o SEGUNDO
TATU
TAMANDUÁ
TATU
JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
são loucos aqueles que se assustam; fogem; ou
praguejam as lutas! E é delas, ficai certo, que nasce
o progresso, e a civilização dos Povos a todos os
respeitos.
—Não pensei que Vossa Senhoria sabia tanto, e que era
capaz de me dar tão grande e boa lição! Agradecido!
Agradecido, Sr. Tatu, eu sou todo seu. Venha de Iá um
abraço (abra-çam-se).
—Então, pelo que me diz, está assaz ou bastan-temente
convencido, ou ao menos deve ficar — de que os
nossos amos fizeram a maior das asneiras em se
transportarem, por desgostosos das lutas, a melhor
vida!
—Sem dúvida nenhuma! e que asneira deixar de comer
doce para ir comer barro.
1. Mas vê, Amigo! o trabalho que os homens e
as mulheres tiveram para separar estes dois
entes, em corpo e em espírito, e que nunca
foram capazes de o conseguir de todo, ou
completamente. Pareciam entes celestes, ou
auxiliados ou protegidos da Divindade! Quan-
do estavam longe os corpos, achavam-se os
espíritos tão bem ligados, quase como se esti-
vessem presas as cabeças por um fio elétrico!
Sempre a conversarem, sempre a se entende-
rem. . . uma cousa é dizer, outra é ver, e não se
podia deixar de ver! De tempos em tempos,
por mais esforços contrários, que outros fizes-
sem, la ia o marido ou vinha mulher; e uma
bela noite passavam ambos juntos. Ainda que
depois novas perseguições, novas atrocidades,
fizessem do marido, como se fora um réu de
medonhos crimes! Nunca pois os puderam
separar! Até que se juntaram em corpo e alma;
foram ou vão ser enterrados, patenteando des-
t'arte ao mundo, e aos homens — a impossi-
bilidade do divórcio ou separação eterna de
almas por Deus ligadas; abençoadas e prote-
gidas ou amparadas! Sirva este fato de lição; e
que aproveite a quantos pretenderem, ou
tentarem — divorciar esposos.