AJDC – Vol. 141, Julho de 1987 Reações a Vacinação com DTP – Salomon
et al.
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serviu de base para sua recomendação de duas agulhas sobre as observações
prospectivas controladas.
A formação de abscesso seguinte a vacinação com DTP é um evento não freqüente. Em
seus relatos para o Centro de Controle de Doenças, Bernier et al relatou uma taxa de
formação de abscesso de um por 100.000 vacinações usando os produtos padrões
disponíveis. Claramente, nosso tamanho amostral foi muito pequeno para se expectar
que algum abscesso ocorresse. Entretanto, raciocinamos que as reações locais mais
comuns, como vermelhidão, edema, amolecimento local e claudicação, devem ser
manifestações moderadas como continuidade de reações inflamatórias locais das quais o
abscesso é o resultado mais grave. Em outras palavras, postulamos que se a técnica de
duas agulhas protegeu contra a formação de abscesso no tecido subcutâneo, poderia
também ser esperado que diminuísse a incidência de efeitos colaterais locais moderados
se estes também surgissem do espaço subcutâneo.
Como podem os resultados inteiramente negativos deste estudo serem reconciliados
com a lógica da hipótese de duas agulhas? Três possíveis explicações garantem a
consideração: (1) É possível que a resposta inflamatória local ao adjuvante seja mesmo
provável ou mais provável de surgir do músculo ou outro tecido como ocorre no tecido
subcutâneo; consequentemente, poupar o tecido subcutâneo da deposição de alumínio é
uma prática supérflua. (2) Alguém pode postular que a técnica de duas agulhas, de fato,
não previne a deposição de adjuvante no tecido subcutâneo – que alguma quantidade irá
vazar de alguma forma e provocar uma reação inflamatória no local. (3) É possível que
o conteúdo do adjuvante fosfato de alumínio seja tão pouco que não seja suficiente para
fazer alguma diferença. Isto implica que com uma vacina com conteúdo maior de
adjuvante fosfato de alumínio, como a usada por Sako e colegas
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em 1945, uma
diferença seja detectável.
Deve se destacar que nenhuma atenção foi data no curso deste estudo para corroborar a
validade das respostas familiares no questionário através de observações diretas dos
pacientes por nós próprios. Entretanto, no estudo por Cody et al
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, alguma das
observações dos familiares foram cruzadas com observação direta, e os relatos dos
familiares foram considerados confiáveis. Considerando que as taxas de efeitos
colaterais relatadas pelos familiares neste estudo são muito similares àquelas relatadas
no estudo da Califórnia, acreditamos que as mensurações resultantes que utilizamos são
provavelmente razoavelmente acuradas.
Concluímos de nossos dados que a prática pediátrica de longos tempos da substituição
de agulhas para reduzir as reações locais da vacina DTP não é justificada com as
vacinas atualmente disponíveis nos Estados Unidos. O tempo adicional, esforço e
despesa envolvidas não são necessárias.
Os autores desejam agradecer às enfermeiras de cuidados primários pediátricos do Hospital
Central do Norte do Bronx (NY) por suas execuções fiéis do modelo do estudo: Adeline
Antoine, RN; Zelma Antopol, RN; Parthenia Crawford, RN; Ann Edwards, RN; Linda
Fernandez, PNP; Lynn Friend, PNP; Eileen Keegan, PNP; Mary McDonald, PNP;Zaharra
Myers, RN; Rachel Pollan, RN; e Gloria Tiwari, RN.
Os autores também agradecem a Deborah Meadows pela preparação do manuscrito e Mutya San
Agustin, MD, pelo seu apoio e orientação útil deste projeto.