e, nesse sentido, cumpre um importante
papel. A finalidade da cooperativa, mesmo
que tenha as mesmas intenções da associa-
ção, é viabilizar o negócio produtivo.
Por isso, quando se deseja reunir
pessoas e levar adiante uma atividade so-
cial, o certo é fazer a associação. Quando
se pretende desenvolver uma atividade
comercial de forma coletiva e retirar dela
o próprio sustento, a forma mais adequa-
da é a cooperativa.
Duas grandes vantagens:
1 – Os associados são os “donos” da ini-
ciativa e, portanto, também dos ganhos
e do patrimônio da mesma. Com isso,
têm mais possibilidade de se afirmarem
economicamente, sem depender dos
patrões ou do Estado.
Na associação, os associados não são
efetivamente os seus “donos”. Eles são os
que mandam, mas tanto a atividade quan-
to o patrimônio e os ganhos eventualmen-
te obtidos, pertencem à sociedade.
2 – Como as cooperativas se destinam a
beneficiar exatamente as pessoas que
desenvolvem a atividade produtiva das
mesmas, essas pessoas podem receber
pagamento por isso, sem que haja víncu-
lo empregatício, porque assim seriam
empregados de si mesmos.
Na associação, caso os associados
desenvolvam uma atividade produtiva e
recebam pagamento por isso, continuam
sendo associados, mas são também
empregados da associação, com todas as
obrigações e direitos. No entanto, quan-
do a associação comercializa os produtos
deixados pelos associados em consigna-
ção, essa regra não se aplica, pois a asso-
ciação estará somente prestando um ser-
viço aos associados (contanto que isso
esteja previsto no estatuto). É o caso das
associações de artesãos.
As associações têm, portanto, duas
desvantagens em relação às cooperativas:
1 – No caso de sobra de dinheiro, este
não pode ser distribuído entre os associa-
dos: tem que ser direcionado para a ati-
vidade-fim da associação.
2 – São menos profissionais, pois como
não recebem pagamento por seu traba-
lho, não têm muito tempo para correr
atrás de negócios para a associação.
No entanto, as associações têm duas
vantagens para grupos que querem comer-
cializar seus produtos, que estão começan-
do e ainda não se sentem seguros para
fundar uma cooperativa:
1 – O gerenciamento é mais simples.
2 – O custo de registro é menor.
Texto 10 / Organização do trabalho
• Economia Solidária e Trabalho
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Fontes
P
Como montar cooperativas populares – passo a passo para
a legalização de cooperativas, elaborado por Sandra Mayrink Veiga e
revisto e modificado por José Celso Carbonar, in: Mance, Euclides
(org); Como organizar redes solidárias, e Cooperativismo – uma
revolução pacífica em ação, de Sandra M. Veiga e Isaque Fonseca;
e Associações – como constituir sociedades civis sem fins lucrativos,
de Sandra M. Veiga e Daniel Rech.