GESTÃO DA QUALIDADE: EVOLUÇÃO, CONCEITOS E APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO
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A
era do controle estatístico
surgiu com o aparecimento da pro-
dução em massa, traduzindo-se na introdução de técnicas de
amostragem e de outros procedimentos de base estatística, bem
como, em termos organizacionais, no aparecimento do setor de
controle da qualidade. Sistemas da qualidade foram pensados, es-
quematizados, melhorados e implantados desde a década de 30
nos Estados Unidos e, um pouco mais tarde (anos 40), no Japão e
em vários outros países do mundo.
A partir da década de 50, surgiu a preocupação com a gestão da
qualidade, que trouxe uma nova filosofia gerencial com base no
desenvolvimento e na aplicação de conceitos, métodos e técnicas
adequados a uma nova realidade. A
gestão da qualidade total
,
como ficou conhecida essa nova filosofia gerencial, marcou o des-
locamento da análise do produto ou serviço para a concepção de
um sistema da qualidade. A qualidade deixou de ser um aspecto
do produto e responsabilidade apenas de departamento específico,
e passou a ser um problema da empresa, abrangendo, como tal,
todos os aspectos de sua operação.
3. A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE GESTÃO DA QUALIDADE
A preocupação com a qualidade, no sentido mais amplo da pa-
lavra, começou com W.A. Shewhart, estatístico norte-americano
que, já na década de 20, tinha um grande questionamento com a
qualidade e com a variabilidade encontrada na produção de bens
e serviços. Shewhart desenvolveu um sistema de mensuração des-
sas variabilidades que ficou conhecido como Controle Estatístico
de Processo (
CEP
). Criou também o Ciclo
PDCA
(Plan, Do, Check e
Action), método essencial da gestão da qualidade, que ficou conhe-
cido como Ciclo Deming da Qualidade.
Logo após a Segunda Guerra Mundial, o Japão se apresenta ao
mundo literalmente destruído e precisando iniciar seu processo de
reconstrução. W.E. Deming foi convidado pela Japanese Union of
Scientists and Engineers (
JUSE
) para proferir palestras e treinar
empresários e industriais sobre controle estatístico de processo e
sobre gestão da qualidade. O Japão inicia, então, sua revolução
gerencial silenciosa, que se contrapõe, em estilo, mas ocorre para-
lelamente, à revolução tecnológica “barulhenta” do Ocidente e che-
ga a se confundir com uma revolução cultural. Essa mudança si-
lenciosa de postura gerencial proporcionou ao Japão o sucesso de
que desfruta até hoje como potência mundial.