houve orientação da Secretaria de Edu-
cação e Cultura ou do Órgão Municipal
de Educação, enquanto 34,8% confirma-
ram ter recebido, desses órgãos, orien-
tações e sugestões para elaboração de seu
plano.
Independentemente de ter recebido ou
não orientação desses órgãos, 40,4% dos
professores responderam ter elaborado
seu plano para o ano letivo (1990) junto
com toda a equipe da escola; 29,3% junto
com colegas da área ou disciplina e 11,4%
com especialistas e/ou diretor da escola.
Como podemos observar, existem práticas
de um trabalho coletivo de planejamento
de ensino, mas ainda há professores que
preferem trabalhar sozinhos.
Com a moldura de um planejamento de
ensino, que inclui discussão, troca de ex-
periência e um nível de detalhamento até
certo ponto mais próximo da dinâmica e
do cotidiano vivido na escola, cabe inda-
gar qual a principal preocupação dos pro-
fessores quando elaboram seu plano de
ensino.
Os professores expressaram que a prin-
cipal preocupação ao elaborar seu plano
de ensino foi estabelecer relação entre os
conteúdos, as experiências do aluno e a
realidade da sociedade. No entanto, fica
constatada, no estudo, uma certa contra-
dição nas opiniões emitidas pelos pro-
fessores referentes a toda essa situação,
envolvendo alunos, escola, prática do-
cente, fracasso, etc. Quando se trata de
analisar os fatores intra-escolares asso-
ciados à aprendizagem, o padrão expli-
cativo de culpar os alunos é, entre os
professores, uma atitude muito recorren-
te. Um número considerável de profes-
sores mostrou-se preocupado com os
problemas educacionais, e está aberto a
buscar esforços que venham mudar esse
quadro.
O estudo mostra-se contraditório no mo-
mento em que os professores assumem
que os conteúdos devem ser passados
aos alunos, visando à compreensão da
sociedade e a uma posterior transfor-
mação. Entretanto, os professores conti-
nuam utilizando os recursos didáticos
tradicionais, tais como: o livro didático,
a exposição oral da matéria e os exercí-
cios passados no quadro, mesmo tendo o
conhecimento de outras fontes de re-
cursos didáticos. A maior parte vem tra-
balhando tradicionalmente.
Ficou evidenciada, no estudo, uma valo-
rização por parte dos professores de as-
pectos inerentes à competência pedagó-
gica, tais como: a afetividade, hábitos de
higiene e obediência, ficando demonstra-
da a distância entre o que se espera da
escola e o que de fato está acontecendo.
Os professores expressaram que a princi-
pal preocupação, ao elaborar seu plano de
ensino, foi estabelecer relação entre os
conteúdos, as experiências do aluno e a
realidade da sociedade. Essa opinião divi-
de-se entre achar que a função do profes-
sor é a de ampliar os conhecimentos dos
alunos, contribuindo para a sua capacida-
de de transformação da sociedade, e a
educação dos alunos de acordo com a le-
gislação vigente. Se, por um lado, obser-
vamos que quase a metade dos professo-
res atribui a si uma função avançada, que
aponta para a compreensão adequada do
papel social da escola, por outro lado,
identificamos que há, ainda, grande con-
tingente de professores que compreendem