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CONVERSA DE PROFESSOR
CIÊNCIAS
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Presídeme da República Federativa do Brasil
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação e do Desporto
Paulo Renato Souza
Secretário-Executivo
Luciano Oliva Patrício
SUPERVISÃO
TECNICA
Secretaria de Educação à Distância
Secretário
Pedro Paulo Popovic
Departamento de Inovações Educacionais
Diretora
Mindé Bauday de Menezes
Insiituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais- INEP
Diretor Executivo
Og Roberto Dória
CONSULTORES
Coordenação geral Isa
Grinspum Ferraz
Autoria Professor
Vinícius Signorelli
Criação grafica
Victor Nosek
Editoração eletrônica
Peter Kompier
Revisão João
Batista Cesar
PROJETO TV ESCOLA
Ministério da Educação e do Desporto
Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República
Fundação Roquette Pinto
APOIO FINANCEIRO E DISTRIBUIÇÃO
Insiituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais - INEP
Campus da UnB - Acesso Sul - Asa Norte
70910-900 -Brasília -DF
FAX: (061) 273 3233
TELEX 6124591 PEQ BR
Este caderno complementa as séries da programação da TV Escola.
Informações: Tel.:
0800 61 6161
INDICE
A ÁGUA................................................................................................. ............. ......5
O AR E A PRESSÃO ATMOSFÉRICA............................................ ........................... 10
OS SERES VIVOS........................................................................... .......................... 15
VEGETAIS E ANIMAIS .................................................................. ...........................21
O ORGANISMO HUMANO.............................................................................. 28
DIGESTÃO, RESPIRAÇÃO, CIRCULAÇÃO E REPRODUÇÃO.................................32
MATÉRIA E ENERGIA...............................................................................................38
TERRA: O PLANETA VIVO........................................................................................43
A ÁGUA
A água é a substância química mais importante para a vida. A maior parte do
corpo dos seres vivos é formada de água. No corpo humano de um adulto
70% do peso é devido à água. Em um bebê mais de 85%. Nossos tecidos
(pele, ossos, músculos, etc.) contêm porcentagens diferentes de água,
chegando a 20% nos ossos e mais de 80% no cérebro.
A água foi fundamental para o surgimento da vida e é necessária à
sobrevivência de todos os seres vivos que conhecemos.
Apesar de existir em grande abundância em nosso planeta, a maior parte
dessa água encontra-se nos oceanos e é salgada. Para os seres humanos a
água salgada é imprópria para consumo. Somente 1% da água existente na
Terra é aproveitável para a sobrevivência humana. Com o crescimento das
grandes cidades, o consumo de água tem aumentado intensamente e os
cuidados com o consumo e a obtenção de água potável tornam-se cada vez
maiores. Existem, em países do Oriente Médio localizados em regiões
desérticas, usinas de dessalinização da água, que possibilitam o uso da água
do mar, tornando-a potável. No entanto, esses processos são muito caros e
por isso precisamos sempre pensar em formas de economizar água para não
termos sérios problemas no futuro próximo.
No Brasil existem regiões com grande abundância de água e outras que
vivem longo períodos de seca. A compreensão de todas essas questões
relacionadas com a água, suas características e os cuidados com seu consumo
e obtenção são alguns dos principais objetivos do ensino de ciências do 1°
grau.
OS ESTADOS FÍSICOS DA ÁGUA
Da mesma forma que inúmeras substâncias existentes na natureza, a água
pode se apresentar em três estados físicos diferentes, dependendo da
temperatura e da pressão às quais ela está submetida: estado sólido, líquido
ou gasoso.
O gelo é água no estado sólido. Quando uma porção de água líquida é
esfriada a temperaturas inferiores a 0°C (zero grau Celsius) seu estado físico
muda e essa água passa do estado líquido para o estado sólido.
Em regiões próximas à beira-mar, podemos encontrar água no estado líquido
entre as temperaturas de zero e cem graus Celsius. Ao atingir a temperatura
de 100°C a água líquida entra em ebulição: é a água fervendo. A fervura
consiste nas bolhas de vapor de água que se formam quando ela está
passando do estado líquido para o estado gasoso.
Quando temos a possibilidade de trabalhar com um termômetro em sala de
aula, podemos mostrar aos alunos a temperatura da água em determinadas
situações. Por exemplo, colocar várias pedras de gelo em um copo e colocar
o termômetro para medir a temperatura. Depois, pode-se manter o
termômetro no interior do copo enquanto a água vai passando do estado
sólido para o líquido, observando o que ocorre com a temperatura.
A mudança do estado sólido para o estado líquido chama-se fusão. O
professor pode dar essa informação aos seu alunos, mas, se eles estiverem
em séries iniciais do I
o
grau não precisam decorar esses nomes. Se um aluno
disser que o gelo está derretendo não há problema. O professor pode
simplesmente reforçar a idéia do aluno informando que em ciências
utilizamos o termo fusão. No caso, dizemos que a água está fundindo.
Como a água é muito importante para a vida e para inúmeros fenômenos
naturais como chuvas, erosão, formação de nascentes e rios, em muitos
momentos durante o ensino de ciências de 1
a
a 4
a
série trataremos de
assuntos que envolvem a água. Assim, muitos conteúdos relacionados ao
tema ÁGUA devem ser aprendidos aos poucos, conforme o assunto vai
surgindo durante as atividades.
No caso do conteúdo estados físicos da água e mudanças de estado pode-se
preparar algumas atividades para que os alunos entendam o que é mudar de
estado e o que significa sólido, líquido e gás. Normal-
mente essas atividades são desenvolvidas na 3
a
ou 4
a
série. Um dos objetivos
dessas atividades é, justamente, colocar os alunos em contato com o
vocabulário utilizado em ciências para descrever todos esses fenômenos.
O CICLO DA ÁGUA
Quando colocamos roupas para secar no varal ou depois de uma chuva,
quando vemos o chão secando, estamos observando o fenômeno da
evaporação. Na evaporação, a água líquida transforma-se em vapor e
mistura-se com o ar atmosférico. E assim que a roupa ou o chão secam: a
água transforma-se em vapor e mistura-se com o ar que transporta essa água
para outros lugares. E por isso que a roupa seca muito rnais rapidamente
quando há vento, pois este ajuda a transportar o vapor que se forma com a
evaporação.
A evaporação é muito importante porque ocorre o tempo todo na superfície
dos oceanos. O vapor acumulado no ar atmosférico vai se juntando
novamente, formando as nuvens. Estas permanecem em suspensão no ar
enquanto as gotículas que as formam são muito pequenas. Mas quando as
gotas de uma nuvem ficam grandes o suficiente, começam a cair formando a
chuva.
Esse processo, que consiste na evaporação da água, transporte do vapor,
formação de nuvens e, finalmente, chuvas que trazem de volta a água até a
superfície, chama-se ciclo da água.
Os biólogos costumam diferenciar o pequeno ciclo da água, que acabamos de
descrever, do grande ciclo da água. No caso do grande ciclo da água, os seres
vivos também participam . Portanto, neste caso, a água da superfície a ser
considerada não é somente a que está em rios, lagos e oceanos, mas também
aquela que se encontra no interior dos organismos vivos. Essa água também
acaba evaporando, seja diretamente, através da pele, ou indiretamente, depois
de ser eliminada do corpo pela transpiração ou pela respiração.
Em resumo podemos dizer que o pequeno ciclo da água pode ser assim
representado:
evaporação, formação de nuvens, chuva, acúmulo na superfície,
evaporação.
Já a representação do grande ciclo da água pode ser:
evaporação, transpiração e respiração de plantas e animais, forma
ção de nuvens, chuva, acúmulo na superfície, absorção da água por
animais e plantas, evaporação, transpiração...
Algumas perguntas que muitas crianças se fazem e que têm respostas
relacionadas ao ciclo da água são: de onde vem a água da bica (nascente ou
fonte)? como a água do rio passa o tempo todo e não acaba?
As respostas a essas perguntas passam necessariamente pela compreensão de
que as chuvas podem fazer com que tenhamos água em lugares altos; a partir
dos quais formam-se as bicas e nascentes que, depois, podem dar origem a
um rio. Quando a água evapora pode subir e atingir grandes alturas. Há
nuvens que chegam a atingir rnais de 10 quilômetros de altitude. Durante a
chuva, a água pode se aculumular em regiões altas, infiltrar-se no solo e
depois reaparecer em algum local na forma de uma nascente.
As salinas são os locais onde se pode separar a água do mar do sal nela
dissolvido. Essa separação é feita armazenando água do mar em grandes
reservatórios rasos. com o calor do Sol e ajuda do vento, a água se evapora
deixando no tanque o sal que estava dissolvido nela.
uma atividade que ilustra bem esse processo de produção de sal pode ser
feita com os alunos na sala de aula, bastando para isso um prato raso, um
pouco de água, sal e um copo. Primeiro dissolvemos duas ou três colheres de
sal na água do copo, depois colocamos um pouco dessa água no prato.
Apenas o suficiente para cobrir o fundo do prato com um pouco de água. Em
seguida deixamos o prato com água salgada em um local iluminado e
ventilado para que a água evapore. Quando o prato estiver seco, pode-se
observar os cristais de sal que sobraram no fundo do prato. E o mesmo
processo utilizado nas salinas para separar o sal marinho da água.
AGUA E VIDA
Todos os seres vivos que conhecemos dependem da água para a sua
sobreviência. Mesmo os vírus, os seres mais simples e menores que se
conhece, reproduzem-se utilizando o metabolismo de células vivas e essas
células sempre contém grande quantidade de água em seu interior.
Essa grande dependência dos seres vivos em relação à água está ligada ao
fato de que a vida surgiu na água. A água no estado líquido tem a
propriedade de dissolver um grande número de substâncias. Quando
colocamos uma colher de açúcar em um copo com água e mexemos, o açúcar
se dissolve na água e, aparentemente, desaparece. Se experimentarmos essa
água, nosso paladar nos informará que ela tem açúcar dissolvido, apesar de
não podermos vê-lo. com o sal ocorre a mesma coisa.
Durante a formação da Terra, o fato da água líquida ser um poderoso
solvente fez com que ela se tornasse um meio onde uma grande quantidade
de substâncias passou a ter contato. Dessa forma uma enorme quantidade de
reações químicas pôde ocorrer no ambiente aquático, onde muitas
substâncias diferentes estavam dissolvidas. Isso ocorreu nos mares
primitivos, mais de 3 bilhões de anos atrás. Nessas condições, complexos
processos físicos e químicos ocorreram e possibilitaram o aparecimento dos
primeiros seres vivos sobre a Terra.
A presença da água líquida em nosso planeta está diretamente relacionada
com o surgimento da vida. Nos outros planetas do sistema solar onde existe
água, Marte, por exemplo, ela se encontra no estado sólido, devido às baixas
temperaturas. Mas na Terra, a temperatura média do planeta,
aproximadamente 20°C, fez com que tivéssemos uma grande quantidade de
água líquida. Durante a formação do planeta essa água se acumulou nos
oceanos e formou rios e lagos.
O AR E A PRESSÃO ATMOSFÉRICA
A atmosfera é uma camada de gases que cobre toda a Terra, indo da
superfície até uma altura de 500 km, aproximadamente. A mistura de gases
que forma a atmosfera é chamada de ar. Quanto mais alto estamos na
atmosfera mais rarefeito é o ar. Por isso, mais de 90% dos gases que formam
a atmosfera estão nos primeiros 20 quilômetros. Daí para cima o ar
atmosférico se torna cada vez mais rarefeito e a grandes altitudes (rnais de
200 km), a quantidade de ar é muito pequena.
A atmosfera, quando comparada com o planeta como um todo, é apenas uma
fina camada de gases que envolve a Terra. Podemos entender essa idéia, se
pensarmos no fato de que o raio da Terra, isto é, a distância que vai da
superfície até o centro da Terra, é de 6.400 quilômetros, enquanto a
atmosfera tem 500 quilômetros de altura.
Para nós, seres humanos, a atmosfera é como um grande oceano de gases no
qual vivemos no fundo. Os pássaros e os aviões voam nesse oceano de
gases, como nós conseguimos nadar quando estamos dentro d'água.
O AR É uma MISTURA DE GASES
O ar é composto por uma mistura de diversos gases. Os dois mais
importantes são o nitrogênio e o oxigênio. Aproximadamente 21% do ar que
respiramos é composto de oxigênio, o gás necessário para o funcionamento
de nosso organismo e dos animais e plantas. Já o nitrogênio constitui quase
78% do ar que respiramos. O 1% que falta para completar a mistura é
composto de uma série de outros gases como: dióxido de carbono (ou gás
carbônico, como é rnais conhecido), vapor de água, ozônio, etc.
Quando tratamos do assunto atmosfera em sala de aula, é importante que os
alunos conversem sobre tudo o que eles imaginam a respeito do assunto, e
que possam obter informações que lhes auxiliem a formar uma idéia do que
ela é.
A seguir apresentaremos algumas informações interessantes que os alunos
podem conhecer e que auxiliam na formação do conceito de atmosfera. A
altura máxima em que podemos encontrar seres vivos é 6 quilômetros. E
importante comentar o fato de que a atmosfera pode chegar a rnais de 500
quilômetros de altura, mas depois de 6 quilômetros, a quantidade de oxigênio
existente é insuficiente para a sobrevivência de qualquer ser vivo. Para os
seres humanos, a altitude máxima em que a respiração é possível é 5
quilômetros. A partir daí, fica muito difícil respirar.
Os aviões a jato voam a uma altitude entre 8 e 12 quilômetros. Nessas
altitudes a temperatura do ar atmosférico é de aproximadamente -40°C
(quarenta graus Celsius negativos, ou abaixo de zero). No alto das grandes
montanhas (a rnais de 3 quilômetros de altitude), a temperatura é bem menor
do que na superfície da Terra próxima ao oceano. Aqui no Brasil são poucas
as montanhas muito altas. Mesmo assim, é possível sentir uma diferença de
temperatura quando fazemos uma viagem saindo de uma cidade à beira-mar
em direção a outra que está a 800 metros de altitude ou rnais.
OS VENTOS
Os ventos são formados pelo ar que se movimenta. A principal razão para a
formação dos ventos é o fato de que o Sol não aquece todas as partes da
Terra da mesma forma. Quando um local fíca rnais quente do que outro, o ar
naquele lugar também fica rnais quente, e a tendência do ar aquecido é subir,
ganhar altura. Isso acontece com o balão das festas juninas. O ar aquecido
tende a subir. Mas, quando o ar aquecido está subindo, vai deixando um
espaço no lugar onde estava, e esse espaço acaba sendo ocupado por outras
porções de ar que para aí se deslocam. E esse deslocamento de ar que
chamamos vento.
Os ventos transportam nuvens e isso é muito importante para possibilitar a
existência de chuva em muitas regiões da Terra. Além disso, a energia dos
ventos pode ser utilizada pelos seres humanos, como é o caso dos barcos a
vela e dos moinhos de vento.
Em muitos lugares, as pessoas conhecem o comportamento dos ventos da
região de tal forma, que sabem quando o tempo vai mudar, de acordo com a
direção do vento que está soprando. Em muitas comunidades de pescadores,
os conhecimentos sobre os ventos são fundamentais para a atividade
pesqueira. Caso você more em um lugar como esse, pode organizar um
encontro com uma pessoa rnais velha, e que tenha conhecimentos que
possam ser passados aos seus alunos.
Realizar entrevistas com pessoas da comunidade, que tenham conhecimentos
que interessam aos alunos, é uma atividade muito interessante para eles. Para
que a entrevista seja bem aproveitada, é importante prepará-la com
antecedência. O professor e seus alunos devem escolher as perguntas que
irão fazer ao entrevistado e deixá-las escritas para não esquecer nada na hora
da conversa. Caso você tenha um gravador disponível, é bom gravar a
entrevista, mas se isso não for possível, as respostas devem ser anotadas
pelos alunos. Nesse caso, depois de terminada a entrevista, deve-se ter o
cuidado de reler as respostas e passá-las a limpo, completando as idéias que
não foram anotadas. Esse é um trabalho que deve ser feito logo após a
entrevista, para que não sejam esquecidos os detalhes. E claro que se os seus
alunos forem pequenos e ainda não souberem escrever, para anotar a
entrevista, você deve ajudá-los.
A PRESSÃO ATMOSFÉRICA
como já foi dito anteriormente, vivemos no fundo de um oceano de gases que
é a atmosfera. O ar atmosférico tem peso e por isso empurra os objetos sobre
os quais se apóia. Quando carregamos um peso nas costas, como uma
mochila, sentimos a força desse peso sobre nosso corpo. No caso do ar, nós
não sentimos esse peso, mas ele está presente e pode ser percebido através de
algumas experiências. A força que o ar atmosférico exerce sobre todos os
objetos forma a chamada pressão atmosférica.
Para entender a idéia de pressão, a melhor coisa é utilizar bolas de bexiga,
bolas de borracha usadas em festas de aniversário. Quando
enchemos uma bola de bexiga, o ar que colocamos dentro da bola, com a
força dos nossos músculos pulmonares, exerce uma pressão de dentro para
fora e estica a borracha, fazendo a bexiga encher. A prova de que dentro da
bexiga a pressão fíca maior do que a pressão atmosférica externa é o fato de
que, se você soltar uma bexiga cheia de ar sem amarrar o bico, o ar escapa
ràpidamente.
Quando bebemos refrigerante de canudinho, é a pressão atmosférica que
empurra o líquido, fazendo ele subir pelo canudo até nossa boca. Nós apenas
diminuimos a pressão dentro do canudo, sugando o ar que está lá. Mas quem
faz o líquido subir é a pressão atmosférica.
Brincar com seringas de injeção, comprimindo ar dentro da seringa e vendo o
que acontece, ou colocar água na seringa e ver como é possível espirrar água
longe, fazendo pressão sobre o êmbolo, também são situações que ajudam a
formar o conceito de pressão. Cuidado, não deixe as agulhas das seringas ao
alcance das crianças e não use seringas já utilizadas, pois pode ser perigoso
para elas.
Quanto rnais alta está uma cidade, menor é a pressão atmosférica nesse lugar,
e menor é também a quantidade de oxigênio disponível para a respiração. A
cidade de La Paz, na Bolívia, fica a mais de 4 quilômetros de altitude.
Quando uma pessoa que mora próxima ao nível do mar, vai para uma cidade
muito alta como, por exemplo, a cidade de La Paz, seu organismo pode ter
dificuldades em se adaptar às novas condições de pressão atmosférica e à
quantidade de oxigênio disponível para a respiração. Mas as pessoas que
moram nesses lugares não encontram dificuldades, pois seus organismos já
estão bem adaptados à essas condições.
AR, OXIGÊNIO E COMBUSTÃO
Sempre que falamos em ar, falamos também em oxigênio. O oxigênio é
necessário para que qualquer coisa queime. Sempre que um determinado
material está queimando, seja lenha, álcool, querosene, gasolina ou carvão,
está ocorrendo uma reação química chamada combustão. Para haver uma
combustão, é preciso pelo menos duas coisas: um material que queime (o
combustível) e o oxigênio.
Se colocarmos um copo de boca para baixo sobre uma vela acesa, de forma
que a chama da vela fique dentro do copo, em poucos segundos ela se apaga.
Isso acontece porque o oxigênio existente no interior do copo é utilizado na
combustão e se esgota. Não havendo mais oxigênio para manter a
combustão, a chama se apaga. Neste caso, o oxigênio do ar combina com o
carbono, que existe na parafina da vela, formando o gás carbônico. E
justamente essa combinação que nós chamamos de combustão e que é uma
reação química.
No interior das células do nosso organismo, assim como no interior das
células de qualquer ser vivo, a energia necessária ao funcionamento do corpo
é obtida através de uma combustão. Substâncias obtidas do alimento que
ingerimos são combinadas com o oxigênio que conseguimos através da
respiração, formando uma microcóspica combustão que libera energia.
CUIDADOS COM O ENSINO E A APRENDIZAGEM
Assuntos como o ar e a pressão atmosférica são muito importantes para que
possamos compreender uma série de fenômenos que ocorrem na natureza:
ventos, respiração, combustão, pressão, etc. Os conhecimentos que nós
apresentamos neste texto, não devem ser ensinados aos alunos de uma só
vez, nas aulas em que tratamos o assunto AR, por exemplo. O ideal é
voltarmos a falar nesses assuntos sempre que surgir uma oportunidade,
explorando junto com os alunos as inúmeras relações que existem entre eles.
Assim, quando estamos estudando corpo humano e abordamos o tema da
respiração e o sistema respiratório, por exemplo, é importante falar da
atmosfera e do ar que respiramos, que ele é uma mistura de gases, etc. E
claro que em algum momento da programação de ciências das séries iniciais
(1
a
a 4
a
série), devemos trabalhar o assunto AR, e nesse momento as
informações sobre atmosfera, que estão no início deste texto, podem ser
comentadas com os alunos.
OS SERES VIVOS
O estudo dos seres vivos deve sempre ter como orientação básica, o fato de
que na Terra existe uma infinidade de tipos diferentes, vivendo em ambientes
os rnais diversos. Existem muitos tipos de vegetais, como existem muitos
tipos de peixes ou de pássaros. Mesmo entre os seres de uma mesma espécie,
a diversidade é muito grande. Veja. por exemplo, quantos cachorros ou
cavalos de tipos diferentes existem. Todos os seres humanos pertencem à
mesma espécie biológica. No entanto, temos uma grande diversidade de tipos
humanos.
A diversidade pode ser observada a partir do fato de que existem seres vivos
tão diferentes entre si quanto uma bactéria e um elefante. A bactéria é um ser
muito simples e muito pequeno, que só pode ser visto com o uso de
microscópios, enquanto o elefante é o maior mamífero terrestre, chegando a
pesar mais de urna tonelada.
Todos os seres vivos têm, no entanto, algumas características comuns e
nossos alunos devem conhecer algumas delas. Em primeiro lugar, todos os
seres vivos se reproduzem, ou seja, têm a capacidade de gerar outros seres
vivos da mesma espécie. Atualmente, muitos cientistas consideram essa, a
principal característica de todos os seres vivos, isto é, para ser considerado
vivo, um ser precisa ter a capacidade de se reproduzir, gerando outros
indivíduos semelhantes.
Outra característica importante dos seres vivos é o fato de serem feitos a
partir de uma unidade comum chamada célula. Os únicos seres vivos que não
têm o corpo feito a partir de células são os vírus, que são os seres vivos rnais
simples, e os menores, que conhecemos. Existem seres vivos formados de
apenas uma célula, como é o caso das bactérias e da ameba. Esses seres são
chamados unicelulares. Mas a maioria dos seres vivos que conhecemos é
formada de seres com muitas células em seu organismo e são chamados de
pluricelulares.
uma outra característica dos seres vivos, que os nossos alunos precisam
conhecer, é: todos necessitam de energia para sobreviver e têm que
obter essa energia de alguma forma. Os vegetais obtêm a energia necessária
à sobrevivência diretamente da luz que absorvem, através das folhas, e
fabricam seu próprio alimento, por meio de um processo chamado
fotossíntese. Já os animais têm que ingerir outros seres vivos para obter a
energia necessária ao funcionamento de seus organismos. Entre os seres
microscópicos existem aqueles que fazem fotossíntese, como algumas algas
marinhas, e aqueles que têm que se alimentar absorvendo substâncias do
ambiente, como é o caso das amebas.
A CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
Por serem tão numerosos e tão diversos, os seres vivos são agrupados em
função de suas características comuns, para que o estudo possa ser
organizado.
Classificar, nada mais é do que agrupar seres, vivos ou não, em função de
suas semelhanças e diferenças. uma das classificações de seres vivos rnais
antiga que se conhece foi feita por Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C), sábio da
antiga Grécia. Ele classificou as plantas em ervas, arbustos e árvores. Seu
critério de classificação era o tamanho.
A forma de classificar os seres vivos, usada atualmente pelos biólogos,
baseia-se em um sistema de classificação criado no século XVIII por um
naturalista sueco chamado Carl von Linée (1707 - 1778).
Desde o tempo dos gregos, os maiores grupos de classificação dos seres
vivos são os reinos animal e vegetal. A partir do século XVIII, com o
desenvolvimento dos microscópios, toda uma série de novos seres vivos foi
descoberta e novos reinos tiveram que ser criados.
A biologia moderna separa os seres vivos em cinco reinos: vegetal, animal,
protista, monera e fungo. Além desses cinco reinos existem os vírus que
formam um grupo à parte.
A seguir apresentamos as principais características dos seres vivos que
compõem cada reino.
VEGETAIS: a principal característica dos vegetais é o fato de fazerem
fotossíntese, isto é, produzirem seu próprio alimento, utilizando a ener-
gia da luz. Para realizar a fotossíntese os vegetais necessitam de uma
substância de cor verde chamada clorofila. Os vegetais são chamados de
seres vivos autótrofos, porque fabricam o próprio alimento e não dependem
de outros seres vivos para sua sobrevivência. Os vegetais são sempre
pluricelulares, ou seja, formados por muitas células. Os musgos que crescem
sobre pedras úmidas, as samambaias e todas as outras plantas que
conhecemos são vegetais.
ANIMAIS: diferentemente dos vegetais, que são autótrofos, os animais são
heterótrofos, isto é, alimentam-se de substâncias produzidas por outros seres
vivos. São pluricelulares, vão desde tipos muito simples como as esponjas do
mar e as águas-vivas e chegam até os seres humanos, passando por insetos,
aranhas, peixes, pássaros e todos os mamíferos.
PROTISTAS: são microscópicos, unicelulares ou formados por grupos de
células idênticas. As algas que existem no mar, por exemplo, são protistas
autótrofos, os protozoários são protistas heterótrofos. Um exemplo de
protozoário é a ameba que, quando se encontra no interior do intestino
humano, pode causar problemas de saúde. A doença causada pela presença
desse ser vivo no intestino humano é chamada amebíase e os principais
sintomas dessa doença são fortes dores intestinais e diarréias. Cuidados com
a higiene pessoal e dos alimentos podem evitar essa doença, impedindo que
as amebas sejam ingeridas quando nos alimentamos.
MONERAS: a única diferença em relação aos protistas é que as células dos
moneras são muito rnais simples, não apresentando núcleo definido. As
bactérias são as principais representantes desse reino.
FUNGOS: fazem parte desse grupo, os cogumelos (comestíveis ou não). O
fermento utilizado para fazer pão é um fungo microscópico. Ele se alimenta
do açúcar ou da farinha e libera gases que fazem a massa do pão crescer e
ficar macia. Durante esse processo, as leveduras (como são conhecidos esses
tipos de fungos) produzem também álcool, por isso eles são utilizados na
fabricação de vinho e cerveja. Outro tipo de fungo são as cândidas, que
podem provocar micoses na pele dos seres humanos.
Além desses cinco grandes grupos de seres vivos, existem ainda os
VIRUS, que são seres vivos muitos simples, os únicos que não são formados
por células. Um vírus é apenas uma cápsula, feita com moléculas de
proteína, dentro da qual encontra-se o material genético que comanda a
reprodução. Para se reproduzir, o vírus necessita de uma célula viva dentro
da qual ele coloca seu material genético. Para se ter uma idéia de como os
vírus são pequenos, basta dizer que, para formar uma fileira com 1,0
milímetro de comprimento, precisaríamos de rnais de 2 mil vírus.
Os vírus tornaram-se muito conhecidos devido a algumas doenças que
causam nos seres humanos. Mais da metade das doenças infecciosas, que
atacam os seres humanos e outros animais, são causadas por vírus, por
exemplo, herpes, poliomielite, sarampo, caxumba, as gripes e resfriados,
além da AIDS.
CÉLULA: A UNIDADE BÁSICA DA VIDA
As células são as unidades básicas a partir das quais praticamente todos os
seres vivos são formados. Os únicos seres vivos que não são feitos de células
são os vírus, que são rnais simples que as células.
uma célula tem sempre a mesma organização básica: membrana, citoplasma
e núcleo. A membrana separa o interior do exterior da célula, permitindo
trocas de substâncias da célula com o meio ao redor. Dentro do citoplasma,
existe uma infinidade de pequenos órgãos, as organelas, que fazem as rnais
variadas tarefas, como produzir energia, separar substâncias, digerir
partículas que atravessaram a membrana, etc. No citoplasma encontram-se
também os materiais que mantêm a estrutura da célula, como se fosse um
esqueleto. O núcleo da célula está separado do citoplasma por uma
membrana, parecida com aquela que separa o interior do exterior da célula.
Dentro do núcleo está o material genético que controla todo o funcionamento
celular, inclusive a reprodução. Nem todas as células possuem núcleo, em
algumas o material genético encontra-se solto no citoplasma.
Existem seres vivos feitos de uma única célula, como as bactérias e as
amebas, por exemplo. São os chamados seres unicelulares. Já os seres
vivos formados por rnais de uma célula são chamados de pluricelulares.
Todos os animais e vegetais são pluricelulares. Um ser humano é formado
por trilhões de células.
CUIDADOS com O ENSINO E A APRENDIZAGEM
uma das maiores preocupações que devemos ter com o ensino dos seres
vivos, e de qualquer assunto ligado à vida, é o tratamento que devemos dar às
inúmeras informações que existem relacionadas ao tema. Devemos tomar
cuidado para não sobrecarregar os alunos com informações, escolhendo
aquelas que consideramos rnais importantes, para que eles comecem a
compreender o que é a vida e o que são os seres vivos.
Esse trabalho pode ser feito a partir do conhecimento de alguns seres vivos
escolhidos para serem estudados rnais profundamente. Nesse estudo,
podemos fazer comparações, mostrando as semelhanças e diferenças que
existem entre o ser vivo que está sendo estudado e outros que os alunos já
conhecem. Dessa forma as características do grupo ao qual o animal pertence
também vão sendo conhecidas pelos alunos.
Se estamos estudando os mamíferos, podemos escolher um que os alunos já
conhecem e aprofundar o estudo sobre esse animal: como se alimenta, como
se reproduz, como vive na natureza, como é criado e utilizado pelos seres
humanos. Mas, além de estudar o animal escolhido, é importante também
fazer comparações com outros animais, para que as informações possam ser
melhor compreendidas e assimiladas pelos alunos. Por exemplo, os
mamíferos se reproduzem através da fecundação interna, ou seja, o macho
deposita os espematozóides no interior do corpo da fêmea, onde o filhote se
desenvolve. Além disso, os filhotes dos mamíferos já nascem com o corpo
tendo a aparência definitiva, a mesma que terão quando adultos. Eles só têm
que crescer e terminar a formação de alguns órgãos.
Podemos comparar essas características dos mamíferos com as dos anfíbios,
para mostrar algumas diferenças importantes. Por exemplo, para se
reproduzir os sapos depositam seu esperma sobre os ovos que a fêmea bota
na superfície da água. Por isso dizemos que, no caso dos sapos, a fecundação
(o encontro do óvulo com o espermatozóide) é
externa. Outra diferença importante entre os mamíferos e os anfíbios é que
estes não nascem com o corpo igual ao que terão quando adultos. Os
anfíbios quando nascem são girinos que vivem dentro d'água, respirando por
brânquias como os peixes. Depois se transformam, num processo chamado
metamorfose, tornando-se adultos que respiram o ar atmosférico por
pulmões e através da pele.
uma PREOCUPAÇÃO IMPORTANTE: O CONTATO DIRETO
uma das coisas rnais importantes relacionadas ao ensino e aprendizagem de
conteúdos ligados aos temas vida e seres vivos, é a possibilidade dos alunos
conhecerem e observarem a maior quantidade possível de seres vivos
diferentes. Para isso, fazer criações na escola, sempre que isso for possível, é
muito importante: uma horta, que os alunos preparam e cuidam até obterem
verduras para fazer uma salada e comerem uma refeição especial; um
aquário ou um terrario para acompanhar o que acontece com os animais e as
plantas, etc.
Outras atividades importantes relacionadas aos estudos dos seres vivos são
aquelas em que os alunos podem fazer observações da própria natureza.
Conhecer ambientes próximos à escola, onde exista uma variedade de seres
vivos, pode dar aos alunos uma boa idéia das relações que os animais e as
plantas estabelecem entre si. Atividades como contar o número de pássaros,
ou de insetos, que habitam uma região ou outro local onde se possa fazer
essa atividade, contribui muito com a formação do conceito de vida e de
seres vivos.
Quando organizamos passeios de estudo, é importante, termos antes, uma
idéia do que vamos encontrar no local, para nos prepararmos para a
atividade. A principal preocupação quando estamos preparando uma
atividade como essa é tentar prever o que os alunos poderão perguntar e
estar preparados para dar as respostas ou, o que é também muito importante,
orientar os alunos para que obtenham as respostas que estão querendo. Se a
escola, ou o professor, tiver um livro que possa auxiliar na busca das
informações necessárias, é bom levar o livro para consultá-lo durante o
passeio. Dessa forma estamos também ensinando aos alunos formas de obter
conhecimento, informação.
VEGETAIS E ANIMAIS
Vegetais e animais: esses são os temas rnais importantes trabalhados no
ensino de ciências de primeiro grau, principalmente nas séries iniciais.
Conhecer como são, como vivem e se reproduzem os diversos tipos de seres
vivos - lembrando sempre que nós, os seres humanos, também somos parte
dos seres vivos - pode ser considerado um dos principais objetivos do ensino
de ciências em todo o 1" grau.
ANALISANDO O CONTEÚDO E ESTABELECENDO OBJETIVOS
E como esses assuntos devem ser tratados, quando pensamos nos conteúdos
do ensino de ciências, nas séries iniciais do 1° grau?
Para responder a essa pergunta, vamos fazer algumas considerações sobre o
conceito de vida, que é um dos conceitos rnais amplos que estão sendo
tratados, quando falamos de seres vivos, em particular, de animais e vegetais.
O QUE SÃO SERES VIVOS?
Algumas características distinguem os seres vivos, daqueles não vivos:
composição química, metabolismo, reprodução e crescimento são exemplos
dessas características.
A composição química dos seres vivos e dos não vivos é diferente. Existem
substâncias que só são encontradas no interior de organismos vivos.
A manutenção da vida depende de uma infinidade de reações químicas que
ocorrem no organismo de cada ser vivo. Essas reações químicas constituem o
metabolismo de um ser vivo. A própria palavra organismo tem relação com a
palavra organizado, referindo-se à organização do corpo e do metabolismo
de cada ser vivo.
Sem dúvida a reprodução é a principal característica de um ser vivo. Para ser
considerado vivo, qualquer ser tem que ter a capacidade de se multiplicar,
produzindo organismos muito semelhantes. Geralmente,
um novo ser vivo nasce menor do que seus antecessores e atinge o tamanho
adulto com o crescimento.
De todas essas características, além de outras como movimento e reação a
estímulos, a única que não pode faltar em um ser vivo é a reprodução: todos
os seres vivos se reproduzem.
Essas são idéias que devem sempre estar presentes quando estamos
desenvolvendo alguma atividade de ensino e aprendizagem, envolvendo
conteúdos que tenham relação com seres vivos.
OS VEGETAIS
Existem muitos tipos diferentes de vegetais: os musgos, que crescem sobre
pedras na beira dos córregos, são os rnais simples. Samambaias e avencas
formam um outro grupo, além das árvores e dos arbustos como a mangueira
e o feijoeiro.
Todos os vegetais podem ser classificados em dois grandes grupos: os
vegetais que se reproduzem através de sementes e os que não usam sementes
para se reproduzir. Os musgos, as samambaias e avencas são vegetais que
não produzem sementes, nem frutos. Já o feijoeiro se reproduz através de
sementes, assim como outras árvores que dão frutos.
O conhecimento sobre os vegetais é complexo, porque existem muitos tipos
de vegetais e as partes desses vegetais podem se apresentar de formas muito
variadas. A grande maioria dos vegetais, que nos serve de alimento, se
reproduz por sementes e tem seus órgãos reprodutivos nas flores: feijão,
tomate, pimentão, manga, arroz, trigo, goiaba, são todos exemplos de
sementes ou frutos que nós utilizamos como alimento. Esses vegetais são os
que têm as partes: raiz, caule, folhas, flores e frutos.
Mas existem outros tipos de vegetais. Os musgos, por exemplo, são muito
simples e não têm nenhuma daquelas partes, eles absorvem água do solo
através de rizóides, que parecem pelinhos e servem também para sua fixação.
O caule é muito fino e não contém vasos para transporte de seiva, a água se
espalha pelo musgo da mesma forma que se espalha em uma folha de papel
aborvente (papel toalha).
As samambaias e avencas apresentam raiz, caule e folhas, mas não têm flores
ou frutos. A principal diferença entre esses vegetais e os musgos é a presença
de vasos condutores de seiva no caule e folhas, o que os musgos não têm.
Quando as crianças estão estudando os vegetais, é muito importante que elas
observem vários tipos de plantas e vejam como são suas partes, desde os
musgos até as árvores frutíferas. Existem muitos tipos de caules diferentes,
alguns comestíveis, como a cebola, por exemplo. Raízes também podem ser
muito diferentes; a parte da mandioca que comemos é a raiz. Do alface e do
almeirão, assim como de outras verduras, nós comemos as folhas. Quanto
rnais exemplos como esses as crianças tiverem, melhor.
A REPRODUÇÃO DOS VEGETAIS com SEMENTE
A maioria dos vegetais se reproduz através de sementes e, praticamente,
todos os vegetais que nós utilizamos, seja para alimentação ou obtenção de
madeira e lenha, também. Além disso, a reprodução dos vegetais sem
sementes é rnais complicada e por isso, nas séries iniciais, estudamos apenas
a reprodução dos vegetais que produzem sementes.
uma semente já é o resultado de uma fecundação, ou seja, do encontro do
pólen (componente masculino) com o óvulo (componente feminino). No caso
dos pinheiros e das araucárias, a semente apresenta-se nua, isto é, sem fruto
(os pinhões são sementes nuas). No caso dos vegetais que possuem flores, a
fecundação ocorre nelas e, durante o desenvolvimento da semente, ocorre
também a transformação do ovàrio da flor, em fruto.
A semente contém em seu interior um embrião. Quando as condições de luz
e umidade são favoráveis, o embrião se desenvolve e fura a casca da
semente: é a germinação. Para se desenvolver, o embrião se nutre das
substâncias armazenadas na semente. Esses nutrientes são suficientes para o
novo vegetal formar suas primeiras folhas e começar a fazer fotossíntese.
FOTOSSÍNTESE: OS VEGETAIS OBTENDO ENERGIA
Os animais, em particular os seres humanos, precisam ingerir alimentos para
obter a energia necessária ao funcionamento de seus organismos. Já as
plantas obtêm essa energia da luz, através de um processo chamado
fotossíntese (do grego foto, luz, e síntese, formação), absorvendo essa luz
através das folhas ou caules.
A fotossíntese é um processo através do qual os vegetais produzem glicose e
oxigênio, utilizando como matérias primas o gás carbônico (presente no ar) e
a água (absorvida pelas raízes). A glicose não só serve de alimento para a
planta, como também pode ser transformada em outras substâncias que são
utilizadas para construir as partes da planta em crescimento. Para a
realização da fotossíntese, os vegetais dependem de uma substância verde, a
clorofila, que é a responsável pela absorção da luz nas folhas ou caules. No
caso dos cactos, que não possuem folhas, a fotossíntese ocorre no caule, que
é verde por causa da clorofila ali existente.
Por não dependerem de outros seres vivos para obter energia para o
funcionamento de seus organismos, os vegetais são chamados autótrofos (do
grego auto, próprio, e trofos, alimento).
OS ANIMAIS
A principal característica que diferencia os vegetais dos animais é o fato de
que estes são heterótrofos (do grego hetero, outro, diferente, e trofos,
alimento), ou seja, os animais nutrem-se de substâncias produzidas por
outros seres vivos para obter energia, diferentemente dos vegetais que obtém
energia diretamente da luz.
A diversidade de animais existentes é muito grande. Os biólogos já
catalogaram quase 1 milhão e quinhentas mil espécies de animais diferentes.
INVERTEBRADOS E VERTEBRADOS
Os animais podem ser divididos em dois grandes grupos: invertebrados e
vertebrados. Invertebrados são animais que não desenvolvem coluna
vertebral, enquanto os vertebrados desenvolvem. É muito comum as crianças
acharem que animais, como o siri ou o caramujo do mar, são vertebrados,
por causa da casca dura que eles têm e que serve de esqueleto. E preciso
explicar que esses invertebrados também têm esqueleto para sustentação de
seu corpo. Em alguns casos, como o siri, o caranguejo e a lagosta, esse
esqueleto é externo. Os insetos, como as moscas, borboletas e baratas,
também têm esqueleto, que é feito a partir de uma substância dura chamada
quitina. Das quase um milhão e quinhentas mil espécies de animais
conhecidas, mais de um milhão e duzentas mil são de invertebrados.
É importante que as crianças conheçam, através de observação direta, a
maior quantidade de invertebrados existentes na região onde moram. Elas
podem identificar esses animais pelo nome popular, o nome que elas
mesmas usam, para depois tentar descobrir, procurando em livros ou
perguntando para pessoas que conheçam, o nome que os biólogos dão a eles.
OS VERTEBRADOS NAS SÉRIES INICIAIS
Os vertebrados são classificados em cinco grupos diferentes: peixes,
anfíbios, aves, répteis e mamíferos. Não precisamos fazer com que as
crianças das séries iniciais saibam todas as diferenças entre os animais
desses grupos. Basta identificar alguns e saber algumas características
básicas de cada grupo. Lembrando sempre de estudar alguns exemplos, para
que os alunos possam conhecer como é formado o corpo, como se alimenta,
onde vive, como se reproduz o animal utilizado como exemplo.
Além dessas características gerais, podemos ressaltar algumas características
que são particulares de cada grupo. Os peixes respiram debaixo d'água,
através de brânquias, diferente dos mamíferos, que respiram o ar da
atmosfera através dos pulmões.
Os anfíbios, como o sapo e a rã, nascem como animais da água, os girinos,
respirando como peixes. Depois seu organismo se transforma e eles se
tornam animais que respiram o ar atmosférico, através dos
pulmões e diretamente através da pele, que também absorve oxigênio do ar
direto para o sangue.
Existem muitos tipos de repteis: jacarés, cobras, lagartos, tartarugas, etc. A
maioria dos repteis bota ovos, mas algumas cobras não.
As aves são facilmente identificáveis por causa das penas e do bico. Sempre
botam ovos, que têm que ser chocados para que o desenvolvimento do
embrião ocorra em seu interior.
Podemos dizer que esses são os conhecimentos que um aluno de 1° grau
deve ter sobre os vertebrados em geral, quando ele termina a 4
a
série. Quanto
aos mamíferos, vamos tratar esse conteúdo em detalhes no texto sobre o
ORGANISMO HUMANO.
PREPARANDO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
Durante uma atividade, os alunos falam, ouvem, escrevem, desenham, fazem
relações, lembram-se de coisas, contam histórias (inventadas ou não). Cabe
ao professor, nesse processo, dirigir a aprendizagem, interferindo das rnais
diversas formas. Por exemplo, comunicando para toda a classe uma pergunta
feita por um aluno e que é muito importante para a compreensão do conceito
que está sendo trabalhado. Depois, organizar o debate em torno da pergunta,
ressaltando as idéias rnais importantes para compreender o conceito em
jogo.
Ações do professor, como essas citadas acima, dependem de decisões que
ele tem que tomar na hora em que a aula está se desenvolvendo. Por isso,
planejar uma atividade de aprendizagem é antes de tudo tentar prever o que
poderá acontecer quando fizermos nossas propostas aos alunos. A partir
dessas possibilidades, devemos nos preparar para dirigir o processo de
aprendizagem, considerando os conteúdos que queremos que nossos alunos
aprendam.
O exemplo a seguir foi colocado para ilustrar um pouco mais as orientações
didáticas contidas neste texto.
Em uma aula que dava início a um trabalho sobre reprodução de
vegetais, em uma 2
a
série, a professora organizou uma atividade: uma roda
de conversa. Assunto: como os vegetais se reproduzem?
A professora começou a conversa lançando a pergunta: o que significa
reproduzir? Logo um aluno conta que já viu um feijão brotar dentro de um
copo com algodão. Perguntando ao aluno sobre o que ele observou, a
professora organizou um debate na classe, envolvendo idéias como semente,
germinação, crescimento, necessidade de energia (alimento ou luz),
necessidade de água e nutrientes, solo, reprodução. Durante a conversa, a
professora ia mostrando aos alunos a forma certa de utilizar esse
vocabulário: utilizando as palavras corretamente enquanto falava,
ressaltando o uso correto por parte de um aluno, ou mesmo mostrando ao
aluno quando um termo não era bem utilizado. Por exemplo, um aluno ao
abrir um feijão, separando as duas metades chamadas cotiledones, viu uma
pequena formação presa a uma das metades, apontou, tentando saber o que
poderia ser. Nesse momento a professora dirigiu a pergunta daquele aluno a
todos. A partir daí, todos puderam identificar o embrião da semente de feijão
e aprender que é o embrião que se desenvolve, dando origem a uma nova
planta.
O ORGANISMO HUMANO
O estudo do organismo humano, além de ser uma maneira de conhecer
melhor os seres vivos e a forma como eles são, vivem e se reproduzem,
envolve também conhecimentos que permitem compreender os principais
cuidados que devemos ter para manter bem a nossa saúde. Boa alimentação,
bons cuidados de higiene, saber o que fazer para evitar doenças ou como
tratá-las, são todos exemplos daquilo que podemos fazer, quando
compreendemos bem como é o nosso organismo e como ele funciona.
Devemos lembrar também, que o estudo do organismo humano sempre
envolve conhecimentos sobre os mamíferos como um todo: digestão,
circulação, respiração e reprodução são processos muito parecidos em todos
eles.
O CORPO HUMANO
O corpo humano pode ser comparado a uma grande fábrica, ou um grande
edifício, que, para funcionar, precisa da entrada de materiais e energia, que
são processados e transformados em outros materiais. Parte do material
ingerido é transformado e eliminado, e outra parte se incorpora ao
organismo, passando a fazer parte do próprio corpo.
A unidade básica de formação desse enorme edifício são as células. Um
corpo humano adulto é formado por rnais de 1 quatrilhão de células, todas
vivas e em funcionamento. E no interior das células que a energia necessária
ao metabolismo é obtida e que uma série de substâncias são transformadas,
para serem utilizadas nos rnais diversos processos.
Para compreender como o organismo humano funciona, é preciso com-
preender também como é a sua estrutura. Por isso nós dividimos o corpo
humano em sistemas, como o sistema digestivo, o sistema circulatório, o
sistema nervoso ou reprodutor. Cada sistema, por sua vez, é composto de
órgãos. Os órgãos são formados por tecidos e tudo é feito de células.
Os diferentes tipos de células que formam nosso corpo estão agrupados
formando tecidos. Esse nome foi dado pelos antigos estudiosos
que, ao dissecarem o corpo, encontravam camadas envolvendo-o, como se
fossem panos. A nossa pele é um órgão, ela é formada por dois tecidos: a
derme e a epiderme. Ossos, cartilagens, músculos e o sangue são outros
exemplos de tecidos. Cada tipo de tecido é formado por um ou rnais tipos de
células.
PELE, OSSOS E MÚSCULOS
A pele é um tipo de roupa viva que envolve todo nosso corpo. Além de se
amoldar perfeitamente sobre os músculos, a pele é muito elástica e permite
que realizemos todos os movimentos. A pele protege o interior do organismo
da luz do Sol, da invasão de micróbios e, nos lugares frios, evita perdas de
calor que podem ser prejudiciais. E o controle térmico feito pela pele que
mantém a temperatura de nosso corpo ao redor de 36 graus Celsius.
A pele possui terminações nervosas que são sensíveis à dor, ao calor e à
pressão.
Quando tomamos Sol, a pele fabrica a vitamina D, indispensável ao bom
funcionamento do organismo, em particular ao crescimento das crianças.
Os ossos são os responsáveis pela sustentação do corpo e também pela
proteção de muitos órgãos. O esqueleto de um ser humano adulto possui 206
ossos. Esse número de ossos é necessário para que o esqueleto seja móvel e
permita a realização dos rnais diferentes movimentos. Imagine, por exemplo,
se nossas pernas fossem feitas por um único osso, desde o pé até a virilha.
como ficariam nossos movimentos para caminhar e correr?
O esqueleto pode ser dividido em três partes: cabeça, tronco e membros. E
importante notar que essa divisão diz respeito somente ao esqueleto e não a
todo o corpo humano. Isso porque nós podemos fazer outras divisões como,
por exemplo, em sistemas: circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor,
nervoso.
Junto com os ossos, os músculos são os responsáveis por todos os
movimentos que nosso corpo pode fazer. Podemos mesmo dizer que os
músculos são os motores do organismo. Existem músculos que nós podemos
controlar, como é o caso dos músculos dos braços ou das pernas, mas
existem outros, como o coração e o estômago, que se movimentam
independente da nossa vontade.
UM POR TODOS E TODOS POR UM
Sempre que estudamos o corpo humano, é muito importante lembrar que as
divisões que fazemos do organismo são necessárias para conhecermos como
é e como funciona cada parte. Porém, conhecer cada parte sem saber como
ela se relaciona com o todo é um conhecimento pela metade. Assim, quando
estudamos a digestão, é importante lembrar sempre que ela existe para que o
organismo possa obter energia e substâncias, que são necessárias ao seu bom
funcionamento e também à construção de suas partes. Da mesma forma, a
circulação do sangue é um sistema de transporte, onde as substâncias obtidas
na digestão são levadas a todas as células do corpo. E por isso que, em todas
as partes vivas do nosso corpo, devem existir vasos sangüíneos. Podemos
cortar uma unha, um fio de cabelo, ou a superfície da epiderme (a camada
externa da pele, formada por células mortas) sem que haja perda de sangue,
porque nesses lugares não há vasos sangüíneos.
Da mesma forma podemos considerar a respiração. O sangue passa pelos
pulmões para obter o oxigênio do ar que é necessário a todas as células do
corpo. Esse oxigênio é utilizado para obter energia, através de reações
químicas que ocorrem no interior de cada célula do organismo. Essas
reações compõem o processo de respiração celular. O gás carbônico que nós
eliminamos na expiração é produzido nesse processo e é levado aos pulmões
também pelo sangue em circulação.
Se uma pessoa está em repouso, seu coração bate, aproximadamente, 70 a 80
vezes por minuto, mas se ela começa a correr, seu coração aumenta os
batimentos. Essa regulação do funcionamento do organismo é totalmente
automática: quando corremos, precisamos de rnais energia nos músculos,
para que as células musculares trabalhem rnais intensamente. Para isso é
preciso que as células recebam maior quanti-
dade de oxigênio e assim o sangue deve circular rnais rapidamente, por isso
as pulsações cardíacas têm que aumentar.
Este é um exemplo de como o organismo funciona de maneira integrada e de
como é importante, à medida que conhecemos novas partes do corpo, saber
como ela funciona e qual a relação que tem com o organismo como um todo.
DIGESTÃO, RESPIRAÇÃO,
CIRCULAÇÃO E REPRODUÇÃO
Vamos agora estudar rnais detalhadamente o funcionamento do organismo
humano. Digestão, respiração, circulação e reprodução foram selecionados,
por serem considerados conhecimentos indispensáveis a um aluno de 4
a
série.
Nós estudamos o corpo humano, dividindo-o em sistemas como o digestivo,
respiratório, etc. Essa divisão é necessária para que possamos entender um
pouco da grande complexidade que está envolvida no funcionamento do
organismo humano como um todo. Mas, devemos sempre lembrar que, se
olharmos para um sistema de forma muito isolada, perdendo de vista o papel
desse sistema na manutenção da vida, teremos uma aprendizagem aparente,
onde predominam as frases decoradas e que logo são esquecidas.
As crianças se perguntam sobre o que ocorre com os alimentos quando
engolidos, porque sai sangue quando nos cortamos, porque não podemos
ficar sem respirar, ou como nascem os bebês. Essas perguntas, e muitas
outras que as crianças nos fazem, podem ser ótimos pontos de partida para as
atividades de aprendizagem.
DIGESTÃO
A digestão é o processo através do qual os alimentos são transformados para
serem absorvidos pelo organismo e levados a todas as células do corpo pela
corrente sangüínea.
Os alimentos que ingerimos podem ser classificados de acordo com sua
função no organismo. Assim temos alimentos que nos fornecem energia,
outros que nos fornecem proteínas, e outros que nos fornecem vitaminas e
sais minerais. Além desses alimentos, a água é também indispensável à
manutenção da vida.
Alimentos feitos de farinha de trigo, de mandioca e outras, como pão,
macarrão e bolos, são ricos em substâncias que podem fornecer energia ao
organismo. Essas substâncias, depois de digeridas, transformam-se em
glicose. A glicose passa para o sangue e é transportada a todas as células do
organismo, onde será queimada.
A carne, o leite e o queijo contêm muitas proteínas. O milho e a soja também
contém proteínas. As proteínas fazem parte de todas as células e formam as
fibras dos tecidos que sustentam o corpo (as fibras musculares).
As vitaminas podem ser encontradas em frutas e verduras. Vitaminas são
substâncias que o organismo precisa ingerir para utilizar no metabolismo.
Por exemplo, uma criança que não ingere vitamina D terá problemas de
crescimento. Isso ocorre porque, sem a vitamina D, os ossos se desenvolvem
fracos e, às vezes, até deformados.
Os sais minerais estão presentes em quase todos os alimentos. O próprio sal
de cozinha, cujo nome químico é cloreto de sódio, fornece sódio ao
organismo, um sal mineral indispensável ao bom funcionamento do sistema
nervoso.
TUBO DIGESTIVO E DIGESTÃO
O sistema digestivo é formado basicamente por um tubo, o tubo digestivo. É
importante que as crianças compreendam a idéia de que quando engolimos
um alimento, ele está entrando em um tubo que começa na boca e termina no
ânus. O tubo digestivo é um só, mas tem vários nomes. Da garganta ao
estômago temos o esôfago. O estômago é um alargamento do tubo digestivo,
reforçado com uma musculatura rnais forte. Essa musculatura movimenta as
paredes do estômago, misturando o alimento com os líquidos digestivos que
ele produz, o chamado suco gástrico.
Depois do estômago, temos o duodeno, novamente em forma de tubo, que se
liga ao intestino delgado (fino). Este se liga ao intestino grosso, que termina
no ânus.
A digestão começa quando estamos mastigando o alimento na boca
e misturando-o com a saliva. Continua no estomago e no intestino delgado. E
ai, no intestino delgado, que a maioria das substâncias necessárias ao
organismo são absorvidas. A absorção ocorre, porque na parte interna do
intestino, existem vasos sagüíneos de paredes tão finas, que as partículas de
substâncias digeridas conseguem atravessá-las e cair na corrente sangüínea,
sendo levadas a todas as partes do corpo.
Podemos mesmo dizer que a principal função da digestão é transformar os
alimentos, para que eles possam ser absorvidos nos intestinos e cair na
circulação.
A água é a última substância a ser absorvida, isso ocorre na parte final do
intestino grosso, chamada reto. O fato da água ser absorvida por último,
facilita o deslocamento do bolo alimentar através do intestino, pois este
permanece pastoso.
Tudo isso pode ser visto e conversado com os alunos. Mas o que eles devem
saber ao final da 4
a
série sobre o conteúdo digestão? Vamos responder a essa
questão formulando alguns objetivos. Assim, podemos dizer que, ao final da
série em que o tema digestão for trabalhado, o aluno deve ser capaz de:
Saber que o sistema digestivo é um tubo que começa na boca e termina
no ânus. E que nomes como esòfago, estômago e intestino são nomes dos
diferentes pedaços desse tubo.
• Saber que a digestão é a transformação dos alimentos em pedaços tão
pequenos, que possam ser absorvidos pelo intestino, para cairem na
corrente sangüínea e serem levados a todas as partes do corpo.
compreender que as fezes são os restos do bolo alimentar que não forarn
absorvidos pelo corpo e são eliminados para o ambiente.
Saber que os alimentos são necessários para nos fornecer energia,
material para construir e reconstruir o corpo (principalmente as proteínas)
e substâncias que permitem o bom funcionamento do organismo
(vitaminas e água).
RESPIRAÇÃO
como dissemos anteriormente, uma das funções dos alimentos é fornecer
energia para todo o funcionamento do organismo. E como essa energia é
obtida pelo corpo?
Basicamente, podemos dizer que o corpo humano obtém energia através de
combustões microscópicas que ocorrem no interior de todas as suas células.
Para a combustão ocorrer, são necessários um combustível (que é obtido dos
alimentos) e o oxigênio, que é obtido através da respiração. A combustão
ocorre a partir de um combustível e do oxigênio e transforma essas
substâncias em outras: gás carbônico e água. O gás carbônico precisa ser
eliminado, pois sua presença no organismo é prejudicial.
Assim como todos os mamíferos, os seres humanos respiram por meio de
pulmões, que são bolsas de ar no interior do corpo. O ar entra e sai dos
pulmões através dos movimentos respiratórios: inspiração e expiração. Esses
movimentos são comandados pelo músculo diafragma, que é o músculo que
separa o tórax do abdome (ou abdômen).
No interior dos pulmões existe uma enorme rede de vasos sangüíneos. O
sangue, ao circular por essa rede, pode absorver o gás oxigênio presente no
ar que é inspirado. Esse oxigênio é transportado a todas as células do corpo.
Da mesma forma que leva oxigênio do pulmão para as células, o sangue em
circulação também leva o gás carbônico das células para o pulmão. Esse gás
carbônico é eliminado para o ambiente durante a expiração.
Em resumo, podemos dizer que nas séries iniciais, sobre o tema respiração,
as crianças devem ser capazes de:
Saber que os pulmões estão localizados no tórax e que neles ocorrem
trocas gasosas: o oxigênio do ar inspirado passa para o sangue, e o gás
carbônico que estava no sangue passa para o ar que é expirado.
compreender que o oxigênio é utilizado para o organismo obter a energia
necessária ao seu funcionamento.
Saber que o gás carbônico da expiração é produzido no processo de
queima do alimento, por meio da qual o organismo obtém a energia
necessária ao seu funcionamento.
compreender que essa queima do alimento ocorre em todas as células que
formam o corpo.
De acordo com seu planejamento, os professores podem saber se esses
objetivos são suficientes ou se é importante conhecer, compreender,
relacionar outros fatos e conceitos sobre respiração.
CIRCULAÇÃO
Vamos diretamente ao assunto: o que os alunos das séries iniciais devem
aprender sobre sistema circulatório?
O sistema circulatório é formado por vasos sangüíneos (artérias e veias),
pelo sangue e pelo coração. O coração é uma bomba mecânica que faz com
que o sangue se movimente todo o tempo. As artérias são os tubos que levam
o sangue do coração a todas as partes do corpo. As veias são os tubos que
trazem o sangue de todas as partes do corpo para o coração. O próprio nome
circulatório vem do fato de que o caminho do sangue dentro do corpo é um
caminho fechado, ou seja, sai do coração vai para todo o corpo e volta ao
coração.
Um outro aspecto importante do sistema circulatório, e que as crianças
devem conhecer, é o fato de que ele é um sistema de transporte, pois,
enquanto circula, o sangue transporta uma série de materiais. Por exemplo,
transporta oxigênio e gás carbônico. Transporta alimentos. Transporta
substâncias tóxicas produzidas pelo funcionamento do organismo e que
devem ser eliminadas através do suor e da urina. Transporta hormônios que
controlam o funcionamento de alguns aspectos do organismo, crescimento,
por exemplo.
REPRODUÇÃO
A continuidade de qualquer espécie viva depende de sua capacidade de
reprodução. Podemos mesmo dizer que a capacidade de se reproduzir,
gerando descendentes com as mesmas características, é uma quali-
dade básica de um ser vivo. Se um ser qualquer não tiver a capacidade de se
reproduzir, não pode ser considerado um ser vivo.
No caso da reprodução humana, que pode ser tratada com as crianças, como
a reprodução dos mamíferos em geral, alguns aspectos devem ser
ressaltados:
Os mamíferos, em particular os seres humanos, realizam uma reprodução
do tipo sexuada, ou seja, são precisos dois indivíduos, macho e fêmea,
para ocorrer a reprodução. Pode-se mencionar o caso de muitos
micróbios, como as bactérias, que se reproduzem por divisão, uma
reprodução assexuada. Quando se planta mandioca, está havendo uma
reprodução que não usa o processo sexual, cada estaca vinda de uma
antiga planta, dá origem a uma nova planta.
Machos e fêmeas produzem células especiais para a reprodução: os
machos produzem espermatozóides e as fêmeas óvulos.
• O processo de reprodução começa com o acasalamento que propicia o
encontro do óvulo com o espermatozóide. Esse encontro, chamado
fecundação, ocorre no interior do corpo da mãe e o filhote se desenvolve
dentro do corpo dela.
Quando nasce, o corpo do bebê já possui todas as características básicas
de um adulto, porém, precisa crescer e desenvolver algumas partes como,
por exemplo, os órgãos reprodutores, que só atingem seu
desenvolvimento pleno a partir dos 12, 13 anos de idade.
Sempre é bom fazer algumas comparações com outros animais e mostrar
semelhanças e diferenças. Por exemplo, muitas crianças sabem como os
sapos se reproduzem. Podemos ensinar aos alunos que, no caso dos sapos, a
fecundação é externa, isto é, ocorre no ambiente e não no interior do corpo
da mãe, porém, sempre teremos óvulos e espermatozóides. Outra diferença
entre os sapos e os seres humanos, no que se refere à reprodução, é o fato de
que os anfíbios não nascem com o corpo que terão quando adultos e os
mamíferos sim. O sapos nascem como girinos e passam por uma
transformação, chamada metamorfose, para ficar com o corpo que terão
quando adultos.
MATÉRIA E ENERGIA
Os conceitos matéria e energia são muito amplos. Não existe uma definição
simples desses conceitos que possa ser escrita numa frase do tipo: matéria
é... A construção desses conceitos ocorre ao longo de toda a vida escolar de
primeiro e segundo graus, aprofundando-se à medida que estudamos mais e
conhecemos rnais aspectos do mesmo conceito. Nas séries iniciais, existem
inúmeros momentos em que esses conceitos aparecem e podem ser
trabalhados.
O conceito de energia está em jogo sempre que consideramos conteúdos,
como a necessidade de alimentação de um ser vivo, a lâmpada do abajur que
se acende, o calor liberado pelo fogo, o calor da luz do Sol, etc. O conceito
de matéria está presente quando trabalhamos conteúdos, como as substâncias
que compõem o corpo dos seres vivos, os tipos de alimentos que ingerimos,
os materiais que utilizamos para fazer moradias, roupas, remédios, meios de
transporte, os combustíveis que são queimados para produzir energia, etc.
Os conceitos matéria e energia são bons exemplos de temas importantes na
educação dos alunos das séries iniciais, que não devem ser trabalhados
somente através de atividades especificamente planejadas para ensiná-los. A
aprendizagem desses conceitos é um processo longo, que vai ocorrendo
durante a vida escolar do aluno. O conceito torna-se cada vez rnais
abrangente, rnais profundo.
Temas como educação ambiental, cuidados com a preservação da natureza,
preocupações com o uso racional dos recursos naturais e o respeito a todas
as formas de vida podem ser melhor compreendidos, quando os alunos
entendem melhor a origem das necessidades humanas de matéria e energia.
TODOS OS FENÔMENOS NATURAIS ENVOLVEM MATÉRIA E ENERGIA
Matéria e energia são conceitos muito importantes em ciências devido à sua
grande generalidade. Podemos mesmo dizer que tudo o que nós
conhecemos no universo é feito de matéria e energia. O calor que nos
aquece, a luz do Sol, de outras estrelas, ou das lâmpadas são formas de
energia. Todas as substâncias que formam os materiais que encontramos na
Terra, em outros planetas, estrelas e mesmo no espaço interestelar são
formas diferentes de matéria. Todo ser vivo do planeta é feito de matéria e
precisa de energia para que seu organismo funcione, seja ele um vírus, uma
bactéria, uma minhoca ou um ser humano.
Em nossas atividades cotidianas, necessitamos de diversos tipos de matéria e
de energia. Além dos alimentos, precisamos de materiais para fabricar todos
os instrumentos, ferramentas e utensílios que utilizamos: um alicate, uma
cesta, uma máquina de costura, uma mesa, uma cadeira, um ônibus, um
computador. Para que qualquer instrumento, ferramenta ou máquina
funcione sempre é preciso algum tipo de energia. Um computador precisa de
energia elétrica, assim como um rádio, uma televisão, uma lâmpada, ou um
ferro elétrico de passar roupa. Mesmo um abridor de garrafa, uma ferramenta
tão simples, precisa da energia de nossos músculos para funcionar.
ENERGIA NÃO SE CRIA, SÓ SE TRANSFORMA
A energia não é alguma coisa que pode ser definida com uma frase.
Podemos ter uma idéia do que é energia, lembrando que um motor de
automóvel, para funcionar, precisa queimar um combustível. Através da
queima, o combustível libera energia para que o motor funcione. Para nos
mantermos vivos temos que nos alimentar. Nosso organismo retira energia
dos alimentos através de queimas microscópicas, que ocorrem em cada
célula do corpo.
Existem muitas formas diferentes de energia: elétrica, térmica (ou calor), de
movimento, luminosa (luz). E muito importante compreender que é
impossível criar energia. Dessa forma, sempre que necessitamos algum tipo
de energia, devemos obtê-la utilizando alguma forma de energia já existente
na natureza e que pode ser transformada para utilização. Por exemplo,
precisamos de energia térmica (calor) para cozinhar. A chama do gás
queimando no fogão é uma combustão,
através dela a energia química que existe no gás é transformada em energia
térmica (calor). uma vela queimando transforma a energia química da cera e
da parafina em calor e luz.
Os combustíveis como a gasolina, a lenha, o carvão, o álcool, o óleo diesel
são materiais que possuem energia química, que pode ser liberada na forma
de calor através de uma combustão, uma queima. Da mesma forma, os
alimentos que ingerimos possuem materiais que, depois de digeridos, podem
ser absorvidos pelas células do corpo para produzirem a energia que nosso
organismo necessita para funcionar.
Outra forma de energia muito importante em nossos dias é a energia elétrica.
A característica rnais importante da energia elétrica é o fato de poder ser
transportada, através de fios, a lugares muito distantes de onde é produzida.
A iluminação pública, fábricas, diversos utensílios domésticos (lâmpadas,
eletrodomésticos, aquecedores) funcionam graças à energia elétrica que
chega a todos os lugares, transportada por uma rede de fios metálicos.
A obtenção de energia elétrica também só é possível por transformações. A
máquina que produz a energia elétrica é chamada gerador. Os geradores
ficam instalados nas usinas de produção de eletricidade. Para funcionar o
gerador precisa ser movimentado, precisa girar. Nas usinas hidroelétricas
(hidro significa água), a água é represada para, quando solta, ganhar
velocidade e poder girar o gerador de eletricidade. Assim, a energia da água
em movimento é transmitida ao gerador, que transforma essa energia de
movimento em energia elétrica.
Existem muitos tipos de geradores elétricos, alguns podem gerar energia
para toda uma cidade, outros, menores, movidos por um motor de
automóvel, produzem energia elétrica apenas para uma residência.
Quando utilizamos um machado ou um martelo também estamos usando a
energia de movimento. E o movimento do martelo que faz o prego entrar na
madeira, ou o machado cortar o tronco. Por isso dizemos que o martelo se
movendo tem uma energia de movimento.
Essa energia do machado é transferida a ele pelos nossos músculos, que
fazem força para que o machado corte. Por sua vez a energia presente nos
músculo vem do alimento que ingerimos.
A grande necessidade de energia, em particular de energia elétrica, que as
sociedades têm, provoca a construção de usinas geradoras. Essas usinas
necessitam de muita água e, por isso, enormes represas precisam ser
construídas. Em muitos casos, a água represada cobre grandes florestas e
mesmo cidades, causando prejuízos ao meio ambiente e às populações
atingidas. Decisões sobre como produzir energia e como distribuí-la à
população são socialmente muito importantes e os cidadãos devem
compreendê-las para poder participar delas. Esse é um dos principais
objetivos da educação ambiental, e a compreensão de conceitos como
matéria e energia está diretamente relacionada a esses objetivos.
O PLANETA COMO FONTE DE RECURSOS
Matéria e energia podem ser vistos como recursos que os seres humanos
utilizam em suas atividades. Para sobreviver precisamos de muitos tipos de
materiais e de muitas formas de energia.
A matéria que usamos como recurso para sobreviver é obtida das rnais
diversas formas. Os alimentos são obtidos, em sua maioria, de animais ou
plantas. Os metais, como o ferro, alumínio, cobre, prata e ouro, são obtidos
na natureza em forma de minérios. Esses minérios são feitos do metal,
misturado com outros materiais, as impurezas. Processos industriais separam
o metal das impurezas e se obtém o metal puro, ou ligas metálicas, que são
combinações de metais diferentes.
A madeira é um outro material muito importante para a construção de casas
e móveis e mesmo para servir de combustível, como lenha ou carvão.
O papel, feito a partir da celulose extraída da madeira, é um outro material
importantíssimo, principalmente quando pensamos em escolas.
Borracha, plásticos, tecidos são outros materias produzidos nas diversas
atividades humanas.
É importante que as crianças conheçam como são produzidos alguns
produtos importantes para elas. Por exemplo, o pão. Para fazer pão é preciso
farinha de trigo, fermento, e água (no mínimo). Para obter a farinha foi
necessário plantar, colher e tratar o trigo. O fermento também precisa ser
produzido. E uma atividade muito interessante para a criança tentar imaginar
todas as transformações e atividades que tiveram que ocorrer para que o pão
da merenda estivesse ali para ser consumido como alimento.
Conhecer a produção de ferro, borracha, alimentos enlatados, açúcar também
pode ajudar os alunos a compreender as diversas relações que existem entre
as atividades humanas e as necessidades que temos de recursos materiais e
energéticos.
TERRA: O PLANETA VIVO
A Terra é um pianeta que se move em torno de uma estrela, o Sol, estando
acompanhada nesse movimento por rnais oito planetas. O movimento que a
Terra realiza em torno do Sol, chama-se translação. Além da translação, a
Terra também gira em torno de si mesma, num movimento chamado rotação.
Nós chamamos dia, ao tempo que corresponde a uma volta completa da
Terra em torno de si mesma, e chamamos ano, ao tempo que a Terra demora
para dar uma volta completa em torno do Sol.
É o movimento de rotação da Terra que cria os dias e as noites. A luz
incide a cada instante sobre a face da Terra que está voltada para o Sol,
a outra face fica na sombra. Na face iluminada é dia, na outra, noite.
AS ESTAÇÕES DO ANO
O movimento de translação da Terra é uma das causas da existência de
estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. A outra causa é a
inclinação do eixo de rotação da Terra com relação à sua órbita em torno do
Sol. Vamos explicar essa idéia. Todo globo terrestre de mesa é preso a uma
base e fica com o eixo de rotação inclinado com relação à mesa.
Movimentando o globo sobre a mesa, escorregando sua base no tampo,
temos uma representação do movimento da Terra em torno do Sol. A mesa é
o plano da órbita da Terra e o eixo de rotação está inclinado com relação a
esse plano. Devido a essa inclinação, a luz do Sol ilumina de forma diferente
os dois hemisférios da Terra. Quando no hemisfério norte é verão, aqui no
hemisfério sul é inverno e vice-versa. Quando aqui no hemisfério sul é
primavera, no hemisfério norte é outono.
Podemos notar a diferença de iluminação entre os hemisférios, fazendo uma
atividade em uma sala escura, onde iluminamos um globo terrestre, que está
sobre a mesa, com uma lanterna ou um abajur. Dessa orma é possível ver
que, quando é verão no hemisfério norte, este está
mais voltado para o Sol e o pólo norte fica iluminado todo o dia. Podemos
perceber isso, girando o globo terrestre e vendo que o pólo norte continua
sempre do lado iluminado. Nessa mesma época, o hemisfério sul recebe
iluminação menor e está no inverno. O pólo sul fica no escuro o dia todo.
Também é possível ver o contrário: durante o verão, no hemisfério sul, o
pólo sul fica iluminado o dia todo, enquanto no hemisfério norte é inverno e
o pólo norte fica no escuro.
TERRA: O PLANETA DA ÁGUA
O Sol, os nove planetas que se movem ao seu redor, rnais os satélites,
asteróides e cometas formam o Sistema Solar.
Fotos da leira, feitas por satélites, nos permitem ver os continentes rodeados
pelos oceanos. E interessante olhar essas fotos em revistas e livros,
comparando-as com os mapas do atlas. Chegando um pouco rnais perto,
outros satélites tiram fotos de grandes regiões da superfície, mostrando
cidades, florestas e cadeias de montanhas.
A Terra é um corpo de formato aproximadamente esférico e que possui um
interior muito quente e ativo. A camada superior da Terra sobre a qual
vivemos é chamada crosta terrestre. Os vulcões são a melhor prova de que
no interior da Terra existe material muito quente e que pode atravessar a
crosta, atingindo a superfície.
Sobre a superfície da Terra existe uma camada de gases misturados chamada
atmosfera. A mistura de gases que forma a atmosfera é chamada ar. Os
principais componentes do ar são o nitrogênio, o oxigênio, o gás carbônico e
a água. uma enorme quantidade de seres vivos, inclusive nós os seres
humanos, depende do oxigênio do ar atmosférico para viver.
A Terra é chamada planeta da água e isso se deve ao fato de nosso planeta
ter dois terços de sua superfície coberta de água. Mas a maior parte dessa
água está nos oceanos e é salgada. Sobram pouco mais de l%(um por cento)
de água doce. Para os seres humanos isso está se
tornando uni problema, por um lado, porque somos muitos (mais de 6
bilhões de pessoas em todo planeta), por outro, porque nas grandes
concentrações urbanas a água é utilizada em inúmeras atividades, além
daquelas diretamente relacionadas à manutenção da saúde, e seu consumo
tem aumentado cada vez rnais.
A água tem uma importância muito grande em toda história da Terra. O
surgimento da água líquida sobre a superfície do planeta, ainda em
formação, provocou grandes transformações. As intensas chuvas que caíram
sobre a Terra, há bilhões de anos, acelerou o processo de resfriamento da
superfície e também desgastou-a intensamente. Esse processo de desgaste
formou o relevo da Terra com montanhas, planícies, vales, planaltos.
Formou também os solos onde crescem as florestas e os vegetais, que são
alimento para inúmeros animais, inclusive os seres humanos. Atualmente
esse desgaste continua através dos rios, enchurradas e dos oceanos, porém, é
bem menos intenso do que foi durante a formação do planeta.
Outro aspecto da importância da água líquida na Terra é o surgimento da
vida. A vida, tal como a conhecemos, surgiu na água e depende
integralmente dela. Não se conhece nenhuma espécie viva que possa
sobreviver sem água.
TERRA: O PLANETA DA VIDA
Não se conhece vida a não ser na Terra. Muito se tem falado sobre a
possibilidade de existir vida em outros planetas distantes, já que as
investigações rnais recentes não conseguiram encontrar vida nos planetas do
Sistema Solar. Mas não há, até hoje, nenhuma confirmação da presença de
seres vivos fora da Terra.
uma conseqüência muito importante do surgimento da vida no planeta é que
a atividade de alguns seres vivos tem modificado a Terra. Se pão hovessem
seres vivos sobre a Terra, hoje ela seria muito diferente do que é. Só para dar
um exemplo, quando os primeiros seres vivos que fazem fotossíntese
surgiram sobre a Terra, a atmosfera era composta basicamente de gás
carbônico, hidrogênio, vapor de água e gás metano.
Os principais seres que fazem fotossíntese são as algas marinhas e os
vegetais. Quando as populações de algas e vegetais começaram a se espalhar
sobre a Terra, o oxigênio produzido na fotossíntese ia sendo liberado para a
atmosfera, que foi mudando através do tempo. Isso começou a ocorrer,
aproximadamente 3 bilhões de anos atrás. O oxigênio que hoje respiramos,
junto com as plantas e todos os outros animais aquáticos ou terrestres, foi
produzido nesse processo.
O oxigênio existente na atmosfera, e que hoje nós podemos respirar,
acumulou-se durante o tempo em que a população de algas marinhas e
plantas de todo planeta estava crescendo. Enquanto essa população
aumentava, o oxigênio foi se acumulando. Atualmente o ar atmosférico tem
a seguinte composição: 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e o 1% restante
é uma mistura de muitos gases, entre eles: gás carbônico, ozônio e vapor
d'água.
Através desse exemplo, vemos que a presença de seres vivos na Terra pode
alterar completamente suas características. Neste caso vimos como a
atmosfera da Terra se modificou depois do surgimento dos seres que fazem
fotossíntese, como as plantas. Se esses seres não tivessem modificado a
atmosfera, como fizeram, os seres humanos não poderiam habitar a Terra.
Há uma confusão relacionada à idéia apresentada acima: dizer que a floresta
Amazônica é o "pulmão do mundo", querendo dizer com isso que o oxigênio
que respiramos seria produzido pelas plantas das grandes florestas. Mas essa
idéia está errada. Realmente, todas as plantas realizam fotossíntese e,
portanto, produzem gás oxigênio que é liberado para a atmosfera. Mas as
plantas também respiram, utilizando o oxigênio do ar. como à noite não
existe fotossíntese, que só ocorre quando há luz, nesse período, a planta
consome oxigênio mas não produz, como qualquer animal que respira as 24
horas do dia.
RECURSOS: COMPREENDER PARA PRESERVAR
Todas as atividades humanas necessitam de matéria e energia para ocorrer.
Alimentar-se, construir moradias, fabricar os rnais diferentes
tipos de ferramentas, utensílios, máquinas. Mesmo para levar um objeto de
um lugar para outro, sem modificá-lo, necessitamos de energia para o
movimento.
Todo material necessário às nossas atividades é retirado do próprio planeta:
alimentos, metais, material de construção (cimento, tijolos, pedra, areia,
madeira, plásticos, borracha, remédios, papel, etc). E toda a energia que
necessitamos para realizar as mais diferentes atividades também é obtida no
planeta: queima de combustíveis, usinas hidroelétricas, baterias, uso da
energia solar, etc.
Quanto rnais matéria e energia necessitamos para nossas atividades
cotidianas, rnais mexemos no ambiente natural: destruímos montanhas para
tirar ferro e outros metais, destruímos florestas para obter madeira ou
fabricar papel e assim por diante. Por isso precisamos ficar muito atentos às
transformações que estamos provocando no planeta, devido às nossas
atividades.
Existem vários exemplos do que pode acontecer, se continuarmos a interferir
sobre os processos naturais, a fim de extrair recursos materiais ou
energéticos do planeta na velocidade em que estamos fazendo atualmente.
Até poucos anos atrás, pensávamos que a Terra era muito grande, uma fonte
quase inesgotável de recursos, porém, já aprendemos que essa idéia está
errada e que devemos procurar preservar os ambientes naturais o máximo
possível, para não termos sérios problemas de sobrevivência em um futuro
próximo.
Para que cada cidadão tenha condições de interferir nas decisões políticas,
que a todo momento são tomadas e que envolvem a exploração de recursos
materiais e energéticos, é preciso que esse cidadão tenha conhecimentos que
lhe possibilite entender as conseqüências de cada decisão e formar suas
próprias opiniões.
Signorelli, Vinícius. S578c Conversa de professor Ciências/Vinícius Signorelli.
— Brasilia, Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação à
Distância. [1996]. 47 p. (Cadernos da TV Escola)
1. Ciências - Material instrucional. 1 Ministério da Educação e do Desporto.
Secretaria de Educação à Distância. II. Série.
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