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EXPEDIENTE
Expediente
Conselho editorial
Andréa de Faria Barros Andrade, Getúlio Marques Ferreira,
Sandra Branchine e Sonia Ana C. Leszczynski
Coordenação editorial
Cinara Barbosa e Rodrigo Farhat
Produção executiva
Cinara Barbosa
Reportagens e fotografias
Rodrigo Farhat
Revisão
Gráfica Ipiranga
Impressão e Projeto Gráfico
Gráfica Ipiranga
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
A exatidão das informações, os conceitos e opiniões emitidos nos resumos estendidos
são de exclusiva responsabilidade dos autores
Agradecimentos
André Vilaron
Mônica Maria Montenegro de Oliveira
E a todos os professores e estudantes que fazem a rede de educação tecnológica no Brasil.
©2005 Ministério da Educação
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Série Cadernos Temáticos
Tiragem: 2.800 exemplares
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Esplanada dos Ministérios, Edifício Sede, bloco L, andar
70047-900 - Brasília - DF
Tel.: (61) 2104-8430/9526
Fax: (61) 2104-9744
Endereço na Internet: www.mec.gov.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Centro de Informação e Biblioteca em Educação (CIBEC)
Cadernos temáticos / Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica.
v. 1, (nov. 2004) . Brasília : Secretaria de Educação Profissional
e Tecnológica, 2004-.
1. Educação profissional. 2. Práticas educativas. 3. Experiências
pedagógicas.
CDU 377
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Arquivo
Apresentação 07
Editorial 09
Reportagens
Professores do Cefet de Minas fazem Ato e lançam revista 10
Tecnologia muda conceito de educação no Cefet - PB 16
Indústria de softwares modifica cenário da Paraíba 20
Cefet de Goiás é referência na área 24
Resumos Estendidos
Educomunicação na Idade Mídia 31
Rossana Viana Gaia
Personagens como elementos de comunicação do design 33
Alexsandro de Souza Azevedo e Luiz Claudio Gonçalves Gomes
A negociação da forma em sala de aula de LE 35
Ana Paula de Araújo Cunha
O uso de novas tecnologias na educação 36
Antônio Pedro da Silva Jr.
A intuição bergsoniana no efeito cômico 38
Fernando Lira Ximenes
Arte interatividade e a experiência do sentir 39
Aberto D´Avila Coelho
Um software educacional para análise de textos: concepção e uso de
uma ferramenta de ensino 40
Lafayette B. Melo, Gustavo W. D. Mendes, Antonio Rodrigues da Silva e Mônica Maria
Montenegro de Oliveira
Software educacional para processamento cerâmico 41
José Padilha Chrispim Neto e José Yvan Pereira Leite
Informatização e interligação dos setores produtivos e educativos
do Cefet - RP através de rede interna e Internet 42
Ruy Batista Santiago Neto
Uma ferramenta assistente para detecção de padrões de
projeto em diagramas UML 44
Edemberg Rocha da Silva
Tomando decisões no acompanhamento do aprendizado na EAD44
Claudivan Cruz Lopes
Uma experiência interdisciplinar: ensaios de caracterização de
polímeros e inglês instrumental 45
Carmen Iara Walter Calcagno, Cléia de Andrade Salles e Margarete Maria Chiapinotto Noro
SUMÁRIO
Sumário
Sensibilizando o método 47
Alexandre Vergínio Assunção e Lúcia Maria Vaz Peres
Beijo de Língua prazer, produtividade e cidadania no
ensino do idioma materno 50
Maria Verônica S. Vilariño Aguilera
Clarice Lispector: um ponto de vista oblíquo e dissimulado 51
Beatriz S. Cunha
O Português dos campos neutrais - influência do espanhol na
realização fonética da lateral posvocálica nos dialetos de Chuí e
Santa Vitória do Palmar 52
Jorge Espiga
Experiência de uma campanha publicitária de temática social,
desenvolvida por alunos do curso técnico de Publicidade 54
Elisabete R. Sales
Política de educação profissional: processos de resistências e de
reconstrução no cotidiano escolar 56
Edilene Rocha Guimarães
Revisão colaborativa de textos 58
Lúcia Maria Blois Villela e Ana Maria Milheira Cardoso
Relato de práticas pedagógicas visando o aumento da assimilação
de conteúdo 59
Cristine Jorge de Lima Bonfim
A eficácia dos lugares no texto técnico 62
Joselí Maria da Silva, Lucienne C. Espíndola
Metodologia de Projetos de Ensino e de Aprendizagem -
uma prática possível 62
José Luiz Lopes Itturriet, Marco Antônio Simões de Souza, Maria Odete de Lima de Oliveira e
Suzana G. Tust
A ética nicomancheia na era da cibercultura 64
Davis Macedo Vasconcelos
A viabilidade de textos humorísticos na construção dos sentidos 66
Edna Maria de Oliveira Ferreira
Criatividade na formação musical 67
Ronaldo Ferreira Lima e Silmara Lídia Marton
Observatório Socioeconômico da Região Norte Fluminense 69
Romeu e Silva Neto e Roberto Moraes Pessanha
Contatos 70
Foco 72
André Vilaron
APRESENTAÇÃO
Apresentação
Leitor,
Um retrato da rede federal de educação tecnológica começa a
ser desenhado e está em suas mãos, neste quarto Caderno
Temático da Educação Profissional. Aqui, você vai encontrar
relatos de experiências e práticas pedagógicas e também
reportagens sobre comunicação, informática, multimeios e
interdisciplinaridade.
Este caderno integra uma série de cinco. O primeiro volume
aborda o meio ambiente. O segundo examina projetos
relacionados à qualidade de vida, cidadania, saúde, educação e
trabalho e o terceiro exemplar da série, a produção de riquezas
e tecnologias nacionais. O último caderno desta coleção analisa
experiências ligadas à inserção das escolas da rede federal junto
às comunidades.
Trabalho nunca antes feito pela Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação,
estes cinco cadernos são espaço para divulgação de práticas e
pesquisas científicas. Para produzi-los, nossa equipe foi para
as ruas ouvir professores, alunos, funcionários e moradores
das vilas e das cidades de diferentes Brasis.
Algumas instituições aparecem nos resumos de práticas
pedagógicas e nos relatos de experiências, outras foram focadas
pelas reportagens e uma parcela consta de ambas as partes desse
volume.
As reportagens procuraram mostrar, de outro ângulo, uma
rede de escolas pouco conhecida do grande público. As matérias
abordam, principalmente, experiências do relacionamento das
instituições com as comunidades.
Esperamos publicar, nas próximas edições dos Cadernos
Temáticos da Educação Profissional, novas experiências, novas
práticas e novos relatos. Preferencialmente, de um Brasil
melhor e mais moderno, resultado do ensino, da pesquisa e de
atividades de extensão desenvolvidas nas escolas da rede federal
de educação profissional e tecnológica.
Boa leitura.
Antonio Ibañez Ruiz
Secretário de Educação Profissional e Tecnológica
7
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
8 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
André Vilaron
9
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
EDITORIAL
Editorial
O Brasil precisa de profissionais com novos perfis. Criativos,
autônomos, que saibam exercer suas atividades em grupos, que
sejam solidários e tolerantes. Eles devem também ser capazes
de avaliar seus resultados. Além de saber como fazer, esses
novos trabalhadores devem ainda entender por que se faz dessa
ou daquela maneira.
Este caderno, produzido pela Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, faz um
recorte na formação dos brasileiros pelas instituições federais
de educação profissional e revela um dos retratos possíveis
sobre a forma como o Brasil tem preparado esses novos
trabalhadores.
A rede - integrada por 34 centros federais de educação
tecnológica (Cefets), 36 escolas agrotécnicas (EAFs) e 42
unidades de ensino descentralizadas e a Escola Técnica de
Palmas -, quase um século, capacita para o mundo do trabalho
milhares de técnicos e tecnólogos, mestres e doutores em
diferentes áreas profissionais.
Um esboço dessa rede está neste volume, sob a forma de
resumos de experiências, práticas pedagógicas e de reportagens.
Neste exemplar sobre comunicação, informática, multimeios
e interdisciplinaridade, desde o relato sobre o Observatório
Socioeconômico da Região Norte Fluminense, no Rio de
Janeiro, realizado por professores do Cefet de Campos, até a
experiência interdisciplinar sobre ensaios de caracterização de
polímeros e inglês instrumental, da unidade de Sapucaia do
Sul, do Cefet de Pelotas. A influência do espanhol nos dialetos
de Chuí e de Santa Vitória do Palmar, do professor Jorge
Espiga, também do Cefet de Pelotas, e os processos de
resistências e de reconstrução, no cotidiano da sala de aula,
das políticas federais de educação profissional, pesquisados
pela professora Edilene Rocha Guimarães, do Cefet de
Pernambuco, são outros dos 26 relatos presentes neste
volume.
As reportagens tratam do curso de Geomática, do Cefet de
Goiás, e do Grupo de Telecomunicações e Eletromagnetismo
Aplicado (Gtema), do Cefet da Paraíba. Nesse estado, foi
produzida, ainda, a matéria sobre como a indústria de softwares
tem modificado a economia local. A experiência da revista
literária Ato, dos professores Camilo Lara e Rogério Barbosa,
veio do Cefet de Minas Gerais.
Como se perceberá em cada prática e reportagem, os projetos
estão relacionados às vocações do homem e das cidades onde
vivem professores e alunos da rede. Como disse um dia um
filósofo, a história determina o homem, mas são eles próprios
que a fazem, conscientes de seus processos e realidades.
Descubra, nas próximas páginas, um retrato de um Brasil que
se renova nas mãos de quem o faz.
10 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Professores do Cefet de Minas
fazem Ato e lançam revista
Publicação leva para dentro da sala de aula seleção literária de
Minas Gerais
Rodrigo Fahrat
Engula todas as suas palavras
Após chicoteá-las e arrastá-las.
Ao virarem sangue e medula
o que fazer com elas?
Para que esta dúvida não continuasse a perseguir seus passos,
o poeta Camilo Lara lançou, junto com o professor de
Literatura Rogério Barbosa, a revista Ato. Nas 52 páginas do
primeiro número, 17 artistas imprimiram suas letras, palavras,
textos, desenhos e resenhas.
Apesar de a revista ter nascido dentro das salas do Centro
Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Minas Gerais,
onde Camilo e Rogério são professores, a publicação não é
institucional. Com apoio da Lei de Incentivo à Cultura do
Estado de Minas Gerais, Ato é espaço para várias literaturas,
como explicam os editores: a alternativa, a inédita, a de gaveta,
Adriana Versiani, Álvaro Garcia
Andrade, Camilo Lara, Carlos
Versiani, Christian Maurício,
Edimílson de Almeida Pereira,
Fabert, Jardel Dias Cavalcanti,
Lázaro Barreto, Luciana
Tonelli, Luís Eustáquio Soares,
Marcelo Dolabela, Mário Alex
Rosa, Prisca Agustoni, Rogério
Barbosa da Silva, Wagner
Moreira e Wilmar Silva.
Literatura
11
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
a dos iniciantes e a dos iniciados. um diálogo", dizem.
De jeito mineiro, Camilo revela a ambição do projeto: conciliar
autores inéditos e consagrados. "Faltava um veículo que levasse
para a escola a produção de Minas Gerais", esclarece.
Enquanto o original Christian Maurício, presente em Ato com
"A Máquina do Deserto", dialoga com Carlos Drummond de
Andrade, o já reconhecido Lázaro Barreto foi resgatado em
Divinópolis e publicou seu "Vocabulário das Esferas", na
revista.
A publicação tem um propósito: divulgar literatura, publicar
poemas, contos, crônicas, ensaios, entrevistas e resenhas. No
primeiro número, poesias de Minas.
No segundo, que sai este ano, quem sabe as páginas não serão
reservadas à prosa? A pergunta de Rogério mostra esperança.
"Fizemos um projeto e queremos sua continuidade", diz.
Rogério e Camilo não querem que a revista seja escrita por
poetas para poetas. Para isso, apostam na divulgação de Ato no
meio estudantil e em sua disseminação.
Antecedentes Ato não é recente. É soma de trabalho que
começa em 2004, com a Seção (com cedilha mesmo) de
Atividades Culturais (SAC) do Cefet de Minas da qual Camilo
12 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
e Rogério, como poetas e professores, partcipavam na escola.
Nesses eventos promovidos pelo Cefet, os alunos participam
de palestras, de recitais, do lançamento de livros e de sessões
comentadas de cinema. uma maneira de fazer com que
as artes dialoguem", explica Rogério.
Os precedentes de Ato foram as duas edições da SAC/Dazibao,
cada uma com 500 exemplares. Na primeira, "O Corvo", de
Edgar Allan Poe, ganhou duas versões, a de Fernando Pessoa e
a de Carlos Versiani. O segundo volume foi "Blues", de Wagner.
O terceiro número está no prelo e tem um autor definido.
"Será a vez do Christian Maurício", revela Rogério.
O Cefet de Minas tem um histórico de formação humana,
crítica e cidadã, que ultrapassa a mera formação de
trabalhadores para atender ao mercado de trabalho. A afirmação
é do diretor da instituição, Flávio Santos, que diz: "Abrimos a
possibilidade para os alunos se expressarem no campus do Cefet
de Minas. E a revista Ato faz parte do projeto integral de
formação cidadã".
O campus do Cefet é um espaço
para a expressão e a
experimentação. Tanto que
Rafael Mazzi, publicitário e
ator, que atualmente
trabalha, ao lado de Gil de
Souza, na peça "Os
Atormentados", quis perceber
como as pessoas iriam reagir
à montagem. Para aprimorar
o espetáculo, eles fizeram, em
julho de 2004, um ensaio
aberto no Cefet de Minas, a
convite da Seção de Atividades
Culturais (SAC) da escola. Após
um ajuste aqui e outro ali, a
peça está pronta, com estréia
marcada para maio, nos
palcos do Cefet e do Palácio
das Artes.
Máquinas do deserto e do mundo
O inédito Christian Maurício, relevado por Ato, busca em
Drummond inspiração para sua "Máquina do Deserto":
A Máquina do Deserto
Christian Maurício
E como eu caminhasse mansamente
por um deserto do oriente místico
e no abrir da manhã um corvo louco
me bicasse ao som de um grito rouco
que era estático e ledo; e asas batessem
no véu de ferro, e suas negras penas
vagamente se fossem exaurindo
numa luz violenta vinda das dunas
e de minha alma íntima arrebatada
a máquina do deserto se avultara
para mim que a desfrutar a desejara
na delícia sobre-humana de uma tara
()
baixei a cabeça e chorei, imundo,
ascético quanto ao mal e quanto ao bem
que se me davam de graça ao meu domínio.
A luz mais matutina chegara
sobre as praias do deserto, preguiçosa,
e a máquina do deserto, arrependida,
se foi medrosamente dispersando,
enquanto eu, que não ganhara nem perdera,
seguira... para o mar da indiferença.
A Máquina do Mundo
Carlos Drummond de Andrade
E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper se esquivava
e de o ter pensado se carpia.
(...)
baixei os olhos, incurioso, lasso,
desdenhando colher a coisa oferta
que se abria gratuita a meu engenho.
A treva mais estrita pousara
sobre a estrada de Minas, pedregosa,
e a máquina do mundo, repelida,
se foi miudamente recompondo,
enquanto eu, avaliando o que perdera,
seguia vagaroso, de mãos pensas.
SAC/Dazibao nasceu em Divinópolis
Tudo começou em Divinópolis, com o grupo editorial Dazibao,
nos anos 1980. Diferentes formatos - suplementos, cartelas,
dobraduras e livros - serviam como suporte e desculpa para
publicar poesia. Em 1997, o grupo lança, em conjunto com
Arquivo
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CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
3 versões sobre 1 mesmo pássaro
Carlos Versiani escreveu "O Anu" em Itaguara, no interior de
Minas. O texto mantém o mesmo ritmo de "O Corvo", de
Edgar Allan Poe, como também o fez Fernando Pessoa em sua
versão do poema do escritor norte-americano.
"É impressionante o humor e a leveza que o poema assume
nesta versão tropical. Seria próprio do jeito brasileiro e
interiorano de falar, esta suavidade?", pergunta-se Versiani no
texto que antecede sua "transcriação". Ele mesmo responde:
"Pode ser, mas, com certeza, o humor e a leveza estavam lá,
mesmo que ocultos, no poema original de Poe". Compare:
outros círculos de escritores, a coleção Poesia Orbital, que
reuniu poetas de Belo Horizonte em 62 volumes.
A Seção de Atividades Culturais do Cefet de Minas, que agitava
o campus da instituição com múltiplas linguagens, em
conjunto com o Dazibao, passou a estimular, com livros e
recitais, a memória e a imaginação.
Hoje, o selo já tem dois volumes publicados - "Blues" e "O
Corvo" - e um no prelo.
O Corvo
Edgar Allan Poe
Once upon a midnight dreary, while
I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious
volume of forgotten lore
While I nodded, nearly napping,
suddenly there came a tapping,
As of some one gently rapping,
rapping at my chamber door.
"Tis some visitor", I muttered,
"tapping at my chamber door -
Only this and nothing more".
()
Open here I flung the shutter, when,
with many a flirt and flutter,
In there stepped a stately Raven of
the saintly days of yore.
Not the least obeisance made he;
not a minute stopped or stayed he,
But, with mien of lord or lady,
perched above my chamber door -
Perched upon a bust of Pallas just
above my chamber door -
Perched, and sat, and nothing more.
Then this ebony bird beguiling my
sad fancy into smiling,
By the grave and stern decorum of
the countenance it wore,
"Thoug thy crest be shorn and
shaven, thou", I said, "art sure no
craven,
Ghastly grim and ancient Raven
wandering from the Nightly shore -
Tell me what thy lordly name is on
the Night's Plutonian shore!"
Quoth the Raven, "Nevermore".
O Corvo
Fernando Pessoa
Numa Meia-Noite Agreste, quando
eu lia, lento e triste,
Vagos curiosos tomos de ciências
ancestrais,
E quase adormecia, ouvi o que
parecia
O som de alguém que batia
levemente a meus umbrais.
isto, e nada mais".
(...)
Abri então a vidraça, e eis que, com
muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos
bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não
parou nenhum momento,
Mas com ar sereno e lento pousou
sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que
por sobre os meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.
E esta ave estranha e escura fez
sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares
rituais,
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu,
"mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado das
trevas infernais.
Dize-me qual o teu nome nas
trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".
O Anu
Carlos Versiani
Uma noite na roça,
quando eu tocava a viola, assim meio
amuado,
umas moda bem das antiga,
e quase que tirava uns cochilo,
escuitei o que aparentava
o barulho de argúem que batia
na minha porteira,
mais nada.
(...)
Abri antonce a vidraça
e ói que cheio de rompante
entrou todo prosa o Anu,
que conheço de hoje...
Num disse um a, nem cumprimentou,
folgado, folgado,
pousou no muro de de dentro de
casa.
Numa estauta de São Romão
que tem em riba do muro de de
dentro de casa
Foi, pousou e nem tchum.
Uai, sô, num é que esse bicho
esquisito
inté aliviou minha aflição,
com a soberba do seu jeitão...
"Ô, ocê parece meio depenado, sô,
mas é poda de rico, né, encomendada.
Ó veio Anu retirante
das terras de Exu,
conta de uma vez
como é que chamam ocê
nos quinto dos inferno."
Disse o Anu:
"de jeito nenhum."
Arquivo
14 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
O Blues de Wagner
O autor de "Blues", Wagner Moreira, aulas de literatura na
Universidade de Itaúna, em Minas Gerais. Ele conta que, em
agosto de 2004, com o livreto na mão, eles fizeram um pocket
show para apresentar os poemas aos alunos do Cefet de Minas.
"Passamos também o "Cão Andaluz", o filme de 1928, de Luís
Buñuel e Salvador Dali. Jazz, blues e rock serviram de trilha
sonora para quatro atores. "Foi uma declamação encenada de
poemas que dão ênfase à voz e não têm preocupação com o
sentido. São sonoros", explica.
Depois do show, Wagner disse à platéia, que quem tivesse a
coragem de escolher um poema de "Blues" para declamar,
ganharia um exemplar de presente", conta. "Pois, naquela noite,
todos os alunos subiram ao palco para ler um trecho do livro",
conta.
Arquivo
Ato pode ser encomendada na Livraria
Scriptum (31 3223-7226), ou através
dos emeios [email protected] e
O Buda Ocidental, do Álvaro
Andrade Garcia, tem uma
vara de pescar fogo. Às
vezes, o poeta apaga seu fogo
num lago de aguardente,
porque não suporta seu
perfume. O nunca do Álvaro
tem um Buda deleitado num
berço cego vasto pasmo e
ato.
O curta metragem urbano da
Prisca Agustoni tem uma
indiana num tule, que
"passou por mim/e me
sorriu./Porque também/sou
de algures,/ e estou rela-
tivamente bem/nesta cidade/
de ninguém."
15
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Cefet Campos mantém revista de arte e
cultura
Não é em Minas que a cultura tem seu espaço editorial. No
Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Campos,
no Rio de Janeiro, o Laboratório Experimental de Design
Gráfico mantém, com periodicidade, Cayana, uma revista sobre
arte e cultura.
A revista é o canal prioritário para os estudantes do curso
superior de Design Gráfico mostrarem sua arte e
reinterpretarem a realidade. É também o suporte ideal para o
grande público conhecer a qualidade e o talento do profissional
que a escola de Campos está formando.
Em seu segundo número, Cayana pode ser adquirida através
do endereço eletrônico [email protected] ou do
telefone (22) 2733-3255.
16 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Tecnologia muda conceito de
educação no Cefet-PB
Gtema já teve dois projetos na lista de vencedores da
Fundação Vitae
Na era da informação, o Grupo de Telecomunicações e
Eletromagnetismo Aplicado (Gtema) do Cefet da Paraíba,
criado em 1994, não perdeu tempo. Em menos de uma década,
a equipe do programa já teve seu nome inscrito na lista de
vencedores da Fundação Vitae, por duas vezes, com os projetos
Telemática e Conectividade.
Um dos programas de incentivo da fundação contempla cursos
de escolas técnicas de nível médio e promove a incorporação
de conhecimentos e habilidades ao currículo, para
aperfeiçoamento do futuro profissional. Investe também, na
infra-estrutura tecnológica das escolas, comprando
equipamentos e atualizando acervos bibliográficos. Também
estimula a formação continuada de docentes e técnicos.
A criação do Gtema serviu para a inserção de novas tecnologias,
tanto no currículo escolar quanto na estrutura do Cefet. Em
Fotos: Arquivo
Telecomunicações
17
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
1997, foi criado o projeto Telemática-PB, que levou para a
sala de aula kits didáticos de microondas, comunicação de
dados e óptica e programas de computadores, além de um novo
conceito de ensino, preocupado com a transferência de
informação tecnológica.
Com o projeto, a informática deixou de ser apenas um meio
de aprender e ensinar - passou a ser, também, a finalidade. As
aulas no Gtema são quase todas realizadas em laboratórios,
onde não separação entre teoria, simulação e prática.
Laboratórios, aliás, que obtiveram conceito A na avaliação
de equipamentos feita pelo Ministério da Educação.
Amaro Flor Neto é técnico em eletrônica da Universidade
Federal da Paraíba e estudou no Cefet, de 1995 a 1998. Há
dois anos, voltou à escola para se formar em tecnologia de
Telecomunicações. Conheceu a realidade do Cefet antes do
Gtema e pode dizer de cadeira: "Tudo era muito teórico. Ao
longo do curso, o contato que tínhamos com a prática era
pequeno. Tínhamos um telefone público de ficha e uma
pequena central. Era tudo bem simples. Hoje, temos estrutura
para fazer o cálculo e a simulação em seguida".
Tony Eduardo Silva de Lima é responsável pela central de
18 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
processamento de sinais da BIG TV e também viveu aquela
época. Estudou no Cefet, de 1996 a 1999, e tem a mesma
trajetória de Amaro. As dúvidas
do trabalho na TV a cabo ele
sabe onde tirar. Leva todas para
dentro dos laboratórios do
Gtema. "Temos acesso a analisadores de espectro e a uma série
de equipamentos idênticos ao da empresa", diz.
Iniciado em 2001, o projeto Conectividade - Comunicações
Móveis e Redes de Comunicação, também ganhador da
Fundação Vitae, é um desdobramento do Telemática-PB.
Com recursos da fundação, alguns laboratórios foram
implantados e outros, aperfeiçoados ou reestruturados. Outra
meta atingida foi o treinamento de professores, técnicos e
estagiários na utilização da rede em cabeamento estruturado.
O aperfeiçoamento de docentes no uso e equipamentos de TV
a cabo e telecomunicações também não foi esquecido, assim
como a atualização do acervo bibliográfico.
Neste ano, o Gtema apresentou novo projeto à Fundação Vitae:
o Ceqttel, que pretende tornar o Cefet-PB um centro de
excelência na qualificação tecnológica em telecomunicações.
Nos laboratórios do Gtema,
teoria, simulação e prática
caminham juntas
19
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Procura
A instalação da rede de comunicação em cabeamento
estruturado foi um dos fatores responsáveis pelo aumento da
procura pelo curso de Tecnologia em Telecomunicações e
também pela ampliação
do número de vagas. Em
2000, a relação era de
sete candidatos por vaga.
No ano seguinte, o
número de vagas subiu
para 120 (além das 60 do turno da noite, também outras
60 à tarde), e a demanda passou a ser de 600 candidatos para
o turno da noite e 300 para o da tarde.
"Hoje, temos condições de sair do Cefet -PB
tanto com conhecimentos teóricos quanto com os
práticos"
Pedro Luís Limeira, estudante de tecnologia
em Telecomunicações
20 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Indústria de softwares modifica
cenário da Paraíba
Profissionais do Cefet-PB são atores do crescimento econômico
do estado
A indústria de programas para computadores tem modificado
a Paraíba e vai deixar a monocultura da cana-de-açúcar apenas
nas páginas dos livros de história. A economia do estado tem
apresentado taxas anuais de crescimento superiores à média
do país e mesmo da região Nordeste. Novas empresas vêm
consolidando diferentes parques industriais na Paraíba, como
o de minerais não metálicos, o têxtil, o de calçados, cerâmica e
informática.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostram que o crescimento do estado tem sido
contínuo. Em 2001, a variação do Produto Interno Bruto
(PIB) Industrial cresceu 32,8% no Brasil, em relação a 1985,
enquanto que no estado foi de 143,5%! Na região, o índice
foi 36,4% maior no mesmo período.
Fotos: Arquivo
Informática
Informática
21
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Para evitar vôos curtos como os das galinhas e deixar a economia
do estado com fôlego de carcarás, o Centro Federal de
Educação Tecnológica da Paraíba (Cefet-PB) tem procurado
formar profissionais competentes nas áreas de informática e
telecomunicações. São esses trabalhadores que têm ajudado
importantes cidades paraibanas, como Campina Grande, por
exemplo, a se consolidarem como pólos de crescimento
sustentável do estado.
O diretor de Relações Empresariais e Comunitárias do Cefet-
PB, professor Adriano Augusto de Souza, conta que 160
estudantes entram nos cursos de tecnologia em
Desenvolvimento de Softwares para Internet e de Rede de
Computadores por ano, 80 em cada curso. o programa de
pós-graduação em Gestão de Segurança da Informação tem
40 vagas.
Por ano, o Cefet-PB coloca no mundo do trabalho cerca de
200 profissionais. Esses cursos, ao lado do de tecnologia em
Redes de Acesso em Telecomunicações, que tem 140 vagas,
formam pessoas capazes de gerar novos negócios e
administrarem suas próprias carreiras.
22 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Trabalhadores criam programas e
sistemas
Quando um tecnólogo formado em Desenvolvimento de
Software para Internet sai do Cefet, é capaz de identificar as
necessidades de uma empresa ou de um projeto e de pensarem
programas e sistemas de informação específicos para cada caso.
O curso forma profissionais para atuarem na administração e
manutenção de sistemas de informação. Eles também são
capazes de levantar necessidades e dados para a elaboração
técnica de projetos e ainda implementar aplicativos.
O profissional é responsável pela programação e a
administração de redes de computadores e também pelo
suporte técnico. A definição de soluções de conectividade e
comunicação de dados e o dimensionamento, a especificação
técnica e a avaliação de equipamentos são ainda de sua
responsabilidade.
Esses profissionais costumam trabalhar sob pressão, pois um
problema na rede pode representar um grande prejuízo devido
à importância da transmissão de dados para companhias que
trabalham nesses ambientes. Em casos de pane, eles são sempre
os primeiros a serem chamados para resolver os problemas.
Erick Augusto Melo confirma. Ele é graduado em tecnologia
de Telemática e faz estágio em administração de redes no Cefet-
PB, onde também estuda Telecomunicações. Ele explica que
os maiores problemas que enfrenta são relacionados ao link,
que, na escola, é de 512 Kbits por segundo. "Na verdade, passo
o tempo administrando os serviços mais utilizados pelos
usuários para que a rede não tenha problemas e fique muito
carregada", revela.
23
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Currículos Os programas dos cursos técnicos e tecno-
lógicos do Cefet-PB são pensados de acordo com as habilidades
que devem ser adquiridas pelo aluno, para que ele consiga ser um
profissional competente. A idéia é capacitar o estudante para a
constituição de habilidades que se traduzam na aplicação,
desenvolvimento e gestão de processos de bens e serviços, sem
desconsiderar a formação humana e cidadã do estudante. Além
disso, os cursos do Cefet possuem foco no mundo do trabalho
e atendem às demandas dos cidadãos, dos trabalhadores e da
sociedade.
Projeto Nacional O Governo Federal fixou uma meta
ambiciosa para o setor de software no Brasil: o aumento das
exportações, em quatro anos, dos atuais US$ 100 milhões ao
ano para US$ 2 bilhões. O setor é um dos que receberão atenção
prioritária do programa de política industrial, em estudo no
governo.
O mercado brasileiro de software é o sétimo do mundo, e nos
últimos anos, cresceu 11% ao ano. O problema é que as
exportações são ainda muito modestas. O Brasil tem condições
de entrar no mercado internacional para competir com países
como a Índia, por exemplo, que exporta US$ 8 bilhões em
software, por ano. É nessa direção que o Cefet-PB tem cumprido
seu papel, fundamental para um projeto nacional de
desenvolvimento sustentável.
Paraíba high tech
O setor primário da economia da Paraíba tem perdido
importância no estado. Caiu de 40% de participação no PIB,
no início dos anos 1960, para menos de 7% nos anos mais
recentes. A população saiu da zona rural em direção às cidades
e começou também a influir nos espaços urbanos. As cidades
de serviços cresceram em importância, o setor industrial
aumentou e tem se modernizado, como resultado de políticas
de incentivos governamentais.
É o caso de Campina Grande, que, em 1984, ganhou o Parque
Tecnológico da Paraíba e, oito anos depois, o Programa
Nacional de Software para Exportação (Softex). Com cerca
de 70 empresas de informática produtoras de programas e
equipamentos, essas companhias geram cerca de 500 empregos
de nível superior, somente na área de desenvolvimento de
softwares e exportaram, em 2003, mais de US$ 410 mil.
24 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Cefet de Goiás é referência na área
Escola oferece dois programas de formação de tecnólogos e
um de técnicos
Poucas escolas brasileiras oferecem cursos de qualidade na área
de Geomática e o Centro Federal de Educação Tecnológica
(Cefet) de Goiás é uma delas. Referência nas regiões Norte e
Centro-Oeste, a instituição mantém dois cursos superiores
na área: Agrimensura e Geoprocessamento. ainda um curso
técnico em Cartografia.
Enquanto o primeiro forma trabalhadores capazes de medir e
demarcar terras, trabalhar a urbanização e o posicionamento
preciso de pontos, o segundo habilita especialistas na
identificação de diferentes sistemas de sensores remotos,
técnicas de tratamento, análise e interpretação de dados para
produção de mapas. Ele também é capaz de representar
terrenos, a partir de imagens digitais ou fotografias aéreas.
O curso de tecnologia em Agrimensura do Cefet de Goiás dá,
ao profissional do setor, condições de atuarem com a última
Ambos foram criados em 2000.
também cursos de
Geomática nos cefets do
Espírito Santo, Mato Grosso,
Pará, Piauí, Rio Grande do
Norte e Santa Catarina.
Geomática
25
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
tecnologia disponível no mercado, como receptores de Sistema
de Posicionamento Global (GPS), estações totais, níveis
eletrônicos e programas de agrimensura. o curso de
Geoprocessamento aprimora nos profissionais habilidades
relacionadas ao monitoramento do meio-ambiente,
reconhecimento dos recursos naturais da terra, uso e ocupação
do solo, atualização cartográfica e planejamento urbano e rural.
Profissionais da área têm que
ser hábeis em cálculos
numéricos, ter coordenação
motora e facilidade de
relacionamento e liderança. É
preciso, ainda, ter interesse por
informática aplicada.
Arquivo
26 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Mercado de trabalho Os tecnólogos em Agrimensura e
Geoprocessamento têm diversas áreas de atuação, na cidade e
no campo. Podem tanto ser autônomos como funcionários de
instituições e de empresas que lidam com Geomática. Eles têm,
ainda, condições de trabalhar com pesquisa aplicada.
São várias as aplicações das geotecnologias. A Secretaria de
Educação de uma cidade pode, por exemplo, através de mapas
digitais, cadastrar e localizar escolas e a pasta de Meio Ambiente
pode ter um controle mais eficaz das ações com impactos na
natureza. o gestor da Saúde pode planejar investimentos no
controle do Aedes Aegipty, mosquito transmissor da dengue, ou
identificar hospitais e postos de saúde, de acordo com zonas
de saneamento básico.
Outro uso é o aperfeiçoamento do cadastro imobiliário, que
pode melhorar a cobrança do Imposto sobre Propriedade
Territorial Urbana (IPTU).
À medida que a base de dados dessa prefeitura hipotética passe
a incorporar outros indicadores, é possível cruzar informações
sobre crianças residentes no município e incidência de doenças,
ou associar renda e desempenho escolar, ou, ainda, identificar
áreas da cidade com maior número de pessoas da terceira idade.
De posse desses cruzamentos, os gestores podem definir áreas
prioritárias para políticas públicas ou que necessitem de um
planejamento de ações de comunicação mais preciso, por
exemplo.
São todos os meios usados
para aquisição e gerencia-
mento de dados espaciais
necessários ao processo de
produção e gerenciamento da
informação espacial. O termo
representa uma evolução do
campo de atividades de
levantamento e mapeamento
e associa atividades tradicio-
nais, como topografia, carto-
grafia, hidrografia, geodésia,
fotogrametria, às novas
tecnologias e campos de
aplicação, como sensoriamento
remoto, sistemas de informa-
ção geográfica e sistemas de
posicionamento global por
satélite.
A Geomática lida com dados
coletados por sensores orbitais
e aerotransportados, por
instrumentos acoplados em
embarcações ou instalados
sobre a Terra. Os dados, depois
de processados e manipu-
lados, geram mapas ou base
de dados digitais, como
explica o professor do Cefet de
Goiás Giovanni de Araújo
Boggione.
Equipamentos e estrutura física são
diferenciais
O coordenador dos cursos de Geomática do Cefet, professor
Fábio Campos Macedo, diz que o diferencial dos programas
de tecnologia em Agrimensura e Geoprocessamento do Cefet
de Goiás são os recursos humanos, os equipamentos e a
estrutura física oferecida pela escola.
Dos 16 professores da área de
Geomática do Cefet de Goiás,
três são doutorandos, cinco são
mestres e três, especialistas.
27
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Várias parcerias mantidas pela instituição com órgãos públicos
e da iniciativa privada têm permitido o envolvimento dos
alunos, que podem fazer estágios e participar ativamente de
trabalhos reais", diz Fábio.
Ele conta que, recentemente, 30 estudantes participaram da
elaboração de um mapa urbano digital de Aparecida de Goiânia,
em Goiás e se envolveram nas atividades de desenho,
digitalização, manutenção e gerenciamento de banco de dados,
nas diversas fases do projeto.
O professor Fábio esclarece que a cidade goiana tem uma
característica incomum: os lotes são muito dispersos e a área rural
do município é menor que a urbana. Como os gestores
necessitavam saber onde estavam as áreas públicas, contrataram o
mapeamento para instalar os equipamentos públicos, de maneira
a atender um maior número de habitantes.
Com o Sistema de Informações Geográficas (SIG) que a prefeitura
da cidade está contratando do Cefet, o planejamento urbano ficará
facilitado: os impostos poderão ser cobrados com mais eficiência
e os benefícios para a população melhor planejados.
Equipamentos e estrutura física são
diferenciais
Cláudio de Almeida Carvalho, do curso de tecnólogo em
Geoprocessamento do Cefet de Goiás, sai todos os dias de
Anápolis, distante 65 quilômetros de Goiânia, para assistir às
aulas do curso, em Goiânia. Das 18h50 às 22h20, de segunda
a sexta, e das 13h às 18h, aos sábados, ele busca conhecer as
novas tecnologias num ramo que, acredita, tem muito futuro.
"Daqui a 20 anos, tudo poderá ser controlado e melhor
monitorado. Lote por lote", diz.
A cidade tem população
estimada, segundo dados de
2004, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE),
de 417.409 habitantes,
distribuídas por 288 quilôme-
tros quadrados. São 335.547
residentes na área urbana e
845, na rural (dados de 2000).
28 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Cláudio é sargento da Aeronáutica e trabalha com
processamento de imagens no Sistema de Vigilância da
Amazônia (Sivam). Antes de sua transferência de Roraima para
Goiás, em 2001, estudava Matemática.
Assim como Cláudio, todo profissional da Geomática sabe
que, quando a administração pública descobrir o sensoriamento
remoto, o planejamento e a gestão das cidades ficarão mais
fáceis. Além de melhorar a expansão urbana e o controle da
poluição nas cidades, a ciência permite detectar e planejar, no
campo, os custos das lavouras e das safras agrícolas, além de
auxiliar no controle das pragas.
Técnico em Cartografia é formado em
4 semestres
O curso técnico de Cartografia do Cefet de Goiás tem 1.020
horas, mais 400 horas de estágio, que podem ser cumpridas
dentro da escola ou em outra instituição. Para se formar na
área, o estudante pode fazer o curso simultaneamente ao ensino
médio ou depois de formado.
Esse técnico é capaz de participar de projetos de produção de
plantas, mapas e cartas digitais e também elaborar documentos,
a partir de levantamentos topográficos, de sensoriamento
remoto e de posicionamento por satélites. Ao final do curso,
o estudante ainda consegue fazer levantamentos de dados
espaciais e cadastrais, auxiliar em atividades que envolvam
mapeamento, nas áreas de fotogrametria, geoprocessamento e
sistemas de informação geográfica.
Como todo bom profissional, eles saem do Cefet de Goiás
com sólida base de conhecimentos tecnológicos na área, têm
capacidade gerencial e empreendedora e se adaptam facilmente
às novas tecnologias.
Arquivo
29
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Cefets integram sistema de educação
superior
Desde outubro de 2004, os 34 centros federais de educação
tecnológica (Cefets) integram o sistema federal de ensino
superior, que passa a ser constituído de faculdades, faculdades
de tecnologia, faculdades integradas, institutos e escolas
superiores, centros universitários, universidades e centros
federais de educação tecnológica.
O foco de atuação dos Cefets, no entanto, continua sendo a
área tecnológica para a formação profissional de jovens e
adultos. Ao ingressar no sistema federal de ensino, porém,
eles passam a ter acesso aos fundos setoriais de pesquisa e de
fomento à pós-graduação, como incentivo maior à qualificação
de docentes e à expansão dos cursos superiores.
Goiás  Instituída em 23 de setembro de 1909, pelo então
presidente da República Nilo Peçanha, a rede federal de
educação tecnológica tem 95 anos de existência e está em 22
estados. Somente Acre, Amapá, Rondônia, Mato Grosso do
Sul e Distrito Federal não têm Cefets.
Criada em Vila Boa, antiga capital de Goiás, com o nome de
Escola de Mestres e Artífices, a instituição foi transferida para
Goiânia em 1942. Em março de 1999, a Escola Técnica foi
transformada em Centro Federal de Educação Tecnológica de
Goiás.
Arquivo
30 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
RESUMOS ESTENDIDOS
Resumos Estendidos
Resumos Estendidos
Rodrigo Farhat
31
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
É consensual, entre pesquisadores que interagem no campo
fronteiriço da educomunicação, que vivemos um novo tipo de
sociabilidade - a qual denominamos Idade Mídia - sendo
importante aos profissionais que atuam nas escolas o
reconhecimento de que os discursos emitidos pelas mídias
fazem parte do cotidiano dos nossos alunos e podem, quando
utilizados em sala de aula, garantir uma prática pedagógica
que envolve construção de significados como parte central
do processo ensino-aprendizagem
1-3
. Embora o uso de mídias
na escola não seja propriamente uma novidade, pois registros
sobre esta prática na Espanha, em fins do séc. XIX, o mesmo
ainda se constitui em inovação para número expressivo de
instituições.
Destacamos, porém, que não basta utilizar o recurso midiático
em sala de aula para garantir uma aprendizagem significativa,
ou seja, não basta entender o jornal enquanto sistema de signos,
mas enquanto espaço de confrontos. É preciso que tenhamos
um novo profissional, o educomunicador
2-3
, capaz de pensar
de forma articulada duas áreas distintas, mas com forte
Educomunicação na Idade Mídia
GAIA, Rossana V.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Alagoas
A leitura crítica de jornais permite um ambiente de participação ativa
Fotos: Sandra Márcia do Nascimento
32 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
interdependência na contemporaneidade. Falamos portanto de
um profissional interessado em contribuir na formação de
cidadãos participativos, capaz de lidar com a notícia, enquanto
um bem simbólico universal dos mais significativos da nossa
época
3-3
; integrando o ensino à vida e contribuindo para a
formação de leitores críticos das mídias, capazes também de
produzir suas próprias mensagens.
A escola cidadã pressupõe professores que deixam de ser
espectadores ingênuos e passam a ler a mídia e interpretá-la
com os alunos. É necessário que estejam preocupados com a
vida democrática e interessados em formar alunos aptos não
a ler e escrever, mas também a participar, decidir e promover
práticas coletivas de interação. Desse modo, o espaço escolar
torna-se apenas o início de um processo que continua nas
demais práticas sociais. Quando o saber construído
coletivamente retorna à realidade social, a partir da prática
pedagógica, efetivamente estamos educando.
Referências:
1
COOL SALVADOR, César. Aprendizagem escolar e construção
do conhecimento
. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
2
CITELLI, Adilson. Comunicação e educação: a linguagem em
movimento
. São Paulo: SENAC, 2000.
3
GAIA, Rossana Viana. Educomunicação & mídias. Maceió:
Edufal, 2001.
Agradecimentos:
À Fundação de Amparo, à Pesquisa do
Estado de Alagoas (FAPEAL) que financiou
parte da pesquisa; ao prof. dr. Luiz Paulo
Mercado, pela orientação; e aos colegas e
alunos do Cefet - AL que contribuíram para
a sua realização.
A atividade desenvolvida no CEFET-AL atraiu a atenção da mídia alagoana e deu visibilidade à análise dos
estudantes.
33
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
A idéia original de um personagem deve-se em grande parte, às
marcas onde os símbolos eram representados por humanos ou
não, como no caso do mister Bibendum, construído através
da sobreposição de pneus. O personagem foi imaginado em
1893, quando um dos irmãos Michelin olhou para uma pilha
de pneus e teve uma "visão": uma composição daqueles objetos
em forma humana.
Foi gerada, ao longo de décadas, uma forte imagem associativa
entre o personagem e o produto, como a jovem suíça do leite
condensado. A jovem tem um ar de camponesa e ainda hoje é o
principal ícone do produto, passando recentemente por uma
grande transformação plástica, contudo, "sem perder a pose".
Personagens como elementos de
comunicação do design
GOMES, Luíz C. G.; AZEVEDO, Alexsandro de S.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos / RJ
Past up digitalizado: Luis Claudio Gonçalves Gomes
34 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Outro quadro memorável é o do cocker spaniel perseguindo a
garotinha de um conhecido bronzeador.
Quando o personagem ganha vida própria, articula a imagem
da marca com sua própria imagem, o mais apropriado seria
chamá-lo de mascote.
A mascote é definida como um ser, humano ou não, adotado
por um grupo como uma figura simbólica, especialmente
para trazer-lhe boa sorte e felicidade.
No universo gráfico, ela poderia ser conceitualmente
definida como um personagem com vida própria, capaz de
imprimir personalidade e dinamismo a um produto ou
serviço, co-atuando com sua marca.
O laço afetivo criado entre o público e as mascotes é
percebido em todas as culturas, haja vista a adoção desses
personagens em jogos mundialmente importantes como as
olimpíadas e a copa do mundo, que mais de três décadas
não abrem mão do uso de uma mascote diferente a cada
quatro anos. Nenhuma das mascotes olímpicas se compara
ao cativante Misha, ursinho que divulgou Moscou no ano
de 1980. Ele foi a mascote mais marcante.
O mundial de 2002 inovou, dividindo a sede entre dois
países - Coréia e Japão - e, a exemplo das Olimpíadas de
Sidney, adotou um trio de mascotes. Ato, Nik e Kaz são
três extraterrestres que vieram ao planeta apenas para dividir
a alegria que o futebol proporciona.
Assim como o símbolo e o logotipo, o personagem
imaginário é uma congregação do significado da marca
adaptada ao desenvolvimento psicológico e cognitivo do
consumidor. O personagem fala da marca muito mais do
que se possa imaginar.
A criação desses personagens de marca representa a formação
de um patrimônio inestimável. A exemplo disto, temos a
briga felina entre duas poderosas empresas de atividades,
inicalmente, distintas.
Por uma atuação ética - Não é por acaso que, em alguns
países, a propaganda dirigida às crianças é proibida,
considerando que elas são mais vulneráveis diante da
manipulação exercida pelas mídias. Incapazes de distinguir
ficção da realidade, podem ser vítimas de danos irreparáveis.
Caso recente dessa preocupação aconteceu em 2003 no
Brasil, quando foi proibida a utilização de animais
humanizados, bonecos ou animações que pudessem despertar
curiosidade na veiculação de propagandas de cerveja, haja
vista a vulnerabilidade dos escolares sob tais influências.
que se repreender o uso abusivo tais recursos, para fins
inconfessáveis ou prejudiciais às crianças, assumindo a
empresa total responsabilidade.
35
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Neste trabalho, apresentamos um estudo cujo foco precípuo
centra-se no feedback corretivo e no uptake do aprendiz (isto é,
repostas ao feedback). Nossos dados são resultantes da
observação e transcrição de lições ministradas em duas classes
de Inglês como Língua Estrangeira (LE), de nível
intermediário, totalizando 10 horas de interação em sala de
aula. As transcrições foram analisadas à luz do modelo adotado
no estudo de Lyster e Ranta (1997), o qual abarca
movimentos observáveis em uma seqüência de tratamento de
erro. Os resultados incluem a seqüência e distribuição dos
seis tipos de feedback usados pelos dois professores,
respectivamente pertencentes aos Grupos I e II. Outrossim,
foram observadas a freqüência e a distribuição dos diferentes
tipos de uptake do aprendiz, seguindo cada tipo de movimento
de feedback. Como no estudo de Lyster e Ranta, nossas
descobertas indicam uma forte tendência dos professores no
sentido de usarem reformulações (recasts), apesar de sua
A negociação da forma em sala de aula de LE
CUNHA, Ana P. de A.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas / RS
Arquivo
36 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
comprovada ineficácia em elicitar o reparo gerado pelo aluno.
Quatro outros tipos de feedback - elicitação, feedback
metalingüístico, solicitação de esclarecimento e repetição -
levaram, mais eficazmente, ao reparo gerado pelo aluno, sendo,
pois, capazes de iniciar o que Lyster e Ranta caracterizam como
a "negociação da forma".
Referências:
LYSTER, R. Recasts, repetition and ambiguity in L2 classrooms.
Studies in Second Language Acquisition, 20, 51-81, 1998.
LYSTER, R. & RANTA, L.
Corrective feedback and learner
uptake: Negotiation of form in communicative classrooms
.
Studies in Second Language Acquisition, 19, 37-66, 1997.
VAN LIER, L.
The classroom and the second language learner.
London, Longman, 1988.
O uso de novas tecnologias na educação
SILVA Jr., Antonio P. da
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas / RS
Estamos vivendo um momento em que a sociedade passa por
profundas mudanças, em todos seus segmentos. Em relação
ao mercado de trabalho, nota-se um acelerado aumento nas
ocupações de engenheiros, técnicos e setor terciário
(serviços), contra uma diminuição de ocupações agrícolas,
industriais e extrativas. Cada vez mais, postos de trabalhos
exigem pessoas que saibam ler e entender informações técnicas
e que sejam computacionalmente alfabetizadas
1
. o problema
para a educação, atualmente, não é onde encontrar a
informação, mas como oferecer acesso a ela, sem exclusões e,
ao mesmo tempo, aprender a selecioná-la, avaliá-la, interpretá-
la, classificá-la e usá-la. Tudo isso apresenta sérios desafios
para o sistema educacional e a escola.
Arquivo MEC
37
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Com relação à informática na educação, a questão vai além da
simples utilização de novas tecnologias, como o computador
e a Internet, em sala de aula. É preciso entender o conceito de
aprender, o papel do aluno, o papel do professor e o uso da
tecnologia
2
. Segundo Piaget
3
, o sujeito constrói seu
conhecimento quando interage com o meio e quando este meio
possui algum significado para ele, ou seja, quando este sujeito
sente a necessidade ou desejo de entender o que está
acontecendo. Para que isso ocorra, o aluno deve ser colocado
no centro do processo, de modo que se torne sujeito ativo e
participante. Cabe ao professor assumir o papel de orientador,
facilitador, um mediador no processo da aprendizagem do
aluno. Com relação ao uso do computador em sala de aula,
conforme Valente
5
, o aluno deve criar suas próprias soluções,
refletir sobre como buscar e usar novas informações
(aprender a aprender), porém terá sucesso se houver a
mediação por um educador que entenda o processo de
aprendizagem através da construção do conhecimento.
Muitos autores, entre eles Chaves
4
argumentam que o
computador pode ser utilizado desde a forma de uma simples
instrução programada ou simulação, até sua utilização por
meio de pacotes aplicativos, editores de textos, planilhas
eletrônicas, editores gráficos, entre outros. Chaves
4
ainda
argumenta que "quase toda forma de utilização do
computador, por parte das crianças, deverá surtir algum
benefício pedagógico".
Muitas dificuldades devem ser enfrentadas por parte do
governo, sociedade e escolas, entre elas, a falta de recursos
financeiros a falta de capacitação de recursos humanos,
espaço físico inadequado, resistência das escolas quanto à
introdução de inovações tecnológicas, entre outras. Devemos
estar atentos para a importância que as novas tecnologias
desempenham hoje em dia, e unir esforços no sentido de
construir uma sociedade mais justa e igual para todos.
Referências:
1
BRUNNER, J. J. Educação no Encontro com as Novas
Tecnologias
. In: TEDESCO, Juan Carlos. Educação e Novas
Tecnologias. São Paulo:Cortez, 2004.
2
MASSETO, M. Mediação Pedagógica e o Uso da Tecnologia.
In: MORAN, José et al. Novas Tecnologias e Mediação
3
PIAGET, J. Epistemologia Genética. São Paulo: Martins Fontes,
1990.
4
CHAVES, E. O Uso dos Computadores em Escolas:
fundamentos e críticas [on-line]
. São Paulo: Scipione, 1988.
Disponível em <http://www.edutec.net/Textos/Self/EDTECH/
scipione.htm> acesso em out/2004.
Pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
VALENTE, J. A.
Diferentes Usos do Computador na Educação.
In: VALENTE, J. A. Computadores e Conhecimento: repensando
a educação. Campinas: UNICAMP, 1993.
38 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
A intuição bergsoniana no efeito cômico
XIMENES, Fernando L.
Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará
Este trabalho pretende resgatar alguns conceitos da filosofia
de Henri Bergson (1859-1941), que lhe foram úteis para
suas teorias sobre o riso e abordar a questão do efeito cômico,
à luz da intuição bergsoniana. A intuição, como método rejeita
o racionalismo científico no seu esforço intelectual, para se
conhecer a realidade. Os métodos científicos partem de
pressupostos na elaboração de suas questões e, através deles,
deseja-se chegar a fórmulas generalizantes e fechadas. O
método científico apresenta erros na elaboração de seus
problemas, pois tenta conhecer a realidade, através de aferições
quantitativas, avaliando apenas as mudanças de grau das coisas
no espaço, como se os dados observáveis não mudassem, a
cada instante, em qualidade, em natureza. Com o método da
intuição, Bergson pretende conhecer a essência do ser em si,
no seu momento atual, nas suas diferenças de natureza, para
que possa eliminar os falsos problemas. Estas diferenças são
percebidas pela duração das coisas, que é a própria mudança
de qualidade. Os dados imediatos captados pela intuição, na
sua duração, são apreendidos por meio das lembranças do
passado que são, constantemente, atualizadas no presente pela
memória. A contínua movimentação do presente diz sentido
ao passado e comprimido no futuro, num fluxo, num pulsar,
numa contínua evolução criadora da vida, que se realiza pelo
impulso vital. Ele aplica seu método para concluir que, o riso
acontece quando a vida parece ter sido desviada de seu impulso
vital, e nos é apresentada como se os comportamentos
humanos fossem atos mecânicos, que apenas se diferem em
quantidade, em grau.
Referências:
BERGSON, Henri. O Riso, ensaio sobre a significação do cômico.
Rio de Janeiro. Zahar Editores, 1940
DUROZOI, Gérard, Roussel, André.
Dicionário de filosofia
Campinas -SP Papirus Editora.1990
FREUD, Sigmund.
Obras Psicológicas, Antologia Organizada e
comentada por Peter Gay
.Rio de Janeiro. Imago Editora,1992
DEULEUZE, Gilles.
Bergsonismo.Rio de Janeiro: Editora 34 .1999
Saulo Sena
39
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Como contribuição situada no contexto das novas tecnologias,
este trabalho investiga a arte, em sistemas de visualização de
imagens numéricas, ao focalizar oito instalações interativas,
todas da década de 90.
A repercussão do computador no campo das artes - visual,
cinematográfica, teatral, musical, multimídia -, como uma
ferramenta de criação leva, gradativamente, alguns artistas a
incorporarem tais recursos em suas pesquisas e ações. Como
instrumento que possibilita uma nova linguagem expressiva
na arte contemporânea, aos poucos, a digitalização se
estabelece, fazendo com que os novos meios tecnológicos se
tornem suporte de expressão artística, permitindo diferentes
aprofundamentos. Acredito que, com estes meios, a
movimentação dos artistas encaminha uma nova condição às
experiências estéticas, em que a Arte Interativa e a
interatividade se destacam como uma nova possibilidade de
provocação sensorial e motora.
As reflexões realizadas buscam fundamentar a relevância da
interatividade como experiência estética. Para tanto, enfatizam
a percepção sensório-corporal do indivíduo em ambientes
explorados por dispositivos sensoriomotores, destacando
novas provocações que se estabelecem em jogos que envolvem
Arte, interatividade e a experiência do sentir
COELHO, Alberto D´Avila.
1
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas / RS
Arquivo
1
Mestre em Artes Visuais pela UFRGS/ IA/
PPGAV.
40 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
corpo físico, arte e virtualidade tecnológica. Buscam mostrar
que a interatividade com propostas artísticas e meios
eletrônicos, compartilha do movimento de virtualização que
afeta a experiência do sentir na contemporaneidade.
Contextualizada no âmbito da sala de aula, esta investigação
objetiva uma análise da Arte Interativa, a fim de provocar a
necessidade de projetos que priorizem discussões pertinentes
às novas tecnologias digitais (a relação interativa com a arte, a
co-autoria, o jogo, as experiências corporais...). Trata-se de
uma abordagem sobre conhecimento específico em arte e que
pode apontar conteúdos a serem selecionados para grupos de
alunos do ensino fundamental, médio e superior. Resulta de
uma preocupação que, no meu entendimento, merece maior
atenção e investimento: a atualização dos conteúdos de Arte
em sala de aula.
Um software educacional para análise de textos:
concepção e uso de uma ferramenta de ensino
MELO, Lafayette B.; MENDES, Gustavo W. D.; SILVA, Antonio R. da; OLIVEIRA, Mônica M. M. de
Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba
A análise de textos, em qualquer disciplina, traz uma série de
dificuldades. Além disso, cada aluno tem uma história de vida
diferente e aspectos inerentes à sua capacidade de compreensão,
que influenciam a forma como ele entende o texto. Foi
desenvolvido, então, um software educacional que trata de
matérias que envolvem texto, tendo em vista uma proposta de
aplicação pedagógica. Basicamente, o que o software faz é
mostrar um texto qualquer com várias lacunas, que o aluno
completará se baseando em dicas registradas pelo professor,
sejam elas morfológicas, sintáticas, pistas específicas, vídeos,
sons ou páginas na Internet. Sendo assim, o software pode ser
aplicado a um único aluno que, em meio às dicas, desbrava o
texto, como também a grupos ou duplas de alunos. Por
exemplo, fizemos experiências em que duplas de alunos
trabalhavam em apenas um computador. Com isso, observamos
que os alunos, além de trabalharem com as pistas disponíveis
no software, discutiam entre si, a fim de chegarem a uma
conclusão e, assim, adquiriam conhecimento mútuo.
Arquivo
41
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
A indústria cerâmica estrutural possui cerca de 7.500 empresas
disseminadas pelo país, as quais operam com níveis técnicos
comprovadamente deficitários. Existe uma demanda social para
melhor formar os trabalhadores deste setor, tendo em vista
adequar os processos tecnológicos de adequação de misturas,
controle de processo e qualidade de produto, entre outros.
Existem dificuldades na operacionalização da formação, devido
à grande dispersão desta indústria no país, nos vários Estados
brasileiros. Sendo assim, o desenvolvimento de produtos
vinculados à educação à distância, deve ser objeto de trabalhos
de pesquisa para capacitar os trabalhadores, bem como
disponibilizar novos produtos para o uso nas disciplinas em
questão, os quais estimulem o aprendizado e possibilitem a
simulação de ensaios desenvolvidos em laboratórios.
O desenvolvimento de softwares, visando minimizar problemas
de formação profissional, deve ser objeto de preocupação de
grupos de pesquisa, os quais devem produzir, em suas áreas,
contribuições para a melhor qualidade do ensino e diminuição
das discrepâncias intelectuais no país.
O grupo de pesquisa em Processamento Mineral e de Resíduos
do Cefet-RN tem estimulado seus pesquisadores a
desenvolverem aplicativos. Neste contexto, apresenta um
software desenvolvido em plataforma Access, o qual apresenta
conceitos de matérias primas e processamento, metodologias
de ensaios de laboratório e materiais necessários, simulação de
ensaios, entre outras, todos associados a imagens visando
facilitar o entendimento do usuário.
O software foi desenvolvido a partir do conhecimento da
necessidade desta indústria e visa melhorar a qualidade dos
seus processos, a partir da disseminação de procedimentos
adequados à preparação de misturas e controles de processos
de fabricação.
O trabalho foi desenvolvido a partir de revisão bibliográfica e
o desenvolvimento do aplicativo foi realizado através de um
micro computador Celeron 1.200 Mhz, 512 Mb de memória
ram, em plataforma Windows® 2000 e XP da Microsoft,
com o software Access e códigos e visual basic, versão 2000.
A versão de distribuição foi gerada a partir do Office 2000,
Software educacional para
processamento cerâmico
CHRISPIM Neto, José P.
1
; LEITE, José Y. P.
2
Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte
*
1
Graduado em Tecnologia de Materiais
2
Prof. da Área de Recursos Naturais
*Laboratório de Processamento Mineral e
de Resíduos do Cefet - RN
menu do sistema
distribuição de tamanho
42 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Developer Tools (versão 1.0) e arquivos de distribuição.
As imagens foram tratadas com o Microsoft Photodraw 2000
e adquiridas com máquina fotográfica comum - Nikon de 35
mm que, após revelação, foram escaneadas com resolução de
300 dpi e com máquina digital Sansung Digimax 130, com
resolução de 1200 pixels.
O software desenvolvido apresenta uma tela inicial que possibilita
a navegação por várias outras. Quando o mouse é posicionado
sobre um dos discos cerâmicos apresentados ao redor de um
tijolo na tela principal, uma área com acesso por meio de click,
é ativada, e na caixa de texto em amarelo, é apresenta ao usuário
uma definição daquele ponto.
Este software educacional visa preencher a lacuna na formação
de pessoal qualificado na indústria e disponibilizar material
didático para a disciplina de Processamento Cerâmico, bem
como, abrir o mercado para os graduandos em Tecnologia de
Materiais, pois, este possibilita uma ampla divulgação das
atividades em que estes profissionais trabalharão.
Informatização e interligação dos setores
produtivos e educativos do Cefet - RP através de
rede interna e Internet
1
SANTIAGO, Ruy B.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Pomba / MG
Grupo de trabalho: CAPPELLE, Edílson R.; CAPPELLE, Rosana V.; PIRES, Robledo;
CAMPOS, Eloim O.
Na era da inclusão digital, torna-se imprescindível oportunizar
aos alunos, professores e técnicos administrativos o acesso a
microcomputadores e periféricos em geral, a fim de possibilitar
o desenvolvimento da comunidade escolar na área. A disposição
física dos prédios do Cefet-RP dificulta o acesso aos
laboratórios de informática, tendo em vista que, na maioria
das vezes, os setores estão distantes dos prédios onde se
localizam os laboratórios. Desta maneira, foi de vital
importância a instalação de equipamentos de informática em
todas as Unidades Educativas de Produção (UEP) o que
possibilitou o acesso a recursos como Internet, Intranet e
softwares em geral.
O presente projeto promoveu a interligação dos setores
produtivos e educativos do Cefet - RP, através de rede interna
e externa (Internet), equipando-os com microcomputadores
e impressoras. Esse avanço tecnológico influenciou
decisivamente no aumento da qualidade de ensino, permitindo
Fotos: Divulgação Cefet Rio Pomba
Sala de professores
1
Projeto financiado pela VITAE
técnicas usadas para caracterização
43
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
a democratização do acesso à informação, a criação de novos
postos de estágio, o desenvolvimento das atividades de pesquisa,
a criação e aperfeiçoamento de softwares, a adequação da postura
do educador frente às novas tecnologias, a adoção de novas
metodologias de ensino e a implantação do sistema de
acompanhamento de egressos.
O projeto envolveu a adequação física dos locais e a instalados
de 30 microcomputadores, 11 impressoras e rádios de
intercomunicação de rede. Os equipamentos foram
distribuídos pelas UEPs, de forma que facilitasse o acesso pelos
alunos, cada UEP recebeu 2 microcomputadores e 1
impressora, além da ligação à rede interna e Internet. Além
disso, foram disponibilizados equipamentos (micro e
impressoras) na biblioteca do Cefet - RP para serem utilizados
pelos alunos (10 micros e 2 impressoras) e na sala dos
professores (4 computadores e 1 impressora).
A implantação do projeto beneficiou todos os professores
(40), técnicos administrativos (80) e alunos (1500) do
Cefet-RP.
Com o financiamento da Vitae, este projeto propiciou vários
benefícios ao processo de ensino aprendizagem, permitindo a
troca de informações, o acesso rápido à Internet, a troca de
conhecimento entre alunos e professores de diferentes
instituições, práticas gerenciais, estratégias de aprendizagem
tecnológica e a criação de novas oportunidades de estágios
aos alunos do curso técnico em Informática.
Setor da Zootecnia III
Biblioteca
44 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Uma ferramenta assistente para detecção de
padrões de projeto em diagramas UML
O uso de padrões de projeto é considerado uma das mais
valiosas técnicas para produzir projetos software com qualidade.
Uma forma de melhorar o uso de padrões de projeto é
identificar suas realizações e inferir um conhecimento para
melhorá-las. Esta tarefa de encontrar todas as realizações de
padrões em um projeto caracteriza-se por ser tediosa para o
engenheiro de software. O presente artigo propõe um sistema
assistente para programadores e arquitetos de software para
auxiliá-los nessa tarefa, chamado SAMOA (Sistema de Apoio
a Modelagem Orientada a Objetos de Aplicações).
SILVA, Edemberg R. da
Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba
Unidade Descentralizada de Ensino de Cajazeiras
Tomando decisões no acompanhamento do
aprendizado na EaD
Um dos grandes problemas da utilização da Educação a
Distância (EaD) está na dificuldade de acompanhar o
aprendizado dos alunos. Esta dificuldade se justifica por
diversos motivos, dentre eles a falta de contato presencial entre
professores e estudantes, onde a ausência da percepção do
professor quanto ao estado de compreensão de seus alunos
pode levar ao insucesso de um curso a distância. Por outro
lado, uma vantagem da EaD, mediada por computador, é que
todas as atividades dos estudantes são registradas
eletronicamente e podem ser utilizadas para futuras análises e
melhorias no ensino. Contudo, pouco tem sido feito no sentido
de utilizar esta valiosa quantidade de dados. Seguindo esta linha
de pesquisa, este trabalho propõe uma estratégia para o
desenvolvimento de sistemas de apoio, voltados para o
acompanhamento do aprendizado na EaD. Tal estratégia está
baseada nas práticas de acompanhamento do ensino presencial,
acrescida da tática de análise de dados, onde fatores do
acompanhamento podem ser correlacionados para se verificar
a aprendizagem, de forma mais elaborada, por meio da geração
de um novo conhecimento descoberto com a utilização de
ferramentas de mineração de dados.
LOPES, Claudivan C.
Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba
Unidade Descentralizada de Ensino de Cajazeiras
45
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Este relato é decorrente de uma experiência interdisciplinar
realizada em nosso curso técnico da Área Indústria -
Habilitação: Transformação de Termoplásticos abrangendo
bases tecnológicas relativas à área de caracterização de polímeros
e à estratégia de leitura instrumental em inglês. Esta experiência
envolve professoras destes componentes curriculares e alunos
do módulo IV, do referido Curso, em aulas com carga horária
semanal de 5(cinco) períodos. O planejamento das aulas, tendo
em vista o sequenciamento das atividades, se em reuniões
docentes quinzenais.
Esta interação busca estimular os alunos a assimilar
terminologia técnica em inglês, na área de ensaios de
caracterização de polímeros e, simultaneamente, enfatiza a
relevância da utilização de normas internacionais para a
realização de ensaios poliméricos. Ao longo de todo o curso,
os alunos organizam de forma cumulativa, um glossário de
terminologia na área de polímeros e desenvolvem estratégias
de leitura em inglês, o que resulta na aquisição de razoável
habilidade de leitura. Do mesmo modo, em unidades
curriculares anteriores ao módulo IV, os alunos constroem
competências relacionadas a matérias-primas utilizadas na
indústria do plástico e suas propriedades, bem como a
influência das mesmas na obtenção de produtos plásticos de
qualidade.
Uma experiência interdisciplinar: ensaios de
caracterização de polímeros e inglês instrumental
CALCAGNO, Carmen I. W.; NORO, Margarete M. C.; SALLES, Cléia de A.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas
Unidade Descentralizada de Ensino de Sapucaia do Sul / RS
Alunos realizam ensaios de caracterização de polímeros baseados em normas técnicas internacionais escritas
em língua inglesa
Fotos: Carmen Calcagno
46 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
No módulo IV, os alunos elaboram procedimentos
operacionais, realizam ensaios de laboratório e emitem
relatórios, utilizando normas técnicas. Este aprendizado
compreende atividades práticas no Laboratório de
Caracterização e Controle de Qualidade de Polímeros, aulas
expositivas e o uso de diversas normas técnicas (ABNT, ASTM
e ISO), muitas delas redigidas em língua inglesa.
Nossa prática pedagógica nos permite afirmar que a articulação
interdisciplinar entre ensaios poliméricos com inglês
instrumental, por meio da respectiva elaboração de relatórios
e o desenvolvimento de habilidades de leitura de textos técnicos
em inglês, possibilita aos alunos o pleno atendimento das
necessidades de formação profissional e uma real aproximação
com o contexto produtivo, o que não ocorreria caso a
aprendizagem dos dois componentes curriculares ocorresse
de forma isolada.
Ao navegar no site da ASMT, os alunos realizam busca do
resumo de documento (document summary) das normas
elencadas dentro do componente curricular: caracterização de
polímeros, com ênfase na norma D883-00, que contém a
terminologia básica citada nas demais normas . Aprofundam,
ainda, a leitura das normas extra-classe e, simultaneamente,
aprimoram seu conhecimento aplicando-as nas aulas de
laboratório contextualizadas.
Dentro desta proposta, tem-se a avaliação como um processo
permanente que pressupõe o efetivo envolvimento dos alunos
exercitando a compreensão das normas e a realização de ensaios
ao longo do módulo, para que, a partir da construção do
novo conhecimento, sejam capazes de transferi-lo para outros
contextos do mundo do trabalho. Também realizam a pesquisa,
tradução e registro da nova terminologia em inglês e a
organizam em um glossário.
Esperamos, com este breve relato, ter contribuído para uma
reflexão sobre a importância de promover diálogos
interdisciplinares para articular formas inovadoras de construir
conhecimento na educação profissional, e de se promover a
vinculação de práticas pedagógicas às ações reais do cotidiano
do aluno no mundo produtivo.
Referências:
CALCAGNO, C.I.W.; Salles, C.de A.; Noro, M.M.C.; Cavalheiro,
AZ.; Reichwald, G.J.; Schultz, M.E.R.; Kaizer, P.V.T.
Projeto do Curso Técnico da Área Indústria - Habilitação:
Transformação de Termoplásticos
.Centro Federal de Educação
Tecnológica de Pelotas - UNED/Sapucaia do Sul, , Brasil, 2001.
http://www.astm.org
Cambridge International Dictionary of English. Cambridge:
Cambridge University Press, 1995.
GRELLET, Françoise.
Developing Reading Skills. Cambridge:
Cambridge University Press, 1981.
ROSATO, Dominick V.
Rosato's Plastics Encyclopedia and
Dictionary
. New York: Hanser Gardner, 1993 .
47
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Sensibilizando o método
ASSUNÇÃO, Alexandre V.
1
; PERES, Lúcia M. V.
2
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas / RS
O objetivo dessa pesquisa foi refletir sobre uma prática de
ensino na disciplina de Metodologia do Projeto do Curso
Técnico de Design Industrial (DIN) do Cefet / RS - Pelotas,
que procurou, com a ajuda dos alunos, um outro sentido para
o ensino de projeto. Baseado, principalmente, em Gaston
Bachelard, Gilbert Durand, Michel Maffesoli, John Dewey e
autoridades teóricas da área do Design Industrial, penso que,
numa resolução de problemas, a instauração de sentido vem
da mixagem de uma metodologia provisória, aberta e flexível
com a liberdade da imaginação criadora. Segundo Durand
(1988, p.37), a transcendência no seio de assuntos mais
objetivos. Em primeiro lugar, e num sentido mais amplo, o
que me leva a pensar sobre uma metodologia sensível como
elemento para guiar a prática e interações pedagógicas é a minha
percepção de que, na escola atual, e neste caso, no curso técnico
de Design Industrial, não mais espaço para abordagens de
monovalências racionalistas. Mas, ao contrário, necessitamos
de perspectivas abertas, com ações mútuas, visando um deixar
"ser/estar-junto-com", no sentido maffesoliano - a ação do
coletivo em busca da descoberta da verdade aproximativa; do
"porque não" bachelardiano, ao invés do assim" tradicional.
1
Cefet / RS
2
Universidade Federal de Pelotas ( UFPEL)
e Faculdade de Educação (FAE)
Fotos: Divulgação Cefet Pelotas
48 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Buscar o tom na direção de uma sinfonia humana que
proporcione um outro tipo de método; de uma outra qualidade
de razão, na direção de uma razão aberta, plural e sensível que
aponte para além das formalizações exigidas pelo método
científico estrito. De certo modo, postulando que o sujeito
deva saber encontrar um modus operandi, que permita passar do
domínio da abstração ao da imaginação permeada de
sentimento. Um pensamento unindo a razão com a emoção.
Estaríamos, então, diante de um novo método onde a
"imaginação criadora", de Bachelard, seria essa capacidade de
propor soluções aos problemas de uma forma integral, onde o
evidente as mãos ao escondido, o visível se mescla ao oculto.
Isto tudo, através de um novo discurso do método que
considere a paradoxal união entre o pensamento selvagem e o
saber intelectual; o equilíbrio entre a abordagem
fenomenológica e a pragmática. Esta foi uma pesquisa de
caráter qualitativo, do tipo estudo de caso, buscando eixos
pragmáticos e fenomenológicos, a um tempo. O modus
operandi do processo empírico da pesquisa - a busca de um
método sensível para o ensino no DIN - teve como ferramentas
a intuição, a percepção, a análise e a avaliação. Para que isso
acontecesse, disponibilizei situações e interações que
possibilitassem o ímpeto criativo inicial dos alunos. Propus,
em dezembro de 2003, a um grupo de alunos [05] da
disciplina de Metodologia de Projetos - curso de Design de
Móveis, um exercício de criatividade projetual. Para tal, ofereci
uma oficina criativa, de forma que expressassem suas idéias,
fazendo vir à tona, intuitivamente, suas imagens internas
(vontades), revelando o desconhecido, o sonho e dando-lhes
vida. O tema proposto era de um móvel para si. Quem não
gostaria de ter o seu móvel ideal para estudar, ler ou descansar?
A sugestão era deixar fluir a imaginação, numa espécie de
catarse heurística (alquimia criativa). As etapas foram as
seguintes: 1) Informação do tema (um móvel para si); 2)
Sensibilização musical (relaxamento); 3) Croqui em folha de
49
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
rascunho A3 (exposição gráfica da idéia); 4) Construção de
maquete volumétrica em E.V.A. (expressão tridimensional);
5) Execução de uma carta, contando a experiência criativa-
projetual (percepções e sentimentos). Após, tentei captar num
procedimento do tipo análise temática, a imaginação criadora
que aparecera nessa atividade. Para isso estive filmando,
fotografando e, ao final, pedindo que escrevessem uma carta
para o professor, com a intenção acima explicada. O foco de
meu interesse foi investigar o fenômeno do processo criativo
e de uma outra maneira de projetar, na tentativa de perceber
os "núcleos de sentido". O resultado apontou para produções
com muito potencial criativo e inovador, rompendo a
monotonia estético/funcional e causando "choques
perceptivos", sem deixarem de ser exeqüíveis. Assinala também,
para a capacidade do imaginário dos alunos, que como
"reservatório/motor" evidencia seus pré-requisitos imaginais
(sentimentos e lembranças) e reais (experiências, estudos,
vivências). Esses elementos imbricados fomentam forças
impulsionadoras de idéias e ações, sublinhando a complexidade
das coisas. O imaginário, como refere Michel Maffesoli, é sutil,
revela e oculta a própria coisa descrita por ele, deixando a cada
um o cuidado de revelar.
Referências:
BACHELARD, G. A Poética do Devaneio. São Paulo: Martins
Fontes, 1988.
------------, A Terra e os Devaneios da Vontade. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
------------,
O Ar e os Sonhos: ensaios sobre a imaginação do
movimento
. São Paulo: Martins Fontes, 2001.]
------------,
A Filosofia do Não; O Novo Espírito Científico; A
Poética do Espaço
. São Paulo: Abril Cultural, 1980.(Os
Pensadores).
DEWEY, J.,
Experiência e Natureza; A Arte Como Experiência;
Vida e Educação
. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Os
Pensadores).
DURAND, G.
A Imaginação Simbólica. São Paulo: Cultrix/USP,
1988.
------------,
As Estruturas Antropológicas do Imaginário. São
Paulo: Martins Fontes, 1997.
------------,
Campos do Imaginário. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.
MAFFESOLI, M.
Elogio da razão sensível. Petrópolis: Vozes.
2001.
-----------,
O Conhecimento Comum. São Paulo: Brasiliense,
1988.
PERES, L. M. V.
O Imaginário Científico sob a invocação de
Gaston Bachelard: um trânsito entre duas vertentes
epistemológicas
. Pelotas: PPGEDU/UFPel, 2002b.
SCHULMANN, D. O Desenho Industrial. Campinas: Papirus,
1994 (Coleção Ofício de Arte e Forma).
50 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Beijo de Língua prazer, produtividade e
cidadania no ensino do idioma materno
O projeto, no âmbito do Doutorado em Língua Portuguesa,
nasceu da vivência profissional da autora, no jornalismo e no
magistério e da observação cotidiana de uma relação com a
língua quase sempre defeituosa, misto de medo e rejeição que,
na maior parte das vezes, compromete a plena expressão de
idéias, sentimentos, expectativas e desejos das pessoas e,
sobretudo, o desenvolvimento da consciência crítica necessária
ao exercício da cidadania.
O ponto nevrálgico de nossas inquietações situa-se nas
deformações de um sistema de ensino que, freqüentementel,
privilegia a "gramatiquice"; insiste em priorizar os conceitos
de certo e errado; secciona o estudo do idioma, em "aulas" de
redação, gramática, literatura; compromete - às vezes,
irremediavelmente, - o prazer da leitura, pelo direcionamento
obrigatório, pela limitação de fontes, pelo utilitarismo e pela
mania interpretativa, levando inapelavelmente à fragmentação
do sentido das coisas.
Língua é conhecimento, sim e regras também, sem dúvida. A
gramática normativa é necessária e fundamental, valioso ponto
de referência e comunicabilidade. Mas, se falar ou escrever, de
forma a traduzir idéias e sentimentos de pleno entendimento
de parte do outro, ler, de maneira a apreender o pleno sentido
do texto, fossem questão de regras não se veriam tantos
problemas de interpretação e redação. É preciso menos regras
e mais afeto; menos "decoreba" e mais "Van Gogh", menos
prescrições e mais erotismo.
O projeto- acreditamos - pode ser aplicado com proveito na
Educação Tecnológica, área em que constatamos também um
descontentamento generalizado com o direcionamento da
disciplina e seu pleno aproveitamento, consoante as propostas
e objetivos dos cursos.
O projeto, que abrange a edição de publicações especializadas,
palestras e oficinas de texto para professores (contemplando
todas as linguagens: literária, jornalística, publicitária, do
cinema e da música, das artes plásticas, etc), entre outras
iniciativas, abarca um trabalho específico de utilização do
jornal diário, tema de nossa tese O jornal: leitura de mundo
nas malhas da linguagem.
Paralelamente, visando à edição de uma coluna jornalística fora
dos padrões de "consultório gramatical", a autora produziu
uma série de textos, publicados, por um ano (2003/2004),
como crônicas, em revista bimestral.
AGUILERA, Maria V. S.V.
1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
1
Avaliadora do Ensino Profissional
Tecnológico do MEC; graduada em
Português-Literatura de Língua Portuguesa,
com Mestrado em Língua Portuguesa, pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ); professora do Instituto de Letras e
da Faculdade de Comunicação da UERJ;
Pós-Graduação em Tradução-Francês pela
Universidade Federal Fluminense (UFF)
RJ; jornalista profissional e doutoranda da
UERJ.
51
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Clarice Lispector: um ponto de vista
oblíquo e dissimulado
CUNHA, Beatriz S.
1
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas / RS
"Não vemos as coisas exceto quando somos capazes de falar
sobre elas, de as trazer de volta através das palavras."2
Como os homens foram, durante longo período, os únicos
historiadores e escritores, as mulheres que se lançaram na
literatura perceberam que, para desenvolver alguma atividade
intelectual, era imprescindível conhecer e dominar as formas
de representação que os homens têm da realidade.
Assim, grandes escritoras, notadamente a brasileira Clarice
Lispector, desenvolveram artifícios capazes de dissimular o foco
narrativo feminino, dando-lhe "status" de masculino, sem
renunciar, contudo, à expressão da voz da mulher. E é
demonstrando como se produziu o discurso do homem, que a
mulher vem buscando desconstruí-lo, como forma de repensar
os papéis de homens e mulheres em nossa sociedade, bem como
o lugar que a cada um compete nela ocupar.
A narrativa em primeira pessoa, de acordo com Käte
Hamburguer, "tem sua origem na estrutura enunciativa
autobiográfica
3
". "Entretanto, o eu que aparece na narrativa de
Clarice Lispector, em A hora da estrela, não narra a vivência pessoal
do narrador
4
", pois a narrativa que é atribuída a ele se transfere
da autora para Rodrigo S.M, o narrador ficcional. Servindo-se,
pois, de um artifício, Clarice passa a palavra a "Sua Majestade" o
homem, aquele que sempre foi historicamente o dono da voz.
Arquivo
1
Professora de Língua Portuguesa e
Literatura Brasileira do Cefet- Pelotas / RS
52 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Então, por intermédio de Rodrigo, o eu narrador que se a
conhecer como autor e não, como autora e revela-se com as
palavras "DEDICATÓRIA DO AUTOR (Na verdade, Clarice
Lispector)"
5
, diz: "Quanto a mim, me livro de ser apenas
um acaso porque escrevo, o que é um ato que é um fato
6
".
Logo, o que lhe confere a possibilidade de vencer a condição
imposta pelo seu gênero é o dom de saber expressar-se por
meio da escrita, domínio considerado masculino. Contudo,
permanece na escritora a sensação de que poderia não ter
recebido tal qualidade e ser uma Macabéa qualquer: "Quando
penso que eu podia ter nascido ela - e por que não? -
estremeço
7
".
Consciente, portanto, de que para afirmar-se como sujeito é
necessário que a mulher se aproprie do discurso nos moldes
masculinos, Clarice desconstrói o olhar com que o homem
a mulher e mascara a origem do foco narrativo feminino, ao
atribuí-lo a um narrador masculino. Com isso, dá um passo
adiante no rompimento do silêncio que os homens impuseram
às mulheres, e que, elas próprias, poderão quebrar.
Referências:
2
DANEY, Serge. Cahiers du Cinéma, jul-ago 92, n 458, p. 13.
3
Apud ENGELMANN, Magda Shirley. O jogo Elocucional
Feminino
. Goiânia: UFG, 1996, p. 53.
4
ENGELMANN, Magda Shirley. Opus cit., p. 53.
5
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1977, p.7.
6
Idem,ibidem, p. 45
7
Idem, ibidem, p. 48.
O português dos campos neutrais - influência do
espanhol na realização fonética da lateral
posvocálica nos dialetos de Chuí e
Santa Vitória do Palmar
Com base na Teoria da Variação, na Sociolingüística
Pluridimensional e na Fonologia Autossegmental, esta pesquisa
foi realizada na região historicamente denominada Campos
Neutrais, que abrange os municípios fronteiriços de Chuí e
Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do Rio Grande do
Sul; no intuito de verificar o grau de implementação da
vocalização da lateral posvocálica, mudança lingüística interna
ESPIGA, Jorge
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas / RS
Outra instituição: PUC - RS
53
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
que, iniciada no latim, apresenta, atualmente, no português
brasileiro (PB), a fase final da sua implementação. Partiu-se
da hipótese de que o contato com o espanhol, na fronteira,
exerceria influência significativa na variação e na mudança desse
segmento e que a recente integração da região dos Campos
Neutrais ao resto do Brasil, de outra parte, facilitaria o ingresso
e a inovação de variantes inovadoras nos dialetos chuiense e
vitoriense. A pesquisa ensejou propor a revisão da regra
telescópica que a literatura tem postulado para a mudança da
lateral, a qual consiste na posteriorização e vocalização
articulatórias, uma vez que foram reconhecidos sons
intermediários aos tradicionalmente descritos. A variante mais
antiga da lateral do PB, o alofone alveolar, que predomina no
espanhol, mostrou-se também predominante em ambos os
dialetos fronteiriços, sendo que as variantes vocalizadas,
inovadoras, inexistentes no espanhol, têm presença
importante no dialeto vitoriense. Embora tenham sido
consideradas várias variáveis lingüísticas, na análise estatística
dos dados, os resultados do processamento mostram que os
fatores extralingüísticos ou sociais constituem, neste caso,
os condicionamentos mais significativos da variação e da
mudança. A fronteira, concebida do ponto de vista lingüístico,
não político, é realmente uma realidade que opera como fator
inibidor da mudança, retardando-a, em virtude do contato
com o espanhol, em cuja gramática não se observa a tendência
diacrônica do PB. A variável etária também resulta relevante,
uma vez que o comportamento lingüístico, em ambos os
dialetos, evidenciam atitudes que são atribuíveis ao espírito
mais ou menos inovador ou preservador dos falantes mais
jovens ou mais velhos de cada comunidade; os mais velhos
resistindo mais à mudança, ou seja, preservando as variantes
mais antigas, que coincidem com o padrão do Espanhol,
enquanto os mais jovens aderem mais facilmente à mudança,
favorecendo a inovação. O nível de escolaridade, ainda, revela-
se significativo, uma vez que os chuienses mais escolarizados
preferem a variante preservadora, hispânica, enquanto os
vitorienses mais escolarizados prestigiam as variantes
inovadoras, brasileiras. Conclui-se que, o contato com o
espanhol opera como resistor importante às mudanças
lingüísticas da lateral posvocálica do português brasileiro.
Arquivo
54 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Experiência de uma campanha publicitária de
temática social, desenvolvida por alunos do curso
técnico de publicidade
O incentivo ao exercício da solidariedade e da cidadania, quando
trabalhadas em sala de aula, desenvolve nos jovens alunos valores
fundamentais como a ética e a responsabilidade social. Sendo,
portanto, dever da escola e dos professores a criação de
possibilidades para contextualização dos referidos temas nos
conteúdos das disciplinas. A idéia de trabalhar uma campanha
publicitária com temática social partiu da professora do curso
técnico de Publicidade do Cefet - PI, como parte do conteúdo
da disciplina Campanha Publicitária, seguindo a pedagogia de
projetos. A Rede Feminina de Combate ao Câncer do Piauí -
RFCC, entidade filantrópica, que sobrevive de doações e que
tem por finalidade a luta social no combate ao câncer, foi escolhida
em sala de aula para ser o alvo da campanha. A metodologia
empregada foi a de projetos. Segundo Hernandez (1998), os
projetos de trabalho contribuem para uma resignificação dos
espaços de aprendizagem, de tal forma que eles se voltem para a
formação de sujeitos ativos, reflexivos , atuantes e participantes.
Os alunos, inicialmente, fizeram um levantamento de dados e
pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórica do tema,
ouviram depoimentos de voluntárias da RFCC, assistiram a filmes
para estimular a criatividade e também visitaram a sede da RFCC,
o Lar de Maria (casa de apoio às crianças com câncer e seus
familiares) e o Hospital São Marcos (hospital referência no
tratamento de câncer), para conhecerem a realidade da Rede
Feminina e dos portadores de câncer.Todas as outras etapas da
campanha foram discutidas e realizadas em grupo. A avaliação
foi contínua, desenvolvida ao longo das etapas do planejamento
publicitário. Foram avaliadas as soluções levantadas para os
problemas, a participação, a criatividade, interesse e interação dos
grupos. No processo de planejamento e criação da campanha, o
aluno teve em vários momentos, oportunidade de avaliar sua
participação. A campanha teve um saldo positivo para a RFCC e
também para os alunos, que exerceram sua cidadania e
solidariedade, bem como fixaram os conteúdos da disciplina, de
forma eficaz, pois vivenciaram as etapas de criação e produção de
uma campanha publicitária. O Cefet - PI, desde o início do ano
2001, incentivou a iniciativa e, atualmente, a campanha que é
anual está em sua quarta edição, tendo agora à frente, na parte de
criação e produção, a Top Market Comunicação, agência de
publicidade do Cefet - PI, contando ainda com a referida
professora e publicitária, hoje voluntária da RFCC e com um
grupo de alunos e ex-alunos do Cefet - PI, que participam de
todas as etapas da campanha.
SALES, Elizabete R.
Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí
55
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS ANO 2001/2004 - PEÇAS GRÁFICAS
ANO 2001
Referências:
GRACIOSO, Francisco. Propaganda Institucional Nova Estratégia
da Empresa
. São Paulo: Atlas, 1995.
SANT'ANNA, Armando.
Propaganda - Teoria, Técnica, Prática. São
Paulo: Pioneira, 1998.
HERNANDEZ, Fernando & VENTURA, Montserrat.
A Organização
de Currículo por Projetos de Trabalho
. Porto Alegre, RS: Artmed, 1998.
ANO 2003
ANO 2004
1. Alunos em visita ao
Hospital São Marcos e a
Rede Feminina.
ANO 2002
2. Sala de Recreação da
Rede Feminina de Combate
ao Câncer do Piauí.
Cartaz
Foto:Elizabete Sales
Modelos de arte usados nos souvenirs (camisetas, agendas, canetas etc)
Cartaz
Modelos de arte usados nos souvenirs (camisetas, agendas, canetas etc).
O slogan da Campanha é uma frase retirada da música Epitáfio dos Titãs.
Os direitos autorais foram cedidos por Sérgio Britto, componente do Grupo Titãs.
Foto:Elizabete Sales
Cartazes
Modelos de arte usados nos souvenirs
(camisetas, agendas, canetas etc)
Foto:Eulália B. Rocha
56 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Política de educação profissional: processos de
resistências e de reconstrução no cotidiano escolar
GUIMARÃES, Edilene R.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco
Objetivou-se compreender como tem se desenvolvido os
processos de resistência e de reconstrução da reforma da
educação profissional, no cotidiano escolar. Tomou-se como
campo o Cefet-PE, por apresentar-se como lócus da
implantação das experiências governamentais relacionadas a
projetos pedagógicos que resultam em currículos estruturados
por competências
1
, gerando uma tensão de adaptação X
resistência no cotidiano escolar
2
. Considerou-se que a reforma
curricular que as políticas de Estado impôs à Educação
Profissional nos anos 90, interveio na construção coletiva
existente no cotidiano escolar, resultando em políticas de
ensino que promoveram a implantação de currículos que
visavam exclusivamente à dimensão profissional do trabalhador,
deixando de lado o desenvolvimento do sujeito autônomo e da
formação da consciência crítica e emancipatória
3
. Os sujeitos
da pesquisa foram os professores do curso técnico de
Construção Civil e a metodologia utilizada foi qualitativa com
abordagem dialética
4
. Os resultados da análise das entrevistas
revelaram que os professores concordam com o currículo
estruturado por competência e acham interessante a proposta,
no entanto, não se acham capacitados para desenvolver o
trabalho pedagógico. Eles afirmam que a formação inicial não
tem qualificado para o trabalho pedagógico por competência
e a formação continuada não tem dado conta de suprir as
lacunas, como também, a gestão educacional não tem
proporcionado processos de capacitação sobre o tema.
Identificamos a existência de ações inovadoras que rompem
Outra Intituição: Universidade Federal de
Pernambuco
Fotos: Arquivo
57
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
com as políticas de Estado e buscam reconstruir a concepção
de projeto político-pedagógico
5
. Nas conclusões provisórias
afirmamos que o currículo por competência
6
tem se
apresentado como currículo expresso, formal e legal, no
entanto, existe um currículo oculto que é desenvolvido no
interior da sala de aula
7
. Foi no silêncio do professor
8
que se
deram os processos de transgressão que, contraditoriamente,
reproduziram o currículo por competência, ao mesmo tempo,
permitiram a reconstrução da reforma da educação profissional
no cotidiano escolar.
Referências:
1
DELUIZ, Neise. Formação do trabalhador: produtividade
& cidadania
. Rio de Janeiro : Shape, 1995.
2
APPLE, Michel. Educação e poder. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1989.
3
GUIMARÃES, E. R. A Formação técnica profissional:
dos ruídos do "bate-estacas" aos "bytes" da informática
.
- Estudo sobre a reformulação curricular do ensino da
ETFPE
. Dissertação de Mestrado, Recife : UFPE, 1998.
4
MINAYO, M. Cecília. O Desafio do conhecimento:
pesquisa qualitativa em saúde
. Ed., São Paulo/Rio de
Janeiro : HUCITEC-ABRASCO, 1996.
5
OLIVEIRA, Ramon. Ensino médio e educação
profissional - reformas excludentes
. GT - 09: Trabalho e
Educação. Caxambu : ANPED, 2001. (site: www.anped.org.
br)
6
RAMOS, Marise Nogueira. A pedagogia das competências:
autonomia ou adaptação?
São Paulo : Cortez, 2001.
7
GIROUX, Henry A. Teoria crítica e resistência em
educação
. Petrópolis : Vozes, 1986.
8
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes
Necessários à Prática Educativa
. 23ª Edição. São Paulo :
Paz e Terra , 2002. (Coleção Leitura).
PERRENOUD, Philippe.
Construir competências desde
a escola
. Porto Alegre : Artes Médicas Sul, 1999.
58 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Revisão colaborativa de textos
VILLELA, Lúcia M. B.; CARDOSO, Ana M.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas / RS
Este trabalho trata-se de uma pesquisa que teve, como objetivo,
descrever a atuação de alunos ao revisarem textos próprios
individualmente, e com a ajuda de parceiros do contexto escolar
(professor e colegas), verificando as contribuições dessa
atividade para o processo de ensino-aprendizagem de produção
textual. Para atingir esse objetivo, proporcionou-se aos alunos
o envolvimento em quatro situações de escritura de textos,
que foram produzidos sempre em razão de determinadas
situações comunicativas, em que os sujeitos foram motivados
com a utilização de recursos diversos (leitura de textos, coleta
de fotos e letras de músicas, audição de programa radiofônico)
e com a pré-definição dos interlocutores. Toda fase de
produção foi seguida de dois momentos, sendo o primeiro
destinado à revisão individual e, o segundo, à revisão
colaborativa, efetuada, no primeiro e terceiro textos, com o
auxílio dos colegas e, no segundo e quarto, com o auxílio da
professora. A pesquisa revelou que, inicialmente, os sujeitos
concentravam-se, em geral, nos aspectos locais, privilegiando
mudanças de superfície que não afetavam o significado dos
enunciados. No entanto, as atividades colaborativas de revisão
foram capazes de contribuir para que os alunos percebessem
que a atenção dos leitores não estava focalizada apenas na
correção gramatical, mas, também, no conteúdo dos textos.
Esse reconhecimento fez com que os sujeitos passassem a
considerar os aspectos globais das produções, embora, nesse
âmbito, o sucesso das alterações tenha alcançado um índice
menor do que o observado na revisão de aspectos locais. Este
trabalho mostra ainda, que, nas duas modalidades de revisão
colaborativa - com o professor e com o colega -, resultaram
melhorias nos textos e situações de aprendizagem, pois,
independentemente de quem fossem os parceiros, os sujeitos
manifestavam a capacidade de refletir sobre a linguagem e de
perceber a necessidade de ajustamentos.
Arquivo
59
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Relato de práticas pedagógicas visando o
aumento da assimilação de conteúdo
BONFIM, Cristiane J. de L.
1
Escola Técnica Federal de Palmas / TO
A prática pedagógica de que trata este artigo, teve como
objetivo principal aumentar o nível percentual de aprendizagem
significativa de alunos do curso técnico em Informática da
Escola Técnica Federal de Palmas - ETF - Palmas, uma vez
que, a Componente Curricular denominada Introdução a Redes
de Computadores não tem um conteúdo difícil, porém, não
se trata de um conteúdo que faça parte da vivência do aluno,
muito embora as estratégias relatadas no presente artigo
podem ser utilizadas para se ministrar qualquer tipo de
conteúdo que envolva prática de laboratórios e, principalmente
aqueles voltados à formação técnica profissionalizante[3].
Considerando que os alunos do curso técnico em Informática
da ETF - Palmas, sendo alguns oriundos do ensino médio e
outros cursam o ensino superior, a diversidade e quantidade
de conteúdos a serem assimilados nas duas instâncias, dificulta
o aproveitamento da Componente Curricular, sendo agravado
pelo fato de se tratar de um conteúdo novo e haver necessidade
de se ministrar a teoria para dar base às primeiras aulas práticas.
Essa seqüência, embora importante, aumenta a exigência de
abstração por parte do aluno, o que pode ser arriscado, pois
quando se sugere um exemplo simples como: - "Pense em uma
mesa." - considerando os pensamentos isolados, teremos mesas
quadradas, redondas, com apenas um pé, outras com quatro
pés e assim por diante.
Após todas essas considerações, foi possível propor o
desenvolvimento de um trabalho diferente com adesão total
dos alunos de duas turmas, com considerável sucesso na sua
implementação.
1
Professora da Escola Técnica Federal de
Palmas
Arquivo
60 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Uma vez diagnosticado o problema, optou-se pela inversão da
prática de ensino. Utilizando como exemplo as aulas práticas
realizadas em laboratório, diminuiu o nível de abstração dos
alunos, facilitando explicar, na teoria, o que foi visto na prática.
A metodologia utilizada foi a combinação de recursos didáticos
que auxiliassem o processo de ensino de aprendizagem
significativos. Utilizou-se projeção de transparências
conjugadas com aulas práticas. Com os alunos acertou-se que
o conteúdo a ser ministrado seria de um trabalho a ser
construído, em conjunto, por todos divididos em grupos, ou
seja, todo material de estudo seria uma construção em grupo,
sendo a mesma objeto de avaliação, sem a garantia de nota
máxima do mesmo em virtude da correção, onde se verifica o
texto, o conteúdo e eventuais cópias de sítios de Internet ou
de outras fontes de pesquisa. Este trabalho corresponde a vinte
por cento da nota total
2
.
Para apresentação do trabalho escrito, é repassada a formatação
padrão, mesmo que o trabalho seja manuscrito, criando
interdisciplinaridade com o Componente Curricular de
Comunicação Lingüística. O trabalho deve conter
minimamente, Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e
Bibliografia.
Com essa medida, conseguiu-se provocar a sobreposição de
conteúdo, incentivando os alunos a fazer pesquisas, utilizando
livros na biblioteca e Internet, esta última de maneira um
pouco mais crítica do que de costume para alunos dessa idade,
onde o "copiar" e "colar" é prática constante. Para resolver
esse problema foram indicadas formas de acesso para pesquisa
de maneira a não se aceitar tudo o que na Internet se encontra
como verdade irrefutável, pois nem tudo o que se em
determinados sítios é de fato de propriedade intelectual do
autor.
Os sítios, recomendados como bibliografia, devem conter
tutoriais e artigos encontrados, preferencialmente, de
universidade (.br, .edu.br), área governo (.gov), organismos
não governamentais (.org), órgãos padronizadores e sítios
comerciais (.com), com a devida identificação do autor e se
possível, com localização geográfica, e com data de atualização,
nestes casos textos encontrados em qualquer sítio sem
referência bibliográfica. O aluno é instruído a procurar o
conteúdo em livros conceituais ou técnicos, se o conteúdo
não for encontrado, o sítio deixa automaticamente de ser
indicado para pesquisa.
A última estratégia que compõe a prática pedagógica consiste
em uma dinâmica de grupo, realizada sempre na última aula
que antecede a avaliação, com a participação de todos os alunos,
sendo que o trabalho escrito, resultado da pesquisa dos
próprios alunos, poderá ser utilizado para consulta durante
esta aula
4
.
Com uma semana de antecedência, é repassado, a todos os
alunos, uma lista de exercícios com questões referentes ao
61
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
conteúdo a ser discutido na dinâmica de grupo. No dia da
dinâmica, os alunos formam grupos de no máximo quatro
componentes, é determinado um tempo para discussão interna
de todas as questões, em seguida, um grupo é sorteado para
apresentar a primeira questão e para este grupo é sorteada a
questão a ser respondida. Após as considerações do grupo,
outros grupos também podem se manifestar e o professor
trabalha como mediador da dinâmica, grupos e questões vão
sendo sorteados até o findar as questões a serem discutidas
1
.
As avaliações são subjetivas, normalmente contendo entre 10
e 12 questões. O aluno que opta por não entregar o trabalho
poderá fazer a avaliação, valendo 10 (dez) pontos, porém o
número de perguntas é maior, o aluno que opta por fazer o
trabalho tem como recompensa a escolha de oito perguntas
de todas as que compõem a avaliação.
É interessante observar que os alunos, embora não sejam
obrigados a fazer o trabalho, normalmente o fazem em função
do desempenho que têm conseguido na Componente
Curricular.
A seguir, quatro gráficos que mostram o desempenho dos
alunos de 2 (duas) turmas, em turnos diferentes, onde a prática
pedagógica foi aplicada durante o primeiro semestre de 2004.
Referências:
1
ANTUNES, Celso, Manual de técnica de dinâmica de grupo,
ludopedagógicas e de sensibilização
. 19ª ed. Petrópolis: Vozes,
1987.
2
ANTUNES, Celso, Coleção na Sala de Aula. Petrópolis: Vozes,
2002.
3
MOREIRA, Marco Antônio, Aprendizagem significativa. Brasília:
Editora Universidade de Brasília, 1999.
4
RONCA, Antônio Carlos C. & ESCOBAR, Virgínia F. Técnicas
pedagógicas
. 2ª edição, Petrópolis: Editora Vozes, 1982.
Gráfico 1 de desempenho dos primeiros 14 alunos da
turma 2004/1 Matutino
Gráfico 2 referente aos últimos 13 alunos da turma
2004/1 Matutino
Gráfico 3 de desempenho dos primeiros 13 alunos da
turma 2004/01 Noturno
Gráfico 4 de desempenho dos últimos 11 alunos da
turma 2004/01 Noturno
*AV - Avaliação MG = Média Geral
62 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
A eficácia dos lugares no texto técnico
Este trabalho pretende analisar a pertinência da argumentação
baseada nos lugares, conceitos determinados por Perelman para
a organização dos discursos, em geral. A partir da
caracterização de um texto técnico-jurídico, um parecer, como
um gênero discursivo específico, busca-se verificar em que
circunstâncias certos argumentos podem ser organizados,
levando-se em conta não as estruturas sintáticas, mas
também as informações que podem ter um valor reconhecido
por auditórios gerais e também por um auditório mais
específico. A proposta que, ora integra esse trabalho, norteia
a análise dos textos em questão, baseada na presença, não
do locutor como produtor do argumento que se manifesta,
conforme suas intenções, como também mediante a ciência da
presença do destinatário, co-responsável pela construção do
enunciado e elemento indispensável na hierarquização dos
valores constituídos no texto em discussão. Finalmente, o que
se pretende é chamar a atenção para os argumentos construídos
com base na aplicação dos lugares, também considerados por
Perelman como lugares-comuns, capazes de gerar textos
portadores de grande eficácia discursiva.
SILVA, Joselí M. da; ESPÍNDOLA, Lucienne C.
1
Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba
1
Universidade Federal da Paraíba
Metodologia de Projetos de Ensino e de
Aprendizagem - uma prática possível
O objetivo deste trabalho é divulgar a prática pedagógica
exercida no curso técnico de Eletrônica do Cefet - RS, baseada
em Projetos de Ensino e de Aprendizagem. Tal vivência tem
proporcionado diálogo e integração entre as disciplinas
específicas de Eletrônica e as ditas de Cultura Geral. Dentre
estas últimas, Comunicação e Expressão aliam-se ao princípio
de que não linguagem no vazio, pois seu foco é a interação,
a comunicação dentro de um espaço social. Sendo assim,
acredita-se que educar é: estar mais atento às possibilidades
que aos limites; estimular o desejo de aprender, de ampliar as
formas de perceber, de sentir, de compreender, de promover
valores, fazendo da escola um espaço de encontros, por
excelência, entre pessoas e saberes. Por isso, o exercício da
ITTURRIET, José L. L.; SOUZA, Marco A. S. de; OLIVEIRA, Maria O. de L.; TUST, Suzana G.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas / RS
63
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
expressão privilegia a Língua Portuguesa como instrumento
eficaz, tanto na comunicação oral, como na redação de textos
técnicos que observem padrões preestabelecidos.
A fim de agenciar a referida prática, a Metodologia de
Projetos de Ensino (Módulo I) direciona uma atividade em
que o discente pesquisa, desenvolve e constrói um
equipamento eletrônico básico: fonte de alimentação. a
Metodologia de Projetos de Aprendizagem (Módulo II)
propõe atividades em que o discente, em seqüência ao nível
anterior, desenvolve projeto de maior complexidade, buscando
no contexto comunitário, seja escolar, familiar ou de trabalho,
uma situação de necessidade que possa ser satisfeita mediante
a concepção de um equipamento eletroeletrônico, cujo
sistema é projetado, o protótipo é executado e, com auxílio
de recursos multimídia, é defendido.
Esta se torna uma possibilidade de contemplar -
interdisciplinarmente - não propostas que envolvam o
domínio da técnica, mas também que desenvolvam habilidades
de executar tarefas em equipe, de resolver conflitos e negociar
soluções, de respeitar aos outros e a si próprios, de defender
suas idéias, de compartilhar acertos, de discutir erros e
modificar atitudes. É imprescindível que o estudante assuma
a postura não de mero cliente que vai à escola buscar um pacote
de mercadoria - a aula - mas de um elaborador/divulgador da
mercadoria, que é o próprio conhecimento de seu campo de
estudo.
Arquivo
64 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Referências:
CARVALHO, I.C.M. Educação Ambiental: a formação do sujeito
ecológico
. São Paulo: Cortez, 2004.
FRANÇA, Júnia Lessa et al.
Manual para normalização de
publicações técnico-científicas
. 6. ed. Belo Horizonte: UFMG,
2003.
FURASTÉ, Pedro Augusto.
Normas técnicas para o trabalho
científico: explicitação das normas da ABNT.
13. ed. Porto Alegre:
[s.n.], 2004.
LUCENA, A.M.C.; ITTURRIET, J.L.L.; SOUZA, M.A.S. ;
PANIZ, V. Experiência educativa com projetos de trabalho na
educação profissional: uma construção em parceira. Pelotas:
CEFET-RS, 2002.
MAGDALENA, B.C.; COSTA, I.E.T. O local e o global do
professor e do aluno não são os mesmos. Disponível em :<
http://wwwatmed.com.br/patioonline/fr_conteudo_patio.php >
Acesso em: 30 out. 2004.
OLIVEIRA, Débora Carvalho. A metodologia de projetos de
aprendizagem e a tecnologia, movimentando a colméia para
construir conhecimento. Rio Grande: FURG, 2004.
Disponível em: <www.escola24h.com.br/salaprof/aprendizagem/
extra/aprendizes/projetos/tabela.htm> Acesso: 03 nov. 2004.
A ética nicomacheia na era da cibercultura
A ética aristotélica se faz presente no mundo pós-moderno,
onde as redes de computadores, em particular a Internet,
modificam papéis e comportamentos das pessoas. Tais
modificações têm criado novos problemas sociais, éticos e
políticos
1
, pois, cada vez mais, pessoas se inserem no mundo
virtual, favorecendo a execução de atividades colaborativas
2
.
Nesse contexto, algumas reflexões sobre a cibercultura são
sugeridas: o aspecto condicionante da tecnologia; as novas
formas de interatividade; a formação de comunidades virtuais;
as mudanças na estética (música, imagens, etc.); os novos
papéis dos professores e alunos na educação aberta (via
Internet); as formas de inclusão digital; a diversidade cultural
etc.
3
.
Se ética é o que conduz do individual ao político, será
necessário o estabelecimento de uma "nova ética", ou a Grécia
Antiga nos presenteara com os pressupostos necessários?
Podemos adaptar a filosofia grega ao mundo cibernético? A
concepção grega de ética está aquém, ou além, do que se
convencionou denominar modernamente de "ética para a
Internet"?
VASCONCELOS, Davis M.
Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará
65
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Aristóteles traz, da Grécia, através de sua obra moral por
excelência ("Ética a Nicômacos")
4
, contribuições
significativas se adaptadas ao novo mundo permeado por
satélites e fibras óticas: (I) o recebimento, a socialização e o
controle de informações governamentais via Internet, para
que "um rei não governe visando somente a vantagem de seus
súditos"; (II) uma política de conscientização dos hackers,
através da combinação de "caráter e pensamento", a fim de
que não se aja "injustamente em relação à cidade"; (III) a
construção de amizades entre grupos aglutinados "por
semelhança", através de bate-papos e listas de discussões; (IV)
o divertimento por meio de jogos, músicas e vídeos, tão
necessários para que continuemos a trabalhar etc.
Além de trazer contribuições ao mundo cibernético, Aristóteles
nos deixa três instigantes questionamentos: (I) se atividade
por excelência é contemplativa, como realizá-la no ciberespaço?
(II) Como se define felicidade no mundo virtual? (III) O que
significa "existir" em um mundo cibernético?
Referências:
1 TANENBAUM, Anrew S. Redes de computadores. Rio de
Janeiro, ed. Campus, 1996
2 LIMA, Lauro de Oliveira.
Piaget: sugestões aos educadores.
Petrópolis RJ: Ed. Vozes, 1999
3 LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
4 ARISTÓTELES.
Ética a Nicômacos. Brasília: Ed. Universidade
de Brasília (UnB), 2001.
Arquivo
66 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
A viabilidade de textos humorísticos na
construção dos sentidos
O comunicar-se com o mundo está estritamente ligado à
possibilidade de ler e interpretar esse mundo. Assim, este
trabalho intenciona motivar reflexões sobre "como ?"
brasileiros têm sido preparados, no espaço escolar, para
comunicar-se com esse mundo, testemunhando a viabilidade
dos textos humorísticos para esse fim. As piadas carregam
valores, ideologias e manifestações culturais diversas. Os tipos
populares e estereótipos, criados nos textos de humor, veiculam
as representações sociais de determinado grupo que os
produziu. Logo, o "fazer e contar piadas" funciona como um
passaporte para a liberdade de idéias e expressão - tudo sem
remorsos, sem se sentir de consciência pesada; pode-se até ser
preconceituoso e discriminar, etc. Ao assumir o papel de
contador de piadas, é como se assumisse também outra
personalidade, alheia àqueles valores dominantes. O contador
de piadas pode (até) esconder-se facilmente, ancorando-se em
suas piadas, com o intento de "dar indiretas" a alguém com
quem não comungue das idéias. Assim, as piadas se constituem
em material valioso para os que se interessam pelos estudos
lingüísticos, que a interpretação de textos é transdisciplinar
e perpassa também a Educação Profissional Rural. Muitos
dos princípios de análise lingüística podem ser exemplificados
com o estudo das piadas, que, às vezes, contêm mais de um
mecanismo, além de não abrir mão para a devida compreensão
do texto, da previsão (intertextualidade), que pode ser assim
FERREIRA, Edna M. O.
Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim / BA
Fotos: Arquivo
67
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
exemplificada: Sabe por que a mulher de gaúcho é a mais difícil
de se comer? Não! É porque a fila é grande. A intertextualidade,
entendida aqui como ligação entre texto escrito (piada) e oral
(conhecimento prévio da fama do gaúcho), permite a
compreensão da piada, sem o que a compreensão e o humor
poderiam sofrer prejuízos. Optou-se por trabalhar um nível
lingüístico por vez, quando da prática. Porém, dadas às
exigências do texto que ora se constrói, eliminam-se as análises
e piadas e limita-se a comentários pertinentes, tendo como
referencial teórico a Análise do Discurso (AD), que
compreende o texto como "espaço de negociação de sentidos".
Desse modo, as piadas confirmam-se como corpus interessante
de análise, tanto pela heterogeneidade dos discursos como pela
ideologia que veiculam. possibilidades de se metaforizar o
mundo real, personificando animais ou animalizando pessoas;
fazer uso da elisão, para obter efeitos sintático-semânticos;
usar o léxico de modo a garantir a ambigüidade - o que
proporcionará risos ; apelar para o material fônico, implícitos
etc., tanto para compor, como para interpretar piadas. Deve-
se considerar o texto fator decisivo para a interpretação,
que ele demanda e demarca a ação do leitor / ouvinte.
Referências:
Almanaque de piadas 13. O melhor do humor nacional. Editora
Nova Sampa. São Paulo, 67 p. 2004.
Orlandi, E. P. Análise de discurso: Princípios & Procedimentos.
ed. Campinas: Pontes, 2002.
Possenti, Sírio. Os humores da língua: análises lingüísticas de
piadas. 3ª ed. Campinas: Mercado das Letras, 2002.
Criatividade na formação musical
Com o surgimento da indústria de entretenimento
(entertainment industry), as instituições de formação profissional
em Música necessitam se sintonizar com as novas
configurações culturais de sua época, enfatizando também o
estímulo à criatividade e inventividade do futuro profissional
que garantam sua permanência no mundo do trabalho.
Por muito tempo, as instituições educacionais brasileiras
imprimiram nas suas práticas a concepção de um ensino
modelador de indivíduos, a partir da aplicação de currículos
conteudísticos, bem circunscritos e técnicos, de aulas
unicamente expositivas, destinadas à transmissão de
informações e da crença na função do professor como aquele
que detinha o saber de aplicar simplesmente por ser munido
LIMA, Ronaldo F.
1
; MARTON, Silmara L.
2
Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Agradecimentos:
Agradecemos a Cleudo Freire pela
entrevista concedida.
68 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
de um conhecimento específico. Essas práticas se disseminaram
em todos os campos disciplinares, até mesmo naqueles em que
imaginaríamos serem os "lugares" de uma criatividade fluida,
livre, como é o caso das artes e, em especial, a música.
Verificamos que é um ato de enorme redução, inflexibilidade e
perda da compreensão do significado da música insistir em
mecanismos de uma educação profissional do músico, dentro
dos moldes anteriores. Hoje, a indústria do entretenimento
que tem crescido bastante, exige pois, que o ensino da música
baseado no modelo conservatorial, segundo os pressupostos
da música do século XVIII, se reformule para atender às
demandas do gosto musical vigente.
O aluno é, antes de tudo, um indivíduo circunscrito num
contexto social, portanto, dotado de uma singularidade que
dialoga com o mundo. Nesse sentido, ele leva ao espaço da sala
de aula um acúmulo de conhecimentos prévios e um grande
potencial cognitivo e criativo para interpretar e/ou executar
e/ou compor uma obra musical que servirá de deleite, de
contemplação, de significação e extravasamento do seu desejo
e do desejo do ouvinte. O público pode se ver representado na
obra do artista. Cleudo Freire, músico, compositor e escritor
norte rio-grandense disse em uma entrevista: "Eu, como
compositor, quando estou fazendo uma música, sei que estou
satisfazendo um desejo que não é meu".
Obviamente que a profissionalização do músico engloba os
conhecimentos específicos de sua área, mas eles não são
suficientes para a sua formação, para a realização da obra e
para corresponder ao dinamismo cultural de sua época
manifesta no mercado.
Schafer
1
aposta na discussão da educação que se dirija à
experiência e à descoberta. "Nessa situação, o professor precisa
se acostumar a ser mais um catalizador do que acontece na
aula que um condutor do que deve acontecer" (1991, p. 301).
Pensemos, então, na educação musical que implica na disciplina
para organizar o conhecimento, no prazer de sua fruição, na
coragem para criar o novo e no estímulo à responsabilidade do
artista em transmitir ao público, tão sublime arte que eleva os
indivíduos a um estado que torne suas vidas mais poéticas e
mais vivas.
Referências:
1
SCHAFER, R.M, O Ouvido Pensante. Tradução de Maria Trena
de O. Fonterrada, Magda R. Gomes da Silva e Maria Lúcia Pascoal,
São Paulo: Fundação Editora UNESP, 1991.
Arquivo
69
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Observatório socioeconômico da
Região Norte Fluminense
PESSANHA, Roberto M.; NETO, Romeu S.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos / RJ
O Observatório Socioeconômico da Região Norte Fluminense
(OSENF), criado em janeiro de 2001, constitui-se como uma
ação do Consórcio Universitário de Pesquisa da Região Norte
Fluminense, desenvolvido a partir de uma parceria estabelecida
entre o Cefet de Campos, a UENF (Universidade Estadual
do Norte Fluminense), UFF (Universidade Federal
Fluminense), UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro), e a Universo (Universidade Salgado Oliveira - Sede
Campos).
O Observatório tem a finalidade de coletar, analisar e
disponibilizar dados e informações que possam dar suporte à
tomada de decisões de agentes públicos e privados e que auxiliem
a concepção de políticas e estratégias que venham a melhorar a
qualidade de vida da população. Seus estudos estão
direcionados para as áreas de emprego, renda, saúde, educação,
habitação e saneamento dos municípios da Região Norte
Fluminense. O Observatório também monitora indicadores
socioeconômicos das principais cidades de cada uma das
mesorregiões do estado do Rio de Janeiro, com a finalidade de
verificar se uma eventual tendência regional também se
apresenta nas demais regiões do Estado.
As fontes dos dados coletados são sempre oficiais. Dentre
essas fontes, destacam-se: RAIS/CAGED do Ministério do
Trabalho e Emprego, DataSUS do Ministério da Saúde, INEP
do Ministério da Educação, e CIDE do Governo do Estado
do Rio de Janeiro. Eventualmente, poderão ser utilizadas
informações provenientes das prefeituras locais.
As publicações do Observatório, até aqui, se restringiram à
publicação de boletins. Agora recentemente foi lançado, pela
WTC Editora, o livro Economia e Desenvolvimento do Norte
Fluminense: da cana-de-açúcar aos royalties do petróleo. Com
este livro, o Observatório pretende dar um salto de qualidade
na apresentação dos seus principais estudos, transformando
em capítulos alguns destes boletins e ainda acrescentando aos
mesmos, outros artigos que atendem aos principais objetivos
do Observatório. Desta forma, o Observatório reafirma o seu
compromisso de atuar de forma plural, democrática e
contributiva com o debate sobre o desenvolvimento regional,
trazendo diagnósticos e propostas que possam auxiliar na
concepção, implantação e avaliação de políticas e estratégias
do setor público, nos diferentes níveis de governo, a favor da
melhoria da qualidade de vida desta população.
70 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
CONTATOS
Contatos
AL
EDUCOMUNICAÇÃO NA IDADE MÍDIA
Rossana Viana Gaia
Centro Federal de Educação Tecnológica de Alagoas
Rua Barão de Atalaia, s/nº - Centro
Maceió - AL CEP: 57020-510
Telefone: 82 326-4351
Fax: 82 326-4351 / 221-9786
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BA
A VIABILIDADE DE TEXTOS HUMORÍSTICOS NA
CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS
Edna Maria de Oliveira Ferreira
Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim
Estrada de Igara, Km 04- Zona Rural
Senhor do Bonfim - BA CEP: 48970-000
Telefone: 74 541-3676
Fax: 74 541-3676
CE
A INTUIÇÃO BERGSONIANA NO EFEITO CÔMICO
Fernando Lira Ximenes
A ÉTICA NICOMANCHEIA NA ERA DA
CIBERCULTURA
Davis Macedo Vasconcelos
Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará
Av. 13 de Maio, 2081- Benfica
Fortaleza - CE CEP: 60040-531
Telefone: 85 288-3666/288-3676/288-3675
Fax: 85 288-3711
E-mail: [email protected] Home Page: www.cefetce.br
MG
INFORMATIZAÇÃO E INTERLIGAÇÃO DOS
SETORES PRODUTIVOS E EDUCATIVOS DO
CEFET - RP ATRAVÉS DE REDE INTERNA E
INTERNET
Ruy Batista Santiago Neto
Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Pomba
Av. Dr. José Sebastião da Paixão, s/nº- Lindo Vale
Rio Pomba - MG CEP: 36180-000 Cx. Postal: 45
Telefone: 32 3571-5700
Fax: 32 3571-5710
E-mail: [email protected] Home Page: www.cefetrp.edu.br
PB
TOMANDO DECISÕES NO ACOMPANHAMENTO
DO APRENDIZADO NA EAD
Claudivan Cruz Lopes
UMA FERRAMENTA ASSISTENTE PARA DETECÇÃO
DE PADRÕES DE PROJETO EM DIAGRAMAS UML
Edemberg Rocha da Silva
UM SOFTWARE EDUCACIONAL PARA ANÁLISE DE
TEXTOS: CONCEPÇÃO E USO DE UMA
FERRAMENTA DE ENSINO
Lafayette B. Melo
Gustavo W. D. Mendes
Antonio Rodrigues da Silva
*Mônica Maria Montenegro de Oliveira
A EFICÁCIA DOS LUGARES NO TEXTO TÉCNICO
Joselí Maria da Silva
*
Lucienne C. Espíndola
Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba
Av. de Maio, 720- Jaguaribe
João Pessoa - PB CEP: 58015-905
Telefone: 83 208-3000
Fax: 83 241-1434/ 241-4407/ 241-4293
E-mail: [email protected] Home Page: www.cefetpb.edu.br
PE
POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:
PROCESSOS DE RESISTÊNCIAS E DE
RECONSTRUÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR
Edilene Rocha Guimarães
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco
Av. Prof. Luiz Freire, 500- Curado
Recife - PE CEP: 50740-540
Telefone: 81 2125-1607 / 21251610
Fax: 81 2125-1674
E-mail: [email protected] Home Page: www.cefetpe.br
PI
EXPERIÊNCIA DE UMA CAMPANHA PUBLICITÁRIA,
DE TEMÁTICA SOCIAL, DESENVOLVIDA POR
ALUNOS DO CURSO TÉCNICO DE PUBLICIDADE
Elizabete Rodrigues Sales
Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí
Praça da Liberdade, 1597- Centro
Teresina - PI CEP: 64000-040
Telefone: 86 215-5224
Fax: 86 215-5206
E-mail: [email protected] Home Page: www.cefetpi.br
RJ
PERSONAGENS COMO ELEMENTOS DE
COMUNICAÇÃO DO DESIGN
Luiz Claudio Gonçalves Gomes
Alexsandro de Souza Azevedo
OBSERVATÓRIO SÓCIOECONÔMICO DA REGIÃO
NORTE FLUMINENSE
Romeu e Silva Neto
Roberto Moraes Pessanha
71
CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos
Rua Doutor Siqueira, 273 - Parque Dom Bosco
Campos dos Goytacazes - RJ CEP: 28030-130
Telefone: 22 2733-3244 / 2733-3255
Fax: 22 2733-3079
E-mail: [email protected] HomePage: www.cefetcampos.br
BEIJO DE LÍNGUA PRAZER, PRODUTIVIDADE E
CIDADANIA NO ENSINO DO IDIOMA MATERNO
Maria Verônica S. Vilariño Aguilera
RN
SOFTWARE EDUCACIONAL PARA PROCES-
SAMENTO CERÂMICO
José Padilha Chrispim Neto
José Yvan Pereira Leite
CRIATIVIDADE NA FORMAÇÃO MUSICAL
* Ronaldo Ferreira Lima
Silmara Lídia Marton
Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande
do Norte
Av. Senador Salgado Filho, 1559 - Tirol
Natal - RN CEP: 59015-000
Telefone: 84 4005-2600 /40052636
Fax: 84 4005-9728
E-mail: [email protected] Home Page: www.cefetrn.br
RS
A NEGOCIAÇÃO DA FORMA EM SALA DE AULA
DE LE
Ana Paula de Araújo Cunha
ARTE INTERATIVIDADE E A EXPERIÊNCIA DO
SENTIR
Aberto D´Avila Coelho
REVISÃO COLABORATIVA DE TEXTOS
Lúcia Maria Blois Villela
Ana Maria Milheira Cardoso
METODOLOGIA DE PROJETOS DE ENSINO E DE
APRENDIZAGEM - UMA PRÁTICA POSSÍVEL
José Luiz Lopes Itturriet
Marco Antônio Simões de Souza
Maria Odete de Lima de Oliveira
Suzana G. Tust
SENSIBILIZANDO O MÉTODO
Alexandre Vergínio Assunção
Lúcia Maria Vaz Peres
O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
Antônio Pedro da Silva Júnior
O PORTUGUÊS DOS CAMPOS NEUTRAIS -
INFLUÊNCIA DO ESPANHOL NA REALIZAÇÃO
FONÉTICA DA LATERAL POSVOCÁLICA NOS
DIALETOS DE CHUÍ E SANTA VITÓRIA DO
PALMAR
Jorge Espiga
CLARICE LISPECTOR: UM PONTO DE VISTA
OBLÍQUO E DISSIMULADO
Beatriz dos Santos Cunha
Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas
Praça XX de Setembro, 455 - Centro
Pelotas - RS CEP: 96015-360
Telefone: 53 284-5005
Fax: 53 284-5006
e-mail: gabdir@cefetrs.tche.br Home Page: www.cefetrs.tche.br
UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR:
ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DE POLÍMEROS
E INGLÊS INSTRUMENTAL
* Carmen Iara Walter Calgano
Cléia de Andrade Salles
Margarete Maria Chiapinotto Noro
Unidade de Ensino Descentralizada de Sapucaia do Sul
Av. Copacabana, 100 - Bairro Piratini
Sapucaia do Sul - RS CEP: 93216-120
Telefone: 51 474-6226
Fax: 51 474-6226
E-mail: [email protected] Home Page: www.cefetrs.edu.br
TO
RELATO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS VISANDO
AUMENTO DA ASSIMILAÇÃO DE CONTEÚDO
Cristine Jorge de Lima Bonfim
Escola Técnica Federal de Palmas
AE 310 SUL, AV NS 10, S/N, Centro
Palmas - TO CEP: 77021-090
Telefone: 63 225-1205
Fax: 63 225-1309
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72 CADERNOS TEMÁTICOS 4 FEV. 2005
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