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1. Prefácio
No atual processo de Reforma do Estado o tema avaliação adquire relevância,
estando associado ao interesse por maior responsabilização e prestação de
contas das atividades públicas. Outros mecanismos de avaliação estão sendo
incorporados às formas tradicionais de controle (eleições, auditorias públicas e
Poder Judiciário). O controle a posteriori dos resultados da ação
governamental, a contratualização entre organizações públicas e o controle
social são alguns exemplos de novos controles que têm o intuito de resgatar a
legitimidade do Estado.
No âmbito federal brasileiro, o processo de avaliação ganha vulto ao organizar
o Plano Plurianual - PPA do Governo Federal a partir de programas. A
introdução de um modelo de administração mais gerencial, baseado na solução
de problemas, induziu os gestores públicos a definirem o objetivo do seu
programa, o órgão responsável, prazo de conclusão, indicadores, fonte de
financiamento, ações, produtos e metas físicas e financeiras. A prática de
monitoramento e avaliação passa a ser premissa para a boa gestão pública.
No ano de 2002, o Programa Gestão Pública Empreendedora - PGPE, da
Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, foi
assessorado por uma consultoria externa com o intuito de definir um modelo de
medição de melhoria da gestão para a Administração Pública brasileira.
De forma a contribuir para o alcance desse objetivo, desenvolveu-se uma
metodologia de medição de desempenho da gestão genérica que permite
avaliar políticas, programas, projetos e órgãos públicos. Para a
instrumentalização da equipe do PGPE, a metodologia foi empregada para
avaliar o desempenho da Secretaria de Gestão na implementação das ações
da Política de Reforma do Estado - Programa Gestão Pública Empreendedora,
objeto deste estudo de caso.
2. Análise do Problema
O ato de avaliar não é uma atividade recente. Tanto as literaturas da ciência
política quanto da ciência administrativa enfatizam o monitoramento e a
avaliação como processos que auxiliam no estabelecimento de correção de
rumos e na melhoria da gestão, detectando o vai bem e o que precisa ser
mudado. Entretanto, o que se observa é que os resultados da avaliação muitas
vezes não são conclusivos, ou têm baixo grau de relevância e utilidade, ou não
são produzidos a tempo de ajudar os tomadores de decisão. Além disso, o
resultado de um processo de avaliação, quando propõe mudanças, gera
resistências, o que explica o porquê das recomendações serem pouco
utilizadas.
No levantamento de informações nacionais e internacionais sobre
metodologias de medição de desempenho de órgãos públicos, notou-se a