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Presidente da República:
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação:
Paulo Renato Souza
Secretário Executivo:
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Secretária de Educação Fundamental:
Iara Glória Areias Prado
Diretor do Departamento de Política da Educação Fundamental:
Walter Kiyoshi Takemoto
Coordenadora Geral de Apoio às Escolas Indígenas:
Ivete Maria Barbosa Madeira Campos
Endereço:
MEC/SEF/DPEF
Coordenação Geral de Apoio às Escolas Indígenas
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Tel.: (61) 410 8630/ 321 5323
Fax: (61) 321 5864
Estudando os cerrados / Maria Elisa Ladeira... [et al.].-
o Paulo : Centro de Trabalho Indigenista, 1999.
92p. : il. ; anexos . - (Coleção Educação Timbira)
1.Educação Ambiental. I. Ladeira, Maria Elisa. II Série
CDU 37:577.4
Aldeia:
Professor:
Data do início:
Data do término:
Realização: Centro de Trabalho Indigenista
Concepção: Maria Elisa Ladeira
Elaboração: Sueli Ângela Furlan, Aloma Fernandes de Carvalho e Maria Elisa Ladeira
Revisão do conteúdo: Giulia Maria Maury e Gilberto Azanha
Colaboração: Neusa Maria Vieira, professores Timbira do Maranhão e Tocantins.
Diagramação e revisão da 1
a
versão: Luiz Daré e Tereza Moreira
Concepção visual e projeto gráfico: Sônia Lorenz
Diagramação e produção gráfica: ZAP Design
Apoio Institucional:
Elaboração e Produção:
Norwegian Rainforest Foundation
Centro de Trabalho Indigenista
Impressão:
Ministério da Educação e Desportos / MEC -
Coordenação de apoio às escolas indígenas
o Paulo, outubro de 1999
Todos os direitos reservados
Centro de Trabalho Indigenista
Rua Fidalga, 548 - sala 14 - Cep 05432-000
Tel: (11) 8133450 -o Paulo-SP
Apresentação 4
Introdução 7
1- Por que estudar os cerrados? 9
2 - O queo os cerrados? 25
3-O solo 31
4- O clima 40
5-As plantas 46
6- Os animais 73
7- Os problemas 83
Este livro conta sobre as plantas, as árvores e as frutas da região onde
vocês moram.
Os campos dos cerrados do sul do Estado do Maranhão e norte do Tocantins
o o território tradicional dos grupos Timbira. Por isso, vocês conhecem e
sabem como viver neste ambiente. Durante séculos, os cerradosm sido o
território do seu povo. Assim como as plantas e os animais dos cerrados, o
modo de vida dos Timbira contribui para que o ambiente dos cerrados tenha
essa feiçãoo característica. Hábitos antigos como botar fogo no capim da
chapada, plantar oss de urucum e outras plantas nativas atrás das casas
mostram que vocês pertencem aos cerrados, alterando suas características e
se adaptando a ele.
É fácil perceber a diferença quando ve-
mos uma área ocupada pelos brancos ou
por vocês. Vocês conhecem as plantas da
região e seus usos. Alimentam-se, curam
doenças e com elas fazem suas casas e
tudo o que tem dentro delas. Sabem,
também, que sem estas plantas, os ani-
maiso sobrevivem e a caça desapare-
ce. Vocês sabem que nos cerrados, assim
como em qualquer ambiente, todos de-
pendem de todos para viver.
Tudo é muito diferente na área ocu-
pada pelos brancos. Eles chegam e subs-
tituem tudo: o "mato " é arrancado para
dar lugar a grandes plantações. Os cam-
pos nativoso alterados para alimentar
os bois. Em pouco tempo a terra está ar-
rasada, sem nada, sem caça, sem fruta,
sem pé de pau.
Hoje, no mundo todo, algumas pesso-
asm "despertando" para os muitos problemas gerados pelo modo de ser
dos brancos. E procuram defender a terra, ou e as águas desta destruição.
Isto é o que se chama "defesa do meio ambiente". Meio ambiente é tudo
isto: a terra, a água e o céu, com todos os seres viventes, inclusive os seres
humanos.
Valorizando os conhecimentos de vocês sobre os cerrados e aprendendo
rnais sobre esta região, vocês estarão contribuindo para defender este ambi-
enteo ameaçado. Desenvolver a consciência ecológica é, na verdade, divul-
gar um saber que os povos indígenas sempre tiveram.
Maria Elisa Ladeira
INTRODUÇÃO
Os pesquisadores cupe classificam os seres vivos em dois grandes reinos: o
reino animal, que engloba todos os tipos de animais, inclusive o homem; e
o reino vegetal, ou seja, as plantas.
O reino vegetal estende-se e recobre todo planeta Terra, em todos os seus
recantos, inclusive na água, e apresenta-se sob as rnais diversas formas. Este
reino pode ser imaginado como "a pele" do planeta Terra, um infindável
conjunto de árvores, arbustos, cipós, musgos, ervas, formando as florestas, as
savanas, os campos.
No Brasil, as savanas tomam o nome de cerrado, uma vegetação com
grande diversidade e riqueza de espécies apesar de se desenvolver em solos
pobres e ácidos, queo considerados pelos pesquisadores como um dos solos
rnais antigos do planeta Terra.
A região dos cerrados, apesar de representar uma grande porção do terri-
tório brasileiro, é pouco conhecida e respeitada. O que aumenta a nossa res-
ponsabilidade pela vida que nele existe é que os cerrados só existem no Brasil
e em uma pequena faixa de terra no Paraguai, um país vizinho ao nosso.
As primeiras observações sistemáticas sobre os cerrados foram feitas pelo
pesquisador dinamarquês Eugênio Warming, em 1865. Ele foi o primeiro a
relacionar a vegetação ao solo, ao clima, à escassez temporária de água e a
estudar a fauna (os animais) da região onde viveu por alguns anos. Quase
cem anos depois, os cerrados foram "redescobertos" pelos pesquisadores e
hoje muitos procuram compreender melhor sua dinâmica e seu valor. Neste
sentido, o conhecimento que vocêsm dos cerrados é fundamental.
Este trabalho procura trazer um pouco do pouco que dele conhecemos,
deixando aberto o espaço para a contribuição de vocês.
1.
POR QUE
ESTUDAR
OS CERRADOS?
Vamos estudar os cerrados como o lugar onde
vivemos. Nesse estudo, vamos tentar compre-
ender como as pessoas, as plantas, os animais,
o solo, a água, o clima e o sol estão se relaci-
onando e compondo as paisagens do cerrados.
Você sabe queo existe apenas um tipo de
cerrado, mas vários. Nos capítulos seguintes você
encontrará informações a respeito das seme-
lhanças e diferenças que existem entre os cer-
rados, onde eles se localizam no mapa do Brasil
e qual a importância de cada um deles.
Você deve saber muitas coisas a respeito dos
cerrados, afinal é o lugar onde você mora.
Imagine que um pesquisador cupê acaba de
chegar em sua aldeia e que eleo sabe nada
sobre os cerrados. Você precisa contar para ele
como é esse lugar. Escreva um texto para esse
pesquisador, descrevendo as principais caracte-
rísticas das plantas, dos animais, do solo e da
água dos cerrados.
Utilize o espaço que se segue para escrever o seu texto.o se esqueça de
inventar um título.
Leia o seu texto em voz alta para os seus companheiros de estudo e ouça o que
cada um deles escreveu.
Os textos deles contêm informações
muito diferentes daquelas que você
escreveu? Aponte algumas das diferenças.
Quando fazemos um estudo, costumamos ter dúvidas, vontade de conhe-
cer algo novo. Em relação ao estudo sobre os cerrados, uma pessoa poderia
ter dúvidas como essas:
POR QUE EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE CERRADOS?
ONDE SE LOCALIZAM OS CERRADOS?
POR QUE AS ÁRVORES DOS CERRADOSO MENORES
DO QUE AS ÁRVORES DA FLORESTA AMAZÔNICA?
E você, quaiso as suas dúvidas?
Pense em dez coisas que você gostaria de saber sobre os cerrados. Se
quiser, pense na companhia de seus companheiros de estudo e escreva as suas
dúvidas no espaço que se segue.
Os cerrados cobrem boa parte da região central de nosso país. Possuem
uma grande variedade de plantas, ou seja, uma flora muito rica. Apesar disso,
os cerradoso pouco conhecidos pela sua maioria dos brasileiros. Quando
o conhecemos uma coisa,o aprendemos a reconhecer o seu valor e a
respeitar suas características.
O mapa ao lado mostra que antigamente os cerrados ocupavam 25% do
território brasileiro. Hoje em dia, só restam menos de 10% da área original.
Boa parte dos cerrados foi substituída pela agricultura e pelo pasto para
a criação de gado. A construção de cidades e de estradas também contribuiu
para a destruição dos cerrados.
Como conseqüência, a vegetação dos cerrados vem diminuindo, o número
de animais vem sendo reduzido e o solo é contaminado pelos produtos quí-
micos usados nas plantações. Está ocorrendo a erosão ( isto é, a perda dos
solos) e a desertificação ( isto é, a perda da capacidade dos solos de produzir).
Existem poucas áreas onde os cerrados estão conservados. A maioria dessas
estão nos parques e nos território indígenas.
OS CERRADOS
ESTÃO
SENDO DESTRUÍDOS!
Distribuição da área dos cerrados no Brasil
Fonte: Aspectos da vegetação do Brasil - Dora de Amarante Romariz - Lemos Editorial & Gráficos Ltda
A destruição dos cerrados representa um problema ambiental.
Um problema ambiental é um problema que afeta o solo, a água, o ar, as
plantas, os animais e também os seres humanos que vivem em um determi-
nado lugar.
o muitos os problemas ambientais que acontecem no Brasil e no mundo
todo. A maioria desses problemas é causado pelo uso errado da natureza.
Veja abaixo o título de algumas notícias de jornal e de revistas que tratam
de problemas ambientais.
QUEIMADAS NA AMAZÔNIA
FUMAÇA DE CARROS PINTA OU DE CINZA
POLUIÇÃO DO AR FORMA NUVEM PRETA SOBRE A CIDADE
PANTANAL - A VIDA SELVAGEM SOB AMEAÇA CHAMAS VOLTAM A
DEVASTAR PARQUE ECOLÓGICO DE GOIÂNIA
VAZAMENTO DE ESGOTO MATA PEIXES EM JUNDIAÍ
Leia esses títulos e junto dos seus companheiros tente imaginar o que
originou esses problemas.
Você já ouviu falar de algum outro problema ambiental?
Cleuza Prumkwyi, professora Krahô da Aldeia Nova, observou mudanças
no local onde vive e escreveu o seguinte texto:
O nosso cerrado
"Antigamente na Chapada tinha muita fruta
e muita caça, muita perdiz e outras caças rnais.
Agora, aqui neste tempo que a gente vive na
área Krahô, faltam muitos animais, muitos
pássaros não tem mais, e algumas frutas
também, não muitas, e tem pouca morada
de abelha. Aonde eu moro não tem tiúba,
no lugar que eu morava, na Aldeia do
Galheiro, tinha muita tiúba."
Escolha um dos problemas ambientais que você ouviu falar. Imagine uma
notícia de jornal sobre esse problema, invente um título para a notícia e
escreva-o no espaço abaixo. Lembre-se: o título de uma notícia de jornalo
pode ser muito longo e tem de chamar a atenção das pessoas.
Para ler, refletir e discutir
Diáno de Cuibá
Dala: 21/09/97 - Cuibá - MT - Pág. 03
Poluição dos rios assusta
Parque Xingu
Da Redação
O parque Nacional do Xingu foi
criado era 14 de abril de 1961, com
o objetivo de assegurar as popula-
ções indígenas da região melhores
condições de vida e a posse da terra
por eles habitadas.
Atualmente, com uma área de 2,6
milhões de hectares, o Parque com-
porta 15 sociedades indígenas:
Waurrá, Mehulnáku, Yawalapiti,
Kamalwrá, Awetí, Kalapalo, Matiú,
Nahuquá, Kuikuro, Trumái, Txikão,
Kayabi, Juruna, Suyá e Kayapó.
Estas sociedadeso conhecidas
como "sociedades xinguanas", defi-
nidas como um grupo social que
apresenta uma cultura comum e
heterogeneidade lingüística.
A ocupação indígena do Xingu é
bastante antiga. Estudos arqueoló-
gicos apontam características de
habitação datada do século XII e
XIII. Documentalmente, a primeira
expedição para a região aconteceu
em 1884, quando da expedição do
alemão Karl Von Den Steinen. A
partir da década de 40 a área deixa
de ser desconhecida com a criação,
pelo governo de Getúllio Vargas, da
Fundação Brasil Central e da Expe-
dição Roncador Xingu.
Hoje, segundo Ianaculá Rodarte,
administrador do Parque do Xingu,
o grande problema enfrentado pe-
los índios é a poluição dos rios que
cortam o Parque. "As nascentes dos
rios estão fora da nossa área. Os fa-
zendeiros estão destruindo os rios,
com agrotóxicos", disse Ianaculá.
(GO)
Você sabia?
A ecologia é a ciência que estuda comoo os ecossistemas e quaiso os pro-
blemas que eles enfrentam.
Quando estudamos a ecologia de um lugar, estamos estudando as relações que
existem entre animais, plantas, solo, água e pessoas. Isto porque, na natureza,
todos dependem uns dos outros.
As plantas dependem do solo, pois é ele que dá o alimento e a água que elas
precisam. O solo também depende das plantas, pois recebe delas as folhas e os
galhos mortos que devolverão os alimentos ao solo. Os animais dependem das
plantas para obter alimento. Muitos animais participam da reprodução das plan-
tas, enterrando suas sementes ou polinizando as flores.
Cleuza Prunkwyi, professora Krahô da Aldeia Nova, nos o exemplo
de que "o oiti tem seu muito fino e alto. Ele tem semente, que
não nasce se você plantar. Quem pode plantar é o besouro do mato".
Ou, como nos diz Ambrosinho Kawár, da Aldeia Apaniekra, de
Porquinhos: "Sapucaia é a fruta e é a flor, que o bicho come a flor e a
gente come a fruta. Quando o tempo da flor, nós caçamos o pé de
sapucaia para poder matar qualquer bicho, paca ou cutia".
E as pessoas? As pessoas também dependem das plantas, dos animais, do solo
e da água.
Mesmo aquelas que vivem na cidade dependem da natureza. Pois, seo fosse
a natureza, de onde as pessoas que moram nas cidades retirariam a madeira e o
cimento para fazer suas casas? E o tecido para fazer suas roupas? E a borracha
para fazer seus sapatos e pneus dos carros? E de onde viriam os seus alimentos, a
água para beber e o ar para respirar?
A ecologia estuda as relações que existem entre as coisas da natureza e as rela-
ções que os diferentes povosm com a natureza. É uma ciência que nos ajuda a
compreender a natureza e a aprender a respeitá-la para que elao seja
destruída.
Responda a essas perguntas consultando o texto da página anterior:
1) O que aconteceria às plantas se o solo fosse destruído?
2) O que aconteceria ao solo se as plantas fossem eliminadas?
3) Por que as pessoas que moram nas cidades também dependem da natureza?
4) Por que proteger o meio ambiente que nos ajuda a viver melhor?
A palavra ecologia vem de uma outra língua, o grego.s podemos
dividi-la em duas partes: eco e logia e descobrir o que essa palavra quer
dizer:
- eco, em grego, é oikos e quer dizer lugar onde se mora
- logia, em grego, é logos e quer dizer estudo.
No dicionário, a definição dessa palavra é:
ecologia: Estudo das relações entre os seres vivos e o meio onde vivem,
bem como das suas relações de influência.
2.
O QUEO OS CERRADOS?
Muitas pessoas já procuraram saber o queo os cerrados. Algumas por
que vivem em áreas de cerrados e querem conhecer melhor o lugar onde
moram; outras porqueo pesquisadoras e se interessam pelo assunto e nos
ajudam a conhecer melhor as características dos cerrados.
Leia os textos abaixo e veja o que as pessoas escreveram sobre os cerrados.
Texto 1
É interessante notar que a vegetação dos cerrados
tem a aparência de plantas que vivem em ambientes
onde falta água: as árvores possuem galhos tortuosos,
têm casca grossa, folhas brilhantes como se fossem
envernizadas ou são revestidas por uma espessa camada
de pelos. De outro lado, muitas plantas apresentam
aspectos que se opõem à falta de água. São plantas
com folhas grandes, que produzem frutos ou brotos em
plena seca, antes das primeiras chuvas. Para isso, essas
plantas precisam de muita água, que encontram nos
solos profundos dos cerrados. As raízes dessas árvores
chegam a ter mais de 18 metros de comprimento.
Texto adaptado do livro "Vegetação Brasileira", escrito pelo
pesquisador Mario Guimarães Ferri no ano de 1980.
Texto 2
Quem viajou pelo interior do Brasil, através dos estado de Minas
Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins certamente
atravessou extensos chapadões cobertos por uma vegetação de árvores
pequenas e retorcidas, dispersas no meio de um tapete de capim.
Chapadões como esses são os cerrados.
Durante os meses quentes do verão, quando muita chuva e os dias
são muito longos, tudo ali é muito verde.
No inverno, ao contrário, o capim amarelece e seca. Nas árvores, as
folhas também ficam amarelas. árvores que perdem as suas folhas e
parecem estar secas. Os dias são rnais curtos e a temperatura um pouco
rnais baixa.
Texto adaptado do artigo "O Cerrado e a Ecologia do Fogo." Escrito pelo pesquisador
Leopoldo Magno Coutinho, no ano de 1990, e publicado na revista Ciência Hoje, vol.
12
Texto 3
A aldeia de Gorotire fica na bacia do rio Xingu, numa zona de
transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado do Brasil central. Os
cerrados que a cercam têm uma estrutura bastante diversificada: variam
desde campos dominados por gramíneas e arbustos até florestas mais ou
menos fechadas, de estatura baixa a média. Em todas essas formas de
cerrado, a vegetação é lenhosa e retorcida, de casca grossa.
Texto adaptado do artigo "Reflorestamento Indígena" escrito pelos pesquisadores,
Anthony B. Anderson e Darrell A. Posey e publicado na revista Ciência Hoje, vol. 6,
em 1987
Responda às questões abaixo, consultando os textos da pagina anterior.
1) Os textos foram escritos por pessoas diferentes, em anos também dife-
rentes. Quem e quando escreveu:
O Texto 1?
O Texto 2?
O Texto 3?
2) Comoo as plantas dos cerrados para o autor do Texto 1?
3) Por que para esse autor as plantas dos cerrados ao mesmo tempo pa
recem ser de uma região seca e de uma região com muita água?
4) O autor do Texto 2 escreve como um pesquisador eo como um
morador do cerrado. Para os moradores do cerrado, "verão"o os meses
queom chuva. Quaiso as mudanças que ocorrem com as plantas dos
cerrados durante a passagem do verão para o "inverno"?
5) Na sua opinião, qual seria explicação para as observações que esse autor fez?
6) Comoo as plantas dos cerrados para o autor do Texto 3?
Qual a cor do solo?
O solo é mais úmido ou seco?
O solo é áspero ou macio?
O solo possui grãozinhos brilhantes?
O solo possui grãozinhos escuros e sem brilho?
Existem restos de plantas ou animais na porção de solo que você escolheu?
Agora sim, responda à questão: Como é o solo da região de cerrados onde
você mora? Existe mais de um tipo? Como você classificaria os tipos de solo
da sua região?
Os usos do solo
Os seres humanos sempre precisaram do solo para sobreviver. As plantas que uti-
lizamos em nossa alimentação retiram do solo nutrientes (alimentos) para crescem-
os materiais utilizados na construção das casas de muitas pessoasm do solo.
O solo é importante para você e as demais pessoas de sua aldeia?
Faça uma lista com nomes de objetos que você usa em seu dia-a-dia queo
feitos a partir das plantas, que precisam do solo para viver.
Os Solos dos Cerrados
Os solos dos cerrados possuem poucos nutrientes
utilizáveis pelas plantas e uma alta concentração de
alumínio, uma substância que em grandes quantidades
é tóxicas para os seres vivos. A combinação desses dois
fatores varia muito, mas sempre atua diretamente no
desenvolvimento das plantas.
Nas áreas de cerrados onde os solos são pobres em
nutrientes e uma maior concentração de alumínio, a
vegetação é de pequeno porte, como a dos campos sujos.
Os campos sujos são campos cobertos por capim e outras
plantas pequenas, como a douradinha-do-campo e o
pé-de-perdiz.
Nas áreas onde o solo é rnais fértil, crescem os
cerradões. Os cerradões são matas com árvores que
chegam a possuir 15 metros de altura, como o ipê-amarelo,
a sucupira e o pau-d'óleo. As copas das árvores tocam-se,
diminuindo a passagem da luz do sol. O solo dos cerradões
não é coberto por capim e outras plantas menores, pois a
pouca luz impede que plantas como essas se desenvolvam.
ainda certas áreas em que o solo apresenta
características intermediárias, ou seja, possui alguns
nutrientes e a presença do alumínio não é tão
marcante. A vegetação que cresce em áreas com esse
tipo de solo é formado por arbustos e árvores, e o solo
é coberto por capim e outras plantas de pequeno porte.
Essas áreas são chamadas de campos cerrados ou cerrado
propriamente dito.
Adaptado do livro "Cerrado", de Célia Assis e outros, editora FTD.
Consultando o texto, responda:
1) Quaiso as duas principais características dos solos dos cerrados?
2) Os solos dos cerrados apresentam sempre as mesmas características?
3) O texto diz que conforme variam as características do solo, a vegetação
também varia. Você está de acordo com esta afirmação? Explique por quê.
4) Conforme aquilo que você leu no texto "Os solos dos Cerrados", dese-
nhe nas próximas páginas cada um dos tipos de vegetação dos cerrados.
Campos sujos:
Campos cerrados:
Cerradão:
4.
O CLIMA
Nos cerrados observamos, no decorrer do
ano, duas estações climáticas: a época das
chuvas e a época da seca.
As duas estações são bem definidas: de
outubro a abril concentram-se as chuvas; de
maio a setembro temos a seca, rnais
acentuada entre os meses de junho e agosto,
quando faz rnais frio e as temperaturas
médias giram em torno dos 17.
Adaptado do livro "Cerrado", de Célia Assis e outros,
Editora FTD.
Leia o texto e responda:
1) Como pode ser caracterizado o clima dos cerrados?
2) Durante quais meses do ano faz mais frio?
Agora, pense e responda às questões que se seguem. Quando terminar,
converse com seus companheiros de estudo para ver o que eles responderam.
3) Como você descreveria o clima do lugar onde você mora?
J
4) O que muda no dia-a-dia da sua aldeia conforme as estações climáticas
variam durante o ano?
5) Nas páginas seguintes faça dois desenhos, indicando as mudanças que
ocorrem na paisagem dos cerrados que você observa todos os anos.
Os cerrados durante a época das chuvas.
Os cerrados durante a época das secas.
Volte ao capítulo 3, leia o texto e observe os seus desenhos para responder
as questões novamente que se seguem.
1) Que tipo de plantas predominam nos campos sujos?
2) Quais e comoo as árvores do cerradão?
3) Como você descreveria as plantas que caracterizam o cerrado?
Do mesmo modo que vocês, moradores do cerrado, os pequisadores sabem
que o cerradoo é só um conjunto de árvores tortas e de casca grossa
espalhadas pelo campo. Eles também sabem queo várias as formações
vegetais que compõem os cerrados. Os pesquisadores conhecem (dão nome)
para um pouco rnais que 4 mil espécies de plantas distribuídas pelos diferen-
tes tipos de fisionomias vegetais da região dos cerrados, queo as seguintes:
MATAS
Mata de galeria que acompanha os rios.
Exemplos de espécies: ingá e angelim.
Mata de interflúvio que se situa entre rios.
Exemplo: copaiba.
Mata seca que se desenvolve sobre rochas
calcáreas. Exemplo: aroeira.
CERRADOS
Carrasco
Campos sujos
Cerrado
Cerradão
CAMPOS
Campos úmidos, queo as veredas e brejos.
Campo limpo, que só apresenta gramíneas e
pequenas ervas.
Campo rupestre, que se desenvolve em locais
altos e entre rochas.
E seu povo, quais fisionomias vegetais reconhece nos Cerrados?
As plantas dos cerrados variam muito. No geral, podemos dividi-las em três
grandes grupos.
Grupos de Plantas do Cerrado
Existe o grupo das plantas que atinge entre 20 centímetros e um metro de
altura. Herbáceas e de caule fibroso, muitas vezes estas plantas servem como
pastagem. Em épocas de queimada,o facilmente consumidas pelo fogo.
Deste grupo, que chamaremos GRUPO 1, fazem parte o capim flexinha,
sumaré, tucunzinho e para-tudo.
Os arbustos e as árvores de tamanho mediano, formam o GRUPO 2. Dele
fazem parte plantas como pequi, murici, puçá, mangaba e cajuí, que possuem
caule tortuoso e casca grossa. Suas folhaso duras e, quando a planta ainda
é jovem, apresentam pelos. Estas características ajudam as plantas desse gru-
po a se protegerem das queimadas, pois o fogo pode prejudicá-las. Logo após
as queimadas, começam a brotar novamente.
Finalmente, o GRUPO 3, das árvores de porte grande, que atingem até 30
metros de altura. Essas árvores costumam crescer ao longo de cursos d'água
ou de nascentes, pois precisam de muita água para sobreviver. Elas se desen-
volvem em solos com rnais nutrientes, cobertos por uma camada espessa de
folhas e gravetos de plantas em decomposição. Servem como abrigo para
muitas aves e seus frutos alimentam os peixes que vivem nos rios. Fazem
parte desse grupo árvores como o jacaré, o tanheiro e o ingá.
Pense nas plantas dos cerrados que você conhece. Tente classificá-las con-
forme os grupos descritos no texto anterior e escreva seu nome.
GRUPO 1
GRUPO 2
GRUPO 3
Que outros grupos você acrescentaria a estes citados acima?
As árvores dos cerrados e a presença da água subterrânea
A maioria das árvores e dos arbustos dos cerrados tem um
porte pouco desenvolvido quando comparado as árvores e
arbustos da floresta, ramos tortuosos, com cascas espessas, folhas
duras e cobertas por pêlos. Parece que essas plantas sofrem falta
de água.
No entanto, sabemos que apesar das chuvas nos cerrados se
concentrarem entre os meses de outubro a abril, existe água
armazenada abaixo do solo, nos chamados lençóis d'água ou
lençóis freáticos. A água ai armazenada é suficiente para
prover as plantas durante o ano todo.
Para alcançar esses lençóis d'água, muitas plantas possuem um
conjunto de raízes bastante complexo, que lhes permite alcançar a
água de lençóis que estão a 15 metros de profundidade! Isso
explicaria o fato de muitas plantas florescerem em pleno inverno,
durante a época da seca.
Adaptado do livro "Cerrado", de Célia Assis e outros. Editora FTD.
Lendo esse texto, como você explicaria o fato de muitas plantas dos
cerrados florescerem durante a época da seca, sabendo que para florescer
as plantas necessitam de água?
Nos cerrados, mesmo as pequenas ervas possuem um complexo sistema de
raízes, capaz de buscar água nas camadas profundas do solo e garantir a
sobrevivência da planta nos meses rnais secos.
AÇOITA-CAVALO,
AÇUCENA,
ALGODÃO-DO-CAMPO,
ARAÇAZEIRO,
ARATICUM,
BARBATIMÃO,
BURITIRANA,
BUTIÁ,
CAJÁ,
CAJUEIRO-DO-CAMPO,
COPAÍBA,
DOURADINHA-DO-CAMPO,
FRUTA-DE-LOBO,
INGÁ,
IPÊ-AMARELO,
JACARÉ,
MACAU BA,
MAMICA-DE-CADELA,
MANGABEIRA,
MURICI,
PARATUDO-DO-CAMPO,
PAU-TERRA,
PÉ-DE-PERDIZ,
PEIXINHO-DO-CERRADO,
PEQUIZEIRO-DO-CERRADO...
Você conhece estas plantas?
Assinale as que existem na sua região.
o todas plantas típicas dos cerrados. Escolha uma delas e faça um dese-
nho mostrando como ela é.o se esqueça de escrever o nome da planta que
você escolheu.
Leia e conheça melhor algumas plantas dos cerrados
Adaptado do livro "Cerrado", de Célia Assis e outros. Editora FTD.
Peixinho-do-cerrado
O peixinho-do-cerrado é uma das plantas
que rnais rapidamente brota após as queimadas.
Seu caule é delicado eo ultrapassa os 50
centímetros de comprimento. É um caule
carnoso, levemente avermelhado e recoberto
por pêlos aveludados. Suas folhaso ovais e
de coloração verde-escura. Suas floresm um
colorido alaranjado e um formato tubular.
Pé-de-perdiz
O pé-de-perdiz é um arbusto com caule e
folhas ásperas, que lembram oss de uma
ave. Pode atingir até 50 centímetros de com-
primento. Suas floreso pequenas e alvas e
suas sementes lembram carrapatos. É utilizado
na medicina caseira, pois suas folhas e raízes
podem tratar infecções.
Pau-terra
O pau-terra é uma árvore que chega a atin-
gir 10 metros de altura. Seu caule possui casca
grossa, de cor avermelhada como a cor da ter-
ra. As folhaso rígidas e chegam a ter 20
centímetros. Suas floreso dispostas em ca-
chos, com uma leve coloração amarela. A ma-
deira, muito leve, é bastante empregada na
confecção de canoas e caixotes.
Paratudo-do-campo
O paratudo-do-campo possui um caule cur-
to, que geralmenteo ultrapassa 40 centí-
metros de altura. Suas folhaso recobertas
por uma densa camada de pêlos e suas flores
possuem um formato tubular e uma colora-
ção amarelo forte. É uma planta conhecida
por sua beleza e também por suas proprieda-
des medicinais.
O peixinho-do-cerrado, o paratudo-do-campo, o pau-terra e o pé-de-per-
dizo plantas com características bastante distintas. No quadro abaixo des-
creva algumas dessas características: aquelas relacionadas ao caule, às folhas
e às flores dessas plantas.
Caule
Folhas Flores
PEIXINHO
DO CERRADO
PÉ-DE-PERDIZ
PAU-TERRA
PARATUDO-
DO-CAMPO
O murici
Murici, murici-branco, murici-veludo, murici-vermelho... Existem várias es-
pécies de murici, mas talvez a mais conhecida seja aquela que produz frutos
de polpa amarelada e de sabor ácido. Leia o que algumas pessoas escreveram
sobre essa planta e seu fruto.
Texto 1
"As folhas do murici atingem até 25 centímetros e quando
jovens são recobertas por pêlos avermelhados. Costumam perder
seus pêlos quando adultas. Suas flores formam cachos e possuem
uma coloração amarelo-alaranjada. Em seu interior encontramos
uma espécie de óleo que serve de alimento aos insetos. A casca
espessa do caule do murici serve de proteção contra o fogo, que
apenas destrói suas folhas. Elas rebrotam depois, juntamente com
as flores. Quando surgem os frutos, a planta está totalmente
renovada."
Célia de Assis, autora do livro Cerrado, da editora FTD.
Texto 2
"As frutinhas do murici são pequenininhas e gostosas. O de
murici tem os galhos espalhadinhos."
Floriza Gavião
Texto 3
"O de murici é muito alto. A fruta é bem redondinha e é
muito doce e gostosa. Quando fica madura ela fica bem
amarelinha e cai por conta (própria). O de murici produz muitas
frutas. "
Célia Gavião
Compare as descrições que cada um desses três textos apresentam sobre o
murici.
Utilizando as informações de cada um dos textos e ainda aquelas que você
já possui sobre essa planta, escreva um novo texto sobre o murici no espaço
que se segue.
Quando terminar de escrever a sua descrição sobre o murici, leia-a em voz
alta para seus companheiros de estudo. Em seguida, ouça a descrição que eles
fizeram. Você vai ver que existem ainda muitos outros jeitos de descrever
uma mesma planta...
Ficha da planta
Nome da planta:
BARBATIMÃO
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Outras
informações
Habitat
A casca que recobre o seu caule é espessa e se destaca facil-
mente do tronco. Possui ramos tortuosos e chega a atingir 3
metros de altura.
As folhaso verde-claras e atingem até 30 centímetros.
Suas flores possuem formato de espigas e tambémo verde-
claras.
Seus frutoso lenhosos.
A sua casca bastante espessas permite que a planta resista às
queimadas. É utilizada na medicina popular contra
hemorroidas e diarréias.
Cerrado.
Nome da planta:
MAMICA-DE-CADELA OU
MAMA-CADELA
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Habitat
As folhas possuem um líquido leitoso (látex).
Flores miúdas e brancas.
Pequenos e adocicados, de cor amarelo-esverdeado.
É utilizada no tratamento de doenças dos rins e no combate
ao vitiligo, doença que causa manchas brancas na pele.
cerrado
Ficha da planta
Nome da planta:
JACARÉ
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Outras
informações
Habitat
A casca que recobre o seu caule apresenta placas que lem-
bram o couro do jacaré. Chega a atingir 10 metros de altura e
quando adulto perde essas placas características.
As folhas possuem uma coloração verde-escura.
Suas floreso muito apreciadas pelas abelhas.
Pequenos e adocicados, de cor amarelo-esverdeada.
Sua madeira é muito procurada pela qualidade da lenha e do
carvão que produz.
Lugares úmidos.
Nome da planta:
BUTIÁ
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Habitat
Possui caule atarracado que chega a atingir 2 metros de
altura.
Suas folhas chegam a atingira até 1 metro de comprimento.
Suas floreso pequenas e prodidas em cachos.
Pequenos, amarelos e de polpa fibrosa. Por apresentarem
sabor adocicado,o muito apreciados pelas pessoas, tor-
nando o butiá uma das palmeiras rnais conhecidas dos Cer-
rados.
cerrado.
Com o conhecimento que você possui sobre as plantas do cerrado, e se-
guindo o modelo das fichas anteriores, faça uma descrição de cinco plantas,
com título e ilustração.
Nome da Planta
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Outras
informações
Habitat
Nome da Planta
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Outras
informações
Habitat
Nome da Planta
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Outras
informações
Habitat
Nome da Planta
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Outras
informações
Habitat
Nome da Planta
Caule
Folhas
Flores
Frutos
Outras
informações
Habitat
Escrita e memória
Que tal escrever um livro sobre as plantas dos cerrados que você, os seus
companheiros de estudo e as pessoas de sua aldeia conhecem? Para tanto,
vocêso precisar:
fazer uma lista com o nome das plantas que serão descritas no livro
(pelo menos umas 20 plantas);
coletar informações com os rnais velhos ou ainda observar diretamen-
te as plantas para saber quaiso as características do seu caule, das
suas folhas, flores e frutos;
pesquisar para quê elas servem, como podem ser utilizadas e qual a
melhor época para colhê-las;
escrever o texto (isto pode ser feito em grupos de duas ou três pes-
soas);
dar título ao livro e fazer um índice;
ler e revisar o texto, observando seo faltam informações;
passar a limpo em uma folha de papel, desenhar e colorir as plantas;
reunir o seu texto com os textos de seus companheiros e grampeá-los
para que formem um livro.o se esqueçam de fazer a capa!
Lembre-se de que escrever é uma das maneiras, maso a única, de se
guardar e transmitir os conhecimentos que possuímos. Os conjuntos de
cantos que formam o repertório Timbiram sido uma forma importante
de guardar e transmitir os conhecimentos sobre o mundo natural.
Veja o que algumas pessoas já escreveram
sobre os frutos dos cerrados.
"Minha mãe gosta de apanhar macaúba para fazer mingau, mas que
a macaúba é um coquinho bem duro e minha mãe precisa bater com
pedra para poder fazer o mingau", de Neno - Krahô.
"Minha esposa fez refresco de buritirana. Eu gostei muito... Neste mês
de abril ainda existe buritirana. O refresco de buritirana é branco como
o suco de abacate", de José Canela - Apãniekra.
"O ingá fica na beira do rio. A gente sobe, tira e leva para comer. E
joga semente para quando chover enterrar e ela produzir de novo",
de Hilton. Gavião Pykopjê
"A mangaba tem um fruto do tipo da maçã. Tem carne boa, doce,
que o fruto é pequeno. A mangaba começa no mês de julho. Na
chapada tem muitos pés de mangaba. O de mangaba é baixinho
como o de goiaba", de José Canela. Apãniekra.
"O cajá é uma fruta meio azeda. Ela tem a cor da laranja, é pequena
e compridinha. A madeira é alta e cacarenta. Nós, índios, tiramos a
casca para fazer buzina de acompanhar as festas que são produzidas
nas comunidades", de Sabino. Krahô.
"Piqui é uma fruta gostosa de comer. Quando o mês de novembro,
está caindo e é o tempo bom da gente pegar e cozinhar para comer. O
é meio alto e tem muito galho, a casca do tronco muita coceira
e não é bom subir", de Ambrosinho. Canela-Apãniekra.
JOÃO-BOBO,
FURA-BARREIRA,
CANCÃ,
PAPA-FORMIGAS,
SUÇUARANA,
VEADO-CAMPEIRO,
LOBO-GUARÁ,
SERIEMA,
TAMANDUÁ-BANDEIRA,
SABIÁ-DO-CAMPO,
MUTUM-PINIMA,
PERDIZ,
CARDEAL,
ONÇA-PINTADA,
ANTA,
CAPIVARA,
TATU-CANASTRA,
EMA,
JARARACA...
Você conhece esses animais?
Assinale os que vivem na sua região.
o todos animais que vivem em áreas de cerrados. Escolha um deles e
faça um desenho mostrando como ele é, onde vive etc.o se esqueça de
escrever o nome do animal que você escolheu.
Qual é o nome do bicho?
Leia com atenção os textos abaixo. Nele você encontrará a descrição de
alguns animais que vivem nos cerrados, maso o seu nome. Tente descobrir
qual é o nome do bicho!
1) Alimenta-se principalmente de cupins e gafanhotos, assim como de
raízes que consegue cavando a terra com seu bico forte. É mestra na
camuflagem, pois quando ameaçada por um inimigo confunde-se com o
capim. Faz o seu ninho num buraquinho na terra, forrando o chão com
palha seca.o confundi-la com a codorna, que é menorzinha.
Qual é o nome do bicho?
2) Alimenta-se de frutas, folhas e brotos de plantas. Suas penaso
pretas e possui uma cauda longa. Costuma fazer o seu ninho sobre as
árvores. Procura sempre dormir no mesmo poleiro, mas em noite
enluarada fica muito inquieto, abrindo e fechando a cauda.
Qual é o nome do bicho?
3) Alimenta-se de formigas e cupins. Utiliza sua língua fina e pegajosa
para obter seus alimentos. Suas patas dianteiras apresentam garras lon-
gas e afiadas. É famoso por sua cauda, que lembra uma bandeira.
Qual é o nome do bicho?
4) Possui uma pelagem avermelhada, pernas longas, cauda e orelhas
curtas. A ponta de seu focinho e parte de suas pernaso cobertas por
pêlos pretos. Costuma alimentar-se principalmente de frutas e outros
vegetais, além de pequenos roedores e aves. Uma das suas comidas pre-
feridas é a fruto-do-lobo ou lobeira, uma fruta que lembra um tomate
grande e verde, muito comum nos ambientes onde ele vive. Ele vive em
áreas abertas como o cerrado onde caminha, geralmente sozinho, à pro-
cura de alimento. Na época de acasalamento, a fêmea e o macho andam
juntos por algum tempo. A ninhada costuma ser de duas crias.
Qual é o nome do bicho?
Tente você também fazer adivinhas como essas. Escolha quatro animais
que vivem nos cerrados e que você conhece e descreva como ele é, seus
hábitos alimentares, a forma através da qual ele se reproduz e algumas cu-
riosidades. Você deve escrever um texto que ao mesmo tempo informe, mas
o indique de imediato qual é o bicho. Quando terminar de escrever, leia
em voz alta seu texto para seus companheiros de estudo adivinharem qual é
o nome do bicho.
Qual é o nome do bicho?
Qual é o nome do bicho?.
Qual é o nome do bicho?
Qual é o nome do bicho?.
Cantando os cerrados
Procure reproduzir, através da escrita, alguns cantos que falam sobre as
características da fauna e flora dos cerrados. Diga quando e por quemo
cantados.
O Parque Indígena do Xingu
"O pessoal do Xingu está muito preocupado com os ríos Kurisevo,
Batovi, Steiner), todos os rios que as nascentes estão fora da nossa área.
Os fazendeiros jogam agrotóxico, que é um veneno que faz mal para a
saúde da gente, por isso as lideranças estão preocupadas com os nossos
rios.
Nossos rios no Parque Indígena do Xingu estão limpos, os índios que
moram em outras áreas quase não têm rios limpos."
Tahugaki Kalapalo, citado em "Meio Ambiente", editado pelo ISA.
Leia um pouco rnais sobre cada um desses problemas.
As plantações
As plantas e os frutos dos Cerradoso muito pouco usados no comércio. Por
isso, grandes áreas dos cerrados foram destruídas e ocupadas por plantas de ou-
tras regiões, algumas até mesmo vindas de fora do Brasil, como é o caso da soja.
A vegetação dos cerrados é removida por tratores ou pelo fogo. O solo é
nivelado e as lavouras recebem uma grande quantidade de produtos quími-
cos, como os fertilizantes, usados para nutrir os solos, e os agrotóxicos, usados
para eliminar as plantas e os insetos que prejudicam essas plantações.
Normalmente, as lavouras ocupam grandes áreas e nelas encontramos um
único tipo de planta. Essas plantações costumam pertencer a uma única pes-
soa ou a uma empresa eo chamadas de monocultura. Nos cerrados, as
principais monoculturas encontradaso de soja, trigo e milho.
As monoculturas nos cerrados modificam muito o ambiente, reduzindo o
número de plantas e de animais. As plantações de sojao as grandes vilãs,
pois ocupam uma grande extensão de cerrados sem trazer benefícios ao povo
da região. O Brasil exporta muita soja ou produtos feitos à base de soja
(como margarinas ou óleos de cozinha) para outros países. Esses países utilizam
a soja principalmente para produzir rações para o gado e para os cachorros.
A criação de gado
A criação de gado em áreas de cerrados começou a ocorrer rnais intensa-
mente a partir da década de 70, quando muitos criadores foram incentivados
pelo governo a levar seu gado para a região centro-oeste do Brasil. A partir
de então, uma vasta área de vegetação típica dos cerrados vem sendo subs-
tituída por pastagens. Com isso, um número grande de animais nativos dos
cerrados perdem a sua fonte de alimento e desaparecem. Além disso, muitos
o encontrados mortos todos os anos devido a doenças de origem bovina,
como a aftosa. Dentre eles encontra-se o veado-campeiro.
O fogo
As queimadas provocadas pelas pessoas podem trazer alguns benefícios
para os cerrados, quando realizadas em pequenas áreas e com um intervalo
de tempo de, no mínimo, dois anos. O fogo ajuda a eliminar as folhas e os
galhos secos, que poderiam causar incêndios violentos. As cinzas, originárias
das árvores e arbustos queimados, enriquecem os solos e ajudam na renova-
ção das plantas.
O problema com o fogo ocorre quando áreas muito grandeso queima-
das todos os anos por grandes fazendeiros para renovar seus pastos. Nesse
caso, os incêndios destróem os nutrientes dos solos eo permitem a fuga
dos animais silvestres. O intervalo de tempo é muito pequeno e insuficiente
para que as plantas se renovem.
É preciso fazer uso adequado do fogo. Do contrário, teremos sempre muitos
problemas ambientais causados pelas queimadas.
Responda às questões que se seguem, consultando os textos sobre os pro-
blemas que as áreas de cerrados enfrentam.
1) Por que as grandes lavouras prejudicam os solos dos cerrados?
2) Qual a relação entre estas lavouras e o desaparecimento dos animais dos
cerrados?
3) Por que a criação de gado provoca a diminuição da caça nos cerrados?
4) Quando o fogo causado pelo ser humano pode prejudicar os cerrados?
5-) Em sua opinião, quaiso os problemas mais graves que as áreas de
cerrados enfrentam nos dias de hoje?
Concluindo
Para concluir o seu estudo sobre os cerrados, relembre todas as informa-
ções que você conseguiu através de leituras e conversas com seus companhei-
ros de estudo e escreva novamente um texto sobre os cerrados. Ilustre-o com
desenhos na página seguinte.
Bibliografia
ASSIS, C. e outros. Cerrado.o Paulo : FTD, 1994.
ANDERSON, A. B. e DARRELL, A. P. "Reflorestamento Indígena"
in Revista Ciência Hoje. 6(31), 1987.
COUTINHO, L. O Cerrado e a Ecologia do fogo.
DIAS, B. F. (Coord.). Alternativas de Desenvolvimento do Cerrado:
Manejo e conservação dos recursos naturais renováveis. Brasília:
FUNATURA/IBAMA, 1992.
FERRI, M. G. Vegetação Brasileira. Belo Horizonte/São Paulo:
Itatiaia/EDUSP, 1980.
, (Coord.). Ecologia dos Cerrados.o Paulo/Belo Horizonte:
EDUSP/ltatiaia, 1979.
WARMING, E. e FERRI, M. G. Lagoa Santa e a Vegetação de
Cerrados Brasileiros, Belo Horizonte/São Paulo : Itatiaia/EDUSP,
1973.
Ilustrações
As xilogravuras que estão sem autoria fazem parte da coleção de xilos
elaboradas pela comissão de professores Timbira da Vyty-cati
Xilogravura de Paulo Tehnaky Krahô, pág. 4 e 5
Desenho de Paulo Tehnaky Krahô, pág. 6
Detalhe de foto de Henny Miltenburg, pág. 8 e 9
Desenho de Ronaldo Cakrãnhy Krahô, pág. 22 e 23
Detalhe de xilogravura de Gregório Huhtê Krahô, pág. 30 e 31
Detalhe de xilogravura de Boaventura Gavião, pág. 40
Detalhe de xilogravuras, pág. 46 e 47
- Bacaba da coleção de xilos
- Palmeira de Paulo Tehnaky Krahô
- Babaçu de Maria-Han'cri Gavião
- Palmeira de Leticia
- Palmeira de Paulo Tehnaky Krahô
- Palmeira da coleção de xilos
- Palmeira de Anelivaldo Pihôc Canela
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( http://www.livrosgratis.com.br )
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