Download PDF
ads:
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
João Figueiredo
MINISTRO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
Rubem Carlos Ludwig
SECRETARIO GERAL
Sérgio Mário Pasquali
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
Péricles de Souza Cavalcanti
ads:
atividade física
para
deficiente
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
SEED/MEC
1981
Esta obra teve a inspiração geral
do Prof. Marcel Meier,
chefe do serviço de publicações da Escola Federal
de Ginástica e Desporto Suíça
Orientação Geral:
SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Herbert de Almeida Dutra
COORDENADORIA DE PRIMEIRO E SEGUNDO GRAUS
Maneta da Silva Carvalho
Tradução
Camille Simone Bafutto
Revisão
Maricélia Medina
Capa e Produção
Cláudio Dallago
atividade física
para
deficiente
INTRODUÇÃO
Partindo da ideia de que o desenvolvimento sadio de uma associa-
ção esportiva depende, em larga escala, da qualidade, do saber e da espe-
cialização dos instrutores, a "Fédération Sportive Suisse des Invalides"
(FSSI) Federação Esportiva Suíça dos Inválidos esforçou-se, constan-
temente, no sentido de elevar o nível de seus monitores dos cursos centrais
e de grupo, por meio de cursos de instrução e aperfeiçoamento. Os quator-
ze dias do curso central básico na Escola Federal de Ginástica e Esporte
o constituem apenas, para candidatas e candidatos, uma introdução ao
vasto e complexo domínio do esporte para deficientes. Aquele que pro-
m do ensino dos esportes aprende a conhecer, dentro de certa medida,
os diversos grupos de enfermidades e suas particularidades; aquele que per-
tence à ginástica curativa adquire o essencial da técnica e do método ine-
rentes às diversas disciplinas esportivas.o se pode obter muito, em um
curso de duas semanas. Tal iniciação necessita de que se aprofundem os
conhecimentos e as capacidades especiais.
Tanto nos cursos de formação quanto na prática dos grupos, o
problema sempre foi encontrar um material de ensino apropriado. Existe
um admirável manual Der Versehrtensport (Edição Ferdinand Enke,
Stuttgart), redigido por nosso amigo Hans Lorenzen. Infelizmente, esta
excelente obra é muito onerosa, de modo que poucos instrutores podem
adquiri-la. É necessário levar em conta que, em muitos casos, este meio de
ensino corresponde pouco às nossas condições particulares. Do ponto de
vista das classes de idade e das categorias de enfermidades, a composição
dos nossos grupos é consideravelmente mais heterogênea do que na Ale-
manha, por exemplo.
Diante desta situação, a Comissão técnica da FSSI, em estreita co-
laboração com a Escola Federal de Ginástica e de Esporte de Macolin,
criou um material de ensino que engloba ampliando-a a matéria teóri-
ca e prática do curso central de base, bem como algumas áreas especiais.
Cada candidato ao curso de monitor pode, tranquilamente, reler em casa
os diversos capítulos teóricos e aperfeiçoar-se na matéria; ao mesmo tem-
po, encontra nesse guia informações abundantes sobre as principais disci-
plinas esportivas praticadas no esporte para deficientes.
Apesar de terem sido fornecidas diretivas gerais aos autores, foi-
Ihes deixada inteira liberdade para a composição de seus capítulos. Nas
diferentes seções, a individualidade está mais ou menos bem exprimida,
distanciando-se, aqui e ali, da linha geral. Preferimos correr este risco, in-
tencionalmente, a fim de respeitar o "modo" do autor.
AGRADECIMENTO
A Secretaria de Educação Física e Desportos do Ministério da Edu-
cação e Cultura agradece aos autores e colaboradores desta obra destinada
aos Deficientes Físicos a autorização para a tradução e publicação deste
excelente trabalho, que virá enriquecer a bibliografia nacional e permitir
aos especialistas brasileiros familiarizarem-se com os princípios do esporte
para deficiente e suas aplicações práticas.
SUMARIO
GENERALIDADES 1
PATOLOGIA E HIGIENE 5
METODOLOGIA 27
NATAÇÃO 49
APRENDIZAGEM DO ANDAR 63
GINÁSTICA 75
TREINAMENTO ISOMÉTRICO 91
GINÁSTICA COM MATERIAL 95
"BOLI" UMA VARINHA MÁGICA PARA OS DEFICIENTES 105
O ASSENTO ROLANTE 113
ARCO E FLECHA 119
JOGOS E REVEZAMENTOS 125
GINÁSTICA NOS APARELHOS 149
ATLETISMO LIGEIRO 161
GINÁSTICA PARA CEGOS 17b
ESPORTE PARA DEFICIENTES MENTAIS 187
GENERALIDADES
O esporte moderno é essencialmente uma reação necessária, face à
industrialização progressiva. O trabalho cada vez mais automatizado e ra-
cionalizado exige uma compensação, sob a forma de lazer, próprio para a
satisfação simultânea do corpo e da alma.' Quanto mais existem seres hu-
manos executando seus trabalhos nos escritórios, "ateliers", usinas e labo-
ratórios, mais esta massa humana sente a necessidade de uma compensação
que lhe enseje o necessário contacto com a natureza. Imaginemos aqueles
que, de costas encurvadas, cabeça baixa e pernas dobradas, permanecem
sentados de oito horas ao meio-dia e de duas às seis horas diante de suas
escrivaninhas ou suas bancas. Imaginemos, por exemplo, estas inúmeras
secretárias que, com o passar dos anos, terminam por se parecerem com as
longas fórmulas que preenchem quotidianamente. Pensemos também nes-
ses trabalhadores que executam suas monótonas manipulações no trabalho
em série Charles Chaplin revelou-nos com tintas cruas esta imagem da
usina contemporânea, no filme Tempos Modernos. Pensemos ainda nos
intelectuais e cientistas, sobre quem se acomoda a poeira do gabinete
de trabalho. Destes cientistas, dos quais Lessing, o sensato e perspicaz
poeta e crítico, autor de Minna von Barnheim, disse: "Entre os livros,
no estreito e poeirento gabinete, esquecemo-nos do corpo, que tanto
quanto a alma deve ser educado e formado, ambos devendo atingir a per-
feição da qualo capazes".
É sob este ângulo que devemos considerar esta necessidade de es-
porte, própria de nossa época. Como o afirmao justamente Diem, a
paixão pelo esporte constitui um modo de higiene pessoal instintiva, dian-
te da diminuição da função corporal na vida profissional; uma tentativa de
salvaguarda das forças vitais, o que só se torna possível graças a uma certa
quantidade de movimentos compensadores, na medida que nosso corpo é
capaz.
Esta inclinação humana para a atividade física é natural. A natu-
reza proveu-nos de um aparelho muscular que, seo utilizado, degenera.
A ciência moderna, segundo os fisiólogos, nos ensina através de suas leis
funcionais que, por falta de exercício, um órgão se enfraquece, ao passo
que um exercício contínuo o desenvolve e fortifica.
O professor Mallwitz resumiu estas leis nesta quadra:
O exercício fortifica,
Falta de exercício, produz anemia.
O supertreino prejudica.
Trabalho dosado traz alegria.
Afinal, por que o esporte?
A confirmação destas leis funcionais se manifesta de maneira vívi-
da para todos aqueles que, em uma circunstância qualquer, quebram a
perna. Ao retirar o gesso, após algumas semanas, constatam com horror
que sua perna afinou (enfraquecimento do músculo). O que vem demons-
trar o quanto a falta de exercício debilita!
Como apenas uma ínfima parcela dos seres humanos tem condição
de utilizar completamente a musculatura em sua atividade profissional,
impõe-se absolutamente uma compensação, sob a forma de exercícios físi-
cos. Daí a necessidade da atividade corporal ao ar livre, luz, sol e água.
Quanto mais o homem vive em contacto com a natureza, maioreso as
oportunidades e motivos para usar seus músculos
Segundo Kaech, o esporte, além de constituir a vacina mais natural
contra as consequências da atrofia característica de nossa época tecnocra-
ta, assume uma importante função de higiene social.
Infelizmenteo podemos considerar o esporte atual apenas sob
este ângulo, pois a prática moderna do esporte fornece ao observador al-
gumas manifestações de degenerescência, que ameaçam destruir o verda-
deiro esporte.
A. Kaech escreveu:
"Constatamos com preocupação que a noção de 'esporte' tende a
degenerar e a se identificar cada vez mais com uma exibição para a massa,
cuja preocupação centralo é mais a própria 'performance', a própria ex-
periência vivida, mas a participação passiva, É a razão pela qual a vacina
perde sua eficácia. Dentro de amplas esferas, principalmente nas escolas e
nas igrejas, o esporte, confundido com um pseudo-esporte inspirado no
estrangeiro, está a tal ponto desacreditado, que simplesmente é recusado.
O pseudo-esporte prejudica o esporte de dois modos: desviando as pessoas
da participação ativa para a simples presença, e privando o esporte da
boa vontade e patrocínio dos meios competentes".
Muita gente se pergunta, com razão o que se entende exatamente
por esporte? Habitualmente esta noção de esporte é reservada para ativi-
dades esportivas determinadas. Acreditamos defini-lo substancialmente,
esquecendo-nos de que isto independe do que se faz, mas depende da ma-
neira, da razão e do objetivo pelos quais o fazemos. Ninguém contesta, por
exemplo, que a luta é um esporte. Em compensação, recusamo-nos com
toda a franqueza a considerar o catch como um esporte.
A delimitação da noção de esporte deve, por conseguinte, ressaltar
o fato de que o esporteo é apenas uma questão de corpo, de bíceps, de
braços fortes e pernas rápidas. O que é essencialo é tanto o fato de
que alguém pratique ouo o esporte, é o estado de espírito que se traz a
esta atividade.
Em outros termos, a prática de um esporte dito clássicoo traz
em si nenhuma garantia de comportamento esportivo irrepreensível. Em
si, o esporteo é nem bom, nem mau. Frequentemente empregado para
o bem, infelizmente pode ser empregado com a mesma frequência para o
mal. Assim como várias outras áreas, o esporte oferece inúmeras possibi-
lidades de desenvolver o espírito cavalheiresco, a lealdade, a honestidade,
o companheirismo; por outro lado, apresenta-se o mesmo número de
ocasiões para corromper virtudes, simplesmente pelo atrativo da vitória
ou do ganho.
Por que um tal arremate,o frequente?o é por falha do espor-
te, mas por falha do espírito. Mesmo em matéria de esporte, existe o
bom e o mau por parte do homem, proveniente de seu foro íntimo, "deci-
sões morais de seu espírito", segundo o educador Fuhri.
Eis por que, nesta área, a educação voltada para o bem é decisiva.
Trata-se, antes de tudo, de fazer com que a juventude compreenda o justo
valor do esporte, de incutir-lheo senso esportivo que classifica um homem
no nível de sportsman, de gentleman.
Inatividade dos deficientes
Uma explicação necessária.
Quem está apto a se tornar
monitor?
A finalidade de nosso trabalho
Quais os exercícios físicos que podem ser praticados nas atividades
físicas para deficientes? É necessário em apenas algumas horas exerci-
tar os órgãos e os músculos. Para tanto se prestam a natação, a ginástica, a
aprendizagem da marcha, os exercícios com material e aparelhos de ginás-
tica, bem como diversos jogos, com ou sem bola.
Se, em se tratanto de indivíduos fisicamente válidos, é necessário
estar sempre informando e incentivando, maior se torna esta necessidade
junto aos deficientes. A maioria deles tende a se marginalizar, evitando-se
expor, É corrente entre eles a ideia errónea de que a ginástica e o esporte
lheso nefastos ou perigosos, ou, no mínimo, que para eles está fora de
cogitação a prática de exercícios físicos. Aí está a razão fundamental para
explicar que, entre 50.000 deficientes físicos, apenas 2.000 aproximada-
mente participam regularmente de aulas de ginástica e de esporte, ou seja,
cerca de 4%.
Na Suíça existem mais de 100 grupos praticantes de atividade-
sica para deficiente. Estes, na verdade, se concentram principalmente nas
cidades e grandes aglomerações. Grande número destas últimas aindao
cotam com nenhum grupo. Em razão disto, a Federação Esportiva Suíça
dos Inválidos organiza todos os anos cursos de iniciação aos problemas das
atividades físicas para deficientes e, ao mesmo tempo, cursos para moni-
tores, com a duração de 14 dias, destinados principalmente aos monitores
e monitoras iniciantes.
Em primeiro lugar, possuem as qualidades necessárias as pessoas
que tiveram uma preparação no campo da ginástica curativa ou da pedago-
gia esportiva. A qualidade e o desenvolvimento do trabalho nas atividades
físicas para deficientes dependem decididamente do número e da capaci-
dade dos monitores. A FSSI, por conseguinte, atribui maior valor à sua
formação, devido aos cursos regionais de introdução, de instrução e de re-
petição.
Quem deseja participar de atividades físicas para deficientes de-
ve-se iniciar, primeiramente, em um dos campos já mencionados. Apenas
os desportistas possuidores desta preparação podem ser iniciados, median-
te cursos breves, em todos os problemas particulares da atividade para de-
ficiente. A direção de um grupo de atividade física para deficiente exige
consideravelmente mais dos monitores do que a de um grupo habitual de
ginástica e de esporte.
Os problemas referentes à técnica, ao método, e até à intuição psi-
cológica esta, particularmente importante, nem sempreo fáceis-de
resolver. Tomemos, simplesmente por exemplo, a dosagem da atividade
física: quão depressa nos encontramos diante de artroses (doenças cró-
nicas das articulações, aprição de escolioses devido a cargas desigualmente
distribuídas), causadas, como já sabemos, por uma solicitação excessiva
do aparelho motor. Por esta razão tornou-se necessária a introdução do
atestado de saúde,o para a proteção dos monitores, mas para maior se-
gurança dos participantes dos grupos.
Manutenção e aumento da capacidade de trabalho.
A atividade física para deficientes é essencialmente um dever de
higiene social. Tanto deficientes quanto válidoso podem permanecer
indiferentes ao fato de que os deficientes físicos tornam-se rapidamente
Alegria de viver
graças ao esporte para deficiente físico
vítimas de anciloses, daí advindo a impotência, a imobilidade, ficando
prematuramente na dependência de terceiros. Os exercícios físicos pratica-
dos regularmente podem, nesses casos, produzir milagres. Graças a eles
inúmeros deficientes reencontraram e reencontrarão o acesso à vida em
comum; muitos recuperam a confiança em si mesmos. Mais felizes, forti-
ficados, eles conseguem exercer novamente suas atividades. Imbuídos de
nova coragem para viver, tendo descoberto que, apesar de deficientes-
sicos, aindam possibilidades de realizar proezas corporais admiráveis que
os mantêm mais flexíveis, mais ágeis e mais felizes, até a uma idade avan-
çada.
0 que desejamos pois atingir, com a atividade física para defici-
entes, se resume em:
Atingir a tudo isto é o objetivo para o qual se dirigem os esforços
da atividade física para deficientes. Uma finalidade magnífica, a que vale a
pena se esforçar!
proporcionar a alegria de viver,
aumentar a coragem de viver,
favorecer o espírito de companheirismo,
aumentar a confiança própria,
melhorar a independência e
afastar inibições e complexos de inferioridade.
PATOLOGIA E HIGIENE
Patologia geral
0 objetivo das explanações a seguir é o de proporcionar ao moni-
tor da atividade física para deficientes, queo possui formação médica
propriamente dita, na qualidade de fisioterapeuta, massagista etc, os co-
nhecimentos necessários à apreciação geral das enfermidades mais frequen-
tes. Atividade física para deficienteso significa o tratamente de uma in-
validez, embora encontra sua aplicação no inválido já readaptado. A finali-
dade da atividade física para deficientes consiste antes na conservação do
resultado da readaptação e, se possível, numa nova melhora. Neste quadro,
o monitor de atividades físicas para deficientes deve estar orientado para
as possibilidades e, sobretudo, para os limites das aptidões físicas do enfer-
mo. Estas possibilidades e seus limiteso determinados essencialmente
pelas enfermidades corporais. Quanto mais bem orientado estiver um moni-
tor de atividades físicas para deficientes neste sentido, melhoreso as
suas possibilidades de graduar as exigências em matéria de "performan-
ces", e assim atingir a um máximo de rendimento por parte de seus des-
portistas inválidos. Inversamente, seus conhecimentos da enfermidade
que se lhe apresentam à vista, auxiliam-no a reconhecer os possíveis peri-
gos e a evitar os danos suplementares. "Antes de tudo,o prejudicar":
princípio supremo em atividade física para deficiente também!
A palavra "inválidos" aplica-se, em geral, aos seres humanos atin-
gidos por uma enfermidade definitiva, numa parte qualquer de seus cor-
pos. Cada enfermidade corporal deixa igualmente sua marca no estado
mental.
Para a compreensão de um enfermo, esta lesão mental paralela â
lesão corporal desempenha um papel importante, e nunca deve ser negli-
genciada. A acomodação psicológica do deficiente a sua enfermidade de-
pende essencialmente da origem desta última. Os acidentes, por exemplo,
ocasionam um choque psicológico agudo. Inúmeras doenças como as
do coração evoluem mais lentamente, bem como a acomodação do do-
ente ao seu sofrimento esta última, mais durável. Para a constituição
psíquica do enfermo, a distinção entre enfermidade inata ou enfermidade
adquirida se reveste de um profundo significado.
Os cegos, por exemplo, que em regra geral vivem absortos por seus
pensamentos, calmos, dóceis e confiantes, possuem, com relação à enfer-
midade corporal, traços de carafer típico. Dentre os surdos-mudos, pelo
contrário, encontram-se, amiúde, pessoas barulhentas, por vezes até capri-
chosas e desafiadoras.
O importante é que na atividade física para deficientes possamos
levar em conta estas afecções mentais dos enfermos e que as consideremos
como consequência da enfermidade corporal.
A distinguir:
afecções internas distúrbios orgânicos (respiração, coração,
nervos);
afecções externas.
Via de regra excluem da atividade física para deficiente a prática
de esportes que em geral pressupõem órgãos internos sãos.
Aqueles que possuem lesões no crânio e no cérebro necessitam de
atenção especial.
Perigos principais:
insolações,
exercícios "cabeça para baixo",
exercícios com abalos, choque e golpes,
exercícios com movimentos circulares.
Os epilépticos devem ser objeto de constante vigilância e devem,
em qualquer caso, receber socorro imediato (natação!).
A base médica de toda atividade esportiva repousa sobre a regra de
Arndt-Schultz: ligeiras excitações ou estimulantes moderados; em exces-
so, prejudicam. Em todos os casos de lesões do aparelho motor devemos
conformar-nos com esta regra.
Postura: é sempre a expressão do estado mental! Segundo a forma
da coluna vertebral, distinguimos:
Danos físicos
Afecções internas
Afecções externas
(lesões do aparelho motor):
Mobilidade:
aparelho motor ativo: musculatura
aparelho motor passivo: ossos e articulações
A mobilidade pode ser restringida por:
alterações da pele
alterações da
musculatura
alterações dos tendões
alterações do tecido
conjuntivo
alterações dos ossos
cicatrizes em consequência de
queimaduras
contrações
encurtamentos (consequência de
ferimentos, por exemplo)
encolhimentos, artroses
reduções mal feitas, após fratu-
ras, infecções.
Nível de amputação
Condições necessárias
para a prótese:
Amputações e Próteses
Em regra geral é escolhido pelo cirurgião,o soem função da si-
tuação médica (acidente; distúrbios circulatórios etc), como também em
vista do futuro tratamento protético.
Amputação acima do joelho: particularmente indicada para, apro-
ximadamente, meia largura de mão acima da rótula, deixando espaço sufi-
ciente para a articulação artificial do joelho, e permitindo a esta última
situar-se à mesma altura da articulação da outra perna.
Desde há pouco procede-se cada vez mais com sucesso, nos adul-
tos, a desarticulações do joelho, as quais fornecem um coto que suporta
bem a carga, mas necessitam de um tratamento protético especial.
Amputação abaixo do joelho: cotoo muito curto, se possível
do contrário o tratamento protético se torna difícil. O coto também
o deve ser muito longo, existindo o perigo de distúrbios circulatórios e
.dificuldade em recobrir o osso com partes moles.
Comprimento desejável: aproximadamente 15 centímetros.
Forma do coto: As dificuldades do tratamento protéticom ori-
gem nos cotos em forma de clava e nos de forma acentuadamente cónica.
Próteses: o tipo de aparelho depende do tipo de amputação e das
cicunstâncias pessoais do amputado: idade, sexo, profissão e, enfim, da
solicitação previsível.
Prótese = reposição da função:
perna: estabilidade e aptidão ao andar
braço: preensão da mão
reposição funcional do fragmento do membro perdido (o andar
deve despender um mínimo de energia)
peso mínimo
estrutura mecânica satisfatória
inserção de uma articulação simples do joelho
reposição estética do segmento do membro perdido
estrutura adaptada às solicitações (solidez).
Prótese da coxa (femural): compõem-se de um encaixe da coxa, da
articulação do joelho, de uma pantorrilha, da articulação do tornozelo, do
.
Encaixe da coxa: apoio sobre a saliência da virilha; estao deve
deslizar para dentro do cartucho. O interior do encaixe deve ser suficien-
temente profundo, parao se acavalar sobre o peroneo.o deve sobres-
sair nenhuma parte mole do cartucho quadrilátero. Por ocasião do apoio, a
pressão deve ser exercida sobre a saliência da virilha e sobre a face lateral
do coto. Fixação: correias ou prótese de sucção.
A readaptação dos amputados
Articulação do joelho: existem diversos tipos, com freio regulável,
controle de cadência etc.
Articulação do: articulação com apoio contra a dobra; articula-
ção poliaxial (pé chato) diminui a solicitação do coto. A articulação rígida
do tornozelo exige, para a extensão do, um desgaste energético elevado.
Colocação da prótese da coxa: de! posição da superfície de
carga na linha de resistência, a partir do centro de gravidade parcial da ar-
ticulação do quadril, ou seja, estrutura da prótese sem coincidência abso-
luta com o prolongamento do coto.s posições do coto devido à limita-
ção do movimento na articulação do quadril devem ser corrigidas no car-
tucho pelo ortopedista. A estrutura, na linha de resistência, deve ter jogo
nas duas direções, isto é, vista de frente e de lado.
O eixo da articulação do joelho deve situar-se na linha de resistên-
cia, ou diretamente atrás da mesma. Quanto mais para trás estiver coloca-
do, maior a estabilidade, mas também mais difícil sua propulsão para
diante e para andar.
A articulação do tornozelo é colocada bastante atrás da linha de
resistência. Através da posição traseira do, obtém-se uma passagem
mais fácil para a denominada posição "de disponibilidade".
Prótese da anteperna (tibial): em geral, ligação articulada com
cartucho quadrilátero; na nova prótese PTB, (Patella Tendon Bearing Pro-
thesis), desaparece a parte superior, sendo que a pressão é suportada pelo
tendão da rótula.
Colocação da prótese da ante-perna: Linha de resistência no terço
central, a partir do meio do joelho superfície do. O eixo do pé é des-
viado entre 6 e 8
o
na direção externa. Uma articulação artificial do pé
torna-se necessária.
Prótese do braço: a reposição funcional do braçoo convém tan-
to quanto a da perna, devido à ausência do tato.
Quanto à mão, fazer distinção entre prótese de trabalho e prótese
de passeio.
Condicionamento geral: o andar com auxílio de prótese, exige
muita energia.
Tratamento do coto: ginástica do coto, tendo a finalidade de re-
forçar os músculos e evitar as anciloses (contrações).
Amputados da coxa: exercitar a extensão da articulação do quadril
e a projeção da perna. Movimento passivo: mantém a mobilidade completa
do coto. Exercícios ativos: contra-resistência, exercícios com saco de
areia.
Higiene do coto: desempenha um papel decisivo quanto ao bem-es-
tar do amputado. Compreende sobretudo cuidados regulares e quotidia-
nos, uma ginástica praticada todos os dias. A inobservância destes cui-
dados minuciosos pode ocasionar sérias complicações. Por isto, é necessá-
rio observar os itens seguintes:
O coto, mais ou menos contraído dentro da prótese durante o dia,
após a retirada, deve todas as noites, ser lavado alternadamente com água
quente e fria.o é necessário lavar todos os dias com sabonete, o que
pode facilmente causar irritações da pele. Em todo caso, é aconselhável o
uso exclusivo de sabonete neutro. Evitar o emprego de pós, unguentos
etc, sem a prescrição do médico que acompanha o caso.
Para a proteção da pele e seu fortalecimento, recomenda-se o em-
prego do Heydogene-Sprayou do "PC 30" (à venda nas farmácias). Seo
houver uso da prótese, é aconselhável enrolar o coto com uma tira elástica.
Banhos regulares de sol e ar endurecem o coto. Para absorver a transpira-
ção, deve-se introduzir no cartucho uma pequena almofada de algodão
cru, ou pequena esponja. A prótese deve ser lavada com água morna e
Paralisias flácidas
sabão, todas as noites. O cartuchoo deve ser secado sobre aparelhos de
calefação (Ver capítulo "Aprendizagem do andar": "Ginástico do coto"
pág. 71 ).
Cuidados especiais para os portadores de prótese tibial:
O coto deve ser protegido por meia de lã pura (próteses PTB: meia
de naylon ou "persol").
A meia deve ser trocada, diariamente, e mantida limpa.
Lavar a meia em água morna, com sabão neutro, e enxaguar em
água da mesma temperatura.
Para a secagem (abertura da meia para baixo), nunca expor ao sol e
nem secar sobre aparelhos de calefação.
Cuidados especiais para portadores de prótese femural:
Nas próteses de adesão, a meia de prótese deve ser puxada para
fora,o devendo permanecer embolada em volta do coto.
Cuidar para que todas as partes moles sejam bem introduzidas na
prótese até a salicência da virilha e dobra inguinal.
A fim de evitar má posição da articulação do quadril, os músculos
extensores do mesmo devem ser treinados todos os dias: de bruços, puxar
fortemente o coto para trás, várias vezes.
A coloração do coto (cor azulada) evidencia que a prótese deve
se readaptada.
Paralisias
Tipo mais frequente: poliomielite = paralisia infantil (doença in-
fecciosa).
Três estágios:
agudo: perturbação dos centros nervosos pelos vírus da polio-
mielite;
reparador: os centros nervosos, totalmente destruídos,o
podem mais se regenerar. Parteso paralisadas de músculos
se avolumam e reforçam (hipertrofia). Nesse estágio é de
suma importância e necessário uma terapia de ginástica inten-
siva;
definitivo:o mais se pode contar com uma melhora real da
situação. Este estágio é atingido aproximadamente dois anos
após o início da doença. 0 prosseguimento da ginástico (ativi-
dade física para o deficiente) tem a finalidade de manter o re-
sultado adquirido na readaptação e, se possível, melhorá-lo.
Os meios disponíveis para o tratamento das sequelas e complica-
ções da poliomieliteo principalmente a ginástica curativa, os re-
cursos ortopédicos auxiliares (aparelhos) e as operações, tendo por
objetivos:
o restabelecimento do equilíbrio muscular e a prevenção de
deformações;
a correção destas últimas (pernas em X, deformação dos pés,
curvaturas da coluna vertebral);
a melhoria da estabilidade das articulações;
o restabelecimento de uma função perdida;
a equiparação do comprimento de pernas desiguais (a parali-
sia de uma das pernas causa, na criança, um retardamento no
crescimento);
a melhoria das condições da circulação sanguínea (a qual é
perturbada numa extremidade paralisada, o que se manifesta
por esfriamento e coloração azulada da pele).
Perigos da atividade física para deficientes nos casos de paralisias
flácidas:
Articulações vacilantes: a paralisia dos músculos frequentemente
ocasiona um relaxamento das articulações, que apresentam tendência para
luxações e deslocamentos.
Ombro: os exercícios de lançamentos devem ser evitados. Articula-
ção do joelho: evitar a corrida em terreno acidentado.
Paralisia dos músculos: os músculos paralisados devem ser exerci-
tados, mas nunca sobrecarregados. Um músculo cansado fica prejudicado
ao ser solicitado ao extremo, além de reduzir sua eficiência, É importante
dedicar tempo suficiente ao descanso.
Paralisias crispantes (espásticas)
Entende-se por espasmo a inervação reforçada e involuntária de
um músculo.
Causas:
paralisias espásticas espinhais (origem na medula espinhal);
paralisias espásticas cerebrais (origem no cérebro).
As primeirasm origem nas doenças ou lesões da medula e cau-
sam a paraplegia ou a tetraplegia (paralisia das quatro extremidades); se-
o estudadas à parte (ver capítulo "Paraplegias e tetraplegias", pág. 13 ).
As paralisias cerebrais provêm de lesões do próprio cérebro. Os
dois tipos principais são:
paralisias infantis cerebrais, nas quais a lesão do cérebro so-
brevêm antes, durante ou logo após o nascimento, e
hemiplegia (paralisia lateral), consequência de choques cere-
brais, os quais atingem pessoas mais idosas, em regra geral
(Ver também capítulo "Perturbações motoras cerebrais",
pág. 16).
o as seguintes as características das paralisias espásticas:
a paralisia, ou enfraquecimento da musculatura;
a crispação;
a falta de coordenação, isto é, perturbação do equilíbrio
muscular, impedindo o jogo harmonioso dos diferentes gru-
pos musculares.
Segundo o nível e o tipo de lesão, distinguem-se:
a tetraplegia as quatro extremidades atingidas;
a diplegia doença de Little propriamente dita; as duas ex-
tremidades inferiores atingidas;
a hemiplegia paralisia de um lado (por ex.: braço direito e
perna direita);
as atetoses - o paciente sofre de movimentos vermiculares
involuntários, principalmente nas mãos.
Nos espásticos, encontram-se frequentemente lesões suplementa-
res:
falta de inteligência,
perturbações afetivas (por ex., impulsividade excessiva, ins-
tabilidade incontrolável, ausência de inibições sociais, com-
portamento infantil etc.)
Epilepsia: nos hemiplégicos e tetraplégicos, entre 40 a 60% dos
casos:
perturbações da vista: com maior frequência, o estrabismo,
perturbações da fala,
perturbações do ouvido.
Alguns conselhos gerais para os exercícios de atividade física com
os espásticos:
Os exercícioso devem ser regulados a partir da idade, mas a
partir do estado de desenvolvimento.
A dificuldade dos exercícios deve ser medida de maneira que possa
ser vencida sem muito esforço;o se deve também auxiliar em excesso.
A graduação das exigênciaso deve ser muito rápida, sendo que o
essencial na execução dos exercícios é conseguir que o espástico possa ad-
quirir segurança.
Em se tratanto de espásticos, nunca se deve ter pressa é preciso
muita afeição e paciência. O espástico deve, antes de tudo, ser treinado
para adquirir autonomia própria (vestimenta, higiene, etc).
Os movimentoso devem-se suceder com muita rapidez.
Quanto aos hemiplégicos, deve-se sempre trabalhar com os dois
braços e pernas.
Nos exercícios, é mais necessário dar a conhecer o objetivo do que
o desempenho propriamente dito.
Os exercícios de trepidação relaxam a musculatura e constituem
um bom aquecimento para a prática do exercício. Os exercícios de equilí-
brio contribuem para o reforço da estabilidade. De vez em quando, pode-
se tentar ultrapassar o limite da fadiga (exceto com relação às paralisias
flácidas); uma certa fadiga da musculatura conduz à descontração, melho-
ra a coordenação e reduz os movimentos involuntários. Os exercícios com
parceiro (exercícios graduados de resistência) requerem a sensibilidade dos
músculos e tendões, melhoram a coordenação e aumentam a força.
Durante as pausas, o espástico deve ficar em posição de descanso
(posição abdomino-lateral).
Pernas em X: normalmente, entre as idades de 3 a 6 anos (fenó-
meno fisiológico), em consequência da poliomielite, acidentes etc).
Pernas em O: frequentemente de origem raquítica (isto é, por fal-
ta de vitamina D).
Em condições normais, o eixo de carga das pernas (linha de resis-
tência) percorre desde a virilha, passando pelo meio da rótula e caindo no
meio da linha ideal, ligando os dois tornozelos.
Deformações
Extremidades inferiores
Coluna vertebral
Escoliose: entende-se por tal, a curvatura lateral constante, definiti-
va, da coluna vertebral.
É necessário fazer distinção entre escolioses de postura ainda corri-
gíveis, correspondentes, por exemplo, à postura geral indolente, ou prove-
niente de diferença no comprimento das pernas, e escolioses propriamente
ditas, provenientes de uma inclinação habitual ou da desigualdade do com-
primento das pernas,o mais corrigíveis. Estas últimas se caracterizam
por uma torsão do eixo longitidinal.
Em muitos casos, a origem da escoliose é desconhecida. Às vezes
trata-se de paralisia (poliomielite), ou de malformações congénitas das
vértebras (escolioses congénitas).
Classificação das escolioses:
segundo o lado: convexa esquerda, direita
segundo o nível: peitoral, lombar
segundo a forma: emforma de C ou de S.
Nos casos de escolioses que afetam a região peitoral, a função do
coração e dos pulmões é dificultada. Uma ginástica respiratória praticada
regularmente é de extrema importância para tais pacientes, É também par-
ticularmente recomendada a prática regular da natação e da ginástica geral
de manutenção física.
Doença de Scheuermann
Trata-se de uma perturbação do crescimento das vértebras, que so-
brevêm na puberdade, tanto nos rapazes quanto nas moças.
"Scheuermann" toráxico: produz uma cifose acentuada da coluna
vertebral peitoral, isto é, uma forte curvatura para trás (corcunda).
"Scheuermann" lombar: ocasiona um achatamento da lordose, ou
curvatura lombar (costas planas).
A doença de Scheuermann pode provocar dores, ainda na puber-
dade, principalmente se estiver localizada na região lombar.
Generalidades:
A coluna vertebral apresenta uma formação muito precisa e reage
rapidamente às perturbações. Quaisquer que sejam as afecções da coluna
vertebral, é necessário tomar as seguintes medidas:
início do treino mais lento e com maiores precauções;
nenhum exercício de velocidade: movimentos lentos, regula-
res (remo, natação);
evitar abalos;
intercalar frequentes pausas; estender-se de costas.
Os exercícios de extensão na barra, geralmenteo os mais in-
dicados, mas é bom precaver-se para descer!
Quando se levanta peso, a coluna vertebral deve-se manter plana, ou
seja, ereta; portanto, utilizar os joelhos e elevar o peso com o auxílio das
pernas.
Nunca forçar as costas e evitar sempre qualquer torsão da coluna
vertebral, quando esta estiver carregada.
o permanecer por muito tempo na mesma posição, principal-
mente na posição inclinada para a frente.
Distrofia muscular progressiva
Pertence ao grupo das chamadas miopatias, isto é, doenças nas
quais o músculo propriamente dito é atingido. A particularidade deste mal
é que, geralmente, ataca com igual intensidade tanto o lado direito, quan-
to o lado esquerdo do corpo, tratando-se de paralisias puramente mo-
toras. Em regra geral,o acarreta perturbação sensitiva e nem dores. A
distrofia muscular progressiva é um mal hereditário, de lenta evolução e
constitui a mais frequente das miopatias.
Durante o processo de evolução da doença,o principalmente
atingidos os músculos do tronco e em especial, os da cintura escapular e
da bacia. Ao contrário da paralisia infantil, por exemplo, geralmenteo
ocorre nenhum decréscimo da musculatura, mas, em compensação, obser-
va-se um aparente aumento do volume muscular (pseudo-hipertrofia), de-
senvolvendo-se de tal forma que, as fibras musculareso substituídas por
tecidos conjuntivos e gordurosos. Este aumento de volume é particular-
mente visível na barriga da perna. Segundo o ponto de impacto e a locali-
zação da musculatura afetada^, distinguem-se diversos tipos ou grupos de
distrofias musculares.
A causa do mal se encontra na disfunção metabólica do músculo.
Aindao existe um tratamento causal para a doença. Portanto, a terapia
dita sintomática adquire maior importância, consistindo, em primeiro
lugar, no treino dos músculos ainda existentes e em evitars posições
das articulações. Por isto, o treino regular e intensivo torna-se uma neces-
sidade premente, tanto nos casos de distrofia muscular progressiva quanto
nas outras formas de miopatia. Deste modo, pode-se conservar por muitos
anos a autonomia do paciente.
Generalidades
Paraplegias e tetraplegias
Por paraplegia entende-se a paralisia da metade superior do corpo;
a tetraplegia, além disfo, ainda afeta as extremidades superiores. Quanto à
gravidade da lesão neurológica, estas duas categorias se subdividem em le-
sões completas e lesões incompletas. A lesão completa é caracterizada pela
perda total de qualquer forma de sensação e motricidade, abaixo da lesão
medular. Na lesão incompleta, ainda persiste uma certa função motora e/
ou sensitiva sublesional. No caso de lesão motora completa com preser-
vação parcial de certos músculos ou grupos musculares, falamos respecti-
vamente de paraparesia e de tetraparesia. A característica da lesão medular
completa encontra-se em qualquer secção anatómica da medula, como se
pode observar nos ferimentos produzidos por armas brancas facadas,
por exemplo, ou ainda, com menos frequência, nas fraturas-desloca-
mentos da coluna vertebral, em consequência de acidentes. Seja a lesão
completa ou não, ela ainda pode ser, segundo a nível lesionai, do tipo flá-
cido ou espástico, o que vai influir na escolha do esporte a ser praticado
pelo doente. Por exemplo, basquete para os espásticos, proporcionando a
projeção das pernas para diante, ou arco e flexa para aqueles que sofrem
de espasmos dos músculos abdominais, permitindo a flexão do atirador no
ato do lançamento da flexa. Enfim, do mesmo modo como existem lesões
de meio-corpo nas hemiplegias causadas por lesão cerebral, podemos tam-
m encontrar lesões medulares do tipo hemiplégico ou hemiparético. As
causas de lesão da medula espinhalo múltiplas, variando desde o trau-
matismo vertebral - queda, acidente de carro, acidente do trabalho, aci-
dente do esporte, principalmente mergulho até o tumor medular ou ver-
tebral, passando pelas lesões vasculares e infecciosas da medula.
A propósito das lesões medulares infecciosas ou mielites, é neces-
sário diferenciar as mielites poliomielíticas das outras espécies de mielite.
Com efeito, se a poliomielite afeta essencialmente o sistema locomotor,
atacando as células nervosas do corpo, deixa, em compensação, intactas
a sensibilidade, as funções da vesícula, intestinos e genitais. Infelizmente,
o ocorre o mesmo quanto è tetraplegia, ou à paraplegia traumática, tu-
moral ou infecciosao poliomielítica. Esta diferença fundamental das le-
sões deve estar sempre presente no espírito de todos aqueles que, no setor
esportivo, se ocupam desta categoria de deficientes, tendo em vista as co-
nexões existentes entre as diversas deficiências patológicas e os esportes
planejados, tanto quanto pelos seus efeitos recíprocos.
Tetraplegia C 5 ,
Diminuição do volume respiratório;
dependência completa, cadeira de
rodas indispensável.
Tetraplegia C 7
Diminuição do volume respiratório;
dependência quase completa. Cadei-
ra de rodas indispensável. Tipóia e
pequenos truques para antebraços e
mãos.
Paraplegia C 8 - D 1
Diminuição do volume respiratório;
dependência parcial de terceiros
mínima para as necessidades pesso-
ais. Cadeira de rodas indispensável;
"swing-to" possível. Aparelho bila-
teral para as pernas e colete com fe-
chamento no quadril; duas mule-
tas canadenses ou muletas axilares.
Possível dirigir automóvel co-
mando manual ou embreagem auto-
mática.
Paraplegia D 1 - D 2 '
Diminuição do volume respiratório;
independência completa. Cadeira de
rodas indispensável. Possível andar
c/ muletas; dois aparelhos p/ as per-
nas, com ou sem colete. Duas ben-
galas de Lofstrand. Possível dirigir
automóvel comando manual ou
sem embreagem automática.
Paraplegia D 7
Independência completa. Cadeira
de rodas indispensável. Possível an-
dar c/ muletas, ou eventualmente,
c/ andadeira. Aparelho bilateral
para as pernas, c/ou sem colete.
Duas bengalas de Lofstrand. Possí-
vel dirigir automóvel comando
manual ou sem embreagem automá-
tica.
Paraplegia D 12- L 1
Independência completa. Cadeira
de rodas indispensável. Andar c/an-
dadeira,ou muletas. Aparelho bila-
teral para as pernas, duas bengalas
de Lofstrand. Possível dirigir auto-
móvel c/ comando manual.
Paraplegia L 4
Independência completa em casa e
externa. Cadeira de rodas supérflua.
Andar "normal" c/auxílio de dois
elevadores para oss e uuas benga-
las de Lofstrand. Eventualmente,
aparelho para a estabilização do joe-
lho. Possível dirigir automóvel c/
comando manual.
Músculos
Diafragma
(C2)-C3-C4
Bíceps brachii
C5-C6
Tríceps brachii
(C6) -C7-C8
Latissimus dorsi
C6-C7-C8
Músculos dao
C6-C7-C8-D1
IntercostaisD 1 - D 11
Abdomini
(D 6) -D7-D 12- (L 1)
Quadratus lumborum
D 12- L 1 -(L2)
Psoas L 2 - L 3
Quadriceps L2-L3-L4
Tibialis anterior
L4-L5-S1
Esquema da inervação dos diversos músculos
e das possibilidades funcionais relativas à locali-
zação das lesões.
Reprodução da figura 54 de "Documenta Geigy, Acta Clinica", nº 3, Bale,
1964. "Da readaptação do paraplégico", por Alain B. Rossier.
Efeitos
Sem esmiuçar os detalhes da patologia da lesão medularcompleta,
podemos, no entanto, resumir-lhe as características essenciais, como segue:
perda de todas as formas de sensibilidade (tato, dor, quente e
frio, senso de posição das extremidades),
paralisia muscular,
paralisia dos nervos que regulam o tônus capilar,
paralisia da bexiga e do intestino,
perturbações da função sexual,
perturbações do metabolismo, assim como a osteoporose que
ocasiona uma fragilidade óssea excessiva.
Bem entendido, estas deficiências podem ser mais ou menos acen-
tuadas, conforme o nível da lesão medular e sua extensão, ou seja, seu ca-
ráter mais completo ou mais incompleto. Esses elementoso desem-
penhar um papel importante na seleção dos esportes, bem como na clas-
sificação das categorias de deficientes. Para selecionar, por exemplo, aque-
les que estão aptos a executar um arremesso, é preciso saber se possuem
ouo o uso dos músculos abdominais, podendo classificá-los numa ou
noutra categoria. Assim, um paraplégico com lesão toráxica alta trauma-
tismos das primeiras vértebras dorsais possui maior deficiência do que
aquele que é portador de lesão das vértebras lombares. No primeiro caso,
além da paralisia dos músculos abdominais e lombares, a ausência de ação
dos músculos intercostais reduz a função respiratória, enquanto que no
segundo caso, o funcionamento destes músculos vem aumentar o poder
muscular, facilitar o equilíbrio e reforçar a estabilidade, aumentando o
elenco das possibilidades físicas. O mesmo ocorre com os tetraplégicos
(por exemplo, por lesão medular em consequência de traumatismo da co-
luna cervical) cujo nível da lesão é o mesmo, mas cuja extensão é diferen-
te. Podemos constatar em alguns tetraplégicos a preservação da função
do bíceps e tríceps dos membros superiores, enquanto que em outros, per-
siste apenas uma função biceptal, havendo duas classes diferentes dentro
da categoria dos tetraplégicos.
É também esta a razão pela qual todo monitor de esporte que se
ocupa de deficientes paraplégicos ou tetraplégicos deve ser orientado
sobre estas diferenças fundamentais, que condicionam a escolha dos es-
portes e a distribuição dos deficientes entre os vários esportes, a fim de ob-
servar uma certa homogeneidade dentro de cada grupo, e facilitar o trei-
namento, tanto quanto a competição.
Possibilidades funcionais
e deficiências
Do ponto de vista das possibilidades funcionais dos paraplégicos e
tetraplégicos, de um modo geral e apesar de frequentes exceções — é
importante saber que a lesão traumática da sexta vértebra cervical, e por
vezes a da quinta, deixa subsistir nos braços a função do bíceps, maso
a do tríceps, e que todo tetraplégico completo dispõe apenas de seu dia-
fragma para lhe assegurar a ventilação pulmonar. Uma tetraplegia prove-
niente de fratura da sétima vértebra cervical, e às vezes da sexta, conser-
va a função do bíceps e a do tríceps. A paraplegia oriunda da lesão da no-
na e décima vértebras dorsais, conservando um limite de sensibilidade que
passa à altura do umbigo, inutiliza todos ou quase todos os músculos ab-
dominais, enquanto que uma lesão situada mais abaixo preserva-os, fi-
cando também intacta toda ou quase toda a musculatura lombar. Enfim,
a lesão traumática ao nível da quarta vértebra lombar poupa a função dos
quadríceps, o que permite ao doente de se movimentar de, com o au-
xílio de duas bengalas e de dois curtos aparelhos para as pernas, a fim de
suprir a deficiência dos músculos dos pés.
Perigos
Paciente de 15 anos, atingido de paraplegia
total à altura da 6? vértebra toráxica, con-
sequência de queda do alto de uma árvore.
Vítima de osteoporose elevada do fémur
direito, o que lhe causou uma fratura dita
"espontânea", quando tentava retirar
suas meias, na posição abaixada.
Diante da perda da sensibilidade e de outros fatores, dentre os
quais desempenham importante papel a pressão e a paralisia dos nervos
vaso-motores, todo paraplégico e tetraplégico deve prevenir o desenvol-
vimento de escaras, quando de traumatismos da pele ou pressão prolon-
gada do mesmo local, principalmente nos ísquions, devido à posição sen-
tada mais ou menos contínua em cadeira de rodas. Além disto, tendo em
vista a perda da sensibilidade, uma torsão do, por exemplo, pode passar
desapercebida e terminar numa luxação e até mesmo em fratura. Uma
queda banal para o poliomielítico ou o amputado pode ser catastrófica
pjra o paraplégico. Além do risco de fratura habitual nesses deficientes,
consequência da osteoporose sublesional, o perigo de ulceração cutânea
(escaras) é grande e pode exigir alguns dias de repouso. Na mesma ordem
de ideias, em toda transferência - por exemplo, da cadeira de rodas para a
piscina ou para o tapete de exercícios, deve-se evitar os choques e con-
tatos brutais geradores de escaras.
Quer o deficiente esteja sentado ou deitado, sempre deve haver
entre ele e a superfície sobre a qual se encontra um material de consis-
tência semelhante à da espuma de borracha. Devido à perda da sensibili-
dade térmica, também é necessário prevenir os riscos de queimaduras atra-
s de água muito quente, ou ainda, da exposição demasiada aos raios so-
lares. A paralisia da vesícula e do intestino pode causar problemas quando
da prática de esporte em piscina, onde também estão outros deficientes.
Enquanto que a reeducação intestinal satisfatória deixa poucas probabili-
dades de incidentes de incontinência, o mesmoo ocorre quanto à re-
educação da vesícula. Inúmeras lesões medulares exigem que o paciente use
um coletor de urina, para torná-lo socialmente aceitável, fator que também
deve ser levado em conta pelo professor de esportes.
É preciso também saber que as lesões medulares de nível D 4
D 5, cujo limite de sensibilidade passa à altura dos mamilos (por exemplo,
em consequência de fratura da terceira, quarta ou quinta vértebras dorsais),
assim como as tetraplegias podem ser extremamente sensíveis às mudanças
da temperatura ambiente, principalmente ao calor. Isto se, em parte
porque falta-lhes a sudorese, em parte porque seu sistema neuro-vegeta-
tivo pode reagir ao calor ou ao frio através de modificações no aparelho
cardiovascular, as quaiso passíveis de causar graves perturbações, prin-
cipalmente hipertensão arterial.
Estas considerações nos demonstram que o esporte dos paraplégi-
cos e tetraplégicos está intimamente ligado as suas exigências médicas,
bem como à competência dos monitores de esporte, os quaism o dever
de conhecer perfeitamente o conjunto dos problemas trazidos por estes de-
ficientes. Para concluir esta breve exposição, gostaríamos de ressaltar que
se os portadores de lesões medulares podem praticar tanto os esportes de
equipe, tais como o basquete, quanto os esportes individuais, tais como o
arco-e-flexa, o esporte contribui para proporcionar-lhes o equilíbrio tanto
físico quanto psíquico, contribuindo deste modo, para a harmonia do in-
divíduo.
Perturbações motoras cerebrais
o perturbações na execução dos movimentos, causadas por lesão
do cérebro, quando ainda em desenvolvimento.
Contrariamente à paralisia infantil, a força muscular apresenta-se
normal, havendo apenas perturbação na coordenação dos músculos em
movimento. Os movimentoso mal dosados;o angulosos, rígidos, len-
tos, excessivos, etc. Ou se apresentam tensos ao extremo, ou muito lassos,
ou ainda, a tensão muda constantemente, de maneira irracional. De modo
que encontramos, por exemplo, super-rigidez de todo o corpo com ten-
dência a cair para trás, torsão da parte interna das pernas mantidas rígidas
ou ligeiramente dobradas, porte assimétrico com flexão excessiva de um
lado do corpo e super-rigidez do outro, em relação à posição da cabeça.
Á este propósito, falamos em movimentos artificiais, inadaptados à cir-
cunstância.
Existem grupos distintos dentre as diversas perturbações motoras:
Perturbações espásticas: movimentos rígidos, crispados, lentos.
Nos casos graves, a tensão muscular é constantemente aguçada; nos casos
ligeiros ou moderados, permanece sob o efeito de estímulos (atividade, ex-
citação), o que torna os movimentos difíceis. A espasticidade excessiva de
todo o corpo constitui uma pesada deficiência. Em muitos casos, entretan-
to, as pernaso as mais atingidas, ou o lado (= hemiplegia), enquanto que
o resto do corpo permanece mais ou menos normal.
Atetoses: distinguem-se através dos movimentos involuntários, des-
controlados (chamados movimentos atetóides). Estes movimentoso de-
vidos a rápidas e descontroladas variações da tensão muscular, que impe-
dem a execução normal do movimento. Deste modo, os movimentos se
apresentam também descontrolados, excessivos, variando desde uma fle-
o desmesurada até a uma extensão desmesurada. Torna-se assim impos-
sível para o doente, entre outras coisas, o sentar-se devagar, a mudança
normal do passo.
Ataxias: falta de segurança na força e na direção dos movimentos.
Assim, estes se tornam incertos e lentos, trêmulos (a fim de corrigir a dire-
ção falsamente orientada). A musculatura apresenta-se lassa. As reações
de equilíbrio, particularmente perturbadas. Os deficientes executam ape-
nas os movimentos dos quais se sentem seguros;m medo de ciar para
trás, enrigecendo-se assim voluntariamente; evitam os movimentos girató-
rios. E impossível para eles uma adaptação ou uma modificação dos movi-
mentos.
Generalidades
Cegueira
Entende-se por cegueira a intensa redução das funções do órgão da
visão. Um objeto se destaca oticamente do meio ambiente através de sua
irradiação luminosa própria. Nosso olho está apto a perceber esta irradia-
ção especial, a moldá-la, a transmiti-la, de tal modo que, com o auxílio de
determinadas regiões do cérebro, podemos observar as particularidades do
meio ambiente. No caso de ceguiera, existe um defeito neste processo. Por
um lado, a irradiação luminosa pode ser dificultada em razão de modifi-
cações doentias das partes refratárias, tais como córnea e cristalino. Por
outro lado, pode existir uma perturbação da percepção luminosa e, da
transformação do estímulo luminoso nos centros sensitivos da retina, se
estes últimos foram prejudicados por inflamações ou quaisquer outros
processos patológicos. Em seguida, o contato dos nervos com o cérebro
pode ter sido interrompido, ou o próprio centro de visão situado no
interior do cérebro, tenha sofrido um dano qualquer. A alteração de
qualquer uma das malhas desta corrente pode suprimir a percepção real
dos objetos ou, como se diz geralmente, a percepção do meio ambiente.
A apreciação da extensão da cegueira depende de dois fatores:
1. acuidade visual a distância,
2. campo visual.
Por "acuidade visual", entendemos, por exemplo, a capacidade de
ler ao longe, tanto quanto de perto. Chamamos cego a um ser humano no
qual esta capacidadeo ultrapasse 6/60 a distância (capacidade de dis-
tinguir, numa distância de 6 metros, os objetos que uma pessoa normal
reconhece a 60 metros), ou 0,1 de perto.
O segundo critério, o campo visual, ou seja o trecho que o olho,
mantido fixo, pode abranger de uma só vez, nos casos normais cobre um
setor de aproximadamente 150°. No caso de uma redução do campo vi-
sual a 10 ou 20°, a pessoa distinguiráo pouco do meio ambiente, que
pode ser considerada cega.
Estima-se o número de cegos no mundo, em cerca de 14 milhões.
Na Suíça deve haver aproximadamente 9.000 no sentido lato da palavra.
Entre 10.000 habitantes, 15 possuem um campo visual inferior a 0,1, ou
uma deficiência correspondente do mesmo campo visual.
Ainda na Suíça, a classificação dos cegos, segundo a idade, é mais
ou menos a seguinte:
10%o jovens em idade escolar;
33%o adultos
57%o pessoas de mais de 60 anos.
Por razões sociais e práticas, cabe fazer distinção segundo o grau e
a origem da cegueira; quanto à sua posição social, a situação à qual o cego
fica reduzido é decisiva. Naturalmente, o significado individual da enfer-
midade visual em geralo é contestado. A idade, a situação social antes
da cegueira, a inteligência e, consequentemente, a facilidade e a vontade
de adaptação desempenham um papel decisivo com relação às consequên-
cias práticas da cegueira.
Apesar disto e por motivos práticos, parece-nos apropriado proce-
der a uma discriminação, pois a diferença entre ausência de percepção lu-
minosa e a conservação de uma capacidade visual de 0,1 é muito signifi-
cativa. Distinguem-se portanto, três grupos:
71%o socialmente cegos.o aqueles queo ganham a vida
com base numa profissão que utiliza a vista. Sua capacidade visual com-
porta 0,05 a 0,1, em comparação com uma boa visão. Pertencem também
a este grupo aqueles cuja capacidade de leitura ultrapassa 0,1, mas cujo
campo visual se encontra fortemente reduzido e em consequência, tam-
m seu senso de orientação no espaço e sua percepção dos perigos. A es-
colarização dos jovens pertencentes a este grupoo pode ser efetuada se-
gundo as vias normais. Porém, sua formação escolar é possível seguindo
um curriculo normal, utilizando-se o recurso do tato, da escrita para ce-
gos (Braille).
20%o praticamente cegos.o aqueles cuja capacidade visual,
comparada à visão sadia, comporta 0,05. Em decorrência de sua deficiên-
cia visual, dependem de auxílio externo. Este auxílio tanto pode ser uma
bengala para cegos, quanto um cachorro treinado.
9%o absolutamente cegos, ou seja, desprovidos de qualquer per-
cepção luminosa.
Encabeçando as causas da cegueira, figura, para 15% dos casos,
o glaucoma ou "estrela verde", doença que, por efeito da pressão exage-
rada na parte interna dos olhos, com o decorrer dos anos, causa o pereci-
mento dos centros sensitivos da retina. A idade média dos cegos vítimas
de glaucoma é de 75 anos. Trata-se de uma doença da velhice, cujo índice
aumenta de acordo com o envelhecimento da população.o tem relação
alguma com a elevação da pressão sanguínea.
Em 10% dos casos, a cegueira é causada por inflamações da retina
e da túnica vascular; aparece em média, 20 anos mais cedo do que o glau-
coma.
Dentre os distúrbios metabólicos, a diabetes é a causa mais fre-
quente de cegueira, pois provoca modificações na retina. 0 índice de ce-
gueira causada pela diabetes é atualmente mais elevado, tendo em vista o
prolongamento da expectativa de vida, devido ao controle sanitário mais
cuidadoso.
É necessário mencionar ainda, um grupo importante (11,5%) de
casos de cegueira, oriundos de doenças causadas pela falta de higiene gene-
tica. Trata-se de degenerescências hereditárias da retina, ocasionando uma
cegueira precoce, justamente na idade de plena produtividade.
Os distúrbios congênitos ou adquiridos no decorrer da pequena
infância se elevam entre nós* a cerca de 7,5% dos casos. Frequentemente
o glaucomas congênitos, somados a outras malformações do olho. Nas
regiões de clima desfavorável e em condições de higiene precárias, as cau-
sas de cegueira infantilo consideravelmente mais numerosas, devido à
ignorância das medidas preventivas corretas.
Comportamento, orientação Para compensar a perda da visão, intervêm outros sentidos dos
quais se tira partido de um modo notável. O tato indica a forma dos ob-
jetos palpáveis. O ouvido proporciona a noção de distância, a impressão de
espaço.oo perceptíveis somente os objetos que produzem ruído,
mas também quaisquer outros, cuja dimensão seja suficiente para refletir
os sons. É surpreendente observar como os cegos, orientando se pelo eco
dos seus passos, percebem os obstáculos num ambiente relativamente tran-
quilo, e conseguem locomover-se com segurança. Isto nos inclina a crer
num sexto sentido.
Nota do tradutor: o autor continua se referindo à Suíça.
Aqueles cuja cegueira sobreveio mais tardiamente levam uma certa
vantagem com relação aos cegos de nascença, devido às imagens óticas que
conservam na memória Eles conseguem imaginar as cores, tanto quanto nas
pessoas de visão perfeita, predominam os sonhos visuais, enquanto que os
cegos precoces os ignoram; as impressões visuais se apagam rápido, mas
nunca desaparecem totalmente.
O efeito causado pela lesão visual sobre o pensamento, a sensibili-
dade e a vontade e, de um modo geral, sobre o comportamento do ser
humano ainda é pouco conhecido e é alvo de especulações altamente er-
rôneas.
Com referência àqueles que se tornam subitamente cegos, ou, de-
pois de inúmeras depressões, quanto aos queo vítimas de uma cegueira
mais lenta, após haver superado o choque, a maioria se mostra corajosa e,
mais tarde, frequentemente parecem resignar-se. Necessitam reencontrar
sua autoconfiança, e devemos deixar a eles uma boa dose de autonomia.
A compaixão entristecida constitui para eles, um grande tormento. Para
o abalar sua confiança, as pessoas normais que lidam com cegos devem-
se convencer de que eles percebem muito mais do que pensamos. Expli-
car as mudanças ocorridas no meio ambiente, descrever e nomear as pes-
soas que chegam ou saem, constitui uma atitude que se reveste de um sig-
nificado particular quanto à segurança íntima de um cego. A impressão
ótica que o cego percebe graças às palavras pronunciadas pela pessoa,
aproxima-se muito da percepção visual de um cego tardio. É necessário,
portanto, agir com tato e moderação na presença de cegos. Um meio fa-
miliar compreensivo, queo imponha falsas reações é mais apreciado pe-
las pessoas privadas da visão. Para sua valorização, nunca se deve estabele-
cer termos de comparação entre suas próprias performances e as de ou-
tros.
O certificado de aptidão na atividade física para deficientes
Hoje em dia, em quase todas as associações de ginástica e de espor-
tes admite-se que os desportistas passem por um exame médico regular-
mente. O que para um desportista válido é apenas vantajoso, para os des-
portistas deficientes constitui uma necessidade. Na atividade física para
deficientes também prevalece o supremo princípio, segundo o qual, em
qualquer circunstância, é preciso evitar maiores danos. Em colaboração
com a Federação dos médicos suíços, a Comissão técnica da FSSI chegou
à conclusão de que o desportista deficiente deve submeter-se a um exame
médico, ao menos uma vez por ano. Entretanto, neste exame médico,o
se trata simplesmente de declarar apto ou inapto um deficiente, com base
num exame rotineiro, como é o caso para os indivíduos válidos. O defici-
ente físico necessita do conselho médico específico para o seu caso, de
modo a se preservar de danos e a ter a possibilidade de enfrentar um treina-
mento fisiológico que corresponda ao máximo de sua atividade corporal.
Foi para o próprio interesse do deficiente desportista que foram decla-
rados obrigatórios, para cada participante, os exames médicos. Estes exa-
mes contribuem, ao mesmo tempo, para a proteção e informação do mo-
nitor de atividade física para deficientes.
Graças ao certificado de aptidão o monitor poderá distinguir as
disciplinas que o deficiente pode e deve praticar, das que lheo medica-
mente proibidas. Em outras palavras, ele estará apto a saber o que se pode
ouo exigir do desportista deficiente.
Ao contrário dos exames para desportistas válidos, os dos defici-
entes devem ter lugar durante o horário da consulta médica. Observar-se-á
Convenção sobre os exames
médicos para deportistas
deficientes
a situação particular dos deficientes físicos. Naturalmente que a escolha
do médico será inteiramente livre.
Os honorárioso fixados pelo Comité Central da Federação dos
médicos suíços. A nota do médico é encaminhada ao tesoureiro do grupo
respectivo de atividade física para deficientes. Esta salda a conta e recebe
devolta, por sua conta, no final do ano, os 75% do montante da parte do
Seguro-Invalidez federal.
O exame médico inclui investigações gerais determinadas e para es-
te fim, a FSSI mantém à disposição do médico um formulário especial. Se
o médico estimar, indicando, para mais ampla informação, que se façam
radiografias, exames de sangue, etc, estes ficarão a cargo do desportista
deficiente.
Ficaram convencionadas, entre a Federação Esportiva Suíça dos
Inválidos (FSSI) e o Comité Central da Federação dos médicos suíços,
as seguintes disposições, publicadas no n9 50/1962, pág. 919, do Bole-
tim dos médicos suíços, e que entraram em vigor em 19 de janeiro de
1963:
1. No interesse do desportista deficiente e a fim de resguardar o
monitor de atividade física para deficientes, os exames médicoso obri-
gatórios para todos os participantes da atividade física para deficientes.
2. O médico fornece ao inválido o certificado de aptidão ("li-
cença médica desportiva para inválidos"). Nele, o desportista deficiente
é declarado apto ou inapto para as disciplinas ali citadas. Assim, o que se
pode exigir do interessado fica discriminado para o monitor de atividade
física para deficientes.
3. É livre a escolha do médico, É desejável que os exames tenham
lugar durante o horário de consulta do médico. Convém abrir mão dos
exames em série, comuns quando se trata de desportistas válidos, e consi-
derar com particular atenção a situação especial dos deficientes físicos.
4. Para o exame médico dos desportistas, o Comité Central da Fe-
deração dos médicos suíços fixou os honorários em Fr. 15. - (1967). A
nota deve ser endereçada ao tesoureiro do grupo de atividade física para
deficientes" respectivo. Este salda-a, e recebe de volta, por sua conta, no
final do ano, os 75% do montante da parte do Seguro-invalidez federal.
5. O exame médico compreende investigações gerais determinadas.
Para este fim, a FSSI mantém um formulário especial à disposição do-
dico.o é obrigatório para o médico o preenchimento deste formulário.
Se o médico estimar indicando, para mais ampla informação, que se pro-
ceda a exames especiais (radiografias, exames de sangue, etc), ficarão es-
tes a cargo do desportista deficiente.
6. O médico fixará a data do próximo exame.
Generalidades
Higiene na atividade física para deficientes
O presente capítuloo pretende constituir um tratado completo
de higiene, mas antes, ater-se a certas normas aplicadas no esporte em
geral, e de grande importância, particularmente quanto aos deficientes. Na
área do esporte, o conceito de higiene engloba todas as medidas que colo-
cam ou mantêm o corpo em forma, como, por exemplo, o modo espor-
tivo de viver, a alimentação conveniente, cuidados corporais adequados e
vestuário apropriado. 0 leitor crítico observará que ilustrações pertencen-
tes ao capítulo "Aula de treinamento" encontraram lugar igualmente no
capítulo "Higiene", no intuito de que estas experiências possam contri-
buir para aumentar o rendimento e evitar danos suplementares na ativida-
de física para deficientes.
O vestuário esportivo
Tanto na vida quotidiana como no esporte, a roupa deve corres-
ponder às circunstâncias, e preencher as seguintes condições: proteção
contra os efeitos da temperatura, fácil absorção e expulsão da umidade
(transpiração) e o queo constitui a maior das preocupações de lim-
peza fácil.
1
! Os vestuários de training em lã ou algodão, que hoje em dia se
encontram no mercado, correspondem bem a estas exigências. Além da ab-
sorção regular da umidade já mencionada, o vestuário visa igualmente pro-
teger o corpo contra a perda muito rápida de calor. O corpo suado, por
causa do exercício, aumenta a emissão de calor, devido à evaporação do
suor. Se, após o esforço,o protegermos o corpo vestindo um training,
daí resulta um esfriamento da musculatura, bem como o risco, quando de
um novo esforço, de contusões e até de rupturas musculares.
Na atividade física para deficientes, o vestuário preenche ainda
algumas outras funções protatoras, contra as lesões cutâneas. Imaginemos
simplesmente um jogo de bola (sentado) no qual, para este fim, vestem-se
calças almofadadas. Em nosso país*, que conta com um número elevado
de sequelas de paralisias flácidas e espásticas, encontramos, precisamente,
casos semelhantes nas equipes de bola (sentadas). As paralisias de toda a
extremidade inferior ocasionam a perda de massa muscular (atrofia) das
nádegas. A alimenação da pele (trófico), nesse setor paralisado, sendo mais
ou menos perturbada, existe o risco de ferimentos cutâneos caso se des-
prenda grande esforço mecânico (decubitus). Estas feridas, em geral,o
cicatrizam facilmente. Estando o paralisado quase sempre obrigado a exe-
cutar suas atividades quotidianas na posição sentada, estes ferimentos
constituem um fator a mais de invalidez.
Aos amputados de braço e de perna, recomenda-se proteger as ci-
catrizes dos cotos, em geral sensíveis, por intermédio de meia apropriada.
Como, frequentemente, trabalhamos com os deficientes sentados
no chão, torna-se necessário ressaltar o perigo de esfriamento que resulta
deste contato. Resfriados e inflamações das vias urinárias geralmenteo o
saldo de tais perdas de calor. Apenas o vestuário apropriadoo basta. A
fim de melhorar o isolamento contra estas perdas localizadas de calor, é
aconselhável trabalhar sentado sobre esteiras ou cobertores dobrados.
Grande tormento, tanto para o interessado quanto para os demais,
é a transpiração dos pés, acompanhada dao desagradável formação de
odor. É um fenómeno fisiológico normal eo uma calamidade, apesar
de pouco agradável para os companheiros! Portanto, é preciso lavar oss
todos os dias e, principalmente, trocar também diariamente as meias.
Quem quer que sofra deste inconveniente deve evitar o uso de meias de
tecido artificial.
Cuidados Corporais
o de grande importância para o deficiente, instado a fornecer
o melhor rendimento, tanto no trabalho quanto na prática do esporte.
o é à toa que se pretende que a capacidade de rendimento de-
pende da capacidade da pele.o inúmeras as impurezas secretadas pelo
suor que se sedimentam sobre a pele. É preciso limpá-las, através de ba-
Nota do tradutor: o autor se refere á Suíça.
nhos quentes ou duchas, pelo menos uma vez por semana, e também após
cada esforço acompanhado de transpiração. Por mais banais que possam
parecer, estas exigências principalmente a ducha após a ginástica
aindao são, nem de longe, preenchidas aqui*. Cabe a cada monitor o
dever de levar sua contribuição para a melhoria da higiene em geral. Uma
pele sã necessita de estímulos externos para fortalecer-se. Pode-se conse-
gui-lo de um modo simples, por meio de duchas alternativamente quentes
e frias. O calor dilata os vasos sanguíneos, proporcionando a circulação
máxima do sangue nos vasos que irrigam a pele. O frio age sobre eles de
um modo restfitivo, mas, logo em seguida, ocorre uma forte extensão do
diâmetro dos vasos. A consequência disto é a melhoria da circulação san-
guínea. 0 que se disse vale também para esfriamentos de curta duração.
Por esta razão, após uma rápida ducha fria, sentimo-nos particularmente
frescos e dispostos. O banho frio quotidiano produz o mesmo efeito. Estas
práticas regulares mentem a elasticidade dos vasos, constituindo-se numa
excelente preservação contra os males causados pelo resfriamento.
É necessidade premente a ducha fria após a natação em piscina
coberta. Deste modo, evitam-se os resfriadoso frequentes em seguida à
natação. Bem entendido, prevalesce a regra:o se expor ao vento depois
do banho, com os cabelos úmidos!
A sauna oferece um treinamento intensivo da pele e dos vasos san-
guíneos. A questão de saber se, e quanto tempo, o deficiente deve fre-
quentá-la, é da competência do médico. A regra geral é queo há contra-
indicação, quando o sistema circulatório estáo e funciona a contento.
Para uma demonstração dos efeitos bastante intensos da sauna sobre a
circulação, bastariam exames apropriados. Uma sauna normal correspon-
de a carga idêntica à que resulta de uma corrida de 3.000 metros. Por esta
razão, a sauna e os banhos quentes nunca devem ser anteriores ao horário
do esporte.
No verão, o sol nos oferece outra possibilidade de retirar da pele
as impurezas naturais, É conveniente renunciar ao mau hábito de se dei-
xar "assar" durante horas, É preferível se expor ao sol e ao ar por intermé-
dio do esporte e dos jogos. Mas, ainda aqui, guardar a medida. Quem quer
que possua pele sensível, necessita de mais tempo para se acostumar, É
preferível, após meia hora, refugiar-se à sombra, do que perseverar "heroi-
camente" sob o sol e pagar, no dia seguinte, o preço de ficar com as costas
cobertas por dolorosas manchas vermelhas e ampolas. O bronzeamento da
pele se deve aos raios ultravioletas do sol. O corpo se torna bronzeado e
fortificado por intermédio do ar e do sol e, em geral, resiste mais contra
as doenças infecciosas.
Podemos igualmente obter a melhoria da circulação cutânea atra-
s de fricções da pele. Esta prática regular contribui para a melhoria do
estado geral e do rendimento. Recomenda-se a todos os deficientes que,
em consequência de sua enfermidade, possuem má circulação, procedam
à massagem a seco quotidiana da pele. Como material, servimo-nos de uma
escova comum de banho,o muito dura. A técnica é muito simples:
Esfrega-se braços e pernas por meio de pequenos e grandes movi-
mentos circulares, em direção ao coração, intercalando longos movimentos
retilíneos no mesmo sentido. Friccionar também com movimentos circula-
res os quadris e as nádegas. O abdómen deve ser tratado segundo a mesma
técnica, da direita para a esquerda (sentido do intestino grosso).
Fricciona-se o tórax com a mínima pressão. Em regra, esfrega-se
um braço e a parte do tórax a ele correspondente. Procede-se da mesma
maneira quanto às costas, até onde se puder alcançar.
* Nota do tradutor: o autor se refere à Suíça.
No que tange à atividade do organismo, distinguimos o trabalho
estático (ou trabalho parado) do trabalho dinâmico (ou trabalho em mo-
vimento). (Ver '.Treinamento isométrico", pág. 91).
Todos conhecem esta experiência, que demonstra que o traba-
lho estático conduz rapidamente à fadiga. Se sustentarmos um peso com
os braços estendidos para diante, em alguns minutos manifesta-se uma
sensação desagradável na musculatura, assim forçada. Se, apesar da fadiga
e por força de vontade, persistimos, a sensação se transforma em dor e nos
obriga logo a desistir. No trabalho estático, a tensão contínua do músculo
produz uma compressão dos vasos sanguíneos, e a circulação do sangue é
dificultada. Em consequência, o músculo recebe menos sangue, daí resul-
tando a falta de oxigenação e de alimentação com substâncias nutritivas,
que ocasionam uma rápida fadiga. O trabalho estático é irracional e deve-
mos procurar bani-lo da nossa atividade. A crispação causa o mesmo efeito
negativo, sendo compreensível que, neste estado, a fadiga sobrevenha rapi-
damente.
Bem diferenteso as condições de trabalho dinâmico sobre a mus-
culatura. O músculo se contrai e se relaxa em seguida. Cada contração
ocasiona, na verdade, uma interrupção do afluxo sanguíneo, mas esta é
de curta duração.o logo o músculo se relaxa, o sangue aflui novamen-
te. Esta alternância de tensão e distensão é muito benéfico à função cir-
culatória. A cada contração, o músculo reflui o sangue no sistema veno-
so. O trabalho dinâmico age de forma extraordinariamente favorável sobre
a circulação sanguínea, acelerando o refluxo; diz-se mesmo que se produz
uma "massagem dos vasos" do músculo que trabalha. Depreendemos daí
que, graças ao trabalho realmente superior e ao consumo mais elevado de
oxigénio, o músculo funciona em melhores condições e se cansa mais len-
tamente do que o músculo que trabalha estaticamente.
Sem nos alongarmos em considerações fisiológicas, é necessário,
entretanto, assinalar que o sistema circulatório (coração e pulmões) tra-
balha bem melhor dinamicamente do que estaticamente. Deste modo,
prevalesce, em nossas aulas de esporte, a regra: "Em cada forma de movi-
mento, relaxação e descontração, condições necessárias à forma física e
fonte de regeneração rápida após a performance corporal!" (Nocker).
Elevação, porte e transporte corretos
Inúmeros de nossos monitoreso podem evitar de ter que carre-
gar os deficientes, de elevá-los do solo e de sentá-los na cadeira de rodas.
Preservar-se de lesões na coluna vertebral órgão que, em princípio,o
foi feito para elevar cargas constitui o primeiro andamento.
Em suas pesquisas sobre a sobrecarga do quinto disco lombar, por
ocasião do levantamento de um peso por novatos, Múchinger fez surpreen-
dentes descobertas.o imaginamos que, a simples inclinação do torso
para a frente (a 90°), o último disco suporta uma carga de 300 kg, através
deste movimento de alavanca que o torso executa. Portanto,o é de ad-
mirar que os médicos recomendem a todos os portadores de ferimentos
nos discos vertebrais, que se abstenham de inclinar o torso para a frente.
Quando levantamos um peso de 50 kg nesta posição (costas curva-
das), o último disco sofre uma pressão de cerca de 700 kg. Estes cálculos
de Múchinger sóo válidos para a carga estática. Por ocasião de uma "ar-
rancada" de peso, os discos suportam cargas ainda mais consideráveis. Se,
a uma forte sobrecarga somar-se um movimento de torsão, os mecanismos
decisivos apóiam-se nos discos, o que bem entendido aumenta os ris-
cos de lesão. Quanto à prática, isto significa:
Carregar, a dois
O sistema "cadeirinha" em geral é conhecido. Os carregadores se
estendem reciprocamente ao esquerda e a mão direita e seguram os
punhos um do outro. 0 deficiente apoia os braços nos ombros dos dois
ajudantes, e se senta nos antebraços deles.
Carregar, sozinho
Se for necessário carregar um deficiente num breve percurso, o
melhor é levá-lo sentado nas costas. O carregamento será facilitado se, an-
tes, o deficiente estiver sentado sobre alguma elevação (mesa, caixa,
carrinho).
Colocar alguém de, a dois
Cada um dos monitores segura com uma das mãos, um antebraço,
diretamente abaixo do ombro. A outrao se prende ao redor das costas
da pessoa sentada, abaixo da axila. Dado o sinal, o deficiente é elevado.
Colocar alguém de, sozinho
O deficiente está sentado. O monitor o segura por detrás, por
baixo dos braços, e se coloca em posição abaixada. Enquanto puxa firme-
mente o peso para si, ele se levanta, mantendo as costas eretas. Depois
disto, só é necessário um passo para a frente para que o deficiente esteja^
de.
Técnica
Devemos sempre elevar um peso a partir da posição abaixada, com
a ajuda da forte musculatura das pernas, mantendo as costaso eretas
quanto possível. Procurar manter o peso bem perto do corpo, É errado e
perigoso querer elevá-lo através de uma forte flexão para trás. Em outras
palavras: nada de costas curvadas para a frente!
Se possível, evitar carregar os deficientes, É preferível, ao invés de
bancar o "homem forte", se se tratar de deficientes incapazes de locomo-
ver-se por meios próprios, sentá-los na cadeira de rodas e conduzi-los as-
sim, mesmo que se trate de uma pequena distância. 0 assento com rodas
convém perfeitamente, bem como um cobertor ou esteira, que se puxa.
Nas salas de ginástica equipadas com carinho, podemos empregar estes
últimos para o transporte dos deficientes. Seo se puder evitar carre-
gar, o mais fácil e menos perigoso é fazê-lo a dois ou três, ao invés de
fazê-lo.
Quando se carrega a dois, é importante executar os movimentos
sob comando: levantar, mudar a direção, parar, depositar; do contrário,
arrisca-se uma sobrecarga inesperada de um dos parceiros, que pode causar
lesão na coluna vertebral.
Se houver necessidade de movimentos circulares, girar o corpo in-
teiro, a partir dos pés, ou seja, como no ski, tomar nova direção executan-
do passos giratórios repetidos. Em caso algum torcer a parte superior do
corpo, com relação às pernas mantidas firmes.
Locomoção com cadeira de rodas
Um poliomielítico, sozinho, senta-se em sua cadeira de rodas,
apoiando-se nas mãos (excelente "performance").
Assim, ele estará seguro! O homem do primeiro-plano só está pre-
sente, para maior garantia.
Escadas: sempre, apenas sobre as rodas traseiras! Apesar de tudo,
cuidado!
Ultrapassar uma profunda depressão do solo com a cadeira de
rodas: sempre usando apenas as rodas traseiras.
Noções elementares
Fixar as metas
Preparação
A didática é a arte de ensinar.
A metodologia é o modo de ensinar, a maneira de proceder, o ca-
minho que conduz ao objetivo.o se pode estabelecer, sem mais aquela,
princípios universais relativos à maneira de ensinar. Esta deve ser adaptada
aos participantes (idade, sexo, tipo de deficiência, número de participan-
tes), bem como às condições externas (local, material, instalações, condi-
ção meteorológica, etc).
Inúmeros caminhos levam a Roma; alguns, passam também ao
lado. O modo mais suscinto de ensinar nem sempre é o melhor; entretan-
to, é o mais usual e o mais digno de esforços.
Fixar metas precisas é o ponto de partida de toda atividade peda-
gógica. Na qualidade de monitor, devemos colocar-nos a seguinte questão:
qual é a meta que devo atingir?
Somente quando tivermos definido a meta é que poderemos estu-
dar o modo de atingi-la.
o diversos os objetivos, conforme considerarmos:
a) a hora do exercício individual,
b) o curso, os ou o trimestre,
c) o ano.
Para atingir o objetivo fixado, é indispensável a preparação cuida-
dosa e por escrito.
Isto auxilia o professor a cumprir seu dever de formação e de
educação. Obriga-o a estudar, com precisão, as intenções de seu método
pedagógico, facilitando-lhe a exposição da matéria e a organização do en-
sino (Dr. P. Marscher).
Uma boa preparação já é meio sucesso!
Portanto, nada de aulas improvisadas. Os deficientes possuem uma
sensibilidade muito desenvolvida e percebem imediatamente se o conteúdo
e a forma do exercícioo ouo válidos e sensatos.
Objetivos dos exercícios
(segundo H. Lorenzen)
Toda aula deve conter:
a) exercícios preparatórios (marcha, aquecimento, treino para
o jogo;
b) exercícios principais (muito concentrados, treinamento inten-
sivo);
c) um jogo para terminar.
1. Desenvolvimento físico (aquisição de postura correta, da elas-
ticidade e da agilidade).
Todos os exercícios tendendo para o reforço, o desenvolvimen-
to harmonioso, ao equilíbrio das fraquezas físicas existentes, o que con-
m ao desenvolvimento corporal. Levando em conta as debilidades físi-
cas, estes exercícios conduzem a uma atitude mais livre ea maior liberdade
de movimentos. Durante a aula podemo-nos dedicar a partes do corpo
bem definidas e selecionar os exercícios adequados, com a condição de ja-
mais esquecer que a função do organismo antecede a função dos músculos.
Para os deficientes físicos, a dosagem da educação orgânica é
muito importante, porque as possibilidadeso muito diversas. Para al-
guns, será necessário limitar-se ao cuidado do organismo, a cuidados equi-
parados aos das pessoas válidas. Neste caso, a orientação do médico é in-
dispensável; este deverá informar o monitor dos limites do treinamento do
organismo.
Os melhores exercícios para a circulação do sangue são: a natação,
a marcha, a corrida, o remo, o ski, os jogos, etc.
2. Desenvolvimento dos movimentos (aquisição da segurança dos
movimentos).
3. Aperfeiçoamento das "performances" (aquisição da capacidade
de rendimento).
O desenvolvimento dos movimentos e o aperfeiçoamento das "per-
formances" também podem ser o tema principal de uma hora de exercí-
cio. Podem-se revestir das seguintes formas: marcha, corrida, exercícios de
flexibilidade, saltitação, salto, escalada, subida, elevação por tração dos
braços, balanço, lançar, pegar empurrar, atirar, deslizar, segurar, carregar,
rolar, balançar, nadar, remar,andar de bicicleta, dançar, etc. A maneira de
exercitar pode ser livre ou metódica. Nos exercícios livres pode-se adquirir
primeiro a prática elementar do movimento. Entretanto, o método de tra-
balho é desejável, quando o aluno estiver praticando com um companhei-
ro, participando de um grupo, ou estando dentro de uma sala de aula que
contenha material; da mesma forma, pode-se procurar a melhoria das "per-
formances" se, por exemplo, um aluno que conseguiu uma recuperação
primitiva qualquer utilizando a barra, a partir de então, fixar sua meta
em subir na mesma com os joelhos estendidos.
4. Formação do movimento (aquisição do exercício formador e
criador).
Certos monitores só acreditam ter cumprido um trabalho satisfa-
tório, se, ao final do horário, todos os participantes se desgastaram ao
máximo. Nada é mais fácil do que levar um indivíduo a arquejar, a trans-
pirar, ao esgotamento completo, através de simples exercícios físicos em
determinadas posições. Geralmente, isto constitui o contrário de uma for-
mação razoável e válida, sem contar que, deste modo, o trabalho de forma-
ção deixará a desejar.
O outro extremo que deve-se evitar: educar através de movimentos
o lentos, com uma atençãoo exagerada, que nenhum dos participan-
tes desprende um real esforço físico eo fica satisfeito.
Como geralmente se trata de pessoaso treinadas, este método
pode ter como consequência mal-estar, rompimento de músculos, pertur-
bações, luxações ou outros males que arriscam causar a suspensão dos trei-
nos, por um tempo mais ou menos longo. Nestas circunstâncias, os exerci-
cios físicoso grangearao adeptos. Todo exercício corre ta mente executa-
do representa, ao lado do esforço físico, uma grande tensão nervosa. Os
exercícios físicosoo apenas uma questão de corpo, mas uma questão
do ser humano, no seu conjunto.
Para um bom começo de um método de trabalho, é necessário le-
var em conta as observações seguintes:
0 trabalho da primeira hora de exercícios consiste na preparação
dos participantes interna e externamente. Cada um deve constatar com sa-
tisfação, que encontrou o ponto de partida da atividade física. É preciso
relaxar a musculaturao exercitada, crispada, e torná-la flexível e ágil. É
preciso habituar progressivamente os ligamentos muito tensos, ou os flá-
cidos, a uma atividade normal, que aumentará sua capacidade de rendi-
mento e beneficiará todo o organismo.
Na organização das horas de exercícios, alguns se deixam levar por
considerações de ordem fisiológica, rítmica ou técnica. Pode ser uma se-
quência de esforços de lenta progressão, terminando num declínio, ou em
exercícios fundamentais. O "trabalho-intervalo" nos aproxima dos dados
e exigências naturais. Ele consiste na distribuição igual entre "esforço" e
"repouso", "exercício" e "pausa".
Suscitar alegria
Para o bom ordenamento das horas de exercício, deve-se levarem
conta, além dos pontos já enumerados, o aspecto psicológico. Em se tra-
tando de deficientes, é preciso deixar que seu coração fale. Os motivos
convencionais quase sempre desempenham um papel preponderante.
Antes de mais nada, o deficiente deseja encontrar alegria e equilíbrio.
Nada encoraja mais do que o sucesso (W. Hennig).
Os sucessos agem sobre o deficiente como um estímulo ao exercí-
cio. Uma experiência positiva torna-o mais valorizado. Ele compreende
melhor o sentido dos esforços solicitados, e a confiança em si o ajuda a
avançar. Antes de tudo, ele adquire a certeza de que a constância no es-
forço vai conduzi-lo ao sucesso.
De onde as aulas progressivas e nada de "fofocas"!
Os sucessos desenvolvem uma força de atração emocional e esta
fomenta um interesse durável no trabalho. Como monitores, devemos
sempre nos fazer as perguntas seguintes:
Nosso ensino fornece ao deficiente uma satisfação emocional e
durável que o incentive na atividade e transforme esta em hábito?
Aproveitar o tempo!
A hora de exercício se escoa rápido. Por isto, o monitor deve,
antes da aula, reunir o material necessário e deixá-lo à mão (bandeiras,
anéis, bastões de ginástica, bolas, cordas etc). Deve-se eliminar os espaços
de tempo inativos.
Exercícios
preparatórios
10'- 12'
Performances
15'-20'
15'
Canto
Aprendizagem do andar
1. Posição inicial: porte correio, encolher a barriga,
distribuição do peso sobre os dois pés, olhar adi-
ante, andar 3 a 4 vezes ao longo da sala.
2. Marcha com obstáculos:
Pratica-se o contorno flexível do obstáculo. Passar
por sobre o obstáculoo oferece dificuldade
àquele queo é muito deficiente.
3. Para terminar, ainda a marcha em conjunto.
Circuito - mesmo programa
1. Sentar-se, partindo da posição deitada, com ou
sem peso (bola medicinal 2 a 3 kg) por sobre a
cabeça.
2. Posição de bruços sobre um cobertor de; desli-
zar 10 m, ida e volta; após curta pausa, reco-
meçar.
3. Duas câmaras de ar de bicicleta ou uma corda
elástica fixada na barra. Sentado, braços levanta-
dos de lado. Ritmo mantido.
4. De bruços, atravessado no banco sueco. Um aju-
dante do monitor segura as pernas. Mãos para
trás, levantar-se na horizontal partindo do solo.
5. Pequeno apoio facila, com as pernas dobradas:
6. Sentar-se na barra fixa na altura justa para que se
possa segurá-la ao estender os braços). Quem con-
seguirá olhar por cima da barra?
7. Sentado. Jogar a bola medicinal na parede, acima
da própria cabeça.
8. Suspender-se na barra, levantar um joelho ou os
dois joelhos.
Jogo de revezamento
1. Revezamento sentado, deslizando
Deslizar até a 2ª bandeirola (F2) com a bola me-
dicinal; deste ponto, jogar a bola para trás. Qual
a equipe que chegará primeiro à 2ª bandeirola?
Esquema de preparação
Parte Duração
Material de trabalho
Parte
Duração
Material de trabalho
Continuação do Esquema de preparação
2. Outra forma de revezamento deslizando sentado:
Cada equipe (A e B) coloca um "golzinho" diante
da equipe adversária que deve procurar receber o
mínimo possível de golpes em sua linha (banco
sueco). Os integrantes da equipe A e da equipe B
deslizam até a linha dos 5m e, daí, adquirem o
direito de jogar duas vezes a bola sobre a meta.
Bola Sentada
1. Preparação: treinar o jogo de equipe. Passar suces-
sivamente a bola 50 vezes, sem faltas.
2. Treina-se o lançamento da bola de ténis, uma vez
no ângulo esquerdo, uma vez no ângulo direito
(dois jogadores, colocados um diante do outro,
devolvem imediatamente as bolas jogadas).
3. Bola sentada
Final da aula, descanso, colocar o material em
ordem.
Debate sobre o jogo, do ponto de vista: a) téc-
nico; b) tático.
Canto final, avisos.
10'
15'
5'
Nota Final
Explicação dos desenhos:
= torso e braços
= torso e pernas
- circulação sanguínea.
Solicitações
Organização
Material
Generalidades
Ordem dispersa
1. Lado a lado
2. Em fila de um
3. Lado a lado
8 postos
(evitar a organiza-
ção de postos em do-
bro). Se o grupo for
muito grande: 1/2
grupo trabalha no
circuito;
1/2 grupo se exerci-
ta. p.ex., em atirar a
bola na meta, sobre
o tapete redondo.
4 bolas medicinais
1 trampolim
1 esteira
1 banco sueco
cobertores de lã
2 câmaras de ar de
pneu de bicipleta
1 barra fixa
4 bolas medicinais
Quanto a 1. e 3., acompanhamen-
to com palmas, ou canto, tambo-
rim, música.
Trabalha-se simultaneamente com
cada um dos postos.
Todos os exercícios devem ser re-
petidos várias vezes (5 a 10 vezes).
Entre cada posto, pode haver des-
canso (30" a 1').
Cada qual pode decidir o número
de vezes que deseja repetir o exer-
cício.
Executando-se o mesmo programa
numa aula seguinte, pode-se esta-
belecer o aumento do rendimento
individual.
1. Em fila dupla 2 bolas medicinais
4 bandeirolas
4 bolas de ginástica
2 bancos suecos
(parte larga para
cima)
marcar a linha a
5 m.
1 bola de vôlei para
cada círculo
disposição de bola
sentada
o maior número
possível de bolas
o mesmo, como aci-
ma
Diversas variantes possíveis.
Concurso:
a) quem terminará primeiro?
b) quem possui mais metas?
2. Em fila dupla
1. De um a dois cír-
culos, um jogador
no meio
2. Em fila dupla; a-
quele que jogou
desliza imediata-
mente para o final
da fila.
3. Um ajudante do
monitor joga a bo-
la; se houver mui-
tos participantes,
elimina-se aquele
que cometer 2
faltas.
Ordem de dispersar.
O monitor
0 monitor da atividade física
para deficientes
As bases da prática
A grande responsabilidade implica o bom conhecimento dos deve-
res e do trabalho que cabem ao monitor da atividade física para deficien-
tes. Este deve possuir o maior conhecimento possível das áreas seguintes:
Área médica:
Área esportiva:
A progressão
Pontualidade:
ponto de honra para um monitor
O monitor, visto pelos
deficientes
1. Conhecimentos elementares de anatomia e fisiologia;
2. Higiene;
3. Consciência dos possíveis acidentes;
4. Prevenção de acidentes;
5. Primeiros socorros.
1. Conhecimento teórico e prático dos diversos campos de exercí-
cios compatíveis com a atividade física para deficientes;
2. Metodologia;
3. Conhecimento das metas particulares a atingir, segundo os prin-
cipais grupos de invalidez;
4. Modo de ser, significado, ordem, organização, recrutamento.
Na qualidade de monitor e professor, somos o ponto de mira, de
onde o perigo de, com o tempo, nos levarmos muito a sério. Professor
= servidor!
Como monitores, devemos estar sempre familiarizados com as
maiores dificuldades que os diversos grupos de deficientes terão que en-
frentar.
Antes de tudo, devemos estar cientes da dificuldade do exercício
e sua duração. Isto exige um trabalho de várias horas, com tranquilidade.
Ê necessário aproveitar cada oportunidade que surja, para se aperfeiçoar
e aprofundar os conhecimentos (literatura, conferências, cursos de aperfei-
çoamento, troca de ideias com amigos, visitas aos grupos vizinhos, etc).
Adotando uma atitude envolvente e amável, acrescida de um rigor
reservado, conseguimos melhores resultados do que usando um tom de
comando desagradável.
Seo somos pontuais, é preciso anotá-lo imediatamente no nosso
programa de exercícios pessoais, a fim de adquirir o hábito da pontuali-
dade.
Sendo monitores, devemos ser uma pessoa sempre pronta a ajudar,
e que, em primeiro lugar,o espalha sua superioridade e saber e, em se-
gundo lugar,o apresenta seus conhecimentos como infalíveis eo os
sustenta injustamente.
Cada monitor deve-se aperfeiçoar incansavelmente. Sua sobrevivên-
cia na atividade física para deficientes denomina-se: trabalho.
A imagem que os deficientes formam de seu monitor é a de uma
pessoa esportiva, franca, interessante e equilibrada, que se desincumbe de
seu dever de modo correto e amigável; pronta para ajudar, conscienciosa.
o preferíveis as pessoaso deficientes, para exercerem as funções de
fisioterapeuta ou professor de esportes. Nem idade e nem sexo desempe-
nham papel decisivo (L. Waldispúhl).
Motivação dos deficientes
Os enfermos procuram a atividade física para deficientes para ficar
em forma, apesar de sua enfermidade. Sua disciplina esportiva preferida é
a natação. Além desta, eles apreciam diversas formas de ginástica parti-
cularmente recomendáveis para o domínio de seus corpos. Muito poucos
estão à altura de se especializar nas disciplinas esportivas correspondentes
à sua deficiência. Eles preferem praticar em grupo os exercícios físicos de
caráter esportivo, o que é mais variado. O espírito "esportivamente sole-
ne" dos grupos (ambiente alegre) lhes faz muito bem; é o que constitui a
motivação, que age favoravelmente para a participação regular da ativi-
dade física para deficientes (L. Waldispúhl).
Formas de trabalho
Lugar do monitor
Formações
Na qualidade de instrutor, devemos colocar-nos de modo a ser
visto por todos (distância suficiente).
Se mudarmos de exercício, é preciso anunciar com vigor: "Alto!"
"Atenção!"
Somente após a atenção do grupo estar concentrada no professor,
é que se começa a explicar o novo exercício. Ordem sem constrangimento
e com disciplina.
Eis as principais formações nas quais os alunos permanecem ou
evoluem:
Meios auditivos do ensino
Contar:
Certamente ressoa ainda nos ouvidos de mais de um ginasta de
elite a voz de comando nos exercícios: um, do-ois, três, qua-atro, cinco,
se-eis, se-ete, oito! Introduzir sinais acústicos puros para um movimento
de ginástica que se desenrola dentro do ritmo é ruim, na maioria das vezes;
tanto quanto possível seria desejável suprimi-los. Vale mais
A palavra explicativa
como, por exemplo, para a natação: "alto e profundo, e le-enta-
mente".
A palavra adaptada ao movimento é, de longe, o melhor meio, e
convém melhor aos alunos.
Tamborilar e bater palmas
Quando é necessário contar, podemos simplesmente, substituir a
contagem pelo tamborim e pelas mãos; deste modo, o monitor poderá
controlar sua voz.
Tamborilando e batendo palmas pode-se também imprimir a rapi-
dez do ritmo de um movimento repetido (marcha, corrida).
Acompanhamento musical
Ver o capítulo "Música no ensino", pág. 41.
Sílabas rítmicas
Sistema muito difundido hoje em dia. Uma das vantagens está na
simplicidade da apresentação. Do simples "bim-bam" como iniciação ao
balanço, até ao encorajamento final "et hop!", encontramos um número
ilimitado de possibilidades que as sílabas nor fornecem para dar o ritmo,
seja para acentuar ou para reforçar um movimento.
As sílabas utilizadas por O. Hanebuth, a saber:
"Taa", para o impulso,
"Ta" para desencadear o movimento, até seu ajustamento,
"Tam", para o esforço?
contribuem agradavelmente no desenrolar dos movimentos.
O auxílio acústicoo deveria ser o método dominante. Os movi-
mentos rítmicos só atingem seu rendimento máximo, se forem acompa-
nhados por demonstrações óticas e motoras: "mostrar" e "imitar" (F.
Fetz).
Transmitir confiança e ajudar
Mesmo sendo nossa meta a de levar os deficientes à independência,
o devemos negligenciar o fato de que nosso dever é imprimir-lhes con-
fiança e ajudá-los. Se, ocorrendo um acidente, se puder recriminar o mo-
nitor por ter negligenciado seu dever, ou poro ter dado suficiente aten-
ção às precauções necessárias, este poderá ser punido legalmente.
Transmitir confiança e ajudaro regras de ensino que devem
estar presentes, onde houver atividade educativa e de exercícios físicos.
A segurança é a base da prevenção de acidentes, podendo também consti-
tuir uma medida de organização e método. Produz o sentimento de confi-
ança, sendo também uma proteção psíquica para o deficiente. A ajuda é
algo importante, como meio de ensino. O objetivo da ajuda é o de facilitar
o desenrolar do movimento, nos diversos modos de executá-lo. Assim,
um deficiente pode-se beneficiar. Proprociona alegria, estimula, apressa o
resultado que deve ser a sensação do movimento.
Trata-se de encontrar a justa medida para transmitir segurança e
ajudar, devendo-se acentuar mais o primeiro, do que o segundo.
Do fácil ao difícil
Princípios metódicos
Este princípio fundamental tanto é válido para as mães, quanto
para o professor de uma escola superior. Seria insensato exigir de um ini-
ciante um exercício difícil nas barras paralelas, se ele aindao sabe apoi-
ar-se corretamente.
Construir sempre sobre as bases
existentes
Isto exige um trabalho intensivo, com cada indivíduo pertencente
.ao grupo. Um livro de notas, no qual se possa anotar, ao lado da prepara-
ção das aulas, as experiências e as observações, traz reais benefícios.
Ensinar de maneira simples
e clara
No ensino, devemos sempre ressaltar, de modo inteligível, a carac-
terística principal do movimento. Mostrar erudição é fora de propósito.
Sobretudo, nada de "pseudo-ciência"! Os "místicos" grangeiam muita au-
diência, no princípio; no final, só lhes restam os tolos. Apenas os trapacei-
ros espirituais podem fazer do ensino um segredo científico.
Evitar muitas novidades de uma
só vez
A cada hora, uma novidade
Ensinar de modo leve, vivo
e alegre
Mais vale comprometer-se com prudência, quando se trata de ma-
téria nova.
Ao final de cada exercício, dever-se-ia introduzir alguma coisa
inesperada - uma surpresa.
O pior que se possa reclamar de um monitor é ser ele aborrecido
ou ranzinza. Seus problemas pessoaiso interessam aos alunos; em troca,
é necessário interessar-se pelos problemas dos deficientes. O segredo do
bom monitor: trabalhar com o senso do humano.o esquecer que o en-
tusiasmo é um estímulo.
Um companheiro sem humor,o é bom monitor. Nem por isto
se deve ser palhaço e burlesco.
Adaptar a matéria ao modo
de vida dos participantes
Pensar nas diversificações
Exercícios apropriados
Trabalho e repouso na mesma
medida
Demonstrar - explicar - vigiar -
fazer- imitar
Propor deveres
Trabalhar o desenvolvimento
do movimento
Observação e correção das faltas
A "aproximação da vida" é o slogan da pedagogia de hoje.o
existe melhor comparação.
A monotonia cansa os alunos antes do monitor. Cada mudança
sensata renova o incentivo do trabalho. Pode-se repetir de maneira nova
um determinado exercício, depois de uma pausa. Isto repercute repentina-
mente, e bem. O antigo com nova roupagem.
Erróneo: começo acompanhada pela arenga: "Quem traz muito,
traz alguma coisa para alguém". Tal ensinamento conduz ao excesso.
As "performances" exigidas devem estar de acordo com a idade,
sexo, e rendimento individual de cada um.
Isto exige uma elasticidade de espírito, intuição e senso de respon-
sabilidade.
Este método é conhecido. Mas o que é importante, é a demonstra-
ção eficiente e clara, completada por uma boa e breve explicação. Os alu-
nos devem ser habituados a uma observação precisa.
Ao lado do método conservador, existe também o método deno-
minado de "ensino natural", com proposição de deveres.
Por exemplo: quem consegue, com a mão direita, fazer uma bola
de ténis rolar, a partir do quadril direito até aos pés, fazendo-a voltar pelo
lado esquerdo, tudo isto, na posição.sentada e com as pernas estendidas?
Estes deveres facilitam a execução de exercícios combinados.
O melhor método é o exercício sistemático e multiforme.
"Trabalhar com a cabeça!" Quemo o faz, leva o dobro de tem-
po para conseguir o desenvolvimento dos movimentos.
Em primeiro lugar: aprender a distinguir as faltas principais (faltas
grosseiras); doscobrir sua origem.o experimentar uma infinidade de
paliativos para corrigir pequenezas.
Corrigir, emprestar coragem;o magoar ou prejudicar.
Nunca esquecer: pode-se também criticar de um modo positivo.
Entremear elogios e reprimendas, é a arte do bom ensino.
Ocupar a todos.
É importante, principalmente em se tratando de deficientes, que
todos se mantenham interessados. Aquele queo puder efetuar um exer-
cício devido à sua deficiência, deve executar outro exercício em seu lugar.
o permitir retardatários, preguiçosos, ou jogos de esconde-es-
conde!
Se, por exemplo, nos apercebermos de que um aluno ou outro
chega propositalmente atrasado, com o único fim de se esquivar dos
exercícios de ginástica, inverter uma vez o programa, começando pelos
jogos e deixando a ginástica para o final. Conquistaremos o apoio dos
demais.
Ser prudente e previdente
Eis alguns conselhos, a fim de evitar acidentes e danos (Hans
Lorenzen):
1. Examinar os locais de exercício, antes do início da aula: sala,
praça, piscina, limites do terreno, estado do terreno, altura,
profundidade, circunferência, material, aparelhos. Verificar
se o solo está limpo; ventilação, limpeza. O piso de madeira
deve estar isento de farpas.
2. Ser principalmente prudente com os cegos: distanciar os obje-
tos perigosos, tais como: placas, flechas paiissadas, aparelhos.
Atenção aos desníveis e solos lisos.
3. Fazer exercícios físicos apropriados para os deficientes.
4. Velar pela segurança em geral, principalmente no que se re-
fere ao arremesso de bola, lançamento de dardo, da bola me-
dicinal (nenhum lançamento inopinado), aos exercícios nos
aparelhos de ginástica, natação, ski, remo, barco principal-
mente próximo de barragens. Cuidado com os acessórios de
ginástica colocados pelos alunos.
5. Atenção ao auxílio a ser prestado e à segurança a ser infun-
dida. O auxílio è a intervenção física direta adaptada às
necessidades. Infundir segurança consiste em transmitir a
ideia de que se está à disposição, em caso de necessidade. Nos
casos de dúvida, é preciso tanto auxiliar quanto assegurar;
convém então colocar esteiras sob os aparelhos de ginástica,
mesmo que isto pareça supérfluo.
6. Poupar a perna válida dos deficientes atingidos em apenas um
dos membros inferiores.o exigir que se mantenham inutil-
mente em, apoiados numa perna. Só saltitar quando
a segurança do movimento o exigir.
Escolher, de preferência, os exercícios seguintes para os defi-
cientes cujo peso do corpoo pode ser sustentado pelas
duas pernas: ginástica no solo, jogos no solo, aparelhos de
ginástica no solo, natação, bicicleta, remo, equitação, canos,
ténis de mesa e arco e flexa na posição sentada.
7.o incluir participantes sem treino nas competições.
8. Um trabalho bem orientado constitui a melhor proteção con-
tra os acidentes:
a) dividir judiciosamente a sala, os lugares, a fim de evitar aci-
dentes e suprimir surpresas;
b)o mais de 15 participantes em um grupo; quanto aos ce-
gos, entre 4e 10;
c) nos jogos de equipe, lembrar-se de colocar deficientes da
mesma categoria em cada campo; a disputa deve ser equili-
brada;
d) só aumentar as exigências aos poucos;
e) prever pausas suficientes;
f) lembrar-se dos cuidados e exercícios dos pés;
g) o fanatismo e a procura de "performances"o encontram
lugar na atividade física para deficientes. A orientação
arbitrária ou solta, é sem valor!
9. Prever várias possibilidades de banhos ou duchas.
10. Cuidar para que a caixa de primeiros socorros esteja completa
a qualquer tempo, com suas reservas usuais para os primeiros
socorros, principalmente um par de muletas e uma padiola.
Nome, endereço, telefone de uma clínica ou hospital, bem
como de um ponto de táxis.
A linha de orientação da atividade física para deficientes é:
Velar pela manutenção e desenvolvimento da saúde; manter
e melhorar as funções das partes do corpo ainda válidas eo
prejudicar de modo algum!
Em matéria de método,o existe um livro de receitas. Cada
método deve sempre sofrer revisões, pois ele se modifica jun-
tamente com a pessoa, de acordo com seu trabalho. O que é
bom para alguém pode ser nefasto para outro, dependendo
das circunstâncias.
À guisa de conclusão, citemos ainda uma definição do Prof.
Dr. F. Fetz: O método tem a finalidade principal de preparar
o caminho, direto e seguro, em direção aos objetivos pré-de-
terminados. Com fundamento nas considerações pedagógicas,
racionais e técnicas, o educador seleciona o que lhe parece
mais conveniente para atingir as metas. Dentre as qualidades
fundamentais do monitor, devem-se encontrar:
1. intuição educativa,
2. capacidade de intervir nos momentos críticos,
3. aumento do rendimento,
4. aquisição de novas forças,
5. capacidade de colocar em condições o corpo e a mobili-
dade,
6. o repouso, a descontração e o equilíbrio.
Generalidades
Música no ensino
A experiência demonstra que um bom rendimento físico só é pos-
sível quando se está com boa disposição de alma e espírito. Esta se mani-
festa, por exemplo, em nossa mímica e até mesmo, no andar. Quando
nosso entusiasmoo puder ser exteriorizado através dos gestos, o tra-
balho do nosso corpo deve conduzir a um contentamento íntimo e a um
certo alívio.
Hinrich Madam recomenda um método para contribuir na descon-
tração da alma e do corpo: a música. Ele escreve em seu livro Rhythmisch-
musische Gymnastik: "As vibrações dos sons liberam e tranquilizam as pe-
quenas falhas respiratórias, e incitam à respiração profunda. Apercebemo-
nos disto principalmente durante a pausa musical, É suficiente tocar algu-
mas notas no piano ou dar alguns toques rítmicos no tamborim para sus-
citar um impulso criador, ou sentir os benefícios da descontração. Este
jogo rítmico combinado com a pausa, cadenciado, constitui o que cha-
mamos a rítmica. Esta possui pleno valor educativo, acalma e incentiva
à imitação. De resto, ela impõe a unidade do grupo e possui também um
valor ético, devido à posição do companheiro, ao acompanhamento, ao
valor que lhe atribuímos, completado pelo valor da ordem e da disci-
plina".
Música e Movimento
Instrumentos
Existem três maneiras de combinar movimento e música na ginás-
tica:
a) Ritmo, harmonia e melodia portanto, a música como um to-
do formam boa combinação com o movimento. Este último tende a dar
forma à expressão musical. Encontramos esta unidade perfeita no "bal-
let".
b) Ritmo e melodia se ajustam bem com o movimento. O ritmo
marca a cadência do movimento, a melodia sustenta-lhe a forma. Assim,
um movimento no qual o esforço é crescente deve ser acompanhado por
melodia também crescente. Esta estreita harmonia entre ambos é válida
para o acompanhamento musical da ginástica rítmica.
c) O ritmo sozinho se ajusta bem ao movimento. Com uma música
de dança ritmada e bem cadenciada, pode-se dirigir movimentos simples.
Na prática, é vantajoso empregar alguns elementos rítmicos de
base, tais como: semínimas para a marcha, colcheias para a corrida, col-
cheias estacadas para os saltitados, uma combinação de semínimas, col-
cheias, colcheias estacadas e tresquiáIteras para a cultura física. A partir
desta base rítmica pode-se compor formas melódicas simples, baseadas em
acordes cadenciados.
O acompanhamento musical é o melhor fundamento para os movi-
mentos. Entretanto, nem sempre é fácil encontrar a música apropriada.
Sílabas rítmicas, acompanhamento com bastões ou com tamborim podem
constituir um excelente apoio rítmico.
Gaita, acordeon, piano, bem como os instrumentos de sopro como
a flauta, o clarinete, convêm perfeitamente para o acompanhamento mu-
sical.
A música de dança, gravada em fita cassete é a melhor para os mo-
vimentos simples, que apresentam certa unidade. Para a medida do movi-
mento é necessário seguir o ritmo estereotipado. A música de compasso
binário corresponde bem ao saltitado; a valsa aos movimentos simples mais
soltos; o slow-fox aos exercícios de flexibilidade. A música mais vivaz só
covém à corrida e aos exercícios próprios para a flexibilidade das extremi-
dades, por exemplo, o charleston. Pode-se usar tanto a fita cassete, como o
disco.
o devemos deixar-nos impressionar pelas dificuldades dos alu-
nos, que geralmenteo subestimadas, antes de nos confrontarmos real-
mente com elas. Tentemos sem receio as diversas possibilidades de vencê-
las. Conseguiremos alcançar rapidamente uma atuação mais feliz dos alu-
nos, e seremos recompensados com muitas satisfações.
A dança é um exercício de valor excepcional. Se conseguirmos
convencer um deficiente a dançar de maneira livre e descontraída com
seu par, teremos feito mais pela sua integração social do que se ele
tivesse conseguido lançar a bola alguns centímetros mais além (Lorenzen).
Exercícios físicos com crianças deficientes
Em geral, a criança gosta mais do "esporte" do que do "exercício
físico". Ela considera um certo número de exercícios corporais como sen-
do esporte, aqueles que os adultos, por sua vez,o incluiriam nesta cate-
goria. De resto, a criança se interessa por simples exercícios de movimen-
to. Portanto, basta que aproveitemos esta tendência, acrescentado a estes
exercícios o valor e a forma de exercícios esportivos para que se entusias-
mem; em seguida é só orientar sua ambição nesta mesma direção.
0 limite entre esporte verdadeiro, jogos esportivos e jogos propria-
mente ditos, difícil de estabelecer em meio aos adultos, se apaga comple-
tamente no trabalho com as crianças. Como uma série de esportes
reconhecidosoo próprios para a criança válida e muito menos para a
criança deficiente, è necessário buscar formas que se adaptem mais ao seu
ensino.
As crianças, os jovens
De permeio ao trabalho com crianças e adultos, ainda existe o
trabalho com jovens, adolescentes. O adolescente desprende grandes esfor-
ços para se integrar ao ambiente dos mais velhos,o sendo entretanto
aceito neste círculo. Além do mais ele corre o risco de querer alcançar
"performances" acima de seus limites. Se, ao inverso, colocarmos jovens
juntamente com crianças de idade escolar ou pré-escolar, fatalmenteo
alcançaremos o objetivo, ocasionando o descontentamento de todos os
participantes.
É de uso, tanto nos treinos quanto nas competições de atividade
física para deficientes, prever classes diferentes. A classificação de que tra-
tamos raramente leva em conta a puberdade idade na qual a sobrecarga
ou a falta de treino podem produzir um efeito muito negativo sobre a pes-
soa; a tal ponto os adolescenteso negligenciados, que se menciona bem
pouco a idade entre 12 a 18 anos, talvez porque o número de enfermos
no sentido original da palavra desta idade é muito restrito. Na prática,
colocamo-nos sempre a mesma questão: em que categoria podere-
mos classificar os jovens, vítimas das sequelas de acidente, da doença de
Scheuermann, de uma degenerescência do porte, da doença de Schlattou
de Perthes, de deformação da caixa toráxica, des planos, de asma, de
doença cardíaca, e também frequentemente, simplesmente de um cres-
cimento muito rápido ou de uma falta de desenvolvimento? É muitas ve-
zes difícil aconselhá-los acertadamente quanto à escolha de uma atividade
apropriada. A afiliação normal a um clube de ginástica, o atletismo leve,
o futebol ou outros, em geraloo recomendáveis,o mais do que a
natação, o ski, o ténis. lnfelizmente,não existe uma cultura física válida
para todo o mundo, inclusive para as pessoas ligeiramente deficientes e de
todas as idades. Assim, se encontra preterido este grupo de crianças que
cresceram muito rápido, e queoo realmente deficientes, mas, entre-
tanto, estão a caminho de sê-lo, e para quem um exercício físico favorável
ao seu desenvolvimento seria de grande importância. Seria gratificante
poder lhes dar também uma chance de treinamento corporal.
Convém talvez ressaltar, aproveitando a ocasião, que as crianças
de tenra idade, nas quais se constata uma enfermidade funcionalmente im-
portante, apesar de pouco visível para os demais, estão em situação mais
grave do que aquelas cuja invalidez patente suscita inúmeras atenções e
disponibilidades. Possam estes casos "ligeiros" nos ser encaminhados en-
quanto ainda é tempo!
Se, na definição da noção de "esporte", normalmente fazemos dis-
tinção entre as diversas faixas etárias, é portanto normal que na atividade
física para deficientes estabeleçamos também uma diferença entre adultos
e crianças.
As crianças deficienteso dispensadas sumariamente da ginástica
escolar, em parte por solicitação dos pais amedrontados; em parte por re-
comendação dos professores - naturalmente receosos de assumir responsa-
bilidades; por recomendação do médico queo deseja correr riscos, e,
r
inalmente, por recusa das próprias crianças, em razão de se terem tornado
preguiçosas ou de terem adquirido complexos de inferioridade. A pretensa
"ginástica escolar especializada" ocupa-se apenas com defeitosde manuten-
ção física,o dispondo de meios de prevenção com relação ao doente. As
aulas particulares de ginástica ensinam mais frequentemente por intermédio
do ritmo e da dança e laureiam seu trabalho promovendo apresentações, das
quais nossas crianças, mantidas à parte com tristeza,não participam. Nas
associações de ginástica, enfim,o há possibilidade de dispensar atenção
particular a cada participante, e a ginástica individual praticada numa clí-
nica ou por intermédio dos cuidados de um fisioterapeuta se reveste da
aparência de um tratamento no qualo se encontra a "atividade espor-
tiva" que tanto agrada às crianças. Onde então poderão elas conseguir sua
formação física fundamental? Aquela cultura física praticada em grupos
etários adequados, separando os diferentes tipos de deficiência, promoven-
do jogos; o esporte com seus semelhantes, o treino sistemático e adaptado
ao crescimento, entremeado de pausas, e levando em conta os diversos es-
tágios do desenvolvimento - a tudo isto, afinal, elas tambémm direito,
estas crianças desfavorecidas pelo destino. Em alguns casos isolados, pode-
se também evitar uma cura terapêutica por demais onerosa e até uma pensão
por invalidez de longa duração se, desde tenra idade, tentarmos melhorar
a condição geral dos deficientes. Tentativa audaciosa que, diante dos fato-
res físicos e psíquicos frequentemente complicados, nada tem de fácil,
mas tem muito de mérito.
Dentro desta perspectiva, trata-se agora de examinar o material de
trabalho apropriado que sirva à criança enferma. De acordo com o que já
mencionamos, as formas tradicionais devem ser em parte modificadas e,
em parte, substituídas por formas especiais. Partimos do princípio de que
toda criança fisicamente deficiente já seguiu um tratamento de ginástica
terapêutica, durante o qual cuidou-se de fazer exercícios especiais, a fim
de fortalecer e mobilizar os locais afetados, exigindo esforço principal-
mente dos grupos musculares e das articulações, para atingir a resistência
Material de trabalho
Realização prática
desejada. Cabe ao monitor descobrir o limite deste treinamento prepara-
tório, e até que ponto poderá prosseguir.
Aqui termina o trabalho parcial, o qual, a partir daí, é substituído
pela busca do rendimento total que permitirá ao local afetado de se inte-
grar, automaticamente e tanto quanto possível, na mobilidade completa.
Em outras palavras, nas atividades esportivas adaptadas ao universo in-
fantil, o torso e as extremidades devem constituir um todo, de modo que
a criançao se aperceba mais de um braço rígido, de um joelho dobrado,
de um quadril paralisado ou de uma coluna vertebral torta. Assim, progres-
sivamente e sem perceber, ela descobrirá a possibilidade que ainda existe
de melhora e, por outro lado, aprenderá, em seu proveito, a se acomodar
de uma vez por todas ao seu estado, ao qual daí para dianteo se pode
mudar nada.
Ao lado dos exercícios em forma de jogos, podemos e devemos re-
correr a truques práticos que serão classificados sob a denominação de
"deveres". 0 simples fato de se trocar as roupas, antes e depois do horário
de ginástica, já pode constituir um exercício esportivo, se cronometrarmos
o tempo que levam para tal (concurso de velocidade), e será um estímulo
para um esforço maior. O "dever" consiste em cobrir uma distância qual-
quer, dentro da sala ou ao ar livre, com ponto de partida e de chegada de
qualquer modo que seja (de, livremente, com ajuda de bengala, apoian-
do-se na barra, arrastando-se, rolando), o que sempre exigirá muito ardor.
Por outro lado, o contato com o solo é sempre indicado propositalmente,
pois o deficiente nunca deve ficar sem socorro quando vem a cair, o que
acontece com muito mais frequência do que com a criança válida. Todavia,
estao é uma razão para protegê-lo com receio de cada provável que-
da mas é necessário ensiná-lo a cair, a se levantar, a se aprumar, tudo
isto inicialmente sobre esteiras, bem entendido, É necessário uma vigi-
lância especial aos portadores de deficiência dos braços, poiso podem
proteger o rosto com as mãos. Para este género de "esporte" e vários
outros, existe uma proteção que consiste em espessos círculos de borra-
cha que devem ser usados ao* redor da cabeça e queo ostentados com
orgulho, como se fossem capacetes protetores. Sendo necessário o seu
uso, reforçam-se também os cotovelos, os joelhos ou a bacia por meio de
uma proteção de borracha. Estes recursos tranquilizam rapidamente os
iniciantes receosos.
Serão exercitados, igualmente, todos os movimentos quotidianos:
subir e descer escadas próprias para exercício, dispondo de diversos tipos
de degraus; andar sobre uma reconstituição do caminho da escola, com
poças de lama, pedregulho, bordas de calçada, zonas de travessia rápida,
degraus de bonde; andar com embrulhos nas mãos e carga nas costas (pas-
ta escolar, sacola, cesto, pote, galão para líquidos); enrolar e desenrolar
um tapete, bater tapetes, sacudir almofadas etc. Estes exercícios, e muitos
outros ainda, podem ser executados sob forma de competição, de corrida
de estafeta, devidamente cronometrados e com um objetivo preestabele-
cido eo muito importantes para o deficiente,o devendo ser subesti-
mados. Contribuem, pelo menos parcialmente, para desenvolver o senti-
mento de independência sentimento muito marcado nas crianças defi-
cientes — eo só agradam aos pequenos, mas também aos maiores. Para
o deslizar exageradamente em direção às formas aplicadas dos exer-
cícios corporias, e ter sempre presente o senso da ginástica autêntica, deve-
mos intercalar regularmente uma aula de exercícios corporais precisos.
Portanto, praticar a ginástica, no sentido estrito da palavra: aula de mar-
cha, exercícios respiratórios, autocontrole, a serem executados de prefe-
rência, diante de um espelho.
O deslocamento de um lugar para outro, executado de modos di-
ferentes, é muito importante numa aula. Pranchas quadradas, aproxima-
damente do tamanho do corpo, dispondo de quatro rodas móveis fixadas
na parte inferior, oferecem amplas possibilidades. Pode-se utilizá-las dei-
tando-se sobre elas de bruços, colocar-se de joelhos e mesmo de, ou sen-
tado com as pernas cruzadas; podem ser impulsionadas com bengalas, com
as mãos, com os pés; podem ser úteis nos exercícios com aros de ginástica,
na corrida circular (passo de gigante), nos exercícios com corda suspensa
para o movimento circular, nos exercícios com barras paralelas, na barra,
para avançar, suspendendo-se. Dispondo destes instrumentos, pode-se
organizar corridas de rolimã, ou um campeonato de slalom, ou derbys, uti-
lizando também carrinhos com rédeas ou estas novas cadeiras para doen-
teso leves! Ficaremos abismados com as "performances" alcançadas
pelas crianças através destes métodos. Até mesmo o simples fato de em-
purrar pessoalmente estes veículos, acrescentando diversos pesos, já consti-
tui um excelente trabalho para os músculos. Pode-se também organizar os
exercícios de maneira a executar evoluções em conjunto, utilizando car-
rinhos, pranchas com rodas, triciclos ou mesmo bicicletas com rodinhas
laterais. Se houvesse a possibilidade de se conseguir pedalinhos, estes se
prestariam muito bem a tais evoluções.
Se pudéssemos dispor de um local de exercícios no qual pudésse-
mos pintar, no chão, estradas, cruzamentos, praças, tudo com sinais de
trânsito, nos quais se pudesse transitar realmente com carros, bicicletas,
e outros veículos, inclusive pedestres, seria uma excelente realização que
permitiria às crianças aprenderem as regras de trânsito e as atenções devi-
das ao próximo.
Os cubos para ginástica, bem conhecidos, também oferecem gran-
des possibilidades. Pode-se deslocá-los com as mãos, os pés, as costas, a
cabeça; pode-se também girá-los, rolá-los, colocar-lhes carga e descarre-
gá-los; pode-se subir neles e até construir um castelo; defendê-lo e tomá-lo
de assalto. Raramente é necessário obrigar uma criança a praticar este
jogo. Ao contrário, com frequência é preciso frear-lhe os excessos, pois a
criança aindao sabe avaliar o limite de suas possibilidades, ou os esque-
ce, no entusiasmo da ação. Os sintomas de sobrecarga que o adulto res-
sente antes do esgotamentooo perceptíveis para a criança e nada
significam para ela.
Os jogos de destreza com bolas, discos, aros, bolas de gude ou sa-
cos de areia; um campeonato, jogando a bola por cima da linha, no cesto,
na rede, por meio de pequenas alterações das regras (eventualmente pra-
ticados sentados) tudo isto dá à criança a impressão de estar jogando como
os grandes para ganhar, e oferece a possibilidade de colocar cada jogador
em seu justo lugar. Os jogos de campo convêm aos portadores de def iciên-
cia nos braços e pernas. No primeiro caso a bola será rolada, ao invés de
jogada, e no segundo caso, jogar-se-á em posição sentada. 0 mesmo se dá
quanto ao jogo da bola, jogo universal que se pratica tanto com a bola ro-
lada quanto lançada. Também o ténis se mesa, o Bosselspiel, o minigolfe e
o croquet serão modificados de acordo com a circunstância. Nestes últi-
mos jogos, é preferível utilizar os aparelhos de apoio para andar, tais como
as bengalas.
Ginástica de solo
A verdadeira ginástica de solo, com rolamentos, flexões e cam-
balhotas pode ser praticada por todos os tipos de deficientes que se apre-
sentam em nossos grupos.
É necessárioo esquecer o balanço. Em cada sala de ginástica
para crianças deveria haver um ou vários balanços.o há nada melhor
do que este exercício para fortificar os músculos das costas, do ventre,
das coxas, da barriga da perna e dos quadris, no ato de elevar o balanço
cada vez mais alto, quer seja na posição sentada, ajoelhada ou de. Ne-
nhum outro exercício exige tanto esforço.
Um aspecto importante de nosso trabalho é a aula de equilíbrio.
Andar com ou sem ajuda sobre o banco sueco, na barra horizontal, sobre
prancha atravessada por cima de uma vala, sobre varas horizontais ou
corda, sobre palissadas ou troncos de árvores, constitui excelente exercí-
cio, mas apenas quando houver segurança suficiente do equilibrista em
relação a estes diversos elementos. Para todos os deficientes que se
debatem contra uma certa assimetria, é muito importante que se exerci-
tem diante do espelho (autocrítica) com um pequeno peso sobre a cabeça.
Se quisermos variar o-exercício, podemos exigir um movimento extra dos
braços. Evidentemente, que se estes exercícioso acompanhados por can-
to ou música de ritmo simples, evapora-se qualquer receio das crianças,
como é o caso quanto aos outros exercícios.
Durante o inverso é muito mais recomendável o trenó do que o
ski, como exercício para os deficientes mais jovens.
Exercícios na água:
Os primeiros exercícios que se pode executar nesta modalidadeo
apreciada de cultura físicao os de barrote, barra, jangada ou outros,
desde queo impliquem movimentos para a frente. Remar, com as mãos.
ou com remos, um barco inflável, colchão pneumático ou bóia já exige
mais coragem e independência dentro deste elementoo incerto queéa
água, apesar de estas atividades nada terem em comum com a natação. Se
esta última puder ser empreendida, a prática do crawl e nado de peito em
geral dá bons resultados. No caso de rendimento restrito dos braços, o
nado de costas alcança melhor êxito. Para reforçar o sentimento de segu-
rança, satisfazer o desejo de independência e atingir mais rapidamente o
objetivo (nadar só), as almofadas infláveis, as vestes ou bóias de salva-
mento, bem como as bóias infláveis que se prendem às pernas podem
proporcionar um bom começo.
Em seguida, pode-se utilizar os cintos, coletes ou sandálias de bor-
racha infláveis, que possuem efeito mais discreto. As crianças apreciam
tais medidas de segurança; podem assim debater-see brincar imediatamente
na água, sem perigo. Se surgir o desejo de mergulhar, convém verificar pri-
meiro se a criança possui a capacidade de emergir da água e f irmar-se com
as mãos quando necessário. A autorização de saltar e mergulhar só poderá
ser dada de acordo com o caso. O fato de saltar ou mergulhar é considerado
como fase decisiva pelo deficiente, principalmente se for jovem, demons-
trando ser secundário, do ponto de vista do treinamento físico, mas im-
portante no ângulo psicológico. Para ele, isto constitui uma porta aberta
para alcançar o esporte reservado aos válidos.
Se conseguirmos condicionar nossos jovens deficientes físicos no
sentido de desejarem ardentemente atravessar esta porta e em seguida es-
merar-se para atingir o objetivo, então nosso dever terá sido bem cum-
prido.
Valor da natação 0 Prof. F. H. Lorentz nos descreve, como segue, as virtudes deste
esporte para a saúde:
"Se devesse ser eleita como rainha uma disciplina esportiva, seria
esta sem dúvida, a natação.o só ela situa-se em primeiro lugar, do pon-
to de vista higiénico e biológico, como auxilia a salvar-se e salvar a vida dos
outros, como ainda, e sobretudo, torna-nos acessível este elemento natural
que é a água". Esta citação diz realmente tudo. Aplica-se entretanto à
natação,o aos "banhos".
o só para os deficientes, mas para todo o mundo, a natação tem
um lugar privilegiado entre os exercícios físicos.
Cerca de 90% do peso do ser humano desloca-se por si próprio na
água; portanto, resta apenas um décimo para sustentar. Por conseguinte, a
capacidade de movimento torna-se mais fácil. Os movimentos podem ser
amplamente executados em todos os sentidos. Assim, pode-se dizer que a
natação requisita toda a musculatura. O movimento progressivo contra
a resistência da água exige uma contração dos músculos, seguida por um
relaxamento. Nenhuma outra atividade solicita a musculatura de um modo
o global e possante quanto a natação. Do mesmo modo, ela age positiva-
mente do ponto de vista fisiológico sobre as articulações. Enfim, ao nadar,
a coluna vertebral se mantém corretamente e, levando em conta o esforço
muscular acima descrito, pode-se corrigir as falhas de postura.
Um porte físico melhorado ou, pelo menos, equilibrado traz, com
o passar do tempo, um efeito positivo sobre a respiração, ou seja, a capa-
cidade vital (capacidade pulmonar) aumenta e as condições de respiração
normalizam-se. Sob a influência conjugada da pressão da água sobre o
corpo e do movimento, a respiração se torna mais profunda. Acentua-se a
respiração efetuada pelo diafragma ou pelo peritônio, corrigindo sem es-
forço eventuais maus hábitos respiratórios. Ao mesmo tempo, a relação
entre a frequência e o volume da respiração se regulariza por intermédio
da atividade rítmica da natação. Esta regularização é o objetivo de toda gi-
nástica respiratória. Seus efeitos estimulantes sobre o coração e a circula-
ção sanguíneao conhecidos e muito compreensíveis. A excitação pro-
duzida pelo frio ativa a reação dos vasos sanguíneos, cuja rápida alternân-
cia protege o organismo; por outro lado, o efeito de endurecimento pro-
duzido pela água e pelo ar traz, por sua vez, um efeito tranquilizante.
Todos estes aspectosm valor ainda maior para os deficientes.
Estando dentro d'água, a densidade desta lhes permite abandonar tempo-
rariamente muletas, próteses, tipóias, cadeiras de rodas etc, e reencontrar
a liberdade dos movimentos. Os membros danificados adquirem mais
mobilidade dentro d'água.
A natação tem também valor psicológico para os deficientes, por-
que podem-se mover livremente e sem entraves.
Todos estes fatores fazem da natação o esporte n9 1 para os de-
ficientes.
O monitor de natação para deficientes deve ser capaz de improvi-
sar (devido aos diversos tipos de invalidez), sendo que o essencial é que
aprendam a nadar.
Os deficientes sentem mais rapidamente o frio dentro d'água do
que os válidos e esta é a razão pela qualo se deve permitir sua perma-
nência muito prolongada.
Pontos metodológicos
importantes para o professor
de natação
A Escola Suíça de Natação fornece muito bons conselhos.
Uma única aula de natação bem preparada conduz ao sucesso e à
alegria.
Todo professor de natação deve conhecer o método de salva-
mento (certificado I).
Cuidados para o ensino da
natação
Os dados básicos descritos no capítulo "Metodologia"o igual-
mete válidos para o ensino da natação.
Convém sublinhar principalmente o seguinte:
A aula deve ser um prazer para o deficiente eo uma terapia.
Trata-se de transformá-lo em um nadador seguro, num ambiente
feliz.
0 tempoo representa nada.o se contam as horas que um
deficiente leva para aprender a nadar; é necessário que ele se sinta seguro
dentro d'água e possa superar todas as situações.
0 deficiente físico vive num mundo, no qual necessita de ajuda;
dentro d'água ele deve ser liberado deste constrangimento.
O monitoro deve fixar limites quanto às possibilidades do defi-
ciente; este é frequentemente capaz de executar proezas surpreendentes
dentro d'água.
o é necessário que o monitor seja um nadador olímpico; ele
deve ser capaz de se deslocar dentro d'água sem receios e com desenvol-
tura.
Fazer pouco numa aula; mas este pouco deve ser assimilado pelos
alunos.
Torneios e jogos que possuam um objetivo bem definido trazem
variação em uma influência durável.
Todos os elementos que perturbem (inclusive o sol!) devem ficar
atrás dos alunos. Formar pequenos grupos que permitam ao professor
e ao aluno vigiar a outra parte.
A demonstração é o melhor meio de entusiasmar o aluno. Por
queo mostrar, às vezes, os erros?
Começar sempre por corrigir as faltas fundamentais, deixando para
depois os detalhes, por exemplo: em primeiro lugar, as falhas de posição,
depois as falhas de movimento, e por último, as falhas de estética.
O monitor deve fazer a chamada do grupo no início e no final de
cada aula.
Condições iniciais para
os deficientes
Generalidade
Ao considerarmos uma deficiência física, o ponto de vista técnico
deve prevalescer sobre o ponto de vista médico. Deste modo, é evidente,
por exemplo, que o corpo deficienteo possui mais simetria; por conse-
guinte torna-se mais difícil mantê-lo em equilíbrio do que ao corpo são.
Outros aspectos serão detalhados quanto a cada tipo de deficiência. Antes
que o nadador entre na água, é preciso proceder a uma análise séria dos
diversos pontos seguintes:
Controle da cabeça: este controle existe, ou está entravado por al-
guma debilidade muscular ou por movimentos descontro-
lados?
Mobilidade dos membros: podem mover-se normalmente? Até que
ponto? Em que medidao controláveis?
Equilíbrio: que movimentos e qual a transferência de pesoo ne-
cessários para poder manter o equilíbrio dentro d'água?
Respiração: até que ponto é regular e profunda?
Forma: esta traz uma imagem aproximada das possibilidades de
natação.
Esta análise deve ser refeita posteriormente, a fim de apreciar as
possibilidades de adiantamento e o gênero de progressão dentro d'água.
Os diversos tipos de deficiência
Espásticos: A respiração frequentemente é muito superficial.
Com frequênciao conseguem dobrar os joelhos de acordo com a von-
tade. As pernas rígidaso se abrem, o que faz a pessoa rodar dentro d'á-
gua. Na maioria dos casos, os braçoso se elevam acima dos ombros. Os
movimentos de rotação e de flexão do torsoo limitados, devido à rigi-
dez.
Paralisias flácidas: Os membros deficientes nadam sozinhos, "auto-
maticamente", o que frequentemente produz uma posição de equilíbrio
instável e provoca a imersão da cabeça na água. As pessoas que usam cole-
te normalmente e que, em geral,o conseguem ou quaseo conseguem
utilizar seus braços e pernas flutuam como cortiça, graças ao acréscimo de
volume; como elaso incapazes de se defender dentro d'água, nunca de-
vem ser deixadass sem treino prévio, a fim de evitar choques.
Atetoses: Os movimentos descontrolados dos braços fazem rodar
dentro d'água. Os movimentos convulsivos da cabeça para trás provocam
queda no mesmo sentido.
Amputados: A ausência de um ou dos vários membros requer uma
nova adaptação do equilíbrio.
Atrofia dos ossos: A fragilidade anormal dos ossos conduz facil-
mente às fraturas. Os portadores desta deficiência nunca devem ser deixa-
dos sozinhos em locais escorregadios ou molhados.
Hemofilia: Os hemofílicos só podem desfrutar do ensino da nata-
ção se forem tomadas sérias medidas de segurança, pois cada contusão leva
a um sangramento inestinguível.
Asmáticos: Por causa da dificuldade de respiração, é necessária
uma vigilância muito estreita.
Epilépticos: Esteso acarretam grandes problemas quando bem
tratados, do ponto de vista dos remédios, mas é necessário um contato
pessoal com o médico que acompanha o caso.
Deficientes mentais: Podem, em todos os casos, participar das au-
las de natação, das quais gostam muito, aprendendo melhor através da
imitação do que pela linguagem.
Cardíacos: É desaconselhável para eles a natação.
Cegos: Nas aulas de natação para cegos, é preciso atentar para os
pontos seguintes:
dispor de uma piscina muito tranquila, pois os cegos se orien-
tam pelo ouvido;
no início do curso, descrever-lhes a piscina, o modo de entrar
na água, a profundidade, a largura e o comprimento da mes-
ma; é mais fácil trabalhar quando o cego já conhece o local
onde se encontra;
trabalhar com calma e lentamente;o exigir muito até que o
novo ambiente lhes seja familiar;
o trabalho com um parceiro deficiente é recomendável para o
início mas, em seguida, o cego deve trabalhar só e tomar-se
independente.
Os perigos da natação
Quaseo existem riscos de acidentes na prática da natação, mesmo
que aumentarmos as "performances". Acidentes tais como: fraturas de os-
sos, luxações, contusões etc.o praticamente desconhecidos na natação.
Até no water-polo que se joga com os participantes lutando entre si, estes
acidenteso muito raros.
As doenças infecciosas das vias respiratórias superiores, principal-
mente gripes e sinusites - consequências dos refriamentos -o frequen-
tes em nadadores e mergulhadores. Estes resfriamentoso devidos ao fato
de, quando se sai da água em tempo frio, principalmente nas piscinas ao
ar livre,o se proceder a uma vigorosa fricção eo se vestir uma saída
de banho ou training.
Nos cursos de natação para deficientes, é preciso primordialmente
evitar que se resfriem. Eles devem manter-se em movimentação constante.
Também os "ratos d'água"o podem permanecer muito tempo dentro
d'água. Se estas regras forem observadas pelo pessoal de ensino, muitas
dispensas médicas poderão ser evitadas.
Se for muito prolongada a duração da natação, o esforço despen-
dido será grande, podendo levar certas pessoaso treinadas ao esgota-
mento total.
Material acessório
O ensino moderno da natação funda-se na ambientação à água,
o queo requer material algum. Talvez aqui os deficientes constituam
uma exceção.
Retirar imediatamente os cintos de cortiça ou qualquer objeto
inflável que 'apresente defeito e corra o risco de se esvaziar sem que se
note.
Recomendações:
bóia de braço para os participantes;
prancha de natação para o trabalho das pernas e o exercício da
posição deitada;
cadeira de rodas para o transporte dentro d'água;
tamborete de rodas para o transporte, da cabine ao chuveiro e à
borda da piscina;
tapete de borracha para penetrar na piscina;
bóias para os amputados de perna.
Espécies de nado
Todas as espécies de nadom duas funções a preencher:
manter-nos na superf ície'da água (natação estática);
fazer-nos avançar rapidamente com um mínimo de esforço
(natação dinâmica).
Nado de peito
É o primerio modo de nadar que se aprende. Como a cabeça per-
manece fora d'água e que se pode respirar bem, é aprendido com maior
rapidez. Por outro lado, esta modalidade fornece a impressão de maior se-
gurança, porque se pode ver o que se passa à frente.
Crawl de peito
É a maneira mais rápida de nadar, visto que a resistência da água se
tornar mais fraca, devido à posição.
O crawl é um nado de opção. É um modo de nadar muito apre-
ciado pelos amputados de perna, pois os cotos podem ser exercitados tam-
bém.
Crawl de costas
Nado de opção, de costas. Devido à boa posição na água, esta mo-
dalidade atrai a preferência de senhoras e moças. Os deficientes, vítimas de
paralisia das pernas, preferem esta posição, a qual também se presta bem
ao ensino para iniciantes.
Nado do golfinho
Um nado muito difícil.
Convém para os amputados de perna, mas é desaconselhável aos
deficientes com lesão das costas.
Nado regular de costas
Esta modalidadeo é mais uma disciplina olímpica, mas conserva
grande valor. Para os deficientes que sofrem dos quadris, de pernas parali-
sadas, e para os paraplégicos, constitui a mais segura e a melhor das moda-
lidades.
Para o salvamento, é o nado nº 1.
Plano geral para ensinar
uma modalidade nova
Desenvolvimento do movimento individual
Exercício no seco;
Dentro d'água, na parte da piscina ondeo se pode nadar
(provar a resistência);
Dentro d'água, na parte mais profunda da piscina, amparado
por um parceiro, pelo fundo, por degraus, por acessórios etc,
sem progressões;
Dentro d'água, em posição de nado, amparado por alguém,
em movimento;
Dentro d'água, em posição de nado, sem apoio.
o é necessário interromper a evolução do aprendizado em cada
estágio, mas insistir mais naqueles que pareçam indispensáveis.
A respiração é um ponto especial.o deve ser ensinada apenas no
final, mas desde o início, simultaneamente com os movimentos indivi-
duais. Seria falta de senso exercer a coordenação respiração-pernas-braços
se a respiração propriamente ditao estiver correta.
No crawl, por exemplo, a respiração já será exercitada junto com o
fechamento das pernas e o movimento dos braços. Aqui, inúmeros exer-
cícios de respiração, bem como a coordenação pernas-braços sem respira-
ção se tornam necessários (movimento do peixe, depois introduzir o tra-
balho).
Orientação para ensinar natação Ambientação à água
Ambientação à umidade e ao frio;
Ambientação à pressão da água;
Experiência da resistência da água;
Ensino da respiração;
Ambientação à permanência sob a água;
Experimentar o impulso;
Ambientação â posição horizontal, posição de nado.
Estes exercícios de ambientação podem, dependendo das circuns-
tâncias, serem praticados "brincando". Para tanto, empregamos com su-
cesso alguns jogos aquáticos, como: a raposa e o patinho, movimento ar-
rastado em cadeia, balanço costa a costa, mergulho em revezamento, saltar
como as focas, flutuar, etc.
Ainda existem muitas outras formas de jogo que ficam a cargo da
fantasia do professor. O ensino sempre deve fundamentar-se no seguinte:
progredir do fácil e conhecido para o mais difícil.
- Condição: Nado alongado.
- Jogos: corrida de estafetas, o "homem negro".
- Nadar para sair da água: nadar tranquilamente de peito, ginás-
tica e exercícios de respiração dentro d'água.
Exemplo nº 2
- Nadar, entrando na água: nado em posições diversas, ginástica
e exercícios de respiração dentro d'água.
- Trabalho técnico: crawl para iniciantes (peito e costas), im-
pulsionar, mudar de direção, saltar.
- Condição: nado por eliminação, nado americano.
- Diversos jogos com bola.
- Nadar para sair d'água: nadar tranquilamente de peito, ginás-
tica e exercícios de respiração dentro d'água.
Pode-se dar vazão à fantasia. Os exemplos-tipo seguintes devem
fornecer ideias e estimular.
Nado por eliminação: separam-se sejam os dois últimos ou os dois primei-
ros (curta distância).
Nado americano: no mínimo, três nadadores. Os nadadores
s
1 e dois se
colocam de um lado da piscina, o nº 3 no lado oposto. O nº 1
nada ao encontro do nº 3, e o nº 3 em direção ao nº 2, o nº 2 na direção
do nº 1, e assim por diante.
Jogos de revezamento
Existem diversas variantes de revezamento. Podem desenrolar-se no senti-
do do comprimento ou da largura da piscina, de acordo com os nadadores
de que se dispõe.
Exemplos:
Revezamento com nado de peito (posição completa ou evitar tração
dos braços, apenas)
Revezamento com nado de costas (posição completa ou evitar tração dos
braços, apenas)
Revezamento com crawl (posição completa ou evitar tração dos braços,
apenas)
Revezamento com mergulho (uma parte do trajeto deve ser percorrida sob
a água).
A parte da piscina ondeo se pode nadar convém perfeitamente
para os revezamentos, tanto para os iniciantes quanto para os bons nada-
dores (corrida dentro d'água, com esta chegando à altura do peito).
Jogos e revezamento
Jogos sem bola
Mergulho: quem fica mais tempo debaixo d'água?
procurar pratos na parte rasa, ou na parte mais funda da piscina.
Entre 4 a seis pessoas se mantêm de pé dentro d'água, umas após
as outras, pernas abertas. A última da fila mergulha e passa por entre as
pernas dos colegas e toma o primeiro lugar.
Batalha na coluna:
Dispõe-se o mesmo número de nadadores de cada lado da coluna.
Ao sinal de partida, cada equipe procura empurrar a outra na direção da
borda da piscina. A batalha termina quando um dos nadadores é obrigado
a bater em retirada e toca a borda da piscina que se encontra atrás dele, ou
após um tempo predeterminado. A equipe vencedora é então designada se-
gundo a situação da coluna.
Fuga do rei:
Alguns nadadores (evitar iniciantes) formam um círculo dentro
d'água. Um dos nadadores se coloca no meio do círculo e procura sair por
todos os meios.
Jogos com bola
Basquete: coloca-se um cesto de cada lado da piscina, podendo ser
a 1 m acima da água ou na borda da piscina.
Rugby: cada uma das equipes procura, por todos os meios, levar a
bola para o seu lado. Só há ponto marcado quando a bola for colocada na
borda da piscina com as mãos (forma simplificada de water-polo).
Water-polo: (seguir as regras de Federação Suíça de Natação).
O salto na água exige inúmeros fatores educativos: aula de cora-
gem, de vontade, de concentração e de confiança em si.
Infelizmente, o salto só pode ser executado por deficientes, medi-
ante certas condições. Saltos fáceis, tais como: salto de partida, saltos com
s juntos, saltos com a cabeça adiante, executados de cima do trampolim
de 1 a 3 metros, podem ser efetuados por amputados de uma perna, de um
braço e por cegos.
Existem também inúmeros saltos que se pode executar da borda
da piscina, dos degraus da escada, de um parapeito ou de uma prancha flu-
tuante, que se executam a partir da posição abaixada ou sentada, o que
permite exercícios coletivos de joelhos ou na posição sentada. A maior
parte dos deficientes pode participar destes saltos. Basta apenas um pouco
de fantasia, e tudo corre muito bem!
Saltos
Mergulho
A ginástica dentro d'água
Ensino da marcha dentro d'água.
O mergulho é um dos exercícios que permite a ambientação à
água.
Aquele que pode mergulhar cabeça adiante e olhos abertos den-
tro d'águao tem medo da água. Esta segurança perante a água consti-
tui a primeira condição para adquirir a arte de nadar.
Para o nadador treinado, existe uma diferença entre o mergulho
alongado e o mergulho profundo.
Nenhuma aula de natação deveria se desenvolver sem uma pequena
ginástica dentro d'água. (Ver capítulo "Ginástica", pág. 75).
Esta ginástica é de grande significação para o deficiente. Ele
poderá executar melhor os exercícios, graças:
a) a possibilidade de flutuação que a água oferece
b) a mobilidade, devido ao fato de o deficiente estar livre de pró-
tese, bengala, cadeira.
Pode-se fazer a ginástica do coto dentro d'água, para os amputados
de perna. (Ver pág. 71).
Escadas e varas ao longo da piscina constituem-se preciosos auxi-
liares.
Regras para o banho de piscina
o se jogar na água quando estiver transpirando; há consequên-
cias.
Aquele que nada com o estômago cheio é insensato.
o se banhar seo estiver se sentindo muito bem.
o se banhar em águas desconhecidas.
Seo souber nadar ouo for bom nadador, abster-se de en-
trar em piscina desconhecida ou em águas correntes.
Lavar o corpo antes de entrar na piscina.
Evitar águas poluídas. Deixar a natação durante a menstruação.
o ficar parado dentro d'água. Nade!
Deixar a água assim que começar a sentir calafrios.
Aquele que estiver gripado, deve untar o interior das narinas.
Aquele que tiver um dos tímpanos perfurado deve proteger o
ouvido com um tampão de algodão untado (vaselina), tampão
de borracha ou aparelho de parafina.
Crianças e pessoas idosaso devem ser obrigadas a permanecer
muito tempo na água abaixo de 18 graus.
Em virtude de o banho retirar a oleosidade natural da pele, re-
comenda-se untar o corpo antes de nadar em águas correntes.
Após o banho, é necessário (na medida do possível), tomar uma
ducha, a fim de enxaguar o corpo.
Em tempo frio, enxugar energicamente o corpo eo esquecer
de secar conscienciosamente as orelhas.
Quando a temperatura estiver fresca, movimentar-se bastante
após o banho, até sentir calor.
(Extraído da Escola Suíça de Natação).
Desde a mais tenra infância, o ser humano deveria ficar atento ao
seu andar, a fim de que este fosse o mais natural possível: postura do
corpo ereta, balanço livre dos braços e olhar direto. Um andar correto de-
veria ser automático, desde queo houvesse deficiência nas extremidades
inferiores. Istoo ocorre com frequência e podemos constatá-lo, infeliz-
mente, dia após dia. É a razão pela qual, no período dedicado à ginástica
e ao esporte, faz-se necessário insistir incansavelmente no andar correto,
com uma boa postura. A prática demonstra que mesmo com os válidos
pode-se obter excelentes resultados.
Já com o ser humano deficiente, este aspecto se passa de maneira
bem diferente. Tentar imprimir ao andar deste grupo de pessoas a melhor
forma possível, é um dever imperioso, infelizmente negligenciado com
muita frequência. Eis por que insistimos em que o ensino da marcha ocupe
um lugar de destaque no nosso trabalho com os deficientes. Uma ajuda
muito importante nos é fornecida pelos amputados de uma perna, ou pe-
los deficientes de ambas as pernas, cujo maior desejo é aprender a andar de
modo natural e seguro. Isto já constitui enorme alívio em nosso trabalho
com os deficientes. Uma atenção especial deve ser dispensada ao apren-
dizado da marcha, simultaneamente com a reeducação corporal, através
de exercícios de treinamento racional. Ensinando a bem andar, desenvol-
veremos também a confiança em si, a segurança, a capacidade profissional
e, igualmente, a alegria de viver entre os demais.
Desde que tenha sido dada autorização médica para aprender a an-
dar, é necessário começar sem demora. Quanto mais cedo se inicia, melho-
res os resultados. Assim, nenhuma falha vai-se infiltrar no modo de andar,
pois do contrário, somente com tempo, energia e paciência se consegue
corrigir os vícios do andar. Os primeiros ensaios de marcha já podem ser
empreendidos pelos amputados de perna quando da confecção da próte-
se, o que permite de imediato uma aprendizagem intensiva, levando em
conta, bem entendido, os momentos necessários de repouso. Por outro
lado, é necessário sublinhar que a aprendizagem do andar deve ter caráter
individual.
Os amputados já habituados de há muito a andar com uma prótese
devem, de tempos em tempos, controlar suas técnicas de marcha. Durante
os últimos anos esta necessidade tem-se imposto de modo cada vez mais
premente. Portanto, deve-se insistir em chamar a atenção deste grupo de
pessoas sobre certas falhas no modo de andar, adquiridas inconsciente-
mente ao longo dos anos. Proporcionar um andar melhor e menos difícil,
tal deve ser nosso esforço constante.
Princípios da aprendizagem
do andar
Quem pode empreender e assumir o ensino da marcha?
A resposta é clara: apenas aquela que possua curso do ensino da
marcha, que saiba o que é uma amputação da perna ou uma deficiência do
membro inferior, e que tenha noções quanto à confecção de uma prótese.
Presta-se melhor ao ensino da marcha, a pessoa que seja ela própria ampu-
tada da perna, a qual possua os conhecimentos necessários e o savoir-faire
pedagógico. Istoo exclui as pessoas normais que possuam boa bagagem
profissional.
No âmbito deste ensino, deve-se dispensar particular atenção à ati-
vidade esportiva. A aprendizagem do andar com prótese ou aparelhos de
sustento requer uma certa capacidade de rendimento físico, que o ser hu-
mano deficiente poderá atingir por meio de exercícios regulares.
É inconcebível o ensino da marcha sem a prática simultânea da
atividade física para deficientes.
As condições prévias para a marcha satisfatória com prótese de
coxa, são: a manutenção impecável do coto, a montagem estática correta
da prótese, a posição livre do coto dentro do cartucho da prótese e sufi-
ciente liberdade de movimento na articulação artificial do joelho.
Assim que o médico julgue o coto em condições de tolerar uma
prótese, é necessário confeccioná-la. Quanto mais cedo for colocada, me-
lhor.
Amputados da coxa
Exercícios
1 (1) (2) (3) Posição inicial,s pa-
ralelos, separados um do outro
com o espaço de um palmo, o pe-
so estando distribuído igualmente
entre as duas pernas. Postura ereta
do corpo, braços livres, olhar para
a frente. O amputado deve ter a
impressão de que as duas pernas se
apoiam de modo igual sobre toda
a sola. Para estes primerios exercí-
cios de, pode-se recorrer ao au-
xílio de duas bengalas inglesas, ou
duas bengalas comuns, duas cadei-
ras, ou a barra; ou então, o profes-
sor pode auxiliar pessoalmente.
2 (4) Peso alternado na perna ampu-
tada e na perna válida, com deslo-
camento simultâneo do peso do
corpo.
3 Exercícios de distribuição de peso,
primeiro sobre a planta dos dois
pés, e em seguida sobre os dois cal-
canhares, alternando constante-
mente.
4 Rotação da bacia; trata-se de exer-
citar a mudança de peso sobre as
pernas, de maneira prolongada.
5 (5) Como exercício de equilí-
brio, elevar ligeiramente do solo
primeiro a perna amputada, em se-
guida a perna válida. Atenção para
a transferência igual do peso do
corpo de uma perna para a outra,
como indica o nº 2.
6 (6) Conservando a posição inicial,
dobrar ligeiramente a articulação
artificial do joelho e voltar à posi-
ção de partida. Esta flexão do joe-
lho pode ser obtida mediante um
ligeiro impulso dos quadris. A pró-
tese, entretanto, sempre deve to-
car o solo.
7 A partir da posição inicial, flexão
alternada da articulação artificial
do joelho e do joelho válido. Pro-
gressivamente, este exercício deve-
rá alcançar um ritmo rápido.
8 (7) Pequenos passos laterais, man-
tendo a prótese rígida. À esquer-
da, à direita, com deslocamento
do peso do corpo para a oerna que
estiver fornecendo apoio. Este
exercício também serve para ad-
quirir equilíbrio. Atenção à pos-
tura correta do corpo, braços li-
vres e olhar adiante.
9 (8) A partir da posição inicial,
com apoio na prótese, mantida
verticalmente, deslocar a perna-
lida para a frente e para trás, com
pequena distância. Atenção para
que o peso do tórax se mantenha
bem acima da prótese;o dobrar
nem quadril e nem cintura, mas
pender um pouco para o lado da
prótese.
10 (9) (1) Primeiros passos para dian-
te.
A partir da posição inicial, dobrar
o coto na articulação do quadril,
até retirar do chão a ponta do pé
artificial. Assim se produz um os-
cilar passivo da anteperna artifi-
cial. Um movimento simultâneo
da bacia permitirá que a prótese
toque o solo, se possível de sola
inteira. Para este fim, a bacia deve
ser deslocada para a frente, de
modo que se coloque sobre a pró-
tese.
No início, os passos devem ser
curtos. Permanecendo "acima da
prótese", evita-se que o joelho ar-
tif icial se dobre ao receber o peso.
Os passos com a perna válida tam-
m devem ser curtos, na mesma
medida da outra perna.
Terão sido dados os primeiros
passos!
Pode-se recorrer aos apoios citados
no exercício nº 1 para efetuar os
10 primeiros exercícios. Em segui-
da, estes devem ser executados
sem ajuda e sem constrangimento:
este é o objetivo.
Quanto aos deficientes mais ido-
sos, ou aos afetados por várias
deficiências, ou ainda aos que
possuam os cotos ditos "curtos",
é necessário levar sempre em con-
ta as circunstâncias particulares de
cada caso. Consequentemente, é
preciso prever o ensino da marcha
sob medida. Os exercícios aqui
descritoso apenas os mais co-
muns (11) (12).
Falhas da marcha com prótese de
coxa:
Distância desigual dos passos; com fre-
quência, o passo efetuado com a pró-
tese é muito longo.
Ritmo irregular do passo. A perna váli-
da é levada muito rápido para diante,
sobrecarregando-se, visto que a fase de
apoio sobre a prótese é muito curta.
(13) O pé artificial toca o solo em
primeiro lugar com o calcanhar, eo
com a sola completa. Levantar o cal-
canhar da perna válida: deste modo,
a prótese se torna bem rija, podendo
ser levada para a frente sem tocar no
solo.
(14) No momento de mudar o pas-
so, a bacia se desvia sobre a prótese,
a partir do lado válido. 0 amputado
o tem coragem de transferir o peso
do corpo para a prótese. Geralmente
o dores na região inguinal que oca-
sionam tais falhas, por exemplo, dores
no períneo. Nestes casos torna-se ne-
cessário rever a montegem e o assento
da prótese.
Andar com os braços rígidos e tronco
crispado.
(15) Marcha com a cabeça pendente
para diante.
Esta falha é muito frequente* e exige
correção imediata. Promover o exer-
cício em frente ao espelho.
(16) Arqueamento muito acentuado
no momento de dar o passo com a
prótese. A perna artificial se torna
arqueada quando conduzida para a
frente. Pode ocorrer que a prótese es-
teja muito longa, ou pode tratar-se de
falha no eixo da articulação artificial
do joelho.
(17) A perna artificial toma uma posi-
ção enviesada no momento de entrar
em ação. Isto é frequentemente cau-
sado por erro na montagem da próte-
se, ocasionando dor na região ingui-
nal, no períneo, por exemplo.
Exercícios para adaptação e utilização
Exercícios
1 Marcha ritmada com posição ereta
do corpo, oscilação natural dos
braços e olhar adiante.
2 Passos rítmicos para o lado, para a
esquerda e para a direita.
3 Andar para trás, inicialmente com
passos curtos.
4(18) Marcha em círculo nos dois
sentidos, sobre uma linha traçada
no solo.
5 Marcha ao ar livre em terreno aci-
dentado, sobre cascalho, balastro,
grama, em bosques e sobre grandes
pedras irregulares.
6 Marcha sobre caminhos e terrenos
em declive.
Se a pessoa estiver numa descida,
o andar com prótese parece desen-
volto, pois a mesma se encontra
mais abaixo do que a perna válida.
No caso contrário, o passo com a
perna normal é um pouco mais
longo do que a da prótese, situada
mais acima.
7 (19) (20) (21) Ao subir uma es-
cada, a perna válida deve ser sem-
pre a primeira; de acordo com a
idade, a força e a agilidade, pode-
se galgar um ou dois degraus por
vez. Deste modo, a prótese pode
seguir e voltar, mas apenas sobre o
degrau onde se encontra a perna
válida.
Ao descer escadas, a prótese deve
avançar degrau após degrau, sendo
seguida pela perna válida.
As pessoas ágeis, notadamente os
jovens amputados de coxa, conse-
guem à custa de exercícios repeti-
dos, descer normalmente as esca-
das, como se possuíssem duas per-
nas válidas. A prótese deve então
ser apoiada sobre o degrau inferior
apenas com o calcanhar.
(22) (23) Ao subir um declive, le-
var bastante longe a perna válida,
em direção à qual a prótese tam-
m será levada em seguida. Esta
técnica se aplica aos declives muito
acentuados.
Ao descer um ligeiro declive, po-
de-se executar passos do mesmo
tamanho. O coto deve ser pressio-
nado para trás com um pouco
mais de força, e o peso do tórax
deve estar sempre acima da próte-
se. Num forte declive, a prótese
avança primeiro, o coto deve sem-
pre ser pressionado bastante forte
para trás, e a perna válida avan-
çada à altura do pé artificial. Em
declives muito acentuados, deve-se
andar de lado, primeiro a prótese
e depois a perna válida.
(24) A marcha por sobre pequenos
obstáculos (pedras, raízes etc.) po-
de ser efetuada no ritmo normal.
Quanto aos obstáculos mais al-
tos, passa-se primeiramente a pró-
tese e em seguida a perna válida.
No momento de elevar a prótese
(para ultrapassar estes obstácu-"
los), atenção para que o peso da
parte superior do corpo esteja aci-
ma da prótese. Para ultrapassar
obstáculos altos, inicialmente a
pessoa se coloca de lado e eleva
a prótese por cima do mesmo; a
perna válida vem a seguir.
Em qualquer caso, a dança terá
utilidade na aprendizagem do
andar. Traz alegria de viver, refor-
ça a autoconfiança e contribui pa-
ra o andar cadenciado. Atenção ao
seguinte: passos curtos, postura do
corpo ereta, cabeça alta, eo
apertar em demasia o par.
Amputados da anteperna
Contanto que o coto possua um bom
comprimento, que sua extremidade
o cause problemas, que as cicatri-
zes estejam em boas condições, po-
dendo-se, deste modo, falar no com-
portamento favorável do coto, o am-
putado da anterperna poderá aprender
a andar de maneira natural muito rapi-
damente. A aprendizagem quaseo
lhe será necessária, bastando-lhe algu-
mas breves noções
Exercícios
1 (25) Colocar as duas pernas na po-
sição inicial e apoiar-se alternativa-
mente na perna esquerda e direita.
2 Pequenos passos laterais, para a
frente e para trás.
3 (26) Ultrapassar pequenos obstá-
culos, subir e descer declives.
4 (27) Subir normalmente uma esca-
da. Para descer, apoiar apenas a
planta do pé artificial, no degrau
inferior; isto facilitará o movimen-
to natural.
5 Segue-se normalmente a marcha
em terreno acidentado.
6 (28) Manter-se em equilíbrio sobre
uma barra com cerca de 10cm
de largura, a fim de desenvolver o
senso de equilíbrio.
7 Se o coto se comportar bem, po-
de-se tentar passos de corrida
sobre esta barra.
Amputados de ambas as antepemas
Os exercícios descritos acima para am-
putados tibiais simples também se
prestam para aprender a andar com
duas próteses tibiais.
(29) Após a posição de pé e os exercí-
cios de distribuição do peso, pode-se
ensaiar pequenos passos para a esquer-
da e para a direita, para a frente e para
trás.
Em seguida, passa-se aos exercícios de
marcha por sobre pequenos obstácu-
los. Depois, à subida e descida de de-
clives.
(30) O ato de subir e descer escadas
pode ser executado normalmente,
como o fazem as pessoas de pernas-
lidas. Entretanto, ao descer os degraus
é preciso atenção em pousar a planta
do pé artificial, o que facilitará o de-
senvolvimento normal do movimento.
(31) Para desenvolver o senso de equi-
líbrio, manter-se equilibrado sobre
uma barra de cerca de 10 cm de lar-
gura.
De início, pode-se utilizar duas benga-
las inglesas, ou duas bengalas comuns,
observando o ritmo: perna esquerda
bengala direita, perna direita benga-
la esquerda.
A meta é movimentar-se com segu-
rança, dispondo de uma só bengala;
pode até ocorrer que o amputado bi-
lateral ande sem diferenças como uma
pessoa normal. O bom comportamen-
to dos cotos e a adaptação perfeita das
próteses permitem até pequenos
passos de corrida (32).
Amputados das duas coxas
A aprendizagem da marcha para o am
:
putado femural bilateral exige muito
exercício, perseverança, paciência e
energia. Condições para aprender a an-
dar: próteses bem adaptadas e de es-
trutura estática impecável. Inicialmen-
te, há vantagem em executar os exer-
cícios utilizando as próteses ditas
"curtas". Para pessoas idosas que pos-
suam cotos curtos, é indicado, no iní-
cio, exercitar a marcha com uma pró-
tese de joelho rígido, o que propor-
ciona maior segurança.
Exercícios
1 (33) (34) De início, é necessário
exercitar a posição de pé e o peso
do corpo, como para os amputa-
dos femurais simples, até que se
obtenha uma postura segura e
sem encurvamento.
2 (35) Elevar alternativamente as
próteses esquerda e direita, trans-
ferindo o peso do corpo para o
lado correspondente.
3 (36) Pequenos passos à esquerda e
à direita, elevando a bacia.
4 (37) Ao exercitar o passo lateral,
desenvolve-se o passo para diante.
Elevar a meio a bacia, avançando
o coto ao mesmo tempo, para o
primeiro passo.
Em seguida, deslocar a outra pró-
tese do mesmo modo, efetuando
igualmente o outro passo. No iní-
cio, pode-se recorrer ao auxílio de
barras, duas cadeiras ou bengalas.
Se forem utilizadas as bengalas,
andar assim: perna esquerda
bengala direita, perna direita
bengala esquerda. Objetivo: andar
com duas bengalas comuns. Se o
amputado femural bilateral for
muito ágil, flexível e jovem,
cujos cotos se comportem bem e
com próteses bem adaptadas, che-
gará a andar com uma só bengala
em locais planos. A boa condição
física também é uma das condi-
ções.
E agora, os diversos exercícios práti-
cos:
5 (38) (39) (40) Sentar em uma ca-
deira e levantar. Umao segura
o espaldar da cadeira, enquanto a
outra se apoia sobre o assento.
Voltando-se sobre seu próprio ei-
xo e flexionando as articulações
artificiais dos joelhos uma após
a outra, o amputado se senta. Para
levantar-se da cadeira, ele deve co-
locar as mãos no espaldar e no
assento, como para sentar-se, e em
seguida estende os cotos a fim de
bloquear as articulações dos joe-
lhos. Depois endireita a parte su-
perior do corpo, apoiando-se nas
mãos.
6 (41) (42) Subir e descer escadas,
na maioria dos casos só é possí-
vel com o auxílio do corrimão.
Na subida, é preciso primeiro le-
var ao degrau superior a-prótese
mais afastada do corrimão e pou-
sá-la em posição rígida. Apoian-
do-se no corrimão, iça-se a segunda
prótese para este degrau.
O amputado femural bilateral que
coloca todos os dias suas próte-
ses e que se movimenta com de-
senvoltura em casa, no trabalho e
nos trajetos conhecidos, merece
toda a consideração. Para chegar
a tanto, é preciso, como já foi dito
acima, muita energia.
Andar com próteses
o só para aprender a andar, mas também para qualquer desloca-
mento, o amputado da perna deve estar atento em se manter bem calçado.
Os sapatos com solas de courooo recomendáveis, pois é grande o
risco de escorregar nos solos lisos ou assoalhos, daí surge uma certa inse-
gurança. Sapatos sem salto — sapatilhas de ginástica ou chinelos também
oo recomendáveis, visto que o pé artificial montado pelo ortopedista
é previsto para sapatos normais com salto. O melhor será calçar sapatos
comuns, com sola denteada.
Quanto ao uso de bengala, é preciso alertar que é um erro acreditar
que pode andar sempre sem bengala, principalmente em longos percursos.
Todas as vezes que o amputado sair de casa, a bengala deve apompanhá-lo.
Usa-se sempre a bengala do lado da perna válida. A bengala serve para man-
ter o equilíbrio, fornecer maior segurança, principalmente em terreno aci-
dentado; acima de tudo, ela alivia o lado da perna amputada. Tomar cui-
dado com o comprimento da bengala. Com muita frequência empregam-se
bengalas longas demais.
O comprimento da prótese pode ser assim calculado: pode-se dizer
que deve ser, teoricamente, idêntica à perna válida. Pode-se ainda conside-
rar como aceitável que seja um centímetro mais curta. Cada centímetro
a menos acarreta grandes problemas. A prótese muito curta provoca uma
distorção da bacia, ocasionando a escoliose da coluna vertebral.
É necessário cuidar especialmente da adaptação progressiva à pró-
tese.o desejar aprender tudo em um dia. Neste sentido, inúmeros
amputados cometem grandes erros. No entusiasmo de poder novamente
andar com duas pernas, frequentemente passam da medida. Cabe ao pro-
fessor de marcha frear este entusiasmo. Será necessário um certo tempo,
até que o amputado possa usar sua prótese um dia inteiro.
Os exercícios físicos, por exemplo, a participação ativa na ativida-
de física para deficientes, constituem o "pão de cada dia" do amputado
de perna. Ao lado do treino físico geral, é da maior importância a ginás-
tica do coto. Seria necessário começá-lao logo fosse possível, após a
amputação. Nos amputados femurais, é preciso, graças a esta ginástica,
evitar a contração do quadril e permitir uma extensão do coto, a partir
desta articulação. O fato de ser capaz de estender o coto para baixo é
uma importante vantagem para a aprendizagem do andar de um portador
de prótese femural. Mesmo se, por uma razão qualquero estiver previsto
o uso da prótese,o se deve renunciar a esta ginástica sob nenhum pre-
texto.
Em primeiro lugar, o andar com prótese é uma questão de vonta-
de. Todos os dias, ao se levantar, o amputado deve cuidar de sua pró-
tese. Ele deve amaciá-la lentamente, e somente após um certo tempo
encontrará sua antiga agilidade. O amputadoo tem o direito de "deixar-
-se levar"; ele deve preocupar-se sempre em adquirir um andar natural e
sem tropeços. Admitimos que isto nem sempre é fácil, sobretudo se o am-
putado quiser chegar a andar sem chamar a atenção sobre si.
Ginástica do coto
Cuidados com a prótese
Paralíticos
Na posição sentada ou deitada de costas, elevar e baixar o coto,
com e sem resistência.
Efetuar círculos com o coto, nos dois sentidos.
Movimentos rotativos do coto na direção interna e externa.
Afastar e reaproximar o coto, com e sem resistência.
De bruços, elevar (estender) e abaixar o coto, com e sem resistên-
cia.
Afastar e reaproximar o coto, com e sem resistência.
Para amputados femurais, dobrar e estender a articulação do joe-
lho que falta (exercício fantasma).
Para amputados tibiais, dobrar e estender a articulação do joelho,
aproximar do corpo, estender formar círculos com o pé que
falta (exercício fantasma).
A prótese exige cuidados quotidianos. Quanto aos amputados de
perna, é evidente que, à noite, quando retirada a prótese, é necessário lim-
par o interior do cartucho com uma esponja e água quente. Durante a noi-
te a prótese deve ser guardada em local bem ventilado, tanto quanto pos-
sível. Guardá-la de modo queo caia, a fim de evitar-lhe danos e necessi-
dade de reparos, o que é sempre desagradável. De tempos em tempos, tor-
na-se também necessário limpar a articulação artificial do joelho. A sujei-
ra e a poeira devem ser eliminadas. O pé protético também requer os mes-
mos cuidados.
A aprendizagem da marcha quanto aos paralíticos das pernas de-
pende do grau de gravidade da paralisia. Em muitos casos é possível recor-
rer aos exercícios para manter-se de pé e de marcha, utilizados para am-
putados de perna. Aqui,o cabe esquema: a intuição deve ser a qualidade
primordial do professor de marcha.
Dependendo do género de paralisia, as primeiras tentativas devem
ser executadas com um aparelho de sustentação. Entretanto, desde que ha-
ja autorização médica, deve-se procurar evitar a aparelhagem. Para atingir
esta meta, serão necessários muitos exercícios e boa dose de paciência.
Paraplégicos
Quando os aparelhos de sustentaçãoo bem adaptados, ou seja,
sustentam bem eo apertam muito, e dispondo de autorização médica
para efetuar as primeiras tentativas, começa a aprendizagem do andar. An-
teriormente, diversos exercícios já foram praticados, visando ao fortale-
cimento da musculatura dos braços e ombros. O paraplégico deve ter cons-
ciência de que, de ora em diante, o peso principal de seu corpo repousa
nos braços.
Com duas bengalas inglesas, e se necessário, duas muletas, exerci-
tar-se-á, primeiramente, a posição de. O paralítico deve de início recu-
perar o senso de equilíbrio. Insistir na postura ereta do corpo, olhar para
a frente. O apoio sólido sobre as muletas é necessário. Serão necessários
muitos exercícios da posição de, maso deixar de entremeá-los com
inúmeras pausas de curta duração.
Em seguida, exercita-se a transferência de peso da bengala esquer-
da para a direita, com carga simultânea da perna esquerda e da direita. Por-
tanto, quando o peso do corpo estiver sobre a bengala direita, estará tam-
m sobre a perna direita, e vice-versa. Os doiss permanecem no solo.
Este exercício deve ser repetido até que o paraplégico consiga elevar ligei-
ramente as duas bengalas acima do solo. Quando houver perfeito controle
deste exercício, pode-se começar a exercitar os primeiros passos para a
frente. Para este fim, convém apoiar todo o peso do corpo nas bengalas.
Para transferir o peso do corpo de um lado para o outro, deve-se
elevar a metade correspondente da bacia, e a perna deste modo elevada
será levada para a frente ou será impulsionada para a frente, através do
impulso do lado aliviado da bacia. Assim, a perna é novamente pousada
e firmada no chão. Procede-se em seguida ao avanço de outra perna usan-
do a mesma técnica. Atenção ao ritmo de avanço das bengalas: bengala
direita perna esquerda, bengala esquerda perna direita. No início, os
menores passos devem ser motivo de júbilo.
Utilizando este método conseguimos que um paraplégico preso há
33 anos à cadeira de rodas, andasse com o auxílio de duas bengalas.
Para tanto, é preciso começar moderadamente,o temer nenhum
esforço, entremear muitas pausas de repouso e exercitar sempre.
Principalmente no início, pode-se efetuar o deslocamento dos
paraplégicos do seguinte modo: a partir da posição inicial, impulsionar o
corpo para a frente, entre as duas bengalas, as duas pernas ao mesmo tem-
po. As duas bengalaso em seguida avançadas ao mesmo tempo, as pernas
o novamente impulsionadas para a frente.
O objetivo deve ser: sair da cadeira de rodas e movimentar-se sem
ajuda de terceiros, apenas com o auxílio de bengalas ou muletas.
Marcha de apreciação
1. Situação, do ponto de vista da deficiência
Estabelecer anteriormente a situação do ponto de vista
da deficiência (p. ex.: amputado de coxa com boas
condições do coto, poucos pontos; coto curto e em
s condições, número elevado de pontos).
2. Pernas
Posição das pernas.
Conduta apertada das pernas.
Tamanho igual dos passos.
Passo de oscilação sobre o calcanhar da perna
válida.
3. Torso e braços
Inflexão do lado da prótese.
Ombro elevado do lado da prótese.
Crispação de ombros e braços.
1 a 20 pontos
1 a 20 pontos
1 a 20 pontos
4. Percurso de terreno ou ultrapassar obstáculos
Chegar ao final do percurso.
Domínio dos obstáculos.
Há segurança?
5. Ritmo
Série de passos iguais e ritmados.
Postura ereta do corpo.
Impressão geral.
No total, pode-se atingir a 100 pontos.
1 a 20 pontos
1 a 20 pontos
Classificação
com um só juiz, a apreciação se faz de 1 a 20 pontos;
com dois juízes, apreciação de 1 a 10 pontos; soma-se depois
os dois resultados.
o só os amputados de perna podem participar desta marcha de
apreciação, mas também todos os outros deficientes das pernas (poliomie-
líticos, paraplégicos, etc).
Efeitos psíquicos
Bem aplicada, a ginástica traz importantes efeitos psíquicos:
O trabalho sistemático do corpo todo proporciona uma sen-
sação de vivacidade, de bem-estar, um sentimento de ter "fei-
to alguma coisa";
O aquecimento do corpo predispõe para o prosseguimento in-
tensivo do trabalho;
O "relax" físico produz efeito similar sobre o espírito;
Capacidade de concentração melhorada;
O trabalho em comum com todos os tipos de deficiência eli-
mina o sentimento de ser colocado à parte.
Mal aplicada (preparação insuficiente), em compensação, a ginás-
tica traz efeitos psíquicos negativos:
Má disposição do grupo com relação ao monitor;
Dificuldade deste último em conseguir que se executem os
exercícios;
Participação irregular dos alunos nas aulas;
Aborrecimento para todos.
Formas de exercício
Graduação correta
Enunciado do exercício
Sistemática da ginástica
Distinguem-se exercícios de
distenção (experiência do peso do corpo),
relax (adquirir condições parao permanecer crispado durante
o exercício),
estiramento (um músculo estirado requer mais força, fornece
flexibilidade; atenção parao provocar o super-
estiramento dos músculos paralisados),
reforço.
Do repouso e relax passa-se, progressivamente, à extensão e ao
reforço. Estes úlúmos devem, sempre, ser seguidos por exercícios de rela-
xamento. A execução rápida e ritmada de exercícios ininterruptos permite
alcançar o treinamento orgânico. O desenrolar de uma aula de ginástica é,
de certa forma, ondulatório; existe alternância entre esforço, repouso e a
relaxação (forma por intervalos).
O enunciado do exercício pode revestir-se de forma abstrata ou
concreta.
Forma abstrata: dobrar o tórax para diante dobrar... 1 e
2etc.
Forma concreta: quem conseguirá tocar o solo com as duas
mãos, sem dobrar os joelhos?
Na medida do possível, eleger, de preferência, a segunda forma.
Esta oferece a vantagem de exigir esforço também do espírito dos alunos.
Indicar a meta a ser alcançada permite um maior estímulo na execução
do exercício.
Completar o enunciado com uma demonstração (ver-ouvir-exe-
cutar).
Utilização do espaço
Execução do exercício
Posições iniciais
Evitar a execução dos exercícios com todos os alunos agrupados
em um canto da sala de ginástica, É preferível trabalhar em ordem disper-
sa. Uma outra possibilidade é a de trabalhar em círculo fechado, porém
com um inconveniente: se o professor se mantiver no meio do círculo,
o verá todos os alunos; se estiver do lado de fora, alguns alunoso o
verão.
Após o enunciado do exercício, cada aluno deve exercitar-se usan-
do seu ritmo próprio. Deste modo, o monitor terá oportunidade de corri-
gir e auxiliar. Recomenda-se também a ginástica de grupo, todos no
mesmo ritmo; treina-se assim a concentração, contando ainda com o auxí-
lio do entusiasmo. Acompanhada por música, esta forma de trabalho será
ainda mais eficaz ( ver pág. 41 ).
Posições possíveis:
Inúmeros deficienteso podem praticar a ginástica utilizando
destas posições iniciais. Nestes casos, é necessário mostrar-se compreensivo
e tolerante, ensinando ao interessado outra posição ou outro exercício,
a fim de que ele possa participar da ginástica com os demais, apesar de
tudo (intervenção do auxiliar de monitor).
Exercícios para os braços
e cintura escapular
Repouso
Serve de preparação para a descontração e à extensão. Os exercí-
cios seguintes podem ser executados a partir de qualquer posição inicial,
permitindo uma oscilação livre dos braços.
Elevar um braço acima da cabeça, estirá-lo ligeiramente,
deixá-lo cair e oscilar; quando o braço cair, deve-se sentir o peso
do mesmo.
Elevar bastante os ombros e soltá-los; exercitá-los também
através de uma ligeira rotação dos dois ombros, para a frente e pa-
ra trás; manter os braços à vontade.
Ligeira flexão lateral do tórax; o braço deve pender para
baixo com todo o seu peso; o braço oposto deve estar apoiado no
quadril; através de um pequeno movimento de rotação do torso
para diante, o braço pendente oscila ligeiramente.
Relax
Todas as oscilações e balanços de braçoo adequados ao relax.
No que tange à posição inicial: ver acima. Importante: o balanço de braço
o se obtém por esforço do mesmo, mas por esforço do torso e, na posi-
ção de, pela movimentação do, do joelho e do quadril. Se este balan-
ço dos braços oferecer dificuldades no início, pode-se recorrer a um tru-
que de imaginação: fingir que se quer sacudir água das mãos, deixando em
seguida cair os braços.
Oscilação de um dos braços ou de ambos para a frente e para
trás, endireitando o tórax. Três vezes à esquerda, três vezes à direi-
ta. Virando o torso para trás (seguir as mãos com o olhar).
Círculos contínuos para a frente e para trás.
Balanço regular dos dois braços, um de encontro ao outro,
com e sem círculo.
Balanço dos dois braços diante do corpo, com círculos.
Círculos em forma de oito com um braço, depois com os dois
braços.
Com um braço alternando, três vezes à esquerda, três vezes
à direita. Virando o corpo para trás (seguir a mão com o olhar).
Extensão
Os exercícios de extensãoo devem ser executados em início de
aula (perigo de rompimento muscular!).
Em se tratando de musculatura paralisada e frágil, é necessário
muita prudência eo forçar em demasia (perigo de distensão!). O efeito
da extensão se faz sentir, principalmente desde a musculatura da cintura
escapular à caixa toráxíca e braços. O género de execução dos exercícios
fornece o grau de extensão: execução enérgica e regular = forte estira-
mento.
Círculos dos ombros com os braços à vontade, de um lado,
dos dois lados, com antebraços dobrados, alternando para a frente,
para trás; procurar o pleno desenvolvimento do movimento.
Segurar um punho, elevá-lo rapidamente e relaxar, deixando
balançar.
Posição lateral: cruzar os braços estendidos diante do peito,
abrir a mão e fechá-la; executar igualmente o contrário: da posição
cruzada, conduzir rapidamente os braços para trás, de lado, o
polegar apontando para trás.
A partir de uma oscilação descontraída dos dois braços para
a frente, cruzá-los diante do peito e jogá-los o mais possível para
trás, procurando segurar as omoplatas.
Procurar juntar as mãos nas costas: mão direita passando por
cima do ombro direito,o esquerda provindo de baixo.
Círculos dos braços estendidos acima da cabeça; segurar um
punho.
Mãos nas costas; estender flexivelmente os braços para trás.
Posição de escorregar, coxas verticais; balançar ligeiramente.
Da posição de gatinhas, deslizar lentamente para diante, en-
direitar o corpo para a frente e retomar a posição inicial etc.
Repouso de bruços, fronte pousada no solo, estender bastan-
te os braços para a frente; válidos também como exercício de des-
contração. Produzirá o mesmo efeito o exercício denominado
"suspensão ativa", praticado nas barras, de frente e de costas.
Exercícios de extensão com parceiro
"Balanço" com parceiro, de joelhos, ou sentados num tam-
borete.
Posição de escorregar, balançando, como acima, mas exe-
cutado com parceiro.
Sentar-se arqueando o corpo e levantar-se.
Balançar sentados, costa a costa, os braços dos dois parceiros
se entrecruzando, ou mantidos acima da cabeça; flexão do torso
para a frente, trazendo o parceiro nas costas.
Sentado no chão, efetuar círculos com os braços, com o au-
xílio do parceiro.
Reforço
Nunca exercitar o reforço sozinho; será sempre necessária uma
alternância: extensão-reforço-descontração. Para manter a excitação do
músculo, trocar, com frequência, a medida e o género de solicitação (ver
também capítulo "Treinamento Isométrico", pág. 91 ).
Posição de gatinhas, fronte quase tocando o solo, levantar a
cabeça, ora lentamente, ora rapidamente; mesma posição inicial,
apoiando uma mão sobre a outra; executar a mesma coisa com
um só braço, mantendo a outrao nas costas.
De joelhos, cair apoiando-se nas mãos, retirá-las do solo e
voltar à posição inicial.
De gatinhas: quem conseguirá pousar o nariz no chão, o mais
adiante possível?
Sentado sobre os calcanhares: pousar as mãos no solo o mais
longe possível, o peito arqueado; estirar para a frente e voltar à
posição inicial, mantendo o corpo arqueado.
Apoio sobre as mãos, pernas flexionadas; é mais difícil com
as pernas estendidas.
Sentado, pernas estendidas, elevar as nádegas.
"Estender a barriga ao sol"; igualmente dobrando, alternati-
vamente, os joelhos.
De bruços, as mãos bem estiradas para a frente levam o corpo
para diante; repetir o movimento; executar o mesmo exercício
empurrando o corpo para trás.
Exercícios com parceiro
Todos os exercícios com parceiro espécie de luta a dois, a fim de
puxar, deslizar ou empurraro excelentes exercícios de reforço para os
braços e o tórax. Na posição sentada, o risco de cair para trás é mínimo.
O parceiro "A" coloca as mãos na nuca; o parceiro "B" se-
gura os punhos de "A", que estende os braços contra a resistência
de "B", de lado, em posição elevada -; quem encontrará maiores
possibilidades neste sentido?
Sentados, pernas afastadas, um em frente ao outro, anteper-
nas do primeiro cruzadas sobre as do outro, dar as mãos. "A" se
deita de costas e "B" o levanta, puxando-o.
Sentados, pernas estendidas, um ao lado do outro; quem con-
seguirá puxar o parceiro para seu lado?
Posição de joelhos, um diante do outro, deixar-se cair para a
frente, suspender-se com apoio nas mãos do parceiro e levantar-se.
Exercícios para as pernas
e o torso
Generalidades
Visto que a maioria dos deficientesm dificuldade em se manter
de, os exercícios nesta posiçãoo poderiam constituir a regra. Tam-
mo significa que se deva deixar de lado a musculatura das pernas. Os
exercícios aqui descritoso importantes para o reforço. Levando em con-
sideração que a maioria dos movimentos das pernas exigem uma estabili-
dade adequada do torso, daí resulta, automaticamente, a solicitação da
musculatura do ventre e das costas. Isto será igualmente encontrado nos
capítulos "Aprendizagem do andar", "Exercícios de corrida e salto".
Nos casos de insegurança na posição de: ver pág. 64.
Relaxação
Contribuem para o relax todos os movimentos de balanço das per-
nas queo cheguem ao limite da oscilação, do contrário teriam, antes,
um efeito de extensão.
Sacudir as antepernas para a frente, de lado. para trás (sacudir
água).
Segurar a perna por baixo do joelho com as duas mão, deixar
aanteperna balançar; 'movimentos circulares, balanço lateral; este
exercício pode ser executado na posição sentada, sobre um tambo-
rete.
Deitado de costas, rolar cada perna para dentro e para fora;
rolar também as duas pernas do mesmo lado.
Deitado de costas, baixar até o chão a perna elevada.
Posição de, balançar a perna para diante e para trás; ima-
ginar um oito traçado no chão e desenhá-lo com a perna, balan-
çando-a.
Cruzar na frente e atrás.
Se a posição de péo for segura, apoiar-se com a mão opos-
ta à perna exercitada, seja nas barras, seja numa escada, ou nas bar-
ras paralelas (com as duas mãos).
Extensão
Sentado, pernas afastadas, segurar o pé esquerdo com as duas
mãos estender o joelho; dobrar uma perna, segurar o, estender a
perna,o largar o pé e colocar o calcanhar sobre a ponta do outro
.
Sentado, pernas estendidas, mãos nas costas; tocar o joelho
com o nariz.
Sentado, pernas estendidas, elevar os braços acima da cabeça,
balançar-se três vezes para a frente e, na terceira vez, segurar os
doiss eo os largar.
Passar uma perna por sobre a outra, tocar o pé estirado com
a mão oposta, pousar o nariz sobre o joelho e contar até 10.
Sentado em posição de salto, balançar para a frente, virar-se
para o lado, dobrar-se para o lado.
Posição abaixada, estender e dobrar as pernas, as mãos perma-
necendo no solo.
Posição abaixada, apoio com as mãos, andar em direção às
mãos, mantendo as pernaso esticadas quanto possível.
Deitado de costas, pegar o pé e elevá-lo. Mesmo exercício
sem segurar o, elevar a perna estendida até formar um ângulo
reto; a outra perna deve permanecer estendida no solo.
De bruços, trazer alternativamente os calcanhares, pegar o
pé com ao do mesmo lado e puxá-lo em direção às nádegas.
Quem conseguirá fazê-lo com os dois pés?
De joelhos, levar o corpo para trás e pegar os pés. Mais di-
fícil: apoiar-se no solo para trás.
Reforço
Todos os exercícios que exigem a intervenção do peso do corpo,
solicitando a musculatura das pernas, com ou sem flexão dos joelhos,
exercem um poderoso efeito sobre estes músculos. Para a maioria dos
deficientes, este género de reforçoo é possível, É a razão pela qual
o descreveremos aqui exercícios que exijam flexão dos joelhos, mas os
substituiremos por outros meios tendendo à mesma meta. (Ver também
"Marcha", "Salto", "Treinamento isométrico").
Sentado (no chão, tamborete ou banco etc):
Dobrar um joelho por vez, estender a perna obliquamente
para cima, de lado, com o pé estendido e em seguida dobrado.
Traçar um grande círculo com a perna estendida para diante,
e com o, desenhar um oito no ar.
Dobrar e estender as duas pernas juntas, para a frente, para a
direita e para a esquerda.
Sentado, pernas afastadas, elevar obliquamente a perna para
a esquerda, alternando o ritmo - lento e rápido. Mesmo exercí-
cio, desta vez com o joelho dobrado no início ("empurrar uma
bola com o pé").
Posição abaixada, mãos apoiadas atrás, enfiar uma perna es-
tendida sob a outra. Segurar simultaneamente o pé da perna es-
tendida com a mão oposta (para este fim, sentar-se sobre uma só
nádega).
Pousar as duas pernas, uma sobre a outra, elevar e descer,
dobrar e estender.
Deitado de costas:
Esta posição permite muitas variações, partindo dos exercícios
acima descritos, em posição sentada.
"Pedalar" pedalar também obliquamente, de lado.
Elevar as pernas, em forma de tesoura, pouco acima do solo.
Deitado, pernas afastadas, balançar a perna direita bem alto,
acima da perna esquerda, tocar o solo e voltar o mais rapidamente
possível à posição inicial. Executar este exercício primeiramente
com os ombros apoiados no chão, e em seguida virar-se de bruços,
reiniciando a série em sentido inverso.
"Nadar" de costas.
Elevar as duas pernas e deslocar o corpo em direção à cabeça,
tentar também o inverso (este exercício é executado melhor sobre
um cobertor de lã).
Os exercícios descritos servem principalmente para reforçar
os músculos das antepernas atinentes às coxas (parte anterior),
mas servem também para o reforço parcial dos músculos das-
degas e do ventre.
De bruços:
Através destes exercícios, obtém-se, antes de tudo, um reforço da
musculatura posterior das coxas flexão das antepernas, mas servem
também para os músculos das nádegas e das costas.
Trazer os calcanhares, um após o outro.
Elevar para trás as pernas estiradas, alternadamente; afastá-
las; elevar as duas pernas, primeiramente dobradas, em seguida,
estendidas.
Cruzar as pernas para trás.
Afastar as pernas, braços de lado, dobrar a perna direita,
tocar o pé com ao esquerda.
Da posição sentada,s firmes no chão, elevar a bacia, simu-
lando um "banco"; repetir, estendendo uma das pernas.
Para reforçar os músculos das nádegas, todos os movimentos
de extensão lateral da pernao eficazes.
Posição de, jogar a perna para o lado e fechar o círculo.
Deitado de costas, afastar a perna, dirigi-la em arco para dian-
te e para trás, dobrá-la e trazê-la firmemente para o chão. Pedalar
com a mesma perna (repetir, deitado de lado).
Exercícios de flexão dos joelhos:
Genuflexão lenta e profunda, com postura ereta do tórax. Di-
versas posições para os braços, de lado, pendentes e nas costas etc;
segurar também os dedos dos pés, de frente.
Dobrar um joelho, estender a outra perna para a frente.
Pernas afastadas, grande passo para diante.
Posição abaixada, mãos apoiadas adiante, estender uma perna
para trás, mudar de perna executando um salto.
Apoiar-se de costas numa parada e deslizar ao longo da mes-
ma, até alcançar uma posição em ângulo reto com relação às per-
nas; quem poderá permanecer assim sentado durante 1 à 2 minu-
tos?
Exercícios com parceiro:
Os parceiros sentam-se frente a frente, pernas afastadas. "A"
coloca as pernas sobre as pernas de "B", que procura elevar as
suas, uma após a outra.
"A" aperta as pernas de "B" com as suas. "B" procura abrir
suas pernas; "A" procura segurá-las. O contrário também se faz: ao
invés de abrir, fecha-se as pernas.
Sentar-se lado a lado; elevar uma perna, que o parceiro retém.
Sentar-se frente a frente, encostar as plantas doss e empur-
rar mutuamente. Mesmo exercício, deitados de costas e pedalando.
De bruços, elevar as antepernas, seguras pelo parceiro.
De bruços, segurar reciprocamente as pernas; cada um pro-
curará dobrar suas pernas e puxar o parceiro para si.
Exercícios para o torso (muscu-
latura da coluna vertebral, bacia,
costas e ventre)
Repouso descontração
De pé ou sentado sobre um tamborete, com as pernas ligeira-
mente afastadas: jogar o torso para diante, na ordem seguinte:
cabeça, peito e bacia; pernas ligeiramente dobradas; endireitar-se
na mesma ordem, mas, desta vez, invertida.
De, mãos nos quadris, executar círculos com a bacia, co-
meçando pela esquerda e em seguida pela direita. O mesmo exercí-
cio pode também ser executado na posição sentada, mas cuidar
para permanecer na borda da cadeira. Mesmo exercício de joelhos,
braços de lado.
De pé ou sentado, jogar os braços para trás, à esquerda, em
direção às nádegas e segui-los com o olhar. Mesmo exercício em
posição de marcha, de joelhos ou sentado sobre os calcanhares.
De pé ou sentado sobre um tamborete, distender o torso e
deixá-lo pender para o lado, deixar pendente e balançar os braços.
De gatinhas, afundar as costas, arredondá-las como um gato,
afundar novamente.
De gatinhas, rodar um braço de lado.
De costas, pernas elevadas, braços de lado; deixar pender as
pernas para a direita e para a esquerda.
Deitado de lado, joelhos dobrados em ângulo reto; girar o
torso até à posição deitada, as pernas permanecendo no chão, bra-
ços de lado.
Reforço das costas, flexibilidade da coluna vertebral
Os exercícios nos quais se endireita o torso, ou nos quais se curva
o tórax (cabeça para baixo), acarretam o reforço do extensor das costas e
da musculatura, que compreende desde a coluna vertebral às omoplatas e
occipício, e também da cintura escapular até à parte superior dos braços,
isto é, os músculos que ajudam a prevenir a corcunda. Estes exercícioso
devem durar até que se tenha a impressão de que os rins estão se rompen-
do. Tensão e descontração devem-se alternar.
De, pernas afastadas ou sentado sobre tamborete, soltar o
torso para a frente, levantá-lo em seguida até - à horizontal, manter
os braços nas costas, na nuca ou estendê-los para o lado ou para
diante. Para endireitar-se, exigir esforço primeiro das omoplatas
(apertá-las).
Variações: na posição horizontal, estender os braços para a
frente (anteriormente ao longo do corpo); ou, a partir da nuca; es-
tendê-los para a frente e voltar para trás.
Elevar uma perna para a frente e dobrar o torso sobre esta, le-
vantado-se em seguida.
Na posição horizontal, mãos na nuca, girar o torso para a es-
querda e para a direita.
Sentado sobre os calcanhares, mãos nas costas, "enrolar-se"
lentamente para diante, até que o nariz toque os joelhos, e em se-
guida soerguer-se seguindo a ordem inversa, "desenrolando" vér-
tebra após vértebra.
Sentado nos calcanhares, mãos nas costas, manter o tronco
inclinado para a frente na horizontal,o afundar a cabeça nos
ombros; o mesmo exercício, com as mãos atrás da cabeça ou es-
tendidas para o lado ou para a frente. Balançar-se mantendo os
braços de lado.
Braços estendidos acima da cabeça, elevar o torso num impul-
so e tocar os joelhos com as duas mãos; tocar também o joelho
direito com a mão esquerda.
Balançar sobre as costas (nádegas-nuca).
Passar as duas pernas por cima da cabeça, pousá-las nova-
mente no chão, -, pousar o nariz nos joelhos, segurar os
s com as mãos.
Sentar-se com os joelhos dobrados,o tocar o solo com os
pés, manter os braços para o lado e estender rapidamente as duas
pernas para a esquerda e para a direita.
Apertar os joelhos contra o peito, segurar os joelhos com as
mãos, estender as pernas, manter os braços para o lado.
Sentar-se "à oriental", plantas doss uma contra a outra;
segurar os dedos dos pés, balançar-se de lado, sem cair para trás.
Deitado de costas, virar-se de barriga para baixo, sem que os
braços ou oss toquem o solo, voltar à posição inicial pelo mes-
mo processo.
Exercícios com parceiro:
Sentado, pernas afastadas, o parceiro segura-lhe os pés, mãos
pousadas na cabeça, girar para a esquerda e deitar-se de costas.
Sentados frente a frente, juntar as plantas dos pés. Procurar
empurrar-se mutuamente. Com e sem apoio das mãos.
Sentar-se ou manter-se de, lado a lado, braços acima da ca-
beça e flexão lateral, dar-se as mãos, cada um puxando o parceiro
para o seu lado.
Sentados, costa a costa, dar-se os braços e procurar derrubar
o parceiro de lado.
De pé ou sentados frente a frente, dar-se as mãos, cruzando-
as, "serrar"
Ginástica para a coluna vertebral
Os exercícios de ginástica aqui descritosm por objeto dar maior
mobilidade à coluna vertebral, ou manter sua postura. Esta parte do cor-
po é considerada como de grande valor, na qual, como o demonstra a ex-
periência, se encontram as lesões mais frequentes, É importante praticar
os exercícios quotidianamente, seo todos, ao menos uma parte. Ao exe-
cutar os movimentos, prestar atenção parao ultrapassar a medida, pois
se isto ocorrer os exercícios se tornam dolorosos. Nunca empregar toda a
energia de início, mas começar lentamente e intensificar progressivamen-
te. Os exercícioso devem ser executados bruscamente, mas gradualmen-
te e buscando a extensão. Atenção à expiração e nunca respirar de forma
comprimida.
Para a execução dos exercícios será necessário dispor de uma es-
teira, de aproximadamente 50 X 100cm. Em casa, pode-se utilizar um ta-
pete. O conjunto dos exercícios descritos abaixoo pretende ser com-
pleto,o apenas exemplos de ginástica para a coluna vertebral.
Na posição sentada:
1 Sentado de modo descontraído,
mãos entre os joelhos, deixar pen-
der a cabeça, fechar os olhos -
sacudir os ombros.
2 Elevar lentamente o torso, colo-
car os ombros para trás, deslizar
a bacia para a frente. Em seguida,
de maneira descontraída, cair para
trás e trazer os ombros para a
frente. "Basculamento da bacia":
rolar sobre as nádegas para a fren-
te e para trás.
3 Elevar lentamente o tronco e es-
tender o pescoço. Atenção á pos-
tura da cabeça, que deve-se manter
ereta eo entre os ombros!
4 Sentar-se corretamente, girar len-
tamente a cabeça para a esquerda
e para a direita.
5 Sentar-se corretamente, cabeça e-
reta e queixo levantado.
6 Sentar-se corretamente, pender len-
tamente a cabeça para a esquerda
e para a direita, contra o ombro.
7 Sentado de maneira descontraída
deixar pender a cabeça. Nesta po-
sição, girar lentamente a cabeça
para a esquerda e para a direita,
elevando o queixo.
8 Sentado de modo descontraído,
deixar pender a cabeça e execu-
tar círculos para a esquerda e pa-
ra a direita, uma vez de cada lado.
9 Sentar-se corretamente, mãos na
nuca e pernas bem afastadas. Gi-
rar lentamente o tronco, alterna-
tivamente para a esquerda e para
a direita.
Deitado de costas:
10 Deitar-se de modo descontraído,
mãos na nuca. Inspirar pelo na-
riz, estufar a barriga, expirar pe-
la boca, encolhendo o ventre e
pressionando fortemente as vér-
tebras e rins contra o solo.
1 Idem: elevar lentamente a cabeça
e os ombros apertando os coto-
velos, um contra o outro, expirar
ao mesmo tempo. Relaxar em se-
guida, caindo para trás na posição
inicial.
2 Braços ao longo do corpo, palmas
das mãos viradas para baixo.
Elevar as duas pernas e sacudi-las
descontraídamente.
13 Idem: balançar para cima a per-
na esquerda, depois a direita.
Idem: estender as duas pernas,
. A bacia deve estar
ligeiramente acima do solo.
14 Braços estendidos de lado, palmas
das mãos para baixo. Dobrar as
duas pernas e pousar os doiss
no chão. Trazer as pernas, joelhos
juntos, alternativamente à esquer-
da e à direita sobre o solo, om-
bros encostados no chão.
15 Segurar o joelho esquerdo com as
duas mãos, deixando a perna di-
reita estendida. Puxar o joelho es-
querdo para o peito e, ao mesmo
tempo, levantar a cabeça de modo
a tocar a rótula com o nariz ex-
pirando. Idem: com a perna di-
reita.
16 Segurar os dois joelhos com as
mãos. Puxar os joelhos para o
peito, levantar simultaneamente a
cabeça e tocar os joelhos com o
nariz, expirando.
17 Mãos na nuca, cotovelos tocando
o solo. Rotação da bacia, alter-
nativamente para a esquerda e pa-
ra a direita. Os ombros e cotove-
los devem permanecer no chão.
18 Mãos na nuca, dobrar ligeiramen-
te as pernas. Levantar lentamen-
te a bacia e voltar, sempre lenta-
mente, à posição inicial.
19o na nuca, dobrar ligeiramente
as pernas. Levantar a bacia e i
cutar um movimento lento de
rotação, para a esquerda e depois
para a direita.
20 Braços estendidos de lado, palmas
das mãos para cima. Elevar o tórax
e os ombros, voltando lenta-
mente à posição inicial. A cabeça
deve permanecer no solo.
21 Braços estendidos de lado, palmas
das mãos para baixo. Dobrar a per-
na esquerda e apoiar o pé no chão.
Afastar esta perna dobrada, alter-
nativamente, para a esquerda e pa-
ra a direita. Mesmo exercício com
a perna direita.
22 Braços estendidos de lado, palmas
das mãos no solo. Levantar a
perna esquerda estendida, e em se-
guida, afastá-la para a esquerda e
para a direita. Mesmo exercício
com a perna direita.
23 Braços estendidos de lado, palmas
das mãos para baixo. Levantar as
duas pernas estendidas e pousá-las
alternativamente à esquerda e à di-
reita.
24 Estender os braços acima da cabe-
ça, costas das mãos no chão Es-
tirar o corpo inteiro.
25 Estender os braços acima da ca-
beça, palmas das mãos para cima.
Elevar verticalmente o braço di-
reito, levando junto o ombro di-
reito e a cabeça; ao mesmo tem-
po, elevar a perna esquerda es-
tendida; a mão direita deverá
tocar a ponta do pé esquerdo.
Voltar à posição inicial e execu-
tar com o outro braço e a outra
perna.
26 Segurar a nuca com as duas mãos.
Curvar para a esquerda a cabeça,
o torso e as pernas estendidas.
Atenção: os ombros, as nádegas
e os calcanhares permanecem no
chão! Mesmo exercício para a di-
reita.
27 Braços e palmas das mãos ao lon-
go do corpo. Trazer as pernas do-
bradas até o peito, estendê-las e
pousá-las estendidas no solo.
28 Estender os braços acima da ca-
beça, palmas das mãos viradas pa-
ra baixo. Elevar as duas pernas
do solo e, com um impulso dos
braços, sentar-se. Em seguida dei-
xar-se cair, na posição inicial. Exe-
cutar este exercício várias vezes
seguidas.
29 Braços e palmas das mãos ao longo
do corpo. Jogar as duas pernas, de
forma que a ponta doss toque o
chão, atrás da cabeça. Erguer-se
para a posição sentada e dobrar o
tronco para diante.
30 Elevar as pernas, braços para a
frente, sacudir braços e pernas de
maneira descontraída.
Na posição sentada:
31 Estender os braços acima da cabe-
ça, extensão dos braços e torso,
deixar os braços cairem de modo
descontraído.
32 Segurar a nuca com as mãos,
pernas estendidas. Dobrar o tron-
co para a frente, mantendo a
cabeça ereta. Expirar.
33 Sentado, pernas estendidas. Segu-
rar os tornozelos por baixo, com
as duas mãos. Dobrar as pernas.
Inclinar o tronco para diante e
estender as pernas. Atenção: man-
ter a cabeça ereta!o esquecer
de expirar.
34 Segurar a nuca com as mãos
pernas bem abertas. Virar o tor-
so para a esquerda, de modo que
o cotovelo direito toque na rótu-
la esquerda. Voltar à posição ini-
cial e recomeçar, para a direita.
Expirar ao virar o torso.
35 Sentado, pernas dobradas, segurá-
las com as mãos e apoiar a testa
nos joelhos. Nesta posição, balan-
çar-se até à nuca e voltar.
TREINAMENTO ISOMÉTRICO
Recentemente, diversos autores estudaram o problema do treina-
mento dinâmico da musculatura. Métodos científicos conduziram a uma
certa normalização da maneira de trabalhar, e em especial, da aquisição
de força muscular. O esporte de "performances" tirou imediatamente par-
tido destas novas experiências. Mas também na atividade física para defi-
cientes alguns exercícios permitem obter um excelente esforço. 0 texto
seguinte abordará ligeiramente algumas noções fisiológicas.
Maneira de trabalhar do músculo
Treinamento muscular através
do trabalho isométrico
O músculo trabalha quando se contrai. Distinguimos três espécies
de contrações:
contração isotânica: quando o músculo é apoiado por uma só
extremidade, o efeito de uma excitação se traduz exclusivamen-
te por um encolhimento. O comprimento do músculo muda,
mas sua tensão permanece a mesma. Exemplo: flexão do ante-
braço;
contração isométrica:o músculo também pode trabalhar sem se
encolher, É O caso quando ele é apoiado pelas duas extremida-
des. Seu trabalho, neste caso, consiste apenas numa tensão e
o em trabalho mecânico. Qualifica-se de isométrica a esta
forma de trabalho. Exemplo: flexão do antebraço contra uma
resistência queo se pode vencer;
contração auxotônica: no desenvolvimento fisiológico normal
de um movimento, as duas formas de contração acima quase
sempre se misturam. Uma pode suplantar a outra.
Hettinger demonstrou que, através de um trabalho isométrico,
obtém-se com rapidez e eficiência o reforço da musculatura. Após várias
experiências, o autor pôde constatar que utilizando, para treinamento, de
40 a 50% da força muscular absoluta, o efeito deste treinamento atingia
o máximo. A duração do treinamento de uma só tensão isométrica deve
ser de 20 a 30% do tempo de tensão admissível até ao completo esgota-
mento. Quanto à frequência do treinamento, pode-se dizer que: o efeito
máximo é atingido com 3 a 5 estímulos por dia; se o treinamentoo for
efetuado ao menos uma vez por dia, o efeito é mais restrito; se for efetua-
do uma vez por semana, o efeito será de aproximadamente 40% com rela-
ção ao treinamento diário; se for praticado de 14 em 14 dias,o se obser-
vará nem aumento e nem diminuição de força. Istoo quer dizer que a
estimulaçãoo tenha valor, mas, após 14 dias de jnatividade, a força
adquirida no treinamento anterior tornou a cair para o ponto de partida.
(Hettinger).
Na prática, pode ser difícil determinar o grupo muscular que exi-
girá a força de 50 a 50%, bem como a duração de 20 a 30% do tempo
de tensão. Recomenda-se portanto trabalhar com tensão muscular máxima
contra resistência, num espaço de tempo entre 2 a 3 segundos.
O treinamento isométrico oferece a vantagem de ser a execução
extremamente fácil e deo exigir nenhum material especial. Qualquer
um pode executá-lo em casa.
Visto que um só estímulo por dia já basta para ser eficaz, o tem-
po empregadoo conta. Por outro lado, qualquer posição inicial pode
ser utilizada para o treinamento isométrico. Os capítulos "Ginástica"
e "Ginástica com material", "Atletismo ligeiro", "Ginástica com apare-
lho" etc. oferecem bastante matéria para um bom trabalho isométrico.
Por exemplo, pode-se exercitar, utilizando fases isométricas diversas, todo
o desenvolvimento do movimento do arremessador, a fim de aumentar a
força do arremesso.
Reforço dos músculos dos braços e dos ombros
Manter os braços horizontalmente, estender os dedos e pres-
sioná-los uns contra os outros.
Cruzar os dedos, estirá-los segurando-se. Mesmo exercício,
mas com as mãos nas costas.
Estender os braços para diante, seguraras mãos e pressioná-las
uma contra a outra. Mesmo exercício, com as mãos nas costas.
A mão direita segura, por baixo, a borda da mesa, o rebordo
da janela ou algo semelhante. O corpo se apoia com o outro braço
a mesa Dobrar o antebraço, submetendo-o à resistência da mesa e
ao peso do corpo.
Manter-se entre os batentes da porta, pressionar os braços
contra os batentes, lateralmente ou verticalmente.
Manter-se de pé sobre uma corda segura pelas duas mãos. Os
braços e antebraços devem formar um ângulo de 909 Dobrar os
dois antebraços.
Reforço da musculatura das pernas e do abdómen
Colocar-se entre os batentes da porta. Estender a perna con-
tra a resistência do batente.
Colocar-se de lado entre os batentes da porta, levantar uma
perna para trás e pressioná-la contra o batente.
Resistência ao próprio corpo
e aos objetos
Sentar-se diante de uma cadeira ou caixa: elevando ligeira-
mente as pernas, apertar oss da cadeira.
De bruços: dobrar as antepernas em ângulo reto, e apoiar
contra uma parede. Estender as antepernas contra a resistência da
parede. Os braços abertos, lateralmente, impedem que o corpo des-
lize.
De pé entre os batentes da porta, costas apoiadas em um dos
batentes. Apoiar o pé contra o outro batente e empurrar.
Passar uma corda ou um pano por baixo da planta dos pés; es-
tender a perna. Este exercício também pode ser executado na po-
sição sentada.
Reforço da musculatura do tronco
Abaixado. Segurar os joelhos com as mãos. Estender o tórax
e as pernas contra resistência dos braços.
Deitado de costas, pernas estiradas. Segurar com ambas as
mãos a barra, o radiador, armário ou "buffet" etc. Levantar-se,
contra a resistência das barras. Mesmo exercício, de bruços.
O treinamento isométrico com parceiro oferece inúmeras possibi-
lidades, visto que o parceiro pode oferecer resistência em qualquer posição
que seja. Com os exercícios seguintes, as possibilidades do treinamento
isométrico com parcerioo estarão esgotadas. Devem incitar a imagina-
ção, na busca de outras formas de exercícios.
Todos os exercícios com parceiro, que consistem em luta para
empurrar, fazer deslizar, fazer rodar, dobrar etc. se prestam ao treinamen-
to isométrico.
De, ou sentado. Perna dobrada em ângulo reto na articula-
ção do quadril, procurando dobrar-se ainda mais, contra a resistên-
cia oposta oferecida pelo parceiro, que força a coxa do primeiro
para baixo.
De, frente a frente, elevar o braço direito à altura do om-
bro. Cada um procura empurrar o parceiro. Este exercício também
pode ser executado na posição sentada.
Exercícios de resistência
com parceiro
Sentar-se ou manter-se de, frente a frente. Entrecruzar os
dedos e procurar puxar o parceiro para seu lado.
Sentado no chão. O parceiro, de pé atrás do primeiro, procura
deitá-lo no chão puxando-o pela cabeça ou pelos ombros.
Um dos parceiros se senta no chão, pernas abertas; segurar a
nuca com as mãos. O outro tenta virar-lhe o tronco, puxando-o pe-
los cotovelos. Variação: flexão, ao invés de uma torsão do tronco.
Deitado de costas, com uma bola medicinal sob um joelho. O
parceiro tenta dobrar a perna estendida. Mesmo exercício com as
duas pernas ao mesmo tempo.
GINASTICA COM MATERIAL
Generalidades
O método e o objetivo do ensino da ginástica com material já fo-
ram amplamente descritos no capítulo "Ginástica geral" (ver pág. 75). En-
tretanto, é conveniente chamar ainda a atenção para os pontos seguintes:
oo todos os exercícios que convêm a todos os tipos de defi-
ciência; a intervenção adequada do ajudante do monitor deve permitir um
treinamento de mesmo valor para todos.
Os deficientes queo podem manter-se de pé devem frequente-
mente sentar-se em locais mais elevados (banquinho, banco de ginástica,
pilha de cobertores etc.) a fim de alcançar um treinamento válido.
O acompanhamento musical pode e deve intervir com frequên-
cia na ginástica com material.
A utilidade do material se prende, em particular, aos pontos se-
guintes:
Pode-se obter maior variedade nos exercícios de ginástica. A esco-
lha dos exercícios destinados aos deficientes é limitada, daí a necessidade
de uma variação proporcionada por um material manual variado. Deste
modo, evita-se a monotonia, e se consegue, ao mesmo tempo, uma ativida-
de mais intensa das mesmas funções.
O programa de atividades pode ser ampliado através de um treina-
mento intensivo da força, da mobilidade, da manutenção e da respiração.
O trabalho pode ser enriquecido por uma atitude jovial e alegre.
Mesmo em condições bem simples (ao ar livre, ou numa sala de gi-
nástica mal conservada), uma hora de ginástica pode-se tornar válida e
atraente.
As possibilidades do emprego de material manual aparecem:
nos exercícios que podem ser executados mais ou menos do
mesmo modo, com ou sem material;
nos exercícios que se prestam particularmente ao emprego de
um material determinado;
nos exercícios com parceiro e exercícios coletivos;
nos exercícios de treino;
nos exercícios de "performance";
nos jogos e corridas de estafetas (ver também pág. 125).
A lista seguinte oferece, para cada instrumento, uma escolha bas-
tante restrita. O monitor inteligente e experimentado poderá variar ao in-
finito o emprego de um instrumento, nos exercícios sugeridos. 0 agrupa-
mento dos exercícios se concentra sobre certos instrumentos que lhes con-
m melhor; pode-se naturalmente modificá-los, trocando o material. O
essencial é estar conforme os princípios enunciados no capítulo "Ginástica":
agrupar os exercícios segundo os efeitos que produzem sobre os diversos
grupos de articulações e de músculos.
Bola pequena
Bola oca
Em primeiro lugar, empregar-se-á a bola de ténis (fonte de abaste-
cimento vantajosa em bolas usadas: os clubes de ténis!); para variar, po-
de-se efetuar certos exercícios com a palma de couro.
Aula de treino
Jogar a bola para o alto, alternativamente para a esquerda e
para a direita, e tornar a pegá-la com as duas mãos ou com uma
só mão.
Enquanto a bola está no ar, girar sobre si mesmo, bater pal-
mas várias vezes, tocar o solo com as mãos.
Lançar a bola contra a parede; repetir o exercício acima, au-
mentar a distância.
Braço dobrado, deixar a bola cair da mão, no alto do braço;
estender o braço e fazê-lo sal tar.
Lançar a bola para trás e pegá-la diante de si.
Deixar a bola cair, braços estendidos horizontalmente, e se-
gurá-la antes que toque o solo.
Alternando: "espremer"e pousar a bola flexivelmente sobre a
palma da mão, diante de si e de lado.
Pressionar e pegar intervenção de força, portanto, aumen-
tar a altura; quem conseguirá tocar o teto?
Fazer saltar a bola no chão, à esquerda, à direita, mudar de
mão após cada toque; executar também descrevendo um semicír-
culo ao redor do corpo, na frente e atrás, sempre alternando as
mãos.
Jogar com duas bolas, uma em cada mão, trocando-as alter-
nativamente.
Driblar quatro vezes, jogar a bola para cima, passá-la de uma
o para a outra; pode também ser executado coletivamente.
Aula de "performance"
Tiro ao alvo, com aumento da distância: sobre uma esteira
suspensa, aros suspensos, barra.
Tiro à distância (aula de técnica de arremesso).
Exercícios de lançamento da bola, no início com uma peque-
na tábua, em seguida com um bastão.
A bola de ginástica é particularmente recomendada, mas para
variar, pode-se usar a bola de hand-ball, 0 de futebol ou de vôlei, contanto
que estejam disponíveis.
Exercícios executados andando
(relacionados com a aprendizagem do andar)
Segurar a bola com uma das mãos, com as duas mãos, na fren-
te, de lado e acima.
A cada quatro passos, jogar a bola para cima (estender os
braços), tornar a pegá-la balançando o braço para trás.
Driblar com as duas mãos, a cada passo, a cada dois passos, a
cada três passos.
Driblar continuamente com uma das mãos, e trocando de mão.
Bater com a bola no tamborim, jogá-la para o alto, bater com
ela na borda do tamborim, driblar.
Exercícios de pé
Elevar a bola na mão, o mais alto possível, extensão máxima
até que se chegue a segurar a bola com a ponta dos dedos."
Driblar, elevando-se até à ponta dos pés, e éncolher-se até
abaixar-se, levantar novamente.
Driblar acompanhando um ritmo irregular.
Jogar a bola para o alto com uma das mãos, pegá-la com as
duas mãos, jogar novamente e pegar com uma das mãos.
Jogar a bola para o alto com as mãos cruzadas, utilizando a
ponta dos dedos.
De, pernas ligeiramente afastadas: jogar a bola de uma das
mãos para a outra, por cima da cabeça.
De, pernas afastadas: fazer com que a bola passe de uma
das mãos para a outra, descrevendo um "oito" em torno das per-
nas; repetir, desta vez com balanço do torso.
Bola ao cesto.
Exercícios na posição sentada
Driblar de modo contínuo, passando a bola por cima das
pernas estendidas.
Rolar a bola em torno do corpo, pernas dobradas; repetir
com as pernas estendidas.
Apoiar-se nas mãos,s colocados sobre a bola, rolar esta
última continuamente, em diversas direções.
Exercícios de joelhos
Rolar a bola com ao direita, ao lado da perna esquerda,
passando o braço por trás; o mesmo exercício, de forma inversa.
Apoiar-se sobre uma das mãos e, com a outrao projetada
para diante, elevar a bola, elevando ao mesmo tempo a outra per-
na, estendida.
Apoio nas duas mãos. Com a cabeça, rolar a bola a partir
dos joelhos, o mais longe possível para diante e voltar.
Exercícios na posição deitada
De bruços, braços elevados e estendidos para a frente. Rolar
a bola para trás (trabalho dos dedos), chegando ás costas, mudar
de mão e rolar a bola para a frente.
De bruços, segurar a bola para cima, elevando os braços e o
tronco acima do solo.
Deitado de costas: segurar a bola no chão com os braços es-
tendidos; elevar o tórax para colocar a bola diante dos pés.
De costas: elevar a bola com os pés; deixá-la cair e pegá-la
com as duas mãos.
De costas: elevar a bola com os braços estendidos, deixá-la
cair na testa e, com a ajuda desta, fazer a bola saltar.
Bola medicinal Além da usual bola de couro, é insistentemente recomendada a
bola medicinal de borracha.
Exercícios individuais
Sentado sobre a bola, exercícios de equilíbrio elevando
uma perna, e em seguida as duas pernas.
Deitado de bruços, as mãos sobre a bola, apoiar o tórax, fa-
zendo peso nos pés.
Deitado de costas,s sobre a bola, apoiar os quadris, bem
como o corpo todo.
Deitado de bruços,s sobre a bola: apoio facial.
Deitado de bruços sobre a bola, elevar do solos e mãos.
Deitado de bruços sobre o trampolim, rolar a bola acima das
costas, deixá-la cair lentamente do outro lado. Do mesmo modo,
lançar a bola diante de si e deixá-la cair.
Tiro ao alvo, de, sentado, de bruços ou de costas, sendo a
meta o armário de ginástica, aberto.
Rodar a bola em torno dos quadris e dos tornozelos; pode-se
também executar com impulso, mas sem movimentar o tórax.
Exercícios com parceiro
Sentados, pernas estendidas: rolar a bola de um para o outro,
jogar a bola também. Mesmo exercício de, aumentando a dis-
tancia
Sentados, rolar a bola de um para outro com os pés.
Sentados, costa a costa, pegar a bola por cima da cabeça do
parceiro, colocá-la no chão e devolvê-la com as duas mãos, com
torsão do tronco.
Sentados, pernas afastadas, rolar a bola entre as pernas e jo-
gá-la para a frente, para o parceiro.
Os parceiros se postam um atrás do outro; passar a bola para
trás, por cima da cabeça; mesmo exercício, passando a bola por en-
tre as pernas abertas.
Costa a costa, pernas afastadas, passar a bola por entre as per-
nas e pegá-la por cima da cabeça.
De, em posição de marcha: passar a bola para a frente, por
cima da cabeça.
Exercícios coletivos
Sentados em círculo, jogar ou rolar várias bolas através do
círculo, sem que se toquem.
Deitados em círculo;o necessárias duas bolas: rolar uma de-
las através do círculo e jogar a outra; mesmo exercício, na posição
sentada.
Sentados em círculo, com certa distância entre uns e outros:
passar as bolas com as duas mãos; pode também ser feito por so-
bre as pernas, ou por baixo delas.
Em círculo, de gatinhas: fazer as bolas rolarem com ao es-
querda em direção à direita, passando por sob o torso; mesmo
exercício com a mão direita.
Em círculo, sentados, de, ou deitados:rolamento "dosado";
quem conseguirá fazer com que sua bola permaneça no centro do
aro, colocado no meio do círculo?
Deitados de costas, em pequenos grupos,s estendidos na
direção da bola colocada no centro; em conjunto, eleva-se a bola
com os pés; mesmo exercício efetuado com as mãos, deitados de
bruços.
Se possível,o utilizar maças muito pesadas; cuidar para que se-
jam suficientes, para que se possa executar exercícios com duas maças.
Maça
Aro
Trabalho com os braços
Balanço dos braços para a frente e para trás utilizando duas
maças; segurá-las com o indicador e o dedo médio.
Círculos dos braços: para a frente, para trás, com ou sem ba-
lanço intermediário; moinho, círculos assimétricos dos braços.
De, pernas afastadas, elevar a maça com a mão direita e
colocá-la no chão, diante do pé esquerdo; executar o inverso.
Balançar a maça deitada na palma da mão; o mesmo exercí-
cio, com a maça sobre os dedos.
Tiro ao alvo à distância, sobre esteiras colocadas umas atrás
das outras.
A maça serve de alvo para o arremesso da bola. A cada meta
atingida afastar a maça em um metro; quem atingirá primeiro uma
certa linha?
Trabalho com as pernas
Balisa entre as maças colocadas de.
Sentado, passar a maça de uma das mãos para a outra, por
baixo da perna direita e da esquerda, e também por sob as duas
pernas de uma vez.
Sentado, pernas estendidas. Pegar a maça com os pés, colocá-
la perto do torso e recolocá-la no ponto de partida.
Sentado, pegar a maça com os pés, rolar sobre si mesmo para
trás até que a maça toque no solo por cima da cabeça.
Aula de porte
Segurar o aro horizontalmente acima da cabeça. Girar o aro
para a direita e para a esquerda, através do cruzamento dos braços;
repetir, girando também o tronco.
Segurar o aro diante de si, mãos uma ao lado da outra; fa-
zê-lo oscilar através de um movimento flexível das mãos.
Segurar o aro de lado e fazê-lo girar em torno da articulação
do braço; ainda girando, fazê-lo subir para a parte superior do bra-
ço e tornar a descer, sempre girando.
De, no centro do aro colocado no chão, fazer com que o
aro suba em torno do corpo; fazê-lo subir até à extensão completa.
De bruços, segurar o aro como um "volante" em posição ver-
tical, fazê-lo girar através de torsão simultânea do corpo sobre si
mesmo.
Aula rítmica
Balanço do braço com o aro: largá-lo rapidamente e pegá-lo;
executar o mesmo com a outra mão.
Segurar o aro verticalmente acima da cabeça, balançando o
tronco lateralmente.
Aro verticalmente diante do corpo; fazê-lo girar vertical-
mente; executar o mesmo exercício balançando o tronco late-
ralmente.
De, pernas afastadas; dobrar três vezes o torso para dian-
te, progressivamente; na terceira vez, pousar devagar o aro no
chão; na quarta vez, levantar-se sem o aro.
Segurar verticalmente o aro diante de si; girar o torso para a
esquerda e para a direta.
Aula de mobilidade
Segurando os aros verticalmente, o grupo forma um "túnel"
com os mesmos. Os participantes se arrastam, um após o outro
dentro desta passagem, cada um levando seu próprio aro pelo
exterior, colocando-se no final da fila.
Passar o corpo por dentro do aro, de cima a baixo e de baixo
acima. Quem atingirá primeiro um certo número?
Andar, saltar ou correr, colocando oss no centro dos aros
pousados no chão.
Sentar-se no centro dos aros dispersos na sala. Há um aro a
menos em relação ao número de Jogadores. Ao apito, troca-se
de lugar e aquele que ficou sem lugar pega uma penalidade.
Empurrar os aros por sobre uma linha, executar igualmente a
balisa em torno dos piquetes.
Boomerang: jogar o aro para diante, executando um movi-
mento de recuo, de maneira que quando este atingir o solo, volte
na direção do arremessador.
Rolar os aros que desempenharão o papel de metas móveis,
diante do participante designado para arremessar bolas pelo meio
desses aros; quem conseguirá?
O bastão de ginástica é um antigo material, hoje frequentemente
desprezado, mas entretanto, de grande utilidade. Pode ser facilmente con-
feccionado com cabos de vassoura (cerca de 1 m de comprimento, com
extremidades arredondadas).
Exercícios com parceiro
De bruços, frente a frente, puxar e empurrar reciprocamente
o bastão.
Sentados, costa a costa, segurar em conjunto o bastão, man-
tido na posição horizontal acima da cabeça. Dobrando o tórax,
puxar o parceiro por sobre as próprias costas. Repetir o exercício,
de.
Sentados, frente a frente,s apoiados, os de um contra os
do outro. Balançar para a frente e para trás.
De bruços, segurar o bastão em conjunto; quem conseguirá
tomá-lo do outro?
Deitado de costas, segurar o bastão horizontalmente. O
parceiro se apoiará no mesmo; dobrar e estender os braços.
De, frente a frente; segurar em conjunto o mesmo bastão,
acima da cabeça. Dar meia-volta, sem largar o bastão e voltar ao
ponto de partida.
De bruços, frente a frente. Um dos parceiros segura firme-
mente o bastão verticalmente, e o outro tenta "subir" no mesmo.
Pode-se também segurar o bastão no alto e baixá-lo à esquerda e à
direita.
De bruços, frente a frente, trazer as pernas dobradas pelo la-
do e, puxando-se pelo bastão, tentar sentar-se.
Sentados, um atrás do outro, segurar em conjunto um bastão
de cada lado; girando ligeiramente o tronco, estender o braço direi-
to para diante e o esquerdo para trás, executando em seguida o
inverso.
Bastão de ginástica
Cuidar para que este material seja de preferência mais leve, do que
muito pesado.o recomendados os pequenos halteres de ginástica; fre-
quentemente pode-se utilizar dois ao mesmo tempo. Tendo em vista que
é necessário evitar, a qualquer preço, a respiração difícil ou arquejamento,
os exercícios com halteres constituem um excelente meio de praticar a res-
piração correta.
Aula de respiração correta
Exercícios com bastão e outro material.
Empurrar uma bola para a frente com o bastão.
Fazer a bola rolar batendo-lhe com o bastão.
Hockey com bola de ginástica, É proibido elevar os bas-
tões acima dos joelhos. O goleiro deve estar protegido por um ca-
pacete provido de uma grade suficientemente ampla.
Girar o aro suspenso na ponta do bastão.
Exercícios de reck com o bastão, seguro por uma das extre-
midades, ficando a outra colocada sobre a barra.
Bastão à guisa de "barra de trapézio" suspenso nos aros.
Halter
Segurar os halteres de modo descontraído acima da cabeça,
balançar os braços para trás até à tensão máxima.
Partindo da posição elevada dos braços, executar uma flexão
do torso, balançando o halter entre as pernas.
Balançar lateralmente dois halteres, braços para cima e de
lado.
Balançar dois halteres, braços de lado, com ligeiro movimento
de rotação para diante e para trás.
Segurar um halter com as duas mãos, estender lentamente o
tronco, dobrá-lo e deixar pender os braços.
Alternativamente à esquerda e à direita, segurando igualmen-
te o halter com as duas mãos, elevá-lo até a altura dos ombros, e
em seguida estender o braço completamente.
Deitado de costas, o halter colocado no chão depois da cabe-
ça; estendendo o braço, pegá-lo e trazê-lo até as coxas e voltar à
posição inicial.
Ao invés de cordas de borracha, com espessura de um dedo e com-
primento aproximado de 1,20 m, pode-se utilizar câmaras de ar usadas de
bicicleta.o mais baratas e prestam os mesmos serviços para os exercícios
de força.
Corda mágica
Aula de força
De pé sobre a câmara de ar, as duas extremidades seguras
pelas mãos, puxar para cima primeiro a ponta esquerda, depois a
direita, em seguida as duas ao mesmo tempo.
Segurar diante de si a câmara dobrada, puxar para o lado com
um braço por vez, em seguida com os dois ao mesmo tempo.
Passar a câmara dobrada por cima da cabeça, para trás e para
baixo, com os braços estendidos.
Sentado, a câmara diante dos pés; dobrar e estender as per-
nas; pode-se também rolar para trás com as pernas dobradas.
Sentados costa a costa, a câmara passando por cima dos om-
bros: dobrar o torso para diante estendendo os braços.
Amarrar a câmara pelo meio a uma barra: de frente para esta
última, executar círculos altos para trás com os braços, estirando
ligeiramente a corda.
De costas para a barra, executar círculos altos para diante
com os braços; executar igualmente o movimento do arremessa-
dor, para a direita e para a esquerda.
Câmara passada por cima dos ombros: flexão do torso para a
frente, estendendo os braços.
Cair para a frente, com as extremidades da câmara seguras à
altura do peito; estender um braço diretamente para diante, depois
o outro e em seguida os dois juntos.
Sentado de frente para a barra, puxar as extremidades da-
mara para trás e em seguida deixar cair o tórax para diante.
Mesmo que os exercícios usuais de pular corda só possam ser pra-
ticados na atividade física para deficientes numa medida extremamente
modesta, este material deve entretanto ser empregado de vez em quando,
tanto como acessório de ginástica, quanto como exercício típico de corda.
Exercícios individuais com corda de pular
Com duas cordas desenham-se obstáculos para transpor.
Dispõe-se as cordas formando um caminho, para a aprendiza-
gem do andar, de diferentes modos.
Exercícios coletivos com corda de pular
O monitor gira a corda a cerca de 50 cm do solo: arrastar-se
até ele e tornar a sair; o mesmo exercício, andando.
O monitor gira a corda no solo, e os alunos giram em sentido
contrário, sem tocar na corda.
Transpor a corda que gira a poucos centímetros do chão;
eventualmente, saltar.
Tração em posição sentada, de joelhos, de.
Tração em conexão com exercícios de reação: o grupo se
coloca de, sentado ou deitado a alguma distância do cordame.
Amarrar as duas extremidades do cordame: círculo em frente
ao mesmo, elevá-lo em conjunto na posição sentada, deitada, dei-
tada de costas, e ser de.
De, em círculo, segurar o cordame com os braços estendi-
dos; desta posição, trazê-lo até a altura das coxas estendendo os
braços o mais possível.
Jogo: gato e rato.
Corda
Cordame
Obstáculos
Os obstáculoso acessórios simples e apropriados, permitindo
ampliar as funções exercidas na ginástica sem material, sem que o grupo
se aperceba com desagrado da repetição.
Nos exercícios de balanço com dois obstáculos, o jogo de cores
sempre agrada.
Ver exemplos no capítulo "Ginástica".
"BALI": UMA VARINHA MÁGICA PARA OS DEFICIENTES
Nos anos cinquenta, Schmidt-Dincklage inventou um "acessório
de ginástica para casa" que serve para corrigir os defeitos do porte, bem
como para o treinamento do coração, da circulação sanguínea e da respira-
ção. Sua estrutura inspira-se num material de treino utilizado por dançari-
nos dos templos de Bali. 0 "Bali" lembra um alfinete de segurança, aber-
to, munido em suas extremidades por dois pegadores . Segundo a consis-
tência doo e o comprimento dos pegadores, este material existe em-
rias versões:
Bali amarelo Mola 2 kg Para crianças a partir de 6 anos,
Bali verde Mola 4 kg " senhoras e adolescentes,
Bali vermelho Mola 8 kg " senhoras desportistas e se-
nhores,
Bali azul Mola 12 kg " desportistas
O "Bali" é gracioso, agradável e harmonioso à vista. Quando "ex-
perimentado", fornece a impressão de ser um material perfeito para o es-
porte. 0 Dr. Dombrowsky, conselheiro médico do "Bureau municipal de
la Santé Publique de Francfort-sur-le-Main" Departamento Municipal de
Saúde Pública de Francfort-sur-le-Main escreve: "0 Bali é um instru-
mento fundamental, um instrumento de base para o desenvolvimento, ma-
nutenção e melhoria do estado geral e da força, para todas as idades e
para ambos os sexos". Do ponto de vista da higiene pública, o grande valor
do "Bali" o torna um meio de prevenção e tratamento, na luta contra o
desleixo alarmante da postura dos jovens, conhecida por todos os médicos
da escola.
Para os deficientes, vítimas de afecções na coluna vertebral, na
bacia e nas pernas, assim como para os cegos, o "Bali" é um instrumento
ideal. 0 uso forçosamente flexível e rítmico deste instrumento leva auto-
maticamente a uma respiração intensiva e age diretamente sobre todos os
músculos que auxiliam a respiração. Daí resulta a animação espontânea da
circulação sanguínea, melhor nutrição dos músculos e o desaparecimento
dos sintomas conhecidos da fadiga.
Material ideal na atividade física
para deficientes
Com o "Bali", o deficiente, cujo organismo esteja mal treinado,
pode exercitar ao máximo seu coração e a circulação do sangue, de manei-
ra simples e sem perda de tempo. Obtiveram-se resultados magníficos, trei-
nando diariamente a circulação sanguínea com o "Bali" no sanatório para
desportistas de Isny (Dr. G. Martens/E. Weinmann), bem como nos cursos
de esporte para deficientes de Macolin.
O "Bali" é também utilizado na área da ginástica para doentes, É
especialmente recomendável para as deformações da caixa toráxica, da
cintura escapular e da coluna vertebral. Para todas as debilidades causadas
pelo crescimento e pelo desenvolvimento: peito fundo, respiração plana,
cifose, omoplatas proeminentes etc. O "jogo do Bali" é excelente, levan-
do em conta as experiências de fisioterapeutas conhecidos. É igualmente
recomendado para a reeducação ortopédica e cirúrgica devido a fraturas
e ferimentos nas articulações, para as atrofias e para o tratamento conse-
cutivo a paralisias periféricas.
O emprego deste material na atividade física para deficientes é
muito aconselhável.
Inúmeros médicos, fisioterapeutas, instrutores de esportes etc,
empregam o "Bali" com resultados surpreendentes. Reconhecido como
"material de cura na terapia ativa do movimento" (ortopedia respirató-
ria;, encontrou guarida em várias clínicas universitárias, casas de saúde
e sanatórios.
Com o "Bali" a condição física geral pode ser mantida.
O Dr. Erwin Moscher, médico, livre-docente, assim se exprime
a propósito do "Bali":
"Em nosso laboratório funcional dos pulmões, temos proce-
dido a experiências, juntamente com nosso fisiólogo da respira-
ção Dr. Weisser. O uso do "Bali" aumenta rapidamente a respira-
ção, o consumo de oxigénio e a frequência do coração. O exercício
com o "Bali" equivale a uma importante atividade esportiva. Isto
pode surpreender, de início, porque o exercício parece divertido e
fácil. Reside precisamente aí o âmago da questão. O "Bali" nãoé
um instrumento de força estática com intervenção de um grande
vigor momentâneo, o que como sabemos, tende a restringir a
circulação sanguínea, mas um instrumento móvel e dinâmico
com uma resistência elástica e flexível.
"Desta maneira, a musculatura é contraída e descontraída harmo-
niosamente, o que melhora a circulação sanguínea".
"Se pretendermos aumentar o efeito do treinamento,o se au-
menta o peso, como ocorre quando se trata de um instrumento de força,
mas o ritmo e a duração do exercício".
"Do ponto de vista f isiológico-esportivo, ou seja, do ponto de vista
médico, é importante que o treinamento seja efetuado com frequência.
Em outros termos, um exercício diário de 1 a 2 minutos tem maior
valor do que um exercício semanal durante um tempo equivalente. Aliás,
isto é valido para toda atividade esportiva, pois, após uma semana, o resul-
tado do treinamento precedente se perde, sendo necessário recomeçar
praticamente da estaca zero, a cada vez. Um ou dois minutos por dia
mais uma vantagem deste material, mesmo o homem muito ocupado
certamente poderá dispor deste pequeno espaço de tempo."
"Bali" deve auxiliar-nos prossegue o Dr. Morscher — e nos incen-
tiva ao exercício diário de ginástica. Vantagens:
a musculatura se descontrai mais do que se crispa;
o coração e a circulação sanguíneao particularmente exer-
citados; ,
os movimentoso flexíveis e balanceados, e deste modo,
harmoniosos.
"É a razão pela qual o "Bali" pode e deve ser recomendado a to-
dos a homens e mulheres, às crianças e aos adultos. Em nosso hospital,
s o introduzimos principalmente na ginástica de manutenção física."
No sanatório para desportistas de Isny, o médico-chefe Dr.
Martens e Eugen Weinmann estão procedendo a pesquisas profundas sobre
o "Bali". De acordo com as primeiras análises, já podem afirmar que um
treinamento regular influencia favoravelmente a circulação sanguínea com
um nítido resultado.
O "Bali" é, antes de tudo, um excelente instrumento para todas as
pessoas afetadas por uma postura defeituosa, principalmente da parte su-
perior do corpo, devido ao nascimento, a acidente, a doença ou, ainda, de-
vido ao exercício de determinada profissão, manifestando-se por maior
ou menor crispação da musculatura das extremidades superiores, da cin-
tura escapular e do torso, simultaneamente com uma deformação da
coluna vertebral, principalmente na região do pescoço e do peito.
A maioria das pessoas que utiliza o "Bali" pela primeira vez sub-
estima o valor deste instrumento, do ponto de vista da solicitação mus-
cular. Elas comprimem o instrumento apenas uma ou duas vezes, bem pró-
ximo ao peito, e pensam com certa comiseração que istoo levará a
nada. Mas se propusermos a estas mesmas pessoas que balancem o "Bali"
sessenta vezes em círculo, de maneira rápida e regular, no alto, a maioria
delas, após vinte vezes, já estará prostrada e buscando o fôlego. Ao con-
trário dos instrumentos de força estática com impulso de força momen-
tânea, o "Bali" é um instrumento móvel, rápido, graças ao qual o pro-
gresso e o treinamento se conseguem através da repetição e da rapidez no
desenvolvimento do exercício. Em primeiro lugar este instrumento leva a
tomar consciência da importância da respiração e, consequentemente, do
efeito intensivo que produz sobre a circulação sanguínea. O conhecido
treinador Joseph Waitzer tem o "Bali" em conta dejjm instrumento ideal
para a melhoria da força e a aquisição de resistência.
Em resumo:
Orientar os exercícios com movimento e ritmo. Depois das primei-
ras experiências, pode-se exercitar diariamente com o "Bali" desenvolven-
do os exercícios de formas variadas e em ritmoo muito forçado (50 a
60 toques por minuto) durante 1 a 2 minutos, o que constitui a média
desejável. Para um treinamento especial, pode-se naturalmente obter um
efeito maior, aumentando a duração do exercício e o ritmo.
Correção dos defeitos de postura
Exercícios
"Balinar"
É o melhor exercício com o "Bali", pois solicita principalmente a
circulação sanguínea, a atividade do coração e dos pulmões.
Pernas ligeiramente afastadas, "Bali" aberto, braços estendi-
dos acima da cabeça; comprimir o "Bali" mantendo os braços es-
tendidos, e descer deste modo as mãos até a altura dos ombros;
desapertar ligeiramente o instrumento, descrevendo um círculo
para fora com os braços e voltar à posição inicial. Mãos bem
próximas às orelhas ao descer!
Tocar o sino
Pernas ligeiramente afastadas; "Bali" aberto, braços estendi-
dos acima da cabeça: impulso, e descer o corpo até à posição abai-
xada, plantas doss bem apoiadas no chão, comprimir o "Bali"
até que as duas mãos se toquem.
Impulso e rotação do tronco na posição de pé
Pernas ligeiramente afastadas, braços horizontais, punhos à
altura do rosto, instrumento aberto: rotação do tronco para a es-
querda, pressionando o "Bali" com o braço direito". Mesmo exer-
cício no sentido inverso.
Impulso e rotação do tronco na posição sentada
Sentado, torso ereto, pernas liqeiramente afastadas, joelhos
retos. Utilizar o "Bali" como acima.
O exercício na posição sentada é mais difícil; ele solicita
sobretudo os músculos das costas e do abdómen.
Grande impulso lateral
Pernas ligeiramente afastadas, "Bali" aberto pendendo para
baixo: elevá-lo para a esquerda, girando bem o corpo. Repetir
para a direita; estirar o mais alto possível.
Rachar lenha
Pernas ligeiramente afastadas, braços para cima. Distendendo
o "Bali", com a argola para diante, levá-lo para baixo: jogar o torso
para a frente e para baixo, fechando o instrumento. Executar o
movimento até onde for possível, passando os braços por entre as
pernas.
Impulso para o golfe
Semelhante ao grande impulso lateral, mas com movimento
inverso dos braços. Neste exercício, os punhos devem-se juntar
por ocasião do impulso do tronco. Separá-los ao elevar os braços
lateralmente, de modo que no final deste impulso o braço respec-
tivo esteja estendido para cima. Uma vez o braço direito, uma vez
o esquerdo.
O trabalho das pernas com o "Bali"
Acrescentando alças aos pegadores;pode-se conseguir que o
"Bali" aja igualmente, de baixo para cima. Basta mencionar um
exercício padrão particularmente eficiente, ao qual chamamos
de "tesoura giratória das pernas", que lembra o movimento das
pernas no nado de peito. As fotos abaixo mostram o desenvolvi-
mento do movimento. Este exercício também pode ser executado
ao inverso, isto é, trazendo as pernas afastadas o mais próximo
possível das nádegas, e aproximando em seguida os pés, estende-se
os joelhos juntos; separá-los para voltar à posição inicial. Também
neste exercício, exercitar sempre num ritmo igual, sem interrup-
ções, sem arrancos. Recomenda-se que de início se deixe deslizar
os calcanhares no chão. Deste modo, pode-se melhor dirigir o
instrumento, evitando um "reviramento". Mais tarde, pode-se
exercitar com as pernas elevadas, o que aumentará consideravel-
mente os efeitos. Especialmente recomendado para a musculatura
das coxas, do abdómen e das nádegas.o puxar a argola, segurá-
la de leve e flexivelmente com as pontas dos dedos, a fim de que o
aparelhoo caia sobre as coxas. Convém repetir o exercício com
a maior frequência possível, sem esforço demasiado; em todo caso,
todos os dias.
O ASSENTO ROLANTE*
Generalidades
O assento rolante é um aparelho para o uso dos deficientes, uso
limitado à aula de ginástica e esporte. Sua vantagem principal encontra-se
no fato de que permite um fácil deslocamento e participação nos jogos,
para deficientes de todos os tipos.
Descrição: compõe-se de um assento montado sobre pequenas
rodas (rótulas). Fig. 1.
As rodas podem ser de metal ou de borracha (a borracha
endurecida se aplica mais facilmente nos diversos tipos de solo).
Vantagens: é de fácil manejo, sem o emprego de muita força.
A fricção sobre o solo é praticamente eliminada. O centro de
gravidade está bem próximo do solo.
As quedaso apresentam perigo algum. Qualquer deficiente
pode utilizá-lo, impulsionando-se com os membros superiores e/ou
os membros inferiores; se o deficiente for incapaz de mover, mes-
mo parcialmente, uma das pernas ou os dois membros inferiores,
acrescenta-se uma peça de aumento. Fig. 2.
Se o deficiente for incapaz de se manter sentado (paralisia
dos músculos do tronco), acrescenta-se um encosto que poderá
ser sob medida para o deficiente, e com maior ou menor inclina-
ção. Fig. 3.
Se o deficiente possui bacia oblíqua mesmo na posição sen-
tada, acarretando o desequilíbrio do tronco, pode-se utilizar um
assento composto.
Contra-indicação: deficientes para quem qualquer tipo de choque
é proibido (graves perturbações da sensibilidade cutânea e
perturbações tróficas da pele, escaras, úlceras varicosas).
Utilização: exercícios de ginástica no chão, exercícios e jogos de
deslocamento, jogos de bola.
Este trabalho sobre o assento rolante é apenas um esquema.
enunciamos nele as idéias gerais, ilustradas por alguns exercícios que nos
pareceram poder definir com maior clareza estas idéias.
Texto Original
Estes princípios gerais permitirão aos monitores imaginar ou-
tros exercícios e criar outros jogos.
Bem entendido, os exercícios com assento rolanteo substituem
a ginástica geral no chão, o treinamento e os jogos na posição de, para
aqueles que podem fazê-lo.
O assento rolante permite ou facilita certos exercícios impossí-
veis de executar, devido a uma debilidade muscular muito acentuada.
Ele permite efetuar os exercícios de mobilização das principais
articulações, inclusive da coluna vertebral, sem utilizar o peso do corpo.
Este género de trabalho pode ser comparado àquele efetuado na
água, ou com o corpo suspenso. Um segmento do corpo repousa sobre o
assento: é a parte móvel. A outra parte do corpo repousa sobre o solo: e
o ponto fixo.
Técnicas dos exercícios
de ginástica
Mobilização do quadril
4 Posição sentada:
abrir-fechar
5 Posição deitada de costas:
abdução = abrir
6 Posição deitada de lado:
flexão-extensão
7 Mobilização do ombro
Mobilização da coluna verte-
bral
8 Flexão lateral do tronco na posi-
ção deitada de costas, ou de bruços
9 Assento
ou sob a cabeça e a nuca (movi-
mento localizado na coluna su-
perior)
ou sob as pernas (movimento lo-
calizado na coluna inferior)
10 Flexão lateral do tronco com
maior amplitude do que anterior-
mente
11 Mobilização em flexão lateral, as-
sociada a uma rotação da bacia e
da coluna (o mesmo exercício
pode ser executado de costas,
mãos cruzadas por trás da nuca; os
cotovelos permanecem sobre o
solo)
12 Rotação da coluna vertebral. As
mãos cruzadas por trás da nuca e,
durante o exercício, os cotovelos
o se afastam do chão.
Os exercícios podem ser intensificados colocando-se o corpo numa
posição mais elevada e diminuindo a superfície dos pontos de apoio no
chão. Como anteriormente, existe uma parte fixa e uma parte móvel.
Posição inicial: sentado sobre os calca-
nhares
13 O assento se afasta e se aproxima
dos joelhos
14 Pode-se acentuar a intensidade
colocando as mãos, ao invés dos
antebraços, sobre o assento
aumentando a distância entre os
pontos de apoio
15 Este exercício pode também ser
executado com o assento sob as
pernas
Músculos ativos: abdominais e
grandes peitorais (+ tríceps, se o
apoio for efetuado sobre as mãos)
16 O assento se afasta e se aproxima
das nádegas
Dosagem de intensidade e trabalho
muscular:
as nádegas permanecem apoia-
das no solo: músculos das coxas
as nádegas estão um pouco ele-
vadas do chão: músculos das co-
xas e dos braços (tríceps)
quanto mais elevada a bacia,
mais os músculos das costas (ex-
tensores) trabalham de maneira
intensa
17 O assento passa por sob as nádegas
Intensidade: mais fácil com as per-
nas dobradas, mais difícil com as
pernas estendidas.
Músculos ativos: costas + coxas
(parte superior), nádegas
18 O assento passa por sob a barriga
Intensidade: o trabalho se torna
mais intenso se as coxas e joelhos
estiverem acima do solo
Músculos ativos: músculos abdo-
minais (+ os quadríceps se os joe-
lhoso tocarem o solo; ponto de
apoio sobre os pés)
19 O assento passa por sob as pernas
Intensidade: mais fácil com as per-
nas dobradas, mais difícil com as
pernas estendidas
Músculos ativos: músculos abdo-
minais e quadríceps, se os joelhos
estiverem estendidos
Trabalho com parceiro
20 Lançar o assento de um para o ou-
tro.
O trabalho será mais intenso se os
braçoso tocarem o chão quan-
do o assento for "mandado".
Trabalho dos músculos das costas
21 O assento vai e vem, mas fica segu-
ro pelos parceiros
Quanto mais um parceiro resistir,
mais o trabalho daquele que em-
purra será difícil
Trabalho dos músculos dos braços
e dos ombros
Pode-se também executar estes
exercícios na posição sentada:
22 Mandar, empurrar-resistir com as
pernas
Trabalho muscular: músculos ab-
dominais e músculos dos membros
inferiores
Trabalho com o assento, em conjunto
com outros acessórios
23 Afastar-se e aproximar-se das barras
Trabalho dos músculos dos braços
e dos ombros
24 Balanço lateral do corpo
Trabalho dos músculos dos braços,
dos ombros e do tronco (laterias)
Braços dobrados a meio
Braços completamente dobrados
Braços estendidos para trás
Movimento de vai-e-vem, na extremidade da corda. Puxa-se os
braços para provocar o deslocamento, e estende-se os braços no final do
referido deslocamento, para ir mais além e para preparar o deslocamento
seguinte.
Trabalho dos músculos grandes dorsais e grandes peitorais.
Exercícios de deslocamento
Reação e equilíbrio: deslocamentos com mudanças rápidas de dire-
ção, a um breve comando.
Deslocamento executando movimentos do tipo "natação".
Estes exercícios de natação" podem ser efetuados com a utilização
de dois assentos (sob a barriga e sob as pernas) ou com um assento (mais
difícil, pois será preciso manter as pernas elevadas).
Estafetas
31 Concursos individuais ou em gru-
po, de todos os tipos.
Baliza
Meta a atingir
Objeto a transportar
Alvo a atingir
Jogo de perseguição
32 Um dos participantes coloca um
objeto atrás de um parceiro, e es-
te último deve persegui-lo, pegan-
do-o se possível antes que ele lhe to-
me o lugar
Bola caçador (ver pág. 126)
Voleibol
33 (ver pág. 135)
"Rollballl (ver pág. 138)
"Badminton"
34 (ver pág. 144)
Certos exercícios podem ser executados com o auxílio de outros
acessórios (bolas etc). Quisemos demonstrar todas as possibilidades do
assento rolante e a vantagem primordial que possui nos jogos de grupo,
onde se encontram deficientes muito diferentes. O grupo geralmente é
heterogêneo, pois a força, capacidade, agilidade e deficiênciao várias.
Todos os deficientes podem jogar juntos, participar do mesmo jogo; o
assento rolante, cujo emprego é dos mais fáceis, coloca-os no mesmo pé
de igualdade.
O assento rolanteo passa de um meio, entre outros meios, mas
um meio útil e interessante.
ARCO E FLECHA
Apesar de exigir força e destreza do atirador, esta disciplina espor-
tiva permite que inúmeros deficientes participem de competições, nas
mesmas condições que as pessoas válidas.
Por outro lado, o arco e flecha é muito válido do ponto de vista
médico. Desenvolve de modo harmonioso a musculatura do tronco, dos
ombros e dos braços; músculos indispensáveis à boa postura e ao desloca-
mento do paraplégico que utiliza aparelhagem para andar. Quanto mais
altas forem as lesões do paraplégico, o que limita a força da musculatura
abdominal e lombar, mais ele recorre aos braços para a "marcha". Enfim,
o arco e flecha é precioso, pelo fato de permitir que se adquira um novo
senso de equilíbrio.
O Arco
Existem arcos de aço, de madeira e de material sintético. A força
destes arcos é a seguinte:
Para senhoras 25 a 34 Ibs;
(1 lb = 0,45kg)
Para homens 34 a 44 e 45 a 63 Ibs.
Generalidades
Equipamento
O arco deve ser escolhido segundo sua força. Um arco demasiado
duro exige um esforço muito grande, o que acarreta o tremor do pulso,
impedindo que se atinja o alvo preciso (durante a mira, o arco deve per-
manecer estendido durante dois a quatro segundos).
A corda do arco pode ser de linho, cânhamo, seda crua, fio sin-
tético ou de aço. As cordas deooo recomendáveis.
A flecha
Material empregado: madeira, aço, duralumínio ou fibra de vidro.
As flechas de duralumínioo as mais duráveis.
Flechas longas: 64 a 72 cm
Flechas curtas: 55 a 63 cm
diâmetro: 7 a 8 mm
diâmetro: 6 a 7 mm
Para atiradores que possuam braços curtos, empregar flechas curtas.
Numa das extremidades da flecha encontra-se a ponta de ferro; a
outra extremidade é provida de penas, que lhe fornecem a estabilidade do
vôo.
Aljava
Serve para guardar as flechas.
Proteção de couro para os dedos
Impede ferimentos na ponta dos dedos anular e médio, utilizados
para puxar a corda.
Proteção dos braços
Após atirada a flecha, a corda volta muito bruscamente à posição
primitiva. Suas vibrações podem ferir o antebraço que segura o arco. Por
conseguinte, é preferível proteger o lado interno do braço.
Alvo
É feita de palha, recoberta com papel ou tecido. Seu diâmetro é o
seguinte:
122 cm para uma distância entre 90 e 70 metros
80 cm para uma distância entre 50 e 30 metros
A parte central do alvo se divide em vários círculos, cada um com
seu valor; por exemplo, para o alvo de 10 círculos:
Pontos
1-2
3-4
5-6
7-8
9-10 (centro)
Cores
branco
preto
azul
vermelho
amarelo
Mede-se a distância desejada e coloca-se o alvo, se possível num
canto de terreno gramado.
O suporte
O suporte serve para acolher as flechas e o arco. É fincado no solo,
perto do atirador, sem entretanto obstar os seus movimentos.
O local de tiro deve estar sob vigilância de pessoa especialmente
encarregada para a função.
Organização
(prevenção de acidentes)
O material deve estar sob controle:o utilizar arco fendido, pro-
tetores das mãos, braços e dedos em mau estado, flechas com defeito.
o atirar ao mesmo tempo de distâncias diferentes.
Os iniciantes devem atirar primeiro de pequenas distâncias.
Antes de atirar a flecha, deve-se ter certeza de que o campo está
livre, inclusive atrás do alvo.
O monitor deve dispor de uma caixa de primeiros socorros. Se al-
guém for ferido por uma flecha,o extrair esta última precipitada-
mente do ferimento (risco de hemorragia).
Em cada localidade importante, encontra-se uma associação de
arco e flexa, cujos membros se colocarão com prazer à disposição, para
conselhos e orientação. (*)
Posição
Pernas ligeiramente afastadas, porte ereto do corpo, de perfil para
o alvo. Pousar a flecha sobre a superfície de apoio, lado esquerdo do arco;
pegá-la entre o polegar e o indicador dao que vai atirar e apoiá-la sobre
a corda. Cuidar para que a pena condutora, perpendicular ao entalhe
em geral é pintada de outra cor, esteja dirigida para o alto. Em seguida,
pegar a flecha fixada na corda, entre o dedo anular e o médio, a cerca de
5 mm da corda e deslizar os dedos ao longo da haste até a corda. Este mo-
vimento serve para assegurar que a flecha está corretamente fixada.
Segurar a corda com dois ou três dedos (pelo meio das últimas fa-
langes): indicador acima da flecha, dedo médio e eventualmente o anular
abaixo (o indicador e o médioo devem tocar a flecha durante a tensão
da corda). Estender o braço esquerdo, cujao segura o arco vertical-
mente, frente ao alvo. A mãoo deve crispar-se ao segurar o arco. Ao
direita puxa a corda horizontalmente para trás, até a ponta do nariz; o
cotovelo direito deve estar virado para fora, à mesma altura do braço es-
querdo.
Mira natural
A maneira intuitiva e natural de mirar só convém para pequenas
distâncias no arco e flecha. A maior distância para um iniciante é de 50 m,
levando em conta que ele atira com um arco fraco. A prática demons-
trou que a mira intuitiva é uma boa preparação para o tiro com visor.
Começa-se com uma distância de 15 m. Puxa-se a corda com força
e mantém-se firme ao direita. Observa-se o alvo com os dois olhos, dis-
tinguindo bem os contormos do alvo (pedaço de papel, tecido colorido
etc). O ombro esquerdo esconde um pouco o alvo. O lado esquerdo do
arco divide a meta ao meio, a ponta da flecha parece esfumar-se, Conscien-
tizemos bem esta imagem: é desta maneira que devemos ver o alvo, com o
anco bem estendido e ao direita em boa posição, É necessário manter-
se diante do alvo de maneira que as pontas dos sapatos e a linha de tiro
formem uma única linha. Olhos fixos no alvo. Os dedos soltam então a
corda, sem que se mude de posição. Conserva-se a posição até que a flecha
tenha atingido o alvo.
Mira com acessórios
Mirar significa dirigir a arma para um ponto bem preciso. Quanto
mais afastada estiver a meta, maior o ângulo de paVtida.
O sinal de mira que encontramos no arco é o ponto que deve coin-
cidir com o ponto do alvo. Quanto mais longe estivermos do alvo, mais o
sinal deverá estar baixo. Quando miramos, é preciso juntar o ponto da
meta com o olho e o sinal do arco, o que formará a linha de tiro.
Na mira natural, a imagem do alvo fica dividida pela corda, que
parece esfumaçada. Deve-se procurar trazer a ponta da flecha o mais pró-
ximo possível do olho, e visar com a flecha. Se atirarmos de uma distância
C) N.T.: Na Suiça.
Conselhos gerais
Regras internacionais de tiro
maior, com um ângulo de partida também maior, deve-se mirar para o
alto, no vazio acima do alvo. O arco e flecha exige antes de tudo, uma boa
visão da meta. É a razão por que se mantém a flecha e ao que segura a
corda, de preferência sob o queixo.
No momento de atirar o corpoo deve-se mexer, com exceção
dos dedos da mão direita que se abrem bruscamente para soltar a flecha.
A mão deve permanecer à altura da ponta do nariz. Manter-se nesta posi-
ção até que a flecha tenha atingido o alvo.
Na posição de repouso do arco, a distância entre a corda e o meio
do arco deve sempre ser a mesma, a fim de se obter um tiro regular.
Durante um torneio, é preciso verificar várias vezes esta distância.
Nunca se deve efetuar um tiro de ensaio sem a flecha. A resistên-
cia desta última impede o rompimento da corda no momento da disten-
são.
A cordao deve ser estendida além do comprimento máximo
da flecha.
O comprimento da flecha deve corresponder ao comprimento do
braço do atirador, para que o arco seja seguro de maneira satisfatória. Se
as flechas forem muito curtas, o arcoo poderá desenvolver toda a sua
capacidade, perdendo assim a elasticidade. Se forem muito longas, o
arco se tornará muito tenso, o que acarretará a insegurança do tiro.
A ponta da flecha deve ser afiada de vez em quando.
Antes de uma série de tiros, todas as flechas devem ser verificadas.
Para extrair as flechas do alvo, segurá-las entre os dedos indicador
e médio e puxar com a outra mão.
Antes do tiro, verificar a direção do vento, a fim de poder proce-
der a eventuais correções.
Os movimentos devem ser executados lentamente e com regulari-
dade. Quanto mais forem naturais e descontraídos, melhor sairá o tiro.
Depois de cada tiro, é necessário descontrair os olhos, sem que
para isso se modifique a posição do corpo.
As regras para os torneios internacionais de arco e flechao as
seguintes: os alvos possuem cinco cores e um diâmetro de 122 cm, para
tiros de uma distância de 90 e 70 metros (homens), ou de 70 e 60 metros
(senhoras), e um diâmetro de 80 cm para tiros de uma distância de 50 e 30
metros (senhoras e homens).
O arco e flecha é praticado segundo várias distâncias ecom número
variável de flechas:
St-Nicolas Round 48 flechas 40 yards (36 m)
36 flechas 30 yards (27 m)
Columbia Round 24 flechas 50 yards (45 m)
24 flechas 40 yards (36 m)
24 flechas 30 yards (27 m)
Windsor Round ou
Albion 36 flechas 80 yards (73 m)
36 flechas 60 yards (54 m)
36 flechas 50 yards (45 m)
FITA-Round (Federação Internacional de Arco e Flecha)
Nos torneios FITA atiram-se 36 flechas para cada uma das duas
distâncias, em 6 séries de 6 flechas cada uma. Nas curtas distâncias (30 e
50 m), atira-se 12 séries de 3 flechas cada uma. (Série = número de flechas
atiradas numa direção, sem interrupção).
JOGOS E REVEZAMENTOS
Generalidades
O jogo é a ocupação principal da criança. Brincando, ela aprende
a conhecer o mundo e a dominá-lo. O adulto joga para contrabalançar o
trabalho e a rotina. A criança fisicamente deficiente é com frequência
excluída da comunidade natural do jogo. É por isto que na atividade-
sica para deficiente o jogo toma um significado todo especial. Apenas as
pessoas que brincaram bastante nos seus verdes anos podem dispor de um
desenvolvimento psíquico sadio; apenas aqueles que, adultos, ainda
sabem realmente brincar num ambiente feliz, e o desejam, podem-se con-
siderar como "ser humano inteiro".
O jogo esportivo tem, por outro lado, um efeito de treinamento
nada negligenciável, cuja vantagem principal está no fato de que o jogador,
em seu entusiasmo,o se apercebe que está-se treinando e se exercitando.
Metodologia
A passagem da ginástica ao jogo é natural. A este propósito repor-
tar-nos-emos aos capítulos "Ginástica" e "Ginástica com material" que
igualmente tratam das formas do jogo.
Somente aquele que, do ponto de vista técnico, domina um pouco
que seja uma forma qualquer de jogo, pode sentir a plena satisfação que o
jogo oferece, É a razão pela qual torna-se importante que o monitor esco-
lha os jogos que convêm aos seus deficientes, e que avance passo a passo
na apresentação dos mesmos (adaptação ao material de jogo, automatiza-
ção das formas importantes do movimento, do ponto de vista ginástica e
jogo, progressão lenta das regras, começando pelas mais simples, até as
mais difíceis).
Pequenos jogos
Para pequenos jogos e corridas de estafetas, sem pretensões técni-
cas, podemos e devemos permitir-nos uma certa liberdade. Os grandes
jogos de equipe e de competição requerem, em contrapartida, uma intro-
dução sistemática; mudanças frequenteso surtem efeito. Maso le-
vamos em conta, de maneira alguma, a especialização, É dever de todo
monitor de atividade física para deficiente velar para que cada participante
receba sua quota de exercício e jogo. "Não é permitido dar a impressão de
que só existem as competições, e que apenas o deficiente melhor dotado
vale algo. Nisto, diferenciamo-nos radicalmente de todos os outros es-
portes". (Lorenzen).
Para os jogos coletivos e corridas de estafetas, o monitor designa
pessoalmente equipes homogéneas, do ponto de vista deficiência e apti-
dões. Em todos os casos, é psicologicamente nocivo e deprimente para os
de constituição fraca e de deficiência acentuada, que o monitor permita
que os próprios participantes constituam a equipe.
Uma regra fundamental prevalesce, do ponto de vista metódico:
nenhuma aula sem jogo! Durante o jogo, é indispensável associar a técnica
e o ambiente de competição à satisfação e ao jogo franco.
Os jogadores, sentados em círculo, bem juntos, braços apoia-
dos, procuram manter por determinado tempo uma bola comum
ou uma bola "Nívea" suspensa pelas cabeças, pernas ous (sendo
o caso, pelos cotos). Formar círculos de 10a 12 pessoas. Qual o
grupo que manterá a bola por mais tempo?
Sentados em círculo. Passar a bola de um para outro, pri-
meiro à esquerda e depois à direita. Quem conseguiráo deixar a
bola cair nenhuma vez? Variações: o mesmo jogo, com duas ou-
rias bolas. A cada lance, pular um dos jogadores. Sob a forma de
concurso: numerar os participantes de dois em dois; os
s
1 e 2
recebem uma bola cada um, com a qual tentam pegar a outra. Ao
apito, mudança de direção!
Jogo de bola, sentados em círculo: Um dos jogadores (o
monitor) se senta no meio e bate na bola com a palma da mão, na
direção dos jogadores, os quais lhe devolvem do mesmo modo.
Entre dois toques, a bola só poderá tocar no solo uma vez. Qual o
grupo que conseguirá jogar mais tempo sem faltas?
Voleibol em círculo: sentados ou de, em círculo. Um dos
jogadores coloca-se de pé ou sentado no meio do círculo. A bola
é jogada entre ele e qs outros jogadores com as duas mãos, nas
pontas dos dedos (como no voleibol). A bolao deve cair. Qual
o grupo que conseguirá jogar mais tempo sem faltas?
Sentados em círculo, a uma distância de 1 m uns dos outros.
Um dos jogadores, no meio do círculo, tenta rolar a bola medi-
cinal para fora do círculo com as mãos, oss ou os braços. Os
jogadores do círculo lhe interceptam a passagem à esquerda (e
depois, à direita). Aquele que deixar a bola passar vai para o centro
do círculo e o jogo recomeça
Deitados de bruços em círculo, com uma distância de 1 m en-
tre os jogadores. Cada um segura com as duas mãos uma bola me-
dicinal, e "boxeia" com o auxílio desta uma bola comum, em
qualquer direção dentro do círculo. Aquele que deixar a bola
comum passar ao seu lado recebe um ponto negativo. Jogo de
equipes: os dois times se deitam lado a lado, um time de frente
para o outro.
Bola caçador: os "caçadores" se sentam em círculo e tentam
acertar com a bola a "lebre" no meio do círculo. Através de um
passe rápido, esta última deve ser acuada num canto e abatida.
Aquele que a pegar, a substitui. Variações: jogo com duas bolas.
Existem várias "lebres" ao mesmo tempo dentro do círculo.
Se uma das "lebres" consegue pegar a bola, obtém "garantia de
vida". O mesmo procedimento, com assento rolante: os jogadores
se dispersam dentro da sala.
Luta pela bola: duas equipes de força igual se repartem no lo-
cal (dimensão do mesmo correspondente ao número de jogadores).
Cada grupo tenta passar a bola para os próprios companheiros, sem
que o adversário possa tocá-la ou pegá-la. £•? a bola passar para o
grupo adversário, será necessário tentar pegá-la em vôo, marcando
o adversário. Cada vez que se toma a bola do adversário, recebe-se
um ponto. Quem conseguirá mais pontos em 5 minutos? Pode-se
jogar de pé ou sentado, bem como em cadeiras de rodas ou assen-
tos rolantes.
Bola implicante: jogadores sentados em círculo, passam-se
livremente a bola. Um ou vários jogadores se postam no meio do
círculo e tentam tocar ou pegar na bola. Se isto ocorrer, toma-se
o lugar daquele que esteve com a bola por último.
Taco: Material: 9 maças, bolas medicinais. Para cada maça
tocada ganha-se um ponto. Os portadores de deficiência nos braços
empurram a bola com os pés.
Bola ao cesto: o monitor compõe grupos de força igual. Cada
jogador deve lançar a bola 5 vezes dentro do cesto. Qual o grupo
que fará mais pontos?
Tiro na meta de "handball": cada jogador pode atirar cinco
bolas sobre uma esteira de ginástica, fixada verticalmente. Qual o
grupo que acerta com maior frequência no alvo? Com ou sem go-
leiro.
Bola empurrada: duas equipes se postam ao longo da sala, por
detrás de uma linha traçada no solo (ou sobre esteiras). Cada joga-
dor recebe uma bola de ténis, com a ajuda da qual deve atingir
uma bola comum, colocada no centro, para que a mesma role até
a linha oposta (ou até a borda mais próxima da esteira). O outro
grupo procura defender-se com o auxílio de suas bolas de ténis.
As bolas que pararem a meio caminho podem ser recuperadas. Só
se pode atirar de trás da linha de meta (ou de sobre a esteira).
Pode-se também atirar bolas de ginástica contra uma bola medi-
cinal.
"Rollmops": A mesma formação descrita acima. Cada joga-
dor recebe uma bola de ginástica. Ao sinal de partida, cada um rola
sua bola na direção do campo adversário (não é permitido atirar
a bola). Os jogadoreso podem ultrapassar a linha. As bolas que
pararem entre a linha mediana e a de partida, podem ser recupe-
radas ou empurradas para o outro lado por uma outra bola. Qual
a equipe que possui menos bolas no seu campo após 5 minutos de
jogo? (o campo de jogo pode ser diminuído de tal forma que as
equipes se disponham nos lados maiores; neste caso o campo
deve ser delimitado por bancos suecos). Variações: pode-se contar
durante o jogo as bolas que, de cada lado, penetram a linha de
meta. Qual a equipe que conta com mais pontos?
Futebol sentado: Para servir de meta, pode-se erguer uma
esteira verticalmente nas paredes dos dois lados da sala. As duas
equipes se dispersam na sala e procuram lançar a bola contra a
meta adversária. A bola pode ser interceptada ou empurrada por
qualquer parte do corpo, salvo com as mãos e os braços. Só é per-
mitido deslocar-se deslizando.
Caça ao cordão: duas equipes de mesma capacidade se disper-
sam na sala. Os da equipe "A" introduzem um cordão nas suas sa-
patilhas de ginástica, de forma que a metade fique para fora. Os da
equipe "B" tentam pegar todos os cordões o mais rapidamente
possível. Depois, invertem-se os papéis. Qual a equipe que levará
menos tempo para recolher os cordões?
Revezamento
Os jogadores mantêm-se no lugar e passam entre si um objeto (por
exemplo, uma bola).
As equipes se mantêm em fila, por trás da linha de partida. 0 pri-
meiro de cada equipe percorre a distância determinada, gira ao redor da
bandeirola e volta ao ponto de partida. Na linha de partida ele dá um
tapa no segundo, e termina sua corrida no final da fila, e assim por diante.
Estafeta do pêndulo: as equipes se subdividem em duas meta-
des que se colocam frente a frente. Os jogadores
s
1 passam a
"testemunha" (bola, etc.) aos
s
2 e se colocam no fim da fila.
Os
s
2 passam-na para os
s
3, etc. O estafeta do pêndulo pode
ser efetuado de modo simples ou duplo, ou seja, a equipe ganha-
dora será aquela cujo último jogador chegar primeiro do outro la-
do, ou do lado da partida.
Estafeta dos números: as equipes se sentam em fila, lado a
lado, eo numeradas na ordem crescente, da frente para trás. Ao
comando "nº 2!", todos os que levam este número saem da fila
pela direita, deslizando, voltam pela esquerda e retornam à direita
para retomar seu lugar. O mais rápido ganha um ponto para sua
equipe, e assim por diante. A equipe ganhadora será aquela que ob-
teve maior número de pontos.
Vários dos exemplos seguintes podem ser modificados à vontade.
Sentados, pernas afastadas, em filas cerradas. Rolar uma bola
medicinal do lado direito para trás, e do lado esquerdo para a
frente. Cinco vezes deste modo, e mudar de lado.
Sentados, pernas afastadas. Rolar a bola para trás, pela di-
reita. Os jogadores efetuam meia-volta. Quando todos estiverem
olhando na direção oposta, rola-se a bola de volta, pela esquerda.
Sentados.pernas afastadas, em fila (ou a cavalo no banco sue-
co). Passar a bola medicinal para trás pela direita, de um para o
outro (rotação do torso), e da mesma forma voltar a bola para a
frente, pelo lado oposto. Passar a bola para trás em zique-zague
(uma vez à direita, uma vez à esquerda). Quando a bola chegar ao
final da fila, cada jogador dá meia-volta. A bola percorrerá o ca-
minho inverso, do mesmo modo; por exemplo, cinco vezes em
cada direção.
Passar a bola para trás, braços estendidos acima da cabeça. O
último da fila desliza até o começo da mesma e passa a bola nova-
mente para trás, da mesma maneira, e assim sucessivamente, até
que cada um tenha retornado ao seu antigo lugar.
Exemplos
Sentados em fila, pernas estendidas, com 2 m de intervalo
entre si. Passa-se a bola; quando ela chegar ao final da fila, meia-
volta e o jogo será no sentido inverso, e assim por diante.
O mesmo jogo, rolando a bola ao redor de si, antes de atirá-la.
Sentados em fila cerrada, pernas estendidas, braços apoiados.
O primeiro da fila comanda: "Para cima!", e todos elevam a bacia
(apoio para trás); então a bola é rolada através do "túnel". O
último jogador a pega e, driblando, coloca-se no início da fila; do
mesmo modo, rola a bola para o final da fila e assim sucessiva-
mente, até que cada jogador tenha retomado seu lugar inicial.
O mesmo jogo de bruços, com apoio facial.
Sentados em fila, pernas estendidas. O mesmo jogo, mas ao
comando "Para cima!", rolar a bola para trás utilizando as pernas.
Sentados a cavalo sobre o banco sueco. O primeiro da fila le-
vanta-se rapidamente e passa a bola por entre suas pernas afasta-
das. O segundo a recebe sentado, levanta-se por sua vez e passa-a
da mesma forma, e assim por diante.
De, pernas afastadas. Passar a bola de mão emo por
baixo das pernas (flexão do tronco). O último corre para a frente
com a bola e passa-a para trás por cima da cabeça, e assim sucessi-
vamente, mudando continuamente.
De, em fila. A tampa de uma caixa de fósforos passa de
nariz em nariz, da frente para trás e de trás para a frente.
Prender um lápis entre o nariz e o lábio superior, e passá-lo,
assim, de jogador em jogador.
Estafeta do pêndulo com corda (câmara de ar de bicicleta).
O n° 1 corre para a frente com a corda na mão; a meío-caminho
ele se introduz dentro do círculo formado pela corda, de baixo
para cima, continua sua corrida e entrega a câmara ao nº 2 que a
entrega do mesmo modo ao nº 3, etc.
Estafeta na baliza. Deslizar fazendo baliza entre quatro ban-
deirolas, ida e volta. Pode-se fazer o mesmo com cadeira de rodas
ou assento rolante (ou sentado, avançando com a ajuda dos pés.
ou de bruços, avançando com a ajuda das mãos).
O mesmo jogo, correndo; por exemplo, correndo de frente
para ir, e voltar correndo de costas, ou outras variações.
Estafeta na baliza, com bola. Correndo, driblar a bola na
ida, com ao esquerda, e na volta com a mão direita, ou mudan-
do alternativamente de mão.
Estafeta na baliza, com tiro ao alvo. Correr driblando, e ati-
rar a bola no cesto (ou tentar acertar uma estaca numa distância de
5m, ou jogar a bola no trampolim, ou ainda outras variações do
mesmo género); na volta, driblar de novo. O mesmo jogo, com
cadeira de rodas.
Estafeta com obstáculos. Por exemplo, deslizar 5 m, arrastar-
se por sob o banco sueco, correr até as barras, tocar a barra supe-
rior, voltar por cima do banco e deslizar novamente. Com o passar
do tempo, pode-se colocar maior número de obstáculos mais di-
fíceis.o correr o risco de acidentes!
Estafeta na corda. Estender uma corda a 100 cm acima do
solo. Os jogadores se puxam assim, no solo.
O mesmo jogo, sentados sobre o assento rolante, para a frente
e para trás.
Batalha por uma sapatilha de ginástica: Duas equipes de pé
(ou sentadas), frente a frente, numa distância de aproximadamente
6 m (atenção para que haja certa semelhança de deficiência entre
os adversários). Ao chamado do monitor, os dois adversários que
portarem o mesmo número correm (ou se arrastam) na direção da
sapatilha colocada no centro, e cada um tenta levá-la para o seu
campo. Aquele que a levar ganha um ponto para sua equipe. Se ele
for tocado pelo adversário antes de chegar à linha, será este último
quem ganhará o ponto.
Captura do adversário: Duas equipes, vermelha e azul, man-
têm-se de pé ou sentados, ou ainda deitadas frente a frente,
com pequena distância entre uma e outra. Ao comando "Verme-
lha!" a equipe titular desta cor tenta refugiar-se atrás de sua linha.
Cada um dos jogadores da equipe azul tenta então tocar seu adver-
sário vermelho, antes de sua chegada à linha. Cada um dos que che-
garem sem serem tocados ganham um ponto para a equipe.
Bola caçador com assento rolante: Cada equipe designa um
certo número de lebres. Estas últimas rolam, uma atrás da outra
na direção do lado oposto da sala e voltam. Durante o trajeto,o
"alvejadas", com bolas de ginástica, pelos caçadores colocados ao
longo dos outros dois lados da sala. Cada lebre atingida fornece
um ponto à equipe dos caçadores (enquanto a lebre estiver com
ao no muro,o se pode alvejá-la).
"Hockey": (jogo para grupos de adolescentes "robustos").
Equipes: 5 a 7 participantes (o golerio um portador de deficiên-
cia no andar permanece sentado). Local do jogo: toda a sala de
aula; meta: barras paralelas abaixadas. "Puck": bola de ginástica;
bastões: bastões de ginástica. Espaço de meta: mais ou menos
como a do "handball". A bola será mais empurrada, do que batida;
é proibido elevar a ponta do bastão cima dos joelhos.
Ténis driblado: o aro de 1 m de diâmetro; 1 bola de vôlei.
Dois jogadores, de pé ao lado do aro colocado no chão, driblam a
bola, de um para o outro. A bola deve saltar dentro do aro depois
de cada toque,o devendo tocar o solo fora do aro e nem ultra-
passar uma altura normal. Os jogadoreso podem entrar no aro.
Aquele que atingir 15 pontos primeiro será o ganhador. Contam-
se as faltas do adversário como pontos.
Grandes jogos
Jogo de bola, sentado.
Num local dividido em dois por uma corda fina, duas equipes de
5 jogadores sentam-se frente a frente. Cada um tentará lançar a bola, com
ao aberta, por cima da corda, de tal modo que o adversárioo possa
devolvê-la corretamente. A equipe ganhadora será a que marcar maior
número de objetivos (aquela que cometeu menos faltas).
Este jogo convém principalmente aos deficientes do pé e da perna,
mas pode também ser praticado por portadores de deficiência no braço.
Os jogadores devem ter condições de jogar pelo menos com uma das mãos,
e de se deslocar deslizando.
(segundo a regulamentação da atividade física para deficientes alemão).
Sentido do jogo
Tipos de deficiências
Regras do jogo Local do jogo: o local deverá medir 8 m de largura por 10 m de
comprimento. Será dividido em dois por uma linha mediana. É necessário
marcar com clareza os limites, que fazem parte do campo do jogo. A 1 m
acima da linha mediana, estende-se paralelamente a esta última uma pe-
quena corda bem visível.
Legenda:
1 Linha de fundo 2 Linha Mediana
3 Linhas laterais 4 Pequena corda
5 Estacas (piques de salto) para segurar a corda.
Material de jogo: uma bola de vôlei bem inflada.
Equipes: A equipe de bola sentada compõe-se normalmente de 5
jogadores. Nas competições, 4 jogadores, no mínimo, podem participar,
podendo-se completar a equipe durante o jogo, e até ao final do mesmo.
Cada equipe pode apresentar 2 reservas, É necessário avisar ao árbitro de
cada troca de jogador. Os jogadores substituídoso podem mais partici-
par do jogo.
Duração do jogo: 2 vezes 7 minutos. Se houver interrupção, o tem-
po perdido deve ser recuperado no intervalo.
Toque da bola: a bola só pode ser tocada com a mão aberta (palma
da mão, costas da mão, pontas dos dedos);o se pode usar o punho ou a
parte lateral da mão.o se pode jogar a bola ("dirigi-la"), isto é, a mão
só poderá tocá-la rapidamente. Os golpes com as palmas das mãoso per-
mitidos, com a condição de que a bolao toque no antebraço.
Saque: a bola deve ter sido tocada por três jogadores, antes de pas-
sar para o campo adversário, por cima da corda. Por outro lado, a bola
deve bater no chão uma vez. O jogador do meio tem prioridade para tanto.
A equipe que cometeu uma falta recebe a bola.
Devolução: A bola será válida se for lançada livremente por cima
da corda para o campo adversário, tocando o solo ou um adversário, mes-
mo se este estiver fora da área. Devolver a bola por baixo da corda é per-
mitido, contando que elao toque o solo no campo adverso.
A devoluçãoo será válida se a bola tocar o chão fora da área do
jogo. A bola será considerada como fora da área, quando toda sua circun-
ferência houver ultrapassado nitidamente as linhas de fundo ou laterais.
Nem os jogadores e nem a bola devem tocar a corda. Se a bola tocar o
teto ou a parede, será também falta. Se um jogador estiver sendo mar-
cado, em seu próprio campo, por um adversário e seu arremessoo for
válido, a falta será contada em favor do adversário.
Quando a bola começa a ultrapassar a corda, ou seja, quando a
maior parte de sua circunferência ainda estiver nitidamente diante da cor-
da (a), ainda se pode golpeá-la com a mão inteira. A partir do momento
em que estiver sobre a corda pelo meio (b), só será permitido empurrá-la
com os dedos estendidos. Ao golpear a bola, a mãoo pode ultrapassar
a corda. Mas se isto ocorrer em seguida ao golpe, ou seja, depois de ter ba-
tido na bola,o se conta como falta.
O Passe: No campo, a bolao pode:
ser golpeada mais de três vezes;
tocar o solo mais de uma vez antes de cada golpe;
ser tocada duas vezes pelo mesmo jogador, se, entre os dois
golpes, um outro jogador a tiver tocada.
Se dois jogadores da mesma equipe tocarem a bola ao mesmo tem-
po, isto contará como dois golpes (golpe duplo).
Tocar o solo: Se um jogador bater na bola por cima da corda, na
direção do campo adversário, deve permanecer com uma parte do torso
no chão. Ele poderá estar deitado de bruços, de costas ou apoiando-se
nos ombros, ou ainda, sentado sobre uma nádega, estando a outra elevada.
Para ornar um passe, o jogador pode fazer saltar a bola, estando na
posição sentada. Deste modo, a bolao necessita mais tocar o solo. Nos
dois casos, o jogador pode ganhar terreno, levantando-se rapidamente. Nos
outros casos, a mudança de lugar só poderá ser efetuada deslizando.
Apreciação: Cada falta conta como ponto em favor do adversário.
A equipe ganhadora será aquela que, durante o jogo, obtiver o maior-
mero de pontos. Empate significa competição nula.
De acordo com a experiência, é mais fácil para o árbitro contar as
faltas de cada equipe e calcular o resultado somente no final do jogo. Ex.:
se "A" tem 25 faltas e "B" tem 12 faltas, o resultado é de 25 a 12 em
favor da equipe "B").
Direção do jogo: Na maior parte do tempo o jogo é dirigido por
um árbitro, que se mantém próximo às linhas laterais, à altura da linha
mediana. Quando há competição, três controladores de linha se juntam
a ele.
Adaptação à bola: Segurança e confiança, ao trabalhar com a bola,
o as principais condições para um jogo entusiasmado. Resultam princi-
palmente da prática e da ginástica com bola, dos pequenos jogos e corri-
das de estafetas com bola.
Deslizamento: O jogo de bola sentada, animado, depende antes de
tudo, da boa mobilidade ao deslizar, o que se adquire praticando a corrida
de estafeta deslizando, o futebol sentado, a luta pela bola, etc.
Técnica da bola: Dois parceiros sentam-se frente a frente. "A"
dribla a bola com as duas mão, na direção de "B", que a devolve de cima
para baixo usando a parte interna da mão. "A" pega a bola e manda-a
do mesmo modo. Dez vezes, e depois inverter os papéis. "A" traz a bola
ao lado direito (ou esquerdo) de "B". Este dribla de volta com a mão di-
reita (ou esquerda) aberta. Dez vezes, invertendo depois os papéis.
"A" coloca a bola alternativamente à direita, à esquerda e diante
de "B". Este a devolve respectivamente com a mão direita, esquerda, ou
com as duas.
Driblar, sem interrupção de um para o outro. Qual grupo de dois
jogadores poderá passar a bola por mais tempo, sem faltas? O mesmo
exercício em grupos de quatro!
Dois parceiros sentam-se frente a frente. "A" lança a bola a meia
distância de seu parceiro. Este a devolve de baixo para cima, com as cos-
tas dao aberta. "A" segura a bola e a lança da mesma maneira.
Mesmo exercício, sendo que "B" devolve a bola com a palma da
mão. A bolao poderá ser "dirigida".
Introdução metódica
"A" lança a bola à direita (ou à esquerda) de "B". Este a de-
volve com a parte interna da mão direita (ou esquerda).
"A" joga a bola para "B" à altura da cabeça. Este a devolve
com as pontas dos dedos das duas mãos (passe de vôlei), fazendo-a descre-
ver um arco. "A" segura-a e torna a jogá-la, etc.
Estènde-se uma corda fina entre os dois parceiros. Estes se lançam
bolas ininterruptamente. Que grupo de dois parceiros poderá jogar mais
tempo sem falta? Se possível, devolver a bola diretamente, durante o vôo;
entretanto, esta poderá cair uma vez no chão. O mesmo jogo pode ser
praticado por cima das barras. Estes exercíciosm por objetivo habituar
os jogadores ao passe alto, a fim de que o colega de equipe disponha de
bastante tempo para lançar a bola mais longe com precisão.
Saque:Dois jogadores sentam-se frente a frente. "A" joga a bola
para o alto e, quando esta, na volta, estiver à altura da cabeça, manda-a
com as pontas dos dedos para seu parceiro. Este a pega e repete o exer-
cício.
"A" senta-se a 5 m da parede e "B" a aproximadamente 2 m,com
as costas apoiadas na parede. "A" joga-lhe a bola da maneira descrita aci-
ma, e "B" a joga na parede com o reverso das duas mãos, por cima de sua
própria cabeça.
Dois jogadores sentam-se diante da parede, e um terceiro senta-se
a 2 ou 3 m dos primeiros. Marca-se a parede a 1 m de altura (com uma
fita, um barbante plástico, etc). "A" joga a bola e "B" que a joga a "C",
o qual a joga contra a parede, acima da linha de um metro.
Contragolpe: Três jogadores sentam-se na mesma formação descri-
ta acima, mas diante da corda. Um quarto jogador (D) senta-se do outro
lado da corda, de frente para o jogador "C", e bloqueia a bola levantando
as duas mãos imediatamente atrás da corda.
Bola sentada, em círculo ( ver pág. 126).
Bola driblada
Duas equipes de 4 jogadores cada mantêm-se de pé frente a frente,
num campo dividido em duas partes iguais por uma corda fina. Deve-se
fazer a bola saltar por cima da corda, seja com o punho fechado, seja com
o antebraço, de forma que o adversárioo possa mandá-la de volta, ou
fazê-lo cometendo falta. Antes que a bola chegue ao colega de equipe,
ou passe por baixo da corda, ela deve bater no chão uma vez. A equipe
ganhadora será aquela que, durante o jogo, marcar mais pontos.
Os portadores de deficiência nas pernas ou nos braços podem jogar
bola driblada; basta que tenham estabilidade suficiente e disponham ao
menos de um braço com vigor bastante para bater na bola.
(segundo a regulamentação da atividade física para deficiente alemão)
Local do jogo: 0 campo deve medir 16 m de comprimento por 8
m de largura. Uma linha mediana divide-o em duas metades quadradas. Os
limites devem ser bem visíveis e fazem parte da área de jogo. A 40 cm aci-
ma da linha mediana, estende-se uma corda fina, que será fixada às estacas
fincadas um metro para fora da área.
Material de jogo: Bola bem inflada.
Equipes: Cada equipe compõe-se de 4 jogadores. Nos campeona-
tos, pelo menos três jogadores começam o jogo, podendo-se completar a
equipe com o quarto jogador até o final do jogo. Cada equipe pode dispor
de dois jogadores de reserva. Toda substituição de jogador deve ser comu-
nicada ao árbitro. Os jogadores que saíremo podem mais jogar duante a
mesma partida.
Sentido do jogo
Tipos de deficiências
Regras do jogo
Introdução metódica:
As equipes podem ser constituídas livremente.
Duração do jogo: 2 vezes 7 minutos. 0 tempo perdido por ocasião
de uma interrupção deve ser reposto durante o intervalo.
Toque da bola: A- bola deve ser driblada com o punho fechado ou
o antebraço. Bater na bola com os dedos curvados ou com o punho mal
fechadoo é permitido e constituirá falta, bem como tocar a bola com
outra parte do corpo.
Driblar sempre de cima para baixo.o se pode levantar a bola e
nem "dirigi-la".
Saque: 0 sacador deve-se manter atrás da linha de fundo. No mo-
mento de sacar, ou seja, quando o sacador tocar a bola com o punho ou
antebraço, ele deve estar pelo menos com uma das pernas por trás da
linha. 0 arremessador só poderá entrar em campo depois de ter efetuado o
saque.
No saque, a bola poderá ser jogada para o alto e golpeada com o
punho, ou golpeada diretamente com a mão. O saque será válido quando
a bola saltar primeiro dentro do próprio campo, passando direto em se-
guida, sem tocar em nenhum jogador e nem na corda, para chocar-se con-
tra o solo ou um adversário, mesmo se este estiver fora do seu campo.
Devolução: Á bola que chegar ao campo adversário poderá ser pas-
sada a um parceiro, seja durante o seu vôo, seja depois de ter batido no
chão. Poderá também ser devolvida imediatamente ao adversário. As faltas
consistem em : tocar a rede ou as estacas com a bola; ultrapassar a linha
mediana.
0 passe: A bola poderá ser golpeada 3 vezes dentro do mesmo
campo (dois passes e saque). A bola poderá ser tocada apenas uma vez por
um dos jogadores, e, depois de cada golpe, só poderá tocar o chão uma
vez.
Apreciação: Cada falta conta como 1 ponto em favor do adversá-
rio. Igualdade de pontos significa competição nula.
Direção do jogo: Em regra, o jogo é dirigido por um árbitro, que
se mantém fora das linhas laterais, à altura da corda. Nas competições tam-
m intervêm, além do árbitro, três controladores de linhas.
Dois parceiros colocam-se frente a frente. "A" dribla com as duas
mãos na direção de "B", que lhe devolve a bola com o punho ou o ante-
braço. "A" pega a bola e torna a jogá-la na direção de seu parceiro, e assim
por diante. Bater dez vezes com a mão direita, trocando deo em segui-
da; bater sempre de cima para baixo.
Passar-se reciprocamente a bola, driblando com o punho ou o ante-
braço, sem interceptá-la. Entre dois golpes, a bola só poderá bater no chão
uma vez. Quais os parceiros que poderão jogar mais tempo sem faltas?
Cada um bate sua bola contra a parede, seja pegando-a diretamente
em vôo, seja deixando-a bater uma vez no solo.
Driblar a bola na meta: Forma-se pequenos grupos. Cada um se
exercita jogando a bola contra uma esteira fixada na parede. Qual a equipe
que marcará mais pontos? A bola deve bater no chão antes de tocar a es-
teira.
Os jogadores mantêm-se em fila diante da corda. O monitor dribla
a bola a partir do outro lado da corda, na direção do primeiro da fila. Es-
te devolve a bola por cima da corda e se coloca no final da fila.
Mesma formação descrita acima. O campo oposto é dividido em
quadrados. Os jogadores deverão colocar a bola em um destes quadra-
dos, um quadrado por vez.
Duas filas de, uma de frente para a outra. O primeiro jogador
dribla a bola na direção do nº 2 e corre para se colocar na outra fila, atrás
do nº 6. O nº 2 dribla a bola na direção do nº 3 e corre para se colocar
atrás do nº 5, etc.
Círculo de 4 jogadores ou mais. Driblar a bola para um lado, para
outro; entre dois golpes, estao deverá tocar o solo mais de uma vez e só
poderá ser golpeada de cima para baixo. Cada batida válida conta um
ponto. Qual o grupo que obterá maior número de pontos?
Este jogo também pode ser praticado no sentido horário ou anti-
horário.
Ténis driblado: ver pág. 130.
Voleibol
Duas equipes de 6 jogadores cada mantêm-se de pé frente a frente,
num campo dividido em dois por uma rede. Passar a bola de um lado para
outro por cima da rede, sem deixá-la cair no chão. Abola pode ser pas-
sada duas vezes dentro da mesma equipe; na terceira vez, deve ser arremes-
sada para o campo oposto. Deste modo, o jogador atacante deve, impul-
sionando e batendo vigorosamente na bola, colocá-la no campo do adver-
sário de modo que o mesmoo possa devolvê-la.
Podem praticar este jogo: os que possuam deficiência nas mãos e
nos braços, contanto que disponham de força e mobilidade suficientes nas
extremidades superiores; os amputados da anteperna e da coxa (que jogam
com prótese!) e, afinal, os que possuem ligeira deficiência das pernas e pés:
Local do jogo: O campo mede 18 m de comprimento por 9 m de
largura, e se divide em dois campos quadrados através de uma linha media-
na. Paralelamente a esta última e a 3 m de distância se encontram, dos dois
lados, as linhas de ataque (A). Por trás da linha de fundo (B) situa-se o
local para saque, do lado direito.
Acima da linha mediana estende-se uma rede de 9,50 m de com-
primento e 1 m de largura. Sua parte superior se encontra de 2,10 m acima
do solo. (Para competições, as normas são: 2,43 m para homens, 2,24 m
para mulheres e juniors). Duas faixas brancas de 5 cm de largura e 1 m de
comprimento delimitam o campo de jogo da rede.
Material de jogo: Bola leve, bem inflada e bem redonda (voleibol).
Equipes: Cada equipe compõe-se de 6 jogadores. Eleso numera-
dos eo podem mudar sua colocação durante a partida. Os reservas po-
dem substituir os jogadores durante o jogo.
Saque: A bola é colocada em jogo a partir da colocação do sacador
por trás da linha de fundo, à direita. O saque é sempre efetuado pelo joga-
dor que se encontra atrás, à direita (portanto, de início, o nº 1). Ele
ocupará este lugar enquanto sua equipeo tenha cometido falta.
O saque mais frequentemente empregado é o efetuado "por bai-
xo". O sacador estará então com o eixo dos ombros paralelo ou de viés
com relação â linha de fundo, na posição de marcha. Ele pega a bola com
ao direita e a joga para o lado com a mão esquerda, um pouco para a
direita, e bate nela ou com a borda da mão, ou com a palma, ou ainda com
o punho direito ou a mão direita espalmada.
Só depois de ter batido na bola o sacador poderá franquear a linha
de fundo. O saque será válido se a bola passar por cima da rede, entre
as duas linhas laterais sem tocar em nenhum jogador da mesma equipe,
nem no teto, nem na rede.
Durante o saque, todos os jogadores devem estar em seus lugares.
Assim que a bola for sacada, podem-se deslocar livremente.
Sentido do jogo
Tipos de deficiência
Regras do jogo
Mudança de sacador e rodízio (troca de lugar): Se a equipe que de-
ve sacar cometer falta, perde o direito ao saque, passando-o para a outra
equipe. Em contrapartida,o se conta ponto. Os jogadores da equipe
que recebe o saque mudam de lugar, cada um se deslocando um passo, no
sentido horário (rodízio).
O passe: A bola pode ser tocada com todas as partes do corpo si-
tuadas acima dos quadris. Pode ser batida três vezes no mesmo campo,
maso poderá ser manipulada duas vezes seguidas pelo mesmo jogador.
Se dois jogadores da mesma equipe tocarem ao mesmo tempo na bola,
será contado como duas batidas.
Se, durante o jogo, a bola voltar para o campo depois de ter toca-
do a rede, continua-se o jogo como se a bolao a houvesse tocado; em
contrapartida, se isto ocorrer no saque, conta como falta.
Devolução: A bola sempre deve ultrapassar a rede entre as duas
linhas laterais. No caso de devolução, pode tocar a rede. Sò se pode ul-
trapassar a rede com a mão se a bola tiver sido tocada, ou se o adversário
estiver entravado (exceção aberta para o bloqueamento). Os jogadoreso
podem tocar a rede e nem ultrapassar a linha mediana.
Bater com força: impulsionando-se, um dos jogadores bate com
força na bola que se encontra acima da rede, para mandá-la ao campo
adversário.
Bloqueamento: um a três jogadores saltam e aparam a bola jogada
com força pelo adversário, com os braços e mãos estendidos (contragol-
pe). O adversário poderá tocar a bola no campo contrário, mas somente
após um bloqueamento bem sucedido.
A batida forte e o contragolpe só podem ser praticados pelos joga-
dores da primeira linha (jogadores próximos da rede).
Apreciação: a equipe que tem direito ao saque pode marcar
pontos. As faltas da equipe contrária contam como pontos. Se a equipe
que detém o saque cometer falta, será a equipe contrária que o efetuará,
sem se beneficiar de ponto algum.
A partida estará terminada quando uma das equipes atingir 15
pontos. A diferença entre os pontos do ganhador e do perdedor deve ser,
no mínimo, de 2 pontos (por exemplo, 15 a 13, ou 16 a 14, ou 18 a 16).
Direçao do jogo: Em regra geral, o jogo de vôlei é dirigido por um
árbitro. Nas competições, este será assistido por três controladores de
linha.
Introdução metódica
Adaptação geral à bola.
Voleibol em círculo, com a bola: ver pág. 126.
Em fila. O monitorcoloca-se diante da fila e joga a bola ao pri-
meiro jogador, em arco, à altura da cabeça. Este rebate a bola com as
duas mãos (pontas dos dedos) e se coloca no fim da fila. O monitor
pega a bola e a joga para o jogador seguinte.
Voleibol em círculo, com bola de vôlei.
Duas equipes em fila, frente a frente. O nº 1 lança a bola para o
alto, em arco, para o nº 2 e corre para o fim da fila oposta, colocando-se
atrás do nº 6. O nº 2 devolve a bola para o nº 3 e vai colocar-se atrás
do nº 5, e assim por diante.
Em fila dupla. O monitor se coloca de, diante de duas filas e
lança a bola na direção do nº 1, que a passa para onº 4, o qual a devolve
ao monitor. Os
s
1 e 4o para o fim da fila, e assim por diante. Outra
série, no sentido inverso: monifor ao nº 4, nº 4 ao nº 1 e devolução ao
monitor.
Saque: Os jogadores postam-se a .9 m da parede, em tantas filas
quantas forem as bolas disponíveis. Marca-se na parede a altura da parte
superior da rede. O primeiro da fila lança a bola contra a parede, pega-a
e lança-a ao seguinte, e vai para o final da fila, etc.
Duas filas, uma de frente para a outra, cada uma de um lado da
rede. 0 nº 1 coloca-se no local reservado para saque e, daí, lança a bola
por cima da rede, e vai colocar-se atrás do nº 3. O nº 4 pega a bola, vai se
colocar no local de saque, lança-a ao nº 2, etc.
Passe para trás: Três jogadores mantêm-se de, um atrás do
outro, com espaço entre si de cerca de 3 m. O nº 1 passa a bola ao nº 2,
este a joga com as mãos por cima de sua cabeça ao nº 3 e faz meia-volta.
O nº 3 devolve a bola ao nº 2, e este a joga novamente para trás, por so-
bre sua cabeça ao nº 1, e assim por diante.
Batida com força: Os jogadores mantêm-se de, em fila, diante da
rede. O monitor coloca-se um pouco de lado, em frente à'rede e joga a
bola para o alto (acima da rede). Imediatamente, o primeiro da fila salta
diante da rede e bate na bola com força para baixo, na direçao do campo
adversário.
Mesma formação descrita acima, a 2 ou 3 m da rede. O nº 1 joga
a bola para diante, de viés, para o monitor e corre para a rede. O monitor
joga a bola paralelamente à rede e acima desta; o nº 1 salta e rebate a bola
com força.
Contragolpe (bloqueamento): O nº 1 lança a bola ao nº 2, este a
passa ao nº 3 que a rebate com força, enquanto que o nº 4 salta e a blo-
queia. O contragolpe deve ser exercitado igualmente com doise três joga-
dores.
Sentido do jogo
Tipos de deficiência
Regras do jogo
Bola por sobre a corda
Dois jogadores ou duas equipes colocam-se de pé ou sentados fren-
tca frente num campo dividido em dois por uma corda fina. Eles tentam
lançar a bola por cima da corda de tal modo que esta caia no chão, no
campo contrário. Os adversários procuram pegá-la e devolvê-la.
As regras deste jogooo flexíveis que praticamente todos os
tipos de deficientes podem praticá-lo. Por exemplo, se se jogar de, nada
impede que os deficientes que usam cadeira de rodas tomem parte.
Acima da linha mediana, estende-se uma corda fina à altura de 1
metro, se se jogar sentado, 1,80 m se se jogar de.
Material de jogo: Bola comum macia ou bola medicinal leve.
Equipes: Em função do número de participantes. Formação à von-
tade.
O arremesso: A cada arremesso, a bola deve passar por cima da
corda. Pode-se tocar a bola com todas as partes do corpo. Aqueles queo
privados dos braços, por exemplo, podem jogar com a cabeça e com as
pernas.
As faltas:
se a bola tocar na corda;
se um jogador tocar na corda ou ultrapassar a linha mediana;
se a bola cair no chão dentro do campo atacante;
Local do jogo: em função do número de jogadores:
1 por equipe: 2 x 4 m
2 por equipe: 4x 4m
3a 4 por equipe: 4x 6m
5a 6 por equipe: 8 x 10 m
se a bola for lançada fora dos limites do campo, qualquer que
seja ele: atacante ou adversário.
Apreciação: Pode-se jogar por tempo determinado (por exemplo,
2 vezes 5 minutos, com troca de lado), ou por pontos (por exemplo, até
21 pontos, contanto que a diferença entre ganhador e perdedor seja no
mínimo, de 2 pontos).
As faltas de uma equipe contam ponto para a outra.
"Rollball"
Trata-se de "rollball" em área coberta, jogado sobre assento ro-
lante.
Cada equipe conta com 9 jogadores que procuram apropriar-se da
bola e, através de uma série de passes, atirá-la na meta do adversário, ou
impedir a equipe atacante de marcar ponto.
0 "rollball" convém em primeiro lugar aos deficientes das pernas,
mas também pode ser praticado por todos os outros deficientes, desde
que disponham ao menos de uma das extremidades superiores, ainda sufi-
cientemente móvel. Os assentos rolantes podem ser adaptados à enfermi-
dade de cada jogador: prolongamento para colocar as pernas paralisadas,
adição de um espaldar se um dos jogadoreso pode manter-se sentado.
Sentido do jogo
Tipos de deficiência
Regras do jogo Local do jogo: O campo é um retângulo de 26 m de comprimento
por 14 m de largura. 0o da meta fica no meio da linha de meta; mede
1,50 m de altura por 1,80 de largura. O chão deve ser liso e plano.
Legenda:
A linha de meta B linha mediana
C linhas laterais D área de defesa da meta (linha dos 5 m)
E área da meta F meta
Bola: O "rollball" é jogado com bola de vôlei, já descrita anterior-
mente.
Assento rolante: Os jogadores devem estar sentados em assentos
rolantes simples, ou providos de acessórios, como espaldar, se necessário.
Equipes: Cada equipe compõe-se de um goleiro, 8 jogadores e 2
reservas. Estes últimos podem entrar no jogo a qualquer momento e várias
vezes seguidas, desde que algum jogador tenha saído da quadra (do con-
trário, haverá falta).
Duração do jogo: O jogo dura 2 vezes 15 minutos, com pausa de
5 minutos. No início do segundo tempo, as equipes mudam de lado, bem
como o toque inicial da bola.
Manejo da bola: é permitido pará-la, pegar, lançar, bater, jogar,
bater nela com o punho, com as mãos, os braços, a cabeça, o tronco, as
coxas e os joelhos. Pode-se jogar a bola com oss para si próprio, mas é
proibido passá-la deste modo para um parceiro, ou atirá-la na meta com
os pés.
Se um dos jogadores sair de cima do assento rolante,o poderá
mais jogar.
O jogadoro poderá conservar a bola nas mãos por mais de
3 segundos sem batê-la no chão.
Comportamento perante o adversário: É permitido utilizar os bra-
ços e as mãos para apropriar-se da bola, ou para tirá-la das mãos do adver-
sário, batendo nela com ao aberta em todas as direções, ou ainda impe-
dir com o corpo a passagem do adversário.
É proibido pegar no adversário; segurá-lo com um braço ou com os
dois; segurá-lo com as mãos, bater, empurrar ou bloquear seu assento
rolante (falta).
Goleiro: 0 goleiro pode utilizar todos os meios de defesa. Pode-se
movimentar livremente dentro da área da meta, com ou sem bola. Entre-
tanto, só poderá sair da área da meta sem a bola (falta).
0 defensoro poderá jogar intencionalmente a bola na quadra
com os pés, e nem buscá-la com oss dentro da área de meta (tiro a 5m)
Pontos: Só se conta ponto quando a bola tiver franqueado intei-
ramente a linha de meta, alojando-se dentro do gol.
Depois de cada ponto marcado, a equipe que sofreu a perda pode-
rá ter a preferência do ataque, o qual será iniciado no meio da quadra.
Se a bola passar por sobre a linha lateral, será recolocada em jogo,
sobre a linha. Um dos adversários do jogador que a lançou para fora da
área (ou seja, aquele que tocou por último na bola), recomeça a movimen-
tá-la no jogo no local onde ela ultrapassou a linha. O jogador deve estar
completamente fora da linha,o podendo esta ser ultrapassada nem por
seu assento rolante, nem por seus pés; deste local, ele jogará a bola com as
duas mão, elevadas acima da cabeça.
"Corner": A bola será devolvida ao jogo através do córner se, antes
de sair da área pela linha de fundo ou por cima da meta, o último a tocá-la
tiver sido um jogador da defesa (exceto o defensor).
O corner é efetuado no ângulo formado pela linha de fundo e linha
lateral, do lado em que a bola ultrapassou a primeira.
Falta: As infrações ao regulamento queo forem apenadas com
corner, cobrança de bola fora da área pela lateral, ou por tiro a 5 m, sem-
pre acarretam falta. A falta será cobrada onde a mesma tiver sido cometida.
Tiro a 5 metros: O tiro a 5 metros tem lugar quandoo cometidas
infrações graves dentro da área: atitude contrária ao regulamento, consis-
tindo em comprometer uma chance de "foul", ou quando o goleiro vai
buscar a bola na quadra, para colocá-la dentro da área da meta.
No momento do tiro a 5 m o goleiroo poderá afastar-se mais de
3 m da linha da área de meta. O atiradoro poderá tocar nem ultrapassar
a linha da área de gol. Os outros jogadores devem manter-se fora da área
da meta e a 3 m da bola. O tiro de 5 m deverá ser efetuado diretamente
contra o gol.
Resgate: O golerio terá efetuado um resgate, quando um dos joga-
dores da equipe atacante ou ele próprio tiver jogado a bola fora ou acima
do gol, por cima da linha de meta, ou quando o defensor interceptar a bola,
ou, ainda, quando esta parar na área de meta.
Tiro do árbitro: Quando dois adversários infringirem uma regra ao
mesmo tempo, ou quandoo se pode definir quem foi que cometeu fal-
ta, o jogo interrompido continuará por intermédio do tiro do árbitro.
Este último jogará a bola para o alto, no local onde ela se encontrava no
momento em que o jogo foi interrompido.
Execução dos tiros: As faltas e corners podem ser cobrados atiran-
do-se a bola diretamente contra a meta,o ocorrendo o mesmo quanto
às bolas laterais e aos resgates.
As faltas, corners, laterais e tiro a 5 metros devem ser cobrados
dentro dos 5 segundos seguintes ao apito do árbitro. No momento destes
tiros, os adversários deverão estar a 3 metros de distância da bola.
Introdução metódica
Adaptação ao assento rolante: Um jogo de "rollball" sem tropeços
pressupõe inteiro domínio do assento rolante. Este domínio se adquire
utilizando-se o assento rolante como material de ginástica (ver capítulo
"O assento rolante", pág. 113).
Os jogadores deverão aprender a se deslocar rapidamente em todas
as direções. Para tanto, contribuem as corridas de estafetas nas quais se
roda para diante, para trás, mudando de direção e fazendo baliza.
Revezamento com assento rolante e bola: rolar por exemplo, para
a frente, empurrando uma bola com oss diante de si, atirá-la contra
uma esteira colocada verticalmente, e voltar, rolando de costas.
Técnica de jogo:
Jogar e pegar: dois parceiros jogam a bola de um para o outro, de
vários modos: batendo a bola com uma das mãos (a maneira mais utilizada
no passe e no tiro de meta); batendo a bola com ambas as mãos (passe
rápido, cobrança de falta); passe com ambas as mãos à altura do peito
(passe rápido); passe no solo (fazer com que a bola bata no chão uma
vez).
Para pegar a bola, as mãos devem ir ao encontro dela, freando-a ao
mesmo tempo que a trazem para junto do corpo, de maneira elástica.
Distribuir os alunos de dois em dois na sala. Os parceiros passam a
bola de um para o outro, 20 vezes. Quem terminará primeiro? Se a bola
cair no chão, recomeça-se a contagem do início. Vários tipos de passes.
Em círculo. Um dos jogadores estará sentado no meio, jogando a
bola continuamente (ou mudando de súbito a direção da bola) aos jogado-
res do círculo. Pode-se também jogar com duas bolas, mas então o jogador
do meio e os do círculo jogam-nas simultaneamente.
4 a 8 jogadores em círculo, sentados sobre o assento rolante, jo-
gam a bola de lado, de uns para os outros, primeiro para a esquerda e de-
pois para a direita. Qual o grupo que executará 5 voltas para a direita (ou
esquerda) primeiro, ou duas vezes à direita e duas vezes à esquerda? Com
diversos tipos de passes.
Os jogadores, rolando o assento em círculo, passam-se a bola de
diversos modos: livremente no interior do círculo, de trás para a frente,
de frente para trás.
Dois jogadores passam-se a bola pelo lado, rolando o assento pela
sala.
Tiro ao alvo: O alvo é a esteira de ginástica. O monitor formará
tantos grupos quantas forem as bolas disponíveis. Que grupo acertará mais
alvos?
Dois grupos sentam-se frente a frente, cada um a uma distância de
10 a 15 metros de uma linha de meta. Os dois grupos tentam atirar a bola
por cima da linha de meta oposta e marcar ponto.
Dois grupos. Cada grupo escolhe um defensor e se coloca diante da
meta adversária. Os jogadores procuram marcar o máximo possível de pon-
tos na meta do adversário, a partir da linha de 5 metros. Executar o mes-
mo de lado, à esquerda e à direita.
Os jogadores colocam-se em fila numa distância de 5 metros da
linha da área de defesa da meta. O primeiro leva o assento rolante na dire-
ção da área de defesa. O defensor da meta passa-lhe a bola e o jogador ati-
ra-a na meta, sempre rolando, indo terminar sua corrida no final da fila.
Dois jogadores, distantes entre si de 5 a 10 m, saem rolando seus
assentos do meio da quadra, na direção da área de meta e passam-se mu-
tuamente a bola. No momento propício, um deles atira a bola na meta.
Três jogadores atacam. Três outros, atrás, procuram impedir que
os primeiros marquem ponto, tentando apropriar-se da bola. Depois de
três minutos, invertem-se os papéis. Qual dos dois grupos marcará mais
pontos?
Marcação e desvencilhemento: "A" rola certo percurso, pro-
curando desvencilhar-se de "B", que o está marcando. "A", marcado por
"B", tenta desvencilhar-se. Assim que consegue livrar-se, "C" passa-lhe
a bola.
Luta pela bola: Três jogadores de cada equipe jogam, revezando-se.
Os jogadores que estiverem assistindo contam os pontos de sua equipe.
Sentido do jogo
Tipos de deficiência
Regras do jogo
(segundo as regras de
Stoke-Mandeville)
Basquete com cadeira de rodas
No basquete, duas equipes de 5 jogadores cada, se opõem. Cada
equipe tenta pegar a bola e, através de um passe bem feito, lançá-la no
cesto do adversário. Se este se apropriar da bola, tenta-se marcá-lo, obstar
0 ataque e retomar a bola.
0 basquete com cadeira de rodas é um jogo próprio para os defi-
cientes das extremidades inferiores. É praticado principalmente pelos
paraplégicos e poliomielíticos, bem como pelos amputados das pernas.
Local do jogo: A quadra é um retângulo de 26 m de comprimento
por 14 m de largura (em média). As medidaso calculadas a partir das
linhas demarcatórias.
0 cesto fica suspenso num aro metálico horizontal, fixado a
3,05 m do solo sobre uma prancha vertical.
Legenda:
A linhas terminais
B linhas laterais
C círculo mediano (diâmetro 3,60 m)
D linhas de cobrança de faltas
E área de cobrança de faltas
F prancha de jogo (tabela), com cesto
G ponto central das linhas laterais
Bola: Bola de basquete, bem inflada.
Cadeira de rodas: deve ser leve, móvel e estável.
Os suportes para osso devem estar a mais de 11 cm do chão.
Uma correia de no mínimo 4 cm de largura deve ser fixada, esten-
dida na barra telescópica dos suportes para os pés.
As almofadas colocadas na cadeirao devem ter mais de 10 cm
de altura.
Equipes: Cada equipe compõe-se de 5 jogadores e pode ainda dis-
por de 7 reservas. Os jogadores podem ser substituídos a cada interrupção
do jogo. Todas as substituições deverão ser comunicadas ao árbitro.
O jogo só pode ter início quando as equipes estiverem prontas,
com seus cinco jogadores na quadra.
Duração do jogo: O jogo é composto por dois tempos de 20 mi-
nutos de jogo efetivo. Entre os dois tempos, há um intervalo de 10 minu-
tos.
O jogo tem início com a batida da bola no meio do círculo central.
Um jogador de cada equipe se coloca, em sua cadeira de rodas, na metade
do círculo central mais próxima do seu cesto. Os outros jogadores podem
dispersar-se à vontade fora do círculo.
Apreciação: Conta-se 2 pontos para a bola encestada na quadra, e
1 ponto para cada cesta por cobrança de falta.
Pausa: Durante cada tempo do jogo, as equipes podem pedir uma
pausa de 30 segundos, queoo contadas como tempo de jogo.
Lançamento da bola: O árbitro lança a bola para o alto entre dois
adversários.
no início de cada tempo;
depois de cada bola segura;
depois de cada "foul" duplo.
Bola morta: Nos casos seguintes, a bola é considerada morta, o que
quer dizer que o jogo está interrompido:
após uma cesta reinício do jogo por um arremessador que
esteja por trás da linha terminal;
bola segura reinício do jogo através da bola jogada;
pausa reinício do jogo pela equipe que detém a bola, a par-
tir do local em que esta tiver sido declarada morta;
fora do jogo reinício do jogo por trás da linha limite, onde
a bola saiu fora;
infração reinício do jogo por trás da linha lateral, à altura
em que a infração foi cometida;
"foul" reinício do jogo segundo as regras do "foul" (ver
abaixo).
Fora do jogo: A bola ou seu detentor toca a linha limite ou o
chão, fora da área de jogo. 0 jogador que, dentro ou fora da área, tenha
tocado por último na bola quer seja com seu corpo ou com sua cadeira
de rodas, será considerado faltoso. Um dos jogadores da equipe adver-
sária recolocará a bola em jogo.
Bola segura: Dois adversários seguram a bola com as mãos de tal
forma que o prosseguimento do jogo se torna impossível. Se a bola foi se-
gurada na arpa de cobrança de faltas ou nas suas imediações, o lançamento
da bola pode ser efetuado dentro do círculo correspondente; do contrário,
será efetuado dentro do círculo mediano.
Arremesso: O arremessador deve-se manter fora das linhas limites,
com todas as rodas de sua cadeira. Durante o arremesso, nenhum dos ou-
tros jogadores poderá estar acima ou fora das linhas limites, com nenhuma
parte de seu corpo ou de sua cadeira de rodas.
O arremessador só poderá tocar novamente na bola se outro joga-
dor a tiver tocado antes.
Falta: O jogador faltoso deverá cobrar pessoalmente sua falta. Ele
se colocará na posição seguinte: as duas rodas traseiras de sua cadeira deve-
o estar diretamente por trás da linha de cobrança de faltas, sem no en-
tanto tocar na mesma.o poderá sair desta posição até que a bola tenha
tocado o aro, o cesto ou a tabela, ou seja declarada morta.
De cada lado da área de cobrança de faltas, estará um represen-
tante de cada uma das equipes, o qualo poderá sair desta posição en-
quanto a bolao tiver tocado o cesto, o aro ou a tabela. Se na cobrança
de falta houver ponto marcado, reinicia-se o jogo através da ação de um
adversário colocado atrás da linha terminal. Se a bola sair da área sem
tocar na tabela, no aro ou no cesto, será recolocada em jogo por um adver-
sário que se postará por trás da linha lateral. Assim que a bola tiver tocado
a tabela, o aro ou o cesto, o jogo continuará.
Após uma falta cometida devido a falta técnica, um parceiro do
arremessador reporá a bola em jogo, mantendo-se fora do ponto central da
linha lateral, qualquer que seja o resultado.
Manejo da bola: A bola pode ser passada, golpeada, lançada, rolada
ou driblada.
"Drilling": Consiste em bater duas vezes a bola no chão ao lado da
cadeira de rodas, pousá-la sobre os joelhos (mas nunca entre os joelhos!)
e efetuar dois giros. O drible terminará quando o jogador tocar a bola com
as duas mãos e este deverá, então, cedê-la.
Regra dos seis segundos: Para os jogadores da equipe detentora da
bola é proibido permanecer mais de 6 segundos na área de cobrança de
faltas da equipe contrária.
Esta regra prevalesce igualmente em caso de fora de jogo. Começa-
se a contar o tempo assim que o arremessador tocar a linha limite com
uma das rodas de sua cadeira.
Sanção: reinício do jogo pelo adversário colocado atrás da linha
lateral.
Regra dos trinta segundos: Quando uma das equipes toma posse
da bola, tenta lançá-la ao cesto nos 30 segundos seguintes. A cada fora
de jogo começa novo período de 30 Segundos. Uma das equipes mantém
a posse da bola até tentar uma cesta, até que um dos adversários lhe tome
a bola, ou até que a bola seja declarada morta.
Sanção: reinício do jogo por trás da linha lateral.
Faltas pessoais: É considerada como tal a ação que consistir em
empurrar, diminuir a corrida do adversário ou tocá-lo, ou ainda tocar
sua cadeira de rodas. Um jogadoro poderá tocar com a mão o adversá-
rio ou sua cadeira, salvo se for com a mão que segura a bola. Entretanto,
o adversário poderá ser tocado se estiver lançando a bola. O jogadoro
poderá driblar se estiver entre dois adversários, ou entre um adversário e a
linha lateral, seo houver bastante espaço livre.
Considera-se também como falta (foul) o fato de um jogador cor-
tar bruscamente o caminho de um adversário, de forma a colidir inevita-
velmente com ele.
o ainda faltas pessoais: a utilização doss para parar ou virar
a cadeira de rodas, bem como elevar o corpo acima da cadeira ao atirar
a bola ou por ocasião de um arremesso.
Sanção: Quando um "foul" vier de um jogador queo esteja ar-
remessando a bola ao cesto, esta será reposta no jogo por um adversário
colocado fora da linha lateral, perto do local onde a falta tiver sido come-
tida.
Se o "foul" provir de um jogador que esteja atirando a bola ao ces-
to, ao marcar ponto, este será considerado e o jogo prosseguirá, como de-
pois de qualquer cesta marcada. Mas se errar no arremesso, serão cobradas
duas faltas.
"Foul" duplo: Dois adversários cometem falta ao mesmo tempo,
um contra o outro. Reinício do jogo através de arremesso, a partir do cír-
culo mais próximo e entre os dois jogadores em questão.
Introdução metódica
Rodar em cadeira de rodas Rodar para a frente e para trás, com
mudanças de direção, rapidez nos reflexos no momento da partida e na
freagem, corridas de estafetas para a frente e de costas, rapidez de roda-
gem, baliza, corridas de obstáculos.
Técnica da bola:
Receber e arremessar: Em círculo. O monitor senta-se no meio e
lança a bola aos jogadores, à altura do peito. Estes a recebem estendendo
as mãos ao seu encontro, pegando-a flexivelmente e parando-a (movi-
mento de amortização).
Empregar duas bolas ao mesmo tempo. O monitor lança uma bola
ao nº 2; simultaneamente, o nº 1 lança outra bola ao monitor. O nº 2
pega a bola e a joga novamente ao monitor, que, ao mesmo tempo, pega
a bola do nº 1, e a lança ao nº 3, e assim por diante.
"A" empurra a bola com os dois braços à altura do peito, em
direção ao seu parceiro "B" (extensão rápida dos braços, punhos e dedos),
"B" pega a bola e a devolve da mesma maneira. Que grupo de dois percei-
ros obterá maior número de pontos? Cada bola recebida conta como um
ponto.
0 mesmo exercício com arremesso antecedido de batidas na bola
com uma das mãos, com as duas mãos passando por cima da cabeça, e
arremesso driblado com as duas mãos â altura do peito.
Bola ao cesto: A bola deverá ser sempre atirada de modo que caia
o mais verticalmente possível dentro do cesto.
Tiro ao alvo no cesto: Cada jogador joga 5 vezes a bola dentro do
cesto, a partir da linha de cobrança de faltas (arremesso antecedido de
batidas na bola com uma das mãos, com as duas mãos). Qual o grupo que
marcará mais pontos? O tiro no cesto deve ser exercitado tanto a partir
do lado direito, quanto do lado esquerdo.
Um jogador mantém-se sob o cesto; os outros colocam-se em fila
a aproximadamente 10 metros diante do cesto. O nº 1 avança. O nº 4
lança-lhe a bola e vai postar-se no fim da fila. O nº 1 pega a bola e,
rodando com sua cadeira, atira-a ao cesto; ele a recupera e a lança da mes-
ma maneira ao nº 2, e assim por diante.
Exercícios semelhantes, a partir dos lados.
Pegar a bola no chão. O jogador roda ao lado da bola e a pressiona
com ao contra a roda que gira, até que ela chegue ao ponto mais alto;
o jogador passa-a então a outro.
"Dribling": Exercícios preparatórios. Driblar parado com a mão
direita, depois com a mão esquerda. Driblar rodando, igualmente com a
mão direita e depois com a mão esquerda.
Drible sem mudar de lugar. Os jogadores driblam duas vezes ao
lado de suas cadeiras e colocam a bola com uma das mãos sobre os joelhos,
etc.
Durante do drible, o jogador bate duas vezes a bola ao lado de sua
cadeira de rodas, colocando-a em seguida com a mesmao sobre os joe-
lhos (maso entre os joelhos!) e gira duas vezes, etc.
Estafeta do pêndulo. Os jogadores colocam-se ao longo das paredes
da sala no sentido da largura da mesma, e atravessam-na driblando. Só po-
derão pegar na bola com ambas as mãos depois do último drible, quando
forem lançá-la ao jogador mais próximo.
Passar a bola, rodando: Dois (ou três) parceiros percorrem juntos
a sala, no sentido do comprimento desta, passando-se a bola sem interrup-
ção.
Mesmo exercício, driblando uma vez antes de lançar a bola; no
final do percurso, atirar a bola ao cesto.
Luta pela bola
Ver pág. 126
Bola implicante
Revezamento: Por exemplo, rodar efetuando baliza entre maças
estrategicamente colocadas, até ao meio da sala; pegar a bola no chão, e
driblar até ao cesto; atirar a bola ao cesto; recuperar a bola; driblar até ao
meio da sala; colocar a bola no chão e voltar fazendo baliza.
Sentido do jogo
Tipos de deficiência
Regras do jogo
"Badminton" (peteca na rede)
Joga-se a peteca simples em dois jogadores, e a peteca dupla, em
quatro. Os adversários se defrontam numa quadra dividida por uma rede
estendida a 1,60 m de altura, e golpeiam a peteca com uma raquete, para
um lado, para outro, por cima da rede, procurando colocá-la no campo
do adversário de modo que esteo possa devolvê-la corretamente.
É possível jogar-se o badminton sentado. Deste modo, este jogo
convém a quase todos os tipos de deficientes, contando que um dos braços
esteja apto a funcionar.
Local do jogo: O local difere, conforme o número de jogadores e
sua mobilidade. Para as competições da atividade física para deficientes,
foram adotadas as seguintes medidas: 11,90 m de comprimento por
5,18 m de largura, para a modalidade simples; 13,42 m de comprimento
por 5,18 m de largura, para a modalidade dupla.
A borda superior da rede se eleva a 1,60 m do chão (não menos de
1,55 m no meio).
Legenda:
1 linha de saque traseira
3 rede
2 linha de saque avançada
4 linha mediana
5 linhas laterais
A campo de saque direito
B campo de saque esquerdo
Apreciação: Qualquer falta de um jogador conta como ponto em
favor do adversário. Cada jogo constitui-se uma só partida, que termina
quando um dos jogadores atinge 18 pontos, sendo que a diferença entre
ganhador e perdedor seja de, no mínimo, 2 pontos.
Mudança de campo: Quando o jogador que está ganhando atinge 9
pontos, troca-se de campo.
Saque, na modalidade simples: O jogador lança a peteca, no saque
inicial, a partir do campo da direita, em diagonal para o campo da direita
do adversário. Após a primeira falta intervém o segundo saque, que é efe-
tuado do campo da esquerda, na direção do campo esquerdo do adversá-
rio.
Depois de dois saques válidos, o saque passa para o outro jogador.
Saque, na modalidade dupla: O jogador efetua o primeiro saque a
partir do campo da direita, e o segundo a partir do campo da esquerda. O
terceiro saque será efetuado por um parceiro a partir do campo da direita,
e o quarto, a partir do campo da esquerda. Em seguida, o saque passa para
o adversário, para os quatro saques seguintes.
Faltas:
Se a peteca estiver acima da linha da cintura do jogador quan-
do este bater nela com a raquete.
Se a petecao voar em diagonal para o campo adversário.
Se, no momento do saque, o sacador estiver fora do campo
de saque ou sobre uma linha delimitadora.
Se a peteca cair no chão dentro do campo que a sacou, ou
bater na rede.
Se for jogada para fora do campo do adversário.
Se um dos jogadores tocar na peteca com a raquete, do outro
lado da rede.
Se um dos jogadores tocar na rede ou nas estacas, com o cor-
po ou com a raquete.
Se a petecar golpeada duas vezes seguidas dentro do mes-
mo campo.
Ténis de mesa
Dois jogadores se enfrentam, cada um postado diante de uma das
extremidades da mesa de jogo, esta última dividida em dois por uma rede.
Jogam com uma raquete, que bate numa bola leve de celulóide para fa-
zê-ia passar por cima da rede. Procuram colocar a bola de tal forma no
campo do adversário que esteo possa devolvê-la, ou se o fizer, será
cometendo falta.
0 ténis de mesa poderá ser praticado por todos os amputados de
perna, bem como pelos poliomielíticose paraplégicos que utilizam cadeira
de rodas. Os portadores de deficiência nos braços também jogam com en-
tusiasmo o ténis de mesa. Se o braço perdido for o mais utilizado, este
jogo será um excelente modo de exercitar e desenvolver o braço menos
empregado. Se faltam as mãos, segura-se a raquete com o coto de "Kru-
kenberg", ou se amarra a mesma ao coto. Mesmo aqueles queo possuem
braços segurando a raquete com a boca e conseguem resultados espanto-
sos.
Sentido do jogo
Tipos de deficiências
Regras do jogo
Mesa de jogo e rede: 0 tampo da mesa deve medir 274 cm de com-
primento por 152,5 cm de largura. A superfície de jogo (tampo da mesa)
estará a 76 cm acima do solo, devendo ser bem reta. Pintada de verde es-
curo,o deverá produzir reflexos luminosos. Ao longo das quatro bordas,
traça-se uma linha branca de 2 cm de largura. Paralelamente às linhas late-
rais, uma linha branca de 3 mm de largura (linha mediana) divide a super-
fície de jogo em dois campos iguais. Com 183 cm de largura, a rede será
fixada no meio das duas linhas laterais, sobre duas estacas de 15,25 cm,
distantes das bordas da mesa também em 15,25 cm. A rede deverá estar
bem estendida e encostada á superfície da mesa.
Bolas e raquetes: é empregada uma bola leve oca de celul le.
A raquete, de madeira, deve ser bem plana e rígida. Pode ser recoberta de
cortiça ou borracha.
Apreciação: As faltas de um jogadoro contadas como pontos
em favor do adversário. Aquele que alcançar primeiro 21 pontos será o
vencedor. A diferença entre o resultado do ganhador e do perdedor deverá
ser de, no mínimo, 2 pontos; do contrário continua-se o jogo até obter
esta diferença (por ex.: 22 a 20, ou 23 a 21).
Direito de saque: Para iniciar, a bola é colocada em jogo três
vezes, com a mão. O jogador que deste modo conseguir mais pontos terá
direito ao saque. Conservá-lo-á até que os doisjogadore (juntos) tenham
obtido 5 pontos. Troca-se o direito ao saque a cada 5 pontos obtidos. Se o
jogo estiver 20 a 20, perde o direito ao saque quem cometer falta.
Troca de lugar: Depois de cada partida, os jogadores trocam de
lado. Nos certames, troca-se de lado na partida decisiva, assim que o joga-
dor que está vencendo atingir 10 pontos.
Saque: Joga-se a bola para o alto com a mão esquerda, e bate-se na
bola com a raquete, de tal forma que ela bata primeiro no campo do jo-
gador, passando em seguida por cima da rede sem tocá-la, atingindo o
campo do adversário. Se a bola bater na rede, efetua-se novo saque. Por
ocasião do saque, a bola deve bater atrás da linha de fundo entre o prolon-
gamento das duas linhas laterais.
Devolução da bola: A bola deverá bater primeiro no campo do ad-
versário. Então este poderá devolver a bola com sua raquete, de tal forma
que esta passe por cima da rede*para o campo adversário. Por ocasião da
devolução, a bola pode tocar na rede.
Faltas:
Se, no momento do saque, o jogador errar a bola;
- Se um dos jogadores tocar com a mão a superfície de jogo,
quando a bola estiver em movimento;
Se um dos jogadores tocar a superfície de jogo durante o
mesmo;
Se um dos jogadores, durante o jogo, tocar com a raquete ou
com as mãos na rede ou nas estacas que a sustentam;
Se a bolao cair no campo do adversário, seja por ocasião
do saque, seja na devolução;
A bola será válida se tocar a borda superior da mesa, maso
o será se atingir o lado ou a borda inferior do tampo da mesa;
Se um dos jogadores retiver com sua raquete a bola a ele jo-
gada pelo adversário, por cima da mesa. (É permitido pará-la
e pegá-la com a mão ou qualquer outra parte do corpo);
Se a bola bater duas vezes seguidas no campo daquele que a
sacou;
Se um dos jogadores bater duas vezes seguidas na bola;
Se um dos jogadores bater na bola antes que esta tenha atin-
gido o campo de quem bateu apressadamente.
Regras adicionais para o jogo duplo:
Equipes: No jogo duplo, serão dois jogadores de cada lado.
Saque: A bola deverá tocar sempre em primeiro lugar, a metade
direita ou a linha mediana do campo que detém o saque, e em seguida o
campo direito (de devolução) ou a linha mediana do campo do adversário.
Ordem de prioridade dos saques: O primeiro jogador (1) tem prio-
ridade de saque para os primeiros 5 pontos. Para os 5 pontos seguintes,
será o jogador adversário situado à direita (2) quem dará o saque; quanto
à 3
a
série de 5'pontos, será parceiro do primeiro jogador (3) e, para a
quarta série de 5 bolas, será do parceiro do segundo jogador (4). E assim
por diante. Se for obtido o resultado 20 a 20, trocar-se-á o direito ao
saque a cada falta cometida, na mesma ordem.
Modos de jogar: O sacador (1) joga em diagonal com relação ao
jogador adversário (2); este bate na bola no campo adversário (à direita
ou à esquerda,o tem importância); em seguida, o adversário do saca-
dor (3); enfim, o parceiro do adversário (4), e novamente o sacador (1),
e assim por diante, até que alguém cometa falta. Qualquer alteração desta
ordem constituirá falta.
Se os adversários estiverem jogando sentados em cadeiras de rodas,
pode-se escolher a ordem preferida.
Apoiar-se com ao livreo será considerado como falta.
GINASTICA NOS APARELHOS
A ginástica nos aparelhos convém particularmente aos amputados
de uma das pernas ou de ambas, aos deficientes de uma das pernas (inclu-
sive nos casos de paralisia de perna). Nos casos de paralisia de ambas as pet
nas (poliomielíticas ou paraplégicas), serão necessárias muitas precauções.
o se deve iniciar nada com as pessoas desta categoria, sem antes consul-
tar o médico. Será igualmente necessário que o monitor de esportes, desig-
nado para estes casos, seja muito competente.
Quanto aos deficientes dos membros superiores, salvo raras exce-
ções para as quais esta modalidade é possível de maneira muito limitada,
a ginástica nos aparelhoso é viável. Para os amputados dos braços, ela
o entra em consideração.
Os que sofreram amputação femural, simples ou dupla, bem como
os amputados da coxa ou da anteperna, praticarão sempre a ginástica nos
aparelhos, sem próteses.
De acordo com suas possibilidades, os que sofreram amputação
tibial simples ou dupla, bem como os paralíticos de uma das pernas ou
de ambas, praticarão a ginástica com ou sem prótese, com ou sem apa-
relhos ortopédicos.
É muito importante dispor de pessoas atentas para ajudar ou in-
tervir prontamente. Duas pessoas para auxiliar serão mais úteis do que
uma. É necessário dispor tapetes suficientes no solo, para assegurar uma
boa forração entre os aparelhos.
Evitar, principalmente em se tratando de iniciantes, a utilização de
vocabulário técnico rigoroso. As explicações deverão ser simples e de fácil
assimilação.
A ginástica nos aparelhos é penosa, principalmente para as pessoas
sem treinamento. Portanto, necessário se faz prever uma pausa de repouso
suficiente, entre os diversos exercícios. Um começo lento é indispensável.
As páginas seguintes mostram apenas os exercícios mais comuns
para os iniciantes. O objetivo buscado é proporcionar o conhecimento dos
diversos aparelhos. Será necessário considerá-los como obstáculos e fixar
como meta, conseguir subir neles, ultrapassá-los e tornar a descer dos
mesmos.
Ao lado das vantagens que estes aparelhos proporcionam reforçan
do a musculatura dos ombros, dos braços, do torso e da bacia, bem como
a melhoria da postura corporal, experimenta-se grande satisfação ao exe-
cutar perfeitamente um exercício.É esta a razão pela qual a ginástica nos
aparelhos possuio grande valor para os deficientes.
Princípios de base
Barra fixa („reck")
Reck à altura do peito:
Exercícios
1 Suspensão: elevar e descer a bacia;
para finalizar, executar círculos
com a bacia, para a esquerda e de-
pois para a direita.
2 Suspensão: dobrar e estender os
braços. Quem encosta o peito na
barra?
3 Da posição lateral, segurando a
barra por baixo; impulsionar-se
para a frente, ou avançar rapida-
mente por meio de pequenos
passos em posição suspensa, e vol-
tar à posição inicial.
4 (I) Salto com apoio, braços esten-
didos, e volta (atenção à boa pos-
tura do corpo, no momento da
tensão).
5 Do apoio com os braços estendi-
dos, efetuar ligeira flexão até o
apoio dobrado, e volta à posição
inicial.
6 Na posição suspensa, elevar as per-
nas do chão até a horizontal. Li-
geira flexão das pernas até a posi-
ção inicial.
7 (2) Da suspensão: repetir o exer-
cício nº 5, afastar as pernas e
juntá-las novamente; repetir, do-
brando e estendendo as pernas.
8 A partir do apoio com os braços
estendidos, dobrar os mesmos e
balançar lentamente para diante.
9 Da posição de pé e de lado, elevar-
se com apoio e balançar; idem
com impulso.
10 (3) Suspensão inclinada, na posi-
ção abaixada, levar o corpo para a
frente e para trás; para terminar,
suspensão horizontal, para a frente
e para trás.
Reck à altura da preensão:
Exercícios
1 (4) Da posição sentada, elevar-se
através de tração dos braços, se-
gurando-se com as mãos.
2 (5) Na posição suspensa, balançar-
se para a esquerda e para a direita,
deslocando ligeiramente as mãos.
3 (6) Na posição suspensa, -elevar e
descer a bacia. Atenção para elevá-
la bastante.
4 (7) Em suspensão dobrada para os
amputados de perna, elevar os co-
tos até a horizontal, separá-los e
juntá-los novamente.
5 Para os que possuem paralisia de
perna, em suspensão dobrada, ba-
lançar a bacia para a esquerda e
para a direita.
Barras paralelas
De início, as barras serão colocadas
o mais baixo possível.
Exercícios
1 (8) Da posição transversal externa,
salto ou passagem ao apoio com os
braços estendidos, e volta à posi-
ção de. No momento do apoio,
dobrar ligeiramente os braços e es-
tendê-los.
2 (9) Da posição transversal externa,
balançar-se no apoio e voltar à po-
sição de. Exercitar várias vezes,
o esquecendo de balançar.
3 Da posição lateral externa, segurar
uma barra, passar à suspensão, e
dobrar e estender os braços. Aque-
les que sofreram amputação dos
dois braços e os paralíticos das
duas pernas podem executar este
exercício a partir da posição sen-
tada.
4(10) Colocar-se entre as duas bar-
ras, suspenso pelas axilas, balançar
ambas as pernas para diante e para
trás.
5 (11) Da posição transversal, saltar
entre as duas barras ou passagem
ao apoio estendido e balançar as
pernas para a frente e para trás.
6 (12) Iniciar como no exercício
nº 5, e em seguida balançar-se
até conseguir a posição sentada
transversal sobre uma barra. Exer-
citar os dois lados; exercitar tam-
m o balanço entre as duas bar-
ras. Atenção à boa postura do
tronco, na posição sentada trans-
versal.
7 (13) Da posição lateral externa,
salto ou passagem ao apoio. Se-
gurar a barra da frente, colocar-se
de bruços e balançar para a frente.
Exercitar lentamente,o deixar o
corpo ceder.
8 (14) Especialmente indicado para
amputados de ambas as pernas. Do
apoio lateral interno, descer até a
posição horizontal para a frente e
para trás.
9 (15) Da posição transversal exter-
na, colocar-se no apoio. Apoiar-se
para diante alternativamente com
a mão esquerda e direita sobre as
barras. Efetuar pequenos passos.
Exercício penoso. A cabeçao
deve enterrar-se nos ombros.
10 (16) Pequeno exercício nas barras:
Da posição transversal no meio das
barras, salto ou passagem ao
apoio estendido. Balançar as per-
nas duas vezes para diante e para
trás, e dar um impulso para chegar
à posição sentada transversal. Pe-
quena rotação, estando em apoio
deitado para diante. Descer len-
tamente de bruços, balançar para a
frente na horizontal, em seguida
passar para a posição de pé ou sen-
tada sobre a esteira. (Os amputa-
dos de ambas as pernas ou paralí-
ticos também de ambas as pernas
podem efetuar o exercício de
apoio estendido, utilizando a ca-
deira de rodas ou um trampolim.
Aros
Regulá-los à altura da cabe-
ça ou à altura de preensão; se fo-
rem utilizados em posição sentada,
regulá-los mais para baixo.
Cuidar para que estejam bem fir-
mes.
Exercícios
1 Elevar-se por tração dos braços
nos aros até a suspensão dobrada,
e voltar.
2 (17) De, segurando os aros; efe-
tuar círculos com a bacia, nos dois
sentidos. (18). Atenção para que
os braços se mantenham bem es-
tendidos.
3 (19) Em suspensão dobrada, efe-
tuar círculos com as pernas juntas,
com o auxílio da bacia.
Para dominar o exercício será ne-
cessário estender os braços.
4 Aros à altura de preensão, balan-
çar-se em suspensão estendida para
a frente e para trás.
5 Para amputados de ambas as per-
nas, sem prótese: colocar-se na ho-
rizontal para a frente, a partir da
posição sentada.
6 (20) (21) Da posição de, ou
sentada, suspensão deitada e volta
à posição inicial.
"Wall-Bars" Barras fixas horizontais
Exercícios
Os exercícios de suspensão nas
barras servem, em primeiro lugar, para
a extensão corporal,o importante.
1 (22) Suspensão descontraída, com
o rosto contra o aparelho (suspen-
o ventral). Pernas igualmente
descontraídas.
2 (23) Suspensão descontraida.com
as costas viradas para o aparelho
(suspensão dorsal).
3 (24) Da suspensão ventral balan-
çar as pernas para trás com o
auxílio do abdómen e voltar à
posição inicial, mantendo tensa a
musculatura do abdómen.
4 (25) Da suspensão ventral, balan-
çar as pernas para a esquerda e
para a direita, de maneira descon-
traída. Repetir, a partir da suspen-
o dorsal.
5 Da suspensão dorsal, dobrar as
pernas e estendê-las novamente.
Exercitar várias vezes.
6 Da suspensão dorsal, elevar as
pernas estendidas e descê-las nova-
mente; exercitar também com as
pernas afastadas.
Forrar sempre o chão ao pé das
barras com esteiras.
Da posição sentada, pode-se igual-
mente efetuar pequenos exercí-
cios. Mesmo amputado femural bi-
lateral poderá subir bem alto, com
o auxílio de seus cotos.
Exercícios na posição deitada de
costas
Será necessário utilizar uma es-
teira.
Segurar a barra mais baixa com
ambas as mãos. Estender os dois bra-
ços.
1 Estirar várias vezes o corpo intei-
ro.
2 Estirar alternativamente o lado es-
querdo e o lado direito do corpo.
3 Elevar a perna esquerda e sacudi-
la, de maneira descontraída. Repe-
tir com a perna direita e com am-
bas as pernas.
4 Estender a perna esquerda, balan-
çá-la em direção ao alto e repou-
sá-la. Repetir com a perna direita
e com ambas as pernas.
5 Dobrar a perna esquerda e levar o
joelho dobrado ao peito, em segui-
da estender a perna e voltar à po-
sição inicial. Repetir com a perna
direita.
6 Dobrar ambas as pernas e levar os
joelhos dobrados ao peito, em se-
guida estender as pernas em dire-
ção ao alto e voltar lentamente pa-
ra a posição inicial.
7 Pousar os doiss no chão, elevar
as nádegas e voltar. Repetir, des-
crevendo pequenos círculos com
as nádegas elevadas.
8 Pousar oss no chão. Mantendo
os joelhos juntos, tocar o solo
com as pernas, à esquerda e à di-
reita. Os ombros devem permane-
cer de encontro ao solo.
9 Na posição deitada de costas, girar
as nádegas para a esquerda e para
a direita. Manter os ombros no
chão.
10 Elevar ligeiramente a cabeça e os
ombros, expirando ao mesmo tem-
po, e voltar à posição inicial.
11 Exercício respiratório. Inspirar pe-
lo nariz (enchendo o abdómen de
ar) e expirar lentamente pela boca,
pressionando fortemente a coluna
vertebral contra o solo.
12 Elevar a perna esquerda estendida
e pousá-la no lado esquerdo e no
direito. Repetir com a perna direi-
ta.
13 Elevar as duas pernas e pedalar.
14 Elevar as duas pernas estendidas,
afastá-las e juntá-las novamente.
15 Elevar as pernas estendidas e bater
rapidamente uma contra a outra
(alternativamente na frente e
atrás).
16 Elevar as pernas estendidas. Pou-
sá-las juntas no solo, de lado, à
esquerda e à direita. Os ombros
devem permanecer no chão.
17 Pernas estendidas no chão levá-
las juntas para a esquerda e para a
direita.
18 Elevar as pernas a pouca distância
do solo, afastá-las e juntá-las no-
vamente.
19 Elevar as pernas e, estendendo-as,
descrever pequenos e grandes cír-
culos para a esquerda, e em segui-
da para a direita.
20 Na posição deitada de costas, do-
brar e estender os braços.
21 Elevar as pernas e sacudi-las de
maneira descontraída.
Fixar os doiss sob a barra mais baixa do "wall-bars".
22 Cabeça apoiada. Elevar o tronco
ligeiramente do chão juntando os
cotovelos e expirando. Volta à po-
sição inicial.
23 Cabeça apoiada. Levantar o torso
até a posição sentada e voltar à
posição inicial.
24 Braços estendidos para trás, costas
das mãos apoiadas no chão. Girar
o corpo para o lado, para a esquer-
da e em seguida para a direita.
Oss permanecem na posição
inicial.
25 Braços estendidos para trás. Com
um impulso vigoroso, colocar-se
na posição sentada e voltar à posi-
ção inicial.
26 Cabeça apoiada. Elevar ligeiramen-
te o tronco do chão e pousá-lo al-
ternativamente à esquerda e à di-
reita. Descrever um pequeno semi-
círculo.
27 Cabeça apoiada. Elevar ligeiramen-
te o tórax e executar círculos para
a esquerda e para a direita.
28 Cabeça apoiada. Elevar ligeiramen-
te o tórax do chão e girá-lo para a
esquerda e para a direita.
29 Cabeça apoiada. Elevar o tórax até
a posição sentada e balançar para
diante. O nariz deverá tocar os
joelhos. Voltar à posição inicial.
30 Braços estendidos para trás. Sen-
tar-se através de um impulso vigo-
roso e balançar o tórax para di-
ante.
31 Braços pousados sobre as coxas.
Elevar-se para a posição sentada e
voltar à posição inicial.
32 Afastar as pernas, mantendo os
s sob a barra. Sentar-se esten-
dendo os braços e balançar para a
frente.
33 Braços estendidos, sentar-se e ba-
lançar para diante até tocar com as
duas mãos o tornozelo esquerdo.
Idem, para a direita.
34 Cabeça apoiada. Elevar o tórax até
a posição sentada, balançar até to-
car o joelho direito com o cotove-
lo esquerdo; voltar à posição ini-
cial. Idem cotovelo direito e joe-
lho esquerdo.
Exercícios na posição de bruços
Segurar com ambas as mãos a úl-
tima barra do "wall-bars". Braços es-
tendidos.
1 Estirar o corpo inteiro.
2 Contrair e descontrair os músculos
das nádegas.
3 Elevar estendendo alternativamen-
te a perna esquerda e depois a per-
na direita.
4 Elevar as pernas juntas e estendi-
das, e voltar.
5 Elevar as pernas juntas e pousá-las
à esquerda e em seguida à direita.
6 Elevar as pernas estendidas; bati-
das rápidas.
7 Elevar as pernas estendidas, afastá-
las e juntá-las, sempre estendidas.
8 Elevar o tórax do chão e voltar à
posição inicial.
9 Girar o corpo estendido para o la-
do, para a esquerda e para a direi-
ta.
10 Elevar ao mesmo tempo o tórax e
a perna esquerda estendida. Mes-
mo exercício com a perna direita.
11 Elevar ao mesmo tempo o tórax, a
perna esquerda e ao direita.
Mesmo exercício com a perna di-
reita e mão esquerda.
12 Elevar ao mesmo tempo o tórax
e as pernas estendidas; voltar.
13 Elevar as pernas estendidas e pou-
sá-las do lado esquerdo, e em se-
guida do lado direito.
Descrever um pequeno semicír-
culo.
14 Elevar as pernas estendidas e efe-
tuar pequenos círculos para a es-
querda e depois para a direita.
15 Elevar as pernas estendidas e efe-
tuar a "tesoura" (cruzar rapida-
mente as pernas para dentro e para
fora).
16 Bater alternativamente nas coxas
ou nas nádegas com os calcanhares
esquerdo e direito, e em seguida
com os dois ao mesmo tempo.
17 Elevar simultaneamente o tórax e
as pernas estendidas e balançar-se
(com impulso).
18 Dobrar e estender os dois braços
ao mesmo tempo.
Colocar os calcanhares sob a barra
mais baixa do "wall-bars".
19 Braços estendidos para a frente.
Elevar os braços estendidos, mu-
dando constantemente.
20 Repetir o exercício nº 1 elevando
o tórax ao mesmo tempo.
21 Braços estendidos para a frente.
Elevar os braços, ao mesmo tempo
que o tórax.
22 Elevar os braços ao mesmo tempo
que o tórax, dobrar e estender os
braços.
23 Pousar as mãos no chão, uma so-
bre a outra e pousar o queixo so-
bre estas últimas. Elevar o tórax,
inclusive braços e mãos.
24 Cabeça apoiada. Elevar o tórax.
25 Cabeça apoiada. Elevar o tórax e
girar o torso para a esquerda e
para a direita.
26 Cabeça apoiada. Elevar o tórax e
descê-lo para a esquerda, depois
para a direita.
27 Cabeça apoiada. Elevar o tórax e
efetuar pequenos círculos para a
direita e para a esquerda.
28 Estender os braços para o lado,
palmas das mãos no chão. Elevar
o tórax, inclusive os braços.
29 Posição inicial igual a do exercí-
cio nº 11. Elevar o tórax e os bra-
ços e efetuar círculos com os bra-
ços.
30 Braços nas costas, mãos juntas
(dedos cruzados). Elevar o tórax,
ombros para trás.
Barras paralelas verticais, corda
Exercícios
1 (26) Posição de pé ou sentada;
subir tranquilamente e descer no-
vamente. Prestar atenção especial
ao final da subida:o se deve,
em caso algum, subir até o topo
da barra.
2 Subir, passando de uma barra para
outra, ou de uma corda para ou-
tra.
3 (27) Subir em duas barras ou em
duas cordas. Deslocar pouco a
pouco as mãos para o alto.
4 Suspender-se, com as pernas do-
bradas na barra ou na corda. De
início, apenas um curto percurso.
5 (28) Subir em duas barras ou em
duas cordas até ao meio. Em segui-
da, encolher as pernas ou elevá-las
e baixá-las. Eventualmente, afas-
tando as pernas estendidas (29).
6 (30) Em suspensão estendida em
duas barras, girar o corpo para a
esquerda e em seguida para a di-
reita.
Sempre dispor esteiras ao pé das
barras paralelas verticais ou cordas.
Recomenda-se especialmente para
os amputados femurais bilaterais, o
sistema de cordas com nós, imaginado
por Lorenzen.
Escada
Exercícios
1 Subir e descer de modos diversos.
2 Subir lentamente de degrau em de-
grau.
3 Pendurar-se.
4 (31) Em suspensão estendida: Ba-
lançar as pernas de lado; Balançar
as pernas para a frente e para trás;
Dobrar as pernas e estendê-las; E-
levar e tornar a descer as pernas
estendidas; Abrir e fechar as per-
nas; Pedalar e mexer as pernas.
5 (32) Suspensão estendida e dobra-
da, alternativamente. Os portado-
res de amputação femural, simples
ou dupla, devem subir a escada
sem prótese; os que sofreram am-
putação tibial, simples ou dupla, a
sobem com prótese (33).
(34) Pode-se executar exercícios
semelhantes na escada colocada de
viés, bem como utilizando a com-
binação escada-reck.
Ginástica com banco sueco
Disposição
Pelo fato de haver grande variedade de enfermidades em nossos
grupos (*), nem todos os deficientes conseguem executar todos os exer-
cícios. É a razão pela qual se exige grande habilidade pedagógica do moni-
tor. Convém introduzir ligeiras variações, ou mesmo encontrar outros
exercícios apropriados, a fim de que cada ginasta efetue sua quota de exer-
cícios. O deficiente nunca deve ser mantido à margem por causa de sua en-
fermidade, o que lhe causará um sentimento de exclusão, de estar sendo
deixado de lado.
Um equipamento que tem a vantagem de permitir que grande-
mero de pessoas se exercite ao mesmo tempo; um instrumento que até os
portadores de grandes deficiências ainda podem utilizar: é o banco sueco.
Oferece a possibilidade de execução de exercícios fáceis e variados.
De acordo com o número de componentes do grupo, pode-se em-
pregar dois ou vários bancos suecos. Pode-se colocar de 6 a 8 deficientes
em cada banco.
Para proceder ao aquecimento, todos devem deslizar uma vez
em torno do banco. Variações à vontade: de bruços, de costas, de gati-
nhas.
Colocar o banco na posição normal, com a parte mais longa
para cima. De bruços, com a face contra o banco. Segurá-lo com a
mão esquerda e depois com a direita, trocando rapidamente as
mãos. A mão que estiver para trás sempre vai até ao quadril! Quem
consegue segurar o banco com as duas mãos?
De gatinhas, mãos pousadas no banco; balançar-se ligeira-
mente. O que será mais fácil: apoiar-se sobre os antebraços, sobre
as mãos ou apenas sobre as pontas dos dedos?
Tentar tocar o chão com a fronte e tornar a subir; ao subir,
arredondar as costas como um gato.
É mais difícil apoiar-se apenas com uma das mãos, a outra
sendo mantida nas costas. Descer o nariz o mais possível, 5 vezes
para a esquerda e 5 vezes para a direita.
Deslizar de bruços sobre o banco, para diante e para trás. Ao
levar o corpo para a frente, este se alonga em 30 cm! Colocar uma
esteira na extremidade do banco.
De bruços sobre o banco. Manter-se com as mãos na borda
superior do banco, à esquerda e à direita; as pernas devem estar
colocadas no chão, à esquerda do banco. Com um impulso, passá-
las para o lado direito do banco.
Outros exercícios, partindo desta posição inicial: deitar-se no
banco, com as pernas caídas de cada lado, respectivamente à es-
querda e à direita do banco; elevar as pernas para cima do banco e
voltar novamente à posição anterior. Duas pessoas podem executar
este exercício ao mesmo tempo, cada uma colocada numa extre-
midade do banco.
De bruços, atravessando o banco,s no chão de um lado do
banco, mãos também no chão do outro lado. Quem conseguirá
executar 10 apoios faciais?
Mesma posição inicial. Elevar estendendo uma perna de cada
vez. É mais difícil executar este exercício com ambas as pernas ao
mesmo tempo!
Nota do tradutor: o autor se refere à Suíça
De bruços, atravessando o banco; um parceiro segura as per-
nas do aluno que está-se exercitando. Apoiar as mãos no solo. Ele-
var o tronco colocando as mãos nas costas, em seguida abrir os
braços e depois estendê-los para a frente.
Nesta posição inicial, pode-se também levantar-se rapida-
mente do chão e voltar, várias vezes.
Sentado a cavalo sobre o banco; inclinar lentamente o tórax
para diante, até ficar deitado sobre o banco, oss permanecendo
no chão. Em seguida procede-se a uma extensão completa, até às
pontas dos dedos. Quem conseguirá recolocar-se sentado, pernas
afastadas, com as costas o mais retas possível?
Mesma posição inicial. Deixar-se cair para a frente e, seguran-
do o tórax com as mãos, voltar à posição sentada.
É mais difícil fazer o mesmo para trás. Os dois exercícios po-
dem ser combinados, formando um exercício completo.
Outra variação: sentado a cavalo, pender lentamente para a
frente até tocar o banco com a barriga. Proceder a uma extensão
completa para diante, segurar o banco com as mãos, colocar as
pernas sobre o banco e puxar o corpo para a frente; sentar-se com
as pernas afastadas e avançar até a extremidade do banco.
Sentado no banco, as duas pernas do lado esquerdo. Apoiar-
se com as duas mãos para trás e tentar passar as pernas para o lado
direito. Se for muito difícil, pode-se passar uma perna após a
outra.
Em seguida, tenta-se o apoio deitado de costas, sobre o ban-
co.o deixar o abdómen ceder.
Deitado de costas sobre o banco. Segurar as bordas do banco
com ambas as mãos o mais longe possível, acima da cabeça e puxar
o corpo para trás, ao longo do banco. Ao chegar à extremidade,
sentar-se e descer.
Um parceiro deita-se no banco, de costas ou de bruços. Todos
os outros se mantêm em círculo, em torno do banco. Estes últimos
movem ligeiramente o banco para o lado esquerdo, depois para o
lado direito, o que obrigará aquele que está deitado no banco a se
segurar firmemente com toda a musculatura de seu corpo sobre a
superfície inclinada. Um excelente exercício de coordenação para
toda a musculatura!
Um exercício difícil: deitado de bruços, atravessado no
banco; balançar-se de tal forma que o tórax e as pernas sejam ele-
vados ao mesmo tempo.
Pequena corrida de estafetas: inicialmente, cada grupo man-
tém-se sentado sobre seu banco. Todos estarão com as pernas colo-
cadas do lado esquerdo do banco. Qual dos grupos conseguirá pas-
sar as pernas para o lado direito primeiro? Qual dos grupos conse-
guirá primeiro mudar 10 vezes de lado? etc.
Todos sentam-se no chão à esquerda do banco. A mão próxi-
ma ao banco segura a borda superior que se encontra mais perto
do corpo, e a outra mão segura a borda mais afastada. Ao coman-
do, eleva-se o banco com os braços estendidos, o qual será colo-
cado do lado oposto.
Pode também ser executado sob forma de pequena compe-
tição.
Ou então: elevar 10 vezes o banco, acima da cabeça.
Ou ainda: com o banco mantido suspenso acima da cabeça,
deitar-se de costas e voltar a sentar-se; pender o mais possível para
diante e deitar novamente de costas.
O banco sueco presta-se muito bem aos exercícios de equilíbrio.
Com ajuda, o deficiente queo se equilibra muito bem sobre as pernas
consegue também vencer este obstáculo, É aconselhável só utilizar de
início, para a marcha, a parte superior do banco, a mais larga.
Uma palavra sobre a posição da pessoa que auxilia:
Para prestar um auxílio mais seguro no momento de passar o defi-
ciente para o banco, o melhor será segurar-lhe o fundo das calças entre as
pernas ou à altura do quadril esquerdo, com ao que estiver próxima
ao aluno. A outrao deverá segurar o braço do mesmo, justo acima do
cotovelo. Deste modo, qualquer hesitação daquele que estiver se exerci-
tando poderá ser facilmente corrigida. É aconselhável atenuar o desní-
vel entre o solo e o banco, nas extremidades, por meio de esteiras ou da
tampa de uma caixa. Assim evita-se um choque brusco no momento que
se vai descer do banco.
Os exercícios de ginástica com e sobre o banco suecoo se esgo-
tam com estes poucos exemplos. Caberá aos monitores o esforço necessá-
rio para encontrar outros exercícios, a fim de que o banco sueco seja utili-
zado, eo apenas colocado na sala de ginástica, É um aparelho que pro-
porciona a todos os deficientes a oportunidade de praticar ginástica.
ATLETISMO LIGEIRO
Generalidades
Andar e correr
"O exercício mais simples e mais fácil para o coração é a corrida.
Digamos simplesmente: o exercício fundamental" (C. Diem).
Para a maioria dos deficientes, infelizmente istoo corresponde
inteiramente à verdade. Entretanto, em todos os casos nos quais a enfer-
midadeo afeta a marcha por exemplo, as deficiências dos braços, a
cegueira, a surdez, esta disciplina merece ser praticada.
A corrida exige muito espaço e ar puro. Em qualquer lugar em que
for possível, será preciso correr ao ar livre. A corrida nos proporciona um
sentimento de liberdade; age agradavelmente sobre os órgãos da circulação
sanguínea, coração e pulmões.o encontramos em nenhuma outra
modalidade os benefícios de uma respiração possante, como na corrida.
Objetivos do ensino
Método
A marcha
Corrida
Adquirir um estilo correto de corrida, desenvolto e harmonioso, e
melhoria da força muscular, o aumento do rendimento pessoal.
Evitar-se-á correr em pista de cinza, preferindo a esta, uma prada-
ria ou melhor ainda, o terreno plano da floresta, com seus caminhos ame-
nos, macios e cheios de variedade.
Em primeiro lugar está a experiência vivida da corrida, eo uma
técnica especial.
A maioria de nossos deficientes ainda consegue andar sozinhos. O
exercício esportivo contribui para que eles adquiram maior habilidade na
marcha. Para tanto, o ensino da marchao deveria faltar em nenhuma
aula de ginástica (Ver "Aprendizagem do andar", pág. 63).
Além da musculatura que nos permite uma postura correta (mús-
culos das nádegas e extensores dos joelhos), a boa marcha contribui tam-
m para a musculatura dorsal e abdominal (exercícios de reforço destes
músculos: ver capítulo "Ginástica").
Exemplos de exercícios
Andar em linha (em fila).
Cada um anda individualmente pela sala, num ritmo corrente (este
exercício pode ser executado com acompanhamento musical). Evitar coli-
sões!
A marcha será facilitada se os braços estiverem estendidos acima
da cabeça. Pode-se também segurar um bastão acima da cabeça.
Ao andar, mantém-se os antebraços flexionados em ângulo, e
gira-se conscientemente para diante a parte do corpo oposta à perna avan-
çada (marcha com o auxílio do quadril). Atenção ao bom "desempenho"
dos pés. Acelerar o ritmo sem alongar os passos.
A habilidade na marcha e o domínio do corpoo obtidos através
de exercícios de equilíbrio:
Andar sobre uma linha.
Andar sobre uma corda de pular, colocada no chão (descalço, os
dedos serão mais exercitados, devido ao esforço para se manter o equilí-
brio).
No banco sueco (lado largo e lado estreito).
Andar com mudanças de direção, impostas por obstáculos: "ser-
pentear" em torno de bolas medicinais ou de maças.
Vencer e escalar obstáculos, tais como esteiras, pranchas, cordas,
etc.
O melhor exercício é a marcha em terreno plano. Nas sendas ma-
cias da floresta, subindo e descendo. Este género de marcha poderá ser
complementado por uma corrida de orientação. Bem entendido, o percur-
soo poderá ser longo em demasia. O tempoo será medido. Em cada
posto, haverá diversas tarefas a cumprir (tiro ao alvo, tiro à distância, exer-
cícios de habilidade etc). A fantasia é quem manda!
Exercitar corretamente os tornozelos, por meio dos movimentos
seguintes:
De, elevar o corpo na ponta doss e descer novamente.
Iniciar lentamente e aumentar gradativamente o ritmo. Descer de-
vagar até a posição inicial.o se deve sacudir o corpo no momen-
to em que os calcanhares tocarem o chão.
Mesmo exercício, deslocando o peso do corpo de um pé para
outro. Antebraços em ângulo.
Avançar executando passinhos miúdos. Fornecer desde já aos
alunos uma ideia da posição correta dos braços e da díreção. Mover
os braços acompanhando a marcha, com ligeiro movimento dos
ombros. Erro mais frequente: balançar os braços em sentido trans-
versal à direção da marcha.
0 trote constitui a continuação do exercício anterior, com li-
geiro aumento do tamanho do passo, É um excelente aquecimento
para a corrida ligeira e flexível.
A partir do trote, consegue-se a corrida rápida. Aceleração do
ritmo, aumentando a pressão da sola do pé e a extensão da perna
(articulações do quadril, do joelho e do pé).
Exercícios de aceleração: levando o corpo para a frente, pas-
sar do trote à corrida rápida. Aumentar o ritmo e, após um curto
percurso, diminuir o ritmo e continuar com o trote.
Importante: desde o começo, exigir a boa postura dos braços
o que facilita a corrida. Respirar pelo nariz pelo maior espaço de
tempo possível.
Entre a corrida e o trote, introduzir o galope, o qual apresen-
ta uma possibilidade de elevação (altura e distância do salto indi-
vidual).
Para descansar, andar praticando a respiração profunda.
"Skipping" (correr sem sair do lugar, com elevação dos joe-'
lhos e posição do corpo inclinada para diante); skipping e recome-
çar. Com resistência (câmara de ar de bicicleta).
Jogos de corrida
Perseguição: Os jogadores mantêm-se costa a costa, enfileirados
lado a lado. A fila da esquerda será "azul", a da direita será "vermelha".
Cade um deverá manter o olhar diante de si, orientado para a sua direção
de marcha. Ao comando "vermelho"!, os "vermelhos" se vão. Os "azuis"
tentam pegar os "vermelhos" e aplicar-lhes um tapa nas costas.
Corridas de estafetas (ver pág. 128).
Outras formas: saltar obstáculos, subir, arrastar-se sob alguma coi-
sa, passar correndo por baixo de uma corda que esteja sendo balançada
etc.
Um jogo de corrida magnífico, combinado com o aprendizado do
arremesso, é a "bola queimada" (bola batida).
Tanto quanto possível, andar ao ar livre (floresta ou pradaria), o
que oferecerá a possibilidade de prosseguir por intervalos a um treinamen-
to em contato com a natureza, encolhendo-se uma pista apropriada.
O "jogo de percurso", universalmente conhecido, é um dos tipos
de treinamento ideal para a corrida. Se se corre numa subida, sente-se
nitidamente o acréscimo de esforço que as pernas devem despender, atra-
s de um passo curto e firme. Na descida, tudo será mais fácil, ter-se-á
a impressão de voar. Correr efetuando balizas entre as árvores proporciona
o domínio do corpo.
Treinamento por intervalos
0 treinamento por intervalos é uma das formas de adquirir resis-
tência. As experiências desta modalidade,o principalmente o resultado
de pesquisas nas diversas técnicas de atletismo ligeiro. O princípio metó-
dico é o seguinte: atingir rendimento físico,o através de competição,
mas por fragmentos. Estes fragmentoso entremeados por intervalos,
maso se trata de pausas sem atividade (Heipertz). Por exemplo, um atle-
ta que esteja treinando para os 400 m, poercorrerá várias vezes 200 m e,
entre dois percursos, efetuará pausas (intervalos) durante as quais correrá
mais lentamente (trote), durante aproximadamente 45 segundos. Alguns
autores falam de ritmo de treinamento em forma de ondas: a simples mu-
dança de exercício significa repouso = recuperação (Pinkala). Segundo
Diem, "na fase de esforço do treinamento por intervalos, o próprio esfor-
ço que representa três quartos se alterna com a fase de acomodação, que é
de aproximadamente um quarto". Quanto à duração, pode-se dizer, segun-
do pesquisas recentes, que o esforço individualo deve ultrapassar 1
minuto, e a fase de repousoo deverá ultrapassar 1 1/2 minuto, É certa-
mente necessário levar em conta as diferenças individuais. Como regra de
base, podemos recomendar que a fase de esforço seja mais ou menos o
dobro da fase de acomodação.
A frequência das pulsações, medida na posição deitada no início
da pausa (fim da fase de esforço), pode atingir de 170 a 180 pulsações por
minuto. Em todo caso, a pausa deverá durar quanto tempo for necessário
para que as pulsações cheguem a 120 por minuto. Somente então poder-
se-á empreender o esforço seguinte. Se a frequência das pulsações perma-
necer muito tempo acima de 140 por minuto, o esforço terá sido exces-
sivo.
"O valor decisivo destes intervalos se encontra no fato de que se
pode alcançar um alto grau de condicionamento, sem o mínimo perigo de
esgotamento e que, daí, este método pode ser aplicado com sucesso para
treinar jovens, fracos, convalescentes e também pessoas muito idosas"
(Diem).
Entretanto,o só a corrida pode ser exercitada pelo método por
intervalos. As experiências adquiridas no ensino que utiliza este método
valem praticamente para todo o conjunto dos esportes. O princípio dos
intervalos se aplica otimamente à ginástica, principalmente com o auxílio
do "Bali" (verpág. 105).
Ensino de partida
O problema da partida em corrida de curtas distâncias, para os
grupos de deficientes dos quais falaremos, deve ser enunciado aqui.
Os surdos e os cegos executam o mesmo tipo de partida que as
pessoas válidas.
Os cegos precisam de um guia para se colocarem nos blocos de
partida e para encontrar a linha.
A fim de compensar a deficiência deo poder distinguir a linha
de partida, Lorenzen recomenda "fixar no solo, atravessando a pista de
corrida, uma tábua plana de madeira, bem perceptível, de 5 cm de largura
por 1 m de comprimento, fazendo as vezes da linha de partida".
Os que sofrem deficiência de um dos braços podem muito bem
executar a partida, a partir da posição baixa. Ao contrário das pessoas-
lidas, os amputados de um dos braços só dispõem de três pontos de
equilíbrio. Se for possível, devem avançar a perna correspondente ao mes-
mo lado do braço amputado, o que proporcionará uma boa distribuição
do peso do corpo, permitindo que a pessoa se projete diretamente no sen-
tido da corrida. Isto, em oposição com a posição usual de partida, na qual
a perna avançada é a do lado oposto à amputação, sendo que todo o peso
do corpo repousa essencialmente sobre um só lado, com a desvantagem de
que o corredor, no momento da partida, deve, primeiro, encontrar o equi-
líbrio, atrasando-se no momento de executar a partida.
Generalidades
Objetivo do ensino
Método
Segundo as experiências alemãs da atividade física para deficiente,
os desportistas sem mãos, sem braços ou com ancilose dos braços, em geral
o treinados para a partida em posição elevada. Ainda aqui é necessário
levar em conta as conveniências pessoais; alguns deficientes sem mãos
obtêm uma partida melhor na posição abaixada.
Salto
Corrida e saltoo duas disciplinas queo se pode separar. Aqui
também prevalesce o que se aplica na corrida: a enfermidade deverá permi-
tir um salto normal. A nosso ver, é preferível renunciar à corrida e ao salto
com próteses ou aparelhos ortopédicos, tendo em vista o risco de se ferir
ao cair, ou ainda provocar outron danos às extremidades válidas. Tais con-
sequênciaso valem a pena. Mesmo nos casos em que só uma das pernas
sobre de paralisia, é preciso ter consciência do risco de outras lesões, pro-
vindo dos aparelhos em si já bastante frágeis—, em outras articulações.
Isto também vale para os casos de articulações rígidas. No presente capí-
tulo renunciaremos à descrição de certas disciplinas de salto especial para
pessoas de uma só perna, pois também aqui o princípio da descarga pre-
valesce sobre o de carga. Os exercícios seguinteso pretendem, absolu-
tamente, levar o título de ensino do salto especial, visando a futuras par-
ticipações em competições.
Desenvolvimento e acréscimo de força de salto individual. Exercí-
cio de algumas formas fáceis de salto à distância e em altura.
Prevenir o rompimento de músculos através de uma execução
apropriada dos exercícios.
Escolher formas de exercício nas quais a maioria dos alunos possa
participar.
Iniciar com saltos fáceis, eo com saltos à distância e em altura,
usados em competições.
o medir cada salto com o decâmetro.
É mais cómodo para oss o salto sobre chão macio (pradaria,
esteira).
Exemplos de exercícios
Exercícios de aquecimento:
Trote (suscita a boa disponibilidade do tornozelo).
Corrida a galope, com aumento da altura e da distância.
Passar correndo e segurar um objeto que esteja bem alto.
Saltitar por sobre maças dispostas de pé e bolas medicinais
etc.
Apoiar as mãos nas barras ou no banco sueco, avançar na po
:
sição abaixada e saltar bem alto; a aterrissagem deve ser flexível e
silenciosa.
Saltar por sobre o banco sueco, na posição abaixada, com
apoio sobre as mãos.
Salto em altura
Salto à distância
Ao longo de uma linha, executar pequenos saltos rápidos,
com a perna esquerda e com a direita; efetuar o mesmo de lado,
aumentando a distância.
Repetir utilizando o banco sueco ou a corda mágica (aumen-
to da altura).
Salto de: a partir da posição completamente abaixada, sal-
tar para a frente e para o alto. Forçar a extensão do corpo.
Saltar a corda com as duas pernas, saltar correndo, salto
duplo.
Em círculo: o monitor gira a corda pouco acima do solo;
saltar por cima da mesma.
A fim de explicar o desenvolvimento deste salto, será antes neces-
sário falar do salto rolado.
Desenvolvimento possível
Correr, saltar e aterrissar sobre a mesma perna.
Repetir o exercício acima, aumentando o passo da corrida da
perna que salta ou que aterrissa.
Efetuar os mesmos saltos por sobre uma corda estendida li-
geiramente acima do solo.
Para o desenvolvimento seguinte, tenta-se tocar o chão com
a perna que saltou e com as mãos ao mesmo tempo.
Impulso
Deve ser tomado com um ângulo de aproximadamente 45° com
relação à barra de salto. Quanto mais oblíquo for o salto por cima da bar-
ra, maior será o tempo de permanência do corpo na "zona perigosa" da
mesma.
Generalidades
Distinguem-se duas categorias:
- Salto a partir da posição de,s juntos;
- Salto com impulso, elevando-se por meio de uma perna.
Enquanto que a primeira modalidade pode ser executada em qual-
quer lugar, necessita-se de uma pista de impulso com ponto de chegada
macio - uma vala de salto, para o salto à distância com impulso.
Método
Semelhante às descrições anteriores. Todos os tipos de aqueci-
mento e de saltitados já descritoso também váldios para esta moda-
lidade.
Como sempre, prevalesce o princípio: procurar ocupar o maior
número possível de alunos ao mesmo tempo.o há nada mais tedioso
para os alunos do que "vadiar" à espera de que a pista de impulso esteja
livre. Evitar-se-á também a corrida contínua e o salto ao longo da pista
de cinza e das barras de salto. Para ensinar o impulso e o salto, optar-se-
á, de preferência, pelos gramados macios que frequentemente rodeiam
as valas de salto.
Desenvolvimento
Antes de tudo, é necessário fornecer ao aluno a sensação de subida
(estender a perna que salta), e o seguinte:
saltar e tocar com a cabeça um objeto macio, colocado no
alto;
efetuar cambalhotas e saltar o mais alto possível.
Saltar sem interrupção por sobre "valas", distantes entre si de
5 a 7 passos corridos. Ao correr, esforçar-se para efetuar passos de
tamanho igual.
Aterrissagem sobre a perna que efetua o salto.
Impulso
O ponto mais importante no salto à distância de competiçãoé o im-
pulso.
Para o ensino desta técnica, referir-nos-emos à literatura especiali-
zada.
Arremesso
Arremessar e lançaro duas disciplinas do atletismo ligeiro que,
em regra geral, podem ser executadas por todos os deficientes, qualquer
que seja sua condição.
o se encontra em nenhuma outra disciplina uma tal variedade de
exercícios. Pequenas modificações na organização e na escolha do material
oferecem sempre o atrativo da novidade.
Nos casos de afecções queo permitam o lançamento à distância
na qualidade de "performance" concretamente mensurável, a habilidade
no arremesso de precisão fornecerá uma justa compensação.
Técnica do arremesso
Antes de abordar com nossos amigos deficientes a prática do arre-
messo da bola, do lançamento do dardo à distância ou de outras discipli-
nas mensuráveis, coloquemo-los em condições para tal, graças ao treina-
mento intensivo do arremesso.
Tantos quantos forem os deficientes integrantes de um grupo,
tantas serão as técnicas individuais na arte do arremesso.o se trata aqui
de tentar explicar técnicas particulares, mas de expor diretivas gerais pró-
prias do arremesso, a fim de possibilitar a todos os deficientes, com a aju-
da do monitor, que encontrem a melhor maneira individual de praticar
esta modalidade.
O arremessoo é apenas o complemento final de um movimento
do braço; exige a intervenção do corpo todo.
Manter-se de, de lado para a direção do arremesso, o braço
a ser utilizado para trás.
Tentar trazer para a frente a perna de trás e o quadril. Con-
tanto que esta perna seja forte o bastante, o movimento giratório
- forte extensão do quadrilo causarão problemas.
Arremessar efetuando alguns passos, facilita a aprendizagem
do início do movimento; 3 a 5 passos bastam.
Desde o início, habituar-se a arremessar em direção ao alto
("olhe para cima, nunca para baixo"*).
Conseguir-se-á facilmente praticando o arremesso por cima
de uma corda estendida, a cerca de 2 ou 3 metros de altura.
Se a posição for sentada (por exemplo, em cadeira de rodas),
procurar compensar a torsão do corpo através de uma flexão la
teral para trás. Para voltar à posição inicial, ao que está na
frente contribuirá, puxando fortemente o espaldar da cadeira ou
segurando o assento. (Ver também no "Manual de ensino para de-
ficientes" de Lorenzen, um modelo especial de mesa para o arre-
messo, própria para amputados femurais bilaterias).
' Em dialeto, na edição original escrita em alemão.
Também na posição sentada, manter-se de lado ou ligeira-
mente de viés com relação à direção do arremesso.
Arremesso da bola medicinal Um material próprio para todos os exercícios de arremesso, bem
como para a preparação ao arremesso do disco, é a bola medicinal. Peso:
2 kg; para senhoras e eventuais portadores de grandes deficiências, 1 kg.
Na medida do possível, efetua-se o arremesso andando; deste
modo, o movimento será aprendido mais facilmente. Para o destro, o de-
senrolar exato do movimento é o seguinte:
Segurar a bola com as duas mãos diante de si. Um passo para a
direita, um para a esquerda, um para a direita, um para a esquerda, um
para a direita cruzando com a perna esquerda; o tórax gira para o lado
do braço que trabalha (portanto, do lado direito), a perna esquerda vem
para a frente e se coloca de lado. O corpo todo está agora em posição la-
teral com relação à direção do arremesso, o tórax pende para a direita.
Segue-se então uma rotação do corpo para a esquerda, acompanhada de um
vigoroso impulso da perna direita. No momento em que o corpo se encon-
trar em posição frontal com relação à direção do arremesso, joga-se a bola
ao longe. O movimento de rotaçãoo deve parar então,, mas prolon-
gar-se em torno da perna esquerda. No final do movimento, o arremessa-
dor se encontra novamente na posição lateral para a direção do arremesso,
mas, desta vez, é o lado direito que está na frente. Ver o "croquis" mos-
trando a sequência dos passos.
Este modo de arremessar pode ser praticado pelos amputados ti-
biais, femurais e também, eventualmente, pelos amputados de uma das co-
xas e uma anteperna, bem como pelos poliomielíticos queo possuem o
andar muito comprometido.
Inúmeros deficienteso obrigados a arremessar a partir da posi-
ção sentada (cadeira de rodas, cadeira, esteira etc). Nestes casos,o se
tem condição de assinalar nenhuma regra quanto à posição inicial. Esta
difere segundo a deficiência.
Se o lançamento for efetuado a partir da posição sentada sobre
esteira, deixa-se o corpo cair sobre este após o arremesso; assim, o movi-
mento poderá se desenvolver até o final.
Exemplos de exercícios
Arremessar com um dos braços, do lado mais são, e do que
possui maior deficiência.
Colocar várias bolas medicinais no centro da sala; arremessar
uma bola sobre as últimas, procurando projetá-las o mais longe
possível.
Suspender um objeto nos aros, a cerca de 3 m de altura.
Quem conseguirá aiingi-lo com sua bola medicinal?
Sentados, frente a frente (parceiros com resistência física
igual!); jogar a bola de um para o outro. Qual a dupla que conse-
guirá jogar a bola 10 vezes primeiro?
Mesmo exercício, iniciando deitados de costas.
Para estimular o interesse, organizar um certame de arremes-
so, por equipes (análogo ao revezamento de arremesso da bola,
descrito por LorenzenK O primeiro de cada equipe joga a bola a
partir de uma linha de base, o segundo a partir do local onde a
bola bateu, e assim por diante. Qual das equipes irá mais longe?
Quando da Jornada Esportiva de Macolin, o arremesso da
bola é organizada para lançamento com os dois braços, com bole
de 2 kg, com ou sem impulso.
Arremesso da bola
Praticar-se-á o arremesso da bola ao ar livre. Pesos recomendados:
entre 3 e 5 kg.
O círculo de 2,135 m usado no esporte de competição normalo
é muito indicado para os deficientes, pois obriga o aluno a restringir inu-
tilmente o desenvolvimento do movimento. Em seu manual de ensino, Lo-
renzen preconiza um espaço de 3 m que certamente melhor convém.
Pega-se a bola com a base dos três dedos centrais; o polegar e o
mínimo, ligeiramente dobrados, a seguram. O punho deve estar estendido,
o devendo dobrar-se para trás no momento do arremesso.
Os iniciantes geralmente arremessam muito baixo. A fim de corri-
gir esta falha, estende-se uma corda fina ou corda mágica a cerca de 3 m
de altura, e aproximadamente a 3 m do limite da área de arremesso.
O "croquis" à margem mostra a maneira de organizar a área de
arremesso da bola.
Os alunos se mantêm lado a lado (espaçamento: 3m); apenas a-
quele que está-se exercitando se encontra na área de arremesso.
O lançamento só será efetuado ao comando.
À parte o monitor que escolhe sua localização de modo ao
estar exposto aos arremessos oblíquos, ninguém deverá estar ao longo
do campo de tiro.
A fim de poupar aos alunos uma longa espera, dividir o grupo em
duas equipes, em duas áreas de exercícios. Uma das equipes exercita-se
com a bola medicinal, e a outra com a bola.
Para prevenir qualquer risco de acidente, recomenda-se aplicar
a mesma organização às duas áreas de exercícios e exigir uma execução
estrita. Se cada um jogar "individualmente" segundo sua vontade, aumen-
tará o risco de acidentes.
Quanto aos deficientes portadores de próteses, o arremesso de bola
requer uma atenção especial. Sabe-se que a maior força do arremesso resul-
ta da intervenção da perna sobre a qual a pessoa se apoia, bem como do
quadril. Se a perna equipada com prótese for precisamente aquela sobre a
qual se efetua o apoio, perde-se grande parte da força do arremesso. Daí
pode resultar uma redução de até um metro na distância do mesmo. A
fim de obter d rendimento máximo desta perna, geralmente é preferível
ensinar ao portador de prótese a trabalhar com o outro braço. Isto será
válido para todos os amputados femurais simples.
Já para os amputados tibiais esta desvantagemo se reveste de
tanta importância, pois dispõem da possibilidade de utilizar a tensão ativa
do joelho. Portanto,o se torna encessário inverter a posição do arremes-
so, nestes casos.
A este respeito escreve Lorenzen, em seu manual: "Se os dois
cotos do amputado tibial bilateralo possuírem igual tamanho, o coto
maior com prótese suportará o apoio no momento do arremesso, exe-
cutado com o braço melhor. Contanto que permita ao amputado de coxa
e da anteperna com prótese jogar com o braço melhor, será a prótese tibial
que se manterá para trás. Estes amputadoso os únicos deficientes que
podem arremessar a bola segundo sua preferência e suas possibilidades:
seja sentados, como os amputados femurais bilaterais, seja portando pró-
tese, efetuando-o com impulso. A escolha será feita segundo o domínio
de cada um sobre sua prótese: alguns podem andar e deslocar-se admiravel-
mente bem, ao passo que outros andam pior do que os amputados de am-
bas as coxas. As pessoas que possuem uma das pernas rígida, devem com-
portar-se como os amputados femurais: "apoio sobre a perna válida para
arremessar com o braço melhor".
Os paralíticos se equiparam aos amputados de coxa e às pessoas
que possuem uma perna rígida, à condição que a paralisia se localize em
uma só das pernas.
O Lançamento
Lançar e arremessaro disciplinas irmãs. O lançamento diferen-
cia-se do arremesso através do movimento final, semelhante a uma chico-
Técnica do lançamento
tada efetuada pelo braço que o pratica. Como no arremesso, o lança-
mento exige a intervenção do corpo inteiro.
A partir da posição móvel de, o objetivo é um forte impulso da
perna que está atrás, a tensão do quadril e a torsão do corpo em torno do
lado oposto ao braço que lança. A perna de apoio acompanha o corpo na
torsão e, no final do movimento, encontrar-se-á na frente. O movimento
vigoroso do lançamento estará terminado quando a mão que lança se en-
contrar no ponto mais alto de seu percurso, ou seja, mais ou menos na
vertical acima do ombro.
Na posição sentada, compensa-se a ausência da torsão do corpo
dobrando o tórax, para o lado do braço que lança (movimento de re-
cuperação), através de uma flexão adequada. Para os paraplégicos cujas
lesões afetam também a musculatura lombar, encontra-se meio de incli-
nar o tórax para trás, por meio de uma posição frontal à direção do
lançamento.
Bola batida
Bola de ginástica
Lançamento da maça
A bola batida revela-se excelente para o ensino do lançamento, no
conjunto. Em comparação com o ténis, oferece a vantagem de apresentar
dificuldade ligeiramente superior. Os exercícios seguintes podem ser pra-
ticados na posição móvel de pé e em parte, na posição sentada.
Lança-se a bola batidao alto quanto possível.
Lançá-la contra um objetivo colocado bem alto, na direção de
tiro.
Lançar bolas medicinais sobre maças colocadas sobre um ban-
co ou uma caixa.
Lançá-la contra a parede. Qual a bola que voltará com mais
força para trás?
O monitor lança uma bola grande para cima (bola de vôlei ou
de ginástica); todos os alunos tentam tocar esta bola em vôo.
Lançar a bola sobre esteiras ou contra quadros murais com
divisões circulares. A bola deverá ter sido anteriormente mergulha-
da no magnésio, para torná-la branca. Ficará fácil deste modo, de-
terminar os golpes no abjetivo.
Para adquirir a técnica do lançamento, útil também mais tar-
de para o lançamento da maça e do dardo à distância, a bola batida
é um material de escolha.
Com a bola de ginástica, pode-se treinar com parceiro, lançando p
pegando.
Treinar o lançamento batido ou centrado, com um braço. Lançar
com os dois braços, como se faz para recolocar a bola em jogo de toque,
no futebol.
Com um braço, efetuar um lançamento súbito. Este tipo de lança-
mento define bem o movimento de torsão do corpo. Também pode ser
executado com bola medicinal.
Ao efetuar o lançamento com ambos os braços, por cima da cabe-
ça, para a frente e para trás, prestar atenção à boa tensão do corpo.
É utilizada a pequena maça de ginástica. Na Alemanha, na ativi-
dade física para deficientes, as maçaso acrescidas de um círculo de ferro
parafusado na extremidade inferior, para aumentar o seu peso. O peso é de
400 gramas para homens e 300 g para senhoras. Na maioria das vezes efe-
tua-se o lançamento centrado da maça, já descrito. Os parailíticos que apre-
sentam dificuldade para elevar o braço, efetuam o lançamento de impacto.
O lançamento da maça é também uma das disciplinas praticadas
na Jornada Esportiva dos Inválidos. O impulso e a maneira de lançaro
livres. A área de tiro é demarcada por uma linha branca queo deve ser
ultrapassada.
Lançamento do dardo à distância
À guisa de material, utiliza-se o dardo de 600 gramas.o indis-
pensáveis os exercícios preparatórios com a bola batida; aquele que con-
segue dominar esta categoria de lançamento terá menos dificuldades no
futuro com o dardo. Convém detalhar brevemente abaixo a organização
do lançamento do dardo.
Modo de segurar o dardo: deve ser seguro com a mão inteira, colo-
cando o polegar e ô indicador por trás do punho.
Alunos lado a lado, distantes um do outro no mínimo 3 metros.
Andando, efetuar o lançamento do dardo no chão, a uma distância de 5 e
10 m diante de si. A posição do corpo será inicialmente frontal com rela-
ção à direção de lançamento. Mantém-se o dardo à altura da cabeça. Desde
já será necessário prestar atenção para que o dardo seja mantido conveni-
entemente. A ponta do dardo deve estar dirigida obliquamente para o
solo. Este exercício serve para conhecer o instrumento, e treina o movi-
mento do lançamento. O lançamento só será efetuado ao comando do mo-
nitor; o mesmo ocorre para ir buscar o dardo.
Na explanação seguinte, treina-se o modo de conduzir o dardo para
trás, em posição de lançamento, frequentemente também chamado de
"conversão" do dardo. Através de uma torsão do tórax e do cruzamento
da perna que se encontra do lado que se lança, o dardo é conduzido para
trás. Controla-se com a vista a posição do dardo, É importante exercitar
o desenvolvimento deste movimento,o muito fácil, inicialmente bem
devagar e várias vezes, sem lançamento. Reportar-se ainda uma vez ao ca-
pítulo "Bola batida".
Um excelente material auxiliar para aprender com maior desenvol-
tura a "conversão" consiste em utilizar velhos pneus de bicicleta ou aros
(frequentemente usados em Macolin). Esteso dispostos de tal forma
que, conforme o desenrolar do movimento, designam a sequência dos
passos a serem efetuados.
Lançamento de precisão
do dardo
Inúmeros deficienteso estão a altura de executar um lançamen-
to à distância com o dardo. A fim de proporcionar-lhes mesmo assim a ex-
periênciao atrativa desta disciplina, imaginou-se para eles (Lorenzen)
o lançamento de precisão. Aqui,o é a força que conta, mas a exatidão
do lançamento. Apresentaremos aqui esta técnica especial, exatamente
segundo a descrição de Lorenzen, em seu "Manual de Ensino do Esporte-
Invalidez".
Lança-se o dardo sobre um grande alvo traçado no solo. O alvo é
dividido por oito círculos, cada um valendo 25 pontos a mais; assim, o
máximo de pontos é de 5 vezes 200, ou seja, 1.000 pontos. Sobre seis lan-
çamentos, conta-se os cinco melhores. Todos os participantes utilizam o
dardo de 600 gramas. A distância, a partir do ponto central do alvo, é
calculada segundo as deficiências:
Para deficientes dos braços e
similares Homens 15 m Senhoras 10 m
Para amputados tibiais, fe-
muraise similares Homens 15 m Senhoras 10 m
Para amputados tibiais bila-
terais, da coxa e de anteper-
na, e paralíticos que portem
2 aparelhos ortopédicos Homens 12 m Senhoras 10 m
Na posição sentada Homens 8 m Senhoras 7 m
O melhor para traçar os círculos é empregar uma caixa e um bar-
bante, bem como um pouco de cor branca, como para traçar as linhas nos
campos de futebol. Faz-se um furo na caixa, fixa-se o barbante na mesma
e, a partir deste ponto central, traça-se círculo após círculo, como se fosse
um compasso. As medidas podem ser tiradas do "croauis" ao lado.
Lançamento da bola ao cesto
com Drecisão
Pode ser efetuado de pé ou sentado.
Altura do cesto: 2,50 m. Para pessoas que sofram de paralisias gra-
ves cujos braçoso atingidos, e que só possam efetuar o tiro em posição
sentada, o cesto poderá ser abaixado para 2 m.
Distância do cesto à vontade, para todos os tipos de deficiência.
Como material, utiliza-se a bola de ginástica, de vôlei ou de bas-
quete.
Modos de lançar: Jogar a bola para o alto, com uma ou ambas as
mãos, à altura do peito. Ou então "mandar" a bola a partir de posição
mais baixa.
Para terminar, convém*insistir ainda: para todos os exercícios de
lançamento, nos quais o material empregado comporte risco para os que
estão próximos, tomar todas as precauções necessárias (organização!).
Se vários participantes estiverem efetuando lançamentos ao mesmo
tempo, eles devem, sempre, estar colocados lado a lado. O espaço entre um
e outro deve ser de no mínimo, de 3 metros.
Só se efetua o lançamento ao comando e, da mesma maneira, só
se vai buscar o material lançado ao comando.
Proibir estritamente o lançamento de um para outro aluno do
dardo, da maça ou qualquer outro material de lançamento que apresente
risco semelhante!
GINASTICA PARA CEGOS
Generalidades
Diferindo dos outros deficientes, apenas quanto à visão, o cego
dispõe de plena liberdade de movimentos. Deveriam, portanto, aprovei-
tar qualquer ocasião que se apresente, para praticar ginástica, marcha,
natação etc. Certos cegos conseguem, sem ajuda, praticar ginástica, mar-
cha, natação etc. Certos cegos conseguem, sem ajuda, praticar ginástica
num grupo de atividade física para deficiente. Se o número de alunos for
muito grande, é preferível formar um grupo esportivo de cegos, pois, num
grupo heterogéneo, o cego participa pouco dos jogos e dispõe de poucas
possibilidades de se deslocar livre e independentemente dentro da sala.
Comportamento com os cegos
"0 cego é, primeiramente, um ser humano como todos os outros.
0 cego-padrãoo existe;o antes os modos de vida do cego queo
típicos. O cego continua sendo uma pessoa, um ser humano com as mes-
mas disposições e aptidões de todos os seres humanos" (Lorenzen). No
comportamento que adotamos com os cegos,o é a cegueira que conta,
mas o ser humano.
Princípios básicos para o comportamento com os cegos:
Por ocasião de um encontro com cegos, a pessoa que vê sempre
deve-se apresentar dizendo seu nome e despedir-se quando sair.
Falar calmamente com o cego.
A pessoa normal pode dar o braço ao cego, mas nunca deve puxá-
lo ou "levá-lo".
A pessoa normal sempre se coloca do lado em que pode surgir um
perigo (obstáculos etc).
A pessoa normal deve respeitar a independência do cego e só o
auxiliará quando for absolutamente indispensável.
Evitar falar em voz muito alta ou gritar.
Durante as aulas de ginástica com os cegos, o monitor deve falar
com clareza e calma.
O monitor deve explicar de forma precisa aos cegos o sentido de
suas ordens.
Ginástica com cegos
Na prática, os grupos formados entre 6 e 10 participantes revela-
ram-se ideiais. Geralmente os gruposo compostos de deficientes da vista
e de cegos completos. A diferença entre os cegos precoces e os cegos tar-
dios é importante, do ponto de vista de que o monitor deverá saber que os
primeiros, ao contrário dos segundos, levam mais tempo para apreender o
desenvolvimento de um movimento e dominá-lo. Para o cego tardio, as
reminiscências e as imagens da época em que via lheo frequentemente
de muita utilidade.
As metas do ensino
Um grupo de esporte para cegos pode ser resumido como segue:
Aumento da habilidade e, consequentemente, da segurança na vida
quotidiana.
Encontrar prazer na ginástica, no jogo, no companheirismo.
Considerando que o cego sofre mais frequentemente de um sub-
treino da circulação sanguínea, deve-se colocar em primeiro plano a cultu-
ra física.
A fim de aumentar sua segurança e independência na vida quoti-
diana, o cego necessita de um treino aprofundado do corpo e dos movi-
mentos, do ouvido e do tato, da habilidade física, da tensão e descontra-
ção do corpo e da sensibilidade espacial.
No decorrer das aulas, o monitor explica aos cegos o desenvolvi-
mento do exercício de forma suscinta e precisa. Se o cego comete faltas
devido à falta de compreensão, será preciso enumerá-las para ele, e expli-
car o mais claramente possível, a fim de que possa corrigir ele próprio os
seus erros. Apenas em ocasiões excepcionais o cego poderá ser guiado para
a execução do exercício.
0 monitor deve dispensar atenção especial aos possíveis riscos para
os cegos durante as aulas. O cego deve dispor de liberdade de movimentos,
sem obstáculos e com segurança. Deve aprender a conhecer, com precisão,
pegando e tateando, o caminho de acesso à sala de ginástica, aos vestiá-
rios, bem como à sala propriamente dita, seu comprimento e largura, os
obstáculos que se semeiam nela, tais como escadas, patamares, aparelhos
etc. O monitor deve exigir silêncio absoluto durante as aulas, e estar
sempre atento aos participantes. A fim de evitar colisões, deverá prever
espaço suficiente entre os cegos, para os exercícios. Por razões acústicas,
todo cego deve deslocar-se sozinho, nunca em grupo. O movimento de
rotação muito rápido pode provocar vertigens em certos deficientes da
visão e este movimento deve ser evitado. Antes de praticar jogos ou exer-
cícios mais rápidos, convém tirar-lhes os óculos e olhos artificiais, reló-
gios e jóias. As desatenções por parte do monitor tiram a confiança dos
cegos no jogo e comprometem todo o ensino. A fim de atingir os objetivos
mencionados acima, é indispensável a inteira confiança do cego em seu
monitor.
Ginástica
No esporte para cegos, a ginástica merece ser citada em primeiro
lugar. O grande número e a variedade dos exercícios contribuem para for-
necer ao aluno um bom treinamento do corpo e do movimento. Ao mes-
mo tempo, possibilita o desenvolvimento dos sentidos queo importantes
para ele.
Ginástica sem deslocamento
A obtenção do senso de orientação é um dos pontos mais impor-
tantes na ginástica para cegos. Entretanto, o excesso de exercícios deste
género acaba conduzindo o cego à incerteza e a uma certa inibição corpo-
ral. Esta é a razão pela qual devem ser introduzidos, entre dois exercícios
deste tipo, alguns exercícios sem deslocamento, na posição deitada, de
joelhos ou de. Desta forma, o cego poderá concentrar-se inteira-
mente no bom desenvolvimento e na cadência do movimento.
É melhor que os cegos se mantenham em círculo ou dispersos na
sala, sendo essencial que haja bastante espaço entre eles. O monitor deve
estruturar sua aula de tal forma que dos exercícios fáceis e conhecidos,
vão-se passando, devagar, para os mais difíceis e desconhecidos.o é
com grande número de exercícios que se atinge o objetivo, mas por
meio de uma seleção judiciosa e uma sucessão inteligente dos exercícios.
Ginástica com deslocamento
O maior desejo de todo cego é poder deslocar-se, independente-
mente, de um local para outro, seja numa sala fechada, seja ao ar livre.
Portanto, durante cada aula de ginástica deve-se trabalhar neste sentido.
Prestam-se muito bem para isto a marcha, a corrida, as formas simples de
passos, os pequenos saltos. Os movimentos difíceis que comportam deslo-
camentos, geralmente desconcertam os cegos, acarretando uma crispação
corporal; estes exercícioso executados de forma aproximativa ou falsa,
e a orientação do cego dentro da sala se torna então incerta. Quando o
cego se desloca de um local para outro, é preciso deixar-lhe a possibilidade
de concentrar-se inteiramente em sua orientação. Consequentemente, a
forma de seus passos deve ser simples.
Formas fundamentais do deslocamento
Podem ser introduzidas, como segue, na marcha, na corrida, com
diversas formas de passos, no saltitado ou no salto:
Andar a dois (um cego com acompanhante normal): o acompa-
nhante anda sempre do lado de onde possa surgir um perigo (obstáculo
etc). O cego dá o braço ao acompanhante, lhe dá ao ou coloca-lhe a
mão sobre o ombro. Se se anda em forma de oito, o acompanhante se
coloca sempre na parte externa do círculo, o que significa que mudará de
lugar no cruzamento, passando por trás do cego; assim, no segundo per-
curso em círculo, estará novamente do lado externo.
Todos os cegos andam com o auxílio de uma só pessoa normal: pa-
ra andar em círculo, todos dão-se as mãos (atenção ao risco de vertigem!).
O procedimento é o mesmo para a marcha lado a lado, para diante ou
de lado, sendo que o monitor deve cuidar para que os cegos se mantenham
tanto quanto possível à mesma altura.
Marcha livre individual, à ordem do monitor (do do do!):
1. para diante ou para trás, em linhao reta quanto possível,
na direção daquele que chama;
2. Idem ao nº 1, desta vez com meia-voltaao comando "Hop!";
3. Idem ao nº 1, com volta completa ao comando "Hop!"
(atenção ao perigo de vertigem!).
Marcha livre individual a um só chamado do monitor. Os exercí-
cioso idênticos aos descritos acima.
Ginástica com música A ginástica com música proporciona muita descontração aos par-
ticipantes. O emprego da música na ginástica oferece duas possibilidades
principais:
a música é o acompanhamento do movimento, ou seja, o desen-
rolar e a sucessão do movimentoo selecionados livremente enquanto o
pianista (ou violinista, ou flautista) adapta o ritmo e a melodia ao exer-
cício. Para explicar os exercícios seguintes aos cegos, é necessário prever
pausas.
- o ritmo e a forma de executar ao movimento serão adaptados
a uma melodia conhecida (disco, por exemplo). Para dar as explicações,
baixa-se o volume do "pick-up", porque é desagradável interromper um
disco. O melhor é prever exercícios simples e conhecidos dos cegos. A
transposição das formas simples de passos para uma dança ligeira, folcló-
rica ou popular é perfeitamente possível, desde que os pares sejam forma-
dos por um cego e um acompanhante que. As danças deste tipo propor-
cionam variação e muita satisfação.
Ginástica com material
Na ginástica para cegos, pode-se praticamente empregar todo o
material de mão.
Material especial para cegos:
As bolas com guizos se prestam a qualquer tipo de emprego
adaptam-se particulamente bem às necessidades dos cegos que muito as
apreciam. Eis alguns exemplos:
Dois cegos sentam-se frente a frente, pernas afastadas, mãos
se tocando, palmas das mãos viradas em direção ao alto. Rolar uma
bola ligeira sobre os braços e mãos de um dos parceiros, passando-
se para os braços e mãos do outro, ida e volta.
Aumentar gradativamente a distância entre os cegos e os par-
ceiros deverão passar-se a bola. A maior distância, continuar pas-
sando a bola de um para o outro; o arremessador grita "Arremes-
sado!" justo antes que a bola saia de suas mãos.
O cego joga individualmente a bola para o alto e a pega nova-
mente. Para iniciar, exercita-se sentado e mais tarde, de.
O cego dribla individualmente a bola com uma das mãos, com
ambas, sentado com as pernas afastadas, de bruços ou de joelhos.
Em seguida executará este exercício de pé ou andando para a fren-
te e para trás. É um excelente exercício de habilidade e de apura-
ção do ouvido para os cegos.
Estes exercícios podem ser igualmente executados com bolas de
ginástica comuns; entretanto será mais fácil para o cego perseguir sozinho'
ou encontrar uma bola com guizos, que esteja rolando ao longe.
Corda de pular
Os exemplos seguintes deverão explicar as possibilidades de utili-
zação da corda de pular:
Individualmente, o cego segura, alternativamente com o
direito e com o esquerdo, uma corda de pular de aproximada-
mente 2,5 m de comprimento e a joga para o alto.
Individualmente, o cego dá um nó na corda, sem utilizar as
mãos.
Individualmente, o cego segura a corda com os dedos doss
e a leva a um local determinado, por exemplo, para o monitor que
chama "do- do - do!".
A corda é colocada no centro; o cego segura, individualmen-
te, com os braços estendidos, as duas extremidades da corda, que
deverá passar, por cima, da cabeça para as costas, e voltar.
Cada cego pula corda individualmente, rápido, com oss
juntos etc. Quanto ao cego de nascença, frequentemente será ne-
cessário bastante tempo, até que ele consiga pular corda. O ini-
ciante deve balançar a corda por sob os pés, saltando por cima da
mesma. Aumentar gradativamente o balanço da corda. Geralmente
o exercício de pular corda é muito penoso para os cegos idosos.
Ginástica nos aparelhos
Dependendo das aptidões pessoais, o cego pode exercitar-se em
todos os aparelhos. Até o salto no trampolim - e por cima deste - e no
cavaloo possíveis.
Estes últimos exercícioso executados sem impulso; apenas o
ginasta treinado nos aparelhos poderá executar de um a três passos de im-
pulso.
Para praticar a ginástica nos aparelhos com cegos, muita atenção
aos pontos seguintes:
Antes de iniciar o ensino dos exercícios, o cego deverá conhecer
perfeitamente o aparelho, ou seja, através do tato, deverá familiarizar-se
com a forma, comprimento, largura, altura etc.
Deve-se recobrir o chão com esteiras, abaixo e ao redor do apa-
relho.
Durante a execução de um exercício nos aparelhos, o silêncio deve
reinar. Os cegos queo estiverem se exercitando permanecem sentados.
Ao lado de qualquer aparelho, deve haver de uma a duas pessoas
normais, para auxiliar.
É necessário iniciar com exercícios simples. A dificuldade do exer-
cício só poderá aumentar lentamente. Nunca forçar ou obrigar um cego.
Quanto aos exercícios^em certos aparelhos, ver capítulo "Ginática
nos Aparelhos", pág. 149).
Os aparelhos seguinteso igualmente recomendados para a ginás-
tica com cegos:
0 banco sueco é utilizado para aquisição do equil íbrio e da habili-
dade etc. Nos revezamentos e outros exercícios, pode ser útil para orientar
o cego sobre sua posição.
O salto sobre ou por cima do Carneiro (?) e a descida devem sem-
pre ser executados com auxílio de duas pessoas normais. Será melhor ini-
ciar estes exercícios colocando o aparelho lateralmente. O cego salta a
partir da posição de; mais tarde, poderá eventualmente impulsionar-se
através de um a três passos.
No passo-de-gigante, apenas dois cegos por vez, de forma a evitar
tanto quanto for possível as colisões.
0 atletismo ligeiro oferece muitas possibilidades agradáveis ao cego
para deslocar-se livre e independentemente, contanto que sejam tomadas
as medidas de segurança necessárias. O cego efetua lançamentos, saltos ou
corridas, segundo suas capacidades. Suas "performances"o devem ser
comparadas com as dos atletas dotados de visão. Pequenas competições
entre cegos constituem para eles um ótimo estimulante . Durante a hora
de exercícios e por ocasião de certames, serão indispensáveis a tranquili-
dade absoluta, a disciplina e a atenção constante do monitor. Os especta-
dores ocasionais deverão manter-se tranquilos e silenciosos, a uma distân-
cia considerável do local de exercícios. Alguns exemplos ilustrarão os
exercícios possíveis:
Atletismo ligeiro
Tiro ao alvo:
O local do alvo deverá ser detalhado ao cego por meios acústicos.
O mortitor se colocará por trás da meta e chamará "do do do!", ou
colocará um vibrador no centro do alvo. Se o material utilizado forem
bolas de ténis ou de ginástica, as metas serão cestas de papel ou aros, ou
ainda um alvo fixo na parede, munido de guizos, de vibrador, ou outro
meio qualquer. Para o lançamento do dardo, emprega-se como objetivo
um aro disposto no chão, a 2 ou 3 m da linha de lançamento, no centro
do qual se colocará um vibrador. O lançamento do dardo é executado
individualmente pelos cegos, ou em pequenos grupos bem distantes en-
tre si e contando com a presença de um número suficiente de monitores
auxiliares.o indispensáveis a ordem e a absoluta tranquilidade do am-
biente.
Arremesso:
Pode-se arremessar uma bola medicinal de 2 ou 3 kg com ambas
as mãos, a partir do meio do corpo. A distância do arremesso será medida.
Pode-se também efetuar o arremesso com uma bola de 5 kg.
Salto em distância sem impulso: de,s juntos; balançar os bra-
ços e, ao mesmo tempo, saltar mantendo oss juntos.
Salto em altura sem impulso: Para cegos, é preferível utilizar uma
corda elástica, ao invés do sarrafo. Salta-se para diante com os doiss ao
mesmo tempo; o cego poderá também efetuar o salto lateral ou o salto
rolado. Iniciar com a corda bem baixa.
Os cegos treinados podem tomar uma distância de impulso de 2 a
3 passos.
Marcha em pista de cinza de 400 metros: Para este exercício, o
cego leva a "bengala de Berlin". É uma vara de bambu flexível, de apro-
xiadamente 2 m de comprimento, recurvada em uma das extremidades. O
cego segura na extremidade retilínea, dirigindo a ponta arredondada ao
longo da borda interna da pista de cinza.
Corrida na pista: Corre-se a dois na pista, o que significa que o ce-
go segue um piloto dotado de visão. Para o efeito de guiar, pode-se empre-
gar um barbante elástico curto, ou uma sineta. Inúmeros cegos conseguem*
seguir seu acompanhante pelo odor que este exala ao correr.
Pequenas competições,
revezamentos e jogos
Corrida a curta distância: Os cegos devem correr os 40, 60 ou 80 m
de preferência em terreno amplo (campo de futebol). O sinal de partida é
dado atrás do cego; é comunicado ao controlador de tempo através de um
movimento do braço, batendo palmas uma vez ou com o auxílio de uma
"matraca". O local de chegada deve ser perceptível para os cegos; o moni-
tor colocar-se-á por trás do mesmo e chamará "do do - do!". Há utili-
dade em usar uma amplificadora. Ele deixará que o cego termine sua cor-
rida depois da meta. Os comandos durante a corrida são: "do -do-
dói", "Meta!" e "Alto!".
Dois cegos sentam-se frente a frente sobre uma esteira e
seguram-se com ao direita. Qual dos dois conseguirá puxar ou
empurrar seu parceiro para fora da esteira? Para maior segurança,
tirar os relógios, óculos e olhos artificiais.
Dois cegos sentam-se frente a frente e seguram entre eles um
bastão de ginástica. Qual deles puxará o outro por cima da linha
mediana? Este jogo pode igualmente ser praticado de pé ou
deitado.
Vários cegos sentam-se em círculo. Uma bola com guizos é
passada pelo círculo, à direita ou à esquerda; a direção da bola
pode ser mudada à vontade. Um dos cegos senta-se no centro do
círculo e procura pegar a bola;o poderá entretanto levantar-se.
Se ele conseguir tocar a bola, o último que a detinha deve ceder
seu lugar ao jogador do centro e tomar o lugar dele.
Puxar a corda, em duas equipes. Este jogo pode ser executado
de pé ou sentado.
"Rollmops": Os jogadores colocam-se de pé sobre duas
esteiras dispostas em duas filas opostas. No centro do campo de
jogo está uma bola em guizos que as duas equipes devem atingir
com uma bola de ténis ou bola de ginástica. Se a bola com guizos
rolar para dentro da linha adversária, a equipe ganhadora receberá
um ponto.
5 a 6 cegos colocam-se de, um atrás do outro, pernas
afastadas. O primeiro da fila passa'uma bola com guizos ao se-
gundo, por cima da cabeça, este passa-a ao terceiro, e assim por
diante; o último que a recebe arrasta-se com a bola por entre as
pernas de seus companheiros, postando-se diante da fila e reco-
meçando o jogo. Será ganhadora a equipe cujo jogador que enca-
beçou o jogo for o primeiro a retomar seu lugar.
4 a 6 cegos sentam-se a cavalo no banco sueco. Uma bola com
guizos, de 2 kg é passada de um para o outro para trás, mas cada
um segura a bola com ambas as mãos até que o jogador seguinte a
pegue. Na volta, todos os jogadores efetuam meia-volta.
Dispor quatro bancos formando um quadrado; sobre cada um
deles sentam-se pelo menos três jogadores, com oss para dentro
do quadrado. Os ocupantes de cada banco representam uma
equipe. Os jogadores empurram uma bola medicinal de 3 kg, de
preferência equipada com guizos, com as plantas doss na
direção do banco oposto. O jogador poderá estender oss o
quanto puder, contanto que se conserve apoiado com as mãos
sobre o banco. Marca-se ponto quando a bola tocar no banco opos-
to, o adversárioo tendo conseguido interromper o percurso da
bola com as pernas. Uma equipe pode ser composta, no máximo,
por 4 jogadores; pode-se também jogar com menos de quatro
equipes.
Boliche:o dispostos no chão cinco maças de ginástica. A
direção de tiro poderá ser fornecida por um vibrador colocado en-
tre as maças, ou pelo chamado do monitor (do, do, do!), que se
mantém por detrás das maças. Cada cego rola, um após o outro,
três bolas de ginástica na direção das maças; para tanto, ele se
mantém de, pernas afastadas, e lança a bola com ambas as
mãos. Cada maça derrubada fornece um ponto; as maças caídas
serão recolocadas de pé após cada lance.
Sentido do jogo
Deve-se lançar a bola de tal forma que o adversárioo possa pa-
rá-la, marcando assim um ponto. A linha de meta é marcada com clareza
e limitada pelos lados. Marca-se ponto quando a bola ultrapassa a linha de
meta.
Desenvolvimento do jogo
Joga-se uma bola com guizos bem barulhenta, pesando 2 kg. Tira-
se a sorte para o início do jogo. Os goleiros podem também ser arremessa-
dores, e vice-versa. Aquele que pegar a bola pode devolvê-la imediatamen-
te, entretantoo poderá fazê-lo mais de três vezes seguidas, do contrário
troca-se o arremessador. 0 lançamento é anunciado através do grito "Gol-
pe!" e, no mesmo instante a bola deve ser atirada. Se o gritoo for dado,
o lançamento será nulo e a bola será do adversário. A defesa trabalha
principalmente com os joelhos, de frente para o campo de jogo. Após o
grito "Golpe!", a defesa pode tomar qualquer posição, exceto formar bar-
reira (formação em cadeia).
Equipes
Três jogadores, um reserva. Estes quatro jogadores podem ser subs-
tituídos à vontade durante o torneio. Se saírem dois jogadores, pode-se
continuar o jogo, querendo. Em caso de abandono da partida, os pontos
feitos reverterão ao adversário. Se um dos jogadores possuir um pouco de
visão, deverá ter os olhos vendados.
Local do jogo
O campo mede 16 m de comprimento por 7 m de largura. O jogo
se desenrola no sentido do comprimento sobre três esteiras que, por razões
Bola na meta, para cegos
(regulamento para torneios)
de segurança,o colocadas no sentido da largura. A última das esteiras
encontra-se a 20 cm da linha de meta. Se a bola for dirigida para o lado,
estará fora de jogo. Cada bola fora de jogo será assinalada "à esquerda"
ou "à direita" com relação a quem a jogou, a fim de que o cego possa
orientar-se novamente.
Durante um torneioo os juízes quem decidem as "metas" ou
as "bolas fora de jogo".
Prosseguimento do jogo
Quando ocorrer a reposição da bola em jogo, esta deve ser mantida
bastante baixa, a fim de rolar ainda depois da linha de partida. Esta última
está a 6m de cada linha de meta, devendo ser bem visível.
Se uma das equipes ultrapassar 5 vezes a linha de partida, ocorrerá
"penalty", por "jogo perigoso". Em caso de "jogo muito alto", o lance é
anulado. 0 jogador que cometer esta falta 5 vezes deverá deixar o campo
de jogo durante a cobrança do "penalty". Qualquer jogador pode efetuá-
la, mesmo que já tenha jogado a bola três vezes seguidas.
A duração do jogo é de 2 vezes 7 minutos; o intervalo dura 3 mi-
nutos. 0 tempo utilizado para endireitar as esteiras e para outros inciden-
tes semelhantes deve ser compensado no final do jogo.
Material
Em caso de empate, haverá uma prolongação de 2 vezes 3 minutos,
mais intervalo de um minuto. Se mesmo assimo houver definição algu-
ma, o jogo será encerrado como competição nula. Haverá falta quando
o lançamento da bola tiver sido intencionalmente obstado. Será cobrada
no máximo 10 segundos após a tomada da bola. Se houver barulho, o jogo
é interrompido até que volte a tranquilidade. O árbitro coloca-se ao lado,
à altura da linha mediana. Ele comunicará aos jogadores cegos a posição
do ponto marcado. Em todo caso, os espectadores deverão estar a uma dis-
tância conveniente do campo de jogo, com relação às dimensões da sala.
Devem manter-se quietos.
Para terminar, convém ainda chamar a atenção sobre a prevenção
de acidentes. A defesa pode proteger o rosto com as mãos. Usar protetores
para joelhos e cotovelos, retirar os olhos artificiais antes do jogo.
Bolas com guizos:
Pequenas bolas de borracha ou plástico com guizoso encontra-
das no comércio de brinquedos. As bolas de futebol e handball poderão
ser equipadas com guizos sob encomenda, na casa de artigos para esportes
"Gerspach", de Bale; os guizos (redondos e lisos) podem ser colocados pe-
lo próprio comprador (6 a 8 por bola). Pode-se obter bolas de 2 kg, com
guizos, junto à fábrica de bolas esportivas "Konrad Wisse", em Ham-
bourg 2.
ESPORTE PARA DEFICIENTES MENTAIS
Nos cursos centrais de natação e nos grupos esportivos locais, en-
contram-se aqui e ali, participantes com deficiência mental. Este fato dá
ensejo a que se coloque a questão fundamental, consistindo em saber se
a FSSI deve-se encarregar também dos deficientes mentais.
O que se entende por deficiente?
Os estatutos de nossa Federação sempre falam de "deficientes" e
de "inválidos", mas nunca apenas de "deficientes físicos". Chegam a pres-
crever aos grupos locais para acolherem todos os deficientes. A própria
Lei de seguro-invalidez subentende por invalidez todas as afecções durá-
veis da saúde física e mental. Na Suíça, por conseguinte, quando se fala
em inválidos, fala-se tanto dos deficientes mentais quanto físicos.
A prática demonstra, com frequência, queo é possível estabe-
lecer diferenças entre as afecções psíquicas e as afecções físicas; as duas
andam juntas principalmente quando há lesões no organismo central.
Por outro lado, os desportistas fisicamente deficientes se recusam a
participar de aulas e exercícios em companhia dos fracos de espírito.
Além da discriminação que se verifica em nossa sociedade a respeito deles,
o querem sofrer uma discriminação a mais, sendo confundidos com fra-
cos de espírito.
Além de tudo, no conjunto dos cursos para deficientes físicos,
exige-se dos deficientes mentais um esforço psíquico e social muito gran-
de, tendo em vista que os outros participantes e o próprio monitor rara-
mente os compreendem, e que sua enfermidadeo é levada muito a
sério, É a razão pela qualm dificuldade de se integrarem nestes grupos
e permanecem à parte. Enfim, a experiência prática demonstra que os cur-
sos especiais para crianças e adolescentes com deficiências mentais, dirigi-
dos por monitores preparados em pedagogia curativa, podem alcançar re-j
sultados extraordinários, tanto no plano físico quanto psíquico.
Na prática
O que se entende por fraqueza
de espírito?
Poderia ser definida como uma deficiência central, que acarreta
prejuízo à integridade do ser humano. O deficiente mentalo é portan-
to - como se pensa geralmente, perturbado só intelectualmente. Sendo
sempre o ser humano um indivíduo indivisível, toda deficiência mental
central repercute sobre toda sua personalidade: compreensão, vontade,
percepção, sensibilidade, impulsos e também sobre seu físico, É bem ver-
dade que a deficiência pode agir diversamente sobre certos aspectos do
comportamento, com uma intensidade variável. Mas o nível intelectual
sempre é diminuído e a capacidade interior de experiências vividas, em-
pobrecida e distorcida. Por esta razão podemos, com Moor, definir a fra-
queza de espírito como uma "deficiência da experiência interior".
Causas da fraqueza de espírito
Pode ser hereditária ou adquirida devido a lesões pré-natais, pós-
natais ou congénitas. Dentre as causas da deficiência mental adquirida,
encontramos por exemplo: doença dae durante a gravidez, lesões na
cabeça provocadas no momento do nascimento (fórceps), acidentes ou
doenças infantis (por exemplo, a menigite). Em muitos casoso há pos-
sibilidade de precisar a causa com certeza.
Graus de fraqueza de espírito
Segundo a gravidade das deficiências mentais, distinguem-se geral-
mente três graus de deficiência:
A debilidade: os débeis atingem, no máximo, o desenvolvimento
mental de uma criança normal de 10 anos.o portanto apenas "limitados
em suas aptidões escolares".
A imbecilidade: os imbecis atingem, no melhor dos casos, o nível
de desenvolvimento de uma criança de 7 anos normalmente dotada. Por-
tanto, nunca estarão aptos a serem escolarizados, dentro da concepção
de nossa escola popular; em revanche,o "educáveis no plano prático".
A idiotia: Os idiotas nunca ultrapassam o desenvolvimento da cri-
ança de 3 anos. Durante muito tempo, foram considerados como absolu-
tamente "não educáveis". Hoje, sabemos que com os conhecimentos ne-
cessários e dedicação, estes seres podem também ser educados com su-
cesso.
Raramente é possível classificar definitivamente um deficiente
mental em uma destas três categorias; a natureza é complexa eo se
deixa facilmente prender dentro de um esquema. Esta problemática sem-
pre aparece quando se trata de classificar seres humanos segundo uma
certa hierarquia ou tipologia.
Superatividade e subatividade
motora
O deficiente mental peca particularmente por sua falta de medida.
O que sobretudo nos importa, é a atividade motora, inferior ou superior
à normal, características de muitos deficientes mentais. Neste contexto
fala-se com frequência em crianças eréteis e crianças tórpidas.
O eretismo é um excesso contínuo de movimentos, o transbordar
de uma motricidade irracional, frequentemente estereotipada. O movi-
mento e a atividade estão em primeiro plano.
O senso de ação, ao contrário, é secundário. Outra característica
das crianças eréteis é sua fácil irritabilidade.
A torpidez é a economia permanente de movimentos, uma inati-
vidade motora, uma espécie de apatia. O contato dos tórpidos com os ou-
tros é restrito. Caracterizam-se pela mínima irritabilidade (subirritabili-
dade).
Quem pode praticar o esporte?
A atividade física para deficientes é uma atividade coletiva, eo
um tratamento individual. Isto também se aplica no esporte para defici-
entes mentais. Entretanto, é um dever importante do monitor saber apre-
ender a característica individual de todo deficiente desportista, compre-
endê-lo e orientá-lo. Em consequência de sua educação, dos diversos tra-
tamentos terapêuticos que sofreu e, também de suas experiências com as
demais pessoas, o deficiente se habitua a passar por um ser extraordinário,
fora de série, se bem que corra o risco de se tornar individualista. É tam-
m dever do monitor da atividade física para deficientes procurar inte-
grar, no grupo esportivo, seus alunos excessivamente individualistas. Isto
se aplica tanto para os deficientes mentais quanto para os deficientes-
sicos.
Os membros dos grupos esportivos para deficientes mentais
devem, portanto, preencher as condições seguintes:
ser fisicamente são;
dispor de capacidade de mobilidade física suficiente, para
poder praticar os exercícios físicos de ginástica e de esporte;
poder integrar-se ao grupo e ser abordáveis, ou seja, capazes
por exemplo de compreender satisfatoriamente e de executar
convenientemente as instruções que o monitor dá ao gurpo;
ter caráter suportável pelo grupo; isto significa que um indi-
víduoo deve incomodar a vida em comum do grupo espor-
tivo, ou mesmo torná-la impossível.
Todos aqueles queo preencham estas condições, pertencem à
categoria das pessoas que devem dispor de um tratamento individual (pe-
dagogia curativa, fisioterapia ou medicina). Sua situação psico-física mo-
mentâneao lhe permite ter condições de participar esportivamente de
um grupo.
Desde há alguns anos a FSSI empreende experiências nos seus di-
versos cursos de esporte para crianças deficientes mentais. Desde que a
avaliação do conjunto seja possível, os princípios metodológicos que se
mostraram válidos até o presente,o os seguintes (para as questões de
métodos em geral, reportar-se ao capítulo "Metodologia", pág. 27.
Os deficientes mentais devem, em princípio, serem tutelados no
plano esportivo em grupos particulares.
Os monitores encarregados de tais grupos devem dispor de forma-
ção pedagógica curativa, ou de longa experiência prática com deficientes
mentais.
Os exercícios serão demonstrados, raramente explicados.
Uma novidade deverá ser introduzida em doses bem pequenas de
cada vez. As crianças deficientes mentais geralmente empregam muito
tempo para aprender novos movimentos. Geralmente se defendem contra
uma solicitação excessiva, através de uma resistência ativa ou passiva.
Ao selecionar os jogos, é preciso prestar atenção no sentido de que
as crianças possam participar "brincando" realmente. Nada de regras com-
plicadas de jogo.
Mesmo os pequenos jogos devem ser repetidos com frequência, e
modificados o menos possível.
Nos deficientes mentais acumulam-se as anomalias de porte e de
extensão dos músculos. Portanto, é de necessidade imperiosa o ensino sis-
Método
temático do porte correto. Descontração nos casos de porte crispado
(Hipertonia), reforço a acentuação nos casos de falta de tensão dos mús-
culos (hipotonia).
Nas crianças tórpidas, é necessário despertar a alegria que o movi-
mento proporciona. Os eréticos, ao contrário, devem aprender a controlar
seus movimentos, e efetuá-los oportunamente. Pode-se atingir, com su-
cesso, estes dois objetivos graças à rítmica, à ginástica e ao jogo.
Durante os 10 primeiros anos de sua existência, o esporte-invalidez
suíço colocou claramente os deficientes físicos no primeiro plano de suas
preocupações. Já há um certo tempo que os monitores de esporte colhem
experiências nos diversos cursos com os deficientes mentais. Ainda se está
no estágio da experimentação. O presente capítuloo contém, portanto,
nada de definitivo, mas apenas provisório.
Certos conceitos enunciados são, há anos, objeto de controvérsias
científicas que ainda levarão tempo para entrar em acordo. Sabemos hoje
que muitos destes conceitos abstratos marcaram realidades terrivelmente
mais complexas e problemáticas, eo muito mais discutíveis do que se
acreditou durante muito tempo. Apesar de tudo, julgamos útil introdu-
zi-los aqui, tendo em vista que a linguagem dos praticantes da pedagogia
curativa ainda recorre a eles, e que o monitor de esporte deve conhecer as
várias interpretações.
Mesmo que uma questão teórica e prática continua obscura, isto
o quer dizer queo devamos tirar a limpo, desde o início, as motiva-
ções deste novo dever que é nosso, que consiste em nos encarregar dos de-
ficientes mentais no plano esportivo. Esta atitude fundamental que nos
propomos se reveste de dois aspectos:
Em termos negativos: O esporte-invalidez lutou até agora com su-
cesso, contra a marginalização dos deficientes por parte da sociedade. De-
vemos portanto exigir dos monitores e dos desportistas deficientes físicos
que se abstenham de qualquer discriminação relativa aos deficientes men-
tais (problemas abordados no início do capítulo).
Em termos positivos: O deficiente mental constitui, em si, uma
foma de existência humana significativa. No exercício esportivo e no jogo,
o monitor de esporte, desdobrado em educador, encontrará acesso à totali-
dade do ser humano. Ele ajuda a dar ao deficiente em sentido para sua
existência e a descobrir seu próprio caminho na vida.
"Quer pratiquemos ginástica, jogos ou natação, duas coisaso
importantes: a vida destes seres humanos deve ser enriquecida de modo a
proporcionar-lhes alegria. Se, em consequência disto, tornarem mais inde-
pendentes, mais conscientes de suas possibilidades, se compreenderem
que eles tambémo capazes de fazer alguma coisa, então teremos atin-
gido nosso objetivo" (Landolt).
Resumo e perspectivas
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo