9Cachaça
cachaça
Bebida é produzida
artesanalmente
O setor reúne, em Salinas, cerca de 40 fa-
bricantes. Em sua maioria trabalhando com
processos artesanais de fabricação – do plan-
tio da cana à destilação do caldo – e produ-
ção anual reduzida.
A cachaça começou a ser feita, na re-
gião, com a chegada dos primeiros fazen-
deiros. Na verdade, seguiu os rastros da pe-
cuária. Os escravos daqueles homens pio-
neiros, além de lidar com o gado, tinham
experiência em preparar a bebida. Balduíno
Producers make cachaça using traditional artesian methods
There are over 40 cachaça producers in Salinas, most of whom employ artesian production processes –
from planting the sugarcane to distilling the cane juice – that yield low annual amounts.
Cachaça production in the region began with the arrival of the first farmers, following in the wake of cattle
ranching. Besides herding cattle, these pioneers’ slaves also had the know-how to make cachaça. Balduíno
Afonso was one such farmer who left Bahia and settled in Northern Minas Gerais with his family in the 1880s.
With some cattle and slaves, he began taming the surrounding wilderness. Just like his predecessors, Balduíno
set aside a part of his farm for planting sugarcane. As his grandson, Vicente Afonso, remembers, “The
sugarcane planted here came from Bahia. My grandfather and other farmers who joined him had all kinds of
uses for sugarcane: to feed the cattle, for the kids to chew on, for milling, to make juice, and especially to
make rapadura [a raw sugar in solid form], molasses, and cachaça.”
Afonso foi um desses fazendeiros. Entre
1880 e 1890, chegou com sua família ao
norte de Minas, após deixar a Bahia. Com
algumas cabeças de gado e escravos, ele pas-
sou a desbravar as redondezas. Balduíno,
como outros antes dele, também reservou
uma área de sua fazenda para o plantio de
cana. Como conta seu neto, Vicente Afon-
so: “A cana plantada aqui veio da Bahia. Meu
avô e os outros fazendeiros, que vieram com
ele pra cá, faziam uso dela pra tudo, servia
para o gado, para os meninos chuparem, para
se moer, para tirar o caldo para beber, e, prin-
cipalmente, para a fabricação de rapadura,
de melado e de cachaça”.