está preparado para a auto-aprendizagem. Sendo assim, a falta de apoio ou de interações que
possibilitem desencadear no aprendiz um conjunto de ações sobre suas concepções em torno
da temática em estudo dificulta qualquer intento que não seja a simples memorização do
conteúdo em questão.
Considerando as diferentes possibilidades que a rede internet dispõe no sentido de
oferecer aos aprendizes canais de comunicação para troca de idéias, debates e interações
colaborativas em torno de atividades de pesquisa, estudo de casos e desenvolvimento de
projetos, e tendo em vista as propostas pedagógicas construtivistas, que enfatizam o processo
de construção do conhecimento por meio das interações e do trabalho colaborativo, percebe-se
que a “web” tem sido mal utilizada, ou no mínimo subutilizada, deixando de explorar as
perspectivas de construção de ambientes mais profícuos ao desenvolvimento de um
aprendizado mais voltado para as competências do que para a memorização. (MAÇADA &
TIJIBOY, 1998; PRADO, 2002; VALENTE, 2003a, 2003b)
“A telemática está revolucionando os conceitos de tempo e espaço na
comunicação entre as pessoas, no acesso à informação, na produção e
na construção do conhecimento. É a Internet, dentre os recursos
telemáticos, que pode propiciar a criação de ambientes ricos,
motivadores, interativos, colaborativos, cooperativos e de comunicação
síncrona e assíncrona rápida e de custo relativamente baixo. No
entanto, percebe-se que a Internet tem sido predominantemente
utilizada como um canal de transmissão de informação, indicando assim
uma subutilização deste meio. Acredita-se que uma utilização mais
significativa, deva incluir conceitos e atitudes do tipo: interação, troca,
intercâmbio, comunicação bi ou multi-lateral, negociação, colaboração e
cooperação. Reforçando esta idéia [...] a Internet não deve ser mais
pensada como um “lugar” ou como uma “highway”, uma rodovia mas
sim como lugar onde pode-se criar novos delineamentos sociais. Uma
comunidade, uma construção entre pessoas que partilhem metas,
valores e práticas comuns.” (MAÇADA & TIJIBOY, 1998)
A abordagem do “Estar Junto Virtual”, também denominada “Learning Network”
(HARASIM
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, 1995 apud VALENTE, 2003b), surge no sentido de explorar, através dos recursos
das tecnologias digitais de comunicação, as potencialidades das propostas pedagógicas que
privilegiam as interações sociais dos aprendizes, frente aos múltiplos desafios que lhes são
impostos durante o curso, seja na forma de desenvolvimentos de projetos, bem como no
estudo de casos significativos e próximos a realidade de vida de cada participante.
“Essas interações criam meios para o aprendiz aplicar, transformar e
buscar outras informações e, assim, construir novos conhecimentos.
Nesse sentido, essa abordagem, diferentemente da broadcast ou da
virtualização de um curso tradicional, não tem como objetivo tornar
disponível a informação e verificar se ela foi retida. O acompanhamento
constante do aprendiz e a atuação do docente do curso via internet têm
como objetivo o estabelecimento do ciclo de aprendizagem descrição-
execução-reflexão-depuração-descrição.” (VALENTE, 2003a)
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52
– HARASIM, L. et. al. “Learning Networks: A Field Guide to Teaching and Learning Online. Cambridge: Ed. MIT Press, 1995.