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Skye Boat Song, o Alouette canadense, o Flowers of the Valley
inglês e, para a Austrália, o que mais além da Waltzing
Mathilda, apresentada com enorme entusiasmo, e com o
jumbuck
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vestido num casaco de pele de carneiro verdadeira!
Uma cena após a outra ilustravam nosso tema, com partici-
pantes franceses, alemães, italianos, holandeses, escandinavos,
indianos, russos, húngaros e gregos, todos eles participando dos
cantos e das danças. Encerramos da mesma forma como
começamos, com uma marcha, onde, a cada novo verso, crescia
a força numérica dos participantes, dez camaradas de braços
dados, de corações unidos, depois cem, mil, cem mil, e por que
não, toda a humanidade marchando em paz, acertando
triunfantemente o passo? De alguma forma, o festival acertou
no alvo, porque ele resumiu o espírito da Ecolint. O próprio
cenário era perfeito – o teatro ao ar livre, as crianças reunidas
na grama por detrás do palco, os pais sentados sob as árvores,
participando nas canções quando o desejassem. Tudo era
lindamente informal. As famílias vestiam os trajes nacionais,
havia saris indianos, kilts escoceses, túnicas chinesas, todos
enriquecendo o colorido da ocasião.
À primeira vista, poderia parecer que o festival tenha
sido apenas mais uma maneira de enfatizar o contraste entre as
diferenças nacionais, tendendo a dividir mais que a unir. Como
afirmaram alguns participantes do estudo de visões (relatado no
Capítulo 3), é importante que fortes filiações nacionais e
regionais não sejam obstáculos ao progresso rumo à cidadania
internacional. No caso da Ecolint, não havia impedimento
algum; ao contrário, eventos como esse festival pareciam
fortalecer os sentimentos de valor próprio, sentimentos esses
que capacitavam os estudantes a ampliarem suas filiações, de
modo a abarcar pessoas de todas as nacionalidades. Não há
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N. T. – N.T. Carneiro, na fala australiana.