Avaliação da Estratégia Global de Controle Integrado da Malária no Brasil
108
No Maranhão, essa tendência foi observada desde 1988, quando o
número de lâminas positivas caiu de 56.627 para 20.981 no final do
período; em Rondônia a partir de 1989, quando aquele número apresentou
queda de 278.408 para 69.182 em 1997. No Mato Grosso a tendência de
queda se deu mais tardiamente, e de forma mais dramática. Em 1993
foram 198.392 as lâminas positivas e, em 1997 aproximadamente 16.000.
No mesmo intervalo, os casos detectados no Brasil caíram de 577.520
em 1989 para 405.051 em 1997.
Os coeficientes de regressão linear, obtidos através da regressão do
IPA sobre o ano do calendário, medidos nos anos de queda dos valores do
IPA foram: - 0,17 (- 0,25/- 0,08), para o Brasil; - 18,8 (- 25,0/- 12,6), para
Rondônia; - 0,71 (- 1,08/- 0,34), para o Maranhão e - 10,34 (- 13,66/- 7,01),
para o Mato Grosso. Esses coeficientes indicam ter sido Rondônia o
estado onde a incidência da malária caiu mais rapidamente e o Maranhão
onde a queda foi mais lenta. O Mato Grosso também exibiu alta taxa de
variação, para menos, no período considerado (1990-1999, nesse caso
particular).
Os valores de R2, associados a esses coeficientes, foram de 0,75
para o Brasil; 0,82, para Rondônia; 0,65 para o Maranhão; e 0,87, para o
Mato Grosso. Esses resultados indicam ter o passar dos anos
responsabilidade de 65 a 87 % na variação do IPA, para os anos de redução
dos níveis de transmissão da endemia.
Essa tendência se reverteu entretanto em alguns estados, a partir
de 1998, e o país fechou o ano de 1999 com 632.813 lâminas positivas
para malária. Esse número ascendeu à cifra de 54.798 no Maranhão, mas
se manteve estável em Rondônia, com 63.296 ocorrências no ano. A
tendência de queda se manteve no estado do Mato Grosso, cujo número
de lâminas ficou em 6.291 no final de 1999.
As tendências verificadas na ocorrência de exames positivos nos
municípios de Icatu, MA e Terra Nova do Norte, MT, seguiram, exatamente,
os padrões dos respectivos estados. Terra Nova do Norte fechou o ano de
1999 com 20 lâminas positivas, contra 27.767 detectadas em 1992 e Icatu
com 680, contra apenas duas detectadas em 1997. Os coeficientes de
regressão para Terra Nova do Norte e Icatu, no período de queda do
IPA, foram de -140,61 (-214,67/-66,55) e -0,91 (-1,36/-0,46),