3.3. O PASTE E A REESTRUTURAÇÃO DA TELEBRÁS
No que se refere à diretriz acerca da formulação do programa de investimentos,
deve ser ressaltado que em novembro de 1995 foi lançado o Programa de
Recuperação e Ampliação do Sistema de Telecomunicações e do Sistema
Postal (PASTE), prevendo investimentos, estatais e privados, de R$ 37,6 bilhões
até 1999 e totalizando R$ 75 bilhões até 2003. Esse documento passou a orientar
estrategicamente as ações das empresas do Sistema TELEBRÁS e da ECT e vem
servindo como importante referência para as empresas privadas que têm interesse
pelo mercado brasileiro de telecomunicações.
Historicamente, os investimentos da TELEBRÁS se situavam em valores inferiores
a US$ 3,5 bilhões anuais. Em 1995, ficaram em torno de R$ 4,6 bilhões, valor de
dezembro/95, e saltaram, em 1996, para aproximadamente R$ 7 bilhões, moeda a
valor de dezembro/96 — o mais elevado nível de investimentos da TELEBRÁS em
um único ano desde sua criação, em 1972, e 72% acima do nível de 1995. Para
1997 estão previstos R$ 8 bilhões, isto é, um crescimento de mais 20%.
Esse substancial aumento de recursos para investimento viabilizou uma série de
realizações importantes das empresas do Sistema TELEBRÁS, dentre as quais
merecem ser citadas:
• instalação, no biênio 95/96, de 2,92 milhões de novos terminais telefônicos
convencionais, com a ativação de quase 2,5 milhões, fazendo com que a
planta atingisse um total de 15 milhões de terminais instalados e 13,6
milhões de terminais em serviço. Com isso, a densidade telefônica do Brasil,
que era de 8,60 terminais para cada 100 habitantes em 1994, passou para
10,40 em 1996 — ou seja, um crescimento real de 21% acima do
crescimento da população;
• colocação em serviço, no mesmo período, de quase 2,2 milhões de novos
telefones celulares, atingindo-se um total de 2,75 milhões de usuários;
• atendimento a 3.434 novas localidades, elevando o número de localidades
atendidas por serviços de telecomunicações a 20.894, com um acréscimo de
cerca de 20% em relação a 1994;
• colocação em serviço de cerca de 90 mil novos telefones públicos, além da
substituição de antigos telefones moedeiros por aparelhos utilizando a
tecnologia de cartões indutivos, atingindo-se um total de 433 mil telefones,
com aumento de 26% em relação a 1994;
• lançamento do segundo satélite da série BRASILSAT-B (B2) e contratação
do terceiro (B3), para substituição da série BRASILSAT-A (A1 e A2), cujo
tempo de vida útil se aproxima do fim;
• ativação, em março de 1995, do sistema óptico entre o Rio de Janeiro e Belo
Horizonte (465 km), a segunda grande ligação da Rede Nacional de Fibras
Ópticas a entrar em operação (a primeira foi o trecho Rio-São Paulo, em
1991); e em novembro, ativação do sistema óptico entre Belo Horizonte e
São Paulo (600 km). Em 1996, ativação do sistema óptico entre o Rio de