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A ARQUEOLOGIA HISTÓRICA EM
UMA PERSPECTIVA MUNDIAL
Pedro Paulo A. Funari
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A Arqueologia Histórica tem-se desenvolvido, nos últimos anos,
de forma cada vez mais intensa e dinâmica. Nesta ocasião, retomarei
reflexões tecidas há algum tempo, em fóruns no exterior e no Brasil e que
resultaram na organização do volume, co-editado com Martin Hall e Siân
Jones, Historical Archaeology, Back from the edge (Londres, Routledge,
1999). Em parte, minhas considerações retomam questões discutidas no
capítulo “Introduction: Archaeology in History”, escrito a seis mãos, com
Siân Jones e Martin Hall, mas incorpora, também, aspectos que tenho
tratado em outras publicações, elencadas ao final deste paper.
Por isso mesmo, não apresentarei referências bibliográficas, en-
contradas nos trabalhos publicados e referidos ao final. Minha releitura da
disciplina parte, portanto, da experiência compartida não apenas com os
dois colegas, como com uma pletora de estudiosos que se têm questiona-
do sobre a Arqueologia Histórica.
A Arqueologia das sociedades com escrita tem uma grande tradi-
ção na disciplina, em particular no estudo das grandes civilizações funda-
doras do “Ocidente”, como as Arqueologias Clássica, Bíblica, Egípcia e
Médio-Oriental. Contudo, o termo “Arqueologia Histórica” tem sido
usado, em particular na América do Norte, para referir-se ao estudo de
um período histórico específico, o moderno (sensu anglico, i.e. do século
XV em diante), em geral nas Américas. O termo Arqueologia Histórica,
com tal definição, não é usado na Europa e na Ásia, já que se entendem
por históricas diversas arqueologias, como a Clássica e a Egípcia, para
mencionar apenas duas delas.
1
Departamento de História, IFCH-UNICAMP, C.Postal 6110, Campinas, 13081-970, SP,
Brasil, pedrofunari@sti.com.br .
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A Arqueologia Histórica como o estudo das sociedades com es-
crita incorpora, assim, tanto a disciplina homônima norte-americana,
como as diversas disciplinas que lidam com sociedades com documenta-
ção escrita. Tem-se buscado mostrar que ela não é uma simples ancilla,
serva ou auxiliar da documentação escrita e da ciência da História, pois a
cultura material pode não só complementar as informações textuais,
como fornecer informações de outra forma não disponíveis e até mesmo
confrontar-se às fontes escritas. Nas últimas duas décadas, preocupados
com a análise da sociedade, os arqueólogos históricos têm, cada vez mais,
focalizado sua atenção nos mecanismos de dominação e resistência e, em
particular, nas características materiais do capitalismo.
A Arqueologia Histórica liga-se, de forma umbilical, às noções
de identidade, tratando de sociedades, de uma forma ou de outra, relacio-
nadas ao arqueólogo. Na Europa, a Arqueologia é encarada como o estu-
do de nossa própria civilização, sejam elas as grandes civilizações que
formariam o legado ocidental, sejam as anteriores à escrita, mas ainda
assim históricas, porque inseridas numa narrativa das fontes escritas,
como é o caso, por exemplo, da Arqueologia dos celtas (ou de Hallstadt e
La Tene). Nos Estados Unidos, a disjunção com a Pré-História estabele-
ce, à sua maneira, essa ligação da Arqueologia Histórica com a sociedade
americana, às expensas dos indígenas, encarados como o “outro”, o sel-
vagem contraposto à “civilização”, como ressaltou Thomas Patterson.
As disjunções entre letrado/iletrado, mito/história, primiti-
vo/civilizado têm sido, de forma crescente, criticadas por separarem ele-
mentos discursivos interligados, de forma a evitar, por exemplo, que sí-
tios indígenas não sejam objeto da Arqueologia Histórica, mesmo se
contemporâneos àqueles europeus. Outra dicotomia criticada tem sido
aquela que divide o mundo moderno, dominado pelo capitalismo, dos
períodos anteriores. Em primeiro lugar, porque grande parte das estrutu-
ras mentais e materiais modernas derivam e mantém, ainda que de forma
alterada, características de outras épocas e civilizações. O capitalismo
moderno funda-se no feudalismo, até mesmo naquilo que tem de contras-
tivo, as estruturas sociais modernas construíram-se a partir de contextos
medievais e antigos, tanto derivados do chamado ocidente, como do
chamado oriente. Em segundo lugar, mesmo quando não haja ligações
genéticas entre realidades modernas e as outras, a comparação entre situ-
ações pode fornecer elementos úteis para o conhecimento tanto da cultura
material antiga, como moderna, tanto do Oriente, como do Ocidente, de
qualquer maneira, criações discursivas, antes que realidades efetivamente
separadas, como alerta Said.
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Neste contexto, tem-se propugnado que a Arqueologia Histórica
abranja seja o estudo do mundo moderno, seja de todas as sociedades
com escrita. Seria o caso de manter uma Arqueologia Histórica específica
e, neste caso, qual sua especificidade diante da Arqueologia pré-
histórica? Ainda que o contato com os estudos da cultura material de
sociedades sem escrita seja importante, em termos do estudo da cultura
material em seus aspectos mais amplos, parece-nos que se devem reco-
nhecer as particularidades metodológicas do estudo de sociedades com
escrita e com documentos, examinando os papéis históricos e singulares
que a escrita possui na comunicação, representação e na própria constru-
ção discursiva da disciplina Arqueologia. A presença de documentos
caracteriza e define as sociedades em que diferentes sistemas de escrita
são utilizados.
Em seguida e talvez ainda mais importante, a História como nar-
rativa escrita sobre o passado, a Historie dos alemães, o gênero literário
histórico, assim como as decorrentes tendências historiográficas, acabam
por fornecer os quadros discursivos sobre o passado e que conformam, de
uma ou outra maneira, a própria definição do contexto histórico usado
pelo arqueólogo no estudo das sociedades históricas. Conceitos como
Arqueologia romana ou colonial assumem periodizações e definições
derivadas da tradição historiográfica e só nesse contexto adquirem senti-
do. A Arqueologia, contudo, pode transcender os quadros estritos da his-
toriografia assentada nas fontes escritas, cujo viés de classe constitui sua
própria essência e a cultura material pode tratar de temas simplesmente
ausentes ou ignorados pela documentação, como no caso das grandes
maiorias, da vida rural e do quotidiano. Os discursos verbal e artefatual
entrecruzam-se, de diferentes modos, nas sociedades históricas e o desen-
volvimento de técnicas para tratar de tais inter-relacionamentos permane-
ce uma questão fundamental no seio da disciplina.
Entre as questões contemporâneas mais recorrentes na disciplina,
devem mencionar-se os estudos sobre relações de poder, expressas na
dominação e resistência, na desigualdade, em colonizadores e coloniza-
dos, dentre outros temas abordados na última década. O estudo da cultura
material histórica permite, assim, conhecer as tensões sociais e a varieda-
de de situações sociais vivenciadas. De forma crescente, contata-se uma
insatisfação com os modelos normativos de cultura, cujos pressupostos de
homogeneidade social não parecem encontrar respaldo nem nos estudos
da cultura material, nem na teoria social contemporânea. Neste contexto,
o capitalismo mesmo não consegue uniformizar a cultura material e as
mentes e conceitos derivados da noção de “aculturação” têm sido postos
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em dúvida, pela homogeneidade que está a implicar. A europeização,
primeiro, e a americanização, depois, do mundo, foram também chama-
das de globalização, um conceito normativo e homogeneizador, e, por
isso, passaram a ser vistas como apenas um lado da medalha, pois a di-
versidade social não se conforma a seus ditames. A fortiori passam a ser
questionados os conceitos modernos, derivados do imperialismo, aplicado
a sociedades do passado assimiladas discursivamente ao Ocidente, como
no caso da “romanização” ou da “helenização”.
De forma cada vez mais acentuada, portanto, tem-se estudado o
próprio campo discursivo da disciplina e da formação de conceitos mo-
dernos que moldam, de maneira invisível, os discursos possíveis. Multi-
plicam-se os estudos sobre a invenção de quadros interpretativos, com
ênfase na História das Arqueologias, como procedimento heurístico in-
dispensável para a crítica das práticas discursivas, no interior da discipli-
na. Um exemplo merece ser citado, por paradigmático: a Arqueologia da
Mesopotâmia, também conhecida como Assiriologia. O Oriente, surgido
como invenção contraposta ao Ocidente, fundou uma Arqueologia em
busca da “civilização”, passada como uma tocha para gregos, romanos e,
ao final, para os modernos imperialistas. O caráter imperialista, militar
mesmo, dessa Arqueologia imprimiu feições à disciplina que, para serem
descontruídos, exigem uma exegese da própria ciência. Da mesma forma
e pelos mesmos motivos, todas as Arqueologias Históricas só adquirem
pleno sentido a partir desse olhar histórico disciplinar.
No início deste artigo, ressaltei que se tratava de colocar a Ar-
queologia Histórica em um contexto mundial e este é o último, essencial,
aspecto a discutir. Por muito tempo, as tradições disciplinares levaram ao
isolamento das Arqueologias Históricas e esse ensimesmamento em
muito contribuiu para as dificuldades enfrentadas pelos estudiosos, em
particular de contextos periféricos como na América do Sul, mas não só
aí.
A Arqueologia Bíblica, por exemplo, um projeto tão claramente
ideológico, tão comprometido com o ideário conservador religioso, man-
teve-se como um campo científico, em grande parte, devido a seu isola-
mento do restante da Arqueologia. Nos últimos anos, contudo, os conta-
tos entre os estudiosos de diferentes países e horizontes culturais mostra-
ram a importância do diálogo com a ciência mundial, com outros pontos
de vista, com a diversidade.
Uma Arqueologia mundial significa uma variedade de interesses
e sujeitos em confronto, com a introdução de agentes sociais, como as
mulheres e os grupos étnicos e sociais, de diferentes ideologias, de uma
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heterogeneidade que está no presente e leva à busca dessa mesma diver-
sidade no passado. Em última instância, essa, talvez, a maior mensagem
das pesquisas, em termos mundiais, na Arqueologia Histórica, pois a
pluralidade e a conseqüente convivência da variedade passou a constituir
aspecto central da disciplina, em um mundo também ele caracterizado
pelas diferenças.
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