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Curso Básico de
Vigilância Epidemiológica
Sílis Congênita,
Sílis em Gestantes,
Infecção pelo HIV em Gestantes e Crianças Expostas
Brasília - DF
2007
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Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Programa Nacional de DST e Aids
Curso Básico de Vigilância
Epidemiológica
Sílis Congênita,
Sílis em Gestantes,
Infecção pelo HIV em Gestantes e Crianças Expostas
Série Manuais nº 78
Brasília, DF
2007
© 2006. Ministério da Saúde
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
Tiragem: 1.000 exemplares
Produção, distribuição e informações
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Programa Nacional de DST e Aids
Av. W3 Norte, SEPN 511, Bloco C
CEP 70750-543 – Brasília, DF
Disque Saúde / Pergunte aids: 0800 61 1997
Home page: www.aids.gov.br
Série Manuais nº 74 – PN-DST/AIDS
Publicação financiada com recursos do Projeto unodc ad/bra/03/H34
a
ssessor de comunicação/Pn-dst/aids
Alexandre Magno de A. Amorim
editor
Dario Noleto
Projeto Gráfico
Alexsandro de Brito Almeida
caPa, diaGramação e arte finalização
Lúcia Helena Saldanha Gomes
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Ficha Catalográca
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Curso básico de vigilância epidemiológica em sílis congênita, sílis em gestante, infecção pelo HIV em
gestantes e crianças expostas / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério
da Saúde, 2006.
216 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
ISBN 85-334-1264-9
1. Sílis congênita. 2. HIV. 3. Gestantes. 4. Vigilância epidemiológica. I. Título. II. Série.III. Título. IV. Série.
NLM WC 161
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação –
Editora MS – OS 2006/1109
Apresentação ......................................................................................... 9
Metodologia ......................................................................................... 11
Cronograma de Atividades..................................................................... 17
Unidade Didática A ............................................................................... 33
Modulo 1 - Infecção pelo Treponema pallidum: Aspectos Gerais ................ 35
Módulo 2 - Vigilância Epidemiológica da Sílis na Gestação e da
Sílis Congênita ........................................................................ 63
Unidade Didática B ............................................................................... 93
Módulo 3 – Vigilância Epidemiológica da Infecção pelo HIV em
Gestantes e Crianças Expostas....................................................93
Considerações Finais............................................................................ 119
Anexos ................................................................................................ 121
Anexo I – Ficha de noticação/investigação da sílis congênita
e dicionário de dados ............................................................. 123
Anexo II – Ficha de noticação/investigação da sílis em gestante ............ 147
Anexo III – Ficha de noticação e investigação da gestante
infectada pelo HIV, crianças expostas, instruções
para o preenchimento da cha e dicionário de dados ........... 149
Anexo IV – Sistema de Noticação e uxo da informação .......................... 171
Anexo V – Tabela de Sílis congênita do boletim epidemiogico
de DST/Aids ..................................................................................... 175
Sumário
Anexo VI – Portaria nº 766, de 21 de dezembro de 2004 ........................... 181
Anexo VII – Portaria nº 5, de 21 de fevereiro de 2006 ................................. 183
Anexo VIII – Portaria nº 156 de 19 de janeiro de 2006 ................................. 189
Anexo IX – Portaria nº 34 de 28 de julho de 2005 ..................................... 195
Avaliação nal do curso ...................................................................... 199
Glossário ............................................................................................. 201
Referências Bibliográcas ................................................................... 207
Agradecimentos .................................................................................. 211
Equipe de elaboração da 1ª edição ..................................................... 213
Organizadores da edição de 2006 ...................................................... 214
Revisores Pedagógicos/2006 ............................................................... 214
Relação de Siglas ................................................................................ 215
MÓDULO
1
Apresentação
O Programa Nacional de DST e Aids, considerando que a
prevenção e o controle da transmissão vertical da sílis e
do HIV é uma prioridade de governo, elaborou o Curso
Básico de Vigilância Epidemiológica da Sílis em Gestan-
tes, Sílis Congênita & Infecção pelo HIV em Gestantes e
Crianças Expostas, em parceria com pesquisadores e es-
tudiosos da área. Esse documento tem como objetivo ca-
pacitar prossionais que atuam na área de saúde para a
vigilância epidemiológica desses agravos.
O documento está organizado em duas unidades didáti-
cas. A primeira com dois módulos que reúnem informa-
ções sobre a história natural, modalidades de transmissão,
prevenção e tratamento da infecção pelo Treponema palli-
dum, objetivos da vigilância epidemiológica (VE) da sí-
lis na gestação e da sílis congênita, assim como a noti-
cação, a investigação, o uxo de informações e o Sistema
de informação de Agravos de Noticação (SINAN).
A segunda unidade com um módulo que apresenta os
mecanismos de prevenção e controle da transmissão ver-
tical do HIV, princípios básicos do diagnóstico sorológi-
co e laboratorial da infecção pelo HIV em gestantes e re-
cém-nascidos, objetivos e signicados da VE de gestante
HIV+ e da criança exposta, noticação, investigação e
uxo de informação do sistema de vigilância epidemio-
lógica, além da consolidação e análise dos dados da VE da
transmissão vertical do HIV.
Esperamos que esse material possa propiciar a melhoria
da vigilância epidemiológica de modo a reduzir a inci-
dência desses agravos no país.
Mariângela Simão
Diretora do Programa Nacional DST e Aids
MÓDULO
1
Para o facilitador/instrutor
Procuramos reunir nesse caderno algumas sugestões pa-
ra apoiar você na condução do Curso Básico de Vigilância
Epidemiológica (CBVE) da sílis em gestantes, sílis con-
gênita, infecção pelo HIV em gestantes e crianças expostas.
Consulte-o com espírito crítico, busque outras alternativas
para dinamizar essa proposta de capacitação, complemen-
te com suas observações, socialize com os colegas e conos-
co. Faça bom uso dele.
O material instrucional está organizado em duas unidades
didáticas. A primeira unidade didática, contém a seqüên-
cia de atividades e dois módulos que reúnem informa-
ções sobre a história natural, modalidades de transmis-
são, prevenção e tratamento da infecção pelo Treponema
pallidum, objetivos da vigilância epidemiológica (VE) da
sílis na gestação e da sílis congênita, assim como a no-
ticação, investigação, uxo de informações e o Sistema
de Informação de Agravos de Noticação (SINAN).
A segunda unidade didática, contém a seqüência de ativida-
des e um módulo sobre os mecanismos de preveão e con-
trole da transmissão vertical do HIV, princípios sicos do
diagnóstico sorológico e laboratorial da infeão pelo HIV
em gestantes e rem-nascidos, objetivos e signicados da
VE de gestante HIV
+
e da criança exposta, noticação, in-
vestigação e uxo de informação do sistema de vigilância
epidemiogica, além da consolidação e análise dos dados
da VE da transmiso vertical do HIV.
A principal nalidade desse CBVE é auxiliar o prossio-
nal que atua na Vigilância Epidemiológica (VE) da trans-
missão vertical da sílis e do HIV a repensar o seu traba-
lho e oferecer instrumentos para a sua atuação.
11
Metodologia
A opção pelo trabalho por meio do ensino por competência, que tem como princí-
pio a relação educação e trabalho, foi considerada adequada, pois essa metodologia
leva o indivíduo a mobilizar, de forma articulada, conhecimentos, habilidades e
atitudes para a resolução de problemas do cotidiano prossional, indo além da sua
experiência acumulada, ou seja, criando e transformando a sua própria realidade.
Essa ação transformadora é meta deste trabalho, que vai além da realização destes
treinamentos, devendo reetir na execução das propostas de ação de cada grupo,
fortalecidos por uma rede de prossionais da área de VE da sílis, infecção pelo
HIV e da aids, instrumentalizados para a melhoria da qualidade da coleta, consoli-
dação e análise dos dados.
Nesse contexto, a denição de competência está relacionada com a capacidade para
aplicar adequadamente conhecimentos e habilidades para alcançar um determina-
do resultado.
Uma pessoa competente é aquela que julga, avalia e pondera; é aquela que tem
capacidade de transformar sua realidade de trabalho resultante de conhecimentos
adquiridos.
Para se pensar numa proposta pedagógica nesse manual, e sua respectiva capacita-
ção, também é necessário saber e reetir sobre as bases do ensino por competência:
A contextualização do conteúdo a ser aprendido: signica dar sentido ao que se
aprende, inserindo o conhecimento no contexto do participante. O importante
é trabalhar a informação de forma diferente, dando-lhe signicado para a sua
vida;
Para ser cidadão é necessário aprender a analisar, a decidir, a planejar, a expor
idéias e a saber ouvir a idéia dos outros;
O participante é um agente ativo da sua própria aprendizagem.
Disto resulta a necessidade de trabalhar o conceito de situação-problema, que en-
foca o assunto como um dos elementos a ser levado em conta na abordagem do
conteúdo. Enfrentar desaos é um estímulo, principalmente se reete a própria
realidade do participante.
12
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Como é o trabalho do facilitador/instrutor neste processo?
Tem a função de facilitar a construção do conhecimento, fomentar a observação, a
indagação e a reexão sistemática dos saberes.
O que signica o participante construir o próprio conhecimento?
Construir o conhecimento signica que diante de um problema a pessoa possa
explicá-lo valendo-se das informações que ele possui. Nesse momento, com as
novas informações irá atribuir signicado a elas, articulando-as ao conhecido e
as transformando.
É necessário que se conheça o público alvo, para que os problemas apresentados du-
rante o curso, possam ser resolvidos por meio de seus conhecimentos anteriores.
Portanto, nosso ponto de partida é identicar no nosso público-alvo, quais conhe-
cimentos, experiências, emoções e sentimentos, para que possamos interagir com
ele, sobre o tema que iremos abordar.
A capacitação
Essa capacitação está estruturada para ser executada em 32 horas incluindo as ativida-
des em grupo e as plenárias. Os participantes devem ser organizados em grupos de 12
a 15 integrantes no máximo. Existe a necessidade de sua adaptação a cada realidade,
mas devendo sempre levar em consideração os objetivos propostos. Portanto, conhe-
cer a realidade local organização dos serviços, a população alvo a ser treinada e suas
necessidades é uma premissa básica para a adaptação deste curso em nível local.
Por que dois facilitadores/instrutores para cada grupo?
A possibilidade da atuação de dois facilitadores/instrutores por grupo é ideal, por-
que as unidades didáticas abrangem conteúdos complexos das diversas áreas do
conhecimento sobre a infecção pela sílis e pelo HIV, reforçando a multidiscipli-
naridade e complementaridade das questões abordadas. A participação pontual de
outros prossionais nessa capacitação poderá ser rica, desde que esses compreen-
dam a metodologia adotada e o papel do facilitador/instrutor aqui proposto.
Os trabalhos em grupo
Na composição do grupo de trabalho deve ser priorizada a heterogeneidade em
relação às categorias prossionais, à experiência prossional, aos locais de trabalho,
dentre outros, pois a diversidade favorece o conhecimento de diferentes realidades
sócio-culturais, de seus problemas e soluções, desencadeia a pesquisa intragrupo e
enriquece a discussão e a reexão da problemática que envolve o processo de viver
e adoecer e o papel do prossional de saúde nestes contextos.
O facilitador/instrutor deve ser um agente motivador dessa pesquisa, bem como,
deve considerar e respeitar as diferentes dinâmicas pessoais, contribuindo para que
o pensamento, a reexão e as discussões se organizem no transcorrer do trabalho e,
13
ao nal, sejam capitalizadas como produto e resultado do esforço coletivo.
Em sendo o processo de ensino-aprendizagem necessariamente um ato intencional
que envolve na sua realização práticas e cnicas pedagógicas e comunicacionais, su-
gere-se que as cnicas apresentadas pela equipe de elaborão sejam vivenciadas pelo
facilitador/instrutor antes de propô-las aos participantes. A intenção é que os deos,
os jogos e as dimicas favoram a reeo, a tomada de posão diante de questões
pomicas, o questionamento do pensar correto, das práticas de todo dia e daquilo que
se considera saber, mas também e fundamentalmente impulsionem a ação criativa.
Enquanto parte de um processo pedagógico problematizador as cnicas são ope-
radores na compreensão de conceitos e práticas. Podem e devem ser trabalhadas de
acordo com o aonde se quer chegar e adaptado a diferentes situões, blicos e ne-
cessidades. Podem ser uma riqueza quando bem utilizadas ou podem comprometer o
processo pedagógico quando aplicadas indevidamente. A preparação pvia pelo faci-
litador/instrutor das técnicas pedagicas que pretende adotar, principalmente daque-
las que se utilizam vincias pessoais e grupais dimicas, sem dúvida irá contribuir
para a sua potencialização e valorização, bem como para a sua seguraa na direção do
grupo, condição importante para a análise, reexão e sistematização nal.
Avaliação
A avaliação desse treinamento deve ser entendida como parte integrante do pro-
cesso de aprendizagem, estando presente em todos os momentos do processo de
ensino, e não apenas restrita aos seus resultados nais.
A avaliação está dirigida a um processo comum, visando subsidiar a tomada de
decisões, no sentido de superar diculdades operacionais da capacitação, em suas
diversas etapas: no início, diariamente ao longo da capacitação, ao seu nal e após
um período suciente para que o participante possa perceber alguma mudança na
sua prática de serviço.
Com suas devidas adaptações à realidade de cada capacitação, os modelos apresen-
tados poderão auxiliar no desenvolvimento de mecanismos de acompanhamento
do processo de capacitação e do seu impacto na realidade, permitindo a continui-
dade ou alteração no rumo adotado, de forma dinâmica e constante.
Uma avaliação contínua da capacitação implica relacionamento da equipe de fa-
cilitadores/instrutores levando-os a uma troca de informações que se faz necessá-
ria para dar uma continuidade dos temas abordados potencializando uma possível
mudança de rumo das atividades.
Avaliação do dia é um instrumento que pode avaliar os grupos, as diculdades
do dia, dando-nos a possibilidade de fazer alterações durante o processo da ca-
pacitação. Pode ser desde uma simples pergunta (o que estou levando deste dia
de trabalho e o que estou deixando) até algumas perguntas que avaliem o conte-
údo, técnicas, linguagem, tempo, dentre outros aspectos.
Como atividade de avaliação ao longo da capacitação, o facilitador/instrutor deverá
criar situações em que possa reconhecer as potencialidades de cada participante.
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Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Desta forma, o participante poderá ser considerado:
1) apto a atuar como facilitador/instrutor em outras capacitações;
2) necessitando de mais habilidades para ser um facilitador/instrutor;
3) necessitando de outro tipo de capacitação para se habilitar à metodologia.
Avaliação da capacitação é um instrumento para observar se o objetivo propos-
to foi atingido ou se é necessário fazer modicações para realização dos próxi-
mos cursos.
Objetivo geral
Ao nal da capacitação os prossionais de nível superior de diferentes áreas do
conhecimento estarão aptos a realizar a noticação e investigação de sílis na ges-
tação, sílis congênita, gestante HIV+ e crianças expostas.
Objetivos especícos da unidade didática A
Ao nal dos módulos 1 e 2 os participantes deverão estar habilitados a produzir
conhecimento articulado de saberes e práticas biológicas, imunológicas, clínicas
e laboratoriais, para subsidiar as ações de vigilância epidemiológica, de preven-
ção e de controle da sílis na gestação e sílis congênita;
Compreender a importância da Vigilância Epidemiológica (VE);
Compreender a importância da denição de caso para a VE;
Identicar as diferentes fontes de dados para noticação de casos;
Exercitar as atividades relacionadas ao processo de noticação;
Avaliar a qualidade de dados obtidos a partir do sistema de informação utilizado;
Realizar a consolidação, análise e retroalimentação dos dados;
Conteúdos do módulo 1
História natural da infecção pelo T. pallidum - aspectos gerais e laboratoriais;
Modalidades de transmissão e prevenção do
T. pallidum;
Tratamento da infecção pelo
T. pallidum - princípios básicos;
Conteúdos do módulo 2
Objetivos e signicados da VE da sílis na gestação e da sílis congênita;
Fonte de dados denição de caso de sílis na gestação e caso de lis connita;
Noticação, investigação e uxo de informação;
Sistema de informação de Agravos de Noticação – SINAN;
Consolidação e análise dos dados tabelas/grácos análise nacional e local;
Retroalimentação (informes e boletins epidemiológicos, internet);
15
Objetivos especícos da unidade didática B
Ao nal do módulo 3 os participantes deverão estar habilitados a produzir co-
nhecimento articulado de saberes e práticas biológicas, imunológicas, clínicas e
laboratoriais, para subsidiar as ações de vigilância epidemiológica, de prevenção
e controle da transmissão vertical do HIV;
Compreender a importância da Vigilância Epidemiológica (VE);
Compreender a importância da denição de caso para a VE;
Identicar as diferentes fontes de dados para noticação de casos;
Exercitar as atividades relacionadas ao processo de noticação;
Avaliar a qualidade de dados obtidos a partir do sistema de informação utilizado;
Realizar a consolidação, análise e retroalimentação dos dados;
Conteúdos módulo 3
Mecanismos de transmissão vertical do HIV;
Ações de prevenção e controle da transmissão vertical do HIV;
Princípios básicos do diagnostico sorológico e laboratorial da infecção pelo HIV
em gestantes e recém-nascidos;
Objetivos e signicados da VE de gestante HIV+ e da criança exposta;
Denição de caso de gestante HIV+ e de criança exposta;
Noticação, investigação e uxo de informação;
Sistema de informação de Agravos de Noticação – SINAN;
Consolidação e análise dos dados tabelas/grácos análise nacional e local;
Retroalimentação (informes e boletins epidemiológicos, internet);
Cronograma de Atividades
19
Cronograma de Atividades
1º DIA – MANHÃ
Abertura do CBVE e Unidade Didática início do Módulo 1 – Sílis em gestante e
Sílis congênita
Tempo Atividades do participante Atividade do facilitador/instrutor
10’
1 - Recebimento do material 1 - Entrega do material
25’
2 - Abertura ocial objetivos da capaci-
tação
2 - É importante que este momento seja com
todo o grupo. Recomenda-se convidar o coor-
denador estadual ou municipal de DST/Aids e o
interlocutor do SINAN.
30’
3 - Participe da dinâmica e apresentação do
grupo. Este é o momento adequado para
esclarecer os objetivos, as atividades que
serão desenvolvidas ao longo do curso. É a
oportunidade de levantar as expectativas e
tirar as dúvidas sobre as responsabilidades
de executar atividades.
Leia com o grupo os objetivos da capaci-
tação como forma de diminuir as expec-
tativas.
3 - Realize uma dinâmica que auxilie o grupo a
se localizar no tempo e no conteúdo.
Sugestão de dinâmica para apresentação do
grupo:
Cada participante receberá 2 cartões: no primei-
ro cartão registra seu nome (ou como gosta
de ser chamado), este será axado no mapa do
Brasil, indicando sua cidade/estado ou unida-
de de saúde. Durante a apresentação, cada um
dará um adjetivo para si mesmo, que tenha a
inicial do seu nome. No outro cartão registrará
qual a sua formação prossional. O cartão da
formação será axado numa parede e deverá
permanecer durante todo o curso.
15’
4 - Elabore com o grupo um cartaz listan-
do as regras mínimas para o bom convívio
ao longo dos trabalhos quanto ao horário,
freqüência, respeito à opinião dos outros,
cigarro, sigilo por parte dos integrantes
nos casos que serão relatados ou compar-
tilhados ao longo do capacitação, conver-
sas paralelas e celulares “educados”.
Pactue com o grupo regras mínimas para um
acordo de convívio durante o curso.
O cartaz deverá permanecer à vista dos parti-
cipantes, como um quadro de referência cons-
tante da capacitação, estabelecido por eles
mesmos.
10’
Intervalo
20’
5 - Leia o item Metodologia do material
instrucional, que se refere à proposta de
aprendizagem nesta capacitação.
5- Oriente a atividade, esclarecendo dúvidas.
Ao longo da capacitação, os facilitadores/ins-
trutores deverão estar sempre atentos aos mo-
mentos que propiciem reforçar a metodologia
10’
6 - Participe de uma dinâmica que favoreça
a organização dos participantes em grupos
de trabalho de 12 a 15 participantes.
6 - Realize uma dinâmica que organize os par-
ticipantes em grupos de trabalho.
20
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
1h:30’
7 - Nos grupos, continuidade à leitura
do estudo dirigido, analise, discuta as per-
guntas dadas pelo instrutor sobre o módu-
lo 1 - Infecção pelo T. pallidum: aspectos
gerais do material instrucional e elabore
resposta para apresentação e discussão.
7 - Oriente atividade distribuindo as perguntas
com os grupos estimulando os participantes,
contextualizando as discussões sobre a sílis
como problema de saúde pública.
8 - Iniciar o estudo dirigido com a leitura
do texto: Transmissão vertical da sílis
8 – Oriente o debate do texto enfocando:
-A meta de eliminação da sílis congênita,
-A importância desse agravo enquanto indica-
dor de qualidade da assistência pré-natal,
-A triagem laboratorial para lis durante a ges-
tação e na admissão para o parto ou após cure-
tagem,
-A incluo das maternidades privadas e a imple-
mentação da vigincia epidemiológica por meio
do Sistema de Informação de Agravos de Noti-
cão SINAN.
Destacar as formas de transmissão da sílis e
as taxas de transmissão vertical da mesma.
9 - Dar continuidade ao estudo dirigido 9 Faça a leitura do texto e suas respectivas pau-
sas para discuses e respostas das perguntas
sugeridas.
10 - Questões 1 e 2. 10 – Discuta com o grupo as questões
11 – Questão 3. 11 - Discutir a história natural da sílis adqui-
rida e “risco” ou “chance” de transmissão ver-
tical.
12 - Solicitar a um componente do grupo
que descreva a Figura 1 do módulo I Sí-
lis em gestante e sílis congênita.
12 - Segue a descrição da Figura 1 para a com-
plementação da discussão em grupo: A sílis
primária manifesta-se após um período de in-
cubação variável de 10 a 90 dias, com uma mé-
dia de 21 dias após o contato. Até este período
inicial o indivíduo permanece assintomático,
quando aparece o chamado “cancro duro”.
O cancro é uma pequena ferida ou ulceração
rme e dura que ocorre no ponto exposto ini-
cialmente ao treponema, geralmente o pênis,
a vagina, o reto ou a boca. O diagnóstico no
homem é muito mais fácil, pois a lesão no pê-
nis chama a atenção, enquanto que a lesão na
vagina pode ser interna e somente vista atra-
vés de exame com um especulo ginecológico.
Pode ocorrer linfonodomegalia satélite não
dolorosa. Esta lesão permanece por 4 a 6 se-
manas, desaparecendo espontaneamente. A
sílis primária pode durar de 6 semanas a 6
meses. A chance transmissão vertical varia de
70 a 100% nessa fase.
21
A sílis secundária é caracterizada por uma erup-
ção cutânea que aparece de 1 a 6 meses (geral-
mente 6 a 8 semanas) após a leo priria ter
desaparecido. Esta erupção é vermelha rocea e
aparece simetricamente no tronco e membros, e
ao contrário de outras doenças que cursam com
erupções, como o sarampo, a rubéola e a cata-
pora, as lesões atingem também as palmas das
os e as solas dos s. O risco de transmiso
verticalca em torno dos 90%.
A sílis latente é a fase da doença sem de-
monstrações clínicas, se divide em precoce e
tardia e, portanto, tem o seu diagnóstico feito
por meio de testes sorológicos. Sua duração é
variável, e seu curso poderá ser interrompido
com sinais e sintomas da forma secundária ou
terciária
A sílis terciária pode levar de 2 a 40 anos para se
manifestar e foram informados casos onde esta
fase aconteceu cinenta anos depois da infeão
inicial.
Esta fase é caracterizada por formação de go-
mas silíticas, tumorações amolecidas vistas na
pele e nas membranas mucosas, mas que po-
dem acontecer em quase qualquer parte do cor-
po, inclusive no esqueleto ósseo. Outras carac-
terísticas da sílis não tratada incluem as juntas
de Charcot (deformidade articular), e as juntas
de Clutton (efusões bilaterais do joelho). As ma-
nifestações mais graves incluem neurossílis e
a sílis cardiovascular. A chance de transmissão
vertical é estimada em 30% na fase latente da
doença assim como na sílis terciária.
13 - Questão 04.
13 Destacar o alto percentual de crianças in-
fectadas assintomáticas ao nascimento.
Para apoiar a compreensão da sintomatologia
da sílis congênita estimule a consulta do glos-
sário.
14 - Questão 05 e 06. 14 - Enfatizar a diferença entre testes não tre-
ponêmicos e testes treponêmicos e a interpre-
tação dos resultados.
Destacar a importância dos três testes de tria-
gem para a sílis durante a gestação e na ad-
missão para o parto e curetagem pós-aborto.
Ressaltar que o sangue do cordão umbilical
não deve ser utilizado para ns de diagnóstico
sorológico devido à presença de sangue mater-
no e ocorrência de atividade hemolítica, o que
pode determinar resultados falsos.
15 - Questão 07.
15 - Destacar o manejo adequado do recém nas-
cido estimulando a consulta da publicação “Dire-
trizes para o controle da sílis connita”.
22
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
1º DIA - TARDE
Continuação do Módulo 1 – Sílis em gestante e sílis congênita.
Atividades do Participante Atividade do Facilitador/Instrutor
15’ 16- Com o grupo todo reunido (na plená-
ria), realize uma atividade que dê continui-
dade ao trabalho anterior.
Sugere-se realizar uma dinâmica para a in-
tegração do grupo e/ou incentivo para o
conteúdo que está sendo trabalhado.
Ao término da dinâmica, os participantes
deverão dar continuidade ao trabalho nos
grupos menores.
16 - Sugestão de dinâmica para dar continui-
dade ao trabalho:
Dinâmica: “Feitiço contra o feiticeiro”
Objetivos:
Descontração/entrosamento do grupo;
Avaliar a percepção do grupo diante do
inesperado
Desenvolvimento:
O facilitador/instrutor solicita que todos pe-
guem um pedaço de papel em branco;
Em seguida escrevam um “castigo” para o
seu colega da direita executar.
Observação:
O Facilitador/instrutor deve observar se não
tem nenhum castigo que possa causar cons-
trangimento aos participantes.
– Quando todos terminarem de escrever, solici-
tar para dobrarem.
Quando o grupo não conhece a brincadeira:
O feitiço vira contra o feiticeiro, ou seja, quem
escrever é quem vai executar o castigo. Pode
ser em seqüência ou alternados.
Se o Facilitador/instrutor perceber que algumas
pessoas conhecem a brincadeira:
Depois que todos escreverem e dobrarem,
solicitar que coloquem em uma caixa ou sa-
co ou envelope;
Em seguida distribuir os papéis aleatoria
-
mente;
À medida que os participantes vão cumprin
-
do os seus “CASTIGOS”, o feitiço virou con-
tra os feiticeiros.
Comentários:
Verique como o grupo se sentiu durante o
jogo.
Solicite comentários sobre a postura dos
participantes quando tiveram que executar
o “castigo” que escolheram para o outro.
Pergunte ao grupo: Por que temos receio do
Participantes divididos em grupos:
23
1h:45’ 17 - Questão 08 e 09. 17 - Discutir o tratamento da sílis em gestan-
tes e em crianças com sílis congênita.
Complementar a discussão estimulando a con-
sulta da publicação “Diretrizes para o controle
da sílis congênita” página 29, 30 e 31.
18 - Questão 10. 18 - Administração da penicilina nas Uni-
dades Básicas de Saúde. (Portaria 156, de
19/01/2006)
Ressaltar que o medicamento recomendado
para o tratamento da sílis é a penicilina, sen-
do a única droga capaz de atravessar a barreira
placentária e conseqüentemente beneciar o
feto protegendo da sílis congênita.
15’ Intervalo
1h:30’ 19 - Questão 11. 19 - Discutir o uxo dos resultados dos exames
para o diagnóstico da sílis na gestação.
Estimule um dos participantes do grupo a des-
crever como esse uxo acontece no seu local
de trabalho e/ou município. Ressaltar a impor-
tância de priorizar a realização dos exames e
agilidade na entrega dos resultados dos testes
das gestantes.
20 - Questão 12 e 13. 20 - Organização da rede e elaboração do pla-
no de ação para o controle da sílis congênita.
Utilizando a adaptação do Diagrama de Piot,
estimule uma reexão sobre o controle da
transmissão da sílis durante a gestação, com-
parando com a prática cotidiana dos partici-
pantes. Auxilie o grupo na identicação dos
fatores determinantes em cada uma das eta-
pas do diagrama. Discuta de que forma os par-
ticipantes podem alterar a realidade a partir
desse diagnóstico situacional. Nesse momento
o facilitador/instrutor poderá sugerir aos par-
ticipantes do curso a reverem seus processos
de trabalho e em que momento a organização
do serviço pode inuenciar no controle dessa
doença no seu município e/ou Estado.
A partir das falas dos participantes o facilita-
dor/instrutor destaca a importância do envol-
vimento da equipe multidisciplinar na quali-
dade da assistência pré-natal. Após a leitura
dos meios de nanciamento para fomentar as
ações da atenção pré-natal, o facilitador/ins-
trutor aponta formas de organização da rede
de serviços seguindo as diretrizes do SUS, em
que a qualidade dessa assistência está apoia-
da. Destacar que o desenvolvimento de ações
integrais tem um papel chave para o controle
da sílis congênita.
24
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
15’ 21 - Atividade de avaliação do dia.
Noite: optativo – apresentação do lme Co-
baias (Miss Ever’s Boys, 97, Joseph Sargent)
um lme que discute o sistema de pesqui-
sas médicas com pacientes negros no início
do século passado nos Estados Unidos e
aborda o estudo da história natural da lis
nessa população.
21 - Prepare uma dinâmica para avaliação
usando “Que bom”; “Que pena”; “Que tal”. É
importante que o facilitador/instrutor faça um
resumo das avaliações para apresentação na
plenária do dia seguinte.
2º DIA - MANHÃ
Módulo 2 – Vigilância Epidemiológica da sílis na gestação e sílis congênita
Atividades do Participante Atividade do Facilitador/Instrutor
15’
22 – Em plenária, com o grupo todo reuni-
do, realize uma atividade de reexão.
Esta atividade tem como objetivo realizar
um aquecimento especíco que possibilite
o resgate de “coisas” impactantes do dia
anterior.
22 - Sugestão para atividade de reexão:
“Reetindo com um texto”
“A visão do futuro, o jovem e a estrela do
mar”
(Aikidô das Sabedorias)
“Era uma vez um escritor que morava numa
praia tranqüila, junto a uma colônia de pesca-
dores. Todas as manhãs ele passeava à beira-
mar, para se inspirar, e de tarde cava em casa
escrevendo.
Um dia, caminhando pela praia, ele viu um vul-
to que parecia dançar. Quando chegou perto,
era um jovem pegando na areia as estrelas do
mar, uma a uma, e jogando novamente de vol-
ta ao oceano.
- Por que você está fazendo isto? perguntou
o escritor.
- Você não vê? – disse o jovem.
- A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas
vão secar e morrer, se carem aqui na areia.
- Meu jovem, existem milhares de estrelas do
mar, espalhadas pelas praias. Que diferença
faz? Você joga umas poucas de volta ao ocea-
no. A maioria vai perecer de qualquer forma.
O jovem pegou mais uma estrela na areia, jo-
gou de volta ao oceano, olhou para o escritor
e disse:
- Pra essa, eu z a diferença.
Naquela noite o escritor não conseguiu dormir
nem sequer conseguiu escrever. De manhãzi-
nha foi para a praia, reuniu-se ao jovem e jun-
tos começaram a jogar as estrelas do mar ao
oceano.
Esperamos que você seja um dos que querem
fazer deste universo um lugar melhor devido
à sua presença. Assim sendo, aguardo a sua
chegada para juntos podermos jogar estrelas-
do-mar de volta ao oceano”.
25
Comentários:
- Peça ao grupo que comente sobre a leitura.
- Peça para fazerem relação com a realidade e
com o compromisso de trabalho esperado de
cada um.
- Ajude o grupo a fazer relação com a realida-
de, com o cotidiano.
- Comente sobre o que signicaria para o tra-
balho de vigilância se cada um zesse a sua
parte e essa parte vai “fazer a diferença“.
- O que fazer para evitar a postura: “se nin-
guém faz porque eu vou fazer?”
15’
23 - Nesse momento participar da ativida-
de “onde estamos”.
23- Onde estamos: Esta atividade tem como
objetivo realizar um aquecimento especíco que
possibilite o resgate de “coisas impactantes do
dia anterior, preparando para as atividades do
dia e informar possíveis ajustes que possam ter
sido sugeridos na avalião do dia anterior.
24 – Questões 1 e 2. 24 - Destacar que ao estabelecer um sistema
de vigilância epidemiológica, o primeiro passo
é determinar claramente os objetivos do siste-
ma. Segundo, é necessário que se especique
claramente a denição de caso da doença ou
condição que será monitorada (lembrar que
a denição do caso depende do objetivo es-
tabelecido, podendo a mesma ser mais ampla
erradicação ou mais restrita monitorar
tendências). Terceiro, deve-se estabelecer os
procedimentos de coleta de dados, análise e
interpretação e, mais importante a divulgação
da informação.
25 – Questão 3. 25 - Solicitar aos participantes do grupo a de-
nição do caso de sílis congênita, em seguida,
solicite a um deles a apresentação do mesmo.
15’ Intervalo
2h:15’
26 - Questão 04. 26 - Destacar a importância da investigação
epidemiológica como um método de trabalho
que consiste em um estudo a partir de casos,
clinicamente declarados ou suspeitos, e de
portadores. Tem por objetivo avaliar o even-
to do ponto de vista de suas implicações pa-
ra a saúde pública. Sempre que possível deve
conduzir a uma conrmação do diagnóstico, à
determinação das características epidemioló-
gicas da doença, à identicação das causa do
fenômeno e à orientação quanto às medidas
de controle.
26
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
2º DIA - TARDE
Continuação do módulo2 – Vigilância Epidemiológica da sílis na gestação e sílis congênita
15”
27 Com o grupo todo reunido realize
uma atividade de Integração.
27 - Sugestão para atividade de integração:
“O reverso da roda”
Objetivos:
- Facilitar a aproximação e integração dos par-
ticipantes de um grupo.
- Avaliar tensões e ajudar a descontrair.
- Preparar o grupo para a discussão de temas
que exigem a procura de soluções.
Desenvolvimento:
1 O facilitador/instrutor solicita que os parti-
cipantes quem de e formem um roda
fechada.
2 O grupo deve encontrar uma forma de “virar
a roda” sem que ninguém solte as mãos, ou
seja , todos têm que car olhando para fora
e de mãos dadas;
3 O facilitador/instrutor estimula para que to-
dos apresentem uma solução;
4 Quanto mais o grupo tentar melhor. Todas
as posições devem ser experimentadas, mes-
mo que pareçam absurdas;
5 Caso o grupo, após cinco minutos, não en-
contre a solução “todos olhando para fora
de mãos dadas e sem cruzar os braços” o
Facilitador/instrutor pode sugerir a solução.
Obs:
Somente em último caso é que o Facilitador/
instrutor deve revelar a forma de resolver o pro-
blema.
Comentários:
- Peça ao grupo que comente sobre como se
sentiram durante o jogo.
- Diculdades e facilidades para “achar a so-
lução”.
- Comente sobre as estratégias adotadas para
encontrar a solução.
- Ajude o grupo a fazer relação entre o que
aconteceu e a realidade, e o cotidiano.
- Relacione com o momento da decisão sobre
o que fazer diante da noticação de um ca-
so de doença.
Participantes divididos em grupos:
27
1h45” 28 - Questão 5. 28 - Analisar anexo I:cha de noticação e in-
vestigação.
15” Intervalo
1h45” 29 - Questão 6. 29 Fazer a leitura dos casos clínicos e deta-
lhar o preenchimento da cha.
Material necessário para esse momento: 03
chas de noticação e investigação da sílis
congênita para cada participante.
15” Atividade de avaliação do dia - Representantes de grupo
Chamar um representante de cada grupo para
uma rodinha e dizer que eles estão se encon-
trando no nal de um dia e vão comentar so-
bre o curso que estão participando.
Solicitar que relatem desde o primeiro dia o
desempenho dos participantes, facilitadores/
instrutores, etc.
Os colegas que quiserem complementar os re-
latos dos representantes dos grupos devem se
posicionar atrás deles complementar ou dis-
cordar.
Após a dinâmica propor ajustes no processo
da ocina
3º DIA – MANHÃ
Continuação do módulo 2 - Vigilância Epidemiológica da sílis na gestação e sílis congênita
Atividades do Participante Atividade do Facilitador/Instrutor
15” 30 Com o grupo todo reunido realize
uma atividade de Integração.
30 - A tempestade
O facilitador/instrutor pede que os participan-
tes sentem em circulo o deixando nenhuma
cadeira vazia.
O facilitador/instrutor explica que vão fazer
uma viagem no mar:
Durante a viagem ocorre uma onda para a direi-
ta, pula-se uma cadeira para a direita – quando
ocorrer uma onda para esquerda pula-se para
a cadeira da esquerda.
Ao nal da tempestade todos trocam de lugar.
Neste momento, o facilitador/instrutor toma o
lugar de um participante. Este deverá pegar na
mão do facilitador/instrutor uma cha e falar
sobre ela.
Estas chas podem conter perguntas sobre DST
ou outras como uxo de informação, sistema
de noticação etc.
28
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
1h45” 31 – Questão 7
31 - Analisar anexo IV: Sistema de noticação e
uxo da informação.
32 - Questão 08 a 10. 32 – Informar sobre a responsabilidade da noti-
cação compulsória, seguindo a orientação geral.
Analisar anexo IV Sistema de noticação e uxo
da informação.
33 – Questões 11 e 12.
33 – Seguir a orientação geral.
Destacar a importância do conhecimento das
circunstâncias nas quais se desenvolve o pro-
cesso saúde-doença na população estudada.
34 – Questões 13 e 14. 34 Pontuar as informações importantes para
a análise dos dados e como elas podem ajudar
no planejamento das ações.
15”
Intervalo
2h”
35 – Questões 15 e 16.
35 - Ressaltar as diversas formas de organizar e
apresentar os dados, utilizando tabelas, grá-
cos, histogramas etc...
36 – Questões 17 e 18.
36 - Destacar a importância da análise e avalia-
ção dos indicadores para o gerenciamento dos
serviços de saúde.
Importante: não calcular a taxa de incidência
de sílis congênita para o ano de 2004, pois os
dados de sílis congênita disponibilizados para
esse ano foram coletados até junho de 2004.
3º DIA – TARDE
Continuação do módulo 2 – Vigilância Epidemiológica da sílis na gestação e sílis congênita
Atividades do Participante Atividade do Facilitador/Instrutor
15’ 37 Com o grupo todo reunido participe
da atividade de Integração.
37: Casados e solteiros
Solicite que todos quem em e que se divi-
dam grupos de acordo com o estado civil: ca-
sados e solteiros, tico-tico no fubá, separados
e viúvos.
Os diferentes grupos devem encontrar uma
música e uma palavra que os apresente aos ou-
tros grupos. Os grupos devem apresentar suas
músicas e sua palavra para os demais grupos.
5 minutos para que os grupos escolham as
músicas e as palavras.
Após as apresentações, inicie as atividades da
tarde.
1h45” 38 – Questões 19 e 20. 38 Analisar as informações da cha de noti-
cação e investigação, seguindo a orientação
geral.
39 – Questão 21. 39 Responder as questões de acordo com
a orientação geral, e, discutir a realidade dos
participantes em relação à implantação à vigi-
lância epidemiológica da sílis na gestação no
seu estado e/ou município.
29
15’’ Intervalo
1h45” 40 – Questão 22. 40 - Fazer a leitura dos casos clínicos e detalhar
o preenchimento da cha da sílis na gesta-
ção.
Material necessário para esse momento: 03 -
chas de noticação e investigação da sílis na
gestação para cada participante.
15’’ 41 – Avaliação do dia
Noite optativo apresentação do l-
me “Vigilância Epidemiológica e SINAN”
dirigido a todos os prossionais e estu-
dantes da área da saúde, o vídeo enfoca a
importância da noticação de casos e do
SINAN.
41 Realizar uma avaliação coletiva: um com-
ponente do grupo receberá uma folha com o
início de uma frase e passará para todos do
grupo para completarem o pensamento. Exem-
plo: O dia de hoje foi... porque...
4º DIA - MANHÃ
Unidade Didática B – Módulo 3 - Vigilância epidemiológica da infecção pelo HIV
em gestantes e crianças expostas.
Atividades do Participante Atividade do Facilitador/Instrutor
15’
42 – Com todo o grupo, participe da ativi-
dade de avaliação.
42 – Onde estamos - Realizar uma atividade de
avaliação do curso até este momento.
Atividade de avaliação do dia anterior
Objetivo: rever o que foi trabalhado até o mo-
mento da seguinte forma:
Desenvolvimento: Chamar um participante de
cada grupo na frente para expor cada unidade
e como seu grupo foi trabalhando (os outros
participantes poderão se colocar atrás do re-
presentante do seu grupo e complementar o
que foi dito).
Participantes divididos em grupos:
1h45”
43 - Módulo 3
Leitura do texto de introdução do mate-
rial instrucional: “Transmissão vertical do
HIV”
43 - Discutir o texto brevemente.
44 – Questões 1 e 2. 44 – Discutir as ações de controle da transmis-
são vertical do HIV.
As referências dos estudos que estimam a taxa
de transmissão vertical estão disponíveis na se-
guinte publicação: Brasil.Ministério da Saúde.
Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa
Nacional de DST e Aids. Recomendações para
a prolaxia da transmissão vertical do HIV e
terapia anti-retroviral em gestantes/Secretaria
de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de
DST e aids, Ministério da Saúde, 2004. É reco-
mendável que o facilitador/instrutor faça uma
leitura dessa publicação antes do curso de ca-
pacitação.
30
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
45 - Questão 3 e 4. 45 – Seguir orientação geral para o diagnóstico
sorológico do HIV.
Enfatizar que o aconselhamento e consenti-
mento são componentes fundamentais para a
realização do teste anti-HIV para todas as ges-
tantes na primeira consulta pré-natal, durante
o período gestacional ou na admissão para o
parto.
46 - Questão 5. 46 Discutir o procedimento do teste rápido
na parturiente quando admitida na maternida-
de.
15’
Intervalo
1h45”
47 Discutir a noticação da gestante HIV
+
47 - A Portaria nº 5 de 21 de fevereiro de 2006
(Anexo VII) dene a relação de doenças de no-
ticação compulsória para todo o território na-
cional e dentre elas a sílis congênita, infecção
pelo vírus da imunodeciência humana (HIV)
em gestantes e crianças exposta ao risco de
transmissão vertical e síndrome da imunode-
ciência adquirida (AIDS). Recomenda-se ter
uma cópia da portaria para consulta.
O facilitador/instrutor deve aproveitar esse mo-
mento para discutir o conceito da condencia-
lidade e sigilo das informações.
4º DIA - TARDE
Unidade Didática B – Módulo 3 - Vigilância epidemiológica da infecção pelo HIV
em gestantes e crianças expostas.
Atividades do Participante Atividade do Facilitador/Instrutor
15’
48 - Com todo o grupo, participe da ativi-
dade de integração.
48 - DINÂMICA: O HOSPITAL
A nalidade da dinâmica é descontrair o gru-
po, quebrar-gelo; movimentar-se.
- Dispor os participantes em círculos e orien-
tá-los que será lida uma pequena história.
2º - Cada um receberá uma função na história.
Um será o(a):
•Médico(a)
•Enfermeiro(a)
•Hospital
•Xarope
•Fórmula
•Injetável
31
- Os participantes devem ser orientados
também que, a cada vez que o facilitador dis-
ser: médico, enfermeiro etc durante a leitura
da história, ele deverá levantar e sentar rapi-
damente.
O Hospital - Certa noite chegou ao Hospital
uma parturiente HIV+. A enfermeira de plan-
tão imediatamente foi procurar o médico que
prontamente veio avaliar a situação da partu-
riente. Pediu então à enfermeira que providen-
ciasse AZT injetável, xarope e fórmula láctea.
A enfermeira disse ao médico “não temos in-
jetável, xarope e fórmula na farmácia do Hos-
pital. O médico espantado falou “como pode
não ter injetável, xarope e fórmula nesse Hos-
pital”. A enfermeira aturdida disse ao dico
“neste caso vamos atender a parturiente sem o
injetável, xarope e fórmula.” O médico então
respondeu à enfermeira, “de jeito nenhum,
neste Hospital fazemos prolaxia” - providen-
cie injetável, xarope e fórmula.
2h:30’
49 - Questão 6. – Preenchimento das chas
de noticação
49 Auxiliar os participantes quanto ao pre-
enchimento das chas de noticação e investi-
gação da gestante infectada pelo HIV, crianças
expostas.
Durante o preenchimento das chas de noti-
cação/investigação o facilitador/instrutor deve
estimular que os participantes leiam os instru-
cionais e consultem as publicações disponíveis
como material de apoio.
Estimular que todos os participantes preencham
as chas. É recomendável que o facilitador/ins-
trutor solicite um participante para apresentar o
caso e os demais agreguem sugestões durante
o debate. Se possível utilizar o recurso multimí-
dia e utilização de retroprojetor, sendo assim as
informações devem ser transcritas para as chas
reproduzidas em transparências.
50 – Questão 7 - Apresentação e discussão
dos critérios para encerramento de casos
da criança exposta.
50 - Discutir cada caso que está descrito no
material instrucional e responder a questão 7
enfatizando os momentos de noticação
A apresentação dos casos é um momento im-
portante para que os participantes compreen-
dam os critérios de encerramento de caso da
criança exposta.
15’
Avaliação nal escrita Entregar o questionário de avaliação.
4º DIA - TARDE (continuação)
Unidade Didática B – Módulo 3 - Vigilância epidemiológica da infecção pelo HIV em gestan-
tes e crianças expostas.
Atividades do Participante Atividade do Facilitador/Instrutor
UNIDADE
DIDÁTICA
A
Módulo 1 - Infecção pelo Trepo-
nema Pallidum: Aspectos Gerais
Módulo 2 - Vigilância Epidemio-
lógica da Sífilis na Gestação e da
Sífilis Congênita
MÓDULO
1
Infecção pelo Treponema
pallidum: Aspectos Gerais
37
Transmissão Vertical da Sílis
1
CARRARA, S. Tributo a Vênus: a luta contra a sílis no Brasil, da passagem do século aods anos 40. Rio de
Janeiro: FIOCRUZ, 1996.
2
PASSOS, M. R. L. Dessetologia, DST - 5
a
ed Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2005 1104p.; iI.
3
World Health Organization. Global prevalence and incidence of selected curable sexually transmitted diseases:
Overview and estimates. Geneva: WHO; 2001. (WHO/CDS/CSR/EDC/2001.10). Acessado em: http://www.who.
int/hiv/pub/sti/pub7/en/; Data: 16 de outubro de 2005.
A sílis é uma doença secular. Foi a partir da segunda metade do século passado
que, na maioria dos países ocidentais, a sílis e outras doenças venéreas emergiram
como problema de saúde pública de grande magnitude. O aumento dos índices
de sílis na Europa coincidiu com o descobrimento da América, por isso muitos
pensavam que essa doença era procedente do “Novo Mundo”. Mas é bem aceito
que não se tratava de uma doença nova, que existia a pelo menos quatro séculos.
Durante o século XIX, a doença praticamente renasceu, tamanha a importância
social e epidemiológica que passou a ter.
1 2
Em meados do século XVIII, Philipe Ricord diferencia a sílis da gonorréia e esta-
belece os três estágios da doença e em 1876 a sílis cardiovascular é documentada.
Em 1905, os pesquisadores alemães Fritz Richard Schaudinn e Paul Erich Homann
descreveram o Treponema pallidum como o agente causador da sílis. Erich e Hata
descobrem a primeira medicação ativa no tratamento da doença, são os derivados
arsenicais trivalentes (606 ou Salvarsan). O Salvarsan, na época, foi a droga mais im-
portante no combate à sílis. A cura foi possível com a descoberta da penicilina,
em 1928, pelo bacteriólogo britânico Alexander Fleming e em 1943 John Mahoney
demonstrou a ecácia da penicilina no tratamento da sílis.
1 , 2
Após a II Guerra Mundial, com o uso da penicilina houve um imenso declínio da
sílis no Brasil e no mundo. No entanto, a total eliminação da doença nunca foi
38
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
conseguida e a sílis continua atingindo milhões de pessoas. Segundo estimativa da
OMS, em 1999 o número de casos novos de sílis no mundo foi de 12 milhões. Na
América Latina e Caribe estimou-se um total de três milhões de casos novos, desses,
937.000 casos foram estimados para o Brasil
3
.
Em 1993, o Ministério da Saúde do Brasil propôs um Projeto de Eliminação da Sí-
lis Congênita (SC) como um problema de saúde pública, em consonância com a
proposta de controle do agravo nas Américas formulado pela Organização Mundial
e Pan-americana de Saúde, denindo o seu alcance com a meta de uma incidência
menor ou igual a 1 caso/1000 nascidos vivos.
Dentre as principais atividades desse projeto, visando o controle da sílis congênita,
destacam-se: (I) normatização de condutas, capacitação de prossionais de saúde,
produção e veiculação de campanhas de prevenção das DST, (II) implementação
de triagem sorológica para sílis nas mulheres admitidas para parto ou curetagem,
e a (III) implementação da vigilância epidemiológica da sílis congênita através do
Sistema de Informação de Agravos de Noticação - SINAN.
Em 2005, em que pese os esforços para controle desse agravo, a meta do projeto de
eliminão não foi alcançada, a sílis congênita permanece como um problema de
saúde blica no país. No estudo realizado em 2004, numa amostra representativa de
parturientes de 15 a 49 anos de idade, de todas as regiões do país, observou-se uma taxa
de prevancia de 1,6% para sílis ativa (e de 0,42% para HIV), com uma estimativa
de cerca de 50 mil parturientes com lis ativa e de 12 mil nascidos vivos com lis
congênita (considerando uma taxa de transmissão vertical de 25%). Esses dados de-
monstram ainda um insuciente controle do agravo em todo o território nacional.
Embora seja doença de noticação compulsória desde 1986, foram noticados ao
Ministério da Saúde, no período de 1998 a 2003, apenas 24.448 casos de sílis con-
gênita, demonstrando assim o grande sub-registro e subnoticação desse agravo,
com uma incidência (surgimento de novos casos) mediana de 1,3 casos por 1.000
nascidos vivos, bem abaixo do esperado. Entre os casos noticados em 2003, 15,8
% das mães não realizaram pré-natal, 33,2% não tiveram o diagnóstico de sílis
durante a gravidez e 51,4% não tiveram os seus parceiros tratados. Ainda sem con-
siderar o percentual de informações ignoradas, tais indicadores reetem a baixa
qualidade do pré-natal no país.
O coeciente de mortalidade por sílis congênita, no Brasil, em menores de 1 ano,
manteve-se estável em cerca de 4 óbitos por 100.000 menores de 1 ano, entre 1991
a 1999, quando apresentou tendência decrescente, chegando, em 2003, a 2,2 óbitos
por 100.000 menores de 1 ano. Em menores de 27 dias de vida ocorreram 76% dos
óbitos, entre 1996 e 2003.
Esses indicadores apontam para um problema de grande magnitude e para a necessida-
de de implementação de ões direcionadas à eliminação da lis congênita no país.
O presente material instrucional tem como objetivo contribuir para a implementa-
ção da vigilância epidemiológica dos casos de sílis na gestação e congênita de modo
que o país possa reduzir os casos de sílis congênita como tem feito com a transmis-
são vertical do HIV.
39
Os exercícios desenvolvidos neste módulo serão realizados no Município ctício de
Lua Azul na Secretaria Municipal de Saúde, no Ambulatório Municipal, na Unida-
de Básica de Saúde e no Laboratório. Os personagens são os seguintes:
Alberto
residente de pediatria
Ana
chefe de gabinete da secretaria de saúde
Ângela residente de pediatria
Carlos
médico da equipe da saúde da família
Jorge
enfermeiro da equipe da sde da família
Josué
farmacêutico
Laura
assistente social do Departamento de Vi-
gilância Epidemiológica
Lúcia
auxiliar de enfermagem da equipe da
saúde da família
Mariana
enfermeira do núcleo de vigilância da
maternidade Clara Nunes de Lua Azul
Mario de Andrade
secretário de saúde
Pedro
agente de Saúde
Sandra
chefe do Laboratório de Bioquímica
Vânia
médica da unidade de saúde
40
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
No dia 1
o
de dezembro, uma nova campanha de prevenção da transmissão vertical
da sílis e do HIV, voltada para mulheres grávidas, prossionais de saúde e gesto-
res, foi lançada no Município de Lua Azul, seguindo uma orientação nacional. O
lançamento dessa campanha iniciou as atividades que marcam o Dia Mundial de
Luta Contra a Aids, que esse ano terá como tema “Mulheres, Meninas, Transmissão
Vertical da Sílis e do HIV”.
O objetivo é promover a melhoria da qualidade do pré-natal, incentivando pro-
ssionais de saúde a oferecerem os testes para diagnosticar e, nos casos positivos,
tratar a gestante e o parceiro, evitando a infecção do bebê.
Na unidade básica de saúde Três Marias, o médico Carlos, membro da equipe de saú-
de da família da zona urbana do município de Lua Azul, questiona, durante a reunião
de sua equipe, a recomendação da Secretaria Municipal de Saúde para desenvolver
uma campanha local.
O nosso secretáriao municipal de saúde acabou de nos encaminhar um ofício sobre a
Campanha do dia de Dezembro... Aqui diz que temos que trabalhar a transmissão
tanto de HIV quanto de sílis, de mães para crianças.Mas para que vamos fazer esse
movimento todo no município? Tudo bem para o HIV... Mas sílis congênita?!?!?! Nós
ainda temos casos em Lua Azul? Na minha experiência, temos que colocar todos os
nossos esforços para o HIV. Muitas crianças estão se infectando com o HIV a partir de
suas mães! Todo dia é uma notícia nos jornais. No treinamento que z aqui no muni-
cípio isso cou claro...
Como você poderia esclarecer essa questão para o Dr. Carlos?
Questão 1
Segundo a Organização Mundial da Saúde, estimou-se para 2003 um total de
930.000 brasileiros portadores de sílis. Estudo realizado pelo Programa Nacional
de DST/Aids do Ministério da Saúde, em 2004, em parturientes revelou uma esti-
mativa de prevalência de infecção pelo Treponema pallidum de 1,6% para o Brasil,
variando de 1,3% na região Centro-Oeste até 1,9% na região Nordeste. Nesse mes-
mo estudo, para a infecção pelo HIV essa estimativa foi de 0,43% para o Brasil.
41
A taxa de transmissão vertical (TV) do HIV no Brasil vem apresentando queda
progressiva ao longo dos anos: 12,8% no ano de 2000 e de 7,7% no ano de 2003
(SUCCI, 2004) decorrente do estabelecimento das estratégias de intervenção,
no Brasil, a partir de 1997, com base na publicação dos resultados do protocolo
PACTG 076 (1994).
Em relação à sílis congênita, constatou-se um acréscimo no número de casos no-
ticados de 2.840 em 1998, para 4.607 em 2003, isto é, um aumento de 62,2%.
Em 2003, das gestantes que tiveram bebês com sílis congênita e foram noticadas,
80,6% realizaram pré-natal. Além disso, a análise dos dados mostrou que 56,5%
das gestantes foram diagnosticadas durante o pré-natal e que 17,3% dos parceiros
foram tratados.
Tanto para a sílis quanto para o HIV, a distribuição dos casos é desigual nas regi-
ões brasileiras, reetindo níveis diferenciados de diagnóstico e de manejo das ges-
tantes, bem como de vigilância.
Sabe-se que a redução do número de casos de HIV e de sílis por transmissão verti-
cal pode ser alcançada se estes agravos forem diagnosticados e prevenidos e/ou tra-
tados durante o pré-natal. A taxa de TV do HIV pode diminuir para menos de 2%
(BRASIL, 2004). A sílis congênita é uma doença que pode ser totalmente evitada
se a mãe e o(s) seu(s) parceiro(s) forem diagnosticados e tratados adequadamente
durante o pré-natal.
Apesar das estratégias tanto para a redução da TV do HIV como para a eliminação
da sílis congênita estarem centradas na assistência pré-natal, observa-se que os
resultados esperados não são os mesmos para esses dois agravos. É necessário e ur-
gente, portanto, a idêntica priorização das ações de controle da transmissão vertical
da sílis e do HIV na gestação.
O médico Carlos comenta:
Nossa... Não imaginei que a situação estivesse desse jeito no Brasil. Como iremos tra-
balhar então? Eu tenho pouca experiência com sílis...
O enfermeiro Jorge, membro da equipe, se mostra preocupado com a questão da
sílis e complementa:
Devemos fazer uma atualização dos nossos conhecimentos de sílis em adultos e
crianças e discutir de uma forma mais simples com os agentes comunitários de saú-
de... Não vai ser fácil...
A auxiliar de enfermagem Lúcia, muito entusiasmada, sugere:
Que tal começarmos com uma dúvida que tenho: como é a transmissão da sílis?
Pelo que sei, é sexual... Existem outras formas?
42
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 3
Questão 2
Como responder essa questão? Contribua com a discussão da equipe.
A descoberta do microorganismo responsável pela sílis, o Treponema pallidum,
em 1905, possibilitou importantes avanços no campo do diagnóstico e do trata-
mento desse processo infeccioso.
As possíveis vias de transmissão são:
Sexual – por meio do contato com lesões de pele e membranas mucosas.
Vertical - intra-útero por disseminação hematogênica ao feto ou por contato
direto durante o parto a partir de uma gestante infectada.
Sangüínea - por meio do sangue e de seus hemocomponentes durante transfu-
sões não triadas adequadamente.
A transmissão por contato com lesões infectadas (por exemplo: recém nascido com
pêngo) e acidentes com materiais biológicos contaminados com o T. pallidum
representam formas excepcionais de transmissão.
O Dr. Carlos ca surpreso e diz:
Parece que não mudou muita coisa desde que eu saí da Faculdade 25 anos...
Impressionante como essa doença ainda está por aí. me recordo um pouco das
manifestações clínicas da doença nos adultos...
Tomando como base o “modelo da história natural da sílis adquirida”, ajude Dr.
Carlos nessa recordação.
43
Fonte: Adaptado de Gutman, 1998 & CDC, 2003.
Exposição sexual ao
Treponema Pallidum
25% com
VDRL ( - )
SÍFILIS PRIMÁRIA
SÍFILIS SECUNDÁRIA
LATENTE RECENTE
LATENTE TARDIA
SÍFILIS TERCIÁRIA
Cancro duro, que poderá passar
despercebido na mulher quan-
do localizado nas paredes va-
ginais ou no colo do útero
Lesões cutâneo-mucosas genera-
lizadas (roséolas silíticas sílides
papulosas, condiloma plano, alopé-
cia), poliadenopatia dentre outras
100% com
VDRL ( + )
VDRL com
títulos baixos
VDRL com
títulos baixos
ou ( - )
21 dias (10 a 90 dias)
6 semanas a 6 meses
< 1 ano
> 1 ano
2 a 40 anos
Lesões cutâneo-mucosas (tubércu-
los ou gomas), alterações neoro-
lógicas (tabes dorsalis demência);
alterações cardiovasculares (aneu-
risma aórtico); alterações articu-
lares (artropatia de Charcot)
Chance de
transmis-
são vertical
de 100%
Chance de
transmis-
são vertical
de 90%
Chance de
transmis-
são vertical
de 30%
A auxiliar de enfermagem Lúcia questiona:
E na criança que pegou a doença de sua mãe? Como é a manifestação da doença?
Carlos e Jorge não sabem responder...
Questão 4
Ajude a equipe a compreender as manifestações clínicas da sílis congênita.
Figura 1 - História natural da sífilis adquirida e “risco” ou “chance” de trans-
missão vertical.
44
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
A sílis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema palli-
dum, da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o seu
concepto, por via transplacentária. Sabe-se que:
A transmissão vertical do
T. pallidum pode ocorrer em qualquer fase gestacional
ou estágio clínico da doença materna.
Os principais fatores que determinam a probabilidade de transmiso vertical do
T.
pallidum o o esgio da sílis na e e a durão da exposição do feto no útero.
A taxa de transmissão vertical do
T. pallidum em mulheres não tratadas é de 70 a
100%, nas fases primária e secundária da doença, reduzindo-se para aproxima-
damente 30% nas fases tardias da infecção materna (latente tardia e terciária).
possibilidade de transmissão direta do
T. pallidum por meio do contato da
criança com o canal de parto, se houver lesões genitais maternas. Durante o alei-
tamento ocorrerá a transmissão apenas se houver lesão mamária por sílis.
Ocorre aborto espontâneo, natimorto ou morte perinatal em aproximadamente
40% dos conceptos infectados a partir de mães com sílis precoce não tratadas.
Quando a mulher adquire sílis durante a gravidez, poderá haver infecção assin-
tomática ou sintomática nos recém-nascidos. Mais de 50% das crianças infectadas
são assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos primeiros sintomas, ge-
ralmente, nos primeiros 3 meses de vida. Por isso, é muito importante a triagem
sorológica da mãe na maternidade.
Acreditava-se que a infecção do feto não ocorresse antes do mês de gestação,
entretanto, se constatou a presença de T. pallidum em fetos a partir da 9a semana
de gestação.
A sílis congênita apresenta, para efeito de classicação, dois estágios: precoce e
tardia.
lis congênita precoce: é aquela em que as manifestações clínicas se apresentam lo-
go após o nascimento ou pelo menos durante os primeiros 2 anos de vida. Na maioria
dos casos, estão presentes nos primeiros meses de vida. Assume diversos veis de
gravidade, sendo sua forma mais grave a sepse maciça com anemia intensa, icterícia
e hemorragia. Apresenta lesões cutâneo-mucosas, como placas mucosas, lesões pal-
mo-plantares, ssuras radiadas perioriciais e condilomas planos anogenitais; lesões
ósseas manifestadas por periostite e osteocondrite, lesões do sistema nervoso central
e lesões do aparelho respiratório, hepatoesplenomegalia, rinites sanguinolentas, pseu-
do-paralisia de Parrot (paralisia dos membros), pancreatite e nefrite.
Sílis congênita tardia: é a denominação reservada para a sílis que se declara após
o segundo ano de vida. Corresponde, em linhas gerais, à sílis terciária do adulto,
por se caracterizar por lesões gomosas ou de esclerose delimitada a um órgão ou a
pequeno número de órgãos: fronte olímpica, mandíbula curva, arco palatino ele-
vado, tríade de Hutchinson (dentes de Hutchinson + ceratite intersticial + lesão do
VIII par de nervo craniano), nariz em sela e tíbia em lâmina de sabre.
Dr. Carlos rapidamente comenta:
Temos de diagnosticar todo mundo e tratar o mais rápido possível! Vou conversar
com a equipe do laboratório para saber como fazer isso.
Sandra, chefe do laboratório de bioquímica do município, recebe o Dr. Carlos e o
enfermeiro Jorge:
45
Muito prazer Carlos e Jorge. Eu os conhecia apenas pelas solicitações de exames...
Fico muito feliz que a equipe de vocês e o restante do nosso município estejam mobi-
lizados para o controle da sílis!
s recebemos ainda poucas solicitações em relação ao esperado de acordo com os
dados que temos no nosso Estado e no Brasil.
Em que posso ajudá-los?
Dr Carlos:
Como dizer que uma pessoa tem sílis pelos testes de laboratório? Eu me lembro do
VDRL...
Ajude a bioquímica Sandra a responder essa dúvida.
Questão 5
O diagnóstico da sílis em qualquer de suas fases é baseado na história clínica e
epidemiológica sugestiva (sílis ou outras doenças sexualmente transmissíveis e si-
tuação da parceria sexual) e, a partir desse ponto, da avaliação clínica com a identi-
cação de sinais e/ou sintomas característicos da doença.
A partir da suspeita clínica e epidemiológica são solicitados exames complementa-
res, de acordo com a fase da doença.
Como testes a serem utilizados para o diagnóstico da sílis, incluem-se:
1- Pesquisa do
T. pallidum
2- Pesquisa de anticorpos
testes sorológicos não treponêmicos e testes sorológicos treponêmicos
1 - Pesquisa do T. pallidum
É realizada em material das lesões primárias e secundárias suspeitas: microscopia
de campo escuro e outras técnicas (Imunouorescência direta; Polymerase Chain
Reaction – Reação em Cadeia da Polimerase [PCR]; coloração pela prata).
A identicação do T. pallidum por meio de pesquisa direta não é um método de
rotina, considerando-se que a maioria das pessoas com sílis não apresenta sinais
ou sintomas.
46
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Mais recentemente, testes para amplicação de ácidos nucléicos, como a reação em
cadeia da polimerase (PCR), vêm sendo desenvolvidos e avaliados, com resultados
que indicam um aumento da sensibilidade (91%) para o diagnóstico da infecção
pelo T. pallidum. Entretanto, esses testes, além do elevado custo e da complexida-
de de realização, ainda não estão disponíveis comercialmente, estando limitados a
centros de pesquisa.
2 - Pesquisa de anticorpos
De uma forma geral, a utilização de testes sorológicos permanece como sendo a
principal forma de se estabelecer o diagnóstico da sílis. São divididos em testes
não treponêmicos (VDRL, RPR) e treponêmicos (TPHA, FTA-Abs, ELISA). O ideal
para melhorar a qualidade dos serviços e a ecácia dos testes é que seja realizado de
rotina o teste conrmatório treponêmico, a partir de todo teste não treponêmico re-
agente (a partir de títulos de 1:1 o teste não treponêmico é considerado reagente).
2.1- Sorologia não Treponêmica
O VDRL (Venereal Diseases Research Laboratory) e o RPR (Rapid Plasma Reagin) são
os testes utilizados para a triagem sorológica da lis, tendo em vista a sua elevada
sensibilidade
4
(RPR 86 a 100% e VDRL 78 a 100%) e a possibilidade de titulação,
o que permite a avaliação da resposta ao tratamento. Além da elevada sensibilidade,
esses testes o de realizãocnica simples, rápida e de baixo custo. A principal
desvantagem se refere aos resultados falso-positivos e falso-negativos, que podem ser
explicados, respectivamente, pela ocorncia de reões cruzadas com outras doenças
(tuberculose, hansease, pus) e pelo excesso de anticorpos, fenômeno conheci-
do como efeito prozona
5
. No Brasil, o VDRL é o teste mais utilizado. O resultado
é descrito qualitativamente (“reagente”, “não reagente”) e, se “reagente”, deve ser
acompanhado do quantitativo (titulações tais como 1:2, 1:32 etc), para efeito de diag-
stico e controle de cura. Mesmo sem tratamento o teste apresenta queda progres-
siva dos títulos ao longo de vários anos; com a instituição do tratamento queda
tendendo à negativação, podendo, porém, se manter reagente por longos períodos,
mesmo após a cura da infecção, fenômeno conhecido como memória imunológica
ou cicatriz sorológica.
4
Sensibilidade é a capacidade de um teste detectar os indivíduos realmente portadores da doença, condição ou agravo.
Representa a probabilidade dos indivíduos com a doença terem um teste positivo para essa doença, condição ou
agravo. Um teste é tanto mais sensível quanto menor for o número de exames falso-negativos que ele produz. Sendo
assim, um teste sensível raramente deixa de reagir quando amostras de indivíduos com a infecção / doença são testadas.
5
Efeito prozona é uma reação imunológica devida a uma quantidade excessiva de anticorpos anti-cardiolipina
em soro não diluído, levando a resultados falso negativos por inibição da oculação. O fenômeno pode ocorrer
em 1 a 2% dos pacientes, especialmente no estágio secundário e durante a gravidez. Para evitar a ocorrência do
evento, deve-se solicitar sempre a diluição do soro quando da realização do exame.
47
Na sílis recente ou tardia o tempo para negativação dos testes não treponêmicos,
após o tratamento ecaz, é tanto mais demorado quanto maior a duração da infec-
ção ou mais elevados forem os títulos no início do tratamento.
Na sílis primária ou secundária os títulos caem de forma exponencial, em geral
cerca de quatro vezes (exemplo: de 1:32 para 1:8) ou dois títulos (exemplo: de 1:256
para 1:64) ao m dos primeiros três meses, e de oito vezes ou quatro títulos ao m
de seis meses, negativando-se em cerca de um ano para sílis primária tratada e
em dois anos para a secundária. Títulos persistentemente positivos, mesmo após
tratamento, podem, no entanto, signicar infecção persistente ou nova infecção,
especialmente se os títulos forem superiores a 1:4.
2.2 - Sorologia Treponêmica
TPHA (Treponema pallidum Hemaglutination); FTA-Abs (Fluorescent Treponemal
Antibody - Absorption), e ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay): são os tes-
tes utilizados para a conrmação da infecção pelo T. pallidum, permitindo a exclu-
são dos resultados falso-positivos dos testes não treponêmicos tendo em vista a sua
elevada especicidade
6
(TPHA 98 a 100%; FTA-Abs 94 a 100%; ELISA 97 a
100%). Em populações com baixa prevalência da sílis, uma proporção considerá-
vel dos casos identicados como positivos seria na realidade de resultados falso-po-
sitivos. Considerando-se a persistência de anticorpos treponêmicos no restante da
vida de um indivíduo infectado, mesmo após o tratamento especíco, esses não são
úteis para o monitoramento, uma vez que não permitem diferenciar infecção recente
de infecção passada
Diagnóstico de Sílis Congênita
Na sílis congênita, considerando que a maioria das crianças apresenta-se assin-
tomática ao nascimento, a aplicação de testes sorológicos para o diagnóstico deve
ser avaliada cuidadosamente, tendo em vista que o diagnóstico da infecção pelo T.
pallidum, por meio da presença de anticorpos na criança, pode ser confundida com
a passagem passiva, por via transplacentária, de anticorpos IgG maternos. Portanto,
indica-se a comparação dos títulos da sorologia não treponêmica na criança com a
da mãe, preferencialmente, de um mesmo teste realizado em um mesmo laborató-
rio. Títulos da criança maiores do que os da mãe indicariam suspeita de sílis congê-
nita. Não é recomendada a utilização de testes treponêmicos em recém-nascidos.
6
Especicidade é a capacidade de um teste denir os indivíduos realmente não portadores. Representa a
probabilidade dos indivíduos sem a doença terem um teste negativo para essa doença, condição ou agravo. Um
teste especíco raramente classicará erroneamente pessoas sadias em doentes, daí a sua importância no processo
de conrmação. A especicidade de um teste será tanto melhor quanto maior for a sua capacidade de não produzir
resultados falso-positivos.
48
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Para crianças menores de seis meses o diagnóstico de sílis congênita é estabelecido por meio
da avaliação da história clínico-epidemiológica da mãe (incluindo avaliação de adequação ou
não de tratamento especíco) e de exames complementares (laboratoriais e de imagem) na
criança, que possibilitam a classicação nal do caso (com a nalidade de diagnóstico e es-
tadiamento) e a instituição adequada da antibioticoterapia. Nas situações em que a avaliação
complementar da criança não for possível, em função da grande importância epidemiológica
dessa condição, essa criança deve necessariamente ser tratada e acompanhada clinicamente,
baseado na história clínico epidemiológica da mãe e no diagnóstico clínico presuntivo quando
a criança apresentar sinais e/ou sintomas.
De uma forma geral, aplicando-se testes não treponêmicos, os títulos de anticorpos começam
a declinar a partir dos três meses de idade, negativando-se aos seis meses de idade. Após os seis
meses de vida, a criança com VDRL reagente deve ser investigada, exceto naquelas situações
em que a criança está em seguimento. A partir de 18 meses de idade, quando os anticorpos ad-
quiridos passivamente da mãe não são mais detectáveis, uma sorologia treponêmica reagente
dene o diagnóstico de sílis congênita.
O diagnóstico denitivo de sílis congênita pode ser estabelecido por meio da aplicação da
pesquisa direta do T. pallidum em lesões de pele e secreção nasal (microscopia de campo escuro
ou imunouorescência direta) além de estudos histopatológicos de placenta e cordão umbilical.
Portanto, devem ser realizados sempre que possível. Ressalta-se que esses testes, devido ao ele-
vado custo e complexidade de realização, nem sempre estão disponíveis.
Em resumo:
Na sílis na gestação, a utilidade do VDRL é:
a) Realizar triagem das gestantes na primeira consulta do pré-natal, e no início do terceiro
trimestre.
b) Realizar triagem na admissão para parto ou curetagem por abortamento, independente
-
mente do resultado do VDRL realizado no pré-natal.
c) Permitir o seguimento mensal da gestante tratada.
Na sílis congênita, a utilidade do VDRL é:
a) Realizar triagem dos recém-nascidos, lhos de mães com teste não treponêmico reagente na
gravidez ou parto, para que sejam investigados com exames complementares.
b) Comparar os títulos com o da mãe (se o título for maior do que o da mãe é uma forte evi
-
dência de infecção congênita por sílis).
c) Seguimento de recém-nascido tratado. Os títulos deverão diminuir até a negativação, que
pode ocorrer até o m do segundo ano nos infectados.
A seguir, quadro comparando os testes para o diagnóstico da sílis:
7
Fonte: Adaptado de PEELING, R.W.; YE, H. Diagnostic tools for preventing and managing maternal and congenital syphilis: an
overview. Bulletin of Pan-American Health Organization 2004, 82(6): 439-446.
49
Quadro 1 - Testes diagnósticos para sífilis
7
MATERIAL PARA
TESTAGEM
TÉCNICA SENSIBILIDADE ESPECIFICIDADE
CUSTO/TESTE PA-
GO PELO SUS (R$)*
Úlcera ou lesão Microscopia de
campo escuro
74-86% 85-97% -
Pesquisa de an-
tígenos (uores-
cência direta)
73-100% 89-100% 5,04
Detecção de
DNA (PCR)
91% 99% -
Soro RPR 86-100% 93-98%
VDRL 78-100% 98% 2,83
Teste Rápido 84-98% 94-98% 10,00
EIA 82-100% 97-100%
TPHA 85-100% 98-100% 4,10
FTA-Abs 70-100% 94-100% 10,00
*Custeados pelo Sistema Único de Saúde (Tabela SIA/SUS - março de 2005)
No quadro abaixo, são resumidos os valores da sensibilidade dos principais testes em indivídu-
os com sílis adquirida sem tratamento, em diferentes fases da doença.
Quadro 2 - Estágios da doença e percentual de positividade.
TESTE PRIMÁRIA SECUNDÁRIA LATENTE TERCIÁRIA
VDRL/RPR
78%
(74-87%)
100%
95%
(88-100%)
71%
(37-94%)
FTA-Abs
84%
(70-100%)
100% 100% 96%
Aglutinação Trepo-
nêmica TPHA
84%
(84-100%)
100% 100%
TPHA provavelmente tem um
desempenho semelhante ao
do FTA-Abs
No gráco a seguir apresentam-se os padrões comuns da reatividade sorológica em pacientes
com sílis.
50
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
a - IgM por Elisa ou FTA-Abs 19S ou imunoblot
Testagem sorológica para sílis em serviços de hemoterapia:
De forma especíca, desde 1969 é obrigatória a triagem sorológica para a sílis em
candidatos à doação de sangue. Do ponto de vista dos serviços de hemoterapia e de
acordo com a legislação vigente (RESOLUÇÃO ANVISA - RDC 153, de 14 de
junho de 2004), deverá ser realizado um teste treponêmico ou não-treponêmico. Res-
salta-se que não existe a obrigatoriedade de conrmação dos resultados de testes de
triagem reagentes para sílis na rotina de serviços de hemoterapia. No entanto, é de
responsabilidade do serviço de hemoterapia a convocação e orientação do doador com
resultados de exames reagentes, encaminhando-o a serviços assistenciais para conr-
mação do diagnóstico ou, no caso de os exames conrmatórios terem sido realizados
pelo serviço de hemoterapia, encaminhá-lo para acompanhamento e tratamento. Os
candidatos à doação que tiveram alguma doença sexualmente transmissível (DST)
estarão inabilitados à doação por 12 meses após a cura.
Gráfico 1 Reações sorológicas na sífilis de acordo com a fase clínica da doença e o
teste sorológico aplicado
8
.
8
Fonte: PEELING, R.W.; YE, H. Diagnostic tools for preventing and managing maternal and congenital syphilis: an overview.
Bulletin of Pan-American Health Organization 2004, 82(6): 439-446.
51
Recomendações:
No pré-natal, após o aconselhamento solicitar: o VDRL na primeira consulta e
no terceiro trimestre da gestação; oferecer teste anti-HIV;
Realizar o tratamento da gestante e do parceiro concomitantemente, mesmo que es
-
te último o tenha a conrmação do seu diagstico por meio de teste sorogico.
Orientar quanto aos cuidados para o sexo seguro, com o uso de preservativo,
durante e após tratamento, para evitar reinfecção;
Considerar e avaliar a possibilidade de outras infeões sexualmente transmisveis.
Realizar o seguimento laboratorial mensal das gestantes tratadas, por meio de testes
sorológicos o treponêmicos quantitativos durante a gestão. As gestantes devem
ser novamente tratadas se o houver resposta clínica ou se houver aumento de
titulação de pelo menos duas diluições em relação ao último exame de VDRL (por
exemplo: de 1:2 para 1:8);
Considerar a paciente tratada quando houver manutenção de títulos de anticorpos
em baixos níveis (por exemplo: 1:2 ou 1:4), ou se houver declínio dos títulos;
Considerar como tratamento inadequado da sílis materna, visando o tratamen
-
to do concepto, a aplicação de qualquer terapia não penicilínica ou penicilínica
incompleta e/ou nalizado com menos 30 dias antes do parto ou parceiro não
tratado ou quando não se dispõe desta informação sobre o parceiro;
Questão 6
Nesse momento, entra no laboratório a Dra. Vânia, ginecologista do município, em
busca dos exames de suas gestantes, como faz de rotina toda a semana:
Olha Dr. Carlos, trabalhar com sílis é um desao... No meu ambulatório estou
acompanhando algumas mulheres que iniciaram muito tarde o pré-natal ou que es-
tão fazendo o pré-natal, mas não foram testadas para a sílis de forma adequada...
Dr. Carlos pergunta:
Nós, na unidade básica de saúde, estamos interessados em melhorar as nossas ões de
controle. Como poderíamos garantir o diagnóstico sorogico adequado das gestantes?
Discuta essas dúvidas:
52
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Em situações de gestantes com hipersensibilidade comprovada à penicilina, estas
deverão ser encaminhadas para o serviço de referência para dessensibilização ou,
na impossibilidade, recomenda-se o uso de estearato de eritromicina. Ressalta-
se que no caso da gestante não tratada com penicilina considerar tratamento
inadequado e proceder ao tratamento da criança.
Anotar no cartão da gestante os resultados dos exames, o tratamento
realizado (incluindo parceiro) bem como orientar para que o tenha em
seu poder no momento do parto.
O enfermeiro Jorge, após as discussões no laboratório, ainda permanece com algu-
mas dúvidas...
Além da clínica e da sorologia, existem outros exames para fazer o diagnóstico da
sílis congênita?
Questão 7
Ajude a resolver essa questão.
Nos recém-nascidos de es com sílis não tratada ou inadequadamente tratada,
independentemente do resultado do VDRL do recém-nascido, é necessário realizar:
hemograma, radiograa de ossos longos, punção lombar e outros exames, quando
clinicamente indicados.
Avaliação da criança com sílis congênita:
Estudo do Líquido Cefalorraquidiano (LCR / líquor)
A ocorrência de alterações no LCR é muito mais freqüente nas crianças sintomá-
ticas do que nas assintomáticos. A sensibilidade da avaliação do LCR é menor em
crianças assintomáticas.
53
Deve-se ressaltar a necessidade de uma avaliação cuidadosa dos parâmetros de re-
ferência para análise dos resultados, considerando-se a diculdade de interpretação
por fatores como prematuridade e outras causas para as alterações encontradas.
Apesar das considerações acima, a avaliação liquórica é consenso na rotina dos
serviços, tomando-se como base a freqüência de 15% de alterações neurológicas
encontradas em estudos anteriores à disponibilidade da terapia com a penicilina.
Caso não haja contra-indicações, recomenda-se realizar punção lombar para a co-
leta de LCR com o objetivo de avaliar a celularidade, o perl protéico e o VDRL,
em todos os casos de sílis em crianças de mães não tratadas ou inadequadamente
tratadas, para a exclusão do diagnóstico de neurossílis. Não se recomenda o uso
do RPR no líquor, pela baixa sensibilidade desse teste nessa amostra.
A presença de leucorraquia (mais de 25 leucócitos/mm
3
) e a elevada concentração
de proteínas (mais de 150 mg/dl) no LCR, em um recém-nascido com suspeita de
sílis congênita, devem ser consideradas como evidências adicionais para o diag-
nóstico. Uma criança com VDRL positivo no líquor deve ser diagnosticada como
portadora de neurossílis, independentemente de haver alterações na celularidade
e/ou na concentração de proteínas.
Se a criança for identicada após o período neonatal (acima de 28 dias de vida), as
alterações no LCR incluem: VDRL positivo e/ou concentração de proteínas de 40
mg/dl ou mais e/ou contagem de leucócitos de 5 células/mm
3
ou mais.
Estudos de Imagem: Radiograa de Ossos Longos
Tendo em vista a freqüência e o aparecimento precoce das alterações ósseas, a avalia-
ção radiológica de ossos longos apresenta grande importância diagnóstica. As alte-
rações radiológicas indicativas de envolvimento de metáse e diáse de ossos longos
(tíbia, fêmur e úmero) são encontradas em 75 a 100% das crianças que apresentam
evidências clínicas de sílis congênita recente (incluindo osteocondrite, osteíte e pe-
riostite). Justica-se a realização dessa avaliação por imagem nos casos suspeitos de
sílis congênita tendo em vista que, entre 4% e 20% dos recém-nascidos assintomá-
ticos infectados, as imagens radiológicas representam a única alteração.
Jorge e Carlos telefonam para a Secretaria Municipal de Saúde à procura de infor-
mações a respeito do tratamento da sílis no município.
A chefe de gabinete Ana informa que todos na secretaria estão em reunião prepara-
tiva para a bipartite e recomenda que eles procurem o farmacêutico do município,
Josué, para saberem maiores detalhes sobre o tratamento dos casos diagnosticados.
Na farmácia central do município, Dr. Carlos pergunta:
Josué, nós temos o tratamento da sílis aqui no município?
54
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Questão 8
Explique o tratamento da sílis em adultos.
Quadro 03 - Resumo dos esquemas terapêuticos para sífilis em não gestante
ou não nutriz e controle de cura.
ESTADIAMENTO
ESQUEMA
TERAPÊUTICO
INTERVALO
ENTRE AS
SÉRIES
OPÇÕES TERAPÊUTICAS
NA IMPOSSIBILIDADE
DE USO DA PENICILINA:
CONTROLE
DE CURA
(SOROLOGIA)
Sílis primária Penicilina G Ben-
zatina 1 série*
Dose total:
2.400.000 UI IM
Dose única
Doxiciclina 100 mg 12/12h
(VO), ou tetraciclina
500mg, 6/6h (VO), ou
eritromicina 500mg, 6/6h
(VO), 15 dias.
Exame sorológi-
co não treponê-
mico trimestral
Sílis secundária
ou latente com
menos de 1 ano
de evolução
Penicilina G Ben-
zatina 2 séries
Dose total:
4.800.000 UI IM
1 semana
Doxiciclina 100 mg 12/12h
(VO), ou tetraciclina
500mg, 6/6h (VO), ou
eritromicina 500mg, 6/6h
(VO), 15 dias
Exame sorológi-
co não treponê-
mico trimestral
Sílis terciária ou
com mais de um
ano de evolução
ou com duração
ignorada
Penicilina G Ben-
zatina 3 séries
Dose total:
7.200.000 UI IM
1 semana
Doxiciclina 100 mg 12/12h
(VO), ou tetraciclina
500mg, 6/6h (VO), ou
eritromicina 500mg, 6/6h
(VO), 30 dias
Exame sorológi-
co não treponê-
mico trimestral
Neurossílis Penicilina G Cris-
talina aquosa 18
a 24 milhões de
UI por dia IV. 10 a
14 dias
4/4 h diaria-
mente
-
Exame de líquor
de 6/6 meses até
normalização da
celularidade
* 1 série de penicilina benzatina = 1 ampola de 1.200.000 UI aplicada em cada glúteo.
55
Questão 9
Um dos grandes desaos para o controle desse agravo é a baixa captação e conse-
qüente tratamento dos parceiros das mulheres diagnosticadas na rede. É um pro-
blema que ocorre não apenas com a sílis, mas também com as demais Doenças
Sexualmente Transmissíveis e está relacionado a vários fatores socioculturais. Entre
esses fatores inserem-se o preconceito, a falta de educação sexual, a diculdade de
avisar o parceiro para também procurar o auxílio médico, além da diculdade de
percepção da doença, muitas vezes assintomática.
É necessário aumentar o investimento na formação dos prossionais e na estru-
turação dos serviços de atenção básica que atuam na assistência pré-natal para a
realização do aconselhamento e a devida abordagem dos parceiros.
Jorge lembra-se das gestantes e das crianças com sílis congênita.
E como fazer o tratamento das gestantes e das crianças com sílis congênita?
Discuta o tratamento da sílis em gestantes e crianças com sílis congênita.
O tratamento da gestante infectada pelo o T. pallidum deve ser realizado com peni-
cilina G benzantina, pois essa droga é capaz de atingir níveis séricos bactericidas no
feto e ecaz nos casos de transmissão transplacentária (Quadro 4).
Quadro 04 - Resumo dos esquemas terapêuticos para sífilis na ges-
tação e controle de cura.
ESTADIAMENTO
PENICILINA G
BENZATINA
INTERVALO
ENTRE AS
SÉRIES
CONTROLE DE CURA
(SOROLOGIA)
Sílis primária
1 série Dose total:
2.400.000 UI IM
Dose única VDRL mensal
Sílis secundária ou
latente com menos de
1 ano de evolução
2 séries Dose total:
4.800.000 UI IM
1 semana VDRL mensal
Sílis terciária ou com
mais de um ano de
evolução ou com
duração ignorada
3 séries Dose total:
7.200.000 UI IM
1 semana VDRL mensal
*1 série de penicilina benzatina = 1 ampola de 1.200.000 UI aplicada em cada glúteo
56
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 10
Observações:
Tratamento adequado da sílis na gestante:
é todo tratamento completo, adequado ao estágio da doença, feito com penicili-
na e nalizado pelo menos 30 dias antes do parto, tendo sido o parceiro tratado
concomitantemente
Tratamento inadequado para sílis na gestante:
é todo tratamento realizado com qualquer medicamento que não seja a penicili-
na; ou
tratamento incompleto, mesmo tendo sido feito com penicilina; ou
tratamento inadequado para a fase clínica da doença; ou
tratamento concluído com menos de 30 dias antes do parto; ou
ausência de documentação de tratamento anterior; ou
ausência de queda dos títulos (sorologia não treponêmica) após tratamento ade
-
quado.
parceiro não tratado ou tratado inadequadamente ou quando não se tem a in
-
formação disponível sobre o seu tratamento.
Em relação ao tratamento da criança com sílis congênita consultar o Manual de
Sílis Congênita – Diretrizes para o Controle, 2005.
De volta à Unidade Básica de Saúde Três Marias, mais seguros em relação às ques-
tões de manejo da sílis congênita, Lúcia, Jorge e Carlos convocam uma reunião
para envolverem os agentes comunitários de saúde nessas ações. A auxiliar de enf.
Lúcia ca preocupada principalmente com o tratamento:
Não é perigoso dar a penicilina na nossa unidade? E o problema da alergia? Conver-
sei com colegas de outros municípios e eles não aplicam. As pessoas podem morrer
na nossa frente! O povo vai chiar...
Discuta a questão colocada acima:
57
As penicilinas representam um grupo de antibióticos de baixíssimo custo e elevada
ecácia e, portanto, importante no tratamento e prevenção de doenças infecciosas
e suas complicações. São antibióticos de primeira escolha nas infecções por agen-
tes encapsulados sensíveis a estes antibióticos (pneumonia pneumocócica, abscesso
cerebral, meningite bacteriana), na sílis (neurossílis, sílis congênita, sílis na
gestação), na prolaxia primária e secundária da febre reumática e na glomerulo-
nefrite pós-estreptocócica.
Apesar disso, esse medicamento referendado pela Organização Mundial da Saúde
como essencial e de incontestável utilidade, tornou-se estigmatizado pelos pros-
sionais de saúde principalmente pelas deciências de informação no que se refere
às reações alérgicas.
Muitas vezes, o relato de reões refere-se a distúrbios neuro-vegetativos ou reações
vaso-vagais, caracterizados por ansiedade, medo, sudorese, associados à dor ou à pos-
sibilidade de sensação dolorosa frente à administração de quaisquer medicamentos
parenterais ou outros procedimentos médicos. Estes episódios são corriqueiros e erro-
neamente interpretados como reações alérgicas. Nestas situações agitação e ansie-
dade excessivas, que em poucos minutos cessam apenas com a manuteão do pacien-
te na posição deitada, sem necessidade de qualquer tipo de tratamento especíco.
Analaxia é uma reação alérgica rara, mas grave, decorrente da manifestação imu-
nológica de uma reação de hipersensibilidade tipo I, mediada por IgE ou IgG. En-
volve uma ou ambas das seguintes manifestações: diculdade respiratória (que pode
ser devida a edema laríngeo ou asma) e hipotensão (que pode ser acompanhada de
desmaio ou perda da consciência). Outros sinais e sintomas podem estar presentes.
Analaxia é uma condição facilmente tratável e os pacientes podem
se recuperar completamente.
Deve-se lembrar que os alimentos são a maior causa de analaxia, com evidências
de que este seja um problema crescente. A segunda maior causa é devida à picada de
abelha ou vespa.
Portanto, reações de hipersensibilidade podem ocorrer com qualquer tipo de dro-
ga, e até mesmo alimentos, fazendo com que a atenção e cuidados requeridos para
as penicilinas sejam os mesmos dedicados aos demais agentes. Dentro da estratégia
da farmácia básica no programa de saúde da família, existem medicamentos e imu-
nobiológicos que apresentam uma freqüência de eventos adversos comparável ou
superior à da penicilina.
O fato é que o manejo de reações de hipersensibilidade incluindo a analaxia de
qualquer produto/medicamento deve, necessariamente, ocorrer em qualquer uni-
dade de saúde com prossionais habilitados e recursos materiais necessários. (Ane-
xo VIII - Portaria Nº- 156, de 19 de janeiro de 2006).
Vale a pena ressaltar mais uma vez que o melhor tratamento para a sílis, em todos
os seus estágios, ainda é a penicilina, sendo a única terapêutica com ecácia docu-
mentada para a sílis durante a gestação e para a neurossílis. Não se constatou, até
hoje, resistência à penicilina pelo T. pallidum.
58
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 11
Questão 12
Ainda na equipe, o agente de saúde Pedro levanta uma outra preocupação com re-
lação ao controle da sílis na gestação e congênita: se é um problema tão sério como
ainda o se oferece o exame para todas as gestantes no pré-natal? A minha prima
lia, que está grávida, foi à US e não soube nada sobre lis, apenas fez “exames de
sangue”... Será que o VDRL foi pedido? E se a criança nascer com sílis congênita?
Discuta o uxo dos resultados dos exames para o diagnóstico da sílis na gestação
em seu local de trabalho.
IMPORTANTE: em relação ao uxo dos resultados laboratoriais é fundamental
pactuar a priorização da realização do exame para a gestante e agilizar a coleta e en-
trega dos resultados dos testes para assegurar o diagnóstico oportuno desse agravo
e prevenção da sílis congênita.
Dr. Carlos ca preocupado:
Mas não é tudo muito difícil para fazermos no nosso município? Como fazer tudo
isso na atenção básica? Como sensibilizar os nossos gestores da saúde?
Jorge e Carlos decidem:
Temos que conversar mais a respeito das nossas grávidas com a Dra. Vânia...
No seu Município/Região/Estado, como estão as ações para o controle da sílis em
gestantes e congênita e como podem ser estruturadas?
59
Essas ações devem ser estruturadas a partir de um diagnóstico situacional da atenção no pré-
natal, no momento do parto, no puerpério e no período neonatal. Para o conhecimento de
situações que contribuem para a ocorrência de casos de sílis congênita sugere-se a utilização
do diagrama a seguir.
Cada barra representa um subconjunto de mulheres da barra imediatamente acima; sinalizando-
se para a presença de um obstáculo entre os contextos de cada barra consecutiva que necessaria-
mente deve ser superado. O tamanho de cada barra irá variar de acordo com os diferentes municí-
pios e a estrutura do sistema de saúde local. As opções de intervenção para cada um dos obstáculos
identicados para o controle da sílis congênita deverão fazer parte do seu plano deão:
Fonte: Diagrama de Piot - Adaptado de Schmid G. Economic and programmatic aspects of congenital syphilis prevention. Bole-
tim OMS . 2004; 82(6): 402-409.
As estratégias de controle da sílis na gestação e da sílis congênita a serem aplicadas têm como
referências os seguintes princípios que norteiam as ações de prevenção:
A medida de controle da sílis congênita mais efetiva consiste em oferecer a toda gestante uma
assistência pré-natal adequada:
Triagem no momento do parto;
Gestantes com acesso ao pré-natal
Mulheres com acesso ao pré-natal
no início da gestação
Gestantes que realizaram
adequadamente teste para sílis
Gestantes que receberam
o resultado do Teste
Gestantes que receberam o
resultado do teste oportunamente
Gestantes que receberam
terapia adequada
Gestantes que permanece-
ram (ou estão) sem infecção
durante o parto
Acesso aos serviços; intervenções edu-
cacionais; convocação e tratamento
do(s) parceiro(s)
Testes na unidade de saúde
Disponibilidade de tratamento e
de pessoal treinado
Gestantes
Controle da sílis em gestantes
60
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
a) captação precoce da gestante para o início do pré-natal;
b) realização de, no mínimo, seis consultas com atenção integral qualicada;
c) realização do VDRL no primeiro trimestre da gestação, idealmente na primeira
consulta, e de um segundo teste em torno da 28
a
semana, com ações direciona-
das para a busca ativa a partir dos testes reagentes (recém-diagnosticadas ou em
seguimento);
d) instituição do tratamento e seguimento adequados da gestante e do(s) seu(s)
parceiro(s), abordando os casos de forma clínico-epidemiológica;
e) documentação dos resultados das sorologias e tratamento da sílis na caro da
gestante;
f) noticação dos casos de sílis na gestação e congênita.
Am disso, as medidas de controle, envolvendo a realizão do VDRL, devem abran-
ger também outros momentos: antes da gravidez(exemplo: consultas ginecológicas e
exames pré-nupciais) e na admissão na maternidade, seja para a realizão do parto ou
para curetagem pós-aborto ou por qualquer outra intercorrência durante a gravidez.
Finalmente, necessidade de estudos que possam orientar sobre a vulnerabili-
dade
9
individual, coletiva e institucional das populações especícas, que muitos
estudos comprovam uma tendência do crescimento da freqüência de infecção pelo
T. pallidum em populações socialmente excluídas.
Em relação ao nanciamento das ações de controle da transmissão vertical da sílis
podemos citar algumas estratégias que buscam incentivar nanceiramente a quali-
dade do pré-natal:
- Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento: instituído pelo Mi
-
nistério da Saúde, pela Portaria/GM n
o
569, de 01 de junho de 2000, repre-
senta um importante instrumento para a organização e estruturação de re-
des de referência para o atendimento às gestantes nos municípios, na lógica
da regionalização e hierarquização do sistema de saúde. Tem como objetivo
concentrar esforços no sentido de reduzir as altas taxas de morbimortalidade
materna e perinatal, adotando medidas que assegurem a melhoria do acesso,
da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência
ao parto e ao puerpério, bem como ampliar as ações adotadas pelo Minis-
tério da Saúde na área de atenção à gestante (Brasil 2000, Serruya 2004).
- Metas no Programa de Pactuação Integrada da Vigilância em Saúde do ano
2005: realização de VDRL durante o pré-natal/parto, com base na infor-
mação do sistema de informação hospitalar (SIH-SUS) e vinculado ao pa-
gamento da Autorização de Internação Hospitalar do parto (AIH-parto),
publicado na portaria ministerial 766 de 21 dezembro de 2004 (anexo VI).
9
Vulnerabilidade: pouca (ou nenhuma) capacidade do indivíduo, ou do grupo social, de decidir sobre sua situação
de risco. Em relação às pessoas infectadas, refere-se à restrição de acesso aos serviços e recursos terapêuticos. A
vulnerabilidade está diretamente associada a fatores culturais, sociais, políticos, econômicos e biológicos.
61
Após todos os esclarecimentos, os prossionais envolvidos decidiram pela elabora-
ção de um plano municipal de controle da sílis na gestação e da sílis congênita,
tomando como referência a integralidade na rede de serviços.
Questão 13
Ajude a equipe a denir as estratégias a serem incluídas no plano.
Quando se pensa em controle da sílis na gestação e congênita, ou de qualquer
doença/agravo, deve-se necessariamente pensar em uma rede de serviços e em uma
forma de gestão compatíveis com as Diretrizes do Sistema Único de Saúde.
A integralidade, como modo de organizar as práticas, indica a necessidade de su-
peração dos programas verticais que limitam as possibilidades de atuação, desvalo-
rizando as especicidades locais. Os princípios dessa nova ordem passam, necessa-
riamente, pela gestão democrática e por um serviço público de saúde voltado para
a defesa da vida do indivíduo e da coletividade.
A sílis, ainda é um grande desao para a saúde pública no Brasil. Apesar de sua
história natural ser conhecida, a avaliação complementar diagnóstica estar dis-
ponível, ter elevada sensibilicade e com custos baixos, que o tratamento é ecaz,
tem custo reduzido e com grande experiência de uso: ainda uma alta prevalên-
cia de sílis na população. Além do que, no caso da sílis congênita, a população
alvo das intervenções freqüenta os serviços de saúde em diferentes momentos de
sua vida. Portanto, o desenvolvimento de ações integrais e o acompanhamento
pré-natal com qualidade, são reconhecidos como estratégias-chave para o con-
trole da sílis congênita. No caso da sílis adquirida, as ações de abordagem
sindrômica na rede de serviços representam uma estratégia importante para a
cobertura da atenção às DST de uma forma em geral, incluindo a sílis.
Com o objetivo de tornar possível as ações, a equipe da unidade básica de saúde de-
cide encaminhar as suas propostas para o Secretário Municipal de Saúde, o ortope-
dista Mário de Andrade. Eles se dirigem até o prédio da Secretaria onde encontram
com o Secretário que acabou de sair da reunião preparatória para a bipartite.
62
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Secretário, gostaamos de apresentar um plano para controle da sílis na gestação e da
sílis congênita no nosso município...
O Secretário Mário de Andrade pede a eles que deixem o plano para que possa fazer
uma análise mais aprofundada, mas já comenta:
Não sei se sílis é prioridade para discutirmos na bipartite, mas pelo sumário do
documento, não vi nada a respeito da vigilância epidemiológica. Sem números não
existem problemas...
Além dos conhecimentos relacionados aos aspectos biológicos da infecção pelo T.
pallidum e às ações para o adequado manejo e prevenção da lis em adultos, gestan-
tes e em criaas, uma ação estratégica fundamental é a vigilância epidemiológica...
MÓDULO
2
Vigilância Epidemiológica da
Sífilis na Gestação e da Sífilis
Congênita
65
A Maternidade blica do município de Lua Azul faz triagem para lis em todas as
parturientes. Na sala três da maternidade, os residentes eso reunidos para discussão
e apresentão de casos clínicos. Alberto, residente de pediatria, relatou que atendeu
dois bes, cujas es, Kelly e Adrianne, apresentaram sorologia reagente para lis.
Nesse momento o preceptor recomenda aos residentes o contato com a equipe do
núcleo de vigilância do hospital.
Alberto, indignado, pergunta: Mas além de fazer o diagnóstico e instituir o trata-
mento, ainda tenho de resolver burocracias?
Questão 1
Ajude o preceptor a discutir sua recomendação:
Dentre as medidas recomendadas para o controle ou mesmo erradicação das doenças
infecciosas, se destaca a vigincia epidemiológica. A vigincia é hoje a ferramenta
metodológica mais importante para a prevenção e controle de doeas em saúde -
blica. Em 1990, com a implantação do Sistema Único de Saúde (criado pela Consti-
tuição Federal de 1988), o termo vigilância epidemiológica é denido como “... um
conjunto de ões que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual
ou coletiva, com a nalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e con-
trole das doenças ou agravos” (Lei 8.080/90).
Vigilância Epidemiológica da Sílis na
Gestação e da Sílis Congênita
66
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Segundo a portaria n° 33, de 14 de julho de 2005 em seu 3° Art. os prossionais
de saúde no exercício da prossão, bem como os responsáveis por organizações e
estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino, em conformidade com
a Lei no 6.259 de 30 de outubro de 1975, são obrigados a comunicar aos gestores
do Sistema Único de Saúde - SUS a ocorrência de casos suspeitos ou conrmados
das doenças relacionadas no anexo VII desse material instrucional. O não cumpri-
mento desta obrigatoriedade será comunicado aos conselhos de entidades de Classe
e ao Ministério Público para que sejam tomadas as medidas punitivas cabíveis.
Alberto pergunta a seu preceptor: então, temos de noticar as duas crianças?
Questão 2
Ajude o preceptor de Alberto a responder essa pergunta.
Desde 1986, todo caso denido como sílis congênita, segundo os critérios estabe-
lecidos pelo Ministério da Saúde, deve ser noticado à Vigilância Epidemiológica
(Portaria n.º 542, de 22/12/1986 publicada no D.O.U. de 24/12/1986).
A investigação de sílis congênita será desencadeada nas seguintes situações:
toda criança, ou natimorto, ou aborto de mãe com sílis (evidência clínica e/ou
laboratorial), diagnosticadas durante a gestação, o parto ou o puerpério;
todo indivíduo com menos de 13 anos com suspeita clínica e/ou epidemiológica
de sílis congênita.
A vigilância da sílis congênita tem como objetivos desenvolver ações para reduzir
a morbimortalidade e conhecer o perl epidemiológico desse agravo no Brasil e
suas tendências, visando às ações de prevenção e controle.
O preceptor pergunta à turma se eles conhecem a denição de caso vigente da sílis
congênita.
67
Questão 3
Ajude o preceptor a explicar a denição de caso da sílis congênita à turma:
Quatro critérios especícos compõem a denição de caso de sílis congênita:
Primeiro Critério: Toda criança, ou aborto
10
, ou natimorto
11
de mãe com evidência
clínica para sílis e/ou com sorologia não treponêmica reagente para sílis com
qualquer titulação, na ausência de teste conrmatório treponêmico, realizada no
pré-natal ou no momento do parto ou curetagem, que não tenha sido tratada ou
tenha recebido tratamento inadequado (Fluxograma 1).
Fluxograma 1
Criança, Aborto
ou Natimorto
Mãe com Sílis
Mãe não tratada
ou inadequada-
mente tratada
SÍFILIS CONGÊNITA
Associado a
Associado a
10
Aborto: toda perda gestacional, até 22 semanas de gestação ou com peso menor ou igual a 500 gramas.
11
Natimorto: todo feto morto, após 22 semanas de gestação ou com peso maior que 500 gramas.
68
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Criança com menos de 13 anos de idade
Evidência sorológica para Sílis
Títulos ascendentes
Testes não Treponêmicos
reagente após 6 meses
Associado a
Teste Treponêmico rea-
gente após 18 meses
Títulos dos testes não
Treponêmicos maio-
res do que o da mãe
SÍFILIS CONGÊNITA
Segundo Critério: Todo indivíduo com menos de 13 anos de idade com as seguintes
evidências sorológicas: titulações ascendentes (testes o trepomicos); e/ou testes
não treponêmicos reagentes após 06 meses de idade (exceto em situação de segui-
mento terapêutico); e/ou testes treponêmicos reagentes após 18 meses de idade; e/
ou títulos em teste não treponêmico maiores do que os da mãe (Fluxograma 2).
Em caso de evidência sorológica apenas, deve ser afastada a possibilidade de sílis
adquirida.
Fluxograma 2
e/ou
e/ou
e/ou
e/ou
Terceiro Critério: Todo indivíduo com menos de 13 anos
de idade, com teste não treponêmico reagente e evidên-
cia clínica e/ou liquórica e/ou radiológica de sílis congê-
nita (Fluxograma 3).
69
Fluxograma 3
Evidência Clínica
Associado a
SÍFILIS CONGÊNITA
Associado a
Evidência Liquórica Evidência Radiológica
e/ou e/ou
Criança com menos de
13 anos de idade
Sorologia não
Treponêmica Reagente
Quarto Critério: Toda situação de evidência de infecção pelo Treponema pallidum em pla-
centa ou cordão umbilical e/ou amostra da lesão, biópsia ou necropsia de criança, aborto
ou natimorto.
Esquema-resumo dos critérios de definição de casos
Títulos ascendentes
Testes não Treponêmicos
reagente após 6 meses
Associado a
Teste Treponêmico rea-
gente após 18 meses
Títulos dos testes não
Treponêmicos maio-
res do que o da mãe
SÍFILIS CONGÊNITA
Aborto / Natimorto
Mãe com Sílis
Mãe não tratada ou ina-
dequadamente tratada
Associado a
Criança com menos de
13 anos de idade
Toda situação de evidência
de T. Pallidum em placenta
ou cordão umbilical e/ou
amostra de lesão, biópsia
ou necropsia de criança,
aborto ou natimorto
Associado a
e/ou
e/ou
Evidência soroló-
gica para Sílis
Sorologia não
Treponêmica
Evidência Clínica
Evidência Radiológica
Evidência Liquórica
Sorologia não
Treponêmica reagente
mais
e/ou
e/ou
e/ou
e/ou
e/ou
e/ou
e/ou
70
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Quais são os passos da investigação de um caso suspeito de sílis congênita?
O primeiro passo é identicar a gestante e/ou puérpera portadora de sílis.
Os passos seguintes visam a investigação completa e necessitam de informações do
pré-natal, tratamento anterior da mãe e do(s) parceiro(s), exames físico, laborato-
riais e radiológicos da criança.
As principais fontes noticadoras de sílis congênita são as maternidades (onde
se realiza a triagem para sílis na admissão para o parto ou curetagem), unidades
básicas de saúde e ambulatórios pediátricos, principalmente para crianças que nas-
ceram de parto domiciliar ou não foram diagnosticadas na maternidade.
O preceptor de Alberto leva os residentes para conhecer o núcleo de vigilância e pede
à enfermeira Mariana para apresentar o instrumento de noticação e investigação
da sílis congênita.
Questão 4
Identique os campos essenciais para a denição de caso e análise epidemiológica
da sílis congênita (anexo I) junto com os residentes.
Questão 5
Alberto fala a seu preceptor: Entendi a denição de caso, mas não estão claros
pra mim os passos dessa investigação.
71
Mariana convida o grupo para discutir alguns casos clínicos que ela tem no núcleo
de vigilância e também preencher a cha de noticação e investigação.
Faça o exercício de preenchimento das chas de investigação junto com os resi-
dentes.
Questão 6
72
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Casos Clínicos
Caso 1 (nº da noticação 0273050)
Maria Assunção Lima, branca, 26 anos (data de nascimento: 06/06/1978), recep-
cionista, residente na Rua Castro Alves, 123, bairro São José, município de Céu
Claro, estudou até a série do primeiro grau. Chega à maternidade Clara Nunes,
localizada no município Lua Azul no dia 14/03/2005, em trabalho de parto com
dilatação de 3 cm, bolsa íntegra e níveis pressóricos de 120/75mmHg. Triagem
para sílis reagente (VDRL = 1:16, data da coleta 14/03/2005). Não foi realizado
exame conrmatório.
Segundo dados do cartão da gestante, Maria Assunção realizou 4 consultas de
pré-natal no posto de saúde do município de Lua Azul. Durante o pré-natal foi
diagnosticada sílis, VDRL = 1:32, amostra coletada em 05/10/2004 (na primeira
consulta). No cartão da gestante não registro da realização de outro teste, mas
há registro de tratamento com penicilina benzatina 2.4 milhões UI, IM, iniciado
no dia 26/11/2004. Refere que não tomou a segunda dose do medicamento e que
seu parceiro não pôde comparecer ao Posto de Saúde para tratamento. Recém-
nascido (Maria de Fátima Lima) nasceu no dia 14/03/2005, a termo, assintomáti-
co, com 38 semanas de gestação, pesando 3.380g. Sorologia de sangue periférico
reagente (VDRL = 1:8, data da coleta 15/03/2005), VDRL do líquor não reagente
(data da coleta: 15/03/2005) e avaliação radiológica e liquórica sem alterações.
Não foi realizado sorologia treponêmica no sangue periférico.
Caso 2 (nº da noticação 0273051)
Priscila dos Santos, 27 anos, residente na rua Alecrim, bairro Cidreira, 10, mu-
nicípio de Lua Azul, casada, grau completo, parceiro xo, com história de três
gestações prévias, com três partos transpélvicos, nenhum aborto (G3:P3:A0), deu
entrada na maternidade municipal de Lua Azul, na 26ª semana de gestação, com
quadro de sangramento vaginal e dores em baixo ventre. Evoluiu com contrações
intensas. A ultra-sonograa obstétrica revelou feto sem sinais vitais, volume ab-
dominal aumentado, pesando aproximadamente 750 g. A paciente permaneceu
internada durante 4 dias para realização de curetagem (data do procedimento:
23/04/2005). Dois dias após a alta, retornou ao hospital com quadro de febre, esta-
do geral comprometido, evoluindo para óbito no terceiro dia de internação. Não
foi realizado testagem para sílis na maternidade em nenhuma das ocasiões.
No prontuário médico consta que a paciente realizou o pré-natal na unidade bá-
sica de saúde próxima de sua residência, na zona rural, a partir da 8ª semana de
gestação. Foi coletado sangue para realização de exames na consulta. Porém,
no cartão de consultas e exames não havia registro do resultado do VDRL. Não
foi encontrado no prontuário o registro da realização de outro teste para triagem
sorológica da sílis.
O caso foi relatado para o Comitê Municipal de Mortalidade Infantil de Riachi-
nho, que localizou os exames da paciente no Laboratório Regional: VDRL 1:64
(data da coleta: 23/12/04); tipo sanguíneo B, Rh
+
; anti-HIV não reagente. A coor-
denadora municipal responsável pelo laboratório justicou que, “por problemas
técnicos” não pode enviar o exame da paciente para a unidade básica.
73
Questão 7
12
Inconsistência - falta coerência no preenchimento dos dados da noticação /investigação dos casos.
13
Completitude levantamento da proporção de preenchimento dos campos na análise de uma base de dados. Ex.:
Proporção do preenchimento do campo sexo, escolaridade, ocupação, raça, etc...
Ajude Mariana a responder a pergunta.
A noticação é feita pelo preenchimento e envio da Ficha de Noticação e Investi-
gação Epidemiológica de Caso de Sílis Congênita, e deve ser preenchida correta-
mente, evitando inconsistências
12
e/ou não completitude
13
dos dados na cha por
todo prossional de saúde no exercício de sua função.
Leis, decretos e portarias:
1.
Lei 6259, de 30 de outubro de 1975 dispõe sobre o Sistema Nacional de Vigin-
cia Epidemiogica e regula ões de VE (Decreto 78231 de 12 de agosto de 1976 a
regulamenta).
Caso 3 (nº da noticação 0273052)
A pediatra Luciana da Unidade Básica de Saúde de Lua Azul, começou a trabalhar
visitando o Orfanato Pinheiro do Sol, na rua Ernesto Che Guevara, no municí-
pio de Lua Azul, em 10/01/2005. Observou que Raí Pereira Barbosa, branco, sete
anos, nascido em 01/05/1998, lho de Rita Pereira Barbosa falecida aos 16 anos
de idade, morador do orfanato desde outubro de 2003, apresenta nariz em sela e
lesões gomosas. A pediatra solicitou investigação sorológica para sílis, cujo resul-
tado foi: VDRL = 1:8 (data da coleta: 11/02/2005). Não fez avaliação liquórica ou
radiológica. O orfanato não possui nenhuma informação sobre a mãe ou outro
familiar.
Ângela, colega de turma de Alberto, pergunta a Mariana: E de quem é a responsabi-
lidade de preenchimento e envio da cha de noticação/investigação?
74
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Em seu Título III - da Noticação Compulsória de Doenças - Art. 8 º - dispõe:
É dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência de
fato comprovado ou presumível, de caso de doença transmissível, sendo obrigató-
ria a médicos e outros prossionais de saúde no exercício da prossão, bem como
responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e privados de saúde e
ensino, a noticação de casos suspeitos ou conrmados das doenças relacionadas
em conformidade com o artigo 7º.
2.
Portaria 542, de 22 de dezembro de 1986 inclui na relação de doenças de noti-
cação compulsória no território nacional (Portaria Ministerial 608, de 28 de
outubro de 1979) a sílis congênita e a aids.
3.
Código de Ética Médica Resolução CFM 1246 de 1988 - enuncia os princípios
éticos dos médicos para o Mercosul pág. 94 item 9 Os médicos devem res-
peitar a legislação do País onde exercem a prossão, devendo colaborar com as
autoridades sanitárias e assumir parcela de responsabilidade em relação à saúde
pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde.
4.
Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990 dispõe sobre o Sistema Único de Saúde
(SUS), denindo no artigo 6º, a vigilância epidemiológica como um conjunto
de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qual-
quer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual
ou coletiva com a nalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e
controle das doenças ou agravos e ressalta a noticação compulsória de doenças
como um de seus principais instrumentos.
5.
Código de Ética Médica – 1996, nos seus artigos 1; 14; 44; 102; 107 e 108, dispõe
sobre a obrigatoriedade de sigilo médico e da possibilidade de quebra desse si-
gilo nas situações em que se deve proteger a saúde e mesmo a vida de outras
pessoas (tendo aqui em vista o conceito de legítima defesa) e quando houver
obrigatoriedade de noticação do caso (observe-se que nesta última situação
obrigatoriedade de sigilo para os prossionais que trabalham com dados de
noticação).
6.
Portaria 2616, de 12 de maio de 1998 determina diretrizes e normas para a
prevenção e o controle das infecções hospitalares. Anexo 3, item 11: “noticar,
na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do SUS, os
casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemioló-
gica (noticação compulsória), atendidos em qualquer dos serviços ou unidades
do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços de saúde coletiva”.
7.
Portaria 993/GM de 04 de setembro de 2000 altera a relação de doeas de noti-
cação compulsória incluindo a infeão pelo HIV em gestantes e criaas expostas
ao risco.
8.
Portaria 1943, de 18 de outubro de 2001, revogando a portaria 993/GM, de 4
de Setembro de 2000 redene a relação de doenças de noticação compulsória
para todo território nacional.
9.
Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) – Capítulo
III, artigo 269 – Dos crimes contra a saúde pública – Art. 269 – omissão de notica-
ção de doença Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja
noticação é compulsória: Pena – detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
75
Questão 8
10 Portaria no5, de 21 de fevereiro de 2006. - Inclui doenças na relação nacional de
noticação compulsória, dene doenças de noticação imediata, relação dos re-
sultados laboratoriais que devem ser noticados pelos Laboratórios de Referên-
cia Nacional ou Regional e normas para noticação de casos.
Questão 9
Discuta o uxo de informação da VE da sua unidade de saúde, município ou estado.
Sistema Nacional de Vigilância e Fluxo de informação (Anexo IV).
Alberto preencheu as chas de noticação e anexou aos respectivos prontuários.
Avalie no seu grupo se a atitude de Alberto está de acordo com o uxo de informa-
ção da vigilância epidemiológica (VE).
76
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 11
Qual o sistema de informação que se utiliza no Brasil para a noticação da sílis
congênita e outros agravos?
Questão 10
O sistema de informação utilizado para o registro das noticações de agravos e do-
enças no Brasil é o SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Noticação. Para
a maioria dos agravos agudos, notica-se o caso suspeito na Ficha Individual de
Noticação -FIN, porque quase sempre que se desencadear as medidas de pre-
venção e controle imediatas. A partir dessa noticação, o caso é investigado, com
o preenchimento da Ficha Individual de Investigação - FII, sendo então conrma-
do ou descartado. A sílis congênita encontra-se no grupo de agravos agudos que
necessitam de investigação e notica-se somente os casos conrmados, conforme
recomendações descritas anteriormente.
Enquanto isso o enfermeiro Jorge e o médico Carlos estão relendo o plano de con-
trole da sílis que entregaram ao Secretário Mario de Andrade. Constataram que
o secretário tinha razão: o plano não tinha dados epidemiológicos sobre a sílis na
gestação e congênita.
Como você explicaria a importância da análise dos dados e a sua função?
77
A análise dos dados é fundamental para se conhecer o comportamento de uma
doença, propor e avaliar as medidas de prevenção e controle e, assim, subsidiar as
políticas públicas com relação à doença que se está enfocando.
Realizar a análise periódica dos dados fortalece a VE e proporciona a detecção de
inconsistências no sistema de vigilância, como a identicação dos casos sem inves-
tigação ou o monitoramento dos casos sem encerramento.
Jorge sugeriu que poderiam pedir ajuda ao Departamento de Vigilância em Saúde
da Secretaria Municipal de Lua Azul para analisar os dados.
Chegando conheceram a assistente social Laura que é a prossional responsável
pela vigilância epidemiológica das doenças transmissíveis no município.
Laura explica a Carlos e Jorge que antes da digitação a cha deve ser criticamente
revisada, para evitar possíveis distorções. Além disso, antes do início da análise dos
dados é necesrio realizar a identicão de posveis inconsisncias e/ou o com-
pletitude dos dados no sistema de informação.
Laura acrescenta que em relação à sílis congênita os principais problemas identi-
cados o: casos noticados sem a respectiva cha de investigação e casos noticados
com 13 anos ou mais de idade (erro de codicação da doença na CID-10 ou preen-
chimento da data de nascimento da mãe no lugar da data da criança).
Recomenda-se a realização da análise e listagem desses casos para inclusão das in-
vestigações. Ressalta-se que todas as correções no sistema deverão ser realizadas no
primeiro nível informatizado, onde o caso foi noticado.
Carlos indagou: quais as informações mais importantes da cha da sílis congênita
que poderemos utilizar para colocar no plano para o controle da transmissão vertical
da sílis?
Questão 12
Ajude Laura a responder a pergunta de Carlos. Quais as informações que você acha
importante analisar na cha da sílis congênita que vão ajudar no planejamento
das ações?
78
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Variáveis que ajudam a entender a transmissão vertical da sílis no instrumento de
noticação e investigação são: acesso ao pré-natal, diagnóstico de sílis durante a
gravidez, tratamento da gestante e do parceiro, dentre outras.
Jorge e Carlos precisam de informações que permitam conhecer a distribuição dos
casos de sílis congênita segundo as características de tempo, lugar e pessoa.
Tempo, ou “quando”: geralmente se refere ao período de ocorrência ou noticação
desses casos.
Lugar, ou “onde”: pode se referir tanto ao local da residência do caso ou ocorrência
ou ainda noticação, quanto à localização geográca ou à cidade ou ao distrito, e se
os casos são urbanos ou rurais.
Pessoa pode representar “quem” ou “o porquê” (quem se refere à faixa etária, sexo
e raça e porquê se refere ao motivo da exposição e às práticas de risco).
O estudo da distribuição de freqüência das doenças e dos agravos à saúde coletiva,
em função das variáveis ligadas ao tempo, ao espaço e à pessoa, possibilita o deta-
lhamento do perl epidemiológico, com vistas à promoção da saúde e é denomina-
do epidemiologia descritiva.
Laura apresenta o número de casos de sílis congênita noticados no SINAN do
município segundo o ano de diagnóstico, de 1998 até 30/06/2004. Solicita a Jorge e
Carlos que preparem uma apresentação destes dados.
1998 - 17
1999 - 30
2000 - 30
2001 - 41
2002 - 29
2003 - 19
2004 - 29
Ajude Jorge e Carlos a organizar os dados apresentados acima de forma didática e
tecnicamente correta.
Questão 13
79
A organização dos dados epidemiológicos é um passo importante para a análise e
interpretação dos resultados encontrados. Essa organização pode-se dar por tabe-
las, quadros, grácos e mapas. Tais maneiras de apresentar os dados têm o objetivo
de auxiliar o leitor na identicação da freqüência da ocorrência e na distribuição
dos casos, geralmente considerando as variáveis relacionadas ao tempo, ao lugar e
às pessoas.
Tabela I - Número de casos de sílis congênita noticados segundo o
ano de diagnóstico. Lua Azul, 1998-2004.
Ano de diagnóstico
1998 17
1999 30
2000 30
2001 41
2002 29
2003 19
2004 29
Total 195
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Noticação/SINAN – Lua Azul
*Casos noticados até 30/06/2004
Gráco 1 - Casos de sílis congênita noticados segundo ano de
diagnóstico. Lua Azul, 1998-2004*.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Noticação/SINAN – Lua Azul
*Casos noticados até 30/06/2004
80
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Questão 14
Durante a análise dos dados, Jorge sugere que as informações de sílis congênita
façam parte do boletim de saúde do município.
Segundo as informações contidas no gráco, é possível fazer alguma armação so-
bre a variação da incidência de sílis congênita em Lua Azul? Por quê? Que outros
dados seriam necessários para o cálculo do coeciente de incidência?
A análise dos dados inclui, necessariamente, a construção de indicadores que po-
dem ser de natureza qualitativa ou quantitativa, e denidos como:
“Qualquer medida contada ou calculada e mesmo qualquer observão classivel
capaz de “revelar” uma situação que não é aparente por si só”.
Os indicadores de saúde o medidas ndices, propoões, taxas, raes) que procuram
sintetizar o efeito de determinantes de natureza variada (sociais, econômicos, ambien-
tais, biogicos, etc.), sobre o estado de saúde de uma determinada população.
Carlos e Jorge não podem fazer nenhuma armação sobre a variação do coecien-
te de incidência da sílis congênita porque no gráco só estão contidos valores
absolutos referentes aos dados que se restringem aos eventos (número de casos),
localizados no tempo e no espaço, não possibilitando comparações temporais ou
geográcas. Esses são dados úteis no planejamento e na administração da saúde,
como, por exemplo, para a estimativa de medicamentos e insumos em geral.
Para ser possível comparar as freqüências de morbidade ou mortalidade, torna-se
necessário transformá-las em valores relativos, isto é, em numeradores de frações,
tendo denominadores dedignos. Os dados são relativos quando mostram alguma
relação com outros, podendo ser expressos por coecientes ou taxas, proporções,
índices ou razões.
81
Morbidade representa o comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma
população exposta num dado intervalo de tempo.
Incidência representa a freqüência de casos novos de uma determinada doença, ou
problema de saúde, em uma população sob risco, de um determinado local e ao
longo de um determinado período de tempo.
Prevalência é a freqüência de casos novos e antigos de uma determinada doença ou
problema de saúde, existente num determinado local e período.
Taxa ou Coeciente é uma medida do tipo proporção, que incorpora a relação entre
o número de eventos reais e os que poderiam acontecer, sendo uma medida que
informa quanto ao “risco” de ocorrência de um evento. Os eventos contidos no
numerador representam um risco de ocorrência em relação ao denominador.
A magnitude da sílis congênita sobre a população em termos de morbidade e
mortalidade pode ser expressa, respectivamente, pela taxa de incidência e pela taxa
de mortalidade. Estes indicadores representam a intensidade com que os casos ou
as mortes por sílis congênita ocorrem.
Para facilitar e permitir a comparação entre taxas, tanto as de morbidade quanto
as de mortalidade, calculadas para diferentes locais ou para o mesmo local em dife-
rentes períodos do tempo, utiliza-se sempre uma base comum (100, 1.000, 10.000,
100.000) que representa uma potência de 10 (10
n
). Essa potência de 10 é escolhida de
forma a tornar os números obtidos o mais próximo possível do inteiro, procurando
aumentar as frações obtidas pela divisão, e, conseqüentemente, diminuindo o nú-
mero de zeros dessas frações decimais. No caso da sílis congênita, tem-se utilizado
como base padrão nessas taxas 10
3
(1.000).
Taxa de Incidência
Taxa de incidência
da sílis congênita
Número de casos novos de sílis congênita em menores
de 1 ano de idade de um determinado local e ano
X 1000
Número de nascidos vivos de mães residentes de um
determinado local e ano
A prevalência é mais utilizada para doenças crônicas. Casos prevalentes são aqueles
que estão sendo tratados (casos antigos), mais aqueles que foram descobertos ou
diagnosticados (casos novos). Portanto, a prevalência é o número total de casos de
uma doença, novos e antigos, existentes, excluindo as curas, os óbitos e os doentes
emigrados num determinado local e período. Esse indicador não se aplica à sílis
congênita porque esta não é uma doença crônica.
É possível ainda trabalhar com dados de mortalidade, que se referem ao comporta-
mento dos óbitos por determinadas causas em uma população num dado intervalo
de tempo.
Taxa de mortalida-
de (sílis
congênita)
Número de óbitos por sílis congênita de um
determinado local e ano
x 10
n
Número de nascidos vivos de mães residentes de um
determinado local e ano
82
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
14
Óbitos neonatais: O período neonatal começa no nascimento e termina após 28 dias completos depois do
nascimento. As mortes neonatais (mortes entre nascidos vivos durante os primeiros 28 dias completos de vida)
podem ser subdivididas em mortes neonatais precoces, que ocorrem durante os primeiros sete dias de vida, e
mortes neonatais tardias, que ocorrem após o sétimo dia mas antes de 28 dias completos de vida.
Além da prevalência, das taxas de incidência e de mortalidade, existe um tipo “es-
pecial” de taxa de incidência denominado taxa de letalidade, representando a pro-
babilidade de um indivíduo ir a óbito por uma determinada causa, dado que essa
pessoa tem a doença.
Taxa de Letalidade
(sílis congênita)
Número de óbitos por sílis congênita de um
determinado local e ano
x 100
Número de casos de sílis congênita neste mesmo
local e ano
Além dos coecientes, existem outras medidas do tipo proporção. Dentre elas, tem-
se a mortalidade proporcional, que pode ser calculada para diferentes doenças ou
agravos, faixas etárias, etc.
Mortalidade Proporcio-
nal (sílis congênita)
Número de óbitos por sílis congênita de um
determinado local e ano
x 100
Número de óbitos neste mesmo local e ano
Pela história natural da sílis congênita a melhor maneira de avaliar a mortalidade
é por meio do estudo da mortalidade perinatal.
Mortalidade Perinatal
(sílis congênita)
Número de natimortos somados aos óbitos
neonatais
14
precoces por sílis congênita de um
determinado local e ano
x 100
Total de natimortos mais o total de nascidos vivos
neste mesmo local e ano
Laura resolve preparar uma apresentação dos dados de lis congênita do municí-
pio e convida Carlos e Jorge para participarem da preparação do informe epidemio-
lógico.
Dr. Carlos após o cálculo dos indicadores propostos sugeriu que utilizassem a taxa de
incidência de sílis congênita e a mortalidade perinatal por sílis congênita, que
esses demonstram melhor a magnitude do problema no município.
83
Questão 15
a) Calcule a taxa de incidência de sílis congênita, utilizando os dados populacio-
nais nos respectivos anos.
Número de nascidos vivos dos anos de 1998 a 2004.
Ano
1998 7.375
1999 7.595
2000 7.100
2001 6.633
2002 6.331
2003 6.458
Fonte: Sistema Nacional de Nascidos Vivos – Ministério da Saúde
b) Construa uma tabela e um gráco com a distribuição anual das taxas de incidên-
cia da sílis congênita no município de Lua Azul.
Avalie os dados do boletim epidemiológico do PN de DST/Aids na tabela “Casos de
sílis congênita (dados absolutos) e taxa de incidência (por 1.000 nascidos vivos)
(dados relativos), segundo ano de diagnóstico por local de residência” para observar
as limitações da análise a partir de dados absolutos e sua comparabilidade com ou-
tras realidades (anexo V).
84
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 16
Percentual de casos de sílis congênita segundo faixa etária e ano
diagnóstico. Lua Azul, 1998 a 2004.
Jorge agrupou os dados de sílis congênita segundo faixa etária da criança e cons-
truiu um gráco.
a) Como vo descreve os dados do gráco segundo faixa etária da criança e ano
de diagnóstico?
Fonte: Sistema de Agravos de Noticação/SINAN. Lua Azul.
*Casos noticados até 30/06/2004
85
b) Compare esses percentuais com os dados da tabela do boletim epidemiológico
do PN de DST/AIDS. Observe como se comportou a distribuição dos casos de
sílis congênita segundo faixa etária e ano de diagnóstico.
Um dos objetivos da vigilância epidemiológica da sílis congênita é a redução da
morbimortalidade. No período de 1998 a 1999, aproximadamente 50% dos casos
de sílis congênita no país foram diagnosticados até os sete dias de vida. Ao longo
da série histórica, observa-se o aumento da proporção de casos diagnosticados nes-
sa faixa etária, chegando a mais de 90% nos últimos anos. Esse aumento dos casos
diagnosticados até 7 dias de vida é um reexo da implantação da triagem para sílis
nas maternidades. Quanto mais precocemente essas crianças são diagnosticadas e
tratadas, melhor é o seu prognóstico.
Carlos perguntou a Laura se era importante incluir no boletim os dados sobre o
diagnóstico clínico da sílis congênita.
Questão 17
Como você analisa a distribuição dos casos de sílis congênita quanto ao diagnós-
tico clínico? (Tabela do Boletim Epidemiológico do PN de DST/AIDS que trata das
características dos casos por ano diagnóstico - anexo V).
86
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
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No período de 1998 a 2004, a proporção de casos noticados assintomáticos é de
pouco mais de 60% das noticações. Essa informação é muito importante para
o monitoramento da apresentação do agravo ao longo do tempo, uma vez que o
diagnóstico da infecção pelo T. pallidum vem sendo realizado de forma mais pre-
coce. Essa informação também reforça a adoção de ações como a triagem para sílis
em todas as parturientes.
Laura sugere a Jorge e Carlos que coloquem no plano de controle da lis congênita
a análise dos dados sobre o acesso ao pré-natal e ao diagnóstico de sílis durante a
gestação, além do tratamento do parceiro.
Observando as tabelas do Boletim Epidemiológico do PN de DST/AIDS (anexo V)
discuta com o grupo a importância da vigilância epidemiológica da sílis congênita
enquanto indicador da qualidade da assistência pré-natal?
A sílis congênita é reconhecidamente um indicador da qualidade da assistência
pré-natal, pois é um agravo de saúde passível de prevenção, desde que a mulher
infectada pelo Treponema pallidum seja identicada e tratada antes ou durante a
gestação. Observando os casos de sílis congênita diagnosticados em 2004 no Bra-
sil, 78,8% das mães realizaram pré-natal, destas, 57,7% tiveram o diagnóstico de
sílis durante a gravidez e apenas 14,1 % tiveram os seus parceiros tratados. Ainda
sem considerar o percentual de informações ignoradas, tais indicadores reetem a
baixa qualidade do pré-natal no país e/ou a pouca importância que os prossionais
de saúde, sejam gestores ou os diretamente envolvidos no atendimento, têm dado
ao diagnóstico e ao tratamento da sílis, principalmente na gravidez.
A constatação da elevada incidência de sílis congênita no país, apesar de suas mães
terem relatado acompanhamento pré-natal, reete a necessidade de se rever ou
mesmo reformular a assistência pré-natal ofertada às mulheres, enfatizando o seu
aspecto qualitativo, a m de se reduzir a transmissão vertical da doença.
Laura conversa com Carlos e Jorge sobre o conteúdo técnico do Plano de Controle da
Sílis Congênita.
87
Questão 18
Quais as informões relevantes para a constrão do Plano de Preveão e Controle
da lis Connita?
A priorização das informações a serem apresentadas num relatório varia de acordo
com o objetivo do documento e/ou da área de abrangência da instituição (unidade
de saúde, maternidade, regional de saúde, município ou estado etc.). É importante
que a análise contemple a avaliação da qualidade das ações preventivas da transmis-
são vertical nos serviços de saúde tais como: realização do pré-natal, diagnóstico
de sílis durante a gestação e o tratamento do parceiro. A escolaridade da gestante
também gera uma informação valiosa, pois é um indicador indireto da situação
socioeconômica.
Após a divulgação do plano municipal de controle da sílis congênita, o diretor da
unidade básica de saúde de Lua Azul, preocupado com o número de caso de sílis
congênita no município e empenhado em eliminar essa doença, reuniu a equipe do
serviço para discutir estratégias de melhoria da qualidade da atenção pré-natal na-
quela unidade. Ele explicou aos técnicos que está muito preocupado com o apareci-
mento de alguns casos de sílis em crianças de mães residentes naquela regional de
saúde. Além da equipe da unidade, o diretor convidou técnicos dos programas mu-
nicipais de DST/Aids, da atenção básica, da saúde da mulher e da saúde da criança
para ajudarem nas propostas de melhoria do plano.
Uma funcionária do programa de DST/Aids apresentou para o grupo a portaria
33, de 14 de julho de 2005 que institui a noticação compulsória da sílis na
gestação.
88
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Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 19
que a sílis congênita é de noticação compulsória por que realizar a vigilância
da sílis na gestação?
Porque a gestação é o momento privilegiado para a prevenção da sílis congênita. A
vigilância compulsória aumenta a visibilidade do agravo, desencadeando medidas
de controle que possibilitarão a eliminação da sílis congênita.
A proposta de vigilância compulsória da sílis na gestação inicia-se num momento
em que o Ministério da Saúde, em conjunto com os estados e municípios, está re-
forçando as ações de controle da transmissão vertical da sílis. Em que pese os es-
forços para controle desse agravo, a sílis congênita permanece como um problema
de saúde pública tanto no Brasil quanto em outros países do mundo.
No Brasil, os estudos de sílis em parturientes encontraram uma prevalência de
1,6% em 2004. A partir dessa prevalência estimou-se 52.000 casos de sílis na ges-
tação para 2005.
Como elemento fundamental no enfrentamento da sílis congênita, as ações de pre-
venção precisam ser reforçadas na assistência ao pré-natal e ao parto, sejam elas
realizadas em unidades básicas de saúde ou em serviços de referência. O País es
priorizando e investindo nas políticas de incentivo à qualicação do pré-natal, com
disponibilização de testes diagnósticos e tratamento para os agravos identicados e
a sílis é um dos agravos prioritários.
Todas essas iniciativas demandam um aprimoramento da vigilância epidemiológi-
ca da sílis na gestação.
89
Questão 20
Como organizar a rede de vigilância epidemiológica nacional/estadual/regional/
municipal para a sílis na gestação?
Vigilância epidemiológica da sílis na gestação
Objetivos
Controlar a transmissão vertical do Treponema pallidum.
Acompanhar o comportamento da infecção entre gestantes, para planejamento e
avaliação das medidas de prevenção e controle.
Denição de caso para ns de vigilância epidemiológica (VE)
Para ns de VE, deve ser noticada:
Gestante que durante o pré-natal apresente evidência clínica de sílis e/ou sorolo-
gia não treponêmica reagente, com teste treponêmico positivo ou não realizado.
Instrumento de noticação/investigação
Ficha de noticação/investigação (anexo IV).
Locais de noticação/investigação
Fonte de dados: serviços de pré-natal, unidades básicas de saúde, maternidades e
ambulatórios materno-infantis, dentre outros.
Fluxo da informação
O uxo é o mesmo estabelecido para os demais agravos de noticação compul-
sória no país, ou seja, as unidades de saúde deverão noticar, semanalmente, as
gestantes com sílis, após investigação, ao nível municipal. Das secretarias muni-
cipais, a informação segue para as respectivas secretarias regionais/estaduais, e
dessas para o nível nacional(anexo IV).
Sistema de informação
O Sistema de Informação de Agravos de Noticação (SINAN) a partir da versão 5.2
permite digitação das noticações de gestantes com sílis e o código a ser utiliza-
do para inclusão da noticação no SINAN é O98.1.
A inclusão das informações da Ficha de Investigação Individual(FII) no sistema in-
formatizado só será possível após a disponibilização do SINAN-NET.
Consolidação dos dados e análise:
A análise e consolidação dos dados serão feitas pelos diversos níveis da sua área
de abrangência.
90
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Após a apresentação da proposta de implantação da vigilância epidemiológica da
gestante com sílis, a enfermeira Ana Maria apresentou os seguintes casos clínicos
para discussão com a equipe:
Caso 1 (n° da noticação 0273053)
Maria Antônia dos Santos, lha de Maria dos Anjos Santos, branca, 21 anos (data
de nascimento: 02/02/1984), do lar, natural e residente do município de Lua Azul,
rua 07, casa 43. Estudou até a série do ensino fundamental. No dia 02/05/2005
chega ao posto de saúde de Lua Azul trazendo para a consulta seu lho de 2 anos
e 3 meses que apresenta, há 24 horas, dor de ouvido e febre. Refere que está com
atraso menstrual 3 meses (última menstruação foi ± em 1º/02/2005) e enjôos
matinais, que pensa estar associado à gravidez (o “teste de farmácia” foi “positivo”).
Ainda não iniciou acompanhamento pré-natal por falta de tempo e também porque
essa é a sua gestação e, por isso, “tem experiência”. As 2 gestações anteriores
transcorreram normalmente. A idade gestacional hoje é de 15 semanas e 4 dias.
Aproveitando a consulta de seu lho, Maria Annia foi acolhida, sendo solicitados
e colhidos os exames de rotina e marcada consulta na agenda de pré-natal para
09/05/2005. História clínica sem particularidades. Hisria obstétrica revela duas ges-
tações anteriores com acompanhamento pré-natal, exames de rotina sem alterações,
e anti-HIVo reagente no primeiro pré-natal e sem informação do segundo. Os be-
s nasceram a termo, por via vaginal, com peso adequado para a idade gestacional
(AIG) e tiveram alta sem intercorrências.
Exames solicitados: sorologias para sílis, toxoplasmose, rubéola, hepatite B e HIV,
além de glicemia de jejum, tipagem sanguínea, hemograma, urina I e urinocultura.
Data da coleta: 03/05/2005
Resultados:
EXAMES RESULTADO
Toxoplasmose IgM (-), IgG (+)
Rubéola IgM (-), IgG (+)
VDRL Reagente (1:16)
Anti-HIV Não reagente
Hepatite B HBsAg (-)
Glicemia 82 mg/dl
Tipagem sanguínea O
+
Hemograma Hemoglobina 14,4
Urina I (EAS) Sem anormalidades
Urinocultura Ausência de crescimento bacteriano
Maria Antônia dos Santos compareceu no dia 09/05/2005 para consulta pré-natal,
conforme agendado no cartão. Ao Exame físico sem sinais clínicos compatíveis
com sílis. Realizado tratamento para sílis (Penicilina G Benzatina 2.400.000 UI/
IM, em 3 aplicações) para a gestante e para seu parceiro.
91
Caso 2 (n° da noticação 0273054)
Claudete Floral, 17 anos, lha de Eduarda Floral, negra, moradora da favela da
Caixa D’água, conheceu seu namorado 10 meses. No início eles transavam
com camisinha, mas um mês depois haviam abandonado esta prática. Foi com
surpresa, no entanto, que Claudete descobriu algum tempo depois que estava
grávida. A notícia da gravidez abalou o núcleo familiar e Claudete foi morar com
parentes em Lua Azul, uma cidade do interior.
Em Lua Azul, Claudete recebeu a visita do agente comunitário de saúde (Rua
Avenca, nº6), porém escondeu a gravidez.
Um mês depois de chegar a Lua Azul, Claudete conheceu Valdemir por quem se
apaixonou, iniciaram o namoro e relações sexuais sem preservativo. Nesse mo-
mento, ela se encontrava na 20ª semana de gestação. Poucos dias depois, ela
revelou sua condição de grávida ao seu novo companheiro.
Seguindo os conselhos do seu companheiro, foi ao Posto de Saúde de Lua Azul pa-
ra uma consulta médica, em 06/04/2005. Foi observado, durante a consulta, que
em sua genitália também havia lesões, tipo placas, úmidas e com certo odor. Foi
realizado aconselhamento sobre as doenças sexualmente transmissíveis, solicitado
os exames de rotina e agendado consulta de pré-natal.
Exames solicitados: sorologias para sílis, toxoplasmose, rubéola, hepatite B e
HIV, além de glicemia de jejum, tipagem sanguínea, hemograma, urina I e urino-
cultura.
Data da coleta: 06/04/2005
Resultados:
EXAMES RESULTADO
Toxoplasmose IgM (-), IgG (+)
Rubéola IgM (-), IgG (-)
VDRL Reagente (1:256)
Anti-HIV Não reagente
Hepatite B HBsAg (-)
Glicemia 80 mg/dl
Tipagem sanguínea A-
Hemograma Hemoglobina: 15,4
Urina I (EAS) Sem anormalidades
Urinocultura Ausência de crescimento bacteriano
No dia 13/04/2005, Claudete e seu companheiro, Valdemir Milhão, compareceram
à consulta de pré-natal. Tratamento realizado para sílis para Claudete (Penicilina
G Benzatina – Duas doses: 2.400.00 UI/IM com intervalo de 7 dias) e Valdemir (Pe-
nicilina G Benzatina – Duas doses: 2.400.00 UI/IM com intervalo de 7 dias).
Caso 3 (n° da noticação 0273055)
Maria Assunção Lima, branca, 26 anos (data de nascimento: 06/06/1978), recep-
cionista, residente na Rua Castro Alves, 123, bairro São José, município de Céu
Claro, estudou até a série do primeiro grau; faz o pré-natal no posto de saúde do
município de Lua Azul. Durante o pré-natal na primeira consulta foi diagnosticado
sílis, VDRL=1:32, amostra coletada em 05/10/2004. Paciente refere ter iniciado
tratamento com Penicilina Benzatina 2.4 milhões UI, IM, no dia 26/11/2004(cartão
pré-natal). Não retornou para dar continuidade ao pré –natal.
92
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 21
Com base nas informações apresentadas, preencha o instrumento de noticação
e investigação da sílis na gestação junto com a equipe da unidade básica de Lua
Azul.
UNIDADE
DIDÁTICA
B
Módulo 3 - Vigilância Epidemiológica
da Infecção pelo HIV em Gestantes e
Crianças expostas
95
No início da década de 80, a eclosão de uma nova doença – que inicialmente foi
identicada como uma síndrome, conhecida mundialmente pela sigla AIDS (Ac-
quired Imunodeciency Syndrome), sendo posteriormente reconhecida como en-
tidade clínica, de etiologia viral, e denominada aids foi responsável por mudanças
signicativas não somente no campo da saúde, mas também em outras áreas por
combinar comportamento e doença. A aids acarretou desaos para a área cientí-
ca, trouxe novos atores para os movimentos sociais e, sobretudo, conferiu maior
visibilidade a questões relacionadas à sexualidade. Ainda no início do século XXI,
a aids é um dos mais fortes exemplos da inter-relação dos campos acima mencio-
nados. Igualmente importantes são os mecanismos locais, nacionais e globais de
elaboração, apropriação e disseminação de conhecimentos relacionados à aids, fa-
cilitados – principalmente, mas não só – pelas conquistas tecnológicas.
Logo após a publicação dos resultados do protocolo 076 do Aids Clinical Trial Group
(PACTG 076) e considerando o crescimento da epidemia na população feminina, a pre-
veão da transmissão vertical do HIV foi estabelecida pelo Ministério da Sde do Bra-
sil como uma das prioridades para o Programa Nacional de DST e Aids. Data de 1995 a
primeira publicação especa sobre prevenção da Transmiso Materno Infantil(TMI)
do HIV. As recomendações contidas nessa publicação foram atualizadas em 1997 e pu-
blicadas em Drio Ocial da União (Portaria Técnica Ministerial n.º 874/97 de 03 de
julho de 1997, publicada no D.O.U. de 04/07/97), incldas nos manuais de condutas
para o tratamento de adultos e crianças infectadas pelo HIV e outros informes cni-
cos, contemplando ações de aconselhamento e testagem para o HIV durante a gestação
(pré-natal, parto e puerpério); a administração de anti-retrovirais para as gestantes HIV
+ e seus rem-nascidos; e a contra indicão do aleitamento materno.
Embora essas intervenções estejam disponíveis para toda a população de gestantes
infectadas pelo HIV e seus lhos, estima-se que somente cerca de 50% das mulheres
infectadas recebem AZT injetável durante o parto. As diculdades da rede de servi-
ços de saúde em prover diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV, a cobertura
insuciente de mulheres testadas no pré-natal, principalmente nas populações mais
vulneráveis ao HIV e a deciência na assistência pré-natal contribuem para este ce-
nário. No entanto, apesar de todas essas diculdades, nos últimos anos, o número
de casos de aids em crianças vem decrescendo progressivamente em nosso País.
Transmissão Vertical do HIV
96
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Em 2003, o Ministério da Saúde implantou o “Projeto Nascer Maternidades”
(PNM) com o objetivo de reduzir a taxa de transmissão vertical (TV) do HIV de
16% para 8%, quando as mães fossem identicadas com teste rápido no momento
do parto e de 16% para menos de 3% quando as mães tivessem diagnóstico e trata-
mento adequado durante o pré-natal. É objetivo intermediário do programa testar,
no momento do parto, 100% das parturientes atendidas pelo SUS não testadas ou
sem registro do resultado das sorologias para HIV, garantindo cobertura completa
das medidas terapêuticas e proláticas para o binômio mãe-lho.
O PNM foi implantado inicialmente em maternidades próprias e contratadas do
SUS,localizadas nos municípios considerados prioritários para o programa segun-
do critérios epidemiológicos da TV, sendo atualmente extensível a todos os muni-
cípios e serviços por eles cadastrados. A entrada do estabelecimento de saúde no
rol das maternidades do programa implica em capacitação de equipes multipro-
ssionais em acolhimento, acompanhamento, utilização de testes rápidos, manejo
clínico das parturientes HIV positivas e crianças expostas, orientação quanto a ali-
mentação da criança e vigilância epidemiológica.
A evolução da epidemia de aids no mundo e no Brasil pode ser caracterizada pelos
seguintes períodos:
1980-1985: o surgimento da epidemia, seu impacto e signicados no mundo e os
reexos iniciais no Brasil.
1986-1990: inicia-se o aprimoramento das denições técnicas, das medidas de con-
trole e assistência, da vigilância epidemiológica e da atuação dos grupos organiza-
dos na sociedade. Em 1986 a aids e a sílis congênita foram incluídas como agravos
de noticação compulsória (Portaria nº 542, de 22 de dezembro de 1986).
1991-1995: é uma fase de intensicação da epidemia, aprimoram-se os esquemas te-
rapêuticos. No Brasil organizam-se servos, leis, estruturam-se Organizações Não-
Governamentais (ONG); assina-se o acordo de empréstimo com o Banco Mundial.
1996-2000: no mundo aumentam as possibilidades terapêuticas e a epidemia avan-
ça, principalmente, nos países africanos. No Brasil, são disponibilizados os medica-
mentos anti-retrovirais em todo o País, com redução da morbimortalidade por aids;
a epidemia entra em uma tendência de estabilidade relativa (apesar das diferentes
expressões regionais); consolidam-se os movimentos sociais. Em 2000, implanta-se
a noticação universal e obrigatória das gestantes soropositivas e crianças expostas
ao HIV com inclusão desses agravos entre as doenças de noticação compulsória
do País (Portaria 993/GM de 04 de setembro de 2000), com elaboração da cha
de noticação gestante/criança exposta.
2001-2004: continua chamando a atenção o aumento da epidemia de aids, princi-
palmente nos países africanos e asiáticos. Cria-se o Fundo Global para Combate à
Aids, Tuberculose e Malária. O Brasil assume posição de liderança na luta contra os
preços elevados dos medicamentos anti-retrovirais.
As diferentes dimensões da epidemia da infecção pelo Vírus da Imunodeciên-
cia Humana (Human Immunodeciency Virus - HIV) e da aids cultural, social,
política, médica e econômica não podem ser consideradas de forma isolada ou
denitiva.
97
Uma das marcas da aids é a necessidade de uma abordagem inter e multidisciplinar.
Além disso, a transitoriedade dos conceitos teóricos tem marcado as certezas e ver-
dades sobre o HIV. A complexidade e fragmentação das respostas frente à epidemia,
torna, cada vez mais, qualquer análise sobre as diferentes dimensões da aids uma
tarefa difícil de ser realizada de forma abrangente e, de alguma maneira, inovadora.
A epidemia da infecção pelo HIV/Aids constitui um fenômeno global, dinâmico e
instável, traduzido por diversas subepidemias regionais.
No Brasil, como resultado de grandes desigualdades sociais, a propagação da infec-
ção pelo HIV/Aids revela aspectos de dimensões múltiplas e acarreta transforma-
ções epidemiológicas signicativas.
Inicialmente, restrita aos grandes centros urbanos e predominantemente masculi-
na, hoje a epidemia caracteriza-se pelo aumento dos casos em mulheres e expansão
para municípios do interior do país.
A principal forma de transmissão do HIV é a via sexual e observa-se um aumento
no registro de casos de aids em indivíduos com menor escolaridade e em residentes
nas regiões periféricas das cidades.
Uma das conseqüências da participação feminina na epidemia de aids é a trans-
missão vertical do vírus. No Brasil, essa forma de transmissão corresponde a quase
totalidade dos casos de aids em menores de 13 anos é de transmissão vertical.
Os exercícios desenvolvidos neste módulo serão realizados no Município ctício de
Lua Azul na Secretaria Municipal de Saúde, no Ambulatório Municipal, na Unida-
de Básica de Saúde e no Laboratório. Os personagens são os seguintes:
Maria José
Gestante em consulta de pré-natal Unidade Básica de Saúde de
Lua Azul
Camila Médica do pré-natal – Unidade Básica de Saúde de Lua Azul
Clarice Estagiária de medicina
Jonas Chefe do Laboratório Municipal de Lua Azul
Emília
Coordenadora do Núcleo de Epidemiologia do município de Lua
Azul
Aproxima-se o dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids. No muni-
cípio de Lua Azul está ocorrendo uma grande mobilização dos prossionais da área
da saúde e da imprensa, bem como da comunidade em geral. Uma grande campa-
nha de prevenção da transmissão vertical do HIV voltada para mulheres grávidas,
prossionais de saúde e gestores no Município de Lua Azul será lançada, seguindo
uma orientação nacional. Essa campanha iniciará as atividades do Dia Mundial de
Luta Contra a Aids, cujo tema será: “Mulheres, Meninas, HIV e aids”.
98
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
O objetivo é promover a melhoria da qualidade do pré-natal, incentivando pro-
ssionais de saúde a oferecerem os testes para diagnosticar e, nos casos positivos,
instituir a prolaxia para a mãe , com o objetivo de evitar a infecção do bebê. Os
exames e a prolaxia são gratuitos e disponíveis na rede pública de saúde.
Enquanto isso, numa Unidade Básica de Saúde...
Maria José, moradora do município de Lua Azul, está grávida e recebeu na consulta
de pré-natal o resultado positivo para o HIV. Embora tenha cado muito transtor-
nada, Maria José aguardava apreensiva por esse exame, pois seu parceiro recebera
um resultado de teste anti-HIV positivo, na semana anterior. Hoje, Maria José re-
torna à Unidade de Saúde para consulta de seguimento.
A estagiária de medicina, Clarice, responsável pelo atendimento a Maria José, após
leitura do prontuário, procura a Dra Camila e indaga sobre as possibilidade da
transmissão da infecção pelo HIV para o bebê.
Ajude Dra. Camila a responder a indagação de Clarice:
15
A amamentação cruzada é quando a criança é amamentada por outra mulher que não sua mãe (conhecida
também como “mãe de leite”).
16
Tess et al, AIDS; 12:513-520,1998/Rubini et al, 1996.
Questão 1
A transmissão da infecção pelo HIV da mãe para o concepto, denominada trans-
missão vertical (TV), é decorrente da exposição da criança à infecção pelo HIV,
durante a gestação, parto e/ou aleitamento materno/aleitamento cruzado
15
.
A transmissão vertical do HIV, na ausência de qualquer intervenção médica, situa-
se em torno de 25,5%, variando entre 15% a 40% em diferentes partes do mun-
do. Os maiores percentuais foram encontrados na África (30 a 40%), enquanto
na América do Norte e Europa, cavam em torno de 15 a 29%. Dois estudos no
Brasil em gestantes infectadas pelo HIV, em São Paulo e Rio de Janeiro, mostraram
percentuais de transmissão de 16% e 39,8%, respectivamente. Em ambos estudos
a transmissão foi alta devido à doença avançada da mãe e pelo fato de as crianças
terem sido amamentadas
16
.
99
A transmissão intra-uterina, responsável por 35 % dos casos, é possível em qual-
quer fase da gravidez, sendo menos freqüente no primeiro trimestre. A maior parte
dos casos de transmissão vertical (65 %) acontece próxima ao parto ou durante o
mesmo. O aleitamento materno representa risco adicional de transmissão que po-
de variar de 7% a 22%. Esse risco eleva-se aproximadamente para 30 % quando a
infecção da mãe ocorre durante o período de amamentação. Por esse motivo o alei-
tamento materno e o aleitamento cruzado estão contra indicados. A transmissão
do HIV pelo leite materno é evitada com o uso de leite articial ou de leite humano
processado em bancos de leite (leite pasteurizado).
Estudos demonstram que são vários os fatores associados ao aumento do risco de
transmissão do HIV da mãe para o lho, sendo os principais a carga viral elevada e
a ruptura prolongada das membranas amnióticas.
Após esses esclarecimentos, Clarice pergunta: Existe alguma coisa que podemos
fazer para que o bebê da dona Maria José não seja infectado pelo vírus?
Questão 2
Ajude Dra. Camila a responder a pergunta de Clarice:
A possibilidade de reduzir signicativamente a transmissão vertical do HIV com o
uso da zidovudina (AZT), demonstrada pelo protocolo 076 do Aids Clinical Trial
Group (ACTG 076), foi um dos mais relevantes avanços na prevenção da transmissão
do HIV. Os resultados deste estudo clínico, publicado em 1994, demonstraram uma
redução de 2/3 na transmissão vertical do HIV com a administração do AZT para a
mulher durante a gestação e parto, e para o recém nascido, nas primeiras semanas de
vida. Desde então, vários outros ensaios clínicos e observacionais, utilizando esque-
mas mais curtos com AZT e com outros anti-retrovirais m comprovando a ecácia
das intervenções, mesmo que realizadas tardiamente.
100
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Um grande esforço vem sendo feito em todo o mundo para a divulgação dessas infor-
mações e para a implementação de ações voltadas para a prevenção da transmissão
do HIV da mãe infectada para seu lho. Entre elas: aconselhamento e testagem para
o HIV no pré-natal; administração de anti-retrovirais para as gestantes/parturientes
HIV+ e seus recém-nascidos; contra indicação do aleitamento materno e instituição
do leite articial. Estas intervenções vem sendo amplamente implementadas nos pa-
íses desenvolvidos e por alguns países em desenvolvimento, como o Brasil e Tailân-
dia, resultando na redução signicativa do número de casos de aids em crianças.
O Brasil, a partir de 1995, iniciou a implantação de medidas de controle para pre-
venção da TV, com ampliação para todos os estados a partir de 1996, resumidas no
quadro 1.
Quadro 1 – Ações de controle da transmissão vertical do HIV.
AÇÕES NO PRÉ-NATAL
DURANTE
O PARTO
RECÉM-NASCIDO
ACONSELHAMEN-
TO E TRIAGEM
SOROLÓGICA
Aconselhamento
e testagem para o
HIV.
Para as partu-
rientes que não
realizaram o teste
anti-HIV durante o
pré-natal: aconse-
lhamento
e testagem rápida
para o HIV.
Quimioprolaxia
com AZT – solução
oral - de acordo
com as recomen-
dações do Minis-
tério da Saúde*.
Alimentação com
a fórmula infantil
ou leite humano
pasteurizado.
AVALIAÇÃO CLÍNI-
CO - LABORATO-
RIAL
Avaliação clínica
(sintomática ou
assintomática) e
laboratorial (CD4
e carga viral) das
gestantes HIV
+
.
-
PROFILAXIA E
TERAPIA
Instituição de tera-
pia anti-retroviral
(TARV) de acordo
com as recomenda-
ções do Ministério
da Saúde* .
Administrar zido-
vudina (AZT) por
via intravenosa
de acordo com as
recomendações
do Ministério da
Saúde*.
* BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Reco-
mendações para prolaxia da transmissão materno-infantil do HIV e terapia anti-retroviral em gestantes. Serie
Manuais; nº 46. Brasilia, 2004.
Clarice, após a saída de Maria José, dirige-se a Dra. Camila, ainda surpresa com o
fato de que a gestante, aparentemente tão bem, esteja infectada pelo HIV. Questiona
a conabilidade do teste, ao que Dra. Camila sugere que ela procure Jonas, o chefe
do laboratório, para que obtenha as informações necessárias.
101
Como Jonas pode explicar os passos para se chegar a um resultado positivo ou
negativo de um teste anti-HIV, valendo-se do uxograma axado na parede do
laboratório?
Questão 3
O diagnóstico da infecção pelo HIV, em indivíduos acima de 18 meses, é mais fre-
entemente baseado em testes sorológicos que não detectam diretamente o vírus,
mas os anticorpos especícos para o HIV. Em geral, o processo de produção de anti-
corpos inicia-se com 2 a 3 semanas após o momento da infecção e pode se estender
até 3 ou 6 meses, sem que esses anticorpos sejam detectáveis. Este período é denomi-
nado faixa de soroconversão ou “janela imunológica”, que é o tempo necessário para
que o organismo produza anticorpos em quantidade suciente para ser detectado
pelo teste. Embora esse período seja na grande maioria dos casos (mais de 95% deles)
de três meses, um indivíduo não infectado pelo HIV, que se expôs a uma situação de
risco, deve repetir o teste após 6 meses da exposição, para denir a sua situação so-
rológica. O diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV em maiores de 18 meses de
idade deverá seguir o Fluxograma 1.
102
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Fluxograma 1: Detecção de anticorpos anti-HIV em indivíduos com idade acima
de 18 meses. Portaria de Nº 59/GM/MS, de 28 de janeiro de 2003.
LEGENDA:
EIA ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA; EIA; MEIA)
IFI IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA
IB IMUNOBLOT
IC INCONCLUSIVO
I INDETERMINADO
( - ) NÃO REAGENTE
( + ) REAGENTE
(*) De acordo com o ensaio realizado (IFI ou IB)
WESTERN BLOT
Amostra Negativa
para HIV
Amostra Positiva
para HIV -1/HIV(+)
Coletar nova amostra
e repetir a etapa I
( + )
Amostra Positiva
para HIV -1
Investigar soroconversão
e/ou pesquisar HIV -2
Coletar nova amos-
tra e repetir etapa I
E
t
a
p
a
I
E
t
a
p
a
II
E
t
a
p
a
III
( - )
Amostra Negativa
para HIV -1
( | )
Amostra Indetermi-
nada para HIV -1
EIA 2 (-) / (IC) e
IFI (+) / (I)
ou
IB (+) / (I)
EIA 2 (+) / (IC) e
IFI (-) / (I)
ou
IB (-) / (I)
EIA 2 (+) e
IFI (+)
ou
IB (+)
EIA 2 (-) e
IFI (-)
ou
IB (-)
Amostra Negativa
para HIV
EIA 2 E IFI ou IB
( - ) ( + ) / (Ic)
EIA 1
Amostra
(Soro ou Plasma)
103
Para a realização do diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV, por meio da de-
tecção de anticorpos anti-HIV, é exigido o cumprimento rigoroso dos procedimen-
tos seqüenciados, agrupados em três etapas, como observado no uxograma acima.
Essas etapas são: triagem sorológica; conrmação sorológica por meio da realização
de um segundo imunoensaio em paralelo ao teste de imunouorescência indireta
para o HIV-1 (IFI/HIV-1) ou ao teste de Imunoblot para HIV; e conrmação soro-
lógica por meio da realização do teste de Western blot para HIV-1 (WB/HIV-1).
Todos os laboratórios que realizam testes sorológicos para HIV deverão adotar, obri-
gatoriamente, a realização de um imunoensaio, na primeira etapa de testes em amostra
de soro ou plasma. O imunoensaio utilizado o pode ser o de avaliação pida (teste
pido) e deverá ser capaz de detectar anticorpos anti-HIV-1 e anti-HIV-2 (Portaria
59/GM/MS, de 28 de janeiro de 2003), exceto em servos de saúde localizados em
áreas de difícil acesso, conforme Portaria n.34, de 28 de julho de 2005 (Anexo IX).
O resultado do teste será considerado negativo para o HIV quando as amostras
forem não-reagentes, na primeira etapa, encerrando a investigação.
No caso das amostras serem reagentes ou inconclusivas, na triagem sorológica, pa-
ra se proceder a conrmação diagnóstica as mesmas devem ser submetidas a um
segundo teste de imunoensaio em paralelo ao teste de Imunouorescência Indireta
ou ao teste de Imunoblot para HIV - o segundo imunoensaio deverá ter princípio
metodológico e/ou antígenos distintos do primeiro imunoensaio utilizado - ou se-
rem testadas diretamente pelo Western blot (etapa II), podendo serem obtidas as
seguintes situações:
As amostras não-reagentes no segundo imunoensaio e negativas nos testes de
Imunouorescência Indireta ou de Imunoblot serão consideradas como “Amos-
tra Negativa para HIV”, encerrando a investigação.
As amostras reagentes no segundo imunoensaio e positivas nos testes de Imu
-
nouorescência Indireta ou de Imunoblot terão seu resultado denido como
“Amostra Positiva para HIV”. É OBRIGATÓRIA a coleta de uma segunda amos-
tra para repetir a Etapa I visando a conrmação da positividade da primeira
amostra
As amostras não-reagentes ou inconclusivas no segundo imunoensaio e positivas
ou indeterminadas nos testes de Imunouorescência Indireta ou de Imunoblot
deverão ser submetidas ao teste Western blot (etapa III).
As amostras reagentes ou inconclusivas no segundo imunoensaio e negativas
ou indeterminadas nos testes de Imunouorescência Indireta ou de Imunoblot,
deverão ser submetidas ao teste Western blot (etapa III).
Em relação à conrmação sorológica pelo teste Western blot, observa-se:
As amostras negativas terão seu resultado denido como “Amostra Negativa pa
-
ra HIV-1” e poderão ser submetidas à investigação de soroconversão ou à pes-
quisa de anticorpos anti-HIV-2.
Amostras positivas no teste
Western blot terão seu resultado denido como
“Amostra Positiva para HIV-1”. É obrigatória a coleta de uma segunda amostra
para repetir a Etapa I visando conrmar a positividade da primeira amostra.
As amostras inconclusivas ou indeterminadas terão seu resultado denido como
104
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 4
“Amostra Indeterminada para HIV-1” e poderão ser submetidas à investigação
de soroconversão ou à pesquisa de anticorpos anti-HIV-2.
Observações
Para amostras com resultado denido como positivo será obrigatório proceder
à coleta de uma segunda amostra e repetir a etapa de triagem sorológica descrita
acima, para conrmar a positividade da primeira amostra, preferencialmente
em um intervalo de até 30 dias após a emissão do resultado referente à primeira
amostra. Caso o resultado do teste dessa segunda amostra seja não-reagente ou
inconclusivo, deverão ser cumpridas todas as etapas do conjunto de procedi-
mentos seqüenciados. Em caso de resultados conclusivos discordantes na pri-
meira e segunda amostra, deverá ser coletada uma terceira amostra e realizados
todos os testes para a conclusão do diagnóstico.
Sempre que os resultados da segunda amostra forem diferentes dos obtidos com
a primeira amostra, será preciso considerar a possibilidade de ter havido troca de
amostras ou algum erro inerente aos procedimentos de realização dos testes.
Clarice questiona: como fazer o diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV em
crianças menores de 18 meses
Ajude Jonas a responder a Clarice:
A detecção de anticorpos anti-HIV em crianças com idade inferior a 18 meses,
expostas ao HIV por transmissão vertical, não caracteriza infecção devido à trans-
ferência dos anticorpos maternos anti-HIV através da placenta. Por esse motivo
se o exame for realizado nos primeiros meses de vida será positivo, sem signicar
infecção da criança.
Com a realização da carga viral PCR RNA ou DNA e o acompanhamento regular
ambulatorial no SAE, pode-se denir precocemente se ocorreu ou não a infecção
da criança, instituindo conduta especíca em cada caso. Para isso, a realização do
PCR é recomendado, iniciando-se no 2º mês de vida e repetindo esse exame se-
gundo o resultado obtido. Desta forma, para caracterizar a infecção pelo HIV nesta
população, deve-se seguir o uxograma na página seguinte (Figura 2).
105
Detectável
2
MÃE
Criança com idade de 2 a 18 m
1º Teste
Repetir o teste
imediatamente com
nova amostra
4
2º Teste
Repetir o teste
após 2 meses
(2º Teste)
Detectável
2
Abaixo do
limite de
detecção
1
Criança
infectada
3
Repetir após
2 meses
(3º Teste)
Detectável
2
Abaixo do
limite de
detecção
1
Criança
infectada
3
Detectável
2
Abaixo do
limite de
detecção
1
Abaixo do
limite de
detecção
1
Criança prova-
velmente não
infectada
1
Criança prova-
velmente não
infectada
1
Criança
infectada
3
Detectável
2
Abaixo do
limite de
detecção
1
Criança prova-
velmente não
infectada
1
Repetir o teste imediata-
mente com nova amostra
4
3 Testes
Figura 2 - Fluxograma para utilização de testes de quanticação de RNA visando
a detecção da infecção pelo HIV em crianças com idade entre 2 e 18
meses, nascidas de mães infectadas pelo HIV.
A interpretação dos resultados dos exames em crianças entre dois e dezoito meses, de acordo
com o uxograma 2, deve seguir as observações abaixo:
1. Manter o acompanhamento clínico nas crianças consideradas como provavelmente
não infectadas, de acordo com as recomendações estabelecidas, e fazer sorologia
anti-HIV a partir de 18 meses de idade. Caso a criança tenha sido amamentada, o
presente algoritmo deve ser iniciado 2 meses após a suspensão do aleitamento ma-
terno, visando minimizar a ocorrência de resultados falso-negativos.
106
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Questão 5
2. Este uxograma foi elaborado para o uso de testes de deteão quantita-
tiva de RNA e o resultado do exame deve expressar o valor de carga viral
encontrado na amostra. Valores até 10.000 pias/ml sugerem resultados
falso-positivos e devem ser cuidadosamente analisados dentro do contexto
cnico, demandando nova determinação em um intervalo de 4 semanas.
3. Iniciar o tratamento, considerando os parâmetros clínicos e laborato
-
riais, de acordo com as recomendações estabelecidas.
4. Para garantir a qualidade dos procedimentos e considerando a possibili
-
dade de contaminação e/ou troca de amostra, bem como a necessidade de
conrmação do resultado obtido, recomenda-se a coleta de nova amostra
e a priorização da repetão do teste no menor espaço de tempo possível.
Clarice, ainda não muito familiarizada com o uxograma, achou tudo um pouco
complicado, mas o técnico tranqüilizou-a armando que, com auxílio da visualiza-
ção do uxo, tudo ca mais fácil.
Mas essas etapas o demoram demais, principalmente se o resultado for
reagente?
Jonas concordou principalmente em uma situação especial:
Exatamente, Clarice. No caso das gestantes, por exemplo, quanto mais cedo
iniciarmos a prolaxia, mais chances o bebê tem de nascer sem a infecção pelo
HIV. Assim, para efeito de início da prolaxia, com esclarecimento da mãe
sobre a provisoriedade do resultado, que não é diagstico e com o seu consen-
timento, podemos iniciar a prolaxia em caso de resultado positivo na etapa I,
ou seja, do teste de triagem, ou no caso do teste rápido, no momento do parto.
Clarice ainda tem dúvidas e pede para Jonas explicar o que é o teste pido e quando
utilizar...
O que você entende por teste rápido?
107
17
Brasil.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e aids. Recomendações
para a prolaxia da transmissão materno-infantil do HIV e terapia anti-retroviral em gestante. Brasília, 2004.
107p.
O teste rápido para detecção de anticorpos anti-HIV é um teste que fornece resul-
tado em, no máximo, 30 minutos. Existem atualmente no mercado diversos testes
rápidos disponíveis, produzidos por vários fabricantes e que utilizam diferentes
princípios técnicos. Geralmente os testes rápidos apresentam metodologia simples,
utilizando antígenos virais xados em um suporte sólido (membranas de celulose
ou nylon, látex, micropartículas ou cartelas plásticas) e são acondicionados em em-
balagens individualizadas, permitindo a testagem individual de amostras.
Como se trata de uma situação que necessita de uma intervenção imediata (no caso,
redução da TV) e a ecácia da prolaxia é bastante elevada, recomenda-se a reali-
zação do teste nas parturientes não testadas anteriormente, mediante seu consenti-
mento verbal. As mulheres que apresentarem resultado não-reagente não têm indi-
cação para uso da prolaxia. As mulheres que apresentarem resultado reagente ao
teste rápido devem receber a prolaxia com AZT injetável e seu recém-nascido deve
receber o AZT solução oral com orientação de suspensão do aleitamento materno.
Em ambos os casos, ou seja, as mulheres com resultado reagente ou não reagente,
devem ser encaminhadas para aconselhamento e esclarecimento do diagnóstico,
seguindo as recomendações técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde
17
.
- Por esse motivo, Jonas, é importante a realização de um bom aconselhamento, vi-
sando esclarecer a mãe sobre o resultado do teste pido com relão ao diagnóstico.
- Isso mesmo Clarice. Vamos dar uma olhada no uxograma que resume a conduta
recomendada para uso do teste rápido em parturientes e indicação da prolaxia
para redução da TV do HIV. Isso nos ajudará a entender melhor.
108
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
FIGURA 3 - Fluxograma para uso de teste rápido para HIV em parturientes/
puérperas.
Teste Reagente
PARTURIENTE / PUÉRPERA, SEM SOROLOGIA ANTI-HIV
1. Iniciar quimioprolaxia conforme esquema para redução da trans-
missão vertical do HIV;
2. Proceder a inibição da lactação logo após o parto (enfaixamento das
mamas e considerar a utilização do inibidor de lactação (2 comprimidos
de cabergolina (0,5 mg) - dose única, ou com hexahidro-benzoato de es-
tradiol, 1 ampola de 5 mg (1 ml) IM de 12 em 12 horas (duas tomadas);
3. Orientar a mulher quanto ao preparo da fórmula infantil;
4. Noticar a ocorrência ao núcleo de vigilância epidemiológica da ma-
ternidade, se houver ou à vigilância epidemiológica do município.
5. Encaminhar a mulher para avaliação e acompanhamento clínico/la-
boratorial e terapêutico, em um serviço especializado para portadoras
do HIV.
6. Encaminhar o recém-nascido para acompanhamento clínico e labo-
ratorial em serviço especializado de pediatria para acompanhamento de
crianças expostas ao HIV.
Teste rápido mediante seu
consentimento verbal
Teste
Não-Reagente
Não Medicar (*)
(*) Investigar a condição clínico - epidemiológica e, se necessário (quando as evidências apontam para a possibilidade de vir a ser
esse um resultado falso-negativo), encaminhar a mulher para em ocasião posterior repetir o teste anti-HIV com sorologia conven-
cional (conforme determina a portaria de n.º 59/GM/MS).
Observação: se o teste for realizado imediatamente após o parto (na puérpera), e seu resultado for reagente, administrar azt xaro-
pe para o recém-nascido o mais rápido possível (nas primeiras 2 (duas) horas após o nascimento) e, observar as demais recomen-
dações desse uxograma.
De volta ao ambulatório Dra. Camila discute com Clarice sobre o acompanhamento de Maria
José.
– Precisamos solicitar exames de carga viral e de contagem de linfócitos T CD4+.
- Se a gestante está assintomática, por que a indicão para a realizão desses exames, questiona
Clarice.
109
Como você prestaria esse esclarecimento a Clarice? Considere as bases teóricas des-
ses testes e a sua utilização.
Questão 5
Contagem de linfócitos T CD4
+
em sangue periférico
A contagem de linfócitos T CD4
+
em sangue periférico representa uma medida da
imunidade do indivíduo e tem sua utilização indicada nos seguintes casos:
1. Como principal parâmetro para a instituição de tratamento anti-retroviral
e de prolaxia das doenças oportunistas;
2. Para acompanhamento de indivíduos infectados pelo HIV ou com aids,
permitindo avaliar a adesão à terapia anti-retroviral ou o desenvolvimento
de falência terapêutica.
O monitoramento da contagem de linfócitos T CD4
+
em sangue periférico depen-
derá da situação clínica do paciente e de outros parâmetros laboratoriais. No caso
dos adultos, os valores normais desses linfócitos têm uma mediana de 880 células/
mm
3
, variando de 507 a 1.496 células/mm
3
.
Em crianças, a contagem de linfócitos T CD4
+
tem diferentes níveis de interpreta-
ção, de acordo com a idade, como mostra o quadro 2:
Quadro 2 - Contagem de linfócitos TCD4
+
denidora de imunodeciên-
cia em crianças de acordo com a idade.
Idade da Criança
< 12 meses 1 a 5 anos 6 a 12 anos
Contagem de linfóctios T CD4
+
< 1.500 células/mm
3
(< 25,0%)
< 1.000 células/mm
3
(< 25,0%)
< 500 células/mm
3
(< 25,0%)
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids.
Critérios de denição de casos de aids em adultos e crianças. Brasília, 2003.
110
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Carga Viral
A quanticação da carga viral, que mede a concentração de RNA do HIV no plasma,
tornou-se disponível para a prática clínica, em todo o mundo, a partir de 1996.
A carga viral é inversamente proporcional ao número de linfócitos T CD4+ infec-
tados, presentes na corrente sangüínea, e guarda relação com o número de células
infectadas nos linfonodos e tecidos; aproximadamente 2% dos linfócitos encon-
tram-se na circulação e 98% nos linfonodos e tecidos. É um exame importante nas
seguintes situações:
1. Compondo os critérios laboratoriais para denição de infecção pelo HIV
em crianças com idade entre 2 e 18 meses, expostas ao HIV por transmissão
vertical;
2. Para acompanhamento de pacientes infectados pelo HIV ou com aids, sen
-
do um importante indicador da probabilidade e da velocidade da progres-
são da imunodeciência em um determinado período de tempo, permitin-
do ainda, avaliar a adesão à terapia anti-retroviral ou o desenvolvimento de
falência terapêutica.
A mensuração da concentração plasmática do RNA do HIV pode ser feita com
grande precisão e reprodutibilidade por meio de técnicas baseadas na amplica-
ção de ácidos nucléicos, tais como a reação em cadeia da polimerase quantitativa
(PCR); a amplicação de DNA em cadeia ramicada (bDNA) e a amplicação se-
qüencial de ácidos nucléicos (NASBA).
Embora cada uma das técnicas forneça resultados comparáveis e reprodutíveis,
comparações diretas entre os valores obtidos devem ser avaliadas com cautela, ten-
do em vista a ausência de padrões de referência. Desta forma, no acompanhamento
de um paciente, os exames devem ser preferencialmente realizados pela mesma téc-
nica e pelo mesmo laboratório no sentido de se permitir uma avaliação virológica
do indivíduo infectado pelo HIV.
Sugere-se que este exame não deva ser realizado nos 30 dias após qualquer infec-
ção aguda ou vacinação, uma vez que a ativação do sistema imune pode aumentar
transitoriamente a carga viral. O esquema de avaliação inicial (estabelecimento da
situação de base do paciente) e de monitoramento da carga viral do HIV (após o
tratamento ou não) dependerá da situação clínica do paciente e de outros parâme-
tros laboratoriais.
Clarice suspirou.
É muita coisa para aprender e tenho mais um pouco de tempo de treina
-
mento para praticar aqui no pré-natal...
Não seja por isso. Você vai utilizar muitos desses conhecimentos quando for
realizar as ações para a vigilância da aids e da infecção pelo HIV durante o
estágio no cleo de Epidemiologia. A propósito, vamos noticar os casos
identicados no nosso serviço?
111
Questão 6
Com base nos dados dos casos de 1 a 4, preencha a cha de noticão/investigação.
Caso 1 (nº da noticação 0273053)
Maria José da Silva tem 26 anos. Mora no bairro da Boa Vista, em Lua Azul, e trabalha
como passadeira em uma malharia no município vizinho, Estrela Dalva. Estudou até
a 8a rie do ensino fundamental. Em julho de 2002, descobriu-se gvida de oito se-
manas. Iniciou o p-natal com 12 semanas de gravidez, em uma unidade blica de
saúde, pxima à sua residência.
Com 16 semanas de gravidez, realizou o teste anti-HIV (coleta em 14/09/2002). O resul-
tado, positivo, ela recebeu quando estava na 24a semana. Maria sofreu um grande
choque, mas não pôde negar que sempre temera por isso: seu namorado era muito
mulherengo”, utilizava drogas injeveis de vez em quando e havia realizado o teste
há 1 mês, cujo resultado foi positivo.
Ao receber o resultado, iniciou a terapia anti-retroviral e, no nal da gestação, na sexta
consulta do pré-natal, foi informada que seria encaminhada para uma das maternida-
des de referência quando entrasse em trabalho de parto, onde receberia a prolaxia da
transmiso vertical do HIV; e sua criaa, ao nascer, o AZT xarope. Foi recomendado,
ainda, que não deveria amamentar o seu bebê para o aumentar o risco de lhe trans-
mitir o rus, por isso, ele receberia a rmula infantil.
No dia 31/01/2003, Maria José às 10 horas da manhã, auxiliada por colegas de traba-
lho, foi conduzida à Maternidade de Estrela Dalva e, no caminho, ocorreu o rompimen-
to das membranas amnióticas (bolsa dágua). , foi examinada e entregou o papel do
pré-natal, explicando à enfermeira que sua sorologia para o HIV era positiva. As cole-
tar o material para exames de sangue(inclusive o VDRL), a paciente recebeu a primeira
dose de AZT venoso, aproximadamente às 12 horas. Em seguida a essa dose de ataque,
foi iniciada a dose de manutenção do AZT até o clampeamento do cordão umbilical.
O parto ocorreu por via vaginal, pximo às 16 horas, e o recém nascido, iniciou o AZT
xarope às 19:30 horas. Um s após o parto, Maria Jo iniciou as consultas de seu
lho, lio César, no Hospital Criança Querida, em Lua Azul, o menino apresentava bom
crescimento e desenvolvimento para a sua idade. Utilizou por mais duas semanas o AZT
xarope. Realizou a primeira carga viral aos 2 meses (coleta- 04/04/2003) com resultado
indetectável. Aos cinco meses de idade fez a segunda carga viral (coleta- 03/07/2003)
com resultado também indetectável. Retornou para a realizão da sorologia anti-HIV
aos 18 meses (coleta em 07/07/2004)com resultado o reagente
Maria José da Silva – cor branca – data de nascimento: 04/04/1975
Endereço: Rua das Flores, nº 25, Boa Vista – Lua Azul
Mãe: Maria Francisca da Silva
112
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Caso 2 (nº da noticação 0273054)
Em 21/10/2002, Dra Conceição atendia no ambulatório, quando recebeu Rosimere
Teixeira, 32 anos, trocadora de ônibus, com escolaridade de terceira série do ensino
fundamental, e seu lho de 3 semanas, Eduardo Teixeira, moradores em Cruzeiro,
bairro de Lua Azul.
Rosimere havia dado à luz ao lho na sua própria casa, em uma noite de domingo,
com a ajuda de vizinhos e de sua lha Bárbara, de 13 anos. Engravidara 40 sema-
nas antes, mas não tinha certeza de quem era o pai: à época, tinha dois parceiros,
um dos quais falecido um mês antes, com pneumonia.
Com 28 anos, Rosimere perdera um bebê aos quatro meses de gestação, época em
que foi diagnosticada sílis e realizado tratamento com Benzetacil. Argumentou
que na primeira gestação, sem realização de pré-natal, havia “tido mais sorte”.
Com esse argumento, não realizou pré-natal na terceira gestação, pois achou que
“poderia se cuidar sozinha”.
Na noite do parto, foi levada a uma maternidade de Lua Azul para que o recém-nasci-
do recebesse os primeiros cuidados. Lá, ofereceram-lhe testepido para HIV, que ela
aceitou fazer. O resultado foi positivo e disseram-lhe que, por isso, seu lho tomaria
um xarope de AZT. Foi informada, também, de que aquele teste não era um diagnós-
tico denitivo e que ela deveria continuar os exames para ter certeza de que estava
infectada pelo HIV; e levar o seu lho àquele hospital, para acompanhamento.
Apesar do aconselhamento, a criança estava sendo amamentada exclusivamente no
peito, desde o nascimento; e havia utilizado o xarope apenas nas duas primeiras se-
manas, quando o conteúdo do frasco terminou.
Nesta consulta, Conceão informou Rosimere de que permaneceria acompanhando a
criaa e que seria importante continuar se submetendo a alguns exames e utilizando
medicamentos, até que se tivesse o diagstico nal sobre a transmiso do vírus.
Rosimere Teixeira – cor negra – data de nascimento: 11/11/1968
Rua Silva Teles, nº 91, casa 1, Cruzeiro – Lua Azul
Mãe: Adalgiza Silva Teixeira
Caso 3 (nº da noticação 0273055)
Silvana Maria, 18 anos, estava com a menstruação atrasada 15 dias e sentia
enjôos. No Ginásio Municipal de Lua Azul, onde cursa a 8ª série do turno da noite,
as amigas desconaram que era gravidez, que ela costumava se vangloriar de
conseguir todos os “gatos” da escola.
Assustada com a possibilidade, não disse nada a sua mãe, dona Elizete, e no dia
18/05/2002 procurou o posto da equipe do Programa de Saúde da Família (PSF) de
Santo Amaro, comunidade onde mora.
Durante a consulta, disse à médica que a atendia, Dra. Alda, a sua desconança.
Após essa conversa e os exames iniciais, a médica orientou Silvana da necessidade
de coletar exames laboratoriais, tanto para conrmação da gravidez, como para
pesquisa de sílis e da infecção pelo HIV. Silvana, mesmo assustada, pensou nas
vezes que transou sem camisinha e decidiu se submeter ao teste anti-HIV. Os exa-
mes foram coletados nesse mesmo dia e ela retornou a sua residência, preocupada
com o que estava por vir.
Em 20/06/2002, Silvana retorna ao PSF, agora acompanhada de sua mãe e ambas
são recebidas por Dra Alda, que conrma a gravidez mediante resultado positivo
do beta-hcg. O teste para sílis foi negativo, porém o HIV foi reagente.
Dra Alda encaminha Silvana ao centro de referência para acompanhamento de
gestantes infectadas pelo HIV onde foi matriculada. Realizou avaliação clínica e
exames de contagem de CD4 e carga viral. O resultado do exame de CD4 foi de 340
céls/mm
3
(coleta- 15/08/2002).
Silvana Maria da Silva – cor parda – data de nascimento: 14/02/1984
Rua Beco dos Casados, 35, Santo Amaro – Lua Azul.
Mãe: Elizete Maria da Silva
113
Caso 4 (nº da noticação 0273053)
Em 22 de janeiro de 2003, às 10:30 horas, Silvana Maria chegou a Maternidade de
Lua Azul sentindo as primeiras contrações do parto. A caminho da maternidade
ocorreu o rompimento da bolsa d’água, por volta das 10:00h. Estava, então, com
38 semanas de gestação.
Bastante estressada e um pouco deprimida, não informou a equipe sua condição
de infectada pelo HIV. Após os primeiros exames, foi encaminhada para a sala de
pré-parto, onde foi coletado sangue para VDRL e teste rápido anti HIV.
Antes que saíssem os resultados do laboratório, Silvana é encaminhada para a
sala de parto, com 10 centímetros de dilatação do colo uterino. João Paulo nasceu
às 13:00 horas, de parto normal, em condições vitais satisfatórias. Por problemas
no laboratório, o resultado do teste rápido chegou 30 minutos após o parto,
com resultado positivo. Às 14:30 horas foi iniciado o AZT xarope para a criança.
Enquanto esteve na maternidade, o bebê não foi amamentado. Silvana recebeu
alta no dia seguinte, levando as orientações para administração do AZT xarope,
fórmula infantil (leite articial) para alimentação do bebê e o encaminhamento
para acompanhamento no ambulatório do Hospital Criança Querida.
Silvana Maria da Silva – cor parda – data de nascimento: 14/02/1984.
Rua Beco dos Casados, 35, Santo Amaro – Lua Azul.
Mãe: Elizete Maria da Silva.
A vigilância da infecção pelo HIV na gestante/parturiente/puérpera tem como ob-
jetivo conhecer o estado sorológico nessa população, para início oportuno da tera-
pêutica materna e prolaxia da transmissão vertical. Alem disso, visa acompanhar,
continuamente, o comportamento da infecção entre gestantes e crianças expostas,
para o planejamento e avaliação das medidas de prevenção e controle.
A noticação de gestante/parturiente/puérpera HIV+ e criança exposta tornou-se
obrigatória a partir de setembro de 2000, portaria ministerial Nº 993/GM/MS.
Para a noticação de uma doença é necessário conhecer a denição de caso. Essa
denição representa uma estratégia da vigilância epidemiológica para o monitora-
mento de um agravo ou doença de interesse para a saúde pública. Além disso, per-
mite a descrição de sua ocorrência, o registro e a avaliação de estratégias de controle
adotadas em uma determinada população.
Para ns de vigilância epidemiológica, entende-se por gestante/parturiente/puér-
pera HIV
+
a mulher em que for detectada a infecção por HIV. Para tanto não se
espera a realização de testes conrmatórios quando for usado apenas um teste rápi-
do. Entende-se como criança exposta aquela nascida de mãe infectada ou que tenha
sido amamentada por mulheres infectadas pelo HIV.
Após terminar o estágio na clínica de pré-natal, Clarice iniciou seu estágio no Nú-
cleo de Epidemiologia de Lua Azul. Após a apresentação das atividades desenvolvi-
das no Núcleo de Epidemiologia, foi designada a iniciar seu estagio pela vigilância
de gestantes/parturientes HIV positivas do município.
114
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Com base nas chas de noticação/investigação encaminhadas pela clinica de pré-
natal, discuta:
a) Os momentos em que foram feitas as noticações/investigações gestantes/partu
-
rientes/puérperas HIV positivas e crianças expostas.
Questão 7
b) Para cada momento de noticação/investigação, quais os campos preenchidos da
cha.
c) A importância do encerramento dos casos.
115
Operacionalização da vigilância epidemiológica de gestantes/parturientes/
puérperas HIV positivas e crianças expostas:
Fonte de dados:
Serviços de saúde (unidades básicas de saúde, clinica de pré-natal, maternidades,
clinica pediátrica, laboratórios, serviços de referência para DST/aids) por meio da
noticação compulsória e investigação de todas as gestantes/parturientes/puérpe-
ras infectadas pelo HIV cuja evidência laboratorial esteja em conformidade com as
normas e os procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Saúde; e noticação
compulsória de todas as crianças de mães soropositivas ou que tenham sido ama-
mentadas por mulheres infectadas pelo HIV. Nesse último caso, a investigação de-
verá conter os dados da nutriz (“mãe de leite”).
Instrumento de noticação/investigação:
Ficha de noticação/investigação padronizada. (anexo III)
Fluxo de informação:
A cha de noticação/investigação deverá ser encaminhada para o nível hierarqui-
camente superior, em cada etapa prevista: pré-natal, parto e criança, conforme
uxo apresentado no anexo IV.
Sistema de Informação:
A digitação dos dados da cha de noticação/investigação deverá ser feita no Sis-
tema de Informação de Agravos de Noticação - SINAN.
Consolidação e Análise dos dados:
Deverá ser feita nos diferentes níveis (local, distrital, municipal, regional, estadual
e federal) de acordo com a área de abrangência.
Após conhecer a operacionalização do sistema de vigilância da gestantes/parturien-
tes/puérperas HIV + e criança exposta, Clarice se interessa pela analise dos dados.
Neste momento, Emilia, coordenadora do Núcleo de Vigilância, aborda os diferen-
tes aspectos do sistema de informação que devem ser observados para se proceder a
análise adequada dos dados.
Questão 8
Relacione os itens que devem ser observados para o adequado funcionamento de
um sistema de vigilância epidemiológica:
116
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Para gerar informação para a ação, objeto nal da vigilância, é importante a noti-
cação de todos os casos. Para tanto, é indispensável:
A disponibilidade de cha de noticação/investigação em todos os serviços de
saúde;
Que a noticação seja feita em tempo real, ou seja, no momento do diagnóstico
do agravo ou doença, evitando atraso de noticação;
O adequado preenchimento de todos os campos da Ficha de Noticação/Inves
-
tigação para garantir a qualidade e a completitude das informações, de acordo
com o momento (pré-natal, parto e criança);
Observar o uxo do sistema de informação, de acordo com os diferentes níveis;
A digitação dos casos deve ser precedida de uma análise critica de todos os cam
-
pos da cha;
Que o banco de dados seja periodicamente revisado no sentido de vericar as
possibilidades de inconsistências e não completitudes.
Um dos maiores problemas para analise de dados, além do atraso da noticação,
é a ausência de informações e a inconsistência de alguns dados. Como exemplos
das inconsistências e não completitudes encontradas no banco de dados, observe o
quadro a seguir:
Não preenchimento dos seguintes campos
•carga viral e ou sorologia anti-HIV aos 18 meses;
•encerramento;
•três cargas virais;
•categoria de exposição ignorada;
•evolução da gravidez;
•evidência laboratorial.
Dados identicados como ignorados
•encerramento;
•escolaridade.
Inconsistências
•data de noticação anterior a 2000;
•idade da gestante inferior ou superior à faixa etária provável para a gravidez;
•categoria de exposição da gestante por transmissão vertical (idade inconsistente);
•nome da gestante igual ao da criança.
A atuação integrada da área de Assistência com os Programas: Saúde da Mulher e
da Criança, de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde, entre outros,
contribui para uma maior efetividade das ações de prevenção e de assistência, além
de contribuir para a melhoria da qualidade do preenchimento da Ficha de Notica-
ção/Investigação, facilitando a obtenção dos dados que costumam car em branco,
ignorados ou preenchidos de forma incorreta nas chas.
A avaliação constante da qualidade das ações preventivas da transmissão vertical
nos serviços de saúde, desde a cobertura do rastreamento da infecção no pré-natal
117
Questão 9
até a prevalência da infecção infantil, produto nal e indicador de impacto das
ações proláticas desenvolvidas, depende da qualidade da noticação/investigação
realizada.
Emilia orienta Clarice sobre indicadores de saúde. Esses indicadores o a forma de
tradução da realidade. Para cada agravo ou doença existe um conjunto de medidas
que podem ser construídas.
Quais os indicadores de saúde que você conhece para a vigilância epidemiológica
da gestante HIV+ e crianças expostas?
A seguir, alguns indicadores propostos para a vigilância desse agravo tendo como
base o registro de casos do SINAN:
Proporção de crianças infectadas por transmissão vertical do HIV em crianças
expostas na gestação/parto/amamentação.
Número de crianças infectadas pelo HIV devido à exposição vertical
x 100
Número de crianças expostas ao HIV na gestação/parto/amamen-
tação
Proporção de crianças infectadas pelo HIV de gestantes diagnosticadas durante o pré-
natal:
Número de crianças infectadas pelo HIV em que a sorologia rea-
gente da mãe foi conhecida no pré-natal
x 100
Número de crianças expostas em que a sorologia reagente da mãe foi
conhecida no pré-natal
Proporção de crianças infectadas pelo HIV de gestantes diagnosticadas durante
o trabalho de parto:
de crianças infectadas pelo HIV que a sorologia reagente da mãe
foi conhecida no momento do parto
x 100
Número de crianças expostas em que a sorologia reagente da mãe foi
conhecida no momento do parto
118
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Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Proporção de parturientes infectadas pelo HIV que receberam AZT injetável du-
rante o trabalho de parto:
Número de parturientes infectadas pelo HIV que receberam AZT
injetável durante o trabalho de parto
x 100
Número de parturientes infectadas pelo HIV no município
Proporção de crianças infectadas pelo HIV que receberam a prolaxia com anti-
retroviral oral:
Número de crianças infectadas pelo HIV que receberam prolaxia
com anti-retroviral oral
x 100
Número de crianças expostas ao HIV na gestação/parto/amamen-
tação
Para a construção dos indicadores epidemiológicos ressalta-se a necessidade do co-
nhecimento de todos os casos do agravo ou doença a ser analisado e o adequado
preenchimento dos instrumentos de coleta. Assim, as principais limitações dos in-
dicadores de gestante HIV+ e crianças expostas estão relacionadas a não comple-
titude dos dados do SINAN e o não conhecimento de todos os casos de gestantes
HIV+, em conseqüência, de crianças expostas. Pois, a despeito da existência de uma
legislação especica para a oferta universal da testagem para o HIV nesta situação,
ainda uma signicativa proporção de gestantes que não realizam o teste anti-
HIV.
Os indicadores acima propostos também não permitem estimar riscos de transmis-
são vertical. Em complementação à vigilância desse agravo, propõe-se a realização
de estudos com base populacional para o cálculo de estimativas de transmissão
vertical.
Uma outra diculdade encontrada no sistema de vigilância de gestante HIV+ e
criança exposta é a possibilidade de duplicidade de registro de casos, por exemplo,
o mesmo caso ser noticado pelo município do atendimento e pelo município de
residência do caso. Nesta situação adotar os procedimentos recomendados para
tratar as duplicidades, de acordo com as normas do SINAN (Anexo IV).
119
Considerações finais
Como você pôde vericar ao longo destas duas unidades, as estratégias de vigilância
estão sendo aprimoradas de acordo com o surgimento de novos conhecimentos
e de novas tecnologias para novas respostas que subsidiem o aprimoramento das
medidas de prevenção e controle. Neste sentido, estar “antenado” com esses avan-
ços torna-se, sobretudo uma necessidade para todas as pessoas que se engajam na
vigilância epidemiológica da infecção pela sílis e HIV em todo o mundo.
Procure acompanhar sempre esses avanços. mais atenção às notícias nos peri-
ódicos; leia os boletins de DST/Aids de seu município, estado e do Ministério da
Saúde; acesse o “site” do Programa Nacional, da Secretaria Estadual.
Estabeleça dentro do seu estado, região, município e unidade de saúde uma rede de
prossionais-chave envolvidos direta ou indiretamente com a vigilância epidemio-
lógica no sentido de se ampliarem os olhares. Em pleno século XXI, a internet nos
acena como possibilidade. Entretanto, não se deve deixar de lado todos os meios
necessários para se criar essa rede de prossionais e serviços, com informes, jornais,
boletins etc.
ARREGACE AS MANGAS PORQUE VIGILÂNCIA ALÉM DE
INFORMAÇÃO É UMA ATITUDE CONCRETA!
120
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Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Relação de lmes sugeridos
Amor não ordinário
Antes do anoitecer
As horas
Boys don’t cry
Cobaias
Clube dos corações partidos
E a vida continua
Desejos
Filadéla
Fogo e desejo
Morango e chocolate
My beautiful laundrete
Noites felinas
Paciente zero
Parceiros da noite
Priscila
Sem regras para amar
Servindo em silêncio
Tudo sobre minha mãe
Uma relação delicada
Um amor quase perfeito
Maiores informações
Sites Nacionais Sites Internacionais
http://www.saude.gov.br
http://www.unaids.org
http://www.who.int
http://www.aids.gov.br
http://www.cdc.gov
http://www.aids.gov.br/monitoraids/ http://www.fda.gov
http://www.funasa.gov.br http://www.aidsinfo.nih.gov
http://www.riscobiologico.org.br http://www.johnshopkins.org
http://www.vivacazuza.org.br http://www.hopkins-aids.edu
http://www.abiaids.org.br http://www.eurohiv.org
http://www.pelavidda.org.br http://www.paho.org
http://www.gapabahia.org.br
http://www.unesco.org
http://www.aidsmap.com
Anexo I
Ficha de noticação / investigação da sílis congênita e dicionário de
dados.
Anexo II
Ficha de noticação / investigação da sílis em gestante e dicionário
de dados.
Anexo III
Ficha de noticação / investigação da gestante infectadas pelo HIV e
crianças expostas e dicionário de dados.
Anexo IV
Sistema de noticação e uxo da informação
Anexo V
Tabela de sílis congênita do boletim epidemiológico de DST/AIDS
Anexo VI
Portaria nº 766 de 21 de dezembro de 2004
Anexo VII
Portaria nº 5 de 21 de fevereiro de 2006
Anexo VIII
Portaria nº 156 de 19 de janeiro de 2006
Anexo IX
Portaria nº 34 de 28 de julho de 2005
Anexos
123
Anexo I – Ficha de noticação/investiga-
ção da sílis congênita e dicionário de
dados.
124
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125
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância Epidemiológica
Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis
GT-SINAN - Revisado: 02/01/2006
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE
AGRAVO DE NOTIFICAÇÃO
Dicionário de Dados – SINAN Windows
Agravo: SÍFILIS CONGÊNITA
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
N
o
Caracter 7 NU_NOTIFIC Número da noticação do caso. A nu-
meração das chas de noticação pode
ser previamente atribuída e impressa
nas chas ou pode ser denida a crité-
rio da Unidade de Saúde (Ex.: Número
do prontuário).
Preenchimento obrigatório
É campo-chave para identicar re-
gistros no sistema.
Tipo de notica-
ção
1. negativa
2. individual
3. surto
Dene o tipo de noticação a ser rea-
lizada
Não existe campo na estrutura de
banco
As categorias são utilizadas para
seleção da tela correspondente ao
tipo de noticação.
126
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Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Data da notica-
ção
Data DT_NOTIFIC
mm/dd/aaaa Data de noticação: Data de preenchi-
mento da cha de noticação
Preenchimento obrigatório
É campo-chave para identicar re-
gistros no sistema.
** Caracter 4 NU_ANO
Ano dos primeiros sintomas para os
agravos agudos e ano do diagnóstico
para os casos de hanseníase, tuberculo-
se, sílis congênita e AIDS
Preenchido automaticamente a par-
tir da data correspondente
** Semana epi-
demiológica da
noticação
Caracter 6 SEM_NOT -
Identicação da semana corresponden-
te ao calendário epidemiológico padro-
nizado
Preenchida automaticamente, a
partir da Data de noticação
Município de
noticação
Caracter 7 ID_MUNICIP
Código e nome
dos municípios do
cadastro do IBGE
Nome do município onde está localiza-
da a unidade de saúde (ou outra fonte
noticadora) que realizou a notica-
ção. O nome não é uma variável. Está
associado ao código
Digitação do nome do município ou
do código. Quando digitado o no-
me, o código é preenchido automa-
ticamente e vice-versa.
É campo-chave para identicar re-
gistros no sistema
Unidade de saúde
(ou outra fonte
noticadora)
Caracter 7 ID_UNIDADE
Código e nome
do estabelecimen-
to segundo tabela
disponibilizada pa-
ra cadastramento
pelo usuário
Nome completo e código da unidade
de saúde (ou outra fonte noticadora)
que realizou o atendimento e notica-
ção do caso
Digitação do nome da unidade de
saúde ou do código. Quando digi-
tado o nome, o código é preenchi-
do automaticamente e vice-versa.
É campo-chave para identicar re-
gistros no sistema
Recomenda-se a utilização das ta-
belas do SIA e SIH - SUS
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
127
** Caracter 3
ID_REGIO-
NA
Nome e respectivo
código da regio-
nais cadastradas
pelo usuário
Regional onde está localizada a unida-
de de saúde que noticou o caso.
** Caracter 2 SG_UF_NOT
Siglas da unidade federada que noticou o caso
Data dos primeiros
sintomas
Data - DT_SIN_PRI
mm/dd/aaaa Data em que foi realizado o diagnósti-
co do caso noticado.
Preenchimento obrigatório
data de noticação
Nome do paciente Caracter 70
NM_PA-
CIENT
Nome completo do paciente (sem abre-
viações); se desconhecido, preencher
com: “Filho de: o nome da mãe”.
Campo de preenchimento obrigató-
rio
** Caracter 30
CHFONETI-
CA
Primeiro e último nome do paciente ,
sexo e data de nascimento
Variável criada automaticamente, a
partir do nome do paciente, data do
nascimento e sexo
Data do nascimen-
to
Data DT_NASC mm/dd/aaaa
Data de nascimento do paciente Preenchimento obrigatório, caso a
idade não esteja preenchida no cam-
po seguinte.
Idade Caracter 4 NU_IDADE
A composição da
variável obedece o
seguinte critério:
4º dígito:
ANOS (A), MESES
(M), DIAS (D)
Ex. 09 M nove
meses, 18 A de-
zoito anos
Idade do paciente por ocasião da Data
do diagnóstico.
OBS: quando não há data de nascimen-
to a idade deve ser digitada segundo
informação fornecida pelo paciente co-
mo aquela referida por ocasião da da-
ta do diagnóstico e se o paciente não
souber informar sua idade, anotar a
idade aparente.
Preenchida automaticamente, a par-
tir da diferença entre data do diag-
nóstico e data do nascimento.
Campo de preenchimento obrigató-
rio caso a data de nascimento não
seja preenchida
Sexo Caracter 1 CS_SEXO
M - masculino
F - feminino
I - ignorado
Sexo do paciente Preenchimento obrigatório
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
128
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Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Raça / cor Caracter 1 CS_RACA 1. branca
2. preta
3. amarela
4. parda
5. indígena
9. ignorado
Considera-se na seleção das categorias
a cor ou raça declarada pela pessoa.
1. branca
2. preta
3. amarela (pessoa que se declarou de
raça amarela),
parda (pessoa que se declarou mulata,
cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça
de preto com pessoa de outra cor ou
raça) indígena (pessoa que se declarou
indígena ou índia).
Escolaridade (em
anos de estudos
concluídos)
Caracter 3 C S _ E S C O -
LAR
1. nenhuma
2. De 1 a 3
3. De 4 a 7
4. De 8 a 11
5. De 12 e mais
6. Não se aplica
9. Ignorado
Anos de estudo concluídos. A classi-
cação é obtida em função da série e do
grau que a pessoa está freqüentando
ou freqüentou considerando a última
série concluída com aprovação. A cor-
respondência é feita de forma que cada
série concluída com aprovação corres-
ponde a um ano de estudo.
- Categoria padronizada segundo
denição da RIPSA
- Categoria 6- não se aplica é preen-
chida automaticamente quando ca-
so noticado é < 7 anos.
N º CARTÃO SUS Caracter 11 ID_CNS_SUS Número do cartão do Sistema Único de
Saúde (SUS) do paciente.
NOME DA MÃE Caracter 70 N M _ M A E _
PAC
Nome completo da mãe do paciente
(sem abreviações)
L o g r a d o u r o
(rua, avenida)
Caracter 50 ID_ LOGRA-
DO
Tabela de logra-
douros do municí-
pio
Identicação do tipo (avenida, rua, tra-
vessa, etc) título e nome do logradou-
ro
Dados do endereço de residência do
paciente por ocasião da noticação
(Av., rua, etc.)
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
129
Código do
logradouro **
Caracter 4 ID_LOGRA-
DO
Código do logradouro segundo o ca-
dastro adotado para georreferencia-
mento
Número do
logradouro
Caracter 5 NU _NU ME -
RO
- do logradouro (nº da casa ou do
edifício)
Dados do endereço de residência do
paciente por ocasião da noticação
C o m p l e m e n t o
do logradouro
Caracter 15 N M _ C O M -
PLEM
Complemento do logradouro (ex. Blo-
co D, apto. 605, etc.)
Dados do endereço de residência do
paciente por ocasião da noticação
Ponto de Referên-
cia
Caracter 30 N M _ R E F E -
REN
Ponto de referência para facilitar a lo-
calização da residência do caso
UF Caracter 2 SG_UF Código padroniza-
do pelo IBGE
Sigla da Unidade Federada de residên-
cia do paciente por ocasião da noti-
cação
Ao digitar sigla da UF, o campo 25
(país) é preenchido automaticamen-
te com o nome do país “Brasil”
Se nenhuma UF for selecionada, o
cursor salta automaticamente para o
campo “país” e possibilita a seleção
de outro país que não o Brasil
M u n i c í p i o
de residência
Caracter 7 ID_MN_RESI Códigos e nomes
padronizados pelo
IBGE
Código e nome do município de resi-
dência do caso noticado.
Serão exibidos somente os Municípios
pertencentes à UF selecionada no cam-
po anterior.
Digitação do nome do município ou
do código. Quando digitado o no-
me, o código é preenchido automa-
ticamente e vice-versa.
- Campo de preenchimento obriga-
tório quando UF é digitada
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
130
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Distrito Caracter 4 ID_DT_RESI Códigos e nomes
padronizados se-
gundo tabela dis-
ponibilizada pelo
sistema. Cadastra-
mento realizado
pelo usuário.
Nome e respectivo código do distrito
de residência do paciente por ocasião
da noticação
São exibidos apenas os distritos per-
tencentes ao Município selecionado
no campo anterior
Bairro Caracter 9 ID_BAIRRO Códigos e nomes
padronizados se-
gundo tabela dis-
ponibilizada pelo
sistema. Cadastra-
mento realizado
pelo usuário
Nome e respectivo código do bairro de
residência do paciente por ocasião da
noticação.
Serão exibidos apenas os Bairros per-
tencentes ao Município selecionado no
campo anterior.
Digitação do nome ou preenchimen-
to automático a partir do código no
campo seguinte.
** Caracter 4 ID_DT_RESI Códigos e nomes
padronizados se-
gundo tabela dis-
ponibilizada pelo
sistema. Cadastra-
mento realizado
pelo usuário
Nome e respectivo código do distrito
de residência do paciente por ocasião
da noticação
São exibidos apenas os distritos per-
tencentes ao Município selecionado
no campo anterior
** Caracter 3 ID_RG_RESI Nomes e códigos
das regionais se-
gundo cadastro da
SES
Nome e respectivo código do distrito
de residência do paciente por ocasião
da noticação
CEP Caracter 8 NU_CEP Código de endereçamento postal
Telefone Caracter 11 NU_DDD DDD do telefone para contactar o pa-
ciente
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
131
Telefone Caracter 8 N U _ T E L E -
FON
Telefone para contactar o paciente
Zona Caracter 1 CS_ZONA 1. urbana
2. rural
3. urbana/rural
4. ignorado
Zona de residência do paciente por
ocasião da noticação
Critérios denidos na Ocina de tra-
balho do SINAN (set/98)
País (se residente
fora do Brasil)
Caracter 3 ID_PAÍS País de residência do paciente por oca-
sião da noticação
Se UF for preenchida este campo é
preenchido automaticamente com o
nome “Brasil”
Preenchimento obrigatório
Data da
Investigação
Data DT_INVEST Data do início da investigação do caso
noticado.
Data investig. > ou = Data notica-
ção
Ocupaçao / Ra-
mo de Atividade
Econômica
Caracter 5 ID_OCUPA-
CA
Informar a atividade exercida pela mãe
no setor formal, informal ou autônomo
ou sua última atividade exercida se for
desempregada. O ramo de atividade
econômica refere-se as atividades eco-
nômicas desenvolvidas nos processos
de produção do setor primário (agricul-
tura e extrativismo); secundário (indús-
tria) ou terciário (serviços e comércio).
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Data do nascimen-
to da mãe
Data A N T _ D T _
NAS
Data do nascimento da mãe do caso
noticado.
Se preenchido ocorre preenchimento
automático do campo ANT_IDADE
Preenchimento obrigatório, caso a
idade não esteja preenchida no cam-
po seguinte.
Idade da Mãe Caracter 3 ANT_IDADE Idade da mãe, por ocasião da notica-
ção do caso. Preenchimento automáti-
co à partir da data do nascimento. Per-
mite digitação.
Permite digitação caso campo ANT_
DT_NAS não seja preenchido
Campo de preenchimento obrigató-
rio caso a data de nascimento não
seja preenchida
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
132
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Escolaridade da
mãe (em anos de
estudo concluídos)
Caracter ESCOL_MAE 1. nenhum
2. de 1 a 3
3. de 4 a 7
4. de 8 a 11
5. de 12 a mais
9.ignorado
Escolaridade da mãe, de acordo com os
anos de estudo concluídos.
Número de
Gestações
Numéri-
co
A N T _ G E S -
TAC
Número de gestações anteriores, in-
cluindo a gestação relativa ao caso
N.º gestações não pode ser me-
nor que de partos (Gesta-
ção>= partos; gest. >=abortos;
gest.>=natimorto);
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Número de Partos Numéri-
co
A N T _ P A R -
TOS
Número de partos, incluindo o relativo
ao caso.
N.º gestações não pode ser menor
que de partos (Gestação>= par-
tos);
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
133
Número de Abor-
tos
Numéri-
co
ANT_ABOR-
TO
Número de abortos, espontâneos ou
provocados, de acordo com a história
obstétrica desta mulher.
N.º gestações não pode ser menor
que nº de aborto (Gest.>=abortos);
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Número de
Natimortos
Numéri-
co
AN T _N AT I -
MO
Número de natimortos, de acordo com
a história obstétrica desta mulher.
N.º gestações não pode ser
menor que de natimortos
(Gest.>=natimorto);
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Realizou pré-natal Caracter 1 A N T _ P R E _
NA
1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Informa se a mãe realizou pré-natal
durante a gravidez do caso noticado.
Campo obrigatório
Se não, porque Caracter 1 A N T _ P O R -
QUE
1. Desconhecimen-
to
2. Não acha
importante
3. Diculdade de
acesso
4. Barreira
burocrática
5. Horário
incompatível
6. Outro
Motivo referido pela mãe para a não
realização do pré-natal, durante a gra-
videz do caso noticado.
Campo habilitado se ANT_PRE_NA =
2
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
134
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Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Pré-natal, especi-
car o local
Caracter 60 ANT_LOCAL Nome da unidade de saúde onde foi re-
alizado o pré-natal.
Número de
C o n s u l t a s
Pré-natal
Caracter 3 A N T _ C O N -
SUL
Número de consultas realizadas no pré-
natal, da gestação do caso noticado.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Idade gestacional
na consulta, em
semanas
Caracter 3 ANT_SEMA-
NA
A composição da
variável obedece o
seguinte critério:
os dois primeiros
dígitos indicam a
semana e o último
dígito a letra “S”
Semanas. Ex. 04
S – 4 semanas.
Idade gestacional na consulta do
pré-natal, em semanas.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Idade gestacional
na consulta, em
meses
Caracter 3 ANT_MESES A composição da
variável obedece o
seguinte critério:
os dois primeiros
dígitos indicam
o mês e o último
dígito a letra “M”
Mês. Ex. 04 M 4
meses.
Idade gestacional na consulta do
pré-natal, em meses.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Sílis diagnostica-
da durante a gra-
videz
Caracter 1 ANT_SIFILI 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Diagnóstico de sílis rmado labora-
torialmente na rotina de pré-natal, du-
rante a gestação.
Campo obrigatório.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
135
Forma clínica
durante a gravidez
Caracter 1 A N T _ F O R -
MA
1. Primária
2. Secundária
3. Terciária
4. Latente
9. Ignorado
Apresentação (ou estadiamento), da sí-
lis materna, por ocasião do diagnós-
tico da doença, durante a gestação do
caso noticado.
Campo habilitado e obrigatório se
ANT_SIFILI = 1
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
de parceiros
durante a gravidez
Caracter 3 ANT_PARCEI N.º de parceiros da mãe durante a ges-
tação do caso noticado. Se o número
de parceiros for ignorado, o investiga-
dor deve preencher “99”.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
P a r c e i r o ( s )
tratado(s) conco-
mitantemente
Caracter 1 A N T _ T R A -
TAD
1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Informa sobre tratamento para sílis
do(s) parceiro(s) da mãe do caso noti-
cado.
Campo obrigatório.
Evidência clínica
para sílis
Caracter A N T _ E V I -
DEN
1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Informa sobre presença de sinais clíni-
cos na mãe
Evidencia clinica para sílis na ges-
tação: sílis primaria cancro duro;
sílis secundaria lesões cutâneo-
mucosas(roséolas silíticas, silides
papulosas, condiloma plano silítico,
alopecia); sílis terciária lesões cutâ-
neo mucosas(tubérculos e gomas);
alterações neurológicas (tabes dorsa-
lis, demência); alterações cardiovasc
ulares(aneurisma aortico); alterações
articulares(artropatia de Charcot).
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
136
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Resultado dos
exames
Teste não
treponêmico.
Caracter 1 LAB_VDRL1 1. Reativo;
2. Não reativo;
3. Não realizado;
9. Ignorado.
Resultado qualitativo do teste não
treponêmico (VDRL, RPR ou outro tes-
te não treponêmico). O Ministério da
Saúde recomenda que esse teste seja
realizado na primeira consulta de pré-
natal.
Campo habilitado e obrigatório se
ANT_SIFILI = 1
Resultado dos exa-
mes Título
Caracter 60 LAB_TITULO Resultado quantitativo (título) do VDRL
da primeira consulta no pré-natal.
Habilitado se LAB_VDRL1 = 1
Resultado dos
e x a m e s
Data
Data LAB_DT1 Data da coleta do teste não trepo-
nêmico (VDRL, RPR ou outro teste não
treponêmico). O Ministério da Saúde
recomenda que esse teste seja realiza-
do na primeira consulta de pré-natal.
Habilitado se LAB_VDRL1 = 1 ou 2
Resultado dos
exames
Teste não
treponêmico
Caracter 1 LAB_VDRL2 1. Reagente;
10. Não reagente;
11. Não realizado;
9 Ignorado
Resultado qualitativo do teste não
treponêmico (VDRL, RPR ou outro tes-
te não treponêmico). O Ministério da
Saúde recomenda que esse teste seja
realizado início do terceiro trimestre de
gestação
Campo habilitado e obrigatório se
ANT_SIFILI = 1
Resultado dos
e x a m e s
Título
Numéri-
co
60 LAB_TITU_1 Resultado quantitativo (título) do
teste não treponêmico (VDRL, RPR ou
outro teste não treponêmico). O Mi-
nistério da Saúde recomenda que esse
teste seja realizado início do terceiro
trimestre de gestação.
Habilitado se LAB_VDRL2 = 1
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
137
Resultado dos
exames.
Data
D a t a
e u r o -
péia
LAB_DT2 Data da coleta do 2º teste não treponê-
mico (VDRL, RPR ou outro teste não tre-
ponêmico). O Ministério da Saúde re-
comenda que esse teste seja realizado
início do terceiro trimestre de gestação
Habilitado se LAB_VDRL2 = 1 ou 2
Resultado dos
exames
Teste não treponê-
mico no parto
Caracter 1 LAB_PARTO 1. Reagente;
10. Não reagente;
11. Não realizado;
9 Ignorado
Resultado qualitativo do teste não tre-
ponêmico (VDRL, RPR ou outro teste
não treponêmico) materno recomenda-
do na admissão de todas as gestantes
para a realização do parto/curetagem.
Campo obrigatório.
Resultado dos
e x a m e s
Título
Numéri-
co
LAB_TITU_2 Resultado quantitativo (título) do teste
não treponêmico (VDRL, RPR ou outro
teste não treponêmico) das gestantes
admitidas para a realização do parto/
curetagem.
Campo habilitado e obrigatório se
LAB_PARTO = 1
Resultado dos
e x a m e s .
Data
Data LAB_DT3 Data do teste não treponêmico (VDRL,
RPR ou outro teste não treponêmico)
realizado na maternidade.
Habilitado se LAB_PARTO = 1 ou 2
Teste conrmató-
rio treponêmico
no parto
Caracter LAB_CONF 1. Reagente;
2. Não reagente;
3. Não realizado;
9 Ignorado
Resultado qualitativo do teste treponê-
mico realizado no parto.
Campo obrigatório.
D i a g n ó s t i c o
sorológico do HIV
com teste conr-
matório positivo
Caracter 1 LAB_DIAG 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Diagnóstico sorológico materno de in-
fecção pelo HIV conrmado, no pré-na-
tal ou na admissão para o parto/cure-
tagem.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
138
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Esquema de
tratamento
Caracter 1 T R A _ E S -
QUEM
1. Adequado
2. Inadequado
3. Não realizado
9. Ignorado
- Esquema terapêutico adequado
signica tratamento realizado de acor-
do com o esquema preconizado para a
fase clinica da silis, iniciado a mais de
30 dias do parto e cujos títulos baixa-
ram como esperado ou permaneceram
com títulos baixos e o parceiro tratado
concomitantemente a gestante.
Campo obrigatório
Esquema de
tratamento
Outro Esquema,
especicar
specicação de outro esquema de tra-
tamento utilizado para a mãe, não lis-
tado acima.
Campo de preenchimento somente
na cha.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Data do início do
tratamento
Data TRA_DT Data do início do tratamento para a sí-
lis da mãe do caso noticado.
Campo habilitado e obrigatório se
TRA_ESQUEM ≠ 3 ou 9
UF de Nascimento A N T I _ U F _
CRI
Sigla da UF de nascimento
Município de
nascimento
Caracter 7 A N T _ M U -
NI_C
Código do município onde está locali-
zada a maternidade/hospital de nasci-
mento.
Local de nascimen-
to (Maternidade /
Hospital)
Caracter 6 ANT_LOCAL Código e nome da unidade de saúde
onde foi realizado o parto da criança.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
139
Idade gestacional
ao nascer, em se-
manas
Caracter 3 ANT_SEMA-
NA_1
A idade gestacional
deve ser convertida
em semanas pa-
ra preenchimento
dessa variável.
Idade gestacional do caso noticado
ao nascer, em semanas. Se ignorado
preencher com 99.
Campo obrigatório
Idade gestacional
ao nascer, em me-
ses
Caracter 3 ANT_MESES A composição da
variável obedece o
seguinte critério:
os dois primeiros
dígitos indicam
o mês e o último
dígito a letra “M”
Mês. Ex. 09 M 9
meses.
Idade gestacional do caso noticado
ao nascer, em meses.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Peso ao nascer
(em gramas)
Numéri-
co
ANT_PESO_
C
Peso ao nascer do caso noticado, ex-
presso em gramas. Se ignorado, preen-
cher com “9999”.
Campo obrigatório
Aborto Caracter ANT_ABOR_
1
1. Sim
2. Não
9 . Ignorado
Caso de óbito fetal ocorrido antes da
22 semanas de gestação ou peso <=
500g, de mãe com sílis não tratada ou
inadequadamente tratada.
Campo obrigatório
Natimorto Caracter 1 ANT_NATI_1 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Caso de óbito fetal ocorrido após 22
semanas de gestação ou peso >500g,
de mãe com sílis não tratada ou ina-
dequadamente tratada.
Campo obrigatório
Óbito Caracter 1 ANT_OBITO 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Óbito ocorrido após o nascimento em
criança com sílis não tratada ou ina-
dequadamente tratada.
Campo obrigatório
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
140
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Data do óbito Data ANT_DT_OBI Data do parto da criança nascida sem
sinais vitais
Campo habilitado se ANT_OBITO =
1
Exposição ao HIV Caracter 1 A N T I _ E X -
PHIV
1. Sim
2. Não
9. Ignorado
O diagnóstico de “criança exposta ao
HIV” se quando nascido de mãe
com infecção pelo HIV, e independente
do resultado da sorologia anti-HIV no
recém-nato.
Campo obrigatório.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Diagnóstico clínico
Presença de Si-
nais e Sintomas.
Assintomático
Caracter 1 CLE_ASSINT 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Criança que não apresenta, ao exame
físico, qualquer manifestação clínica
sugestiva de sílis congênita.
CAMPO ALTERADO NA FICHA
Campo obrigatório. Se “CLI_AS-
SINT=1 ou 9”, ocorre preenchimen-
to automático dos outros campos
(“2”). Se preenchido com “2-Não”
os outros campos serão habilitados
e preenchidos individualmente, e ao
menos um campo deverá ser “=1”
ou “9” neste caso.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
141
Diagnóstico clínico Caracter 1 CLI_ASSINT 1. Assintomatico
2. Sintomático
3. Não se aplica
9. Ignorado
Assintomatico: Criança que não apre-
senta ou apresenta, ao exame físico,
qualquer manifestação clínica sugesti-
va de sílis congênita.
Não se aplica em caso de aborto.
Campo obrigatório.
Se o campo é preenchido com ca-
tegoria = 1 as variáveis CLI_ICTERI,
CLI_RINITE, CLI_ANEMIA, CLI_HEPA-
TO, CLI_ESPLEN, CLI_LESOES, CLI_
OSTEO, CLI_PSEUDO são preenchi-
das com categoria = 2 (não).
Se o campo é preenchido com ca-
tegoria = 9 as variáveis CLI_ICTERI,
CLI_RINITE, CLI_ANEMIA, CLI_HEPA-
TO, CLI_ESPLEN, CLI_LESOES, CLI_
OSTEO, CLI_PSEUDO são preenchi-
das com categoria = 9 (não).
O campo não se aplica se preenchido
automaticamente em caso de aborto
Presença de Sinais
e Sintomas.
Icterícia
Caracter 1 CLI_ICTERI 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de icterícia ao exame físico da
criança.
Ver crítica do CLI_ASSINT. Campo
obrigatório.
Presença de Sinais
e Sintomas.
Rinite muco-san-
guinolenta
Caracter 1 CLI_RINITE 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de rinite muco-sanguinolenta
observada ao exame físico da criança.
Ver crítica do CLI_ASSINT.
Campo obrigatório.
Presença de Sinais
e Sintomas.
Anemia
Caracter 1 CLI_ANEMIA 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de anemia ao exame físico da
criança.
Ver crítica do CLI_ASSINT.
Campo obrigatório.
Presença de Sinais
e Sintomas.
Hepatomegalia
Caracter 1 CLI_HAPATO 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de fígado aumentado de ta-
manho ao exame físico da criança.
Ver crítica do CLI_ASSINT.
Campo obrigatório.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
142
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Presença de Sinais
e Sintomas.
Esplenomegalia
Caracter 1 CLI_ESPLEN 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de baço aumentado de tama-
nho ao exame físico da criança.
Ver crítica do CLI_ASSINT.
Campo obrigatório.
Presença de Sinais
e Sintomas.
Lesões cutâneas
Caracter 1 CLI_LESOES 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de: lesões bolhosas e/ou des-
camativas; lesões papulares ou man-
chas generalizadas de pele, incluindo
palma das mãos e planta dos pés; s-
suras ao redor dos orifícios naturais da
criança.
Ver crítica do CLI_ASSINT.
Campo obrigatório
Presença de Sinais
e Sintomas.
Osteocondrite
Caracter 1 CLI_OSTEO 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de lesões osteoarticulares do-
lorosas à manipulação da criança.
Ver crítica do CLI_ASSINT.
Campo obrigatório
Presença de Sinais
e Sintomas.
Pseudoparalisia
Caracter 1 CLI_PSEUDO 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de “paralisia” antálgica, ob-
servada principalmente à manipulação
da criança, como nas trocas de fraldas.
Ver crítica do CLI_ASSINT.
Campo obrigatório
Presença de Sinais
e Sintomas.
Outro
Caracter 1 CLI_OUTRO 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Presença de outros sintomas/sinais ao
exame do paciente, não relacionados
acima.
Ver crítica do CLI_ASSINT.
Campo obrigatório
Descrição de ou-
tros sinais/sinto-
mas
Caracter 60 CLI_DESC_O Escrever por extenso outro(s) sinal(s)
ou sintoma(s) observados no paciente.
Habilitado caso campo CLI_OUTRO
= 1
VDRL Cordão
Umbilical
Caracter 1 L A B C _ U M -
BIL
1. Reativo
2. Não Reativo
3. Não Realiazado
9. Ignorado
Resultado qualitativo do VDRL realiza-
do em amostra de sangue do cordão
umbilical do caso noticado.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
143
Título Numéri-
co
LABC_TITUL - Resultado quantitativo (título) do VDRL
realizado em amostra de sangue do
cordão umbilical do caso noticado.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
FTA-ABS (IgM) Caracter 1 LABC_IGM 1. Reativo
2. Não Reativo
3. Não Realiazado
9. Ignorado
Resultado do teste FTA-ABS (IgM) reali-
zado na criança em amostra de sangue
periférico.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003
Teste não
treponêmico
Sangue Periférico
Caracter 1 LABC_SAN-
GU
1. Reagente
2. Não Reagente
3. Não Realizdo
9. Ignorado
Resultado qualitativo do VDRL ou RPR
(testes não treponêmicos) realizado em
amostra de sangue periférico do caso
noticado.
Campo obrigatório.
Título Numéri-
co
LABC_TIT_1 Resultado quantitativo (título) do VDRL
ou RPR realizado em amostra de san-
gue periférico do caso noticado.
Campo obrigatório se LABC_SANGU
= 1
Data Data LABC_DT_1
Teste treponemico
sangue periferico
Caracter 1 LABC_IGG 1. Reativo
2. Não Reativo
3. Não Realiazado
9. Ignorado
Resultado do teste FTA-ABS (IgG) reali-
zado na criança em amostra de sangue
periférico.
Campo obrigatório.
Data Data LABC_DT
Teste não trepone-
mico – Líquor
Caracter 1 L A B C _ L I -
QUO
1. Reativo
2. Não Reativo
3. Não Realiazado
9. Ignorado
Resultado qualitativo do VDRL ou RPR
realizado em amostra de líquor do caso
noticado.
Campo obrigatório.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
144
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Título Numéri-
co
LABC_TIT_2 Resultado quantitativo (título) do VDRL
ou RPR realizado em amostra de líquor
do caso noticado.
Habilitado se LABC_LIQUO = 1
Data Data LABC_DT_2
TPHA Caracter 1 LABC_TPHA 1. Reativo
2. Não Reativo
3. Não Realiazado
9. Ignorado
Resultado do teste TPHA realizado em
amostra de sangue periférico da crian-
ça.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Evidência de
T. pallidum
Caracter 1 LABC_EVIDE 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Evidência de T. pallidum em exame
microscópico de material colhido em
placenta, lesões cutâneo-mucosas, cor-
dão umbilical, ou necropsia, através de
técnica de “campo escuro”, imunou-
orescência direta ou outro método es-
pecíco.
Campo obrigatório.
Se = 1, então EVO_DIAGNO = 1
Alteração liquórica Caracter 1 LABC_LIQ_1 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Alterações ao exame do líquor, carac-
terizadas por: celularidade maior que
10/campo e proteinorraquia maior que
100mg/ml, no recém-nato.
Campo obrigatório.
Outras alterações
laboratoriais
Caracter 1 L A B C _ O U -
TRO
1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Informar caso outros exames laborato-
riais relevantes, não listados anterior-
mente, tiverem sido realizados.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de dados
para casos noticados até 31/12/2003.
Diagnóstico radio-
lógico da crian-
ça: Alteração no
Exame dos Ossos
Longos
Caracter 1 TRA_DIAG_T 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Diagnóstico de alterações ósseas obser-
váveis ao Rx, tais como osteocondrite,
osteoartrite, periostite (diasite produ-
tiva), rarefação óssea, tíbia em “lâmina
de sabre”.
Campo obrigatório.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
145
Esquema de
Tratamento
Caracter 1 TRA_ESQU_
1
1. Penicilina G Cris-
talina 100.000 a
150.000 UI Kg / dia
/ 10 a 14 dias
2. Penicilina G Pro-
caína 50.000 UI Kg
/ dia / 10 dias
3. Penicilina G
Benzatina 50.000
UI Kg / dia / dose
única
4. Outro Esquema
5. Não Realizado
9. Ignorado
Esquema terapêutico utilizado para o
tratamento da sílis congênita do ca-
so noticado, ao nível hospitalar ou
ambulatorial. A Penicilina Cristalina é
administrada por via intravenosa, e as
Penicilinas Procaína e Benzatina admi-
nistradas por via intramuscular.
Campo obrigatório.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Esquema de
Tratamento –
Outro Esquema.
Especicação de outro esquema de tra-
tamento utilizado para a criança, não
listado acima.
Campo de preenchimento somente
na cha.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Data do Início do
Tratamento
Data TRA_DT_
TRA
Data do início do tratamento da crian-
ça, ao nível hospitalar ou ambulatorial.
Data do início do tratamento da
criança não pode ser < que data de
seu nascimento;
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
146
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Classicação Final Caracter 1 EVO_DIAG-
NO
1. Conrmado
2. Descartado
3. Presumível
9. Ignorado
Classicação do caso noticado, após
a investigação nalizada e de acordo
com a denição de caso em uso. Se
“Descartado”, o campo Diagnóstico Fi-
nal não se aplica.
Campo obrigatório.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
Diagnóstico Final Caracter 1 EVO_DIAG_
F
1. Sílis Congênita
Recente
2. Sílis Congênita
Tardia
3. Natimorto Silí-
tico
4. Aborto por Sí-
lis
Diagnóstico denitivo do paciente no-
ticado, segundo o estadiamento do
caso, se o campo “Classicação Final”
for diferente de “Descartado”:
Sílis Congênita Recente: diagnóstico
em < 2anos de idade;
Sílis Congênita Tardia: diagnóstico
em >2anos de idade;
Natimorto Silítico: perda fetal com
mais de 22 sem. de gestação ou >500g
de peso;
Aborto por Sílis: perda fetal com
<22 sem. de gestação;
Esse campo sera preenchido auto-
maticamente, seguindo os critérios
de denição de caso.
Os casos que não estao de acordo
com a denição não serão gravados
e surgira uma mensagem de alerta:
“Este caso nao preenche os cite-
rios de deniçao de silis congeni-
ta, consultar deniçao de caso”.
Data de
Encerramento
Data DT_ENCER-
RA
Data de encerramento da investigação
do caso.
Campo obrigatório. Não pode ser
menor que a data de noticação.
CAMPO EXCLUÍDO DA FICHA ADOTA-
DA A PARTIR DE JANEIRO DE 2004.
Variável disponível na base de da-
dos para casos noticados até
31/12/2003.
CAMPO DA FICHA BANCO DE DADOS (DBF)
Nome Tipo Tam Nome Categorias Descrição
Caracteristicas/ Crítica de Consis-
tencia
147
Anexo II – Ficha de Noticação/Investiga-
ção da Sílis em Gestante.
149
Anexo III - Ficha de Noticação e
Investigação da Gestante Infectadas
pelo HIV e Crianças Expostas e
Dicionário de Dados.
150
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
151
Instruções para preenchimento
Ficha de investigação
ATENÇÃO: em qualquer fase da notificação (pré-natal ,parto, crian-
ça), os campos de 1 a 31 deverão ser preenchidos.
- Anotar o número da noticação atribuído pela unidade de saúde para identi-
cação do caso (Ex. número do registro na unidade de saúde, número do prontuá-
rio). CAMPO DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO.
Dados Gerais
1 Este campo identica o tipo de noticação, informação necessária à digitação.
Não é necessário preenchê-lo.
2 Anotar a data da noticação: data de preenchimento da cha de noticação.
CAMPO DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO.
3 Preencher com o nome completo do município (ou código correspondente, se
-
gundo cadastro do IBGE) onde está localizada a unidade de saúde (ou outra
fonte noticadora) que realizou a noticação. CAMPO DE PREENCHIMENTO
OBRIGATÓRIO.
4 Preencher com o nome completo ou código correspondente, segundo cadastro
estabelecido pelo SINAN, da unidade de saúde ou outra fonte noticadora que re-
alizou a noticação do caso. CAMPO DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO.
Dados do Caso
preencher com os dados da gestante/parturiente/mãe da criaa exposta. No ca-
so de aleitamento cruzado, preencher com os dados da nutriz (mãe de leite).
5 Agravo - GESTANTE HIV+ E CRIANÇAS EXPOSTAS e o código correspon
-
dente - Z 21, estabelecido pelo SINAN (CID 10), já vêm impressos na cha.
6 Anotar a data em que foi realizada a coleta do material para o primeiro diagnós
-
tico laboratorial da infecção pelo HIV na gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe
de leite) da criança. Se esta data não for conhecida, preencher com data de noti-
cação. CAMPO DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO.
Gestantes Infectadas pelo HIV e Crianças
Expostas
152
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
7 Preencher com o nome completo da gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de
leite) da criança exposta (sem abreviações).
8 - Preencher com a data de nascimento da gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe
de leite) da criança exposta (dia/mês/ano) de forma completa.
9 - Anotar a idade da gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança ex
-
posta, somente se a data de nascimento for desconhecida (Ex. 26 anos = 26 A).
Se a gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança exposta não sou-
ber informar sua idade, anotar a idade aparente.
OBS: Se a data de nascimento não for preenchida, a idade será CAMPO
DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO.
10 Para esse tipo de agravo, o sistema assumirá a categoria F-feminino para todos
os casos, já que se trata de gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite) de
criança exposta.
11 Preencher com o código correspondente à cor ou raça declarada pela gestante/
parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança exposta: 1) Branca; 2) Preta;
3) Amarela (incluindo-se nessa nesta categoria a pessoa que se declarou de raça
amarela); 4) Parda (incluindo-se nessa categoria a pessoa que se declarou mu-
lata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça de preto com pessoa de outra cor
ou raça); 5) Indígena (considerando-se nesta categoria a pessoa que se declarou
indígena ou índia).
12 Preencher com o digo correspondente ao mero de anos de estudo concluídos
da gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança exposta. A classica-
ção é obtida considerando-se a série e o grau que a pessoa está freqüentando ou a
última série concluída com aprovação. A correspondência é feita de forma que ca-
da rie concluída com aprovação corresponde a um ano de estudo. (Ex: Paciente
cursou 4 anos, porém não concluiu o último ano, portanto o paciente deverá ser
incluído na categoria de 1 a 3).
13 Preencher com o número do
CARTÃO ÚNICO do Sistema Único de Saúde
SUS.
14 Preencher com o nome completo da mãe da gestante/parturiente/mãe/nutriz
(mãe de leite) da criança exposta (sem abreviações).
Dados de residência
preencher com os dados da gestante/parturiente/mãe da criança exposta. No
caso de aleitamento cruzado, preencher com os dados da nutriz (mãe de leite).
15 Anotar o tipo do logradouro (avenida, rua, travessa, etc.), nome completo ou
código correspondente do logradouro da residência da gestante/parturiente/
mãe/nutriz (mãe de leite) da criança exposta. Se for indígena anotar o nome da
aldeia e se for de área rural nome da localidade, fazenda etc.
16 Anotar o número do logradouro da residência da gestante/parturiente/mãe/nu
-
triz (mãe de leite) da criança exposta.
17
Anotar o complemento do logradouro (ex: Bloco B, apto 402, lote 25, casa 14,
etc.).
153
18 Anotar o ponto de referência para localização da residência da gestante/partu-
riente/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança exposta (Ex: Perto da padaria do
João).
19 Anotar a sigla da Unidade Federada da residência da gestante/parturiente/mãe/
nutriz (mãe de leite) da criança exposta (Ex: DF).
20 Anotar o nome do município ou código correspondente, segundo cadastro do
IBGE, da residência da gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança
exposta.
Anotar o nome do distrito de residência da gestante/parturiente/mãe/nutriz
(mãe de leite) da criança exposta.
21 Anotar o nome do bairro ou código correspondente, segundo cadastro do SI
-
NAN, de residência da gestante/parturiente/mãe da criança exposta.
22 Anotar o código de endereçamento postal do logradouro (avenida, rua, travessa,
etc.) da residência da gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança
exposta (Ex: CEP: 70.036-030).
23 Anotar o número do telefone da gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite)
da criança exposta.
24 Zona de residência da gestante/parturiente/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança
exposta por ocasião da noticação (Ex. 1 = área com características estritamente
urbana; 2 = área com características estritamente rural; 3 = área rural com aglo-
meração populacional que se assemelha a uma área urbana).
25 Anotar o nome do país de residência quando a gestante/parturiente/mãe/nutriz
(mãe de leite) da criança exposta noticada residir em outro país.
Dados complementares do caso:
preencher com os dados da gestante, ou da parturiente, ou da nutriz (mãe de
leite) ou da criança exposta
26 Informar o momento em que foi realizada a coleta do material no qual se evi
-
denciou o diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV na gestante/parturien-
te/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança exposta (considerar o primeiro resultado
reagente).
Os campos a seguir referem-se à categoria de exposição da gestante/parturien-
te/mãe/nutriz (mãe de leite) da criança exposta: assinalar 1 = sim, 2 = não e 9 =
ignorado, nas seguintes categorias:
27 Informação sobre parceria sexual: deverá ser preenchida sempre que a exposição
sexual seja caracterizada como um risco de infecção.
28 UDI: história de uso de droga injetável nos últimos 10 anos.
29 Transfusão: história de transfusão, no mínimo, um ano antes da primeira soro
-
logia positiva de HIV.
30 Acidente com material biológico: somente se for documentado como sendo HIV
negativo no momento do acidente com posterior soroconversão nos seis primei-
ros meses;
154
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
31 Transmissão Vertical: se fonte de infecção da gestante/parturiente/mãe/nutriz
(mãe de leite) da criança exposta foi vertical (mãe/lho).
Pré-natal
32 Informar o nome do município de localização da unidade de saúde de realização
do pré-natal.
33 Preencher com o nome completo da unidade de saúde de realização do pré-na
-
tal, ou código correspondente segundo cadastro estabelecido pelo SINAN.
34 Preencher com o número da gestante no SISPRENATAL.
35 Informar idade gestacional da primeira consulta de pré-natal (em semanas).
36 Informar a data provável do parto, calculada a partir da data da última menstru
-
ação.
37 Informar se a gestante é um caso conrmado de aids, segundo os critérios de
denição de caso de aids em adultos adotados pelo Ministério da Saúde.
38 Informar se a gestante utiliza anti-retrovirais para tratamento da infecção pelo
HIV. Se = 1 informar no campo 39 “Se realizado prolaxia com anti-retroviral
= 00 (semanas)”, e campo 40 “Em uso de anti-retroviral = 1”. (Obs: porque não
há referência de um anti-retroviral anterior e não há monoterapia para trata-
mento)
39 Informar a idade gestacional de início da prolaxia com anti-retroviral (em se
-
manas).
40 Quando a prolaxia não foi realizada, informar os motivos.
Parto
41 Informar o nome do município de localização da Unidade de Saúde de realiza-
ção do parto.
42 Preencher com o nome completo do local de realização do parto ou código cor
-
respondente, segundo cadastro estabelecido pelo SINAN.
43 Informar a data do parto.
44 Informar a idade gestacional no momento do parto (em semanas).
45 Informar se a parturiente realizou pré-natal.
46 Se a parturiente realizou pré-natal, informar o número de consultas.
47 Informar o nome do município de localização da Unidade de Saúde de realiza
-
ção do pré-natal.
48 Se a parturiente realizou pré-natal, informar nome completo da unidade de saú
-
de de realização do pré-natal ou código correspondente, segundo cadastro esta-
belecido pelo SINAN.
49 Informar o tempo total de uso da prolaxia oral em semanas. Se não fez uso de
prolaxia registrar = 00 semanas, se for ignorado registrar = 99 semanas.
50 Informar o tempo de ruptura das membranas, em horas.
51 Informar evolução da gravidez.
155
52 Informar se é um caso de gestação múltipla (mais de um feto).
53 Informar se a parturiente fez uso de prolaxia injetável durante o parto.
54 Informar se a parturiente foi a óbito ou não.
55 Informar a situação da criança ao nascimento:1 = Vivo - qualquer sinal vital
após o corte do cordão umbilical; 2 = Natimorto - ausência de sinais vitais após
o corte do cordão umbilical com idade gestacional maior ou igual a 22 semanas
ou com peso maior ou igual a 500g; 3 = não se aplica.
56 Informar o momento de icio da prolaxia xarope (em horas após o nascimento).
Criança
57 Informar o nome do município de localização da unidade de saúde de acompa-
nhamento da criança.
58 Informar nome completo da unidade de saúde de acompanhamento da criança
ou código correspondente, segundo cadastro estabelecido pelo SINAN.
59 Preencher com o nome completo da criança (sem abreviações). Se não registra
-
da, preencher com o nome da mãe e a sigla RN ao nal. Ex: Maria da Silva-RN.
Se forem gemelares preencher uma cha para cada gemelar, assinalando “1º ge-
melar e 2º gemelar” após o nome. Ex: Rafael da Silva 1º gemelar.
60 Preencher com a data de nascimento da criança (dia/mês/ano) de forma completa.
61 Preencher segundo a categoria referente ao sexo da criança (M = masculino, F =
feminino e I = ignorado).
62 Informar o nome do município de nascimento (unidade de saúde, residência,
via pública...) da criança.
63 Informar nome completo do local de nascimento da criança (se o mesmo acon
-
teceu em unidade de saúde) ou código correspondente, segundo cadastro esta-
belecido pelo SINAN.
64 Informar se houve aleitamento materno.
65 Se houve aleitamento materno, informar o tempo (em dias).
66 Informar se houve aleitamento cruzado (Lembrar que neste caso, os campos de
1 a 31 deverão ser preenchidos com os dados da nutriz – mãe de leite).
67 Se houve aleitamento cruzado, informar o tempo (em dias).
68 Informar o tempo total de uso da prolaxia oral pela criança (em semanas).
69 Informar se utilizou outro(s) anti-retroviral(is),
esse dado refere-se à criança.
Se sim, informar a(s) droga(s) que foi (ram) utilizada(s) concomitantemente ou
não com a prolaxia.
70 - Informar se foi realizado primeiro teste para quanticar carga viral, a data de
coleta e o resultado: Preconiza-se que seja realizado aos dois meses, podendo
ocorrer em qualquer momento.
71 Informar se foi realizado segundo teste para quanticar carga viral, a data de co
-
leta e do resultado Preconiza-se que seja realizado aos quatro meses, ou realizar
com intervalo de um mês do primeiro teste.
156
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
72 Informar se foi realizado terceiro teste para quanticar carga viral, a data de co-
leta e o resultado
Assinalar a data de coleta (o mais aproximado possível) e os respectivos re
-
sultados das duas primeiras cargas virais (ou três, no caso das duas primeiras
serem discordantes).
Observação: Uma vez conrmada a evidência laboratorial da infecção pelo HIV,
os dados deverão ser encaminhados.
73 Informar o resultado da sorologia para o HIV na criança, aos 18 meses, não sendo
necessário aguardá-lo para o envio da noticação. Essa informação será solicita-
da pelo setor responvel pela Vigilância Epidemiogica de aids, quando a criança
completar 18 meses.
Conclusão
74 Informar o encerramento do caso, o sendo necessário aguardar o desfecho do
caso para o envio dos dados. Essas informações serão solicitadas pelo setor res-
ponsável pela Vigilância Epidemiológica de aids, quando a criança completar 18
meses. Se os resultados da e carga viral forem concordantes não é necessário
aguardar os 18 meses para o encerramento do caso, isto é, nesse caso se tem ou
o evidência laboratorial do HIV.
75 Em caso de óbito, informar a data.
76 Em caso de óbito, informar se a causa estava relacionada à aids.
77 Informar o nome do responsável pelo preenchimento da cha de investigação.
78 Informar a data de preenchimento da cha de investigação.
157
Ministério da Saúde
Fundação Nacional de Saúde
Centro Nacional de Epidemiologia
Sistema de Informação de
Agravo de Noticação
Dicionário de Dados - SINAN Windows
Agravo: Gestante HIV + E Crianças Expostas
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
de noticação e campos de 1 a 25 dos blocos “Dados Gerais” ,e “Dados de residência“ correspondem aos mesmos campos da cha de noti-
cação (ver dicionário de dados da cha de noticação Obs: Como foi feito no instrucional, não é bom chamar atenção para o preenchimento
desses campos com os dados da gestante/parturiente/mãe da criança exposta e no caso de aleitamento cruzado, preencher com os dados
da nutriz.
158
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
(26) Evidência la-
boratorial do HIV
Antes do pré-natal
HTRE 1. Teste rápido
reagente
2. Teste deniti-
vo reagente
9. Ignorado
Diagnóstico laboratorial do HIV para ns de Vigilância
Epidemiológica de acordo com método utilizado reali-
zado antes do pré-natal.
Aceitar apenas
códigos listados
(26) Evidência la-
boratorial do HIV
Durante o pré-na-
tal
HUPRE 1. Teste rápido
reagente.
2. Teste deniti-
vo reagente
9. Ignorado
Diagnóstico laboratorial do HIV para ns de Vigilância
Epidemiológica de acordo com método utilizado reali-
zado durante o pré-natal.
Aceitar apenas
códigos listados
(26) Evidência la-
b o r a l a b o r a t o r i a l
do HIV
Durante o parto
HIV_DUPART 1. Teste rápido
reagente
2. Teste deniti-
vo reagente
9. Ignorado
Diagnóstico laboratorial do HIV para ns de Vigilância
Epidemiológica de acordo com método utilizado reali-
zado durante o parto.
Aceitar apenas
códigos listados
(26) Evidência labo-
ratorial do HIV Após
o parto
HART 1. Teste rápido
reagente.
2. Teste deniti-
vo reagente
9. Ignorado
Diagnóstico laboratorial do HIV para ns de Vigilância
Epidemiológica de acordo com método utilizado reali-
zado após o parto.
Aceitar apenas
códigos listados
(27) Informação
sobre a parceria
sexual
Parceiro HIV +/ AIDS
. ANT_PARC_H 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta com his-
tória de relações sexuais com indivíduo sabidamente
HIV+/AIDS
Aceitar apenas
códigos listados
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
159
(27) Informação
sobre a parceria
sexual Parceiro com
múltiplos parceiros
R_M 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta com par-
ceiro que tem múltiplos parceiros
Aceitar apenas
códigos listados
(27) Informação
sobre a parceria se-
xual. Com múltiplos
parceiros
AN_P 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta com múl-
tiplos parceiros
Aceitar apenas
códigos listado
(27) Informação
sobre a parceria
sexual
Parceiro usuário de
drogas injetáveis
ANT_PARC_D 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta com par-
ceiro que usa drogas injetáveis
Aceitar apenas
códigos listados
(27) Informação
sobre a parceria
sexual
Parceiro que man-
tém relações sexuais
com homens e mu-
lheres
ANT_PARC_S 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta com par-
ceiro que mantém relações sexuais com homem e mu-
lheres
Aceitar apenas
códigos listados
(27) Informação
sobre a parceria
sexual
Parceiro Transfundi-
do
ANT_PARC_T 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta com par-
ceiro que recebeu transfusão de sangue/derivados
Aceitar apenas
códigos listados
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
160
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
(27) Informação
sobre a parceria
sexual
Parceiro Hemofílico
AR_1 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta com par-
ceiro hemofílico
Aceitar apenas
códigos listados
(28) Usuária de
drogas injetáveis
1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta usuária
de drogas injetáveis
Aceitar apenas
códigos listados
(29) História de
transfusão de
sangue/derivados
ANT_TRANSF 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta tem his-
tória de transfusão de sangue/ hemoderivados
Aceitar apenas
códigos listados
(30) Acidente com
material biológi-
co com posterior
soroconversão
ANT_ACIDEN 1. Sim
2. Não
3. Não se aplica
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta teve aci-
dente de trabalho com material biológico, havendo re-
gistro de sorologia negativa no momento do acidente
e soroconversão nos primeiros seis meses após o aci-
dente.
Aceitar apenas
códigos listados.
Incluir mensagem
alertando o digi-
tador que o siste-
ma está incluindo
caso/infecção por
acidente de tra-
balho e se ele tem
certeza.
(31) Transmissão
Vertical
ANT_VERTIC 1. Sim
2. Não
3. Não se aplica
9. Ignorado
Gestante/parturiente/mãe de criança exposta teve co-
mo fonte de infecção do HIV a transmissão vertical
(mãe/lho)
Aceitar apenas
códigos listados
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
161
(32) Município de
realização do pré-
natal
PRE_MUNIRE Tabela de códi-
gos de municí-
pios
Município de localização da Unida-
de de Saúde de realização do pré-
natal
Aceitar apenas os
códigos listados.
(33) Unidade de
realização do pré-
natal
PRE_UNIDRE Tabela de códi-
gos de Unidades
do SINAN
Unidade de Saúde de realização do
Pré-Natal.
Aceitar apenas os
códigos listados.
(34) Nº da gestan-
te no SIS PRENA-
TAL
PRE_SISPRE Número identicador da gestante no cadastro do SIS-
PRENATAL
(35) Idade gesta-
cional da 1º con-
sulta de pré-natal
PRE_IDGES Em semanas Idade gestacional em semanas no momento da 1ª con-
sulta do Pré-Natal.
(36) Data provável
do parto
PRE_DT_PRO Data provável do parto.
(37) Caso conr-
mado de aids
PRE_CONFIR 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Caso confrimado de AIDS, segundo critérios preconiza-
dos pela CN-DST/AIDS.
Aceitar apenas
códigos listados.
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
162
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
(38) Em uso de an-
ti-retroviral para
tratamento
PRE_ANTRET 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Paciente em terapia com anti-retrovirais Aceitar apenas
códigos listados
Se reposta = 1
preencher campo
39 com “00 sema-
nas” e campo 40
“Em uso de anti-
retroviral para tra-
tamento” = 1.
(39) Se realizado
prolaxia com an-
ti-retroviral, idade
gestacional de iní-
cio
IDGE_1 Em semanas Idade gestacional em semanas no momento do ínicio
da prolaxia
Desabilitar o cam-
po 40 se for pre-
enchido esta in-
formação
Aceitar “00-sema-
nas” para estar
em uso antes da
gravidez e “99
– ignorado”
(40) Se não fez
prolaxia, moti-
vos:
Não realização do
teste anti-HIV
PRE_NRELAN 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Sorologia anti-HIV não realizado. Não aceitar a res-
posta 1 (sim), se o
campo 26 estiver
assinalado com as
categorias 1 ou 2.
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
163
(40) Se não fez
prolaxia, moti-
vos:
Anti-retroviral Não
disponível
PRE_NDISPO 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Anti-retroviral não disponível na Unidade de Saúde de
realização do Pré-Natal.
Aceitar apenas
códigos listados.
(40) Se não fez
prolaxia, moti-
vos:
Atraso no resultado
do teste anti-HIV
PRE_ATRASO 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Resultado sorologia anti-HIV não recebido durante o
Pré-Natal.
Aceitar apenas
códigos listados.
(40) Se não fez
prolaxia, moti-
vos:
Anti-retroviral não
oferecido
PRE_NOFERE 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Anti-retroviral não oferecido pelo prossional de saú-
de durante o Pré-Natal.
Aceitar apenas
códigos listados
(40) Se não fez
prolaxia, moti-
vos:
Recusa da gestante
EUSA 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Recusa da gestante em receber prolaxia. Aceitar apenas
códigos listados
(40) Se não fez
prolaxia, moti-
vos:
Em uso de anti-re-
troviral para trata-
mento
PRE_EMUSO 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Não foi realizada prolaxia porque a gestante/partu-
riente/mãe de criança exposta estava em tratamento
com anti-retrovirais antes da gestação.
Aceitar apenas
códigos listados
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
164
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Se não fez
prolaxia, motivos:
Outros motivos
PRE_OUTROS Outros motivos
(especicar)
Descrever outros motivos. Aceitar apenas
códigos listados
(41) Município do
local do parto
PRE_MUNIPA Tabela de códigos
de municípios
Município de localização da ocorrência do parto.
(42) Local de
realização do
parto
PAR_UNIDPA Tabela de códi-
gos das Unidades
de Saúde do Sis-
tema de Nascidos
Vivos
Local onde ocorreu o parto se o mesmo aconteceu em
unidade de saúde
Aceitar apenas
códigos listados
(43) Data do parto PAR_DT_PAR Data em que ocorreu o parto.
(44) Idade
gestacional
PAR_IDAGEST Em semanas Idade gestacional, em semanas, no momento do parto. Aceitar 99-sema-
nas para ignorado
(45) Fez pré-natal? PAR_FEZPRE 1. Sim
2. Não
9. Ignorado
Paciente realizou pré-natal. o aceitar cate-
goria 2 e 9 se cam-
po 35 for preenchi-
do ,e preenchendo
este campo (45)
automaticamente
com categoria 1.
Se a digitação for
2 O,ou
9. ignorado, desa-
bilitar campo 46.
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
165
(46) Se sim, nº
consultas
NSU Número de con-
sultas realizadas
no pré-natal.
Número de consultas
(47) Município de
realização do
pré-natal
PRE_MUNIRE Tabela de códi-
gos de município
Município de localização da Unidade de Saúde de rea-
lização do pré-natal
Aceitar apenas
os códigos lista-
dos. Preencher
automaticamente
quando campo 32
for preenchido.
(48) Unidade
pré-natal
PRE_UNIDRE Tabela de códi-
gos de Unidades
de Saúde do SI-
NAN
Unidade de Saúde de realização do Pré-Natal Aceitar apenas
os códigos lista-
dos. Preencher
automaticamente
quando campo 33
for preenchido.
(49) Tempo total
de uso de prolaxia
com anti-retroviral
oral (semanas)
PAR_TEMUSO Em semanas Número de semanas que usou anti-retroviral oral. Aceitar 00 para
não fez uso” e 99
se “ignorado”.
(50) Tempo de
ruptura das mem-
branas (horas)
PAR_TEMRUP 1. Menor que 4
h
2. Maior que 4 h
3. Não se aplica
9. Ignorado
Tempo de ruptura das membranas até o momento do
parto, em número de horas.
Aceitar apenas os
códigos listados.
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
166
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
(51) Evolução
da gravidez
PAR_EVOLGR 1. Parto Vaginal
2. Parto Cesáreo
3. Aborto
Evolução da gravidez. Aceitar apenas os
códigos listados.
Se resposta 3 de-
sabilitar campos a
partir do 55.
(52) Gestação
Múltipla
PMJ 1. Sim
2. Não
Gravidez com mais de um feto. Aceitar apenas os
códigos listados.
(53) Fez uso de
anti-retrovirais du-
rante o parto
PAR_ANTIDU 1. Sim
2. Não
3. Não se aplica
9. Ignorado
Anti-retrovirais administrado durante o parto. Aceitar apenas os
códigos listados.
(54) Óbito mater-
no
PAR_OBMATE 1. Sim
2. Não
Òbito materno acontecido durante o parto Aceitar apenas os
códigos listados.
(55) Criança PAR_CRIANC 1. Viva
2. Natimorta
3. Não se aplica
Situação da criança ao nascimento. Aceitar apenas os
códigos listados.
(56) Início da
prolaxia com
anti-retroviral na
criança (horas)
PAR_INICPR 1. Nas primeiras
24h
2. Após 24h do
nascimento
3. Não realizado
4. Não se aplica
9. Igorado
Início da administração do anti-retroviral, em número
de horas, a partir do nascimento.
Aceitar apenas os
códigos listados.
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
167
(57) Município da
Unidade de acom-
panhamento
CRI_MUNIAC Tabela de códi-
gos de municí-
pios
Município de localização da Unidade de Saúde de rea-
lização do acompanhamento da criança
Aceitar apenas os
códigos listados.
(58) Unidade de
acompanhamento
da criança
CRI_UNIDAC Tabela de códi-
gos de Unidades
de Saúde do SI-
NAN.
Nome da Unidade de Saúde de acompanhamento da
criança até 24 meses de idade.
Aceitar apenas
códigos listados.
(59) Nome da
criança
CRI_NOME
(60) Data de
nascimento
CRI_DT_NAS
(61) Sexo CRI_SEXO M – masculino
F – feminino
I – Ignorado
Aceitar apenas
códigos listados.
(62) Município do
local do parto
CRI_MUNINA Tabela de códi-
gos de município
Município de localização da ocorrência do parto
(63) Local de
nascimento (Uni-
dade de saúde)
CRI_UNIDNA Tabela de códi-
gos das Unida-
des de Saúde do
SINAN.
Unidade de Saúde de realização do parto se o mesmo
aconteceu em uni dade de saúde.
Aceitar apenas
códigos listados
(64) Aleitamento
materno
CRI_ALEITM 1. Sim
2. Não
3. Ignorado
Ocorrência de aleitamento materno. Aceitar apenas
códigos listados
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
168
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
(65) Se sim, tempo
(dias)
CRI_MATERQ Não opção
para ignorado?
Registrar o tempo de aleitamento cruzado em dias
(66) Aleitamento
cruzado
CRI_ALEITC 1. Sim
2. Não
3. Ignorado
Ocorrência de aleitamento cruzado. Aceitar apenas
códigos listados
(67) Se sim, tempo
(dias)
CRI_CRUZAD Tempo em dias Registrar o tempo de aleitamento cruzado em dias
(68) Tempo total
de uso de anti-re-
troviral oral (sema-
nas)
CRI_TEMPTO 1. Menos de 3
2. De 3 a 5
3. 6 semanas
4. Não usou
9. Ignorado
Tempo de duração de uso de anti -retrovirais na crian-
ça, em semanas.
Aceitar apenas
códigos listados
(69) Utilizou
anti-retroviral
CRI_OUTROS 1. Sim
2. Não
3. Não se aplica
3. Ignorado
Anti-retrovirais utilizados Aceitar apenas
códigos listados
Dados laboratoriais
(70) Carga Viral
(1ª)
CRI_CARGA1 1. Sim
2. Não
3. Ignorado.
Realização de exame de Carga Viral 1
a
amostra Aceitar apenas
códigos listados
Data da Coleta CRI_DT_CAR Aceitar apenas
códigos listados
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
169
Resultado CRI_RES_CA 1. Detectável
2. Indetectável
Resultado de exame de Carga Viral 2
a
amostra
Dados laboratoriais
(71) Carga Viral
(2ª)
CRI_CARGA2 1. Sim
2. Não
3. Ignorado.
Realização de exame de Carga Viral 2ª amostra. Aceitar apenas
códigos listados
Data da Coleta CRI_DT_C_1
Resultado CRI_RES_ _1 1. Detectável
2. Indetectável
Resultado de exame de Carga Viral 2ª amostra. Aceitar apenas
códigos listados
Dados laboratoriais
(72) Carga Viral
(3ª)
CRI_CARGA3 1. Sim
2. Não
3. Ignorado.
Realização de exame de Carga Viral 3ª amostra. Aceitar apenas
códigos listados.
Desabilitar como
campo obrigató-
rio se o resultado
da e forem
iguais a 1 ou a 2,
isto é, se forem
concordantes nos
resultados não
necessidade de
realização do
exame de carga
viral.
Data da Coleta CRI_DT_C_2
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
170
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Resultado CRI_RES_ _ 2 1. Detectável
2. Indetectável
Resultado de exame de Carga Viral 3ª amostra. Aceitar apenas
códigos listados
(73) Sorologia anti-
HIV aos 18 meses
CRI_SOR24_ 1. Reagente
2. Não Reagente
3. Inconclusivo
4. Não realizado
9. Ignorado
Diagnóstico sorológico realizado, segundo uxograma
preconizado pela CN-DST/AIDS.
Aceitar apenas
códigos listados
(74) Encerramento
do caso
CRI_ENCERR 1. Infectada
2. Não infectada
3. Indeterminada
4. Perda de se-
guimento
5. Óbito
Encerramento do caso, refere-se a situação da criança Aceitar apenas
códigos listados.
(75) Se óbito, data CRI_DT_OBI
(76) Causa do óbi-
to relacionada à
aids
CRI_CAUSA 1. Sim
2. Não
3. Ignorado
De acordo com o preenchimento da declaração de óbi-
to.
Aceitar apenas
códigos listados.
Rotina para classicação das categorias de exposição:
CAMPO DA FICHA
DADOS COMPLE-
MENTARES DO
CASO
BANCO DE DADOS (DBF)
NOME TIPO TAM NOME CATEGORIAS DESCRIÇÃO
CARACTERISTI-
CAS/CRÍTICA DE
CONSISTÊNCIA
171
Essencialmente os dados produzidos pela vigilância epidemiológica devem ser utili-
zados para nortear as ações de prevenção e controle da mesma, além de subsidiar as
ações programáticas da assistência ao paciente, como a logística de medicamentos,
número de leitos etc.
A retroalimentação do sistema de informação é fundamental para manter a moti-
vação e sensibilização das unidades noticantes.
A seguir, apresenta-se o uxo de informações no Brasil:
Fluxo Da Informação
NÍVEL LOCAL
(UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE, PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍ-
LIA CENTROS DE REFERÊNCIA, HOSPITAIS ETC.)
Consolidar, analisar e divulgar os dados.
⇓ ⇑
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA MUNICIPAL
(SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE)
Consolidar, analisar e divulgar os dados.
⇓ ⇑
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA REGIONAL
(DIRETORIAS REGIONAIS DE SAÚDE)
Consolidar, analisar e divulgar os dados.
⇓ ⇑
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ESTADUAL
(SECRETARIAS ESTADUAIS DE SAÚDE)
Consolidar, analisar e divulgar os dados.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NACIONAL
(SVS- SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE/MINISTÉRIO DA SAÚDE)
Anexo IV - Sistema de Noticação e Fluxo
da Informação
172
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Consolidar, analisar e divulgar os dados.
ANEXO IV – Recomendações da Gerência Técnica do SINAN para as
duplicidade de registros no sistema de informação
18
.
A. Duplicidade de registros
O SINAN emite um relatório (relatório de duplicidade) com a relação de possíveis
registros duplicados. Esse relatório deve ser analisado periodicamente em todos os
níveis informatizados.
O sistema seleciona registros possivelmente duplicados e os lista no relatório, utili-
zando os seguintes campos idênticos:
Primeiro e último nome
Data de nascimento
Sexo
Para acessar este relatório, execute o módulo DADOS e selecione o menu Duplici-
dade.
A seleção do período de noticação deve ser correspondente ao período de toda a
base de dados.
1. Duplicidade de registros
Considera-se duplicidade quando o mesmo paciente foi notificado
mais de uma vez pela mesma ou outra unidade de saúde indepen-
dente do período de notificação.
O procedimento necessário no 1º nível informatizado (quem digitou a cha) é a
complementação dos dados da noticação a partir da cha e a exclusão da
cha de noticação.
Antes da realização da exclusão do(s) registro(s), deve ser realizada
a impressão das fichas de notificação/ investigação, comparando as
informações registradas.
18
Essas recomendações foram retiradas do “Roteiro para Análise da Qualidade da Base de Dados do SINAN
WINDOWS e para Cálculo de Indicadores Epidemiológicos da aids, sílis congênita, gestante HIV+ e criança
expostas”.
173
Se a cha de noticação/investigação, que deverá ser mantida no Sistema, estiver
incompleta em relação a que será excluída, as informações adicionais disponíveis
deverão ser complementadas na cha que cará no Sistema. Esta complementa-
ção deverá ser realizada no nível informatizado que procedeu a inclusão do caso.
Se for identicada acima desse nível informatizado, é responsabilidade do nível
hierárquico superior encaminhar cópia da cha para que esse procedimento seja
efetuado.
Exemplo:
Pessoas: =
Unidade de saúde =ou
Procedimento: Complementar a 1ª com dados da 2ª e excluir a 2ª
2. Duplo Registro (HIV
+
/aids)
O mesmo paciente foi noticado como HIV positivo(adulto ou criança) e poste-
riormente como caso de aids pela mesma unidade ou unidades diferentes.
Os procedimentos necessários para duplos registros (pessoa infectada pelo HIV
noticada e que se torna caso de aids) é opção “não listar” para que estes registros
não sejam listados no relatório de duplicidade até que surja uma nova noticação
que seja considerada como possível duplicidade.
Exemplicando:
HIV
+
aids
Pessoas: =
Unidade de saúde =ou
Critério de denição (HIV+ e aids)
Procedimento: Não listar
3. Homônimos
São registros que apresentam os mesmos primeiro e último nomes dos pacientes,
mesmas datas de nascimento e mesmo sexo e no entanto são pessoas diferentes (ex:
nome de mãe diferentes, endereços diferentes, etc..). O procedimento recomendá-
vel é a utilização da opção “não listar” para que estes registros não sejam listados
no relatório de duplicidade. Este procedimento pode ser efetuado em todos os ní-
veis do sistema.
Exemplicando:
Pessoas:
174
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Unidade de saúde =ou
Procedimento: Não listar
Resumindo
Duplicidade exclusão da noticação (mais recente) com aproveitamento de
dados na 1ª noticação.
Duplo Registro - HIV + e aids - não listar
Homônimos – não listar
Nota 1
A exclusão de registros pode ser efetuada na rotina de duplicidade e na consulta,
no entanto a atualização/correção de dados está habilitada somente na consulta
175
Tabela XIII - Casos de sílis congênita e taxa de incidência(por 1.000 nascidos vivos), segundo ano de diagnóstico e local de
residência. Brasil, 1998 - 2004*.
Local de Residência
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total
Taxa Taxa Taxa Taxa Taxa Taxa Taxa
Norte
79 0,3 104 0,4 189 0,7 222 0,7 211 0,7 480 1,6 148 0,5 1433
Rondônia
0 0,0 5 0,2 9 0,3 3 0,1 1 0,0 5 0,2 1 0,0 24
Acre
0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 0,2 1 0,1 10 0,6 14
Amazonas
19 0,3 40 0,6 16 0,2 23 0,3 26 0,4 56 0,8 39 0,6 219
Roraima
0 0,0 2 0,2 0 0,0 2 0,2 0 0,0 8 0,9 1 0,1 13
Pará
39 0,3 19 0,1 102 0,8 95 0,7 56 0,4 218 1,6 57 0,4 586
Amapá
0 0,0 0 0,0 0 0,0 64 4,4 84 5,9 123 8,6 13 0,9 284
Tocantins
21 0,8 38 1,4 62 2,4 35 1,3 41 1,6 69 2,6 27 1,0 293
Nordeste
789 0,9 631 0,7 727 0,8 998 1,1 1006 1,1 1271 1,4 576 0,6 5998
Maranhão
0 0,0 1 0,0 22 0,2 83 0,8 136 1,2 186 1,6 33 0,3 461
Piauí
0 0,0 3 0,1 23 0,4 16 0,3 48 0,9 42 0,7 18 0,3 150
Ceará
57 0,4 71 0,5 6 0,0 37 0,2 51 0,4 96 0,7 86 0,6 404
Rio Grande do Norte
37 0,6 93 1,6 61 1,1 65 1,2 30 0,6 57 1,1 37 0,7 380
Paraíba
10 0,2 8 0,1 3 0,1 55 0,8 102 1,6 24 0,4 36 0,6 238
Pernambuco
515 3,2 323 2,0 419 2,6 552 3,4 464 3,0 560 3,6 229 1,5 3062
Alagoas
24 0,4 44 0,7 22 0,3 29 0,4 26 0,4 51 0,8 32 0,5 228
Sergipe
2 0,0 7 0,2 9 0,2 15 0,4 8 0,2 124 3,3 15 0,4 180
Bahia
144 0,6 81 0,3 162 0,7 146 0,6 141 0,6 131 0,6 90 0,4 895
Sudeste
1457 1,1 1703 1,3 2520 1,9 2112 1,7 1949 1,6 2273 1,9 1215 1,0 13229
Minas Gerais
0 0,0 42 0,1 32 0,1 72 0,2 34 0,1 112 0,4 48 0,2 340
Espírito Santo
7 0,1 121 2,0 242 4,1 238 4,2 184 3,3 210 3,8 149 2,7 1151
Anexo V - Tabela de Sílis Congênita do Boletim Epidemiológico de
DST/AIDS
176
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Tabela XIII - Casos de sílis congênita e taxa de incidência(por 1.000 nascidos vivos), segundo ano de diagnóstico e local de
residência. Brasil, 1998 - 2004*.
Local de Residência
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total
Taxa Taxa Taxa Taxa Taxa Taxa Taxa
Rio de Janeiro
852 3,3 798 3,0 1336 5,2 1033 4,3 1060 4,6 1073 4,6 536 2,3 6688
São Paulo
598 0,9 742 1,0 910 1,3 769 1,2 671 1,1 878 1,4 482 0,8 5050
Sul
227 0,5 282 0,6 292 0,6 305 0,7 253 0,6 292 0,7 78 0,2 1729
Paraná
105 0,6 156 0,8 31 0,2 57 0,3 96 0,6 102 0,6 26 0,2 573
Santa Catarina
17 0,2 6 0,1 22 0,2 14 0,2 7 0,1 21 0,2 3 0,0 90
Rio Grande do Sul
105 0,6 120 0,6 239 1,4 234 1,5 150 1,0 169 1,1 49 0,3 1066
Centro-Oeste
288 1,2 478 2,0 321 1,4 232 1,0 245 1,1 291 1,3 204 0,9 2059
Mato Grosso do Sul
0 0,0 107 2,6 50 1,2 23 0,6 51 1,3 24 0,6 23 0,6 278
Mato Grosso
7 0,1 15 0,3 3 0,1 6 0,1 16 0,3 31 0,7 11 0,2 89
Goiás
112 1,1 155 1,6 57 0,6 31 0,3 22 0,2 40 0,4 26 0,3 443
Distrito
Federal
169 3,5 201 4,1 211 4,4 172 3,8 156 3,4 196 4,3 144 3,1 1249
Brasil
2840 0,9 3198 1,0 4049 1,3 3869 1,2 3664 1,2 4607 1,5 2221 0,7 24448
* Dados noticados até 30/0604. Fonte: MS/SVS/PN DST e Aids.
177
Tabela V - Casos noticados de sílis congênita, segundo características dos casos e ano diagnóstico. Brasil, 1998 - 2004*.
Brasil
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total
n % n % n % n % n % n % n % n %
Idade da criança
menor de 7 dias 1595 56,2 1687 52,8 3217 79,5 3123 80,7 3128 85,4 4172 90,6 2055 92,5 18977 77,6
7 a 28 dias 612 21,5 784 24,5 556 13,7 458 11,8 321 8,8 241 5,2 95 4,3 3067 12,5
28 dias a 1 ano 365 12,9 403 12,6 253 6,2 245 6,3 189 5,2 164 3,6 64 2,9 1683 6,9
1 a 2 anos 20 0,7 18 0,6 4 0,1 10 0,3 6 0,2 7 0,2 0 0,0 65 0,3
2 a 5 anos 8 0,3 15 0,5 12 0,3 19 0,5 14 0,4 11 0,2 4 0,2 83 0,3
5 a 12 anos 8 0,3 11 0,3 7 0,2 14 0,4 6 0,2 12 0,3 3 0,1 61 0,2
Ignorada 232 8,2 280 8,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 512 2,1
Idade gestacional da criança ao nascer
menos de 22 17 0,6 21 0,7 28 0,7 32 0,8 42 1,1 50 1,1 23 1,0 213 0,9
22 – 36 379 13,3 392 12,3 488 12,1 439 11,3 382 10,4 545 11,8 266 12,0 2891 11,8
36 ou mais 2187 77,0 2459 76,9 3156 77,9 3012 77,8 2930 80,0 3603 78,2 1758 79,2 19105 78,1
Ignorada 257 9,0 326 10,2 377 9,3 386 10,0 309 8,4 409 8,9 174 7,8 2238 9,2
Peso ao nascimento
< 500 gramas 157 5,5 218 6,8 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0,1 377 1,5
500 - 1499 gramas 125 4,4 140 4,4 147 3,6 144 3,7 157 4,3 164 3,6 55 2,5 932 3,8
1500 - 2499 gramas 454 16,0 485 15,2 664 16,4 575 14,9 497 13,6 640 13,9 278 12,5 3593 14,7
2500 e mais gramas 2086 73,5 2336 73,0 2910 71,9 2809 72,6 2798 76,4 3528 76,6 1770 79,7 18237 74,6
Ignorada 18 0,6 19 0,6 328 8,1 341 8,8 212 5,8 274 5,9 116 5,2 1308 5,4
Diagnóstico clínico
Assintomático 1815 63,9 2047 64,0 2506 61,9 2308 59,7 2380 65,0 3301 71,7 1631 73,4 15988 65,4
Sintomático 664 23,4 710 22,2 863 21,3 928 24,0 876 23,9 882 19,1 339 15,3 5262 21,5
Não se aplica 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 6 0,1 100 4,5 106 0,4
Ignorada 361 12,7 441 13,8 680 16,8 633 16,4 408 11,1 418 9,1 151 6,8 3092 12,6
178
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Tabela V - Casos noticados de sílis congênita, segundo características dos casos e ano diagnóstico. Brasil, 1998 - 2004*.
Brasil
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total
n % n % n % n % n % n % n % n %
Diagnóstico Final
Sílis Congênita
Recente
2559 90,1 2844 88,9 3355 82,9 3153 81,5 3165 86,4 4245 92,1 2109 95,0 21430 87,7
Sílis Congênita
Tardia
16 0,6 26 0,8 54 1,3 61 1,6 34 0,9 92 2,0 12 0,5 295 1,2
Natimorto Silítico 108 3,8 109 3,4 172 4,2 172 4,4 145 4,0 167 3,6 59 2,7 932 3,8
Aborto por sílis 157 5,5 219 6,8 0 0,0 1 0,0 15 0,4 40 0,9 41 1,8 473 1,9
Ignorada 0 0,0 0 0,0 468 11,6 482 12,5 305 8,3 63 1,4 0 0,0 1318 5,4
179
Tabela V - Casos noticados de sílis congênita, segundo características maternas e ano diagnóstico. Brasil, 1998-2004*
Brasil
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total
n % n % n % n % n % n % n % n %
Faixa etária da mãe
10 a 14 anos 9 0,3 31 1,0 27 0,7 28 0,8 27 0,8 15 0,3 4 0,2 141 0,6
15 a 19 anos 566 19,9 564 17,6 769 20,3 690 19,3 649 18,5 804 17,7 331 15,0 4373 17,9
20 a 29 anos 1528 53,8 1701 53,2 2067 54,5 2007 56,1 1946 55,5 2541 56,0 1234 55,7 13024 53,3
30 a 39 anos 596 21,0 709 22,2 833 22,0 760 21,2 808 23,0 1038 22,9 554 25,0 5298 21,7
40 ou mais 47 1,7 66 2,1 89 2,3 81 2,3 78 2,2 131 2,9 74 3,3 566 2,3
Ignorada 94 3,3 127 4,0 264 7,0 303 8,5 156 4,4 78 1,7 24 1,1 1046 4,3
Realização do Pré-natal
Sim 2061 72,6 2316 72,4 2811 69,4 2812 72,7 2781 75,9 3713 80,6 1805 81,3 18299 74,8
Não 563 19,8 574 17,9 818 20,2 644 16,6 573 15,6 728 15,8 342 15,4 4242 17,4
Ignorada 216 7,6 308 9,6 420 10,4 413 10,7 310 8,5 166 3,6 74 3,3 1907 7,8
Diagnóstico de sílis durante a gravidez**
Sim 907 44,0 1159 50,0 1276 45,4 1482 52,7 1597 57,4 2098 56,5 1097 60,8 9616 52,5
Não 645 31,3 661 28,5 872 31,0 822 29,2 749 26,9 1232 33,2 568 31,5 5549 30,3
Ignorada 509 24,7 496 21,4 663 23,6 508 18,1 435 15,6 383 10,3 140 7,8 3134 17,1
Parceiro(s) tratado(s)**
Sim 380 18,4 488 21,1 514 18,3 493 17,5 519 18,7 641 17,3 276 15,3 3311 18,1
Não 842 40,9 898 38,8 1321 47,0 1365 48,5 1327 47,7 1910 51,4 1134 62,8 8797 48,1
Ignorada 839 40,7 930 40,2 976 34,7 954 33,9 935 33,6 1162 31,3 395 21,9 6191 33,8
Total 2840 - 3198 - 4049 - 3869 - 3664 - 4607 - 2221 - 24448 -
* Dados noticados até 30/0604.
Fonte: MS/SVS/PN DST e Aids
**Para essa análise foram excluídos os casos que não realizaram o pré-natal.
181
O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,
Considerando a Portaria GM/MS 569, de de junho de 2000, que institui o Pro-
grama de Humanização no Pré-natal e Nascimento, no âmbito do Sistema Único de
Saúde - SUS;
Considerando que o risco de acometimento fetal pela sílis varia de 70% a 100%,
dependendo da fase da infecção na gestante e do trimestre da gestação;
Considerando a alta incidência ainda de sílis congênita, e
Considerando a necessidade de constante adequação e atualizão na Tabela de Pro-
cedimentos do Sistema de Informações Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIA/
SIH/SUS), resolve:
Art. - Expandir para todos os estabelecimentos hospitalares inte-
grantes do SUS, conforme dispõe a Portaria GM/MS 569,
de 1º de junho de 2000, a realização do exame VDRL (código
17.034.02-7) para todas as parturientes internadas, com regis-
tro obrigatório deste procedimento nas AIH de partos.
Parágrafo Único O resultado do exame de VDRL deverá ser anexado
no prontuário da paciente.
Art.- Determinar que caberá ao Departamento de Informação e In-
formática do SUS DATASUS/MS disponibilizar aos gestores
estaduais/municipais, relatório que permita identicar a reali-
zação do exame VDRL.
Art. 3º - Excluir o procedimento de código 07.051.02-6 - TESTES RÁPI-
DOS PARA TRIAGEM DE SÍFILIS E/OU HIV (por teste) cons-
tante da Tabela do SIA/SUS.
Art. - Incluir, na tabela do SIA/SUS, os procedimentos na forma a
seguir descrita:
Anexo VI - Portaria nº 766 de 21 de
Dezembro de 2004.
182
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
07.051.05 – 0 – Teste Rápido para triagem de Infecção pelo HIV.
Consiste em teste cuja realização não necessita de infra-estrutura laboratorial, sua utilização é dirigida
para serviços de atendimento a gestante, recém-nato e prossionais da área de saúde com exposição
ocupacional ao HIV.
Nível de Hierarquia 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08.
Serviço/Classicação 000/000
Atividade Prossional 01, 15, 22, 29, 36, 59, 60, 63, 66, 69, 73, 90, 91,
92, 93.
Tipo de Prestador 30, 40, 50.
Faixa Etária 50, 51, 52, 53, 54, 55, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66,
67, 68, 69, 70, 71, 72.
Grupo de Atendimento 02, 12, 18, 27, 28, 29, 99.
Complexidade Média Complexidade – M2
Tipo de Financiamento Teto Financeiro da Assistência
Valor Total R$10,00
07.051.06-9 – Teste Rápido para diagnóstico da Sílis.
Consiste em teste cuja realização não necessita de infra-estrutura laboratorial, sua utilização é dirigida
para serviços de atendimento a gestante.
Nível de Hierarquia 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08.
Serviço/Classicação 000/000
Atividade Prossional 01, 15, 22, 29, 36, 59, 60, 63, 66, 69, 73, 90, 91,
92, 93.
Tipo de Prestador 30, 40, 50.
Faixa Etária 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69.
Grupo de Atendimento 02, 11, 27, 28, 29, 99.
Complexidade Média Complexidade – M2
Tipo de Financiamento Teto Financeiro da Assistência
Valor Total R$10,00
Art. - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos a partir
da competência janeiro de 2005.
Jorge Solla
Secretário
183
Inclui doenças na relação nacional de noticação compulsória, dene doenças de
noticação imediata, relação dos resultados laboratoriais que devem ser noticados
pelos Laboratórios de Referência Nacional ou Regional e normas para noticação
de casos.
O SECRETÁRIO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, no uso das atribuições que lhe
confere o Art. 36 do Decreto nº. 4.726, de 9 de junho de 2003 e, considerando o
disposto no Art. 4º da Portaria nº. 2.325, de 8 de dezembro de 2003, resolve:
Art. 1º Adotar a Lista Nacional de Doenças e Agravos de Noticação
Compulsória, constante do Anexo I desta Portaria, incluindo-
se a noticação de casos suspeitos ou conrmados de inuenza
humana por novo subtipo.
Art. 2º A ocorrência de agravo inusitado, caracterizado como a ocor
-
rência de casos ou óbitos de doença de origem desconhecida ou
alteração no padrão epidemiológico de doença conhecida, in-
dependente de constar na Lista Nacional de Doenças e Agravos
de Noticação Compulsória, deverá também ser noticada às
autoridades sanitárias.
Art. 3º As doenças e agravos relacionados no Anexo II desta Portaria,
para todo território nacional, devem ser noticados, imediata-
mente, às Secretarias Estaduais de Saúde, e estas deverão infor-
mar, também de forma imediata, à Secretaria de Vigilância em
Saúde - SVS/MS.
Parágrafo Único: A noticação imediata deverá ser realizada por um
dos seguintes meios de comunicação:
I. Servo de noticão eletnica de emerncias epidemiológicas (e-notica),
por meio de mensagem de correio eletrônico enviada ao endereço notica@
saude.gov.br ou, diretamente pelo sítio eletrônico da Secretaria de Vigilância
em Saúde, no endereço www.saude. gov.br/svs;
II. Serviço telefônico de noticação de emergências epidemiológicas, 24
horas (Disque-Notica) por meio de ligação para o número nacional que
será divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS/MS, sendo este
Anexo VII - Portaria n
o
5, de 21 de
Fevereiro de 2006.
184
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
serviço destinado aos prossionais de saúde cujo Município ou Estado não
possuam serviço telefônico em regime de plantão para recebimento das no-
ticações imediatas.
Art. 4º Os agravos de noticação imediata, constantes do Anexo II
desta Portaria, devem ser noticados em, no máximo, 24 horas
a partir do momento da suspeita inicial.
Parágrafo único A noticação imediata não substitui a necessidade de
registro posterior das noticações em conformidade
com o uxo, a periodicidade e os instrumentos utilizados pe-
lo Sistema de Informação de Agravos de Noticação - SINAN.
Art. 5º Os prossionais de saúde no exercício da prossão, bem como
os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos
e particulares de saúde e ensino, em conformidade com a Lei
nº. 6259 de 30 de outubro de 1975, são obrigados a comunicar
aosgestores do Sistema Único de Saúde - SUS a ocorrência de
casos suspeitos ou conrmados das doenças relacionadas nos
anexo I, II e III desta Portaria.
Parágrafo único. O não cumprimento desta obrigatoriedade será
comunicado aos conselhos de entidades de Classe e ao
Ministério Público para que sejam tomadas as medidas
cabíveis.
Art. 6º. Os resultados dos exames laboratoriais das doenças de noti
-
cação imediata relacionadas no Anexo III desta Portaria de-
vem ser noticados, pelos laboratórios de referência nacional,
regional e laboratórios centrais de saúde pública de cada Uni-
dade Federada, concomitantemente às Secretarias Estaduais de
Saúde, Secretarias Municipais de Saúde e a SVS/MS, conforme
estabelecido no Art. 3º desta Portaria.
Art. 7.º A denição de caso para cada doença relacionada no Anexo I
desta Portaria, obedecerá à padronização denida pela SVS/
MS.
Art. 8º É vedada a exclusão de doenças e agravos componentes da Lista
Nacional de Doenças de Noticação Compulsória pelos gesto-
res municipais e estaduais do SUS.
Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 10 Fica revogada a Portaria nº. 33/SVS, de 14 de julho de 2005,
publicada no DOU nº. 135, Seção 1, pág. 111, de 15 de julho de
2005.
Jarbas Barbosa da Silva Júnior
185
Anexo I
Lista Nacional de Doenças e Agravos de Noticação Compulsória
I. Botulismo
II. Carbúnculo ou Antraz
III. Cólera
IV. Coqueluche
V. Dengue
VI. Difteria
VII. Doença de Creutzfeldt Jacob
VIII. Doenças de Chagas (casos agudos)
IX. Doença Meningocócica e outras Meningites
X.Esquistossomose (em área não endêmica)
XI. Eventos Adversos Pós-Vacinação
XII.Febre Amarela
XIII. Febre do Nilo Ocidental
XIV. Febre Maculosa
XV. Febre Tifóide
XVI. Hanseníase
XVII. Hantavirose
XVIII. Hepatites Virais
XIX. Infecção pelo vírus da imunodeciência humana - HIV em gestantes e crianças
expostas ao risco de transmissão vertical
XX. Inuenza humana por novo subtipo (pandêmico)
XXI. Leishmaniose Tegumentar Americana
XXII. Leishmaniose Visceral
XXIII.Leptospirose
XXIV. Malária
XXV. Meningite por Haemophilus inuenzae
XXVI.Peste
XXVII.Poliomielite
XXVIII.Paralisia Flácida Aguda
XXIX.Raiva Humana
XXX.Rubéola
XXXI.Síndrome da Rubéola Congênita
XXXII. Sarampo
XXXIII. Sílis Congênita
XXXIV. Sílis em gestante
XXXV. Síndrome da Imunodeciência Adquirida - AIDS
XXXVI. Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda
XXXVII. Síndrome Respiratória Aguda Grave
XXXVIII. Tétano
XXXIX. Tularemia
XL. Tuberculose
XLI. Varíola
186
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Anexo II
Doenças e Agravos de noticação imediata
I. Caso suspeito ou conrmado de:
a) Botulismo
b) Carbúnculo ou Antraz
c) Cólera
d) Febre Amarela
e) Febre do Nilo Ocidental
f) Hantaviroses
g) Inuenza humana por novo subtipo (pandêmico)
h) Peste
i) Poliomielite
j) Raiva Humana
l) Sarampo, em indivíduo com história de viagem ao exterior nos últimos 30 (trinta)
dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior
m) Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda
n) Síndrome Respiratória Aguda Grave
o) Varíola
p) Tularemia
II. Caso conrmado de:
a) Tétano Neonatal
III. Surto ou agregação de casos ou de óbitos por:
a) Agravos inusitados
b) Difteria
c) Doença de Chagas Aguda
d) Doença Meningocócica
e) Inuenza Humana
IV. Epizootias e/ou morte de animais que podem preceder a
ocorrência de doenças em humanos:
a) Epizootias em primatas não humanos
b) Outras epizootias de importância epidemiológica
187
Anexo III
Resultados laboratoriais devem ser noticados de forma imediata pelos
Laboratórios de Saúde Pública dos Estados (LACEN) e Laboratórios de
Referência Nacional ou Regional.
I. Resultado de amostra individual por:
a) Botulismo
b) Carbúnculo ou Antraz
c) Cólera
d) Febre Amarela
e) Febre do Nilo Ocidental
f) Hantavirose
g) Inuenza humana por novo subtipo (pandêmico)
h) Peste
i) Poliomielite
j) Raiva Humana
l) Sarampo
m) Síndrome Respiratória Aguda Grave
n) Varíola
o) Tularemia
II. Resultado de amostras procedentes de investigação de surtos:
a) Agravos inusitados
b) Doença de Chagas Aguda
c) Difteria
d) Doença Meningocócica
e) Inuenza Humana
189
Dispõe sobre o uso da penicilina da atenção básica à saúde e nas
demais unidades do sistema único de saúde (SUS).
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e conside-
rando que, no Brasil, a sílis congênita ainda se constitui grave problema de saúde
pública em todas as regiões do País, com um diagnóstico esperado de aproxima-
damente 13.000 casos novos a cada ano; considerando a ocorrência de aborto es-
pontâneo, natimorto e morte perinatal em 40% de crianças infectadas a partir de
mães não tratadas; considerando que o País é signatário da resolução CE 116.R3,
da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), de junho de 1995, que recomen-
da a eliminação da sílis congênita nas Américas; considerando que a droga reco-
mendada para o tratamento da sílis é a penicilina, sendo a única droga capaz de
atravessar a barreira placentária e, conseqüentemente, beneciar o feto protegendo
da sílis congênita; e considerando que as reações analáticas graves após o uso da
penicilina são raras, ocorrendo entre 0,5 a 1/100.000, resolve:
Art. 1º Determinar a utilização da penicilina nas unidades básicas de
saúde, e nas demais unidades do Sistema Único de Saúde (SUS),
para situações em que seu uso se impõe, segundo esquemas pa-
dronizados pela Secretaria de Vigilância em Saúde.
Art. 2º Aprovar, na forma do Anexo a esta Portaria, a norma referente
aos esquemas terapêuticos para situações em que o uso da peni-
cilina se impõe, os procedimentos a serem tomados, materiais
necessários e os sinais e sintomas de analaxia.
Art. 3º Determinar que compete à Secretaria de Vigilância em Saúde a
adotar de medidas técnicas e administrativas necessárias ao el
cumprimento desta Portaria.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Saraiva Felipe
Anexo VIII – Portaria nº- 156, de 19 de
Janeiro de 2006
190
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/ Aids
Anexo
O Uso da Penicilina na Atenção Básica a Saúde e Demais Unidades do Sistema
Único de Saúde
1. Patologias com esquemas terapêuticos padronizados para o uso da penicilina.
a) Sílis:
Estadiamento Esquema Terapêutico Intervalo entre as séries
Sílis primária
Penicilina G Benzatina
1 Série*
Dose Total: 2.400.000 UI IM
Dose única
Sílis secundária ou latente om
menos de 1 ano de evolução
Penicilina G
Benzatina 2 Séries
Dose Total: 4.800.000 UI IM
1 semana
Sílis terciária ou com mais de
um ano de evolução ou com
uração ignorada
Penicilina G
Benzatina 3 Séries
Dose Total: 7.200.000 UI IM
1 semana
Neurossílis
Penicilina G Cristalina aquosa
18 a 24 milhões de UI por dia
4/4h diariamente por 10 dias
b) Sílis Congênita: se houver alterações clínicas e/ou sorológicas e/ou radiológicas e/ou
hematológicas: penicilina G cristalina - 50.000 UI/kg/dose, EV, 12/12 horas (nos pri-
meiros 7 dias de vida) e 8/8 horas (após 7 dias de vida), durante 10 dias; ou penicilina
G procaína 50.000 UI/kg, dose única diária, IM durante 10 dias; se houver alterações
liquóricas: penicilina G cristalina - 50.000 UI/Kg/dose, EV, 12/12 horas (nos primeiro 7
dias de vida) e 8/8 horas (após 7 dias de vida), durante 10 dias; se não houver alterações
clínicas, radiológicas hematológicas e/ou liquóricas e a sorologia for negativa: penicilina
G benzatina - 50.000 UI/Kg IM dose única.
c) Febre Reumática - a dose recomendada de penicilina G benzatina é de 600.000 UI para
crianças com menos de 25 Kg e 1.200.000 para os pacientes com 25Kg ou mais. Para
prolaxia primária (erradicação do estreptococo) recomenda-se uma única aplicação e
para a prolaxia secundária (para evitar novos surtos de febre reumática), uma aplicação
a cada 21 dias;
d) São ainda indicações para o uso isolado da penicilina:
I. Infecções do trato respiratório superior (amidalites, faringites, otites etc.);
II. infecções de tecidos moles (erisipela, impetigo);
III. pneumonias por Streptococcus peneumoniae sensíveis;
IV. endocardite bacteriana por Strptococcus viridians;
V. gangrena gasosa;
191
VI. difteria;
VII. actinomicose e antraz;
VIII. pós esplenectomia (por 3 anos).
2. Reações de Hipersensibilidade ao uso da Penicilina: em geral essas reações
dependem do uso prévio (sensibilização) da medicação. As reações de
hipersensibilidade às penicilinas podem ser divididas em:
a) reações imediatas: ocorrem em até 20 minutos após a administração de penicilina por
via parenteral e, em até 1 hora, quando por via oral. O sinais e sintomas traduzem-se por
urticária, prurido difuso, rubor cutâneo e, em menor freqüência, as mais graves como,
edema laríngeo, arritmia cardíaca e choque. São reações mediadas por IgE e, em cerca de
95% dos casos, dirigidas contra os determinantes antigênicos principais da penicilina.
b) reações tardias: são as mais comuns, ocorrem após 72 horas e observam-se erupções
cutâneas benignas, mobiliformes e de boa evolução, menos freqüentes são as reações não
cutâneas como febre, doença do soro-símile, anemia hemolítica imune, trombocitope-
nia, nefrite intersticial aguda, inltrado pulmonar com eosinolia e vasculite de hiper-
sensibilidade.
c) após a dose terautica inicial da penicilina, na lis recente, poderá surgir a reação febril
de Jarisch-Herxheimer, com exacerbação das lesões cuneas e evolução espontânea em 12
a 48 horas. Geralmente exige apenas cuidado sintomático e o se justica a interrupção do
esquema terapêutico. Essa reação o signica hipersensibilidade à droga, todo paciente com
lis submetido à terautica penicilínica deve ser alertado quanto à possibilidade de desen-
volver tal reão.
3. Tratamento das Reações de Hipersensibilidade à Penicilina:
a) analaxia é uma emergência médica aguda que requer a instituição de um tratamen-
to adequado. O sucesso do tratamento, bem como a prevenção de complicações mais
graves, depende fundamentalmente do reconhecimento precoce dos sinais e sintomas
que caracterizam o quadro clínico e da rápida implementação e execução de medidas
terapêuticas apropriadas. Após a injeção de penicilina, o paciente deve permanecer sob
observação por pelo menos trinta minutos. Os portadores de doença cardíaca congestiva
e os portadores de doença arterioesclerótica coronariana apresentam risco de reações
analáticas mais graves (disritmias, diminuição das forças de contração ventricular e in-
farto agudo do miocárdio) e para utilizar penicilinas injetáveis devem ser encaminhados
para serviços de referências.
4. Aspectos Gerais do Tratamento da Analaxia o tratamento é direcionado para
três importantes manifestações:
a) manifestações cutâneas (angioedema, urticárias);
b)diculdades respiratórias (estridor, laringoedema, laringoespasmo
e broncoespasmo); e
c) hipotensão.
A epinefrina (adrenalina) é a droga mais importante para o manejo da analaxia e deve ser
192
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
administrada por via intramuscular. A droga deve ser administrada para todos os
pacientes com manifestações sistêmicas de analaxia, tais como diculdade respi-
ratória e hipotensão.
4.1 Tratamento principal:
a) a solução de epinefrina (adrenalina) 1: 1.000 deve ser administrada na dose
de 0,3 a 0,5 ml (adultos) e 0,01 ml/Kg até no ximo 0,3 ml (crianças), via
intramuscular, com intervalo de 15 a 20 minutos entre as doses (máximo
de 3 doses)
b) prometazina injetável: 0,25 a 1,00 mg/Kg a cada 12 horas, IM ou EV
(diluir a 25 mg/min). Os anti-histamínicos, antagonistas H1 e H2 têm
papel adjuvante no tratamento da analaxia, especialmente quando es-
tão presentes: hipotensão, distúrbios cardíacos, obstrução de vias aéreas
superiores, urticária, angioedema e hipersecreção brônquica. Os corti-
costeróides podem produzir o risco de recorrência ou de prolongamen-
to da analaxia. Suprimem a progressão da urticária e do angioedema
associados à analaxia, mas o estabelecimento da ação se após 4 a 6
horas da primeira dose; e
c) Utiliza-se a hidrocortisona 5 a 10 mg/Kg/dose IM ou EV (infusão), pre
-
ferencialmente de 30 segundos (100mg) a 10 minutos (500 mg) a cada 6
horas. A dose média para adulto é de 500 mg. Outra opção é o succinato
de metilprednisosna IM ou EV (dose de ataque de 2mg/Kg IM ou EV
e manutenção 0,8 a 1,0 mg/Kg/dia IM ou VE a cada 6 horas). É funda-
mental monitorar os sinais vitais (freqüência cardíaca, pressão arterial,
pulso e freqüência respiratória) e manter o paciente aquecido.
4.2. Tratamento de Suporte - se o paciente apresentar hipotensão deve ser co
-
locado em posição deitada com as pernas elevadas. Caso o problema do-
minante seja diculdade respiratória, deve ser assegurada uma adequada
oxigenação mantendo o paciente em decúbito dorsal, com o pescoço em
extensão. Deve ser administrado oxigênio úmido por máscara (100% - 4 a
6 L/min), com a nalidade de manter boa oxigenação tissular, prevenindo
assim a brilação ventricular e o sofrimento cerebral, se houver sintomas
de asma, deve ser utilizada solução de Cloreto de Sódio 0,9% (3ml) e Fe-
noterol (solução para inalação 0,5 - 1 gota/5Kg de peso, máximo de 8 go-
tas), repetir até duas vezes, com intervalo de 20 a 30 minutos. A epinefrina
por nebulização (epinefrina - 1:1000, 2,5 a 5ml em adulto ou 0,1mg/Kg
em crianças diluídos para nebulização) é uma alternativa à epinefrina in-
tramuscular em edema laríngeo leve a moderado. Se os medicamentos da
terapêutica inicial não forem efetivos para o choque, uidos intravenosos
devem ser utilizados para restaurar a perda de líquido para o espaço extra
vascular: Cloreto de Sódio 0,9% ou Ringer Lactato IV 1000 - 2000ml.
193
5. Materiais para atendimento à analaxia: toda Unidade Básica
de Saúde (UBS) deverá contar com os seguintes materiais/
equipamentos e medicamentos para o atendimento à analaxia:
a) pessoal/materiais/equipamentos:
a.1) equipo para administração de soluções parenterais;
a.2) agulhas hipodérmicas e descartáveis;
a.3) seringas;
a.4) máscara plástica para a administração de oxigênio úmido; e
a.5) cilindro de oxigênio, com válvula e manômetro em local de fácil visuali-
zação com saída para uxômetro e umidicador.
b) medicamentos:
b.1) solução de epinefrina aquosa 1:1000 (ampola = 1ml = 1mg);
b.2) prometazina (ampola = 2ml = 50mg);
b.3) oxigênio;
b.4) fenoterol solução 0,5%;
b.5) solução de cloreto de sódio 0,9% (solução salina siológica,soro sioló-
gico - frasco de 250 e 500ml);
6. Medidas Gerais:
a) toda reação leve à penicilina deve ser manejada pelos serviços de atenção
básica que devem dispor de pessoal capacitado para o diagnóstico, trata-
mento, bem como de material necessário a sua abordagem. Os casos mais
graves de analaxia à penicilina deverão ser diagnosticados pelas unidades
de saúde da Atenção Básica, que após as medidas iniciais, deverão ser enca-
minhados para os serviços de referência estabelecidos.
195
Regulamenta o uso de testes rápidos para diagnóstico da infecção pelo HIV em
situações especiais.
O SECRETÁRIO DE VIGILÂNCIA EM SÁUDE, no uso das atribuições que lhe
confere o Art.36 do Decreto nº. 4.726, de 9 de junho de 2003, e considerando
Que o conhecimento do status sorogico da infecção pelo HIV e a precocidade do diag-
stico torna possível à adoção de medidas que possibilitam a interrupção da cadeia de
transmissão, além de permitir uma ateão adequada para os indivíduos infectados;
Que, em alguns locais do país, a ausência de uma rede de laboratórios que permi-
ta um atendimento eciente e integral da demanda de testes anti-HIV existente;
Que o Ministério da Saúde promoveu uma avaliação do uso dos testes rápidos, que
validou o seu uso para o diagnóstico da infecção do HIV; e
A necessidade de buscar alternativas para a ampliação do acesso ao diagnóstico da
infecção pelo HIV, em atendimento aos princípios da eqüidade e da integralidade da
assistência, bem como da universalidade de acesso aos serviços de saúde do Sistema
Único de Saúde, resolve:
Art. 1º Regulamentar a realização de testes pidos para diagnóstico de
infecção pelo HIV em serviços de saúde e maternidades, como
estratégia de ampliação do acesso ao diagnóstico da infecção
pelo HIV.
Art. 2º O diagnóstico da infecção pelo HIV poderá ser realizado em
serviços de saúde localizados em áreas de difícil acesso e mater-
nidades, em parturientes que não tenham sido testadas para o
anti-HIV no pré-natal.
Parágrafo único. Nos demais casos em que haja necessidade da implan-
tação dessa estratégia, de acordo com a denição da Se-
cretaria de Vigilância em Saúde - SVS/MS, utilizar-se-á
os testes rápidos para detecção de anticorpos anti-HIV.
Art. 3º O procedimento de realização dos testes rápidos somente po
-
derá ser feito de acordo com normatização denida pela SVS/
MS, a partir do resultado do estudo de avaliação dos referidos
testes, conforme disposto no Anexo desta portaria.
Anexo IX - Portaria n
o
- 34, de 28 de Julho
de 2005.
196
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Parágrafo único. Os procedimentos seqüenciados de que trata o Ane-
xo desta Portaria, somente poderão ser aplicados em
serviços de saúde e de acordo com cronograma de im-
plantação estabelecido pela SVS/MS.
Art. Os testes pidos para o diagnóstico da infecção pelo HIV serão
realizado exclusivamente por prossionais de saúde capacitados,
segundo programa de treinamento a ser denido pela SVS/MS.
Art. 5º O diagnóstico da infecção pelo HIV utilizando-se testes rápidos
somente poderá ser utilizado em indivíduos com idade acima
de 18 (dezoito) meses.
Art. 6º Todos os laboratórios públicos, privados e conveniados que re
-
alizam testes para detecção de anticorpos anti-HIV deverão se-
guir, obrigatoriamente, o disposto na Portaria nº. 59/GM, de 28
de janeiro de 2003.
Art. 7º As instituições privadas poderão realizar os testes rápidos com
recursos próprios, desde que:
I. Adquiram os testes denidos pela SVS/MS;
II. Desenvolvam programa de treinamento para a realização
dos testes rápidos, que deverá ser submetido para aprecia-
ção e aprovação da SVS/MS; e
III. Atendam ao disposto no Anexo desta Portaria.
Art. 8º O Ministério da Saúde, por meio da SVS, responsabilizar- se-á
pela aquisição e distribuição dos testes rápidos aos serviços de
saúde e maternidades públicas, onde achar pertinente a aplica-
ção destes.
§ Os testes rápidos deverão ser submetidos a uma análise de
controle no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em
Saúde - INCQS/FIOCRUZ, antes da conclusão do processo li-
citatório para a sua aquisição.
§ 2º A aquisição será efetivada após atender:
a) aprovação do INCQS/FIOCRUZ; e
b) registro no Ministério da Saúde.
Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Jarbas Barbosa da Silva Júnior
197
Procedimentos Seqüenciados para Realização do Diagnóstico da
Infecção pelo HIV Utilizando-se Testes Rápidos em Indivíduos com
Idade Acima de 18 (Dezoito) Meses
Com o objetivo de realizar o diagnóstico da infecção pelo HIV, utilizando-se os
testes rápidos, é exigido o cumprimento rigoroso dos procedimentos seqüenciados
de acordo com o seguinte algoritmo:
Anexo da Portaria
Teste 1
+
Teste 2
Negativo /
Positivo
Positivo /
Negativo
Amostra
Positiva
para o HIV
Negativo Positivo
Amostra
Negativa
para o HIV
Coletar nova
Amostra após
30 (trinta) e
Repetir todo
o Algorítmo
Negativo /
Negativo
Amostra
Negativa
para o HIV
Positivo /
Positivo
Amostra
Positiva
para o HIV
Teste 1
198
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
Todos os conjuntos de diagnóstico utilizados deverão estar obrigatoriamente re-
gistrados no Ministério da Saúde e deverão ter sido submetidos a uma análise de
controle.
Os serviços de saúde que realizam testes rápidos para o diagnóstico da infecção pelo
HIV deverão adotar, obrigatoriamente, a realização de dois testes - T1 e T2 - em
paralelo, nesta primeira etapa de testes de qualquer amostra de sangue total, soro
ou plasma. Os dois primeiros imunoensaios deverão apresentar valores de sensibi-
lidade de 100% na análise de controle a ser realizada no INCQS/FIOCRUZ.
a) As amostras negativas nos dois testes rápidos terão seu resultado denido como
“Amostra negativa para HIV”;
b) As amostras que apresentarem resultados positivos nos dois testes rápidos terão
seu resultado denido como “Amostra positiva para HIV”;
Em caso de resultados discordantes nos dois primeiros ensaios, a amostra deverá
ser submetida a um terceiro teste rápido - T3, que deverá apresentar valor igual
ou superior a 99,5% de especicidade na análise de controle a ser realizada no IN-
CQS.
a) Quando o terceiro teste apresentar resultado positivo, a amostra será considera
-
da “positiva para HIV”;
b) Quando o terceiro teste apresentar resultado negativo, a amostra será considera
-
da “negativa para o HIV”. Nesse caso, recomenda- se proceder à coleta de uma
segunda amostra, 30 dias após a emissão do resultado da primeira amostra e
repetir todo o conjunto de procedimentos seqüenciados.
Observações:
1) A detecção de anticorpos anti-HIV em crianças com idade inferior a 18 meses
não caracteriza infecção, devido à transferência dos anticorpos maternos anti-
HIV através da placenta, sendo necessária a realização de outros testes comple-
mentares para a conrmação do diagnóstico.
2) Deverão constar dos laudos do diagnóstico da infecção pelo HIV o nome do
ensaio e as metodologias de cada conjunto de diagnóstico.
3) Todos os conjuntos de diagnóstico deverão ser capazes de detectar anticorpos
anti-HIV-1 e anti-HIV-2.
199
Nome: _____________________________________________________________________
Estado/Município/Unidade de Saúde: _
Participante do grupo:
1) O curso atingiu a sua expectativa inicial?
( ) Sim
( ) Parcialmente
( ) Não
( ) Não sei
2) A organização do curso em relação a tempo, local, material, metodologia e textos de apoio
foi:
Tempo Local Material Metodologia
Textos de
Apoio
Adequada
Parcialmente Adequada
Inadequada
Não Sei
3) Em relação ao(s) facilitador(es), avalie:
Categoria / Valor Insatisfatório Satisfatório
Acima da
Expectativa
Por quê?
Conhecimento do assunto
Capacidade de comunicação/
Interação com o grupo
Estímulo à participação (ouve e
atende às dúvidas e solicitações
do grupo)
Capacidade didático-pedagógica
4) Dê uma nota de 1 a 5 para sua participação no grupo
a) 1
b) 2
Avaliação Final do Curso Básico de Vigilân-
cia Epidemiológica da Sílis na Gestação,
Sílis Congênita, da Gestante Hiv
+
e
Crianças Expostas.
200
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
c) 3
d) 4
e) 5
5) O que você mais gostou do curso?
6) O que você mudaria para os próximos cursos?
7) Espaço para outras observações.
201
1. Abscesso cerebral: uma coleção circunscrita bem delimitada de exsudato puru-
lento no cérebro, devido a infecções bacterianas entre outras.
2. Aborto: é todo produto da concepção eliminado com peso inferior a 500g ou
idade da gestação inferior a 22 semanas.
3. Aglutinação: aderência entre as pequenas partículas existentes num líquido;
unir; reunir, ligar. Reação que indica a presença de anticorpos especícos para o
antígeno. A Aglutinação dos microorganismos pelo soro do doente constitui um
método muito empregado de diagnostico bacteriológico.
4. Anemia: dene-se como diminuição abaixo dos valores normais do número de
eritrócitos no sangue circulante e ou do seu conteúdo de hemoglobina. A con-
centração de hemoglobina abaixo dos limites estabelecidos pela Organização
Mundial de Saúde. Este valor limite varia de 11,0 g/dl para as mulheres grávidas
e para as crianças de 6 meses a 5 anos de idade, a 12,0 g/dl para as mulheres não
grávidas, até 13,0 g/dl para os homens.
5. Aneurisma aórtico: dilatação da parede da artéria aorta, aparecendo onde a re
-
sistência está diminuída por uma lesão inamatória.
6. Anticorpo: toda substância presente naturalmente ou produzida no organismo
que possui a propriedade de reagir especicamente, os anticorpos do plasma
são intimamente ligados as imunoglobulinas formadas em resposta à introdu-
ção de material dentro do corpo que é por ele reconhecido como estranho. Sua
propriedade característica é combinar-se com o material indutor (antígeno) em
condições siológicas.
7. Antígeno: substância que introduzida num organismo, provoca a formação de
um anticorpo especíco suscetível de neutralizá-la. Um antígeno pode provir
de fontes variáveis: bactérias, vírus, células ou proteínas estranhas, substancias
tóxicas podendo produzir a resposta imune. Material que pode provocar uma
resposta imune.
8. Arco palatino: composição de delicados ossos, posteriores às maxilas, de forma
irregular, que fazem parte simultaneamente das cavidades nasais, das órbitas e
do palato duro.
Glossário
202
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
9. Artropatia de Charcot: é uma lesão articular cuja origem é devida a um compro-
metimento do sistema nervoso periférico, caracteriza–se por um aumento do
volume da articulação e diminuição da sensibilidade dolorosa. Condições que
podem ocasionar essa doença: tabes dorsalis, seringomielia, diabetes melitus e
hanseníase.
10. Biópsia: processo de retirada de tecido de um ser vivo para exame diagnóstico.
11. Busca ativa: busca de casos suspeitos, que se de forma permanente ou não;
visitas periódicas do serviço de saúde em áreas silenciosas e na ocorrência de
casos em municípios vizinhos.
12. Cancro duro: é a ulceração cutânea ou mucosa primária da sílis, caracteriza
-
da por uma ferida plana, de bases rmes, indolor que geralmente desaparece
espontaneamente em cerca de 15 dias, apesar da sílis não estar curada.
13. Ceratite intersticial: é uma reação de hipersensibilidade tipo II, devido à inva
-
são viral do estroma, com resposta imune humoral, através da reação antige-
no-anticorpo.
14. Cicatriz sorológica na sílis: considera-se cicatriz sorológica a persistência,
após dois anos, de reaginas em baixos títulos (de soro puro até 1:4), com pro-
vas treponêmicas positivas. Sorologias persistentes em tulos elevados, mesmo
com LCR normal, devem ser acompanhadas por maior tempo, devido à possi-
bilidade de existirem outros reservatórios de treponemas.
15. Coeciente/taxa: relação entre o número de eventos reais e os que poderiam
acontecer. O resultado da relação é multiplicado por uma base referencial do
denominador que é potência de 10. Muito utilizado em saúde pública para in-
dicar a relação (quociente) entre dois valores numéricos, no sentido de estimar
a probabilidade da ocorrência ou não de determinado evento.
16. Condiloma plano (
latun ou silítico): são pápulas localizadas em zonas de atri-
to (como o sulco intergluteo e região inguinofemoral) que se rompem, libe-
rando, por meio da serosidade, os treponemas e surgindo placas mucosas.
17. Consolidação de dados: consiste no agrupamento e distribuição dos dados segun
-
do: mero de casos; período de ocorrência, por município, localidade, bairro e
rua; faixa etária; semana epidemiológica; zona urbana/rural; antecedentes vaci-
nais; cobertura vacinal; hospitalização; complicações; coletas para amostras etc.
18. Curetagem obstétrica: esvaziamento uterino para o tratamento de abortamen
-
tos incompletos. Método que consiste em raspar a superfície da mucosa ute-
rina; o útero também é dilatado e um instrumento semelhante a uma colher
(cureta), é introduzido pelo canal vaginal realizando a raspagem.
19. Demência: síndrome que se caracteriza por alteração persistente da atividade
intelectual, hereditária, produzida por disfunção cerebral não originadas por
comprometimento do nível de consciência, de modo a gerar prejuízos sociais e
ocupacionais. Existe prejuízo de funções corticais superiores, como pensamen-
to, compreensão, memória, orientação, capacidade de cálculo e aprendizagem, o
discernimento e a linguagem. Inicia-se por descontrole emocional, desmotivação
e inadequação social. Ocorre em doenças como Alzheimer, doenças vasculares
cerebrais e doenças clínicas outras que acometem secundariamente o cérebro.
203
20. Diáse: corpo de um osso longo, compreendido entre as extremidades, ou
epíses.
21. Distúrbio neurovegetativo: Sistema Nervoso Autônomo
(ou neurovegetativo):
alterações funcionais sem lesão ou alteração morfológica. Normalmente as
queixas neurovegetativas dizem respeito a um funcionamento alterado, a um
hiper ou hipofuncionamento, como por exemplo palpitações, transpiração,
ondas de calor ou de frio, tremores, assim como por expressão de medo e per-
turbação com a possibilidade de uma doença física.
22. Esclerose: uma doença provavelmente autoimune, onde destruição da mie
-
lina (envoltório dos axônios dos neurônios que fazem o impulso nervoso cor-
rer em alta velocidade) por autoanticorpos.
23. Especicidade: capacidade do procedimento de diagnose em diagnosticar cor
-
retamente a ausência de doença, quando a mesma está ausente. Verdadeiros
negativos. Especicidade de um sistema de vigilância: é a capacidade que tem
o sistema de excluir os não-casos (o sistema tem baixa especicidade quando
as taxas de diagnósticos falso-positivos são altas).
24. Febre reumática: denida como uma complicação tardia e não supurativa, de
caráter auto-imune, desencadeada de uma a três semanas após episódio de
faringoamigdalite atribuída ao Streptococcus ß-hemolítico do grupo A de Lan-
ceeld, em hospedeiros genéticamentes suscetíveis com tendência a recorrer.
Afeta freqüentemente as articulações, daí sua inclusão para estudo entre as do-
enças reumáticas, embora as complicações graves mais freqüentes sejam cardí-
acas (cardite) e, em menor freqüência, neurológicas e dermatológicas (eritema
marginado e nódulos subcutâneos).
25. Fissura: uma abertura estreita ou fenda de comprimento e profundidade consi
-
deráveis.
26. Freqüência: termo genérico utilizado em epidemiologia para descrever o
-
mero de casos de uma doença ou de outro atributo ou evento identicado na
população, sem fazer distinção entre incidência ou prevalência.
27. Fronte olímpica: Deformação óssea levando um alargamento e uma protube
-
rância na fronte , devido a mecanismo siopatológico (também encontrado
em outras doenças patologias e na desnutrição severa ).
28. Glomerulonefrite: lesões dos glomérulos de Malpighi, de natureza infecciosa
que causa prejuízo da função renal.
29. Gomas: lesões nodulares que sofrem processo de degeneração. Signicam re
-
ação de hipersensibilidade ao Treponema, não sendo infectantes. Atravessam
cinco fases: inltração, amolecimento, supuração, ulceração e cicatrização.
30. Hemorragia: perda aguda de sangue; sangramento descontrolado.
31. Hepatoesplenomegalia: aumento do fígado e do baço.
32. Hipersensibilidade tipo I: resposta imune que libera substâncias vasoativas e
espamogênicas, que agem nos vasos e nas células musculares lisas, e citoci-
nas pró-inamatórias que ativam células inamatórias. É uma reação imune
desenvolvida rapidamente, ocorrendo minutos depois da combinação do Ag
com o Ac ligado a mastócitos e basólos em indivíduos previamente sensibi-
lizados pelo Ag. Pode provocar uma reação sistêmica ou local. As principais
células são os mastócitos e basólos e o principal Ac é IgE.
204
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
33. Icterícia: é um sinal que se caracteriza pelo aumento da taxa de bilirrubina no
sangue. Manifesta-se por uma coloração amarelada da pele e das mucosas.
34. Incidência: refere-se ao número de casos novos de um evento ocorrido numa
população, durante um determinado período.
35. Lesões cutâneo-mucosas: ulcerações com fundo granuloso e avermelhado,
acompanhado por ponteado hemorrágico característico.
36 Letalidade: número de óbitos de determinado agravo à saúde dividido pelo
-
mero de casos do agravo em questão, geralmente multiplicado por 100 (%).
37. Leucocitose: aumento transitório no número de leucócitos em um líquido cor
-
póreo.
38. Líquor ou líquido cefaloraquideano (LCR): líquido extracelular, incolor, trans
-
parente, alcalino não coagulável, que envolve todo o neuro-eixo (SNC), e se
encontra também no seu interior.
39. Memória imunológica: estado alterado da responsividade imunológica, resul
-
tante do contato inicial com o antígeno, que habilita o indivíduo a produzir
mais anticorpos e mais rapidamente, em resposta a um estímulo antigênico
secundário.
40. Meningite bacteriana: inamação das meninges causada por bactérias.
41. Metáse: região anatômica correspondente à porção média dos ossos longos, a
zona de crescimento ósseo (as extremidades são denominadas epíses).
42. Mortalidade: relação entre o número de mortos e o de habitantes.
43. Natimorto: feto que nasce morto após 22 semanas de gestação ou com peso
igual ou maior a 500 gramas.
44. Necropsia: investigação da
causa mortis; exame cadavérico. Refere-se à disse-
cação de um cadáver, com diversos ns: educativos (aulas de anatomia, estudo
anatomopatológico), ou de medicina forense, em que se pretende determinar
as causas da morte.
45. Nefrite: resultado de um processo inamatório difuso dos glomérulos renais
tendo por base um fenômeno imunológico. Quando é primária do glomérulo,
denomina-se glomerulo-nefrite; quando se origina no ureter chama-se pielo-
nefrite; quando se localiza nos túbulos renais se denomina nefrite tubular.
46. Neurossílis: infecções do sistema nervoso central causadas pelo
Treponema palli-
dum que se apresenta com uma variedade de ndromes clínicas. A fase inicial da
infecção normalmente causa uma reação meníngea leve ou assintomática.
47. Osteíte: distúrbio crônico do esqueleto, no qual áreas de ossos apresentam um
crescimento anormal, aumentam de tamanho e tornam-se mais frágeis. O dis-
rbio pode afetar qualquer osso. No entanto, os ossos mais comumente atingi-
dos são: ossos da pelve, fêmur, ossos do crânio, tíbia, ossos da coluna vertebral
(vértebras), clavículas e o úmero.
48. Osteocondrite: distroa óssea caracterizada por processo inamatório assépti
-
co da cartilagem parcialmente ossicada. Doença que atinge as partes do orga-
nismo em crescimento, acredita-se que motivada por perturbação circulatória
de origem desconhecida. Localiza-se geralmente em certos ossinhos, epíses
ou apóses, ou ainda nas vértebras.
205
49. Pancreatite: extravazamento de enzimas das vesículas pancreáticas para o te-
cido ao redor. É um processo inamatório, de aparecimento súbito (agudo) e
etiologia variada, geralmente acompanhada de importante comprometimento
sistêmico.
50. Pêngo: dermatose que se manifesta por grandes bolhas, cheias de líquido se
-
roso; termo geral que engloba diversas dermatoses.
51. Periostite: inamação de uma membrana que recobre as superfícies dos ossos
e que é densamente enervada(periósteo).
52. Pneumonia pneumocócica: doença febril causada pelo
Streptococcus pneu-
moniae. Essa condição é caracterizada pela inamão de um ou mais lobos
dos pulmões am de sintomas que incluem calafrios, febre, respiração acele-
rada e tosse.
53. Prematuridade: processo que afeta o desenvolvimento do bebê nascido antes
de ter completado 37 semanas de gestação. É um fator de risco a ser prevenido
no surgimento de quadros decitários e outras complicações para o recém-
nascido.
54. Pré-natal: acompanhamento multiprossional fornecido à gestante para ve
-
ricar e diagnosticar doenças e alterações que possam comprometer a saúde
materna e fetal.
55. Prevancia: é o número total de casos existentes em um determinado local e pe
-
odo. É calculado atras do coeciente de prevalência, que mede a freqüência ou a
probabilidade de existência de casos novos e antigos da doença na populão.
56. Proporção: igualdade entre duas razões. Relação de uma coisa com outra ou
com um todo; relação entre as qualidades de um objeto, no que respeita à
dimensão, tamanho, conguração e simetria, tendo em conta uma hipotética
harmonia que existe, ou deve existir, entre elas; igualdade entre duas razões;
comparação.
57. Pseudo paralisia de Parrot: imitação dos movimentos de um ou de vários mem
-
bros, sem relão com uma lesão dos nervosos ou das vias motoras, acompanha-
da de dor associada à osteocondrite e ou fratura, a criança ca irritada, chorosa.
58. Puerpério: período compreendido entre o parto e a completa recuperação ana
-
tomosiológica da mulher; pós-parto (aproximadamente seis semanas).
69. Punção lombar: consiste na coleta do líquor para exame citológico e também
para injeção de quimioterapia com a nalidade de impedir o aparecimento
(prolaxia) de células leucêmicas no sistema nervoso central ou para destruí-
las quando existir doença (meningite leucêmica) nesse local.
60. Reação vaso-vagal: síncope resultando de diminuição dos batimentos cardí
-
acos, que geralmente ocorre em indivíduos jovens ansiosos, ocasionada por
alterações emocionais. As características clínicas incluem náusea, desconforto
precordial, diculdades respiratórias e medo de morrer (angor animi); ocorre
também, após uma intervenção dolorosa tais como uma injeção manifestada
por palidez, náusea, diaforese profusa. Os sintomas melhoram rapidamente ao
recostar-se o paciente e desaparecem sem tratamento entre 20 a 30 minutos.
206
Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
Ministério da Saúde - SVS - Programa Nacional de DST/Aids
61. Rinite sanguinolenta silítica: é geralmente a primeira manifestação da sílis
congênita no período neonatal. É uma inamação da mucosa nasal que pode
destruir o osso e a cartilagem que formam o septo nasal, interferindo com o
desenvolvimento da região do dorso nasal, e manifestando-se como um nariz
em forma de sela.
62. Roséolas silíticas: consiste em uma erupção de manchas redondas de cor ver
-
melho-cobre, localizadas principalmente no tórax, nos braços e no abdome.
Podem durar poucos dias ou até semanas e desaparecem espontaneamente.
63. Sensibilidade: capacidade do procedimento de diagnose em efetuar diagnósticos
corretos de doença quando a mesma espresente, verdadeiros positivos ou en-
fermos. Em relação a um sistema de vigilância epidemiogica: é a capacidade que
um sistema de vigilância tem de detectar os casos verdadeiros de evento sob vigi-
lância. Um sistema com 100% de sensibilidade detecta todos os agravos/doenças
que ocorrem na população. Um sistema que o tenha uma sensibilidade alta
ainda pode ser útil para a determinação de tendências.
64. Sepse: Resposta sistêmica à infecção grave. Agravo sistêmico que traduz uma
resposta inamatória exacerbada à presença de microrganismo em tecidos pre-
viamente estéreis.
65. Sifílides papulosas: pápula de cor vermelho-acobreado, em geral disseminada,
consistente, superfície lisa ou escamosa, podendo apresentar um alo ou franja
escamosa.
66.
Tabes Dorsalis: doença degenerativa crônica da medula espinhal, conseqüente
à infecção do sistema nervoso pelo Treponema pallidum, e representando a fase
neural da sílis; tabes.
67. Taxa (ou coeciente): número de casos de um evento relacionado ao tamanho
da população da qual ele procede.
68. Taxa de letalidade: resultante da relação entre o número de óbitos decorrentes
de uma determinada doença e o número de pessoas que foram realmente aco-
metidas pela doença. É expresso sempre em percentual.
69. Tíbia em mina de sabre: na tíbia ocorre a proliferação do treponema nas carti
-
lagens sub-episárias, ocorrendo um aspecto radiológico de sabre encurvado.
70. Transmissão Vertical: transmissão da mãe para o concepto. Pode ocorrer du
-
rante a gestação, no parto , intra-parto ou no período de aleitamento.
71. Tríade de Hutchinson - inclui os dentes de Hutchinson, ceratite ocular inters
-
ticial e otite média com possibilidade dessa última manifestação levar a surdez
por envolver o VIII par craniano.
72. Tubérculos: “ou nódulos de tuberculose” são pequenas lesões que consistem
em tecidos mortos de cor acinzentada contendo o Mycobacterium tuberculosis
(MTB).
73. Urinocultura: teste laboratorial que permite além da identicação do microor
-
ganismo infectante, a realização de teste de sensibilidade aos antimicrobianos e
contagem de colônias.
207
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troviral em Crianças Infectadas pelo HIV - 2004. Brasília: Programa Nacional de
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MÓDULO
1
Agradecemos as sugestões dos participantes da ocina de
validação da edição do curso básico de vigilância epi-
demiológica da sílis em gestantes e Sílis congênita &
Infecção pelo HIV em gestantes e crianças expostas. Em
junho de 2005.
Alberto Enildo de Oliveira Marques – Secretaria Munici-
pal de Saúde – Recife
Alberto Novaes Ramosnior Universidade Federal do
Ceará
Ana Lúcia Vasconcelos Programa Nacional de DST e
Aids
Ana Maria de Brito CPqAM/Fiocruz e Universidade
de Pernambuco
Ângela Tayra – Centro de Referência e Treinamento em
DST/Aids – SP
Denis Ribeiro – Programa Nacional de DST e Aids
Doris Sztutman Bergmann Programa Nacional de DST e
Aids
Eliete da Cunha Araújo – Universidade Federal do Pará
Helena Brígido – Universidade Federal do Pará
Leidijany Costa Paz – Programa Nacional de DST e Aids
Liliam Mendes Araújo – Universidade Federal do Piauí
lian de Mello Lauria Programa Municipal de DST/
aids/RJ
Luiza H. Matida Centro de Referência e Treinamento
em DST/Aids – SP
Marcelo Joaquim – Programa Nacional de DST e Aids
Márcia Maria F. Janini Dal Fabbro Secretaria Estadual
de Saúde – MS
Agradecimentos
MÓDULO
1
Maria Antonia Cattanea Aikawa Programa Nacional de
DST e Aids
Maria Fernanda S. Alvim Hilton Programa Nacional de
DST e Aids
Maria Irene dos Santos – Secretaria Municipal de Saúde
de Duque de Caxias e do Rio de Janeiro
Maria Virgínia Meirelles Instituto de Saúde Coletiva/
UFMT
Paula Muniz do Amaral Programa Nacional de DST e
Aids
Rozidaili dos Santos Santana Secretaria Municipal de
Saúde – Niterói/RJ
Sandra Mara Anesi Secretaria Municipal de Saúde
Curitiba
Sirlene Caminada Centro de Referência e Treinamento
em DST/aids – SP
Telma Queiroz – Secretaria de Saúde do Ceará
Valderiza Lourenço Pedrosa – Fundão Alfredo da Mata
AM
Valéria Saraceni – Programa Municipal de DST/Aids/RJ
MÓDULO
1
Alberto Novaes Ramos Jr Departamento de Saúde Coletiva/UFC
Bernadete Falcão da Silva – Programa Nacional de DST e Aids
Carmen de Barros C. Dhalia – Programa Nacional de DST e Aids
Eduardo Campos Oliveira – Programa Nacional de DST e Aids
Eliete da Cunha Araújo – Universidade Federal do Pará
Eneida Bernardo – Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Gerson Fernando Mendes Pereira Programa Nacional de DST
e Aids
Helena Brígido – Universidade Federal do Pará
Henriette Arhens – Programa Nacional de DST e Aids
Leidijany Costa Paz – Programa Nacional de DST e Aids
Luiza H. Matida – Centro de Referência e Treinamento em DST/
Aids – SP
Maria Fernanda S. Alvim Hilton Programa Nacional de DST e
Aids
Severino Azevedo O. Junior – Programa Nacional de DST e Aids
Revisores da 1ª Edição – 2005
Ana Maria de Brito CPqAM/Fiocruz e Universidade de Pernam-
buco
Eliete da Cunha Araújo – Universidade Federal do Pará
Leidijany Costa Paz – Programa Nacional de DST e Aids
Lílian de Mello Lauria – Programa Municipal de DST/Aids/RJ
Márcia Maria FJanini Dal Fabbro Secretaria Estadual de Sde MS
Maria Antonia Cattanea Aikawa Programa Nacional de DST e
Aids
Equipe de Elaboração da 1ª
Edição/2005.
MÓDULO
1
Maria Fernanda S. Alvim Hilton – Programa Nacional de DST e Aids
Sirlene Caminada Centro de Referência e Treinamento em DST/
aids - SP
Telma Queiroz – Secretaria de Saúde do Ceará
Valéria Saraceni – Programa Municipal de DST/Aids/RJ
Organizadores da Edição de 2006
Leidijany Costa Paz – Programa Nacional de DST e Aids
Maria Marta Lopes Macedo – Programa Nacional de DST e Aids
Walkíria Gentil Almeida – Programa Nacional de DST e Aids
Revisores Pedagógicos – 2006
Cláudia Ribeiro da Silva – Programa Nacional de DST e Aids
Inocência Negrão – Programa Nacional de DST e Aids
Janaína Almeida Mitsuka – Programa Nacional de DST e Aids
MÓDULO
1
ARV – Anti-retrovirais
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AZT – Zidovudina
CBVE – Curso Básico de Vigilância Epidemiológica
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
CFM – Conselho Federal de Medicina
CNS – Conselho Nacional de Saúde
COAS – Centro de Orientação e Apoio Sorológico
CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento
CV – Carga Viral
DO – Diário Ocial
DST – Doença Sexualmente Transmissível
EIA – Enzyme Immuno Assay
ELISA – Enzyme Linked Immunosorbent Assay
EUA/USA – Estados Unidos da América/United States of America
FIE – Ficha de Investigação Epidemiológica
FTA-Abs – Fluorescent Treponemal Antibody - Absorption
HAART – Highly Active Antiretroviral Therapy (Terapia Anti-
Retroviral de Alta Ecácia)
HIV/VIH – Human Immunodeciency Virus (Vírus da Imuno-
deciência Humana)
IFI – Imunouorescência Indireta
IgG – Imunoglobulina G
IgM – Imunoglobulina M
IM – Intramuscular
IV – Intravenoso
LCR – Líquido Cefalorraquidiano/líquor
MEIA – Microparticle Enzyme Immuno Assay
MONITORAIDS – Sistema de Monitoramento de Indicadores do
Relação de Siglas
MÓDULO
1
Programa Nacional de DST e Aids
MS – Ministério da Saúde
NOAS – Norma Operacional de Assistência à Saúde
OMS – Organização Mundial de Saúde
ONG – Organização Não-Governamental
OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde
PAM – Plano de Ações e Metas
PCR Polimerase Chain Reaction (Reação em Cadeia de Poli-
merase)
PN – Programa Nacional
PPI – Programação Pactuada Integrada
PSF – Programa de Saúde da Família
RNA – Ácido Ribonucléico (ARN)
RPR – Rapid Plasma Reagin
SAE – Serviço de Assistência Especializada
SES – Secretaria Estadual de Saúde
SIDA/AIDS – Síndrome da Imunodeciência Adquirida
SIH/SUS Sistema de Informações Hospitalares Sistema Único
de Saúde
SIM – Sistema de Informação de Mortalidade
SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Noticação
SISCEL – Sistema de Controle de Exames Laboratoriais
SMS – Secretaria Municipal de Saúde
SUS – Sistema Único de Saúde
SVS – Secretaria de Vigilância em Saúde
TPHA – Treponema pallidum Hemaglutination
TV – Transmissão Vertical
UI – Unidades Internacionais
VDRL – Venereal Diseases Research Laboratory
VE – Vigilância Epidemiológica
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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