Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 18/04/2002
As discussões mais profundas a respeito da febre amarela silvestre são relembranças
do passado e o temor de que pode alcançar as cidades, principalmente as grandes
cidades da área não endêmica.
Desde 1967, quando o A. aegypti foi re-introduzido no Brasil, apareceu o risco de
urbanização da febre amarela. Esta possibilidade aumenta tão logo a infestação pelo
A. aegypti se alastra, principalmente para áreas onde existe a febre amarela silvestre.
Tão logo a re-infestação pelo A. aegypti ocorreu, o risco grande foi logo observado.
Com a epidemia do dengue em Roraima, em 1982, uma outra ameaça inerente ao
reaparecimento dos mosquitos foi parcialmente interpretada. Á medida que o número
de casos de dengue e a circulação de mais de um sorotipo tem aumentado, o risco
da possibilidade de febre do dengue hemorrágico também aumentou. As ameaçadas
de epidemias de febre do dengue hemorrágico e febre amarela urbana, como
também a insuficiência das ações de controle assumiram novamente a dispersão
contra o A. aegypti, motivou a decisão de erradicação contra o mosquito no país.
Porém o projeto não foi implementado, Assim, o cenário propício para a
concretização das duas ameaças permanece instalado.
O problema complica-se com o achado, no país, do A. albopictus, capaz de
transmitir o vírus da febre amarela (Theiler 1951).
URBANIZAÇÃO DA FEBRE AMARELAURBANIZAÇÃO DA FEBRE AMARELA
A existência aparente de condições favoráveis para a urbanização da febre amarela,
o fato é que ainda não ocorreu causa surpresa. Felizmente, o A. aegypti, até agora,
tem transmitido apenas o vírus da dengue. Com tantas variáveis na cadeia de
transmissão, a existência de condições epidemiológicas para a transmissão da
doença pode ser teórica, e também se existirem fatores relacionados ao hospedeiro,
ou ao vírus ou ao transmissor também.
Superposição geográfica dos casos de febre amarela e infestação pelo A. aegypti –
Como mencionado anteriormente, existiram muitos exemplos de epidemias de febre
amarela resultantes de epidemias de febre amarela silvestre. Porém não conhecemos
a freqüência desta ocorrência. Atualmente, o A. aegypti iniciou infestando novamente
a maioria dos municípios do país. Sua atividade como vetor de outra doença –
dengue – é avaliada com base na freqüência do número de casos notificados.
O vírus da febre amarela pode ser isolado do homem infectado, apenas nos
primeiros três ou quatro dias após a infecção. Embora a febre amarela silvestre seja
adquirida fora das cidades, a doença inicia subitamente, com uma sintomatologia
que leva o indivíduo doente a buscar imediatamente por cuidados médicos na
cidade. Mesmo considerando que, para cada paciente diagnosticado, muitos deles
não são notificados, o numero de casos, embora constantes, e relativamente
pequeno. No período de 1997 até 1999, este número foi 147. Apesar disto, com o
alastramento da re-infestação pelo A. aegypti, é difícil admitir que neste período