raízes, dos microorganismos e da fertilidade do solo;
- incêndios superficiais - quando se propagam principalmente através de gramíneas,
vegetação arbustiva e folhas e galhos secos depositados sobre o solo. Desenvolvem-se
na superfície do solo, queimando folhas, galhos secos e gramíneas. É o mais comum
dos tipos de incêndio, podendo ocorrer em todas as formações florestais. É também a
forma pela qual começam quase todos os tipos de incêndio, isto é, praticamente todos
eles iniciam-se com fogo superficial.
- incêndios de copa - quando se propagam nos andares mais elevados das florestas, e
caracterizam-se pela queima das copas das árvores. A folhagem é totalmente destruída
e as árvores geralmente morrem, devido ao superaquecimento dos troncos. Esse tipo de
incêndio propaga-se rapidamente, encontrando condições favoráveis, como tipos de
folhagem das árvores, umidade relativa do ar, temperatura e, principalmente, o vento.
2 - Quanto ao Regime de Combustão
Em função do regime de combustão, os incêndios florestais são classificados em
- incêndios turbilhonares - quando intensos, com grande produção de calor e grande
velocidade de propagação. Caracterizam-se pela formação de fortes correntes
convectivas, provocadas pela ascensão do ar aquecido e aspiração do ar periférico, rico
em oxigênio, o que contribui para intensificar a combustão, com o crescimento das
chamas, aumentando a liberação de energia calórica e intensificando o processo de
gaseificação da carga combustível;
- incêndios esparsos - quando fagulhas transportadas pelo vento dão início a numerosos
focos de incêndio.
3 - Quanto ao Substrato Combustível
Em função do substrato combustível, os incêndios florestais são classificados em:
- incêndios de florestas homogêneas - quando ocorrem em florestas homogêneas,
normalmente plantadas pelo homem, os quais podem causar graves prejuízos
econômicos. Os incêndios de coníferas, em função da grande quantidade de resinas
voláteis, produzidas por essas árvores, adquirem rapidamente as características de
incêndios turbilhonares de copas. Os incêndios de florestas de eucaliptos, em. função da
carga celulósica, constituída por gramíneas, folhas secas e arbustos do sub-bosque,
tendem a se propagar como incêndios de superfície;
- incêndios de florestas heterogêneas - quando ocorrem em matas heterogêneas,
normalmente nativas, os incêndios são muito danosos, por reduzirem a biodiversidade e
degradarem os biótipos responsáveis pela sustentação da fauna silvestre: Também
provocam prejuízos econômicos, ao destruírem essências florestais que levaram muitos
anos para se desenvolver;
- os incêndios podem, também, ocorrer em áreas pantanosas, ricas em musgos, detritos
secos e turfa, em jazidas carboníferas e em turfeiras. Nesses casos, os incêndios se
mantém por muito tempo nas camadas profundas que, embora pouco aeradas, são ricas
em material combustível.
Normalmente os incêndios florestais evoluem de acordo com os seguintes estágios:
- iniciam-se na vegetação rasteira, constituída pelas gramíneas, arbustos ressequidos e
folhas mortas, que constituem a carga combustível mais acessível e em melhores
condições de dar início á combustão;
- crescem de intensidade e propagam-se de forma mais rápida e violenta, nos andares
mais elevados, especialmente quando existem árvores ricas em resinas, em função da
maior disponibilidade de oxigênio (comburente) nesses andares;
- perduram por mais tempo com a redução das chamas e da produção de energia
calórica, nas raízes subterrâneas e em troncos grossos semicarbonizados,
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