vive, nesse mundo de grandes hiatos e divisões. A redução do hiato entre o
mundo em desenvolvimento e o mundo desenvolvido é uma missão crítica da
UNESCO e isso é particularmente estratégico quando se debate a construção
de sociedades do conhecimento.
O intercâmbio de experiências e a colaboração no processo de
conhecimento podem fortalecer todos os colaboradores, se conseguirmos uma
efetiva cooperação, isto é, trabalho conjunto sem imposições de qualquer lado e
direção. É esse intercâmbio, favorecido pelas novas mídias digitais, que pode
contribuir para elevar a capacidade de pesquisa, a capacitação para a pesquisa
e o acesso ao conhecimento. Essa é uma das constatações sobre os benefícios
da cooperação entre academia e comunidade – a “toga” e a “cidade” - , por um
lado, e entre academias de vários países, por outro, apoiada em vasta evidência
empírica divulgada no Seminário Global sobre “Sociedade do Conhecimento
versus Economia do Conhecimento: Conhecimento, Poder e Política” que a
UNESCO realizou em Paris, em dezembro do ano passado e que lançará em
língua portuguesa proximamente.
Nesse ponto, creio que todos concordarão com que não se pode
prosseguir na discussão sobre o papel das mídias digitais na construção e
disseminação do conhecimento sem tentarmos responder a questões básicas
como, por exemplo, Que tipo de conhecimento é necessário hoje? Onde esse
conhecimento é produzido? Por quem e para quem?
Evidentemente que as perguntas acima admitem respostas de
diferentes naturezas e níveis de profundidade. Acredito que, na abertura desse
evento, cabe-me apenas indicar, em resposta, que o tipo de conhecimento
necessário é aquele que conduz à descoberta de que o processo de
aprendizagem continua durante toda a vida; que o conhecimento é produzido na
interação com o mundo; que todos nós somos produtores de conhecimento e
que a finalidade do conhecimento é transformar o mundo e cada um de nós.