da educação, a importância de denominar as pessoas segundo categorias
classificatórias de deficiência ou de desajustamento social foi questionada, o que
representou, à época, uma abordagem inovadora em educação especial,
evitando-se a terminologia da deficiência, entendida como de cunho pejorativo.
Os conceitos de deficiência (disability) e o de desvantagem educacional
(educational handicap) - associados às dificuldades de aprendizagem foram exa-
minados, alegando-se que não há uma relação bi-unívoca entre inabilidade física,
mental, sensorial e as dificuldades educacionais enfrentadas pelos alunos.
Em outras palavras, o Relatório deixa evidente que a presença da defici-
ência não implica, sempre, em dificuldades de aprendizagem. De outro lado,
inúmeros alunos apresentam distúrbios de aprendizagem sem serem, necessa-
riamente, portadores de deficiência. Mas, ambos os grupos têm necessidades
educacionais especiais, exigindo recursos que não são utilizados na "via comum"
da educação escolar, para alunos das mesmas idades.
Segundo as estatísticas apresentadas no documento, é muito grande a
proporção de alunos com dificuldades de aprendizagem. Ambos os grupos-pes-
soas com ou sem deficiência- encaixam-se na condição de necessidades educaci-
onais especiais exigindo respostas educativas adequadas, além de medidas pre-
ventivas para evitar que, na escola, os "casos" se originem ou se intensifiquem.
Também se incluem, nessa condição, outros alunos como os que apre-
sentam condutas típicas de distúrbios invasivos do desenvolvimento e os de altas
habilidades/superdotados.
Cabe, de nossa parte, uma referência explícita a este grupo pois supõe-
se, equivocadamente, que, por serem superdotados, conseguirão sozinhos e sem
apoios, satisfazer suas necessidades educacionais que também são especiais
por lhes serem específicas e diferenciadas das demais. As condições pessoais
desses alunos precisam ser, igualmente, avaliadas para as providências cabíveis
por parte da escola, no sentido de oferecer-lhes os apoios suplementares de que.
necessitam.
Dentre os dados apresentados no Relatório, cumpre mencionar que, na
época, 20% de todas as crianças poderiam apresentar necessidades educacio-
nais especiais, temporárias ou permanentes, em sua trajetória escolar. Desses
20% estimou-se, para a população inglesa, que apenas 2% seriam decorrentes
de deficiências, das quais um percentual muito baixo, em grau severo.
Esses, dentre outros aspectos apresentados do Relatório provocaram
inúmeras reflexões com implicações nos procedimentos de avaliação e posteri-