ças e não por nós. Sendo assim, de que maneira será possível ajudá-los na
resolução, sugerir caminhos e raciocínios? A resposta está na troca de idéias,
no diálogo.
Vamos esclarecer esse diálogo por meio de um exemplo. Suponha que a
professora proponha que seus alunos resolvam em grupo alguns problemas
de Matemática. Os problemas podem ter sido selecionados de um livro
didático ou criados por ela.
Os alunos reúnem-se em grupos de três, vão lendo os problemas, conversando
entre si e tentando resolver. A professora, passeia pelos grupos, pára ora num,
ora noutro, faz perguntas. Ela percebe que um grupo escolheu um caminho
incorreto e pergunta - Por que você está fazendo essa conta de vezes? Ela não
quer corrigir esses alunos; ela quer fazê-los refletir sobre o que fizeram para
que eles mesmos se corrijam. Outro grupo não faz progresso. A professora
percebe e tenta ajudar com uma pergunta: - O que a gente tem que descobrir: o
preço do refrigerante ou a quantidade de garrafas? Assim, ela procura
orientar o raciocínio do grupo.
Na situação de nosso exemplo está ocorrendo diálogo, troca de idéias, entre
os alunos e entre estes e o professor. Em conseqüência, cada um ajuda os
demais, sugere idéias para os outros, sem pensar por eles. Em particular, o
professor passa um pouco de sua experiência com a Matemática para seus
alunos, ao mesmo tempo ajudando-os a viverem suas próprias experiências.
O diálogo, tal como o descrevemos, valoriza o raciocínio do aluno, porque
este é constantemente ouvido pelo professor e pelos colegas. Em
conseqüência, o aluno se sente estimulado a raciocinar.
Normalmente, uma maneira ideal de complementar uma aula de problemas,
resolvidos em grupo, consiste em pedir que alguns alunos expliquem para o
resto da classe como resolveram um ou outro dos problemas. Assim, mais
uma vez, o raciocínio dos alunos é valorizado e cada um aprende com os
demais.
O diálogo não está presente apenas quando problemas são resolvidos em
grupo. Ele é a base de qualquer abordagem problematizadora. Sempre que o
professor pergunta, ouve seus alunos e estes também podem apresentar suas
idéias, promove-se o diálogo e estimula-se o raciocínio.