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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
Modelo e Base de Dados para Automatização do
Planejamento e Execução de Cursos em Ambientes de
Educação a Distância
Wesley Peron Seno
Dezembro/2001
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Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
Seno. Wesley Peron. S478mb Modelo e base de dados para
automatização do planejamento e execução de cursos em ambientes
de educação a distância / Wesley Peron Seno. - São Carlos: UFSCar.
2002. 103 p.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de São
Carlos. 2001.
1. Banco de dados. 2. Educação a distância. 3.
Flexibilidade no planejamento e execução de cursos a
distância. 4. Ambiente de educação a distância. I. Título.
CDD: 005.75 (20
a
)
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Dedicatória
Aos Meus Pais
"Que não só me deram a vida, mas também tudo o necessário
para que eu vencesse mais este desafio,
que foram minha base, meu alicerce,
que abdicaram de muitos sonhos para que eu me realizasse,
que me apoiaram sempre,
que nunca me deixaram faltar nada.
que foram e são verdadeiros exemplos de pais...
O meu eterno obrigado, esta vitória é também de vocês!"
A Minha Irmã
Acredite em você, pois todos nós, eu e seus pais.
estamos e estaremos sempre ao seu lado,
esta vitória também é sua.
Amo você.
A Minha Namorada
Que sempre me apoiou, sempre esteve do meu lado.
que participou da minha luta,
dedico a você, todo o meu futuro.
Eu te amo.
Aos Meus Verdadeiros e Sinceros Amigos,
Que sempre que precisei nunca me faltaram,
que foram verdadeiros, e que podem contar comigo,
minha vitória tem algo de vocês.
Agradecimentos
A Deus
"Que é meu ser maior, minha força,
que me ajuda, que me protege, que me da saúde,
que proporcionou tudo na minha vida,
e que eu acredito cegamente,
Meu muito obrigado ".
Aos professores colaboradores
Ao meu co-orientador Ferrari,
e a todos os professores do departamento de computação,
muito obrigado, pelo apoio e incentivo, pelos elogios e
criticas construtivas. Só tenho a agradecer,
vocês foram muito importantes na minha vida.
A Minha Orientadora
E como não poderia deixar de ser, o meu especial
agradecimento àquela que tornou possível minha
realização nesta etapa da vida. Ela que sempre foi muito
amiga e companheira acima de tudo, e com sua dedicação,
simpatia e carisma, competência e sabedoria me
encaminhou para esta conquista. A você Marina, meu
carinhoso muito obrigado!
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Arquitetura do ambiente de EAD...................................................................44
Figura 2 - Modularização de um curso de banco de dados.............................................53
Figura 3 - Modelagem da modularização do planejamento de um curso .......................55
Figura 4 - Composição do módulo Conceitos 00 por atividades previstas....................58
Figura 5 - Modelagem das atividades previstas de um curso..........................................59
Figura 6 - Representação da transição entre módulos do curso de banco de dados......61
Figura 7 - Representação da transição entre atividades previstas dentro do módulo
Conceitos 00 do curso de banco de dados...................................................63
Figura 8 - Execução de um curso a distância sob ponto de vista do estudante ............. 65
Figura 9 - Modelagem de suporte a realização de módulos ...........................................68
Figura 10 - Modelagem de suporte a realização de atividades previstas........................69
Figura 11 - Planejamento realizado para o curso de AutoCad 2000 .............................74
Figura 12 - Modelagem da modularização referente o curso de AutoCad 2000...........77
Figura 13 - Planejamento...............................................................................................82
Figura 14 - Tipos de sequenciamento entre os módulos de um planejamento..............83
Figura 15 - Interface de elaboração de provas associadas a um determinado módulo. 84
Figura 16 - Visualização do estudante referente ao planejamento do curso..................86
Figura 17 -Realização de provas....................................................................................87
Figura 18 - Situação do estudante dentro do planejamento do curso............................88
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Comparação entre algumas ferramentas de autoria para cursos a distância 17
Tabela 2 - Ocorrência de Planejamento.........................................................................25
Tabela 3 - Freqüência dos Mecanismos de Checagem do Aprendizado ........................ 27
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................................... 1
1.1 - Motivação............................................................................................................ 1
1.2 - Objetivos.............................................................................................................. 2
1.3 - Organização do Trabalho..................................................................................... 3
2. Educação a Distância................................................................................................... 4
2.1 - Conceitos..............................................................................................................4
2.2 -Objetivos................................................................................................................5
2.3 - Características.......................................................................................................6
2.4 - Vantagens e Desvantagens ...................................................................................8
2.5 - Ensino Presencial x Ensino a Distância.............................................................. 10
2.6 - Componentes do Sistema de Educação a Distância............................................ 12
2.7 - Alguns Ambientes de EAD Existentes - Características.................................... 15
2.8 - Futuro da Educação a Distância ......................................................................... 19
2.9 - Considerações Finais..........................................................................................21
3. Abordagem sobre Planejamento, Acompanhamento. Avaliação e Base de Dados em
Educação a Distância......................................................................................................22
3.1 - Planejamento em Educação a Distância.............................................................22
3.2 - Acompanhamento e Avaliação em Educação a Distância..................................25
3.3 - Base de Dados e Modelagem em Educação a Distância.....................................28
3.4 - Ambientes de Educação a Distância e Aspectos de Planejamento, Execução,
Acompanhamento e Base de Dados...........................................................................29
3.4.1 - The Learning Tutor: A Web basead Authoring System to Support Distance
Tutoring..................................................................................................................29
3.4.2-WebCT..........................................................................................................31
3.4.3 - Carnagie Mellon Online..............................................................................34
3.4.4 - LearningSpace ............................................................................................ 36
3.4.5-TopClass....................................................................................................... 38
3.4.6-Virtual-U....................................................................................................... 39
3.4.7-AulaNet......................................................................................................... 40
3.5 - Considerações Finais.......................................................................................... 41
4. Proposta de um Modelo e Base de Dados para Automatização do Planejamento e
Execução de Cursos a Distância ..................................................................................... 43
4.1 - Contexto do Trabalho (Ambiente de EAD) ....................................................... 43
4.1.1 - Arquitetura do Ambiente............................................................................ 43
4.2 - Modelo e Base de Dados para Automatização do Planejamento e Execução de
Cursos a Distância.......................................................................................................46
4.2.1 - Modularização dos Cursos e Sequenciamento.............................................48
4.2.1.1 - Exemplo de Modularização em um Curso a Distância.........................52
4.2.1.2 - Base de Dados para Suporte à Modularização de Cursos a Distância. 55
4.2.2 - Atividades Previstas e Sequenciamento.......................................................56
4.2.2.1 - Exemplo de Atividades Previstas em um Módulo de um Curso a
Distância.............................................................................................................57
4.2.2.2 - Base de Dados para Suporte a Atividades Previstas............................59
4.2.3 - Tratamento da Transição entre Módulos e/ou entre Atividades Previstas . 60
4.2.4 - Execução e Acompanhamento de Cursos a Distância .................................63
4.2.4.1 - Base de dados para suporte à execução de cursos ...............................67
4.3 - Considerações finais ..........................................................................................70
5 - Validação da Proposta...............................................................................................72
5.1 - Curso de AutoCad 2000 a Distância (Sem Utilização dos Recursos Propostos)72
5.2 - Curso de AutoCad 2000 a Distância (Utilizando o Modelo Proposto).............. 76
5.3-Protótipo .............................................................................................................. 82
5.4 - Aspectos de Implementação............................................................................... 88
5.5 - Considerações Finais.......................................................................................... 93
6. Conclusões ................................................................................................................. 94
6.1 - Considerações Iniciais....................................................................................... 94
6.2 -Contribuições.......................................................................................................95
6.3 - Resultados Obtidos e Continuidade do Trabalho................................................96
6.5 - Considerações Finais..........................................................................................96
7. Referências Bibliográficas ..........................................................................................98
RESUMO
O projeto
1
de pesquisa apresentado nesta dissertação relata o funcionamento de um
modelo para automatização das atividades de planejamento e execução de cursos a distância e
a sua implementação usando uma base de dados. Tal modelo enfoca a questão de flexibilidade,
tanto do professor, no planejamento do curso, quanto do estudante, na sua realização.
Primeiramente são apresentados os conceitos, objetivos, características, vantagens e
desvantagens da educação a distância (EAD) e diferenças frente ao ensino presencial. São
descritos alguns ambientes de EAD existentes e suas funcionalidades, principalmente no que
diz respeito aos aspectos de planejamento, execução, acompanhamento do planejado e
utilização de base de dados no auxílio a estes aspectos. Com base nos estudos realizados é
proposto um modelo e base de dados para automatização do processo de planejamento e
execução de cursos a distância preservando o fator flexibilidade tanto ao professor quanto ao
estudante. O modelo contempla o planejamento de cursos a distância, sua execução por parte
do estudante, checando se e como o estudante está executando o que foi planejado, e avaliando
sua assimilação do conhecimento. A implementação de um protótipo de
- planejamento e execução de cursos baseado nesse modelo é apresentada, o que permite avaliar
a viabilidade da proposta.
Este projeto recebeu apoio financeiro da CAPES atrases do Programa PAPED - Programa de Apoio a Pesquisa
em Educação a Distância.
ABSTRACT
This dissertation reports on a research project on the functioning of a model to
automate planning activities and execute distance education courses and its,
implementation using a database. This model focuses on the issue of flexibility - both
'that of the teachers' in their planning of distance courses and that of the students in
carrying out the course assignments. The report begins with a discussion of the
underlying concepts, goals. characteristics. advantages and disadvantage of distance
education (DE), and its differences from the traditional forms of teaching. A description
is given of some existing distance education environments and their operational
functionalities, particularly insofar as they concern planning. execution, follow-up on
planning and the use of the databases to support these aspects. Based on a series of
studies, a model and a database are proposed to automate the process of distance
education course planning and execution, preserving the flexibility factor for both
teachers and students. The model involves the planning of distance education courses
and their attendance by the student, checking if and how the student is carrying out the
planned assignments and evaluating his assimilation of the course content. The
implementation of a distance course planning and execution prototype is presented
based on this model allowing for the proposafs viability to be evaluated.
1. INTRODUÇÃO
1.1 - Motivação
A educação vem passando, nos últimos anos, por um processo de desenvolvimento e
modernização alavancados por avanços tecnológicos [Martins et al. 1999]. Para se adaptar a
esses avanços tecnológicos, alguns paradigmas estão sendo reavaliados. Nessa nova visão de
ensino busca-se vencer os desafios a serem enfrentados, utilizando-se as tecnologias
emergentes para disponibilização de uma infra-estrutura que permita dar maior suporte ao
aprendizado.
Dentro desse contexto, as universidades estão passando por um processo de
reengenharia, sofrendo uma reestruturação face a novas regras e métodos de ensino. Assim
como a educação, a universidade deve ser redefinida com novos conceitos. Em [Tsichritzis
1999] é realizada uma análise de novos contextos operacionais e diferentes propostas de
funcionamento de universidades; também são tratados aspectos de reengenharia nas
universidades, assim como o futuro das organizações.
Um ambiente de educação a distância requer uma infra-estrutura de suporte, como, por
exemplo, suporte ao desenvolvimento de materiais instrucionais didáticos, suporte a fóruns de
discussão, suporte técnico de ajuda, suporte a tarefas administrativas, entre outros. Os serviços
e essa infra-estrutura de suporte são discutidos em [Frieden 1999].
Educação a distância (EAD), segundo conceituação de Aretio [Aretio 1994], é um
sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a
interação pessoal, na sala de aula, de professor e estudante, como meio preferencial de ensino.
pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma
organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível dos estudantes.
Um dos desafios em educação a distância é permitir flexibilidade, ao estudante, na
execução de cursos, pois não é simples o tratamento de um mecanismo que quebre totalmente
a linearidade na execução de um curso a distância. No entanto, esse é um requisito
pedagogicamente necessário, pois, tendencialmente, quanto mais linear for a execução de um
curso, menos ativa é a participação do estudante na construção de seu aprendizado. A execução
de um curso está relacionada com a forma de planejamento realizada pelo professor. que,
dependendo da maneira que for concebida e dos recursos oferecidos pelo ambiente de EAD,
pode permitir ao estudante certo grau de flexibilidade na sua execução. O nível de
conhecimento, o grau de interesse e o fator tempo variam de estudante para estudante em um
curso a distância; dessa maneira é desejável que um ambiente de EAD permita que o caminho
ou ordem de execução do que foi planejado para um curso possa ser executado diferentemente
de estudante para estudante.
Planejar um curso envolve a seleção dos assuntos que serão abordados, as atividades a
serem desenvolvidas pelos estudantes dentro e fora da sala de aula, a forma de avaliar o
aproveitamento, o mecanismo de recuperação, a seqüência e possivelmente o momento exato
em que tudo isso ocorre.
O planejamento de um curso a distância é ainda mais complexo. Quando presente, o
professor pode identificar mais facilmente a necessidade de adaptar o andamento do curso, ou
mesmo a necessidade de diferenciar o andamento do curso de acordo com necessidades
específicas de um pequeno grupo ou indivíduo. Se o professor está distante dos estudantes, o
acompanhamento, o diagnóstico dos problemas e a adaptação do planejamento do curso se
tornam mais difíceis. A minimização desses problemas é a motivação deste trabalho.
1.2 - Objetivos
Baseado na mudança de paradigma que envolve a educação a distância e em estudos de
diversos ambientes de EAD existentes, foi desenvolvida uma arquitetura de um ambiente de
educação a distância [Seno and Vieira 2001], de modo a contemplar, de uma maneira geral, as
características consideradas básicas necessárias no processo de ensino/aprendizagem a
distância. Um dos componentes dessa arquitetura, atualmente em desenvolvimento, é o módulo
responsável pela base de dados de controle de ofertas de cursos a distância. Um dos requisitos
desse módulo é a adoção de uma política de planejamento de cursos e de uma forma de
acompanhamento desses cursos quando em andamento.
O trabalho aqui relatado tem como enfoque principal a proposta de um modelo e base
de dados para automatização do planejamento e execução de cursos em ambientes de educação
a distância de modo a preservar a flexibilidade do professor na elaboração do planejamento e
do estudante na realização de cursos a distância. Esse modelo foi adotado em nosso ambiente
de educação a distância e encontra-se em fase de implementação. Tal modelo procura
contemplar algumas questões consideradas como sendo problemas e/ou dificuldades,
encontradas em educação a distância, e que ainda não foram satisfatoriamente solucionadas,
principalmente referentes aos aspectos de planejamento e execução de cursos.
1.3 - Organização do Trabalho
Esta dissertação está organizada da seguinte forma: no capítulo 2 é apresentada uma
abordagem geral sobre educação a distância. O capítulo 3 apresenta um estudo sobre aspectos
de planejamento, acompanhamento, avaliação e uso de base de dados em educação a distância,
assim como o tratamento desses aspectos em alguns ambientes de EAD existentes. No capítulo
4 é proposto um modelo para automatização do planejamento e execução de cursos a distância,
apoiado por uma base de dados. O capítulo 5 é destinado à validação do modelo proposto e
apresentação do protótipo construído. Finalmente, no capítulo 6 são apresentadas algumas
conclusões sobre o trabalho.
2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Este capítulo tem por finalidade dar uma visão geral sobre educação a distância,
buscando esclarecer questões básicas para o entendimento deste novo paradigma de ensino.
Neste sentido, alguns aspectos são abordados: o que vem a ser educação a distância, quais
aspectos estão envolvidos nela, quais características a diferencia do ensino presencial, relato de
alguns ambientes de EAD e suas funcionalidades, o que se espera da EAD (educação a
distância) no futuro, entre outros.
2.1 - Conceitos
Segundo Nunes [Nunes 1999], os conceitos de educação a distância demoraram um
pouco a firmar-se devido às suas próprias características. Nunes destaca que a partir das
pesquisas dos anos 70 e 80, a EAD passou a ser vista pelo que realmente é, através de suas
características determinantes ou por seus próprios elementos constitutivos. Muitos outros
conceitos surgiram da comparação com a educação presencial, conhecida também como
educação convencional, direta ou face a face, onde o professor é a figura central presente em
sala de aula.
A seguir mostra-se, com mais detalhe, como alguns pesquisadores da área expressam o
que consideram essencial para a conceituação da educação a distância, conforme estudo de
Keegan [Keegan 1991].
G. Dohmem (1967): educação a distância é uma forma sistematicamente organizada de auto-
estudo, onde o estudante se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado e onde o
acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de
professores. E possível fazer isso à distância através da aplicação de meios de comunicação
capazes de vencer longas distâncias.
O. Peters (1973): educação/ensino a distância é um método racional de partilhar conhecimento,
habilidades e atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e de princípios
organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para
o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os
quais tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto
esses materiais durarem. E uma forma industrializada de ensinar e aprender.
M. Moore (1973): ensino a distância pode ser definido como a família de métodos
instrucionais onde as ações dos professores são executadas à parte das ações dos estudantes,
incluindo aquelas situações continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes.
Porém, a comunicação entre o professor e o estudante deve ser facilitada por meios impressos,
eletrônicos, mecânicos ou outros.
Keegan [Keegan 1991] em seu estudo, também sumariza os elementos que considera
centrais dos conceitos acima enunciados:
Separação física entre professor e estudante, que a distingue do ensino presencial;
Influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano.
projeto, organização dirigida etc), que a diferencia da educação individual;
Utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o
professor ao estudante e transmitir os conteúdos educativos;
Previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se beneficia de um
diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via;
Possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização; e
Participação de uma forma industrializada de educação, a qual, se aceita, contém o
gérmen de uma radical distinção dos outros modos de desenvolvimento da função
educacional.
2.2 - Objetivos
A educação a distância tem como principal objetivo permitir que a prática educativa e o
processo de ensino/aprendizagem sejam aplicados de uma forma diferente, de modo que o
estudante continue a ter a possibilidade de aprender a aprender, a saber pensar, criar, inovar.
construir conhecimentos, participar ativamente de seu próprio crescimento. A seguir são
relacionados alguns objetivos secundários:
Tornar o acesso à educação facilitado, de modo que esteja amplamente disponível.
independente da localização geográfica que o estudante se encontra, sem que o
mesmo tenha que deixar o seu meio cultural e natural. A idéia é oferecer educação
permitindo igualdade de oportunidades.
- Promover liberdade: o estudante aprende fora do contexto da sala de aula;
conscientizar o estudante de que ele é um sujeito ativo no processo de
ensino/aprendizagem e o professor é seu orientador e facilitador; fazer com que o
estudante crie capacidade própria de pensar, trabalhar e decidir, tendo satisfação por
aquilo que faz; aprender, associando o aprendizado com a vida profissional,
aproveitando toda experiência profissional e a comunicação com os colegas. Inovar
a maneira de ensinar e aprender, propor um sistema educativo inovador através de
uma sistemática e recursos didáticos instrucionais; fazer da comunicação
um meio bidirecional freqüente, garantindo uma aprendizagem dinâmica e
inovadora; garantir a qualidade do ensino através de planejamento e elaboração de
recursos didáticos; avaliar sempre o sistema educativo. Promover estratégias e
instrumentos para a educação permanente, reciclagem e aperfeiçoamento. Reduzir
custos.
2.3 - Características
A educação a distância, segundo Garcia Aretio [Aretio 1994], tem como principais
características a separação do professor-estudante, comunicação bidirecional, enfoque
tecnológico, comunicação massiva, utilização de meios técnicos, organização de apoio-tutoria,
procedimentos industriais e aprendizagem independente e flexível. Essas características são
comentadas a seguir:
Separação do professor-estudante. o docente não se faz presente, mas transmite
conhecimento ao estudante através do planejamento da instrução e dos recursos
didáticos elaborados. Embora isso ocorra, é previsto, em alguns momentos do processo
de ensino/aprendizagem, o contato direto do estudante com o professor/tutor ou
facilitador para esclarecimentos de dúvidas, explicações complementares e até mesmo
avaliações. Durante todo processo de ensino/aprendizagem deve haver um
acompanhamento do estudante por parte da instituição de ensino e pelo professor,
proporcionando, a quem aprende, a certeza de não estar sozinho. - Comunicação
bidirecional: o estudante não é um simples receptor de mensagens educativas e
conteúdos planejados, produzidos por docentes; ele participa ativamente, tendo
possibilidades de orientações e esclarecimento de dúvidas.
Há um feedback entre docente e estudante, otimizando o ato educativo. O diálogo
não deixa de existir, ele pode ser simulado através dos próprios materiais de estudo
e de tecnologias de comunicação.
- Enfoque tecnológico: a educação é otimizada pela tecnologia, quando vista sob uma
concepção processual planificada, científica, sistemática e globalizadora. O
planejamento sistemático instrucional e pedagógico é imprescindível aos sistemas a
distância, onde a correção de problemas, quando surgem, nem sempre pode ser feita
de imediato.
- Comunicação massiva: novas tecnologias e modernos meios de comunicação
permitem abranger grande número de pessoas dispersas geograficamente,
eliminando fronteiras espaço-temporais. A comunicação massiva não é possível no
ensino presencial, pelas limitações espaço-temporais relativas à sala de aula e as
pessoas envolvidas. Apesar dessa característica, a EAD também pode ser
direcionada a minorias e, inclusive, a um só estudante.
Utilização de meios técnicos: estes propiciam a quebra das fronteiras para o acesso
à informação e à cultura. Os recursos técnicos de comunicação, acessíveis à boa
parte da população, tem possibilitado o grande avanço da EAD, propiciando
igualdade de oportunidades de acesso ao conhecimento e a democratização das
possibilidades da educação. A escolha e a utilização dos recursos didáticos
dependem de um diagnóstico sobre o perfil do público-alvo e do planejamento da
instrução previamente estabelecido.
Organização de apoio-tutoria: a educação a distância está entre a educação
presencial (face a face) e a solitária (autodidata), pois conta com uma instituição de
ensino que tem por finalidade apoiar o estudante, motivando-o, facilitando e
avaliando continuamente sua aprendizagem. A atuação do tutor, orientador ou
facilitador é muito importante e pode se dar à distância ou presencialmente,
individualmente e em pequenos grupos.
- Procedimentos industriais: aplicação de procedimentos industriais em relação à
racionalização do processo (produção massiva de materiais, de recursos didáticos e
o acompanhamento à grande quantidade de estudantes, geograficamente dispersos)
visando facilitar a relação flexível e estruturada entre programadores curriculares,
produtores e distribuidores de material, tutores e estudantes, promovendo, assim,
melhor atendimento às necessidades pessoais.
- Aprendizagem independente e flexível: requer um cuidadoso planejamento do
processo de ensino/aprendizagem em EAD de modo a permitir um trabalho
independente e a individualização da aprendizagem, permitindo ao estudante
aprender a aprender e aprender a fazer, de forma flexível, respeitando sua
autonomia em relação ao tempo, estilo, ritmo e método de aprendizagem.
Os avanços tecnológicos fazem com que novas formas de ensino sejam usadas para
promover o interesse e, assim, um maior aprendizado do estudante. Um meio alternativo de
aprendizado é a educação a distância, que, conforme foi dito, caracteriza-se pela separação do
estudante e do instrutor com a utilização de meios tecnológicos e de comunicação, que
podem alcançar longas distâncias para possibilitar que os materiais instrucionais cheguem ao
alcance do estudante e que este fique livre do fato de ter que obedecer à rigidez do tempo e
localização física.
A possibilidade de acesso rápido às informações e a troca de idéias entre as pessoas,
além da utilização de novas técnicas pedagógicas na preparação do material de ensino,
possibilita o oferecimento de cursos a distância a pessoas que não têm condições de se
locomoverem fisicamente a centros de ensino, na falta de oferta de determinados níveis ou
cursos na região onde residem. A impossibilidade do deslocamento pode se dar por diversos
fatores: problemas físicos, geográficos ou sociais, condições familiares, profissionais ou
econômico-financeiras que, de alguma maneira, impedem o acesso ou a continuidade no
processo educativo, além da indisponibilidade de tempo para horários fixos de aulas.
A educação a distância tem como principal característica permitir que a distância em si
deixe de ser um fator limitante no ensino, pois viabiliza o mesmo sem a necessidade de
contigüidade espaço-temporal [Chaves 1999].
2.4 - Vantagens e Desvantagens
Geralmente costuma-se relacionar, direta ou indiretamente, vantagens e desvantagens
da educação a distância com relação à educação presencial. Aqui procurou-se relatar as
vantagens e desvantagens da educação a distância, sem uma preocupação em compará-la com a
educação presencial [Aretio 1994].
Vantagens:
Abertura e maior alcance: as pessoas podem ter acesso ao ensino nos vários níveis
de estudos; os estudantes podem obter uma formação adaptada às exigências atuais.
- Flexibilidade: com o uso de tecnologias de educação síncronas e assíncronas, tanto
os que ensinam como os que aprendem têm maior flexibilidade para determinar o
tempo, o lugar, o ritmo e o horário que vão dedicar.
Custo/Benefício: economia em escala, por parte das instituições de ensino,
superando os altos custos iniciais; economia aos estudantes no que diz respeito a
gastos de locomoção e tempo de dedicação.
- Personalização e individualização (formação permanente e pessoal): oportunidade
de sempre poder se aperfeiçoar; oportunidade de escolha às suas aspirações;
superação do nível cultural; participação ativa; desenvolvimento de atitudes,
iniciativa, interesses, valores e hábitos educativos. Esse aspecto é evidenciado no
texto abaixo de Roca [Roca 1998]:
"Na maioria dos profissionais da educação já existe a consciência de que cada pessoa é
diferente das outras, que cada uma tem as suas necessidades próprias, seus objetivos
pessoais, um estilo cognitivo determinado, que cada pessoa usa as estratégias de
aprendizagem que lhe são mais positivas, possui um ritmo de aprendizagem específico,
etc. Além disso, quando se trata de estudantes adolescentes ou adultos, é preciso
acrescentar novos elementos, como as diferentes disponibilidades horárias, as
responsabilidades adquiridas ou o aumento da capacidade de determinação pessoal de
necessidades e objetivos Assim, parece óbvio que é preciso adaptar o ensino a todos
estes fatores". Eficácia: aprendizagem dinâmica e inovadora graças à comunicação
bidirecional; utilização de várias tecnologias; o estudante é o centro do
processo de aprendizagem, é o sujeito ativo na sua formação com seu próprio ritmo
de aprendizado. Desvantagens:
Escassez da interação estudante-docente: na educação a distância não temos a
comunicação presencial na qual pode-se facilmente detectar as nuances da
expressão sonora não verbal (o tom, o timbre e o volume da voz, o ritmo da fala, as
pausas, as ênfases sutis) e da linguagem corporal (especialmente as expressões
faciais), mas também a postura, a posição das mãos, dos braços e das pernas, a
possibilidade de contato físico, etc.). Custos iniciais altos.
Ambição de atingir grande quantidade de estudantes: pode ser prejudicial ao bom
acompanhamento do processo, provocando numerosos abandonos.
- Menor confiabilidade de avaliações:
- Empobrecimento da troca direta de experiências, proporcionada pela relação
educativa pessoal entre professor e estudante.
- Feedback e retificação de possíveis erros podem ser mais lentos.
- Em determinados casos, há a necessidade de o estudante possuir elevado nível de
compreensão de textos e saber utilizar recursos multimídia, assim como outras
tecnologias.
2.5 - Ensino Presencial x Ensino a Distância
Muito tem-se discutido sobre ensino presencial e ensino a distancia. Por mais que se
tente, é difícil não comparar esses dois paradigmas de ensino. Pode-se analisar o aspecto
comparativo de várias formas, ou melhor, de várias visões, como por exemplo, segundo
[Aretio 1994]:
Com relação aos estudantes:
Heterogeneidade e homogeneidade: o ensino presencial, tendencialmente,
induz a uma maior homogeneidade quanto à idade, qualificação e nível de
escolaridade; no ensino a distância esses quesitos já são mais heterogêneos.
Localização: no ensino presencial os estudantes possuem um lugar único de
encontro e geralmente as pessoas envolvidas residem em lugares próximos; no
ensino a distância os estudantes estudam em casa, no local de trabalho ou em
qualquer outro lugar, não havendo necessidade de se residir em lugares
próximos; a população pode estar dispersa.
Aprendizagem: no ensino presencial a aprendizagem é dependente do
professor, já no ensino a distância ela é independente.
Público alvo: o perfil dos estudantes no ensino presencial é habitualmente de
crianças, adolescentes, jovens, que na maioria dos casos não trabalham; o
ensino a distância conta com a maior parte de adultos que geralmente
trabalham.
Interatividade social: a comunicação ou interatividade social entre estudantes e
professores no ensino presencial é bem maior que no ensino a distância, nesse
último ela é escassa, raramente ocorre.
- Currículo: os cursos presenciais seguem, geralmente, um currículo obrigatório,
enquanto que nos cursos a distância o próprio estudante pode determinar o
currículo a ser seguido.
- Comportamento: no ensino presencial o estudante se comporta mais
passivamente no processo de ensino/aprendizagem, já no ensino a distância o
estudante é uma pessoa ativa, tendo uma grande responsabilidade em todo o
processo.
Com relação ao docente:
- Nomenclatura: no ensino a distância o docente recebe a denominação de tutor,
orientador, facilitador, para melhor configurar seu papel; já no ensino
presencial costuma-se chamá-lo de docente ou professor.
Responsabilidades: no ensino presencial o professor ou docente é a fonte de
conhecimento, uma fonte insubstituível, juiz supremo da atuação do estudante;
no ensino a distância ele passa a ser o suporte, o responsável pela orientação da
aprendizagem, recurso substituível parcialmente, guia de atualização do
estudante.
Importância no processo ensino/aprendizagem: ensino presencial - o professor é
o centro do processo, é a fonte principal de informação; ensino a distância - o
estudante é o centro e a fonte principal de informação passa a ser os materiais
impressos e audiovisuais, sendo que o tutor guia, orienta e facilita sua utilização.
Presença física: ensino presencial - requer a presença física na aula, no mesmo
tempo e lugar com o estudante; ensino a distância - não requer presença física,
embora, algumas vezes, haja o encontro entre tutor e estudante no mesmo tempo
e lugar.
- Ritmo de ensino: ensino presencial - o docente determina o ritmo do avanço de
cada classe e do curso em geral; ensino a distância - o ensino segue o ritmo que
o estudante impõe, dentro de certos parâmetros acadêmicos. Realimentação do
processo ensino/aprendizagem: ensino presencial - a realimentação por parte do
docente é imediata; ensino a distância - nem sempre é imediata.
- Atendimento: ensino presencial - o atendimento ocorre em horas normais de
trabalho e quase exclusivamente durante a aula; ensino a distância - o
atendimento também ocorre em horas diferentes da jornada habitual, em lugares
distintos e por diversos meios.
- Com relação à comunicação e recursos utilizados:
O ensino presencial se dá face a face, com comunicação direta utilizando
oficinas e laboratórios próprios, ou seja, da própria instituição. O uso de
recursos é limitado. No ensino a distância utiliza-se recursos multimídia: a
comunicação é diferenciada em espaço e tempo; os laboratórios são virtuais ou
de outras instituições (não próprios) e o uso de recursos é massivo.
- Com relação à administração e estrutura: No ensino presencial a estrutura dos cursos é
bem mais definida, há simplicidade na produção e distribuição. Há muitos docentes
e poucos administradores e a relação entre eles é escassa. No ensino a distância o
processo de concepção, produção e difusão dos cursos é complexo: geralmente há
menos docentes e mais administradores e a relação entre eles é intensa.
2.6 - Componentes do Sistema de Educação a Distância
Como vimos, o ensino está sofrendo uma transformação, principalmente através do uso
da tecnologia na educação [Martins et al. 1999]. A educação vem passando por uma
modernização e, devido a isso, alguns paradigmas tiveram de ser reavaliados. Basicamente.
nesse novo paradigma do sistema de ensino, denominado educação a distância, alguns
componentes do sistema de educação tradicional tiveram que se adaptar, configurando-se então
uma nova visão da estrutura de ensino.
Essa nova visão contempla quatro componentes que, embora estejam presentes nos
sistemas convencionais de ensino, possuem características e funções diferentes que mudam as
concepções do ensino tradicional. São eles:
1. Estudante - é o principal responsável pela construção do conhecimento, agindo
ativamente e em cooperação com os demais estudantes e professores. A EAD
oferece condições e possibilidades para que os estudantes tornem-se responsáveis
pelas suas aprendizagens, alcançando, assim, independência de pensamento e ação.
ficando livres do fator tempo e espaço, podendo aprender de acordo com sua
disponibilidade, ritmo e sua metodologia.
2. Docente, tutor, orientador, instrutor - com esse novo paradigma, o docente passa a
não mais estar presente no processo de ensino/aprendizagem; sendo assim, o
contato físico com o estudante passa a ser escasso. O tutor tem a função de preparar
materiais didáticos que permitam ao estudante aprender sozinho, ou seja, há a
necessidade de valorização do sensorial, do intuitivo, do afetivo e do racional no
processo do conhecimento, levando em conta, ainda, as diferenças entre as pessoas
e, consequentemente, seus diferentes modos de aprender [Moran 1993].
3. Comunicação - a separação física entre estudantes e professores causa uma
mudança no ambiente de aprendizagem. Hoffman e Mackin [Hoffman and Mackin
1996] afirmam que as interações estudante/interface, estudante/conteúdo,
estudante/instrutor e estudante/estudante precisam ser adequadamente utilizadas e
conhecidas para gerar cursos a distância interativos de alta qualidade. A
comunicação pode ser tanto assíncrona (não simultânea) quanto síncrona (que
ocorre simultaneamente), permitindo um maior grau de interatividade nas diversas
interfaces existentes. O êxito da comunicação dependerá do conhecimento e
domínio da matéria pelos especialistas, dos elaboradores do material didático, das
técnicas utilizadas no desenvolvimento dos recursos didáticos e da forma de
repasse do conhecimento, de modo a garantir a qualidade da relação e da
comunicação entre professor e estudante. A eficácia e a efetividade da
comunicação docente/estudante, que se dá no acompanhamento e na tutoria, são
essenciais para aumentar o incentivo ao estudo e diminuir e/ou evitar a evasão.
4. Estrutura organizacional - a estrutura organizacional de um sistema de educação a
distância é bem mais complexa. Em [Rodrigues 1998] é feita uma revisão centrada
nas questões operacionais características da Educação a Distância, enfocando como
um curso é estruturado, qual o diagnóstico pertinente, quais as mídias e as
estratégias pedagógicas utilizadas, chegando à análise do planejamento, da
produção de materiais, da implementação do curso e da avaliação propriamente
dita.
Basicamente, a estrutura organizacional deve ser elaborada pensando em vários
aspectos, principalmente relativos aos estudantes, professores e à comunicação
entre eles.
Na videoconferência em educação a distância realizada em Fortaleza, CE: CEFET,
1999, foram levantadas algumas premissas que podem ser consideradas como ponto de partida
para um sistema de EAD:
- Interatividade síncrona e/ou assíncrona: a interatividade em um ambiente de
ensino/aprendizagem, pode apresentar-se de várias formas: entre estudantes e
professor, entre estudantes e o ambiente de aprendizagem e entre os próprios
estudantes. Através de estudos sobre a eficiência de uma mistura de áudio e vídeo
para treinamento coletivo, foi detectado que, quando introduzida a interatividade
em tempo real, a taxa de retenção de informação dos estudantes subiu de 20% para
75%.
Aprendizado ativo: trata-se da participação ativa do estudante, que deve se sentir
responsável pelo conteúdo ensinado bem como a maneira como ele é ministrado,
procurando identificar-se com o mesmo, partindo do princípio do "aprender
fazendo". O incentivo e a busca dessa participação é tarefa do professor e da equipe
de criação do material didático. Portanto, salienta-se novamente a importância de
que exista a preocupação de buscar-se o estímulo à participação ativa dos
estudantes, provendo orientação e feedback de acordo com as necessidades e
carência dos mesmos.
Comunicação efetiva: um mesmo conteúdo explicado pelo professor causará uma
impressão e compreensão diversa em cada um dos estudantes, pois cada estudante,
assim como cada pessoa, possui maneiras diferentes de aprender e de assimilar as
informações. Portanto, uma escolha correta do meio, da imagem e dos recursos é
essencial para que a comunicação seja eficaz.
Cooperação x colaboração: muitos autores têm tratado atividades cooperativas e
atividades colaborativas como sinônimas. A sugestão é que tais conceitos sejam
diferenciados. Colaborar relaciona-se com contribuição sem necessariamente ter
que haver trabalho conjunto, envolvendo, na maioria das vezes, patamares
diferenciados em termos de conhecimento. Cooperar, por sua vez, além de exigir
colaboração, envolve trabalho conjunto visando alcançar objetivo compartilhado
[Ferreira 1999].
Segundo Musey [Musey, Pan and Watson 1995], a linguagem corporal é responsável
por 80% das nossas impressões durante uma interação. Por esse motivo é importante incluir
vídeo e som nos sistemas de educação a distância. Além disso, já é comprovado que as pessoas
aprendem mais da metade do que sabem a partir de informação visual. McCormack e Jones
[McComarck and Jones 1998] em "Building web-basead education system" citam que os dados
visuais, muitas vezes, são utilizados numa sociedade para persuadir ou induzir as pessoas; da
mesma forma os educadores devem ser capazes de empregar nos ambientes de
ensino/aprendizagem, imagens e recursos multimídia.
2.7 - Alguns Ambientes de EAD Existentes - Características
Muitos esforços de pesquisa estão se concentrando no objetivo de tornar a educação a
distância uma forma de educação massiva que mude o paradigma do processo de
ensino/aprendizagem, principalmente através de ambientes voltados à Internet. Atualmente
existem diversos espaços virtuais de ensino e aprendizagem, com diferentes formas de
educação, baseados na Web.
Santos [Santos 1999] categorizou os ambientes virtuais em diferentes modalidades,
dentre as quais são destacadas:
Sites educacionais: mantêm fontes de informação para complementar a aprendizagem de
estudantes; a maioria dos sites não provê apoio à criação de cursos, ou seja, à autoria
dos cursos; provê ferramentas de comunicação e cooperação entre estudantes; em geral
não dão suporte à auto-avaliação e trilha de progresso. Ex. Site ACD, Learn@Web
[Lucena and Salvador 1999].
Sistema de autoria para cursos a distância: gerenciam aspectos referentes à forma de
comunicação (geralmente utilizando ferramentas assíncronas) entre os participantes do
processo de ensino/aprendizagem; provê suporte à construção e aplicação de cursos;
possui módulos de reutilização de aulas já desenvolvidas; tem disponíveis ferramentas
de comunicação, facilidades multimídia, ferramentas de acompanhamento de
estudantes. Não exige conhecimento especializado na área de informática. Ex.:
LearningSpace (http://www.lotus.com/home.nsf/welcome/
Learnspace), TopClass (http://www.wbsystems.com), Virtual-U (http://www.vlei.
com) e WebCT (www.webct.com).
Salas de aula Virtuais: abordam aspectos referentes a: ambiente de criação de cursos
utilizando recursos de importação de arquivos de diferentes formatos; atividades de
planejamento e confecção de cursos; facilidades para construção, aplicação e correção
de provas; possui poucas ferramentas de gerenciamento de aprendizagem (trilha de
progresso e auto-avaliação); geralmente a comunicação dos participantes se dá de
forma síncrona. Ex. AulaNet [Lucena 1998], [Lucena et al. 1999], e Classe Virtual.
Existem algumas outras propostas de ambientes virtuais de educação a distância, como por
exemplo o da Universidade Federal do Rio Grande do Norte [Gottgtroy and Gottgtroy 1999],
onde os agentes de informação podem trabalhar cooperativamente, com interfaces amigáveis e
de forma transparente quanto a tempo e espaço.
Estudos comparativos sobre sistemas para cursos a distancia são disponibilizados na
referência [CCTT 1999] e no site http://www.di.ufpe.br/~sd/ead/. Nesses sites são encontradas
comparações entre várias ferramentas. Na Tabela 1 são destacadas as principais características
desses ambientes:
Tabela 1 - Comparação entre algumas ferramentas de autoria para cursos a distância
Características
WebCT LearningSpace TopClass FirstClass Virtual-U
Acesso via Web
S S S S S
Acompanhamento de estudante
s s s
9
S
Compartilhamento de
aplicações
N
s
N
9 9
Construção on-line
S
s s
S S
Gerenciamento de cursos
s s s s s
Instrutor pode associar material
de cursos a indivíduos ou a grupo
de estudantes
N N
s
9 9
Recursos Multimídia
S
s s s s
Pesquisa, busca
s s
N
9 9
Planejamento de cursos
s s s
9 9
Segurança
s s s
S S
Autor não necessita de
conhecimento técnico para
desenvolvimento de material
s s s s s
Suporte a chatting
s s
N
s
N
Listas de discussão S
s s s s
Ler/Enviar mensagens S
s s s s
Suporte a áudio N N
s
N N
Suporte a vídeo N N
s
N N
Vídeo conferência N N
s
N N
Ferramenta para geração
de aula
S 7
s
9
s
Autenticação de usuários S S
s s s
Avaliação de estudantes
s
?
s s s
Legenda:
S - indica a ocorrência da característica no ambiente.
N - indica a não ocorrência da característica no ambiente
? - indica a não obtenção da informação referente a característica.
Além das características encontradas nos ambientes citados, também é relatada, a
seguir, algumas abordagens no sentido de contribuir com a criação de novos ambientes de
EAD.
Um fato relatado por Campos [Campos 1999], aplicado ao aprendizado a distância, e
também às ferramentas existentes, é que quantidade e qualidade de informação, no processo de
transmissão, são responsáveis pelo baixo sucesso de sistemas de ensinamento.
Quanto à quantidade de informação: uma sala de aula convencional é vista pelo
estudante com quatro elementos essenciais:
o ambiente geral, que deve prover um bom trabalho e condições de visualização; exibição
de elementos semi estáticos, como slides, charts, maps; elementos dinâmicos,
representados por um blackboard ou flip chars, onde informões são dinamicamente
construídas durante uma aula; - o professor.
Os elementos semi estáticos indicam a ordem e sequenciamento do assunto; os
elementos dinâmicos mostram os detalhes ou a construção do assunto, e o professor transmite
calmamente as informações dinâmicas, onde as atividades são orquestradas.
O que acontece é o contrário, muitos sistemas de ensinamento tentam colocar todas as
informações de forma única, apresentadas usualmente em uma tela pequena.
Quanto à qualidade de representação: no processo de ensinamento, principalmente nos
sistemas de aprendizado, está envolvido o fator transmissão, principalmente de mídias. Uma
mídia, como por exemplo uma imagem, um som, facilita muito no entendimento de um
determinado assunto. A transmissão demorada ou a qualidade do que está sendo transmitido
influencia muito no contentamento ou frustração dos atores envolvidos no processo de
ensino/aprendizagem.
Qualidade e Quantidade de informações são essenciais para fabricar sistemas de
aprendizado.
A maioria das ferramentas se baseia na utilização da WWW e características
multimídia. Quando se contempla educação a distância é importante pensar em propósitos
educacionais, estimando qualidade, satisfação de estudantes e nível de ensino. Recursos
Multimídia e WWW devem trazer qualidade na criação de cursos. O principal propósito da
inclusão da WWW na educação é a recuperação de informações e a rápida comunicação a
distância. Influências culturais, antropológicas e psicológicas no aprendizado do usuário são
raramente consideradas na educação [Friedman and Kahn 1994]. Abaixo estão relacionadas
algumas estratégias para melhor se criar softwares para educação a distância [Lomic and
Putnik 1999]:
Verificar o tempo de download das aulas, se o download for demorado o estudante
pode desviar sua atenção. Utilizar termos claros, bem sugestivos para definições e
links;
Imagens e vídeos podem ser incorporados às aulas; - Utilizar comunicação via e-mail
entre professores e outros especialistas, de modo a construir "ambientes de
colaboração", que facilitarão o aprendizado dos estudantes. Estudantes devem
ser divididos em grupos com as mesmas tarefas, com diálogos entre estudantes e
professores.
Testes interativos podem ser apresentados na WWW para que estudantes possam
avaliar seu aprendizado e os professores monitorar seus grupos; A construção de
uma aplicação pode ser apoiada através da colaboração de pessoas com diferentes
conhecimentos ou diferentes especialidades, de diferentes países,
trabalhando em diferentes computadores e sistemas operacionais, distribuídos em
diferentes nós da WWW;
O software educacional deve controlar a posição dos usuários em um sistema e
permitir facilidades tais como navegabilidade. O software deve ser guiado de forma
inteligente, principalmente no que se refere ao sequenciamento do ensino/aprendizagem.
2.8 - Futuro da Educação a Distância
Segundo Wickert [Wickert 1999], as descobertas no campo científico nos
proporcionam respostas e novas maneiras de pensar sobre velhos problemas. Muitas teorias
são analisadas sob perspectivas diferentes, outras tornam-se totalmente obsoletas e novos
princípios e perspectivas abrem portas e janelas a novas explorações.
Com o processo de globalização econômica, organizações e indivíduos passam a ser
dependentes do momento político, econômico e mercadológico atual gerando maior
competitividade entre profissionais. Desse modo, cresce a necessidade da população por
formação, aperfeiçoamento e atualização profissional permanente uma vez que o mercado
exige, cada vez mais, profissionais qualificados, novas habilidades, competência e
aprendizado contínuo. Com sua estrutura tradicional, o sistema educacional não apresenta
muitas condições de absorver essa demanda, sendo assim, acredita-se que, por meio da
educação a distância, isso não só seja possível, como os custos com a formação e atualização
de pessoal serão menores.
O processo educacional necessita estruturar-se não só para atender a uma demanda
cada vez maior, mas, também, às necessidades do estudante e ao novo perfil do profissional.
Para isso, instituições estão passando por um processo de reengenharia, para poder se adaptar
às novas mudanças que o mundo vem sofrendo. Em Lee [Lee 1999] são apresentados
assuntos, tópicos e desafios discutidos na conferência anual da associação de aprendizado a
distância do Texas (TxDLA). Lee referencia vários assuntos (de vários artigos) que ilustram o
estado de "aprendendo fazendo" ("learning by doing") da educação a distância. Em geral, os
artigos também ilustram uma variedade gradativa de princípios que uma instituição deve
aplicar para empreender educação a distância. São abordados assuntos como: recriando e
reinventando a educação, feedback durante o aprendizado, teoria e prática da educação a
distância.
A EAD, hoje, refere-se à pesquisa, à criação e à proposição de novas formas de
promover o aprendizado e a democratização do conhecimento, através da utilização de meios
tecnológicos; ela é uma realidade, uma situação educativa de qualidade, que só tende a crescer.
A tendência é que as instituições, ligadas à educação, estejam preocupadas com a qualidade do
aprendizado e a transformação do ambiente pedagógico para atender às necessidades do
estudante.
A responsabilidade do" educador é cada vez mais imprescindível, intransferível e
relevante, na busca da excelência do processo educacional. O educador necessita, mais do que
nunca, exercer seu papel de coordenador das ações da equipe multidisciplinar que concebe,
planeja e produz materiais educativos.
A qualidade na educação está mais relacionada ao homem e sua filosofia educacional,
na concepção da educação, do que no sistema operacional, que envolve os meios tecnológicos
[Wickert 1999].
Na EAD, não se busca a robotização e tão somente a massificação; ao contrário, busca-
se incentivar o desenvolvimento do potencial crítico e criativo do estudante, comprometê-lo
com o aprendizado, fazê-lo refletir, questionar de forma crítica, argumentar, resolver
problemas, buscar caminhos e respostas próprias, construir proposições, elaborar e se
posicionar, estabelecer associações, comparações, análise e discussões; procura-se tirá-lo da
dependência do professor, aumentando a sua responsabilidade, encorajando-o ao
autodirecionamento e ao controle do seu aprendizado. Esse modelo, que é a educação a
distância, contribui para a autoconfiança e para o aprender a aprender, além de propiciar ao
estudante flexibilidade para selecionar temas, de acordo com suas necessidades e interesses,
como a aprendizagem just in time, por exemplo. Os professores, com essa visão educacional,
usarão seus conhecimentos, suas estratégias cognitivas e, principalmente, sua criatividade e
imaginação, para gerar outras formas de aproveitamento de todo arsenal tecnológico que tiver
à sua disposição, de maneira a facilitar a aprendizagem e a envolver o estudante de forma
integral, considerando seus interesses, sentimentos, atitudes e emoções.
Wickert afirma que o futuro da EAD não se fundamentará no estudo solitário, em que o
indivíduo tenha como recurso somente com o material educativo para desenvolver a sua
aprendizagem, e sim, em ambientes em que a autonomia na condução do seu processo
educativo conviva com a interatividade.
A EAD procura ampliar o acesso à educação, colocando-se como uma alternativa séria
de democratização da educação e do saber.
A internet será cada vez mais utilizada no processo de ensino/aprendizagem. A
tendência é que se crie ambientes onde o estudante possa escolher seu caminho de aprendizado
e, baseado na sua escolha, no seu rendimento e em seus resultados, o ambiente
consiga, através de análises, sugerir e/ou decidir o próximo passo que o estudante deva seguir.
O armazenamento em banco de dados de todas essas informações será utilizado para gerenciar
o auto-estudo, assim com o aprendizado. A vantagem disso é a possibilidade de se ajustar a
velocidade do aprendizado a habilidades e conhecimentos individuais do estudante. Put [Put,
Stal and Zurowicz 1999] relata algumas vantagens da utilização desses ambientes que utilizam
a internet.
2.9 - Considerações Finais
Este capítulo apresentou uma abordagem geral sobre educação a distância com o intuito
de conhecer seus aspectos mais importantes e levantar características que possam ser
contempladas neste trabalho. Essa abordagem geral ajudou a identificar alguns pontos
diferenciais em relação ao ensino presencial, despertando, desse modo, interesses específicos
em abordar determinados aspectos da EAD. Nesse sentido, observou-se que o ciclo de etapas
ou a maneira de se conceber a educação a distância não se difere muito do ensino presencial, o
que muda é o paradigma, a forma de se aplicar tal ciclo tendo em vista as características da
EAD, as dificuldades e os problemas encontrados. Assim sendo, percebe-se que, tanto no
ensino presencial e ainda mais no ensino a distância, alguns aspectos são muito importantes e
merecem destaque. O capítulo a seguir relata um estudo desses aspectos enfocando a educação
a distância.
3. ABORDAGEM SOBRE PLANEJAMENTO,
ACOMPANHAMENTO, AVALIAÇÃO E BASE DE DADOS EM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
Este capítulo tem por finalidade realizar uma abordagem geral sobre aspectos de
planejamento, Acompanhamento, Avaliação e Base de Dados envolvidos em Educação a
Distancia. Nessa abordagem, referente aos aspectos citados, pretende-se identificar algumas
características que ainda não estão satisfatoriamente implementadas em alguns ambientes de
EAD existentes, de modo a serem contempladas em nossa proposta de um modelo para
automatização do planejamento, execução e acompanhamento de cursos a distância apoiado
por uma base de dados. Também, neste capítulo, são relacionados alguns ambientes de
educação a distancia e relatadas algumas informações de como tais ambientes tratam os
aspectos aqui referenciados.
3.1 - Planejamento em Educação a Distância
O termo planejamento, em educação a distância, pode representar várias interpretações
com relação ao que se quer abordar, por exemplo, o planejamento pode enfocar diretrizes
governamentais, diretrizes e planos institucionais para implantação da educação a distância,
planejamento instrucional, entre outras. Esta seção enfoca o planejamento instrucional voltado
às atividades de planejamento referentes às instruções a serem realizadas em cursos a distância.
Segundo Ribeiro [Ribeiro 1998], o planejamento é a previsão das ações e
procedimentos que o professor vai realizar junto a seus estudantes, e a organização das
atividades discentes e das experiências de aprendizagem, visando atingir os objetivos
estabelecidos. Ao planejar o ensino, o professor antecipa, de forma organizada, todas as etapas
do trabalho escolar. Cuidadosamente, identifica os objetivos, indica os conteúdos que serão
desenvolvidos, seleciona os procedimentos que utilizará como estratégia de ação e prevê quais
os instrumentos que empregará para avaliar o progresso dos estudantes. Como em EAD há a
dificuldade de se obter sinais visuais direto dos estudantes, exige-se do professor um esforço
extra na atividade de planejamento e desenvolvimento das estratégias de ensino que
minimizem essa limitação sem comprometer a qualidade e eficacidade da aprendizagem do
estudante. Willis [Willisl992], afirma que a eficiência de um ensino a distância é mais
resultado da preparação que da inovação. Por esta razão, o planejamento e o desenvolvimento
da ação didática assumem uma importância vital para o sucesso de qualquer programa de
ensino a distância.
Com relação aos aspectos didático-pedagógicos em EAD, Ribeiro também destaca a
importância do planejamento. Qualquer que seja a tecnologia empregada e as mídias utilizadas
como recursos de aprendizagem num programa de EAD, requer-se uma atenção especial ao
modelo pedagógico adotado, que deve estar bem explícito no planejamento do programa de
EAD e nas estratégias da ação didática empregadas. O modelo pedagógico que a maioria dos
cursos adota é baseado nas estruturas de currículo e de ensino do sistema convencional. A
diferença mais evidente fica por conta da inovação no uso dos meios e recursos tecnológicos
que mediam a comunicação entre professor e estudante.
Gondim [Gondim 1996], abordando aspectos de planejamento didático-pedagógico,
afirma que: "planejar é analisar uma dada realidade, refletindo sobre as condições existentes, e
prever as formas alternativas de ação para superar as dificuldades ou alcançar os objetivos
desejados. Logo, o planejamento é um processo mental que envolve análise, reflexão e
previsão".
Em [IRTC 2001], os aspectos pedagógicos estão contemplados em estratégias de
ensino, nas quais englobam a atividade de planejamento. Como cada estudante tem o seu
próprio estilo de aprendizagem, o professor tem que, no planejamento de um curso a distância,
estabelecer estratégias instrucionais para atender o propósito do estudante. Segundo o site
International Research and Training Center for Information Technologies and Systems [IRTC
2001], a mais importante tarefa para projetar um curso on-line é determinar atividades
instrucionais apropriadas. O desenvolvedor procura variar tarefas em grupo e individual,
sequenciamento simples e complexo, e misturar ambas para melhor atender às necessidades
dos estudantes.
Informações encontradas no site http://www.distance-
educator.com/portals/research_deintro.html, destacam que o fator mais importante para
qualidade em educação a distância é o planejamento avançado. Em educação a distância
planejamento estratégico não é uma opção, mas sim necessidade. O processo de planejamento
pode ser sumarizado num modelo de cinco passos:
Análise das necessidades dos estudantes; - Projeto instrucional baseado na
necessidade de aprendizado dos estudantes; Desenvolvimento de materiais
instrucionais; Implementação de seções instrucionais, e Avaliação sistemática dos
resultados.
Um outro assunto relacionado ao planejamento instrucional é a questão da flexibilidade
envolvida no aprendizado a distância. Dentro desse contexto, a flexibilidade está na execução,
por parte do estudante, referente ao que foi planejado. Tal assunto, abordado em [IRTC 2001],
destaca essa questão de flexibilidade sob dois aspectos: o primeiro diz respeito ao
gerenciamento do aprendizado e o segundo diz respeito à especificação do tipo de ensino a ser
utilizado. De acordo com o que foi observado, os professores podem elaborar diversos modelos
de aprendizado (diversos tipos de planejamento) que permitem flexibilidade ao estudante e,
podem utilizar diferentes estratégias instrucionais dentro de cada modelo elaborado podendo
determinar, por exemplo, como usar um material educacional, quantidade, tipos de controles de
tarefas, modos de controle do aprendizado, entre outras coisas. Quando um professor recebe do
estudante uma resposta (referente a alguma atividade), ele analisa essa resposta e toma a
decisão de como instruir o estudante. Neste caso o professor pode adaptar a estratégia do
aprendizado a cada estudante, ou seja, o professor pode mudar a estratégia do aprendizado do
estudante dependendo do retorno que está tendo deste, no curso. Quanto maior são as
informações referentes ao andamento e ao feedback dos estudantes, mais flexível se torna o
ensino. Pelo que foi observado, no começo de cada curso são traçados alguns niveis de
estudantes (provavelmente baseados em conhecimentos e habilidades) e para cada nível é
planejada uma estratégia instrucional (planejamento). O enquadramento dos estudantes nos
níveis estabelecidos e a aplicação das estratégias instrucionais são dependentes do retorno
obtido pelo professor com relação à avaliação e acompanhamento do estudante.
Esse modelo de flexibilidade, proposto no site [IRTC 2001], juntamente com a
alocação dos estudantes em níveis, ajudam o professor a decidir qual exercício dar para qual
estudante, quando interromper, que nível do material didático deve ser aplicado, entre outros.
Com isso, torna-se possível adaptar o ensino ao estudante. Foi observado, também, que o
professor tem muito trabalho para adequar as estratégias instrucionais aos estudantes.
Muirhead [Muirhead 2001] destaca que as novas regras de ensino/aprendizagem a
distância envolvem estímulos às atividades de aprendizagem de autodirecionamento. Para isso
os professores devem projetar atividades instrucionais que guiam seus estudantes junto a
situações de aprendizado on-line e encorajar hábitos que promovam o aprendizado
autodirecionado. Essa nova regra de ensino/aprendizagem requer um planejamento criativo de
distribuição instrucional on-line.
Estudos preliminares, realizados em 18 ambientes
2
de educação a distância, indicam
que a maioria deles possui algum tipo de mecanismo para planejamento e acompanhamento de
cursos a distância. A partir de dados obtidos através dos trabalhos de Morgan [Morgan 1999],
Tarouco [Tarouco 1999], Bergamo [Bergamo 2000] e Plugge et al. [Plugge. Schoenmakers and
Kirschner 2001], foram extraídas, analisadas e tabuladas as seguintes informações
representadas pelas tabelas 2 e 3 (seção posterior), conforme discutidas em [Silva and Vieira
2001a], [Silva and Vieira 2001b].
Mecanismo de Planejamento Presença nos ambientes EAD
Apresentam algum tipo
62%
Não apresenta nenhum tipo
11%
Não foram encontradas informações
27%
Tabela 2 - Ocorrência de Planejamento.
A tabela 2 indica que a maioria dos ambientes de EAD apresenta mecanismos de
planejamento. Na análise realizada também constata-se que o planejamento está mais voltado à
apresentação de ferramentas para esboço hierárquico de conteúdos e ferramentas de construção
e apresentação de aulas do que ao controle organizacional, que envolve, entre outras coisas, a
flexibilidade de se planejar e executar o planejado.
3.2 - Acompanhamento e Avaliação em Educação a Distância
Avaliação e acompanhamento são assuntos que, dependendo do ponto de vista, podem
se relacionar: por exemplo, o acompanhamento do estudante pode ser realizado por intermédio
de avaliações; por outro lado, pode-se avaliar o estudante através do acompanhamento das
atividades desenvolvidas durante o processo de ensino/aprendizagem a distância.
A avaliação do estudante sempre foi um tema que desafiou e estimulou professores, na
busca de algo que demonstre a real situação do aprendizado do estudante.
Segundo Ribeiro [Ribeiro 1998], avaliação é um processo de coleta e análise de dados.
que visa verificar se os objetivos propostos serão, estão sendo ou foram atingidos. O objetivo
AulaNet. Blackboard CourseInfo 4.0. Carnegie Mellon Online. ClassNet. CybenQ. Docent. E-College.
EduSystem. Embanet. FirstClass. IntraLeam. LearnJLinc. LearnSpace. Serf. TopClass. Virtual-U. Web Course In
a Box. WebCT.
da avaliação é prover informações quantitativas e qualitativas para a tomada de decisões. O ato
de avaliar consiste em verificar se os objetivos estão sendo realmente alcançados e em que
medida estão sendo alcançados para ajudar o estudante a avançar na aprendizagem e na
construção do seu saber, bem como obter feedback do trabalho docente.
Hack [Hack 2001] fez um estudo baseado na visão fornecida pelo modelo de avaliação
desenvolvido por Donald Kirkpatrick (divisão do processo de avaliação em 4 níveis: Reação,
Aprendizado, Comportamento, Resultado) e analisou alguns ambientes de EAD, chegando a
um conjunto de mecanismos que tem por finalidade proporcionar um acompanhamento
diferenciado do estudante. Tais mecanismos (ferramenta de consenso, rastreamento, controle
de fluxo de informações, ferramenta de votação) proporcionam ao professor, ferramentas
complementares que possam monitorar a situação do aprendizado do estudante, colocando à
sua disposição informações que venham a indicar como está a participação do estudante no
curso e o seu desempenho nas atividades desenvolvidas. E importante ressaltar que estes
mecanismos não constituem em uma estrutura alternativa, mas sim complementar ao cenário
de testes e trabalhos de fim de curso que têm sido normalmente usados no ensino a distância.
Tavares [Tavares et al. 2000] aponta vários problemas encontrados nos ambientes de
suporte à aprendizagem a distância, tanto pelos professores quanto pelos estudantes. No
contexto do professor, ainda são relatadas experiências onde a sobrecarga de trabalho com o
acompanhamento dos estudantes é substancialmente maior do que no ensino presencial. Esse
fato deve-se tanto ao modelo pedagógico adotado, quanto à necessidade de ferramentas que
apoiem o professor nas suas atividades de acompanhamento. Do ponto de vista dos estudantes,
maior flexibilidade e adaptabilidade são necessárias para que o modelo pedagógico adotado
possa ser adequado ao modelo do estudante.
Para que se possa acompanhar o estudante em seu processo de ensino/aprendizagem a
distância é necessário manipular várias informações. Tanimoto [Tanimoto 1998] procura dar
uma abordagem no manuseio de base de dados de informações de aprendizado para
alternativas de acompanhamento e avaliação. Em seu artigo, são identificados e representados
os componentes de informações essenciais para registrar avaliação e acompanhamento do
estudante. Segundo Tanimoto, diferentes programas podem manejar diferentes aspectos do
processo educacional. Alguns programas podem ser orientados para a apresentação de novos
materiais, outros podem enfocar o acompanhamento e avaliação da compreensão dos
estudantes em certos materiais, outros ainda podem realizar planejamento customizado para
estudantes. O registro do aprendizado dos estudantes pode ser obtido através de várias formas,
como por exemplo, através de análises de seu progresso se baseando no que foi planejado, ou
seja, os estudantes possuem atividades a serem desenvolvidas, e para cada uma delas são
realizadas análises e isso tudo é armazenado num histórico.
Um estudo detalhado sobre avaliação e acompanhamento pode ser encontrado em Silva
[Silva and Vieira 2001a], [Silva and Vieira 2001b]. A tabela 3, segundo Silva, resume os
resultados" obtidos com relação ao acompanhamento e execução de cursos a distância.
Mecanismos Ambientes que suportam
Rastreamento 78%
Redirecionamento por avaliação 28%
Registros de mensagens de listas 17%
Registros de mensagens de chats 11%
Testes via Web 94%
Trabalhos via Web 44%
Testes Web adaptáveis 28%
Testes com tempo estipulado 28%
Auto-avaliação 28%
Testes personalizados 11%
Tabela 3 - Freqüência dos Mecanismos de Checagem do Aprendizado.
Os itens destacados em cinza referem-se ao acompanhamento, onde 4 mecanismos
foram identificados: rastreamento de links, redirecionamento por alguma forma de avaliação e
registros de mensagens de listas e chats. Os outros 6 itens são referentes à avaliação e podem
ser usados como fonte de informações para o acompanhamento.
Os dados tabulados mostram uma tendência dos ambientes de EAD de usar provas on-
line e de rastrear atividades dos estudantes para acompanhar e avaliar o aprendizado, já que
dos ambientes estudados, 78% provêem algum tipo de rastreamento das ações do estudante e
94% possuem mecanismos para realização de avaliações on-line. Os demais mecanismos
citados ainda não são usados de forma generalizada.
Um outro aspecto observado é o fato dos ambientes de EAD, no geral, não proverem
recursos satisfatórios para resolver o problema da dificuldade de quebrar a linearidade na
execução de cursos a distância. A seção 4 2 apresenta um modelo de planejamento, execução
e acompanhamento de cursos a distância que, entre outras coisas, procura romper esse aspecto
de linearidade.
3.3 - Base de Dados e Modelagem em Educação a Distância
Sistemas de base de dados prevêem benefícios tanto para estudantes quanto para
professores. Do ponto de vista dos estudantes, bases de dados baseadas na Web facilitam a
discussão em comunidades virtuais, o feedback e sequenciamento instrucional customizado.
Do ponto de vista do professor, esses sistemas provêem gerenciamento dos recursos
envolvidos em cursos, obtenção de dados on-line, análises estatísticas on-line, entre outras
[Yu, Pennell and DiGandi 2000]. Yu relata funcionalidades e benefícios disponíveis nos
sistemas de banco de dados existentes, assim como diretrizes para educadores construírem
sistemas de bases de dados baseados na Web para organização on-line de materiais
instrucionais. Exemplos de cursos baseados na Web empregando aplicações de base de dados
são examinados e são selecionados critérios para construções de vários tipos de sistemas
instrucionais [Yu, Pennell and DiGandi 2000].
O enfoque a base de dados relatado por McGreal [McGreal 2001] se refere a sistemas
de bases de dados heterogêneas e distribuídas para redes educacionais a distância. McGreal
fornece três princípios básicos para projetar uma base de dados educacional global: 1 - a base
de dados deve conter informações completas do domínio; 2 - deve suportar múltiplas
instruções e usuários; 3 - deve possibilitar a utilização de inúmeras interfaces de usuário.
Segundo McGreal, em educação a distância, a base de dados ou as bases de dados
deveriam incluir informações sobre o projeto instrucional e o seu planejamento. Dados seriam
disponíveis em várias abordagens e técnicas de modularização, sequenciamento, sistemas
instrucionais, etc. Mais importante que isso, as bases de dados deveriam incluir o curso, estilos
diferentes de planejamento e disponibilizar tudo na rede para o acesso de vários lugares. Tanto
professores, administradores quanto estudantes devem ser registrados no sistema e ter direitos
de acesso limitados a seus interesses. Informações confidenciais também deveriam ser tratadas,
tais como: grades, atitudes, etc. As atitudes dos professores, administradores, operadores,
coordenação do site, schedulers, e outros envolvidos no processo também seriam colocados na
base de dados para prover dados para avaliação e promover pesquisas.
Com relação à modelagem, encontra-se pouco material, e o material encontrado
geralmente se refere à modelagem que contempla aspectos considerados básicos sobre
tratamento de estudantes, cursos, disciplinas, matrículas, questionário, provas, trabalhos,
tópicos abordados, entre outros, como é o caso de [Dahmer et al. 1999], [Macedo, Pimentel
and Fortes 1999].
3.4 - Ambientes de Educação a Distância e Aspectos de Planejamento, Execução,
Acompanhamento e Base de Dados
Esta seção tem por objetivo relatar um breve levantamento bibliográfico referente a
alguns ambientes de educação a distância e o tratamento, por parte destes ambientes, dos
aspectos de planejamento, execução, acompanhamento e base de dados para o ensino a
distância. Do material coletado e utilizado para esse levantamento, nem todos os aspectos
foram encontrados nos ambientes pesquisados. Características consideradas relevantes e que
de alguma forma se relacionam com os aspectos citados também são descritas.
3.4.1 - The Learning Tutor: A Web basead Authoring System to Support Distance
Tutoring
Pettenati [Pettenati et al. 2000] descreve, em linhas gerais, o ambiente de educação a
distância The Learning Tutor. Tal ambiente procura minimizar alguns problemas encontrados
tanto pelos estudantes quanto pelos professores na realização de cursos a distância, como por
exemplo, dificuldade que o estudante encontra em se organizar, gerenciar seu tempo de
trabalho (estudo) e conduzir seu processo de aprendizagem. Como isso varia de estudante para
estudante, professores também têm dificuldades de ajustar o processo de ensino ao estudante,
caso seja necessário. Outro problema na construção do aprendizado em ambientes de EAD é a
ausência de uma clara indicação, para os estudantes, do relativo nível de importância de cada
informação ou conteúdo disponível em um curso.
O ambiente The Learning Tutor é composto, basicamente, de alguns sistemas de
autoria interconectados: "The Course Description, the Guiding Thread and the Agenda", "The
Work Plan and Themes Reviewer", e "The Quizzes self-evaluation facility". Este modelo de
combinação de ferramentas provê um suporte para a organização, trabalho e gerenciamento do
tempo no processo de ensino/aprendizagem.
The Learning Tutor oferece a possibilidade do professor descrever facilmente seus
conteúdos de cursos e prover para os estudantes um "Guiding Thread" ilustrando os objetivos
do aprendizado, o tempo estimado requerido para atingir esses objetivos, e os exercícios
relacionados com cada fase de aprendizado. O professor pode utilizar uma agenda para ajudá-
lo a marcar horários de encontros ou eventos que acontecem durante as aulas. Por outro lado,
os estudantes podem realizar um planejamento de trabalho (Work Plan) individual, baseado no
que foi planejado pelo professor, para organizar seu tempo de trabalho e configurar seu
horário.
As atividades de tutoria podem ser organizadas em quatro etapas:
Design: que envolve a participação na definição dos objetivos de aprendizagem e a
participação na definição dos conteúdos do aprendizado.
Organização e Coordenação: envolve caminho do aprendizado, calendário,
horário; coordenação de atividades e ações para diferentes pessoas envolvidas no
caminho; e gerenciamento e coordenação dos encontros.
Suporte ao processo de aprendizado: contrato de treinamento; identificação de
novas informações e necessidades para cobrir estudo individual. - Monitoramento
e avaliação: ferramentas de monitoria de aprendizado; suporte ao
processo de auto-avaliação dos estudantes; relatórios de avaliações intermediárias
e finais.
Na fase de Design do processo de aprendizado, uma clara e detalhada descrição dos
objetivos do curso juntamente com as expectativas do professor, contribuem para guiar os
estudantes na realização do curso, principalmente com relação ao material. Após aplicados
testes referentes às atividades a serem realizadas, os estudantes têm condições de saber se
atingiram ou não o nível esperado.
Com as fases de monitoramento e avaliação descobre-se como o estudante está
progredindo em seu estudo e especificamente com as avaliações é possível guiar os estudantes
no caminho a ser percorrido. Testes de auto-avaliação podem indicar se o estudante pode
continuar evoluindo em seu caminho de aprendizado ou se ele precisa de mais trabalho.
De acordo com o observado em Pettenati [Pettenati et al. 2000] o professor faz um
planejamento inicial do curso (objetivos, expectativas, descrição do curso, lista de atividades,
datas e materiais) e baseado nisso o estudante faz seu próprio planejamento. O professor
fornece as atividades com seus respectivos graus de importância e todos os recursos
(materiais) necessários para se realizar a atividade e depois vai avaliando (através de testes) se
o estudante já adquiriu o conhecimento necessário ou se precisa de mais estudos (mais
materiais ou exercícios). O professor pode guardar tudo que o estudante faz em uma agenda de
modo a saber em que local do aprendizado o estudante está. Pelo que se percebe todo esse
processo é muito trabalhoso por parte do professor.
De acordo com o que o professor planejou e o que o estudante está realizando pode-se
ter a situação atual do estudante no processo de aprendizagem. Caso o estudante não atinja o
resultado esperado na sua auto-avaliação são propostos temas de revisão. Todas as informações
referentes a esse funcionamento ficam documentadas no Work Plan do estudante.
Pelo que foi observado, todo esse trabalho é realizado manualmente no sistema, ou
seja, o sistema não alimenta a base de dados automaticamente, é sempre o estudante ou o
professor que precisa ficar alimentando o sistema.
A auto-avaliação facilita e fornece suporte ao estudante para verificar seu grau de
conhecimento sobre o conteúdo do curso. O sistema permite que o professor aplique avaliações
para dar feedback aos estudantes com relação à teoria e fornecer, de acordo com os resultados,
materiais suplementares. As questões são armazenadas em uma base de dados e podem ser
selecionadas de duas formas: através da seleção ou randomicamente.
No geral Pettenati [Pettenati et al. 2000] abordou problemas de gerenciamento de
trabalho tanto por professores quanto principalmente por estudantes, de modo a fornecer
feedback para estudantes e professores com relação ao progresso do processo de
ensino/aprendizado.
3.4.2 - WebCT
De acordo com o observado no tutorial do WebCT [WebCT 2001], são destacadas
abaixo as características do ambiente que mais se aproximam dos aspectos abordados neste
capítulo.
Course Design Basics: nessa ferramenta se escolhe o cenário em que vai ser projetado o
curso (Course Design Scenario) e após essa escolha inicia-se o projeto do curso baseado no
cenário. Cada cenário contém atividades específicas, tais como adicionar e customizar
ferramentas ou componentes.
The Designer Map: é o ponto inicial para elaborar qualquer item no curso. No Designer
Map as ferramentas e páginas são agrupadas por funções. Por exemplo, Mail é agrupado sob
Ferramentas de Comunicação, juntamente corn Discussões, Chat e Whiteboard.
Description of Course Design Scenarios: cada cenário de curso é uma unidade stand-
alone, abrangendo características, objetivos pedagógicos, descrição das ferramentas usadas
para realizar essas características ou objetivos. Os cenários são organizados para melhor
atender o propósito estabelecido.
No WebCT são previstos cinco tipos de cenários com as respectivas ferramentas
incluídas de acordo com seus objetivos:
Cenário básico com as ferramentas Syllabus e Calendar.
Arena para os estudantes usufruírem de questões, discussões de idéias, análises de
informações e conceitos sintetizados, o cenário é o Rico* em Comunicação
{Communication Rich), com as ferramentas Syllabus, Discussions, Mail.
Cenário de Avaliação {Evaluation) para aprendizado individual provendo feedback
imediato verificando como os estudantes estão caminhando. As ferramentas são:
Self test, Quiz, Calendar.
- Cenário rico em conteúdo, puramente a distância, incluindo os passos do trabalho
dos estudantes (Content Resources). Tal cenário possui as seguintes ferramentas:
Syllabus, Calendar, Contei Module, Content Assistent, Goals, Glossary.
Cenário que permite registro on-line da grade {Online Grade Book) com a
ferramenta Manage Course Utility.
Pelo que foi observado cria-se o curso e suas seções, e um calendário pode ser utilizado
para os eventos do curso.
Descrição das Ferramentas utilizadas nos cenários descritos acima:
- Syllabus: ajuda a criar o formato customizado do curso. Contém seções pré-
definidas como informações do curso e do instrutor. As atividades que podem ser
realizadas com a ferramenta Syllabus são as seguintes: adicionar e descrever lições
no curso, reorganizar o layout das lições, manipular a visão dos estudantes
(escondendo algumas lições), adicionar tags HTML.
Calendar: ajuda a postar datas, e abastecer informações sobre os eventos
relacionados ao curso. Pode-se incluir links para conteúdos e Websites relevantes.
Atividades: adicionar entradas visíveis a determinadas pessoas, adicionar tags
HTML, adicionar links para websites externos, adicionar links para páginas no
Módulo de Conteúdo {Content Module), compilar entradas e downloads, importar
entradas.
- Discussions: permite criar áreas para discussão de tópicos. Estes tópicos podem ser
públicos ou privados. Mensagens postadas em discussões públicas podem ser lidas
e repassadas para qualquer um do curso. Tópicos privados são somente disponíveis
para o conjunto de estudantes e assistentes previamente selecionados. Atividades:
marcar mensagens como lidas e não lidas, procurar mensagens, compilar
mensagens, fazer download de mensagens, renomear um tópico, deletar um tópico,
criar um tópico privado, travar um tópico, permitir postagem anônima para um
tópico, mover mensagens para diferentes tópicos, apagar mensagens.
- Mor/7: permite estudantes e assistentes de ensino enviar mensagens privadas para
qualquer outro. Atividades: marcar mensagem de e-mail como sendo lida ou não,
procurar mensagens de e-mail, compilar mensagens de e-mail, recuperar
mensagens de e-mail, renomear pastas, deletar pastas, redirecionar e-mail, deletar
mensagens.
Self Test: ajuda a criar teste de múltipla escolha que estudantes podem usar para
medir seu conhecimento. Estudantes recebem feeback imediato a suas respostas e
os resultados são registrados. Atividades: importar questões de auto-teste,
adicionar tags HTML, formatar questões e respostas.
Quis: ajuda a criar e administrar quizzes online and surveys. As perguntas podem
ser de múltipla escolha, combinação, cálculo, respostas curtas e questões
dissertativas. Todas as questões, exceto as dissertativas, podem ser respondidas
automaticamente. As questões são armazenadas em uma base de dados.
Atividades: importar questionário com questões, adicionar tags HTML para
formatar questões e respostas, adicionar questões de respostas curtas, adicionar
questões dissertativas, de cálculo, de combinação, selecionar perguntas a grupos de
estudantes.
Content Module: ajuda a criar e organizar materiais do curso assim como censurar
notas e tarefas. O Content Module Activities é uma área onde pode-se colocar
materiais do curso e censurar a visibilidade. Existe uma tabela de conteúdos onde
se organiza o material além de servir como guia de seqüência a qual o material
deve ser estudado.
Content Assistant: ajuda a buscar informações referentes a comunidades que estão
aprendendo conteúdos similares
- Goals: ajuda a prover a estudantes objetivos de aprendizado para o módulo de
conteúdo. Os objetivos são ligados a páginas de conteúdo do curso e podem dar
entrada a um módulo, seção ou página específica
Glossary: ajuda a criar um glossário de termos. Estudantes podem procurar nesse
glossário por palavras ou parte de palavras.
Segundo o site www.webct.com, o WebCT é um dos ambientes mais usados para EAD
e apoio à aulas presenciais no mundo. Entre seus recursos para avaliação formal estão a
criação e correção de testes objetivos temporizados e adaptáveis, o redirecionamento do
estudante dentro do curso, de acordo com suas respostas aos testes, a auto-avaliação e a
entrega de trabalhos" on-line. Já para avaliação informal, o WebCT disponibiliza rastreamento
de ações, mensagens de chat e listas de discussões. Pelo conjunto de mecanismos
apresentados, o WebCT é um dos ambientes mais completos em termos de avaliação e
acompanhamento.
3.4.3 - Carnagie Mellon Online
Segundo Rehak [Rehak 1999], o objetivo do ambiente Carnegie Mellon é oferecer uma
infra-estrutura para a construção de cursos via www. O sistema Carnegie Mellon oferece um
curso independente, dirigido por base de dados, centrado no estudante, com mecanismos
baseados na web para educação e treinamento. O sistema suporta diferentes estruturas de
cursos e necessidades. Com relação aos aspectos pedagógicos, o sistema pode gerar exames
customizados individualmente para estudantes baseados num número de diferentes critérios e
parâmetros, como por exemplo, piores trabalhos, resultados obtidos, entre outros. O sistema
verifica, também, o progresso do estudante frente aos requerimentos do curso, o sistema pode
apresentar uma visão customizada do curso por estudante. A interface é centrada em tarefas e
no estudante, apresentando somente informações apropriadas aos estudantes em cada passo.
Todas as informações são armazenadas em uma base de dados comercial (Oracle v7).
O curso e o modelo de conteúdo são representados diretamente na base de dados.
A arquitetura do Carnagie Mellon é composta por 06 elementos:
- Course Detiver: provê informações dos estudantes ou usuários e trilha suas ações
através do curso.
- Course Management and Administration: gerencia estudantes, aulas, corpo
docente, etc.
- Student Administration: permite classificar os estudantes individualmente
provendo informações para os instrutores.
Content Authoring: prepara materiais para uso.
Operations: operações diárias e procedimentos de manutenção.
Content: permite o estabelecimento de conteúdos e regras operacionais individuais
para cursos e elementos de cursos.
O Course Delivery é um dos componentes mais importantes do Carnegie Mellon, pois é
construído junto à base de dados que dá suporte aos conteúdos do curso (por exemplo,
exames), aos procedimentos de cursos, aos detalhes operacionais (ex. pré-requisitos, schedule),
e registros de estudantes. Ele inclui os procedimentos para distribuir materiais apropriados
individualmente aos estudantes, e acompanhar seu aprendizado.
Os cursos podem ser modelados utilizando o Course and Content Modeling. Essa
modelagem é realizada através de coleções multi-níveis de diferentes tipos de elementos. O
número de níveis é arbitrário. Elementos podem ser compartilhados por qualquer nível de um
ou mais cursos. Estes elementos essencialmente descrevem como os conteúdos específicos são
combinados no curso. Por exemplo, elementos de conteúdo são classificados de acordo com
suas funções que incluem: aprendizado, acompanhamento e feedback, juntamente com
elementos de conteúdo administrativo. Esses elementos de conteúdo são compostos por um
conjunto de partes, onde cada parte representa uma interação entre o estudante e o sistema.
Dispositivos (devices) são os primeiros elementos de conteúdo do curso. Cada tipo de
dispositivo é associado a um conjunto de regras operacionais. Por exemplo, dispositivos de
aprendizado são informações entregues ao estudante (ex. conferência, Syllabus) sem
necessidade de entradas pelos estudantes; elas podem ser individualizadas, mas geralmente são
conteúdos compartilhados para todos os estudantes. Dispositivos de avaliação podem ser
informações referentes às avaliações (tipicamente individualizadas) a partir dos resultados dos
estudantes, classificação, e resultados de classificação para controlar os próximos passos do
estudante no curso (ex. passar num exame pode ser um pré-requisito para o próximo tópico). A
base de dados suporta muitas instancias de pedaços diferentes do modelo de curso. Cada curso
é uma coleção desses elementos, os quais o autor do curso seleciona e combina junto ao curso.
Um conjunto de pessoas, seções, schedule e outras informações administrativas são associadas
com o conteúdo, e este é combinado como uma lista de estudantes registrados para
instanciação completa do curso. Embora as informações aparentam ser hierárquicas, não são.
Cada nível é descrito separadamente, e elementos de qualquer nível são ordenados em coleções
de elementos de níveis mais baixos.
Com relação à base de dados, as maiores coleções de informações são: - Pessoas:
informações de estudantes e grupo de professores, independente da associação com um
curso específico;
Cursos: registro do tipo das informações dos cursos, tais como schedule,
estudantes e grupos de professores;
- Conteúdo: conteúdo de cursos, como questões, perguntas, respostas, material de
aprendizado, avaliações de curso. Conteúdo não é associado com um curso
específico podendo ser compartilhado entre cursos;
- Modelos de Cursos: descrição dos elementos selecionados de conteúdo os quais
abrange um curso juntamente com sua política. Isto inclui modelagem do curso em
termos de componentes e módulos e associações especificas de conteúdo com os
elementos e módulos.
Instancia curso: seleção do modelo de curso e associação com pessoas e registro de
informações;
- Registro de estudantes: trilha do progresso individualmente por estudantes nos
cursos.
- Media: arquivos de mídia, HTML, gráficos, programas, etc.
HTML: geração dinâmica de HTML.
A base de dados armazena múltiplos cursos, e muitos de seus elementos podem ser
compartilhados entre cursos. A modelagem e representação das informações específicas de
cursos são independentes de outros cursos.
Todos os elementos descritivos do curso e registros de estudantes são armazenados em
uma base de dados. Conteúdos individualizados são computados dinamicamente e entregues
aos estudantes via Web. Cursos são representados por um modelo formal como uma coleção
estruturada de elementos do curso (ex. módulos instrucionais, exames, tutoriais.
avaliações/acompanhamento). O modelo de conteúdo é ampliado com informações em como
os cursos são ensinados e suas regras ou objetivos operacionais e políticas (ex. pré-requisitos.
critério de classificação).
O sistema gera conteúdo customizado (ex. acompanhamento, feedback) para cada
estudante individualmente e trilha o caminho do estudante ao longo do curso, de acordo regras
e políticas do curso. O modelo de sistema separa claramente conteúdo de cursos educacionais.
estrutura de cursos, políticas de curso e registros individuais de estudantes.
3.4.4 - LearningSpace
Segundo o guia do LearningSpace [WBG 2001], o ambiente consiste de cinco
módulos/base de dados:
- Schedule: é similar ao plano de ensino. Auxilia o professor na elaboração de tarefas
e materiais necessários para montar ou completar um curso. O Schedule é
como se fosse um guia de conteúdo, apresenta a estrutura de detalhes de cursos,
assim como atribuição (disponibilização) de recursos, objetivos do aprendizado,
overviews, materiais de leitura, exercícios, surveys (vistoria, levantamento, coleta
de dados, pesquisa) e testes. 0 Schedule pode ser organizado passo a passo
(compassado) para o aprendizado, com datas de vencimento especificadas, ou
mapeamento para um tempo particular para completar o trabalho. No Schedule
pode-se estabelecer links para os recursos do Media Center e para o Course Room.
Pelo que se observou a execução das atividades estabelecidas no Schedule tem que
obedecer a seqüência criada.
- Media Center: contém o conteúdo a ser utilizado em cursos a distância. Serve
como um centro de recurso armazenado e compartilhado, gerencia informações
necessárias para o curso, tais como, leitura, artigos, web sites, vídeo clips, gráficos
e apresentações. O Media Center geralmente é associado ao Schedule, ou seja, o
planejamento e a criação de links para conteúdos são realizados no Schedule. Pode-
se, também, fazer busca no Media Center.
Course Room: é uma sala de aula interativa on-line. Tópicos de discussões entre os
participantes, informações compartilhadas e projeto completo. O Course Room
ajuda no trabalho em equipe e facilita a colaboração entre os envolvidos no
processo. Vários níveis de comunicação (publica, privada) e interações estão
disponíveis. Também é provido o feedback para respostas de questões. Profile:
contém informações sobre os participantes e instrutores. Esta base de dados permite
armazenar informações diversas de modo a poder fazer uma classificação dos
estudantes por meio de vários parâmetros.
- Assessment Manager: é considerada uma ferramenta de avaliação que ajuda a
integrar diferentes tipos de questões junto ao curso, dar manutenção ao estudante e
promover seu acompanhamento dando feedback aos estudantes.
De acordo com o White Paper [WP 2001] LearningSpace incorpora flexibilidade para
suportar o aprendizado individual. Neste White Paper são realizadas abordagens gerais sobre
os objetivos do aprendizado a distância e a definição dos modelos instrucionais (modelo
instrucional centrado no instrutor, modelo instrucional centrado no estudante, modelo
instrucional centrado na equipe). Para um bom processo de ensino/aprendizagem a distância é
aconselhável combinar os 3 modelos. Também é apresentada uma simulação de interação dos
estudantes com os módulos do LearningSpace, assim como simulação do professor com o
LearningSpace, ou seja, apresenta-se um professor construindo um curso e um estudante
realizando um curso.
3.4.5 - TopClass
De acordo com a WBT Systems [WBT 2001], TopClass é uma plataforma robusta e
escalável que oferece gerenciamento e montagem de conteúdo para o aprendizado, distribuição
personalizada de conteúdo, colaboração, trilha de progresso, acompanhamento e avaliação, e
base de dados para administração. O ambiente cria dinamicamente caminhos de aprendizado
personalizado para cada aprendiz. Estudantes automaticamente recebem somente os materiais
que necessitam. Outra informação interessante, obtida junto a WBT Systems, é também com
relação ao aprendizado personalizado que diz o seguinte: o curso é distribuído ao estudante,
dinamicamente, baseado em seu nível de conhecimento. TopClass automaticamente adiciona e
remove objetos de aprendizagem e permite o acompanhamento da performance dos estudantes.
Os cursos podem ser customizados por classe ou por usuário.
O TopClass controla acesso a conteúdos. Permite correção automática de testes,
contribuindo assim com rápido feedback. O TopClass possui uma ferramenta administrativa
que permite criar eventos no curso. Possui também um módulo de Schedule que ajuda
instrutores e estudantes a visualizar os eventos do curso e encaminha-los através de links a
materiais ou outros eventos.
No site http://www.glencoe_com/norton/n-istructor-/gol/content.html é relatado um
software chamado Glencoe_online_Learning (considerado como sendo um ambiente de autoria
utilizado pelo TopClass). O foco principal é o planejamento e preparação de cursos.
Cursos com o Glencoe_online_Learning são organizados como Units of Learning
Materials (ULMs), coleções de Web pages de conteúdos de curso e testes. Um curso consiste
de uma ou mais ULMs. Quando o instrutor associa uma ULM, ou unidade, para uma aula,
todas as subunidades, páginas, exercícios, e testes são associadas àquela aula.
As ULMs são organizadas numa hierarquia de unidades. O nível mais baixo dessa
hierarquia se refere às páginas do curso e testes, os quais são definidas como páginas normais
em HTML. Um curso é inicialmente desenvolvido no nível alto, em unidades de hierarquia.
Uma unidade é análoga a um capítulo de um livro, ou um tópico básico de um curso.
Estruturas de cursos podem ser reorganizadas a todo tempo; isso significa que a estrutura
inicial pode ser diferente da final dentro de um curso. Uma vez que a organização básica está
completa, adiciona-se páginas para cada unidade. Também podem ser criadas subunidades.
Pode-se reorganizar seqüência de páginas e/ou unidades. Conforme observado em
http://www.glencoe_com/norton/n-istructor-/gol/content.html, a execução do curso é realizada
de forma seqüencial tendo-se pouca flexibilidade.
O TopClass classifica o material do curso, para cada estudante, com os rótulos: novo,
velho, lido ou não lido. O professor também tem acesso a essa classificação para acompanhar o
progresso do estudante no curso. Os cursos do TopClass podem conter testes objetivos de
múltipla escolha ou preenchimento de lacuna e com tempo pré-determinado, e também auto-
avaliação; os testes mistos (questões objetivas e subjetivas) são reportados para correção pelo
professor. As respostas dos estudantes aos testes podem, automaticamente, redirecioná-los
dentro do conteúdo curso.
3.4.6 - Virtual-U
No Virtual-U, estudantes participam ativamente na geração, acesso e organização da
informação. Eles constroem o conhecimento formulando idéias juntamente com palavras e
imagens e desenvolvem conceitos interagindo também com a formulação dos conceitos dos
outros estudantes. O instrutor cuidadosamente estrutura as atividades de aprendizado.
enfocando conteúdos particulares e monitorando o trabalho dos estudantes [Harasim 1999]
Análises realizadas por Harasim indicam que existem alguns problemas que não são
tratados satisfatoriamente por alguns ambientes, ou seja, os ambientes não provêem:
Um modo padronizado para organizar materiais do curso;
Ferramentas para suporte a atividades instrucionais básicas, tais como design de
curso, organização de espaço para grupos e espaço pessoais, classificação.
facilidade de integração a múltiplos arquivos de mídia;
Modelos de suporte a estratégias de aprendizado que envolve aprendizado
colaborativo, construção de conhecimento e representações múltiplas de idéias e
estruturas de conhecimento; - Não priorizam o uso instrucional nos ambientes;
O Virtual-U (VU) tem por característica o provimento de um framework flexível que
suporta aspectos pedagógicos baseados no aprendizado ativo, colaboração, múltiplas
perspectivas e construção de conhecimento. Esse framework emprega vários formatos
instrucionais, incluindo seminários, tutoriais, projetos em grupo e laboratórios [Harasim 1999].
Virtual-U também suporta vários tipos de arquivos multimídia como recursos do curso
e ajuda no projeto instrucional. VU é integrado com sistema de gerenciamento de curso, com
conferência, chat, ferramentas de grade book que provêem um framework para projetar,
distribuir e gerenciar até cursos individuais. VU facilita aos instrutores definir estruturas,
tarefas e objetivos de cursos. O VU trabalha com metáforas (ex. campus, prédios).
Conforme observado em http://www.vlei.com , o Virtual-U possui mecanismo que
gerencia uma base de dados onde estão" armazenadas as performances dos estudantes em um
determinado curso. Como o ambiente não possui apoio para avaliação, nem para construção de
provas e nem para correção de trabalhos, as atividades avaliativas estão inteiramente à cargo
do professor. Uma vez descritos os resultados, estes podem ser apresentados graficamente ou
em texto.
Um workspace pessoal oferece um ponto de partida individualizado para todas as
ferramentas disponíveis. Com esse recurso o usuário pode ver todo seu planejamento de curso,
tarefas, ver suas notas de aula, criar seus portfolios. O VU provê um ambiente flexível para
desenvolvedores cujo enfoque são os modelos de aprendizagem e projeto instrucional de
cursos, em vez de mecanismos de gerenciamento e distribuição.
3.4.7 - AulaNet
Conforme observado no site do AulaNet (http://anauel.cead.puc-
rio.br/aulanet/index.html), o planejamento de um curso, de uma maneira geral, é realizado
através de alguns mecanismos, ou seja, o docente, no momento que vai criar um curso,
seleciona os mecanismos que ele acha conveniente para ser usado em seu curso. Por exemplo,
ele tem a opção de escolher vários tipos de comunicação (grupo de discussão, debate, etc), de
escolher mecanismos de coordenação (avisos, planos de aula, tarefas, avaliação), mecanismos
de cooperação (bibliografia, livro texto, downloads, etc) e opção para dar manutenção em
todos esses mecanismos, que irão compor o seu curso (alterar, mudar mecanismo, etc).
Na abordagem geral de planejamento que o AulaNet faz, o mecanismo de coordenação
(que segundo o site corresponde ao mecanismo de acompanhamento do curso) contempla
aspectos referentes a:
- Plano de aula: mecanismo que permite organizar o curso dividindo-o em aulas, que
posteriormente poderão estar associados a materiais.
Tarefas: mecanismo que permite submeter trabalhos ou exercícios para os
aprendizes.
- Avaliação: mecanismo que possibilita a criação de exames para avaliação (e auto-
avaliação) dos aprendizes.
As aulas são desenvolvidas a partir de um plano de aula, facilitando as atividades de
planejamento e confecção de cursos. O AulaNet oferece ao professor uma orientação
pedagógica. Segundo Santos [Santos 1999] a principal vantagem do AulaNet é a liberdade
dada ao autor para criar cursos segundo diferentes formatos pedagógicos. Essa característica o
diferencia dos sistemas de autoria, onde há um formato pedagógico de cunho instrucionista.
O AulaNet possibilita a criação de exames temporizados para a (auto-) avaliação dos
aprendizes, enfatizando a importância dos aspectos cognitivos da aprendizagem. A correção
dos testes é automática e o feedback aos aprendizes, imediato. Os resultados do rastreamento
das ações e mensagens dos estudantes são apresentados nos Relatórios de Participação, que
facilitam o acompanhamento da participação dos aprendizes nos diversos eventos do curso e
possibilitam a apreciação da qualidade da contribuição gerada por esta participação, do ponto
de vista do docente.
Fuks [Fuks, Gerosa and Lucena 2001] relata o desenvolvimento e a aplicação de
cursos, totalmente a distância, utilizando o ambiente AulaNet. Neste relato são descritas a
metodologia usada, os resultados e as dificuldades encontradas.
3.5 - Considerações Finais
Este capítulo tratou os aspectos de planejamento, acompanhamento, avaliação e uso de
base de dados envolvidos no processo de ensino/aprendizagem a distância. A partir desses
aspectos foram identificados alguns problemas, ou melhor, algumas características que ainda
não estão satisfatoriamente implementadas em educação a distância e que de alguma forma são
tratadas em nossa proposta de um modelo para automatização do planejamento, execução e
acompanhamento de cursos a distância apoiado por uma base de dados. O estudo de alguns
ambientes de EAD existentes ajudou a identificar tais características assim como o tratamento,
por parte dos ambientes, dos aspectos abordados neste capítulo.
Com relação ao planejamento, avaliação e acompanhamento da execução de cursos a
distância, algumas características devem ser levadas em consideração: o estudante é um ser
ativo na construção de seu conhecimento; o perfil do público-alvo; o planejamento sistemático
e instrucional é imprescindível aos sistemas de EAD; o planejamento tem importância
fundamental na transmissão de conhecimento e no acompanhamento; a educação a distância
deve permitir ao estudante aprender a aprender e aprender a fazer, de forma flexível,
respeitando sua autonomia em relação ao tempo, estilo, ritmo e método de aprendizagem;
quanto maior forem as informações referentes ao andamento dos estudantes durante o curso,
mais flexível dá pra ser o ensino; o trabalho do professor, em alguns casos,
referente ao acompanhamento, ainda é maior do que no ensino presencial; com relação ao
tratamento de dados (base de dados) ainda tem muito a evoluir e contribuir com todo esse
processo.
Na maioria dos ambientes de EAD, o processo de ensino/aprendizagem é semelhante
ao do ensino presencial, salvo que em EAD são utilizados inúmeros recursos tecnológicos
para suprir a ausência do contato físico entre estudante e professor. O fato é que educação a
distância é um outro paradigma de ensino/aprendizagem e requer um tratamento diferenciado
do ensino presencial, de modo a suprir os problemas, características e os aspectos aqui
citados. A proposta relatada no próximo capítulo engloba um modelo automatizado para
realização do planejamento de cursos à distância e acompanhamento de sua execução, tento
em vista o que foi planejado, e uma base de dados para dar suporte a esses processos.
4. PROPOSTA DE UM MODELO E BASE DE DADOS PARA
AUTOMATIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DE
CURSOS A DISTÂNCIA
O modelo de planejamento e execução de cursos a distância [Seno, Vieira and Ferrari
2001] está inserido em uma proposta de um ambiente de educação a distancia que foi,
inicialmente, concebido por Seno [Seno and Vieira 2001], [Seno and Vieira 2002]. Essa
proposta relata a arquitetura de um ambiente de EAD e as funcionalidades desejadas para esse
ambiente. Tal ambiente procura contemplar as características consideradas básicas e
necessárias a serem controladas no processo de ensino/aprendizagem a distância além de
possuir algumas funcionalidades consideradas diferenciais frente aos ambientes existentes.
Este capítulo tem por objetivo descrever e contextualizar o modelo proposto dentro do
ambiente de EAD. Para isso é fornecida uma visão geral do ambiente em questão e a descrição
do funcionamento do modelo proposto.
4.1 - Contexto do Trabalho (Ambiente de EAD)
Esta seção apresenta os módulos da arquitetura do ambiente de educação a distância
descrevendo, em linhas gerais, suas características e funcionalidades. A arquitetura básica do
ambiente foi estruturada por Seno [Seno and Vieira 2000] , [Seno and Vieira 2001] através de
estudos realizados junto a outros ambientes de EAD. A partir dessa concepção inicial foram
surgindo idéias referentes a outros temas que pudessem estar complementando e evoluindo a
arquitetura proposta.
4.1.1 - Arquitetura do Ambiente
A arquitetura do ambiente de educação a distância foi elaborada tendo como
composição seis módulos, conforme representados na figura 1.
Foram definidos 5 tipos de atores para o ambiente de educação a distância (professor,
estudante, administrador, monitor, visitante) que poderão, através de um computador
conectado à internet, acessar o ambiente. Ao acessar, o ator passa pelo módulo de Conexão e
Autenticação; a partir daí tem acesso, dadas às restrições (suas limitações de acesso), aos
módulos de Criação de Conteúdo, Visualização, Planejamento e Acompanhamento,
Manutenção e Apoio.
r
E importante ressaltar que os módulos apresentados a seguir constituem uma proposta
inicial, em termos de funcionalidades, do que o ambiente deverá realizar.
Figura 1 - Arquitetura do ambiente de EAD
Módulo de Conexão e Autenticação: é um módulo responsável pela conexão do
ambiente EAD com as bases de dados Material Multimídia e Controle. Além da
conexão, este módulo é responsável por fazer a autenticação de usuários (atores)
limitando o acesso a partes do ambiente EAD dependendo do tipo de restrição de cada
ator. Nesse módulo está previsto o controle da autorização dinâmica dos atores, que é
uma característica considerada diferencial em relação aos outros ambientes.
Módulo de Criação de Conteúdo: é um módulo responsável pela criação e
disponibilização de materiais didáticos utilizados em cursos a distância.
Módulo de Visualização: esse módulo deverá apresentar as aulas multimídia
construídas.
- Módulo de Planejamento e Acompanhamento: um dos assuntos tratados nesse módulo
se refere ao processo de planejamento, onde é proposto um modelo para automatização
do planejamento e execução de cursos de modo a preservar a flexibilidade ao professor
na elaboração do planejamento de cursos e ao estudante na realização de cursos. Com
esse modelo pretende-se quebrar a linearidade de cursos a distância, possibilitando ao
estudante atuar o mais ativamente possível na construção de seu conhecimento. O
assunto sobre planejamento e execução de cursos é o foco principal deste trabalho e é
discutido na seção 4.2. Também está previsto para esse módulo o controle sobre o
processo de avaliação, acompanhamento e análises gerenciais utilizando recursos de
data mining [Silva and Vieira 2001a], [Silva and Vieira 2001b].
Módulo de Manutenção: é responsável pela manutenção de todo o ambiente EAD. O
módulo de manutenção abrange a manutenção de todo o site e da base de dados.
Módulo de Apoio
Consultas - esse módulo é responsável por oferecer mecanismos de consultas às bases
de dados Material Multimídia e de Controle. As informações recuperadas podem ser
referentes a materiais de apoio a aulas, a estudantes, disciplinas, informações gerenciais
etc. O módulo de Consultas abrange consultas convencionais, por conteúdo [Santos et
al. 2000], [Vieira and Santos 1997], [Vieira et al. 1999a], [Vieira et al. 1999b] e
nebulosas [Fornazari, Vieira and Biajiz 1999], [Fornazari 1999]. - Comunicação -
permite a comunicação entre os atores do ambiente EAD.
Agenda - Através da agenda os atores poderão se organizar, planejar suas
atividades, fazer anotações, agendar datas importantes, etc.
Esta seção apresentou os módulos da arquitetura proposta para um ambiente de
educação a distância. Essa arquitetura contempla informações e funcionalidades para a
realização do processo de ensino/aprendizagem a distância. Além de incorporar características
consideradas básicas, estão previstos alguns trabalhos que tratam questões pouco exploradas
nos ambientes de EAD pesquisados; esse trabalhos encontram-se em desenvolvimento como
temas de mestrado: modelo e base de dados para automatização do planejamento, execução e
acompanhamento de cursos (Módulo de Planejamento e Acompanhamento) - assunto desta
dissertação e abordado na seção 4.2; mecanismo de autorização dinâmica (Módulo de
Autenticação e Conexão); ferramenta de autoria para construção de materiais multimídia
(Módulo de Criação de Conteúdo - Construção de Aulas); utilização de técnicas de data mining
(Módulo de Planejamento e Acompanhamento - Análises Gerenciais); diferentes abordagens
para consultas (Módulo de Apoio - Consultas); utilização de banco de dados (Módulo de
Manutenção - BD EAD).
Entre as características consideradas diferencias, está o tratamento dos aspectos de
planejamento, execução e acompanhamento do planejado. Na seção 4.2 é descrito um modelo
que aborda estas atividades preservando o aspecto de flexibilidade por parte do professor, no
momento da elaboração do planejamento, e por parte do estudante, no momento da realização
do curso.
4.2 - Modelo e Base de Dados para Automatização do Planejamento e Execução de
Cursos a Distância
O capítulo 3 desta dissertação fez uma abordagem referente aos aspectos de
planejamento, execução de cursos, acompanhamento do planejado, avaliação e base de dados
em educação a distância e considerou alguns ambientes existentes para a observação e relato
de tais aspectos, enfocando o tratamento dado a eles juntamente com outras informações
consideradas relevantes. O estudo realizado no capítulo 3 serviu como fonte de informação
para identificar características importantes que, em nosso entendimento, devem ser abordadas
em educação a distância e que hoje são consideradas problemáticas, constituindo grandes
dificuldades para esse novo paradigma de ensino. Tais características são relacionadas entre si
sendo que uma pode ter influência direta ou indireta em outras. Dentre essas características
merecem destaque:
Planejamento Instrucional Organizado de Cursos: entende-se que os ambientes de
EAD devam prover, aos professores, recursos para a realização do planejamento
baseado em instruções e oferecer condições para que os professores possam dividir
o curso em partes, possibilitando, de alguma forma, o inter-relacionamento entre
essas partes e o que foi planejado para elas. O planejamento deve nortear o
estudante em seu aprendizado.
Aspectos de Flexibilidade: entende-se que um ambiente de EAD deva prover
recursos para permitir flexibilidade tanto ao professor, na elaboração do
planejamento instrucional, quanto aos estudantes na realização do curso.
- Ajuste do Ensino de Acordo com o Perfil do Estudante: significa verificar se o
ambiente EAD permite adequar estratégias de ensino diferentes de acordo com o
perfil e conhecimento do estudante. Este item pode estar relacionado com o
planejamento instrucional.
- Minimização dos Aspectos de Linearidade em Cursos a Distância: indica que o
ambiente utiliza meios para quebrar a linearidade ou e dos itens planejados quando
da execução por parte do estudante. Este item está relacionado com aspectos de
flexibilidade e com o ajuste do ensino de acordo com o perfil do estudante.
Minimização do Trabalho do Professor: neste item é verificado se o ambiente de
EAD possui recursos para minimizar o trabalho do professor no que diz respeito ao
acompanhamento de estudantes e ao feedback aos estudantes. Uso de Base de
Dados: indica a presença de base de dados para auxiliar os itens acima relacionados.
Análises realizadas em diversos ambientes de EAD, conforme apresentadas no capítulo
3, têm demonstrado que tais características não têm sido totalmente contempladas de modo
satisfatório. O modelo proposto nesta seção procura automatizar o processo de planejamento e
execução de cursos a distancia contemplando as características citadas acima e minimizando
os problemas e dificuldades que tais características trazem a EAD. O modelo trata basicamente
da modularização de cursos, da elaboração de atividades previstas para os módulos e do
controle da realização desses módulos e dessas atividades por parte do estudante. De modo a
permitir a realização dos módulos e a transição entre eles, são previstos dois tipos de provas: a
diagnóstica, que testa os conhecimentos necessários que o estudante deve ter para iniciar um
módulo e a somativa, que testa se o estudante adquiriu o conhecimento desejado do módulo. A
prova diagnóstica é aplicada antes do inicio do módulo, por isso é considerada como sendo pré-
requisito para iniciar o módulo. A prova somativa é aplicada no final do módulo, sendo
considerada como sendo pós-requisito. Para o tratamento da realização e transição de
atividades previstas foram adotados requisitos que podem ser de diversos tipos, como por
exemplo: requisito de leitura, requisito de trabalho, entre outros. Para cada requisito têm-se os
controles necessários para verificar se o estudante está ou não cumprindo esse requisito.
Para tratar os aspectos de planejamento e execução de cursos a distancia, abordando as
características relacionadas, o modelo contempla:
- Modularização dos cursos e sequenciamento;
Composição dos módulos por atividades previstas e sequenciamento;
Tratamento da transição entre módulos e/ou entre atividades previstas;
- Execução e acompanhamento de cursos a distância.
4.2.1 - Modularização dos Cursos e Sequenciamento
Entende-se que num ambiente de educação a distância é desejável que o professor
tenha a liberdade de organizar um curso em módulos e poder co-relacionar esses módulos da
maneira que achar mais conveniente para o aprendizado. Nesse sentido, procurou-se
estabelecer uma série de conceitos que poderão ser utilizados pelos professores na elaboração
da modularização do planejamento. A seguir são relacionados tais conceitos, sua explicação e
representação:
Módulo: é utilizado para indicar a divisão de um determinado curso, ou de uma
determinada disciplina dentro de um curso, em partes. Para cada módulo
estabelecido o professor pode informar sua obrigatoriedade (se a realização do
módulo é obrigatória ou não) e sua disponibilidade. A disponibilidade pode ser
controlada dinamicamente: por exemplo, um módulo só passa a estar disponível
caso determinados módulos sejam cumpridos. Se um módulo é obrigatório, o
estudante deverá, independentemente da ordem, cursá-lo. O módulo é representado
por um retângulo, tendo como indicação a sua obrigatoriedade e disponibilidade:
- Módulo(s) Inicial(s): o professor pode utilizar esse conceito para sugerir um módulo
pelo qual o estudante possa iniciar o curso. O fato de um módulo inicial ser
obrigatório não implica que o estudante deva começar o curso por ele. O estudante
pode começar o curso por qualquer outro módulo que esteja disponível. Um curso
pode apresentar, de acordo com o planejamento realizado, um, nenhum ou vários
módulos iniciais. O módulo inicial é representado por um retângulo
tracejado:
- Módulo Final: dependendo do tipo do planejamento, o professor pode determinar
somente um ou nenhum módulo final. O módulo final tem por objetivo agrupar
atividades que possibilitem o professor checar, de uma maneira global, se o
estudante adquiriu os conhecimentos necessários em um determinado curso. Sua
representação é realizada através de um retângulo com linhas duplas:
Módulos Seqüenciais: o planejamento realizado para um curso pode apresentar
módulos separados (avulsos) e/ou módulos seqüenciais. Os módulos pertencentes a
um sequenciamento devem ser obrigatórios e sua disponibilidade pode ser
controlada dinamicamente. O sequenciamento dos módulos pode ser planejado de
várias formas:
o Sequenciamento Obrigatório Simples: indica uma seqüência simples de
módulos. Em todo sequenciamento simples tem-se um módulo que é o
início da seqüência, um módulo que é o fim da seqüência e módulos
intermediários. Para o módulo inicial da seqüência é estabelecido somente
um módulo posterior obrigatório. Para o módulo final da seqüência é
estabelecido somente um módulo anterior obrigatório. Para os módulos
intermediários são estabelecidos somente um módulo anterior obrigatório e
somente um módulo posterior obrigatório. A representação de um
sequenciamento obrigatório simples é da seguinte forma:
Nesse caso, o módulo Y só estará disponível depois que o módulo X estiver
concluído e o módulo Z depois que o módulo Y estiver concluído. Os
módulos que não possuírem indicação de seqüência anterior obrigatória e
seqüência posterior obrigatória são considerados módulos avulsos.
o Sequenciamento Obrigatório Composto: um módulo apresenta várias
seqüências anteriores obrigatórias, ou seja, um módulo só poderá ser
executado quando os módulos obrigatórios anteriores tiverem sido
executados satisfatoriamente. A representação é semelhante a do
sequenciamento obrigatório simples, a única diferença é que as setas são
duplas:
O módulo O só poderá ser executado quando os módulos M e N tiverem sido
executados satisfatoriamente. Nesse caso, para se executar o módulo O é
necessário que os módulos M e N estejam concluídos.
- Sequenciamento Sugerido Simples: segue a mesma linha de raciocínio do
seguenciamento obrigatório simples, a única ressalva é que: o sequenciamento
não é obrigatório e sim sugerido.
- Sequenciamento Sugerido Composto: segue a mesma linha de raciocínio do
sequenciamento obrigatório composto, as únicas ressalvas são que: o
sequenciamento não é obrigatório e sim sugerido; os módulos pertencentes ao
sequenciamento podem apresentar vários módulos posteriores sugeridos e
vários módulos anteriores sugeridos.
A finalidade do sequenciamento sugerido (tanto simples quanto composto).
como o próprio nome diz, é sugerir ao estudante um caminho a percorrer. Esse
tipo de sequenciamento não impõe nenhuma restrição na execução do curso Os
módulos pertencentes ao sequenciamento sugerido conterão seqüência anterior
sugerida e seqüência posterior sugerida. A representação é semelhante. o que
muda é a seta que, no caso do sequenciamento sugerido simples não e
prenchida,
e no sequenciamento sugerido composto também é sem preenchimento.
- Sequenciamento Opcional Composto: dois aspectos são tratados.
1. após concluir satisfatoriamente um módulo o estudante tem vários
caminhos seqüenciais a seguir, podendo escolher (optativamente) um deles para
percorrer, ou seja, o estudante não é obrigado a percorrer todos os caminhos (a
menos que queira). A representação é a seguinte:
Para atender o que foi estabelecido, nesse caso, o estudante tem que
obrigatoriamente optar por um dos caminhos.
2. para iniciar um módulo o estudante tem que ter executado
obrigatoriamente pelo menos um dos módulos seqüênciais anteriores. A
representação é a seguinte:
Para poder iniciar o módulo C, o estudante tem que ter, obrigatoriamente,
executado ou o módulo A ou o módulo B.
Todos os conceitos, contemplados acima, sobre modularização de cursos, devem estar à
disposição do professor no momento da realização do planejamento de um curso a distância.
Tais conceitos foram concebidos no intuito de permitir, ao professor, maior flexibilidade na
elaboração do planejamento, procurando abranger o maior número de possibilidades possíveis
e desejáveis. Esses conceitos podem ser combinados de várias maneiras, de acordo com a
vontade e criatividade do professor, possibilitando alternativas, sem condicionar ou amarrar o
professor a seguir algo fixo, pré-determinado.
4.2.1.1 - Exemplo de Modularização em um Curso a Distância
Para ilustrar a modularização de um curso a distância, adotou-se um exemplo baseado
no livro Fundamentais of Database Systems [Elmasri and Navathe 2000]. Segundo os autores
do livro, um curso de Banco de Dados pode ser elaborado de várias maneiras. A figura 2
mostra uma das possíveis formas de se modularizar o curso baseado no modelo proposto de
planejamento e execução de cursos.
De acordo com o planejamento da modularização do curso de Banco de Dados,
representado pela figura 2, foram estabelecidos 14 módulos, dos quais um é inicial sugerido
(Introdução) e um é final (Verificação do Aprendizado). Para cada módulo especificou-se sua
disponibilidade e obrigatoriedade. Além dos módulos foram estabelecidos tipos de
sequenciamento. A seguir são comentados, módulo a módulo, os tipos de sequenciamentos
determinados.
Módulo Introdução: pode ser iniciado a qualquer momento e tem como seqüência
sugerida composta posterior os módulos Organização de Arquivos e Estrutura de índice,
Figura 2 - Modularização de um curso de banco de dados
Modelo Relacionai e Álgebra, Modelo ER e Conceitos 00. Isso significa que o
estudante, após concluir o módulo Introdução recebe, como sugestão do sistema, vários
módulos dos quais ele pode, caso queira, caminhar.
Módulo Organização de Arquivos e Estrutura de Índice: pode ser iniciado a qualquer
momento e não possui nenhum tipo de sequenciamento associado a ele.
Módulo Relacionai e Álgebra: pode ser executado a qualquer momento e possui uma
seqüência posterior optativa para o módulo Dependências e Normalização ou para o módulo
SQL (um ou outro). Como o módulo Dependências e Normalização não está disponível (nesse
momento), o estudante poderá executar o módulo SQL.
Módulo Modelo ER: também pode ser cursado a qualquer momento e possui uma
seqüência posterior obrigatória para o módulo EER.
Módulo Conceitos 00: pode ser executado a qualquer momento e possui uma seqüência
posterior obrigatória para o módulo BD Objetos, Linguagens e Projetos. O sequenciamento
determinado para esse módulo é do mesmo tipo que o sequenciamento determinado para o
módulo Modelo ER.
Módulo Transações: esse módulo só poderá ser executado quando os módulos
Organização de Arquivos e Estrutura de Índice e Modelo Relacionai e Álgebra estiverem
concluídos.
Módulo Dependências e Normalização: após ser disponibilizado, pode ser executado a
qualquer momento e não possui nenhum tipo de sequenciamento associado a ele.
Módulo Modelo EER: só pode ser iniciado ou executado quando o módulo Modelo ER
estiver concluído. O módulo Modelo EER pertence a um sequenciamento obrigatório simples.
Após ser concluído, o sistema sugere que se execute o módulo EER da 00.
Módulo BD Objetos, Linguagens e Projetos: só pode ser iniciado ou executado quando
o módulo Modelo Conceitos 00 estiver concluído. O módulo BD Objetos, Linguagens e
Projetos pertence a um sequenciamento obrigatório simples.
Módulo EER-OO: pode ser executado a qualquer momento e possui uma seqüência
posterior obrigatória para o módulo Objeto Relacionai.
Módulo SQL: pode ser executado a qualquer momento e não possui nenhum tipo de
sequenciamento associado a ele.
Módulo Oracle e Access: pode ser executado a qualquer momento e não possui
nenhum tipo de sequenciamento associado a ele.
Módulo Objeto Relacionai: só poderá ser executado quando: o módulo EER-OO
estiver sido concluído e (ou o módulo BD Objetos, Linguagens e Projetos estiver sido
concluído ou o módulo SQL estiver sido concluído).
Módulo Verificação do Aprendizado: pode ser executado a qualquer momento e não
possui nenhum tipo de sequenciamento associado a ele.
4.2.1.2 - Base de Dados para Suporte à Modularização de Cursos a Distância
A estratégia referente à modularização do planejamento de um curso a distância foi
modelada e ilustrada através do esquema apresentado na figura 3.
Para a representação da modelagem da base de dados utilizou-se o Diagrama de
Classes da UML - Unified Modeling Language [UML 1997].
Figura 3 - Modelagem da modularização do planejamento de um curso
Observação: 1 - a classe Modulo está duplicada, na figura 3, para melhor serem
visualizados os auto-relacionamentos que a mesma apresenta. 2 - As classes Diagnostica e
Somativa ainda não possuem atributos, estão no modelo para representar os dois tipos de
provas previstas, um estudo mais detalhado servirá para levantar aspectos que as diferenciem.
Conforme observado nessa figura, o Planejamento de um curso é composto por
Módulos; para cada módulo do planejamento pode-se ter pré ou pós-requisitos, denominados,
na figura 3, de Prova_Suficiência. Essa prova de suficiência pode determinar se o estudante
está apto ou não a iniciar ou finalizar um determinado módulo. A prova de suficiência está
especializada em prova de suficiência Diagnóstica (pré-requisito), utilizada para verificar se o
estudante tem conhecimento suficiente para iniciar um módulo e Somativa (pós-requisito),
utilizada para verificar se o estudante adquiriu conhecimento suficiente para finalizar o
módulo. As provas de suficiência podem ser compostas de questões dissertativas, verdadeiro
ou falso e testes. A classe Modulo possui nove auto-relacionamentos do tipo associação, que
permitem definir, a cada módulo: sequenciamento obrigatório simples anterior (SObSa),
sequenciamento obrigatório simples posterior (SObSp), sequenciamento sugerido simples
anterior (SSuSa), sequenciamento sugerido simples posterior (SSuSp), sequenciamento
obrigatório composto anterior (SObCa), sequenciamento sugerido composto anterior (SSuCa).
sequenciamento sugerido composto posterior (SSuCp), sequenciamento opcional composto
anterior (SOpCa) e sequenciamento opcional composto posterior (SOpCp).
A classe Modulo possui oito atributos: objetivo, nome, tipo (inicial, final, normal).
obrigatório (s/n), disponível (s/n), data, comentário e sigla.
4.2.2 - Atividades Previstas e Sequenciamento
Um módulo pode possuir várias atividades previstas, que indicarão o que o estudante
deverá e/ou poderá realizar em um determinado módulo dentro do planejamento de um curso.
Da mesma forma que no planejamento dos módulos, o professor tem a liberdade de organizar e
poder co-relacionar as atividades previstas da maneira que achar mais conveniente para o
aprendizado. Os conceitos estabelecidos para as atividades previstas são muito semelhantes aos
conceitos estabelecidos para os módulos. As diferenças estão na simbologia utilizada (que ao
invés de ser retângulo para indicar um módulo, é um círculo indicando uma atividade prevista)
e no fato do planejamento das atividades previstas não conter uma atividade final. Os conceitos
referentes à atividade(s) inicial(s), e atividades seqüenciais são os mesmos da modularização.
4.2.2.1 - Exemplo de Atividades Previstas em um Módulo de um Curso a Distância
Para ilustrar a composição dos módulos por atividades previstas também foi adotado
um exemplo baseado no livro Fundamentais of Database Systems [Elmasri and Navathe 2000].
De acordo com a modularização do curso de banco de dados, representada pela figura 3, foi
estabelecido um conjunto de atividades previstas para* o módulo Conceitos 00. A figura 4
ilustra as atividades estabelecidas com respectivos tipos de sequenciamento.
Para a composição do módulo Conceitos 00 foram estabelecidas 7 atividades previstas
com respectivas disponibilidade e obrigatoriedade. Dentre as 7 atividades, uma é sugerida
como sendo inicial (Leitura - Visão Geral dos Conceitos 00). Além das atividades. foram
estabelecidos tipos de sequenciamento. A seguir são comentados, atividade por atividade, os
tipos de sequenciamentos determinados.
Atividade de Leitura - Visão Geral dos Conceitos 00: pode ser executada a qualquer
momento e possui uma seqüência posterior obrigatória para a atividade de Leitura referente a
Identidade e Estrutura de Objetos.
Atividade de Leitura - Identidade e Estrutura de Objetos: só pode ser iniciada ou
executada quando a atividade de Leitura referente à Visão Geral dos Conceitos 00 tiver sido
realizada.
Atividade de Leitura - Hierarquia de Herança: pode ser executada a qualquer momento
e não possui nenhum tipo de sequenciamento associado a ela.
Atividade Vídeo - Objetos Complexos: pode ser executada a qualquer momento e não
possui nenhum tipo de sequenciamento associado a ela.
Atividade de Exercícios: essa atividade só poderá ser executada quando as atividades
de Leitura referentes à Identidade e Estrutura de Objetos e Hierarquia de Herança estiverem
concluídas. Após ser concluída a Atividade de Exercícios, o sistema sugere que se execute a
Atividade de Leitura - Conceitos Complementares.
Atividade de Trabalho - Persistência: só poderá ser executada quando pelo menos uma
das atividades (Atividade de Leitura referente a Hierarquia de Herança ou Atividade Vídeo
referente a Objetos Complexos) estiver concluída. Após conclusão da Atividade de Trabalho.
o sistema sugere que se execute a Atividade de Leitura referente a Conceitos
Complementares.
Atividade de Leitura - Conceitos Complementares: pode ser executada a qualquer
momento e não possui nenhum tipo de sequenciamento associado a ela.
Figura 4 - Composição do módulo Conceitos 00 por atividades previstas
Da mesma forma que os módulos, o controle sobre a disponibilização das atividades
previstas pode ser automático, ou seja, dependendo da conclusão de uma atividade outras
atividades podem se tomar disponíveis ou não.
4.2.2.2 - Base de Dados para Suporte a Atividades Previstas
A estratégia referente ao planejamento das atividades previstas de um curso a distância
foi modelada e ilustrada através do esquema apresentado pela figura 5.
Da mesma forma que os módulos, para cada atividade prevista pode-se informar quais
são as atividades obrigatórias e disponíveis, e os diversos tipos de sequenciamentos. A
atividade prevista pode estar associada a um requisito que, dependendo da atividade, pode ser
de leitura, trabalho, questionário, chat e outros. Esses requisitos podem ser decisivos na
verificação do cumprimento de uma atividade por parte do estudante. Todo requisito pode
possuir uma lista de questões e o cumprimento do requisito pode estar condicionado às
respostas das questões realizadas pelos estudantes. Cada atividade prevista pode estar
associada a atividades de reforço; isso significa que, se o estudante não conseguiu cumpri-la, o
sistema pode sugerir que ele faça atividades de reforço; essas atividades de reforço (assim
como as atividades previstas) podem estar vinculadas a materiais didáticos.
Figura 5 - Modelagem das atividades previstas de um curso.
A classe Atividade_Prevista possui seis atributos: assunto, comentário, obrigatória
(s/n), disponível (s/n), ativar_mecanismo (s/n), tipo (inicial, normal). O atributo
ativar_mecanismo habilita a verificação automática dos requisitos estabelecidos para a
atividade prevista.
4.2.3 - Tratamento da Transição entre Módulos e/ou entre Atividades Previstas
Buscando contemplar o tratamento da transição entre módulos e entre atividades
previstas definiu-se que, no planejamento de um curso, o professor pode estabelecer pré-
requisitos (representado pela classe Diagnostica - figura 3) e pós-requisitos (classe Somativa -
figura 3) para os módulos. Esses pré-requisitos e pós-requisitos poderão contribuir no sentido
de informar ao professor se o estudante tem conhecimento suficiente para iniciar um módulo ou
adquiriu conhecimento suficiente para finalizar um módulo. Isso poderá funcionar também
como uma forma de permitir ou não que o estudante inicie ou finalize um módulo baseado em
seus conhecimentos. Caso o módulo concluído não tenha sequenciamento, o estudante poderá
partir para qualquer outro módulo previsto e disponível no planejamento, caso contrário, ele
deverá seguir a seqüência.
Assim como a transição entre módulos pode ser condicionada a pré e pós-requisitos, a
transição de uma atividade para outra pode ser condicionada a requisitos (classe Requisito -
figura 5) a serem cumpridos durante a execução da atividade. A cada atividade que o professor
estabelece pode-se associar um requisito de modo que a atividade seja cumprida somente se o
requisito, ou uma percentagem dele, estiver cumprido.
A checagem do cumprimento de determinados requisitos pode ser realizada sem
conhecimento do estudante, no momento da realização da atividade, coletando informações
para decidir ou sugerir se o estudante está apto ou não a continuar seus estudos, ou seja, passar
para uma outra atividade prevista ou se ele precisa fazer um reforço. Por exemplo, o professor
estabelece uma atividade de conferência via chat e condiciona o cumprimento dessa atividade
ao cumprimento total ou parcial de um requisito, que pode abranger o número de mensagens
enviadas pelo estudante, grau de pertinência da mensagem, tempo de permanência no chat,
entre outros.
Tomando por base a figura 2, referente à modularização do curso de banco de dados,
utilizou-se para representar a transição entre módulos a seguinte situação apresentada pela
figura 6.
Figura 6 - Representação da transição entre módulos do curso de banco de dados
De acordo corn o planejamento realizado, o módulo Organização de Arquivos e
Estrutura de Índice só poderá ser iniciado após a realização de uma prova diagnóstica que vai
testar se o estudante tem conhecimento suficiente para realizar o módulo. Para a transição entre
os módulos Conceitos 00 e BD Objetos, Linguagens e Projetos é aplicada uma prova somativa
que testa se o estudante conseguiu adquirir os conhecimentos necessários referentes ao módulo
Conceitos 00 para efetivamente poder continuar com seus estudos. Essa prova somativa
também é uma prova diagnóstica com relação ao módulo BD Objetos, Linguagens e Projetos,
ou seja, além de testar os conhecimento adquiridos no módulo Conceitos 00 ela também
habilita o estudante a realizar o módulo BD Objetos, Linguagens e Projetos. Os módulos
Oracle e Access e Objeto Relacionai possuem provas somativas para testar os conhecimentos
adquiridos e permitir conclusão desses módulos. Para o módulo final está prevista a prova
somativa de certificação que testa os conhecimentos necessários que o estudante deve adquirir
durante todo o curso.
Da mesma forma, para representação da transição entre atividades dentro de um
módulo, foi utilizado o exemplo ilustrado pela figura 4. A figura 7 é a mesma que a figura 4
salvo que representa, como complemento, a transição entre as atividades previstas para o
módulo Conceitos 00.
De acordo com a figura 7, foi estabelecido que três atividades possuem requisitos,
sendo que duas delas prevêem atividades de reforço. No caso da atividade referente ao
trabalho sobre persistência, se os requisitos determinados não fossem cumpridos, o estudante
não poderia passar para a próxima atividade tendo que refazer a atividade até atingir os
requisitos estabelecidos. No outros dois casos, o estudante que não atingir os requisitos era
direcionado a realizar atividades de reforço. Uma vez realizado o reforço o estudante volta e
refaz a atividade, esse processo é repetido até que se cumpra os requisitos estabelecidos.
Figura 7 - Representação da transição entre atividades previstas dentro do módulo Conceitos
00 do curso de banco de dados
4.2.4 - Execução e Acompanhamento de Cursos a Distância
Esta seção apresenta como ocorrerá a execução do que foi planejado sob a percepção
do estudante.
Levando em consideração que o nível de conhecimento varia de estudante para
estudante, pode-se ter diferentes perfis de estudantes. Basicamente, três perfis foram
identificados:
- estudantes que não possuem conhecimento nenhum sobre o que está sendo abordado
no curso;
estudantes que detêm parte do conhecimento sobre os assuntos abordados no curso;
estudantes que já conhecem muito bem os assuntos abordados no curso (tem
interesse na certificação do curso).
A figura 8 procura contemplar os três perfis de estudantes, dando uma visão geral da
execução do planejamento de um curso a distância genérico envolvendo, além dos módulos e
atividades previstas, os pré e pós-requisitos referentes aos módulos e os requisitos referentes
às atividades previstas, além de contemplar atividades de reforço.
Uma vez matriculado em um curso, o estudante terá à sua disposição os módulos
planejados e as atividades previstas em cada módulo, podendo escolher, dentre o que foi
planejado e o que é permitido, por qual módulo começar e por onde avançar. Os tipos de
sequenciamento, se houverem, também estarão visíveis ao estudante.
A todo inicio de módulo pode existir uma prova diagnóstica que habilitará o estudante
a fazer ou não o módulo que ele pretende: é como um teste para verificar se o estudante tem o
conhecimento básico necessário para poder iniciar o módulo. A todo final de módulo pode
existir uma prova somativa que julgará se o estudante pode concluir ou não o módulo em que
está. E possível que a prova somativa de um módulo seja a prova diagnóstica do módulo
seguinte, caso eles estejam organizados seqüencialmente.
A conclusão do curso pode estar condicionada a uma prova somativa de certificação
referente ao último módulo previsto no curso, independentemente do caminho percorrido pelo
estudante. Um estudante com o grau de conhecimento avançado sobre os assuntos abordados
no curso pode realizar direto a prova somativa de certificação, podendo, desse modo, concluir
o curso sem ter que realizar nenhum outro módulo. Estudante com esse perfil, geralmente se
matricula no curso em busca somente do certificado. Já estudantes com outros perfis poderão
percorrer caminhos diferentes dentro de um mesmo planejamento.
O caminho percorrido do início até a conclusão do curso é responsabilidade do
estudante, o que o torna um ator ativo em seu processo de aprendizagem.
Figura 8 - Execução de um curso a distância sob ponto de vista do estudante
A partir do modelo descrito acima é apresentado, a seguir, como tais conceitos são
aplicados em um ambiente de EAD.
O estudante pode começar a realizar o curso a partir de qualquer módulo disponível
que não faça parte de um sequenciamento obrigatório (não seja um módulo intermediário ou
final de uma seqüência obrigatória). Uma vez escolhido o módulo a ser realizado, o estudante
terá acesso às atividades previstas para esse módulo. Cada atividade estabelecida pode estar
atrelada a um requisito que o estudante deverá cumprir para realizar essa atividade. No
momento em que o estudante realizar a atividade prevista, o sistema por si só deverá ser capaz,
através de um mecanismo associado a uma base de dados, de dizer se o estudante cumpriu ou
não o requisito estabelecido pelo professor, e baseado nisso, se ele pode ou não seguir para
uma outra atividade prevista. Caso o requisito não seja atingido, ou pelo menos um percentual
dele, o ambiente pode disponibilizar ao estudante atividades de reforço. Por exemplo, em uma
conferência de chat o professor pode ter estabelecido um requisito que condiciona o
cumprimento desta atividade a um número de mensagens igual ou superior a 5. Através de uma
base de dados que registra informações relativas à atividade de chat o sistema pode comparar
se o que o professor estabeleceu, no planejamento, foi atingido pelo estudante, na realização da
atividade.
O ambiente terá a função de contribuir com o professor e, até mesmo, decidir se o
estudante pode avançar ou não no caminho escolhido por ele.
Como exemplo pode-se relatar a visão do estudante sobre o planejamento realizado
para o curso de banco de dados (de acordo com as figuras 6 e 7).
Ao acessar o curso, o estudante visualiza todo o planejamento realizado em termos de
módulos. Nessa visão ele identifica os possíveis módulos por onde começar. De acordo com a
modularização realizada no planejamento do curso de banco de dados (figura 6), o estudante
poderá iniciar pelos seguintes módulos: Introdução, Organização de Arquivos e Estrutura de
Índice. Modelo Relacionai, Modelo ER, Conceitos 00, EER-OO, Oracle e Access, Final Dentre
esses módulos é sugerido iniciar pelo módulo Introdução. O caminho que o estudante irá
desenvolver dependerá, muitas vezes, da escolha realizada por ele. Isso significa que em um
dado momento da execução de um curso pode-se encontrar estudantes em diversas situações
dentro de um mesmo planejamento, possibilitando, desse modo, que o término do curso, com
relação ao tempo, varie de estudante para estudante. Vamos supor que um determinado
estudante opte por iniciar o curso pelo módulo Organização de Arquivos e Estrutura de índice.
Para isso ele deverá realizar uma prova diagnóstica. Caso passe pela prova o estudante estará
habilitado a realizar tal módulo. Suponha que ao concluir o módulo Organização de Arquivos e
Estrutura de Índice o estudante inicie o módulo Conceitos 00 (para esse módulo não está
prevista nenhuma prova). Após iniciar o módulo Conceitos 00 (figura 7) o estudante visualiza
todas as atividades previstas para esse módulo. Assim sendo, ele encontra disponíveis as
atividades pelas quais pode iniciar. São elas: Atividade de Leitura - Visão Geral dos Conceitos
OO, Atividade de Leitura - Hierarquia de Herança, Atividade
Vídeo - Objetos Complexos, Atividade de Leitura - Conceitos Complementares. Dessas
atividades é sugerido iniciar pela Atividade de Leitura - Visão Geral dos Conceitos 00. Da
mesma forma que ocorre na execução dos módulos, a situação de cada estudante em
determinado tempo, durante a execução do curso, pode ser diferente; isso depende muito do
caminho por ele escolhido. Vamos supor que o estudante opte por começar pela Atividade de
Leitura - Visão Geral dos Conceitos OO. Essa atividade de leitura está associada a um requisito
que deverá ser cumprido para a conclusão da atividade. Imagine que o estudante não conseguiu
atingir os requisitos especificados; assim sendo ele é direcionado para uma atividade de reforço
referente à leitura de um paper sobre o assunto em questão. Tão logo conclua o reforço, o
estudante voltará a Atividade de Leitura - Visão Geral dos Conceitos 00 e a executará
novamente. Suponha que na segunda tentativa o estudante tenha conseguido atingir os
requisitos, a partir disso, automaticamente a Atividade de Leitura - Identidade e Estrutura de
Objetos se torna disponível para ele. O processo continua, dependendo das seqüências
determinadas no planejamento e/ou do caminho escolhido pelo estudante.
Ressalta-se que o estudante não precisa, necessariamente, realizar as atividades
previstas dentro de um módulo, ou seja, caso o módulo possua uma prova somativa, basta o
estudante realizar essa prova para concluir o módulo independentemente da realização de suas
atividades previstas.
A todo momento que o estudante entrar no curso ele visualizará os módulos conforme a
situação em que está, ou seja, ele visualizará o que foi realizado, o que foi abortado, o que
ainda falta realizar, o que está disponível e o que não está disponível. Da mesma forma quando
ele entrar no módulo, visualizará as atividades conforme situação em que as deixou.
4.2.4.1 - Base de dados para suporte à execução de cursos
Os esquemas de dados ilustrados nas figuras 9 e 10 representam a modelagem criada
para dar suporte ao controle da execução de cursos a distância. A figura 9 contempla o
cumprimento de módulos em um curso a distância e a figura 10 o cumprimento de atividades
previstas em um curso a distância.
Figura 9 - Modelagem de suporte a realização de módulos
A figura 9, procura dar suporte à execução ou cumprimento dos módulos, por parte dos
estudantes. A parte do diagrama de classes que está em amarelo representa as classes
referentes ao planejamento do curso, já a parte do diagrama em cinza representa as classes
criadas e utilizadas para o controle do aproveitamento das provas de suficiência, tanto
diagnóstica quanto somativa, tendo em vista o cumprimento dos módulos. Basicamente são
controlas as respostas das questões planejadas para testar os conhecimentos dos estudantes.
Uma vez armazenadas tais respostas, o sistema pode comparar o que o estudante fez ou
respondeu com o "gabarito" determinado pelo professor no planejamento da modularização do
curso, tendo condições, desse modo, de informar ou até determinar que um estudante pode
iniciar ou concluir um módulo. A classe Aproveitamento é utilizada para armazenar o
aproveitamento do estudante nas provas, ou seja, logo que o estudante submete a prova, o
69
sistema verifica qual foi seu aproveitamento tendo em vista o mínimo requerido pelo
professor. Da mesma forma, a classe Cumprimento, indica se o estudante cumpriu
satisfatoriamente o módulo ou não (cumprir satisfatoriamente um módulo pode significar
cumprir as atividades previstas para o módulo e a prova somativa se houver). As classes
Aproveitamento e Cumprimento são alimentadas automaticamente pelo sistema.
Figura 10 - Modelagem de suporte a realização de atividades previstas
Com relação ao controle da execução de atividades previstas, o funcionamento é mais
ou menos a mesmo, só que ao invés do sistema fazer o controle sobre as respostas das questões
das provas, ele fará o controle sobre os requisitos a serem cumpridos pelos estudantes durante
a execução da atividade. Da mesma forma se compara o que o estudante está realizando com o
que o professor planejou para ele. O(s) requisito(s) pode ser determinante para o cumprimento
de uma atividade. As classes representadas em cinza, na figura 10, foram criadas para dar
suporte ao controle referente ao cumprimento dos requisitos estabelecidos a determinadas
atividades.
Um estudante matriculado em uma turma pode cumprir uma determinada atividade
prevista para sua turma. O cumprimento de uma atividade pode estar condicionado ao
cumprimento, total ou parcial, do requisito associado (pelo professor) à atividade em questão.
As informações tratadas pelo cumprimento, tanto dos requisitos quanto das atividades, estão
representadas na figura 10 pelas classes de cor cinza. No momento que o estudante estiver
realizando a atividade prevista ou no momento que o estudante estiver submetendo, ao sistema,
a atividade prevista, considerada cumprida por ele, estarão sendo registradas algumas
informações úteis (por exemplo: respostas das questões referentes a um requisito de
questionário, informações referentes ao chat, entre outras), referentes aos requisitos, para
possibilitar ao sistema a verificação do cumprimento dos requisitos, ou seja, o sistema terá
informações para verificar se o requisito estabelecido pelo professor, a uma determinada
atividade prevista, foi realmente cumprido pelo estudante.
4.3 - Considerações finais
Neste capítulo foram apresentadas a arquitetura de um ambiente de EAD, o modelo e a
base de dados para automatização de planejamento e realização de cursos a distância. Esse
modelo procura contemplar alguns aspectos considerados importantes em educação a
distância. De acordo com os estudos realizados no capítulo 3, tais aspectos não são
contemplados satisfatoriamente em ambientes de EAD; o modelo proposto para automatização
do planejamento e execução de cursos a distância apoiado por uma base de dados procura
oferecer uma solução viável para tratar esses aspectos.
Algumas das vantagens do modelo proposto são citadas a seguir:
- o tempo de conclusão do curso poderá ser diferente de um estudante para outro,
- os caminhos ou a ordem de execução dos módulos e atividades podem ser diferentes
de um estudante para outro;
flexibilidade por parte do professor com relação à elaboração do planejamento e por
parte do estudante com relação à execução do curso;
- abrangência a vários perfis de estudantes dados seus conhecimentos;
Dentro de uma visão de planejamento e execução de cursos a distância, procurou-se
satisfazer, de alguma forma, as características relatadas na seção 4.2.
Dos ambientes de EAD investigados na seção 3.4, poucas informações foram
encontradas sobre a sistemática utilizada para possibilitar a elaboração do planejamento e a
execução de cursos a distância. Dentre os trabalhos relacionados aos assuntos abordados nesta
dissertação, pode-se citar o realizado por Sizilio e Edelweiss [Sizilio and Edelweiss 2001] e o
realizado por Kunde [Kunde, Souto and Oliveira 2001]. Sizilio e Edelweiss apresentam um
método para modelagem de cursos a distância utilizando Workflow. Tal método visa apoiar o
professor na criação de cursos a distância englobando todas as tarefas relacionadas à
concepção, planejamento, definição e implementação do curso. Kunde enfoca a caracterização
das mudanças dinâmicas mais significativas que podem ocorrer no esquema conceituai
(modelado a partir de técnicas de Workflow) de um curso com a análise da repercussão das
mudanças nas instâncias em execução, que representam os estudantes realizando um curso.
Em ambos os trabalhos nota-se que, para auxiliar a sistemática utilizada, em busca dos
objetivos propostos, foram adotados controles realizados com o auxílio de banco de dados,
mas em nenhum dos trabalhos obteve-se informações detalhadas sobre como isso ocorre.
5 - VALIDAÇÃO DA PROPOSTA
Este capítulo tem por objetivo aplicar o modelo proposto de planejamento e execução
de cursos a distância em uma situação real, procurando verificar sua viabilidade. Essa
verificação consta da comparação de um curso de AutoCad 2000, a distância, já existente (sem
utilização dos recursos propostos) com o mesmo curso utilizando o modelo proposto. Algumas
características, relacionadas e comentadas no início da seção 4.2, são observadas para tal
análise: Planejamento Instrucional Organizado de Cursos; Aspectos de Flexibilidade; Ajuste
do Ensino de Acordo com o Perfil do Estudante; Minimização dos Aspectos de Linearidade em
Cursos a Distância; Minimização do Trabalho do Professor; Uso de Base de Dados.
Para auxiliar essa validação foi implementada a base de dados e um protótipo para
simulação do modelo de planejamento e execução de cursos a distância.
5.1 - Curso de AutoCad 2000 a Distância (Sem Utilização dos Recursos Propostos)
A FPTE - Fundação Paulista de Tecnologia e Educação (hoje UNILINS - Centro
Universitário de Lins), através do setor de Educação a Distância, tem trabalhado no sentido de
oferecer cursos a distância para a comunidade em geral. O primeiro curso a distância,
oferecido pela UNILINS foi o curso de AutoCad 2000. Esse curso já foi oferecido três vezes
englobando alguns perfis de pessoas. A primeira turma formada foi referente a profissionais,
atuantes na área de Engenharia, de diversas localidades do Brasil (Salvador, Campinas,
Manaus, São Paulo, Curitiba, Vitória, São José do Rio Preto, Belém, entre outras),
pertencentes à empresa EngeBanc - Engenharia e Serviços LTDA localizada na cidade de São
Paulo. A segunda turma foi formada com os próprios estudantes do curso de Engenharia Civil
da UNILINS. A terceira turma foi formada envolvendo o público em geral. Para o controle e
administração desses cursos foi adotada a seguinte política: todas as instruções, referentes ao
curso, foram informadas via e-mail; tais e-mails indicavam quais atividades deveriam ser
realizadas e o respectivo prazo. No decorrer do curso era checado o cumprimento de algumas
atividades como meio de validar o bom andamento do mesmo e possibilitar ao estudante a
obtenção do certificado. Todos os estudantes pertencentes a uma turma eram
subscritos em uma lista de discussão a qual poderia ser utilizada para comunicação com os
demais colegas e esclarecimento de dúvidas. Essa lista de discussão teve o acompanhamento
de um professor. As dúvidas não esclarecidas pelos componentes da turma poderiam ser
esclarecidas pelo professor responsável. A partir daí, gradativamente, de acordo com as
atividades previstas pelo professor, o material didático foi disponibilizado. Após conclusão do
curso era disponibilizado um questionário solicitando sugestões de melhoria, avaliação dos
aspectos referentes ao material didático, coordenação do curso, suporte do professor, entre
outros.
A política criada para o funcionamento desse curso de AutoCad 2000 é muito
semelhante à política de diversos cursos oferecidos pela internet. Abaixo é realizada uma
discussão referente a essa política levando em consideração as características selecionadas para
a comparação, conforme visto no início deste capítulo.
- Planejamento Instrucional Organizado de Cursos: o funcionamento adotado para o
curso de AutoCad 2000 contemplou o planejamento por instruções. Nesse curso o
planejamento foi realizado pelo professor estabelecendo atividades que os
estudantes deveriam cumprir no decorrer do curso. Como esse planejamento não
contemplou o aspecto de modularização, o professor não era induzido a organizá-lo
de forma modular. Nesse sentido, com o esquema adotado, a organização do curso
ficava restrita à divisão do conteúdo por atividades. Para esse curso de AutoCad
2000 foram adotadas seis atividades. A primeira atividade teve como objetivo
disponibilizar materiais introdutórios e auxiliares, que os alunos pudessem utilizar
durante o curso. Tais materiais abordavam os seguintes assuntos: Introdução,
Visualização, Plotagem e Edição no AutoCad 2000. A segunda atividade constava
da disponibilização dos materiais referentes a Conceitos Básicos e Layers. O
cumprimento dessa atividade foi condicionado à realização de uma terceira
atividade referente a alguns exercícios a serem entregues num prazo determinado. A
partir dessas três atividades foi iniciado um projeto referente à construção de uma
planta residencial. Para isso, foram disponibilizados, na quarta atividade, materiais
sobre Construção, Textos e Blocos. A quinta atividade disponibilizava materiais
sobre Dimensionamento (Cotas), Cortes e Fachadas. As atividades foram
disponibilizadas e executadas na seqüência, seguindo um prazo pré-determinado, de
modo que o projeto da planta residencial fosse evoluindo, de atividade para
atividade, até sua conclusão. Como última atividade, era requerido o envio do
projeto para apreciação do professor responsável. O estudante que tivesse
comprido todo o planejamento realizado e concluído o projeto final recebia o
certificado de conclusão.
Para se ter uma noção comparativa do planejamento realizado para esse curso de
AutoCad 2000 com a nova forma aqui proposta, é ilustrado, através da figura 11,
como seria tal planejamento tendo em vista o modelo proposto.
Figura 11 - Planejamento realizado para o curso de AutoCad 2000
Outro aspecto detectado como falho, no planejamento realizado para o curso de
AutoCad 2000, é que o material didático do curso deveria ser fornecido de uma só
vez e não pausadamente de acordo com as instruções planejadas. Segundo a opinião
de alguns estudantes, dependendo da atividade que era planejada e aplicada, alguns
outros estudantes ficavam presos no prazo imposto pelo professor no cumprimento
de tal atividade, ou seja, o estudante cumpria rapidamente essa atividade e ficava
ocioso esperando o professor disponibilizar novas atividades. Isso causava um
desconforto e desperdício de produtividade a alguns estudantes. Essa falha
detectada pelo próprio estudante ocorre, em nosso entendimento, devido à diferença
de conhecimento existente entre os estudantes, assim como a diferença de perfil de
cada um deles.
Aspectos de Flexibilidade: como pode-se perceber, na sistemática adotada para o curso
de AutoCad 2000, o professor não tinha muita flexibilidade para planejar o curso; ele
ficava preso ao estabelecimento de atividades previstas e determinação de prazos. Do
outro lado, o estudante ficava amarrado ao que foi previamente estabelecido à sua
turma, ficando impossibilitado de avançar no conteúdo programado, além de ter que
seguir as determinações planejadas. Esse item de flexibilidade é influenciado pelo
modo de planejamento adotado para o curso que, no caso do AutoCad 2000, é bem
rígido, com poucas alternativas que possibilitem tentativas de inovações com relação ao
planejamento realizado pelo professor. - Ajuste do Ensino de Acordo com o Perfil do
Estudante: esse item não é contemplado no curso de AutoCad 2000, pois o
planejamento é pouco flexível,
permitindo poucas alternativas ao professor. Nesse caso todos os estudantes deveriam
seguir o que foi planejado, independentemente do grau de conhecimento,
disponibilidade de tempo e interesse que cada um tivesse no curso. Minimização dos
Aspectos de Linearidade em Cursos a Distância: o aspecto de linearidade está
diretamente ligado ao planejamento estabelecido para um curso. O curso de AutoCad
2000 é totalmente linear, ou seja, o professor estabelece o sequenciamento das
atividades a serem realizadas pelos estudantes e para cada atividade ele estabelece um
prazo para seu cumprimento. Desse modo, os estudantes devem começar pelo mesmo
ponto, percorrer o mesmo caminho e concluir num mesmo prazo. Para a verificação do
cumprimento da atividade o professor pode fazer algumas exigências, por exemplo:
estabelecer questionários, perguntas dissertativas, trabalhos, etc. O sequenciamento da
atividade segue a cronologia do tempo condicionando o cumprimento da atividade ao
prazo estabelecido e as exigências estabelecidas pelo professor. - Minimização do
Trabalho do Professor: dependendo das exigências adotadas pelo professor na
verificação do cumprimento das atividades, a mão-de-obra é muito grande. Na primeira
turma do curso de AutoCad 2000, estavam matriculados 23 estudantes da empresa
EngeBanc. De acordo com o planejamento realizado pelo professor responsável, duas
das seis atividades planejadas eram pontos de verificação do aprendizado, ou seja,
exigências (atividades de exercícios). A verificação do cumprimento dessas exigências
era realizada individualmente por estudante sem a utilização de um processo
automatizado. Nessa turma o trabalho foi considerável; num curso com centenas ou
milhares de estudantes poderia ser impraticável.
Uso de Base de Dados: como a sistemática adotada para o curso não prevê aspectos
de flexibilidade no planejamento e na execução do curso e não contempla
mecanismos automáticos de verificação do cumprimento da atividade por parte do
estudante, a base de dados tem um papel de suportar a manutenção minima que se
refere: aos estudantes matriculados, as atividades previstas com respectivos prazos,
o cumprimento dessas atividades, a situação do estudante no curso com relação ao
cumprimento ou não de determinada atividade, entre outras. A base de dados no
curso de AutoCad 2000 se limita aos controles considerados básicos e
convencionais em um curso a distância, não incorpora recursos adicionais ou
diferenciais frente a outros cursos.
A partir desses resultados, foi desenvolvido o mesmo curso de AutoCad 2000 a
distância, utilizando o modelo proposto nesta dissertação, com o intuito de poder verificar as
contribuições que este oferece. A próxima seção relata como isso ocorreu.
5.2 - Curso de AutoCad 2000 a Distância (Utilizando o Modelo Proposto)
Objetivando verificar a viabilidade do modelo de planejamento e execução de cursos a
distância, optou-se por desenvolver o mesmo curso de AutoCad 2000 utilizando os conceitos
de modularização e sequenciamento, conforme descritos na subseção 4.2.1. Os aspectos de
atividades e sequenciamento não foram abordados, tendo em vista que a filosofia de
funcionamento é a mesma.
Para essa validação, pode-se contar com o mesmo professor responsável do curso
apresentado na seção 5.1.
Como primeiro trabalho, no intuito de desenvolver esse curso, foi realizada uma
reunião com o professor responsável. A finalidade dessa reunião foi apresentar-lhe a nova
filosofia para elaboração e aplicação de cursos a distância. A partir daí, o trabalho se
concentrou em montar o planejamento do curso.
Conforme pode-se observar na figura 12, o planejamento do curso de AutoCad 2000 foi
composto por doze módulos, dos quais um é inicial (Introdução) e um é final (Verificação do
Aprendizado). Da modelagem realizada anteriormente (seção 5.1) a atividade referente a
Fachadas foi embutida no módulo Dimensionamento e o assunto referente a atividade
Construção foi dividido entre os módulos Blocos, Textos, Dimensionamento e Cortes. A seguir
são comentados os módulos e os tipos de sequenciamentos determinados pelo professor
responsável.
Módulo Introdução: pode ser iniciado a qualquer momento e tem como seqüência
sugerida composta posterior os módulos Conceitos Básicos e Layers. Isso significa que o
estudante, após concluir o módulo Introdução recebe, como sugestão do sistema, dois módulos
dos quais ele pode, caso queira, caminhar.
Módulo Conceitos Básicos: pode ser iniciado a qualquer momento e após ser concluído,
o sistema sugere que se execute o módulo Layers.
Módulo Layers: pode ser executado a qualquer momento e possui uma seqüência
posterior obrigatória para o módulo Primitivas.
Figura 12 - Modelagem da modularização referente o curso de AutoCad 2000
Módulo Primitivas: só pode ser iniciado ou executado quando o módulo Layers estiver
concluído. O módulo Primitivas pertence a um sequenciamento obrigatório simples. Após ser
concluído, o sistema sugere que se execute o módulo Blocos.
Módulo Blocos: pode ser executado a qualquer momento e possui uma seqüência
posterior obrigatória para o módulo Textos.
Módulo Textos: só pode ser iniciado ou executado quando o módulo Blocos estiver
concluído. O módulo Textos pertence a um sequenciamento obrigatório simples tendo como
seqüência posterior obrigatória o módulo Dimensionamento.
Módulo Dimensionamento: só pode ser iniciado ou executado quando o módulo Textos
estiver concluído. O módulo Dimensionamento pertence a um sequenciamento obrigatório
simples tendo como seqüência posterior obrigatória o módulo Cortes.
Módulo Cortes: só pode ser iniciado ou executado quando o módulo Dimensionamento
estiver concluído. O módulo Cortes pertence a um sequenciamento obrigatório simples. Após
ser concluído, tem como seqüência sugerida composta posterior os módulos Visualização,
Plotagem e Edição. Isso significa que o estudante, após concluir o módulo Cortes, recebe,
como sugestão do sistema, três módulos dos quais ele pode, caso queira, caminhar.
Módulo Visualização: pode ser executado a qualquer momento e não possui nenhum
tipo de sequenciamento associado a ele.
Módulo Plotagem: pode ser executado a qualquer momento e não possui nenhum tipo
de sequenciamento associado a ele.
Módulo Edição: pode ser executado a qualquer momento e não possui nenhum tipo de
sequenciamento associado a ele.
Módulo Verificação do Aprendizado: pode ser executado a qualquer momento e não
possui nenhum tipo de sequenciamento associado a ele.
Na figura 12 também são ilustradas as características de obrigatoriedade e
disponibilidade dos módulos. De acordo com o planejamento realizado, para ser aprovado no
curso o estudante tem que, obrigatoriamente, realizar sete dos doze módulos previstos (são
eles: Layers, Primitivas, Blocos, Textos. Dimensionamento, Cortes e Verificação do
Aprendizado). Outra opção que o estudante tem é executar, em qualquer momento, o módulo
Verificação do Aprendizado, liberando-o da obrigatoriedade de ter que executar os outros
módulos.
Com relação à disponibilidade, o curso pode ser iniciado a partir de qualquer módulo
que esteja disponível. Desse modo, o estudante pode começar o curso pelos seguintes
módulos: Introdução, Conceitos Básicos, Layers, Blocos, Visualização, Plotagem, Edição e
Verificação do Aprendizado.
Ainda com relação ao planejamento realizado, foram estabelecidas quatro provas que
têm como finalidade testar se o estudante tem conhecimento suficiente para iniciar o módulo
e/ou finalizá-lo. Associado ao módulo Layers está prevista uma prova diagnóstica que testará
os conhecimentos do estudante para habilitá-lo a realizar o módulo. Para a transição do módulo
Layers ao módulo Primitivas está prevista uma prova somativa e diagnóstica que terá a
seguinte função: servirá para testar se o estudante adquiriu os conhecimentos necessários
referente ao módulo Layers e se o estudante tem conhecimento suficiente para iniciar o
módulo Primitivas. As outras duas provas (somativa e diagnóstica) estão previstas para o
módulo de Verificação do Aprendizado.
A seguir é realizada uma discussão tomando por base as características adotadas para a
comparação entre os cursos de AutoCad 2000 (sem e com o modelo proposto):
Planejamento Instrucional Organizado de Cursos: com a utilização do modelo
proposto o professor passa a contar com diversos recursos, tanto de modularização
quanto de atividades, que o auxilia na organização estrutural do planejamento. Tais
recursos possibilitam à divisão das informações ou instruções do curso, tanto no
que diz respeito ao planejamento do professor quanto à visualização e execução por
parte do estudante. Outro ponto também contemplado é com relação à ociosidade
do estudante, que ficava esperando o término do prazo, estabelecido pelo professor
em uma instrução, para continuar seus estudos. Com o modelo proposto,
dependendo de como o professor planeja o curso, o prazo pode não ser utilizado,
permitindo que o estudante não fique preso ou condicionado ao fator tempo. Desse
modo o planejamento, dependendo de como é realizado, pode abranger estudantes
de diferentes níveis de conhecimento. No planejamento representado pela figura 12,
o professor não adotou prazos para o cumprimento dos módulos; ele simplesmente
determinou um prazo máximo para a conclusão do
curso, permitindo, assim, que os estudantes se sintam à vontade para realizar o
curso, tendo somente a obrigatoriedade de finaliza-lo no prazo estabelecido.
Aspectos de Flexibilidade: são vários os aspectos de flexibilidade encontrados
quando se utiliza o modelo proposto. Analisando do ponto de vista do professor, é
possível realizar diversos tipos de planejamentos, combinando os conceitos de
modularização/sequenciamento e atividade/sequenciamento. Por exemplo, pode-se
fazer um planejamento enfocando um público alvo que pode abranger vários perfis
de estudantes contemplando inúmeros niveis de conhecimento; pode-se fazer um
planejamento rígido, totalmente seqüencial, ou flexível, permitindo ao estudante
iniciar e caminhar por vários caminhos; entre outros. Conforme comentado
anteriormente, o estudante pode, dado o planejamento da figura 12, optar por iniciar
seus estudos por oito diferentes módulos e a partir da escolha realizada pode-se ter
diferentes caminhos a percorrer.
Ajuste do Ensino de Acordo com o Perfil do Estudante: a partir do momento que o
sistema indisponibiliza ou disponibiliza módulos e/ou atividades, possibilitando o início
do curso por um ou vários módulos e permitindo que o estudante caminhe conforme sua
vontade e conhecimento, entende-se que o ajuste do ensino ocorra naturalmente
conforme o estudante vai realizando o curso de acordo com seu perfil e conhecimento,
ou seja, o sistema provê condições ou situações para que o estudante conduza seus
estudos, de acordo com suas características pessoais e seu próprio ritmo, frente ao que
foi planejado. Por exemplo (ver figura 12), o estudante que não reunir os
conhecimentos necessários, estabelecidos pelo professor, não poderá iniciar o módulo
Layers. Em outras palavras, dependendo do interesse que o estudante tem no curso, de
sua disponibilidade para realizá-lo e de seu grau de conhecimento sobre os assuntos
tratados, pode-se encontrar, no decorrer do curso, estudantes em diferentes situações. -
Minimização dos Aspectos de Linearidade em Cursos a Distância: a minimização
desses aspectos tem relação direta com a forma de planejamento realizada, pois esta
pode tornar um curso mais ou menos linear. No caso do curso de AutoCad 2000,
apresentado nessa seção, o planejamento minimiza os aspectos de linearidade, mas este
ainda se encontra presente a partir do momento que o professor condiciona o início de
um módulo à conclusão de outro. Por exemplo, segundo o planejamento ilustrado na
figura 12, foi estabelecido que os módulos Blocos, Textos, Dimensionamento e Cortes
pertencem a um sequenciamento
obrigatório simples, de modo que o módulo Textos só pode ser iniciado quando o
módulo Blocos estiver concluído e assim por diante. Assim sendo, o estudante é
obrigado a seguir, em algum momento da execução do curso, o sequenciamento
estabelecido. Por outro lado, o planejamento também contempla, em determinadas
partes, a não-linearidade quando, por exemplo, estabeleceu-se que o estudante
poderia iniciar o curso a partir de oito diferentes módulos e que o módulo de
Verificação do Aprendizado poderia ser realizado em qualquer momento da
execução do curso para a obtenção do certificado.
- Minimização do Trabalho do Professor: o modelo proposto não trata diretamente
essa característica, porém ele provê uma base de dados que permite o controle
automatizado sobre a verificação do cumprimento das exigências planejadas, pelo
professor, a determinados módulos e/ou atividades previstas. Por exemplo, o
modelo prevê existência de provas (diagnósticas e somativas) para condicionar a
transição entre os módulos; da mesma forma, está previsto o cumprimento de
requisitos para condicionar a transição entre atividades previstas. Dependendo da
maneira como forem elaboradas as provas e os requisitos, pode-se ter a verificação
automática de seus cumprimentos por parte do estudante, ou seja, o sistema pode
realizar uma checagem no intuito de verificar se o estudante está cumprindo o que
foi previamente planejado. Por exemplo, antes do inicio do módulo Layers (figura
12) está prevista uma prova diagnóstica; essa prova consta de uma série de testes
aplicados ao estudante de modo a permiti-lo avançar em seu caminho de
aprendizado escolhido. A correção dessa prova pode ser realizada de forma
automática; o professor programa o sistema para verificar se o estudante atingiu os
conhecimentos desejados e o sistema fornece os resultados liberando ou não o
caminho a ser percorrido pelo estudante.
- Uso de Base de Dados: para suportar o modelo proposto foi criada uma base de
dados para garantir que tais características, acima discutidas, fossem respeitadas
durante o curso. Além de controlar todo aspecto envolvido no planejamento
(modularização/sequenciamento, atividade/sequenciamento, transição de módulo e
transição de atividades previstas), também é controlada a execução do curso por
estudante, tendo em vista o que foi planejado. Desse modo pode-se ter, em um dado
instante, a situação de qualquer estudante de um determinado curso.
A seção 5.3 apresenta o protótipo construído para permitir que os controles necessários,
tanto do planejamento quanto da execução do curso, sejam estabelecidos e respeitados durante
todo o curso.
5.3 - Protótipo
Para avaliar o modelo proposto foi desenvolvido um protótipo que realiza o
processamento necessário para simular a elaboração do planejamento de um curso a distância,
no que diz respeito à modularização, e sua execução tendo em vista o planejado. Todas as
informações ilustradas nas figuras desta seção são armazenadas na base de dados.
Conforme elaborado pelo professor, na seção 5.2, figura 12, o curso de AutoCad
2000 foi planejado contendo doze módulos e quatro provas. Para que o professor alimente a
base de dados, representada pela modelagem ilustrada na figura 3 - seção 4.2.1.2, referente à
modularização e ao estabelecimento das provas, foi construída a seguinte interface.
Figura 13 - Planejamento
A figura 13 está ilustrando os dados do planejamento criado pelo professor para o curso
de AutoCad 2000 e os respectivos módulos que compõem tal planejamento. Uma vez
estabelecidos os módulos que irão compor o planejamento, o professor estabelece os tipos de
sequenciamentos (botão "Estabelecer sequenciamento entre módulos") que serão utilizados
para inter-relacionar tais módulos. A alimentação da base de dados segue o estabelecido no
diagrama de classes apresentado na seção 4.2.1.2 que descreve, além dos atributos da
modelagem, os tipos de sequenciamento que cada módulo pode possuir. Para estabelecer os
tipos de sequenciamentos tem-se a interface representada pela figura 14.
Figura 14 - Tipos de sequenciamento entre os módulos de um planejamento
Em geral, a interface da figura 14 auxilia o professor a estabelecer o sequenciamento
entre os módulos previstos para o planejamento de um curso. Nela, o professor seleciona um
determinado módulo para estabelecer um sequenciamento, em seguida ele escolhe o módulo
que se relacionará com o módulo anteriormente selecionado, e por fim ele estabelece qual o
tipo de sequenciamento que existirá entre esses dois módulos; o resultado desse processo é
visualizado na parte inferior da figura 14. Especificamente, a figura 14 ilustra o momento no
qual o professor responsável pelo curso de AutoCad 2000 está estabelecendo um tipo de
sequenciamento para o módulo Blocos (conforme o planejamento de módulos - figura 12). O
módulo Blocos tem como seqüência obrigatória simples posterior o módulo Textos.
Esse processo é repetido até que todos os sequenciamentos, referentes à modularização
do planejamento, sejam estabelecidos.
Uma vez elaborados os módulos e os sequenciamentos, o professor estabelece como
será a transição entre os módulos, ou seja, quais provas estarão previstas em quais módulos.
Para isso ele conta com a interface ilustrada na figura 15.
Figura 15 - Interface de elaboração de provas associadas a um determinado módulo
Para o estabelecimento das provas, o professor seleciona o módulo que deseja associar
a prova. Feito isso, é determinado se a prova é diagnóstica e/ou somativa, e são criadas as
questões.
A figura 15 ilustra a criação da prova diagnóstica associada ao módulo Layers.
Conforme pode-se observar o professor já estabeleceu uma questão (visualizada na parte a
direita da tela) e está criando a segunda questão (parte à esquerda da tela).
Quando do início do curso, é disponibilizada, ao estudante, uma interface contendo a
visualização do que foi planejado para o curso em termos de módulos. De acordo com a figura
16, as seguintes informações podem ser visualizadas pelo estudante. Sugestão de onde começar
(módulo tracejado); Visualização dos módulos disponíveis para execução (visualizados na cor
verde);
Visualização dos módulos indisponíveis para execução (visualizados na cor
vermelha);
Visualização das sugestões do professor, em termos de onde iniciar e/ou por onde
caminhar (módulo tracejado e setas); Visualização do que é obrigado ou não executar;
Visualização das provas; - As seqüências obrigatórias e/ou sugeridas e/ou opcionais.
Vamos supor que um estudante opte por iniciar seu curso pelo módulo Layers. Ao
clicar no módulo Layers o sistema automaticamente o redirecionará para uma tela referente à
prova diagnóstica prevista para esse módulo (figura 17).
O estudante realizará a prova e, caso seja aprovado, o sistema registrará seu
aproveitamento na prova e encaminhará o estudante para as atividades previstas nesse módulo
(as atividades previstas não são tratadas no protótipo tendo em vista que a filosofia de
funcionamento é a mesma utilizada no tratamento dos módulos). Caso sejam cumpridas, o
sistema registra o cumprimento das atividades e encaminha o estudante para a prova
(diagnóstica e somativa) que permitirá a transição do módulo Layers para o módulo Primitivas,
ou seja permitirá que o módulo Primitivas torne-se disponível para execução. Se o
aproveitamento da prova for satisfatório, o sistema registra o cumprimento do módulo
(indicando que o módulo já foi realizado), e em seguida disponibiliza o módulo Primitivas
(conforme sequenciamento estabelecido no planejamento). Caso o estudante não atinja o
aproveitamento desejado, o sistema registra o aproveitamento do estudante, informa que o
estudante não tem condições de realizar o módulo e não disponibiliza o módulo Primitivas. E
assim por diante.
Figura 16 - Visualização do estudante referente ao planejamento do curso
3
3
Opcionalmente, os módulos em vermelho poderão, ou não, ser visualizados pelos estudantes.
Figura 17 - Realização de provas
Suponhamos que o estudante realizou o módulo Layers com sucesso e depois escolheu
fazer o módulo Visualização. Como esse módulo não possui prova associada, o sistema
redirecionará o estudante para as atividades previstas do módulo. Uma vez concluídas, o
sistema registra o cumprimento das atividades e do respectivo módulo. Assim sendo, o
estudante se encontra na situação mostrada na figura 18.
Figura 18 - Situação do estudante dentro do planejamento do curso
5.4 - Aspectos de Implementação
Para a implementação do protótipo foram utilizados o ASP (Active Server Pages) e o
sistema gerenciador de banco de dados Borland Interbase Server. A opção pela escolha desses
softwares se baseou nos fatores gratuidade, facilidade de manipulação e disponibilidade de
recursos requeridos para a implementação do protótipo. Tal protótipo foi desenvolvido de
modo a ser manipulado na internet.
O esquema de trabalho adotado para implementação da base de dados e do
funcionamento do modelo proposto foi baseado em Scripts SQL e Stored Procedures
(procedimentos armazenados). Os Stored Procedures foram programados de modo a suportar:
a elaboração do planejamento de cursos a distância, no que diz respeito à
modularização e sequenciamento;
a execução do curso tendo em vista o planejamento realizado; - a visualização da
situação atual do estudante em um determinado curso, tendo em
vista o planejamento realizado.
A modelagem das informações necessárias para o planejamento, execução do curso e
visualização da situação atual dos estudantes é apresentada nas figuras 3, 4, 9 e 10.
Para a manipulação dessas informações e dos procedimentos armazenados no banco de
dados foram utilizadas interfaces construídas em ASP.
Do processo de elaboração do planejamento, a etapa mais importante é o
estabelecimento dos tipos de sequenciamentos entre os módulos. Conforme apresentado na
figura 3 os tipos de sequenciamentos são representados, na classe Modulo, por nove auto-
relacionamentos do tipo associação. Para a implementação dessa etapa foram criadas seis
tabelas, sendo que cinco (SObCa, SOpCa, SOpCp, SSuCa, SSuCp) surgiram provenientes dos
auto-relacionamentos N:M da classe Modulo. A tabela Modulo possui quatro atributos
(SiglaSObSa, SiglaSObSp, SiglaSSuSa, SiglaSSuSp) provenientes de quatro auto-
relacionamentos 1 :N da classe Modulo. Abaixo são relacionadas as tabelas e seus atributos.
Modulo (Sigla, Objetivo, Nome, Tipo, Obrigatório, Disponível, Data, Comentário,
SiglaSObSa, SiglaSObSp, SiglaSSuSa, SiglaSSuSp).
SObCa (Sigla. SiglaSObCa).
SOpCa (Sigla. SielaSOpCa).
SOpCp (Sigla. SiglaSOpCp)
SSuCa (Sigla. SiglaSSuCa).
SSuCp (Sigla. SiglaSSuCp)
Significado das siglas que estão representando as tabelas e os tipos de
sequenciamentos:
- SObSa - sequenciamento obrigatório simples anterior;
- SObSp - sequenciamento obrigatório simples posterior;
SSuSa - sequenciamento sugerido simples anterior; SSuSp
- sequenciamento sugerido simples anterior; SObCa -
sequenciamento obrigatório composto anterior; SOpCa -
sequenciamento opcional composto anterior;
- SOpCp - sequenciamento opcional composto posterior;
SSuCa - sequenciamento sugerido composto anterior;
SSuCp - sequenciamento sugerido composto posterior.
Após selecionados os dois módulos de um sequenciamento e o tipo do sequenciamento
(figura 14), essas informações são armazenadas no banco de dados ao acionar o Stored
Procedure cujo algoritmo é apresentado abaixo.
Procedimento Sequenciamento (Sigla_Modulo_T ratado, Sigla_Modulo_Referenciado. Tipo_Sequenciamento)
Início
/* SiglaModuloTratado: módulo foco do sequenciamento
Sigla_Modulo_Referenciado: o outro módulo do sequenciamento (pode ser anterior ou posterior) */
Localizar Sigla_Modulo_Tratado em Modulo Caso (Tipo_Sequenciamento = SObSa)
então
Modulo. SiglaSObSa = Sigla_Modulo_Referenciado
Caso (Tipo_Sequenciamento = SObSp) então
Modulo. SiglaSObSp = Sigla_Modulo_Referenciado
Caso (Tipo_Sequenciamento = SSuSa) então
Modulo. SiglaSSuSa = Sigla_Modulo_Referenciado
Caso (Tipo_Sequenciamento = SSuSp) então
Modulo. SiglaSSuSp = Sigla_Modulo_Referenciado
Caso (Tipo_Sequenciamento = SObCa) então
Instanciar SObCa com Sigla = Sigla_Modulo_Tratado e
SiglaSObCa = Sigla_Modulo_Referenciado
Caso (Tipo_Sequenciamento = SOpCa) então
Instanciar SOpCa com Sigla = Sigla_Modulo_Tratado e
SiglaSOpCa = Sigla_Modulo_Referenciado
Caso (Tipo_Sequenciamento = SOpCp) então
Instanciar SOpCp com Sigla = Sigla_Modulo_Tratado e
iglaSOpCp = Sigla_Modulo_Referenciado
Caso (Tipo_Sequenciamento = SSuCa) então
Instanciar SSuCa com Sigla = Sigla_Modulo_Tratado e
SiglaSSuCa = Sigla_Modulo_Referenciado
Caso (Tipo_Sequenciamento = SSuCp) então
Instanciar SSuCp com Sigla = Sigla_Modulo_Tratado e
SiglaSSuCp = Sigla_Modulo_Referenciado
Fim.
Do processo de execução do curso são controlados o cumprimento dos módulos e o
cumprimento das atividades previstas, tendo em vista o que foi previamente planejado. Um
módulo só é considerado cumprido quando ocorrer uma das três situações: se o módulo não
tiver prova de suficiência somativa associada a ele, seu cumprimento pode ficar condicionado
ao cumprimento das atividades previstas; se o módulo tiver prova de suficiência somativa
associada a ele, seu cumprimento pode ficar condicionado ao aproveitamento obtido na prova;
se o módulo tiver atividades previstas e prova de suficiência somativa associadas a ele, seu
cumprimento pode ficar condicionado ao cumprimento das atividades previstas e ao
aproveitamento obtido na prova. Os controles sobre o cumprimento das atividades previstas e
visualização da situação atual do estudante em relação as atividades previstas, não estão sendo
tratados neste protótipo, mas sua modelagem pode ser visualizada na figura 10. Esses controles
são análogos aos controles, apresentados pelos algoritmos a seguir, do cumprimento e
visualização da situação do estudante tendo em vista os módulos planejados.
Para verificação do cumprimento de um módulo foi criado o Stored Procedure
representado pelo algoritmo abaixo. Esse Stored Procedure é acionado quando o estudante
submete a prova de suficiência para o sistema (exemplo: figura 17) e esta é armazenada de
acordo com a estrutura apresentada na figura 9.
Procedure VerificarCumprimento (Id_Aluno, Id_Prova Lista_Respostas_Questoes)
/* Lista_Resposta_Questões: é uma lista que contém todas as respostas de um determinado estudante
referentes
as perguntas estabelecidas pelo professor no planejamento do curso */
Início
Localizar Id_Prova em Prova_Suficiencia
Verificar mínimo_aproveitamento em Prova_Suficiencia
Para cada resposta_questao em Lista_Respostas_Questoes
Instanciar Resposta_Questao Processar Qtd_Acertos /* comparação das
respostas estabelecidas pelo professor
(tabela Questao) com as respostas respondidas pelo aluno (tabela Resposta_Questao */
Instaciar Aproveitamento Caso Aproveitamento.Qtd_Acertos >= Prova_Suficiência.Minimo_
aproveitamento então
Instanciar Cumprimento com situacao = cumprido'
Fim
A visualização da situação atual do estudante é obtida em tempo de execução a partir
do planejamento realizado e dos módulos cumpridos pelo estudante. Para visualizar a situação
do estudante está sendo criada, em ASP, uma interface semelhante à representada na figura 18.
O primeiro passo para recuperar as informações necessárias para a verificação da situação atual
do estudante é checar, dentre os módulos planejados, quais são disponíveis (visualizados na
cor verde) e quais não são disponíveis (visualizados na cor vermelha). Depois de checar a
disponibilidade dos módulos planejados, verifica-se quais desses módulos foram cumpridos
pelo estudante (visualizados na cor azul). Para a mudança de um módulo de cor vermelha para
verde é verificado, além do cumprimento desse módulo, qual foi o tipo de sequenciamento
estabelecido e qual ou quais módulos são referenciados por esse sequenciamento. A partir
dessa identificação é possível disponibilizar automaticamente os módulos referenciados.
O procedimento responsável por mostrar a situação atual do estudante no curso é
representado pelo algoritmo abaixo.
Procedimento Mostrar_Situacao_Aluno
(Id_Aluno) Início
Recuperar informações sobre os módulos planejados no curso
/* Verificando a situação de cada um dos módulos planejados para o curso */
Para cada modulo planejado
Verificar disponibilidade
Caso Modulo.Disponível = S" então
ObjetoModuloTela correspondente ao módulo referenciado = verde
Caso contrário
ObjetoModuloTela correspondente ao módulo referenciado = vermelho
/* Verificando se o estudante já cumpriu algum módulo planejado */
Para cada Modulo planejado
Verificar se existe cumprimento associado ao Modulo
Caso Exista então
ObjetoModuloTela correspondente ao módulo referenciado = azul
/* Verificando os tipos de sequenciamentos associados ao módulo cumprido -
esta etapa tem por finalidade disponibilizar automaticamente os módulos a partir
dos sequenciamentos estabelecidos */
Verificar Modulo.SiglaSObSp
Caso Modulo. SiglaSObSp <> null
ObjetoModuloTela correspondente ao módulo referenciado = verde
Selecionar todos os registros da tabela SObCa onde
Modulo. Sigla = SObCa. Sigla
Caso exista Cumprimento associado a todos os registros então
ObjetoModuloTela correspondente ao módulo referenciado = verde
Selecionar todos os registros da tabela SOpCa onde
Modulo. Sigla = SOpCa. Sigla
Caso exista "pelo menos um" Cumprimento associado aos registros
selecionados então ObjetoModuloTela
correspondente ao módulo referenciado = verde
Selecionar todos os registros da tabela SOpCp onde
Modulo. Sigla = SOpCp. Sigla
Para cada registro selecionado
ObjetoModuloTela correspondente ao módulo referenciado = verde
Fim.
Obs. O ObjetoModuloTela se refere ao retângulo visualizado na figura 18 (esse retângulo está
associado a um determinado módulo da tabela Modulo).
5.5 - Considerações Finais
Este capítulo apresentou uma discussão referente à aplicação do modelo para
automatização do planejamento e execução de cursos a distância apoiado por uma base de
dados, objetivando sua validação. Para isso levou-se em consideração um curso (AutoCad
2000) a distância, aplicado sem uso do modelo proposto, e o mesmo curso modelado utilizando
os conceitos propostos. Para analise dos benefícios foi estabelecida uma série de características
que foram, em ambos os cursos, discutidas e comparadas. Para a verificação funcional e prática
de tal modelo, foi construído um protótipo e uma base de dados de modo a garantir que os
benefícios apresentados fossem realmente atingidos. Nesse protótipo foi simulada a criação do
planejamento de um curso de AutoCad 2000 a distância tendo em vista a visão do professor, e
a execução do curso tendo em vista a visão do estudante. Detalhes de implementação também
foram relatados.
6. CONCLUSÕES
6.1 - Considerações Iniciais
Este trabalho apresentou um modelo e a base de dados para automatização do
planejamento e execução de cursos em ambientes de educação a distância. O fator
flexibilidade foi levado em consideração em todo processo de elaboração e automatização do
modelo proposto. Entende-se por flexibilidade o fato do professor poder planejar um curso a
distância da maneira que achar mais conveniente de acordo com o propósito estabelecido para
o curso. Para que o estudante seja um ator ativo no processo de ensino/aprendizagem a
distância, entende-se que este possa ter a liberdade para iniciar um curso com base em uma
escolha entre vários pontos de partida e caminhar no curso de acordo com seu conhecimento,
ritmo, grau de interesse e disponibilidade.
Para que fosse possível a criação do modelo de planejamento e execução de cursos a
distância apoiado por uma base de dados, percorreu-se várias etapas:
Estudo sobre educação a distância;
Estudo sobre os aspectos de planejamento, execução de cursos a distância,
acompanhamento da execução de cursos a distância, avaliação para suporte a esse
acompanhamento e base de dados de apoio ao processo de ensino/aprendizagem a
distância;
Estudo sobre o tratamento de tais aspectos por alguns ambientes de EAD
existentes;
Levantamento das características consideradas como sendo problemas ainda não
satisfatoriamente resolvidos em educação a distância, referentes aos aspectos
citados no segundo item acima;
6.2 - Contribuições
A principal contribuição do trabalho está na automatização do processo de
planejamento e execução de cursos a distância referente ao funcionamento do modelo proposto
preservando a flexibilidade do professor na elaboração do planejamento e do aluno na
realização do curso. A automatização do modelo proposto minimiza os aspectos citados como
sendo problemas ainda não satisfatoriamente solucionados por ambientes de educação a
distância, problemas estes que abordam o planejamento, execução do planejado e avaliação
para suporte ao acompanhamento do estudante na execução do curso. Um dos fatores
problemáticos é a questão de flexibilidade no que diz respeito à elaboração do planejamento de
cursos a distância por parte do professor, e flexibilidade da execução de cursos a distância por
parte dos estudantes. É importante ressaltar que, de acordo com o modelo criado, a
flexibilidade na execução de cursos a distância tem relação com o planejamento realizado. O
professor pode elaborar o planejamento da maneira que julgar mais conveniente para o
propósito do curso. Dessa maneira o professor pode estabelecer um planejamento para um
curso enfocando um determinado público alvo envolvendo vários perfis de estudantes. Ele
pode organizar o planejamento através de sua modularização, composição dos módulos por
atividades previstas e estabelecer como será a transição entre os módulos e entre as atividades.
Através disso, o professor pode planejar um curso totalmente linear, semi-linear, ou não-linear,
tendo ainda a opção de poder controlar a verificação do cumprimento dos módulos e/ou
atividades previstas dinamicamente, disponibilizando ou não determinados módulos e/ou
atividades previstas de acordo com as exigências planejadas.
Com relação aos demais aspectos considerados não satisfatoriamente resolvidos em
educação a distância, o modelo pode ser utilizado pelo professor no sentido de possibilitar um
controle automatizado sobre a organização do planejamento instrucional do curso, englobando
os aspectos de linearidade. Os estudantes por sua vez, podem ser atores ativos no processo de
ensino/aprendizagem, de modo a se ajustar no curso de acordo com seu perfil.
Abaixo são relacionados os aspectos abordados pelo modelo de planejamento e
execução de cursos a distância apoiado por uma base de dados:
- Planejamento Instrucional Organizado de Cursos;
Aspectos de Flexibilidade;
Ajuste do Ensino de Acordo com o Perfil do Estudante; Minimização
dos Aspectos de Linearidade em Cursos a Distância;
- Minimização do Trabalho do Professor;
Uso de Base de Dados.
6.3 - Resultados Obtidos e Continuidade do Trabalho
Como resultados deste trabalho pode-se destacar a proposta de um modelo e base de
dados para automatização do planejamento e execução de cursos a distância, de modo a
considerar o fator flexibilidade e minimizar os problemas descritos e o desenvolvimento de um
protótipo para verificação da viabilidade do modelo proposto.
Como continuidade, está prevista a implementação total do modelo de planejamento e
execução de cursos a distância. O protótipo construído será evoluído de modo a contemplar: os
aspectos organizacionais referentes às atividades previstas; e os ajustes necessários para que o
protótipo se transforme em um produto.
Como sugestões de trabalhos futuros, pode-se ter:
- Criação de uma ferramenta visual para auxiliar o professor na elaboração do
planejamento de um curso a distância utilizando o modelo proposto neste trabalho,
uma vez que, é mais agradável e motivador modelar um curso através de uma
ferramenta gráfica do que utilizando as telas representadas pelas figuras 13 e 14.
Essa ferramenta terá como objetivo, além de permitir a elaboração do
planejamento, conforme pode ser observado na figura 12, permitir o povoamento
da base de dados;
Utilização de data mining para gerar regras para a verificação de qual caminho é o
mais adequado de acordo com o perfil do estudante;
Utilização de agentes de softwares ou de agentes inteligentes para controlar os
processos de execução de cursos a distância, acompanhamento, avaliação,
disponibilização de materiais, entre outros. O agente deverá orientar o estudante a
percorrer um determinado caminho tendo em vista a detecção de seu perfil no
decorrer do curso;
- Formalização do modelo proposto.
6.5 - Considerações Finais
Após percorrer todas as etapas de trabalho relacionadas nas considerações iniciais deste
capítulo, constatou-se, através do protótipo criado, a validação do modelo de planejamento e
execução de cursos a distância apoiado por uma base de dados. Com o protótipo pode-se
modelar e implementar a modularização do planejamento de um curso real de AutoCad 2000.
Os esforços agora estão concentrados para finalizar este protótipo, principalmente com relação
ao planejamento das atividades previstas. Depois que esse
protótipo estiver contemplando as atividades previstas e as transições entre elas, o curso de
AutoCad 2000 será disponibilizado para que as pessoas interessadas possam realizá-lo.
Os reais benefícios e possíveis problemas do modelo criado só poderão ser
integralmente avaliados quando da execução do curso. Algumas simulações foram realizadas
que comprovaram as facilidades oferecidas pelo modelo e a viabilidade da sistemática
adotada.
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