Curso de Especialização
por Tutoria a Distância
e arranjos pois, no seu interior, a
água ferve como numa panela de
pressão. Com isso queremos dizer
que não há preocupação quanto a
ter superfícies de aquecimento ex
postas ao fogo e que não tenham
sempre adequada refrigeração de
água. Quando temos uma panela fer
vendo temos na parte inferior em
contacto com o fogo, o desprendi-
mento de bolhas de vapor que por
serem leves sobem e provocam uma
corrente ascendente de bolhas de
vapor e uma descendente de agua .
Estabelece-se uma circulação natu
ra .
Um kg de agua no interior
de uma caldeira com pressão de 8
kg/cm
2
, tem um volume de cerca de
i litro, mas um kg de vapor , nas
mesmas condições tem o volume de
219 litros, ou seja, a densida_ de
do vapor é 219 vezes menor do que
a densidade da água. Então e
fácil compreender que uma mistura
de água mais vapor nestas condi_
ções pode variar sua densidade en
tre estes dois limites. Numa cal-
deira fogotubular existe uma gran
de agitação no seu interior com a
água descendo e a mistura subindo
mas não há preocupação quanto a
fazer chegar a água no lugar onde
o vapor é gerado, isto ocorre na-
turalmente porque o espaço é gran_
de .
Quando passamos para as cal_
deiras aquatubulares os espaços
são os dos tubos e não mais aque-
les grandes das fogotubulares, e
começamos a esbarrar em problemas
de circulação natural, que nada
mais é do que fazer com que haja
uma judiciosa distribuição das
superfícies de aquecimento em
circuitos que estarão, mesmo sob
as mais severas condições de tra-
balho, sempre cheios de água. To-
das as caldeiras aquatubulares le_
vam em conta estas considerações.
Não entraremos em nenhum calculo
neste sentido, porem, indicaremos
no desfile de caldeiras que se
seguirão, como se da a circulação
natural da água.
Podemos subdividir as cal-
deiras aquatubulares para efeito
deste trabalho em:
. Caldeiras de câmaras
. Caldeiras de dois tambores
. Caldeiras de vários tambores.
6.3.2.1. Caldeiras de câmaras
(AT-C)
Temos aqui, fig 23, uma caldeira aqua
tubular AT-CL com o corpo longitu
dinal. Esta caldeira apresentava
as vantagens de tubos retos de
facil limpeza interna e de substi
tuição. A circulação natural era
garantida com a água descendo nas
câmaras traseiras e a mistura á-
gua + vapor ascendendo nas câmaras
frontais. Estas caldeiras são
limitadas quanto ã sua capacidade
em virtude de termos problemas pa
ra aumentar o numero de tubos,bem
como não e econômica a construção
das câmaras.
FIGURA 23 - AT - CL.
Da mesma forma que a anterior, te
mos a fig. 24, uma AC-CT onde se
pode aumentar o numero de câmaras
dispondo-se o corpo transversal-
mente. É idêntica a anterior. Com
o correr do tempo as paredes re-
fratárias, que eram sempre expos-
tas a chama, passaram a ter pare
des d'-água, absorvendo maior quan-
tidade de calor, e reduzindo a ma
nutenção das paredes refratárias