DESAFIO
Para quem optou por uma carreira profissional
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na área da Edu-
cação, participar de um projeto de cooperação internacional, nesse campo,
constitui um privilégio. E como ter aberta diante de si a dialética do
intercâmbio, é experimentar a relatividade do fato, e, quem sabe, avaliar de
outro modo a realidade do racional.
Quando se abordam as questões relativas à Educação num contexto
cultural, sócio-econômico e político diferente, nasce no espírito a convicção
de que a experiência do "outro" é algo essencialmente cul-tu-
1 Curriculum vitae:
A Escola Normal foi o local de formação inicial de Michel BRAULT. Esse ponto de partida explica, sem dúvida, a
seqüência de seu itinerário profissional. Após essa formação de professor primário, foi-lhe oferecida a possibilidade
de prosseguir seus estudos de filosofia na Universidade de Paris-Sorbonne. Quando obtém seu mestrado, ele é
recrutado, através de concurso (CAPES e Agrégation), como professor de filosofia. Ele ensina essa disciplina e a
pedagogia, na Escola Normal, de 1972 a 1977 e é essa experiência que o leva a dedicar-se, num trabalho teórico c
prático, ã formação de professores.
Nomeado lnspetor da Educação Nacional, em 1977, ele é encarregado da animação pedagógica, da formação de
professores e da avaliação do ensino elementar e pré-elementar em várias circunscrições, tanto urbanas quanto
rurais. Nesse quadro, ele é autor de numerosos trabalhos pedagógicos destinados aos professores do ensino
primário.
A experiência adquirida permite-lhe interessar-se pelas problemáticas mais gerais da formação permanente. Ele é
levado a intervir em diferentes setores institucionais e a associar-se a diversos projetos de cooperação internacional,
tanto na Europa quanto no oeste da África. Em 1984, Michel BRAULT é nomeado Diretor da Escola Normal. Ele
assume, assim, responsabilidades de gestão e de formação do pessoal do ensino na região parisiense e no interior.
A competência profissional adquirida o leva à nomeação de "Inspecteur d'Académie", em 1990, e a ser encarregado
da elaboração do projeto pedagógico do Instituto Universitário de Formação de Professores da Academia de Amiens.
(Esses institutos, criados nos moldes da Lei de Orientação sobre a Educação adotada em 1989, integram todas as
estruturas anteriores de formação e são encarregados da formação do conjunto do pessoal do ensino e da Educação.
Em 1992, Michel BRAULT é convidado a participar de um trabalho de "expertise" nos moldes do projeto franco-
brasileiro de cooperação educativa. Ele efetua, no Brasil, uma primeira missão de identificação, em novembro de
1992; em maio de 1993, ele é solicitado para uma segunda missão, visando à definição dos princípios de uma política
de cooperação entre o Brasil e a França, na área da formação de professores do ensino fundamental. Em outubro de
1993, ele é destacado pelo Ministério da Educação Nacional, junto ao Ministério das Relações Exteriores, para atuar
no Brasil como consultor do programa franco-brasileiro de cooperação educativa. Desde sua chegada ao Brasil,
Michel BRAULT, nos moldes de um programa de trabalho negociado entre o Ministério da Educação e os Serviços
Culturais da Embaixada da França no Brasil, presta serviços, enquanto consultor, às instituições brasileiras
atualmente engajadas numa política de restruturação da formação profissional dos professores. Ele teve, também, a
oportunidade de participar das reflexões engajadas em Minas Gerais, no Rio Grande do Norte, no Mato Grosso, em
Alagoas, em Pernambuco, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal. Além dessa missão de "expertise",
ele assegura, em Minas Gerais, uma função clássica de adido lingüístico.