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Presidente da República
João Baptista de Oliveira Figueiredo
Ministro da Educação e Cultura
Eduardo Mattos Portella
Secretário-Geral
João Guilherme de Aragão
Secretária de Ensino de 1 ? e 2? Graus
Zilma Gomes Parente de Barros
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MEC/SEPS - "CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL"
FASCÍCULO
GABARITO - QUADRO SINTESE
TEXTO n? 1
TEXTO n? 2
TEXTO n? 3
RESPOSTAS"
por falta de mão-de-
obra
pela inadaptação do ín-
dio
pela aptidão do negro
por falta de mão-de-obra
pela desvalorização do
trabalho entre os
brancos
. existência do co-
mércio de escravos
pela impossibilidade de
introduzir assalaria-
dos europeus
pelo conhecimento dos
portugueses do co-
mércio de escravos
"CRÍTICAS"
visão preconceituosa (diferenças
raciais)
explicação interna (desconheci-
mento do mercantilismo)
explicação interna:o destaca
os mecanismos mercantilistas
explicação interna:o destaca
os mecanismos mercantilistas
0 "X" da Controvérsia está nas:
Explicações baseadas em diferenças raciais
(visões preconceituosas)
Explicações baseadas em questões internas
(visão isolada da colônia)
QUADRO-SÍNTESE: O MAPA DA CONTROVÉRSIA
MEC/SEPS - "CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL"
FASCÍCULO
GABARITO - QUESTIONÁRIO N? 1
1 As GRAVURAS n° 1 e 2. apesar de serem do mesmo Autor e da mesma épo-
ca,o bem diferentes. A GRAVURA nº 1 mostra um cenário do interior do
Brasil, em que um grupo de indígenas está sendo catequizado por um missio-
nário. Observe a presença da civilização dos brancos: as construções, as ferra-
mentas, as roupas, o próprio missionário e os trabalhadores negros no fundo.
O importante é que o índio está em liberdade. Já a GRAVURA nº 2 apresen-
ta uma cena da vida urbana, um castigo em praça pública do Rio de Janeiro.
A atenção se volta para a condição dos negros escravos, submetidos aos cas-
tigos, cercado pelos edifícios, meios de transporte e tipos sociais da cidade. A
escravidão é o tema principal deste cenário.
2—0 castigo era freqüentemente aplicado aos escravos que fugiam do cativeiro
ou praticavam alguma irregularidade (roubo, por exemplo). A gravurao dá
o motivo, que aliás podia ser o simples capricho do senhor, mas evidencia o
seu lado aviltante, desumano, o sentido de um espetáculo de advertência, que
atrai muitas pessoas.
Na GRAVURA nº 2. pelo contrário, o índio está numa situação bem melhor,
protegido pelo missionário. Vive em contacto com a natureza, conserva alguns
de seus costumes (enfeites e o trabalho em comum, por exemplo) eo exer-
ce uma atividade importante para os donos das terras. Veja, no segundo pla-
no, que os trabalhoso executados por negros.
3 - Sim. Na GRAVURA nº 1, nota-se a presença do missionário branco e, ao fun-
do homens e mulheres de cor negra trabalhando.
Na GRAVURA nº 2. lui uma variedade de tipos sociais da paisagem urbana no
início do Século XIX (no Rio de Janeiro): padres, militares, funcionários-
blicos, aristocratas (na carruagem).o facilmente identificados pela sua cor
(brancos), suas roupas c atitudes. E há outras figuras deles na condição de es-
cravos, e outros livres, como o feitor que está aplicando o castigo.
4 Sim, a partir das observações extraídas das gravuras. Percebe-se que o índio
o foi escravizado por dois motivos:
19 - está sob a proteção do missionário (portanto, da Igreja).
29- vive no meio da natureza, em organização tribal, e tem-se a impressão
de que é impróprio ("vive na inocência") ao trabalho obrigatório.
MEC/SEPS - "CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL"
FASCÍCULO
GABARITO - QUESTIONÁRIO N? 3
1 Não. A Inglaterra, a França e a Espanha empregavam a escravidão em suas
colônias e praticavam o tráfico de escravos negros. Na época do descobri-
mento do Brasil, a escravidão também já existia na África: os chefes das
tribos vendiam os prisioneiros de guerra e gente de seu próprio povo.
2 Por dois motivos. Primeiro: o preconceito de origem racial, segundo o qual
os brancoso serviam para o trabalho braçal num país de clima tropical, o
que era um pretexto para justificar a utilização de escravos. Segundo: a neces-
sidade de mão-de-obra para a lavoura.
3 Há quatro argumentos nesta explicação:
1? a falta de resistência física e também de hábitos nos trabalhos agríco-
las, entre os índios;
29 - a defesa dos índios feita pelas ordens religiosas (principalmente os je-
suítas) e a proibição determinada pela Coroa contra a escravização
indígena;
3? a existência da escravidão entre as populações africanas;
4? a existência de um comércio de escravos organizado que dava lucros a
seus intermediários (chefes tribais, comerciantes e os governos euro-
peus) interessados em trazer cativos africanos para a América.
4 - Porque aí os colonoso podiam pagar o preço elevado dos escravos afri-
canos. A caça ao índio foi praticada em larga escala, no que se especializa-
ram os paulistas.
5 Enfrentaram dificuldades de dois tipos:
1? - a atuação dos religiosos defensores da liberdade dos índios;
2? - as ordens de Portugal proibindo a escravização dos nativos.
Mas os colonoso desistiram e utilizavam o pretexto de proteger os índios,
isto é, levavam-nos ao trabalho como se fossem "civilizá-los". Havia também
o pretexto da guerra justa como forma de burlar a lei. Provocavam uma
guerra contra alguma tribo e, justificando a defesa contra a ameaça de índios
inimigos, reduziam à escravidão os índios aprisionados.
MEC/SEPS - "CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL"
FASCÍCULO
GABARITO - QUESTIONÁRIO Nº 4
1 Há quatro fatores:
1º os gastos de transporte;
2º a necessidade de pagar altos salários que atraíssem a vinda desses euro-
peus;
3º a distribuição de terras a esses trabalhadores, o que era impossível numa
empresa colonial que iria se basear na grande propriedade e enorme apli-
cação de capital (lavoura de exportação dos engenhos de açúcar);
4º a falta de mão-de-obra em Portugal, devido à atração das riquezas das
índias Orientais.
2 Os portugueses tinham intensas relações comerciais com a África e já desde
o Século XV (época de D. Henrique) aprisionavam ou adquiriam escravos
negros para vendê-los em certas regiões da Europa.
3 Sim, através de dois elementos:
1? os portugueses conheciam o mercado africano de escravos;
2? os recursos propiciados pela empresa açucareira permitia a compra desta
mão-de-obra. Por isso, o trabalho indígena se tornou fundamental so-
mente nos núcleos coloniais queo tinham base econômica firme para
se expandir.
MEC/SEPS - "CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL"
FASCÍCULO
GABARITO - QUESTIONÁRIO N° 5
1o as estruturas e as práticas do mercantilismo portugués no Século XVI. A
colonização do Brasil foi realizada para trazer lucros aos interesses comerciais
portugueses. O tráfico negreiro, que vinha sendo praticado regularmente des-
de o Século XV, era uma peça essencial desses interesses. Portanto, a introdu-
ção da escravidão negra na lavoura colonial brasileira se deve à pressão desses
mecanismos da política mercantilista que garantia um comércio rendoso.
2 Não. Tanto o índio quanto o negroo tratados como raças dominadas sub-
metidas à escravidão, sendo o nome "escravo" atribuído a um e a outro. Suas
características étnicas e culturaiso justificam maior ou menor "adaptabili-
dade" ao trabalho compulsório.
3 Sim. O índio predominou no início da colonização. Em certas regiões, como
o Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Pará, o trabalho indígena continuou
fundamental até o Século XVIII, diminuindo quando o tráfico de escravos
africanos se tornou regular nessas regiões.
4 - Três críticaso apresentadas.
1? crítica: por ser uma explicação claramente racista, aquela que justifica a
escravidão das raças dominadas esquecendo que essaso escolheram essa
forma de trabalho mas foram obrigadas e mantidas sob controle;
2
a
crítica: por ser uma explicação baseada nas características físicas e cultu-
rais, aquela que sustenta a idéia preconceituosa de que o negro era predispos-
to para o (superior ao) trabalho braçal, enquanto o índio desvalorizava o tra-
balho (por uma suposta indisposição cultural);
3
a
crítica: por ser uma explicação parcial, aquela queo reconhece a eficiên-
cia comprovada da organização social dos índios guaranis que, nas missões
jesuítas, desenvolveram a técnica e a produtividade eo se mostraram indo-
lentes ou despreparados ao trabalho regular.
5 Sim, em relação a quatro aspectos.
- o despreparo cultural e a falta de resistência física do índio nos traba-
lhos agrícolas (TEXTOS nº 1 e 2);
2º a predisposição do negro à escravidão, por existir um comércio de escra-
vos na África (TEXTO nº 1 );
3º a pouca importância dada aos mecanismos da política mercantilista, que
efetivamente decidiu o modo da colonização do Brasil e, conseqüente-
mente, explica a introdução de escravos africanos. Os TEXTOS nº 1 e
3 explicam a QUESTÃO-GERADORA apenas nos aspectos internos
(falta de mão-de-obra para a lavoura), como se a colônia estivesse resol-
vendo por sua conta os problemas da colonização. O TEXTO nº 2 faz
um meio termo: destaca a falta de mão-de-obra mas também o interesse
dos traficantes de escravos em trazer este comércio para o Brasil e a
América em geral;
4º - a idéia parcial de que a escravização do índio existiu apenas nas capita-
nias do Sui (TEXTOS nº 1 e 2). Como vimos, ela vigorou até o Século
XVIII em muitas outras regiões.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
SECRETARIA DE ENSINO DEE 2º GRAUS
CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL
Edição do Aluno
Elaboração de:
Maria Amélia Azevêdo Goldberg
Adalberto Marson
Flávio Venâncio Luizetto
Izabel Andrade Marson
Maria Cristina Zanetti Luizetto
Maria Lígia Coelho Prado
Regina Helena Zerbini Denigres
Sandra Maria Zákia Lian Sousa
BRASÍLIA-1980
FASCÍCULO
A ESCRAVIDÃO NEGRA NA COLÔNIA
"CONTROVÉRSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL"
(série Ensino regular, 6 - ed. do professor)
Fase. 1 - A escravidão negra na colônia
(série Ensino regular, 3)
Fase. 2 - A extinção do tráfego de escravos no século XIX
(série Ensino regular, 4)
Fase. 3 - As tentativas de industrialização no século XIX
(série Ensino regular, 5)
É proibida a reprodução total ou parcial
deste livro, salvo com autorização da Secretaria
de Ensino de 1º e 2º Graus do Ministério da
Educação e Cultura, detentora dos direitos
autorais.
Forarn depositados cinco exemplares deste
volume no Conselho Nacional de Direitos Auto-
rais e cinco exemplares na Biblioteca Nacional.
Brasil. Ministério da Educação e Cultura.
Secretaria de Ensino de lº e 2º Graus. Controvérsias na His-
tória do Brasil: a escravidão negra na colônia; edição do alu-
no por Maria Amélia Azevêdo Goldberg, Adalberto Marson,
Maria Cristina Zanetti Luizetto, Maria Lígia Coelho Prado,
Regina Helena Zerbini Denigres e Sandra Maria Zákia Lian
Sousa. Brasilia, 1980. V. 1 (série Ensino regular, 3).
APRESENTAÇÃO
De uma forma ou de outra, alunos e professores estão preocupados com a es-
cola de 2º Grau dos anos 80.
Há vários níveis de preocupação. Há os que se limitam a denunciar as defi-
ciências desse nível de ensino, seja numa perspectiva estritamente psicopedagógica,
seja numa perspectiva rnais ampla de natureza sócio-política.
Há os que sonham um tanto idílicamente, seja com a volta a um passadoo
muito remoto, seja com a escola do futuro, radicalmente distinta da que hoje existe.
Finalmente existem aqueles que se preocupam com a transformação do que
existe e fazem propostas concretas de aperfeiçoamento da escola de 2º Grau.
O presente programa instrucional se insere nesta última linha de preocupa-
ções. Sua importância decorre das decisões básicas que orientaram sua elaboração:
- um Programa que procura tratar temas controversos de História do Brasil;
- um Programa queo tem a pretensão de ser um "pacote autoritário" no
qual o papel de alunos e professores esteja completamente definido;
- um Programa que pretende ser flexível.
Suas unidadesom uma ordem pré-fixada e nemo pouco esgotam todas
as possíveis controvérsias da História do Brasil. Cada professor, em sua escola po-
derá fazer a sua unidade, sobre um tema controverso que domine bem.
Todas essas decisões refletem um compromisso básico com dois princípios:
) o de que é fundamental fazer com que o aluno de 2º Grau aprenda a
pensar:
) o de que essa aprendizagem é uma tarefa cooperativa da qual alunos e
professores deverão participar.
Os materiais instrucionais poderão mostrar um caminho:o poderão jamais
ter a pretensão de serem o caminho, descoberto por uma equipe de iluminados es-
pecialistas e, conseqüentemente, válidos para todos os alunos e todos os professores.
Esse é o grande mérito do presente Programa, elaborado pelo Departamento
de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas (São Paulo) com o patrocínio
da Secretaria de Ensino de 1
o
e 2º Graus do Ministério da Educação e Cultura, que
hoje se divulga.
Inova sem deixar de ser modesto. Desafia sem deixar de oferecer uma resposta.
Esperemos que ele traga em si a boa semente...
ZILMA GOMES PARENTELE BARROS
Secretária de Ensino dee 2º Graus
SUMÁRIO
Nosso Recado 7
Roteiro A: "EIS A QUESTÃO" 9
Roteiro B: "E ELES RESPONDERAM!" 21
Roteiro C: "MAS OUTROS CRITICARAM" 37
Roteiro D: "E AGORA É SUA VEZ!" 45
NOSSO RECADO
é breve! Estamos preocupados com o que você, aluno de 2º grau, tem aprendido
sobre a História do Brasil. Por isso, elaboramos um Programa de estudos, denomi-
nado Controvérsias na História do Brasil.
O que é uma controvérsia?
É um tema para o qual os especialistaso interpretações diversas e até
certo ponto antagônicas e conflitantes. A finalidade principal do Programa é mos-
trar a você que:
a História do Brasil tem uma série de pontos que estão longe de serem pací-
cos;
esses pontosm sendo objeto de discussão-crítica, por parte dos estudiosos;
3º - você pode e deve participar dessa discussão porque a História do Brasil lhe
pertence: é sua História, também.
Para atingir essa finalidade, o Programa foi organizado de forma a compreen-
der os três Fascículos seguintes:
nº 1 A Escravidão Negra na Colônia
nº 2 A Extinção do Tráfico de Escravos no Século XDC
nº 3 - As Tentativas de Industrialização no Século XDC.
Como se, cada um deles trata de um tema essencial mas controverso, da
História do Brasil. Embora sejam independentes entre si, os Fascículos forarn nume-
rados em seqüência, por se referirem respectivamente aos três períodos principais
de nossa História: COLÔNIA - IMPÉRIO - REPÚBLICA.
Isto quer dizer que, para estudar o Fascículo n9 2, é preciso conhecer o tema
do n9 1, e, para o caso do n9 3, conhecer os temas do n9 1 e n9 2. É bom saber
que em História damos muito valor à localização dos acontecimentos e das mudan-
ças no tempo. Por isso, precisamos sempre relacionar o tema estudado a um conjun-
to de situações anteriores qua ajudam a compreendê-lo melhor.
Em cada Fascículo, você encontrará quatro ROTEIROS DE ESTUDO:
ROTEIRO A - Eis a questão!"
Nele você familiarizar-se-á com a pergunta que está na origem da controvér-
sia.
ROTEIRO B - "E eles responderam!"
Nesse roteiro, você vai ver como "eles" (isto é, os estudiosos da História do
Brasil) responderam de maneira diversa à questão levantada produzindo as diferen-
tes alternativas de resposta que estão no próprio núcleo da controvérsia.
ROTEIRO C - "Mas outros criticaram!"
Aqui você vai ver como o núcleo da controvérsia se amplia, através da intro-
dução de um elemento novo: a crítica dos historiadores que fizeram o "balanço"
das respostas dadas e que avaliaram o peso das mesmas.
ROTEIRO D - "E agora é sua vez!"
Nesse Roteiro você terá, finalmente, a oportunidade de externar seu ponto-
de-vista, de se colocar pessoalmente face à controvérsia e de defender suas posições.
Como porém toda controvérsia pede DISCUSSÃO, os quatro Roteiros de Es-
tudoo preparatórios a um "FORUM DE DEBATES", isto é, a uma aula de discus-
o com a classe toda, na qual, sob a orientação do professor, todos terão a oportu-
nidade de expor seus pontos-de-vista e de argumentar na defesa dos mesmos.
Como o próprio nome indica um ROTEIRO DE ESTUDO é um "guia", ca-
paz de orientar o caminho da aprendizagem a ser percorrido por você, trabalhando
sozinho, de preferência.
Se, porém,o se dispuser a cumprir todas as tarefas previstas em cada Rotei-
roo haverá caminho da aprendizagem para você. Nosso recado termina, lembran-
do-lhe os versos que dizem:
"Caminhante,
o há caminho,
Se faz o caminho
Ao andar!..."
ROTEIRO A
"EIS A QUESTÃO!"
PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA !
O QUE É PARA FAZER
1 - OBSERVAR atentamente as GRAVURAS n9 1 e 2: elas mostram situações
específicas do negro e do índio na época do Brasil-Colônia.
2 - LER com cuidado a BREVE NOTÍCIA que está no verso de cada gravura: ela
diz alguma coisa sobre o autor da mesma, sobre a obra de que foi retira-
da, sobre a época a que se refere etc.
3 - RESPONDER com muita atenção ao QUESTIONÁRIO nº 1 que vem após
as gravuras: ele permitirá a você relembrar um pouco do
que já sabe sobre a condição do negro e do índio no Brasil-
Colônia.
4 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS recorrendo ao GABARITO que seu
professor possui.
5 - MEDITAR um pouco sobre a QUESTÃO-GERADORA da controvérsia
que você vai estudar neste Fascículo.
OBSERVAR
GRAVURA 1 - ALDEIA DE TAPUIOS
Fonte: Rugendas, J.J. - "Viagem Pitoresca através do Brasil"
LER
BREVE NOTICIA
O Autor: (1802-1858) Pintor alemão, veio ao Brasil em duas ocasiões: em 1825,
como integrante da expedição científica de Langsdorff, naturalista rus-
so, tendo percorrido o interior do Brasil; e em 1846, quando permane-
ceu no Rio de Janeiro e Pernambuco. Viajou também pela Itália e ou-
tros países da América do Sul. Faleceu na Alemanha, deixando, além
desta obra, mais de 3 mil desenhos e esboços de suas impressões de via-
gens.
A Obra: A Viagem pitoresca através do Brasil foi publicada, primeiramente, em
Paris, em 1827. O Autor reuniu os escritos, desenhos, aquarelas e qua-
dros a óleo feitos em sua primeira viagem, um testemunho muito rico
das condições do Brasil de então, a paisagem, os costumes rurais e urba-
nos, a atividade econômica, os tipos sociais. Destacam-se as cenas da vi-
da cotidiana, os costumes dos índios e as situações desumanas da es-
cravidão.
Trata-se do fim do Primeiro Reinado, quando o país iniciava sua fase
independente e a sociedade permanecia ainda rural e rnais intensamente
escravista, apesar de aumentarem as ligações com a Europa e o mundo
ocidental.
A Gravura: Reproduz uma cena da vida rural, pondo em relevo um grupo de índios
já quase civilizados, sob orientação de um missionário. É bom exemplo
da imagem romântica que os europeus faziam do Brasil: a atração pela
natureza tropical e a visão idealista do índio como um "bom selvagem"
que leva uma vida pacata no meio da natureza.
A Época:
OBSERVAR
GRAVURA 2 - CASTIGO PÚBLICO NA PRAÇA DE SANTANA
Fonte: Rugendas. J.M. - "Viagem Pitoresca através do Brasil"
LER
BREVE NOTÍCIA
O Autor: (1802—1858) Pintor alemão, veio ao Brasil em duas ocasiões: em 1825,
como integrante da expedição científica de Langsdorff, naturalista rus-
so, tendo percorrido o interior do Brasil; e em 1846, quando permane-
ceu no Rio de Janeiro e Pernambuco. Viajou também pela Itália e ou-
tros países da América do Sul. Faleceu na Alemanha, deixando, além
desta obra, rnais de 3 mil desenhos e esboços de suas impressões de via-
gens.
A Obra: A Viagem pitoresca através do Brasil foi publicada primeiramente em
Paris, em 1827. O Autor reuniu os escritos, desenhos, aquarelas e
quadros a óleo feitos em sua primeira viagem, um testemunho muito
rico das condições do Brasil de então, a paisagem, os costumes rurais e
urbanos, a atividade econômica, os tipos sociais. Destacam-se as cenas
da vida cotidiana, os costumes dos índios e as situações desumanas da
escravidão.
A Época: Trata-se do fim do Primeiro Reinado, quando o país iniciava sua fase
independente e a sociedade permanecia ainda rural e rnais intensamente
escravista, apesar de aumentarem as ligações com a Europa e o mundo
ocidental.
A Gravura: Retrata com realismo uma cena da vida urbana relativa à escravidão,
que tanto chocava os europeus que viajavam pelo Brasil. A violência do
castigo forma um contraste com a indiferença dos demais que simples-
mente assistem ao espetáculo. De todos os quadros que Rugendas de-
senhos sobre a escravidão, é neste que rnais revelou sua revolta e
indignação.
RESPONDER
QUESTIONÁRIO N° 1
1 - Como descrever as diferenças entre a situação do negro e do índio tal como
foi retratada nas GRAVURAS n? 1 e 2?
2 - Por que motivo o negro está sendo castigado? Você observa a mesma situação
com o índio?
3 Além de índios e negros, você nota a presença nessas gravuras de outros ele-
mentos? Quaiso eles em cada gravura e o que estão fazendo?
4 - A partir dessas observações, você acha que só o negro foi escravizado?
CONFERIR
ACERTOS E ERROS
Solicite a seu professor o GABARITO do QUESTIONÁRIO n? 1. Confira
suas respostas.
Se tiver errado alguma pergunta, procure entender bem porque errou.
Se tiver alguma dúvida, procure seu professor.
Guarde depois seu GABARITO no envelope que se encontra no final do
FASCÍCULO.
MEDITAR
"QUESTÃO-GERADORA"
POR QUE FOI INTRODUZIDA
A ESCRAVIDÃO NEGRA NO
BRASIL-COLÔNIA?
ROTEIRO B
"
E ELES RESPONDERAM!
"
PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA
O QUE É PARA FAZER
1 - LER cuidadosamente o TEXTO nº 1.
2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que estão no rodapé.
3 - RESPONDER ao QUESTIONÁRIO n? 2 que vem após o texto.
4 - CONFERIR os ACERTOS e ERROS através do GABARITO do professor.
5- IMPORTANTE: Repetir essas operações para cada um dos três textos.
LER
TEXTO N? I
"O pau-brasil, tirado das matas brasileiras, foi o nosso primeiro produto de
valor comercial, explorado pela Europa, na primeira metade do Século XVI. Era
encontrado nas matas do litoral, desde a baía do Rio de Janeiro até a altura do
cabo deo Roque. (...)
(...)
A extração da madeira era feita por índios. Buscavam o pau-brasil nas matas,
derrubavam as árvores, cortavam os troncos em pedaços e os levavam para as fei-
torias. Ficavam empilhados nos pontos rnais procurados pelos navios. (...) Como a
extração da madeira era feita pelos índios, e eram os índios que conheciam as
matas, os portugueses os obrigaram a fazer esse trabalho, escravizando-os. Foi uma
das razões pelas quais os índios passaram a odiar os brancos e a se revoltar.
(...)
Com o grande desenvolvimento da cultura açucareira, começou a faltar gente,
a faltar mão-de-obra. Os portugueses tentaram continuar a servir-se dos índios, mas
esteso estavam acostumados a trabalhos agrícolas e detestavam permanecer por
longo tempo executando o mesmo serviço.o resistiam ao trabalho obrigatório:
ou morriam ou fugiam, indo reunir-se a índios inimigos. Os jesuítas, por sua vez,
contribuíram para uma falta ainda maior da mão-de-obra, atraindo os índios para
as missões
1
.
Missões: Aldeias organizadas pelas ordens religiosas (franciscanos, beneditinos c principal-
mente jesuítas), logo no início da colonização, a fim de promover a catequese dos índios.
Sob a direção dos missionários, os nativos trabalhavam na agricultura e exploração dos re-
cursos naturais. No Século XVII, as missões jesuíticas espalhadas pelo vale do rio Amazonas,
dos rios Paraná-Paraguai e no Maranhão, formavam um verdadeiro "império", com uma po-
pulação de milhares de indígenas e uma vida cultural e econômica intensa.
Por essas razões, a Coroa portuguesa, que estava interessada no aumento da
produção do açúcar, favoreceu a importação de escravos negros da África. Em
princípios do Século XVI foi iniciado o comércio de escravos para o Novo Mundo.
A Espanha os introduziu na América espanhola (Antilhas) e Portugal no Brasil.
A partir de 1549, foram importados negros em maior quantidade, para as
capitanias da Bahia e de Pernambuco; eram vendidos aos lavradores e aos senhores
de engenho a preços vantajosos para os comerciantes, que os traziam da África.
Com os lucros da venda do açúcar, os senhores compravam rnais escravos, aumen-
tando a produção do engenho.
A utilização dos escravos africanos deu resultados. Os negros eram rnais
resistentes do que os índios, já estavam habituados aos trabalhos agrícolas e acos-
tumados à escravidão, que existia na África. A região norte se desenvolveu muito,
com o braço do negro escravo. Esse foi um dos motivos do seu rápido enriqueci-
mento e do empobrecimento da região sul. As capitanias do sulo puderam
comprar escravos negros, porque custavam caro. E continuaram a servir-se do indí-
gena, tendo necessidade de ir buscá-lo cada vez mais no interior".
RESPONDER
QUESTIONÁRIO N? 2
1 - Como o Autor explica a introdução da escravidão pelos colonos portugueses
no Brasil?
2 Por que o índio se adaptou à escravização durante a extração do pau-brasil,
maso nos trabalhos agrícolas da cultura açucareira?
3 Por que deu certo a utilização do escravo africano?
4 - Qual foi a atuação dos jesuítas e da Coroa portuguesa em relação ao problema
da mão-de-obra (indígena e africana)?
5 Por que as capitanias do Nordeste se desenvolveram rnais que as do Sui?
CONFERIR
Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIO n? 2, a seu professor.
Verifique seus ACERTOS e ERROS.
Nos casos dos ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res-
posta certa.
Se tiver dúvidas recorra a seu professor.
Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ-
CULO.
LER
TEXTO N? 2
"Um dos aspectos rnais dolorosos da História do Brasil foi o trabalho escravo,
introduzido em nossas terras desde a época da descoberta.o constituímos, de-
ve-se lembrar, uma exceção nesse particular. Nas colônias francesas, inglesas, espa-
nholas e de outras nações o mesmo sistema era empregado. Um dos principais
pretextos para a utilização dos escravos era a afirmação de que os homens de raça
brancao seriam capazes de realizar pesados serviços braçais em nosso clima.
Com este argumento e outros semelhantes, os colonos aprisionavam os índios e os
obrigavam a trabalhos a que eleso estavam habituados. Algumas ordens religio-
sas, notadamente a dos jesuítas, procuraram lutar contra a escravização, desper-
tando com essa atitude a hostilidade dos colonos. Certas pessoas aconselharam a
importação de cativos africanos que, apesar de seu preço elevado, foram introdu-
zidos em regular número nas lavouras da Bahia e do Nordeste, na segunda metade
do século XVI.
Vieram de Portugal ordens severas, proibindo a escravização dos índios. Os
colonos portugueses, entretanto, sempre arranjavam pretexto para burlar as proibi-
ções, ora aproveitando-se de leis que lhes permitiam proteger os naturais da terra,
ora provocando conflitos, pois era-lhes permitido transformar em escravos os pri-
sioneiros feitos em guerras justas. O próprio prestígio dos jesuítaso os impediu
de agir dessa maneira pouco humana.
(...)
Sempre necessitavam as nossas lavouras do braço escravo, e alegando esse
pretexto recorriam os colonos ao apresamente dos indígenas. Estes últimos, é
verdade, forarn sendo gradualmente substituídos por cativos de origem africana,
principalmente nas regiões do Nordeste, onde as culturas proporcionavam lucros
substanciais. Nas vilas do Sui, porém, muito rnais pobres,o era possível pagar os
elevados preços exigidos para os escravos negros, e por isso ali continuou a ser pra-
ticada, em grande escala, a caça aos índios. Nessa ocupação se especializaram os
moradores deo Paulo.
(...)
Na época da descoberta do Brasil a escravidão era normalmente praticada
em diversas populações africanas que tinham contacto com os portugueses e outros
europeus. Quando se iniciou o movimento visando substituir, em toda a América,
os trabalhadores índios pelos resistentes escravos negros, o comércio destes últimos
já era bastante ativo no litoral da África. Os próprios reis, ou chefes de tribos desse
continente, freqüentemente ofereciam à venda os prisioneiros de guerra, e, às
vezes, pessoas do próprio povo. À medida que o apresamento de escravos se tornava
rnais rendoso, ia aumentando o número de expedições especialmente destinadas a
trazer os cativos aos portos de embarque. E algumas cidades chegaram a experi-
mentar notável prosperidade, graças ao desumano comércio.
(...)
O transporte de pessoas destinadas ao trabalho forçadoo se fez apenas para
o Brasil. Foi praticado por todas as nações da Europa que possuíam colônias, tais
como a Inglaterra, França e Espanha. Era, naquelas épocas, um sistema que muita
gente condenava, mas que dava grandes lucros e por isso os governos o permitiam
e até o estimulavam".
RESPONDER
QUESTIONÁRIO N? 3
1 - Segundo o Autor, o emprego do trabalho escravo foi uma inovação de Portu-
gal na colonização do Brasil?
2 Por que motivos recorreram os colonos ao trabalho escravo do índio e do
negro?
3 - Como se explica a introdução no Brasil de negros africanos para serem escra-
vos?
4 - Por que o índio continuou a ser escravizado em maior numero nas capitanias
do Sul?
5 - Quais as dificuldades encontradas pelos colonos para escravizar o índio? Po-
demos dizer que eles desistiram dessa tentativa?
CONFERIR
Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIO n? 3, a seu professor.
Verifique seus ACERTOS e ERROS.
No caso dos ERROS procure entender bem porque errou e qual seria a res-
posta certa.
Se tiver dúvidas, recorra a seu professor.
Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ-
CULO.
LER
TEXTO N? 3
Maso bastavam a experiência técnica dos portugueses na fase produtiva e a
capacidade comercial e o poder financeiro dos holandeses para tornar viável a em-
presa colonizadora agrícola das terras do Brasil. Demais, existia o problema da mão-
de-obra. Transportá-la na quantidade necessária da Europa teria requerido uma
inversão demasiadamente grande, que provavelmente tornaria antieconômica toda
a empresa. As condições de trabalho eram tais que somente pagando salários bem
rnais elevados que os da Europa seria possível atrair mão-de-obra dessa região. A
possibilidade de reduzir os custos, retribuindo com terras o trabalho que o colono
realizasse durante um certo número de anos,o apresentava atrativo ou viabili-
dade, pois, sem grandes concentrações de capital, as terras praticamenteo tinham
valia econômica. Por último, havia a considerar a escassez de oferta de mão-de-obra
que prevalecia em Portugal, particularmente nessa etapa de magnífico floresci-
mento da empresa das índias Orientais. Sem embargo, também neste caso uma
circunstância veio facilitar enormemente a solução do problema. Por essa época os
portugueses eram já senhores de um completo conhecimento do mercado africano
de escravos. As operações de guerra para captura de negros pagãos, iniciadas quase
um Século antes nos tempos de Dom Henrique, haviam evoluído num bem organi-
zado e lucrativo escambo que abastecia certas regiões da Europa de mão-de-obra
escrava. Mediante recursos suficientes, seria possível ampliar esse negócio e orga-
nizar a transferência para a nova colônia agrícola da mão-de-obra barata, sem a
qual ela seria economicamente inviável
1
.
A idéia de utilizar a mão-de-obra indígena foi parte integrante dos primeiros projetos de
colonização
2
. O vulto dos capitais imobilizados que representava a importação de escravos
africanos só permitiu que se cogitasse dessa solução alternativa quando o negócio demons-
trou que era altamente rentável. Contudo, ali onde os núcleos coloniaiso encontravam
uma base econômica firme para expandir-se, a mão-de-obra indígena desempenhou sempre
um papel fundamental.
VERIFICAR
Projeto de colonização: O Autor refere-se aqui à iniciativa tomada pelo governo de Portugal
de colonizar o Brasil, mediante a instalação de empreendimentos organizados, com núcleos
de população e administração centralizada, baseados na lavoura da cana-de-açúcar e outras
atividades economicamente lucrativas para a Metrópole.
RESPONDER
QUESTIONÁRIO Nº 4
1 Que fatores impediram a utilização de trabalhadores brancos (europeus) na la-
voura colonial do Brasil?
2 Qual a relação apresentada no texto entre os portugueses e o tráfico negreiro?
3—O texto dá elementos para você compreender por que o índioo foi escravi-
zado?
CONFERIR
Solicite agora o GABARITO do QUESTIONÁRIO nº 4, a seu professor.
Verifique seus ACERTOS e ERROS.
No caso dos ERROS procure entender bem porque errou e qual seria a res-
posta certa.
Se tiver dúvidas recorra a seu professor.
Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do Fascículo.
ROTEIRO C
"MAS OUTROS CRITICARAM
"
PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA !
O QUE É PARA FAZER
1 - LER o TEXTO nº 4 com toda atenção.
2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que se encontra expli-
cado no rodapé.
3 - RESPONDER o QUESTIONÁRIO. 5: ele conduzirá você ao levanta-
mento de CRITICAS a algumas respostas apresentadas à
QUESTÃO-GERADORA que você está estudando.
4 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO que
está com seu professor.
LER
TEXTO Nº 4
O NEGRO: BASE DA COLONIZAÇÃO
Embora o índio tenha sido um elemento importante para a construção da co-
lônia nos seus primeiros tempos, o negro logo o suplantou, constituindo o trabalho
de africanos e seus descendentes o pilar rnais sólido sobre o qual se erigiu a socieda-
de brasileira.
Em alguns pontos do território, o índio chegou a ser rnais fundamental que
o negro, como mão-de-obra. Emo Paulo, até ao final do Século XVII, quaseo
se encontravam pretos, e os documentos da época que usavam o termo "negros"
referiam-se na verdade a índios, pois a palavra foi comumente utilizada para desig-
nar quaisquer elementos das raças dominadas. Nos primeiros tempos do Rio de
Janeiro, até à segunda metade do Século XVII, a mão-de-obra nativa era também
amplamente predominante e sua escravização chegou a despertar polêmicas e con-
flitos entre os colonos e algumas autoridades eclesiásticas.
O mesmo se deu nas regiões setentrionais do Brasil, Maranhão e Pará, onde o
tráfigo negreiro so se tomou regular nas últimas décadas do Século XVIII. Lá
também o índio foi muito utilizado, de maneira quase exclusiva, tornando-se obje-
to de acirradas disputas entre jesuítas e colonos.
Mas o predomínio do escravo negro foi total nas grandes áreas açucareiras da
Bahia e da Zona da Mata nordestina, generalizando-se rnais tarde para todas as áreas
de economia exportadora do Brasil.
Devido a esse predomínio, alguns autores chegaram a ensaiar uma pseudo-
explicação para a "preferência" dada ao negro como trabalhador. Analisaram tais
autores as características físicas e culturais dos elementos das raças subordinadas,
de maneira claramente racista, para chegar à conclusão ou de uma pretensa "supe-
rioridade" do negro no eito, ou de uma suposta "indisposição" cultural do índio
para o trabalho da lavoura. Como se o trabalhoo fosse escravo e os índios pudes-
sem "escolher" a atividade para a qual estivessem rnais aptos...
Os progressos atuais da antropologia já atiraram ao limbo todos esses raciocí-
nios, que aliás nem teriam sido feitos se se tratasse realmente de um trabalho his-
toriográfico profundo eo de manifestações da ideologia do colonialismo: bastaria
aos historiadores do início do Século verificar o alto grau de aperfeiçoamento técni-
co e de produtividade do trabalho atingido pelos guaranis das reduções jesuíticas
plantinas (já nessa época razoavelmente estudadas), parao formularem idéias so-
bre o "despreparo" ou "indolência" dos índios para a atividade regular.
Realmente essenciais para explicar o uso do africanoo as estruturas e as prá-
ticas do mercantilismo
1
português na época do início da colonização. Desde os
meados do Século XV os portugueses haviam estabelecido um comércio crescente
de negros escravos para o reino, e depois também para as ilhas do Atlântico africano
que se dedicavam ao cultivo de cana e outros artigos. Esse tráfico, contando com
praças comerciais poderosas, com um fornecimento regular de negros, com grandes
somas investidas, dá grandes lucros ao mercantilismo luso, do qual era peça essen-
cial. No início do Século XVI ele se voltou decisivamente para a América, dirigindo-
se às Antilhas e a outros pontos do Novo Mundo. A existência desse rendoso trá-
fico foi, sem dúvida, a razão para o uso em larga escala do escravo africano nas la-
vouras brasileiras, cuja própria existência foi determinada pelo mercantilismo luso,
tendo portanto que se subordinar aos mecanismos deste.
VERIFICAR
Mercantilismo: É a política econômica adotada pelos Estados Modernos europeus entre os
Séculos XV e XVIII. Corresponde à época do capitalismo comercial, e apresentou variações
especiais em cada país. As doutrinas e as práticas mercantilistas visavam fortalecer o Estado
e a riqueza nacional. Suas características básicas são: a valorização dos metais preciosos
como a fonte essencial de riqueza; o incentivo às exportações e à produção de valor comer-
cial (por exemplo, açúcar c vinhos) para obter um saldo favorável na balança comercial; o
protecionismo à economia nacional, através de monopólios e barreiras alfandegárias; o con-
trole do Estado sobre as atividades econômicas; a proteção aos comerciantes nacionais atra-
s de privilégios especiais; a formação de impérios coloniais.
RESPONDER
QUESTIONÁRIO Nº 5
1 Para o Autor, o qual é o fator que explica a introdução da escravidão negra na
colônia?
2 Neste texto, você nota diferenças entre o índio e o negro?
3 - Pela leitura do texto, o trabalho do índio chegou a ser rnais importante que o
do negro?
4 Quais as críticas feitas pelo Autor às chamadas "pseudo-explicações" do pro-
blema da escravidão?
5 - Essas críticas podem ser dirigidas às interpretações contidas nos textos já
estudados?
Solicite, a seu professor, o GABARITO do QUESTIONÁRIO nº 5.
Verifique seus ACERTOS e ERROS.
No caso dos ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res-
posta certa.
Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ-
CULO.
CONFERIR
ROTEIRO D
"E AGORA É SUA VEZ!
"
PARA FAZER SOZINHO DE PREFERÊNCIA
0 QUE É PARA FAZER
1 - PREENCHER o QUADRO-SÍNTESE chamado o Mapa da Controvérsia
porque ele permitirá a você construir um "mapa" de todas
as respostas que já forarn dadas à QUESTÃO-GERADORA
e de suas respectivas críticas. Permitirá, principalmente, iden-
tificar com toda clareza onde está o "X da controvérsia",
isto é, quais as respostas que conflitam com as outras e por-
que.
2 - CONFERIR seus ACERTOS e ERROS, recorrendo ao GABARITO em
poder de seu professor.
3 - TOMAR POSIÇÃO face à controvérsia, isto é, decidir se por esta ou aquela
resposta à QUESTÃO-GERADORA e acumular argu-
mentos para defendê-la rnais tarde.
PREENCHER
QUADRO-SÍNTESE: O MAPA DA CONTROVÉRSIA
QUESTÃO-GERADORA: Porque foi introduzida a escravidão negra no Brasil-Colônia?
CONFERIR
Solicite o GABARITO do QUADRO-SÍNTESE a seu professor.
Verifique seus ACERTOS e ERROS.
No caso dos ERROS, procure entender bem porque errou e qual seria a res-
posta certa.
Se tiver dúvidas recorra a seu professor.
Guarde seu GABARITO no envelope que se encontra no final do FASCÍ-
CULO.
TOMAR POSIÇÃO
Analise bem o QUADRO-SÍNTESE tal como você o preencheu e corrigiu
depois:
a Pensando bastante no que você indicou como sendo o "X da controvérsia".
b Fazendo um bom balanço das respostas dadas à QUESTÃO-GERADORA e
respectivas críticas:
selecione a seguir aquela que você acha ser a resposta rnais adequada à
QUESTÃO-GERADORA e indique-a na página seguinte;
imagine depois que você está num tribunal e que precisará defender a
"sua" resposta. Relacione, na página seguinte, o maior número possível
de argumentos em defesa dessa "sua" posição.
"Minila" posição ou "minha" resposta à QUESTÃO-GERADORA da contro-
vérsia
Argumentos a favor da "minha" posição
EM TEMPO!
Agora que você chegou a um ponto-de-vista pessoal sobre a controvérsia pre-
pare-se para defendê-lo no FORUM de DEBATES do qual irá participar com a clas-
se toda e conforme orientação a ser dada por seu professor.
Composição e Impressão
SAN- ARTES GRÁFICAS LTDA.
CLS -414 - BI. C - Ljs. 09/15 - Brasília-DF
Fones: 243-0206 - 243-3996
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