APRESENTAÇÃO
Já se passaram quase três anos, desde quando foram realizados os primeiros Encontros
da chamada "Fase 1". Fevereiro de 2000. Começava aí a trajetória de organização dos grupos
de estudos nos 162 municípios do Estado de Pernambuco que passariam a integrar a Rede
Estadual de Formação Continuada do Programa PCN EM AÇÃO. Ao longo de todo o ano de
2000, os Encontros foram se sucedendo, do Sertão ao Agreste, em Afogados de Ingazeira,
Salgueiro, Petrolina e Caruaru, do Agreste à Zona da Mata, em Garanhuns, Nazaré da Mata e
Palmares, da Zona da Mata à Região Metropolitana do Recife, no Cabo de Santo Agostinho e
em Recife.
A cada encontro uma surpresa, uma marca, um sinal: O "velho Chico" em Petrolina, a
"doce neblina" de Garanhuns, o "Pajéu dos Afogados", a "recepção das águas" no Cabo de
Santo Agostinho. Os Encontros da Fase 1 carregavam o vigor teórico e prático dos formadores
nacionais e locais, hoje, com suas práticas enriquecidas com as contribuições daqueles que se
descobriram estarem se metamorfoseando em "Coordenadores de Grupo" e "Coordenadores
Gerais" do PCN EM AÇÃO dos seus municípios.
Em 2001, enquanto a Fase 2 caminhava, novos municípios iam sendo incorporados ao
Programa, fazendo com que os próprios Pólos precisassem se desdobrar, se multiplicar, dando
origem a novos grupos e novos encontros: Floresta, Born Jardim, Ipojuca, Paulista e Bonito.
Todos construindo, nesse percurso, um modo específico de ser/saber/fazer suas práticas
formativas e professorais. Práticas multidimensionais, complexas, abertas, teóricas, estéticas e
principalmente éticas. Pois, nestes dois anos e meio de contato e contágio com o PCN EM
AÇÃO, a primeira lição prendida foi que os bons modelos não devem ser repassados ou copiados.
Eles devem, antes, servir como uma referência de possibilidade, ou seja, como uma trilha aberta
no caminho da reflexão, tematizados na e a partir da prática, num grupo de estudo coordenado
por um formador que nos instiga a 1er e a escrever, com autonomia, nossas hipóteses, nossas
inquietações, nossas intervenções.
Percebemos que é na perda dos modelos e das receitas prontas que abrimos um espaço para
o prazer e o sofrimento inerentes a toda construção do conhecimento. Descobrimos, dentre
outras coisas, que todo "alfabeto" e toda "gramática" está serviço de uma mensagem, de um
sentido. Mensagem-sentido que pode e deve ser decifrada/compreendida, pois o ser humano,
homem e mulher, criança, jovem e adulto, é o único ser capaz de tal tarefa. E nesse trabalho
jamais se fica "analfabeto" por muito tempo, já que viver já é 1er e interpretar, já que se aprende
a 1er, lendo, e a escrever, escrevendo.
Há, então, que se admirar a persistência com que esses coordenadores/formadores
pernambucanos realizaram suas atividades, reuniram suas equipes de professores, estudaram,
planejaram e realizaram as seqüências didáticas dos módulos, cheios de entusiasmo e de
esperanças. E interessante constatar como nesses últimos anos conseguiram juntos recuperar o
que, de fato, nunca haviam perdido: sonhos jamais sonhados... Sonhos de uma escola democrática,
inclusiva e promotora de aprendizagens marcadas pela "qualidade para todos".
Por isso, nesse momento, nosso objetivo (nossa pauta) é homenagear os Secretários de
Educação, Coordenadores Gerais e de Grupos de l\/4\ 5
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„ EJA, El e PROFA, dos 12
Pólos formados, nos 162 municípios que aderiram o Programa, pela fecunda caminhada que
desenvolveram junto aos seus professores, rompendo, de forma inédita, no território
Caderno de Relatos - PCN em Ação em Pernambuco