As despesas com as escolas públicas de 1º
grau são efetuadas basicamente pelos governos
(eventualmente por associações e instituições re-
ligiosas), que as implantam e mantêm e pelas famí-
lias que efetuam gastos para que seus membros as
frequentem. Embora ambos agentes sejam a
sociedade como um todo, a distinção é pertinente
porque permite separar os custos suportados por
toda a coletividade, daqueles incorridos pelos
indivíduos!
6
).
Os custos objeto deste levantamento são os
suportados pela coletividade, governamentais ou
não, o que não significa o desconhecimento da
importância de se dimensionar, para outros fins, a
contribuição familiar através de material didático,
transporte, caixa escolar, uniforme, etc. . ..
Destes custos incorridos pela coletividade, não
serão considerados os efetuados fora da escola,
chamados aqui, por conveniência, de indiretos. Os
custos indiretos podem ser definidos, como
aqueles que para serem divididos ou apropriados a
diferentes unidades de produção, dependem de
rateios, estimativas e cálculos(
7
). Dentro desta
definição se enquadram os custos administrativos
correspondentes à administração central do
sistema educacional, que vão desde a esfera
federal até o funcionário menos graduado, não
lotado num estabelecimento de ensino(
8
). Desta
forma, não são consideradas, por exemplo, as
despesas da Secretaria de Educação com asses-
soria e supervisão, órgãos e repartições públicas,
mas somente os que ocorrem na unidade escolar.
Da mesma maneira, os custos que ocorrem
dentro da escola podem ser classificados em
diretos e indiretos. Os primeiros, também cha-
mados de custos de produção, são os que se refe-
rem diretamente ao processo ensino-aprendiza-
gem e ocorrem, quase exclusivamente, na sala de
aula. Os indiretos são também chamados, em
muitos estudos, de custos de administração e di-
zem respeito aos ocorridos dentro da escola mas
(6) Cf. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SAO PAULO.
Estudo Comparativo de Custo-Aluno nos Diversos Graus e
Modalidade de Ensino, São Paulo, 1981, parte 2.
(7) Cf. Manuel ZlMELMAN, Financing and Efficiency in Education,
Haward University, Boston, 1973, Part II.
(8) Neste levantamento tratou-se exclusivamente dos custos da escola,
porque esse foi o objetivo estabelecido pelos executores do Projeto.
Os custos com Administração Central, não desconhecendo as
dificuldades que envolvem sua determinação, são, todavia, de igual
importância para a tomada de decisão e, certamente, será um
levantamento que a este se seguirá.
fora da sala de aula, não se incluindo diretamente
no processo ensino-aprendizagem. Optamos por
não apresentar essa separação, embora os dados
levantados permitam fazê-lo. No que se refere aos
materiais de consumo e permanente (inclusive
equipamento) a separação tornaria o levantamento
mais complexo e a informação no momento, para
os objetivos do trabalho, pareceu de pouca
relevância. O custo com pessoal, por sua vez,
representando mais de 70% dos custos, já está
separado entre docente e não docente.
A existência de uma escola é marcada, no
tempo, por duas fases: a de sua implantação e a
de seu funcionamento. Na fase de implantação
ocorrem os custos com o planejamento, aquisição
do terreno, projetos arquitetônico e de engenharia,
obras de infra-estrutura, construção do prédio e
aquisição de materiais necessários à instalação. Ao
somatório desses custos denominamos como
custos de implantação. A partir da "inauguração"
ocorre o que chamamos de custo direto de
funcionamento, que inclui os custos com pessoal
docente e não docente, com material de consumo
e permanente, inclusive equipamento, e outros.
No que se definiu como custo direto de fun-
cionamento, não se inclui portanto, o custo do
terreno, do prédio, de aquisição do material per-
manente, incluindo-se, porém, o relativo à ma-
nutenção do prédio, algum tipo de manutenção do
terreno (muros de arrimo, drenagem, movi-
mentação de terra, capina, etc. . . .), e a manu-
tenção e desgate (explicado a seguir) do material
permanente. Embora omitida por não se enquadrar
aos objetivos definidos para este levantamento, a
determinação do custo do terreno, do prédio e do
equipamento apresenta relevância para a
administração publica(
9
).
Os custos com PESSOAL são especialmente
importantes, tanto por representarem maior peso
relativo - mais de 70% dos custos totais - quanto
por serem os únicos que, tendo em vista o controle
contábil praticado pelas administrações públicas,
não precisam ter seu valor imputado ou sujeito a
ajustes, podendo ser determinados em seu valor
exato, na data base do levantamento. Nesses
custos com pessoal estão incluídos os salários e
outros benefícios percebidos, tais co-
(9) No Ministério da Educação, cabe ao Centro de Desenvolvimento e
Apoio Técnico à Educação (CEDATE) o levantamento desses dados.
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