Ambiente, além de servir à
organizações internacionais e instituições
acadêmicas em todo o mundo.
Vocação para a Organização Meteorológica
Mundial
Em 1978, professor Obasi foi
convidado para trabalhar como Diretor do
Departamento de Educação e Treinamento da
Organização Meteorológica Mundial (OMM), o
que o levou a se mudar e viver em Genebra,
Suíça.
Em maio de 1983 o Congresso
Meteorológico Mundial o elegeu Secretário-
Geral da OMM para um mandato de quatro
anos, começando em 1 de janeiro de 1984. Ele
foi subsequentemente reeleito por mais quatro
mandatos (em 1987, 1991, 1995 e 1999).
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Em seu último discurso de posse, no
XIII Congresso Mundial de Meteorologia
(publicado pelo boletim de imprensa da OMM
1
),
Professor Obasi, muito emocionado, falou da
sua imensa gratidão a todos pela confiança e
apoio a sua liderança frente à OMM, e declarou:
"Eu considero uma honra e um
privilégio singular ser re-empossado
pelos governos do mundo. Portanto,
eu tenho o prazer de expressar
minha gratidão sincera e avaliação a
todos os governos pela renovação
unânime de confiança a minha
pessoa. Eu aceito este renovado
compromisso com humildade
profunda e um elevado senso de
comprometimento para os ideais de
nossa Organização. Como cidadão
da Nigéria, eu desejo expressar meu
especial agradecimento ao Governo
da Nigéria pelo seu apoio continuado
durante vários anos”.
Enfatizou ainda que a sua reeleição era
uma expressão de confiança na Secretaria da
OMM como um todo e, portanto:
"Eu desejo agradecer ao nosso
pessoal da Secretaria por sua
dedicação por seus deveres e
contribuições para as realizações da
OMM. A Secretaria representa um
exemplo vivo da cooperação
internacional amigável que tem sido
a força de nossa Organização”.
Professor Obasi também destacou o
papel importante do Presidente do Conselho
Executivo da OMM, Dr John W. Zillman, e todos
os integrantes do Conselho Executivo que têm
contribuído enormemente em suas gestões:
"Eu desejo expressar minha
apreciação a eles e eu espero o
apoio e cooperação continuada deles
durante o décimo terceiro período
financeiro. Também eu gostaria de
expressar minha gratidão sincera
aos presidentes das associações
regionais e as comissões técnicas
que competentemente têm
conduzido os trabalhos dos
respectivos corpos constituintes e
ajudaram desta forma a avançar
enormemente os ideais da
Organização. Assim, a cooperação
exemplar deles foi particularmente
fundamental para se alcançar o
progresso que nós fizemos nos
programas científico e técnico da
Organização".
1
WMO Press Release. Professor Godwin Olu Patrick Obasi
Re-Appointed Secretary General. WMO 631, May 14,
1999. Disponível em
http://www.wmo.ch/web/Press/Press631.html.
Ressaltou a imensa responsabilidade e
liderança futura que são esperadas da
Secretaria-Geral da OMM, especialmente em
discutir os desafios crescentes nas ciências
atmosféricas, na hidrologia, no meio ambiente
e em áreas correlatas:
"Nós temos que transformar tais
desafios em oportunidades para
melhoria e fortalecimento dos
Serviços Nacionais Meteorológicos e
Hidrológicos de todas as nações.
Nosso desempenho nos primeiros
anos da próxima década para
responder efetivamente a estes
desafios será então crucial para o
futuro de nossa Organização. Por
isto, é importante que os Membros
de nossa Organização mantenham
solidariedade equilibrada para
assegurar que nós marchamos
adiante confiantemente para
enfrentar os desafios presentes e
aqueles a serem esperados no início
do século 21”.
Após concluir seu quinto mandato,
Professor Obasi se tornou Secretário-Geral
Emérito da OMM, decidido em Assembléia
durante o XIV Congresso Meteorológico
Mundial.
Durante seus vinte anos, como
Secretário Geral, Obasi foi incansável para a
promoção da cooperação internacional em
Meteorologia e Hidrologia Operacional.
Fortaleceu os Serviços Nacionais de
Meteorologia e Hidrologia (NMHSs) de todos os
países e a influência da OMM dentro das
Nações Unidas e, de maneira mais ampla, no
cenário internacional.
Devido a sua perspicácia e atuação,
ganhou prestígio particular quando criou em
1996 um Grupo de Especialistas com o objetivo
de mapear um futuro promissor para a OMM.
Percorreu o mundo representando e
divulgando os interesses da OMM na tentativa
de informar suas realizações e explicar a visão
de futuro da OMM.
Ele teve influência decisiva no
fortalecimento do papel da OMM para a
redução dos desastres naturais. Apesar de
interesses científicos e políticos variados, seu
foco sempre esteve voltado para a educação e
treinamento, em especial, ligado a capacitação
e adaptação dos NMHSs de países em
desenvolvimento às mudanças climáticas.
“Cooperação internacional é a
chave para uma rede de informação
meteorológica verdadeiramente
global a serviço da comunidade
internacional”
49
Secretário-Geral da OMM, Professor Godwin Obasi na
cerimônia de Abertura do IX Simpósio da OMM sobre
Novas Perspectivas de Educação e Treinamento em
Meteorologia e Hidrologia, ocorrido em Madri, Espanha
em abril de 2003.
Servindo e Apoiando a Meteorologia na
África e em Países em Desenvolvimento
A contribuição do Professor Obasi para
o continente Africano, em especial, a Nigéria foi
enorme. No Quênia, contribuiu para o
desenvolvimento de instituições científicas e
políticas por meio de Academias de Ciências
Africanas e a então Academia de Ciências do
Terceiro Mundo (TWAS). Apoiou fortemente a
comunidade africana em temas relacionados à
água.
Professor Obasi se orgulhava por ter
alcançado e ser um líder africano atuando
dentro de uma organização que pertencia às
Nações Unidas e com isso poder trabalhar em
prol dos países em desenvolvimento.
Prof. Lu Yongxiang, Presidente do CAS (à direita) no
encontro com o Prof. Goldwin Obasi, Vice Presidente da
TWAS e Secretário-Geral da OMM, setembro de 2000.
Mudanças Climáticas e Meio Ambiente
Em seu trabalho a frente da OMM,
Professor Obasi foi sempre muito ativo,
promovendo ações para soluções globais em
questões ambientais.
Ele trabalhou arduamente para
estabelecer relações de cooperação com
organizações co-irmãs da OMM, e promover a
visão de uma organização Geofísica Mundial
Integrada objetivando apoiar as metas de
desenvolvimento sustentável.
Com seu amigo Dr Mostafa Tolba,
Diretor Executivo do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),
trabalharam para fornecer o suporte científico
necessário à Convenção de Viena para a
Proteção da Camada de Ozônio (ratificada em
março de 1985). Em 1988, apadrinhou a
criação do Painel Intergovernamental sobre
Mudança do Clima (IPCC).
A função do IPCC consiste em analisar,
de forma exaustiva, objetiva e clara, a
informação científica, técnica e sócio-
econômica relevante para entender os
elementos científicos do risco que se supõe a
mudança climática provocada pelas atividades
humanas, suas possíveis repercussões e as
possibilidades de adaptação e atenuação do
mesmo.
O IPCC não coleta e nem controla
dados relativos ao clima ou outros parâmetros
pertinentes, mas tem como base
principalmente a avaliação da literatura
científica e técnica publicada e revisada por
especialistas.
Secretário-Geral da OMM, Professor Godwin Obasi (à
esquerda); Professor Bolin, Ex-Presidente do IPCC;
Secretario Executivo do IPCC, Michael Cutajar; Robert
Watson, atual Presidente do IPCC; e Mostafa Tolba, na 6ª
Conferência das Partes da UNFCCC, ocorrida em Hague,
Holanda em novembro de 2000.
Ele esteve na vanguarda chamando a
atenção do mundo para o assunto da mudança
do clima, notavelmente convergindo para a
Segunda Conferência Mundial do Clima,
realizada em Genebra, Suíça, em 1990.
Professor Obasi presidiu a Segunda
Conferência Mundial sobre o Clima realizada
em 1990 e teve papel fundamental nas
negociações da Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
Em resumo, Professor Obasi teve papel
fundamental nas negociações que levaram ao
estabelecimento da Convenção Quadro das
Nações Unidas de Mudanças Climáticas; da
Convenção das Nações Unidas para o Combate
a Desertificação; do Painel Intergovernamental
sobre Mudança do Clima; do Programa de
Mundial de Pesquisa do Clima; do Sistema
Global de Observação do Clima e da Convenção
de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio
e seu Protocolo de Montreal.
Foto: Ednaldo Oliveira dos Santos.
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Vice-Premier Chinês, Hui Liangyu (à esquerda) e o
Secretário-Geral da OMM, prof. Obasi (à direita), durante
a 32o Encontro da OMM e Simpósio Internacional sobre
Mudanças Climáticas (ISCC) realizados em Pequim, 2003.
Seu maior legado foram as
contribuições científicas e o compromisso com
as comunidades meteorológicas e hidrológicas
dos países em desenvolvimento, como
também, no sistema das Nações Unidas e nas
instituições de forma ampla à colaboração
científica internacional. Ele também
impulsionou e efetivou a construção do novo
edifício Sede da OMM na Avenida de la Paix.
Este belíssimo marco em Genebra permanecerá
como um legado publicamente visível de sua
carreira na OMM.
Edifício da Sede da OMM. Foto obtido no Site da OMM.
O Edifício da sede da OMM reflete a
inquietude da Organização para a proteção do
meio ambiente em nível local e global. Este
edifício foi construído para usar sistemas de
retenção de calor e resfriamento ótimos e
favoráveis ao meio ambiente, que também
permite que penetre a luz solar, diminuindo
assim o uso de energia convencional.
Nenhum outro meteorologista na
história participou de tantas reuniões e
conferências, se encontrou com tantos
Presidentes, Primeiros-Ministros e Reis e foi tão
amplamente agraciado por governos e
organizações.
Participação do professor Obasi na 11ª Plenária do CEOS,
realizado na cidade Toulouse, França, em novembro de
1997.
Prêmios e Honrarias
Professor Obasi foi condecorado por
diversas academias de ciências, universidades
e governos em várias partes do mundo, como
segue:
Ordem da Republica Federal da Nigéria
(OFR), 1983 e 2001,
Condecoração de Medalha de Ouro em
Meteorologia e Hidrologia, Governo do
Paraguai, 1988,
Medalha da Cruz da Força Aérea, Governo
da Venezuela, em 1989,
Medalha da Liberdade de cidade de Ho Chin
Minh, Vietnã, de 1990,
"Comenda da Ordem Nacional de Côte
d'Ivoire, República da Côte d'Ivoire, em
1992,
"Comenda da Ordem Nacional do Níger",
República do Níger, em 1994,
"Comenda da Ordem Nacional de Lion",
República do Senegal, em 1995,
"Comenda da Ordem Nacional de Benin",
República de Benin, no ano de 1997,
"Comenda da Ordem Nacional de Burquina
Faso", Burquina Faso, em 1997,
"Ordem de Grand Duke de Gediminas e a
Medalha da Ordem de Gediminas",
República da Lituânia, em 1998,
Prêmio presidencial da Medalha da
Amizade, República Socialista do Vietnã,
em 1998,
Medalha de Honra nacional de Realização
Ambiental, Nigéria, em 1999,
Placa de Reconhecimento pelo longo e
dedicado serviço para a Educação e
Treinamento em níveis Nacional e
Internacional, República islâmica do Irã,
1999,
Comenda Nacional e Ordem do Grand
Warrior, Quênia, 1999 e 2000,
Ordem de Saman de Aragua, Primeira
Classe, Estado de Aragua, Venezuela.
51
Dr V. Klemes, Dr S. Dumitrescu, Prof. G.O.P. Obasi
(centro), Dr J. Nemec and Dr J. Rodda na entrega do
Prêmio internacional de Hidrologia de 1988.
Ele foi Vice-Presidente da Academia de
Ciências do Terceiro Mundo (TWAS). Além
disso, o profesor Obasi era Membro, Membro
Honorário ou Sócio de diversas sociedades e
organizações em diversas áreas do
conhecimento, tais como:
Sociedade Americana Meteorológica (AMS),
Sociedade Indiana de Meteorologia (IMS),
Academia de Ciências do Terceiro Mundo
(TWAS),
Academia Africana de Ciências (com sede
em Nairóbi, Quênia),
Academia Internacional de Ciências da
Natureza e Sociedade (Armênia),
Fundação Internacional de Energia (IEF),
com sede em Alberta, no Canadá.
Nas últimas duas décadas, várias de
suas conferências e palestras estavam focadas
em assuntos ligados a variabilidade e mudança
do clima. Publicou mais de 150 trabalhos
científicos e técnicos, entre eles podemos citar:
Climate Change. IPCC Second Assessment:
A Report of the Intergovernmental Panel on
Climate Change. Publisher: DIANE
Publishing Company, 1995.
The Changing Ozone Layer. Geneva,
WMO/UNEP, 1995.
Forecasting Natural Disasters to Mitigate
their Effects. New Orleans, WMO, Mar.
2000, 24 p.
Global Climate Change: African
Perspectives. A Change in Weather. Acts
Press, pp. 13-19, 1991.
Climate Variability and Change:
Consequences for Human Activities.
Lecture Presented at the Tenth Annual
Bahrain Science Day, University of Bahrain,
21 May 1998, WMO SG/57.
Climate change and freshwater
management. Hydropower & Dams, Issue
Four, p. 32-38, 1997.
Até a data de sua morte era o Editor-
Chefe do African Water Journal, uma publicação
da UM-Water/África, e Consultor de muitos
outros jornais internacionais em Meteorologia e
áreas afins.
Professor Obasi faleceu no dia 3 de
março de 2007 na cidade de Abuja, Nigéria,
seu país de nascimento com 73 anos de idade.
Era casado com a Senhora Winifred e tiveram
seis filhos: Jane Abisola, Omowumi, Christine
Folakemi, Albert Babatunde, Margaret Iyabo e
Mary Omotayo Obasi.
Para muitos de seus colegas, ele era
conhecido como “GOP” (Godwin Olu Patrick
Obasi), para vários de sua equipe, era
conhecido como “SG” (Secretário Geral),
enquanto para muitos africanos, ele era
conhecido como “Oga” (o Mestre, em uma
linguagem africana).
Sem sombra de dúvida foi um homem
muito forte, corajoso e determinado até o fim
de sua vida. Diante disso, acreditamos que
todos devem lembrar dele, toma-lo como
exemplo e dar seguimento trabalho.
Podemos ir até mais além, propondo
que se estabeleça daqui por diante, que o dia
03 de março seja o Dia Mundial do Clima
referendando e homenageando o nome do
Professor Obasi que foi uma personalidade
mundialmente importante para a ciência
meteorológica.
Sugestão de Leitura:
ADEBAYO, Y.R., 2007. Professor Godwin
Olu Patrick Obasi Secretary- General
Emeritus And Editor-In-Chief Of The
African Water Journal Passes Away. African
Water Journal, March 2007, Volume 1, No. 1,
3-5 p. UN-Water/Africa. Disponível em
http://www.uneca.org/awich/AWJ_Vol1_No1/9
%20African%20Water%20Journal%20-
%202007.pdf.
AKINTAYO, A., 2007. Global Warming
paused for Professor Obasi. Disponível em
http://akin.blog-
city.com/globalwarmingpaused.htm.
IABM, 2007. Former WMO Secretary-
General Prof. Obasi has Passed Away.
International Association of Broadcast
Meteorology. Disponível em
http://iabm.org/obasi.html.
LOW, P.S., 2005. Climate Change and
Africa. Cambridge, UK, Cambridge University
Press, 339 p.
USCCSP - US Climate Change Science
Program, 2007. “Biography: Professor
G.O.P. Obasi”. Disponível em
http://www.climatescience.gov/Library/bios/ob
asi.htm.
WMO, 2003. Report on the Second WMO
Conference on Women in Meteorology and
Hydrology. Geneva, Switzerland, 24-27 March
2003.
WMO, 2007. Former WMO Secretary-
General, Prof. G.O.P. Obasi, dies. News
from the Secretariat WMO. Disponível em
http://www.wmo.int/pages/mediacentre/news/
archive/newsmarch07.html.
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Foto: L. Miller
Foto: H.D. Grissino-Mayer
Sierra Nevada no estado da Califórnia, Estados Unidos habitam as
árvores de maior longevidade até hoje identificadas: tratam-se de
pinheiros da espécie Pinus Longaeva. A árvore mais velha do mundo
(foto acima à esquerda) fica nesta mesma região e possui cerca de
4.700 anos, sendo o exemplo máximo da longevidade dessas árvores.
Surge então a pergunta: qual a
importância de árvores como esta para o
conhecimento do clima? Para revelar a
natureza do clima pretérito, os cientistas se
valem de diversos recursos e técnicas. A
modelagem numérica é a mais difundida, mas
além dela outros métodos baseados na
dendrocronologia e na glaciologia contribuem
para avançar no conhecimento do clima.
A dendrocronologia é uma técnica
baseada na contagem e mensuração dos anéis
de crescimento de árvores. A partir destas
informações é possível determinar a velocidade
de crescimento, bem como estimar a idade
adequada do abate. Permite também
estabelecer relações com o clima.
Alguns autores usam o termo
dendroclimatologia para classificar o viés
climatológico da dendrocronologia. Essa palavra
tem origem na associação de três palavras do
grego antigo:
dendro crono logia
árvore tempo estudo
As análises climáticas do passado
podem ser divididas em duas partes, a primeira
trata do clima passado durante um período
geológico anterior à história registrada; a
segunda, do clima durante essa mesma
história. O conhecimento do clima
predominante na fase anterior à história
registrada é proveniente de estudos indiretos
de evidências naturais na crosta terrestre.
A cronologia dos anéis de crescimento
de árvores representa um registro natural e
pode ser utilizado para inferir a evolução de
eventos climáticos em períodos anteriores, sem
registros climáticos instrumentais, bem como a
influência da atividade solar na taxa de
crescimento da árvore.
Em termos globais, devido à extensa
distribuição da localização das árvores sobre o
globo, os registros dos anéis de crescimento
revelam padrões de oscilações que diferem de
região para região. Já em termos regionais, as
variações nas camadas anuais de crescimento
podem ser análogas em muitas árvores,
indicando que o mesmo conjunto comum de
fatores externos influencia no crescimento.
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53
Onde isto é verdade, é razoável assumir que os
agentes externos que forçam o padrão de
variabilidade comum nas árvores de uma
região relacionam-se com o clima. Portanto,
torna-se possível extrair os registros das
variáveis climáticas gravadas nos anéis de
crescimento. Esta é a hipótese básica da
dendroclimatologia.
O interesse pelo estudo dos anéis de
árvores remonta a Leonardo da Vinci, que
verificou a relação entre períodos chuvosos e o
crescimento das árvores.
O estudo sistemático iniciou com
astrônomo norte americano Andrew Ellicott
Douglass, em 1901, que identificou relações
entre manchas solares, fenômenos climáticos e
os anéis de crescimento de árvores. Mais tarde,
em 1971, Harold C. Fritts aperfeiçoou os
estudos incluindo técnicas computadorizadas.
Assim como qualquer outro ser vivo, os
vegetais estão sujeitos às oscilações ambientais
quer sejam nutricionais, climáticas ou de
natureza desconhecida; essas oscilações
afetam os mecanismos de produção de
biomassa.
As flutuações climáticas as quais as
plantas estão sujeitas podem ser
diagnosticadas através da formação de anéis
anuais de crescimento.
O tronco das árvores possui uma casca
interna e uma externa. A externa é composta
por células mortas, que protegem o tecido vivo
do tronco. Já a casca interna (floema), é
composta de células vivas, onde vários
materiais orgânicos são transportados entre o
sistema tronco-raiz.
O interior do tronco é formado pelo
lenho secundário e é dividido em: alburno (ou
lenho vivo), de coloração clara, situado
externamente; e cerne (ou lenho morto) de cor
escura, localizado no centro do tronco.
A fina camada existente na interface
entre a casca e o lenho do tronco é chamada
de câmbio.
Tais anéis de crescimento são
compostos de duas faixas de tecidos: uma
interna, mais clara, leve e porosa, que se forma
primeiro e é chamada de lenho inicial; e outra
externa, mais escura e densa, que se forma
depois e é chamada de lenho tardio. O lenho
inicial é formado durante a primavera, onde
ocorre a maior parte do aumento de células e
consequentemente do diâmetro da árvore, e o
lenho tardio, em seguida, no final do verão.
A maior parte dos estudos
dendrocronológicos utiliza espécies arbóreas
que se desenvolvem em regiões de clima
temperado. O inverno rigoroso destas regiões
causa a parada de crescimento do lenho dessas
árvores, formando anéis de crescimento
anuais.
O uso de espécies de regiões de clima
subtropical e tropical ainda é bastante raro.
Para determinadas espécies de regiões
tropicais, existe a dificuldade de se determinar
com exatidão a idade das árvores através dos
anéis de crescimento, pois muitas vezes esses
anéis são indistintos e mesmo quando
aparentes, podem não expressar a idade real
da árvore.
Imagem da estrutura interna do tronco de uma árvore,
nas regiões de clima temperado. Fonte: Fritts (1976)
citada por Rigozzo (1998).
Métodos e Técnicas da Dendrocronologia
As inter-relações entre os anéis de
crescimento e o clima, têm sido estudadas
principalmente à luz das variações de largura e
densidade que ocorrem nos anéis, de um ano
para outro.
Para avaliar o crescimento de uma
árvore a dendrocronologia, utiliza métodos e
técnicas, divididos em dois grupos: métodos
dinâmico e estático. Estes métodos permitem a
identificação da periodicidade das zonas de
crescimento e possibilita estimar a idade real
da árvore
.
A seguir são apresentadas algumas
técnicas aplicadas para avaliar o crescimento
de anéis de árvores e o passado climático.
Métodos Dinâmicos
# Investigação fenológica: são estudos de
fenômenos que ocorrem periodicamente, tal
como troca de folhas, flores e frutos e que
podem ser visualmente detectados, conduzindo
a um primeiro diagnóstico do ritmo de
crescimento de uma espécie arbórea.
Para que os resultados sejam
confiáveis, as observações fenológicas devem
ser acompanhadas da análise dos anéis de
crescimento, que é feita mediante a retirada de
pequenas amostras, através de um trado
(método não-destrutivo), que permite
quantificar essas observações.
54
# Mensuração do diâmetro de crescimento
por dendrômetro de faixa: O dendrômetro
de faixa tem sido utilizado para monitoramento
e registro do crescimento de árvores
praticamente em todas as escalas de tempo, de
hora em hora e anualmente. O objetivo
principal de sua utilização é obter um grande
conhecimento das interações entre os
mecanismos fisiológicos e ambientais, por
exemplo, se o crescimento durante uma
semana muito fria, está sendo grande,
retardado ou nulo.
# Mensuração da atividade cambial por
resistência elétrica com um
sigometrômetro: O sigometrômetro é um
parelho utilizado para medir a resistência
elétrica de uma determinada zona cambial. A
mensuração da resistência elétrica da zona
cambial com este equipamento tem sido usada
para descrever a atividade cambial. Embora a
utilização do sigometrômetro prever uma boa
indicação da atividade cambial, mais
investigações são necessárias para uma correta
interpretação dos resultados.
Métodos Estáticos
As técnicas de análise descritas acima
dão uma primeira indicação do ritmo de
crescimento das árvores. Quando se quer obter
informação adicional como a razão de
crescimento e interpretação do comportamento
de crescimento em conexão com fatores
ecológicos e climáticos, é necessário investigar
a estrutura dos anéis, usando para isso outras
técnicas dendrocronológicas. Assim, neste
método as principais técnicas envolvidas são:
# Anatomia de madeira: O estudo anatômico
da madeira se faz necessário quando se deseja
definir a estrutura das zonas de crescimento e
o limite do anel. Tipos específicos de anéis são
freqüentes em certas famílias. Por exemplo, a
zona de crescimento de todas as Leguminosae
é separada por faixa de parênquima marginal,
embora, em várias espécies, pode-se encontrar
estrutura adicional na formação da zona de
crescimento.
#Datação por Radiocarbono: A comprovação
da periodicidade do crescimento é feita pela
diferença na concentração de radiocarbono da
amostra de madeira em comparação com a
curva do nível de radiocarbono presente na
atmosfera, permitindo a datação da amostra e
se os anéis são anuais.
# Mensuração da largura do anel de
crescimento: A mensuração da largura dos
anéis, geralmente é feita com ajuda de uma
lente objetiva e de uma mesa de medição. Pela
comparação do padrão da largura do anel entre
árvores e fragmentos de madeira existente em
uma determinada área é possível descobrir o
ano em que cada anel foi formado, tanto em
árvores vivas, como em árvores mortas.
#Densitometria por isótopos radioativos:
Os principais isótopos em densitometria são por
raios-X e raios gama. O primeiro método
baseia-se na diferença de densidade entre o
lenho inicial e o lenho tardio. Já usando a
radiação gama as amostras de madeira são
acionadas ao longo de um feixe de radiação
gama e a massa específica pode ser então
determinada pela absorção diferenciada desta
radiação. Quanto maior a massa específica,
maior será a absorção e tanto menor será a
quantidade de radiação que atravessa o meio
absorvedor. A massa específica da madeira é
então determinada por uma equação, adaptada
da Lei de Beer-Lambert.
#Isótopos estáveis: A principal técnica de
análise para isótopos estáveis é a
espectrometria de massas. A mensuração do
conteúdo de isótopo estável na madeira é
muito dispendiosa e consome muito tempo. A
investigação mais básica para compreender a
influência do clima, sobre isótopo nas plantas,
se faz necessária, antes que a técnica seja
usada para investigações climatológicas nos
trópicos.
Analiticamente, os métodos dinâmicos,
comparados com os métodos estáticos
apresentam a vantagem de não necessitar a
retirada de amostras (em discos) da madeira,
permitindo assim, obter informação do ritmo de
crescimento, sem a extração da árvore.
Ferramentas desta natureza são muito
importantes para melhorar a determinação dos
fatores e alterações climáticas em nosso
planeta.
Portanto, “Árvores são poemas que a
terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e as
transformamos em papel para registrar todo nosso
vazio” (Khalil Gibran).
Para saber mais:
FERRAZ, E. S. B., 1996. Anéis de
Crescimento das Árvores Registram a
Periodicidade do Clima. Jornal Notícias
Piracema, ESALQ, Piracicaba p.3.
FRITTS, H.C., 1991. Tree Rings and
Climate. Blackburn Press, 567 p.
PALERMO, G.P.M.; LATORRACA, J.V.F.;
ABREU, H.S., 2002. Métodos e Técnicas de
Diagnose de Identificação dos Anéis de
Crescimento de Árvores Tropicais. V. 9, n.1,
p. 165-175, Revista Floresta e Ambiente.
PRESTES, A., 2006. Relação Sol-Terra
Estudada através de Anéis dos Crescimento
de Coníferas do Holoceno Recente e do
Triássico. Tese de Doutorado, São José dos
Campos, SP, INPE, 142 p.
RIGOZO, N.R., 1999. Registros da
Atividade Solar e outros Fenômenos
Geofísicos em Anéis de Árvores. Tese de
Doutorado, São José dos Campos, SP, INPE, 131
p.
TROVATI, L.R.; FERRAZ, E.S.B., 1994.
Influência da Precipitação e da Temperatura
na Densidade dos Anéis de Crescimento de
Pinus oocarpa. IPEF, n. 26, p. 31-36, Abr./1984.
55
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Fonte: Prof. Ricardo Amorim/ICAT/UFAL.
curso de Meteorologia de Alagoas, teve início na Universidade Federal de Alagoas em
1979, como parte do Departamento de Geociências/Centro de Ciências Exatas e
Naturais. Com a criação do Departamento de Meteorologia em 1992, houve a
estruturação para que em 2006 fosse criado o Instituto de Ciências Atmosféricas
(ICAT). Ressalta-se que ela é a única Escola de Meteorologia existente em nosso país
a possui cursos diurno e noturno.
HISTÓRICO
Durante o I Simpósio de Meteorologia,
realizado no Centro Técnico Aeroespacial do
Ministério da Aeronáutica, localizado na cidade
de São José dos Campos, São Paulo, no ano de
1976, foi apresentado um relatório final que
forneceu elementos sobre uma estimativa da
necessidade de profissionais formados em
cursos de Meteorologia no país. Naquela época,
conforme discriminação abaixo, as demandas
eram provenientes das seguintes instituições:
Instituto de Atividades Espaciais (IAE) 16
Instituto Tecnológico da Aeronáutica
(ITA)
5
Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) 16
Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET)
330
Serviço de Meteorologia do Ministério da
Aeronáutica
436
A Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), através do seu Departamento
de Meteorologia/Instituto de Geociências/
Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza,
apresentou uma ampla estimativa acerca das
necessidades nacionais de mercado de trabalho
em Meteorologia:
Empresa Brasileira de Pesquisas
Agropecuária (EMBRAPA)
30
Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET)
330
Ministério da Aeronáutica 500
Ministério da Educação e Cultura
(MEC)
50
Ministério do Interior (INOCS,
SEMA,...)
100
Ministério das Minas e Energia (MME) 200
Ministério da Indústria e do Comércio
(MIC)
150
Ministério do Exército (ME) 20
Ministério da Marinha (MM) 100
Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq)
100
Governos Estaduais (Secretarias de
Agriculturas, Meio Ambiente, Obras e
saneamento,...)
100
Outras (Empresas Particulares da
Agroindústria, Fundações e Empresas
Particulares)
500
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56
As estimativas nacionais revelaram,
portanto, a grande lacuna de profissionais com
formação em Meteorologia, em nível de 3
o
grau. Em 1976 o Brasil dispunha apenas de
cinco escolas para a formação de
meteorologistas situadas nas Universidades
Federais do Pará, de Campina Grande-PB, do
Rio de Janeiro, de Pelotas-RS e na Universidade
de São Paulo. Esta era a situação existente
naquela época na parte de formação pessoal, a
qual poderia ser melhorada com a criação de
novos cursos para atender o mercado de
trabalho perspectivo.
A Universidade Federal de Alagoas
(UFAL), atenta a essas necessidades,
consciente da sua missão de agente de
desenvolvimento e considerando a importância
da Meteorologia naquele momento, aceitou
criar um novo curso, possibilitando aumento
das oportunidades no seu elenco de ofertas de
cursos à comunidade alagoana.
Assim, através da resolução 01/78 do
CCEP/UFAL, em 09 de agosto de 1978 foi
criado o Curso de Bacharelado em Meteorologia
da UFAL. Entretanto, somente se realizou seu
primeiro vestibular em janeiro de 1979, quando
foram ofertadas apenas 15 vagas. As
atividades acadêmicas desta turma pioneira
foram iniciadas no dia 01 de agosto do mesmo
ano.
Isso só foi possível graças à coragem e
ao esforço dos professores da UFRJ José de
Lima Filho, Francisco Raddi Lourenço e
Dagoberto Sobreira de Moura, que batalharam
enormemente junto a UFAL para que o Curso
fosse criado.
A partir de 1994, com a implantação
do sistema seriado, foram oferecidas 30 vagas,
com entrada única a cada ano. O seu
reconhecimento pelo Conselho Federal de
Educação/MEC, foi efetuado através da Portaria
Ministerial No. 460 de 13 de agosto de 1987,
publicada no D.O.U. de 17 de agosto de 1987.
A integração curricular
1
se deu através
das Resoluções de 09/94 e 37/97 do Conselho
de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da
UFAL.
O Curso de Meteorologia da UFAL foi
criado com a finalidade de “Promover a
Formação de Recursos Humanos na Área de
Meteorologia com Enfoque aos Problemas das
Regiões Semi-Áridas”.
Para alcançar a formação ideal, o Curso
foi calcado nos seguintes princípios:
9 PROPORCIONAR aos discentes uma
formação básica na Área de Meteorologia,
permitindo-lhes a possibilidade de ajudar a
impulsionar o desenvolvimento do País;
9 FORMAR pessoal técnico-especializado em
Meteorologia em nível de 3º grau,
1
A integração curricular consiste na integração interna da
temática e das disciplinas do currículo e na integração
externa com as exigências do meio e da comunidade
(INEP/MEC).
atendendo às necessidades prioritárias do
País no aproveitamento dos recursos
naturais;
9 FORNECER profissionais qualificados para
suprir as grandes deficiências existentes
nos setores (órgãos públicos, instituições
de pesquisa, entre outros) que se utilizam
da Meteorologia;
9 SUPRIR a carência da Ciência
Meteorológica em todo o Brasil,
particularmente, das Regiões
Norte/Nprdeste;
9 COBRIR as necessidades de profissionais
especializados na áea de Meteorologia para
todas as regiões brasileiras;
9 DESENVOLVER a pesquisa Meteorológica
básica e aplicada na UFAL, visto que as
ciências atmosféricas são, essencialmente,
de caráter multidisciplinar;
9 CRIAR infra-estrutura e suporte a
Meteorologia brasileira na implantação de
projetos aplicados a recursos naturais;
9 CONTRIBUIR para solução dos problemas
indesejáveis ocasionados por fenômenos
meteorológicos que tanto afetam a
economia das Regiões Norte/Nordeste;
9 COLABORAR com órgãos governamentais
na execução de projetos de pesquisas na
área de Meteorologia;
9 APOIAR a pesquisa agropecuária dos
órgãos governamentais e particulares no
âmbito da Climatologia, Hidrometeorologia
e Meteorologia Física, com vistas à
rentabilidade e aumento da produção
agropecuária regional.
A foto abaixo mostra o edifício onde se
localiza a Escola de Meteorologia na UFAL.
ESTRUTURA ADMINSTRATIVA E
ACADÊMICA
O Departamento de Meteorologia foi
efetivamente criado no ano de 1992. Porém,
após uma reestruturação universitária, foi
fundado no ano de 2006 o Instituto de Ciências
Atmosféricas (ICAT).
Além do curso de graduação, o
Instituto conta desde 1999 com o Curso de
Pós-Graduação Strictu Senso em Meteorologia -
nível de Mestrado.
57
A estrutura atual do ICAT abrange a
Coordenação de Graduação e de Pós-
Graduação, Laboratórios de Agrometeorologia e
Radiometria Solar (LARS), de Meteorologia
Sinótica e Dinâmica (LMSD), Laboratório Móvel
de Monitoramento da Qualidade do Ar
Atmosférico (LMMQAA), de Modelagem de
Meso-Escala (LMM), Sistema de Radar
Meteorológico de Alagoas (SIRMAL) e uma
Estação de Recepção de Imagens do Satélite
METEOSAT-8 (MSG).
Administrativamente, o ICAT é
constituído pelo Conselho do Instituto, pelos
Colegiados dos Cursos de Graduação e de Pós-
Graduação em Meteorologia.
Sistema de Radar Meteorológico de
Alagoas (SIRMAL)
Em 1995 iniciou-se no antigo
Departamento de Meteorologia da UFAL, hoje
ICAT, um projeto de implantação de um radar
meteorológico liderado pelo Prof. Dr. Ricardo
Sarmento Tenório. Em 2001, com o apoio do
Sindicato dos Usineiros do Estado de Alagoas,
finalmente foi transferido e instalado no
campus da UFAL, em Maceió, um Radar banda
C, fruto de um convênio de cooperação
acadêmico-científico-tecnológico entre a UFAL e
o Instituto de Pesquisas Meteorológicas
(IPMet), – unidade complementar do campus
da UNESP de Bauru.
O radar instalado em Maceió é do tipo
banda-C WR-110-5/EEC com um sistema
eletrônico de digitalização do sinal radar -
Sistema SASSANDRA - e de códigos
pertinentes, desenvolvidos pelo Laboratório de
Aerologia da Universidade Paul Sabatier,
Toulouse, França.
Torre do Sistema de Radar Meteorológico de
Alagoas. Foto: Prof. Ricardo Sarmento Tenório.
A implantação de um Radar
Meteorológico no litoral de Alagoas foi o
princípio de um projeto de pesquisa pioneiro na
Região Norte-Nordeste do Brasil, onde a
precipitação é a variável climática mais
importante.
Esse radar, além de sua função
acadêmica na graduação e pós-graduação,
fornece informações para pesquisas e para o
setor produtivo da região com boletins
contendo informações sobre o campo de
chuvas, com a finalidade de subsidiar suas
atividades.
Portanto, algumas das vantagens
trazidas pelo Sistema de Radar Meteorológico
de Alagoas, além do ensino da ciência do radar,
foram auxiliar nas previsões de tempo para
prevenir catástrofes, permitir um planejamento
adequado para a agricultura e facilitar
operações em portos e aeroportos e setor
turístico.
O SIRMAL oferece em seu site imagens
de radar em PPI atualizadas a cada 3 horas
geradas nas resoluções de 30, 130, 250 e 380
km com cartografia.
Para usuários credenciados, as
imagens de radar são on-line, geradas durante
24 horas nas resoluções de 30, 130, 250 e 380
km, com intervalos de tempo de 2 a 60
minutos dependendo das condições do tempo.
Para uso destas imagens, foi desenvolvido um
script para o controle da animação, definição
de coordenadas, distância e angulação, que
permite antecipar eventos de chuva em até
aproximadamente 6 horas.
Imagem visualizada no Radar do SIRMAL. Fonte:
SIRMAL.
O SIRMAL conta com professores,
alunos de graduação e de pós-graduação,
meteorologistas e outros profissionais que
trabalham na análise e geração de imagens de
radar
.
58
Desde o início de sua operação o
SIRMAL firmou convênio com o Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Alagoas -
Defesa Civil Estadual, com objetivo de
trabalhar e atuar conjuntamente nos sistemas
de alertas de chuvas e inundações em Alagoas.
Recentemente foi firmada uma parceria com a
Prefeitura Municipal de Maceió, para o auxílio
na Defesa Civil Municipal.
Estação de Recepção de Imagens do
Satélite METEOSAT-8 (MSG)
Está instalada, desde 11 de maio de
2007, a primeira Estação de recepção de sinal
de satélites de órbita geostacionária (Meteosat
Second Generation - MSG) no ICAT.
É a primeira Escola de Meteorologia no
país a receber dados de MSG através do
sistema EUMETCast - serviço de disseminação
baseado na tecnologia padrão de transmissão
de vídeo digital.
A Estação MSG do ICAT vem
complementar o sistema de recepção de
imagens de radar banda C já existente no
Instituto. O radiômetro Spinning Enhanced
Visible and Infrared Imager (SEVIRI) a bordo
do MSG – imageador de alta rotação no visível
e infravermelho – mapeia a Terra com uma
resolução temporal de 15 minutos, em 12
canais, com uma resolução espacial entre 1 e
4km no nadir, dependendo do canal, e foi
projetado para monitorar os sistemas
atmosféricos, que atuam sobre determinada
região – cobertura de nuvens.
A Estação do ICAT é baseada num
sistema de baixo custo constituído por dois
computadores PC com uma placa eletrônica
para sinal de vídeo digital e uma antena
parabólica com um LNB V/H universal. A
captura e processamento de sinal são feitos
com o uso da placa de som de um computador
pessoal e software gratuito. Há ainda o
software do cliente EUMETCast para
interpretação do sinal de vídeo digital recebido
e armazenamento do mesmo na forma de
dados e produtos.
Para receber dados de acesso
controlado é necessário uma unidade chave
EUMETCast. A cobertura privilegiada deste
satélite à porção tropical e equatorial do
Atlântico Sul fornece dados essenciais para
uma série de aplicações no âmbito da previsão
das condições meteorológicas que influenciam
o tempo e o clima do Nordeste.
Primeira imagem recebida pela estação de
recepção do satélite METEOSAR-8. Foto: Prof. Dr.
Humberto A. Barbosa.
A integração entre dados de MSG e o
radar meteorológico do ICAT contribui também
para melhorar a previsão de tempo até 12
horas, normalmente designada previsão de
tempo de muito curto prazo – nowcasting.
Segundo o coordenador geral da
Estação, Prof. Dr. Humberto Alves Barbosa, de
posse destas informações, impactos de
fenômenos climáticos podem ser mitigados,
contribuindo decisivamente para uma melhor
compreensão e quantificação de fenômenos e
parâmetros meteorológicos.
O programa da Estação está dividido
em três etapas: 1) instalação e operação
básica, 2) desenvolvimento de produtos, e 3)
controle de qualidade.
ATIVIDADES ACADÊMICAS E DE PESQUISA
O Instituto de Ciências Atmosféricas
conta regularmente com programas de bolsas
destinadas aos estudantes de graduação, como
as de iniciação científica (UFAL, CNPq e
FAPEAL), monitoria, e de Pós-Graduação
(UFAL, CNPq, CAPES e FAPEAL), cujas
atividades desenvolvidas visam o
aperfeiçoamento do estudante em atividades
de ensino, pesquisa e extensão.
O ICAT, através de seus professores, é
o executor das atividades de ensino, pesquisa e
extensão. É ele quem ministra as disciplinas da
área profissional do Curso de Graduação em
Meteorologia e as disciplinas do curso de Pós-
Graduação em nível de Mestrado.
59
Os projetos de pesquisa desenvolvidos
pelos professores do ICAT são suportes para o
curso de pós-graduação e se organizam nas
áreas:
9 Agrometeorologia,
9 Climatologia,
9 Hidrometeorologia,
9 Micrometeorologia;
9 Meteorologia Sinótica,
9 Teledetecção Atmosférica,
9 Modelagem de Meso-Escala,
9 Poluição Atmosférica.
O ICAT possui e compartilha atividades
de pesquisa em diversos projetos nacionais e
internacionais tais como: MICROMA
(Micrometeorologia da Mata Atlântica
Alagoana), projeto com a Eletrobrás para
confecção de mapas Solarimétrico e Eólico e o
Experimento de Grande-Escala da Biosfera na
Amazônia (LBA).
Como atividades internacionais o ICAT
atua no Grupo de Trabalho para a consolidação
do Centro de Ensino e Pesquisa e Ciências Afins
do MERCOSUL e está projetando ser um Centro
de Treinamento em Meteorologia para países
de Língua Portuguesa.
CURSOS DE GRADUAÇÃO
Os Cursos de Graduação em
Meteorologia da UFAL são oferecidos na
modalidade de Bacharelado e distribuídos em
turnos diurno e noturno, sendo constituídos por
disciplinas dos ciclos básico e
profissionalizante. No ciclo básico são
ministradas disciplinas de Matemática, Física,
Estatística, Elementos de Astronomia e
Geodésia, Computação e Ecologia. Enquanto no
profissionalizante são ofertadas disciplinas de
Meteorologia Básica, Instrumentos
Meteorológicos, Meteorologia Física,
Meteorologia Dinâmica, Meteorologia Sinótica,
Micrometeorologia, Meteorologia Aplicada,
Climatologia e Meteorologia por Radar e
Satélites.
Os Cursos são divididos em 8
semestres. O aluno deverá integralizar 2.940
horas em disciplinas obrigatórias e no mínimo
160 horas em disciplinas eletivas, com tempo
máximo de permanência de 16 semestres.
O ingresso é feito via Processo Seletivo
(vestibular), com entrada única, sendo
oferecidas 30 vagas para o curso diurno e 20
vagas para o curso noturno, respectivamente.
Segundo dados da Comissão
Permanente do Vestibular -
COPEVE/PROGRAD/UFAL, acerca do processo
seletivo 2006/2007 a concorrência por vaga em
Meteorologia foi baixa, de 1,5 alunos por vaga
para ambos os cursos diurno e noturno.
Desde a sua implantação 115 alunos se
formaram, sendo 106 do diurno e 9 no
noturno. O gráfico seguinte dá uma amostra da
evolução temporal do número de alunos
matriculados de 1983 até o ano de 2006.
0
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
84
90
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
ANO
N
o
ALUNOS MATRICULADOS
NOTURNO
DIURNO
Alunos matriculados nos cursos de Meteorologia
da UFAL, até o ano de 2006. Fonte: PROPLAN e
COORDMET/UFAL.
A seguir é apresentado um gráfico que
mostra o número de alunos formados nos
cursos diurno e noturno até o ano de 2006.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
ANO
N
o
ALUNSO FORMADOS
NOTURNO
DIURNO
Alunos egressos nos cursos de Meteorologia da
UFAL, até o ano de 2006. Fonte: PROPLAN e
COORDMET/UFAL.
Os meteorologistas oriundos dos cursos
de graduação do ICAT possuem e tem acesso
a:
9 Facilidade para aprovação na Pós-
Graduação de áreas afins;
9 Relevância no estudo das questões
ambientais (poluição e mudanças
climáticas);
9 Possibilidade de atuação nas áreas:
agricultura, pecuária, energia, recursos
hídricos, meio ambiente, forças
armadas, etc.;
9 Consultoria técnica;
9 Cursos de treinamento;
9 Capacidade em lecionar disciplinas na
área de ciências exatas (cursos
superiores);
9 Inserção do profissional de
Meteorologia nos quadros das
instituições públicas e privadas.
60
PÓS-GRADUAÇÃO
O Programa de Pós-graduação em
Meteorologia da UFAL teve início da década 80
com a oferta de cursos de especialização, na
área de concentração de Agrometeorologia do
Semi-Árido. Estes Cursos eram prioritariamente
destinados aos profissionais graduados em
Meteorologia, Engenharia Agronômica e
Engenharia Agrícola, e objetivava aprimorar a
formação de docentes, pesquisadores e
profissionais que atuavam na área de
Geociências e afins.
Posteriormente, em 1999 foi criado o
curso de Mestrado Acadêmico em Meteorologia,
na área de Processos de Superfície Terrestre. O
mesmo está credenciado na CAPES e em sua
última avaliação obteve o conceito 3.
O referido Curso tem como objetivo a
formação de recursos humanos nas áreas de
Meteorologia e Modelagem Numérica.
A Ciência Meteorológica é em sua
essência multidisciplinar. Desta forma, o Curso
é voltado a profissionais formados em
Meteorologia, Física, Agronomia, Engenharia
Civil, Arquitetura, Matemática, Ciência da
Computação entre outras, a proposta do Curso
justifica-se devido à necessidade de formação
de recursos humanos na área de Meteorologia
na região Nordeste, principalmente em
assuntos ligados a produção de alimentos, de
energia e água.
Anualmente são selecionados 10
candidatos para o Curso. Os períodos
acadêmicos são quadrimestrais, iniciando-se
em março de cada ano. O aluno deverá
integralizar, no mínimo, 27 unidades de crédito
e terá 24 meses para defender sua dissertação,
dentro das seguintes linhas de pesquisa:
Processos de Superfície Terrestre
(Micrometeorologia, Agrometeorologia e
Química da Atmosfera) e Teledetecção
atmosférica e Hidrometeorologia (Radar
Meteorológico, Satélites e Hidrometeorologia),
Meteorologia Sinótica e Climatologia.
Até maio de 2007, foram defendidas 48
dissertações. Abaixo se pode ver a evolução
temporal das defesas de dissertações no Curso.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
ANO
TESES D EFENDID AS
Dissertações defendidas no Mestrado em
Meteorologia da UFAL. Fonte: COORDPG-MET.
O Curso de Mestrado conta não só com
os professores do ICAT como também de
professores visitantes e convidados de outras
unidades da UFAL.
Dos egressos do Mestrado do ICAT, 22
estão fazendo doutorado (USP, INPE, UFRJ
UFV, UFCG), 3 trabalham no CEFET-AL, 4 na
UFAL, 4 na Diretoria de Hidrometeorologia de
Alagoas, 3 no INMET, 3 no SIRMAL, 3 na
INFRAERO, 2 na empresa Quântica (Centro de
Estudo e Pesquisa que oferece cursos técnicos
em meio ambiente) e os demais trabalham em
áreas não meteorológicas.
O ICAT/UFAL mantém Convênios e
Parcerias Nacionais e Internacionais, os quais
fornecem bibliografia especializada,
equipamentos e possibilidade de realizar cursos
de pós-graduação (mestrado e doutorado) para
professores, recém-graduados e pós-graduados
(mestres), no Brasil e no Exterior.
Dentre os Convênios Nacionais citam-
se os celebrados com:
¾ Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ),
¾ Universidade Estadual Paulista (UNESP),
¾ Universidade Federal De Santa Maria
(UFSM),
¾ Universidade Federal de Viçosa (UFV),
¾ Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET),
¾ Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE),
¾ Fundação Cearense de Meteorologia
(FUNCEME).
Os Convênios e Parcerias
Internacionais foram estabelecidos com as
seguintes instituições:
¾ Universidade de Évora (Portugal),
¾ Universidade de Blaise Pascal (França),
¾ Universidade Paul Sabatier (França),
¾ Universidade de Paris Vi (França),
¾ Universidade de Hannover (Alemanha),
¾ Universidade de Reading (Inglaterra),
¾ Universidade da Carolina do Sul (Eua),
¾ Universidade Estadual de Nova Iorque
(Eua),
¾ Universidade de Utah (Eua),
¾ Universidade de Ber-Sheva (Israel),
¾ Universidade Nacional de Pukyong (Coréia
do Sul),
¾ Instituto de Hidrologia da Rússia (Rússia),
¾ Universidade de Buenos Aires (Argentina),
¾ Universidade de La República (Uruguai),
¾ Universidade de Assunción (Paraguai)
¾ Agência Européia de Exploração de
Satélites (EUMETSAT), Alemanha.
O ICAT está trabalhando para que em
breve possa iniciar também seu Curso de Pós-
Graduação em nível de Doutorado na área de
Meteorologia.
61
Corpo Docente
Atualmente, o ICAT é composto por 15
professores, conforme citados a seguir:
NOME TITULAÇÃO
ÁREA DE
CONHECIMENTO
Elenice
Lucas Di
Pace
Mestrado
Climatologia,
Meteorologia Física
Frederico
Tejo Di
Pace
Doutorado
Radiação Solar,
Agrometeorologia e
Sens. Remoto
Hélio S.
Gomes
Especialização
Meteorologia
Dinâmica
José C.
F. de
Oliveira
Mestrado
Biometeorologia e
Meteorologia
Tropical
José
Leonaldo
de Souza
Doutorado
Meteorologia,
Agrometeorologia e
Recursos Naturais
Luiz
Carlos B.
Molion
Doutorado
Climatologia e
Mudanças Climáticas
Marco
Antonio
L. Moura
Doutorado
Agrometeorologia,
Micrometeorologia e
Radiação Solar
Marco
A. M.
Lemes
Mestrado
Meteorologia
Dinâmica e Previsão
Numérica do Tempo
Manoel
R.Toledo
Filho
Doutorado
Agrometeorologia,
Meteorologia Geral e
Biometeorologia
Manoel
F. N.
Filho
Doutorado
Química da
Atmosfera e
Termodinâmica
Natália
Fedorova Doutorado
Meteorologia
Sinótica,
Meteorologia Física
Ricardo
F. C. de
Amorim
Doutorado
Climatologia e
Hidrometeorologia
Ricardo
S.
Tenório
Doutorado
Radar, Climatologia
e Teledetecção
Atmosférica
Roberto
F. F.Lyra
Doutorado
Micrometeorologia e
Termodinâmica da
Atmosfera
Vlademir
Levit
Doutorado
Física e Meteorologia
Física
A história do curso de Meteorologia do
Estado de Alagoas foi iniciada há 28 anos
graças principalmente ao empenho do ilustre
alagoano Professor José de Lima Filho. Desde
então, vêm acumulando inúmeras conquistas
das quais se destacam os convênios firmados
entre a UFAL e Instituições nacionais e
internacionais, possibilitando o intercâmbio, o
aprimoramento das capacidades profissionais
de alunos e docentes. Outra conquista foi a
implantação do Mestrado com um viés
multidisciplinar, cujo número de profissionais
formados já chega a 48.
Agradecemos a Colaboração:
Profa. Elenice L. Di Pace, Coordenadora
de Graduação do ICAT/UFAL.
Prof. Dr. Ricardo C. F. Amorim,
Coordenador de Pós-Graduação do
ICAT/UFAL.
Prof. Dr. Ricardo S. Tenório,
Coordenador Geral do SIRMAL/UFAL.
Prof. Dr. Humberto Alves Barbosa,
Professor Visitante e Coordenador Geral
da Estação de Recepção Imagens do
Satélite METEOSAT-8 do ICAT/UFAL.
Dr. Gustavo Bastos Lyra, pesquisador do
ICAT/UFAL.
Mais informações:
Instituto de Ciências Atmosféricas da
UFAL:
Campus A. C. Simões
Rodovia BR 104 Norte, km 14 - Cidade
Universitária – Tabuleiro dos Martins
57072-970 Maceió – Alagoas
Fone: (0XX-82) 3214-1365/1367/1368/1369
Fax: (0XX-82) 3214-1665
Prof. Luiz Carlos B. Molion
Diretor do ICAT
Prof. Frederico T. Di Pace
Vice-Diretor
Profa. Eleneci L. Di Pace
Coordenadora de Graduação
e-mail: coord[email protected]
e
Prof. Ricardo F. C. de Amorim
Coordenador de Pós-Graduação
e-mail: [email protected]l.br
Prof. Ricardo S. Tenório
Coordenador Geral do SIRMAL
Websites:
http://www.ccen.ufal.br/meteorologia
http://www.radar.ufal.br
62
eflexão
A
A
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á
v
v
e
e
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l
?
?
ivemos em uma época em que o
caos permeia nossa vida cotidiana. A
miséria nos países
subdesenvolvidos, guerras com
justificativas fictícias, ditadores com suas
bombas nucleares, epidemias mundiais
factíveis... E como se já não bastasse, a
ameaça climática. É verdade que não se trata
de um fato novo. Desde o final da década de
setenta os cientistas apontam indícios da
elevação da temperatura média global.
O assunto se tornou oficial, um
problema coletivo, de ordem política
internacional a partir de 1990 quando foi
publicado o primeiro relatório do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC) estabelecido conjuntamente pela
Organização Meteorológica Mundial (OMM) e
pelo Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA).
Diariamente somos bombardeados por
notícias que alertam como será o nosso futuro,
caso nos próximos 10 anos não haja uma
mudança radical em nossos hábitos e deixemos
de degradar o planeta, mais especificamente
com a intensificação das emissões de gases de
efeito estufa.
Primeiramente é importante lembrar
que o efeito estufa é um fenômeno natural!
Hoje em dia a temperatura média global é de
aproximadamente 15ºC, sem o efeito estufa a
temperatura média global cairia para
aproximadamente -34ºC, se a Terra se
comportasse como um corpo negro.
O principal gás de efeito estufa
presente na atmosfera é o vapor d’água (H
2
O)
seguido do dióxido de carbono (CO
2
), metano
(CH
4
), ozônio (O
3
), oxido nitroso (N
2
O) e
compostos de clorofluorcarbono (CFC’s).
Atualmente não se discute se a
temperatura média do planeta observada está
se elevando. O gráfico gerado pelo IPCC mostra
claramente que desde 1860, na era industrial,
quando a queima de combustíveis fósseis se
tornou a roda motriz do desenvolvimento, e
necessária para manutenção do crescimento
econômico das superpotências mundiais, que
experimentamos um aquecimento médio de
0,6ºC. O que se discute são as causas do
aquecimento.
Desvios da temperatura do ar global. Modificada da figura
criada por Robert A. Rohde
(http://www.globalwarmingart.com
).
R
R
V
63
Fisicamente o problema do
aquecimento global pode ser entendido da
seguinte maneira: considerando que a
irradiância solar seja constante, aumentando a
concentração de gases de efeito estufa, que
nos dias atuais é igual a 380 partes por milhão
(ppm) contra os 277 ppm de 1750, início da
era industrial, a profundidade ótica da
atmosfera é ampliada. Isto é, aumenta a
capacidade da atmosfera reter radiação
infravermelha emitia pela superfície, que em
longo prazo poderia provocar o aumento da
temperatura média do globo.
É exatamente aí onde mora a
discórdia: a irradiância solar não é constante e
a capacidade do homem modular o clima é
questionável, apesar da mídia só ceder espaço
para os cientistas que defendem a tese que o
aquecimento observado seja causado pelo
queima de combustíveis fósseis. Os cientistas
que não crêem que o ser humano é o agente
do aquecimento defendem que as forçantes
astronômicas e extraterrestres são dominantes
e capazes de determinar as oscilações
climáticas.
São vários os ciclos astronômicos
conhecidos: precessão do equinócio (23.000
anos), inclinação de eixo e rotação da terra
(41.000 anos), excentricidade da órbita da
Terra (100.000 anos). Estes fenômenos são
conhecidos como ciclos de Milankovitch que são
responsáveis por variações climáticas da ordem
de milhares de anos.
Os efeitos extraterrestres atuam em
uma escala de tempo inferior, são os ciclos
solares que apresentam períodos de 11 anos,
22 anos - ciclo de Hale, 90 anos - ciclo de
Gleissberg. Outros ciclos também já foram
identificados com periodicidades maiores.
Os ciclos solares são determinados pelo
número de manchas solares, que é um
indicativo de variações periódicas na atividade
solar. A partir de 1980 dados obtidos por
satélites mostram uma variação percentual de
0.1% na luminosidade solar durante o ciclo de
11 anos, com uma emissão maior para o
período do máximo em relação ao mínimo no
número de manchas solares.
O gráfico a seguir mostra a
temperatura média global da superfície do mar
e o número de manchas solares. A similaridade
das curvas é evidente. Esta correlação é uma
evidência de que o Sol tem contribuído para o
aquecimento global do século XX. Estima-se
que aproximadamente 1/3 do aquecimento
global pode ser resultado de um aumento na
energia solar. Então, não está claro que a
atividade humana esteja mudando o clima
hoje.
Apesar de não haver consenso, o
problema das mudanças climáticas fortaleceu o
senso de responsabilidade ambiental e
promoveu uma aceleração da inovação
tecnológica em busca de fontes de energias
alternativas.
As questões do clima estão
intimamente relacionadas com a preservação
das espécies. Faz lembrar que o compromisso
de cuidar da vida em sua diversidade não é
responsabilidade apenas do Estado, é também,
responsabilidade individual, de cada cidadão.
Seguindo o lema da Agenda 21
1
: “Pense Global
e Haja Local”.
Temperatura média global da superfície do mar (linha
azul) e número de manchas solares (linha vermelha).
Figura modificada de Prestes (2006)
2
.
O fato consensual é que devemos
desacelerar de maneira drástica o
desmatamento. Caso contrário, num futuro
próximo, diversas espécies de animais e
vegetais serão dizimadas.
O grande desafio é encontrar meios
alternativos que não desacelerem o
crescimento sócio-econômico, e o
desenvolvimento tecnológico das nações. Este
por sinal é o motivo do desacordo entre os
Estados Unidos e o restante dos países
signatários do Protocolo de Quioto
3
, assinado
em 1997.
Conselho Editorial
1
Foi um dos principais resultados da Conferência Eco-92,
ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992.
2
Prestes, A. 2006. Relação Sol-Terra Estudada através de
Anéis do Crescimento de Coníferas do Holoceno Recente e
do Triássico. Tese de Doutorado, São José dos Campos,
SP, INPE, 142 p.
3
O Protocolo de Quioto é um tratado ambiental que tem
como objetivo estabilizar a emissão de gases de efeito
estufa para a atmosfera e assim reduzir o aquecimento
global e seus possíveis impactos.
64
ala de Leitura
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L
a
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n
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o
o
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A
AGROPECUÁRIA BRASILEIRA
Publicado pela Embrapa
Magda A. de Lima, Osvaldo M. R. Cabral
Estudos vêm mostrando a ocorrência
do aumento na concentração de gases de efeito
estufa na atmosfera terrestre provenientes das
atividades humanas.
Acredita-se que esse acréscimo de
gases esteja promovendo o aquecimento
global, e que, portanto, esforços no sentido de
reduzir as emissões desses gases a partir das
fontes causadoras e de buscar formas de
adaptação às novas condições climáticas
deveriam ser estimulados em âmbito global.
O tema deste livro trata de um duplo
contexto, ou seja, de que as atividades
agrícolas podem ser ao mesmo tempo
vulneráveis à mudança do clima, quanto
promovedoras de gases de efeito estufa.
Esta publicação está centrada nesses
dois enfoques, trazendo em seu escopo o atual
cenário de estudos conduzidos sobre o tema no
Brasil. A partir dessas experiências
apresentam-se novas questões desafiantes e a
necessidade de aprofundamento de pesquisas
em diversos segmentos do setor agropecuário,
nas diversas ecorregiões brasileiras.
Este livro é dirigido a pesquisadores do
setor agropecuário, professores, economistas,
estudantes e interessados no desenvolvimento
agrícola e nas questões ligadas ao efeito estufa.
Ele possui 397 páginas e custa 40
reais.
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http://www.cnpma.embrapa.br/public/index.ph
p3?id=88&func=public
A CHUVA E A PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Editora Nobel
Antônio Tubelis
O autor coloca toda sua experiência a
serviço daqueles que desejam melhorar e
modernizar a agricultura brasileira,
demonstrando a importância da obtenção de
dados meteorológicos para avaliar se as
precipitações estão sendo suficientes no
atendimento à demanda de água das culturas
ou se a temperatura e umidade do ar são
favoráveis ao aparecimento de determinada
doença.
Desenvolvido de forma didática,
acompanhado de muitas ilustrações, o texto
analisa o efeito da chuva na produtividade das
culturas de feijão, trigo, soja, algodão, café,
laranja e milho.
Mostra, ainda, como as observações
meteorológicas devem ser feitas na
propriedade agrícola, e como esses dados
podem ser utilizados na estimativa de safra das
culturas, complementando com orientações
sobre a construção e funcionamento de um
posto pluviométrico de baixo custo.
O livro “A Chuva na Produção Agrícola”
tem 85 páginas e custa R$ 29,00.
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