conduzida numa seqüência lógica de passos e responda a um propósito previamente
delimitado (Pacheco Mendez, 1991). Assim, as inovações podem ser as modificações
adotadas no que se refere aos procedimentos a seguir na estrutura institucional, no uni-
verso do currículo e nos processos de ensino-aprendizagem em sala de aula.
O conceito evidentemente não é neutro e traz em seu bojo as noções valorativas de
progresso e desenvolvimento. Garcia (1988) alerta que inovação não é palavra mágica para
resolver todos os problemas educacionais de uma sociedade. Há inovações, segundo ele,
que trazem retrocesso e podem ser prejudiciais à melhoria da qualidade, como
reivindicações de docentes em alguns países, que resultam na redução da jornada escolar.
Assim, importa indagar para quem a inovação é benéfica, a quem interessa e por quem foi
proposta e implementada. É preciso verificar, inclusive, para que grupos ela possui o
sentido de introduzir o novo, que não se confunde com o inédito. O que é novo para uns
pode não ser para outros, do mesmo modo que o que é benéfico para uns pode não o ser
para outros. Por isso, Fullan (1982) sugere que as inovações sejam examinadas conforme
seus valores específicos, objetivos, eventos e resultados obtidos em situações concretas.
Isso significa abordar a inovação em si, com os propósitos que lhe são intrínsecos e situá-
la num contexto em que outros propósitos lhe são extrínsecos, daí decorrendo
repercussões, juízos e avaliações potencialmente divergentes.
Com efeito, não existe um modelo único para a análise da inovação, havendo os
que privilegiam o realizador, o receptor e sua comunicação com o usuário e, ainda, só o
usuário. Os modelos e estratégias, em geral, tendem a planejar a inovação à margem da
prática educativa, como um produto teoricamente acabado, para cuja implementação se
utilizaram estratégias diversas (Pacheco Mendez, 1991). No entanto, Fullan (1982)
distingue pelo menos três componentes típicos na implementação de um novo programa
ou política: 1) uso de novos materiais ou tecnologia; 2) aplicação de novas abordagens de
ensino; 3) alteração de crenças. Com efeito, sem estes três elementos não se poderia
caracterizar uma inovação ou mudança educacional.