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Vacinas contra meningococo: vacinas polissacarídicas e Vacinas contra meningococo: vacinas polissacarídicas e
conjugadas polissacarídicasconjugadas polissacarídicas
A posição do papel da OMSA posição do papel da OMS
A OMS oferece informações e recomendações sobre as vacinas representadas no
Programa Ampliado de Imunizações (PAI). De acordo com sua ordem global, a
Organização está emitindo uma série de documentos atualizados regularmente
sobre outras vacinas e vacinas combinadas contra as doenças que têm um impacto
na saúde pública internacional. Esses documentos de posicionamento estão
preocupados primariamente com o uso das vacinas em programas de imunizações
em larga escala; vacinação limitada para proteção individual, como executado
principalmente no setor privado, pode ser um suplemento valioso para os
programas nacionais, porém não está enfatizado nos seus papéis. Os documentos
de posicionamento sumarizam a retroinformação essencial sobre as doenças e
vacinas respectivas, e concluem com a posição atual da OMS a respeito de seu uso
no contexto global. Os documentos vêm sendo revisados por inúmeros especialistas
dentro e fora da OMS, e são destinados para uso principalmente pelas autoridades
da saúde pública e gerentes do programa de imunizações.
Entretanto, os documentos de posicionamento podem também ser de interesse para
as agências internacionais de financiamento, a indústria da vacina, a comunidade
médica e a mídia científica.
Sumário e conclusõesSumário e conclusões
A meningite meningocócica e septicemia são causadas por vários sorogrupos de
Neisseria meningitidis. A doença endêmica ocorre no mundo inteiro e é causada
principalmente pelos meningococo dos sorogrupos A, B, ou C, embora o grupo Y
esteja ganhando importância, pelo menos em partes dos Estados Unidos. O
meningococo do grupo A é a causa predominante de epidemias extensas.
Particularmente no assim denominado cinturão da meningite na África, as principais
epidemias do grupo A que ocorrem em intervalos de 7-14 anos resultam em
morbidade e mortalidade excessivas entre crianças e adultos jovens. Nos anos
recentes, o meningococo do grupo W135 tem causado também surtos nessa região
como também na Arábia Saudita, enquanto que vários países do ocidente têm
experimentado surtos de cepas do grupo C.
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Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 15/10/2002
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A doença meningocócica está associada com altas taxas de mortalidade (5%-15%),
mesmo onde serviços médicos adequados estão disponíveis. As medidas
quimioprofiláticas são em geral insuficientes para controlar essa doença.
A imunidade após a infecção meningocócica é sorogrupo-específica. As vacinas
comercializadas internacionalmente atualmente são baseadas em combinações de
polissacarídeos capsulares grupo-específicos (A e C, ou A, C, Y, e W135) ou em um
conjugado entre o polissacarídeo específico e uma proteína carreadora, grupo C.
As vacinas polissacarídicas são seguras e altamente imunogênicas, embora o
componente do grupo C não seja efetivo em crianças menores de 2 anos de idade.
Por outro lado, a vacina conjugada do sorogrupo C introduzida recentemente é
segura e eficaz mesmo em crianças mais jovens. As vacinas polissacarídicas
monovalentes não estão facilmente disponíveis, e até agora nenhuma vacina
conjugada do grupo A tem chegado ao mercado. As vacinas contra meningococo
do grupo B têm mostrado apenas modesta eficácia em crianças e adultos.
A ênfase desse documento é sobre a disponibilidade internacionalmente das vacinas
polissacarídicas e as vacinas conjugadas polissacarídicas contra meningococo.
As vacinas polissacarídicas contra meningococo atualmente disponíveis
internacionalmente são seguras e efetivas para indivíduos a partir de 2 anos de
idade ou mais e são recomendadas para a imunização de rotina de grupos de risco
específicos acima desta idade.
A vacina polissacarídica do grupo A mostra imunogenicidade baixa e duração mais
curta de proteção naqueles com menos de 2 anos de idade, e a polissacarídica do
grupo C não é imunogênica naquele grupo etário. Conseqüentemente, as vacinas
polissacarídicas dos grupos A e C geralmente não são usadas nos programas de
imunizações infantis de rotina.
As vacinas polissacarídicas contra meningococo são também recomendadas para
uso no controle de epidemias da doença meningocócica causada pelos sorogrupos
incluídos na vacina através da imunização emergencial em larga escala da
população em risco. Como parte da imunização emergencial as vacinas
combinadas do grupo A e C podem também ser administradas a crianças menores
de 2 anos de idade.
As vacinas polissacarídicas não conjugadas do grupo C podem, se administradas a
lactentes jovens, levar a sensibilidade reduzida a esse antígeno nos anos posteriores.
O significado clínico disto não está claro.
As vacinas conjugadas contra meningococo do grupo C introduzidas recentemente
têm se mostrado seguras e eficazes em todos os grupos etários incluindo os
lactentes, e são facilmente adaptadas a tempo mais adequado para sua aplicação
nos programas de imunizações infantis de rotina.
As vacinas conjugadas do grupo C são recomendadas para inclusão nos programas
de imunizações nacionais infantis, para proteção de indivíduos de alto risco, como
também para vacinação direcionada durante surtos, dependendo da situação
epidemiológica, prioridades da saúde pública e economia dos países.
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Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 15/10/2002
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Os antígenos polissacarídicos meningocócicos dos grupos A, C, Y e W135 não
fornecem qualquer proteção contra o meningococo do grupo B, o qual em alguns
países são líderes em causar a doença meningocócica endêmica.
No futuro, o uso ampliado de vacinas combinadas melhorada para os grupos A, B,
C, Y e W135 em programas infantis de rotina pode enfim eliminar a necessidade
para a imunização emergencial em massa contra a doença meningocócica.
Existe uma considerável necessidade para a vigilância bacteriológica melhorada,
incluindo a incidência pelo sorogrupo, da doença meningocócica, particularmente
em países de baixa renda.
RetroinformaçãoRetroinformação
Aspectos da saúde públicaAspectos da saúde pública
A Neisseria meningitidis (o meningococo) é o líder causador da meningite e
septicemia fulminante e um problema significativo de saúde pública na maioria dos
países. Embora a doença meningocócica freqüentemente ocorra de forma dispersa,
aparentemente não relacionada, em casos ou em pequenos surtos, em algumas
regiões essa situação endêmica pode alternar com epidemias não prognosticáveis,
devastadoras. Assim, durante as epidemias explosivas no Sub-Saara africano, taxas
de incidência de até 1000 casos por 100.000 habitantes têm sido notificadas. Em
1996, uma epidemia envolvendo vários países africanos ocidentais causou
aproximadamente 250.000 óbitos. Uma outra epidemia maior nessa região ocorreu
em 2000-2001. Globalmente, cerca de 500.000 casos e 50.000 óbitos são
causados por esse patógeno a cada ano.
Como regra, a doença endêmica ocorre primariamente em crianças e adolescentes,
com taxas de ataque mais altas em lactentes de 3-12 meses, enquanto que em
epidemias meningocócicas, as taxas podem subir nas crianças maiores e adultos
jovens. No sub-Saara africano, a doença endêmica e epidêmica atinge
principalmente crianças e adolescentes.
A maioria dos casos não tratados de meningite meningocócica e/ou septicemia é
fatal. Nos países industrializados, a mortalidade geral devido à meningite
meningocócica é usualmente 5%-10%; na África, próximo a 10%. A taxa de
letalidade na septicemia fulminante pode exceder 15%-20%. Cerca de 10%-15%
daqueles que sobrevivem à meningite meningocócica sofrerão de seqüela
neurológica significativa, incluindo distúrbios mentais, surdez, paralisia e
convulsões. A necrose tissular extensa, algumas vezes resultando em amputações,
também pode ocorrrer.
Os sorogrupos A, B e C de meningococos são responsáveis pela ampla maioria da
morbidade e mortalidade. O sorogrupo A é a causa da maioria das principais
epidemias: surtos em explosivos do grupo A em ciclos de 7-14 anos tipicamente
ocorrem em países do assim chamado cinturão das meningites, que se estende
através da África, do Senegal a Etiópia. Essas epidemias pelo grupo A são
usualmente devido a uma única cepa do patógeno. Desde 1988, as cepas
relacionadas do clone III-1 têm causado os principais surtos na África e partes da
Ásia. Em outras áreas do mundo, as infecções do grupo A são menos comuns, e os
grupos B e C causam a maioria das doenças meningocócicas. Nas décadas de 80
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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e 90, o meningococo do grupo C do complexo ET-37 (incluindo o ET-15) causou
agrupamentos da doença meningocócica na Australásia, Canadá, Estados Unidos,
como também em vários países da Europa, com freqüência atacando adolescentes
e adultos jovens. Epidemias do grupo B têm ocorrido na Europa, América Latina e
Nova Zelândia nos últimos 20 anos, embora predomine um padrão de doença
endêmica. Na maior parte do mundo, os sorogrupos Y e W135 são causas
relativamente incomuns de infecção meningocócica. Entretanto, recentes
notificações da ocorrência de endemias pela doença meningocócica do grupo Y
nos Estados Unidos, e surtos causados pelas cepas do grupo W135 na Arábia
Saudita e sub-Saara africano, particularmente em Burkina Faso, sugerem que esses
sorogrupos podem estar ganhando importância, pelo menos entre os adultos
jovens.
O estado de portador nasofaringeano dos meningococos é mais comum (5%-15%)
entre os adolescentes e adultos jovens, menos entre as crianças jovens e
relativamente rara (1%) na população adulta. O estado de portador nasofaringeano
transiente ao invés da doença é o resultado normal da colonização meningocócica.
A informação é incompleta com respeito às condições que influenciam o equilíbrio
entre portador assintomático e invasão bacteriana, porém elas são prováveis de
incluir fatores como a virulência da cepa bacteriana, estado imunológico
inespecífico como também específico, interferência de infecções virais, estado
nutricional, fatores ambientais como poluição do ar (poeira, fumaça) e condições
climáticas.
No cinturão da meningite, as epidemias tipicamente iniciam durante a estação seca
(janeiro-março) e termina no início da estação chuvosa (maio-junho). Entre as
grandes epidemias, essas regiões são com freqüência hiperendêmicas para a
doença meningocócica, com pequenos surtos e numerosos casos esporádicos. Em
climas temperados, a doença meningocócica endêmica atinge seu pico durante o
inverno e primavera.
O patógenoO patógeno
Os meningococos são bactérias encapsuladas, aeróbicas, Gram-negativas que
comumente ocorrem em pares (diplococos). Essas bactérias são facilmente isoladas
de secreções do nasofaringe e cultivadas em meio laboratorial. Ao menos 12
sorogrupos, caracterizados por diferenças na cápsula polissacarídica, têm sido
identificadas; os grupos A, B e C contribuem com cerca de 90% da doença
meningocócica. As diferenças nas proteínas da membrana externa são usadas para
melhor distinguir os diferentes sorotipos e subtipos. A tipagem genômica como a
tipagem por eletroforese do enzima multilocal (ET) e tipagem seqüencial multilocal
permitem a determinação do parentesco clonal e têm muito realçado nosso
entendimento da dinâmica do estado de portador e alastramento do meningococo.
A cápsula polissacarídica e o componente lipopolissacarídico (endotoxina) da
parede celular bacteriana são importante fatores de virulência. As cepas do grupo III
do sorogrupo A, as cepas do complexo ET-5 do sorogrupo B e as cepas do
complexo ET-37 do sorogrupo C são todas importantes causas de recentes surtos
meningocócicos.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 15/10/2002
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A N. meningitidis é transmitida pelo aerossol ou contato direto com secreções
respiratórias de pacientes ou portadores saudáveis; não existe reservatório no meio
animal ou meio ambiente para esse organismo.
Na maioria das partes do mundo os meningococos são ainda altamente suscetíveis
à penicilina, que é usualmente a droga de escolha para tratamento, embora uma
única dose de cloranfenicol oleoso possa ser de preferência para o tratamento em
áreas com serviços de saúde limitados. Outras drogas, como a rifampicina, são
necessárias para erradicar a colonização nasofaringeana. Nos anos recentes a
ocorrência de isolados meningocócicos com sensibilidade reduzida a penicilina tem
sido notificada principalmente da Espanha.
Resposta imunológicaResposta imunológica
A imunidade humoral é essencial na resistência à doença meningocócica, enquanto
que a participação correspondente da imunidade dependente da célula T é muito
pouco definida. A suscetibilidade para a doença sistêmica está vinculada a uma
ausência de anticorpos bactericidas detectáveis. Os anticorpos maternos
transferidos passivamente protegem os lactentes contra infecções meningocócicas
durante os primeiros meses de vida, enquanto que as altas taxas de incidência são
registradas no grupo etário de 6-12 meses. Um aumento progressivo na proporção
de crianças com anticorpos bactericidas no grupo etário de 2-12 anos coincide com
uma diminuição na incidência da doença meningocócicca. A persistência dessa
proteção pode depender em parte dos anticorpos bactericidas induzidos pela
reação cruzada de antígenos microbianos e colonização nasofaringeana ocasional
por cepas meningocócicas. A proteção é usualmente grupo-específica, e para os
sorogrupos A, C, Y e W135 a proteção parece muito ser devido a anticorpos
antipolissacarídicos. Alguns investigadores sugerem que os níveis de anticorpos anti-
C e anti-A em excesso de 1 µg/ml são protetores.
Justificativa para o controle da vacinaJustificativa para o controle da vacina
A N. meningitidis é uma das mais comuns causas de meningite bacteriana no
mundo e a única bactéria capaz de gerar epidemias extensas de meningite. A
rápida progressão da doença meningite freqüentemente resulta em óbito dentro de
1 a 2 dias do início, ou em seqüela grave, mesmo nos casos de tratamento médico
aparentemente ideal. A quimioprofilaxia pode prevenir casos secundários entre os
contatos próximos, porém, considerando que os casos secundários compreendem
apenas 1%-2% de todas as doenças meningocócicas, a quimioprofilaxia é de pouco
valor para o controle da maior parte da doença endêmica e epidêmica.
Considerando que 5%-15% das crianças e adultos jovens portam meningococos no
nasofaringe, o controle da doença meningocócica baseado na eliminação
quimoterápica do estado de portador nasofaringeano é praticamente impossível
exceto em comunidades pequenas e relativamente isoladas. Por essa razão, a
vacinação usando vacinas seguras e efetivas é o único caminho racional para o
controle da doença meningocócica. Em situações onde as vacinas não estão
disponíveis, o manejo adequado do caso é a estratégia recomendada.
Vacinas contra meningococosVacinas contra meningococos
Vacinas polissacarídicas: As vacinas polissacarídicas comercializadas
internacionalmente são bivalentes (grupos A e C) ou tetravalentes (grupos A, C, Y e
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
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W135). As vacinas são polissacarídeos capsulares liofilizados, termoestáveis e
purificados de meningococos dos respectivos sorogrupos. A dose única
recomendada da vacina reconstituída contém 50 µg de cada polissacarídeo
individual. Essas vacina são muito seguras, e as reações sistêmicas significativas têm
sido extremamente raras. As reações adversas mais comuns são eritema e dor
discreta por 1-2 dias no local da injeção. A febre excedendo 38.5 °C ocorre em
1%-4% dos vacinados. Nenhuma alteração significativa na segurança ou
reatogenicidade tem sido observada entre as vacinas bivalentes ou tetravalentes
contra meningococo.
Ambos os polissacarídeos do grupo A e do grupo C têm documentado níveis de
eficácia por curto tempo de 85%-100% em crianças de 2 anos ou mais e em
adultos. Em lactentes de 3 meses as vacinas polissacarídicas não induzem
anticorpos protetores confiáveis. Entretanto, diferente de outras vacinas
polissacarídicas, a vacinação repetida na infância e início da meninice com vacina
polissacarídica contra meningococo do grupo A induz anticorpos correlacionais
com proteção contra a doença meningocócica grupo A. Em contraste, as vacinas
polissacarídicas do grupo C não são confiavelmente imunogênicas em crianças
menores de 2 anos de idade, e se administrada em lactentes jovens essas vacinas
podem levar a tolerância do antígeno do grupo C em anos posteriores. Os
polissacarídeos do grupo Y e W135 têm sido mostrados seguro e imunogênicos
apenas em crianças de 2 anos e mais. Quando os polissacarídeos dos grupos A e
C, ou A, C, Y e W135 são administrados juntos como vacinas bi- ou quadrivalente,
são obtidas respostas imunológicas grupo-específicas independentes. Uma resposta
de anticorpo protetor ocorre dentro de 10-14 dias da vacinação. Em escolares e
adultos, uma única dose de vacina polissacarídica dos grupos A e C fornece
proteção por pelo menos 3 anos, enquanto em crianças com menos de 4 anos de
idade, a proteção clínica e os níveis de anticorpos específicos declinam rapidamente
durante os primeiros 2-3 anos após uma dose única da vacina.
O polissacarídeo do grupo B é muito pouco imunogênico, mesmo quando
conjugado a uma proteína carreadora. Isto tem sido atribuído à similaridade do
polissacarídeo grupo B aos antígenos do sistema nervoso central.
Vacinas conjugadas do grupo C: uma resposta imunológica dependente do timo é
alcançada através da conjugação de polissacarídeo miningocócico grupo C-
específico a uma proteína carreadora. Três vacinas conjugadas contra o
meningococo do grupo C (MCC) estão atualmente licenciadas internacionalmente.
Em duas dessas vacinas o polissacarídeo está vinculado a uma toxina diftérica não
tóxica mutante (CRM 197); na terceira, o toxóide tetânico é usado como proteína
carreadora. Ambos os tipos de vacinas conjugadas induzem níveis acentuados de
anticorpos IgG anti-capsular e células B de memória. No final de 1999 a vacinação
contra a doença meningocócica do grupo C usando vacinas MCC se tornou parte
do programa nacional de imunizações no Reino Unido, onde naquele momento a
incidência da doença meningocócica sorogrupo C era aproximadamente 2 por
100.000 habitantes. Os lactentes foram vacinados aos 2, 3 e 4 meses de idade e
as crianças dos 4-13 meses e adolescentes foram oferecidas campanhas de
vacinação em massa.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 15/10/2002
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Estudos sorológicos em larga escala no Reino Unido mostraram que, 16 meses
após a vacinação com uma única dose de vacina MCC, 88% das crianças de 1-2
anos de idade ainda tinham níveis protetores de anticorpos enquanto que entre os
adolescentes de 15-17 anos, 96% tinham níveis protetores. Dados preliminares
baseados em um ensaio sorológico bactericida sugerem que três doses de vacina
MCC em intervalos de 2 meses fornece altos níveis de proteção em lactentes. Após
a introdução da vacinação com MCC no calendário infantil de rotina e a vacinação
extensa em massa de crianças jovens e adolescentes, houve uma queda rápida na
doença meningocócica do grupo C. Além disso, a vigilância cuidadosa não tem
mostrado evidência de alterações nos sorogrupos e sorotipos prevalentes entre
isolados de doença meningocócica invasiva desde que o programa MCC foi
lançado no Reino Unido.
A experiência do Reino Unido confirma que o perfil de segurança das vacinas MCC
atuais é excelente. Felizmente, a imunização prévia com polissacarídeos não
conjugados do grupo C não compromete a resposta imunológica às vacinas MCC
e nenhuma das vacinas MCC interfere com a resposta às vacinas co-administradas
do programa nacional de imunizações do Reino Unido. Embora claramente induza
memória imunológica, o período de observação é muito curto para permitir
conclusões sobre a duração da proteção nos vários grupos etários. Entretanto,
baseado na experiência adquirida com o êxito da vacina conjugada contra o
Haemophilus influenzae tipo b, as vacinas MCC podem ser esperadas para fornecer
altos níveis de proteção por pelo menos 10 anos após a conclusão do curso de 3
doses em lactentes ou uma simples dose em adolescentes. Além do mais, as altas
concentrações pós-imunização de anticorpos antigrupo-C observadas são prováveis
de neutralizar a colonização de meningococos grupo C e conseqüentemente
resultar em um efeito de imunidade de rebanho.
Posição geral da OMS sobre novas vacinasPosição geral da OMS sobre novas vacinas
As vacinas para uso em larga escala na saúde pública devem:
- atender as exigências de qualidade como definido na declaração da política
do Programa Global sobre Vacinas sobre a qualidade da vacina;
1
- ser segura e ter um impacto significativo contra a doença atual em todas as
populações alvo;
- se pretendida para lactentes ou crianças jovens, ser facilmente adaptada aos
calendários e tempo mais adequado para sua aplicação nos programas de
imunizações infantis nacionais.
- Não interferir significativamente com a resposta imunológica de outras
vacinas aplicadas simultaneamente;
- Ser formulada para atender as limitações técnicas comuns, p. ex., em termos
de refrigeração e capacidade de armazenamento;
- Ter preço apropriado para os diferentes mercados.
1
Documento não publicado
WHO/VSQ/GEN 96.02, disponível através do centro de documentação VAB, Organização Mundial de Saúde,
1211 Genebra 27, Suíça.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 15/10/2002
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A posição da OMS sobre as vacinas contra meningococosA posição da OMS sobre as vacinas contra meningococos
As recomendações da OMS para o controle de produção e qualidade das vacinas
polissacarídicas contra meningococo estão publicadas na Série de Relatório Técnico
da OMS (No. 658, 1981) e as recomendações correspondentes para as vacinas
conjugadas aparecerão logo em breve nessa série.
As vacinas polissacarídicas licenciadas internacionalmente contra a doença
meningocócica, se bivalente (grupos A e C) ou tetravalente (grupos A, C, Y e W135)
são todas de segurança e imunogenicidade satisfatória documentadas em adultos e
crianças de mais de 2 anos de idade. Também, essas vacinas são relativamente de
baixo custo comparadas com as vacinas conjugadas do grupo C que agora estão
se tornando disponíveis. Embora o polissacarídeo do grupo a possa induzir
anticorpos e memória imunológica mesmo em crianças mais jovens, os lactentes
precisam de duas doses de vacina contendo o grupo A para induzir títulos
adequados de anticorpos; sem o reforço esses títulos declinam para os níveis de
controle dentro de 18 meses. Pelo menos 4 vacinações durante os primeiros 5 anos
de vida serão necessárias para assegurar níveis protetores de anticorpos, e a
segurança e efetividade desse esquema não têm sido documentadas. O
polissacarídeo meningococo grupo C não é imunogênico em crianças menores de
2 anos de idade e as características imunológicas dos polissacarídeos do grupo Y e
W135 parecem ser similares àquelas do grupo C. Assim, várias características das
vacinas polissacarídicas atualmente disponíveis limitam sua utilidade nos programas
de imunização infantil de rotina.
A vacinação emergencial usando vacinas polissacarídicas dos grupos A e C ou A, C
Y e W135 é recomendada para controlar surtos da doença meningocócica.
Considerando que os surtos meningocócicos tendem a afetar grupos específicos de
idade, a população alvo precisa para a vacinação pode variar com a situação
epidemiológica. Considerando que a vacinação emergencial na maioria dos casos
é induzida pelos surtos do grupo A, as vacinas polissacarídicas combinadas podem
também ser oferecidas às crianças menores de 2 anos de idade. Entretanto, durante
os surtos de etiologia do grupo C comprovada, as vacinas conjugadas do grupo C
devem ser consideradas para proteção desse grupo etário, onde possível.
Experiência recente tem mostrado que durante surtos meningocócicos mais amplos
a capacidade de produção pode ser insuficiente. Isto exalta a importância de se ter
estoques emergenciais adequados de vacinas contra meningococos apropriadas em
regiões onde grandes epidemias tendem a ocorrer.
Com as vacinas polissacarídicas não existe demonstração convincente de um efeito
de imunidade de rebanho mediada através da substancial redução do estado de
portador do meningococo. Durante um surto, as ações devem desta forma serem
feitas para alcançar todas as pessoas nos grupos de alto risco para a doença que
possam se beneficiar da vacina.
Embora a implementação das campanhas de vacinação em massa tenha
contribuído para o controle das grandes epidemias pelo grupo A e grupo C por
todo o mundo, em muitas áreas o trabalho adicional é necessário para desenvolver
a vigilância e capacidade de resposta necessárias para identificar surtos e imunizar
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 15/10/2002
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as populações afetadas rapidamente o suficiente para produzir o máximo benefício
da intervenção.
Além do seu uso nas campanhas emergenciais em massa, as vacinas contra
meningococos são recomendadas para grupos conhecidos particularmente em alto
risco para a doença (p. ex., unidades das forças armadas, campos de treinamento
ou escola marítima, e viajantes que se deslocam para áreas epidêmicas) e para
pessoas com predisposição imunológica para doença meningocócica (como
asplenia e deficiências imunológicas congênitas).
Em crianças, a duração da proteção após uma dose de vacina polissacarídica
contra meningococo do grupo A e/ou C aumenta com a idade, e os receptores de
4 anos de idade ou mais são prováveis de estarem protegidos por vários anos.
Embora a vacinação de rotina das crianças em idade escolar tenha sido adotada
em vários países, avaliações cuidadosas da duração da proteção nos respectivos
locais não estão disponíveis. O único estudo de avaliação da duração da proteção
em uma área de alto risco sugeriu um declínio lento na eficácia durante um período
de 3 anos em crianças que foram inicialmente imunizadas ao 4 ou mais anos de
idade.
Desde 1999, uma vacina conjugada para o grupo C tem estado disponível
internacionalmente. Esta tem provado ser segura e altamente eficiente no controle
da doença meningocócica do grupo C, por exemplo no Reino Unido. Em contraste
aos polissacarídeos do grupo C, a vacina conjugada para o grupo C induz
respostas adequadas de anticorpo e memória imunológica mesmo em lactentes que
são vacinados aos 2, 3 e 4 meses de idade. Não existe evidência de tolerância no
grupo etário mais jovem e não interferência com vacinas concorrentes. As respostas
imunológicas são alcançadas independentes de imunização prévia com vacinas
polissacarídicas do grupo C e títulos suficientes de anticorpos protetores são
mantidos por pelo menos vários anos. Por essas razões, a inclusão de vacina
conjugada do grupo C nos programas nacionais de imunizações deve ser
considerada em áreas onde a doença meningocócica do grupo C seja um
problema de saúde pública substancial entre crianças jovens. Em crianças maiores e
adolescentes, a doença do grupo C pode ser prevenida por uma única dose dessa
vacina. Onde a doença em crianças acima de 2 anos de idade é o principal
problema, ou onde os recursos são limitados, vários anos de proteção podem ser
alcançados com uma única injeção da vacina polissacarídica combinada para os
grupos A e C.
Um consórcio público-privado envolvendo um grande fabricante de vacina e as
organizações chaves internacionais vem sendo estabelecido para apressar o
desenvolvimento de novas vacinas conjugadas do grupo A. Comparada com as
vacinas polissacarídicas atuais, as futuras vacinas conjugadas do grupo A devem ser
mais eficazes, particularmente em lactentes, reduzir os portadores nasofaringeanos e
induzir proteção de duração mais longa. Infelizmente, o preço das vacinas
conjugadas é provável que limite seu uso em muitos dos países que são mais
afetados pela doença meningocócica. Existe também preocupações de que um
número pequeno de fabricantes e produtos na área das vacinas meningocócicas
reduzirá a competição e aumentará o preço das vacinas. Por essas razões, a OMS
estimula estudos visando a otimização do uso das vacinas polissacarídicas
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 15/10/2002
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atualmente disponíveis contra a doença meningocócica em diferentes cenários
epidemiológicos.
Os artigos constantes do Os artigos constantes do Weekly epidemiological record Weekly epidemiological record podem ser reproduzidos sem autorização podem ser reproduzidos sem autorização
prévia, desde que citprévia, desde que cit ada a fonte.ada a fonte.
Este documento traduzido trata-se de uma contribuição da
Programa Nacional de Imunizações CGPNI/CENEPI/FUNASA/MS, em
parceria com a
Organização Pan Americana de Saúde
OPAS
- Escritório
Regional da Organização Mundial de Saúde para a Região das Américas - Brasil,
a todos que se dedicam às ações de imunizações.
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