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Os olhos
da gente
om
fim»)
Guimarães Rosa
Presidente da República Federativa
do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário Executivo
Jairo Jorge
Secretário de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade
Ricardo Henriques
Coordenação e realização
SAPÉ - Serviços de Apoio à Pesquisa
em Educação
Av General Justo, 275, BL B, sala 312 - Castelo
20021-130 Rio de Janeiro/RJ
Telefone/fax. (21) 2524 5122
Almanaque do Alua.
Rio de Janeiro: SAPÉ:
N° 2-Janeiro, 2006.
1. ALMANAQUES
CDU-050.9
ISSN 1415-7179
ALMANAQUE DO ALUA N.
Apoios
CAPINA - Cooperação e Apoio a Proje-
tos de Inspiração Alternativa
CNFCP - Centro Nacional de Folclore e
Cultura Popular
Conselho editorial
Bernarda Monestier (Universidade Cató-
lica do Uruguai)
Claudia Mareia Ferreira (CNFCP/IPHAN)
Claudia Vóvio (Ação Educativa)
Claudius Ceccon (CECIP)
Eliane Ribeiro Andrade (Faculdade de
Educação/UERJ)
Felícia de Moraes Soares (SAPÉ)
Henryane de Chaponay (CEDAL)
Jane Paiva (Faculdade de Educação/UERJ)
Luiz Eduardo Soares (Sociologia/UERJ)
Maria Emília Pacheco (FASE)
Maria Valéria Rezende (Educadora
Popular e Escritora)
Rute Rios (SAPÉ)
Timothy Ireland (SECAD/MEC)
Edição e pesquisa
Aida Bezerra
Alexandre Aguiar
Cleide Leitão
Luciana Carvalho
Renato Costa
Consultoria
Lygia Segala
2
Revisão e copidesque
Lucila Silva Telles
Digitalização e tratamento de imagens
Joselice Souza da Silva
Projeto gráfico/ edição de arte
Claudia Duarte
Capa
Paula de Sá Miranda
Projeto Maria do Socorro Santos
Contato: Instituto Franco Basaglia.
Av. Venceslau Brás, 65/ I
o
andar
(Instituto Philippe Pinei) Botafogo.
Rio de Janeiro RJ. Telefone: (21)2542-
3049 ramal 2109 - (21) 2295-1857.
Endereço na internet: www.ifb.org.br.
Ilustrações do calendário e dos portais
Claudius Ceccon
Fotolitos e impressão
Gráfica Liceu
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E
CONTROLADA
Tiragem: 330.000 exemplares
www.dominiopublico.gov.br
CÁ ENTRE NÓS...
S
e o Almanaque do Alua fosse gente, ele es-
taria agora alardeando, em alto e bom som,
o reconhecimento de sua existência pública.
Lembramos que desde a edição de seu número ex-
perimental, ele já se pretendia um material público
destinado a educadores e leitores jovens e adultos.
Quando o Almanaque do Alua n° 1 conseguiu se
espalhar, ampliando a sua esfera de distribuição, essa
intenção ficou fortalecida. O sonho de fazer mais
um passo continuou, durante anos, alimentando-se
de esperanças que pareciam nunca enverdecer.
Até que a SECAD - Secretaria de Educação Con-
tinuada, Alfabetização e Diversidade, do MEC, con-
vocou o SAPÉ - Serviços de Apoio à Pesquisa em
Educação - sob cuja guarda o Almanaque do Alua
foi concebido e experimentado - para oficializar, por
meio de um convénio, sua publicização. Foi dessa par-
ceria feliz que nasceu o Almanaque do Alua n° 2.
Mas, como o Almanaqueo é gente, para tomar
alma e forma, precisou se valer da adesão, dos saberes
e das artes de muitas pessoas e instituições presentes
em cada uma das expressões traduzidas em imagens
e textos. Todos esses e essas, a quem a SECAD e o
SAPÉ agradecem, eo nomeiam aqui porque seriam
necessárias várias páginas,o merecedores/as do cari-
nho com o qual se cuidou essa publicação.
O olhar do Almanaque do Alua está voltado prin-
cipalmente para os alunos e educadores das redes de
ensino fundamental, e para os participantes dos gru-
pos de jovens e adultos mobilizados pelas diferentes
iniciativas que brotam por esse país afora. Os objeti-
vos da publicação que se concretizam em cores e vol-
teioso escondem a intenção de cativar e encantar
os leitores para que sejam eles a cumprir o real destino
do que está proposto: explorar a leitura de modo pra-
zeroso, aproveitar os elementos de formação e cultura
que se insinuam com muitos tons em suas conexões
e informações.
O tema preferido deste Almanaque do Alua e que
marca o seu ritmo interno e abre espaço a muitos
pontos de vista e expressões, é a PAZ. Para nós,
país imenso, uno e diverso, grávido de riquezas e
possibilidades e, ao mesmo tempo, ainda com mui-
tos limites para exercer sua alma e sua força pelos
caminhos da superação das desigualdade, esse é um
desafio principal. Aprender com a diferença, se dar
tempo para conhecer o outro, analisar com sabe-
doria as circunstâncias de cada conflito para, com
serenidade, construir regras claras de convivência
o tarefas imprescindíveis com as quais estamos
todos comprometidos na direção de fazer valer a
diversidade.
O BALANÇO DO TEMPO
M
arcamos com uma medida de
tempo o giro do mundo mas,
de repente, começamos a des-
confiar que tudo parece se passar mais
rápido do que podemos nos dar conta.
Será que foi o jeito como organizamos
o mundo que acelerou o tempo? Dizem
que o tempo é um detalhe do espaço
porque o espaço é o lugar do movimen-
to. Sem movimentoo se havia que
medir a passagem de uma situação para
outra ou de um lugar para outro.
Mass descobrimos, com as novas
tecnologias, uma maneira de estar presen-
te em tudo o que está ocorrendo e contar,
na mesma hora, para o mundo todo. E,
como há uma tendência -o sabemos
porquê - para divulgar principalmente o
que vai mal, o resultado é que ficamos
sabendo que há guerras, grandes e pe-
quenas, explícitas ou surdas, por todos os
cantos da Terra, e maldade em todos os
recantos do coração humana Como que
conseguimos ser tudo isso? Estamos as-
sustados com a nossa própria imagem.
Então, sentimos necessi-
dade de nos assegurar de que
também temos outras quali-
dades e podemos melhorá-las
mais ainda. É só olhar ao re-
dor, pesquisar dentro de nós,
mergulhar no conhecimento
do outro para descobrirmos
queo sucumbimos todos à
lógica da dominação de uns
pelos outros ou da submis-
o da natureza à nossa ambição.
Fomos gerados da convivência afe-
tiva e, dentro dessa condição de se-
res sociais, sobrevivemos, e nos am-
pliamos com a consciência de nossa
infinitude.
Sabemos que temos força e espe-
rança suficientes para transformar o
mundo num grande arco-íris, como
nós, sinalizando todos os brilhos
e cores, com energia para oferecer
novos rumos aos nossos desvios co-
letivos.
Aida Bezerra
Na década de 1960 o movimento pacifista da Itália
adotou o arco-íris como símbolo de sua luta. Essa ver-
o da bandeira arco-íris ficou mundialmente conheci-
da em 2002 durante os protestos contra a ocupação do
Iraque pelos Estados Unidos. Originalmente a bandei-
ra possui sete barras horizontais. De cima para baixo:
violeta, azul escuro, azul claro, verde, amarelo, laranja e
vermelho. A ordem inversa destas cores ficou conhe-
cida a partir de 1978 como símbolo do orgulho gay.
Ou de cada um é o que cada um deseja. (T. Moore)
Nenhum relógio te diz tua hora. (Mariana Frank-Westheim)
5766/67 anos da Era Mundana Judaica, iniciada em 1 de ou-
tubro de 3761 a. C.
7
2782 anos da Era das Olimpíadas, iniciada em 1 de julho de
776
a.
C.
2550 anos da morte de Buda aos 80 anos.
2006 anos da Era Cristã, iniciada em 1 de janeiro de 1 d. C.
1384 anos da Hégira Maometana, verificada em 16 de julho
de 622 d. C.
553 anos da queda de Constantinopla, capital da Cristandade
Oriental, sede do Império Bizantino.
523 anos do nascimento de Martinho Lutero, figura central
da Reforma Protestante.
506 anos da chegada dos portugueses ao Brasil.
424 anos do Calendário Gregoriano, adotado em 15 de outu-
bro do ano de 1582 d. C.
396 anos desde que Galileu Galilei descobriu os quatro satéli-
tes de Júpiter: Io, Europa, Ganimedes e Calisto.
309 anos da destruição do Quilombo dos Palmares, símbolo
da resistência negra ao regime escravocrata no Brasil.
223 anos do nascimento de Simon Bolívar, herói das guerras
de libertação da América Latina.
185 anos da declaração de independência da América Central
pela Assembleia da Guatemala.
156 anos da promulgação da Lei Euzébio de Queiroz, proi-
bindo o tráfico de escravos no Brasil.
137 anos do nascimento de Mahatma Gandhi, líder pacifista
indiano.
120 anos do nascimento do escritor brasileiro Monteiro
Lobato.
100 anos do nascimento do poeta brasileiro Mário Quintana.
61 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
58 anos da aprovação e proclamação da Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
45 anos da primeira viagem do homem ao cosmo.
37 anos do Festival de Woodstock (EUA), o maior de todos os
festivais de rock, no qual cerca de 500 mil jovens conviveram
por 3 dias em clima de paz e harmonia a partir do lema: faça
amor,o faça a guerra.
18 anos da promulgação da Constituição Brasileira de 1988,
conhecida como "a Carta Cidadã".
17 anos da queda do Muro de Berlim, ato que marca o fim
da Guerra Fria.
9 anos da morte de Paulo Freire, importante educador
brasileiro.
5 anos do atentado terrorista às torres gémeas do World Trade
Center, em Nova York.
5 anos da realização da primeira edição do Fórum Social Mun-
dial, em Porto Alegre, com o lema: um outro mundo é possível.
2 anos desde que a sonda Mars Express, da Agência Espacial
Europeia, detectou gelo em Marte. Em seguida foi lançada a
sonda Spirit, primeiro módulo a pousar com sucesso em Marte.
Dia do Humorista
Dia Mundial da
Saúde
Procissão do
Fogaréu, Goiás
Velho/GO
Dia do Beijo
Sexta-feira Santa
(feriado nacional)
Páscoa
(feriado nacional)
Dia do índio,
Semana dos
Povos Indígenas *
Nascimento do
Profeta Maomé
para algumas
tradições
islâmicas (571)
* Data consagrada ao índio
em todo o continente
americano desde 1940,
quando se realizou, no
México, o I Congresso
Indigenista Interamericano,
reunindo líderes indígenas e
representantes de diversos
países. No Brasil, a Semana
dos Povos Indígenas constitui
não só um período de
celebração, mas também de
luta e reivindicação
das cerca de 215
sociedades indígenas
existentes no pais.
Dia do Metalúrgico,
Tiradentes (feriado
nacional)
Dia Internacional do
Jovem Trabalhador,
Pessach, início da
páscoa judaica
Revolução dos
Cravos (1974)**
Primeira eleição
multirracial na África
do Sul (1994),
Dia da Empregada
Doméstica
Dia da
Educação***
1" manifestação das
Mães da Praça de
Maio, Argentina
(1977)
Um povo de memória curta é um povo sem futuro. (David Gakunyi)
Fim do regime
salazarista em Portugal.
O povo em festa enfeitou
com cravos vermelhos
os fuzis dos militares,
e esse gesto deu nome à
Revolução.
Educação,
palavra feminina como a
terra que nossos pés pisam.
Educar vem do latim
educere e significa
também criar, nutrir,
cultivar, ou seja, ações
intimamente ligadas ao
trato da terra e ao trato
entre as pessoas.
Dia do Trabalhador * Mais de 100 mil
(feriado nacional), pessoas conclamaram:
Passeata emo "vai acabar, vai acabar,
Bernardo do Campo, a ditadura militar".®
SP (1980)*
Dia do Sol
Dia do Silêncio
Dia do Armistício,
fim da 2* Guerra
Mundial (1945),
Dia da Cruz
Vermelha
i Dia do Campo
Vesak, festa
' budista**
Dia da Fraternidad
Brasileira
** O Vesak é a
celebração mais importante
do calendário budista.
Representa o dia do
nascimento, da
iluminação e da
"passagem" do Buda.
E a festa da libertação,
do despertar e da
transformação, da jornada
de volta ao lar. E uma
data sagrada com tradição
de mais de 2.500 anos. ^
Dia do Faxineiro e
do Gari
Dia da Luta
Antimanicomial
(1987) **
Dia das Raças
Indígenas nas
Américas
Dia Mundial das
Comunicações
Sociais
Dia da Costureira
Dia do Ceramista
Dia Mundial do
Combate ao Fumo
*** Desde os anos 70,
diversas instituições
questionam o estigma e a
exclusão de que são alvos
aqueles que necessitam de
cuidados em saúde mental.
naquela época,
propunham-se mudanças no
cenário nacional.
O Movimento de íjita
Antimanicomial veio a ser
consolidado em 1987,
na cidade de Bauru,
lutando por uma sociedade
sem manicômios.
Ame-me quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso, (provérbio chinês)
Dia Mundial contra a
Agressão Infantil,
Cavalhada em
Pirenopólis/GO,
Festa do Divino
Dia Mundial da
Ecologia e do
Meio Ambiente* * A ECO-92 -
Conferência das Nações
Abertura daUnidas sobre Meio
Copa do Ambiente e
Mundo (Alemanha) Desenvolvimento
ocorreu de 3 a 14/06 de
Dia da Língua 1992, no Rio de Janeiro.
Portuguesa Reuniu 175 delegações
nacionais e/oi ai' reunião
Dia Nacional de internacional de magnitude
Vacinação contra a
a
se reatar após a Guerra
Poliomielite, Fria- A cooperacao
Dia do Educador prevaleceu sobre os conflitos,
Sanitário reforçando a ideia de
desenvolvimento sustentável
Dia dos Namorados e firmando compromissos
com a Declaração do Rio e
a Agenda 21.
(8)
Dia de Santo Antônio
de Pádua
Brasil x Croácia
Corpus Christi
(feriado nacional)
Brasil x
Austrália
Fundação da CPT
- Comissão Pastoral
da Terra (1975) ** ** Fundada durante
a ditadura militar como
Início do inverno resposta à grave situação
s 09:26h) dos trabalhadores rurais,
posseiros e peões.
Atualmente é uma
Brasil, X entidade de caráter
JaPao ecuménico que se põe a
serviço da causa dos
Dia do Caboclo, camponeses e trabalhadores
, . rurais do Brasil, na luta
do Migrante, ,. .,
por seus direitos e no apoio
de Sao oao Batista
J
a sua organização. ' '
Dia Internacional
do Orgulho Gay
Dia deo Pedro,
Dia do Pescador
Economizemos a natureza: ela é o combustível da vida. (pára-choque de caminhão)
Dia da Liberdade de
Pensamento
Dia da Proteção da
Floresta
** A revolta dos
Dia Internacional do descendentes dos incas,
Homem, liderados pelo cacique Túpac
Dia do Futebol, Amaru (1780-1781),
Túpac Amaru, foi a maior insurgência
mártir dos povos indígena da história
indígenas ** da América Latina.®
Morte de Pe. Cícero
Romão Batista (1934)
Dia Mundial do
Amigo *A*
Dia da chegada
do homem à
Lua (1969)
Aprovação da Lei"
Afonso Arinos,
que condena a
discriminação de raça,
cor e religião (1951)
Semi-fínal da
Copa
Dia Internacional do
Cooperativismo
É comemorado sempre
no r sábado de julho efoi
instituído por ocasião do
Congresso da Aliança
Cooperativa Internacional.
Final da Copa do
Mundo (Berlim)
Dia do Trabalhador
Rural
Dia Nacional de
Prevenção de
Acidentes de
Trabalho
Morte de Virgulino
Ferreira, o Lampião
(1938)
Dia das Congadas,
Araguari/MG
*** Ao assistir a
aterrissagem do homem na
Lua em 20'/071969,
Enrique Ernesto
Febbraro, um
odontologista argentino, disse:
"a aterrissagem do homem
na Lua foi um gesto de
amizade, da humanidade
para o universo. Esta
conquista de toda a
humanidade abriu a
possibilidade de criar novos
laços de amizade". Enviou
mil cartas a mais de cem
países, propondo a
criação do Dia do Amigo,
recebeu cerca de 700
respostas, todas a favor
de sua ideia. Desde então,
vários organismos nacionais,
internacionais, políticos e
religiosos aderiram ao Dia
doAmigo.^
Dia Mundial da * O leite materno é o
Amamentação* melhor alimento para os
recém-nascidos. Ele possui
Dia Mundial do todas as vitaminas t
Folclore proteínas, necessárias para a
alimentação do bebé,
Nascimento de protegendo-o contra doenças.
Emiliano Zapata, Cada mãe produ o leite
líder da Revolução mais "Panado para
_ . o seu filho.
Zapatista no '
Dia Mundial da
Solidariedade Cristã
Revolta dos Alfaiates
(1798)
Dia do Cortador de
Cana
Dia dos
Encarcerados
Morte dee
Menininha do
Gantois (1986)
Dia de Combate à
Poluição
Dia do Património
Histórico
Dia da Habitação
Dia do Folclore
Dia da Infância
Nascimento de
Madre Teresa de
Calcutá (1910)
Sancionada a Anistia
no Brasil (1979)**
Pronunciamento do
Pastor Martin Luther
King, "Eu tenho
um sonho", em
Washington
(1963)***
O povo do Timor-
Leste vota
massivamente a favor
de sua independência
(1999) da Indonésia
**A luta pela anistia,
que aconteceu em pleno
regime militar, ganhou
maior expressão com a
formação dos Comités de
Anistia em várias capitais
com a pressão popular nas
manifestações e passeatasS
*** Grande ativista
contra o racismo,
sonhava com um mundo
de liberdade e justiça para
todos, propondo métodos
de ação não-violentos para
alcançar a igualdade.
Dia Nacional das +A Amazónia representa
Organizações uma vasto património socio-
Populares ambiental e tem um papel
fundamental para a
estabilidade da vida no
Dia da Amazónia* planeta Sabe_se por
exemplo, que os seus rios
são responsáveis por cerca
Dia da Independência de 20% de toda a água doce
do Brasil despejada nos oceanos.
(11)
(feriado nacional)
Dia Mundial da
Alfabetização ** ** Há 3.500 anos
Dia Nacional de Luta apareceu o alfabeto. Aparar
por Medicamentos daí, baseada na escrita, a
civilização viveu grandes
Dia da Seresta transformações. Estamos na
era da informática, mas em
todo o mundo ainda existem
A Igreja Episcopal milhoes de Pessoas 1uz
Anglicana dos EUA Manda nao conseguem
aprova a ordenação comunicar por meio
de mulheres (1976) leitura escrita.
(12)
Dia da Compreensão
Mundial
A Nova Zelândia é o
primeiro país a
instituir o voto
feminino (1893)
Dia Nacional da
Luta dos
Deficientes
i Morte de António
' Conselheiro
(1897)
Dia da Juventude
no Brasil
Início da primavera
(à 01:04h)
Início do
Ramada A A A
' Dia do Ancião,
Dia da Música
Popular Brasileira,
Dia deo Cosme e
o Damião
*** Celebra a
renovação espiritual dos
islâmicos e é comemorado
na época do ano em que,
de acordo com a religião,
Deus revelou o Alcorão
ao Profeta Maomé,
1.400 anos.
Nascimento de * Grande líder
Mahatma Gandhi indiano, militante da
(1869)* resistência pacífica ao
colonialismo inglês.
Eleições I
o
turno
Dia deo Francisco
de Assis,
Dia Mundial da
Natureza
Rosh Hashaná, ano ** Comemorado nesta
novo judaico data apenas no Brasil. Sua
(feriado judaico) origem remonta a um decrete
Dia do Bóia-Fria imperial, datado de 15 de
outubro de 1827, que criou
Círio de Nazaré,
0
Ensino Elementar no
Bélem/PA, Brasil e tratava da
Dia do Direito descentralização do ensino,
à Vida do salário dos professores e
mestras, das matérias
Dia das Crianças, básicas e até de como os
Dia de Nossa professores deveriam ser
Senhora Aparecida contratados. A data
(feriado nacional) começou a ser comemorada
na década de 30 e em
Dia do 1963 foi oficializada
Professor** por meio de decretou
Dia Mundial da
Alimentação
Fim do Ramada
(celebração islâmica)
Dia Mundial de
Oração pela Paz
Criação da
ONU***
Dia da Democracia
Dia do Trabalhador
da Construção Civil
Dia Mundial de
Oração pela Paz
Dia Nacional
do Livro
*** Em 1945, quando
o mundo comemorava o fim
da II Guerra Mundial,
foi realizada, em
São Francisco (EUA),
a Conferência das Nações
Unidas sobre Organização
Internacional, com a
presença de 50 países,
inclusive o Brasil.
Desse encontro, resultou
um documento chamado
Carta das Nações Unidas,
assinado pelos presentes,
que se comprometiam a
manter a paz, defender os
direitos humanos e as
liberdades fundamentais,
além de promover o
desenvolvimento dos países
no mundo todo.
Dia de Finados
(feriado nacional)
Dia Nacional da
Cultura Agrícola,
Dia da Ciência
Proclamação da
República
(feriado nacional),
Eleições 2
o
turno
Dia Internacional da
Tolerância
Morte de Zumbi dos
Palmares,
Dia Nacional da
Consciência Negra,
Dia D de Combate à
Dengue
Dia Nacional da
Homeopatia
Revolta da Chibata
(1910)*
Dia Internacional
da Eliminação da
Violência contra a
Mulher
Dia Internacional
da Solidariedade ao:
Povos Palestinos
Dia do Estatuto
da Terra
* Liderados por João
Cândido, dois mil marujos
revoltaram-se contra os j
castigos físicos, má
alimentação e soldos
miseráveis aplicados pela
Marinha Brasileira.
Os revoltosos tomaram
o comando do navio
encouraçado Minas Gerais,
depois o controle dos navios
São Paulo, Bahia e Deodoro.
apontaram os canhões para
o Rio de janeiro e
ameaçaram o governo,
até que aceitasse suas
reivindicações. Porém,
cessado o perigo, as
promessas não foram
cumpridas. João Cândido
foi preso, deportado para
a Amazônia e absolvido
anos mais tardei
Dia Mundial de Luta
contra a AIDS
Dia de Santa
Bárbara,
Dia de Iansã
Dia de Nossa Senhora
da Conceição,
Dia de Oxum,
Dia da Justiça
Dia Internacional
do Migrante
** "Tá bem no alto do décimo-
segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada
Morte de Chico Esperança
Mendes (1988) E ela pensa que quando todas
Início do Verão as sirenas
(às21:23h) Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso vôo!
Dia Universal do Ela será encontrada
Perdão miraculosamente
incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o
Natal povo:
(feriado nacional) - Como é teu nome,
meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(E preciso dizer-lhes tudo de
Dia da Lembrança novo
!
)
Ela lhes dirá bem
devagarinho, para que não
esqueçam:
O meu nome é ES-PE-
Dia da RAN-ÇA... "
(,6)
Esperança** Mário Quintano
+A Declaração Universal
Dia da Declaração dos Direitos Humanos,
dos Direitos diz no Artigo 2:1): Todo
Humanos * ° homem tem capacidade
para gozar os direitos e as
liberdades estabelecidos nesta
Declaração sem distinção
Dia de Nossa de qualquer espécie, seja
Senhora de de raca, cor,sexo, lingua,
Guadalupe religião, opinião política ou
de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza,
Dia do Cego, nascimento, ou qualquer
Dia do Pedreiro outra condiçãoS
(15)
S
egundo uma anti-
ga lenda oriental,
para alcançar uma
graça deve-se fazer mil
tsurus um "senbazu-
ru" - concentrando-se
no desejo. A tradição
ganhou força quan-
do em 1955 Sadako
Sasaki, uma garota de
Hiroshima, na época
Na final da Copa
Mundial de Futebol em
2002, realizada no Ja-
pão, cerca de 3 milhões
de tsurus foram lança-
dos sobre o público no
jogo final em Yokoha-
ma, quando o Brasil foi
penta-campeão.
O futebol em sua forma atu-
al tem mais de um século. Nas-
ceu falando inglês e em inglês
ainda fala. Para o torcedor do
esporte mais popular do mun-
do, para o apaixonado da mais
universal das paixões, a camiseta
do clube é um manto sagrado,
uma segunda pele, o outro peito.
No entanto, a camiseta transfor-
corpo?
mou-se num cartaz publicitário
ambulante de quem paga os
campeonatos. Por isso na final
da Copa do Mundo em 1998,
podíamos dizer que a Adidas,
patrocinadora da seleção france-
sa, venceu a Nike, patrocinadora
da seleção brasileira, quando o
Brasil perdeu para a França.
(17)
Eduardo Galeano
Euo sou a alegria do povo, o povo é que é a minha alegria. (Garrincha)
COMO SE SAÚDAM OS POVOS
FUTEBOL GLOBAL
Os arabes: Que vossa ma-
nhã seja boa.
Os turcos: Que tua som-
brao diminua.
Os chineses: comeste bem
o teu arroz?
Os franceses: Como vai
você?
Os escoceses: Como vai
tua casa?
Os eslavos: Paz.
Os poloneses: Estamos a
vossos pés.
Os dinamarqueses: Viveis
bem?
Os espanhóis: Vá com
Deus.
Os genoveses: Saúde e di-
nheiro.
Os egípcios: Como vai
essa transpiração?
Nós, brasileiros: Bom
dia, boa-tarde, boa-noi-
te, olá, como vai? Tudo
bem?
Os maias: Eu sou um ou-
tro você.
Os habitantes de Gui-
né Bissau: Como vai o
L
u acredito profundamente na for-
ça dos verdadeiros encontros,
acredito nas complementarida-
des das relações, no espírito de coopera-
ção, na riqueza das trocas entre culturas,
entre gerações, e entre categorias sociais
diferentes. Nessa perspectiva, acredi-
to em todos os esforços que possam
favorecer o diálogo, a partilha e a cir-
culação de saberes.
Os verdadeiros encontros huma-
noso como o cimento da constru-
ção da paz quando eles se tecem ao
redor das questões fundamentais do
respeito à vida, em toda a sua ampli-
tude cósmica, e, tendo como hori-
zonte, a constituição de um legado de
relações pacificadas para as gerações
futuras. Ora, enquanto subsistirem
no mundo as desigualdades e as in-
justiças que alimentam as rivalidades,
os medos e a violência,o se pode
falar de relações pacificadas. O que
seria o terrorismo, hoje, senão um
modo particularmente perverso de
atacar os símbolos desse sistema opres-
sor sem oferecer outra alternativa senão
a morte e a destruição?
Hoje, os desafioso imensos e, mais
do que nunca, torna-se urgente encon-
trar pistas viáveis. Essas pistas existem,
' como filigranas, maso pouco coloca-
nos, os direitos econômicos e sociais; as
que lutam contra a tortura, as que traba-
lham por um desenvolvimento humano,
movidas seja pela fé ou pelo sentido sa-
grado da vida.
Percebo, cada vez mais, a construção
da paz por um caminho transversal
que permite abordar todas as con-
dições que tornem a paz possível e
durável. De fato, para além de uma
ausência de conflito armado, ou de
violência mais ou menos cega, trata-
se de estabelecer as regras de convi-
vência entre os humanos e entre os
humanos e o seu ambiente, de ma-
neira a levar em conta todos os as-
pectos da vida e de sua valorização.
Sem dúvida, isso supõe um tra-
balho de cada um consigo mesmo,
tanto quanto no interior dos cole-
tivos atuantes, sobre as diferentes
dimensões da vida em sociedade, se-
jam elas culturais, espirituais, sociais,
econômicas, políticas ou psíquicas.
Implica, portanto, comprometer-se
desde agora e ousar construir projetos
que considerem todas essas dimensões.
Nessa grande estrada, feita por todos,
cada pedrinha cimentada é importante.
Eu acredito.
Henryane de Chaponay
cultura do"ser". Mas, ao mesmo tempo
e em muitos lugares, reconhecemos a
existência de relacionamentos humanos
respeitosos dos valores de vida e digni-
dade, de paridade e de responsabilidade.
Testemunho dissoo as inúmeras asso-
ciações que defendem os direitos huma-
das em evidência. Assim, mesmo que
faixas significativas da população este-
jam em busca de sentido e de valores,
o que circula, por força da publicidade e
do reino do dinheiro, está conseguindo
forjar uma cultura do "ter" em lugar da
Quem, junto ao poço, sabe ter paciência, um dia matará a sua sede
r
Tudo no mundo
Ao do tempo é quem deu
E o que o tempo moeu
A mó do tempo é quem dá
Bom tempo é estar no tempo
Com tempo pra imaginar.
(18)
um grupo formado por jovens de ra do conjunto é Lalau. Formada em Edu-
diferentes faixas sociais que, juntos, cação Física, estudava e trabalhava com bale
sonham com uma sociedade menos e jazz, mas buscava uma outra expressão
perversa, menos discriminatória e menos ma- cultural que a identificasse com suas raízes.
chista. Provenientes de quatro municípios da Conheceu a dança de rua no Rio e decidiu se
região da Grande Vitória/ES, eles se juntaram especializar. Aos poucos, foi introduzindo
querendo encontrar a complementaridade en- uma turma de "street dance" na academia
tre a técnica, inicialmente dominada pelas me- onde trabalhava. A turma foi aumentando e
ninas (bailarinas clássicas), e a força e tradição ganhando força. Quando a academia fechou,
dos meninos. o grupo decidiu criar o Vitória Street Dance
Hoje eles se gostam, se admiram, se acham
e
procurar outros espaços para os ensaios.
imbatíveis porque se acreditam. E muito legal As coreografias, segundo Lalau,o sem-
vê-los ensaiar na frente dos espelhos: seus
pre
desenvolvidas a partir de um tema, por-
olhares, a auto-admiração... que simplesmente dar um nome e colocar a
O grupo tem nove anos, conta com 23 meninada para dançar, fica muito vazio,o
integrantes, e já participa e se classifica em fica artístico. Tem que propiciar uma leitura
festivais de dança profissional. A idealizado- corporal, uma mensagem.
Um dia, Dário, rei dos persas, recebeu,
de um enviado de outro reino: um pássaro,
um rato, uma rã e cinco flechas. A men-
sagem, traduzida, queria dizer o seguinte:
"se você escapar pelo ar, como um passari-
nho, ou pela terra, como um rato, ou atra-
s da água como uma, nossas flechas o
matarão".
(,2)
É preciso ter o caos dentro de si para dar à luz uma estrela bailarina.
A força dessa experiência do "Para aprender você tem que ter
grupo Vitória Street Dance se vontade, correr atrás. A gente che-
manifesta nas falas de cada um gava em casa todo dolorido, com o
de seus integrantes: braço inchado... mas tinha sempre a
recompensa: com o sacrifício do corpo,
"Eu odeio faltar ao Street. Aqui, agente conseguia".
esse povo, todo mundo ajuda o outro;
e eu estou dançando bem melhor que "Em época de apresentação usa-
eu dançava antes". "... hoje eu posso mos todo tempo livre. Não pra
falar que esse grupo é como se fosse mais nada.. "
uma família para mim. Araxá, no
ano que vem, já está no papo!" "Moro sozinha e, aqui, com mo-
vimentos fortes, eu libero e fico bem
"...aqui só tem um festival: o fisicamente e emocionalmente. A gente
Enesdança. Assim mesmo você tem se olha no espelho ejica metida. Sabe
que pagar para dançar e o convívio que ali é o nosso momento, ali eu sou
com as outras danças não é tranqüilo, mais eu. " "... vivia estressada, agora
0 Street, nesse espaço, é mal reconhe- não preciso de psicólogo, de musculação,
eido: as pessoas ficam olhando pra de nada. bem!. "
gente torto". "Falam com preconceito
porque não conhecem. Mas, se agente "0 que me puxa para o Street é
não mostrar e não divulgar, como va- a música. Se eu estou nervoso e vem a
mos vencer esta barreirai" música, eu vou no ritmo da música e ela
me leva. "
'A dança de rua é da cultura Hip
Hop, que não é uma cultura isolada, é "0 recado que eu mando para os
essa atitude toda. E o respeito entre eu jovens é correr atrás do que eles gos-
e ela, é a dedicação, o carinho, é levar tam e, tipo assim, não se envolver com
mensagem de palpara todos. É essa a nada de errado, com droga. E que
finalidade. A dança de rua veio para ser eles descubram o que eles mais gostam
aferente, e ela é diferente. " para eles..."
oráculos desenvolvidos pela humanidade
no sentido de auxiliar esse percurso. Pre-
tendo aqui falar sobre o Taro, apresentan-
do suas cartas (arcanos maiores) e seus sig-
nificados.
O Taro é um baralho composto de li
cartas, divididas em 2 grupos principais: o!
Arcanos Maiores, representados por 22 car
tas, e os Arcanos Menores, com um grupe
de 56 cartas. As cartaso ilustradas com c
simbolismo universal e relacionadas às ima
gens arquetípicas que compõem os mitos <
lendas. As cartas dos Arcanos Maioresc
artisticamente representadas pelo conjunte
de formas, cores, figuras humanas, animai:
e vegetais, objetos e números que simbo
lizam códigos especiais de acesso à aim;
humana.
O Louco: aprende por meio das liçõe:
dos outros arcanos. Ele pode ser entendi
do e traduzido como sendo nosso ser :
aprender, reconhecer e despertar parte:
internas, na tentativa de construir a pa:
pessoal nesse turbilhão de diversidade:
em que vivemos.
IO Mago é o primeiro contato com a:
energias e elementos em estado bruto, con
todas as possibilidades da matéria.
uitos já falaram da busca pessoal,
do caminho do autoconhecimen-
to e dos diversos instrumentos e
A Papisa desempenha o papel de estabe-
lecer o contato com o encantado, o sagrado,
o desconhecido.
A Imperatriz significa a possibilidade da
aproximação céu-terra, da gestação, da arti-
culação.
O Imperador representa a clareza de li-
mites, de territórios demarcados, da materia-
lidade das coisas.
_ O Hierofante (Papa) simboliza a cone-
o com o espiritual materializado.
Os Amantes traduzem o primeiro mo-
mento de decisão e escolha, o contato com
0 amor.
1 O Carro é a busca do equilíbrio entre o
consciente e o inconsciente, as rédeas do ser
em nossas mãos.
_A Justiça significa o aprendizado do
equilíbrio, do uso da balança e se necessário
da espada: a justiça interna e externa.
IO Eremita representa o primeiro mer-
gulho no mundo interno, iluminando áreas
escuras de nosso ser.
A Roda da Fortuna é o momento de re-
conhecimento de onde estamos nesse mun-
do, do destino e de nossas escolhas.
A Força expressa o contato com nossas
energias instintivas, primitivas e, a possibili-
dade de "domá-las".
O tempoo existe. Só existe o passar do tempo. (Miliar Fernandes)
O Enforcado indica a pausa necessária,
forçada ou não, para reflexão, contato com
outro ponto de vista.
A Morte é o movimento consciente e
deliberado de mudança, de transformação
provocada pela consciência.
, . A Temperança sinaliza a hora de cone-
o com o mundo espiritual já na perspectiva
de avaliar o que nos serve ou não, nosso anjo
encarnado.
O Diabo é o aprendizado da paixão ter-
rena, mundana, do reconhecimento de nos-
sas prisões e de nossas soluções.
A Torre representa a clareza de que ba-
ses sólidas nos permitem desmoronar.
_ A Estrela diz que é chegada a hora de nos
desapegarmos do queo mais nos serve.
A Lua indica que encontramos nosso
ser mais profundo e secreto.
O Sol representa o mais iluminado e so-
ciabilizado de nosso ser.
__0 Julgamento é o momento da ver-
dade, em que as escolhas implicam vida e
renascimento.
I O Mundo indica a transformação com-
pleta, os elementos do Mago transformados,
dança do universo presente.
Carmem de Simoni
O melhor remédio, tempo.
A desculpa pelos erros
cometidos, tempo.
A demora de chegar, tempo.
De solidão pela perda de
alguém, tempo.
De alegria para o encontro,
tempo.
De tristeza pela perda do pai,
tempo.
Saudade quando se está longe,
tempo.
De espera por alguém, tempo.
De conquista da amizade,
tempo.
Para isso ou para aquilo, tempo.
De dizer sim ou não, tempo.
De dúvidas quando ficamos
sem respostas, tempo.
De violência e perda de juízo,
tempo.
De perdão buscado no PAI,
tempo.
De pensar quando se está preso,
tempo.
Tempo.
Divino onde há salvação.
Carlos Alberto do Nascimento
Interno do Presídio Estadual de
Cachoeira do Sul
dade, sobretudo como
veículo de propaganda
de laboratórios e da
indústria farmacêutica,
que lhes imprimiram
um caráter "farmaco-
lógico", de propagação
das curas do espírito e
do corpo. Os mais an-
tigos se lembram dos
efeitos milagrosos atri-
buídos aos elixires, re-
guladores e biotônicos
nos almanaques Saú-
de da Mulher, Bromil,
Capivarol, Biotônico
Fontoura.
Nos Estados Uni-
dos, o almanaque agrí-
cola The Old Farmer's
Almanac é publicado
ininterruptamente des-
de 1792.
tares de leitura, práticas que podiam ir da citação
à representação, ou simplesmente lendo de forma
coletiva e compartilhada os calendários, jogos,-
bulas, poesias e sabedorias, dicas e regras de com-
portamento.
No Brasil, os almanaques começaram a circu-
lar, vindos principalmente de França e Portugal,
no final do século 19. Mas foi nas primeiras déca-
das do século 20 que ganharam grande populari-
circulavam pelas aldeias
- principalmente na
França e em Portugal
- como um dos poucos
materiais escritos a que
a população tinha aces-
so, sobretudo as aldeãs.
Vale lembrar que, nesse
período, a prática da
leitura e da escrita era
privilégio de poucos
- geralmente de gente
ligada ao clero ou à no-
breza - sendo, portan-
to, pouco provável que
os almanaques se des-
tinassem originalmente
ao público camponês.
Ainda assim, foi esse
público que melhor se
apropriou dos almana-
ques, desenvolvendo,
muitas vezes a partir
de noções rudimen-
A
palavra almanaque vem do árabe, al-manakh,
e significa o lugar onde o camelo se ajoelha
para descanso e reabastecimento. No oci-
dente a palavra passou a ser usada para designar um
tipo de publicação que, além de calendário comple-
to, contém matéria recreativa humorística, científi-
ca, literária e informativa.
Os almanaques ganharam popularidade a partir
dos séculos 17 e 18 na Europa, onde já no século 16
Conhecemos a vida presente, fantasiamos a futura.
Segundo Câmara Cascudo, ba-
ter o pé é sinônimo de dançar. Ele
diz que o, solto e livre, bate no
solo em cadência, e acredita, pelas
pegadas e desenhos de bailarinas
impressos em grutas, que a batida
de pé é a primeira figura coreo-
gráfica registrada no mundo.
Bater o pé também é de-
monstração de teimosia irracio-
nal, muito freqüente nos gestos
infantis de irritação e rebeldia.
(19)
A voz foi o primeiro meio de
comunicação usado pelo homem,
que começou a inventar nomes
para as pessoas, para os animais e
para as coisas. Em torno da fala,
existem algumas crendices, como
o remédio que se dá à criança que
está custando a falar, muito usado
nos sertões nordestinos: dar, para
o menino beber, água de choca-
lho, isto é, a água com a qual se
encheu um chocalho. Na lingua-
gem popular, quando uma pes-
soa fala muito, diz-se que tomou
água de chocalho quando criança.
Também se acredita queo é
bom colocar a criança diante de
um espelho, pois ela vai demorar
a falar. O remédio, no caso, é dar
água de chocalho pra ela beber.
(21)
eve-se escrever da mesma ma- limpa, eo mais uma torcida e mais outra,
neira como as lavadeiras lá de torcem atéo pingar do pano uma só gota.
Alagoas fazem seu ofício. Elas Somente depois de feito tudo isso é que elas
começam com uma primeira lavada, molham dependuram a roupa lavada na corda ou no
a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, varal, para secar. Pois quem se mete a escre-
torcem o pano, molham-no novamente, vol- ver devia fazer a mesma coisa. A palavrao
tam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e foi feita para enfeitar, brilhar como ouro fal-
torcem uma, duas vezes. Depois enxaguam, so; a palavra foi feita para dizer."
(20)
o mais uma molhada, agora jogando a água Graciliano Ramos,
com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra . .. entrevista concedida em 1948
O mato alto encobre os gansos, maso consegue abafar seus gritos.
uando ouvimos alguém falar que uma lhoso é que nos reconhecemos nas considerações
(coisa é barroca, as primeiras imagens que tecem e nos orgulhamos de ser herdeiros des-
que surgem em nosso pensamentoo sas riquezas. Um, António Quadros, diz por exem-
> aqueles anjinhos rechonchudos, com ares pio: "a escrita portuguesa é visceralmente barro-
de brincalhão, que aparecem nas pinturas e nos ca, exprimindo o sinuoso, espiralado, espontâneo,
altares das igrejas antigas. A nossa incontrolável dinâmico, imprevisível e criacionista provindo da
curiosidade pergunta: de onde mesmo veio essa natureza". Outro fala que, "na sua aura de ocul-
expressão? Procuramos e encontramos algumas tismo, é uma língua que perturba as tradições do
informações que nos cativam. pensamento ocidental".
Primeiro, vem o seu parentesco com o barro. Tendemos a acreditar que um dos cordões for-
Como que nao desconfiamos logo? Chamavam de tes que costuraram a diversidade que compõe um
barrocas aquelas paredes muito altas, escarpas que imenso território como o nosso habitado por po_
surgem à beira do mar como resultado do trabalho vos e culmras de diferentes origens, foi essa lingua
das águas e dos ventos sobre a argila moldável. De- sensivel agregadora, aberta à novidade, capaz de se
pois, ficamos sabendo que era uma palavra muito refazer em trejeitos e Sonhos
usada entre os artesãos portugueses que trabalha-
vam com ouro e jóias. Barroco era o nome dado às Para encerrar esse vôo, deixamos com a palavra
pérolas mais raras, porque imperfeitas; e, por isso o Pe. Antônio Vieira, um dos maiores pregadores,
mesmo, misteriosas e mais valiosas. Dessas sinaliza- escritores e, veladamente, filósofo:
ções da natureza é que parece nascer, nas artes, o
coes da natureza e que parece nascer, nas artes, o Que expressões sao estas e estas palavras ao ceu?
es o arroco. As palavras são as estrelas, as expressões são sua com-
E quando se diz que a língua portuguesa é posição, sua ordem, sua harmonia e o seu curso. Ob-
uma língua barroca, estamos emprestando a ela sermi como a maneira de pregar no céu concorda com o
características que estão mais ligadas ao mundo da estilo que 0 Cristo ensinou sobre a terra. Um e outro,
arte, da expressão, e da criatividade convocadas f semear: a terra semeada de trigo, o céu semeado de
pela incompletude e maleabilidade que a natureza estrelas. Pregar, deve ser como se semeássemos, não como
oferece. É, portanto, uma língua que tem mais a
se
lajeássemos ou ladrilhássemos. Ordenado, mas como
ver com a alma, com sentimentos, do que com os as estrelas: Stellae manentes in ordine suo. Todas as
desafios da razão. estrelas estão em ordem, mas se trata de uma ordem que
Alguns intelectuais, mais vinculados ao mundo inspira, não de uma ordem trabalhosa. Deus não fez o
da filosofia,m se debruçado sobre os mistérios céu como um tabuleiro de estrelas como os pregadores fa-
de. nossa língua e dizem coisas que nos espantam e zem o sermão como um tabuleiro de palavras". Sermão
para as quaiso atentamos sem avisos. O maravi- da Sexagésima, 1655
(22)
O mundo em que vivemos
está em constante transforma-
ção e,s educadores, precisa-
mos nos dispor a acompanhar
e entender essas mudanças que
irão se refletir no dia-a-dia dos
nossos alunos.
(23)
A palavra é prata, o silêncio é ouro.
f f /^"^\ s deuses continuam os
mesmos, vindo, direta-
mente, de lá."
Distante dois dias de barco a vela de
o Luís, capital do Maranhão, a Ilha dos
Lençóis tem esse nome porque é formada
por dunas intermináveis, coloridas, "pare-
cem lençóis estendidos a secar". Uma bela
paisagem de deserto.
Parecida com outro deserto perdido nc
tempo, onde nossa história começa.
Marrocos, 1578 - sobre as dunas quen-
tes de Alcácer Kibir, o exército de cruzados
enfrenta os mouros numa batalha feroz. A
luta só termina quando os soldados cristãos
descobrem que seu comandante, o jovem
Rei Sebastião de Portugal, desapareceu sem
deixar qualquer rastro, uma pegada sequer.
Os que sobreviveram à guerra chega-
ram a Lisboa contando histórias fantás-
ticas. Disseram que o valente guerreiro
foi encantado pelos mouros. Que ele iria
permanecer assim, como "O Encoberto".
até retornar um dia ao nosso mundo, para
finalmente estabelecer um reino de paz e
harmonia entre os homens.
Logo essa lenda se espalhou como ras-
tilho de pólvora por todos os países, povos
e rincões onde os colonizadores portugue-
ses atracaram suas naus.
tam-se histórias sobre os encontros com
ele. Para cada um, ele aparece de um jeito.
Seu Alfredo, por exemplo, viu um Rei jo-
vem, majestoso, montado sobre um touro:
"A lua vinha saindo às 11 horas da
noite, quando ela estava em meia praia, é
quando o garoto avistou um touro. E o ga-
roto ficou com muito medo porque, assim,
este touro vinha matar ele., veio che-
gando, veio chegando, o touro, e, quan-
do ele olha, vê aquele homem amontado
em riba do touro.
Ele era vermelho e uma parte branca,
o touro.
E o homem, ele era bem alvo e vinha
com a vestimenta alva. A vestimenta dele,
quando ele olhou, aquilo vinha com um
brilhoo bonito na lua que ele ficou mui-
to admirado pela vestimenta do homem.
Ele calculou que era o Rei Sebastião, por-
que, pela vestimenta dele,o podia ser
outro. Era ele mesmo."
É assim, na sempre necessária luta por
um mundo melhor, que a Lenda do Rei
Sebastião é incessantemente reconstruída
pelo povo do Maranhão, a partir dos mis-
térios da vida e do tempo, das vozes que
m dos universos paralelos, do brilho da
magia da fantasia.
Eu vi!
Paulo Baiano
Resistiu ao tempo e às mudanças pe-
las quais o mundo passou, séculos afora, e
chegou até mesmo ao lugar mais distante e
escondido do planeta.
Muitos já viram o monarca correndo
pelas areias, mas ninguém teve coragem de
enfrentá-lo cara a cara. Nas longas noites da
Ilha de Lençóis, bafejadas pelo vento, con-
A Ilha dos Lençóis....
O rei de um homem é a sua alma.
O bolo de aniversário parece ter surgi-
do na Grécia, em homenagem a Artemis,
a deusa da caça, reverenciada no dia 6 de
cada mês. Dizia-se que as velas represen-
tavam o luar.
Na Idade Média, esse costume chegou
à Alemanha. Os camponeses faziam festas
infantis que começavam ao raiar do dia.
Os pais levavam um bolo na cama para
que seus filhos apagassem as velinhas ao
acordar. Mas o número de velinhaso era
igual ao número de anos do aniversarian-
te. O bolo recebia sempre uma vela a mais
- sinal da luz da vida.
(24)
M
uito antes de serem reconhe-
cidos os direitos da pessoa
portadora de deficiência no
Brasil, um grupo de pais, amigos, pro-
fessores e médicos fundou, no Rio de
Janeiro, em 11 de dezembro de 1954, a
primeira Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais, a Apae do Brasil.
Quem nos conta a história desse mo-
vimento pioneiro no país é Dona Ju-
Vamos semear amor o quanto puder.
racy da Silva Lameira,
hoje com 90 anos de
idade e ainda atuan-
te como membro da
diretoria da Apae, no
Rio de Janeiro:
"Aquela era uma
época em que as pes-
soas tinham vergo-
nha eo aceitavam
um filho excepcional,
muitos escondiam, e
alguns casais até se
separavam por causa
disso. Eu e meu ma-
rido, Armando, acei-
tamos nossa filhinha
como uma dádiva do céu. Começa-
mos a procurar entre os amigos quem
estava vivendo situação semelhante à
nossa e acabamos participando, em
1954, da fundação da primeira Apae
no Brasil. Nosso sonho era dar o que
s pudéssemos de bom às crian-
ças idênticas à nossa filha. Hoje você
o separa uma criança excepcional,
porque sabe que ela é especial e que,
dependendo do tratamento e cuidados
que venha a receber, ela pode se desen-
volver trazendo ao mundo muita pure-
za e felicidade. Minha filha nasceu em
1951 e viveu apenas 10 anos e 7 meses;
foi um bebê que nunca andou, nunca
falou, nunca disse papai ou mamãe,
mas que foi pras uma coisa maravi-
lhosa. Quando dava
a hora do pai che-
gar eu arrumava ela
toda, sentava naquela
poltrona ali, junto da
porta, o pai chegava
e dizia: 'olha a flor do
pai...' - ele chamava as
filhas de flores."
Mais de 50 anos
depois o sonho de
Seu Armando e Dona
Juracy transformou-
se também no sonho
de milhares de pes-
soas que atuam nas
mais de 1.500 Apae
espalhadas por todo o Brasil. Por coin-
cidência ou não, o símbolo adotado
pela Apae do Brasil é a figura de uma
flor ladeada por duas mãos em perfil,
desniveladas, uma em posição de am-
paro e a outra de proteção, o que faz
lembrar a pequena flor de seu Arman-
do e Dona Juracy.
CANÇÃO
MÍNIMA
A
física contempo- Conceitos como comple-
rânea faz amplo xidade e diversidade podem
uso do conceito se enquadrar perfeitamen-
de simetria para o estudo te na discussão promovida
e a compreensão de mui- pela simetria, que faz com
tos sistemas da natureza. que possamos buscar numa
Esse conceito nos ensina harmonia inicial a origem
uma grande lição - a si- da complexidade, da diver-
metria revela uma grande sidade e do caos. A idéia é
democracia intrínseca ao sempre procurar identificar
mundo natural. Os objetos simetrias em sistemas onde
partem de uma situação de estasoo visíveis. O que
total identidade e, através se entende é que, na nature-
da evolução da natureza, as za, existe sempre uma gran-
diferenças entre os mesmos de harmonia por trás da di-
aparecem. Essas diferenças, versidade e do caos.
no entanto, se manifestam O conceito de simetria
e podem ser estabelecidas de ser também estendido e
a partir da própria situação trabalhado
em associação com
de identidade inicial. Com idéias e discussões no campo
a observação desse fenô- das humanidades, como a
meno, o que podemos ver questao dos direitos huma-
é que a simetria articula, nos o problema da inclusão;
na verdade, uma harmo- a mediação e outras situações.
nização e democracia das Nesse campo é preciso se ater
diferenças. O importante às diferenças, valorizando-as,
o é ser igual, é manter promovendo_se a interacao a
as diferenças; pois estas di- partir das mesmas; entenden.
ferençaso se traduzem do_as através de um princípio
em desigualdades. Ao con- umficador) definido por algu-
trário, elas aparecem como ma simetria
a evolução inevitável das
identidades.
O segredo éo correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.
Foi por meio da observação da sombra
da terra, projetada sobre a superfície da lua,
no momento de um eclipse lunar, que os
cientistas induziram pela primeira vez que a
terra era redonda. Isso para falar da impor-
tância da sombra nos estudos da ciência. Mas
a observação da sombra, além de científica,
pode também proporcionar um passatempo
muito agradável e divertido que consiste em
projetar sombras na parede apenas com o
auxílio das mãos. Experimente você mesmo.
Em teus lajedos erguido,
Meu gavião atrevido,
Salve, sertão do esquecido,
Pedra do Reino, angular!
Eu canto a beleza tua,
O moura guerreira e nua,
Em cuja coxa flutua
Ruiva pele de jaguar (...)
(27)
Ariano Suassuna, A Pedra do Reino
Os homens constróem paredes demais e pontes de menos.
Na fase da lua crescente, com-
pre uma espiga de milho madura
(a maior que encontrar). Vire a
palha sem quebrar e amarre com
três fitas de cetim: uma verde,
uma amarela e outra dourada.
Faça um pedido às divinda-
des da fartura e pendure a espi-
ga na porta de entrada da casa,
do lado de dentro.
Há ems um lugar
guardado
Que precisa ser bem cuidado
o o deixe esquecido
Num canto qualquer
Vamos semear amor
O quanto puder.
(28)
Lifanco
urante milhares de anos Nessas primeiras escritas, cada
os povos se comunica- sinal correspondia a uma idéia
vam pela palavra, pelos ou a uma palavra.
gestos, pela música e mesmo pela Mas foram os fenícios que
dança. Com o passar dos tempos, viviam perto do lugar onde hoje
os homens perceberam que eram se encontra o Líbano, à margem
capazes de desenhar. E foi assim, do mar Mediterrâneo, que cria-
associando o desenho às ativida- ram há mais ou menos 3.500
des cotidianas e às suas práticas anos; 0 primeiro alfabeto. Esse é
mágicas, que a escrita foi sendo 0 ancestral de todos os alfabetos
engendrada e, progressivamente, conhecidos até hoje.
estruturada pela simplificação
O papel que e o suporte mais
desses desenhos. Isso acontecia
utilizado na escrita ja era fabricado
ha, mais ou menos, 5.000 anos.
na China, ha cerca de 2.000 anos,
Os sumerianos que viviam ao a partir de fibras vegetais. E foi
sul do país conhecido hoje como introduzido na Europa, no século
Iraque, mas que naquele tempo 12, pelos árabes, cuja civilização
se chamava Mesopotâmia, é que tinha atingido um grau de desen-
inventaram a primeira escrita. volvimento incomparável.
(12)
Confira algumas dessas situações
perigosas:
ficar com vergonha de pedir para
o parceiro colocar a camisinha;
transar em lugares onde o preser-
vativo podeo estar à mão;
beber demasiadamente ou usar
qualquer outro tipo de droga antes
de transar;
o saber o modo certo de colocar
o preservativo;
abrir a embalagem da camisinha
com a boca e danificar o produto;
deixar de usar o preservativo
porque confia no parceiro ou na
parceira;
evitar andar com camisinhas
por medo que os pais as encon-
trem nas suas coisas;
ter vergonha de comprar o pre-
servativo;
acreditar que transar uma única vez
sem proteçãoo vai fazer mal;
evitar a penetração, mas fazer
sexo oral sem proteção;
esperar que o parceiro tome a ati-
tude de colocar a camisinha;
ter vergonha e evitar falar sobre
Aids e proteção com o parceiro (ou
parceira);
abandonar a camisinha quando o
namoro fica sério.
(29)
o temos feijão, mas o Brasil é campeão, (pára-choque de caminhão)
O ANO DA REBELIÃO NA TORCIDA
o longo do século 20 foram mui-
tos os homens e mulheres que lu-
.taram pela paz. Escolhemos essas
pessoas por representarem vários cantos
do mundo e por expressarem diferentes
lutas pela vida.
Wangari Muta Maathai
Nascida no Quênia, lutou corajosamen-
te contra o regime opressor de seu país,
destacando-se por sua contribuição ao
desenvolvimento sustentável, democracia
e
paz.
Mahatma Gandhi
Nasceu em Nova Deli. Foi um dos ideali-
zadores e fundadores do moderno estadc
indiano e um influente defensor do Satya-
graha - princípio da não-agressão, forma
não-violenta de protesto, como um meie
de luta pela paz.
Rigoberta Menchú
Guatemalteca, descendente dos maias.
destaca-se por sua luta em defesa de justi-
ça social e direitos humanos, especialmen-
te a favor dos povos indígenas.
Nelson Mandela
Nasceu na África do Sul, desde jovem des-
tacou-se na luta de oposição ao regime de
apartheid, que negava aos negros, maioria
da população de seu país, os direitos polí-
ticos, sociais e econômicos.
Martin Luther King Dorothy Stang
Nasceu em Atlanta, nos EUA. Foi pastor Missionária de origem norte-americana,
evangélico da Igreja Batista e se tornou viveu 40 anos no Brasil onde se naturali-
um dos mais importantes líderes ativistas zou. Tornou-se conhecida por sua luta na
dos direitos civis e do movimento negro implementação de projetos de desenvol-
nos EUA e no mundo, por sua campanha vimento sustentável, na denúncia da ex-
de não-violência e de amor para com o ploração ilegal de madeira, na grilagem de
próximo. terra e na violência contra camponeses da
região Norte.
Josué de Castro
Nasceu
em
Recife,
e
teve
a
vida dedicada
Madre Tereza de Calcutá
à luta contra a fome. Por meio dos seus li- Nascida na Macedónia. Por meio da sua
vros Geografia da Fome e Geopolítica da Fome, congregação As Missionárias da Carida-
procurou explicar a dura realidade sobre de, trabalhou pelos mais pobres na índia.
a qual falava: "Denunciei a fome como Dizia: "O que você levou anos para cons-
flagelo fabricado pelos homens, contra truir, alguém pode destruir de uma hora
outros homens". para outra. Construa assim mesmo".
Vocêo pode escolher como vai morrer ou quando. Você só pode decidir como vai viver agora.
A questão da violênciao é só física,
direta, mas sub-reptícia, simbólica, vio-
lência e fome, violência e interesses eco-
nômicos das grandes potências, violência
e religião, violência e política, violência e
racismo, violência e sexismo, violência e
classes sociais.
A luta pela paz, queo significa a luta
pela abolição, sequer pela negação dos con-
flitos, mas pela confrontação justa, crítica
dos mesmos e a procura de soluções corre-
tas para eles é uma exigência imperiosa de
nossa época.
A paz, porém,o precede a justiça.
Por isso a melhor maneira de falar pela paz
é fazer justiça.
(30)
Paulo Freire
A
maior parte doo con-
sumido no Brasil é o fer-
mentado, incluindo oo
de fôrma, as bisnagas e a maioria
dos pães de centeio. Mas esse tipo
deoo é igualmente consu-
mido em todo o mundo. Oo
achatado, que contém pouco ou nenhum
fermento, é, para muitos povos, o alimento
mais importante.
Na América Central, por exemplo,
come-se umo de milho chamado tortilla.
Na índia, é comum um tipo de
o chamado chapate, que contém
vários tipos de farinha. Na Escó-
cia, fabricam-se broas de aveia e
pães de cevada, conhecidos como
bannock. Na Alemanha, na Rússia
e nos países escandinavos é mui-
to popular umo preto feito com centeio,
ao qual, às vezes, se adiciona farinha de
cevada e de batata. Em Portugal, 50% da
população consomem diariamente broas e
pães de milho.
(31)
Sou uma ave bonita
Tente meu nome escrever
Leia de traz para frente
E o mesmo nome irá ver
Mais de 90% dos recursos vivos eo
vivos do planetao encontrados dentro
de um espaço de poucos quilômetros a
partir da costa dos mares. Nessas costas
ou perto delas, vivem dois terços da popu-
lação mundial.
Por queo me avisaram que a es-
crita é igual a sorvete, que precisa
ser experimentada e misturada, na
busca de um sabor mais gostoso e
original?
(23)
Joelma de Sou%a Vieira
Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.
U
m homem foi a um alfaiate, para experimentar
um terno. Parado diante do espelho, ele per-
cebeu que o colete estava um pouco irregular
na parte inferior.
- Ora - disse o alfaiate -o se preocupe com isso.
Basta você puxar a ponta mais curta para baixo com a
o esquerda, que ninguém jamais vai perceber nada.
Enquanto o cliente fazia exatamente isso, ele notou
que a lapela do paletó estava com a ponta enrolada em
vez de estar rente.
- Isso? perguntou o alfaiate - Issoo é nada. E só
você virar a cabeça um pouquinho e segurar a lapela
no lugar com o queixo.
O freguês obedeceu e, quando o fez, observou que a
costura de entrepernas estava meio curta e que o gan-
cho lhe parecia um pouco apertado demais.
- Ora, nem pense nisso. Puxe o gancho para baixo
com ao direita, e tudo vai ficar perfeito. O freguês
concordou e comprou o terno.
No dia seguinte, o homem estreou o terno com todas
as alterações de queixo e mãos.
Enquanto ia mancando pelo parque com o queixo
segurando a lapela no lugar, uma das mãos seguran-
do o colete e a outra agarrada ao gancho, dois ve-
lhos pararam de jogar damas para vê-lo passar com
dificuldade.
- M'Isten, meu Deus! - disse o primeiro velho - Veja
aquele pobre aleijado.
O segundo homem refletiu antes de sussurrar:
- Igen, é, ele é bem aleijado mesmo, mas sabe o que eu
queria saber... onde será que ele comprou um terno
o elegante?
(32)
O sapoo pula por boniteza; pula por precisão.
Pique 2 cebolas médias e re-
fogue-as em 2 colheres de sopa
de manteiga, juntando sal a gosto.
Adicione 1 copo de água e cozi-
nhe até que comecem a se desfa-
zer. Retire do fogo e deixe esfriar.
Bata os grãos de 4 espigas de
milho no liqüidificador junto com
1 copo de leite, cuidando para que
alguns grãos fiquem meio inteiros.
Despeje a mistura sobre o refo-
gado; acrescente 3 gemas, queijo
ralado bem grosso (na quantidade
de um prato fundo), 6 colheres
de sopa de fubá fino, 1 colher de
sopa de fermento em pó e mis-
ture bem. Adicione finalmente 3
claras de ovos batidas em neve e
mexa cuidadosamente, com mo-
vimentos de baixo para cima.
Despeje a massa numa as-
sadeira untada com manteiga e
leve ao forno quente por mais
ou menos 25 minutos, até que se
forme uma crosta dourada na su-
perfície. Depois de pronto, dei-
xe esfriar um pouco e corte em
pedaços. Esta receita é bastante
apreciada no Centro-Oeste bra-
sileiro e no Paraguai.
E
ncontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que
se haviam zangado um com o outro. Cada um me contou a
narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a
verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão.
Ambos tinham toda a razão.o era que um via um lado das coisas
e outro, um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente
como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao
do outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto,
tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.
(33)
Fernando Pessoa
Segundo Mestre Oscar Ben-
to Ribas, de Luanda, muxoxo é
um termo quimbundo que sig-
nifica chio de boca. Designa o
som breve e seco produzido
pelo toque da língua nou da
boca, como um estalar de bei-
ços. Foi trazido para o Brasil
pelas negras de Angola, e aqui
se tornou um gesto tradicional
e popular que exprime dúvida,
indiferença, desdém.
(19)
o vivo no ar, suspenso
feito passarinho. Tambémo
vivo assentado na terra como
um rinoceronte. Nem boiando
n'agua como um peixe. Vivo,
sei que vivo, é no universo in-
finito que pra lá de mim, pra
cá de mim, ao meu redor, sem-
pre existiu e existirá. Igual a si
mesmo.
f34)
A tolerânciao é uma concessão que faço ao outro, mas é o reconhecimento de que parte da verdade me escapa. (
Eu queria, ela queria
Eu pedia, ela negava
Eu chegava, ela fugia
Eu fugia, ela chorava
Passe bem, seja feliz
Cada um que fique em paz
Quando eu quis vocêo quis
Agorao quero mais.
(35)
m Babemba, tribo da África
do Sul, quando uma pessoa
age de forma irresponsável ou
injusta, é colocada no centro da vila,
sozinha e sem nada que a prenda.
Todo trabalho cessa, e todo ho-
mem, mulher e criança da vila se re-
únem num grande círculo ao redor da
pessoa acusada. A seguir, cada pessoa
No início, Evao queria comer
a maçã.
- Come - disse a serpente - e
serás como os anjos!
-o - respondeu Eva.
- Terás o conhecimento do Bem
e do Mal - insistiu a víbora.
- Não!
- Serás imortal.
- Não!
- Serás como Deus!
- Não, e não!
A serpente já estava desesperada
eo sabia o que fazer para que
Eva comesse a maçã. Até que
teve uma idéia... Ofereceu-lhe
novamente a fruta e disse:
-o engorda!
(aí ela comeu!!!)
Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
da tribo fala com a acusada, uma de
cada vez, relembrando as boas coisas
que a pessoa do centro do círculo te-
nha feito na vida.
Todo incidente, toda experiência
que possa ser lembrada com algum
detalhe e precisão é relatado. Todos os
seus atributos positivos, boas ações,
força de vontade e generosidadeo
declarados cuidadosamente e em de-
talhes. Muitas vezes, essa cerimônia
tribal dura vários dias.
Ao final, o círculo tribal é quebra-
do, e dá lugar a uma celebração de
júbilo, e a pessoa que tivera conduta
transgressora, simbolicamente e lite-
ralmente, é recebida, com boas-vin-
das, de volta à tribo.
(36)
0 TEMPLO DO PERDÃO
A
dança deo Gonça-
lo, tradição em diver-
sas cidades brasileiras,
chegou ao Brasil trazida pe-
los portugueses no início do
século 18.
Conta a tradição que esse
santo português, após passar
por longo período de busca
interior, encontrou no con-
vívio popular a maneira de
converter os infiéis. Dançava
e cantava com eles, pois acre-
ditava que após participarem
dessas danças aos sábados
eleso cairiam em tentação
no domingo.
Após sua morte, passou
a ser considerado o prote-
tor dos violeiros e também
santo casamenteiro. As ima-
gens deo Gonçalo, na sua
grande maioria, apresentam
fisionomia de alegria, que
segundo o povo era sua
marca registrada.
No Brasil a dança de
o Gonçalo é realizada de
modos diferentes em diver-
sos lugares em que o santo
é cultuado mas, em geral,
descreve coreografias que
podem durar muitas horas.
Ao final, os fiéiso beijar
o altar do santo ou as fitas
que estão nele amarradas. E
nesse momento que as sol-
teiras pedem ao santo um
casamento.
"São Gonçalo de Amarante
Casamenteiro das velhas
Por queo faz casar as
moças?
Que mal lhe fizeram elas?"
A bondade
em palavras
cria confiança,
A bondade
em pensamentos
cria profundidade,
A bondade
em dádiva
cria amor.
(37)
Aí está mais uma herança As palavras "azeite" e "azei- por si, já significa "sumo de
cultural dos quase oito séculos tona"m origem árabe, enquan- azeitona".
em que a Península Ibérica, hoje to "óleo" e "oliva"m do latim. O óleo, em si, é o mesmo,
ocupada por Portugal e Espanha, Faria mais sentido, portanto, dizer claro; foi o uso popular, ao lon-
permaneceu, durante a Idade ou "óleo de oliva" ou "azeite de go dos séculos, que acabou con-
Média, sob domínio dos mou- azeitona" - mas a segunda versão sagrando essa mistura de árabe
ros povo muçulmano vindo do seria horrivelmente redundante, com o dialeto latino que deu ori-
Norte da África. já que o original árabe az-zayt, gem ao português e ao espanhol.
Nasci com uma rosa na mão, nunca morreu nunca murchou.
S
amarica sartou do cavaloi em-
baixo, cumprimentou o Capitão,
entrou prá camarinha, vestiu o
vestido verde e amerelo, padrão na-
cioná, amarrou a cabeça c'um pano e
foi dando as instrução:
- Acende um incenso. Boa noite, D.
Juvita.
- Ai, Samarica, que!
- É assim mermo, minha fia, apro-
veite a. Chama as muié dessa casa,
p'a reza a oração deo Reimundo,
que esse cristão vem ao mundo nesse
instante (...) Capitão Barbiiino! Capi-
o Barbino tem fumo de Arapiraca?
Me dê uma capinha pr'ela mastigar.
Pegue, D. Juvita, mastigue essa capi-
nha de fumo eo se incomode. É
do bom! Agüenta nas oração, muié!
Mastiga o fumo, D. Juvita... Capitão
Barbino, tem cibola do Cabrobró?
- Ai, Samarica! Cebola não, que eu
espirro.
- Pois é prá espirrar mesmo, minha
fi'a, ajuda.
-Ui.
- Aproveite a dor, minha fi'a.
Agüenta nas oração, muié. Mastigue
o fumo, D. Juvita.
- Capitão Barbiiino, bote uma faca
fria na ponta do dedão do pé dela,
A cor branca é a mais usada como um
símbolo da Paz, por representar sentimentos
como a pureza, a inocência e a verdade.
A exposição da bandeira branca sim-
boliza o ato de se abriro das próprias
cores para negociar a trégua em tempo de
guerra.
As ações falam mais alto do que as palavras, maso com tanta freqüência.
bote. Mastigue o fumo, D. Juvita.
Agüenta nas oração, muié.
- Ai, Samarica, se eu soubesse que
era assim, eu num tinha casado com
o diabo dessei macho.
- Pois é assim merm' minha fi'a,
vosmecê casou com o vein' pensan-
do que ele num era de nada? Agora
cumpra seu dever, minha fi'a. Desde
que o mundo é muundo, que a muié
tem que passar por esse pedacinh'.
Ai, que saudade! Agüenta nas oração,
muié! Mastigue o fumo, D. Juvita.
- Ai, que!
- Aproveite a, minha fi'a. Dê uma
garrafa pr'ela sopra,. O, muié,
hein? Essa é a oração de S. Reimun-
do, mermo?
-É...é.
- Vosmecês num sabe outra oração?
-s num sabe...
- Uma oração mais forte que essa,
vocês num têm?
- Tem não, tem não, essa é boa.
- Pois deixe comigo, deixe comigo,
eu vou rezar uma oração aqui, que se
ele num nascer, ele num tá nem cum
diabo de num nascer: "Sant' Antoin
pequenino, mansadô de burro brabo,
fazei nascer esse menino, com mil e
seiscentos diabo!"
(38)
Dantas
Nasce somente no mar,
na terra viaja distante;
mas, se para o mar voltar,
morre, no mesmo instante
Adivinha o que é?
Resposta: Sal
meu amor se esparrama na
grama
meu amor se esparrama na cama
meu amor se espreguiça
meu amor deita e rola no planeta.
(39)
Chacal
A
chamada Terra do Meio
abrange 10 municípios
em uma área de 8,3 mi-
lhões de hectares de floresta
amazônica, entre os rios Xingu
e Tapajós. As estradas nessa re-
gião, construídas pelo regime mi-
litar, nunca foram pavimentadas
e se transformam em imensos
atoleiros na época das chuvas,
mas, mesmo assim,m trazido
forasteiros atraídos pelas rique-
zas naturais do lugar.
Os aventureiros afugentam,
matam ou exploram os morado-
res nativos, promovendo a ocu-
pação desordenada do espaço
e graves prejuízos ao meio am-
biente, além de vários atos con-
"Deixa eu falar português
mesmo. Se eu falar em tukano,
ninguém vai entender. Estou fa-
lando para o Brasil todo, não é?
Com muito orgulho eu sou bra-
sileiro. Eu não tenho mistura.
Mão tenho mistura de branco,
nem de italiano, de espanhol, de
nada! Sou brasileiro nativo mes-
mo. Sou índio aqui do alto Rio
Negro. Eu não conheço o Brasil,
conheço o meu município. Mas
estou muito feliz pelo meu esforço
de ser brasileiro.
(41)
Seu Anacleto, enfermeiro,
São Gabriel da Cachoeira, Amazonas
Sol e chuva, vou sair de guarda-chuva.
trários à cidadania e aos direitos
humanos.
o por acaso, a região é
campeã nacional em denúncias
de trabalho escravo, invasão de
terras indígenas, extração ilegal de
madeira, desmatamento, pistola-
gem e grilagem de terras. Na ten-
tativa de bloquear a expansão das
atividades predatórias e ilegais,
o governo brasileiro interditou a
área em fevereiro de 2005. Ainda
assim, na Terra do Meio, poucos
indivíduos sabem o que esperar
das instituições do Estado. Para
se ter uma idéia, 99% deleso
m documentos, ou seja, oficial-
menteo existem,o invisíveis,
apesar de lá viverem.
(40)
Tudo, pois que rasteja, partilha da terra.
Ajudai-me, companheiro,
que euo sei cantar sozinho;
o meu peito está tapado
da poeira do caminho.
Companheiro, me ajudai,
que euo posso cantar;
ques dois cantando juntos,
cantaremos mais "mió".
(42)
Assim como nós, humanos,
as plantas também desenvolvem
mecanismos próprios para se
proteger da variação das condi-
ções dos meios naturais em que
vivem e para garantir a reprodu-
ção de sua espécie.
Árvores como a munguba, o
taxi e a samaumeira, por exemplo,
produzem sementes leves ou com
estruturas parecidas com asas,
que podem ser levadas facilmen-
te pelo vento. Já a seringueira e a
andiroba possuem sementes que
o amigas das águas e, boiando,
espalham-se pelas matas.
Outras, ainda, produzem se-
mentes capazes de suportar a
alternância das estações de seca
e chuva, típica da Amazônia, po-
dendo permanecer na terra por
cerca de 40 anos até germinar.
T
ambém chamado de bi-
cho do mangue e bicho
de pau, o turu é uma es-
pécie de lombriga branca e gela-
tinosa, que mede cerca de 30 cm
de comprimento e tem a grossu-
ra de um dedo.
Graças a seus dentes bem
afiados, vive grudado na madeira
apodrecida das árvores caídas no
mangue, de onde os caboclos o
retiram para comer, cru mesmo:
depois de bem lavado e destripa-
do, basta temperá-lo com limão,
sal e pimenta.
Quando o mastro for acima
Eu quero ser a primeira
Eu quero pegar nas asas
Do pombinho verdadeiro'
44
'
Mas há outros pratos mais
elaborados, como o caldo e a
moqueca de turus. Para essa úl-
tima, é preciso cortá-los em pe-
dacinhos, temperar com alho,
sal, limão e cheiro verde, refogar
com azeite, misturar tudo com
leite de coco, e, então, servir com
arroz, pimenta e farinha.
Por ser rico em cálcio, o turu
é usado como remédio nas en-
fermidades pulmonares e ane-
mias, além de ser um fortificante
muito apreciado, que, segundo
alguns, "levanta até defunto".
(43)
Um pastor quer atravessar
um rio levando uma ovelha,
um lobo e um feixe de capim
para a outra margem.
Acontece, porém, que na
canoao dá para levar os
dois animais e o capim ao
mesmo tempo.
O problema é que o pas-
toro pode deixar o lobo e
a ovelha nem a ovelha com
o capim em uma das mar-
gens, pois o lobo comeria a
ovelha ou a ovelha comeria o
capim.
Como ele fez para resolver
o problema?
(45)
Veja a resposta na pági-
na 61.
Q
uando Olorun, o Deus
Supremo, decidiu criar
a terra, chamou Oba-
alá, o orixá do branco, e
entregou-lhe o saco da existência,
dizendo-lhe como deveria pro-
ceder. Obatalá reuniu todos os
outros orixás e saiu para realizar
sua missão. Odua, a grandee
ancestral, no entanto, disse que
só o acompanharia depois de re-
alizar suas obrigações rituais. No
caminho, Obatalá encontrou-se
com Exu e este perguntou-lhe se
já tinha feito as oferendas propi-
ciatórias. Obatalá respondeu-lhe
queo tinha feito nada e conti-
nuou o caminho.
No caminho, Obatalá co-
meçou a ter sede. Passou perto
de um rio, mas decidiu seguir
em frente. Passou por uma al-
deia, mas tambémo parou.
Continuou caminhando até que
sua sede se tornou insuportável.
Nesse momento ele viu uma pal-
meira e fincou seu cajado ritual
no tronco da árvore, de onde
saiu vinho de palmeira. Obatalá
bebeu até que suas forças o aban-
donaram, ficando desmaiado no
rmeio do caminho.
Nesse meio tem-
po, Odua, que ficou
para trás, foi consul-
tar I fá e fez as devidas oferendas.
Seguindo os conselhos dos adivi-
nhos, ela trouxe cinco galinhas, das
quem cinco dedos em cada pata,
cinco pombos, um camaleão, uma
corrente com dois mil elos e todos
os outros elementos que acompa-
nham o sacrifício. Exu apanhou as
oferendas, arrancou uma pena da
cabeça de cada ave, devolveu a ela
as aves e o camaleão vivos; e a cor-
rente de dois mil elos. Em seguida,
Odua fez um sacrifício, aoss de
Olorun, de duzentos igbins.
Nesse momento, Olorun per-
cebeu queo havia colocado
no saco da existência, entregue a
Obatalá, um pequeno saco con-
tendo a terra. Ele entregou então
a terra a Odua para que ela a le-
vasse até Obatalá.
No caminho, Odua encontrou
Obatalá desmaiado ao pé da pal-
meira. Ela apanhou então o saco
da existência e voltou para entre-
gá-lo novamente a Olorun. Nesse
instante o grande Deus Supremo
decidiu confiar a Odua a tarefa da
criação da terra.
Odua reuniu todos os orixás :
e explicou-lhes o que Olorun :
havia decidido. Eles dirigiram- :
se para o lugar escolhido para a :
criação da terra. Ao chegarem, :
eles colocaram a corrente e por :
ela Odua deslizou até o lugar :
exato onde deveria colocar a :
terra, por cima das águas. Ela :
jogou a terra e, em seguida, en- :
viou Eyelé, a pomba, para que :
pudesse espalhá-la.
A pomba era pequena e de- :
morou muito para realizar a sua :
tarefa. Assim, Odua soltou, sob :
a terra espalhada por Eyelé, as :
cinco galinhas de cinco dedos :
em cada pata. Elas rapidamente :
espalharam a terra em todas as :
direções, formando a superfície :
sobre as águas até onde a vista :
alcança. :
Odua precisava saber se a :
terra criada estava firme. Ela :
soltou então o camaleão, que :
com sua prudência colocava :
uma pata de cada vez e apal- :
pava a terra até ter segurança :
para caminhar. Depois que o :
camaleão caminhou por todos :
os lados Odua entrou. Ela foi :
o primeiro ser a
pisar na terra, dei-
xando marcada a
sua pegada.
(46)
Todo bom romance é uma adivinhação do mundo.
Caranguejoá
Caranguejoá
Apanho ele na lama
E boto no meu caçuá
Tem caranguejo
Tem gordo guaiamum
Cada corda de dez
Eu dou mais um
Eu dou mais um
Eu dou mais um
Cada corda de dez
Eu dou mais um
Eu perdi a mocidade
Com oss sujos de lama
Eu fiquei analfabeto
Mas meus filho criou fama
Pelo gosto dos menino
Pelo gosto da mulher
Eu já ia descansar
o sujava mais os pé
Os bichinhoo criado
Satisfiz o meu desejo
Eu podia descansar
Mas continuo vendendo
caranguejo
Os catadores de caranguejo traba- da lama, de onde ele volta, com sorte,
lham nas zonas de mangue de norte a com cargas de até 30 kg em seu ca-
sul do Brasil. Sua dura jornada come- çuá. Apesar de todo o esforço, vende
ça de madrugada e só termina no fim a corda com dez caranguejos, eeral-
do dia, quase todo passado dentro mente, por até menos de um real.
Cheio de vogais pelas pernas vai o caranguejo soletrando-se.
Na cidade, o tesouro de ri-
quezas naturaiso as cascas de
verduras, os restos da feira livre,
o capim do vizinho, as folhas das
árvores, o material de poda (não
esquecendo os caminhões de
poda da companhia de luz!), os
ossos de peixe e frango, as con-
chas e as algas das praias...
No campo, serão o capim,
os matos, as folhas das árvores,
qualquer esterco disponível...
(47)
O adubo perfeito para o nos-
so solo está à nossa volta: nas
folhas das árvores, no capim
cortado, nos galhos e troncos ca-
ídos. (Sim, a madeira é um adubo
essencial para a saúde do solo!)
Este adubo existe em quantida-
des inimagináveis, oferecendo-se
para o nosso uso.
Para fermentar, o repolho, cortado fino, é colo- Esse processo permite conservar o alimento
cado bem comprimido num pote de barro e cober- por muito tempo e cria novas vitaminas, enzimas
to por uma folha de repolho inteira, com um peso e oligoelementos preciosos. Dessa mesma manei-
em cima.o é necessário acrescentar sal para que ra, podemos preparar nabos, pepinos, cenouras e
ele fermente. outras hortaliças/
49
'
Quem traz consigo a boca,o pode ignorar o caminho, (provérbio cabinda)
A
filha do cacique Cauré, de nome Saíra, era
a mais bela das índias Ipurinã. Os pássaros
vinham acordá-la ao amanhecer e as flo-
res curvavam-se quando ela passava; os espinhos
nem a tocavam. Um dia, porém, ela engravidou
sem ter se casado com nenhum guerreiro, como
seu pai esperava. O desgosto
de Cauré foi imenso!
Chamou a filha e quis saber
quem era o pai da criança. Saí-
rao dizia nada. O pai, então,
resolveu que ela deveria ser ex-
pulsa da tribo para viver con-
finada numa oca no meio da
mata. Dali, ela só poderia sair
depois de se livrar da criança.
Passados os meses da ges-
tação, nasceu uma menina de
pele muito branca, que causou
surpresa e deslumbramento
em Saíra e Cauré. O avô, ven-
do a criança, que foi chamada
Mani, esqueceu a vontade de
matá-la e passou a amá-la.
Passaram-se quatro épocas das chuvas e Mani
ficava cada vez mais formosa. Mas, de repente,
numa manhã de sol, a menina morreu, causan-
do o desespero de seus familiares. Era costume
da tribo Ipurinã cremar seus mortos. Cauré, no
entanto, quebrou a tradição e enterrou Mani na
entrada de sua oca.
Passaram-se quatro luas e, da
terra onde Mani foi sepultada,
nasceu uma planta que o índio se
s a cultivar.
Depois de um certo tempo,
essa planta perdeu todas as suas
folhas e Cauré acreditou que ela
havia morrido. Triste, resolveu,
então, arrancá-la do chão. Ao
puxá-la, desenterrou suas raízes,
bem brancas como Mani. Essa
raiz recebeu o nome de Manioca,
que quer dizer: casa ou transfor-
mação de Mani. Assim, o povo
Ipurinã conheceu e aprendeu a
usar a mandioca.
(48)
- Papai, como é que eu nasci?
- Foi a cegonha que te trouxe.
- E você, papai, como é que
nasceu?
- Minhae me trouxe de
Paris.
- E o vovô, como é que nasceu:
- O vovô foi achado numa
horta de repolho.
- Quer dizer, papai, que nesta
família, há três gerações,o há
um parto normal?
Que o tempo de gestação...
do tatu-bola é de 120 dias?
do elefante é de 20 a 22
meses?
do tamanduá-bandeira é de
190 dias?
do gato é de 60 dias?
doo é de 60 dias?
da baleia azul é de 11 meses?
do porco é de 112 dias?
do canguru é 30 a 40 dias?
do morcego é de 2 a 7 meses?
do coelho é de um mês?
da raposa é de 60 dias?
N
ós biólogos somos se-
res que nos encantamos
com a vida, com uma
curiosidade sem fim. Assim, pen-
samos: como é a vida em meu
corpo? Vejo meu corpo e descu-
bro muitas de suas mudanças e
transformações a olho nu.
E como é a vida no mundo
dos pequenos? Pequeno... como
uma formiga. Divido um metro
em mil pedaços para entrar nas
medidas do corpo de uma for-
miga: os milímetros: Com uma
lupa, lente que aumenta muitas
vezes as possibilidades da visão,
eu reviro a realidade do mundo
das formigas e de suas compa-
nheiras de tamanho: vermes,
aranhas, joaninhas, caramujos.
E há vida ainda menor? Di-
vido o tamanho milimétrico da
Cientistas reconhecem nos
alimentos naturais propriedades
para curar e prevenir doenças.
Quando fizer feira, lembre-se de
como eles podem ajudar!
Alho - Amigo do coração
poae também, de acordo com
pesquisas, ajudar a prevenir tu-
mores malignos. Coma pelo me-
nos um dente de alho por dia
para reduzir a pressão arterial e
a taxa de colesterol ruim (LDL),
e para aumentar os níveis do co-
lesterol bom (HDL).
Maçã - Pesquisas em desen-
volvimento indicam que a maçã
pode ajudar a prevenir tumores
formiga em mil partes e - que
surpresa: existe vida ainda menor!
Estou no mundo dos micrôme-
tros. Exploro esse mundo em um
microscópio (duas lentes combi-
nadas!) e descubro seres unicelu-
lares se relacionando, passeando,
nadando, comendo-se um aos ou-
tros em todos os sentidos!
Depois de ter me enxerido
muito nesse mundinho micro, de
ter encontrado ali seres como as
bactérias, que tambémo célu-
las e se reproduzem, ao lado das
células do meu próprio corpo,
que formam tecidos que crescem
formando órgãos, me envolvo em
mais curiosidades: e se eu pegasse
esse micron, que é um milímetro
dividido por mil e dividisse de
novo por mil? Ainda tem vida ali?
(Continua na página seguinte)
malignos. E, nao e demais repe-
tir, o consumo diário de frutas
variadas auxilia na prevenção de
doenças cardíacas e da vista.
Peixes - Substâncias encon-
tradas nos peixes podem ajudar
a reduzir as dores causadas pela
artrite e a evitar doenças como a
depressão e o mal de Alzheimer.
A sardinha, o bacalhau e o sal-
mão, por exemplo,o ricos em
ômega 3, que previne infartos e
derrames. Para proteger o cora-
ção, devemos ingerir pelo menos
180 gramas de peixes por sema-
na. Mas devem ser cozidos, assa-
dos ou grelhados, eo fritos!
Aí começam os debates que mos-
tram as dúvidas e certezas dos espe-
cialistas. Os biólogos dizem: "nesse
mundoo pequeno podemos encontrar
apenas componentes da vida, pois a unidade
da vida é a célula! Para ter vida organizada
tem que ter célula!"
Então esse mundo, mil vezes menor que
o microscópico, mostra de que é feita a vida,
de queo feitas as células, e mesmo todos
os materiaiso vivos!
Mas temos surpresas quando encontra-
mos nossos colegas físicos e químicos inves-
tigando ao nosso lado os fenômenos do infi-
nitamente pequeno - o mundo nanoscópico.
Os físicos medem as atrações eletromagné-
ticas entre as partes e tentam deduzir as for-
mas que as lenteso conseguem ampliar,
pois corposo pequenoso refletem a luz.
Aparelhos especiais emitem raios sobre os
"nano-corpos", batizados de átomos e mo-
léculas. Os efeitos de raios eletromagnéticos
mostram pistas sobre as características das
moléculas possibilitando que sejam imagi-
nados modelos sobre suas formas. Por
meio de estudos complexos descobrimos
queo tridimensionais, que moléculasm
relevos, combinações e, principalmente: mo-
vimentos, muitos movimentos e vibrações!
Essas vibrações geram choques, quebras,
atrações, que geram... transformações!
Outra surpresa importante para os biólo-
gos: encontramos no mundo nanoscópico as
maiores moléculas que existem, as biomolécu-
las, ou moléculas da VIDA! As biomoléculas
o formadas por longas cadeias de carbono,
com algumas poucas variações de elementos
anexados, como metais e gases queo se
acoplando às cadeias. Começamos então a dar
nomes às moléculas, dependendo de como se
combinam, ou que elementos carregam. As-
sim, chamamos um grupo de moléculas enor-
mes de proteínas - carregam sempre átomos
de nitrogênio ligados à cadeia carbônica em
a propriedade de montar estruturas, como os
músculos, como a carapaça dos caranguejos,
mas também algumas sementes de plantas sa-
borosas e energéticas como as castanhas.
finidos como "um DNA envelopado" por
camadas de proteínas.oo células, logo,
oo vivos.
Outras grandes moléculas se
chamam enzimas - podem ser
encontradas nas frutas e
desencadeiam rea-
ções, como na
digestão
de ali-
mentos. En-
contramos tam-
m a hemoglobina,
que é uma molécula que
faz o vermelho de nosso san-
gue, contendo um átomo de ferro
em seu centro. Essa molécula exerce
uma atração irresistível sobre o gas oxigê-
nio capturando-o, passando então a distri-
buí-lo por todo o nosso corpo, permitindo
a respiração e as transformações de energia
para tudo que fazemos. Nesse mundo en-
contramos também os vírus, queo de-
Cada célu- la vai ativando
uma parte de seu DNA, segundo sua função
específica, mas mantendo o mesmo código,
que funciona como marca registrada de cada
ser vivo e de cada espécie. Daí vem a impor-
tância desse código, lido a cada geração que se
renova. É uma leitura interessante pois se faz
por meio da gestação de novos seres e também
com a renovação de cada uma de nossas célu-
las. A continuidade de nossos corpos e de cada
espécie, bem como suas modificações, está
relacionada a essa receita molecular. Esse é um
assunto para muitas páginas de muita ciência.
Espero que você tenha encontrado aqui uma
porta de entrada para o mundo nanoscópico,
maravilhoso e cheio de possibilidades!
U
ma mulher, da porta de onde
saiu o homem, anuncia-lhe o
que se verá
Compadre José, compadre,
que na relva estais deitado:
conversais eo sabeis
que vosso filho é chegado?
Estais aí conversando
em vossa prosa entretida:
o sabeis que vosso filho
saltou para dentro da vida?
Saltou para dentro da vida
ao dar seu primeiro grito;
e estais aí conversando;
pois sabeis que ele é nascido.
A
parecem e se aproximam da
casa do homem, vizinhos,
amigos, duas ciganas, etc.
- Todo ou e a terra
lhe cantam louvor.
Foi por ele que a maré
esta noiteo baixou.
- Foi por ele que a maré
fez parar o seu motor:
a lama ficou coberta
e o mau-cheiroo voou.
- E a alfazema do sargaço,
ácida, desinfetante,
veio varrer nossas ruas
enviada do mar distante.
- E a língua seca de esponja
que tem o vento terral
veio enxugar a umidade
do encharcado lamaçal.
- Todou e a terra
lhe cantam louvor
e cada casa se torna
num mocambo sedutor.
- Cada casebre se torna
no mocambo modelar
que tanto celebram os
sociólogos do lugar.
- E a banda de maruins
que toda noite se ouvia
por causa dele, esta noite,
creio queo irradia.
- E este rio de água cega,
ou baça de comer terra,
que jamais espelha o céu,
hoje enfeitou-se de estrelas.
(...)
Eo há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.
(50)
João Cabral de Melo Neto
T
oda mulher que está levando adiante uma
gestação deseja vivê-la com saúde e tran-
qüilidade, e ter um parto feliz, recebendo
um bebê saudável. Para isso, alguns cuidadoso
fundamentais. O primeiro deles é fazer um acom-
panhamento pré-natal com o médico ou enfermei-
ro obstétrico, seja no serviço público ou particular.
Ondeo houver esses profissionais, deve-se pro-
curar um agente de saúde. No pré-natal, a gestante
e seu bebêo periodicamente avaliados, por meio
de exames clínicos e de laboratório.
Durante a gestação as emoções ficam à flor da
pele, e é normal que a mulher tenha momentos de
rejeição da gravidez e nervosismo. Durante esse pe-
ríodo, a vida continua, com todos os problemas e
as alegrias do cotidiano - na família, no trabalho,
etc. A gestanteo deve ter medo de chorar e ex-
pressar suas emoções. O choro muitas vezes relaxa,
e o relaxamento melhora a circulação sanguínea, o
que é bom para ae e o bebê. Se as coisas es-
Para proteger a si e a seu bebê, a gestante deve cultivar hábitos como:
Uma boa alimentação. A gestante aproveita mais os nutrientes dos alimentos do que a mulhero grávi-
da, portanto elao precisa comer por dois. Ela deve evitar comer muita massa, gorduras, frituras, refrige-
rantes e enlatados, dando preferência a verduras, legumes, frutas, carne branca.
o fumar, beber álcool ou fazer uso de drogas. Seo consegue eliminar de todo algum desses hábitos,
diminua-o o mais que puder.
o tomar remédio sem o consentimento do médico.
o fazer esforço muito grande, seja em trabalhos ou em esportes.
Procurar dormir bem.
Se a gravidez está normal, a gestante pode ter vida sexual, com penetração pênis/vagina e com orgasmo.
Vitória Pamplona
Estou preso para prender
A quem me vier pegar;
Sou torto por natureza,
o me posso endireitar
o difíceis, o ideal é procurar ajuda em alguém em
quem confie: um familiar, amigo, grupo religioso ou
grupo de gestantes, onde, com a coordenação de um
profissional, se discutem os sentimentos, sensações
e emoções que, em geral,o compartilhados por
outras mulheres na mesma situação.
Outro ponto importante é cuidar dos seus direi-
tos de cidadã, queo garantidos em nossa socieda-
de porque esta tem interesse em que todos os seus
cidadãos nasçam saudáveis. Há leis que permitem
que a mulher grávida mude de posto de trabalho se
o trabalho é insalubre; leis que lhe reservam lugares
especiais nas conduções e atendimento prioritário
em filas, além daquelas que asseguram seu direito
de amamentar. Assim, informe-se de seus direitos
eo vacile em exercê-los.
Fazendo seu pré-natal, vivendo hábitos sau-
dáveis, partilhando sua emoções e exercendo seus
direitos a mulher terá uma gravidez e um parto fe-
lizes e um bebê saudável.
Quanto vale a vida de qualquer um de nós?
Quanto vale a vida em qualquer situação?
Quanto vale a vida perdida sem razão?
Num beco sem saída, quanto vale a vida?
o segredos que a genteo conta
Contas que a genteo faz
Quem souber quanto vale, fale em alto e
bom som
(...)
Quanto vale a vida na última cena
Quando todo mundo pode ser herói?
Quanto vale a vida quando vale a pena?
Quanto vale quando dói?
o coisas que o dinheiroo compra.
Perguntas que a genteo faz:
Quanto vale a vida?
da criação dos
filhos.
(52)
primeiras funções
até cinco dias, para com-
partilhar com a mulher as
Constituição Federal de 1988, li-
cenciar-se do trabalho por
é um direito assegurado ao pai, pela
que reconhece a concepção e os cuida-
dos da prole como questões do casal,
F,m nossa sociedade atual, entretanto,
A
palavra couvade vem do verbo fran-
s couver, que faz referência a co-
vada, choco, e significa o resguardo
feito pelo pai antes, durante ou depois do
parto da mulher, em prol do bem-estar do
recém-nascido.
Trata-se de um costume espalha-
do, em suas diferentes formas, por
muitas partes do mundo: na América
Central, na África, na Ásia, no Bra-
sil. Aqui, entre alguns grupos indí-
genas, ele parece ter sido associa-
do a uma antiga crença de que os
filhos descendiam exclusivamente
do homem, sendo a mulher vista, então, como
mera receptora da "semente" masculina.
O
s mistérios, ou deixam as pesso-
as paralisadas de admiração, ou
mobilizam a sua vontade de des-
vendá-los. E, para os humanos, nada há de
mais encantador ou desafiante do que os
mistérios sobre suas origens e destinos.
Quando os homens tomaram uma cer-
ta distância dos fenômenos naturais que
interferiam nas suas vidas e se colocaram
na perspectiva de conhecê-los, explicá-los,
desvelar seus mecanismos - e, às vezes, até
torná-los previsíveis -, se fizeram a ilusão
de que tudo, tudo tinha as suas leis e que
era possível identificá-las e se apropriar,
por domínio de saber, do comportamento
da natureza. Talvez, quem sabe, até chegar
a comandá-la.
Hoje, a ciência já fez uma longa estrada
nas suas descobertas e presenteou a huma-
nidade com um acervo de informações que
m concorrido muito para o conhecimen-
to sobre si mesma e para facilitar a sua vida
sobre a Terra. É verdade que alguns medos
e ameaças foram afastados, mas, ao mesmo
tempo, outros foram criados. Muitos misté-
rios foram retirados dos seus esconderijos
e deixaram de ser estranhos, outros perma-
necem encobertos e aguçam a nossa curio-
sidade.
Dizem os entendidos que a Terra tem
uma idade aproximada de 4,6 bilhões de
anos e que os primeiros sinais de apareci-
mento da vida no nosso planeta datam de
3,8 bilhões de anos atrás.o há testemu-
nhas disso, mas, num momento qualquer,
muito, muito distante,o sabemos se era
noite ou dia, a vida começou a se mover.
As moléculas, porções ínfimas de substân-
cias com características próprias, se sen-
tiram muito sozinhas e deram início a um
movimento de desdobramento. Milhões de
anos depois, como se fossem inteligentes,
pensaram em providenciar uma certa forma
de morar, de se confinar numa existência in-
dependente e criaram uma membrana e uma
proteção de argila. Estava inaugurada a con-
vivência em células.
Daí por diante, as coisaso ficando
cada vez mais complexas. O surgimento
das enzimas e das proteínas vai dar suporte
aos reagrupamentos, reações, combinações,
conexões, até atingir a estruturação do-
digo genético (DNA), onde estão guarda-
das as memórias de todos esses percursos.
Mas tudo isso se passa muito lentamente.
Entre uma etapa e outra dessas passagens,
os caminhos dos encontros, desencontros
e acomodaçõeso longos. Basta dizer que
a passagem das bactérias, organismos uni-
celulares, às células com núcleos, que inau-
guram uma certa ordenação de funções,
demorou muito. Isso ocorreu, aproxi-
madamente, 2,7 bilhões de anos. E a repro-
dução sexuada, que é mais recente, deve ter
aparecido em torno de uns 900 milhões de
anos atrás. (Continua na página 58)
existiam somente ou
e a água que o envolvia,
e eles eram separados ape-
nas por uma pequena casca.
Essa casca recobria ou e
servia de assoalho a seus habi-
tantes, que tinham uma vida plena
e farta, pois ali havia de tudo para
todos. Mas, fora da casca do céu, exis-
tiam coisas ruins, seres atrozes e espíri-
tos maléficos.
A boa humanidade era protegida por
Akuanduba e seguia dedicando-se às coisas
básicas da vida: acordar, comer, beber, na-
morar, dormir. Se alguém cometesse algum
excesso, contrariando as normas, Akuanduba
fazia soar uma flauta, chamando a atenção de
todos para que se comportassem conforme a
boa ordem.
Houve um dia, no entanto, que ocorreu
uma grande briga da qual muita gente par-
ticipou. A flauta de Akuanduba soou, mas a
multidão teimosao quis parar de brigar.
Nessa confusão, a casca dou se rompeu,
lançando tudo e todos para longe, para den-
tro da água.
Com a queda, todos perderam e todos
Q
uando essa
vida ainda
o havia
começado,
os velhos e crian-
ças morreram, res-
v
tando apenas uns
poucos homens e
mulheres. Dos sobre-
viventes, alguns foram
levados de volta aou
por pássaros amazôni-
cos, e lá se transformaram
em estrelas. Os que ficaram
foram abandonados pelos
pássaros nos pedaços da casca
dou que caíram sobre as águas.
Assim, surgiram os Arara, que, para
se manter afastados das aguas, es-
colheram ocupar o interior da floresta.
Assim, aqueles que antes viviam como
estrelas tiveram que passar a viver como
gente, tendo que perseguir o alimento de
cada dia em meio aos perigos que exis-
tem sobre o chão.
Até hoje, os índios Arara, habitantes
do vale dos rios Iriri-Xingu, localizado
no Estado do Pará, assobiam chaman-
do as araras quando as vêem voando em
bandos por sobre a floresta. Quando
pousam no alto das árvores, as araras,
por sua vez, observam os índios e, ao no-
tarem o quanto eles cresceram, desistem
de levá-los de volta ao céu. Aqui já foram
deixados outras vezes e aqui deverão per-
manecer.
(53)
Foram os escravos trazidos de
Angola que nos ensinaram a fazer
cafuné, esse gesto de carinho que
se tornouo comum no Brasil.
De acordo com Câmara Cascudo,
um grande estudioso dos costu-
mes populares, o cafuné se carac-
teriza por estalos queo dados
com as unhas e as pontas dos
dedos, como quem finge catar e
matar piolho, na cabeça de quem
é acariciado. O gesto repetitivo,
segundo ele, é um convite à pre-
guiça e ao sono!
(19)
É um banho com ervas va-
riadas, que deve ser tomado no
dia de Ano Novo, sábado de
Aleluia, noite deo João ou
Natal para trazer a felicidade.
Sua receita geralmente tem sete
ervas: arruda, alecrim (ilustrado
acima), manjericão, malva-rosa,
malva-branca, manjerona e vas-
sourinha. Há quem use também
o hortelã, o capim-santo e a ras-
pa de raiz de jurema.
A
ssim como a criação, o fim do mundo
também foi sempre uma questão impor-
tante para a humanidade. Em diferentes
eras, astrólogos, religiosos
grentas no céu, o bispo de Viena achou que um
grande desastre estava próximo.
1572: Um eclipse solar em Londres causou-
nico geral entre as pessoas, que acreditavam ser
cheeado o fim.
1648: O rabi Sabbati Zevi, de
Smyrna, interpreta a ca-
bala e anuncia a chegada
do Messias, convencendo
muitos seguidores. Como
nada acontece, ele prevê
uma nova data para o fim: 1666.
Cidadãos abandonam o
trabalho e preparam-se
para o regresso a Jeru-
salém.
1704: Sem autorização
do Vaticano, o Cardeal Ni-
cholas de Cusa anuncia o fim
do mundo.
1757: Dizendo-se alertado por um
anjo, Emanuel Swedenborg marca o
fim para esse ano.
1874: Charles Taze Russe, testemunha
de Jeová, declara o fim.
1999: Segundo profecia de Nostradamus, o
mundo acabaria em julho. Para Criswell, a data
do fim seria 18 de agosto, quando um arco-íris
negro retiraria oxigênio da Terra, que ficaria fora
de órbita e seguiria em direção ao Sol.
(54)
e cientistas anun-
ciaram que a Terra
estava prestes a aca-
bar. Selecionamos al-
gumas dessas previsões
que, como se, felizmenteo
se concretizaram...
999: Acreditava-se que o
mundo acabaria mil anos
após o nascimento de Cris-
to. O fimo chegou, mas,
de todo modo, o Papa Sil-
vestre II e o imperador da
Germânia, Otão III, suspen-
deram suas disputas políticas.
1033: Afinal,o se deveria con-
tar a partir do nascimento, mas sim
da morte de Cristo...
1186: O astrólogo João de Toledo
anuncia o fim do mundo para se-
tembro daquele ano, quando todos
os planetas estivessem em conjun-
ção no signo de Libra.
1524: O fim viria pela cidade de Lon-
dres, com um dilúvio. Vinte mil pessoas
deixaram suas casas e foi erguida uma fortaleza
com estoque de água e comida para dois meses.
1532: Fiando-se em testemunhas que disseram
ver um cometa, três sóis, um castelo e cruzes san-
Nome popular: Lobo-guará
Outros nomes: lobo-de-crina,
lobo-vermelho, aguará, aguara-
çu, jaguaperi
Características: chega a pesar
23kg. De hábitos noturnos, é
solitário. Alimenta-se de ro-
edores, aves, répteis, peixes,
insetos, moluscos e frutas.
Habita principalmente os cer-
rados.
Nome popular: Arara-azul
Características: as araras pos-
suem bico forte, língua carno-
sa e cauda longa em forma de
espada. O bico forte permite
que elas escavem o tronco das
árvores para comer larvas de
insetos. Fazem ninhos no oco
de árvores como palmeiras e
com seis meses de idade jáo
bichos adultos.
Nome popular: Peixe-boi
Outros nomes: manati, guara-
guá e, no caso da espécie mari-
nha, vaca-marinha.
Características: possuem cor-
pos robustos, chegando a pe-
sar 700kg e medir até 4,5m, e
cauda achatada e disposta de
forma horizontal. Dentadura
reduzida a molares, que se re-
generam.
Nome popular: Tartaruga
marinha
Outros nomes: tartaruga-de-
couro; tartaruga-coriácea ou
tartaruga-alaúde
Características:o carnívoras,
atingem até 2 m de comprimen-
to e 600 kg. Possuem bico com
dentes serrilhados, escamas sobre
a cabeça e uma derme grossa e
oleosa que suporta águas frias.
Para evitar que as
batatas descascadas es-
cureçam, deixe-as de
molho em água fria com
um pouco de sal.
No século passado, um turista americano fez uma visita ao respeitado rabino polonês Ho-
fetz Chaim.
Ele ficou atônito ao ver que a casa do rabino era somente um quarto simples cheio de livros,
com uma mesa e um banco.
"Rabino", perguntou o turista, "onde está sua mobília?"
"Onde está a sua?" replicou Hofetz Chaim.
"A minha?", perguntou, confuso, o americano. "Mas eu só estou de passagem."
"Eu também", respondeu o rabino, "eu também."
(56)
D
esenvolvimento auto-susten-
tável é uma noção bastante
atual que circula tanto entre
intelectuais quanto entre populações
tradicionais, em todas as regiões do
Brasil. Em seu sentido mais imedia-
to, diz respeito à utilização racional
eo predatória dos recursos natu-
rais disponíveis - nos rios, lagos, nas
florestas, por exemplo - para fins de
subsistência e sustentação econômica
de diferentes grupos humanos, numa
relação idealmente equilibrada.
Na prática, porém,oo peque-
nas as dificuldades de aliar exploração
e preservação da natureza em atividades
produtivas, e muitas comunidades no
país, situadas em áreas cobiçadas por
empresários e governos,m lutando
contra interesses poderosos para criar
seus próprios caminhos de desenvol-
vimento, sem prejudicar nem abando-
nar seu ambiente natural.
Na margem esquerda do Rio
Arapiuns, em Santarém, a comuni-
dade de Vila Coroca tem cerca de
95 moradores, distribuídos em 17
famílias. Muitos deles estão envolvi-
dos, há alguns anos, em projetos que
aliam geração de renda e preservação
dos recursos hídricos e florestais da
região.
Agora, um dos focos da ação comu-
nitária dirige-se para a mata ciliar e os
habitantes do lago natural da Coroca: o
replantio de espécies frutíferas no seu
entorno contribuio só para a alimen-
tação dos cerca de três mil peixes - tam-
baqui, tucunaré, apura, pacu, carapicu,
traíra, entre outros - e tartarugas que aí
o criados de forma semi-intensiva, para
comercialização e também para a nutri-
ção dos moradores.
Além disso, suas floradas atraem in-
setos polinizadores que, por sua vez, aju-
dam a multiplicar as árvores na região.
Nesse papel, destacam-se as abelhas na-
tivas sem ferrão, que produzem um tipo
de mel com alto teor antibiótico, próprio
para usos medicinais. Na floresta, tam-
m se criam abelhas apis, em caixas
especiais onde se alimentam artificial-
mente, se reproduzem e produzem mel,
sem a devastação usualmente provocada
pela coleta feita com a derrubada das
árvores que abrigam as colmeias.
Embora ainda enfrentem carências,
os moradores de Vila Coroca já se or-
gulham de algumas conquistas: as crian-
ças adoecem com menor freqüência, os
adultos participam de intercâmbios, fei-
ras, eventos, e todos se sentem estimula-
dos a preservar os recursos naturais que
fazem parte de seu patrimônio.
Informações cedidas por: Manoel Jorge dos
Santos, Márcio Alves de Sousa (biólogos,
técnicos dos projetos de desenvolvimento sus-
tentável em Vila Coroca), Neida Pereira
Rego (líder comunitária).
Desenvolvimento
auto-sustentável é uma
noção bastante atual que
circula tanto entre
intelectuais quanto entre
populações tradicionais
A
casca do cupuaçu está equipamento, chamado de gasei-
sendo usada em uma ficador, com pouco oxigênio.
pequena comunidade A combustão incompleta pro-
amazônica no município de duz ums com poder calorífico
Manacapuru, a 90 quilômetros comparado a cerca de 25% dos
de Manaus, como biomassa natural, que é adicionado a um
para gerar 20 quilowatts (kw) de motor a diesel. "Os reduz em
energia elétrica, suficientes para até 80% o consumo de diesel",
garantir o funcionamento de2 a pesquisadora Sandra Apo-
uma agroindústria de extração linário, do Centro Nacional de
e venda da polpa do fruto, hoje Referência em Biomassa da Uni-
vendida in natura. A produção da versidade deo Paulo. O projeto
energia elétrica ocorre quando a é da Financiadora de Estudos e
casca é queimada dentro de um Projetos (Finep).
(56)
O ricaço, nas últimas, escreve
o testamento às pressas, esque-
cendo a pontuação: "deixo meus
bens à minha irmão ao meu
sobrinho jamais será paga a conta
do alfaiate nada dou aos pobres"
O sobrinho pontuou: "Deixo
meus bens à minha irmã? Não.
Ao meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada
dou aos pobres."
A irmã pontuou: "Deixo meus
bens à minha irmã.o ao meu
sobrinho. Jamais será paga a conta
do alfaiate. Nada dou aos pobres."
O alfaiate: "Deixo meus bens
à minha irmã? Não. Ao meu sobri-
nho? Jamais. Será paga a conta do
alfaiate. Nada dou aos pobres."
Chega um descamisado: "Dei-
xo meus bens à minha irmã? Não.
Ao meu sobrinho? Jamais. Será
paga a conta do alfaiate? Nada.
Dou aos pobres."
O CUPUAÇU É NOSSO
Embora seja-
pico da Amazonia,
onde povos nativos
o usam há séculos
para finalidades ali-
mentícias e curativas,
o cupuaçu, que é da
mesma família do ca-
cau, tornou-se moti-
vo de uma disputa
internacional que se
arrastou de fins da década de 90 até
meados de 2005. Alegando serem
inventoras de chocolates e outros
produtos à base da polpa ou das
sementes dessa fruta, empresas do
Japão, dos Estados Unidos e da
União Européia registraram mar-
cas e patentes, buscando exclusivi-
dade para explorá-la
comercialmente em
todo o mundo. Gra-
ças à mobilização de
organizações não-
governamentais e
populações tradicio-
nais da Amazônia,
que promoveram a
campanha O Cupu-
u é Nosso, o Brasil
reconquistou recentemente o di-
reito de comercializar produtos da
fruta no mercado externo. Agora,
luta parao ser apenas um gran-
de exportador de matéria-prima
para a indústria alheia, tentando
desenvolver formas de beneficiar
óleos, doces, geléias, bombons.
(57)
O
s organismos pluricelulares como as
plantas, os animais (nós inclusive) e os
cogumelos (queo uma espécie inter-
mediária)o devem ter mais de 800 milhões de
anos. O misterioso é que esse movimento de re-
MISTÉRIOS APAIXONAMOS...
2
a
PARTE (CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 52)
produção e seleção dos
organismoso conduz,
pelas suas articulações, a
uma uniformidade. Ao
contrário, instaura-se
uma dinâmica de diversi-
ficação e de diferenciação
tal que deixa a impres-
o de que no ser vivo
está inscrita a disposição
para o enfrentamento de
um mundo imprevisível,
sempre surpreendente.
E assim, para dar vazão
a esse impulso, a vida
imprime a permanente
necessidade de abertura
de novas possibilidades e
oportunidades.
A vida vai se espa-
lhando em infinitas ex-
pressões, de menor ou
maior complexidade, de
afinidades diversificadas,
ora com o sol, as estre-
las e as luas, ora com as
profundezas das águas ou dos sub-solos áridos ou
úmidos. Mas, para nós, uma passagem de signifi-
cação maravilhosa é a da constituição de colônias
animais, a existência de indivíduos sociais. É pos-
sível reconhecer nessa passagem que, ao mesmo
tempo, o ser vivo tem um caráter de totalidade
para operar, mas sua existência plena carece de
uma complementaridade social. Ele é, maso
consegue ser sozinho.
Dai ate a criação da lin-
guagem como mediação ne-
cessária à convivênciao
deve ter demorado muito
porque esse impulso da co-
municação com os outros
ao seu redor e, de alguma
forma, a vontade imperiosa
de registrar os acontecimen-
tos devem ter instigado essa
criatividade irrefreável. A
interdependência e o jogo
de complementaridade que
se estabelecem entre as di-
versas esferas da vidam
levado os homens a reco-
nhecer que mesmo os cris-
tais, as pedras, aparentemen-
te inertes,m sua função
nessa conversa interativa.
Às vezes esses confrontos
o conflituosos, predató-
rios, diferentes dos sonhos
de uma harmonia estável e
perene.
Tudo indica que as ma-
nifestações da vidao mesmo assim: ora contun-
dentes e explosivas, ora équilibrantes e serenas, ora
belas e perfumadas. Um pouco comos mesmos.
Misteriosas/
59
'
PONTO
DE VISTA
Um
Ponto
de
vista
é
a
visão
de
um
ponto
entre
uma
Infinidade
de
pontos.
O
Preconceito
É
Simplesmente
Um
Ponto
De
Vista,
E,
Além
Disso,
Errado/
30
'
No nosso planeta, existe muito mais
água do que terra; no entanto, a maior parte
é salgada (vem dos oceanos). Apenas 2,5%
m dos rios e lagos - ou seja, é água doce
- e elesm sido poluídos pelo homem. Al-
gumas dicas para você economizar esse pre-
cioso líquido:
nada de banhos demorados; em cada mi-
nuto a menos você economiza 5 litros de água;
feche a torneira do chuveiro enquanto se
ensaboa e a torneira da pia enquanto escova
os dentes;
jogue todos os restos de comida no lixo
e lembre-se de fechar a torneira enquanto
ensaboa a louça;
use a vassoura para varrer as calçadas,
eo a mangueira de água como vassoura;
com essa simples medida você economiza
muitos litros de água.
A maior parte da energia que consumi-
mos é produzida pelas usinas hidrelétricas,
que funcionam represando a água dos rios.
Você pode economizar energia ao:
apagar as luzes dos ambientes queo
estão sendo usados;
juntar o maior número de peças de rou-
pas e passá-las de uma vez. Cada vez que
é ligado, o ferro elétrico consome de 5% a
7% de energia do total de sua conta;
evitar deixar vídeos, DVDs, aparelhos
de CD e celulares ligados na tomada, mes-
mo quandoo estão em uso, pois causam
um grande desperdício de energia.
A
poluição sonora é considerada uma
das formas mais graves de agressão
ao homem e ao meio ambiente. Se-
gundo a OMS - Organização Mundial da
Saúde, o limite tolerável para o ouvido hu-
mano é de 65 decibéis. Acima desse índice, o
organismo humano fica estressado, aumen-
tando o risco de doenças. Ruídos acima de
85 decibéis aumentam o risco de compro-
metimento auditivo.
Na legislação ambiental, poluição é defi-
nida no art. 3, III, da Lei 6.938/81, como a
degradação da qualidade ambiental resultan-
te de atividades que, direta ou indiretamente,
prejudiquem a saúde, segurança e o bem-es-
tar da população; criem condições adversas
às atividades sociais e econômicas; afetem
as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente; lancem matérias ou energia em
desacordo com os padrões ambientais esta-
belecidos.
Em relação à poluição sonora, o amparo
legal encontra-se na possibilidade de ações
judiciais individuais ou coletivas feitas atra-
s da ação civil pública (Lei 7.347/85), para
garantia do direito ao sossego público, o qual
está resguardado pelo artigo 225 da Consti-
tuição Federal.
(60)
Verdadeira "poção mágica",
energética e desintoxicante, pode
ser feita misturando-se:
1 colher (de sopa) de suco
de limão
1/2 colher (de sopa) de mel
ou rapadura
7 colheres (de sopa) de água
1 colher (de sopa) de água,
em que colocamos uma peque-
na pimenta malagueta amassada.
(Para evitar que fique muito for-
te, colocamos a pimenta em um
copo cheio de água e coámos
logo para tirá-la.)
(49)
(Resposta da página 43)
O pastor leva primei-
ro a ovelha, deixando o
lobo e o feixe de capim,
queo corre o risco de
ser comido. Retornando,
o pastor leva o lobo para
a outra margem e traz a
ovelha consigo. Então,
deixa a ovelha e leva o ca-
pim para a outra margem,
onde já se encontra o
lobo. Finalmente, retorna
e pega a ovelha que tinha
ficado sozinha, levando-a
para a outra margem.
(...) É uma antiga lenda chinesa.
Na hora de ir para o trabalho, um le-
nhador dá falta do machado. Observa
seu vizinho: tem o aspecto típico de
um ladrão de machados, o olhar e os
gestos e o modo de falar de um ladrão
de machados. Mas o lenhador encon-
tra sua ferramenta, que estava caída
por ali. E enquanto torna a observar
seu vizinho, constata queo se pa-
rece nem um pouco com um ladrão
de machados, nem no olhar, nem nos
gestos, nem no modo de falar.
(65)
N
o Brasil, negros, índios, mulheres, pena capital. Com isso, o Brasil já caminha na
jovens, crianças e pobres em geral direção de países como os EUA, onde a popu-
o testemunho de uma violência lação carcerária é a maior do mundo. Segundo
queo é apenas a violência que vemos am- o relatório da organização de direitos humanos
piamente divulgada pelos meios de comuni- Human Rights Watch, a população carcerária
cação, aquela que faz erigir muros e grades em no Brasil aumentou de 114 mil em 1992 para
condomínios ou nos faz defender medidas 300 mil em 2004. Neste contingente, os jovens
punitivas extremadas contra os criminosos. de 18 a 24 anos representam 30%.
Trata-se também de uma violência silencio-
sa, porém perversa, que é cometida histori- A simples identificação de culpados,
camente contra os mais pobres deste país: a emprestando territorialidades diferenciadas
negação dos direitos mais elementares, como às vítimas e aos agressores, revela-se como
saúde, educação, trabalho, segurança. forma escapatória de confirmar a violência.
É preciso reconhecer que estamos diante de
As soluções para o problema da violência
um
problema estrutural e que issoo se
o as mais extremadas eo levam em conta a resolve com medidas que visam a qualquer
carga de violência simbólica em que se baseiam custo garantir a segurança de uma minoria
suas ações. Seo é o extermínio de jovens, é privilegiada em detrimento dos direitos da
o encarceramento em massa daqueles que re- majorja pobre violentada de diferentes for-
presentam um risco para a sociedade. Daí a atu- mas- isso apenas faz crescer a violência.
alidade da polêmica em torno de temas como
diminuição da idade de imputabilidade penal e Alexandre Aguiar
Para os budistas a flor de lótus
simboliza a paz. No entanto,
várias floreso usadas com
esse simbolismo, em especial as brancas,
sendo que as mais populareso o lírio e
a rosa.
Miau, miau
O ratinho estava na toca e do lado de
fora, o gato:
- MIAU, MIAU, MIAU ...
O tempo passava e ele ouvia:
- MIAU, MIAU, MIAU ...
Depois de várias horas e já com muita
fome o rato ouviu:
-
AU! AU!
AU!
Então deduziu: "Se tem cachorro lá fora,
o gato foi embora". Saiu disparado em bus-
ca de comida. Nem bem saiu da toca, o gato
CRAU!
Inconformado, já na boca do gato per-
guntou:
-, gato! Que sacanagem é essa?????
E o gato respondeu:
- Meu filho, hoje, nesse mundo "globali-
zado", quemo fala, pelo menos, dois idio-
mas... MORRE DE FOME..
T
em estado cada vez mais em evidên-
cia um tipo de violação de direitos de
crianças e adolescentes que é espe-
cialmente difícil de ser detectado. Trata-se da
violência sofrida no espaço que deveria ser o
primeiro a protegê-los: sua casa.
Conhecida como violência doméstica,
pode assumir várias formas: abuso físico, abu-
so psicológico, abuso sexual ou negligência.
Qualquer que seja, essa
violência deixa profun-
das marcas na vida dessas
crianças e adolescentes,
podendo ter conseqüên-
cias as mais diversas, quer
imediatas, quer de longo
prazo.
Dadas a freqüência e
a proximidade do contato
de crianças e adolescentes
com suas/seus professo-
ras/es, acreditamos que
estas/es profissionais
podem e devem exercer papel de destaque na
prevenção, detecção e encaminhamento de
casos desta natureza. Desta forma, é impor-
tante estarmos atentos para alguns indícios
significativos no comportamento de crianças
e adolescentes ou em outros sinais aparentes
que podem sugerir que os mesmos estejam
submetidos a algum tipo de violência domés-
tica. Entre os indícios mais recorrentes cha-
mamos a atenção para:
É importante ressaltar
|ue essas sinalizaçõeso devem ser utiliza-
las para rotular ninguém e sim para proteção
la criança e do adolescente, podendo estar
iresentes em diversas outras situações de es-
resse que nadam a ver com esse campo da
iolência. O diagnóstico preciso de violência
ó poderá ser feito por profissionais devida-
mente qualificados para tal.
Antonio Carlos de Oliveira
alto índice de falta às aulas;
atraso/déficit no crescimento;
aparência descuidada (corpo e roupas sem-
pre sujos);
doença freqüente e repetida;
tristeza e retraimento freqüentes;
desconforto ao con-
tato físico;
medo de adultos pró-
ximos;
fugas freqüentes e re-
lutância em voltar para
casa;
traumatismos, ferimen-
tos e cicatrizes;
doenças sexualmente
transmissíveis; dentre
outros.
O remédio do homem é o próprio homem, (provérbio wolof)
Sopa de batata-doce e o mel
o emolientes naturais, que hi-
dratam o aparelho gastrintestinal.
Esta receita é um laxante natural
e eficaz, de gosto suficientemen-
te agradável para ser servido
também como sobremesa! Rende
2 porções.
Ingredientes:
2 batatas-doces de tamanho
médio, descascadas e cortadas
em cubinhos
2 colheres de sopa de mel
N
o enfrentamen-
to da questão da
violência com
crianças e adolescentes
existe uma lei federal
que entrou em vigor, em
1990, para garantir os di-
reitos de todas as crianças
e de todos os adolescen-
tes, independentemente
de origem, etnia, classe
social ou qualquer outra
coisa. Mais conhecido
como ECA, o Estatuto da
Criança e do Adolescente
é o nosso maior aliado.
O ECA fala da obri-
gatoriedade de toda/o
cidadã/o em comuni-
car qualquer suspeita ou
confirmação (artigo 13)
de atos de violência, con-
frontando a lei, e, parti-
cularmente, no que2
respeito a profissionais
de saúde e educação pre-
vendo, até mesmo, puni-
ção para estes em caso de
omissão (artigo 245).
Modo de fazer:
Cubra as batatas com 2 copos
de água e leve à fervura. Reduza
o fogo e deixe cozinhar em fogo
lento por aproximadamente 30
minutos ou até que as batatas fi-
quem macias.o jogue fora o
caldo, que também é bom para
você. Espalhe o mel sobre as ba-
tatas e agite-as até ficarem bem
cobertas. Coloque as batatas e o
caldo em pratos. Coma antes de
dormir durante 1 ou 2 semanas,
para aliviar a constipação.
Precisamos garantir,
como cidadãs/ãos e pro-
fissionais, que a proteção
integral prevista no ECA
saia do papel e se torne
realidade, para que toda
criança e todo adolescente
goze do direito deo ser
maltratada/o, de sentir rai-
va quando isso acontecer,
de viver sem medo, de pe-
dir e receber ajuda, de ser
respeitada/o e de mudar
sua situação.
Todos os casos de-
vem ser comunicados ao
Conselho Tutelar ou, nos
municípios onde ainda
o foi implantado, ao
Juizado da Infância e da
Juventude.
Pergunte, reflita e in-
forme-se para melhor li-
dar com esta questão que
atinge crianças de todas as
classes sociais em todo o
mundo.
Antonio Carlos de Oliveira
ome que se atribuiu a José Di-
trino, nascido em Mirandópolis,
o Paulo, e que ficou conhecido
como o profeta dos viadutos da cidade do
Rio de Janeiro. Aos 20 anos de idade dei-
xou sua terra natal para viver no Estado
do Rio de Janeiro. Dono de uma trans-
portadora, empresário bem-sucedido, le-
vava vida tranqüila ao lado da mulher e
dos cinco filhos até presenciar o incêndio
de um circo, em Niterói (RJ), em 1961. O
sofrimento que viu trouxe-lhe um senti-
do apocalíptico da urgência da prática do
amor para com o próximo e do despren-
dimento dos bens materiais.
(66)
Caminhante,o tuas pegadas
o caminho, e nada mais;
caminhante,o há caminho,
fazemos caminho ao andar.
Ao andar fazemos caminho,
e ao olharmos para trás
vemos a senda que nunca
voltaremos a pisar.
Caminhante,o há caminho
só rastros de espuma no mar.
(67)
Que o zero foi inventado na índia e é a
base de nosso sistema decimal. Na realidade
esse número, que pode significar quantidade
nenhuma, pode nos dar uma lição de prospe-
ridade pela união. Você já pensou que sem ele
teríamos somente números de 1 até 9 em nos-
so sistema? Unindo o zero à direita do núme-
ro 1 temos 10, e ao 9, temos 90. Se unirmos
indefinidamente mais zeros ao 1, temos uma
quantidade indefinidamente maior. Você já
tinha pensado na importância do zero?
Quando uma experiência é registrada e, so-
bretudo, socializada, além da reflexão, cria laços
queo da simples troca à cumplicidade/
23
'
Maria do Socorro Calhau e Maria ui^a Benício
Oh Deus!
Que tens poderes sobre a terra
Deves dar fim a esta guerra
E aos desgostos que ela traz.
Deves encher de flores o caminho,
Mais canto entre os passarinhos, na vida maior prazer.
Assim, a humanidade teria mais sorte, outra vontade de viver
o vá bom Deus achar que a guerra de que estou falando
É onde estão se encontrando tanques, fuzis e canhões.
Refiro-me à grande luta da humanidade,
Que em busca da felicidade combate mais que leões.
Onde a dona divergência, colm seu archote, espalha os raios da morte,
A destruir os casais. E eu, combatente atingido,
sou qual um país vencido queo se organiza mais.
troca é uma atividade que já acontece
há muito tempo. É dona Maria que
.empresta o carrinho deo para o
senhor João que, por sua vez, empresta a en-
xada para uma obra de dona Maria e/ou de
outros moradores. E assim por diante.
A Rede de Trocas é um projeto que reúne,
dentro de seus respectivos núcleos de con-
vivência, grupos de pessoas que produzem
e consomem. Por vezes, criam uma moeda
com identidade local; por outras, constroem
um mecanismo de controle dos saldos de
cada participante. Mas, de um modo geral,
cada membroo deve consumir mais do
que leva para as feiras. Tambémo pode
oferecer mais do que retira do grupo.
A riqueza do projeto de Trocas Solidárias
é o resgate da ética, da nossa cultura local,
da dignidade, da cidadania e o surgimento
de novas relações e articulações que poderão
desembocar em novas possibilidades de de-
senvolvimento local.
O
uso do computador como forma de comuni-
cação fez surgir novos tipos de delito. Como é
quase impossível garantir que um sistema de
computador seja 100% seguro, alguns usuários com co-
nhecimentos avançados procuram tirar vantagem dos
sistemas, seja para acessar, apagar e alterar informações
reservadas, ou até mesmo para deixar esses sistemas
inoperantes, causando em geral grandes prejuízos. Essas
pessoas, em geral,o chamadas de hackers eo grandes
dores de cabeça aos responsáveis pelos computadores
das instituições, pois muitas vezes é difícil identificar em
tempo hábil a origem desses ataques. Em muitos países
a situação é ainda pior, pois algunso prevêem em sua
legislação punição para crimes por computador. Mas
nem por isso a internet deixa de se desenvolver e hoje
milhões de pessoas no mundo todom na rede mun-
dial uma fonte inesgotável de facilidades, informação e
entretenimento, seja por meio de seus computadores
pessoais, ou, acredite, até mesmo de seus minúsculos
aparelhos de telefone celular!
O Boitatá é um antigo mito brasileiro, já referido por José de Anchieta
em 1560. Boitatá em tupi significa "cobra de fogo", o que é bastan-
te apropriado, pois ele sempre aparece assumindo a forma de uma
cobra ou de um boi muito grande, com olhos enormes e brilhantes,
parecendo faróis. Ele é protetor dos campos e sempre castiga quem
destrói as campinas, matando-os com seu fogo ou simplesmente de
susto, com sua luz intensa.
(68)
Qualquer palavra, como VIDA ber entre outros, uma idéia entre
ou PAZ, por exemplo, que queira muitas, um preceito de vida, atra-
dizer ou fundar alguma realidades da trilha das diferenças, das
entre os seres humanos, deve an- divergências, algumas vezes. Mas
tes haver sido colocada no círculo, sempre pela possibilidade da troca
Deve haver circulado à volta do e do confronto livre de sentidos,
fogo e dialogada. Deve ter sido de saberes, de sensibilidades e de
fruto de longas horas nem sem- significados, que tornem possível
pre fáceis de trocas de sentidos e a criação solidária de algum con-
de enfrentamentos entre valores, senso, mesmo quando pequeno e
Deve ter chegado afinal à sua uni- provisório/
64
'
dade, como uma palavra, um sa- Carlos Rodrigues Brandão
P
enha anda cismada com aquela nota
de cinqüenta reais bem enroladinha
num canto da bolsa. Dava pra resolver
vários problemas. Há mais de uma semana,
Assis Tenório parou o carro na porta dela,
começou uma conversa comprida, pediu um
café, se abancou no sofá. Penhao enten-
deu aquilo. Ainda nem era o tempo da cam-
panha eleitoral. Assis continuou, com ar de
segredo, dizendo que ela era uma líder na
vila, que precisava de sua ajuda pra fazer me-
lhorias ali. Penha até pensou que o homem
agora se preocupava com pobre. Passou o
café, serviu, e o prefeito falou que o café es-
tava especial, que ia fazer de tudo pra vila e
blá, blá, blá. Meia hora de conversa, até que
ele disse que voltavas que vem, enfiou
uma coisa no bolso do avental dela e foi-se.
Era a nota de cinqüenta.
Boba, Penhao é, de jeito nenhum. En-
tendeu a jogada: Assis ia lhe dar cinqüenta
reais todo mês, até a eleição, assim, escondi-
do, sem pedir recibo. Na certa, perto da vota-
ção ainda ia ter mais vinte reais por voto, dez
pro eleitor e dez pra ela. Pra Penha, isso é um
dinheirão, pra Assis, uma titica. Ele ainda dis-
se que via Cícero, o filho de Penha, sempre
na Prefeitura, ela entendeu logo: uma amea-
ça ao trabalho do rapaz, se elao topasse a
proposta.
Uma coisa Penha sabe: o sujeitoo pres-
ta mesmo. Se vai dar esse dinheiro pra ela, e
muito mais pros outros, mais importantes,
Uma maneira fácil de reaproveitar garra-
fas para organizar o material que fica espa-
lhado pela casa.
Modo de fazer:
Recorte a parte superior de uma garrafa
de pet (aproximadamente 16 cm) e reser-
ve a parte de baixo da garrafa.
» Repita o processo em outra garrafa dei-
xando-a só com uma altura de 8 cm. Essa
será a tampa do porta-treco.
Para montar o porta-treco, é só encaixar
as duas partes recortadas das garrafas.
Você pode também decorar o seu porta-
treco pintando-o com tinta plástica e pas-
sando verniz ou simplesmente colando
pequenos pedaços de outras garrafas pet
coloridas.
"Quando a chuva principia
Se recomeça o trabalho
Quem olhar, vê pelas plantas
Milhões de pingos de orvalho
Como se houvesse um rosário
Pendurado em cada galho..."
(69)
Manoel Filó(sofo)
quanto ele ainda pretende tirar do cofre da
Prefeitura, se for reeleito? Porque coisa limpa
o se faz escondido, cochichando, sem do-
cumento... Depois a gente sofre: o telhado
da escola caindo, professoras desistindo de
ensinar de graça, o posto de saúde sem gaze
nem esparadrapo, os bolsos de Assis Tenório
estourando de dinheiro. Mesmo lembrando
dos tênis furados de Biuzinho ir à escola, do
sonho de Marisete fazer curso de computa-
dor, das contas de luz atrasadas, Penhao
pensa em usar o dinheiro e nem em devol-
ver ao prefeito. Sabe que esse dinheiroo é
dele, é da Prefeitura, mas elao tem como
colocá-lo de volta no cofre público.
Penha tem custado a dormir pensando
no que fazer com a notinha, até que alguém
vem correndo lhe dizer que José Romão
morreu de repente. Pega a bolsa e vai direto
pro velório. Dá pena ver a pobre Dora. A
herança de José Romão é só os seis meninos
pequenos e uma dívida de vinte reais no ar-
mazém. Trabalhava clandestino, nem pensão
de viúva Dora vai ter. Penha tira a notinha de
cinqüenta da bolsa e dá a Dora: "Uma ajuda-
zinha do povo da vila..."
Penha aindao voltou a adormecer com
facilidade. Agora fica pensando no que é que
gente pobre como ela pode fazer pra acabar
com essa sem-vergonhice de Assis Tenório e
a laia dele. "Há de haver um jeito, e eu vou
descobrir qual é. Há de haver um jeito..."
Maria Valéria Resende
Porta-treco
TEM JEITO?
A
questão dos resíduos sólidos, ou seja,
do lixo, é, atualmente, um dos temas
mais importantes para os que se pre-
ocupam com o ambiente, com a construção
de um mundo mais saudável e a vida das fu-
turas gerações.
Produzimos milhões de toneladas de re-
síduos todos os anos. No Brasil, geramos
Quando comprar cenouras, se puder,
compre-as em rama.
Assim vocêo só poderá verificar a
frescura das mesmas, pelo estado da rama,
como ainda poderá usar uma parte dela
para misturar na sopa. Dá um ótimo sabor
e acrescenta cor ao purê.
Devagar, gire o dedo sobre a
pálpebra fechada e recite, como an-
tigamente:
Santa Luzia passou por aqui
Com seu cavalinho comendo capim
Corre, corre cavaleiro
Pela porta deo Pedro
E diz a Santa Luzia
Que me mande o seu lencinho
Para tirar-me esse argueiro(70)
cerca de 150.000 toneladas
de resíduos urbanos todos
os dias. Infelizmente, mais
de 70% destes resíduoso
lançados, sem nenhum tipo
de cuidado, no meio am-
biente, nos chamados "li-
xões", poluindo as águas, o
ar, o solo e prejudicando a
saúde pública.
O poder público precisa, com urgência,
ampliar a coleta dos resíduos domiciliares e
promover a implantação de aterros sanitários.
O aterro sanitário é uma obra de engenharia
que permite que os resíduos sejam coloca-
dos no solo de forma adequada, diminuindo
os prejuízos causados ao meio ambiente e à
saúde. No aterro sanitário, os resíduoso
espalhados e compactados com tratores na
hora em que chegam e recobertos ao final do
dia com terra, evitando mau cheiro, prolife-
ração de ratos, mosquitos e baratas. Os gases
e líquidos que se originam do aterroo tra-
tados, parao poluírem o meio ambiente.
o é permitida a presença de catadores.
Muitos imaginam que a coleta seletiva
de materiais para a reciclagem pode dar
conta de nossos resíduos. Mas, istoo é
verdade. Em nenhum lugar do mundo se
consegue fazer uma coleta seletiva da to-
talidade dos resíduos. Nos
países mais adiantados nes-
te aspecto, o máximo que
se consegue é fazer a coleta
seletiva de 40% dos resíduos
domiciliares. No Brasil, as
cidades com sistemas mais
eficientes de coleta seletiva
o ultrapassam 7%.o,
portanto, como substituir os
aterros sanitários como forma de dispor os
resíduos sólidos.
Enquanto pressionamos os poderes-
blicos para que adotem uma política adequa-
da de construção de aterros sanitários, temos
também que repensar o nosso estilo de vida,
mudando nossos padrões de consumo e, des-
ta forma, reduzindo a produção de resíduos.
Sem estas atitudes, vemos o futuro da huma-
nidade como uma grande interrogação.
João Alberto Ferreira
A
qui no sul de Pernam-
buco, na zona canavieira
por excelência, quando
morre algum morador de enge-
nho, os parentes se dirigem ao
delegado de polícia e pedem li-
cença para rezar num "quarto de
defunto". Com a permissão do
delegado,o então até a "bu-
dega" e compram oito ou dez
garrafas de aguardente ruim e
um ou dois quilos de bolacha po-
pular ou comum. Passam então a
noite toda cantando as ladainhas
e ofícios, tomando aguardente e
comendo bolacha.
Aqui e acolá surge um gaia-
to que torna o "quarto" menos
Quando os portugue-
ses chegaram ao Brasil,
viram os índios brincan-
do com uma trouxinha
de folhas cheia de pedras,
amarradas a uma espi-
ga de milho. Chamavam
o objeto de pe'teka, que
em tupi significa bater. A
brincadeira foi passando
de geração em geração e
tornou-se um esporte.^
Se pegarmos com as mãos um punhado de areia, logo deixaremos
os seus grãos escaparem entre dedos. Imagine que consigamos isolar
um único grão de areia. Ele parece bem pequeno,o é? Será que
conseguimos dividi-lo ainda mais?
A busca pelas menores partes da matéria (chamadas de partículas
elementares) é um assunto que fascina os cientistas desde os primór-
dios do desenvolvimento da ciência. No passado pensava-se que o
átomo era a menor parte da matéria, mas descobriram que ele era
composto por elétrons e um núcleo com protons e neutrons.
Então, seriam os elétrons, protons e neutrons partículas elementares?
Hoje os cientistas aindao conseguiram dividir o elétron, então
este seria uma partícula elementar, mas os protons e neutrons dentro
do núcleo atômicoo compostos de outras partículas ainda menores
chamadas de quarks.
Até quando o quarks será a menor partícula conhecida da matéria?
pesado. Uns e outros começam
a contar anedotas de gente que
já morreu e que na hora de des-
cer para a cova voltou à vida. A
viúva nem tempo tem de chorar.
Servindo a uns e outros, às vezes
se esquece até do finado (...)o
sabemos por que motivo ficou
arraigado no espírito do nosso
povo esse ritual de cantos.o
sabemos a origem. Num "quarto
de defunto", aqueles que sabem
1er, é quem a primazia de tirar
as ladainhas e ofícios.
Uma incelência pra ele
Desce um anjo dou vem lhe vê
Espere aí meu anjo do senhor
Eu vou prou mais você^
A
os 63 anos de idade e vivendo há mais de 20 num lixão, dona
Estamira tornou-se recentemente personagem de filme e livro
no Rio de Janeiro. Bastante carismática e com perfil de lide-
rança, ela tem encontrado na vida comunitária junto a outros idosos
no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho uma saída para a esquizo-
frenia de que sofre há anos. Dona de opiniões fortes e muitas idéias
sobre Deus, política e a sociedade em que vivemos, levantou diante
das cameras questões e valores há muito esquecidos. "A minha mis-
são", diz ela, "além de ser a Estamira, é mostrar a verdade e capturar
a mentira".
072
'
Se queres progredir
o deves
repetir a história,
mas fazer
uma nova história.
Vive dentro de mim
Uma cabocla velha
De mau-olhado,
Acocorada ao pé
Do borralho,
Olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'agua e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de são-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
- Enxerto de terra,
Meio casmurra
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
o desprezada,
o murmurada...
Fingindo alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera
das obscuras!
p3)
E
conhecida a história do doutor Si-
o Bacamarte, o alienista de Ma-
chado de Assis que trancafiou a
população de Itaguaí no manicômio. A
psicóloga Gina Ferreira fez o contrário em
Angra dos Reis e Parati, a poucas horas do
mundo de Bacamarte. Gina trabalhou em
Angra dos Reis em 1993 e em maio de 2000
baixou em Parati. Seu negócio é tirar os do-
entes mentais dos hospícios. Em dois anos,
dando seguimento a um programa existente
em Angra, o número de internações baixou
de 29 para três por ano. Em três meses, re-
duziu as internações de Parati de uma média
anual de 44 para apenas duas. (...)
Gina trabalhou cinco anos com a psiquia-
tra Nise da Silveira e oito meses com Ronald
Vários fatores fazem com que o bei-
ja-flor seja a única ave capaz de voar para
trás. Em primeiro lugar, a articulação de
seus ombros é muito flexível e, portanto,
pode ser movimentada mais livremen-
te do que a de outras aves. A asa, em
contrapartida, é pouco flexível, fazendo
com que o conjunto se comporte como
uma hélice. Essa hélice, aliada a potentes
músculos peitorais, faz com que o bei-
ja-flor seja capaz de se movimentar em
qualquer direção.
(24)
O médico atende um velhinho milionário
que tinha começado a usar um revolucionário
aparelho de audição:
- E, seu Almeida, está gostando do apa-
relho?
- É muito bom.
- Sua família gostou?
- Aindao contei para ninguém, mas já
mudei meu testamento três vezes.
Laing, em Londres. Apoiada pelas prefeituras
e pelas duas comunidades, criou mecanismos
que evitam internações desnecessárias. Foi
procurar os doentes em suas casas. Relacio-
nou-se com eles, levando-os para um progra-
ma de atendimento diário. (...) O trabalho de
Gina já recebeu um prêmio da Associação
Mundial de Reabilitação Psicossocial, ligada
à OMS. Foi considerado o programa mais
original do mundo. Sua singularidade está
na atuação junto aos doentes e suas famílias
(sempre pobres), mostrando-lhes que podem
conviver, exercendo seus direitos e seus de-
veres. Desde o direito à assistência médica e à
cesta básica até o dever da atenção pela saúde
do familiar doente.
p4)
Elio Gaspari
Amou daquela vez como
se fosse a última
Beijou sua mulher como
se fosse a última
E cada filho seu como
se fosse o único
E atravessou a rua com
seu passo tímido
A origem da pomba branca
como símbolo da paz está liga-
da a duas histórias com raízes
religiosas.
Quando João Batista esta-
va batizando Jesus, o Espírito
Santo apareceu na forma de
uma pomba. A outra história
diz que, após o dilúvio, Noé
soltou um corvo e depois uma
pomba. Do corvoo se ouviu
mais falar e a pomba voltou
porqueo encontrou lugar
para pousar. Uma semana de-
pois, a ave foi solta novamente
e voltou com uma folha verde
de oliveira no bico. Isso era si-
nal de que já havia terra firme
em algum lugar.
Como o branco simboli-
za virgindade, paz, harmonia,
uniu-se a pomba à cor branca
e assim surgiu este símbolo da
paz.<
24
>
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo por tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou prá descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um
príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou nou como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote
flácido
E agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o
tráfego
Amou daquela vez como se fosse o único
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo por tijolo num desenho
lógico
Seus olhos embotados de
cimento e tráfego
Sentou prá descansar como se
fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como
se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o
próximo
E tropeçou nou como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote
tímido
E agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o
público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Tijolo por tijolo num desenho mágico
Sentou prá descansar como se fosse um
pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o
sábado
Chico Buarque
T
rabalho é uma palavra que,
para muita gente, traz uma
impressão assim de desgosto,
uma impressão ruim, de castigo, de se
ver obrigado a fazer um esforço que
vai muito além do que permitiria a
vontade própria.
Talvez que pela maldição divina do
livro do Gênesis: "comerás oo com
o suor de teu rosto" (Gênesis 3,19).
Senão, quem sabe, também pelo que
nos dizem os dicionários sobre a pala-
vra trabalho: que deriva de uma outra,
mais antiga, designativa de um instru-
mento de tortura usado com certeza
para extrair confissões e delações de
acusados ou testemunhas de crimes
sobre os quais, por vontade própria,
o se estaria disposto a falar. O nome
desse instrumento, na língua latina
- que dá origem à língua portuguesa
que falamos -, é "tripalium", por se
constituir num arranjo de três paus.
Ou, então, porque o trabalho mais
pesado, ao longo da história humana,
tem sido sempre atribuído a pessoas
queo tidas ou tratadas como in-
feriores: escravos, servos, operários,
imigrantes...
No entanto, com facilidade po-
demos perceber que o trabalho se
constitui como um fundamento na
construção de condições de vida da
humanidade sobre a terra: produzin-
do alimentos; construindo casas; te-
cendo e vestindo os corpos; educan-
do as mentes; governando as cidades;
curando os doentes; extraindo miné-
rios; fundindo o aço; fazendo sapatos;
tirando leite...
Todoss nascemos de um tra-
balho de parto, por vezes doloroso
- também aqui as ressonâncias do
livro do Gênesis -, mas sempre feste-
jado. E esse é o resultado do processo
iniciado nove (ou menos) meses an-
tes, pelo trabalho alegre e prazeroso
do casal humano.
De início, o trabalho da criança é
aquele de brincar. As crianças brincam
de fazer comida, de massinha ou, até
mesmo, de verdade; fazem pintura,
com pincel; fazem projetos, fazem
pesquisas...
Isto quer dizer que o trabalho,
além de princípio educativo de pri-
meira linha - pois está, em primeira
linha, na origem e construção da hu-
manidade -, significa sobretudo um
rito de iniciação e de passagem. Dei-
xando para trás as brincadeiras muito
sérias do trabalhar, passamos a sério a
trabalhar, assumindo nossa responsa-
bilidade como cidadãos trabalhadores
e, contribuindo com o a reposição so-
cial e com o governo das condições
de vida de todos, garantimos a nossa
própria reposição e nossa autonomia.
Assim, certamente, ainda crianças,
logo percebemos:
que aprender a fazer qualquer
coisa dá um trabalho danado, mesmo
se também é prazeroso: aprender a
matemática, aprender a 1er, a inter-
pretar o que se, a cozinhar, a tocar
violão, a dançar, a jogar,... ;
que dá muito trabalho aprender
um ofício e que este ofício dá mais tra-
balho ainda depois de aprendido,...;
que dá trabalho construir e manter a própria
casa, cuidar do jardim, manter as ruas transitáveis,
limpas, sem buracos,... ;
que dá trabalho recuperar o meio ambiente,
reflorestar as montanhas e encostas, despoluir os
regatos e bacias,...;
que dá muito trabalho cultivar a terra, cuidar
das plantações, dos animais, colher os frutos e fazer
com que cheguem até quem deles precisa,...;
que dá trabalho gerar e parir as crianças, ama-
mentá-las, cuidar delas, educá-las, alimentá-las, dar
carinho, brincar com elas,...;
que dá trabalho cuidar dos doentes, dos aci-
dentados, dos portadores de algum comprometi-
mento, acompanhar os idosos,...;
que esta vida é toda feita de trabalhos que
recomeçam sempre, a cada dia,...;
que até mesmo o sol que 'nasce' a cada dia é,
também ele, um 'sol em trabalho'.
No entanto, esteso apenas mais uns poucos
entre tantos outros grandes trabalhos que compõem
esse 'esforço' imenso que chamamos de Universo: um
trabalho de criação incomensurável, que vem se pro-
cessando há algo em torno de 15 bilhões de anos...
E que a vida aqui na Terra, esse nosso pequeno
planeta, essa mesma da qual todos participamos,
também tem trabalhado muito, ao longo dos últi-
mos 2 ou 3 bilhões de anos, até que se chegasse à
criação da humanidade.
o é de nenhum outro modo, senão por esse
trabalho interpenetrado do mundo físico e do mun-
do vivo, ques humanos podemos realizar o nos-
so trabalho, que podemos chamar de cultural.
Por isso, olhando a nossa volta e percebendo o
tanto de trabalho que está aí por se fazer,o pode-
mos entender como tanta gente, especialmente jo-
vens, acabem ficando sem trabalho.o podemos
nem entender nem aceitar que, sobretudo jovens,
porqueom trabalho, acabem amontoados nas
cadeias, desperdiçando as suas vidas, suas esperan-
ças e seus talentos.
o podemos aceitar os argumentos dos que nos
querem convencer de queo há trabalho. Pois, o tra-
balho humano está sempre, todinho por ser feito!
Falta que arregacemos as mangas para criar as
condições nas quais cada um possa encontrar o seu
posto: o seu lugar de contribuição para esse grande
trabalho de todos, que é a história humana.
Um caracol queria transfor-
mar-se em águia. Saiu de sua
concha, tratou de lançar-se ao
ar muitas vezes, e a cada vez
fracassou. Então decidiu voltar
a sua concha. Mas jáo cabia,
pois haviam começado a lhe
crescer asas.'
75
'
(...) é no próprio trabalho
que está a chave para o conheci-
mento. E é pelo trabalho teórico
e prático que o aprendizado se
faz presente.'
23
'
A VIDA LEVADA NA ARTE É
MAIS BONITA DE SER VIVIDA
H
oje,o comuns, em várias cidades
brasileiras, os trabalhos destinados
a criar acesso à arte e à cultura nas
comunidades, favelas e bairros da periferia.
Graças a essas iniciativas, milhares de crian-
ças, jovens e adultos podem ter mais acesso
à informação e à formação profissional em
diversas áreas artísticas como teatro, canto,
dança, cinema etc.
Os do Morro, que desde 1986 vem
atuando na comunidade do Vidigal, no Rio
de Janeiro, é um dos projetos pioneiros
nesse segmento, marcando a sua trajetó-
ria com a idéia de fazer arte com e para a
comunidade. Ao longo dessas duas déca-
das, já passaram pelos cursos e oficinas do
grupo mais de três mil crianças, adolescen-
tes, jovens e adultos. Parte deles, hoje, se
encontra inserida no mercado profissional
do teatro, televisão e cinema e consegue
sobreviver à custa dos trabalhos realizados
nesses veículos, como peças, filmes de lon-
ga e curta metragens, novelas e programas.
Parte deles também já atua como técnicos
em setores como iluminação, produção e
cenografia.
Do objetivo inicial do projeto, que era o
de fazer teatro na comunidade e para a co-
munidade, os do Morro passou, a partir
de 1996, a investir na profissionalização dos
seus integrantes, de forma a torná-los aptos a
enfrentar o mercado profissional audiovisual
e do teatro. Assim, cada integrante que in-
gressa no grupo passa a ter acesso ao mundo
maravilhoso da arte e da cultura e à forma-
ção profissional que o prepare para encarar o
mundo do trabalho, atuando como ator, téc-
nico e, como no caso do cinema, realizador
de filmes e documentários.
Com a implantação de um currículo que
oferece os mais variados tipos de cursos e
oficinas de formação, os do Morro pode
se orgulhar de ser, atualmente, uma das es-
colas de teatro que oferece oportunidades
para que os seus alunos aprendam na teoria
e na prática os segredos da arte que desejam
abraçar. O mesmo ocorre com o núcleo de
cinema: atualmente os do Morro passou
a contar com o projeto Ponto de Cultura do
Mine, curso profissionalizante na área de ci-
nema destinado a atender 50 alunos a cada
semestre, com aulas de direção, fotografia de
cinema, roteiro, história do cinema, edição e
produção. Dessa forma, o grupo prepara seus
integrantes para enfrentaro só o mercado
de trabalho, mas também a vida, já que par-
ticipando do projeto elesm oportunidade
de ampliar os horizontes do conhecimento e
do acesso a informações que lhes servirão ao
longo de toda a vida.
O grupos do Morro contribui para
melhorar a vida dos seus integrantes e in-
veste atualmente no desenvolvimento do
conceito da formação do "Artista", com A
maiúsculo. Diferentemente do ator, forma-
do especificamente para atuar no palco ou
na tela, o "Artista" é aquele ser com idéias
multiplicadoras, capaz de repassar os co-
nhecimentos e as experiências adquiridas
para os mais novos que estão ingressando
no grupo. Esses "Artistas" tornam-se refe-
rênciao apenas entre os integrantes do
grupo, mas também na comunidade, aju-
dando a mostrar, principalmente para os
jovens, que a vida levada na arte é bem mais
bonita de ser vivida.
L#/£ Paulo Corrêa e Castro
Sem música a vida seria um exílio. (Friederich Nietzsche)
Gustavo desenha nove pon-
tos em uma folha de papel e em-
purra-o em direção a Bruno.
- Bruno, meu caro - diz ele
- ligue estes nove pontos com
exatamente quatro linhas sem
levantar o lápis do papel.
Resposta na página 83.
A
internet é uma rede de computa-
dores que se espalha por todos
os continentes do globo terrestre.
Como os computadores em redeo capa-
zes de trocar informações entre si, a inter-
net possibilitou acesso a uma quantidade
de informação nunca antes imaginada pelo
homem, de uma maneira quase instantâ-
nea. Essa rede mundial de computadores
nasceu a partir de um projeto de pesqui-
sa, de caráter militar, que envolvia algumas
universidades e órgãos de defesa dos Esta-
dos Unidos.
A possibilidade de compardlhar ele-
tronicamente as informações despertou o
interesse da comunidade acadêmica e logo
várias outras universidades e instituições
foram se juntando à rede. Mais tarde, com
o aprimoramento das tecnologias de acesso
(como os chamados modems), usuários do-
mésticos, munidos de computadores pesso-
ais simples, puderam acessar também a in-
ternet a partir de seus próprios lares. Assim,
em meados da década de 1990 a internet
já abrangia vários países, tendo se tornado
efetivamente uma nova forma de comuni-
cação, entretenimento e comércio. O novo
mundo virtual criado pela grande rede per-
mitiu a cidadãos comuns fazerem compras,
pagar contas e impostos, receber e enviar
mensagens eletrônicas, tudo isto através dos
principais serviços disponíveis, o e-mail e a
web. O e-mail é uma espécie de correio, si-
milar ao serviço postal, só que funciona por
meio eletrônico; a web é um conjunto de
páginas contendo informações disponibili-
zadas por instituições e pessoas. Através da
web (www, abreviação de world wide web,
ou "teia mundial"), você pode, por exemplo,
acessar páginas de universidades, depois
acessar a página de um jornal e 1er notícias,
1er livros em páginas ("sites") de bibliotecas
e assim por diante, "navegando" a qualquer
hora do dia e da noite, pois a internet está
disponível o tempo todo.
Goza a euforia doo do anjo
perdido em ti
o indagues se nossas estradas,
Tempo e vento, desabam no
abismo.
Que sabes tu do fim?
Se temes que teu mistério seja
uma noite
Enche-o de estrelas.
Conserva a ilusão de que teuo
Te leva sempre para o mais alto,
No deslumbramento da ascensão.
Se pressentires que amanhã estarás
mudo
Esgota, como um pássaro,
As canções que tens na garganta.
Canta, canta para conservar
A ilusão de festa e de vitória.
Talvez as canções adormeçam as
feras
Que esperam devorar o pássaro.
Desde que nascestes
o és mais que umo no tempo
Rumo ao céu?
Que importa a rota?
Voa e canta
Enquanto resistirem as asas.
É construída,o nasce do nada, da inércia;
É produzida, fruto de ação objetiva e intencional;
É alimento, recurso para o crescimento, repro-
dução e nova produção;
É social, fruto de ação responsável, individual e
de acúmulo coletivo e histórico;
É cultural, fruto de educação, ação coletiva e social;
É conceito, concebida e construída;
É dialógica, múltipla e diferenciada, construída
por diferenças.
(30)
Se seu cabelo é ole-
oso, procure usar água
fria na hora de lavá-lo. É
que a água quente ativa
as glândulas sebáceas,
deixando os fios mais
oleosos ainda.
O
que se passou nesses tem-
poso distantes deixou uma
herança inestimável para
a humanidade. E somos tentados a
olhar para esses acontecimentos com
a curiosidade de quem busca reconhe-
cer uma parcela dos nossos ancestrais
mais longínquos. Que povos eram es-
ses que foram construindo, aos pou-
cos, Al-Andalus?
Os godos
O fim do Império Romano foi
marcado por guerras contra os bár-
baros. Bárbaros, para os romanos,
eram os povos que
eleso chegaram
a dominar. Os vân-
dalos, os germanos
e os árabes foram
alguns desses po-
vos. E os godos
faziam parte de uma das tribos dos
povos germânicos.
Em 375, derrotados pelos hunos,
os godos dividiram-se em dois povos:
os ostrogodos, do leste; e os visigo-
dos, do oeste. Os do leste aliaram-se
ao inimigo e fundaram o reino ostro-
godo na Itália, onde viveram até 553.
Os visigodos seguiram outro cami-
nho: em 378, venceram os romanos
na Batalha de Andrinopla; em 410,
saquearam Roma e ocuparam parte
unificou-os e converteu-os ao islamis-
mo. E, entre 636 e 710, unificados e
fortalecidos pela doutrina de seu pro-
feta, ocuparam a Síria, a antiga Pérsia
(o atual Irã), o Egito, a ilha de Chipre
e o antigo Turquestão (hoje ocupado
por Mongólia e China); tomaram par-
te da índia, dominaram a Ásia Menor,
a Armênia e o Marrocos.
Em 711, com cerca de 12.000 ho-
mens, chefiados por Musa e Tarik,
atravessaram o Estreito de Gibraltar
da França; em 414, ocuparam a Pe-
nínsula Ibérica.
Em 589, Recáredo, seu rei, con-
verteu-se ao catolicismo, unificando
os visigodos, os hispânicos e os ro-
manos que viviam em seu reino. E
assim, como um só povo, permane-
ceram até 711.
A expansão árabe
Até 622, os árabes viviam disper-
sos pela Europa, pela Africa e pela
Ásia. Naquele ano, porém, Maomé,
líder político e religioso muçulmano,
e derrotaram os visigodos na Batalha
de Guadalete, dando início ao domí-
nio árabe na Península Ibérica.
Os judeus
Com o fim do Império Romano,
em 476, os judeus deixaram de viver
como escravos. Mas passaram boa
parte da Idade Média sendo perse-
guidos e expulsos de muitos países
da Europa. Viviam em guetos, e eram
proibidos de se integrar à vida social
dos países por onde passavam.
Após a conquista da Península
Ibérica pelos árabes,
os judeus migraram
para. E, sob o do-
mínio dos califas,
tiveram a oportuni-
dade de praticar livre-
mente sua religião e
suas leis. Passaram a viver
em comunidades ao mesmo tempo
independentes e integradas à socieda-
de andaluza, sem temer a discrimina-
ção de árabes ou cristãos.
Estabeleceram-se, desenvolveram-
se e lá permaneceram até o final do
século XV. Mas, em 1492, foram ex-
pulsos da Espanha pelos reis católicos.
E, em 1496, o rei D. Manuel ordenou
a conversão forçada ao catolicismo de
todos os judeus que vivessem em Por-
tugal. Era o fim de Al-Andalus.
(26)
O conhecimento é como o oceano, um homem sozinhoo consegue abarcá-lo. (cultura swahili)
O
significado da palavra runa tem origem
no proto-germânico, língua falada pelos
primitivos habitantes do norte da Europa.
Sua tradução literal é segredo, sussurro, aquilo que
é dito ao pé do ouvido. Portanto, cada runa re-
presenta um "recado" do oráculo para aquele que
deseja resposta, conselho, diagnóstico... quando ne-
cessita de ajuda.
Na verdade, as runaso um alfabeto/orá-
culo. Nos tempos antigos era usado pelos po-
vos nórdicos que viviam da caça, da pesca, da
colheitao programada e muito ligados ao
mundo mágico, sobrenatural. Estima-se que o
conhecimento das runas tenha sido herança de
populações indo-européias que migraram para a
Escandinávia nos idos de 2000 a.C. Comoo
foram encontrados documentos escritos sobre
essa história, tudo o que se sabe está baseado,
apenas, nas descobertas da arqueologia, também
responsável pela descoberta de gravações sobre
grandes pedras, que contêm cenas rupestres e
símbolos rúnicos.
As runas que formam o primitivo FUTHARK
o 24 e o nome do alfabeto vem da primeira letra
do nome das seis primeiras runas. Maso se sabe
quando isso ocorreu.
Esse alfabeto, denominado Futhark, é compos-
to por vinte e quatro runas eo era usado para a
escrita corrente. Cada signo representa um concei-
to, como os hieróglifos egípcios. Conta a mitologia
escandinava que foi o deus Odin quem recebeu as
runas e as entregou aos homens para que, por meio
delas, pudessem se comunicar com o mundo divi-
no. O alfabeto original sofreu duas modificações
no século 11: primeiro, na Noruega e na Suécia,
A educação entendida como
um vasto e rico campo de possibili-
dades pode ser um lugar das inter-
rogações sobre o estabelecido.
(23)
O nome de Deus
pode ser Jeová, Tupã, Je-
sus, Maomé
Maomé, Jesus, Tupã,
Jeová
Oxalá e tantos mais
Sons diferentes, sim,
para sonhos iguais.
quando foram suprimidas oito runas e, depois, os
anglo-saxões acrescentaram nove runas às vinte e
quatro do Futhark.
O significado de cada runa tem ligação com
a natureza. Assim, a primeira runa, Fehu, quer
dizer Gado; e o gado representava a unidade de
riqueza daqueles povos; ela simboliza, portanto,
plenitude, realização, abundância, crescimento.
A nona runa chama-se Hagalaz, o Granizo (chu-
va de pedra), fenômeno natural queo depende
da ação humana, mas que destrói tudo o que está
abaixo. Representa mudanças bruscas, brigas,
acidentes; destruir para construir. Outras runas
referem-se ao Gelo, ao Sol, à Colheita, ao Cava-
lo, ao Fogo, à Água etc., e possuem significados
específicos.
Em português existem poucas publicações
sobre o assunto e cada autor pesquisa o alfabeto
de sua escolha: o de 16, de 24 ou de 33 runas.
A partir do entendimento que cada interessado
tenha a respeito do contexto sociocultural/ re-
ligioso daqueles povos antigos, desenvolve sua
forma própria de interpretar e de sentir as ru-
nas. É um processo subjetivo eo existe um
manual que determine um significado absoluto
para elas.
O intérprete de hoje, em sua época e em seu
tempo, com sua maneira própria de ser, com seus
valores, sensibilidade e percepção do agora e do
além, imprime sua "visão".o várias as formas
de a,bordar os conceitos rúnicos e nenhuma pode
ser definida como certa ou errada. O que vale é a
intenção, o respeito e a sinceridade.
Celina Costa
Até que o sol se apague
V
ocê sabia que o nosso Sol um dia deixará de existir na forma
como o conhecemos?
O Sol é uma estrela, composta de um núcleo muito denso
e pesado, e de um imenso volume de hidrogênio e hélio. O hidro-
gênio, que é o elemento químico mais abundante do universo, é o
composto fundamental das estrelas. Ele é um combustível e no Sol
está constantemente sendo convertido em hélio, que é um elemento
um pouco mais pesado.
Daqui a bilhões de anos, quando o hidrogênio se transformar com-
pletamente em hélio, ele vai se expandir e envolver a terra e provavel-
mente os demais planetas, numa estrutura que chamamos de gigante
vermelha. A força gravitacional do núcleo dessa imensa estrela super-
pesada vai fazer com que todo esse material volte a se contrair rapida-
mente em dimensões superpequenas, ficando do tamanho aproximado
da Terra, convertendo-se, assim, no que chamamos de anã branca. Que
é uma estrela morta queo tem mais luz visível. Até, nós, seres hu-
manos, temos que procurar um outro planeta para viver.
Na natureza, a beleza é
comum, mas bem diversa.
Se multiplicarmos a diver-
sidade imanente pelos olhares
de quem a, chegaremos
perto da vertigem. Valha-nos,
Deus! O que fazer?
É preciso reduzir a natu-
reza, recortá-la em categorias,
reinos, elementos.
Como se houvesse olhares
coletivos.
Mas teremos mesmo que
ir do sal aos excrementos?
Precisamos tecer um ema-
ranhado de valores quando
nem sabemos o que é real e o
que é invento?
Na natureza, voltemos
a ela, a baleia bufa sozinha,
mas os grasnadores e os que
rugemoo apenas araras
e leões.o diversos. Multico-
lorida legião.
Grasnadores tambémo
a águia e o abutre. E quantos
mais? Quem ousa negar ao ti-
gre e à pantera o direito de ru-
gir? Além disso, há os que tanto
Quando as aves falam com as pedras e ass com as águas é de poesia que estão falando. (Manoel de Barros)
grasnam quanto rugem quando
o estão com a cabeça enfiada
no chão: as avestruzes.
o podemos definir os
animais pelas vozes. O que
parece igual é diferente. O
que parece diferente é igual.
Então as aves que aqui
gorjeiamo gorjeiam como
, é isso?
Às vezes. Depende de
quem as ouve. Ou de onde se
as ouve, como cantou o poeta
exilado.
o precisamos nos exilar
da razão.
Nem recorrer à indiferença
para reconhecer as diferenças.
Na natureza, a beleza é
comum, mas bem diversa.
E entre os animais o poeta
faz a diferença:
o crocita,o farfalha,
o conhece muitas vezes
sua voz.
Mas canta o que nele dis-
tingue o que está em nós.
Alvanísio Damasceno
1. Que alicerce tendes pra construir
Uma casa firme para resistir
Grande tempestade que há de chegar
E a instável casa há de resistir?
Nossa morada na 'Rocha está;
Firme e segura ela ficará;
Quando o temporal contra ela der
de resistir todo o seu poder.
2. Como faz a areia na fundação,
Fazem nossas obras na salvação,
Pois alguém que só em si mesmo crê
No Senhor Jesus indao tem.
3. Os cristãos, porém, que deveras crêem,
Pelas obras mostram a fé que têm;
Sua fé firmada no Salvador,
Na maior procela, ei-los sem temor!
(76)
or volta de 1531, o índio Juan Diego
passava pela colina de Tepeyac, perto
da capital mexicana, quando viu so-
bre uma nuvem branca uma senhora de pele
morena tal como a dos índios daquela região,
olhos claros e vestida como as mulheres da
Palestina, resplandecente de luz e envolta em
um arco-íris. Ela identificou-se como ae de
Deus e instrui-o a dizer ao bispo que constru-
ísse um templo no lugar, e deixou sua própria
imagem impressa no seu tilma, um tecido de
pouca qualidade, feito a partir do cacto, que
deveria se deteriorar em 20 anos, mas queo
mostra sinais de deteriorização depois de 465
anos, e ainda hoje é venerado no Santuário de
Nossa Senhora de Guadalupe, que se tornou
o santuário católico mais popular do mundo
depois do Vaticano.
p7}
A Whipalla tornou-se o sim-igual sete linhas horizontais. Suas
bolo da paz e da luta em prol dossete cores: o branco, o amarelo, o
direitos do povos indígenas, entre laranja, o vermelho, o lilás, o azul
Quéchuas, Aymaras e outras et- e o verde ocupam, cada uma, sete
nias dos Andes, onde há toda uma com- caseias. A cor branca ocupa as da diagonal
plexa simbologia a seu respeito. do centro e, assim, divide a bandeira em
Ao invés de ser retangular e toda bran- duas metades iguais. A amarela ocupa uma
ca ou listrada de sete cores na horizontal, caseia da parte de cima e seis da de baixo;
ela é uma bandeira quadrada e dividida em a laranja, duas e cinco, e assim por diante.
quarenta e nove caseias, dando como re- O resultado é belo e sugestivo: sete cores,
sultado sete linhas verticais cruzando por sete vezes.
(64)
A
saga dos judeus que, no começo do
século 19 e ao longo de 150 anos, dei-
xaram o Marrocos, no norte da África,
para viver no norte do Brasil, já despertou a
curiosidade de muita gente em várias partes do
mundo. Recentemente tem se tornado cada vez
mais conhecida também aqui no Brasil, graças
às inúmeras pesquisas realizadas e aos docu-
mentários quem sendo produzidos sobre o
assunto, como é o caso do mais recente docu-
mentário que se chama Eretz Amazónia (Terra
da Amazônia, em hebraico), produzido com
apoio da TV Cultura do Pará.
Eles se autodenominam "os hebraicos" e
vieram para a Amazônia no tempo áureo da
borracha, espalhando-se pela região que vai
(...) a paz se desdobra entre expressões
tradicionais bem conhecidas: "viver em
paz", "buscar a paz", "vá em paz", "que
a paz te acompanhe", "em boa paz", "lu-
tar pela paz", "assinar um tratado de paz",
"quebrar a paz", "eu vos dou a minha
paz", "que a paz prevaleça", "semear a
paz", "conquistar a paz", "a paz de Deus",
"o Deus da paz".^
Tolerar a existência do outro e
permitir que ele seja diferente ain-
da é muito pouco. Quando ele to-
lera, apenas se concede, e essao
é uma relação de igualdade, mas de
superioridade de um sobre o outro.
Deveríamos criar uma relação entre
pessoas da qual estivessem excluídas
a tolerância e a intolerância/
30
'
desde Belém até Guajará-Mirim, na fronteira
com a Bolívia. Os judeus "caboclos", como
o também chamados, chegam a 60 mil e
mantêm vivas as tradições e leis judaicas.
Entre as muitas histórias curiosas que se
contam desse povo está a história de um rabino
que virou santo popular católico. A história é do
rabino Emannuel Muuyal, que por volta de 1900
deixou a Palestina para inciar uma campanha de
arrecadação de dinheiro para a escola de rabi-
nos que ele mantinha na Terra Santa. Muuyal
foi ao Marrocos e soube que muita gente tinha
vindo para a Amazônia fazer fortuna com a ex-
tração da borracha. O rabino, então, viajou ao
Brasil e se estabeleceu em Manaus. Em 1908,
Muuyal morreu, vítima de uma doença tropical.
Seu corpo foi enterrado num cemitério cristão
no centro de Manaus porqueo havia um ce-
mitério judaico na capital do Amazonas.o
demorou muito, começaram a surgir placas de
agradecimento de graças alcançadas.
Nos anos 40, a comunidade judaica fez um
muro em torno do túmulo do rabino para sepa-
rá-lo do cemitério cristão. O muro acabou viran-
do um espaço a mais para as placas e bilhetes de
agradecimentos por milagres. Por volta de 1978,
um ministro do governo israelense, sobrinho de
Muuyal, enviou uma carta solicitando o trasla-
do dos restos mortais do rabino para Israel. A
própria comunidade judaica se opôs e até hoje o
túmulo do rabino continua em Manaus, cercado
de relatos de milagres atribuídos a ele.
Benevides está doente
Quer ajuda meu irmão
Ele precisa da gente
A gente pensa queo
Pra preservar do perigo
É preciso união
Garantir a produção
Sem esgotar a natureza
Eis a grande questão
Reciclar é uma beleza
A coleta seletiva
É melhor com certeza
Os igarapés estão
A mercê do cidadão
Que joga lixo neles
Sem ter a preocupação
De acabar com o que
existe
Transformando em
valão
A fonte da vida é
A natureza meu irmão
Preservar é necessário
Pra evitar a extinção
Se criamos o problema
Por queo a solução?
A gente joga lixo no
canto
E dele logo se esquece
A cidade fica doente
E todo mundo padece
Reciclar é necessário
A nossa vida agradece!
O homem Benevidense
Queo pensa em
preservar
o imagina que um dia
Ele pode se encontrar
Com a saúde destruída
E sem ar para respirar!
Benevides hoje tem pro-
blemas graves de
verdade
Encontrar a solução
É nossa responsabilidade
Então se esperte compa-
nheiro
Cuide da nossa cidade
Me decifra ou te devoro
E o lema da esfinge
Pras é refletir
Problemas que nos atinge
Pois seo os decifrar
Eleso nos devorar!!
Produção coletiva da turma do S esc her,
no município de Benevides - PA
REPENTE ECOLÓGICO
quem faz as pessoas nou
criou na terra a engenharia
ele é o pai do pilão
ele come inhame pilado
é o pai e o senhor da guerra
a dona dos ventos faz a guerra ao seu lado
por isso meu pai ancestral
voa como um vendaval
ele se veste com o ar
e mora na minha respiração
ele é a minha força
rei guerreiro da paz
p8)
água é indispensável à vida. Contudo,
milhões de pessoas em todo o mundo
sofrem de escassez de água. A po-
luição, o consumo excessivo e uma gestão
deficiente dos recursos hídricos estão con-
tribuindo para a diminuição da quantida-
de e da qualidade da água disponível em
todo o mundo.
Diz-se, muitas vezes, que as crises
da água e os problemas de escassez
desse recurso conduzirão, mais cedo ou
mais tarde, a conflitos armados. Mas isso
o tem necessariamente de acontecer. Os pro-
blemas da águam também contribuído para a
cooperação entre os povos e nações. Cientistas,
organizaçõeso governamentais e organismos
internacionais estão conjugando esforços na es-
perança de conseguirem melhorar a gestão des-
se recurso vital.
Por esta razão, as Nações Unidas declara-
ram o ano de 2003 como o Ano Internacional
da Água e, em março de 2005, deu início à
Década Internacional de Ação sobre o tema
"Água, Fonte de Vida". A meta é alcançar,
até 2015, os objetivos acordados em escala
internacional no domínio da água e do sane-
Olha o sapo dentro do saco
O saco com o sapo dentro
O sapo batendo papo
E o papo soltando vento
(70)
amento e lançar as bases para que se registre
mais progresso, nos próximos anos. Nesta luta
todoss temos que fazer a nossa parte.
Trecho da mensagem de Kofi Annan, secretário-geral da
ONU, por ocasião do Dia Internacional da Agua
Eu queria "sê" balaio
Balaio eu queria "sê"
Para andar dependurado
Na cintura de você
Balaio, meu bem, balaio, Sinhá
Balaio do coração
Moça queo tem balaio, Sinhá
Bota a costura no chão
Mandei fazer um balaio
P'ra guardar meu algodão
Balaio saiu pequeno
o quero balaio, não*
70
'
G
abriel Joaquim dos Santos, descen-
dente de escravos, começou em 1912
a construir com lixos e refugos esta
obra-prima da arquitetura popular, à qual se
dedicou até a morte, em 1985. Hoje, a sua
Casa da Flor é considerada patrimônio cultural
do Estado do Rio de Janeiro e pode ser visi-
tada pelo público no bairro do Vinhateiro, a 5
km da cidade deo Pedro da Aldeia. Guiado
por sonhos e uma fértil inspiração, seu Gabriel
também é autor de frases como estas:
Eu tenho um pensamento vivo.
Sonho pra fazer e faço.
Quando chegou à comunidade dou
do Mapiá, depois de já ter vivido exilada
em países da América do Sul, Europa e
Africa (onde tratava de crianças órfãs de
guerra), Maria Alice Freire conheceu seu
Severino, um velhinho de 98 anos que ti-
nha sido ensinado por um pajé Apurinã.
Em 1997, pôs-se a pesquisar com ele os
segredos das plantas, raízes e cascas de
árvores da floresta, procurando meios de
ajudar a população de Boca do Acre a ven-
cer uma epidemia de malária.
A mistura que a dupla desenvolveu deu
certo e, com o tempo, os remédios foram
se diversificando e um pequeno jardim me-
dicinal inicialmente criado na escola foi-se
transformando no grande canteiro do Cen-
tro de Medicina da Floresta dou do Ma-
piá. Em 2001, a iniciativa chamou atenção
de outras comunidades e, com apoio gover-
namental, deu origem ao Centro de Medi-
cina da Floresta do Crôa, no Município de
Cruzeiro do Sul.
A expectativa é que novos centros sejam
abertos e difundam a medicina natural para a
população acreana. Para Maria Alice, o bom
resultado do trabalho se explicao só pelos
princípios ativos das plantas utilizadas, mas
pela força que reside nos mistérios da floresta:
"Nosso remédio já vem com a reza dentro",
diz ela, concordando com os xamãs e pajés.
(80)
^ Eu quero os cacos porque dos cacos eu
vou fazer as coisas para as pessoas se admi-
rar, pra que quero comprar uma jarra nova?
Jarra comprada euo preciso. Issoo tem
graça.
O Brasil é uma nação muito grande, pre-
cisa paz, precisa civilização, precisa educação.
Precisa muito cuidado com o Brasil.
Eu indo em Cabo Frio, entro na casa da-
quelas grã-finas, eu trago tudo na mente que
eu vi naquela casa, aí é que está,o tiro re-
trato não, se eu tiver o material, chego em
casa e vou fazer perfeito.
p9)
Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros já foram. (Graham Bell)
S
ão cinco os princípios da democracia,
o cinco e juntos totalmente suficien-
tes. Cada um separado já é uma revolu-
ção. Pensar a liberdade, o que acontece em sua
falta e o que se pode fazer com sua presença.
A igualdade, o direito de absolutamente to-
dos e a luta sem fim para que seja realidade. E
assim o poder da solidariedade, a riqueza da
diversidade e a força da participação. E quan-
ta mudança ocorre por meio deles.
Se cada um separado quase daria para trans-
formar o mundo, imagine todos eles juntos. O
desafio de juntar igualdade com diversidade, de
Há seis anos resolvemos tornar público o
trabalho de História e Geografia que cotidiana-
mente construímos em sala de aula com nossos
alunos, de 5.
1
a 8." séries da Escola Municipal Re-
verendo Martin Luther King, no Rio de Janeiro.
As duas primeiras Amostras foram na es-
cola. Mas, era preciso tornar visível essa pro-
dução do cotidiano, mostrar a outros olhares a
qualidade dos trabalhos produzidos por toda a
turma, pois nossos alunos merecem ver e ser
vistos. Pulamos, então, o muro da escola e há
quatro anos contamos com a parceria do prof.
Franklin Trein, do Instituto de Filosofia e Q-
ências Sociais da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, que nos abraça e cria condições para
apresentarmos a Amostra na Universidade.
A Amostra reúne um pouco do muito
que produzimos na prática educativa com
(trechos do texto Democracia e cidadania, de fevereiro de 1997)
temperar com solidariedade conseguida pela
participação. Essa é a questão da democracia, a
simultaneidade na realização concreta dos cinco
princípios, meta sempre irrealizável e ao mesmo
tempo possível de se tentar a cada passo, em
cada relação, em cada aspecto da vida. (...)
Cidadania e democracia se fundam em
princípios éticos e, por isso,m o infinito
como seu limite.o existe o limite para a
solidariedade, a liberdade e a igualdade, parti-
cipação e diversidade... A democracia é uma
obra inesgotável.
(81)
Betinho
arte, criatividade, cnücidade, reflexão e
prazer. Os alunos discutem e mediam de-
bates de temas polêmicos com professores
universitários; representam esquetes e peças
teatrais; apresentam composições musicais
de sua autoria; participam de oficinas te-
máticas; elaboram as homenagens e, ainda,
promovem sessão dos vídeos trabalhados
em sala de aula.
Os resultados nos fazem continuar e afir-
mar: é possível dar visibilidade ao trabalho da
sala de aula. É possível construir nesse espaço
um mundo de esperança, de alegria, um mun-
do mais fraterno, resultado da nossa ação con-
junta, alunos e professores. Um aprendendo
com o outro. É possível construir a paz.
Maria Cândida Caetano Gomes e
Ulia Mareia de Almeida Silva
A verdadeira Filosofia é reaprender a ver o mundo. (Merleau-Ponty)
N
a Península Ibérica (Portugal e Espa-
nha), o termo "mediação intercultu-
ral" vem ganhando força como uma
possibilidade de resolução de conflitos entre
os europeus e o grande número de imigrantes
que continuam chegando a estas terras, prin-
cipalmente nos últimos vinte anos. No entan-
to, o termo é útil para qualquer contexto que
apresente a diversidade cultural como uma
problemática para a convivência social, como
é o caso do Brasil. A mediação intercultural
pode ser definida como a capacidade de esta-
belecer pontes entre a sociedade de chegada
e as pessoas, famílias ou grupos de pessoas
imigrantes ou, como no caso brasileiro, entre
a sociedade e os grupos discriminados (mu-
lheres, negros, homossexuais, indígenas, pes-
soas com necessidades especiais etc).
Na Península Ibérica, vem sendo discutida
a necessidade de ser reconhecida oficialmente
1. Coloque de uma a três colheres de sopa de
grãos num vidro e cubra com água limpa.
2. Deixe de molho por uma noite (8 horas).
3. Cubra o vidro com um pedaço de filó e
prenda com um elástico. Despeje a água e
enxágüe bem sob a torneira.
4. Coloque o vidro inclinado num escorre-
dor em lugar sombreado e fresco.
5. Enxágüe pela manhã e à noite. Nos dias
quentes é preciso lavar mais vezes.
(49)
Bata no liqüidificador 1 pepino pequeno e 1
maçã grande sem semente até ficarem líquidos.
Acrescente sementes de girassol germinadas
(ou outra semente comestível pelo homem ou
pelos pássaros), folhas verdes comestíveis, le-
gumes e raízes, variando as hortaliças sempre
que possível. Coe em coador de pano e beba
em seguida. Logo esse suco se transforma em
hemoglobina dentro do nosso corpo.
a profissão de mediador/a intercultural. Esta,
porémo é uma tarefa muito fácil, pois as
pessoas que exercem esta atividadeo ge-
ralmente voluntárias eo possuem uma
formação específica. Nos últimos anos,m
aparecendo nessa região alguns cursos de
formação de mediadores interculturais. Essas
formações estão, basicamente, pautadas em
três passos fundamentais que compõem o
perfil de um mediador intercultural:
Relativização: processo que permite
tomar consciência e distância dos próprios re-
ferentes socioculturais (étnicos, profissionais,
familiares, de classe etc) para chegar a uma
relativização dos pontos de vista pessoais. O
mediador/a intercultural deve ter a capacidade
de entender que sua própria culturao é a
única possível, nem tampouco a mais correta.
Abertura ao novo: que consiste em
assumir uma atitude de abertura, um esforço
pessoal de curiosidade para descobrir o que
faz sentido e valor para o outro, para lhe dar
a palavra e a oportunidade de expressar o
significado de suas atitudes, suas idéias, suas
crenças. O objetivo é compreender o ponto
de vista da outra pessoa, o sistema de valores
que guia seus comportamentos e reações.
Negociação: a mediação intercultu-
ral como negociação de conflitos é necessária
quando diferentes códigos culturais presentes
numa sociedade entram em choque. O obje-
tivo é conseguir um acordo mínimo que evite
a violência, pois geralmente os grupos mais
fortes, econômica ou socialmente, impõem
sua cultura aos demais. A técnica de nego-
ciação procura a criação de terrenos comuns
de reconhecimento, novas normas de coexis-
tência e relações recriadas, garantindo assim a
convivência da diferença como uma riqueza.
Eliana Nogueira de Medeiros e Marcelo Andrade
Suco de luz do sol
convivência dos três Povos do
Livro, durante sete séculos, na Pe-
nínsula Ibérica, é uma história que
tem muito a ensinar ao mundo de hoje so-
bre o quanto a tolerância entre diferentes
pode frutificar em beneficio de todos.
Imaginem judeus, tendo como livro
sagrado o Talmude; cristãos, tendo a
Bíblia como a Sagrada Escritura; e mu-
çulmanos, com o Alcorão, coexistindo,
todos, num mesmo território; falando e
escrevendo em idiomas diferentes e com
rituais religiosos próprios a cada uma
dessas expressões da.
É evidente que tensões e turbulên-
cias ocorreram ao longo de todos esses
séculos, maso foram mais fortes que
o poder do contato cotidiano entre as
três culturas, que se influenciaram mu-
tuamente em termos de mestiçagem
étnica, intercâmbio de saberes, plurilin-
güismo, costumes e celebrações.
Por exemplo, os muçulmanos,
quando chegaram à Península, viram-
se forçados a aprender a língua que
ali se falava, derivada do latim ibérico.
Já os moçárabes - cristãos que se fo-
ram arabizando -, mesmo utilizando
a língua romana, passaram a admirar a
cultura árabe: liam e escreviam em ára-
be, e mostravam grande interesse pela
poesia pré-islâmica e pelas produções
literárias. Os judeus, por sua vez, além
do hebraico, sua língua erudita e litúrgi-
ca, falavam o romano e o árabe. Nessa
condição serviam como intérpretes en-
tre cristãos e muçulmanos.
Esse dinamismo foi, em muito, aju-
dado por um estatuto de proteção, cria-
do no século 9, para garantir a liberdade
de expressão dos que professavam ou-
tras religiões e que eram admitidos no
Califado de Córdoba como povos de
fé incompleta - uma vez que Maomé,
Brinquedo para crianças e adultos, ins- alguns fragmentos de vidro colorido e três
frumento de ótica, fonte de inspiração para espelhinhos. Os pequenos vidros coloridos,
desenhistas, decoradores e bordadeiras, o queo mudando de lugar a cada movimen-
caleidoscópio produz belas imagens. Trata- to das mãos, multiplicam-se pelos reflexos
se de um tubo cilíndrico cujo fundo é de dos espelhos, transformando-se em numero-
vidro opaco e em seu interioro colocados sos desenhos simétricos e sempre diferentes.
como o último profeta, já havia consa-
grado o texto definitivo.
Mas o que há de prodigioso nesse
encontro dos três povos é que, juntos, e
numa cumplicidade sem precedentes na
história, construíram uma ponte cultural
entre o oriente e o ocidente que serviu
como passagem para os saberes antigos e
como caminho para a difusão de indaga-
ções futuras. Obras de ciência e filosofia
árabes e gregas (astronomia, medicina,
história natural, etc.) eram traduzidas
para o latim ou transcritas para o árabe.
Muitos tradutores, queo se incluíam
entre os sábios e nem dominavam com
tanta profundidade o idioma dos textos,
também trabalharam intensamente nessa
tarefa, e permaneceram no anonimato.
Suas produções eram repassadas pelas
mãos dos letrados antes de serem difun-
didas nas vastas regiões do oriente, e do
ocidente, sobretudo na Europa.
(26)
D
" ma das festas mais ce-
lebradas no mundo é a
festa do Ano Novo. Essa
passagem de tempo simboliza a
despedida do que passou e anun-
cia as possibilidades de mudança,
renovando as esperanças, as pro-
messas e os sonhos de homens e
mulheres na Terra.
O simbolismo de renovação
bem característico dessa festa tem
sua origem na antiga Babilônia,
quando se comemorava em março
o ciclo anual em festa que durava
11 dias. No hemisfério norte (onde
se situava a Babilônia) o final de
março coincide com o início da
primavera, época em que novas
safraso plantadas, daí a idéia de
recomeço. A partir de 153 a.C. por
determinação dos romanos o ano
novo passou a ser comemorado
em 1 de janeiro, o que foi reforça-
do com a introdução do calendário
gregoriano que instituiu esse dia
como o dia de Ano Novo.
Em cada canto da terra se
saúda o Ano Novo de formas di-
ferentes. No Rio de Janeiro e em
várias cidades brasileiras os devo-
tos de Iemanjá jogam flores no
mar. Em Nova Iorque, o relógio
de Times Square; em Londres, as
badaladas do Big-Ben; e, em Pa-
ris, os fogos de artificio da Tor-
re Eiffel anunciam a chegada do
novo ano. Na Dinamarca, quan-
do o relógio está prestes a soar as
doze badaladas, todos na família
sobem em cadeiras e, à meia-noi-
te, dali pulam para o ano novo.
Na Escócia, um dos costumes
mais tradicionais é o de homens
e mulheres que nunca se viram
beijarem-se na boca.
As comemorações envolvem,
portanto, aspectos culturais que
o desde a composição da mesa,
com suas comidas especiais, às
expectativas de sucesso financei-
ro; desde a decoração da casa e
a atenção às vestimentas, até ao
mais sensível espírito de paz e
alegria. Muitaso as dicas e sim-
patias para se começar o ano com
esperanças renovadas de que o
ano que se inicia seja melhor do
que o que passou. Mas, o indis-
pensável é ter por perto muitos
amigos, parentes e amores para
dar calor e moldura aos nossos
sonhos, individuais e coletivos,
de vida e alegria.
Ou encontro um caminho ou o faço. (SirP. Sidney)
ara você ganhar belíssimo Ano Novoo precisa
cor do arco-íris, ou da cor da sua pa2, fazer lista de boas intenções
Ano Novo sem comparação com todo para arquivá-las na gaveta.
o tempo já vividoo precisa chorar arrependido
(mal vivido talvez ou sem sentido) pelas besteiras consumidas
para você ganhar um ano nem parvamente acreditar
o apenas pintado de novo, remendado às que por decreto de esperança
carreiras, a partir de janeiro as coisas mudem
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; e seja tudo claridade, recompensa,
novo justiça entre os homens e as nações,
até no coração das coisas menos percebidas liberdade com cheiro e gosto deo matinal,
(a começar pelo seu interior) direitos respeitados, começando
novo, espontâneo, que deo perfeito nem se pelo direito augusto de viver.
nota,
mas com ele se come, se passeia, Para ganhar um Ano Novo
se ama, se compreende, se trabalha, que mereça este nome,
vocêo precisa beber champanha ou você, meu caro, tem de merecê-lo,
qualquer outra birita, tem de fazê-lo novo, eu sei queo é fácil,
o precisa expedir nem receber mensagens mas tente, experimente, consciente.
(planta recebe mensagens? E dentro de você que o Ano Novo
passa telegramas?) cochila e espera desde sempre.
(82)
Receita de Ano Novo, de Carlos Drummond de Andrade
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Geração dapa% - um mundo em conflito e violências. Produzido
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44. Versos de Nossa Senhora da Guia, cantados nos festc|c >s
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52. Dados da Constituição e trecho reescrito a partir de: CAS-
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reza se defende, (diversos autores). Rio de Janeiro: Europa Ed.,
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bnail/glasbergen_ecole_http.htm.
p.82 - http://www.saojudas.org.br/.../ 0412/0411_GUA-
DALUPE.htm.
- http://www.en-caminaorg/ ccsc_archive.html.
p. 84 Ilustração de Francisca Guimarães Machado, aluna
do Centro Educacional do Projeto SESC LER no município
de Feijó(AQ.
p.85 - Ilustração de Orestes de Oliveira Filha Série Odô Yá!
- ARCA/ISER, Rio de Janeiro, 1991.
p.86 - http://www.casadaflor.org.br/galeria.htm.
p.87 - Revista Democracia Viva. N° 28 - Ago/set - 2005 -
Conversas com Betinho. IBASE - Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Econômicas.
- Ilustração de Julio Sales Almeida, aluno da 5" série
da Escola Municipal Reverendo Martin Luther King. Rio de
Janeiro, 2005.
O tonto que fala pouco demonstra queo o é tanto. (Mariana Frenk-Westheing)
Prezado leitor (a),
O "Almanaque do Alua" foi criado pensando em você, educador e educadora, e nos seus alunos jovens e adultos. Para que ele fique
cada vez mais próximo de vocês, precisamos de sua ajuda, da sua cumplicidade, da manifestação de suas observações e críticas.
Para registrar essas opiniões e sugestões, organizamos o roteiro que se segue. Através do seu preenchimento e de sua remessa para o
endereço que anunciamos no final, você estará oferecendo uma contribuição para melhorar a qualidade de seu Almanaque do Alua.
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DO ALMANAQUE DO ALUA n° 2
1. Identificação:
Nome
Escola ou Atividade
Professor (a)
Aluno (a)
Alfabetização de jovens e adultos
I
o
segmento do ensino fundamental
2
o
segmento do ensino fundamental
Ensino médio
Outros
Alfabetização
I
o
segmento do ensino fundamental
2
o
segmento do ensino fundamental
Ensino médio
Outros
Município/Estado
2. Sua crítica livre e pessoal quanto:
3.
que você tem a dizer sobre a utilização?
4. Qual é o forte do almanaque?
5. Outros comentários e sugestões
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