Download PDF
ads:
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Prevenção
e Controle de
incêndios
florestais
MÓDULO 4 - PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS
FLORESTAIS
TUTOR: RONALDO VIANA SOARES
MEC - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
ABEAS - Associação Brasileira de Educação Agricola Superior
ads:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO AGRICOLA SUPERIOR SCS - Ed.
Ceará - 59 andar - Salas 507/09 - Tel.: (061) 225-5928 - 70.303 - Brasília - DF
CRONOGRAMA
CURSO
Prevenção e controle de incêndios florestais
TUTOR: Dr. Ronaldo Vianna Soares
INICIO:04/03/85 TÉRMINO: 06/08/85
TOTAL DE HORAS DO CURSO: 200 HORAS
MODULO INTRODUTÓRIO:
PERÍODO: 04/03 a 28/03/85
DURAÇÃO: 35 HORAS
MODULO 1 - PROPAGAÇÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS
PERIODO: 01/04 a 26/04/85
DURAÇÃO: 40 HORAS
MÓDULO 2 ~ COMPORTAMENTO AO FOGO
PERIODO: 29/04 a 10/05/85
DURAÇÃO: 20 HORAS
MÓDULO 3 - EFEITOS DO FOGO SOBRE O ECOSSISTEMA
PERÍODO: 13/05 a 31/05/85
DURAÇÃO: 30 HORAS •
MODULO 4 - PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
PERIODO: 03/06 a 05/07/85
DURAÇÃO: 60 HORAS
MÓDULO 5 - COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS
PERIODO: 08/07 a 24/07/85
DURAÇÃO: 25 HORAS
ENCONTRO NACIONAL
PERÍODO: 05 e 06/08/85
LOCAL: SÃO PAULO
Prof. Ronaldo Pereira de Sousa
Coordenador Metodológico
Prof. José Ferreira da Silva
Coordenador
PREVENÇÃO E CONTROLE DE
I N C Ê N D I O S FLORESTAIS CURSO DE
E S P E C I A L I Z A Ç Ã O POR TUTORIA À
DISTÂNCIA
| MÓDULO 4 - PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
PRÉ - TESTE
Indique, com um F ou com um V, se as afirmativas a seguir são fal_
sas ou verdadeiras:
1. 0 conceito de que todos os incêndios florestais são prejudiciais ao
ambiente esta correto. ( )
2. 0 fogo ê usado em alguns países, dentro das florestas, como uma
ferramenta auxiliar no manejo florestal. ( )
3. 0 fogo pode ser usado para reduzir o material combustível, tanto
no interior como fora das florestas. ( )
4. 0 fogo ê bastante usado para preparar o terreno para plantio. ( )
5. 0 fogo ê usado no controle de espécies indesejáveis, como as coní-
feras, por exemplo. ( )
6. 0 fogo não pode ser usado para melhorar o habitat da fauna devido
a mortalidade que causa ã mesma. ( )
7. 0 fogo, sob certas circunstâncias, pode ser usado no controle de
parasitas e doenças florestais. ( )
8. No cerrado, o fogo é usado para favorecer o florescimento de algu-
mas espécies. ( )
9. Existem técnicas de queima que permitem controlar a velocidade de
um fogo controlado. ( )
10. A queima contra o vento consome mais combustível e por isto apre
senta maior intensidade que a queima em faixas a favor do vento
( )
11. A queima central ou em anel é a que forma a coluna de convecção me
nos intensa. ( )
12. Fazer queimadas durante o dia polui mais o ar do que durante a noi-
te. ( )
13. Índices de perigo de incêndio são números que indicam se vai ocor-
rer incêndio naquele dia ou não. ( )
14. Os índices de perigo de incêndio usados no Brasil são calculados
apenas através de dados meteorológicos. ( )
15. A maneira mais eficiente, a curto prazo, para prevenir a ocorrên-
cia de incêndios é a educação da população. ( )
16. Segundo o código florestal, no Brasil ê proibido o uso do fogo nas
florestas e demais formas de vegetação, a não ser que se obtenha
uma permissão do poder publico. ( )
17. A construção de aceiros é uma técnica valiosa para evitar a ocor-
rência de incêndios. ( )
18. As cortinas de segurança são usadas para forçar o fogo a se
propa-gar superficialmente. ( )
19. A construção de açudes apresenta varias vantagens na prevenção de
incêndios florestais. ( )
20. Para se elaborar um plano de prevenção de incêndios ê preciso sa-
ber, dentre outras coisas, as principais regiões de ocorrência,as
causas e a duração da estação de incêndios. ( )
•PREVENÇÃO E CONTROLE DE INCÊNDIOS
FLORESTAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
POR TUTORIA À D I S T Â N C I A
MÓDULO 4 - PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
ÍNDICE
Pagina
OBJETIVOS
10. QUEIMAS CONTROLADAS 94
10.1. Possíveis Usos do Fogo Controlado 96
10.1.1. Redução do Material Combustível 96
10.1.2. Preparo do Terreno 97
10.1.3. Controle de Espécies Indesejáveis 98
10.1.4. Melhoria do Habitat para a Fauna Silvestre 98
10.1.5. Controle de Parasitas e Doenças 99
10.1.6. Outros Usos do Fogo 99
10.2. Técnicas de Queima 100
10.2.1. Queima Contra o Vento 100
10.2.2. Queima em Faixas a Favor do Vento 101
10.2.3. Queima de Flanco 101
10.2.4. Queima em "V" 101
10.2.5. Queima em Manchas 102
10.2.6. Queima Central ou em Anel 102
10.3. ão trolada Aplicaç da Queima Con 104
10.3.1. Estação do Ano 104
10.3.2. Hora do Dia 105
10.3.3. Intervalo entre as Queimas ' 105
10.4. Plano de Queima 105
11. ÍNDICES DE PERIGO DE INCÊNDIO 107
11.1. Principais índices de Perigo de Incêndio 108
11.1.1. índice de Angstron 108
11.1.2. índice Logaritmico de Telicyn 108
11.1.3. índice de Nesterov 109
11.1.4. Formula de Monte Alegre 110
11.2. Utilidades dos índices de Perigo de Incêndio
11.2.1. Conhecimento do Grau de Perigo 111
11.2.2. Planejamento do Controle de Incêndios 111
11.2.3. Permissão para Queimas Controladas 112
11.2.4. Estabelecimento de Zonas de Perigo 112
11.2.5. Previsão do Comportamento do Fogo 112
11.2.6. Advertência Pública do Grau de Perigo 112
Pagina
12. PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS 113
12.1. Prevenção das Fontes de Fogo 113
12.1.1. Educação da População 114
12.1.2. Regulamentação do Uso da Floresta 115
12.1.3. Aplicação da Legislação 115
12.2. Prevenção da Propagação do Fogo 116
12.2.1. Construção e Manutenção de Aceiros 117
12.2.2. Redução do Material Combustível 117
12.2.3. Cortinas de Segurança 118
12.2.4. Construção de Açudes 118
12.3. Planos de Prevenção 118
12.3.1. Regiões de Ocorrência 118
12.3.2. Causas dos Incêndios 119
12.3.3. Duração do Período de Ocorrência 120
12.3.4. Classes de Materiais Combustíveis 121
12.3.5. Zonas Prioritárias 121
BIBLIOGRAFIA 122
PREVENÇÃO E CONTROLE BE
INCÊNDIOS FLORESTAIS CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO PO TUTORIA À
DISTÂNCIA
MODULO 4
- PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
OBJETIVOS
Após a leitura deste módulo
o aluno deverá ser capaz de:
1. Diferenciar uma queima contro-
lada de um incêndio florestal.
2. Enumerar os possíveis usos do
fogo controlado.
3. Relacionar os benefícios que
se pode obter com o fogo con-
trolado no manejo das flores-
tas.
4. Conhecer e descrever as
princi-pais técnicas de queima
contro lada.
5. Elaborar planos de queima con-
trolada .
6. Definir índices de perigo de
incêndio e relacionar suas
principais utilidades.
7. Calcular os índices de peri-
go de incêndio através dos
métodos de Angstron, Telicyn,
Nesterov e FMA.
8. Descrever as principais téc-
nicas de prevenção das fon-
tes de fogo.
9. Descrever as principais téc-
nicas de prevenção da propa-
gação do fogo.
10. Elaborar planos de preven-
ção de incêndios.
PREVENÇÃO E CONTROLE BE INCÊNDIOS
FLORESTAIS CURSO DE
E S P E C I A L I Z A Ç Ã O POR TUTORIA À
DISTÂNCIA
MÓDULO 4 - PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
10. QUEIMAS CONTROLADAS
Conhecendo-se os inúmeros
exemplos de danos produzidos pe-
los incêndios ao ecossistema, pa-
rece uma contradição falar sobre
o uso do fogo em áreas florestais.
No entanto, é preciso analisar o
problema sob outro ponto de vista.
Uma analogia com a medicina talvez
ajude a entender a questão Nas
mãos de um médico experiente, um
remédio forte e perigoso pode ser
usado com sucesso, muitas vezes
salvando vidas seriamente a-
meaçadas. Usado equivocadamente,o
mesmo remédio pode ser um veneno
mortal. Ninguém pode sustentar, no
entanto, que porque o remédio é
perigoso quando usado equivoca-
damente ele não deva ser usado em
nenhuma circunstância. Além dis-
to, nenhum médico consciente vai
generalizar os tratamentos de
seus pacientes. Cada paciente a-
presenta problemas e necessidades
individuais, com diferentes aspe£
tos clínicos e, conseqüentemente,
diagnose e tratamentos distintos.
A mesma coisa ocorre com o fogo .
E um forte e perigoso "remédio'
1
,
com várias evidências de que pode
ser extremamente daninho. Entre
tanto, com um correto diagnostico
e hábil aplicação, ele pode ser
uma boa alternativa em certas si-
tuações .
O fogo, principalmente a
queima de madeira, tem estado in-
timamente ligado a espécie humana
desde os primórdios da civiliza-
ção. Os antropólogos consideram a
descoberta e o uso do fogo como
um dos fatores básicos que permi-
tiram ao homem viver e prosperar
nas zonas temperadas. 0 homem
conseguiu, graças ao fogo,an
tecipar em alguns milhares de
anos a ocupação daquelas regiões,
evitando adaptações evolucionã-
rias que ele certamente necessi-
taria, a fim de sobreviver aos
frios invernos. 0 homem desco-
briu que com o fogo ele poderia
modificar o ambiente para satis-
fazer suas necessidades. A par-
tir daí, o fogo continuou a de-
sempenhar papéis importantes em
todas as culturas pôsteriores. Os
antigos filósofos gregos, por e
xemplo, consideravam o fogo, em
conjunto com o ar, a terra e a
água como um dos quatro elemen
tos básicos da natureza. 0 fogo,
principalmente sob forma de com-
bustão em ambientes fechados, co
mo nas caldeiras de geração dê"
vapor e nos motores de combustão
interna, tem estado ligado a
diversos avanços tecnológicos,
através de toda a história da
hu-manidade. Mas tem também, por
ou tro lado, causado grandes
catástrofes .
Segundo Ahlgren e Ahlgren
(1960), antes da colonização do
país, os raios eram provavelmente
a principal causa de incêndios
nos EUA, embora o costume indíge_
na de colocar fogo em áreas de
campo e florestas também tenha
sido muito importante. Os ín-
dios usavam o fogo para melho_
rar as condições de visibilidade
e caminhamento nas florestas, pa
ra conduzir e encurralar a caça,
para limpar a terra e obter melho
res pastagens e colheitas, para
aumentar a produção de frutos sil-
vestres, para comunicação e para
eliminar moscas e mosquitos.
As condições entretanto, de
acordo com Dodge (1972), mudaram
drasticamente com a chegada dos
colonizadores. Extensas áreas fio
restais foram cortadas a fim de
produzir madeira para construção
de novas cidades, para escoras de
minas e para combustível. A expio
ração dessas florestas deixou, so-
bre o solo, grandes quantidades
de resíduos, como ponteiro de ar-
vores, galhos e folhagem. A redu-
ção da cobertura formada pelas co
pas das arvores permitiu maior
insolação e secagem do material
combustível depositado nos pisos
das florestas. A remoção de gran-
de numero de arvores aumentou a
velocidade do vento no interior
da floresta, contribuindo também
para a secagem do combustível. 0
resultado dessas condições adver
sas foi uma série de incêndios
devastadores ocorridos ao longo
dos anos seguintes.
0 mesmo problema é relatado
por Vines (1975), na Austrália.
Segundo o autor, as praticas pro
tecionistas e o aumento da explo-
ração promovidos pelos colonizado-
res europeus parecem ter alterado
o equilíbrio original entre com-
bustível e microclima, criando
concentrações anormalmente altas
de resíduos em muitas das flores-
tas secas da Austrália. 0 resulta
do também foi a ocorrência de
grandes incêndios florestais.
Komarek (1971) acredita
que o conceito de que todos os in
cêndios são daninhos foi desenvol_
vido em um ambiente especial, as
florestas latifoliadas da Europa,
e daí extrapolado literalmente pa-
ra todas as partes do mundo. Com
o passar do tempo, porém, alguns
pesquisadores começaram a duvidar
da validade da política de total
exclusão do fogo em qualquer cir-
cunstância. Em ecossistemas onde
o fogo desempenha papel importan-
te, quanto mais eficiente a polí-
tica de exclusão do fogo, maior
é o potencial de danos pelos in
cêndios, devido ao aumento da
quantidade de material combustí-
vel . Além disto, em alguns lo-
cais, espécies florestais impor-
tantes, que necessitam do fogo
ou outro distúrbio qualquer para
se regenerar, começaram a ceder
lugar a outras comunidades de me
nor valor comercial.
Em 1849 apareceu, nos EUA,
a primeira referência escrita so
bre a importância do fogo na su-
cessão de uma espécie florestal -
o Pinus palustris. Segundo Lang-don
(1971), ainda em 1888, Ellen
Long sugeriu que talvez o Pinus
palustris necessitasse de fogo
para se regenerar - uma 'idéia
ab-surda para a maioria dos
pesqui-sadores da época. Riebold
(1971) relata que Harper, um
botânico , propôs, em 1911, o
uso do fogo para controle de
espécies folho-sas do sub-bosque
das florestas de coníferas. E
finalmente Chapman, um
pesquisador florestal,co-meçou, a
partir de 1909, através" de
vários artigos, a pregação da
necessidade do uso de fogo con-
trolado na regeneração e manejo
do Pinus palustris e outras espé-cies
do sudeste americano.
Entretanto, apenas em 1943
o chefe do Serviço Florestal dos
EUA aprovou uma política de quei_
mas controladas em povoamentos
de Pinus palustris e Pinus
elliottii e autorizou a instala
ção de pesquisas visando a
utili-zação do fogo também em
Pinus taeda. O reconhecimento de
que o fogo desempenha importante
papel em certos ecossistemas
levou tam bém o Serviço de
Parques Nacionais dos EUA, a
partir de 1960, a adotar uma
nova política com relação ao
fogo, que estabelece o seguinte:
i) deixar que alguns incêndios
naturais queimem livre_ mente,
desde que não ofereçam riscos a
vida humana ou às propriedades ;
ii) reconhecer a quei-ma
controlada como um instrumento
necessário ao manejo florestal;
iii) continuar prevenindo e
combatendo os incêndios nos va-
les e próximo a áreas desenvolvi-
das.
Segundo Vines (1975), a to
tal exclusao do fogo nas flores-
tas da Austrália é impossível de
se alcançar e indesejável
ecologi-camente. Por este motivo
foi iniciado um programa de
queima controlada no país com a
finalidade de reduzir o risco de
incêndios incontrolados e
restaurar as condições ecológicas
necessárias pa_ ra a
sobrevivência da floresta e da
fauna.
Atualmente, existem progra-
mas regulares de queimas controla-
das em áreas florestais em vários
países do mundo. Nos EUA, queima-
se, sob forma de fogo controlado,
cerca de 1.800.000 ha por ano. Na
Austrália o fogo controlado é
aplicado a aproximadamente 820.000
ha por ano. No Canadá também se
usa o fogo controlado em larga
escala, sendo inclusive obrigató-
ria a queima de resíduos flores-
tais em áreas de corte raso no
distrito florestal de Vancouver .
Em Honduras, Nicarágua e Guatema-
la o fogo tem sido usado e reco-
mendado para favorecer a regenera
ção das espécies de Pinus exis-
tentes naqueles países.
10.1. POSSÍVEIS USOS DO FOGO CON
TROLADO
O fogo controlado pode ser
um instrumento útil para se alcan-
çar diversos objetivos no manejo
florestal. No entanto, o fogo
somente deve ser usado após um
diagnostico cuidadoso que indi_
que ser ele mais seguro, barato,
eficiente e prático do que outros
tratamentos. Os problemas
geralmen-te corrigidos pelo fogo
controlado em áreas florestais
incluem: grande acumulação de
combustível, áreas inadequadas
para alimenta-ção da fauna,
invasão de espécies indesejáveis e
condições ina-propriadas para a
regeneração natural ou
artificial.
10.1.1. Redução do Material Com
bustível
Os combustíveis são parte
integrante da floresta. Folhas
ou acículas caídas, arbustos ,gra.
míncas, resíduos de exploração e
mesmo as próprias árvores podem
produzir acumulação de combustí-
vel altamente perigosas caso o-
corra um incêndio. Considerando
que o material combustível cons-
titui um dos lados do triângulo
do fogo, ele deve merecer uma
atenção especial por parte do
técnico florestal, principalmen-
te porque o material combustível
é um dos componentes do fogo
que o homem tem mais condições
de controlar.
Os pesquisadores que traba-
lham no campo da proteção flores-
tal reconhecem que o problema do
acúmulo de material combustível
na floresta existe e é bastante
sério. Brown (1947) afirma que
a quantidade de combustível e
sua continuidade são reconhecida,
mente fundamentais na determina-
ção do potencial de danos pelos
incêndios. Quando ocorre um in-
cêndio nessas condições, ele cau
sa problemas mais sérios porque
existe grande quantidade de com-
bustível para gerar mais calor
e aumentar a intensidade de da-
nos. Grandes incêndios, com for-
ças altamente destruidoras, se
propagando por milhares de hecta.
res, podem então ocorrer durante
condições críticas de tempo ,
como baixa umidade relativa e al_
ta velocidade do vento.
A completa remoção do mate_
rial combustível, entretanto
,,não é possível nem desejável.
Em cer_ tos casos, é possível
remover a maior parte do
combustível acumu-lado através de
meios químicos ou mecânicos, para
utilização de resíduos como fonte
de energia , ou por outras
práticas de manejo. Na maioria
das vezes, porém, esses
tratamentos têm sido inade-
quados, inviáveis ou extremamen-
te caros. Tentativas, de se
encon-
trar decompositores químicos ou
biológicos não têm tido sucesso .
Trituração mecânica ou esmagamen-
to e incorporação com equipamento
pesado são praticas muito caras .
Alem disso, a utilização de proces-
sos mecânicos não elimina o mate;
rial combustível, apenas muda sua
forma e arranjo, embora o risco de
incêndio realmente diminua.
A queima-controlada parece
ser, no momento, a melhor solu-
ção para o problema do acumulo de
combustível. De acordo com Cooper
(1972), a queima-controlada,
prescrita e aplicada cientifi-
camente, tem demonstrado, através
dos tempos, ser a melhor manei-ra
de manter o material combustível
a níveis toleráveis. Mobley et
alii (1973) afirmam que o fogo
controlado é o mais pratico méto-
do de manejo a se usar quando con
centrações perigosas de combustí-
veis se acumulam sob povoamentos
equianos.
Em locais onde a probabili-
dade de destruição da floresta pe-
los incêndios é alta, a queima-
controlada para redução do -risco
geralmente é a melhor solução. A
queima controlada para redução
do material combustível não é re-
comendada apenas para o interior dos
povoamentos florestais. Ela é
também a maneira mais eficiente e
econômica para reduzir o combus-
tível em áreas de campo nos limi-
tes das florestas, evitando que
incêndios vindos de fora atinjam
os povoamentos. A queima controla
da é ainda indicada para redução
do material combustível após a ex-
ploração florestal, em margens de
estradas de ferro e outras áreas
de alto risco de incêndios.
Quando se usa a queima con-
trolada para reduzir a quantidade
de material combustível, não é ne-
cessário cobrir cem por cento da
área. 0 objetivo principal é que-
brar a continuidade do material
combustível e reduções em 75 a
80% da área geralmente solucionam
o problema.
A quantidade de material
combustível consumida pelo fogo
varia de acordo com a prescrição
feita pelo técnico florestal. Ge
Talmente, os limites de consumo"
estão entre 50 a 90% do material
menor que 7,0 cm de diâmetro.
Beaufait, Hardy e Fischer infor-
mam que as queimas de resíduos
de exploração no noroeste dos
EUA geralmente consomem em média
80% do material. Soares (1979), em
queimas controladas no interior
de talhões de Pinus ooarpa e Pinus
caribaea hondurensis com 7 anos e meio
de idade, na região de
Sacramento, MG, obteve reduções
de 90 e 91%, respectiva, mente, do
material combustível e xistente.
As quantidades de mate-rial
combustível antes da queima eram
8,5 e 7,9 t/ha, respecti-vãmente.
10.1.2. Preparo do Terreno
O fogo é o mais pratico e
econômico de todos os meios co-
nhecidos para preparar o terreno
para plantio, tanto de espécies
agrícolas como florestais . A
literatura sobre o assunto mos-
tra que a queima controlada tem
sido usada, com sucesso, para es-
sa finalidade nos EUA, Canada
Austrália e vários outros países.
A maioria dos técnicos fio
restais sabe que o plantio é mais
fácil em áreas queimadas do que
nas não-queimadas. Vyse e Muraro
(1973) concluíram que a produti-
vidade de plantio foi significa-
tivamente aumentada na província
de Columbia Britânica, Canadá, a-
través da eficiente queima dos"
restos vegetais. Eles acrescentam
que os ganhos em produtivida-de
diminuem nas áreas com menor
quantidade de resíduos ou onde o
consumo de material é menor.
Segundo Wade (1969), em
áreas de corte raso no sudeste
dos EUA, a queima controlada cus-
ta em média menos de um décimo do
total de outros tratamentos no
preparo do terreno para plantio.
Além disso, prossegue o autor, a
queima controlada é talvez uma
das poucas alternativas
aceitáveis em terrenos montanho-
sos, onde a erosão e um problema
a ser levado em consideração.
Na regeneração natural, a
queima controlada é também um 5ti
mo meio de preparar a área para
receber as sementes, ou mesmo fa-
vorecer sua abundante germinação,
como ocorre com a bracatinga (Mi-
mosa scabrella) , importante espe-cie
florestal do sul do Brasil. As"
chances de uma boa germinação de
sementes de algumas coníferas, a-
lém do desenvolvimento das planti-
nhas, são também consideravelmen-
te aumentadas após uma queima -con
trolada, com a conseqüente exposi
-
ção do solo. Pesquisas com Pinus
taeda no sudeste dos EUA, relatadas
por McNab e Ach (1967), mostraram
que em áreas não-queimadas se
necessita o dobro de sementes do
que se necessitaria em áreas
queimadas para se obter o mesmo
número de mudas.
10.1.3. Controle de Espécies Inde
sejãveis
A queima controlada pode
ser usada para controlar espécies
indesejáveis, desde que estas
sejam mais sensíveis ao fogo do
que aquelas que se quer preser-
var. Em associações de coníferas
e folhosas o fogo ira sempre favo
recer as coníferas, por serem elas
mais resistentes ao fogo. Em po-
voamentos de Eucalyptus, após as
árvores atingirem certo porte, o
fogo controlado de baixa intensi-
dade pode ser usado para evitar a
competição de espécies indeseja-
veis do sub-bosque, pois a maio-
ria dos eucaliptos são mais
resis-tentes ao fogo do que
outras folhosas. Ao se usar o fogo
deve-:se sempre observar os
períodos ou es-tãgios de
desenvolvimento das espécies que
se quer preservar pa-ra evitar
danos também a elas.Mes-mo
espécies resistentes como Pinus
palustris , Pinus elliottii ,Pi-nus caribaea e
Pinus taeda, são altamente
susceptíveis a danos pe-Io fogo
nos primeiros anos de vi-
da.
10.1.4. Melhoria do Habitat para
a Fauna Silvestre
A queima controlada é um
importante instrumento para me-
lhorar o habitat para a fauna
silvestre, sendo usada extensiva
mente por florestais e biólogos
-
ligados a esse campo nos EUA. As
queimas são pequenas e não se
propagam rapidamente, para evi-
tar mortalidade entre os ani-
mais. 0 habitat é sensivelmente
melhorado, especialmente para
grandes mamíferos e pássaros, de
vido a redução do acumulo da se-
rapilheira e a criação de condi-
ções favoráveis ã regeneração de
espécies que servem de alimento
a fauna.
Segundo Cooper (1971), no
sudeste dos EUA, as plantas her-
bãceas comestíveis para a fauna,
são geralmente dez vezes mais
abundantes em áreas queimadas do
que nas não-queimadas. As legumi-
nosas, um dos mais importantes
gêneros na alimentação da fauna,
são de modo geral cinco vezes
mais abundantes após o fogo do
que antes. Em áreas de maciços
florestais, especialmente mono-
culturas que não oferecem alimen-
tação para a fauna, é conveniente
criar aberturas para aumentar a
quantidade de espécies forra-
geiras. Esta prática, seguida por
uma queima controlada, ainda de
acordo com Cooper (1971), aumen-
ta a produção de sementes em cer-
ca de 300% e a abundância de
plantas em aproximadamente 1001.
Este aumento, acompanhado da fa-
cilidade de acesso devido a redu-
ção da serapilheira, torna aque-
las aberturas particularmente a-
traentes para as espécies selva-
gens herbívoras.
Embora exemplos de mortali-
dade sejam às vezes citados, mes-
mo em queimas controladas, os
benefícios gerais resultantes da
melhoria do habitat, aumento
da produtividade do sítio e estí
mulo ao crescimento geralmente su
peram os eventuais danos diretos"
causados pelo fogo. No entanto, a
queima controlada não deve ser u-
sada durante a estação de procria
ção da fauna, a primavera.
Um bom exemplo do uso de
queima controlada na melhoria do
habitat e conseqüente restauração
da vida silvestre em uma área de-
gradada é relatado por Czuhai e
Cushwa (1968). Segundo eles, o Re
fúgio Nacional de Vida Silvestre
de Piedmont , sudeste dos EUA, foi
estabelecido para demonstrar que
a população faunística poderia
ser restabelecida, nesta ou em
áreas similares, através da prote-
ção e manejo adequado. A maioria
da área havia sido abandonada de-
pois que praticas agrícolas
inade-quadas haviam provocado
severa e-rosão , reduzido a
fertilidade do solo e eliminado os
animais selva, gens de maior
valor, como veados e perus. Após
27 anos de manejo da
área e proteção da fauna,as
populações de veados e perus re-
tornaram aos níveis anteriores e
milhares de codornas , perdizes,le-
bres, esquilos, pombas e outras
espécies retornaram e permanece
ram no refugio. Ainda segundo os
autores, a queima controlada pe-
riódica foi um dos fatores decisi-
vos na restauração da vida silves
tre naquela área.
10.1.5. Controle de Parasitas e
Doenças
A crença popular sobre os
efeitos sanitários e purificadores
do fogo vem desde a antiguida. de.
Na agricultura, o fogo é fre-
qüentemente usado para combater
certas pragas , destruir sementes
de ervas daninhas, combater doen
cas e eliminar resíduos de colhei
tas. Em silvicultura, o uso do fo
go no controle de parasitas e do-
enças é ainda um assunto polêmico,
devido ã falta de estudos neste
campo.
Insetos e fungos são compo
nentes vitais da dinâmica dos e~
cossistemas florestais. A ação
destes agentes pode ser relacio-
nada com o aumento da quantidade
de material combustível e, por
conseguinte a maior probabilida-
de de ocorrência de incêndios de
vido a sua atividade. Algumas ãr
vores feridas pelo fogo, por ou-
tro lado, atacadas por insetos e
fungos, podem morrer, novamente
acumulando material combustível
e completando um ciclo vicioso .
Isto é o que ocorre, por exem-
plo, no ecossistema do Pinus
coutorta nos EUA.
Em áreas florestais, a
queima- controlada as vezes é usa-
da para controlar certos coleop-
teros. French e Keirle (1969) in
formam que em plantações de Pinus
radiata na Austrália, cara-beídeos
e scarabeídeos foram reduzidos
imediatamente apôs o fogo, embora
fossem dos primeiros insetos a
recolonizar a área. 0 fogo tem
sido usado também para controlar
o Oucideres impluviata, um
coleoptero que ataca plantações
de acácia negra no sul do
Brasil.
0 maior sucesso já compro-
vado do uso do fogo em controle
de doenças é o combate a "mancha
marron", que inibe o crescimento
do Pinus palustris. No sul do
Brasil, fungos causadores de
importantes doenças em espécies
florestais, como o Armilla-ria mellea
e o Dothistroma pini, talvez pudessem
ser combatidos a. través de
queimas controladas.
10.1.6. Outros Usos do Fogo
A queima controlada ainda
pode ser usada para se atingir
outros objetivos no manejo flo-
restal. 0 fogo tem sido um- ele-
mento importante na^produçao de
forragem mais palatãvel e nutri-
tiva para o gado, tanto em pasta
gens abertas como associadas a
povoamentos florestais. Queimas
criteriosa e oportunamente pres-
critas podem melhorar tanto a
quantidade quanto a qualidade da
forragem para o gado. Hilmon e
Hughes (197S) relatam que a produ
ção de forragem, no sul dos EUA7
foi duas vezes maior nas parcelas
queimadas quando comparadas com
as não-queimadas e que os con
teúdos de cálcio, fósforo e pro~
teínas foram mais altos na for-
ragem primaveril das áreas queima
das .
0 fogo controlado pode ser
usado também para favorecer a re-
generação de flores, como aconte-
ce por exemplo no cerrado, melho-
rando neste caso as condições es-
téticas da área, além de viabili-
zar uma atividade econômica
regio-nal que é a comercialização
des-sas flores. Pode ainda ser
usado para facilitar o acesso no
interior das florestas, tanto para
me-lhorar as condições de
exploração como para permitir o
livre deslocamento do publico.
Afinal, o a-cesso, assim como a
aparência estética são
importantes em áreas de florestas
públicas de recreação .
Finalmente, é interessante
apresentar uma estatística sobre
a proporção de uso da queima con-
trolada entre as diversas ativida,
des acima descritas. No sudeste
dos EUA, onde a arte e a ciência
do fogo controlado são mais desen
volvidas do que em qualquer ou-
tra parte do mundo, os princi-
pais usos da queima controlada são
os seguinte, em ordem de im-
portância: i) redução de mate-
rial combustível, 40% do total da
área queimada; ii) preparo de ter
reno, 24% da área queimada; iii)
controle de espécies indesejáveis,
141 da área queimada; iv) melhoria
do habitat para a fauna sil-
vestre, 131 da área; v) outros u-
sos, 9% da área queimada.
10.2. TÉCNICAS DE QUEIMA
Varias técnicas ou métodos
de queima foram desenvolvidos com
a finalidade de se alcançar os
objetivos propostos sob diferen-
tes condições tempo, topografia e
material combustível. Os obje-
tivos da queima, a quantidade e
tipo de combustível e os fatores
climáticos devem estar estreita-
mente correlacionados com a téc-
nica adequada de queima para se
evitar eventuais danos aos recur-
sos florestais.
10.2.1. Queima Contra o Vento
Consiste em se colocar li
nhas de fogo ao longo de aceiroi
naturais ou artificiais e permi-
tir que ele se propague apenas
contra o vento (Figura 16-A). Em
terrenos planos ou levemente on-
dulados o fogo é colocado em li
nhas perpendiculares à direção
do vento; em terrenos com maior
inclinação, o fogo deve ser for
cado a se propagar montanha abaT
xo. Aceiros adicionais são nece^
sãrios para cada linha de fogo
colocada.
Esta é talvez a mais sim-
ples e segura técnica de queimai-
controlada, desde que exista ven
to constante. Ela produz o míni-
mo de crestamento e pode ser
usada em grandes concentrações
de combustível. Além de mais se-
gura, é menos poluidora e desen-
volve temperaturas menores que
todas as outras técnicas. É, ne-
cessariamente, a técnica que de-
ve ser usada na primeira redução
de combustível no interior de po-
voamentos florestais.
Algumas desvantagens da
queima contra o vento são: o tem
po consumido na operação e a né-
cessidade de se construírem acei-
ros dentro da área, geralmente a
intervalos de 50 a 200 m de dis-
tância. E necessário também a e-
xistência de ventos constantes
com velocidade entre 6 a 16 km/h
ao nível do solo, para dissipar a
fumaça e evitar que o ar quente
suba até as copas das arvores. A-
lêm disto é mais caro que os de-
mais e, depois de construídos os
aceiros internos, inflexível, por
somente permitir a queima a uma
determinada direção do vento.
10.2.2. Queima em Faixas a Favor
do Vento
Consiste em se colocar uma
linha ou uma série de linhas . de
fogo, de maneira tal que nenhuma
linha possa desenvolver alta in-
tensidade antes de encontrar ou-
tra linha de fogo ou um aceiro(Fi-
gura 16-B). A distância entre li-
nhas de fogo depende das condi-
ções locais mas geralmente varia
de 20 a 60 m. Compensações devido
a mudanças de direção do vento
podem ser feitas alterando-se o
ângulo da faixa de fogo com a li-
nha básica. Do mesmo modo, ajus
tes para quantidade e arranjo do
material combustível podem ser
feitos alterando-se a distância
entre as linhas de fogo.
Este método é relativamente
rápido, flexível e geralmente de
custo moderado. Pode ser usado pa
ra reduções periódicas de combus-
tível no interior de plantações ,
desde que a primeira redução te-
nha sido feita através da técnica
contra o vento.
As principais desvantagens
da queima em faixas a favor do
vento são: a necessidade de aces-
so ao interior da área e o aumen-
to de intensidade no encontro das
linhas de fogo, tornando maior a
possibilidade de crestamento das
copas.
10.2.3. Queima de Flanco
Neste método o fogo é colo
cado simultaneamente ao longo de"
linhas paralelas ao vento e se
propaga perpendicularmente na di
reçao do mesmo (Figura 16-C). As"
linhas devem ser mantidas em com
primentos iguais e espaçadas ã
intervalos uniformes. A propaga-
ção lateral, ou de flanco, do
fogo geralmente dobra a velocida.
de em relação a queima contra õ
vento e, consequentemente,
aumen-ta a taxa de calor
liberada.
Este método é útil em pe-
quenas áreas ou para facilitar a
queima de grandes áreas em tempo
relativamente curto. E também
útil para segurar lateralmente o
fogo quando se usa outros méto-
dos .
A queima de flanco apresen
ta algumas desvantagens e requer
muita habilidade para se al-
cançar bons resultados. Necessi-
ta pessoal experimentado e per-
feita coordenação de tempo e es-
paço. Ha forte tendência de tur-
bulência no encontro lateral das
chamas, aumentando o perigo de
crestamento. Mudança de direção
do vento pode produzir indesejá-
vel fogo a favor do vento.
10.2.4. Queima em "V"
Esta técnica foi desenvol-
vida para uso em áreas acidenta-
das, partindo-se sempre do topo
para a base das montanhas. As li-
nhas de fogo devem ser iniciadas,
simultaneamente, de um único pon
to, no local mais alto e prosse-
guirem montanha abaixo, de forma
radial (Figura 16-D). Basica-
mente, esta técnica envolve o
mesmo conceito da queima de flan-
co, exceto que as linhas de fogo
são radiais ao invés de parale-
las. Apresenta, por isto mesmo ,
as mesmas vantagens e desvanta.
gens que aquela técnica
10.2.5. Queima em Manchas
Consiste em se acender uma
série de pontos ou círculos de fo
go, os quais queimam em todas as
direções mas vão se encontrando
antes que se tornem muito grandes
e se propaguem violentamente
(Figura 16-E). Os círculos de fo-
go devem ser colocados de 40 a
100 m de distância um do outro.
Uma equipe eficiente pode
queimar grandes áreas em curto es
paço de tempo usando este método.
Ele pode ser usado com ventos
moderados e variáveis, em diferen
tes concentrações de combustível.
É barato porque não necessita a-
ceiros intermediários.
A desvantagem do método é
que ele pode criar manchas quen-
tes se a distância entre os pon-
tos for malcalculada e portanto
requer considerável experiência .
Necessita também de acesso ao in-
terior da área.
10.2.6. Queima Central ou em Anel
Neste método, vários pontos
de fogo, em forma mais ou menos
circulares, são acesos no centro
da área. A propagação destes
pon-tos de fogo vai se acelerar a
-dida que a liberação de calor
au menta, formando uma ativa
colu~ na de convecção. Em áreas
maiores de 4,0 ha, uma segunda
série de pontos de fogo
(formando um anel em volta da
primeira) é iniciada, entre 15 e
30 m do limite externo da área
(Figura 16-F). Devido a forte
coluna de con vecção criada na
região central7 o fogo não se
propaga com muita intensidade na
direção dos limites externos da
área. Isto facilita o trabalho
do pessoal ao re dor da área e
reduz a possibili~ dade do fogo
ultrapassar os limi-tes da mesma.
No entanto, é pre~ ciso cuidado
pois a violenta coluna de
convecção pode lançar fa gulhas
a grandes distâncias, po~ dendo
originar focos de incêndios fora
da área queimada.
Este método e usado onde
se necessita alta intensidade de
fogo, como por exemplo elimina
ção de resíduos de exploração pa
ra preparo de terreno para
plantio ou queimas para melho-
rar o habitat da fauna silvestre
em pequenas aberturas ou
clareiras na floresta.
FIGURA 16 - Técnicas de queima controlada: A - contra o vento; B - em faixas a
favor do vento; C - de flanco; D - em "V"; E - em manchas; F - central ou em anel.
10.3. APLICAÇÃO DA QUEIMA CONTRO
LADA
Determinar se ha realmente
necessidade de se usar o fogo no
manejo da floresta é o primeiro
passo para a aplicação da queima
controlada. Esta determinação deve
se basear numa clara e precisa
avaliação dos propósitos e objeti
vos da queima, bem como um balan"
co entre os benefícios e os even-
tuais danos da mesma. Deve-se sem
pre considerar que os efeitos do
fogo sobre qualquer área não são
nunca totalmente daninhos nem to-
talmente benéficos. Conseqüentemen
te, ao se usar a queima controla-
da, o objetivo real é maximizar os
benefícios líquidos do fogo so bre
a área considerada.
Quando se aplica a queima-
controlada em ãreas florestais, é
importante estabelecer a estação
do ano mais favorável, a melhor
hora do dia e o correto intervalo
entre as queimas.
10.3.1. Estação do Ano
Decidir sobre a melhor es
tação do ano para se fazer a queT
ma controlada as vezes não ê fá-
cil. A decisão depende de vários
fatores, tais como objetivo da
queima, tipo de vegetação, época
de maior perigo de incêndio, quan
tidade de combustível, hábitos da
fauna silvestre local e condi-
ções climáticas.
^Normalmente, as melhores
estações para se queimar são o
outono e o inverno, apesar de as
vezes , ^dependendo dos objetivos,
ser viável utilizar o fogo em ou
tras épocas do ano. Em locais on
de as estações são bem-diferen-
-
ciadas, as queimas no outono e
inverno oferecem menor risco,por
que os tecidos dormentes podem
suportar exposições mais longas
a altas temperaturas sem sofre
rem danos. ~
Se o objetivo da queima re
quer intensidades mais altas, co"
mo por exemplo preparo de terre-
no ou eliminação de espécies in-
desejáveis, talvez o verão seja
a estação mais indicada, devido
a temperatura do ar ser mais al-
ta. Queimas durante a primavera,
entretanto, quase nunca são reco
mendãveis, devido ã intensa ati"
vidade vegetativa das árvores e,
principalmente, pelos danos po-
tenciais a fauna.
Brender e Cooper (1968)com
pararam as queimas de verão corn
as queimas de inverno na redução
do material combustível em povoa
mentos de Pinus taeda, no sudes^ te
dos EUA. Os resultados indica
ram que o consumo do material dê
positado no piso da floresta (sê
rapilheira) foi maior no verão
do que no inverno, mas a intensi
dade^do fogo foi mais dependente
da técnica de queima utilizada
do que da estação do ano. (Tabe-
la 27) .
TABELA 27 - Dados do comportamento do fogo em queimas controladas con
tra e a favor do vento, no verão e no inverno, em povoamentos de PT
nus taeda.
Ti
p
o de
Q
ueima
V e l o c i d a d e de
Propagação
Consumo de Combustível por
hectare
Intensidade do
fogo
(m/s)
(ton)
(%)
(kcal/m.s.)
Inverno ( c o n t r a o
vento )
0,007
5,50
38
17,0
Verão ( c o n t r a o
vento )
0,006
6,25
46
16,5
Inverno (a favor
do vento) Verão (a
favor do vento)
0,044
0,050
6,00
7,25
40
53
1 16,4
154,3
Outro fator a considerar
quando se determina a melhor esta
ção para se queimar é que as ãrv-
res eventualmente danificadas pe-
Io fogo na primavera ou no verão
estarão sujeitas ao ataque de in-
setos antes de terem tempo de se
recuperar. Por outro lado, as ar-
vores danificadas no outono ou in
verno terão mais tempo para se re-
cuperarem, ate a chegada da esta-
ção de maior proliferação dos in-
setos .
10.3.2. Hora do Dia
A determinação da melhor ho-
ra do dia para iniciar uma queima
e geralmente feita com base na
necessidade de controle do fogo ,
objetivos da queima e aspectos de
dispersão da fumaça, exatamente
nessa ordem de prioridade.Queimas
bem-sucedidas tanto podem ser fei-
tas durante o dia como a
noite,em-bora o período diurno
seja geralmente mais favorável.
Apesar de que por razões
administrativas e econômicas e
ainda por possibilitar melhor dis-
persão da fumaça, o período diurno
seja preferido, existem circuns-
tâncias que requerem queimas no-
turnas. A primeira redução de ma-
terial combustível no interior de
uma plantação jovem é um exemplo
da necessidade de queima noturna.
Devido as condições climáticas ,
temperatura mais baixa e umidade
mais alta, a intensidade do fogo e
menor e consequentemente o risco
de danos ãs arvores é sensivel-
mente reduzido.
10.3.3. Intervalo entre as Quei-
mas
Provavelmente o mais impor-
tante uso da queima controlada se
ja a redução do material combusti-
vel, a fim de evitar riscos de da-
nos maiores caso ocorra um incên-.
dio incontrolado. Por este motivo,
os estudos para se determinar o
melhor intervalo entre as quei-
mas são geralmente orientados
no-sentido de se estabelecer os
intervalos entre acumulações
críti cas de combustível.
Queimas a intervalos muito
curtos, anuais, por exemplo, po-
dem contribuir para a gradativa
degradação do solo. Por outro la
do, intervalos muito grandes pe?
mitem o acúmulo de perigosas
quantidades de combustível,
aumentando o potencial de danos
ao povoamento caso ocorra um in
cêndio. Mobley et alii (1973) a-
firmam que nos povoamentos de
Pinus sp do sudeste dos EUA, in-
tervalos de 3 anos são os mais
adequados, pois não prejudicam o
solo e mantém a quantidade de ma
terial combustível em níveis se-
guros .
10.4. PLANO DE QUEIMA
A queima controlada e um
trabalho altamente técnico, que
exige conhecimentos do comporta-
mento do fogo, seus efeitos so-
bre o ambiente e técnicas de com
bate. Por este motivo, a elabora-
ção de um plano escrito e deta-
lhado e recomendável para cada
queima. Os principais pontos a-
bordados em um plano de queima-
controlada são:
i) Descrição e localização
da área a ser queimada - o plano
deve começar pela descrição da
área, incluindo tipo de vegeta-
ção, topografia, tipo e
quantida-de de combustível e
quantidade de hectares a serem
queimados. É conveniente também
apresentar um mapa detalhado da
área, mostrando seus limites,
aceiros, estradas e outros
detalhes importantes .
ii) Objetivos da queima
e muito importante incluir no
plano os objetivos a serem atin-
gidos e as razões para se usar o
fogo. Deve-se indicar o que se es
pera que o fogo faça na área, is-
to é, se ele vai eliminar algumas
espécies ou se vai consumir
material combustível e que
quanti-dade deverá ser consumida.
E im-portante também apresentar
um resumo dos aspectos de
comportamento do fogo esperados,
ou seja, a intensidade e a altura
máxima de crestamento permitidas.
Estas informações são essenciais
para a avaliação da queima.
iii) Condições climáticas
ideais - Com base no comportamen-
to do fogo esperado, deve-se esta
belecer os limites dos fatores
climáticos, principalmente tempe-
ratura do ar, velocidade e dire-
ção do vento, umidade relativa é
índice de perigo do fogo, sob os
quais a queima pode ser feita sem
riscos de danos ao ambiente.
iv) Técnica de queima - o
método de queima a ser usado de-
pende da quantidade de combustí-
vel e da intensidade de fogo dese-
jada. Quando a quantidade de com
bustível e grande, queimas menos
intensas podem ser feitas sob con
dições de umidade mais alta e uti-
lizando-se técnicas que não
permi-tam a rápida propagação do
fogo, como a queima contra o
vento por
exemplo.
v) Vigilância, controle e
rescaldo - um plano bem-elabora-
do deve incluir todos os deta-
lhes necessários para a perfeita
segurança da queima. Pessoal e
equipamento necessários para a
realização da queima devem ser
devidamente dimensionados e in-
cluídos no plano. 0 esquema de
vigilância, durante todo o trans
correr da queima é também muito
importante, para evitar que o
fo-go atinja áreas adjacentes ou
es-cape ao controle. Finalmente
depois de queimada toda a área,
e necessário fazer o rescaldo,
eli-minando-se todos os
vestígios de fogo remanescentes.
vi) Avaliação da queima
deve-se deixar um espaço no pla-
no de queima para a futura ava-
liação da mesma. Na avaliação de-
ve-se registrar a data e hora da
queima, os aspectos do compor-
tamento do fogo observados, isto
e, velocidade de propagação, in-
tensidade, altura de crestamento
e também a quantidade de combus-
tível consumida. 0 registro das
condições climáticas, comporta-
mento do fogo e efeitos sobre o
ambiente são essenciais para se
determinar a eficiência da quei-
ma .
11. ÍNDICES DE PER GO DE INCÊNDIO
índices de perigo de incên.
dio são números que refletem, an-
tecipadamente, a probabilidade de
ocorrer um incêndio, assim como a
facilidade do mesmo so propagar,
com base nas condições atmosféri-
cas do dia ou de uma seqüência de
dias.
No passado, a tendência dos
técnicos florestais em dedicar
maior atenção as atividades de su
pressão do fogo, analisando e pro
curando aperfeiçoar os métodos de
combate então disponíveis. A ten-
dência moderna, no entanto, é de-
dicar mais atenção as fases de
prevenção e prê-supressão, pois é
muito mais vantajoso, sob todos os
aspectos, evitar um incêndio ou
mesmo atacã-lo imediatamente a-pos
seu início, do que combatê-lo após
estabelecido e em franca pro-
págação.
De acordo com a filosofia de
dedicar maior atenção ã preven-
ção, começaram a ser desenvolvidos
os índices de perigo de incên-dio,
os quais têm sido continuamente
aperfeiçoados. Segundo Williams
(1967), ate 1920 não se ha via
pensado seriamente, no Canada, no
uso sistemático de dados meteo-
roíógicos para desenvolver estima-
tivas do grau de perigo de incên-
dio. Desde essa época, porem, ta-
belas de perigo de incêndio come-
çaram a ser construídas, para to-
das as partes do país, através de
inter-relações existentes entre
clima, umidade do combustível e
comportamento do fogo.
Segundo Countryman (1966) ,
nos EUA, desde o início do século,
pesquisadores trabalhando no campo
da proteção floresta, haviam
percebido as variações do compor-
tamento do fogo com as diferenças
de clima, combustível e topogra-
fia. Geralmente, eles faziam ava-
liações qualitativas dessas dife-
renças. Finalmente, em 1933, Gis-
borne pela primeira vez estrutu-
rou um índice de perigo de incên-
dio, ao elaborar uma escala do
grau de perigo de incêndio. A es
cala de Gisborne, baseada em di-
versos componentes do clima, era
composta por sete classes de pe-
rigo . Seguindo o mesmo princípio,
isto é, usar variáveis ou compo-
nentes do clima, numerosos outros
sistemas de predição do grau de
perigo de incêndio foram
desenvolvidos, em diversos países
do mundo. Os Serviços Flores tais
do Canadá e dos EUA, por e-
xemplo, desenvolveram em 1970 e
1972, respectivamente, índices
nacionais, para padronizar os
sistemas de avaliação do grau de
perigo em cada país.
No Brasil, até 1963 não se
tinha notícia de nenhuma tabela
ou equação de previsão do perigo
de incêndios. Ao final daquele
ano, devido ao grande incêndio
ocorrido no Estado do Paraná, a
Divisão de Estudos e Pesquisas
Meteorológicas do Serviço de Me-
teorologia do Ministério da Agri-
cultura, divulgou duas equa-
ções para estimativa do grau de
perigo de incêndios, considerados
os mais viáveis as condições
climáticas e estruturais do país,
os índices de Angstron e de
Nesterov. Em 1972, Soares
(1972), utilizando dados da re-
gião central do Estado do Para-
ná, desenvolveu o primeiro índice
de perigo de incêndio do país, a
Formula de Monte Alegre.
A estrutura dos índices de
perigo de incêndio é fundamental-
mente baseada na variação de cer-
tos fatores meteorológicos. Ra-
ciocinando-se em termos de uma
determinada área florestal, pode-
se distinguir dois tipos de fato-
res determinantes do grau de pe-
rigo de incêndio: os de caráter
permanente (material combustível,
tipo de floresta e topografia) e
os variáveis (condições climãti-
cas) . Os fatores de caráter perma-
nente não são apropriados para a
determinação do grau de perigo de
ocorrência de incêndios pois, a
curto prazo, não variam. Sempre
ha, por exemplo, possibilidade de
se produzir um incêndio em uma
floresta levando-se em considera-
ção apenas os fatores de caráter
permanente. Eles são üteis em ín-
dices mais complexos, que estimam
a velocidade de propagação e o
potencial de danos dos incêndios.
Os fatores variáveis por sua vez
apresentam uma base solida para a
determinação apenas do grau de
perigo de ocorrência.
Os índices de perigo de in-
cêndio podem, empiricamente, ser
divididos em dois grupos, índices
de ocorrência e índices de propa-
gação. Os primeiros estimam espe-
cialmente a probabilidade de
ocor-rência de um incêndio, isto
é, se existem condições
favoráveis ou não para o início
da combustão. Os do segundo
grupo, através da incorporação da
velocidade do vento e alguns
fatores de caráter perma-nente,
alem das condições de combustão
oferecem também uma previ-são do
comportamento do fogo, isto é,
das condições de propagação do
mesmo. Todos os índices atualmente
utilizados no país pertencem ao
primeiro grupo.
0 conhecimento dos índices
de perigo de incêndio é funda-
mental dentro de um plano de pre-
venção e combate aos incêndios
florestais, por permitir a previ-
são das condições de perigo, pos-
sibilitando desta maneira a adoção
de medidas preventivas em bases
mais eficientes e econômicas. 0
planejamento do setor de prevenção
deve ser ajustado as mudanças do
grau de perigo, a cada dia, a fim
de cumprir com os- objetivos de
controle dos incêndios den tro de
limites razoáveis de custos. A
concentração de muitos recursos no
controle dos incêndios torna-se
excessivamente cara e, por outro
lado, a limitação de re cursos a
níveis muito baixos pode ser muito
perigosa.
11.1. PRINCIPAIS ÍNDICES DE PERI-
GO DE INCÊNDIO
Os principais índices de
perigo de incêndio usados por
organizações de prevenção e com-
bate a incêndios florestais no
país são apresentados a seguir.
11.1. índice de Angstron
Desenvolvido na Suécia, es
te índice baseia-se fundamental-
mente na temperatura e umidade re
lativa do ar, ambos medidos dia-
riamente as 13 horas. A equação
do índice é a seguinte:
B.= 0,05 11 - 0,1 (T - 27)
sendo:
B índice de Angstron
H = umidade relativa do ar em
%
T = temperatura do ar em
C.
Sempre que o valor de "B"
for menor do que 2,5 haverá ris-
co de incêndio, isto é, as
,condi-ções atmosféricas do dia
estarão favoráveis a ocorrência
de incên-dios.
11.2. índice Logarítmico de Te-
licyn
Desenvolvido na URSS, este
índice tem como variáveis as tem
peraturas do ar e do ponto de or
valho, ambas medidas as 13 ho-
ras. O índice é acumulativo, is-
to é, seu valor aumenta gradati-
vamente, como realmente acontece
com as condições de risco de in-
cêndio, até que a ocorrência de
uma chuva o reduza a zero, reco-
meçando novo ciclo de cálculos .
Sua equação é a seguinte:
I = E log(T - PO)
sendo:
I = índice de Telicyn T =
temperatura do ar em C PO =
temperatura do ponto de or-valho
em C log= logarítmo na base 10.
Restrição do índice: sempre
que ocorrer uma precipitação igual
ou superior a 2,5 mm, abandonar a
somatória e recomeçar o calculo no
dia seguinte, ou quando a chuva
cessar. No(s) dia(s) de chuva,
o índice é igual a zero.
Como o índice é acumulati-
vo, a interpretação do grau de pe
rigo é feita através de uma esca-
Ia (Tabela 28) .
TABELA 28 - Escala de perigo do .índice logarítmico de Telicyn.
VALOR DE I GRAU DE PERIGO
=< 2
2,1 a 3,5
3,6 a 5,0
> 5
Nenhum
Pequeno
Médio
Alto
11.1.3. índice de Nesterov
Desenvolvido na URSS e aper-
feiçoado na Polônia, este índice
tem como variáveis a temperatura
e o déficit de saturação do ar,
ambos medidos diariamente as 13
horas. 0 índice de Nesterov, que
também é acumulativo, tem a se-
guinte equação básica:
G = E(d.T)
sendo,
G = índice de Nesterov
d = déficit de saturação do
ar
em milibares T =
temperatura do ar em C.
0 déficit de saturação do
ar, por sua vez, é igual ã dife-
rença entre a pressão máxima de
vapor d'água e a pressão real de
vapor d'água, podendo ser calcu-
lado através da expressão:
sendo ,
d = déficit de saturação do ar
em milibares E = pressão
máxima de vapor
d'água em milibares H =
umidade relativa do ar em
t.
No índice de Nesterov, a
continuidade da somatória é limi.
tada pela ocorrência de precipi-
tação, através de uma série de
restrições (Tabela 29).
TABELA 29 - Restrições a somatória do índice de Nesterov, de acordo com
a quantidade de chuva do dia. ....................
CHUVA DO DIA
(mm)
........ MODIFICAÇÃO NO CALCULO
=< 2,0
Nenhuma
2,1 a 5,0
Abater 25% do valor de G calculado na
véspera e somar (d.t) do dia.
5,1 a 8,0
Abater 50% no valor de G calculado na
v
é
s
pera e somar (d.t) do dia.
8,1 a 10,0
A
bandonar a
s
omat
ó
r
ia
a
nterior e reco
m
e
ç
a
r
novo c
á
l
culo, isto é, G= (d.t)
d
o dia.
> 10,0
Interromper o cálculo (G = 0) , recome-
çando a somatória no dia seguinte
ou quando a chuva cessar.
A interpretação do grau de
risco estimado pelo Índice é fei-
ta através de uma escala de peri-
go (Tabela 30).
TABELA 30 - Escala de perigo do índice de Nesterov
Valor de G
Grau de Perigo
V
i
!
300
301 a 500
501 a
1
000
1001 a
4
000
>
4
000
Nenhum risco
Risco pequeno
Risco médio
Grande risco
Altíssimo risco
11.1.4. Fórmula de Monte Alegre
Desenvolvido através de da.
dos da região central do Estado
do Paraná, este índice, também a-
cumulativo, tem como única variá-
vel a umidade relativa do ar, me-
dida as 13 horas. A sua equa-
ção básica é a seguinte:
sendo,
FMA = Formula de Monte Alegre
H = umidade relativa do ar
em % .
Sendo acumulativo, o índi-
ce esta sujeito as restrições de
precipitação, como mostra a Tabe-
la 31 .
TABELA 31 - Restrições à somatória da FMA, de acordo com a precipita
ção do dia . .' .........
CHUVA DO DIA
(mm)
MODIFICAÇÃO NO CÁLCULO
=< 2,4 Nenhuma
2,5 a 4,9
Abater 30% na FMA calculada na véspera e so mar
(
100
/
H
)
do dia.
5,0 a 9,9 Abater 60% na FMA calculada na véspera e so
mar (100/H) do dia.
10,0 a 12,9
Abater 80% na FMA calculada na véspera e so mar
(100/H) do dia.
> 12,9 Interromper o cálculo (FMA= 0) e recomeçar
a
somat
ó
r
ia no
d
ia
s
eguinte.
A interpretação do grau de
perigo estimado pela FMA é também
feita através de uma escala (Ta-
bela 32) .
TABELA 32 - Escala de perigo da Formula de Monte Alegre
VALOR DA FMA
GRAU DE PERIGO
=< 1,0
1,1 a 3,0
3,1 a 8,0
8,1 a 20 ,0
> 20,0
Nulo
Pequeno Me
d io Alto
Muito alto
11.2. UTILIDADES DOS ÍNDICES DE
PERIGO DE INCÊNDIO
to do grau de perigo a que esta
sujeita a área florestal.
Dentre as diversas utilida-
des e aplicações dos índices de
perigo de incêndio pode-se desta-
car :
11.2.1. Conhecimento do Grau de
Perigo
Ao estimar a probabilidade
de ocorrência de incêndios, desde
que exista uma £agulha para ini-
ciar a combustão, os índices per-
mitem, diariamente, um conhecimen
11.2.2, Planejamento do Controle
de Incêndios
As medidas preventivas ou
mesmo de prê-supressão, devem ser
intensificadas a medida que os
valores dos índices aumentam.
Por outro lado, quando o índice
indica não haver perigo de
incêndio ou quando ele é
pequeno, as medidas de
prevenção e prontidão para
eventuais combates podem ser
atenuadas, conseguindo-se as
sim uma grande economia no setor
de proteção, pois tanto o pessoal
como alguns equipamentos usa dos
neste setor podem ser designa" dos
para outros trabalhos.
mo o Paraná por exemplo, deve-se
esperar diferenças significati-
vas entre o grau de perigo das
suas diversas regiões.
11.2.3.Permissão para Queimas
Controladas
Segundo o Código Florestal,
as queimas controladas somente po
dem ser feitas mediante autoriza"
ção do poder publico. 0 índice de
perigo de incêndio deve ser um dos
fatores fundamentais a se levar em
consideração para a conces-são de
permissão para queima. Quan do o
perigo e alto ou muito alto7 não
se deve permitir queimas pois o
risco do fogo escapar e se trans
formar em incêndios incontrolados
é muito grande.
11.2.5. Previsão do Comportamen-
to do Fogo
Os índices que estimam tam
bém a propagação e o potencial
de danos, fornecem uma boa idéia
do comportamento do fogo, caso
ocorra um incêndio. Mesmo os ín-
dices de ocorrência, embora mais
limitados, podem também dar uma
indicação do que se deve esperar
em termos de comportamento do
fogo, que será certamente
distin-to se o incêndio ocorrer
em um dia de perigo médio ou
muito alto, por exemplo.
11.2.4. Estabelecimento de Zonas
de Perigo
0 acompanhamento dos valo-
res dos índices de perigo de in
cêndio durante certo tempo, em
grandes regiões, permite
estabele-cer as zonas
potencialmente mais perigosas ou
mais propícias ã o-corrência de
incêndios. Considerando que o
limite de validade e segurança
dos índices é aproximadamente 40
km de raio em torno da estação
meteorológica que fornecem os
dados, em um Estado, co-
11.2.6. Advertência Pública do
Grau de Perigo
A divulgação dos valores
dos índices, através dos meios
de comunicação disponíveis, é im
portante para que as pessoas que
trabalham na floresta ou a usam
como recreação, tenham conheci-
mento do grau de perigo de incên
dio. Este conhecimento acompanha
do de outros esclarecimentos,aju
da a formar na população uma
maior conscientização para os
problemas que os incêndios podem
causar as florestas.
12. PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
A proteção das florestas
contra o fogo começa com a preven
ção. A melhor maneira de combater"
um incêndio e evitar que ele ocor
ra. E considerando que a grande-
maioria dos incêndios florestais
são provenientes de causas huma-,
nas, elas são, em sua maior par-
te, teoricamente evitáveis.
A prevenção de incêndios
florestais envolve dois níveis de
atividades. Primeiro, a prevenção
dos incêndios causados pelo ho-
mem, procurando através da educa-
ção da população, legislação espe
cífica e medidas coercitivas,
evi-tar que o fogo ocorra.
Segundo usando técnicas para
controlar principalmente o
material combustível , impedir ou
dificultar a propagação daqueles
incêndios que não foi possível
evitar.
12.1. PREVENÇÃO DAS FONTES DE FO-
GO
Cada incêndio causado pelo
homem em uma área florestal prote-
gida deve ser considerada como e-
vidência de que alguma coisa saiu
errada. Geralmente, o incêndio é
o resultado de uma combinação cri
tica de circunstâncias que pode-
riam ser evitadas ou impedidas de
acontecer. Estas circunstâncias
podem ser codificadas, a fim de
permitir um diagnostico lógico e
uma prescrição eficiente para ca-
da caso. Por exemplo:
Um incêndio de fumante =um fuman-
te + cigarro + fósforo + descuido
Se qualquer um dos quatro
elementos do incêndio causado pe-
lo fumante for eliminado, não ha-
verá fogo. Deste modo, existem
quatro maneiras de se prevenir um
incêndio deste tipo: i) Banir o
fumante de áreas sujeitas a ocor
rência de incêndios (fechamento
completo da área) , induzi-lo a
não fumar em determinadas áreas
(proibição de fumar) ou proibi-
lo de jogar material aceso em lo
cais com combustível perigoso
(não fumar enquanto estiver se
deslocando pela área) ; ii) Limi-
tar o uso de cigarro em determi-
nadas áreas que não oferecem ris
co, sem proibir totalmente o ato"
de fumar; iii) Aumentar a segu-
rança do agente de ignição, proi.
bindo por exemplo o uso de fõsfo
ros e permitindo apenas isquei-
ros; iv) Finalmente, educar ou
motivar o fumante para ser cuida
doso e tomar as precauções
neces-sarias a fim de evitar o
incêndio .
Certamente, dessas quatro
alternativas, a primeira é a mais
direta e positiva para um certo
período de tempo e determinada a-
rea, mas não ha condições de es-
tendê-la a grandes áreas, alem de
ser uma medida de caráter tem
porãrio. A quarta alternativa
educação do fumante, leva muito
mais tempo para ser efetivada mas
apresenta um caráter mais
permanente em termos de prevenção
.
Este tipo de analise pode
ser aplicada a todos os incên-
dios onde as combinações críti-
cas que causam o fogo são conhe-
cidas. Um incêndio causado por
incendiãrio, por exemplo, é a
soma de uma pessoa, um motivo
para queimai material para pro
vocar a ignição. Neste caso, as
principais alternativas de pre-
venção seriam retirar a pessoa
da área ou eliminar o seu motivo
para queimar.
A prevenção de incêndios
de causa humana, que pode ser
alcançada através da educação da
população, da regulamentação do
uso da floresta e da aplicação da
legislação pertinente, ainda apre-
senta um grande potencial para"
aperfeiçoamento.
12.1.1. Educação da População
As pessoas se constituem no
primeiro problema da prevenção de
incêndios. Se todos que usam ou
transitam por áreas florestais ti-
vessem plena consciência do
poten-cial de destruição dos
incêndios, fossem bem-informados
sobre como evitar que eles
ocorram e suficientemente
motivados para procederem
corretamente, apenas um número
reduzido de incêndios ocorreria
anualmente.
Por este motivos, a educa
ção da população deve ser a pri-
meira iniciativa na prevenção de
incêndios. Seu objetivo principal
é formar uma conscientização na
população, com relação ã
importân-cia das florestas e os
danos que a elas podem causar os
incêndios florestais.
0 grande obstáculo para se
alcançar essas metas é a dificul-
dade de atingir todas as classes
de pessoas responsáveis por ocor-
rências de incêndios através de
uma comunicação simples e objeti-
va, mostrando como e por que evi-
tar o fogo nas florestas.
Os principais meios de comu
nicação visando a educação da po-
pulação são livros, revistas, fo-
lhetos, rádio, televisão, filmes,
painéis, palestras e contatos
pessoais. Todos esses meios são
eficientes quando usados hábil e
adequadamente, considerando a
época oportuna, o local adequado
e a pessoa correta. Mas todos, ou
quase todos eles, são necessá-
rios, pois nenhum meio, isolada-
mente, poderá alcançar todas as
classes de pessoas e também por-
que a reação dos indivíduos varia
bastante em relação a apelos
públicos, instruções e restrições
Ryan , Gladen e Folkman
(1978) relatam um experimento con
duzido na Califórnia, EUA, visan-
do conscientizar crianças de es
cola de primeiro grau para o pro"
blema de incêndios florestais. E
quipes de quatro a oito pessoas"
conduziram o programa visitando
as salas de aula e apresentando
sessões divididas em três partes,
cada uma com cerca de 10 minutos
de duração: trabalhos em gru-pos,
apresentação de diapositi-" vos e
visita do urso smokey. As crianças
foram submetidas a tes-tes antes
e depois de participarem do
programa e suas respostas
comparadas com as de crianças
não-submetidas ao programa. As
crianças submetidas ao programa
obtiveram muito melhor performan
ce nos testes sobre princípios de
prevenção de incêndios do que as
que não participaram do pro-
grama.
Bernardi (1973) testou a e-
ficiência de três anúncios dê" 60
segundos sôbre prevenção de
incêndios em emissoras de televi-
são nos Estados da Califórnia é
Oregon, EUA. Os filmes diferiam
apenas de narrador: o urso smokey
em um, rapaz jovem em outro e um
guarda florestal no terceiro. A
pesquisa demonstrou que o filme
narrado pelo rapaz foi mais
eficiente na conscientização da
população amostrada, com relação
a prevenção de incêndios. 0 autor
concluiu ainda que os filmes
foram mais eficientes quando
mostrados em salas de aula do que
quando exibidos para o públi-co de
televisão em geral .
Os painéis colocados nas
margens de estradas são também
muito úteis na educação da popu-
lação. Folkman (1973) demonstrou,
através de pesquisa realizada na
Califórnia, EUA, que as mensa.
gens dos painéis mantém sua efi-
ciência por pelo menos seis anos.
Cinco diferentes mensagens foram
colocadas ao longo de estradas
florestais da região e, seis anos
depois, as mensagens foram
aumentadas para dez, os painéis
redesenhados e apresentados com
novas cores. Cerca de 97 % dos mo
toristas entrevistados se lem-
braram dos novos painéis e cerca
de 70% disseram se lembrar também
dos antigos.
De todos os métodos de edu-
cação da população, o contato pes-
soai e individual parece ser õ
mais eficiente. A principal vanta-
gem do contato pessoal é permitir
um nível de troca de idéias que
não é possível através de outros
meios de comunicação. Este é um
método altamente seletivo e que
pode, eficientemente, preencher
os espaços ou falhas deixados
pelos outros métodos.
priamente dita por seu caráter
mais localizado e pelo seu obje-
tivo principal que é reduzir o
risco de incêndio em áreas espe-
cíficas. Um exemplo concreto de
regulamentação do uso da flores-
ta é citado por Brown e Davis
(1973): nos Estados de Oregon e
Washington, EUA, a operação de
exploração florestal é suspensa
toda vez que a umidade relativa
do ar, nas áreas florestais, cai
para menos de 30%.
12.1.2. Regulamentação do Uso da
Floresta
A regulamentação do uso ,
principalmente das florestas de
lazer, como os parques nacionais,
estaduais e municipais, é muito
importante na prevenção dos incên
dios causados pelas pessoas que
os utilizam.
A regulamentação esta rela-
cionada, por um lado com a educa-
ção da população e, por outro, a
aplicação da legislação. Isto por-
que inicialmente é necessário uma
campanha de esclarecimento no sen
tido de explicar as razões das
restrições no uso da floresta. Em
segundo lugar, não se deve transi-
gir na aplicação da regulamenta-
ção .
A forma mais drástica de re
gulamentação seria fechar a flo-
resta, ou os setores mais suscetí-
veis aos incêndios, a visitação
publica, em épocas críticas. Ou
trás medidas que poderiam ser
ado-tadas são a proibição ou
restrição de fumar em
determinadas á-reas em épocas de
grande perigo ;o uso obrigatório
de ferramentas como pás, machados
e foices por par-te de pessoas que
acampam na floresta; a proibição
de pesca em certas áreas durante
a estação de incêndios e outras
medidas de caráter local ou
regional que con tribuam para a
redução do risco de incêndio.
A regulamentação do uso da
floresta difere da legislação pro-
12.1.3. Aplicação da Legislação
Existe sempre uma minoria
de pessoas negligentes, descuida
das e refratãrias a qualquer le-
gislação, que agem sempre em
seus interesses pessoais. Para
estas pessoas, a aplicação rigo-
rosa da legislação é a medida
mais eficiente na prevenção dos
incêndios.
0 cumprimento rigoroso do
Código Florestal Brasileiro, que
tem quatro artigos que tratam
diretamente do problema do fogo
em florestas , seria uma medida
extremamente útil na prevenção
de incêndios no país.
0 Artigo 11°, do referido
Código, diz que "o emprego de
produtos florestais ou hulha como
combustível obriga o uso de
dispositivos que impeçam a difu-
são de fagulhas suscetíveis de
provocar incêndios nas flores-tas
e demais formas de vegetação""
0 Artigo 25? estabelece que
"em caso de incêndio rural, que
não se possa extinguir com os re
cursos ordinários, compete não
so ao funcionário florestal, como
a qualquer outra autoridade
publica, requisitar os meios ma-
teriais e convocar os homens em
condições de prestar auxílio".
0 Artigo 26? diz, entre
outras coisas, que "fazer fogo,
por qualquer modo, em florestas
e demais formas de vegetação, sem
tomar as precauções adequadas;fa
bricar, vender, transportar ou
soltar balões que possam provo-
car incêndios nas florestas e de-
mais formas de vegetação; e
empre-gar, como combustível,
produtos" florestais ou hulha sem
uso de dispositivos que impeçam a
difu-são de fagulhas suscetíveis
de provocar incêndios florestais
, constituem contravenções
penais. puníveis com três meses a
um ano de prisão simples ou multa
de um a cem salários mínimos, ou
ambas as penas cumulativamente."
Finalmente, o Artigo 27?
diz que "é proibido o uso de fogo
nas florestas e demais formas de
vegetação".. Entretanto, como o fo-
go é um instrumento essencial em
práticas agrícolas e florestais,
o parágrafo único deste Artigo
faz a seguinte ressalva: "se pecu-
liaridades locais ou regionais
justificam o emprego do fogo em
práticas agro-florestais ou flo
restais, a permissão será estabe
lecida em ato de poder publico ,
circunscrevendo as áreas e estabe-
lecendo normas de precaução." Se
apenas este Artigo fosse rigorosa-
mente observado, os incêndios fio
restais no Brasil seriam
sensivel-
mente reduzidos.
A aplicação da legislação,
principalmente nos casos de pro-
cesso judicial, nem sempre e fá-
cil. Em primeiro lugar, é neces-
sário descobrir a causa do incên
dio. Em seguida, deve-se estabe-
lecer a identidade da pessoa res
ponsável pelo fogo. Finalmente 7
é necessário provar legalmente o
envolvimento da pessoa no incên-
dio .
Folkman (1973) relata um
programa experimental de preven-
ção de incêndios no município de
Butte, Califórnia, EUA, onde a
aplicação da legislação foi um
dos pontos principais, a fim de
alertar o publico a respeito da
seriedade do problema do fogo.Du
rante os quatro anos de observa
ção, vários foram os casos dê"
condenação de pessoas responsá-
veis por incêndios (Tabela 33) e
houve uma sensível redução no nu
mero de incêndios de causas huma-
nas nos anos de 1969 e 1970.
TABELA 33 - Resultados do programa de aplicação da legislação de pre
venção contra incêndios florestais no município de Butte
Califórnia, EUA.
ATIVIDADE 1967 1968 1969 1970
Número de investigações 325 269 340 346
Ofensas menores 17 35 12 1 3
Ofensas grave s
1
1
1
0
Condenações menores 15 33 9 13
Condenações graves
1
1
1
0
Ainda segundo Folkman (1973) ,
durante o transcurso da pesquisa,
o fato do município estar sendo
usado como área experimental foi
mantido em segredo para evitar
que o efeito de tal conhecimento
pudesse influir no comportamento
do público.
12.2. PREVENÇÃO DA PROPAGAÇÃO DO
FOGO
A redução do risco de pro-
pagação dos incêndios que não
puderam ser evitados é outra im-
portante parte da prevenção de
incêndios florestais.
Mesmo os mais eficientes pro
gramas de prevenção não conseguem
-
evitar totalmente o início de in-
cêndios em áreas florestais. Por
este motivo, é essencial estabele
cer sistemas que evitem ou difi-
-
.
cultem a propagação dos incêndios,
principalmente através do controle
da quantidade, arranjo, conti-
nuidade e inflamabilidade, ou po-
tencial de queima, do material com
bustível.
A redução do risco de propa-
gação dos incêndios em áreas flo-
restais pode ser conseguida atra.
vês da implantação das seguintes
técnicas preventivas:
12.1. Construção e Manutenção de
Aceiros
Aceiros são técnicas preven-
tivas destinadas a quebrar a con-
tinuidade do material combustível.
Constituem-se basicamente de fai-
xa- livres de vegetação, onde o
solo mineral é exposto, distribuí-
das através da área florestal, de
acordo com as necessidades de pro-
teção.
A largura dos aceiros depen-
de das condições locais, mas não
deve ser inferior a 5 m e, em lo-
cais de extremo perigo, podem che-
gar a 50 m. Em uma área florestal,
onde deve existir uma rede de
aceiros, a largura de cada um de-
les varia de acordo com sua impor
tância estratégica. Neste caso,
existem aceiros principais, mais
largos, e secundários, mais es-
treitos .
Os aceiros, por si so, não
são capazes de deter os incêndios
, ou pelo menos a maioria deles,
principalmente quando o fogo
começa mais distante e chega até
eles já com certa intensidade. No
entanto, mesmo em incêndios de al-
ta intensidade, os aceiros são
ex-tremamente úteis como meios de
acesso e pontos de apoio para as
turmas de combate.
A manutenção dos aceiros é
outro ponto fundamental na
preven-ção da propagação do fogo.
De na-
da adianta construir uma rede de
aceiros se estes não são mantidos
limpos e operacionãveis, pelo
menos durante a época de maior
perigo de incêndios. Geralmente,
uma limpeza anual é suficiente
para manter os aceiros em condi-
ções satisfatórias.
12.2.2. Redução do Material Com-
bustível
Esta é, sem dúvida, a téc-
nica preventiva mais eficiente
para evitar a propagação dos in-
cêndios. No entanto, sua aplica-
ção prática é bastante difícil ,
principalmente considerando-se
que todo material lenhoso exis-
tente na floresta é combustível.
Sendo a intensidade dos
incêndios diretamente proporcio-
nal â quantidade de material com
bustível disponível existente ,
quanto menos material houver pa-
ra queimar, mais fácil será o
combate ao fogo e menores os da-
nos a floresta.
A redução do material com
bustível em uma floresta pode
ser feita através de métodos qui
micos, mecânicos ou por queima
controlada. Destes, o mais
econo-mico e eficiente, se bem
que o mais arriscado, é a queima
controlada, que pode ser feita
no interior da floresta, desde
que a espécie seja resistente ao
fogo. A redução do material
combus-tível através do fogo
pode também ser feita na
periferia da floresta, formando
aceiros tempo-rãrios que impedem
ou dificultam a penetração, na
floresta, de incêndios vindos de
fora. A quei-ma da vegetação
seca ãs margens de estradas de
ferro ou de rodagem, geralmente
locais bastante suscetíveis a
ocorrência de incêndios, é
também um meio eficiente de
redução de material combustível
.
12.2.3. Cortinas de Segurança
As cortinas de segurança são
técnicas que, basicamente, alte-
ram a inflamabilidade do mate-
rial combustível. Quando existem
grandes-extensões reflorestadas
com espécies altamente combus-
tíveis, sujeitas a incêndios de
copa, o estabelecimento de fai-
xas de espécies menos inflamãveis,
folhosas por exemplo, para redu-
zir a propagação de possíveis in-
cêndios, facilitando o combate
aos mesmos.
12.2.4. Construção de Açudes
São vários os benefícios
que um conjunto de pequenos açu-
des, formados através de simples
barragens de terra ao longo de
pe-quenos cursos d'água, pode
trazer a uma propriedade
florestal.
Sob o aspecto da prevenção
de incêndios, esses açudes, além
de se constituírem em locais de
fácil captação de água para comba-
ter o fogo, influem beneficamente
no microclima local, através do
aumento da superfície de evapora-
ção e, consequentemente, da umida-
de relativa do ar. Além do aspec-
to protecionista, os açudes são
úteis para a recreação e a psicul-
tura.
12.3. PLANOS DE PREVENÇÃO
Para maior eficiência da
prevenção dos incêndios flores-
tais, planos regionais ou locais,
especificando as técnicas mais
adequadas e viáveis, podem ser
estabelecidas. Os planos de pre-
venção, basicamente, organizam o
trabalho de proteção contra in-
cêndios em uma área florestal.Pa
ra isto, não é necessário elabo-
rar planos complicados ou sofis-
ticados, pois quanto mais simples
e objetivos, mais operacionais e
eficientes eles se tornam.
Para se elaborar um plano
de prevenção de incêndios são ne-
cessãrias algumas informações e
estatísticas sobre ocorrências
anteriores de fogo e aspectos ge-
rais da área, no sentido de se
estabelecer com mais eficiência
os métodos e objetivos da
preven-ção. Estas informações
são, basi-camente, as seguintes:
12.3.1. Regiões de Ocorrência
Os incêndios não se distri-
buem uniformemente através das
áreas florestais. Existem locais
onde a ocorrência de incêndios é
mais freqüente, como por exemplo
próximo a vilas ou acampamentos,
margens de rodovias, margens de
estradas de ferro, proximidades
de áreas agrícolas e margens de
rios e lagos (Figura 17). Por
outro lado, existem locais den-
tro de uma região florestal onde
nunca, ou raramente, ocorrem in-
cêndios .
FIGURA 17 - Mapa das zonas de maior risco de ocorrência de incêndios
em uma área florestal.
A elaboração de um mapa de
risco, através da marcação dos
pontos onde ocorreram os incên
dios, possibilita a visualização
das áreas de maior incidência de
incêndios e ajuda na designação
de medidas preventivas especiais
para as áreas de maior risco.
12.3.2. Causas dos Incêndios
Para se fazer um trabalho
objetivo de prevenção de incên-
dios em uma área é necessário co-
nhecer as principais causas ou
grupos de causas desses incên-
dios. 0 agrupamento usado no Bra-
sil engloba oito grupos de cau-
sas, a saber: raios, queimas para
limpeza, operações florestais,
fogos campestres, fumantes, in-
cendiãrios, estradas de ferro e
diversos.
As causas dos incêndios va
riam de região para região,prin-
cipalmente em países de grande
extensão territorial. Para se ter
estatísticas confiáveis é ne-
cessário investigar com afinco as
causas dos incêndios e manter um
arquivo ordenado dos dados ao
longo dos anos. Um exemplo de es
tatística de causas de incêndios
em uma determinada região e mos-
trado na Tabela 34.
TABELA 34 - Classificação das causas dos incêndios florestais ocorridos
e registrados no município de Telemaco Borba, Paraná de
junho de 1965 a maio de 1974.
CAUSA
INCÊNDIOS ÁREA QUEIMADA
(n?)
(%)
(ha)
(%)
Queimas para limpeza
Raios
Fumante s
28
1
7
1
33,73
20,48
13,25
2.247 , 15
126,91
7 ,60
5
3,21
2
,76
0,17
Diversos
7
8
,43 24,55
0
,53
Incendiários
Estradas de ferro
6
6
7,23
7
,23
10,90
5,70
0
,24
0,12
Operações florestais
5
6
,03 375,30
8
, 16
Fogos campestres
. ,
3 3,62 1.600,85 34 ,81
TOTAL
83 100,00 4.598,96 100 ,00
12.3.3. Duração do Período de 0-
corrência
Os incêndios, devido princi-
palmente âs condições climáticas,
não ocorrem com a mesma freqüên
cia durante todos os meses do ano.
A variação do numero de ocorrên-
cias de incêndios, de região para
região, ao longo dos meses, deve
se as diversidades climáticas ou
as diferenças nos níveis de ati-
vidades agrícolas e florestais ;
A Tabela 35 mostra um exemplo de
distribuição de ocorrências de
incêndios nos diferentes meses
do ano, em uma região do Estado
do Paraná.
TABELA 35 - Distribuição das ocorrências de incêndios e respectivas ã.
reas queimadas no município de Telêmaco Borba, Paraná, en-
tre junho de 1965 a dezembro de 1981.
INCÊNDIOS ÁREA QUEIMADA
M
Ê
S
(n?)
(%)
(ha)
(%)
Janeiro 14 4,1 121,92 1.5
Fevereiro
1
5
4
,4 37 ,35
0
,5
Março 14 4,1 1 17,67 1.5
Abril
1
7
4
,9 7,15
0
,1
Maio
1
7
4
,9 1 1 ,08
0
,2
Junho
1
7
4
,9 9,30
0
,1
Julho
5
0
1
4,6 684,84
8
,7
Agosto 64 18,7 1.014,15 12,9
Setembro
6
6
1
9,2
1
.878,28
2
3,9
Outubro
2
5
7
,3
1
.866,21
2
3,8
Novembro
2
5
7
,3 76,32
1
,0
Dezembro 19 5,6 2.024,60 25,8
TOTAL 343 100,0 7.84 8,8 7 100,0
O período de maior perigo de
incêndios em uma região pode
também ser obtido através do cal-
culo dos índices de perigo de in-
cêndio. Estes índices estimam, a-
travês de escalas numéricas, o po-
tencial de ignição ou de inflama-
bilidade da vegetação. No Brasil,
os indices melhor adaptação e de
maior uso atualmente são a Formula
de Monte Alegre e o Índice de
Nesterov.
12.3.4. Classes de Materiais Com-
bustíveis
Os tipos de vegetação in-
fluem de modo distinto no poten-
cial de propagação dos incêndios.
A propagação é geralmente mais rá-
pida e intensa em povoamentos de
coníferas do que em folhosas,mais
rápida em florestas plantadas do
que em florestas naturais e mais
rápida ainda em pastagens e cam-
pos secos por geadas.
A elaboração de mapas, de
preferência com o uso de diferen
tes cores indicando os diversos
tipos de vegetação, permite pre-
ver em que áreas o fogo oferece
maior risco de propagação. Es
tes mapas são muito üteis na
ela-boração dos planos de
prevenção.
12.3.5. Zonas Prioritárias
Nenhum planejamento deve
ser feito sem definir claramente
as áreas que devem prioritaria-
mente ser protegidas. Apesar de
toda a floresta precisar de pro-
teção, existem sempre áreas que
devem receber tratamento priori-
tário e por isto mesmo marcadas
com destaque no mapa da região .
Áreas experimentais, pomares de
sementes, nascentes de água, á-
reas de recreação, instalações in
dustriais e zonas residenciais
são exemplos de locais que devem
merecer atenção especial em um
plano de prevenção de incêndios
florestais.
BIBLIOGRAFIA
1. AHLGREN, I.F. e AHLGREN, CE. "Eco-
logical effects of forest fires".
Botanical Review 26:483-533. 1960.
2. BEAUFAIT, W.R. , HARDY, CE. e FIS-
CHER, W.C "Broadcast burning in
Larch-Fir clearchuts: the Miller
creek - Newman ridge study". U.S.
Forest Service, Research Paper INT
- 175, 1975. 53 pp.
3. BERNARDI, G.C. "Fire prevention
film spots for television - nar-
rator influence on knowledge and
attitude changes". U.S. Forest
Service, Research Paper PSW-94 ,
1973. 14 pp.
4. BRENDER, E.V. e COOPER, R.W. "Pres-
cribed burning in Geórgia's pied-
mont loblolly pine stands". Jour-
nal of Forestry 66(1):31-36. 1968.
5. BROWN, A.A. "Fire control in resour-
ce management". Journal of Forestry
45(5): 342-344. 1947.
6. BROWN, A.A. e DAVIS, K.P. Forest fi-
re: control and use. New York ,
McGraw-Hill, 2nd. ed., 1973. 686
PP-
7. COOPER, R.W. "Current use and place
of prescribed burning". IN Pres-
cribed burning Symposium Proceedings,
Asheville, Southeastern Forest Exp.
Station, 1971. 160 pp.
8. COOPER, R.W. "The prós and cons of
prescribed burning in the south".
Forest Farmer 31(2):10-13. 1971.
9. COUNTRYMAN, CM. "Rating fire dan-
ger by the multiple basic index
system". Journal of Forestry 64
(8):53l-536. 1966.
10. CZUHAI, E. e CUSHWA, C.T. "A resume
of prescribed burnings on the
Piedmont National Wildlife Refu-
ge-. U.S. Forest Service Re-
search Note SE-86, 1968. 4 pp.
11. DODGE, M. "Forest fuel accumulation
- a growing problem". Science 177
(4044):139-141. 1972
12. FOLKMAN, W.S. "Fire prevention in
Butte, Califórnia - evaluation of
an experimental program". U. S.
Fcrest Service, Research Paper PSW-
98, 1973. 23pp.
13. FOLKMAN, W.S. "Roadside fire pre-
vention signs - a restudy of
their effectiveness". U.S. Fo
rest Service, Research Note
PSW-282, 1973, 6pp.
14. FRENCH, J.R.S. e KEIRLE, R.M.
"Studies in fire damaged ra-
diata pine plantations". Austra-
lian Forestry 33:175-180. 1969.
15. HILMON, J.B. e HUGHES, R.H. "Fo-
rest service research on the use
of fire in livestock management
in the south". Fourth annual Tall
Timber Fire Ecology Conference
Proceedings: 260-275.1975.
16. KOMAREK, E.V. "Principies of fire
ecology and fire management in
relation to the Alaskan environ-
ment". In Fire in the Northern
Environment Symposium Proceedings,
ÚJ.S. Forest Service, Pacific
Northwest Forest Exp. Station ,
1971. 275pp.
17. LANGDON, O.G. "Effects of prescri-
bed burning on timber species in
the southeastern coastal plain".
IN Prescribed burning Symposium
Proceedings, Asheville, Southeas-
tern Forest Exp. Station, 1971.
160 pp.
18. McNAB, W.H. e ACH, E.E. Prescribed
burning improves Piedmont lob-
lolly pine seedbeds. U.S. Forest
Service Research Note SE-76,
1967. 2pp.
19. MOBLEY, H.E. et al. A guide for
prescribed fire in southern
forests. Atlanta, U.S. Forest
Service, Southeastern Área State
and Private Forestry, 1973. 40
pp.
20. RIEBOLD, R.J. "The early history of
wildfires and prescribed burning".
In Prescribed burning Symposium
Proceedings, Asheville, Southeas-
tern Forest Exp. Station, 1971.
160 pp.
21. RYAN, F.L.; GLADEN, F.N. e FOLKMAN,
W.S. Team teaching fire preven-tion
program: evaluation of an education
technique. U.S. Forest Service,
Research Paper PSW-129 , 1978. 6
pp.
22. SOARES, R.V. Determinação de um %n-
dice de perigo de incêndios para a região
centro-paranaense, Brasil. Turrialba,
IICA, Tese de M. Sc, 1972.
72pp.
23. SOARES, R.V. The use of prescribed
fire in forest management in the State of
Paraná, Brasil. Seattle, University
of Washington, Ph.D.
Dissertation, 1977. 203pp.
24. SOARES, R.V. "Queima-controlada em
plantações de Pinus spp na re-
gião de Sacramento, M.G.". Revis-
ta Floresta 10(2):33-40. 1979.
25. VINES, R.G. "A survey of forest
fire danger in Victoria". Aus-
tvalian Forest Research 4(2):39-44.
1969.
26. VYSE, A.N. e MURARO, S.J. "Reduced
planting cost - a prescribed fi-
re benefit". Vancouver, Pacific
Research Center Information, Re-port
n? BC-X-84, 1973. 13 pp.
27. WADE, D.D. "Research on logging
slash disposal by fire-.
Tall Timber Fire Ecology annual Con-
ference proceedings: 229-234.
1969.
28. WILLIAMS, D.E. "Forest fire con-
trol (in Canada)". Forestr-
g Chronicle 43(1): 83-92. 1967.
APÊNDICE
EXEMPLOS NUMÉRICOS DE CÁLCULOS DE ÍNDICES DE PERIGO DE INCÊNDIOS
1) ÍNDICE DE ANGSTRON
2) ÍNDICE DE TELICYN
Suponhamos que o valor de "I" de ontem foi de 2,0 e que as condi-
ções de hoje sejam:
3) INDICE DE NESTEROV
Suponhamos que o valor de "G" de ontem foi 800 e que as condi-
ções de hoje sejam:
Utilizando-se os mesmos dados mas supondo uma chuva de 6,0 mm:
Ainda com os mesmos dados mas supondo uma chuva de 9,0 mm:
3) FORMULA DE MONTE ALEGRE
Suponhamos que o valor de FMA de ontem tenha, sido, 15,0 e que as
condições de hoje sejam:
Utilizando-se os mesmos dados mas supondo uma chuva de 6,0 mm:
Utilizando-se os mesmos dados mas supondo uma chuva de 12,0 mm:
PREVENÇÃO E CONTROLE DE
I N C Ê N D I O S F L O R E S T A I S CURSO DE
E S P E C I A L I Z A Ç Ã O POR TUTORIA À
DISTÂNCIA
MÓDULO 4 - PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
PÓS - TESTE
I PARTE: Responda sem consultar o Modulo.
1. Quais as principais diferenças entre uma queima controlada e um in
cêndio florestal?
2. Que métodos podem ser usados para reduzir a quantidade de material
combustível em uma floresta? Comentar as vantagens e desvanta-gens
de cada um deles.
3. Quais as vantagens de se usar fogo controlado no preparo do terreno
para plantio?
4. Por que se diz que a queima contra o vento é inflexível e a queima
em faixas a favor do vento é flexível?
5. Quais as vantagens e desvantagens da queima central ou em anel?
6. Quais as principais utilidades dos índices de perigo de incêndio?
7. Na determinação do grau de perigo de uma região, quais os fatores
de caráter permanente e quais os variáveis. Quais as influências
de cada um dos grupos nesta determinação?
8. Quais as vantagens e desvantagens da educação da população sobre
os outros métodos de prevenção de incêndios florestais?
9. Quais as vantagens da contrução de açudes na prevenção da propaga,
ção dos incêndios ?
10. Quais as informações mais importantes para a elaboração de um pla-
no de prevenção de incêndio?
Curso de Especialização por Tutoria à Distância
II PARTE: Resolver consultando o modulo e as tabelas do modulo introdu
tório.
Com os dados meteorológicos fornecidos a seguir, calcule os índi
ces de perigo de incêndio através dos índices de Angstron, Telicyn
Nesterov e FMA.
TEMPERATURA (°C)
INDICES
DIA
T.Seco T. Úmido
C
HUVA
(mm)
UMIDADE
RELATI-
VA (%)
PONTO DE
ORVALHO
(°C)
Angstron Telicyn Nesterov FMA
1 20 20 17,8
2 20 18 -
3 23 19
4 23 20 -
5 25 20 -
6 27 21 -
7 28 22 -
8 27 23 -
9 29 23 4,6
10 25 22 9,2
11 23 21 4,4
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INCÊNDIOS
FLORESTA IS CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO POR TUTORIA À
DISTÂNCIA
MÓDULO 4 - PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
PRÉ - TESTE
GABARITO DE RESPOSTAS
QUESTÕES RESPOSTAS
1 F
2 V
3 V
4 V
5 F
6 F
7 V
8 V
9 V
10 F
11 F
12 F
13 F
14 V
15 F
16 V
17 F
18 V
19 V
20 V
PREVENÇÃO E CONTROLE DE
INCÊNDIOS FLORESTAIS CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO POR TUTORIA À
DISTÂNCIA
MODULO 4 - PREVEN Ç Ã O DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
POS - TESTE FOLHA
DE RESPOSTAS
NOME DO ALUNO:
INSTITUIÇÃO:
MAT. :
Curso de Especialização por Tutoria ã Distância
II PARTE: Resolver consultando o modulo e as tabelas do módulo introdu-tório.
Com os dados meteorológicos fornecidos a seguir, calcule os índi-ces de perigo
de incêndio através dos índices de Angstron, Telicyn, Nesterov e FMA.
TEMPERATURA (°C) INDICES
DIA
T.Seco T. Úmido
C
HUVA
(mm)
UMIDADE
RELATI-
VA (%)
PONTO DE
ORVALHO
(°C)
Angstron Telicyn Nesterov
FMA
1 20 20
17,8
2 20 18
-
3 23 19
-
4 23 20
-
5 25 20
- -
6 27 21
-
7 28 22
-
8 27 23
-
9 29 23
4,6
10 25 22
9,2
11 23 21
4,4
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO AGRICOLA SUPERIOR
SCS- Ed. Ceará - 5° andar - salas 507/8/9 - Fone: (061) 225.5928 - 70.303 - Brasilia - DF.
Nome do Aluno:
Módulo:
Matricula:
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo