O acompanhamento refere-se à atuação das pessoas nas suas práticas
quotidianas. Tendo em vista que, afinal, somos todos responsáveis pelo objetivo
idealizado, a revisão da nossa atuação também compete a todos. Mudar nossas
práticas não é fácil. Encontraremos obstáculos e problemas, que sequer
imaginávamos antes de tentar a mudança. Descobriremos que necessitamos apoios
específicos, para poder direcionar nossa prática no sentido desejado. Em muitos
casos, necessitaremos uma formação melhor para poder realizar as modificações
combinadas. No entanto, se não existe espaço para se discutir estes problemas, nem
a vontade de encontrar, de comum acordo, as soluções, corre-se o risco de que o
processo de aprimoramento seja abandonado, provocando frustração entre os que
tentaram realizá-lo.
Por isso, o acompanhamento é também um trabalho de grupo. Para
acompanhar, necessitamos critérios. Tendo em vista que o objeto de nosso
acompanhamento são as práticas e os processos, os critérios são,
fundamentalmente, de natureza qualitativa. Referem-se aos esforços das pessoas, à
suas atitudes, à sua constância, à sua capacidade de crítica e de autocrítica, à sua
criatividade para fazer sugestões para enfrentar obstáculos não previstos. Estes
critérios, de caráter qualitativo, podem ser transformados em indicadores definidos,
também de caráter qualitativo. Assim, por exemplo, o esforço pode ser avaliado na
medida em que os docentes estão elaborando, de forma mais consistente, seus
planos de aula, nos quais são introduzidas modificações nos processos de ensino, no
sentido de evitar o atraso escolar. Se, de fato, percebem-se progressos nos critérios
acima, pode-se ter a certeza de que se está no caminho da transformação das
práticas. Se, ao contrário, descobrem-se problemas em qualquer destes critérios,
será necessário, novamente, descobrir suas causas e procurar solucioná-las na raiz.
Agora, em um processo de acompanhamento, e em relação ao plano global.
é extremamente importante não perder de vista o objetivo final, que se refere à
satisfação das necessidades do beneficiário de nossa ação educativa. Isto significa
que. ao longo de todo o processo, é essencial fortalecer o diálogo com nossos
beneficiários: alunos, pais de família, escolas que recebem nossos egressos, a
comunidade como um todo. Este diálogo proporcionará insumos importantes para a
nossa tentativa de modificar as atividades escolares, e. o que é mais importante, nos
ajudará a ter sempre presente o objetivo externo, que motiva originalmente o
processo e nos mantém unidos em nossos propósitos. O papel do diretor aqui é
essencial, mas o diálogo com os beneficiários é uma função de todos.