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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE INFORMÁTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMPUTAÇÃO
MARIA APARECIDA MARTINS SOUTO
Diagnóstico on-line do Estilo Cognitivo de
Aprendizagem do Aluno em um Ambiente Adaptativo
de Ensino e Aprendizagem na Web:
uma Abordagem Empírica baseada na sua
Trajetória de Aprendizagem
Tese apresentada como requisito parcial
para a obtenção do grau de doutor em
Ciência da Computação
Prof. Dr. José Palazzo Moreira de Oliveira
Orientador
Profa. Dra. Rosa Maria Vicari
Co-Orientadora
Porto Alegre, novembro de 2003
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
CIP CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
Souto, Maria Aparecida Martins
Diagnóstico On-Line do Estilo Cognitivo de
Aprendizagem do Aluno em Um Ambiente Adaptativo de
Ensino e Aprendizagem na Web: uma Abordagem
Empírica baseada na sua Trajetória de Aprendizagem /
Maria Aparecida Martins Souto. Porto Alegre: Programa
de Pós-Graduação em Computação, 2003.
147 f.: il.
Tese (doutorado) Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em
Computação, Porto Alegre, BR RS, 2003. Orientador:
José Palazzo Moreira de Oliveira; Co-Orientadora: Rosa
Maria Vicari.
1. Modelagem do aluno na Web. 2. Sistemas hipermídia
adaptativos. 3. Aquisição de conhecimento. I. Oliveira,
José Palazzo Moreira de. II. Vicari, Rosa Maria. III.
Título.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Reitora: Profa. Wrana Panizzi
Pró-Reitor de Ensino: Prof. José Carlos Ferraz Hennemann
Pró-Reitora Adjunta de Pós-Graduação: Profa. Jocélia Grazia
Diretor do Instituto de Informática: Prof. Philippe Olivier Alexandre Navaux
Coordenador do PPGC: Prof. Carlos Alberto Heuser
Bibliotecária-Chefe do Instituto de Informática: Beatriz Regina Bastos Haro
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Ao meu esposo, José Antônio, pelo apoio e
incentivo o tempo todo.
Aos meus filhos, André e Marcelo, pelo
grande amor e carinho que tenho por eles.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador, Prof. Palazzo, pela amizade e incentivo durante todo o
tempo e, especialmente, por me fazer acreditar que minhas idéias produziriam uma Tese
de Doutorado.
À Profa. Rosa Vicari, minha co-orientadora, pela disposição incansável para ler
meus rascunhos e idéias, apesar de suas dificuldades em encontrar espaço na sua
agenda, sempre muito ocupada pelas inúmeras responsabilidades que assume. Mesmo
assim, recebi dela muitos feedbacks importantes.
À psicóloga Regina Verdin, pela grande amizade e companheirismo que nasceu
entre nós ao longo destes últimos anos e, em especial, pelas suas valiosas contribuições
técnicas ao longo desta jornada.
Aos Professores e colegas do Instituto de Informática da UFRGS: Magda Bercht,
Mara Abel e Paulo Engel, que contribuíram com os seus conhecimentos e torceram para
ver a conclusão deste trabalho.
Ao Prof. Wagner Teixeira da Silva, da UnB, por ter me auxiliado a encontrar um
caminho, e por torcer pelo meu sucesso.
Às bolsistas do Projeto Tapejara, e hoje minhas amigas, Mariusa Warpechowsky,
Renata Zanella, Francine Bica, pelas calourosas discussões sobre o Projeto e sobre os
artigos que desenvolvemos juntas.
À doutoranda Daniela Musa, que prontamente me substituiu na aula de Introdução à
Informática, para que eu pudesse preparar a defesa desta tese.
Ao Instituto de Informática e ao PPGC da UFRGS, por fornecer toda à infra-
estrutura necessária à realização deste trabalho, e pelos eventuais auxílios financeiros,
que possibilitaram a minha participação em eventos importantes.
Aos meus queridos pais, in memoriam, que me ensinaram a valorizar o Saber.
A Deus, que tem me acompanhado durante toda a minha existência, e por sua
generosidade em me presentear com esta oportunidade de crescimento pessoal e
intelectual, que certamente se estenderão aos meus futuros alunos, nesta nobre e
abnegada missão de ensinar.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................7
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................8
LISTA DE TABELAS..................................................................................................10
RESUMO.......................................................................................................................11
ABSTRACT..................................................................................................................12
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................13
1.1 Justificativa para a Escolha do Tema............................................................13
1.2 Contexto deste Trabalho.................................................................................14
1.3 Objetivos...........................................................................................................17
1.4 Contribuições do Trabalho.............................................................................17
1.5 Organização do Trabalho ...............................................................................19
2 REFERENCIAL TEÓRICO SOB O PONTO DE VISTA
PSICOPEDAGÓGICO..................................................................................20
2.1 Taxionomia de Objetivos Educacionais de Bloom no Domínio Cognitivo.20
2.2 Habilidades e Processos Cognitivos no Teste Ross.......................................23
2.3 Estilos Cognitivos de Aprendizagem.............................................................25
2.4 Habilidades e Processos Cognitivos e os Estilos Cognitivos de
Aprendizagem..................................................................................................27
2.5 Trabalhos Relacionados..................................................................................27
2.6 Considerações Finais.......................................................................................31
3 REFERENCIAL TEÓRICO SOB O PONTO DE VISTA
COMPUTACIONAL.......................................................................................33
3.1 Sistemas Tutores Inteligentes.........................................................................33
3.2 Sistemas Adaptativos de Aprendizagem na Web.........................................36
3.3 Aprendizado de Máquina ...............................................................................38
3.4 Aprendizado de Máquina Indutivo por Exemplos.......................................39
3.5 Aprendizado Supervisionado e Classificação ...............................................40
3.6 Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados........................................42
3.7 Trabalhos Relacionados..................................................................................48
3.8 Considerações Finais.......................................................................................51
4 A PESQUISA.................................................................................................53
4.1 Delineamento da Pesquisa..............................................................................53
4.2 Caracterização dos Sujeitos da Amostra.......................................................53
4.3 Variáveis e suas Medidas ................................................................................54
4.4 Questões de Pesquisa.......................................................................................56
5 O PROJETO TAPEJARA............................................................................57
5.1 Identificação das Classes de Estilos Cognitivos de Aprendizagem.............58
5.1.1 Análise dos Dados Oriundos da Aplicação do Teste Ross................................58
5.1.2 Conceituando as Classes de ECA Geradas........................................................59
5.2 Projeto e Construção do Módulo de Ensino Experimental.........................61
5.2.1 Requisitos do Módulo de Treinamento Experimental.......................................61
5.2.2 Plano Pedagógico do Módulo de Ensino Experimental....................................61
5.2.3 A interface do Módulo de Ensino Experimental...............................................62
5.3 Aplicação do Módulo de Ensino Experimental.............................................63
6 O PROCESSO DE DESCOBERTA DE CONHECIMENTO...................65
6.1 Limpeza e Transformação de Dados .............................................................65
6.2 Pré-Processamento de Dados..........................................................................67
6.3 Análise Exploratória de Dados e Formulação de Hipóteses........................67
6.3.1 Levantamento Descritivo Inicial dos Dados da Amostra..................................67
6.3.2 Comportamento Navegacional dos ECAs.........................................................68
6.3.3 Tempos de Permanência dos ECA....................................................................74
6.3.4 Movimentos do Aprendiz no Módulo de Ensino Experimental........................81
6.3.5 Resumo da Análise Exploratória .......................................................................84
6.3.6 As Hipóteses Encontradas .................................................................................85
6.4 Avaliação Qualitativa dos Resultados ...........................................................86
6.5 Mineração de Dados e a Busca de um Modelo de Classificação .................90
6.5.1 Análise Discriminante.......................................................................................91
6.5.2 Classificador Bayesianos Ingênuo.....................................................................97
6.5.3 Árvores de Decisão..........................................................................................101
6.6 Considerações sobre o Uso das Técnicas de Classificação.........................105
7 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS.........................................107
7.1 Conclusões......................................................................................................107
7.2 Discussão das Contribuições.........................................................................108
7.3 As Limitações do Contexto Estudado..........................................................110
7.4 Trabalhos Futuros.........................................................................................110
REFERÊNCIAS..........................................................................................................113
ANEXO A EXEMPLOS DE PÁGINAS WEB DO CURSO EXPERIMENTAL
TDMA ..................................................................................................118
ANEXO B EXEMPLO DE QUESTÕES DO TESTE ROSS...........................127
APÊNDICE A QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO QUALITATIVA..................131
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AA Analógico-Analítico
AD Análise Discriminante
AIEA Ambiente Inteligente de Ensino e Aprendizagem
AM Aprendizagem de Máquina
AMPS Advanced Mobile Phone Service
ASA Analítico-Sintético-Avaliativo
BD Banco de Dados
CAI Computer Aided Instruction
CAPIT Capitalisation And Punctuation Intelligent Tutor
CBI Classificador Bayesiano Ingênuo
CG Concreto-Genérico
CLARISSE Clusters And Rules ISSuEd
DA Dedutivo-Avaliativo
EADMC Ensino a Distância Mediado por Computador
ECA Estilo Cognitivo de Aprendizagem
EFT Embeded Figure Test
ERB Estação Rádio Base
IA Inteligência Artificial
I-Help Intelligent Help
INSPIRE INtelligent System for Personalized Instruction in a Remote
Environment
KDD Knowledge Discovery from Database
MANIC Multimedia Asynchronous Networked Individualized
Courseware
MD Mineração de Dados
MSLQ Motivated Strategies for Learning Questionnaire
RN Rede Neural
RS Relacional-Sintético
SHA Sistema Hipermídia Adaptativo
STI Sistemas Tutores Inteligentes
TA Trajetória de Aprendizagem
TDMA Time Division Multiplex Access
URL Uniform Resource Locator
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Habilidades e processos cognitivos avaliados no Teste Ross (MADEIRA et
al., 2000) ...................................................................................................... 23
Figura 3.1: Arquitetura tradicional de um STI (BURNS & CAPPS, 1988)................... 34
Figura 4.1: Delineamento da pesquisa............................................................................ 53
Figura 5.1: Análise Fatorial: explicação da variância por habilidade cognitiva
(MADEIRA et al., 2000) ............................................................................. 58
Figura 5.2: A interface do módulo experimental TDMA ............................................... 63
Figura 6.1: Freqüência relativa média de acesso aos ‘Recursos Didáticos’ o eixo
vertical representa o percentual médio correspondente ao uso dos recursos
didáticos antes da primeira prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas
representam o percentual médio da amostra................................................ 69
Figura 6.2: Freqüência relativa média de acesso às ‘Formas de Apresentação dos
Conceitos’ o eixo vertical representa o percentual médio de uso destas
formas sobre o total de páginas de ‘Conceitos’ visitadas antes da primeira
prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas representam o percentual
médio da amostra para estas formas. ........................................................... 71
Figura 6.3: Freqüência relativa média de acesso às ‘Formas de Apresentação dos
Exercícios’ o eixo vertical representa o percentual médio de uso destas
formas sobre o total de páginas de ‘Exercícios’ visitadas antes da primeira
prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas representam o percentual
médio da amostra para estas formas. ........................................................... 72
Figura 6.4: Freqüência relativa média de acesso às ‘Formas de Apresentação dos
Exemplos’ o eixo vertical representa o percentual médio de uso destas
formas sobre o total de páginas de ‘Exemplos’ visitadas antes da primeira
prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas representam o percentual
médio da amostra para estas formas. ........................................................... 73
Figura 6.5: Tempo médio de permanência médio nos ‘Recursos Didáticos’ o eixo
vertical representa o percentual médio de permanência nos recursos
didáticos, relativo ao tempo total de permanência no módulo de ensino
experimental, incluindo a(s) avaliação(es) final(ais) antes da primeira prova
pelas classes de ECA. As linhas rotuladas representam o percentual médio
de permanência da amostra nestes recursos................................................. 75
Figura 6.6: Tempo médio de permanência nas ‘Formas de Apresentação dos Conceitos’
o eixo vertical representa o percentual médio de permanência nestas
formas sobre o tempo médio de permanência nas páginas de ‘Conceitos’
visitadas antes da primeira prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas
representam o percentual médio de permanência da amostra nestas formas.
..................................................................................................................... 77
Figura 6.7: Tempo médio de permanência nas ‘Formas de Apresentação dos Exercícios’
o eixo vertical representa o percentual médio de permanência nestas
formas sobre o total do tempo de permanência nas páginas de ‘Exercícios’
visitadas antes da primeira prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas
representam o percentual médio de permanência da amostra nestas formas.
..................................................................................................................... 78
Figura 6.8: Tempo médio de permanência nas ‘Formas de Apresentação dos Exemplos’.
O eixo vertical representa o percentual médio de permanência nestas formas
sobre o total do tempo de permanência nas páginas de ‘Exemplos’ visitadas
antes da primeira prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas
representam o percentual médio de permanência da amostra nestas formas.
..................................................................................................................... 80
Figura 6.9: Recurso didático modal, em cada movimento, pelos sujeitos das classes de
ECA ............................................................................................................. 82
Figura 6.10:Padrões de ações cognitivas dos Estilos Cognitivos até a primeira prova .. 83
Figura 6.11:Relacionamento entre as classes e as variáveis discriminantes .................. 91
Figura 6.12:Discriminando as classes de ECA pelos Recursos Didáticos: coeficientes
padrão das funções discriminantes canônicas.............................................. 95
Figura 6.13:Discriminando as classes de ECA pelas formas de apresentação:
Coeficientes padrão das funções discriminantes canônicas......................... 96
Figura 6.14:Recursos Didáticos: coeficientes das funções de classificação................... 97
Figura 6.15:Formas de Apresentação: coeficientes das funções de classificação .......... 97
Figura 6.16:Representação gráfica do CBI para classificar um novo caso a partir da
análise de suas preferências pelos 'recursos didáticos' ................................99
Figura 6.17:Árvore de Decisão gerada e os resultados obtidos quando consideramos
apenas as preferências das classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’ ..... 103
Figura 6.18:Árvore de Decisão gerada e os resultados obtidos considerando apenas as
preferências das classes de ECA pelas ‘formas de apresentação’ ............. 104
Figura 7.1: O estilo cognitivo de aprendizagem no modelo do aluno ..........................111
Figura 7.2: O modelo de uma Trajetória de Aprendizagem (TA)................................ 112
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Resumo de trabalhos relacionados sob o ponto de vista da psicologia
cognitiva ...................................................................................................... 32
Tabela 3.1: Tabela atributo-valor ................................................................................... 40
Tabela 4.1: Perfil dos sujeitos da amostra...................................................................... 54
Tabela 4.2: Indicadores do funcionamento dos ECA e suas medidas ............................ 55
Tabela 5.1: Classes de ECAs agrupadas por desempenho (4-5 superior, 3 médio, 1-2
inferior) (MADEIRA et al., 2000)............................................................... 59
Tabela 5.2: Os estilos cognitivos e as heurísticas psicopedagógicas.............................. 62
Tabela 5.3: Recursos didáticos e formas de apresentação no TDMA............................ 62
Tabela 5.4: Distribuição dos sujeitos da amostra ........................................................... 63
Tabela 6.1: Categorização das faixas de freqüência relativa e tempos de permanência
nos ‘Recursos Didáticos’ e ‘Formas de Apresentação’ dos sujeitos da
amostra......................................................................................................... 66
Tabela 6.2: Resultados descritivos da amostra ao realizar o módulo de ensino
experimental ................................................................................................ 68
Tabela 6.3: Mapa resumo dos percentuais médios da freqüência relativa dos recursos
didáticos e formas de apresentação, pelas classes de ECA, em um ambiente
de aprendizagem na Web............................................................................. 84
Tabela 6.4: Mapa resumo dos percentuais médios de permanência nos recursos didáticos
e formas de apresentação, pelas classes de ECA, em um ambiente de
aprendizagem na Web.................................................................................. 85
Tabela 6.5: Níveis de crença do especialista .................................................................. 87
Tabela 6.6: Resultados estatísticos gerados na AD........................................................ 93
Tabela 6.7: Resultado da classificação na análise discriminante considerando apenas a
preferência das classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’ ......................... 94
Tabela 6.8: Resultado da classificação na análise discriminante considerando apenas a
preferência das classes de ECA pelas 'formas de apresentação'.................. 95
Tabela 6.9: Tabela de probabilidades a priori de ser de uma classe de ECA................. 99
Tabela 6.10:Tabela de probabilidades condicionais para o uso de ‘Conceito’............. 100
Tabela 6.11:Tabela de probabilidades condicionais para o uso de ‘Exercício' ............100
Tabela 6.12:Tabela de probabilidades condicionais para o uso de 'Exemplo'.............. 100
Tabela 6.13:Resultados da classificação através do CBI considerando apenas as
preferências pelos 'recursos didáticos’....................................................... 101
Tabela 6.14:Resultado da classificação através do CBI considerando apenas as
preferências pelas 'formas de apresentação'............................................... 101
Tabela 6.15:Mapa-resumo do desempenho das técnicas de classificação analisadas .. 106
RESUMO
Uma das questões críticas relacionadas com um Ambiente Adaptativo de Ensino e
Aprendizagem baseado na Web diz respeito à eficácia da aprendizagem do aluno
remoto. Assim como diversos trabalhos de pesquisa na literatura, nosso estudo
preocupou-se com a modelagem do Estilo Cognitivo de Aprendizagem (ECA) do aluno
visando, em um futuro próximo, a adaptação dos conteúdos pedagógicos a esta
importante característica individual do aluno. Esta tese descreve a metodologia utilizada
para investigar como modelar o ECA do aluno remoto, baseado na observação e análise
de seu comportamento em um ambiente de ensino e aprendizagem na Web. Em nosso
estudo, o ECA representa o estágio de desenvolvimento cognitivo do aluno, de acordo
com a taxonomia de Bloom. Nós acreditamos que os principais benefícios de adaptar a
instrução ao ECA do aluno estão relacionados com a possibilidade de oportunizar a
ampliação de suas habilidades cognitivas, assim como oportunizar a aprendizagem em
profundidade sobre os conteúdos em estudo. A metodologia quase-experimental usada
para a modelagem do ECA do aluno compreendeu duas fases distintas: (i) geração das
classes de ECA a partir da aplicação de um teste psicológico em uma amostra da
população-alvo; e (ii) desenvolvimento do módulo de ensino experimental e o estudo
das Trajetórias de Aprendizagem (TA) padrão das classes de ECA, a partir da
observação de seus comportamentos durante a execução de uma sessão de estudo na
Web. Como resultado deste estudo, identificamos os principais indicadores, que melhor
discriminaram as classes de ECA consideradas. Os resultados foram obtidos a partir da
observação e análise das TAs na Web. Todo o conhecimento obtido a partir desta
investigação deverá nos permitir automatizar o diagnóstico do ECA do aluno remoto.
Este conhecimento também será utilizado como base para o desenvolvimento dos
conteúdos a serem oferecidos ao aluno pelo Ambiente Adaptativo de Ensino e
Aprendizagem baseado na Web.
Palavras-chave: Modelagem de Aluno na Web, Sistemas Hipermídia Adaptativos na
Web, Aquisição de Conhecimento, Descoberta de Conhecimento em
Banco de Dados, Estilo Cognitivo de Aprendizagem.
Learner’s on-line Diagnostic of his/her Cognitive Style of Learning in a
Web Learning Adaptive Environment: an Empirical Approach based
on the Learning Trajectory
ABSTRACT
A critical issue related to an Adaptive Web-based Learning Environment is related
to the effectiveness of the remote learner’s apprenticeship. As many research works in
the literature, our study is concerned about adjusting the instruction to the individual
learner’s characteristics. This thesis describes the methodology used to investigate how
to model the learner’s Cognitive Style of Learning (CSL) based on the observation and
analysis of his/her behavior in a web-learning environment. In our study the CSL
represents the learner’s development cognitive stage according to Bloom’s taxonomy.
We do believe that the main benefits on adapting the instruction to the learner’s CSL are
to amplify his/her cognitive abilities and to develop the in-depth learning. The
methodology encompasses two phases: (i) the generation of the CSL classes for the
target population; and (ii) the study of CSL classes’ learning trajectories in an
experimental learning module. As a result we have identified the CSL classes’
parameters that better discriminate them from the observation and analysis of their
learning trajectory on the Web. All the knowledge obtained from this investigation will
permit us to automate the learners’ CSL diagnostic. It will also give us the background
to develop web-training environment contents.
Keywords: Learner modeling on the Web, Adaptive Hypermedia Systems in the Web,
Knowledge Acquisition, Knowledge Discovering in Databases, Cognitive
Style of Learning.
13
1 INTRODUÇÃO
Neste Capítulo é apresentada uma descrição geral e sucinta desta tese, com o
objetivo de fornecer ao leitor uma justificativa do tema escolhido, o contexto no qual se
insere, os objetivos do estudo, as questões de pesquisa e, por fim, as principais
contribuições do trabalho.
1.1 Justificativa para a Escolha do Tema
Hoje em dia, o ensino a distância via Web constitui-se em um importante desafio a
ser investigado, especialmente quando se tem como objetivo a construção de um
material pedagógico com qualidade e o acompanhamento on-line do processo de
aprendizagem do aluno remoto, de modo efetivo e eficaz.
O primeiro grande desafio para o sucesso do Ensino a Distância Mediado por
Computador (EADMC) depende fundamentalmente da conscientização de professores e
alunos em relação aos seus papéis: o professor assumindo o papel de mediador e
estimulador do processo de aprendizagem do aluno e o aluno assumindo o papel de
agente ativo no seu processo de aprendizado.
O segundo grande desafio para o sucesso do EADMC refere-se ao projeto e
implementação do ambiente computacional que irá facilitar a atuação dos principais
agentes que nele agem, ou seja, professor e aluno.
O trabalho de investigação nesta área exige um esforço eminentemente
multidisciplinar entre especialistas em Inteligência Artificial na Educação com
psicólogos, pedagogos, especialistas no domínio (conteúdos), projetista de interface e
navegação, analistas em Sistemas de Informação, etc. Em contrapartida, os benefícios
obtidos a partir deste esforço são decisivos, tanto sob o ponto de vista da Instituição de
Ensino ou Empresa, que cumprem este papel para com os seus alunos ou funcionários,
quanto para o próprio aluno, em especial. Sob o ponto de vista da Instituição de Ensino,
esta nova modalidade pode significar a redução do tempo e dos custos com o
deslocamento e estadia de seus professores e alunos, locação do espaço físico, etc. Sob
o ponto de vista do aluno, significa flexibilidade para escolher a hora e o lugar para a
realização do seu treinamento e/ou aperfeiçoamento.
Complementarmente, os recursos tecnológicos disponibilizados hoje pela Internet
proporcionam um novo estimulo à pesquisa que vem sendo realizada na área das
Ciências Cognitivas, especificamente com relação às subáreas da Inteligência Artificial
na Educação e da Psicologia Cognitiva. Esta nova tecnologia tem facilitado
enormemente a distribuição da informação e a comunicação entre professores e alunos e
entre os próprios alunos. Entretanto, se pensarmos em um ambiente inteligente de
ensino e aprendizagem, individualizado e assíncrono na Web, nos deparamos com
14
importantes desafios, tanto sob o ponto de vista psicopedagógico, quanto sob o ponto de
vista dos sistemas inteligentes de ensino e do ambiente computacional como um todo.
Sob o ponto de vista psicopedagógico, algumas questões precisam ser analisadas
com critério, tais como:
Identificação do paradigma de ensino e aprendizagem a ser seguido.
Identificação dos fatores que realmente influenciam na eficácia da aprendizagem
nesses ambientes.
Como fornecer cobertura pedagógica à extensa variedade de perfis cognitivos
dos alunos e as dificuldades que serão enfrentadas por eles, especialmente a
distância, adaptando estratégias de ensino adequadas em cada caso?
Como lidar com a falta de feedback on-line para o professor, o qual fica sem
saber sobre o estágio de compreensão do aluno, e este, por sua vez, tende a ficar
isolado e potencialmente poderá sentir-se perdido e desencorajado?
Como planejar e desenvolver material pedagógico em ambientes educacionais
hipermídia, que atendam as demandas de aprendizagem dos alunos?
Sob o ponto de vista do ambiente computacional, também existem importantes
questões que precisam ser analisadas, entre as quais mencionamos:
Como dispor de meios eficientes e eficazes para compreender (ou inferir), de
forma on-line, as necessidades do aluno-aprendiz em cada momento?
Como modelar aquelas características do aluno-aprendiz, que afetam o modo
como ele interage com um particular ambiente de aprendizagem?
Como planejar e construir os agentes artificiais que irão realizar o
acompanhamento on-line dos passos do aluno, executar o seu diagnóstico
cognitivo e propor-lhes estratégias e táticas pedagógicas, adequadas às
necessidades atuais de aprendizagem deste aluno?
O projeto e desenvolvimento de sistemas inteligentes de ensino e aprendizagem são
fundamentais. O professor continua existindo e tem sua importância aumentada, mas
não como um mero transmissor de conhecimento, e sim como um orientador, um
facilitador e um avaliador do processo de aprendizado. Ao assumir estes papéis, o
professor certamente terá sua carga de trabalho aumentada, o que justifica a necessidade
de agentes pedagógicos inteligentes que o auxiliem nesta tarefa.
A proposta deste estudo visa contribuir para a solução de parte destes desafios,
através do estudo e investigação sobre a modelagem, em computador, de características
cognitivas individuais do aluno. A modelagem cognitiva do aluno, por sua vez, visa a
modelagem de agentes inteligentes que possam auxiliar o professor na árdua tarefa de
acompanhar o processo de aprendizagem de seus alunos, individualmente, auxiliando-os
quando necessário.
1.2 Contexto deste Trabalho
Os softwares educacionais comerciais normalmente exploram os atrativos de um
ambiente hipermídia, tais como a utilização de imagens, animações, áudio, etc., mas
acabam descuidando dos aspectos relacionados às demandas psicopedagógicas,
adequadas a cada perfil cognitivo do aprendiz on-line, tanto na fase do planejamento e
construção dos conteúdos pedagógicos, quanto durante o processo de aprendizagem
propriamente dito. Abordagens deste tipo podem comprometer a eficácia da
15
aprendizagem, fazendo com que o processo em si se torne cansativo, repetitivo e
desestimulante para o aprendiz.
Com o objetivo de superar estas deficiências, diversos pesquisadores, especialmente
aqueles focados nas ciências cognitivas, têm direcionado suas investigações no sentido
de identificar que características cognitivas individuais realmente influenciam, de forma
positiva, no processo de aprendizagem do aprendiz remoto na Internet. Entre estes
pesquisadores, citamos: (Dufresne & Turcotte, 1997), (Ford & Chen, 2000),
(Macgregor, 1999), (Martinez & Bunderson, 2000), (Mcmanus, 2000). Por exemplo,
(Martinez & Bunderson, 2000) investigaram como os indivíduos gerenciam sua
aprendizagem em um ambiente de aprendizagem interativo na Web, projetado para
suportar diferentes orientações de aprendizagem; (Mcmanus, 2000) investigou como
determinar a combinação adequada entre os diferentes níveis de não-linearidade de um
ambiente hipermídia na Web e os diferentes níveis de auto-regulação do aprendiz. Para
este autor, os aprendizes auto-regulados controlam ativamente a sua aprendizagem, o
ambiente e as interações entre eles.
O projeto Tapejara Sistemas Inteligente de Ensino na Internet em cujo contexto
se insere esta tese, teve como meta buscar uma solução que contribuísse para minimizar
o comprometimento psicopedagógico destes sistemas. Este projeto foi constituído com a
parceria entre duas universidades UFRGS (Instituto de Informática) e UNISINOS
(Faculdade de Psicologia) e com a companhia de telecomunicações CRT Telecom. O
projeto teve apoio do CNPq ProTem-CC, no período de novembro de 1999 a outubro
de 2001.
A proposta do projeto Tapejara tinha três importantes objetivos: (i) objetivo
psicopedagógico; (ii) objetivo computacional; e (iii) objetivo de atender às demandas
de treinamento dos funcionários da empresa parceira no projeto. Com relação ao
objetivo psicopedagógico, a idéia foi modelar o estilo cognitivo de aprendizagem do
aluno e orientar o seu processo de aprendizagem de acordo com esta sua característica
cognitiva.
Por que adaptar o ensino ao estilo cognitivo do aluno?
Quais são os benefícios psicopedagógico para o aluno?
Conforme estudos recentes encontrados na literatura (Riding & Rayner, 2000,
Riding & Cheema, 1991; Schmeck, 1988, entre outros), o estilo cognitivo de um
indivíduo descreve a sua forma individual, preferida e habitual, com que ele organiza e
representa novas informações, enquanto ele executa uma tarefa de aprendizagem.
Portanto, o pressuposto básico no Tapejara era de que, ao se apresentarem novas
informações ao aprendiz, organizadas e representadas da forma como ele normalmente
as organiza e as representa mentalmente, aumentaria a probabilidade de que este
aprendiz, fácil e rapidamente, organizasse o seu pensamento e raciocinasse sobre as
novas informações que lhe fossem apresentadas. Conseqüentemente, os benefícios
psicopedagógico para o aluno estariam relacionados com: facilitar o desenvolvimento
de uma tarefa de aprendizagem e aumentar a probabilidade de que o processo de
aprendizagem seja mais eficiente e eficaz, melhorando o desempenho do mesmo.
Com relação ao objetivo computacional, a questão era: como implementar o
objetivo psicopedagógico em um modelo computacional, de modo a realizar a
adaptação do ensino (estratégias e táticas pedagógicas) ao estilo cognitivo de
aprendizagem do aluno, de forma automática, através de um agente computacional, em
um Ambiente Inteligente de Ensino e Aprendizagem na Internet?
16
Finalmente, quanto ao objetivo da empresa parceira no projeto, o desafio era projetar
e desenvolver os conteúdos de um Curso de Telecomunicações na Web, que
disponibilizasse ao aluno os recursos pedagógicos necessários para individualizar a sua
apresentação, de forma adequada às características de cada estilo cognitivo considerada.
Considerando que o foco desta tese está centrado na modelagem computacional do
Estilo Cognitivo de Aprendizagem do aluno, primeiramente é necessário que se
conceitue Estilo Cognitivo de Aprendizagem (ECA). No contexto do Projeto Tapejara, e
por conseqüência desta tese, o construto Estilo Cognitivo de Aprendizagem baseia-se na
taxonomia de Bloom (Bloom et al., 1972), para o domínio cognitivo. As dimensões ou
classes de ECA consideradas foram formadas a partir de um subgrupo de sujeitos da
população-alvo, cujo desempenho predominante nas habilidades cognitivas superiores
(i.é., análise, síntese e avaliação) e nos processos cognitivos subjacentes (i.é, raciocínio
analógico, raciocínio dedutivo, premissas ausentes, relações abstratas, síntese
seqüencial, estratégias de questionamento, análise de informação relevante e
irrelevante e análise de atributos), propostos por Bloom, e avaliados através do Teste
Ross (Ross & Ross, 1997), resultaram semelhantes na análise de cluster. A metodologia
de identificação das classes de ECA está descrita em detalhe no Capítulo 5.
Subjacente ao construto
1
ECA, a equipe de psicólogos do Tapejara definiu um
segundo construto psicopedagógico, qual seja, as Trajetórias de Aprendizagem (TA).
Este construto foi definido visando capturar e representar um padrão de ações cognitivas
que pudesse ser concretamente observado através de um conjunto de variáveis,
indicadoras do comportamento do estilo cognitivo durante um processo de
aprendizagem na Web (Madeira et al., 2000). A idéia por trás disso é que esses padrões
de ações cognitivas refletissem os diferentes estágios nas habilidades e processos
cognitivos propostos por Bloom.
Portanto, a modelagem do ECA do aluno remoto passa pela análise de sua Trajetória
de Aprendizagem, uma vez que ela representa o comportamento observável das ações
características do estilo cognitivo a ela associado.
O projeto e desenvolvimento do modelo computacional para realizar o diagnóstico
do estilo cognitivo do aluno on-line constituem-se na grande questão de pesquisa desta
tese. Esta tarefa é especialmente complexa por pelo menos três grandes motivos:
1. O domínio de conhecimento a ser modelado (comportamento dos ECAs durante
um processo de ensino e aprendizagem na Web) ainda está sob investigação por
parte de psicólogos e pedagogos;
2. Como conseqüência do fato de ainda não estar disponível o modelo de
comportamento das classes de ECA em um ambiente de ensino e aprendizagem
na Web, é fundamental que se investigue sobre os padrões de comportamento
dessas classes, o que por si só não é uma tarefa trivial;
3. Os resultados da investigação sobre o comportamento das classes de ECA nos
permitirão apenas a manipular com hipóteses (ou simplesmente estimativas) que
certamente estarão associadas aos padrões de comportamento encontrados para
cada classe de ECA durante o estudo.
1
O termo construto refere-se a uma idéia ou noção psicológica. A inteligência, e a extroversão são
exemplos de construtos psicológicos (Riding & Rayner, 2000).
17
1.3 Objetivos
Neste estudo foram definidos os seguintes objetivos:
Objetivo Geral
Desenvolver um modelo computacional para a realização do diagnóstico do Estilo
Cognitivo de Aprendizagem do aluno, a partir da observação da sua Trajetória de
Aprendizagem, em um Ambiente Inteligente de Ensino e Aprendizagem na Internet.
Isto significa investigar e gerar um modelo de classificação do ECA do aluno remoto, a
partir da identificação dos principais atributos associados a cada uma das classes de
ECA.
Objetivo Secundário
O resultado do diagnóstico cognitivo, juntamente com outras informações a respeito
do estado atual de aprendizagem do aluno, poderá ser utilizado por um agente
pedagógico computacional, de modo que ele possa decidir sobre a estratégia ou tática
pedagógica mais adequada a ser sugerida ao aluno naquele momento.
Objetivos específicos
Determinar o conjunto de indicadores de aprendizagem associados às trajetórias
de aprendizagem, que é possível de ser extraído a partir do arquivo de log gerado
durante o experimento realizado.
Analisar o comportamento dos ECAs através do estudo e comparação dos
indicadores de aprendizagem a eles associdos.
Identificar as trajetórias de aprendizagem padrão para cada classe de estilo
cognitivo de aprendizagem considerada no estudo, ou seja, identificar os
indicadores que melhor discriminam as classes de ECA.
Investigar as possíveis técnicas computacionais que podem ser usadas para
realizar o diagnóstico on-line do ECA do aluno.
Investigar as possíveis técnicas computacionais capazes de gerar um modelo de
diagnóstico a partir dos dados.
1.4 Contribuições do Trabalho
Uma das principais contribuições deste trabalho refere-se ao processo de descoberta
de conhecimento sobre as Trajetórias de Aprendizagem típicas de cada uma das classes
de ECA consideradas. Este processo iniciou pelo estudo e compreensão dos
fundamentos psicopedagógicos que sustenta, teoricamente, o construto de Estilo
Cognitivo de Aprendizagem; passou pela coleta, limpeza e transformação de dados do
arquivo de log, gerado durante a realização do experimento com uma amostra da
população-alvo; seguiu através da análise exploratória das TAs; e culminou com a
indução dos atributos que definem os padrões de comportamento das classes de ECA
para a população-alvo considerada, ou seja, induzimos o modelo de diagnóstico do ECA
do aluno (ou modelo de classificação) a partir da observação de sua TA durante um
processo de ensino e aprendizagem na Web. O modelo obtido respondeu a uma de
nossas questões de pesquisa, qual seja: “que parâmetros melhor discriminam as TAs
padrão das classes de ECA consideradas?”.
O modelo de diagnóstico induzido, por sua vez, nos permitiu delinear o novo
modelo do aluno, o qual integra o Estilo Cognitivo de Aprendizagem do aluno. Este
novo modelo do aluno nos permitiu responder a outra questão de pesquisa que
18
estávamos perseguindo: “como automatizar o diagnóstico do ECA do aluno remoto na
Web?”.
Por fim, considerando que não tínhamos nenhum conhecimento a priori a respeito
do comportamento das classes de ECA durante a execução de um processo de
aprendizagem na Web, iniciamos nossa investigação através de uma análise exploratória
e manual dos dados oriundos do arquivo de log. Este estudo nos levou à compreensão
do conhecimento necessário para modelar o ECA do aluno remoto. Entretanto, uma
análise manual do comportamento do aluno na Web consome muito tempo e fica
limitada aos dados disponíveis naquele instante. Visando evitar estas restrições,
encontramos na área de aprendizado de máquina técnicas que têm sido usadas com
sucesso em muitas aplicações, especialmente aquelas que se baseiam no paradigma de
aprendizagem indutiva por exemplos. Esta pode ser a solução que responde nossa
terceira questão de pesquisa, qual seja: “como automatizar a aquisição do conhecimento
necessário para diagnosticar o ECA do aluno remoto, a partir da observação da sua
TA na Web?”.
Conforme descrevemos na seqüência desta tese, nosso trabalho se diferencia
daqueles pesquisados na literatura, especialmente no que diz respeito às dimensões dos
estilos cognitivos de aprendizagem utilizados, as quais se baseiam na taxonomia de
objetivos educacionais de Bloom, assim como em relação à modelagem das classes de
ECA consideradas, as quais se baseiam no comportamento real do aluno durante a
execução de um processo de aprendizagem na Web.
A abordagem adotada em nossa investigação ainda nos permitiu contribuir em
relação aos novos projetos de Sistemas Educacionais a Distância via Web sob os
seguintes aspectos:
Visar o crescimento cognitivo do aluno, uma vez que o diagnóstico do ECA do
aluno visa rastrear o nível de suas habilidades e processos cognitivos segundo a
taxonomia de Bloom. A maioria dos sistemas educacional encontrado na
literatura, que se propõe a adaptar os conteúdos pedagógicos ao estilo cognitivo
ou de aprendizagem do aluno, o faz visando facilitar o processo de aprendizagem
deste, e mantê-lo estimulado e encorajado a perseguir o sucesso da
aprendizagem. O nosso trabalho, por sua vez, também tem a intenção de
perseguir o sucesso, mas com a diferença de que, neste, o aluno deve ser
estimulado e encorajado a desenvolver suas habilidades cognitivas, tão
necessárias ao longo de sua vida escolar e futura.
Secundariamente, para modelar o ECA do aluno, é necessário que os conteúdos
pedagógicos a serem disponibilizados no ambiente de ensino sejam organizados
e desenvolvidos de modo a oportunizar e estimular o crescimento de suas
habilidades cognitivas.
Realizar o diagnóstico do aluno remoto a partir da análise de seu comportamento
real, usando uma abordagem de avaliação não-intrusiva. Sobre este aspecto, a
maioria dos sistemas educacional encontrado na literatura utiliza,
intensivamente, métodos explícitos de avaliação do aluno, através do uso de
questionários, aplicação de testes, etc., para fazer a identificação do perfil
cognitivo do aluno.
19
1.5 Organização do Trabalho
Esta tese está organizada da seguinte forma. O Capítulo 2 apresenta uma revisão da
literatura sobre os fundamentos psicopedagógicos que deram origem às classes de ECA
consideradas nesta tese. Além disso, o Capítulo também conceitua os construtos
psicopedagógicos utilizados ao longo do trabalho, assim como apresenta uma revisão
bibliográfica recente de trabalhos relacionados.
O Capítulo 3 apresenta uma revisão sucinta sobre os fundamentos computacionais,
relacionados às subáreas da IA tais como: Sistemas Tutores Inteligentes (STI), Sistemas
Adaptativos de Aprendizagem na Web, Aprendizado de Máquina (AM) indutivo por
exemplos e Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados, usados como aporte
computacional, teórico e metodológico. O estudo realizado nestas subáreas da IA
enfocou os aspectos relacionados, especialmente, com a modelagem de características
do usuário e/ou aluno e com a modelagem dos padrões de navegação na Web. Este
Capítulo também apresenta uma revisão bibliográfica recente de trabalhos relacionados.
O Capítulo 4 descreve o delineamento da pesquisa quase-experimental realizada, a
caracterização da amostra de dados, as variáveis dependente/independentes e suas
métricas e as questões de pesquisa que foram perseguidas ao longo do trabalho.
O Capítulo 5 descreve como foram geradas as classes de ECA consideradas neste
trabalho, o módulo de ensino experimental e as condições sob as quais este módulo de
ensino foi aplicado à amostra de sujeitos, já rotulados segundo a classe de ECA à qual
eles pertenciam.
O Capítulo 6 descreve o trabalho realizado durante o processo de descoberta de
conhecimento sobre as Trajetórias de Aprendizagem padrão, para cada uma das classes
de ECA consideradas, assim como apresenta os resultados encontrados a partir das
análises realizadas sobre o comportamento das classes de ECA durante a execução de
uma sessão de estudo via Web.
Finalmente, o Capítulo 7 discute os resultados obtidos a partir das questões de
pesquisa inicialmente postas. Comenta as limitações do contexto sobre o qual foi
realizado o experimento e, finalmente, apresenta as diversas possibilidades de trabalhos
futuros.
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO SOB O PONTO DE VISTA
PSICOPEDAGÓGICO
Este Capítulo apresenta uma revisão da literatura sobre os fundamentos
psicopedagógicos que deram origem às classes de ECA consideradas nesta tese. Além
disso, o Capítulo também conceitua os construtos psicopedagógicos utilizados ao longo
do trabalho, assim como apresenta uma revisão bibliográfica recente de trabalhos
relacionados.
2.1 Taxionomia de Objetivos Educacionais de Bloom no
Domínio Cognitivo
Neste trabalho, o estudo e a compreensão da “Taxionomia de objetivos educacionais
de Bloom no domínio cognitivo” (BLOOM et al., 1972) teve especial destaque. Isto se
deveu ao fato de que, as dimensões dos estilos cognitivos de aprendizagem utilizados
em nossa investigação, foram geradas com base nas habilidades cognitivas superiores
(i.e. análise, síntese e avaliação), categorizadas por Bloom e avaliadas através do Teste
Ross (ROSS; ROSS, 1997), o qual é descrito na próxima seção deste trabalho.
Conforme Anderson et al. (2001), o trabalho de Bloom foi pela primeira vez
publicado em 1956 e, desde a sua primeira publicação, esse trabalho tem fornecido uma
base sólida no desenvolvimento de currículos (o que ensinar) e nos projetos de testes (o
que medir) em escolas do mundo inteiro. Isto evidencia a sua importância na área da
educação.
O termo “taxonomia”, no dicionário da língua portuguesa (Ferreira, 1986), significa
“Ciência da Classificação” (i.é, classificação dos seres na Biologia, classificação das
palavras, na gramática, etc.). Na classificação de Bloom, o objeto de classificação
correspondeu aos objetivos educacionais, os quais referem-se “as mudanças que
ocorrem nos indivíduos, resultantes de experiências educacionais”, ou seja, o
comportamento esperado do aluno. Estas mudanças estão assentadas em diferentes
bases, tais como: o comportamento do professor, os métodos de ensino e o
comportamento esperado do aluno. Especificamente, no domínio cognitivo, abordado
neste trabalho, são considerados somente os comportamentos relacionados aos atos
mentais ou de pensamento do indivíduo.
Taxionomia e Classificação são termos comumente interpretados como sinônimos.
Na verdade, estes termos não são sinônimos. Segundo Bloom, uma taxionomia deve ser
construída de tal forma que a ordem dos termos corresponda a certa ordem real entre os
fenômenos representados por estes termos. A validade de uma taxionomia depende da
demonstração de sua compatibilidade com as conclusões resultantes de dados de
pesquisa no campo que busca ordenar. Desta forma, “as taxionomias seguem certos
21
princípios estruturais que ultrapassam em complexidade as normas de um sistema de
classificação” (BLOOM et al., 1972, p. 15).
A taxionomia de Bloom apresenta uma ordem hierárquica de classes que favorece a
categorização dos diversos objetivos educacionais. A construção das classes foi definida
de modo que os objetivos categorizáveis de uma classe compreendesse e se baseasse em
comportamentos incluídos nas classes precedentes do esquema. Cada classe tem
subclasses. Este relacionamento está baseado no pressuposto de que as classes e
subclasses constituem um continuo, do mais simples para o mais complexo e do
concreto para o abstrato” (BLOOM et al., 1972, p. 15).
Sob o ponto de vista psicopedagógico, um objetivo educacional compreende uma
formulação explícita das mudanças que se espera, ocorram nos alunos durante um
processo educacional. Esta formulação deve descrever o comportamento pretendido (ou
habilidade cognitiva), assim como deve indicar o conteúdo ou o objeto do
comportamento.
Com base no acima exposto, a estrutura da taxionomia de objetivos educacionais foi
constituída visando incluir seis classes de habilidades cognitivas pretendidas, quais
sejam:
1.00 CONHECIMENTO
2.00 COMPREENSÃO
3.00 APLICAÇÃO
4.00 ANÁLISE
5.00 SÍNTESE
6.00 AVALIAÇÃO
A seguir apresentamos um resumo descritivo destas seis classes e suas subclasses,
com alguns exemplos de objetivos educacionais (em destaque no texto) apresentados
por Bloom.
A classe 1.0 - CONHECIMENTO enfatiza principalmente o processo psicológico
de evocar, lembrar. Esta classe compreende três subclasses (1.10, 1.20 e 1.30):
1.10 Conhecimento de específicos
1.11 Conhecimento de terminologia
Definir termos técnicos, fornecendo seus atributos, propriedades e
relações”.
1.12 Conhecimento de fatos específicos
“A evocação de fatos principais a respeito de determinadas culturas”.
1.20 Conhecimento de maneiras e meios de tratar com específicos
1.21 Conhecimento de convenções
“Conscientizar os alunos da forma e uso corretos no falar e no escrever”.
1.22 Conhecimento de tendências e seqüências
“Conhecimento das tendências básicas subjacentes ao desenvolvimento dos
programas de assistência pública”.
1.23 Conhecimento de classificações e categorias
“Tornar-se familiarizado com uma série de tipos de literatura”.
1.24 Conhecimento de critérios
“Conhecimento de critérios para a avaliação de atividades recreativas”.
22
1.25 Conhecimento de metodologia
Conhecimento de métodos científicos para avaliar conceitos de saúde”.
1.30 Conhecimento dos universais e abstrações num certo campo
1.31 Conhecimento de princípios e generalizações
A evocação das principais generalizações sobre determinadas culturas”.
1.32 Conhecimento de teorias e estruturas
“A evocação das principais teorias a respeito de determinadas culturas”.
A classe 2.0 - COMPREENSÃO representa o nível mais baixo do entendimento.
Esta classe compreende três subclasses (2.10, 2.20 e 2.30):
2.10 Translação
“A capacidade para compreender enunciações não literais (metáforas,
simbolismo, ironia, exagero)”.
2.20 Interpretação
“A capacidade para captar a idéia da obra como um todo em qualquer nível
de generalidade desejado”.
2.30 Extrapolação
“Habilidade para predizer a continuação de tendências”.
A classe 3.0 - APLICAÇÃO enfatiza o uso de abstrações em situações particulares
e concretas. Esta classe não tem subclasses.
Aplicação dos termos ou conceitos científicos usados em um trabalho aos
fenômenos discutidos em outros trabalhos”.
A classe 4.0 - ANÁLISE enfatiza o desdobramento de uma comunicação em seus
elementos ou partes constituintes, de modo que a hierarquia relativa de idéias é tornada
clara e/ou as relações entre as idéias expressas são tornadas explícitas. Esta classe
compreende três subclasses (4.10, 4.20 e 4.30):
4.10 Análise de elementos
A capacidade para reconhecer suposições não enunciadas”.
4.20 Análise de relações
Habilidade para compreender as inter-relações das idéias em um trecho”.
4.30 Análise dos princípios organizacionais
A capacidade para reconhecer forma e padrão em obras literárias e
artísticas como um meio de compreender o seu significado”.
A classe 5.0 - SÍNTESE enfatiza a combinação de elementos e partes, de modo a
formar um todo. Esta classe compreende três subclasses (5.10, 5.20 e 5.30):
5.10 Produção de uma comunicação singular
Capacidade para relatar uma experiência pessoal com eficácia”.
5.20 Produção de um plano ou indicação de um conjunto de operações
Capacidade para propor maneiras de testar hipóteses”.
5.30 Derivação de um conjunto de relações abstratas
23
Capacidade para fazer descobertas e generalizações matemáticas”.
Finalmente, a classe 6.0 - AVALIAÇÃO enfoca julgamentos a respeito do valor do
material e dos métodos para certos propósitos. Esta classe compreende duas subclasses
(6.10 e 6.20):
6.10 Julgamentos em termos de evidência interna
A capacidade para indicar incongruências lógicas em argumentos”.
6.11 Julgamentos em termos de critérios externos
“A comparação das principais teorias, generalizações e fatos a cerca de
culturas egípcias”.
2.2 Habilidades e Processos Cognitivos no Teste Ross
O Teste Ross (ROSS; ROSS, 1997) está apoiado na Taxonomia de Bloom para o
domínio cognitivo e avalia, especificamente, os processos cognitivos correspondentes
aos: Raciocínio Analógico, Raciocínio Dedutivo, Premissas Ausentes, Relações
Abstratas, Síntese Seqüencial, Estratégias de Questionamento, Análise de Informação
Relevante e Irrelevante e Análise de Atributos, os quais são subjacentes às habilidades
cognitivas superiores de Análise, Síntese e Avaliação (Figura 2.1).
Habilidades e Processos
Análise
Síntese
Avaliação
Teste Ross
Raciocínio Dedutivo
Estratégias de
questionamentos
Relações Abstratas
Síntese Seqüencial
Análise de Atributos
Analogias
Premissas Ausentes
Análise de Informações
Relev./Irrelev.
Figura 2.1: Habilidades e processos cognitivos avaliados no Teste Ross (MADEIRA et al.,
2000)
No Teste Ross, as seis categorias principais de objetivos educacionais propostas por
Bloom foram interpretadas como habilidades cognitivas, correspondentes aos diversos
estágios de desenvolvimento cognitivo de um indivíduo em idade escolar. Estas
habilidades cognitivas correspondem a: conhecimento, compreensão, aplicação,
análise, síntese e avaliação. Reforçando a idéia taxionômica, no Teste Ross as
habilidades intelectuais mencionadas aparecem na maioria dos processos de
aprendizagem. Cada nível contém o aprendizado de todos os níveis anteriores (são
cumulativos). Os quatro primeiros níveis refletem o aprendizado conceitual e prático.
Os níveis ditos superiores, avaliados no Teste Ross, correspondem aos níveis de maior
complexidade e abstração mental. Estes níveis, especialmente os dois últimos, exigem
do aluno um trabalho criativo, que inclua a sua contribuição individual.
24
Sobre a habilidade de Análise, Ross a interpretou da seguinte forma: “As habilidades
envolvidas na Análise sugerem uma ampliação da compreensão da finalidade do
material, a evocação e generalização. A hierarquia relativa de idéias é tornada clara
e/ou as relações entre idéias expressas são tornadas explícitas. O objetivo é esclarecer
a comunicação, indicar como a comunicação é organizada e a maneira pela qual
consegue transmitir seus efeitos, assim como, sua base de disposição” (ROSS; ROSS,
1997, p. 5).
Sobre a habilidade de Síntese, Ross a interpretou da seguinte forma: “Os argumentos
a favor da capacidade de Síntese são numerosos, enfatizam a expressão pessoal como
contrária à participação passiva e a liberdade de ação e pensamento em contraposição
à dependência (ROSS; ROSS, 1997, p. 5). Observa-se uma união de elementos e
partes, de modo a formar um todo, numa estrutura não percebida claramente antes.
Sobre a habilidade de Avaliação, Ross a interpretou da seguinte forma: Na
taxionomia do domínio cognitivo a Avaliação é considerada um estágio final do
complexo processo que envolve certa combinação dos elementos anteriores, embora
não seja o último estágio do pensamento ou solução de problemas. Envolve o processo
de julgamento acerca do valor de idéias, trabalhos, soluções, métodos, etc., realizados
com um determinado propósito” (ROSS; ROSS, 1997, p. 5).
O Teste Ross está dividido em oito seções, correspondentes aos processos
cognitivos, subjacentes a cada uma das habilidades avaliadas. Na seção I Analogias
são medidas as habilidades do indivíduo para perceber relações análogas entre pares de
palavras e são avaliadas, especificamente, a “eficiência na compreensão de inter-
relações entre várias idéias”. Na seção IIRaciocínio Dedutivo são medidas as
habilidades para análise de informações em lógica, especificamente “a habilidade para
identificar falácias lógicas em argumentos”. Na seção III Premissas Ausentes são
medidas as habilidades para identificação da premissa necessária para completar um
silogismo lógico, quando são dadas somente uma premissa e uma conclusão. Avalia
especificamente “a habilidade para distinguir uma conclusão com afirmações que
podem sustentá-la”.
Na seção IV Relações Abstratas é mensurada a habilidade para estudar dados e
sinteti-los em um sistema lógico consistente, para organizá-los e formar uma estrutura
conceitual, estabelecendo relações entre o que existe de comum nos conceitos
apresentados. Na seção V Síntese Seqüencial é mensurada a habilidade de
organização de idéias em uma comunicação coerente. Na seção VI Estratégias de
Questionamento - esta seção contém um conjunto de itens onde um item é pré-
selecionado. Mensura a habilidade de avaliar métodos de obtenção de dados para julgar
a eficiência do método na produção de melhores informações para identificar o item
pré-selecionado.
Na seção VII Análise de Informações Relevantes/Irrelevantes é avaliada a
habilidade do indivíduo para analisar dados e identificar informações com crítica ou a
falta da mesma. “É a capacidade de verificar a coerência de hipóteses com certas
informações e suposições, e habilidade para distinguir informações relevantes das
irrelevantes”. Finalmente, na seção VIII Análise de Atributos é mensurada a
habilidade de analisar figuras, determinar criticamente elementos dentro das figuras,
formular uma hipótese a cerca dos atributos que são necessários para um membro do
conjunto e usar a hipótese na elaboração do processo de decisão para identificar
membros de um conjunto de um grupo de novas figuras. Essa seção refere-se a um
subgrupo da Síntese e inclui “habilidade para formular apropriadamente hipóteses
25
baseadas em uma análise de fatores envolvidos, e para modificar estas hipóteses à luz de
novos fatores e considerações”.
O Teste Ross tem o intento de compreender o indivíduo de uma maneira mais
ampla, pois os itens do teste requerem do estudante a realização de uma variedade de
trabalhos para que através dos dados avaliados seja possível um espelhamento de suas
habilidades cognitivas. Deve-se notar, entretanto, que o Teste Ross foi cuidadosamente
elaborado para concentrar sua principal ênfase nas habilidades dos indivíduos para tratar
com abstrações a partir de uma base verbal. A habilidade para elaborar conceitos a
partir de abstrações com elementos verbais sem perder a afinidade com a realidade é um
componente maior dos processos cognitivos superiores.
O Teste Ross dos processos cognitivos pode ser usado para um ou mais propósitos
como os que seguem (ROSS; ROSS, 1997):
1. Selecionar aprendizes de forma classificatória para a inclusão em um “Programa
Especial”, cujos requisitos cognitivos incluam um trabalho acadêmico avançado;
2. Estabelecer a efetividade de um Programa de Desenvolvimento Cognitivo em
qualquer tipo de organização. Neste caso, o Teste Ross pode ser utilizado para
enfatizar o pensamento crítico, métodos de inquirição, resolução de problemas e
pensamento lógico, ou o desenvolvimento de um pensamento complexo
eficiente;
3. Permitir o acesso ao estágio em que se encontra o desenvolvimento dos
Processos Cognitivo superiores dos indivíduos. Neste caso, o Teste Ross pode
identificar uma área de deficiência para um indivíduo em um ou mais dos
Processos Cognitivos (Análise, Síntese e Avaliação).
No Projeto Tapejara, o propósito para a aplicação do Teste Ross correspondeu à
geração das classes de estilos cognitivos utilizadas neste estudo, i.e., as classes
correspondentes aos níveis de desempenho dos sujeitos avaliados nas habilidades
cognitivas superiores e processos cognitivos subjacentes e predominantes.
2.3 Estilos Cognitivos de Aprendizagem
Um dos grandes riscos do ensino a distância diz respeito ao fato do aluno ficar
isolado e potencialmente tender a se sentir perdido, desmotivado e desencorajado. Por
outro lado, quanto ao professor (ou instrutor), o grande risco diz respeito à falta de
acompanhamento e feedback on-line sobre o processo de aprendizagem do aluno,
fazendo com que este professor fique alheio ao estágio de compreensão do aluno.
Aliado a estes fatores, Riding & Rayner (2000) argumentam sobre a necessidade, hoje
em dia, por mais pesquisa e desenvolvimento no campo das diferenças individuais,
estilos de aprendizagem e pedagogia.
Segundo Sternberg & Zhang (2001), tradicionalmente, psicólogos e educadores têm
acreditado que o sucesso e o fracasso das pessoas são atribuídos principalmente as suas
diferenças individuais no que diz respeito as suas capacidades físicas e mentais para
fazer algo. Renzulli & Dai (2001) argumentam que a aprendizagem ativa sob o ponto de
vista do paradigma do processamento de informação, defendido hoje em dia por
psicólogos e educadores, passa pelas diferenças individuais no que diz respeito ao modo
como as pessoas abordam e processam o material de aprendizagem.
Renzulli & Dai (2001) referem às diferenças individuais como: conhecimento
prévio, compreensão, valores, atitudes, estilo e a motivação resultante. Estes autores
também concordam que é mais provável incentivar a aprendizagem ativa quando o
26
plano pedagógico leva em consideração as características individuais que têm relação
direta com o modo como os alunos aprendem e o quão bem eles aprendem sob
condições específicas de aprendizagem.
Foi sob este enfoque que se desenvolveu o Projeto Tapejara e, conseqüentemente,
este trabalho de doutorado. O principal pressuposto era de que, melhorando a
ergonomia cognitiva, ou seja, promovendo a adaptação máxima das metodologias
educacionais às demandas psicopedagógicas do aluno (especificamente no que se refere
às suas características de aprendizagem), aumentaria a probabilidade de uma melhor
eficácia nos processos de aprendizagem (MADEIRA et al., 2002).
Neste sentido, a principal meta no contexto do Projeto Tapejara era projetar e
desenvolver um modelo computacional que permitisse a adaptação da instrução ao
Estilo Cognitivo de Aprendizagem do aluno remoto, de forma automática. O resultado
esperado era não somente melhorar a eficácia dos processos de aprendizagem dos
alunos, mas também permitir um melhor acompanhamento das atividades dos alunos
mediante a inserção de agentes artificiais que auxiliassem o professor na árdua tarefa de
dar assistência a um grande volume e diversidade de alunos remotos, com diferentes
demandas psicopedagógicas, em um período de tempo determinado.
Para uma melhor compreensão sobre o que entendemos por assistir o processo de
aprendizagem de um aluno, levando em consideração o seu Estilo Cognitivo de
Aprendizagem faz-se necessário, neste momento, conceituar os construtos
psicopedagógicos mencionados neste trabalho. É o que passamos a apresentar a seguir.
Estilo de Aprendizagem
Caracteriza como uma pessoa prefere aprender. Por exemplo, considere o tópico “A
Guerra Civil nos EUA”. Alguém poderia preferir aprender sobre o assunto de forma
visual (através da leitura) ou auditiva (através de uma aula presencial); outro poderia
preferir aprender de forma ativa (através de simulações) ou de forma passiva (lendo ou
ouvindo sobre o assunto).
Estilo Cognitivo
Caracteriza as formas de cognição da informação (STERNBERG & ZHANG, 2001).
Por exemplo, alguém pode tender a dividir a informação em partes, vendo cada batalha
como uma entidade distinta, ou tenderá a agrupar a informação, vendo muitas ou todas
as batalhas como ações similares de guerra; outro poderá tender a ser impulsivo, indo
direto às conclusões a respeito da guerra ou, ao contrário, ser reflexivo sobre o assunto.
O estilo cognitivo tende a estar muito próximo da personalidade, se comparado com
outros tipos de estilo.
Para Riding & Rayner (2000), o construto estilo cognitivo é compreendido como
uma abordagem preferida e habitual de um indivíduo organizar e representar a
informação”. (p. 15).
Estilo Cognitivo de Aprendizagem
No Projeto Tapejara, o construto Estilo Cognitivo de Aprendizagem foi interpretado
como uma medida dos níveis de desempenho nas habilidades cognitiva superiores (i.é.,
análise, síntese e avaliação) e nos processos cognitivos subjacentes (i.é., raciocínio
analógico, raciocínio dedutivo, premissas ausentes, relações abstratas, síntese
seqüencial, estratégias de questionamento, análise de informação relevante e
irrelevante e análise de atributos), propostos por Bloom e avaliados através do Teste
Ross. A conceituação das classes de Estilo Cognitivo de Aprendizagem foram inferidas
27
a partir do desempenho dos sujeitos testados, nas habilidades cognitivas, advindas da
taxionomia de objetivos educacionais de Bloom e nos processos cognitivos subjacentes
a estas habilidades, avaliados no Teste Ross. O Capítulo 4 descreve a metodologia
utilizada na geração das classes de Estilo Cognitivo de Aprendizagem utilizadas nesta
tese.
A geração das classes de Estilo Cognitivo de Aprendizagem utilizadas neste trabalho
baseou-se nos pressupostos da Psicologia Cognitiva, sob o enfoque do Processamento
da Informação. A interpretação que se faz a respeito destas classes neste trabalho é a de
que cada uma delas reflete o modo como um indivíduo, que se encontra em um
determinado estágio de desenvolvimento cognitivo, aborda novas informações durante a
execução de uma atividade didática, em um ambiente de ensino e aprendizagem na
Web.
2.4 Habilidades e Processos Cognitivos e os Estilos
Cognitivos de Aprendizagem
Os processos cognitivos são basicamente atividades cognitivas que acontecem na
memória, envolvendo a codificação e os processos de pensamento, os quais são
normalmente investigados em laboratórios experimentais. Quando esses processos de
pensamento, os quais são descritos em termos de habilidade dos indivíduos que
consistentemente realizam certos tipos de tarefas, tais como testes psicológicos, eles são
referidos como ‘habilidade cognitivas’ (SCHEMECK, 1988).
Os estilos cognitivos são padrões diferenciais de reações diante de uma estimulação
recebida, via processamento cognitivo da informação e enfrentamento cognitivo da
realidade. Os estilos cognitivos remetem mais a formas, tipos ou qualidade da
configuração mental do que aos aspectos de conteúdos ou de eficiência desta
configuração.
2.5 Trabalhos Relacionados
Sob o ponto de vista psicopedagógico, encontramos na literatura uma extensa
variedade de estudos, teóricos e experimentais, que abordam a importante questão de
como identificar que características individuais de um aluno poderiam influenciar, de
forma positiva, o seu processo de aprendizagem em um Ambiente de Ensino e
Aprendizagem Adaptativo na Internet. Para ilustrar, mencionamos os seguintes autores:
(DUFRESNE & TURCOTTE, 1997), (MACGREGOR, 1999), (MARTINEZ &
BUNDERSON, 2000), (FORD & CHEN, 2000), (MCMANUS, 2000), entre outros. A
seguir apresentamos uma discussão sucinta de alguns dos trabalhos acima relacionados.
Dufresne & Turcotte (1997) investigaram como o estilo cognitivo, baseado na
dependência
2
e independência
3
de área, influencia as estratégias navegacionais em um
ambiente de ensino hipermídia. O principal objetivo da pesquisa apresentada era
considerar o estilo cognitivo do usuário para a construção de uma interface que melhor
se adaptasse a esta sua característica. Os estilos considerados foram: dependentes de
área e independentes de área, derivados a partir do trabalho de H. A . Witkin et al.,
citado em (DUFRESNE & TURCOTTE, 1997).
2
Dependente de área: sujeitos deste estilo tendem a perceber as partes a partir do conhecimento do todo.
3
Independente de área: sujeitos deste estilo tendem a perceber as partes independente do conhecimento
que eles têm do todo.
28
Estes autores partiram do pressuposto que o estilo cognitivo influencia como o
usuário usa o computador, assim como pode explicar alguns problemas e características
de comportamento, observadas a partir deste. Por exemplo, alunos do tipo independente
de área organizam-se melhor quando lhes é permitido adotar suas próprias estratégias.
Ao contrário, alunos do tipo dependente de área tendem a adotar uma abordagem
passiva, preferindo ser guiado ou auxiliado por agentes externos. Estes autores também
acreditam que um ambiente educacional hipermídia tem potencial para ser adaptado ao
estilo cognitivo do usuário (suas estratégias), favorecendo assim a sua aprendizagem.
Em suas investigações, foram experimentados diferentes níveis de controle sobre o
sistema por parte do usuário, de modo a facilitar as interações de diferentes tipos de
usuários. Foram desenvolvidas duas versões de interface: uma permitindo o acesso livre
à informação e a outra, permitindo o acesso com restrições.
Os resultados de suas analises estatísticas revelaram diferenças importantes do
comportamento exploratório no ambiente de ensino, relacionadas às características do
usuário. Por exemplo, o usuário identificado como sendo independente de área, navega
melhor nos ambientes livres, onde ele tem controle sobre suas opções de navegação; ao
contrário, os usuários dependentes de área, sentem-se mais confortáveis quando são
guiados.
Martinez & Bunderson (2000) investigaram a influência de diferenças individuais de
aprendizagem em ambientes de ensino adaptativo na Web. Estas diferenças individuais
foram representadas através de diferentes perfis de alunos, introduzidos pelos autores, e
denominados ‘orientações de aprendizagem’ (na língua inglesa Learning Orientations).
O ambiente de aprendizagem testado (ou Sistema SILPA - System for Intentional
Learning and Performance Assessment) correspondeu a um ambiente interativo de
aprendizagem na Web, desenvolvido para investigar como o aluno gerencia a sua
aprendizagem em ambientes de aprendizagem, projetado para dar suporte às
‘orientações de aprendizagem’ (ou perfis) de alunos.
Martinez & Bunderson (2000) trabalharam com os seguintes perfis de aluno: (i)
aluno orientado a transformação; (ii) aluno orientado a desempenho; (iii) aluno
orientado ao conformismo e; (iv) aluno resistente (na língua inglesa referenciados como,
respectivamente: transforming, performing, conforming e resistant). O aluno orientado
a transformação é bastante influenciado pela consciência dos aspectos psicológicos que
o motiva. Dá muita importância à força pessoal, aos recursos intrínsecos, habilidade,
comprometimento, persistência, esforço assertivo, aprendizagem sofisticada,
desempenho, estratégias de resolução de problemas e expectativas positivas para auto-
gerenciar, com sucesso, uma aprendizagem permanente. Este tipo de aluno gerência
estratégias de aprendizagem holista (“busca a visão do todo”) à analítica (“busca pelas
partes que formam o todo”), com objetivos de pequeno e longo alcance e se diverte
aprendendo. Ele se arrisca a cometer erros para se tornar mais especialista naquilo que é
objeto de seu estudo.
O aluno orientado a transformação freqüentemente se apóia em tarefas pequenas,
cronogramas, prazos, padrões de desempenho normativo, expectativa social, etc. para a
motivação extrínseca da aprendizagem. Gosta de assumir a responsabilidade e o
controle da sua aprendizagem e, de boa vontade, torna-se ativamente envolvido no
manejo do processo de aprendizagem. Este perfil aprende melhor em ambientes de
aprendizagem abertos, de descoberta ou desafio, que o encoraja e dá suporte à
construção do seu conhecimento.
29
O aprendiz orientado a desempenho é do tipo que não se arrisca e, conscientemente,
sistematicamente e com habilidade usa processos psicológicos, estratégias, preferências
e sua habilidade de auto-regulação para alcançar a média padrão dos objetivos de
aprendizagem e tarefas. É imediatista e orientado a tarefa; é extrinsecamente motivado e
assume poucos riscos com erros e desafios ou objetivos difíceis; é focado em notas e
prêmios e em padrões de realizações normativos. Freqüentemente baseia-se no
relacionamento com um professor particular, nos recursos externos disponíveis e sofre
influência social para realizar uma tarefa. Precisa de um forte motivo que o impulsione
em direção a um maior desempenho intencional e a maiores níveis de conhecimento.
Aprende melhor em ambientes semi-estruturados, que imprimem competição, diversão
e assistência para auto-motivação. Este grupo de aprendizes pode melhorar através da
aprendizagem pelo pensamento holista.
O aluno orientado ao conformismo é submisso. Geralmente, aceita passivamente o
conhecimento, o armazena e o reproduz. Apoia-se em outros como guia, necessita de
exemplos, feedbacks explícitos e aprende melhor através da instrução linear, passo-a-
passo. Esta orientação de aprendizagem pode melhorar com o aumento dos riscos.
Finalmente, o aluno resistente é do tipo que duvida que: (i) ele pode aprender ou se
divertir ao tentar alcançar qualquer objetivo proposto por outros; (ii) a aprendizagem
acadêmica compulsória possa auxilia-lo a alcançar objetivos pessoais ou iniciar
mudanças desejadas; e (iii) seus valores pessoais, interesses e objetivos possam ser
beneficiados pelos objetivos acadêmicos.
Os autores concluíram que esta é uma nova perspectiva de investigação a ser
continuada, especialmente quando a intenção é projetar ambientes de aprendizagem,
remotos, ou não, que atendam as necessidades psicopedagógicas do aluno. Como
resultado da sua investigação, os autores descreveram algumas tendências preliminares:
Alunos do tipo transformista indicaram uma tendência para o uso de estratégias
com características assertiva, sofisticada, aprendizagem por descoberta,
ambientes do tipo “mentor”, quando a meta é: ser assertivo, ser desafiado pela
resolução de problemas complexos e ser auto-gerenciável.
Alunos do tipo orientado a desempenho indicaram uma tendência para o uso de
estratégias com características de baixo risco, energizante, competitiva,
ambientes do tipo “guia”, que encoraje a sua auto-motivação, ao mesmo tempo
em que minimize a necessidade de esforço extra e dificuldades padrão.
Alunos do tipo conformista indicaram uma tendência para o uso de estratégias
com característica estruturada, sem risco, e ambiente do tipo que “guia”, no
sentido de auxiliá-los a aprender, de forma confortável, a medida em que eles
aumentam a internalização do desempenho da aprendizagem intencional.
Ford & Chen (2000) investigaram sobre a correlação entre as classes de estilo
cognitivo, correspondentes às dimensões ‘independente e dependente de área’, e os
comportamentos de aprendizagem durante a execução de um processo de aprendizagem
em um ambiente hipermídia, por um grupo de alunos. Neste estudo, o estilo cognitivo
mostrou-se estar relacionado com diversos aspectos do comportamento de
aprendizagem. Por exemplo, os alunos identificados como dependentes de área, no
ambiente de ensino hipermídia, apresentaram as seguintes características (entre outras):
Fizeram uso intenso do mapa do site.
Fizeram pouco uso do índice de conteúdos.
Fizeram pouco uso dos botões ‘para frente’ e ‘para trás’.
30
Gastaram mais tempo proporcional estudando os níveis mais altos da hierarquia
dos conteúdos, em comparação com o percentual de seu tempo gasto nos níveis
mais detalhados.
Adotaram uma abordagem de ordenação relativamente aleatória em relação aos
elementos da tarefa de avaliação prática.
Por outro lado, os alunos identificados como independentes de área, no ambiente de
ensino hipermídia, apresentaram as seguintes características:
Fizeram pouco uso do mapa do site.
Fizeram uso intenso do índice de conteúdos.
Fizeram uso intenso dos botões ‘para frente’ e ‘para trás’.
Gastaram pouco tempo proporcional estudando os níveis mais altos da hierarquia
dos conteúdos, em comparação com o alto percentual de seu tempo gasto nos
níveis mais detalhados.
Adotaram uma abordagem fracamente relacionada com a ordenação
relativamente aleatória em relação aos elementos da tarefa de avaliação prática.
As principais conclusões do estudo indicaram que diferentes estilos cognitivos
utilizaram diferentes estratégias. Entretanto, a extensão e as condições sobre as quais
diferentes estratégias afetam os resultados de aprendizagem não é claro.
McManus da Saginaw Valley State University, Estados Unidos (MCMANUS,
2000), construiu o modelo do aluno baseado na característica da auto-regulação, em um
ambiente de ensino e aprendizagem individual e assíncrono na Web. Segundo
(BANDURA, 1986; SCHUNK, 1991; ZIMMERMAN, 1989, apud MCMANUS, 2000),
a aprendizagem auto-regulada consiste em uma combinação complexa de aspectos
cognitivos, metacognitivos, motivacionais e de estratégias ambientais e atributos.
Aprendizes auto-regulados controlam ativamente sua aprendizagem, o ambiente de
aprendizagem e as interações entre eles.
A característica da auto-regulação do aluno é medida a partir do questionário MSLQ
(Motivated Strategies for Learning Questionnaire (PINTRICH & GARCIA, 1991, apud
MCMANUS, 2000)). Na sua investigação, o autor considerou três níveis de auto-
regulação: alto, médio e baixo. Os alunos altamente auto-regulados monitoram e guiam
o seu próprio aprendizado; enquanto que os alunos com nível de auto-regulação baixo
são, motivacionalmente e metacognitivamente passivos na recepção da instrução.
Além da característica de auto-regulação do aluno, o autor combinou duas outras
variáveis. Uma delas diz respeito à característica da não-linearidade do ambiente de
ensino considerado (típico em ambientes hipermídia); a outra se refere a uma tática de
ensino, que o autor referenciou como ‘organizador prévio’ (na língua inglesa, advance-
organizer). A não-linearidade da apresentação do material instrucional pode permitir
que o aluno navegue livremente de um recurso didático para outro, mantendo o controle
sobre a organização da informação que individualmente lhe é relevante.
A variável referente à tática organizador prévio constitui-se de pequenos parágrafos,
que introduzem novas informações, e que têm o importante papel de conectar o assunto
que o aprendiz irá desenvolver na seqüência, com a sua estrutura de conhecimento pré-
existente. Segundo os resultados dos estudos deste autor, os ‘organizadores prévios’ são
mais efetivos em textos menos organizados, ou seja, em ambientes altamente não-
lineares.
Em seu trabalho, McManus concluiu que a característica da auto-regulação,
isoladamente, não se mostrou significativa. Entretanto, a correlação entre auto-
31
regulação e não-linearidade mostrou que os alunos com alto nível de auto-regulação
realizam um trabalho pobre em ambientes com nível de não-linearidade baixo; enquanto
que os alunos com nível de auto-regulação médio realizam um trabalho pobre em
ambientes com nível de não-linearidade alto. Os escores relativamente altos dos alunos
com nível de auto-regulação baixo e médio em ambientes com baixo nível de não-
linearidade podem indicar que a apresentação pré-organizada é mais efetiva para estes
aprendizes; enquanto que a falta de controle restringe o uso de estratégias de auto-
regulação personalizadas para os aprendizes altamente auto-regulados. Os ambientes
medianamente não-lineares pareceram ser mais efetivos para os aprendizes altamente
auto-regulados. Os baixos escores dos aprendizes altamente e medianamente auto-
regulados em ambientes altamente não-lineares podem estar refletindo a falta de
experiência dos aprendizes considerados.
2.6 Considerações Finais
A partir desta revisão bibliográfica, fizemos algumas considerações:
Pelo estudo que fizemos na literatura, observamos uma forte preocupação dos
cientistas cognitivos em investigarem o modo como características individuais
do aluno (i.é, estilo cognitivo, mecanismo de auto-regulação, construtos de
orientação da aprendizagem, etc.) influenciam o seu comportamento e o seu
desempenho de aprendizagem, em um ambiente de ensino na Web. Estes
trabalhos demonstraram ter objetivos comuns, quais sejam, construir material
pedagógico e estratégias de ensino comprometidas com as necessidades de
aprendizagem do aluno remoto. Acredita-se que os resultados destes trabalhos
serão norteadores para a construção de ambientes computacionais de ensino e
aprendizagem, cujo principal objetivo consiste em auxiliar o professor na difícil
tarefa de assistir o processo de aprendizagem do aluno remoto através da
adaptação da instrução, de forma automática e individualizada, aos diferentes
perfis de aluno. A Tabela 2.1 resume algumas características do estudo que
fizemos sobre a modelagem do aluno, sob o enfoque da Psicologia Cognitiva.
Nesta tese investigamos a influência de uma característica individual do aluno
em um ambiente de ensino individual e assíncrono na Web, como a principal
fonte de adaptação da instrução. O foco deste estudo consistiu em buscar
possíveis correlações entre as classes de ECA consideradas e suas respectivas
trajetórias de aprendizagem padrão. O ECA do aluno e sua trajetória de
aprendizagem formam a base psicopedagógica para a modelagem do aluno
proposta.
Nos trabalhos acima descritos, de um modo geral, o perfil do aluno é identificado
de forma explícita, ou seja, a partir de algum instrumento que permita a sua
avaliação. A proposta desta tese é inferir o estilo cognitivo do aluno a partir da
observação do seu comportamento, enquanto ele executa um conjunto de
interações com o ambiente de aprendizagem.
32
Tabela 2.1: Resumo de trabalhos relacionados sob o ponto de vista da psicologia cognitiva
Tutor
Fundamentação
Psicopedagógica
Perfis de aluno
Como um perfil
é identificado?
Referência
Uso das
facilidades do
módulo de BD
no Excel
Estilo cognitivo baseado na
dependência de área
Dependente de área
(DA)
Independente de
área (IA)
Teste EFT -
Embedded Figure
Test
(Wittin, Oltman,
Raskin & Karp,
1971)
DUFRESNE
&
TURCOTTE,
1997)
SILPA
Teoria da aprendizagem
intencional
Construtores de
orientação da
aprendizagem
Orientado a
transformação
Orientado a
desempenho
Orientado ao
conformismo
Resistente
Previamente e de
forma explícita
(questionário)
(MARTINEZ
&
BUNDERSON,
2000)
Curso de
HTML
Estilo cognitivo baseado
na dependência de área
Estilo de aprendizagem:
holista e serialista
IA Holista
IA Serialista
DA Holista
DA - Serialista
Previamente e de
forma explícita
(questionário)
(FORD &
CHEN, 2000)
Operating
Systems
Basics
Tutorial
No construto de auto-
regulação do aluno
Altamente auto-
regulado
Medianamente
auto-regulado
Pouco auto-
regulado
Previamente e de
forma explícita
(questionário)
(MACMANUS,
2000)
33
3 REFERENCIAL TEÓRICO SOB O PONTO DE VISTA
COMPUTACIONAL
O objetivo de modelar computacionalmente o Estilo Cognitivo de Aprendizagem do
aluno baseado na sua Trajetória de Aprendizagem em um ambiente de ensino e
aprendizagem adaptativo na Web nos levou a busca de um aporte computacional,
teórico e metodológico, na área da Inteligência Artificial, em diferentes subáreas de
aplicação, quais sejam: Sistemas Tutores Inteligentes (STI), Sistemas Adaptativos de
Aprendizagem na Web, Aprendizado de Máquina (AM) indutivo por exemplos e
Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados (KDD
4
). O estudo realizado nestas
subáreas da IA enfocou os aspectos relacionados, especialmente, com a modelagem de
características do usuário e/ou aluno e com a modelagem dos padrões de navegação na
Web.
Este Capítulo apresenta uma revisão sucinta sobre os fundamentos computacionais,
relacionados às subáreas da IA acima mencionadas, bem como apresenta uma
justificativa e o contexto para a sua utilização, em cada uma delas.
3.1 Sistemas Tutores Inteligentes
Os Sistemas Tutores Inteligentes (STIs) são sistemas instrucionais, baseados em
computador, que se caracterizam, especialmente, pelo seu conhecimento sobre o
domínio sendo ensinado e pelo seu conhecimento sobre o conhecimento do aluno nesse
domínio.
Os STIs tiveram a sua origem dentro da ciência da computação, mais
especificamente, dentro da área da inteligência artificial (IA). Estes sistemas surgiram
no final dos anos 70, inspirados nos sistemas educacionais da época, ou seja, os então
chamados sistemas CAI (na língua inglesa, Computer Aided Instruction ou Instrução
Assistida por Computador). Os sistemas educacionais do tipo CAI tinham como
característica induzir o aprendiz a uma resposta correta mediante uma série de estímulos
cuidadosamente planejados (tutor decide o que, quando e como ensinar). Por outro lado,
os STIs (ou ICAI Intelligent CAI) surgiram com a abordagem de simular alguma das
capacidades cognitivas do aluno e utilizar estes resultados como base nas decisões
pedagógicas a serem tomadas pelo sistema (aluno compartilha com o tutor sobre os seus
objetivos de aprendizagem, dificuldades, etc.).
A inteligência dos STIs baseia-se em três diferentes tipos de conhecimento (BURNS
& CAPPS, 1988): (i) conhecimento que o sistema tem sobre os conteúdos a serem
ensinados (conhecimento especialista); (ii) conhecimento que o sistema tem sobre o
4
Knowledge Discovery from Databases. A sigla em inglês é utilizada neste trabalho por ser amplamente
difundida na literatura.
34
conhecimento do aluno sobre esses conteúdos (conhecimento sobre o modelo do
aprendiz); e (iii) conhecimento que o sistema tem sobre a pedagogia das estratégias de
ensino, com o objetivo de adequar a instrução às necessidades atuais de aprendizagem
do aprendiz (conhecimento pedagógico). A Figura 3.1 ilustra como as diferentes bases
de conhecimento podem interagir em um STI.
Especialista
Tutor
Modelo do
Aluno
Ambiente
Interface
Aluno
Mundo Real
Avaliação
Especialista
Tutor
Modelo do
Aluno
Ambiente
Interface
Aluno
Especialista
Tutor
Modelo do
Aluno
Ambiente
Interface
Aluno
Mundo Real
Avaliação
Figura 3.1: Arquitetura tradicional de um STI (BURNS & CAPPS, 1988)
O módulo especialista contém o conhecimento do domínio sendo ensinado. O
modelo do aluno integra ao processo de diagnóstico à estrutura de dados que representa
o estado atual de conhecimento do aluno sobre o domínio. O módulo tutor identifica as
deficiências de conhecimento do aluno e seleciona uma estratégia para apresentar a ele.
O ambiente e a interface canalizam a comunicação entre o aluno e o tutor.
Hoje em dia, considerando que o termo “Tutor” está muito ligado à idéia de ensino
tradicional diretivo (BERCHT, 2001) e, considerando que os objetivos educacionais
pretendidos não passam por esta abordagem, adotamos o termo “Ambiente Inteligente
de Ensino e Aprendizagem” em nosso trabalho. Um Ambiente Inteligente de Ensino e
Aprendizagem (AIEA) corresponde a um conjunto de ferramentas de software,
intencionalmente desenvolvidas para uso em situações de ensino e aprendizagem, e que
utilizam técnicas de IA com o objetivo de adaptar as estratégias de ensino às demandas
psicopedagógicas do aprendiz remoto. Uma vez que a evolução dos sistemas
inteligentes de ensino passa obrigatoriamente pelos STIs, parte da bibliografia
consultada neste trabalho faz referencia aos Sistemas Tutores Inteligentes.
Considerando que esta tese enfoca as questões relacionadas à modelagem do aluno,
faz-se necessário à compreensão da terminologia utilizada neste contexto. Segundo
(VANLEHN, 1988), uma das importantes tarefas de um STI consiste em inferir o estado
atual de conhecimento do aprendiz sobre o assunto que ele está estudando e então, a
partir desta informação, adaptar a instrução às necessidades cognitivas particulares do
aluno naquele momento. O componente que representa o estado atual de conhecimento
do aluno denomina-se modelo do aluno e o processo de inferência propriamente dito
denomina-se diagnóstico. Estes componentes, que devem ser projetados em conjunto,
compõem o que se denomina modelagem do aluno.
35
O resultado do diagnóstico cognitivo normalmente é utilizado para uma variedade de
propósitos, tais como:
Possibilitar que o tutor conduza o aluno a um novo tópico do programa da
disciplina quando ele estiver habilitado para isto;
Possibilitar que o tutor dê assistência ao aluno, em algum momento de
dificuldade, e de forma não solicitada;
Possibilitar que o tutor gere novos problemas para o aluno resolver, de forma
dinâmica, ao invés de seguir uma lista pré-definida;
Possibilitar que o tutor apresente alguma explicação sobre novos conceitos,
utilizando apenas aqueles conceitos (ou terminologia) que o aluno é capaz de
compreender naquele momento.
O principal objetivo do diagnóstico cognitivo, ou diagnóstico do estilo cognitivo de
aprendizagem do aluno remoto, consiste em possibilitar ao tutor a condução da
estratégia pedagógica ajustada à habilidade cognitiva que este aluno demonstra possuir,
num dado instante.
Neste trabalho optamos por utilizar o termo “diagnóstico cognitivo” ao invés de
simplesmente “diagnóstico”, uma vez que o nosso foco não está relacionado com o
conhecimento que o aluno tem do conteúdo, mas com suas habilidades cognitivas
individuais para experienciar um processo de aprendizagem em um ambiente
educacional na Internet.
Tradicionalmente, no contexto de um STI, a modelagem do aluno esteve muito
direcionada à modelagem do nível de conhecimento do aluno sobre o domínio do curso
sendo ensinado e das questões relacionadas à modelagem do conhecimento especialista.
No final da década de 80, Kurt VanLehn (VANLEHN, 1988) avaliou o problema da
modelagem do aluno sob três diferentes dimensões: (i) escopo do conhecimento
disponível sobre o aluno (i.é, estados mentais, estados intermediários e estado final); (ii)
tipos de conhecimento (i.é, procedimental e declarativo); e (iii) a avaliação das
diferenças entre o especialista e o aluno (i.é, modelo de overlay, biblioteca de erros,
etc.).
O enfoque deste trabalho não está voltado à modelagem do nível de conhecimento
do aluno enquanto ele resolve um problema, e sim à modelagem de suas habilidades
cognitivas superiores, conforme a Taxonomia de Bloom. No contexto do Projeto
Tapejara, e conseqüentemente desta tese, o desempenho nas habilidades cognitivas e
nos processos cognitivos subjacentes, avaliados no Teste Ross, determinou as classes
(ou dimensões) de Estilo Cognitivo de Aprendizagem (ECA) utilizadas neste trabalho.
A modelagem do ECA do aluno consiste na principal contribuição desta tese. Ao
invés de somente modelar o seu nível de conhecimento, nossa abordagem propõe que o
ECA do aluno seja integrado ao modelo do aluno. Com isto, pretende-se ampliar a
capacidade do AIEA para assistir o processo de aprendizagem do aluno remoto,
auxiliando-o no desenvolvimento de suas habilidades cognitivas relacionadas aos
conteúdos sendo estudados.
O conhecimento sobre o estágio de desenvolvimento cognitivo do aluno emerge a
partir da observação e análise da sua Trajetória de Aprendizagem (TA) pelas páginas
Web do curso. O pressuposto básico é de que uma TA representa, de forma implícita, as
ações cognitivas sendo realizadas pelo aluno remoto. Entretanto, a grande questão é:
como descobrir os padrões de TA, típico de cada uma das classes de ECA
consideradas?”.
36
3.2 Sistemas Adaptativos de Aprendizagem na Web
Um Sistema Hipermídia Adaptativo (SHA) foi definido como “qualquer sistema de
hipertexto ou hipermídia, que reflete algumas características do usuário no modelo de
usuário, e que aplica este modelo para adaptar os diversos aspectos visíveis do sistema
ao usuário” (BRUSILOVSKY, 1995). Portanto, uma das questões centrais desses
sistemas diz respeito à modelagem do usuário. O modelo do usuário contém todas as
informações que o sistema conhece sobre o usuário para realizar a adaptação.
Nosso principal interesse nos sistemas SHA refere-se aos diversos estudos
realizados nesta área, especialmente aqueles relacionados com a modelagem do usuário.
De acordo com a revisão bibliográfica apresentada por (BRUSILOVSKY, 1995), em
meados dos anos 90, as principais características do usuário que eram levadas em
consideração como fonte de adaptação pelos sistemas SHA eram: (i) objetivo do
usuário, (ii) conhecimento, (iii) experiências prévias, (iv) experiência no hiperespaço e
(v) preferências.
Em um ambiente de ensino e aprendizagem, essas características podem ser
interpretadas como: (i) objetivo de aprendizagem do aluno, o qual se modifica
freqüentemente de sessão para sessão, ou até mesmo, dentro de uma mesma sessão; (ii)
conhecimento, na maior parte das vezes representado através de um modelo de overlay
(baseado no modelo estrutural do domínio sendo estudado); (iii) experiência prévia do
aluno, fora do assunto, mas que é relevante o suficiente para ser considerada (profissão,
experiência no trabalho em áreas relacionadas, etc.); (iv) experiência com o
hiperespaço, no sentido de quão fácil o aluno consegue navegar e tem familiaridade com
a interface, etc.; e, por último, (v) preferências, no sentido de que o aluno pode preferir
alguns nós e links entre tantos e pode preferir partes de uma página, entre outras.
Hoje em dia, considerando o crescente investimento em aplicações na Web,
especialmente as aplicações do tipo e-learning (aprendizagem eletrônica) ou os
Sistemas Adaptativos de Ensino e Aprendizagem na Web, nos deparamos com novas
questões em relação à modelagem do aluno. Kobsa et al. apud Gaudioso & Boticario
(2002), sugerem que se faça a distinção entre: (i) dados do aluno; (ii) dados de uso do
ambiente educacional; e (iii) dados do ambiente. Os dados do aluno compreendem as
suas diversas características, representadas no modelo do aluno. Os dados de uso do
ambiente educacional compreendem aos dados referentes às interações do aluno com
esse ambiente. Finalmente, os dados do ambiente compreendem aqueles dados que não
estão relacionados com o aluno, e sim com o ambiente propriamente dito.
Dados do Aluno
Em relação aos dados do aluno, hoje em dia observa-se uma forte tendência em
relação à modelagem de características individuais do aluno (i.é, personalidade, estilos
de aprendizagem, estilo cognitivo, fatores emocionais, etc.), no sentido de que essas
características sejam modeladas de forma complementar àquelas características
mencionadas por Brusilovsky. Essa nova tendência pode ser observada através dos
trabalhos de: D’Amico (1999), que modelou aspectos de personalidade, Soldato (1995)
e Bercht (2001), que modelaram fatores emocionais, Reed & Oughton (1997), que
modelaram aspectos relacionados a gênero, Martinez & Bunderson (2000), que
investigaram diferentes orientações de aprendizagem, Riding & Cheema (1998), Felder
& Silverman (1988), Ford & Chen (2000) e Kelly & Tangney (2002), que investigaram
aspectos relacionados aos estilos de aprendizagem e estilos cognitivos.
37
Dados de Uso do Ambiente Educacional
Em relação aos dados de uso do ambiente educacional (na língua inglesa
referenciado como “Web usage”), o enfoque está voltado à modelagem dos padrões de
comportamento na Web. De acordo com Zaïane (2001), na área do comércio eletrônico
(e-commerce), um esforço significativo de pesquisas tem sido feito com o objetivo de
vislumbrar métodos que considerem os acessos dos clientes a sites comerciais e seus
respectivos comportamentos durante um processo de compra, visando melhorar a
satisfação desses clientes através de recomendações inteligentes, visando sempre o
aumento das vendas e o lucro.
Entretanto, Zaïane chama a atenção para o fato de que, na área de e-learning, muitos
estudos ainda se fazem necessários, especialmente aqueles relacionados com a
descoberta de padrões de comportamento do aluno nesses ambientes. A exemplo dos
trabalhos desenvolvidos na área do e-commerce, encontramos na literatura uma forte
tendência das pesquisas na área de sistemas educacionais na Web, no sentido de
descobrir padrões de acesso dos alunos ao material pedagógico e de compreender o seu
comportamento na Web. Os resultados dessas investigações são fundamentais para o
desenvolvimento de sistemas educacionais adaptativos, que de forma automática
possam analisar e compreender o comportamento cognitivo do aluno remoto e, a partir
daí, possam fornecer assistência pedagógica ajustada às suas demandas de
aprendizagem, tornando o processo de aprendizagem mais efetivo e eficaz.
As investigações referentes à descoberta de padrões de navegação na Web passam
pelo estudo das seqüências de páginas visitadas pelo usuário em uma sessão na Web.
Grande parte dos trabalhos encontrados na literatura nessa área adota uma abordagem
indutiva na obtenção desses padrões, assim como fazem uso intensivo de técnicas de
Mineração de Dados, conforme apresentamos na seqüência deste Capítulo. Por
exemplo, Cooley et al. (1997) apresentaram cinco diferentes técnicas voltadas à
mineração de padrões de acesso em transações Web: (i) análise de caminhos; (ii) regras
de associação; (iv) padrões seqüenciais; (v) regras de classificação; e (v) análise de
clusters.
A análise de caminhos é realizada por diferentes tipos de grafos, os quais passam a
representar alguma relação entre as páginas Web visitadas pelo usuário. O grafo mais
óbvio corresponde ao leiaute físico de um site na Web, onde as páginas correspondem
aos nós e as arestas correspondem aos links entre essas páginas. A maioria dos trabalhos
busca determinar com que freqüência um padrão foi percorrido.
A técnica de descoberta de padrões através do uso de regras de associação
normalmente é aplicada em transações de Banco de Dados (BD). Neste caso, o
problema envolve a descoberta de associações e correlações entre referências a vários
arquivos disponíveis no servidor por um dado cliente. Cada transação é composta por
um conjunto de URLs visitadas por um cliente durante o seu acesso ao site. Por
exemplo, a partir do uso de regras de associação é possível encontrar correlações do
tipo: “40% dos clientes que visitaram a URL: .../companhia/product1 também visitaram
.../companhia/product2”.
O problema da descoberta de padrões seqüenciais é encontrar padrões entre
transações tal que, a presença de um conjunto de itens é seguida por outros,
considerando a ordenação temporal das transações. A descoberta de padrões
seqüenciais a partir do acesso ao arquivo de log de um servidor Web permite às
aplicações na Web predizerem o padrão das visitas dos clientes e, conseqüentemente,
permitem um melhor direcionamento de propagandas comerciais a estes clientes. Por
38
exemplo, analisando estas informações, o sistema de mineração Web poderia determinar
o relacionamento temporal entre itens de dados tais como: “... 60% dos clientes que
compraram a partir da URL .../companhia/product1, também compraram a partir da
URL .../companhia/product4, em um período de 15 dias”.
A descoberta de regras de classificação permite o desenvolvimento de um perfil de
itens de dados pertencentes a um grupo particular de acordo com seus atributos comuns.
Esse perfil pode ser usado para classificar novos itens de dados que serão adicionados
ao BD. No contexto da mineração de comportamento na Web, a técnica de classificação
permite o desenvolvimento de perfis de clientes que visitam um determinado servidor
de arquivos, com base em informações demográficas, disponíveis para esses clientes, ou
baseada em seus padrões de acesso. Por exemplo, a classificação sobre o log dos
acessos pode levar a descoberta de relacionamentos tais como: “... 50% dos clientes que
compraram a partir da URL ../companhia/product2 tinham idade entre 20 a 25 anos e
moravam no nordeste”.
Finalmente, a análise de cluster permite o agrupamento de clientes ou itens de dados
que têm características similares. Esta técnica pode facilitar o desenvolvimento e
execução de futuras estratégias de marketing.
O desenvolvimento e a utilização dessas técnicas de mineração de padrões de
comportamento na Web (na língua inglesa Web Usage Mining) constituem-se, hoje em
dia, o grande foco de interesse das aplicações na Web. Embora ainda pouco
desenvolvida, soluções como essas têm sido encontradas na literatura atual em relação
aos sistemas de Ensino e Aprendizagem na Web. Para exemplificar, citamos alguns
trabalhos recentes encontrados na literatura: Stern & Woolf (2000), Levene (2003),
Cooley & Mobasher & Sprivastava (1999), Spiliopoulou (1999), entre outros.
Alinhados com a atual tendência dos sistemas adaptativos de ensino e aprendizagem,
nesta tese enfocamos a modelagem do Estilo Cognitivo de Aprendizagem do aluno
através do seu comportamento de aprendizagem na Web (Trajetória de Aprendizagem).
Para a obtenção do conhecimento a respeito das trajetórias de aprendizagem padrões, de
cada uma das classes de estilo cognitivo consideradas, adotamos uma abordagem quase-
experimental e indutiva, baseada em uma análise estatística-exploratória para a
identificação dos perfis dos itens de dados e seus atributos, que melhor classificassem o
estilo cognitivo do aluno remoto.
3.3 Aprendizado de Máquina
No domínio de um STI (ou de um Sistema Especialista), o conhecimento necessário
para representar as classes de ECA e seus atributos, bem como o conhecimento
inferencial necessário para realizar o diagnóstico cognitivo do aluno podem ser obtidos
de duas maneiras: (i) pelo projetista do sistema ou; (ii) por um agente artificial que
aprende a partir da experiência. No primeiro caso, a aquisição do conhecimento é
realizada tendo como referência o conhecimento de um especialista no domínio sendo
considerado, o que teoricamente pressupõe uma área de conhecimento já estabelecida.
Em relação ao segundo caso, Russel & Norvig (1995) comentam: sempre que o
projetista dispuser de um conhecimento incompleto sobre o domínio sendo considerado,
a ‘aprendizagem de máquina’ é a única maneira de um agente artificial adquirir o
conhecimento que ele necessita para tomar suas decisões...”.
Considerando que a priori não dispúnhamos do conhecimento sobre as TAs padrão
dos ECAs considerados, necessário a sua modelagem computacional, buscamos apoio
39
na subárea de Aprendizagem de Máquina (AM). A AM é uma importante subárea de
pesquisa em Inteligência Artificial (IA), na qual são estudados diversos métodos
computacionais com o objetivo de adquirir novos conhecimentos, novas habilidades e
novos meios de organizar o conhecimento já existente (MITCHELL apud BATISTA,
2003).
Carbonel (1990) identifica quatro paradigmas principais de AM e diversos sub-
paradigmas sendo investigados: Aprendizagem Indutiva (i.é, aquisição de conceitos a
partir de um conjunto de exemplos positivos e negativos); Aprendizagem Analítica (i.é,
aprendizagem baseada em explicação e em alguns métodos de aprendizagem analógica
e baseada em casos); Algoritmos Genéticos (i.é, sistemas classificadores) e Métodos de
Aprendizagem Conexionista (i.é, redes neurais). Segundo este autor, estes paradigmas
emergiram a partir de diferentes raízes científicas, desenvolveram métodos
computacionais diferentes e freqüentemente baseiam-se em diferentes formas de
avaliação do seu sucesso. Entretanto, estes paradigmas compartilham do objetivo
comum de construir máquinas que aprendem de modo significativo para uma variedade
de tarefas de um domínio. Em todas as abordagens, a aprendizagem pode ser
operacionalmente compreendida como a habilidade para executar novas tarefas que não
podiam ser executadas antes, ou executar tarefas já executadas antes, mas que passam a
executar melhor (i.é, mais rápido, com maior precisão, etc.), como resultado das
modificações produzidas pelo processo de aprendizagem.
O aprendizado indutivo é um dos mais úteis, pois permite a obtenção de novos
conhecimentos a partir de exemplos particulares, previamente observados (BATISTA,
2003). Entretanto, é um dos mais desafiadores, pois o conhecimento gerado ultrapassa
os limites das premissas, e não existem garantias de que esse conhecimento seja
verdadeiro.
3.4 Aprendizado de Máquina Indutivo por Exemplos
O aprendizado indutivo por exemplos é o processo de inferência indutiva realizada
sobre exemplos observados, os quais são fornecidos ao aprendiz por um professor ou
oráculo. Em AM, o aprendiz é um sistema computacional, freqüentemente denotado por
sistema de aprendizado, algoritmo de aprendizado, ou simplesmente indutor.
O aprendizado indutivo por exemplos pode ser dividido em aprendizado
supervisionado e o supervisionado (MONARD & BARANAUSKAS apud
BATISTA, 2003), descritos a seguir.
Aprendizado Supervisionado
No aprendizado supervisionado é fornecido ao sistema de aprendizado um conjunto
de exemplos E = {E
1
, E
2
, ... E
N
}, sendo que cada exemplo E
i
E possui um rótulo
associado. Esse rótulo define a classe a qual o exemplo pertence. Formalmente,
pode-se dizer que cada exemplo E
i
E é uma tupla
),(
iii
yxE
r
= (3.1)
na qual
i
x
r
é um vetor de valores que representam as características, ou atributos, do
exemplo Ei, e yi é o valor da classe desse exemplo. O objetivo do aprendizado
supervisionado é induzir um mapeamento geral dos vetores
x
r
para y. Portanto, o
sistema de aprendizado deve construir um modelo do tipo
)
(
x
f
y
r
=
, de uma função
40
desconhecida, f, que permite predizer valores y para exemplos previamente não
vistos.
Entretanto, o número de exemplos utilizados para a criação do modelo não é, na
maioria dos casos, suficiente para caracterizar completamente essa função f. Assim
sendo, os sistemas de aprendizado são capazes de induzir uma função h que
aproxima f, ou seja,
)
(
)
(
x
f
x
h
v
r
. Nesse caso, h é chamada de hipótese sobre a
função conceito f.
Aprendizado Não Supervisionado
No aprendizado não supervisionado é fornecido ao sistema de aprendizado um
conjunto de exemplos E, no qual cada exemplo consiste somente de vetores
x
r
, não
incluindo a informação sobre a classe y. O objetivo no aprendizado não
supervisionado é construir um modelo que procura por regularidades nos exemplos,
formando agrupamentos ou clusters de exemplos com características similares.
Nomenclatura
Um conjunto de exemplos ou conjunto de dados
},...,{
21 N
EEEE =
é um conjunto
de vetores
N
xx
r
r
,...
1
, com ou sem a classe associada y. A Tabela 3.1 mostra a forma
geral de um conjunto de exemplos E com N exemplos e M atributos. Essa tabela
está no formato atributo-valor (também denominada tabela flat), a qual é utilizado
como entrada pela maioria dos algoritmos de aprendizado.
Tabela 3.1: Tabela atributo-valor
A
1
A
2
... A
M
Y
E
1
x
11
x
12
... x
1M
y
1
E
2
X
21
X
22
... x
11
y
2
... ... ... ... ... ...
E
N
X
N1
X
N2
... X
NM
y
N
O atributo Y é normalmente chamado de atributo-classe e, conforme visto
anteriormente, somente está presente em conjuntos de dados para aprendizado
supervisionado. Neste tipo de aprendizado, o atributo classe pode ser um atributo
qualitativo que assume um conjunto de valores discretos },...,{
21 Ncl
CCCC = ou um
atributo quantitativo que assume um conjunto de valores reais. No primeiro caso, a
hipótese h é denominada classificador, e a tarefa de aprendizado é denotada
classificação. No segundo caso, a hipótese h é denominada de regressor, e a tarefa de
aprendizado é denotada regressão.
O foco deste trabalho é o aprendizado supervisionado por classificação. Os
exemplos disponíveis contêm uma entrada para cada aluno que participou do
experimento, conforme é apresentado no Capítulo 4. O atributo-classe corresponde ao
ECA do aluno; os demais atributos correspondem aos indicadores de sua TA durante a
execução do módulo de ensino experimental.
3.5 Aprendizado Supervisionado e Classificação
Segundo Henery (1994), os métodos de classificação comumente praticados e
estudados podem ser agrupados sob três diferentes abordagens: (i) abordagem
41
estatística; (ii) aprendizado de máquina e (iii) redes neurais. A seguir, apresentamos
uma breve discussão sobre cada uma delas.
Abordagem Estatística
A abordagem estatística caracteriza-se por prover um modelo básico explícito de
probabilidades, ou seja, o modelo estatístico fornece a probabilidade de uma
determinada instância ser de uma classe, ao invés de simplesmente realizar uma
classificação determinística. Além disso, é assumido que as técnicas estatísticas serão
manipuladas por estatísticos, de modo que alguma intervenção humana é necessária em
relação à seleção de variáveis e transformação, assim como toda a estruturação do
problema.
A comunidade estatística identifica duas fases investigatórias sobre classificação. A
primeira fase, ou a fase “clássica” concentra-se em derivações do trabalho de Fisher
sobre discriminação linear. A Segunda fase, ou a fase “moderna” explora modelos de
classes mais flexíveis, muitos dos quais tentam prover uma estimativa da distribuição
conjunta, utilizando como referência as características de cada classe as quais, por sua
vez, podem prover uma regra de classificação.
Entre os métodos estatísticos clássicos, Mitchell (1994) cita: Discriminante Linear,
Discriminante Quadrático, Discriminante Logístico, Regra de Bayes. Entre as técnicas
estatísticas modernas, Molina et al. (1994) citam: Estimativa de Densidade, K-Vizinhos
Mais Próximos, Classificador por Caça e Projeção, Classificador Bayesiano Ingênuo,
Redes Causais, etc. Em relação aos métodos estatísticos clássicos citados, os três
primeiros baseiam-se na probabilidade máxima. A Regra de Bayes trabalha com
diferentes probabilidades a priori e com diferentes custos de erro. Os métodos
modernos enfocam abordagens não paramétricas.
Aprendizado de Máquina
Diferentemente da abordagem estatística, em AM o enfoque recai sobre
procedimentos computacionais automatizados, baseados em operações lógicas ou
binárias, que aprendem um conceito a partir de uma série de exemplos. Dentro desta
abordagem, especial atenção é dada às árvores de decisão, na qual o resultado de uma
classificação emerge a partir de uma seqüência de passos lógicos. Esta abordagem é
capaz de resolver o problema mais complexo dado uma quantidade de dados suficiente.
Ainda dentro da abordagem AM, outras técnicas têm sido desenvolvidas, incluindo os
algoritmos genéticos e procedimentos da lógica indutiva. Segundo Henery (1994), estas
técnicas, em princípio, nos permitem trabalhar com tipos de dados mais genéricos,
incluindo casos onde o número e tipos de atributos podem variar e onde níveis
adicionais de aprendizagem são impostos, com uma estrutura hierárquica de atributos e
classes e assim por diante.
Em AM, a meta é gerar expressões de classificação simples o suficiente para serem
compreendidas por agentes humanos. Estas expressões devem imitar o raciocínio
humano para prover a compreensão do processo decisório. Como na abordagem
estatística, o conhecimento básico deve ser explorado no desenvolvimento, mas a
operação do processo deve ocorrer sem a intervenção dos agentes humanos.
Redes Neurais
Tecnicamente, uma Rede Neural (RN) consiste de níveis de nós interconectados,
onde cada nó reproduz uma função não-linear a partir de suas entradas. As entradas de
um nó podem vir de outros nós ou diretamente dos dados de entrada. Alguns nós são
42
identificados como saída da rede. A rede completa representa um conjunto bastante
complexo de interdependências, as quais podem incorporar qualquer grau de não-
linearidade, permitindo que sejam modeladas muitas funções gerais.
As RNs têm sido consideradas como um espelho, guardadas as devidas proporções,
do comportamento da rede de neurônios do cérebro humano. Esta abordagem combina a
complexidade de algumas técnicas estatística com a meta em AM, ou seja, imitar a
inteligência humana.
3.6 Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados
Hoje em dia, uma nova área de pesquisa conhecida como Descoberta de
Conhecimento em Bases de Dados KDD - tem despertado o interesse da comunidade
que investiga a utilização de novas técnicas e ferramentas computacionais, que têm
como objetivo automatizar a análise inteligente de dados em grandes bases de dados e a
geração de informações úteis aos seus usuários. Segundo Fayyad & Piatetsky-Shapiro &
Smyth (1996), a descoberta de conhecimento em bases de dados corresponde a um
processo não-trivial de identificação de padrões de dados válidos, novos,
potencialmente úteis e, principalmente, compreensíveis pelo usuário final”.
KDD é uma área de pesquisa multidisciplinar que envolve outras áreas de pesquisa
como Inteligência Artificial, Banco de Dados, Estatística e Visualização Gráfica
(PIATETSKY & SHAPIRO apud BATISTA, 2003). Cada uma destas áreas contribui
com métodos e ferramentas para a consolidação de KDD.
No contexto desta tese, o principal interesse em KDD está no aporte teórico-
metodológico disponível nesta área, para descrever as diversas etapas do trabalho
desenvolvido durante um processo de descoberta de conhecimento, por indução através
de exemplos. Especificamente, o principal foco está voltado à descoberta das TAs
padrões, típicas de cada uma das classes de ECA estudadas. Neste caso, conforme a
definição de Fayyad & Piatetsky-Shapiro & Smyth (1996), os dados correspondem às
TAs realizadas pelos alunos durante o experimento realizado e apresentado nos
Capítulos 5 e 6. As TAs são representadas através de um conjunto de variáveis,
indicadoras do comportamento de aprendizagem do aluno na Web. Estas variáveis, por
sua vez, são compiladas a partir do arquivo de log, ou diário de navegação, durante uma
seção de aprendizagem do aluno.
Os padrões mencionados por Fayyad & Piatetsky-Shapiro & Smyth (1996),
correspondem a uma expressão, em alguma linguagem, que irá descrever a TA típica de
cada uma das classes de ECA consideradas. Extrair um padrão a partir dos dados
corresponde à geração de uma descrição, alto-nível, das TAs típicas de cada Estilo
Cognitivo de Aprendizagem.
Na definição de Fayyad & Piatetsky-Shapiro & Smyth (1996), o termo processo
implica dizer que a descoberta de conhecimento compreende diversas etapas, as quais
envolvem: preparação de dados, busca de padrões (mineração de dados), avaliação do
conhecimento adquirido e refinamento, todas elas envolvendo repetidas iterações. O
termo não-trivial significa que alguma busca ou inferência está envolvida, ou seja, não
corresponde a uma computação direta de quantidades pré-definidas como, por exemplo,
calcular um valor médio a partir de um conjunto de números.
Segundo Fayyad & Piatetsky-Shapiro & Smyth (1996), o processo de descoberta de
conhecimento é orientado de acordo com o seu objetivo, estabelecido no primeiro passo.
Existem dois tipos de objetivo: verificação e descoberta. Quando o objetivo é
43
verificação, o sistema de Mineração de Dados (MD) que realiza a busca de padrões
propriamente dita, limita-se a verificar as hipóteses do usuário. Quando o objetivo é
descoberta, o sistema MD autonomamente encontra novos padrões. A descoberta ainda
pode ser subdividida em: predição e descrição. No caso de predição, o sistema MD
tenta encontrar padrões para predizer comportamentos futuros dos dados. No caso de
descrição, o sistema MD tenta encontrar padrões para apresentar ao usuário uma forma
compreensível do comportamento dos dados. Neste estudo, o objetivo é a descoberta
das TAs padrão das classes de ECA consideradas.
Fayyad & Piatetsky-Shapiro & Smyth (1996), enumeraram algumas etapas básicas,
a serem desenvolvidas durante um processo de descoberta de conhecimento, quais
sejam: 1) Identificação e entendimento do problema; 2) Identificação e coleta de dados
relevantes; 3) Limpeza e transformação de dados; 4) Pré-processamento de dados; 5)
Redução de atributos; 6) Análise exploratória dos dados e formulação de hipóteses; 7)
Mineração de dados (MD); 8) Avaliação e interpretação de resultados; 9) Consolidação
do conhecimento descoberto.
A seguir, passamos a descrever, de forma sucinta, as diversas etapas de um processo
KDD.
Identificação e Entendimento do Problema
A primeira fase do processo de descoberta de conhecimento implica em
compreender o domínio da aplicação e identificar o conhecimento prévio relevante,
assim como implica na identificação dos objetivos do processo KDD, ou seja, entre as
necessidades do usuário, o que pode ser resolvido através da utilização de algum
método de Mineração de Dados (MD). De um modo geral, os principais métodos de
MD são: classificação, regressão, segmentação, sumarização e detecção de desvio
(Fayyad & Piatetsky-Shapiro & Smyth, 1996), conforme é descrito a seguir.
Em um processo de aprendizagem presencial, o professor presta assistência
pedagógica aos seus alunos a partir da observação e da avaliação que ele faz a respeito
das interações entre: o professor e o aluno, entre o aluno e o material pedagógico e entre
aluno-aluno. Neste estudo a questão é: considerando um ambiente EAD, como avaliar o
comportamento do aluno remoto, a partir da observação de suas interações com o
material pedagógico na Web? Em outras palavras, como automatizar, de forma
inteligente, o diagnóstico do estilo cognitivo do aluno remoto a partir da análise e
interpretação da sua trajetória de aprendizagem pelas páginas Web de um curso? No
contexto desta tese, o diagnóstico cognitivo do aluno remoto envolve uma atividade de
classificação.
Identificação e Coleta de Dados Relevantes
Uma vez que o problema foi identificado e entendido, é necessário identificar quais
atributos da base de dados serão utilizados na análise. Em um BD comercial, os
atributos considerados relevantes normalmente estão dispersos em tabelas distintas,
muitas vezes em um formato inapropriado para serem utilizados no processo KDD, e
sem uma documentação atualizada para consulta. Além disso, muitas vezes, os dados
precisam ser rotulados, caso seja necessário a aplicação de um método de classificação.
Em um Ambiente de Ensino e Aprendizagem na Web, esta etapa consiste em coletar
os dados a partir da principal fonte de informação que é o arquivo de log de navegação,
armazenado no servidor Web. Para cada acesso às páginas Web do curso pelo aluno
remoto, são registrados os seguintes atributos: a origem do acesso (endereço de IP), a
44
data e hora do acesso e o recurso solicitado (URL). Portanto, estes são os atributos
originais, a partir dos quais o conhecimento é construído.
Neste estudo, esta etapa foi simplificada uma vez que trabalhamos com um arquivo
de log dedicado, definido como uma Tabela na base de dados (BD) do ambiente de
ensino e aprendizagem. Da mesma forma, o ambiente de ensino e aprendizagem era
‘fechado’ e a informação sobre a URL também era armazenada em uma outra Tabela da
base de dados.
Limpeza e Transformação de Dados
Esta etapa, e a etapa seguinte, de pré-processamento de dados, são consideradas
críticas em um processo KDD, uma vez que consomem entre 80% a 95% do esforço e
dos recursos necessários para a realização da descoberta de conhecimento (ZAÏANE,
2001). Hoje em dia, existem diversas ferramentas para analisar um arquivo de log Web,
tais como: NetTracker, Analog, etc. De um modo geral, estas ferramentas fornecem uma
análise estatística limitada dos dados, especialmente no que diz respeito a sua
capacidade para auxiliar a compreensão de informações implícitas ou tendências ocultas
(ZAÏNE, 2001). Embora os dados registrados no log reflitam o uso real do aluno pelas
páginas Web do curso, eles não registram comportamento, relacionamentos entre seus
dados, enfim, não registram aqueles dados que necessitam do conhecimento inerente ao
modelo do ambiente de ensino e aprendizagem sendo representado nas páginas Web
consideradas.
Em um Ambiente de Ensino e Aprendizagem na Web, onde os dados relevantes
estão armazenados no arquivo de log de um servidor Web, esta etapa é muitas vezes
dificultada por dois grandes motivos (ZAÏANE, 2001): (i) como identificar um aluno,
de forma única, a partir do seu endereço de IP em uma sessão de estudo? (ii) como
identificar uma seção de aprendizagem de um aluno, uma vez que todos os registros dos
alunos que tiveram acesso ao site estão misturados neste arquivo, e a única ordenação
existente é a cronológica? Além disso, mesmo quando uma única página é solicitada
pelo aluno, existe a possibilidade de que sejam geradas no log diversas entradas. Nestes
casos, o acesso aos registros de um único aluno por uma ferramenta de mineração de
dados fica bastante dificultado.
Felizmente, em Ambientes Educacionais na Web, o problema é muitas vezes
simplificado, uma vez que o aluno não é anônimo, i.é, normalmente ele precisa se
identificar para ter acesso ao site educacional. Entretanto, identificar uma seção de
estudo não é uma tarefa trivial.
Em um processo KDD, a limpeza dos dados corresponde à eliminação daqueles
registros do log que são considerados irrelevantes para a análise do comportamento do
aluno. Por exemplo, neste estudo, os registros considerados irrelevantes corresponderam
a: acesso a menus, mensagens da aplicação para o aluno, falha de conexão e tempo de
permanência nulo em um recurso.
O principal objetivo da transformação de dados visa é justamente transformar a
representação dos dados a fim de superar quaisquer limitações existentes nos algoritmos
que serão empregados para a extração de padrões (mineração de dados). Algumas das
transformações mais comuns correspondem a: normalização de atributos, discretização
de atributos quantitativos, transformação de atributos qualitativos em quantitativos e
atributos de tipos de dado complexos. Neste estudo, recorremos a diferentes tipos de
transformações, em diferentes momentos do processo de descoberta de conhecimento,
conforme é apresentado no Capítulo 6.
45
Um exemplo típico de transformação diz respeito ao atributo complexo de data e
hora. Freqüentemente estes atributos são transformados em um outro atributo com a
mesma informação, mas com um tipo de dado que o algoritmo seja capaz de analisar.
Neste trabalho, por exemplo, o atributo hora foi transformado em um atributo que mede
o tempo de permanência em um dado recurso didático e forma de apresentação deste.
Pré-Processamento de Dados
A fase de pré-processamento tem como objetivo aprimorar a qualidade dos dados
coletados (BATISTA, 2003). Freqüentemente, os dados apresentam diversos problemas,
tais como: grande quantidade de valores desconhecidos, ruído (atributos com valores
incorretos), atributos de baixo valor preditivo, grande desproporção entre o número de
exemplos de cada classe, etc. Nesta etapa, além da preocupação com a possível presença
de atributos com baixo valor preditivo e com a grande desproporção entre o número de
exemplos de cada classe de ECA, nos debruçamos sobre a tarefa de construção de
atributos.
A construção de atributos é o processo de composição de atributos ditos primitivos
(pertencentes ao conjunto de dados original), produzindo-se novos atributos,
possivelmente relevantes para a descrição de um conceito (BATISTA, 2003).
Da forma como os dados se apresentavam no arquivo de log os tornavam
inadequados à tarefa de descoberta de conhecimento sobre as TAs das classes de ECAs
consideradas. Neste estudo, a construção de atributos foi orientada a partir da definição
do conjunto de variáveis (e suas métricas), indicadoras do funcionamento dos ECAs,
conforme é apresentado no Capítulo 4.
Redução de Atributos
Nesta fase, freqüentemente também é analisada a questão da dimensionalidade de
atributos, ou seja, o número efetivo de atributos a serem considerados como
discriminativos na classificação podem ser reduzidos. Segundo Batista (2003), a
princípio, a seleção dos atributos mais representativos pode aumentar a probabilidade
desses atributos serem incluídos no classificador induzido. Caso contrário, a análise
pode ser comprometida tratando atributos não representativos que não serão
incorporados no classificador pelo sistema de aprendizado.
Por exemplo, a existência de um atributo com informação similar (alta correlação)
com um dos atributos selecionados pode fazer com que o indutor decida não utilizar o
atributo selecionado no classificador induzido.
Batista comenta que encontrar os atributos mais representativos em um conjunto de
dados não é uma tarefa trivial. Em seu trabalho, foram utilizados os seguintes métodos:
filtro e wrapper. Um método filtro é um método de seleção de atributos que é aplicado
para selecionar os atributos antes que ocorra o processo de indução. O método wrapper
realiza uma busca por um subconjunto de atributos representativos por meio da adição e
remoção de atributos no conjunto de dados e da medição da taxa de erro do classificador
resultante.
Em nosso trabalho, dado a restrição imposta pelo número reduzido de exemplos a
serem fornecidos ao indutor, a realização desta etapa deve compor uma etapa dos
trabalhos futuros, previstos nesta tese.
46
Análise Exploratória dos Dados e Formulação de Hipóteses
Segundo Fayyad & Piatetsky-Shapiro & Smyth (1996), antes de selecionar algum
método para a busca de padrões nos dados, precisamos analisar que modelos e
parâmetros podem ser apropriados (p. ex., modelos voltados a dados categóricos são
diferentes dos modelos de vetores sobre valores reais). Além disso, é necessário
encontrar um método de MD que atenda os objetivos do processo KDD sendo
executado (p. ex., o usuário pode estar interessado ou na compreensão do modelo, ou na
sua capacidade de predição).
No atual estágio deste estudo, a compreensão do modelo é fundamental,
especialmente para que os psicólogos cognitivos e os educadores o interpretem e
auxiliem na avaliação e consolidação do conhecimento descoberto. Considerando que
não dispúnhamos de hipóteses a priori sobre as trajetórias de aprendizagem das classes
de ECA sendo modeladas, consumimos um grande esforço na realização desta etapa do
processo KDD, apresentada em detalhe no Capítulo 6.
Mineração de Dados
Os principais objetivos em MD, na prática, tende a ser: predição e descrição. A
predição envolve utilizar algumas variáveis ou campos da base de dados para predizer
valores desconhecidos ou futuros de outras variáveis de interesse. A descrição
preocupa-se em encontrar um padrão que explique, de forma compreensível, o
comportamento dos dados. Em um contexto KDD, a descrição tende a ser mais
importante que a predição (FAYYAD & PIATETSKY-SHAPIRO & SMYTH, 1996).
Em um processo KDD, o componente MD freqüentemente envolve a aplicação de
repetidas iterações de um método MD particular, visando encontrar um padrão que
represente o comportamento dos dados. Neste contexto, um padrão pode ser pensado
como uma instância de um modelo. Por exemplo, xxxf +=
2
3)( é um padrão,
enquanto que xxxf βα +=
2
)( é considerado um modelo.
Basicamente, existem dois formalismos matemáticos usados para representar o
modelo de conhecimento gerado nesta etapa: estatístico e lógico. A abordagem
estatística permite efeitos não-determinísticos; ao passo que a abordagem lógica é
puramente determinística. A abordagem estatística é a abordagem mais usada na prática,
especialmente pela presença da incerteza no processo de geração dos dados no mundo
real.
A fase de mineração de dados envolve decidir quais algoritmos serão aplicados aos
dados para procurar padrões (FAYYAD & PIATETSKY-SHAPIRO & SMYTH, 1996).
Nesta fase, pode-se utilizar algoritmos provenientes de diversas áreas de conhecimento,
tais como: Aprendizado de Máquina, Estatística, Redes Neurais e Banco de Dados. Esta
fase também inclui decidir quais modelos e parâmetros podem ser apropriados (i.é,
modelo para dados nominais são diferentes dos modelos sobre vetores com valores
reais), e que melhor atendem as necessidades do processo KDD (i.é, a prioridade pode
estar ou na compreensão do modelo, ou no seu poder preditivo).
Em um ambiente de aprendizagem na Web, é necessário resumir tendências e
padrões que possam ser interpretados pelos educadores que estão disponibilizando
cursos remotos (ZAÏANE, 2001). Hoje em dia, a maioria dos métodos de MD foi
desenvolvido para outras áreas, com objetivos diversos da área educacional. Mesmo
assim, esses métodos são gerais o suficiente, de modo que os Sistemas Educacionais
podem se beneficiar deles.
47
A seguir apresentamos uma breve descrição sobre os principais métodos usados em
MD.
Classificação e regressão
A classificação corresponde a uma função de aprendizagem que mapeia (classifica)
um item de dado em uma das diversas classes pré-definidas. A regressão é uma função
de aprendizagem que mapeia um item de dado a uma variável preditiva com valor real.
Por exemplo, estimar a probabilidade de que um paciente morra dado o resultado de um
conjunto de exames.
Clusterização
A clusterização corresponde a uma tarefa descritiva comum, onde se busca
identificar um conjunto finito de categorias ou clusters para descrever os dados. As
categorias podem ser mutuamente exclusivas e exaustivas ou consistir de uma
representação rica tal como uma hierarquia ou categorias sobrepostas.
Sumarização
A sumarização envolve métodos para encontrar uma descrição compacta para um
subconjunto de dados. Um exemplo simples disto corresponde a tabulação da média e
desvio padrão de todos os atributos. Esta técnica freqüentemente é aplicada em análises
de dados exploratória e interativa e na geração automática de relatórios.
Modelagem de dependências
A modelagem de dependência consiste em encontrar um modelo que descreva as
dependências significantes entre as variáveis. Existem dois níveis de dependência: nível
estrutural e nível quantitativo. O nível estrutural especifica, freqüentemente através de
um gráfico, quais atributos são localmente dependentes um do outro. O nível
quantitativo especifica a força da dependência através de alguma escala numérica. Um
exemplo típico são as Redes Bayesianas de crença.
Mudança e detecção de desvios
A mudança e detecção de desvio enfocam a descoberta das modificações mais
significativas nos dados a partir de valores normativos ou previamente medidos.
Um algoritmo de MD possui três componentes básicos: (1) modelo de
representação; (2) modelo de avaliação; e (3) método de busca. O modelo de
representação é a linguagem usada para descrever os padrões encontrados. O modelo de
avaliação corresponde a uma afirmação quantitativa de quão bem um padrão particular
(modelo e seus parâmetros) se ajustam aos objetivos do processo KDD. Por exemplo,
um modelo preditivo freqüentemente é julgado pela precisão da predição empírica em
algum conjunto de teste. Um modelo descritivo pode ser avaliado através das dimensões
da precisão preditiva, novidade, utilidade e capacidade de compreensão do modelo.
O método de busca consiste de dois componentes: (1) busca de parâmetros; e (2)
busca do modelo. Na busca de parâmetros, o algoritmo de MD deve procurar por
aqueles parâmetros que otimizam o critério do modelo de avaliação nos dados
observados e um modelo fixo de representação. A busca do modelo ocorre como um
laço sobre o método de busca de parâmetro: a representação do modelo é modificada tal
que uma família de modelos é considerada.
Avaliação e interpretação de resultados
Esta fase é a fase da interpretação dos padrões minerados. É possível que, durante
esta etapa do processo de descoberta de conhecimento, seja necessário retornar a
48
alguma das etapas anteriores para, iterativamente, tentar melhorar o modelo obtido. Esta
fase também envolve a visualização dos padrões extraídos e dos modelos, ou a
visualização dos dados a partir dos quais os modelos foram extraídos.
Consolidação do conhecimento descoberto
Nesta fase o conhecimento extraído pode ser integrado ao sistema ao qual ele se
destina, ou simplesmente documentado e publicado as partes interessadas. Também
nesta fase do processo pode ser interessante verificar e resolver possíveis conflitos com
crenças anteriores sobre o conhecimento sob investigação.
3.7 Trabalhos Relacionados
Sob o enfoque dos Sistemas Tutores Inteligentes e dos Sistemas Hipermídia
Adaptativos, são poucos aqueles sistemas que implementam características individuais
do aluno tais como: estilo cognitivo e de aprendizagem. De acordo com o levantamento
realizado por Bajraktarevic & Hall & Fullick (2003), os sistemas SHA encontrados, que
adotaram essa abordagem foram: INSPIRE (GRIGORIADOU et al., 2001), CS388
(CARVER et al., 1996), RAPITS (WOODS & WARREN, 1996) e AEC-ES
(TRIANTAFILLOU et al., 2002).
Por exemplo, o sistema INSPIRE adotou a Teoria de Kolb, das experiências de
aprendizagem, que reconhece quatro diferentes estilos de aprendizagem: os ativistas, os
pragmáticos, aqueles com tendência à reflexão e os teoristas. O modelo do aluno é
composto de duas partes: informações gerais (idade, sexo) e nível de conhecimento
atual na unidade sendo estudada. As lições são divididas em níveis e são geradas
dinamicamente. Os seus autores usam técnicas de apresentação adaptativa, em
diferentes seqüências de apresentação. Os elementos dos estilos de aprendizagem
aparecem, ou não, dentro de uma lição. Técnicas de navegação adaptativa tais como
anotação de links na área navegacional do sistema é utilizada. O sistema RAPITS é um
sistema de ensino adaptativo que compara o modelo do aluno com o conhecimento do
domínio e que, automaticamente, pode modificar o estilo de apresentação ao aluno. O
permite que o aluno percorra as lições seqüencialmente ou que ele prossiga no curso
hipermídia de modo não linear. O sistema AEC-ES é um sistema educacional adaptativo
baseado no estilo cognitivo do aluno, através das dimensões dependência/independência
de área. Neste sistema são disponibilizadas ferramentas de suporte navegacional tais
como: mapas conceituais, caminhos gráficos, organizadores prévios, assim como são
utilizadas técnicas de apresentação adaptativa. Os alunos são contemplados com
estratégias instrucionais que melhor se ajustam ao seu estilo cognitivo preferencial, com
a opção de mudá-la.
Além dos sistemas acima mencionados, ainda citamos os protótipos EDUCE
(KELLY & TANGNEY, 2002) e I-Help (BULL et al., 2001). O tutor EDUCE incorpora
ao modelo do aluno duas características individuais: (i) tipo de inteligência, de acordo
com a classificação das Inteligências Múltiplas de Gardner; e (ii) objetivo de
aprendizagem, segundo a classificação de Bloom. Neste tutor, estas características do
aluno são inferidas a partir das interações deste com o sistema. O monitor das ações do
aluno observa, monitora e coordena todo o feedback dado pelo aluno na forma dos links
ativados, botões pressionados e textos digitado. O tutor EDUCE realiza a adaptação da
apresentação ao nível dos conteúdos e como suporte à navegação, ao nível de links. A
primeira forma inclui apresentações textuais, multimídia, etc., enquanto que o suporte à
49
navegação inclui guia direto e anotação de links. O desenvolvimento das habilidades
cognitivas é estimulado através das formas de apresentação dos conteúdos.
O Sistema de Ajuda Inteligente I-Help foi projetado visando a sua utilização em
um ambiente de ensino e aprendizagem. Nosso interesse neste trabalho refere-se à
utilização do estilo cognitivo do aluno como uma das fontes de informação para que o
sistema selecione o colega-ajudante apropriado. O sistema I-Help reconhece dois papéis
para os alunos cadastrados: o ajudante e o ajudado. O processo de seleção baseia-se nos
critérios definidos tanto pelo aluno que efetuará a ajuda, quanto por aquele que a
solicita. Por exemplo, como ajudante, cada aluno define suas características, tais como:
número máximo de ajudas simultâneas, assuntos de seu interesse, lista dos alunos que
ele se dispõe a ajudar, etc. Como ajudado, o aluno pode definir: a lista dos alunos que
ele gostaria que o ajudassem, a lista daqueles que conhecem bastante um determinado
conjunto de tópicos, a lista daqueles que tem afinidade com o seu estilo de pensar, etc.
Os estilos cognitivos considerados no I-Help são: holista-analítico e verbal-visual,
segundo a classificação de Riding e Cheema, citados por Bull et al. (2001). A
classificação do aluno segundo estes estilos é realizada a partir de um questionário
muito simplificado. Esta característica do aluno pode ou não ser relevante no momento
da seleção do colega que irá efetuar a ajuda. Isto irá depender dos critérios especificados
pelo aluno que recebe a ajuda, em relação aos que poderão ajudá-lo.
Entre os trabalhos que enfocaram o uso de técnicas de aprendizagem de máquina na
modelagem do aluno citamos: MANIC (STERN & WOOLF, 2000), CAPIT (MAYO &
MITROVIC, 2000) e CLARISSE (EÏMEUR et al., 2002). O sistema MANIC
(Multimedia Asynchronous Networked Individualized Courseware) modela duas
características do aluno para realizar a adaptação dos conteúdos: nível de dificuldade e o
estilo de aprendizagem de sua preferência. A primeira característica é identificada a
partir de um pré-teste e serve para o sistema identificar o quanto o aluno conhece sobre
o conteúdo a ser estudado. A outra é determinada através de um classificador Bayesiano
ingênuo (Naive Bayes Classifier) e serve para o sistema identificar o que o aluno quer,
levando em consideração como ele gosta de estudar. Os conteúdos pedagógicos são
desenvolvidos em diferentes versões para um mesmo conceito. Essas diferentes versões
possuem diferentes níveis de dificuldade e diferentes estilos de aprendizagem, de modo
que o sistema possa adaptá-los ao perfil do aluno.
O objetivo do sistema MANIC é ‘aprender’ sobre as preferências do aluno a partir
da observação de suas interações com o sistema. O classificador Bayesiano ingênuo
(CBI), que tem uma abordagem probabilística, pode ser interpretado como um caso
particular de uma Rede Bayesiana de probabilidades, usado para fazer classificação. No
caso particular, temos uma variável-classe e um conjunto de variáveis-atributo,
consideradas conseqüência da variável-classe. Um CBI envolve duas etapas de
aprendizagem. Na primeira delas, são calculadas as probabilidades a priori de todas as
variáveis e as probabilidades condicionais das variáveis-atributo, com base nos dados
de treinamento. O conjunto estas estimativas corresponde à hipótese a ser aprendida.
Essa hipótese é então usada para classificar cada uma das novas instâncias, na segunda
etapa do processo de aprendizagem.
No ambiente MANIC, a aprendizagem de máquina é usada para predizer o objeto de
conteúdo que o aluno irá desejar. Um objeto de conteúdo tem a ele associado um
conjunto de características tais como: tipo_mídia TM (i.é, gráfico ou texto),
tipo_instrucional TI (i.é, explicação, exemplo, descrição e definição),
nível_dificuldade ND (i.é, fácil, médio ou difícil) e desejado_pelo_aluno DA (i.é,
sim, não). Para determinar se o objeto de conteúdo é desejado pelo aluno, o tutor
50
observa a reação do aluno em relação ao objeto. Cada objeto que é apresentado tem a
opção de ser ocultado pelo aluno, assim como aqueles que não são apresentados têm
links que os permitem ser mostrados. Se o objeto foi apresentado e não foi ocultado pelo
aluno, ou se o objeto não foi inicialmente apresentado, mas foi solicitado, então o objeto
é considerado como desejado pelo aluno. Um objeto não é desejado pelo aluno quando,
ele foi apresentado ao aluno, mas este o ocultou, ou o link correspondente ao objeto não
foi usado.
O sistema tutor inteligente CAPIT (Capitalisation And Punctuation Intelligent
Tutor) tem o propósito de ensinar regras de pontuação e uso de caracteres maiúsculo, na
língua inglesa, para crianças entre 8 e 10 anos. Nesse tutor, a modelagem do aluno foi
realizada através de uma Rede Bayesiana de Crença (RBC). A RBC foi construída com
o objetivo de predizer o desempenho de uma criança em um novo problema,
considerando o desempenho passado da criança. O modelo de inferência é usado para
selecionar o problema mais apropriado para a criança, de modo que ela se sinta
desafiada, porém não desencorajada. O modelo foi induzido a partir dos dados gerados
pelo uso do sistema por uma classe de 28 alunos. Primeiramente, o projetista
especificou diferentes modelos causais, a partir de seus pressupostos a respeito dos
possíveis fatores que poderiam, ou não, ser relevantes. A decisão sobre um dos modelos
baseou-se em testes de significância estatística. Os parâmetros numéricos emergiram a
partir dos dados.
A ferramenta CLARISSE (Clusters And Rules ISSuEd) implementa um método de
aprendizagem de máquina, que corresponde a categorização de itens de dados.
Diferentemente das técnicas de classificação, na categorização (ou clusterização) as
categorias não são conhecidas a priori. Elas são reveladas durante o processo de
geração. O trabalho realizado pela ferramenta consiste em, recursivamente, dividir um
conjunto inicial de itens e construir uma árvore de decisão, a qual será usada para
identificar as categorias. A ferramenta CLARISSE foi projetada para inicializar o
modelo do conhecimento do aluno (o que e o quanto ele conhece sobre o assunto a ser
estudado), e deverá ser usada pelo sistema tutor inteligente chamado QUANTI.
Finalmente, sob o enfoque da modelagem computacional voltada à descoberta de
padrões de comportamento na Web, mencionamos os seguintes trabalhos: Spiliopoulou
(1999), Levene (2003), e Zaïne & Luo (2001).
O trabalho de Spiliopoulou iniciou pelo levantamento e pela modelagem formal de
padrões de navegação genéricos na Web. O modelo formal proposto por este autor foi
baseado na noção de seqüência genérica e em um padrão de variáveis (na língua
inglesa template). A partir do modelo genérico, a investigação seguiu enfocando a
questão de como descobrir esses padrões usando técnicas de mineração de dados. A
técnica de mineração de dados proposta tenta descobrir as seqüências genéricas de
acordo com o padrão das variáveis e de modo que, o modelo gerado, satisfaça
determinados limiares estatísticos. Este autor modelou as seqüências de navegação
como uma árvore de agregação. Neste contexto, uma árvore de agregação é uma
representação em árvore, de múltiplas seqüências (ramificações), onde os prefixos
comuns são fundidos.
Levene modelou o comportamento do usuário na Web através do conceito de visão
web (na língua inglesa web view). Para este autor, uma visão web é uma coleção de
trilhas relevantes (ou seqüências de páginas web repetidas pelo usuário). Formalmente,
uma visão web é considerada um grafo direcionado acíclico, induzido por uma coleção
de trilhas. Uma trilha é relevante em relação à freqüência com que o usuário a utiliza.
Levene utilizou cadeias de Markov para construir uma visão web.
51
À semelhança dos trabalhos de mineração de dados desenvolvidos com sucesso no
contexto do e-commerce, Zaïne & Luo (2001) propuseram um framework voltado à
mineração de dados no contexto dos sistemas de aprendizagem on-line. A idéia por trás
desse framework era a de permitir que os seus usuários (educadores) pudessem
expressar restrições aos dados obtidos e aos estágios de transformação desses, assim
como pudessem expressar descoberta de padrões e etapas de análise. Deste modo, seria
permitido aos educadores moldarem o processo de mineração de dados as suas
necessidades e tarefas a realizar. O framework de Zaïne & Lu integra três etapas: (i)
obtenção de dados e pré-processamento, (ii) descoberta de padrões; e, (iii) análise dos
padrões obtidos. Em qualquer uma das fases, deverá ser permitido aos educadores
expressarem suas necessidades através da especificação de restrições e filtros. A
definição de filtros durante a fase de pré-processamento dos dados pode reduzir
consideravelmente o espaço de busca, assim como a colocação de restrições durante a
fase de mineração não somente acelera o processo, como também controla os padrões
descobertos. Na fase de avaliação, as restrições podem auxiliar na análise de extensos
conjuntos de padrões extraídos.
Além disso, os autores ainda previram que o educador também poderia utilizar
filtros na fase de pré-processamento para selecionar um aluno ou um grupo de alunos,
selecionar um período de tempo e/ou um subconjunto de páginas Web, com o objetivo
de fixar sua atenção nas tarefas de aprendizagem e atividades a serem avaliadas. Além
disso, os educadores ainda poderiam definir sua interpretação da sessão do (s) aluno (s)
e da seqüência de ‘clics’ realizada por eles.
Para a descoberta de padrões, Zaïne & Luo selecionaram diversos algoritmos,
incluindo: mineração de regras de associação, mineração de padrões freqüentes entre as
sessões de estudo, mineração de padrões freqüentes durante uma sessão de estudo, etc.
em relação a última fase, o objetivo foi o de facilitar a interpretação dos padrões
descobertos pelos tomadores de decisão. Neste sentido, os autores implementaram
gráficos intuitivos e tabelas. O framework proposto é aberto no sentido de que permite a
adição de novos algoritmos de mineração a qualquer momento.
Entre os algoritmos inicialmente implementados, foram utilizadas regras de
associação para a descoberta de correlações entre as atividades de aprendizagem on-
line, pelo menos duas variações de algoritmos para a mineração de padrões seqüenciais,
dentro de uma sessão de aprendizagem, ou entre sessões, técnicas de clusterização para
agrupar os alunos com comportamentos de acesso às páginas Web similares.
3.8 Considerações Finais
Na seção anterior, descrevemos diversos estudos relacionados com o foco desta tese,
ou seja, a modelagem do aluno (ou usuário) em STIs e em SHAs, especialmente sobre
aqueles sistemas que realizam a aquisição de conhecimento sobre as características do
aluno sendo modeladas através do uso de uma abordagem centrada nos dados. Além
disso, considerando o nosso interesse em ambientes adaptativo de ensino e
aprendizagem na Web, também enfocamos, em nossa revisão bibliográfica, os aspectos
relacionados à modelagem do comportamento do aluno (ou usuário) durante suas
interações com o ambiente considerado.
As considerações que fizemos dizem respeito às tendências atuais observadas na
modelagem do aluno (ou o usuário). Comparando as características do usuário
modeladas nos SHA (mencionadas por Brusilovsky (1995)) com os estudos atuais,
verificamos uma forte tendência dos sistemas em modelar características individuais tais
52
como: aspectos de personalidade, emoção e afetividade, estilos de aprendizagem e
estilos cognitivos, etc., de forma complementar aos dados do usuário até então
considerados. O trabalho para modelar computacionalmente essas características tem
demandado um esforço de equipes multidisciplinares, formada especialmente por
psicólogos e pedagogos, em parceria com especialistas do domínio e em Sistemas de
Informação, com a abordagem da IA.
Também observamos o atual esforço de pesquisadores, especialmente da área de
MD, em explorar as informações disponibilizadas em um arquivo de log de um servidor
Web. Essas investigações têm permitido a extração de conhecimento a respeito do
comportamento real do usuário ao navegar em um site na Web. Além de oportunizar o
feedback de como o site é utilizado, também permite a análise e interpretação do
comportamento real do usuário.
A maioria dos métodos que tentam avaliar o comportamento navegacional e/ou os
interesses dos usuários na Web contabilizam a freqüência com que as páginas são
visitadas. Esse tipo de informação não é suficiente para a identificação de padrões de
uso na Web (ZAÏNE & XIN & HAN, 1998). Mesmo não contendo informações
adequadas para a realização de uma análise, ainda assim um arquivo de log de um
servidor Web contém dados úteis a partir dos quais um sistema bem planejado de
mineração de dados pode ser desenvolvido, com o objetivo de descobrir informações
interessantes.
Em nosso Projeto de pesquisa, a principal motivação em investigar o
comportamento das classes de ECA em um ambiente de aprendizagem na Web visou a
automatização do diagnóstico do ECA do aluno remoto, através da análise de suas
interações com o ambiente de ensino e aprendizagem (Trajetória de Aprendizagem).
Portanto, os propósitos desta tese estão alinhados com as tendências atuais de
modelagem do aluno em um ambiente adaptativo de ensino e aprendizagem na Web. O
esforço deste trabalho certamente passa pelas diversas etapas de um processo KDD,
desde a limpeza e transformação dos dados no arquivo de log, até a indução dos
atributos e comportamento, típicos de cada uma das classes de ECA consideradas, e
essenciais à realização do diagnóstico on-line do ECA do aluno remoto.
53
4 A PESQUISA
Para alcançar os objetivos propostos, esta investigação foi desenvolvida em duas
etapas. A primeira delas correspondeu à geração das classes de ECA a partir de uma
avaliação da população-alvo. A segunda fase correspondeu ao estudo das TAs e geração
dos atributos associados a cada uma das classes de ECA, conforme é apresentado a
seguir.
4.1 Delineamento da Pesquisa
O estudo está baseado em uma pesquisa de natureza quase-experimental, com
análises quantitativa e qualitativa, e com pós-teste somente (Figura 4.1).
Fase 1: Geração das classes de ECA
Fase 2: Tratamento Módulo de Ensino Experimental TDMA
Dimensões Avaliadas
Indicadores de
Comportamento
Navegacional
Indicadores de
Tempo de
Permanência
Classes de ECA experimentais:
Analógico-Analítico
Concreto-Genérico
Dedutivo-Avaliativo
Analítico-Sintético-Avaliativo
Relacional-Sintético
Medidas Medidas
Fase 3: Análises
Figura 4.1: Delineamento da pesquisa
A variável independente foi o Estilo Cognitivo de Aprendizagem (ECA). As medidas
corresponderam aos resultados das variáveis dependentes, isto é, corresponderam aos
indicadores do comportamento navegacional e dos tempos de permanência nas páginas
Web do módulo de ensino. O tratamento correspondeu à aplicação do módulo de ensino
experimental TDMA especialmente projetado com esta finalidade, e descrito em
detalhe no Capítulo 5.
A primeira fase, ou fase de ‘Geração das Classes de ECA experimentais’, foi
realizada durante o andamento do Projeto Tapejara pela equipe de psicólogos, parceira
no Projeto. Os principais resultados desta fase foram documentados e descritos no
contexto desta tese (Capítulo 5). As segunda e terceira fases foram totalmente
desenvolvidas nesta tese e estão descritas no Capítulo 6.
4.2 Caracterização dos Sujeitos da Amostra
Conforme mostra a Tabela 4.1, a amostra era composta de 35 sujeitos, distribuídos
de forma não igualitária devido à dificuldade circunstancial de disponibilidade destes
54
durante a execução do Projeto. A média etária predominante da amostra era formada por
sujeitos com idade acima dos 40 anos, à exceção dos AA, cuja média etária era formada
por sujeitos com idade em torno dos 30 anos. Sobre o grau de instrução, em torno de
50% dos sujeitos estavam no 2º grau (incompleto ou completo) e os restantes estavam
no 3º grau. Os sujeitos da amostra eram predominantemente do sexo masculino.
Tabela 4.1: Perfil dos sujeitos da amostra
AA CG DA ASA RS Totais
Nº de
Sujeitos
10 7 8 7 3 35
Idade Média 33 anos 45 anos 46 anos 44 anos 40 anos 41 anos
1 - 14,29% - - - 2,86%
2 40% 42,86 50% 42,86% 66,67% 45,71%
3 20% 14,29% - 14,29% - 11,43%
Grau de Instrução
4 40% 28,58% 50% 42,86% 33,33% 40,00%
1 100% 85,71% 100% 85,71% 100% 94,29%
Sexo
2 - 14,29% - 14,29% - 5,71%
Estilo Cognitivo: AA - Analógico-Analítico; CG - Concreto-Genérico; DA - Dedutivo-Avaliativo; ASA
Analítico-Sintético-Avaliativo; RS - Relacional-Sintético. Grau de Instrução: 1 2º Grau Incompleto; 2
2º Grau Completo; 3 3º Grau Incompleto; 4 3º Grau Completo. Sexo : 1 Masculino; 2 - Feminino
4.3 Variáveis e suas Medidas
O comportamento navegacional das classes de ECA foi monitorado através dos
indicadores correspondentes à freqüência relativa de acesso às páginas Web que
compunham o material pedagógico e do respectivo tempo relativo de permanência
nestas. A justificativa para o uso da freqüência e tempo relativos era poder comparar
estas medidas, intra e entre classes de ECA. Sobre esta questão, cabe lembrar que, ao
utilizar o módulo de ensino, cada participante foi instruído para que usasse o material
instrucional da forma que ele se sentisse mais confortável. Conseqüentemente, ao
realizar a sua TA, cada participante definiu a seqüência de acesso aos recursos
didáticos, assim como visitou um número aleatório de páginas Web do curso.
A partir dos dados registrados no arquivo de log, i.e., o número de identificação do
aluno, data e hora do acesso e o tipo da página Web visitada (ou código de identificação
do recurso didático e forma de apresentação sendo visitada), foi extraído um conjunto
de indicadores do comportamento e do desempenho dos estilos cognitivos durante o
experimento (Tabela 4.2 abaixo).
Neste estudo, os indicadores correspondentes à freqüência relativa de acesso
indicam a preferência dos estilos pelos recursos didáticos e formas de apresentação
disponibilizados no módulo de ensino experimental. Os indicadores correspondentes aos
tempos de permanência indicam a velocidade de processamento dos estilos ao
navegarem pelos recursos didáticos e formas de apresentação. O desempenho indica o
esforço realizado pelo aprendiz na execução da avaliação final (nº de avaliações
realizadas) e o resultado obtido (aprovado ou reprovado). A análise de desempenho está
fora do escopo desta tese.
55
Tabela 4.2: Indicadores do funcionamento dos ECA e suas medidas
Total de páginas
visitadas
Somatório do total geral de páginas visitadas por um aluno
Somatório do total de páginas de ‘Conceitos’ visitadas por um aluno
Somatório do total de páginas de ‘Exercício’ visitadas por um aluno
Somatório do total de páginas de ‘Exemplos’ visitadas por um aluno
Freqüência relativa de
acesso aos ‘Recursos
Didáticos’
Percentual de páginas de ‘conceitos’ visitadas sobre o total geral
Percentual de páginas de ‘exercícios’ visitadas sobre o total geral
Percentual de páginas de ‘exemplos’ visitadas sobre o total geral
Percentual de páginas derevisão’ visitadas sobre o total geral
Indicadores de Comportamento
Navegacional
Freqüência relativa de
acesso às ‘Formas de
apresentação’
Percentual de páginas de cada uma das formas de apresentação de ‘conceitos’
visitadas sobre o total de páginas de ‘conceitos’ visitadas
Percentual de páginas de cada uma das formas de apresentação de
exercícios’ visitadas sobre o total de páginas de ‘exercícios’ visitadas
Percentual de páginas de cada uma das formas de apresentação de ‘exemplos’
visitadas sobre o total de páginas de ‘exemplos’ visitadas
Tempo total de
permanência
Somatório do tempo total de permanência por aluno
Somatório do tempo de permanência nas paginas de ‘conceitos’ visitadas
Somatório do tempo de permanência nas paginas de ‘exercícios’ visitadas
Somatório do tempo de permanência nas paginas de ‘exemplos’ visitadas
Tempo de
permanência nos
Recursos Didáticos’
Percentual de tempo gasto em páginas de ‘conceitos’ sobre o tempo total de
permanência no módulo de ensino TDMA
Percentual de tempo gasto em páginas de ‘exercícios’ sobre o tempo total de
permanência no módulo de ensino TDMA
Percentual de tempo gasto em páginas de ‘exemplos’ sobre o tempo total de
permanência no módulo de ensino TDMA
Percentual de tempo gasto em páginas de ‘revisão’ sobre o tempo total de
permanência no módulo de ensino TDMA
Percentual de tempo gasto na ‘avaliação final’ sobre o tempo total de
permanência no módulo de ensino TDMA
Indicadores de Tempo de Permanência
Tempo de
permanência nas
Formas de
Apresentação’
Percentual de tempo gasto em cada forma de apresentação de ‘conceitos
visitadas, sobre o total de tempo gasto em páginas de ‘conceitos
Percentual de tempo gasto em cada forma de apresentação de ‘exercícios
visitadas, sobre o total de tempo gasto em páginas de ‘exercícios
Percentual de tempo gasto em cada forma de apresentação de ‘exemplos
visitadas, sobre o total de tempo gasto em páginas de ‘exemplos
Total de Provas
Realizadas
O aprendiz tinha a possibilidade de executar até três diferentes avaliações ou
até que ele alcançasse o escore mínimo estabelecido.
Desempenho
Indicador de Sucesso
(0 abaixo do percentual mínimo de acertos; 1 igual ou acima do
percentual mínimo)
56
4.4 Questões de Pesquisa
Considerando a nossa crença de que o estilo cognitivo de aprendizagem determina
diferentes formas de abordar novas informações durante um processo de aprendizagem
e que, o sucesso do aluno está relacionado com a forma como ele aprende, colocamos
três questões de pesquisa, as quais enfocam a análise das interações das classes de ECA
com o módulo de ensino experimental, especificamente desenvolvido com esta
finalidade.
1. Como automatizar o diagnóstico on-line do Estilo Cognitivo de Aprendizagem
do aluno a partir da observação e análise da sua trajetória de aprendizagem em
um Ambiente de Ensino e Aprendizagem na Web?
2. Quais os indicadores (ou parâmetros) de uma trajetória de aprendizagem que
melhor discriminam a trajetória típica de cada uma das classes de ECA
consideradas?
3. Como automatizar a aquisição do conhecimento necessário para realizar o
diagnóstico on-line (ou classificação) do ECA do aluno remoto?
57
5 O PROJETO TAPEJARA
Conforme mencionado anteriormente, O projeto Tapejara Sistemas Inteligente de
Ensino na Internet em cujo contexto se insere esta tese, teve como meta buscar uma
solução que contribuísse para minimizar o comprometimento psicopedagógico de um
sistema de ensino e aprendizagem na Internet.
Sob o ponto de vista computacional, o Projeto Tapejara teve como principal objetivo
implementar um ambiente inteligente de ensino e aprendizagem na Web. Os principais
requisitos para a implementação deste ambiente incluíam o projeto e construção de uma
arquitetura computacional que suportasse o reconhecimento dos padrões de
comportamento dos estilos cognitivos do aluno, baseado em suas interações com o
ambiente (diagnóstico cognitivo) e, com base neste conhecimento suportasse a
realização da adaptação da instrução ao perfil cognitivo deste aluno.
A metodologia adotada no projeto e construção do sistema previu seis etapas de
investigação, quais sejam:
1. Identificação das dimensões cognitivas (ou classes) de Estilos Cognitivos de
Aprendizagem em uma amostra da população-alvo (funcionários da empresa de
telecomunicações, parceira no projeto).
2. Projeto e construção do módulo de ensino experimental, na área das
telecomunicações, com o objetivo de analisar o comportamento cognitivo das
classes de estilos cognitivos consideradas.
3. Estudo das trajetórias de aprendizagem por ECA.
4. Modelagem do ECA do aluno.
5. Modelagem do agente artificial, responsável pelo diagnóstico cognitivo do
aluno.
6. Modelagem do agente artificial pedagógico, responsável pela adaptação da
instrução propriamente dita, com base na utilização de estratégias e táticas
psicopedagógicas, adequadas a cada perfil cognitivo.
As etapas (1), (2) e parte da (3), foram desenvolvidas durante o prazo de vigência do
Projeto Tapejara e estão publicadas em: (SOUTO et al., 2000), (SOUTO et al., 2001),
(BICA et al., 2001), (SOUTO et al., 2002a), (SOUTO et al., 2002b), e (SOUTO et al.,
2002c). O foco da tese em andamento inclui a complementação da etapa (3) e a
execução das etapas (4) e (5).
A compreensão desta tese passa pela compreensão das etapas anteriores,
desenvolvidas durante o projeto. Com este objetivo apresentamos, neste Capítulo, uma
descrição sucinta das etapas (1) e (2).
58
5.1 Identificação das Classes de Estilos Cognitivos de
Aprendizagem
Conforme a metodologia adotada e anteriormente mencionada, nesta seção
apresentamos um breve relato de como a etapa (i) foi trabalhada, ou seja, como os
estilos cognitivos de aprendizagem foram gerados a partir da aplicação do “Teste Ross
dos Processos Cognitivos” em uma amostra de 231 sujeitos, constituída por técnicos e
engenheiros da empresa de Telecomunicações, usuários potenciais dos Cursos de
Telecomunicações e SDH.
5.1.1 Análise dos Dados Oriundos da Aplicação do Teste Ross
Conforme apresentado em (MADEIRA et al., 2000b), o Teste Ross foi aplicado em
uma amostra de 231 sujeitos, selecionados a partir de uma população composta por
1121 sujeitos. A análise de dados ocorreu em três momentos. No primeiro deles, o Teste
Ross foi avaliado a partir de três níveis de validação: (i) considerando os 105 itens do
teste, o Alfa de Crombach = 0,923; (ii) considerando os oito Processos Cognitivos
avaliados, o Alfa de Crombach = 0,8429; e, considerando as três Habilidades Cognitivas
avaliadas, o Alfa de Crombach = 0,8364. Estes resultados mostraram que o Teste se
mostrou consistente e verdadeiro. Na validação do Teste Ross em relação a população
alvo, a principal adaptação consistiu na classificação dos sujeitos de acordo com os seus
desempenhos nas diferentes seções do teste, ao invés de considerar o número de itens.
Nos segundo e terceiro momentos, a análise dos dados continuou, respectivamente,
com as análise fatorial e análise de cluster. A partir da análise fatorial foram analisados
os fatores (i.e. os processos e habilidades cognitivas consideradas no Teste Ross) que
explicavam a variância dos resultados, assim como a especificação dos fatores e
agrupamento dos dados por fator. A Figura 5.1 mostra o resultado desta análise.
Habilidade 1
( Análise ) = 75,37 %
da variância total
Habilidade 2
( Síntese ) = 10,60 %
da variância total
Habilidade 3
( Avaliação ) = 14,03 %
da variância total
Processos
Analogias ( 14 itens ) 48,08 %
Premissas ausentes ( 8 itens ) 8,72 %
Análise de info.relev.e Irrelev. ( 15 itens )
9,42 %
Processos
Relações abstratas ( 14 itens ) 7,11 %
Síntese seqüencial ( 10 itens ) 6,11 %
Análise de atributos ( 15 itens ) 4,82 %
Processos
Raciocínio dedutivo ( 18 itens ) 9,90 %
Estratégias de questionam. ( 12 itens ) -
5,82 %
Habilidade 1
( Análise ) = 75,37 %
da variância total
Habilidade 2
( Síntese ) = 10,60 %
da variância total
Habilidade 3
( Avaliação ) = 14,03 %
da variância total
Processos
Analogias ( 14 itens ) 48,08 %
Premissas ausentes ( 8 itens ) 8,72 %
Análise de info.relev.e Irrelev. ( 15 itens )
9,42 %
Processos
Relações abstratas ( 14 itens ) 7,11 %
Síntese seqüencial ( 10 itens ) 6,11 %
Análise de atributos ( 15 itens ) 4,82 %
Processos
Raciocínio dedutivo ( 18 itens ) 9,90 %
Estratégias de questionam. ( 12 itens ) -
5,82 %
Figura 5.1: Análise Fatorial: explicação da variância por habilidade cognitiva (MADEIRA et al.,
2000)
Na análise de cluster, os sujeitos foram agrupados pela similaridade do seu nível de
desempenho em cada processo e habilidade cognitiva. A Tabela 5.1 mostra os
resultados das análises e apresenta as classes de ECAs identificadas, segundo os
critérios mencionados (MADEIRA et al., 2000b).
59
Tabela 5.1: Classes de ECAs agrupadas por desempenho (4-5 superior, 3 médio, 1-2 inferior)
(MADEIRA et al., 2000)
Habilidades Psicopedagógicas
Classes de
Estilos Cognitivos
Sujeitos
Amostra
%
Habilidade em
Análise (73%)
Habilidade em
Síntese (10,6%)
Habilidade em
Avaliação (14,02%)
Analógico-Analítico 109 47,19 4 ou 5 - -
Concreto-Genérico 60 25,97 1 ou 2 - -
Dedutivo-Avaliativo 24 10,39 3 1, 2 ou 3 4 ou 5
Relacional-Sintético 07 3,03 3 4 ou 5 1, 2 ou 3
Estilo Analítico-
Sintético-Avaliativo
31 13,42 3 1, 2, 3 e 4 1, 2, 3, 4 e 5
Os sujeitos avaliados com um nível ‘superior’ de desempenho na habilidade de
análise foram classificados como pertencentes à classe dos Analógico-Analíticos (AA).
Os sujeitos que foram avaliados com um nível ‘inferior’ de desempenho na habilidade
de análise foram classificados como pertencentes à classe dos Concreto-Genéricos
(CG). Os sujeitos que foram avaliados com um nível ‘superior’ na habilidade de
avaliação, ‘médio-inferior’ na habilidade de síntese e ‘médio’ na habilidade de análise
foram classificados como pertencentes à classe dos Dedutivo-Avaliativos (DA), e assim
por diante.
O quinto grupo, denominado Analítico-Sintético-Avaliativo (ASA), mostrou-se
muito heterogêneo, ou seja, não apresentou similaridade interna em relação ao
desempenho nas habilidades e processos cognitivos avaliados pelo Teste Ross.
Considerando o critério de agrupamento dos sujeitos, esta classe agregou os sujeitos que
foram avaliados ou com um nível ‘médio’ na habilidade de análise, ou com um nível
‘médio-inferior’ na habilidade de síntese, ou com um nível ‘médio-superior’ na
habilidade de avaliação.
5.1.2 Conceituando as Classes de ECA Geradas
O conceito de cada uma das classes de ECA utilizadas neste trabalho foi
primeiramente apresentado em (MADEIRA et al., 2000). O trabalho de conceituação foi
desenvolvido pela equipe de psicólogos, parceira no projeto Tapejara. Os conceitos
foram inferidos a partir do desempenho dos sujeitos testados, nas habilidades
cognitivas, advindas da taxionomia de objetivos educacionais de Bloom (BLOOM et al.,
1972), e nos processos cognitivos, subjacentes a estas habilidades, avaliados no Teste
Ross.
Analógico-Analítico
O estilo cognitivo de aprendizagem Analógico-Analítico refere-se aquele
agrupamento de sujeitos que tende a buscar a aprendizagem de novas informações
através da utilização de padrões de comparações com outros conhecimentos,
previamente aprendidos. Para tanto, busca trabalhar com a informação em blocos,
decompondo-a, com a finalidade de estabelecer relações análogas com outras partes de
outros conhecimentos já armazenados.
Tipicamente, são sujeitos com elevada capacidade de realizar elaborações, ou seja,
gerar conhecimentos novos (não fornecidos a priori no material didático),
estabelecendo “pontes” com os conhecimentos anteriormente adquiridos. Assim sendo,
tendem a possuir elevada capacidade e eficiência na compreensão das inter-relações
entre várias idéias e, também, na capacidade de fazer generalizações. Pela sua
60
característica de realização de grande quantidade de elaboração, podem necessitar de
um tempo maior para a aprendizagem, pois ao se defrontarem com uma nova
informação, tendem a buscar uma considerável profundidade no assunto, através de
reflexão intensa.
Concreto-Genérico
O estilo cognitivo de aprendizagem Concreto-Genérico refere-se aquele
agrupamento de sujeitos que busca a aprendizagem de novas informações de forma
linear e seqüencial, dando preferência às estratégias de memorização que utilizem
“pistas” de recuperação baseadas em exemplos concretos. Para tanto, busca a trabalhar
com a informação em sua totalidade (holisticamente), o que por vezes pode lhe
dificultar a aprendizagem, fazendo com que busque sistematicamente a exemplificação
para facilitar a memorização. Preza que se mostre a eles o que fazer, em etapas,
possibilitando a sua prática da tarefa.
Tipicamente, são sujeitos que prestam atenção aos procedimentos e detalhes dos
mesmos, podendo por vezes se perder nestes. A memória é uma de suas melhores
habilidades intelectuais, embora corra o risco de não organizar bem as informações na
memória. Isto pode ser um reflexo do fato destes sujeitos trabalharem pouco com
abstração dos princípios e conceitos, principalmente aqueles que exijam maior grau de
elaboração e abstração. Tendem a ser pragmáticos e cuidadosos na situação de
aprendizagem. Os objetivos de aprendizagem, o critério de avaliação e feedback têm
que ser claros para este estilo, porque assim ele pode trabalhar em prol dos objetivos.
Dedutivo-Avaliativo
O estilo cognitivo de aprendizagem Dedutivo-Avaliativo refere-se aquele
agrupamento de sujeitos que busca a aprendizagem de novas informações através da
identificação do padrão lógico, subjacente ao conteúdo sendo apresentado. Realiza
análises exaustivas da coerência, validade e veracidade das informações. Para tanto,
busca avaliar possíveis falácias lógicas na informação, agindo de forma sistemática e
crítica.
Tipicamente, são sujeitos com elevada capacidade de trabalho e atenção, tendo
grande prazer em encontrar explicações lógicas para os acontecimentos. Por serem
sistemáticos, trabalham com método na busca da informação. Podem chegar a
desconsiderar grande quantidade de exemplos concretos quando acreditam já terem
compreendido o padrão lógico subjacente à nova informação. Por vezes podem se
mostrar precipitados na compreensão da informação. A organização do material é
crucial para este tipo de aprendiz.
Relacional-Sintético
O estilo cognitivo de aprendizagem Relacional-Sintético refere-se aquele
agrupamento de sujeitos que busca a aprendizagem de novas informações através da
reorganização das subpartes do conjunto de informações fornecidas em uma estrutura
conceitual mais enxuta. Para tanto busca decompor a informação em conceitos, até
unificá-los em um conceito integrador, mais abrangente e abstrato.
Tipicamente, são sujeitos com elevada capacidade de abstração e de geração de
hipóteses sobre os fatores envolvidos num determinado tipo de conhecimento.
Constantemente estão a revisar e reformular conceitos a partir da integração de novas
informações relacionadas ao tema em questão. Tendem a ter facilidade de trabalhar
mentalmente com imagens e apreciarem o uso de diagramas, esquemas e
61
demonstrações. São especificamente eficientes na leitura de gráficos e mapas mentais.
Aprendem melhor com abstrações e suas relações.
Analítico-Sintético-Avaliativo
Por inferência nossa, os sujeitos desta classe agregam características ou dos
Analíticos, ou dos Sintéticos, ou dos Avaliativos.
5.2 Projeto e Construção do Módulo de Ensino Experimental
O módulo de ensino experimental TDMA, desenvolvido durante o Projeto Tapejara,
teve a finalidade de ser utilizado como o instrumento para a análise do funcionamento
cognitivo dos estilos cognitivos e suas preferências pedagógicas.
De acordo com as demandas de treinamento da empresa parceira no Projeto, foi
selecionado o Curso de Telecomunicações como aquele a ser desenvolvido. O módulo
experimental inicial escolhido foi o TDMA (na língua inglesa, Time Division Multiplex
Access), que consiste na tecnologia básica da comunicação móvel, utilizada pela
empresa. Este módulo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, ainda durante
o desenvolvimento do Projeto Tapejara. Esta equipe incluiu profissionais das áreas da
Psicologia, Pedagogia, projetistas Web, e um especialista na área de telecomunicações.
5.2.1 Requisitos do Módulo de Treinamento Experimental
O planejamento dos conteúdos deveria levar em consideração as características
cognitivas dos estilos gerados a partir do público-alvo (seção 5.1.2) e os objetivos
educacionais propostos pelo especialista. Adicionalmente, deveria ser considerado que
os aprendizes tinham conhecimento prévio da tecnologia de multiplexação e
familiaridade com a terminologia da área. O domínio de conhecimento do módulo
experimental caracterizava-se por exigir do aprendiz o conhecimento de uma
terminologia específica, com jargões comumente utilizados na língua inglesa e um
número significativo de siglas.
5.2.2 Plano Pedagógico do Módulo de Ensino Experimental
Objetivos educacionais
Compreender o conceito TDMA
Compreender as aplicações do TDMA no acesso Wireless
Compreender os componentes que fazem parte da arquitetura TDMA (ERB e
Aparelho Móvel).
Entender a organização das informações controle, sinalização usuário dentro dos
slots de tempo do TDMA.
Entender como o TDMA amplia a capacidade instalada de um sistema AMPS.
Heurísticas psicopedagógica consideradas
Com vistas a contemplar as necessidades psicopedagógicas das classes de estilos
cognitivos, durante o planejamento do módulo de ensino experimental foram inferidas
algumas heurísticas psicopedagógica, a partir da conceituação prévia dos estilos, as
quais foram consideradas na formulação do material instrucional. A Tabela 5.2 abaixo
resume estas heurísticas.
62
Modelo pedagógico
Os conteúdos do domínio foram projetados baseados na prática didática tradicional,
ou seja, os conteúdos pedagógicos foram organizados e disponibilizados em quatro
diferentes tipos de recursos didáticos: (a) conceitos; (b) exemplos; (c) exercícios e; (d)
revisão. Para cada um dos recursos didáticos foi projetado e disponibilizado um
conjunto de diferentes formas de apresentação, as quais incluíram formas textuais,
gráficas, esquemáticas ou uma combinação destas (Tabela 5.3). Após a realização do
módulo de ensino, ou seja, quando o aluno sentia-se apto, ele deveria executar uma
avaliação final, a qual tinha como objetivo testar os conhecimentos adquiridos pelo
aluno. Em relação à avaliação final, foi fixado o desempenho mínimo de 90%, i.e., o
aluno deveria acertar 90% das questões da prova e, além disso, ele tinha até três chances
(através da execução de três provas distintas) para alcançar os 90%.
Tabela 5.2: Os estilos cognitivos e as heurísticas psicopedagógicas
Estilo Cognitivo Recursos Didáticos
Analógico-analítico
Uso de conceitos e exemplos com textos e esquemas comparativos.
Esquemas com figuras comparativas, mesclando texto e imagem para facilitar o processo
analítico e as relações análogas.
Dedutivo-avaliativo
Utilização de perguntas proporcionando a busca de informações que permita ao aprendiz
inferir um padrão lógico nas informações obtidas.
Relacional-sintético
Conteúdo de forma sintética e esquemática.
Relacionar idéias, conceitos mais gerais e sintetizar as informações em um sistema lógico,
facilitando a ordenação de idéias numa estrutura lógica, abstrata e integrada.
Concreto-genérico
Exemplos concretos em linguagem simples, utilizando-se de figuras e diagramas que
auxiliem na exemplificação.
Texto destacado para auxiliar a memorização.
Conteúdo deve ser interligado e disposto através de uma forma hierárquica e seqüencial
nos esquemas gerais.
Tabela 5.3: Recursos didáticos e formas de apresentação no TDMA
Recursos
Didáticos
Conceitos Exercícios Exemplos
Textual Verdadeiro ou Falso
Textual c/ Figura
Textual c/ Figura Relacionar Colunas
Esquema c/ Figuras
Esquema c/ Figura Escolha Simples
Preencher Lacunas
Formas de
Apresentação
Escolha Simples c/ Figura
5.2.3 A interface do Módulo de Ensino Experimental
A interface utilizada no módulo de ensino TDMA foi projetada com o objetivo de
não induzir o aprendiz em uma forma seqüencial e prévia diante das opções encontradas
para a sua navegação nos conteúdos do módulo. O uso das cores e o layout foram
baseados em um estudo anterior com a população-alvo. Aos ícones que aparecem no
menu principal, associou-se texto explicativo sobre o tipo de forma apresentada,
facilitando assim a navegação do sujeito.
A Figura 5.2 mostra o menu principal e a disposição dos seus elementos
componentes.
63
Figura 5.2: A interface do módulo experimental TDMA
Uma vez selecionado um dos recursos didáticos, o sistema automaticamente
disponibilizava as formas de apresentação correspondentes. As telas de apresentação
destas formas igualmente seguiam o mesmo padrão de interface, ou seja, as opções
possíveis eram disponibilizadas em torno da elipse gráfica.
5.3 Aplicação do Módulo de Ensino Experimental
Os participantes do experimento foram 35 sujeitos, entre técnicos e engenheiros,
funcionários da empresa de Telecomunicações, parceira no Projeto Tapejara. O critério
de seleção dos participantes correspondeu aos sujeitos mais típicos de cada classe de
ECA identificada. Originalmente foi estabelecido um número representativo de 28
sujeitos por classe de ECA, para a realização do módulo de ensino experimental. O
número mínimo de sujeitos requeridos para cada classe de ECA eram 7 (sete) sujeitos e
o máximo 14 (quatorze). Infelizmente, por questões operacionais (reformulações
organizacionais e de controle da Empresa), não foi possível preencher o número mínimo
previsto de sujeitos em alguns casos. A Tabela 5.4 abaixo mostra como ficou a
distribuição da amostra entre as 5 (cinco) classes de ECA.
A limitação do número de casos em cada classe de ECA representou uma grande
limitação durante o desenvolvimento deste estudo.
Tabela 5.4: Distribuição dos sujeitos da amostra
ECA AA CG DA ASA RS
Número de
Sujeitos previstos
Mínimo: 07
Máximo: 14
Mínimo: 07
Máximo: 14
Mínimo: 07
Máximo: 14
Mínimo: 07
Máximo: 14
07
Número de
Sujeitos obtidos
10 07 08 07 03
Durante a execução do módulo de ensino experimental, todas as interações do aluno
com o material instrucional eram registradas em um arquivo de log (diário de
navegação). Cada registro neste log incluía: o número de identificação do aluno, data e
hora do acesso e o tipo da página Web (i.e., ‘Conceito’, ‘Exercício’, ‘Exemplo’,
‘Revisão’ ou ‘Avaliação’ e a forma de apresentação correspondente, se fosse o caso).
64
Os procedimentos de aplicação deste módulo foram conduzidos por uma equipe de
psicólogos e pedagogos, que supervisionaram a execução do módulo TDMA pelos
alunos. O experimento transcorreu durante um período de um mês e meio. As seções
eram agendadas conforme a disponibilidade dos funcionários. O ambiente experimental
era constituído de um laboratório com 7 computadores PC-IBM, separados por uma
divisória, simulando um ambiente individualizado. Este laboratório, que estava
localizado no Centro de Treinamento da empresa parceira, foi especialmente construído
com a finalidade de criar um ambiente de aprendizagem na Web.
Antes de executar o módulo experimental, os alunos recebiam uma breve explicação
sobre o módulo e o seu funcionamento, salientando que cada um poderia seguir no seu
ritmo, conforme suas preferências de aprendizagem. Após, lhes era disponibilizado, no
seu computador, um módulo DEMO através do qual eles poderiam visualizar uma
demonstração explicativa de todo o funcionamento estrutural do módulo, ao mesmo
tempo em que poderiam se familiarizar com a interface do módulo experimental,
evitando um desgaste extra durante a execução do mesmo. Além disto, durante a
execução do módulo, a equipe de psicólogos e pedagogos poderiam prestar, tão
somente, auxílio operacional, quer por problemas relacionados ao computador do
aprendiz, quer por problemas de conexão com a rede dos computadores.
65
6 O PROCESSO DE DESCOBERTA DE
CONHECIMENTO
O objetivo deste capítulo é descrever o trabalho realizado durante o processo de
descoberta do conhecimento sobre as TAs padrão dos ECA. Os dados utilizados como
exemplos e, a partir dos quais realizamos a indução do conhecimento necessário para a
modelagem do ECA do aluno, tiveram origem no experimento realizado no contexto do
Projeto Tapejara.
A manipulação dos dados do experimento, desde o seu estado primitivo (arquivo de
log) até a sua forma operacional (tabela atributo-valor), utilizada no estudo aqui
apresentado, seguiu o padrão de um processo KDD.
6.1 Limpeza e Transformação de Dados
Conforme foi mencionado no Capítulo 3, a limpeza dos dados correspondeu à
eliminação daqueles registros do arquivo de log que foram considerados irrelevantes
para a análise do comportamento do aluno. Os registros considerados irrelevantes, que
foram removidos, corresponderam a:
Acesso a menus
Mensagem da aplicação para o aluno
Falha de conexão
Tempo de permanência nulo em determinado recurso didático
O processo de limpeza propriamente dito foi realizado manualmente, a partir de uma
filtragem sobre o arquivo de log original.
Considerando que o arquivo de log continha os seguintes campos: data do acesso,
hora do acesso, código do aluno e código da URL visitada, as principais transformações
realizadas corresponderam a:
Transformação do ‘código da URL’ em dois atributos, correspondentes,
respectivamente, ao ‘código do recurso didático’ e ao ‘código da forma de
apresentação’ usados naquele acesso
Transformação dos códigos alfanuméricos em códigos numérico
Cálculo do tempo de permanência em cada ‘recurso didático’ visitado
Considerando a natureza intervalar das variáveis monitoradas e a limitação do
tamanho da amostra, procedemos à categorização (discretização) das variáveis
indicadoras do comportamento navegacional e dos tempos de permanência nos recursos
didáticos e formas de apresentação. Nesta categorização utilizando os percentis com
dois pontos de corte. Para tanto, utilizamos o pacote estatístico SPSS. As três categorias
66
geradas foram denominadas de ‘Baixa’, ‘Média’ e ‘Alta’, correspondendo aos graus de
intensidade com que os recursos didáticos e formas de apresentação foram utilizados
pelos sujeitos da amostra (Tabela 6.1).
Nesta Tabela, os valores relativos à intensidade de uso dos recursos didáticos, que
delimitam as faixas ‘Baixa’, ‘Média’ e ‘Alta’, correspondem à freqüência relativa de
uso sobre o total de páginas Web visitadas no módulo. Por outro lado, os valores
relativos ao uso das formas de apresentação correspondem à freqüência relativa de uso
sobre o total de páginas Web visitadas do recurso didático que lhe corresponde.
Tabela 6.1: Categorização das faixas de freqüência relativa e tempos de permanência nos
‘Recursos Didáticos’ e ‘Formas de Apresentação’ dos sujeitos da amostra
CATEGORIAS
Intensidade de Uso Tempo de Permanência
Uso dos ‘Recursos Didáticos’
Conceito
Baixa : até 32
Média: entre 32 e 50
Alta: acima de 50
Baixa : até 24
Média: entre 24 e 39
Alta: acima de 39
Exercício
Baixa : até 24
Média: entre 24 e 40
Alta: acima de 40
Baixa : até 21
Média: entre 21 e 33
Alta: acima de 33
Exemplo
Baixa : até 2
Média: entre 2 e 25
Alta: acima de 25
Baixa : até 2
Média: entre 2 e 11
Alta: acima de 11
Uso das ‘Formas de apresentação’ de conceitos
Somente Textual
Baixa : até 3
Média: entre 3 e 7
Alta: acima de 7
Baixa : até 3
Média: entre 3 e 10
Alta: acima de 10
Textual c/ Figura
Baixa : até 13
Média: entre 13 e 25
Alta: acima de 25
Baixa : até 10
Média: entre 10 e 22
Alta: acima de 22
Esquema c/ Figura
Baixa : até 11
Média: entre 11 e 17
Alta: acima de 17
Baixa : até 5
Média: entre 5 e 9
Alta: acima de 9
Uso das ‘Formas de apresentação’ de exercícios
V ou F
Baixa : até 2
Média: entre 2 e 7
Alta: acima de 7
Baixa : até 2
Média: entre 2 e 7
Alta: acima de 7
Relacionar Colunas
Não Usou: = 0
Baixa : entre 0 e 5
Alta: acima de 5
Não Usou: = 0
Baixa : entre 0 e 6
Alta: acima de 6
Escolha Simples
Não Usou: = 0
Baixa : entre 0 e 11
Alta: acima de 11
Não Usou: = 0
Baixa : entre 0 e 6
Alta: acima de 6
Preencher Lacunas
Não Usou: = 0
Baixa : entre 0 e 5
Alta: acima de 5
Não Usou: = 0
Baixa : entre 0 e 6
Alta: acima de 6
Escolha Simples c/
Figura
Baixa : até 3
Média: entre 3 e 12
Alta: acima de 12
Baixa : até 2
Média: entre 2 e 8
Alta: acima de 8
Uso das ‘Formas de apresentação’ de exemplos
Textual c/ Figura
Baixa : até 2
Média: entre 2 e 14
Alta: acima de 14
Baixa : até 1
Média: entre 1 e 8
Alta: acima de 8
Esquema c/ Figura
Não Usou: = 0
Baixa : entre 0 e 9
Alta: acima de 9
Não Usou: = 0
Baixa : entre 0 e 3
Alta: acima de 3
67
6.2 Pré-Processamento de Dados
Basicamente, o comportamento navegacional das classes de ECA (ou Trajetórias de
Aprendizagem) foi analisado a partir da freqüência relativa de acesso aos recursos
didático e formas de apresentação dos mesmos (preferências dos ECAs), bem como
através dos tempos relativos de permanência nestes recursos e formas (velocidade de
processamento dos ECAs). Tanto a freqüência relativa de acesso aos recursos didático e
formas de apresentação, como os tempos relativos de permanência nestes recursos e
formas, compunham os indicadores do comportamento do aluno na Web.
Assim, o esforço nesta etapa correspondeu à geração desses indicadores a partir dos
dados primitivos no arquivo de log. Para a geração desses indicadores, conforme
especificado na Tabela 4.1, foi projetada e desenvolvida uma ferramenta específica. A
ferramenta desenvolvida opera em duas fases: (i) acesso à base de dados para a
recuperação dos registros do log-global, correspondentes a um aluno, seleção e geração
de um log-individual temporário; (ii) acesso ao log-individual para a contabilização e
geração, propriamente dita, dos indicadores.
A fase de geração do log-individual é bastante simplificada uma vez que o log-
global é gerado e controlado dentro do próprio ambiente de ensino. Na segunda fase, os
indicadores calculados são armazenados na base de dados do ambiente de ensino para
posterior utilização pelos indutores e, futuramente, por algum agente inteligente,
responsável pelo diagnóstico cognitivo on-line do aluno remoto.
Por fim, a fase de pré-processamento foi concluída com a geração propriamente dita
da tabela atributo-valor, com cada entrada na tabela correspondendo a um aluno que
participou do experimento. Cada uma destas entradas foi composta pelas variáveis
dependentes, ou indicadores, e pela variável independente, ou seja, o ECA do aluno. A
inclusão do ECA do aluno na tabela atributo-valor foi realizada manualmente.
6.3 Análise Exploratória de Dados e Formulação de Hipóteses
Considerando que não dispúnhamos de pressupostos a priori sobre as Trajetórias de
Aprendizagem dos ECAs (conceitualmente definidas no Capítulo 5) e do seu
funcionamento em um ambiente de aprendizagem na Web, neste primeiro momento
estamos trabalhando com uma análise exploratória e descritiva dos comportamentos
observados. Esperamos que num futuro próximo tenhamos a oportunidade de validar
estatisticamente estes resultados, especialmente quando a base de dados correspondente
tiver crescido o suficiente, para termos uma amostra significativamente grande.
Todas as análises apresentadas neste documento referem-se à observação das
interações (ou movimentos) dos sujeitos da amostra, até a execução da primeira
avaliação (ou prova), enquanto estes navegavam pelas páginas Web do módulo de
ensino experimental. A escolha da primeira prova como referência para a geração dos
indicadores do comportamento navegacional e dos tempos de permanência nos recursos
didáticos está baseada em nossa crença de que, até este momento, o aprendiz tende a
interagir de forma mais espontânea, ou seja, até a 1ª prova é mais provável que o
aprendiz esteja menos suscetível à preocupação com o seu desempenho.
6.3.1 Levantamento Descritivo Inicial dos Dados da Amostra
Com base nos dados do arquivo de log, procedeu-se à análise estatística-descritiva
destes dados, levando em consideração os indicadores mais significativos para este
68
estudo. Nesta análise gerou-se a média, o desvio-padrão e o escopo, conforme é
apresentado na Tabela 6.2. Esta análise foi realizada com o auxílio do pacote estatístico
SPSS.
Tabela 6.2: Resultados descritivos da amostra ao realizar o módulo de ensino experimental
Média (%) Desvio Padrão (%) Escopo (%)
Uso dos ‘Recursos Didáticos’
Conceito 42,72 21,96 4,17 97,62
Exercício 33,22 21,06 0 89,47
Exemplo 17,41 18,15 0 79,17
Uso das ‘Formas de apresentação’ de conceitos
Textual 5,65% 4,81 0 19,44
Textual c/ Figura 22,45% 17,81 0 91,67
Esquema c/ Figura 14,62% 10,97 0 50
Uso das ‘Formas de apresentação’ de exercícios
V ou F 5,67% 6,94 0 34,28
Relacionar Colunas 3,84% 5,17 0 25
Escolha Simples 7,16% 8,61 0 32
Preencher Lacunas 4,08% 5,21 0 20
Escolha Simples c/
Figura
12,47% 16,29 0 72
Uso das ‘Formas de apresentação’ de exemplos
Textual c/ Figura 11,23% 12,46 0 54
Esquema c/ Figura 6,19% 7,88 0 30
Tempo de Permanência nos ‘Recursos Didáticos’
Conceito 31,10 14,37 0,79 65,79
Exercício 28,45 18,24 0 72,16
Exemplo 8,40 8,37 0 25,99
Tempo de Permanência nas ‘Formas de apresentação’ de conceitos
Textual 6,63 6,25 0 22,64
Textual c/ Figura 16,62 11,09 0 41,15
Esquema c/ Figura 7,85 5,96 0 23,79
Tempo de Permanência nas ‘Formas de apresentação’ de exercícios
V ou F 5,41 5,49 0 19,62
Relacionar Colunas 6,27 8,81 0 35,15
Escolha Simples 4,81 5,64 0 17,52
Preencher Lacunas 4,63 5,55 0 20,58
Escolha Simples c/
Figura
8,36 11,68 0 58,33
Tempo de Permanência nas ‘Formas de apresentação’ de exemplos
Textual c/ Figura 6,11 6,24 0 21,01
Esquema c/ Figura 2,29 3,27 0 13,94
6.3.2 Comportamento Navegacional dos ECAs
Visando a comparação entre as classes de estilos cognitivos e a identificação do
funcionamento das mesmas enquanto realizando um processo de aprendizagem na Web,
investigamos, primeiramente, a freqüência relativa ou as preferências das classes de
ECA pelos recursos didáticos e pelas formas de apresentação.
Conforme mencionado anteriormente, o objetivo desta análise consiste em
identificar as preferências das classes de ECA pelos recursos didáticos e pelas formas de
apresentação, disponibilizados no módulo experimental. O método de análise adotado
consistiu em: (i) análise da ‘ordem decrescente da preferência’ pelos recursos didáticos
em cada estilo (freqüência relativa intra-classe); (ii) análise da freqüência relativa média
69
de acesso a um determinado recurso didático ou forma de apresentação para cada uma
das classes de ECA em relação às demais classes (freqüência relativa entre-classes); (iii)
análise da freqüência relativa média de acesso a um determinado recurso didático ou
forma de apresentação, em relação à freqüência relativa média da amostra para o mesmo
recurso ou forma de apresentação. Estas análises foram realizadas a partir de um
conjunto de gráficos gerados no MS-Excel.
Freqüência relativa média de acesso aos Recursos Didáticos
A Figura 6.1 mostra a distribuição dos percentuais de acesso aos recursos didáticos
pelas classes de ECA. Esta análise não leva em consideração o recurso de ‘Revisão’
devido ao fato de este recurso ter sido projetado fora do padrão esperado, o que impediu
a sua utilização nesta análise.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa de acesso aos recursos didáticos pelo
estilo AA seguiu o padrão ‘conceito à exercício à exemplo’. Em relação aos demais
estilos, este estilo foi o que usou mais freqüentemente o recurso de ‘Conceito’ (50,34%
do total de páginas visitadas). Em relação ao uso dos recursos de ‘Exercício’ e
‘Exemplo’, a freqüência relativa de acesso pelos sujeitos AA foi média (30,39% e
13,02%, respectivamente, do total de páginas visitadas) e inferior à média da amostra.
50,34
39,81
44,07
37,47
32,76
24,40
34,85
43,48
34,95
13,02
28,28
13,16
12,99
28,40
30,39
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
AA CG DA ASA RS
Conceito Exercício Exemplo MediaCon MediaExer MediaExem
33,22
17,41
42,72
Média da Amostra
50,34
39,81
44,07
37,47
32,76
24,40
34,85
43,48
34,95
13,02
28,28
13,16
12,99
28,40
30,39
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
AA CG DA ASA RS
Conceito Exercício Exemplo MediaCon MediaExer MediaExem
33,22
17,41
42,72
Média da Amostra
Figura 6.1: Freqüência relativa média de acesso aos ‘Recursos Didáticos’ o eixo vertical
representa o percentual médio correspondente ao uso dos recursos didáticos antes da primeira
prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas representam o percentual médio da amostra
A ordem (decrescente) da freqüência relativa de acesso aos recursos didáticos pelo
estilo CG seguiu o padrão ‘conceito à exemplo à exercício’. Em relação aos demais
estilos, este estilo foi o que usou mais freqüentemente o recurso de ‘Exemplo’ (28,28%
do total de páginas visitadas). A freqüência relativa média de acesso aos recursos
didáticos de ‘Conceito’ e ‘Exercício’ foram inferiores à média da amostra (39,81% e
24,40%, respectivamente, do total de páginas visitadas).
A ordem (decrescente) da freqüência relativa de acesso aos recursos didáticos pelo
estilo DA seguiu o padrão ‘conceito à exercício à exemplo’. Em relação aos demais
70
estilos, o estilo DA não apresentou nenhum destaque quanto à freqüência relativa de
acesso aos recursos didáticos. Observou-se apenas que as freqüências relativas médias
de acesso aos recursos de ‘Conceito’ e ‘Exercício’ foram superiores à média da amostra;
e que a freqüência relativa média de acesso ao recurso de ‘Exemplo’ foi inferior à média
da amostra.
A ordem (decrescente) de freqüência relativa de acesso aos recursos didáticos pelo
estilo ASA seguiu o padrão ‘exercício à conceito à exemplo’. Em relação aos demais
estilos, o estilo ASA foi o que usou mais freqüentemente o recurso de ‘Exercício’
(43,48% do total de páginas visitadas). Em relação às freqüências relativas médias de
acesso aos recursos de ‘Conceito’ e ‘Exemplo’, observou-se que estas foram inferiores
às respectivas médias da amostra.
Finalmente, quanto ao estilo RS, observamos que a ordem (decrescente) da
freqüência relativa de acesso aos recursos didáticos seguiu o padrão ‘exercício à
conceito à exemplo’. Em relação aos demais estilos, o estilo RS não apresentou
nenhum destaque quanto à freqüência relativa de acesso aos recursos didáticos.
Observou-se apenas que a freqüência relativa de acesso média ao recurso de ‘Conceito’
foi inferior à média da amostra, assim como as freqüências relativas médias de acesso
aos recursos de ‘Exercício’ e ‘Exemplo’ foram superiores às respectivas médias da
amostra.
Freqüência relativa média de acesso às formas de apresentação dos
‘Conceitos’
A Figura 6.2 mostra a distribuição dos percentuais médios de uso referente às
formas de apresentação dos ‘Conceitos’ pelas classes de ECA.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa de acesso às formas de apresentação de
‘Conceito’ pelo estilo AA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à esquema c/ figura à
somente textual’. Em relação aos demais estilos, este estilo foi o que usou mais
freqüentemente as formas ‘Textual c/ Figura’ e ‘Somente Textual’ (28,70% e 7,49%,
respectivamente, do total de páginas de ‘Conceitos’ visitadas). Em relação à forma
‘Esquema c/ Figura’, a freqüência média de acesso pelo estilo AA foi inferior à média
da amostra.
Da mesma forma que o estilo AA, a ordem (decrescente) da freqüência relativa de
acesso às formas de apresentação de ‘Conceito’ pelo estilo CG seguiu o padrão ‘textual
c/ figura à esquema c/ figura à somente textual’. Em relação aos demais estilos, o
estilo CG foi o que usou menos freqüentemente a forma ‘Somente Textual’. Em relação
à forma ‘Textual c/ Figura’, a freqüência relativa média de acesso pelo estilo CG foi
superior à média da amostra. Em relação à forma ‘Esquema c/ Figura’, a intensidade
média de uso pelo estilo CG foi inferior à média da amostra.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa de acesso às formas de apresentação de
‘Conceito’ pelo estilo DA seguiu o padrão ‘esquema c/ figura à textual c/ figura à
somente textual’. Em relação aos demais estilos, o estilo DA foi o que usou mais
freqüentemente a forma ‘Esquema c/ Figura’ (20,18% do total de páginas de
‘Conceitos’ visitadas). Em relação à forma ‘Somente Textual’, a freqüência relativa
média de acesso pelo estilo DA foi superior à média da amostra. Em relação à forma
‘Textual c/ Figura’, a freqüência relativa média de acesso pelo estilo DA foi inferior à
média da amostra.
71
7,49
3,67
6,06
3,84
7,27
28,7
23,52
17,82
22,28
11,87
14,15
12,62
20,18
11,36
13,62
0
5
10
15
20
25
30
AA CG DA ASA RS
Só Texto Texto e Figura Esquema e Figura Media SoTexto MediaTextoe Figura MediaEsquema e Figura
5,65
14,62
22,45
7,49
3,67
6,06
3,84
7,27
28,7
23,52
17,82
22,28
11,87
14,15
12,62
20,18
11,36
13,62
0
5
10
15
20
25
30
AA CG DA ASA RS
Só Texto Texto e Figura Esquema e Figura Media SoTexto MediaTextoe Figura MediaEsquema e Figura
5,65
14,62
22,45
Figura 6.2: Freqüência relativa média de acesso às ‘Formas de Apresentação dos Conceitos’
o eixo vertical representa o percentual médio de uso destas formas sobre o total de páginas de
‘Conceitos’ visitadas antes da primeira prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas
representam o percentual médio da amostra para estas formas.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Conceito’ pelo estilo ASA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à
esquema c/ figura à somente textual’, da mesma forma que os estilos AA e CG. Em
relação aos demais estilos, o estilo ASA foi o que menos freqüentemente usou a forma
‘Esquema c/ Figura’ (11,36% do total de páginas de ‘Conceitos’ visitadas). Em relação
às formas ‘Textual c/ Figura’ e ‘Somente Textual’, as respectivas freqüências médias de
acesso pelo estilo DA foram inferiores às médias da amostra.
Quanto ao estilo RS, a ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso
às formas de apresentação de ‘Conceito’ seguiu o padrão ‘esquema c/ figura à textual
c/ figura à somente textual’. Em relação aos demais estilos, o estilo RS foi o que
menos usou a forma ‘Textual c/ Figura’ (11,87% do total de páginas de ‘Conceitos’
visitadas). Em relação à forma ‘Somente Textual’, a freqüência relativa média de acesso
pelo estilo RS foi superior à média da amostra. Em relação à forma ‘Esquema c/
Figura’, a freqüência relativa média de acesso pelo estilo RS foi inferior à média da
amostra.
Freqüência relativa média de acesso às formas de apresentação dos
‘Exercícios’
A Figura 6.3 mostra a distribuição dos percentuais médios de acesso referente às
formas de apresentação dos ‘Exercícios’ pelas classes de ECA.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Exercício’ pelo estilo AA seguiu o padrão ‘escolha simples c/ figura
à escolha simples à relacionar colunas à V ou F à preencher lacunas’. Em relação
aos demais estilos, o estilo AA foi o que menos freqüentemente usou a forma ‘V ou F’
72
(2,92% do total de páginas de ‘Exercícios’ visitadas). Em relação às formas ‘Relacionar
Colunas’, ‘Escolha Simples’ e ‘Escolha Simples c/ Figura’, a freqüência média de
acesso pelo estilo AA foi superior à média da amostra. Em relação à forma ‘Preencher
Lacunas’ a freqüência média de acesso pelo estilo AA foi inferior à média da amostra.
2,92
5,59
7,88
7,77
4,27
3,86
2,07
4,56
4,09
5,38
8,55
9,05
5,34
3,23
12,19
2,27
1,70
5,38
7,26
4,76
12,80
6,00
11,68
21,12
8,35
0
5
10
15
20
25
AA CG DA ASA RS
V ou F Relacionar Colunas Escolha Simples Preencher lacunas
Escolha Simples c/ Figura Media V ou F Media Rel.Colunas Media Escolha Simples
Media Preencher Lacunas Media Escolha Simples c/ Fig.
12,47
7,16 5,67
4,08
3,84
Média da Amostra
2,92
5,59
7,88
7,77
4,27
3,86
2,07
4,56
4,09
5,38
8,55
9,05
5,34
3,23
12,19
2,27
1,70
5,38
7,26
4,76
12,80
6,00
11,68
21,12
8,35
0
5
10
15
20
25
AA CG DA ASA RS
V ou F Relacionar Colunas Escolha Simples Preencher lacunas
Escolha Simples c/ Figura Media V ou F Media Rel.Colunas Media Escolha Simples
Media Preencher Lacunas Media Escolha Simples c/ Fig.
12,47
7,16 5,67
4,08
3,84
Média da Amostra
Figura 6.3: Freqüência relativa média de acesso às ‘Formas de Apresentação dos Exercícios’
o eixo vertical representa o percentual médio de uso destas formas sobre o total de páginas de
‘Exercícios’ visitadas antes da primeira prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas
representam o percentual médio da amostra para estas formas.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Exercício’ pelo estilo CG seguiu o padrão ‘escolha simples à escolha
simples c/ figura à V ou F à relacionar colunas à preencher lacunas’. Em relação aos
demais estilos, o estilo CG foi o que menos freqüentemente usou as formas ‘Relacionar
Colunas’, ‘Preencher Lacunas’ e ‘Escolha Simples c/ Figura’ (2,07%, 1,70% e 6,00%,
respectivamente, do total de páginas de ‘Exercícios’ visitadas). Em relação à forma ‘V
ou F’, a freqüência média de acesso pelo estilo CG foi muito próxima à média da
amostra, assim como em relação à forma ‘Escolha Simples’ a freqüência média de
acesso pelo estilo CG foi superior à média da amostra.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Exercício’ pelo estilo DA seguiu o padrão ‘escolha simples c/ figura
à V ou F à preencher lacunas à escolha simples à relacionar colunas’. Em relação
aos demais estilos, o estilo DA foi o que mais usou a forma ‘V ou F’ (7,88% do total de
páginas de ‘Exercícios’ visitadas). Em relação às formas ‘Relacionar Colunas’ e
‘Preencher Lacunas’, a freqüência relativa média apresentada pelo estilo DA foi
superior à média da amostra. Em relação às formas ‘Escolha Simples’ e ‘Escolha
Simples c/ Figura’, a freqüência relativa média apresentada pelo estilo DA foi inferior à
média da amostra.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Exercício’ pelo estilo ASA seguiu o padrão ‘escolha simples c/ figura
73
à V ou F à preencher lacunas à relacionar colunas à escolha simples’. Em relação
aos demais estilos, o estilo ASA foi o que mais freqüentemente usou as formas ‘Escolha
Simples c/ Figura’ e ‘Preencher Lacunas’ (21,12% e 7,26%, respectivamente, do total
de páginas de ‘Exercícios’ visitadas). Por outro lado, o estilo ASA foi o que menos usou
a forma ‘Escolha Simples’ (3,23% do total de páginas de ‘Exercícios’ visitadas). Quanto
às formas ‘V ou F’ e ‘Relacionar Colunas’, a intensidade média de uso pelo estilo ASA
foi superior à média da amostra.
Finalmente, quanto ao estilo RS, a ordem (decrescente) da freqüência relativa média
de acesso às formas de apresentação de ‘Exercício’ seguiu o padrão ‘escolha simples à
escolha simples c/ figura à relacionar colunas à preencher lacunas à V ou F’. Em
relação aos demais estilos, o estilo RS foi aquele que mais freqüentemente utilizou as
formas ‘Relacionar Colunas’ e ‘Escolha Simples’ (5,38% e 12,19% do total de páginas
de ‘Exercícios’ visitadas). Em relação às formas ‘V ou F’ e ‘Escolha Simples c/ Figura’,
a freqüência média de acesso pelo estilo RS foi superior à média da amostra. Em relação
à forma ‘Preencher Lacunas’, a freqüência média de acesso pelo estilo RS foi muito
próxima à média da amostra.
Freqüência relativa média de acesso às formas de apresentação dos
‘Exemplos’
A Figura 6.4 mostra a distribuição dos percentuais médios de acesso referente às
formas de apresentação dos ‘Conceitos’ pelas classes de ECA.
7,42
18,92
6,42
10,65
20,11
5,59
9,35
6,74
2,34
8,29
0
5
10
15
20
25
AA CG DA ASA RS
Texto e Figura Esquema e Figura MediaTexto e Figura MediaEsquema e Figura
11,23
6,19
Média da Amostra
7,42
18,92
6,42
10,65
20,11
5,59
9,35
6,74
2,34
8,29
0
5
10
15
20
25
AA CG DA ASA RS
Texto e Figura Esquema e Figura MediaTexto e Figura MediaEsquema e Figura
11,23
6,19
Média da Amostra
Figura 6.4: Freqüência relativa média de acesso às ‘Formas de Apresentação dos Exemplos’
o eixo vertical representa o percentual médio de uso destas formas sobre o total de páginas de
‘Exemplos’ visitadas antes da primeira prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas
representam o percentual médio da amostra para estas formas.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Exemplo’ pelo estilo AA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à
esquema c/ figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo AA não apresentou nenhum
74
destaque em relação à freqüência relativa média de acesso às formas de exemplos.
Apenas observou-se que a freqüência média de acesso a estas formas foi inferior à
média da amostra.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Exemplo’ pelo estilo CG seguiu o padrão ‘textual c/ figura à esquema
c/ figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo CG foi o que apresentou maior
freqüência relativa de acesso à forma ‘Esquema c/ Figura’. Em relação à forma ‘Textual
c/ Figura’, a freqüência relativa média de acesso pelo estilo CG foi superior à média da
amostra.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Exemplo’ pelo estilo DA seguiu o padrão ‘esquema c/ figura à
textual c/ figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo DA foi o que apresentou
menor freqüência relativa de acesso à forma ‘Textual c/ Figura’ (6,42% do total de
páginas de ‘Exemplo’ visitadas). Em relação à forma ‘Esquema c/ Figura’, o estilo DA
apresentou a freqüência relativa média de acesso muito próxima à média da amostra.
A ordem (decrescente) da freqüência relativa média de acesso às formas de
apresentação de ‘Exemplo’ pelo estilo ASA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à
esquema c/ figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo ASA foi o que apresentou
menor freqüência relativa média de acesso à forma ‘Esquema c/ Figura’ (2,34% do total
de páginas de ‘Exemplo’ visitadas). Em relação à forma ‘Textual c/ Figura’, a
freqüência relativa apresentada pelo estilo ASA foi inferior à média da amostra.
Finalmente, quanto ao estilo RS, a ordem (decrescente) da freqüência relativa média
de acesso às formas de apresentação de ‘Exemplo’ seguiu o padrão ‘textual c/ figura à
esquema c/ figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo RS foi o que apresentou
maior freqüência relativa de acesso à forma ‘Textual c/ Figura’ (20,11% do total de
páginas de ‘Exemplo’ visitadas). Em relação à forma ‘Esquema c/ Figura’, a freqüência
relativa média de acesso pelo estilo RS foi superior à média da amostra.
6.3.3 Tempos de Permanência dos ECA
A seguir, analisamos os tempos de permanência ou a velocidade de processamento
das classes de ECA enquanto visitavam os recursos didáticos e as formas de
apresentação durante a execução do módulo experimental. O objetivo desta análise
consiste em identificar os padrões de permanência dos estilos nos recursos didáticos e
nas formas de apresentação.
Assim como o método de análise adotado na análise do comportamento
navegacional dos ECAs, o método de análise dos tempos de permanência também
adotou o mesmo tratamento para com este indicador, ou seja: (i) análise da ‘ordem
decrescente dos tempos de permanência’ nos recursos didáticos e formas de
apresentação, por classe de ECA (análise de permanência intra-classe); (ii) análise dos
tempos de permanência de uma dada classe de ECA em um determinado recurso
didático ou forma de apresentação, em relação às demais classes (análise de
permanência entre-classes); (iii) análise dos tempos de permanência de um determinado
estilo, nos recursos didáticos e formas de apresentação, em relação aos tempos de
permanência médios da amostra para o mesmo recurso ou forma de apresentação. Estas
análises foram realizadas a partir de um conjunto de gráficos gerados no MS-Excel.
75
Tempo médio de permanência nos ‘Recursos Didáticos’
A Figura 6.5 mostra a distribuição dos percentuais médios referentes aos tempos de
permanência das classes de ECA nos recursos didáticos. Assim como na análise do
comportamento navegacional, excluímos desta análise o recurso de ‘Revisão’, pelo
mesmo motivo exposto na seção 6.3.3.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência médio nos recursos didáticos pelo
estilo AA seguiu o padrão ‘conceito à exercício à exemplo’. Em relação aos demais
estilos, este estilo foi o que permaneceu mais tempo no recurso de ‘Conceito’ (36,37%
do tempo total no módulo de ensino), assim como foi o estilo que permaneceu menos
tempo no recurso de ‘Exemplo’ (5,94% do tempo total no módulo de ensino). Quanto ao
tempo de permanência nos ‘Exercícios’, o estilo AA apresentou uma média inferior à
média da amostra para este recurso.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nos recursos didáticos pelo estilo
CG seguiu o padrão ‘conceito à exercício à exemplo’. Em relação aos demais estilos,
o estilo CG juntamente com o estilo RS foram os estilos que permaneceram menos
tempo no recurso de ‘Conceito’ (28,13% e 24,19%, respectivamente, do tempo total no
módulo de ensino). O estilo CG também foi o estilo que permaneceu menos tempo no
recurso de ‘Exercício’ (21,12% do tempo total no módulo de ensino). Em relação ao
recurso de ‘Exemplo’, o estilo CG juntamente com o estilo RS foram os estilos que
permaneceram mais tempo neste recurso (11,43% e 15,66%, respectivamente, do tempo
total no módulo de ensino).
36,37%
28,13%
31,24%
29,34%
24,19%
44,42%
21,12%
25,07%27,45%
34,20%
11,43%
6,38%
15,66%
8,08%
5,94%
31,10%
28,45%
8,40%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
AA CG DA ASA RS
Tempo em Conceitos Tempo em Exercícios Tempo em Exemplos MédiaTmpCon MédiaTmpExer MédiaTmpExem Média Tempo Amostra
36,37%
28,13%
31,24%
29,34%
24,19%
44,42%
21,12%
25,07%27,45%
34,20%
11,43%
6,38%
15,66%
8,08%
5,94%
31,10%
28,45%
8,40%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
AA CG DA ASA RS
Tempo em Conceitos Tempo em Exercícios Tempo em Exemplos MédiaTmpCon MédiaTmpExer MédiaTmpExem Média Tempo Amostra
Figura 6.5: Tempo médio de permanência médio nos ‘Recursos Didáticos’ o eixo vertical
representa o percentual médio de permanência nos recursos didáticos, relativo ao tempo total de
permanência no módulo de ensino experimental, incluindo a(s) avaliação(es) final(ais) antes da
primeira prova pelas classes de ECA. As linhas rotuladas representam o percentual médio de
permanência da amostra nestes recursos.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nos recursos didáticos pelo estilo
DA seguiu o padrão ‘conceito à exercício à exemplo’. Em relação aos demais estilos,
o estilo DA não apresentou nenhum destaque quanto ao tempo de permanência nos
76
recursos didáticos. Em relação à média da amostra, o estilo DA permaneceu no recurso
de ‘Conceito’ de forma semelhante ao estilo AA. Ambos os estilos permaneceram, em
média, mais tempo neste recurso do que a média da amostra (31,10%). Quanto aos
tempos de permanência nos ‘Exercícios’ e nos ‘Exemplos’, o estilo DA apresentou
tempos de permanência inferiores às respectivas médias da amostra para estes recursos
(28,45% e 8,40%, respectivamente, do tempo total no módulo de ensino).
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nos recursos didáticos pelo estilo
ASA seguiu o padrão ‘exercício à conceito à exemplo’. Em relação aos demais
estilos, o estilo ASA juntamente com o estilo RS foram os estilos que permaneceram
mais tempo no recurso de ‘Exercício’ (34,20% e 44,42%, respectivamente, do tempo
total no módulo de ensino). O tempo de permanência deste estilo no recurso de
‘Conceitos’ foi inferior à média da amostra (29,34% do tempo total no módulo de
ensino). Já o tempo de permanência no recurso de ‘Exemplo’ mostrou-se próxima à
média da amostra para este recurso (8,08% do tempo total no módulo de ensino).
Finalmente, quanto ao estilo RS, observamos que a ordem (decrescente) do tempo
de permanência nos recursos didáticos seguiu o padrão ‘exercício à conceito à
exemplo’. Em relação aos demais estilos, o estilo RS foi o estilo que permaneceu mais
tempo nos recursos de ‘Exercício’ e ‘Exemplo’ (44,42% e 15,66%, respectivamente, do
tempo total no módulo de ensino). Quanto ao recurso de ‘Conceito’, o estilo RS foi o
estilo que permaneceu menos tempo neste recurso (24,19% do tempo total no módulo
de ensino).
Tempo médio de permanência nas formas de apresentação de ‘Conceitos’
A Figura 6.6 mostra a distribuição dos percentuais médios referentes aos tempos de
permanência das classes de ECA nas formas de apresentação dos ‘Conceitos’.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Conceitos’ pelo estilo AA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à somente
textual à esquema c/ figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo AA foi o que
permaneceu mais tempo na forma de apresentação ‘Textual c/ Figura’ (21,41% do
tempo total de permanência nos ‘Conceitos’). Quanto à forma ‘Somente Textual’, este
estilo juntamente com o estilo RS foram os estilos que permaneceram mais tempo nesta
forma (7,70% e 7,86%, respectivamente, do tempo total de permanência nos
‘Conceitos’). Quanto à forma ‘Esquema c/ Figura’, o tempo médio de permanência do
estilo AA foi muito próximo ao tempo da amostra para esta forma.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Conceitos’ pelo estilo CG seguiu o padrão ‘textual c/ figura à somente
textual à esquema c/ figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo CG não
apresentou nenhum destaque quanto aos tempos médios de permanência nas formas de
apresentação dos ‘Conceitos’. Em relação aos tempos médios da amostra para estas
formas, o estilo CG apresentou o tempo médio de permanência na forma ‘Somente
Textual’ superior à média da amostra (7,56% do tempo total de permanência nos
‘Conceitos’). O tempo médio de permanência na forma ‘Textual c/ Figura’ foi inferior à
média da amostra e, por fim, quanto à forma ‘Esquema c/ Figura’, o tempo médio de
permanência nesta pelo estilo CG foi próximo à média da amostra.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Conceitos’ pelo estilo DA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à esquema c/
figura à somente textual’. Em relação aos demais estilos, o estilo DA foi o que
permaneceu mais tempo na forma ‘Esquema e Figura’ (10,68% do tempo total de
permanência nos ‘Conceitos’). Quanto à forma ‘Somente Textual’ o estilo DA foi o que
77
menos utilizou esta forma (4,81% do tempo total de permanência nos ‘Conceitos’). Por
fim, quanto à forma ‘Textual c/ Figura’, o tempo de permanência médio do estilo DA
nesta forma foi inferior à média da amostra (15,75% do tempo total de permanência nos
‘Conceitos’).
7,70%
7,56%
5,71%
7,86%
21,41%
9,59%
7,32%
10,68%
6,45%
6,75%
4,81%
15,75%
17,17%
13,24%
7,26%
6,63%
16,62%
7,85%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
AA CG DA ASA RS
TmpFormaTextual TmpFormaTextual e Fig. Tmp Forma Esq. e Fig.
MédiaTmpFormaTextual MédiaTmpFormaTextual e Fig. MédiaTmpFormaEsq. e Fig.
Média Tempo Amostra
7,70%
7,56%
5,71%
7,86%
21,41%
9,59%
7,32%
10,68%
6,45%
6,75%
4,81%
15,75%
17,17%
13,24%
7,26%
6,63%
16,62%
7,85%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
AA CG DA ASA RS
TmpFormaTextual TmpFormaTextual e Fig. Tmp Forma Esq. e Fig.
MédiaTmpFormaTextual MédiaTmpFormaTextual e Fig. MédiaTmpFormaEsq. e Fig.
Média Tempo Amostra
Figura 6.6: Tempo médio de permanência nas ‘Formas de Apresentação dos Conceitos’ o
eixo vertical representa o percentual médio de permanência nestas formas sobre o tempo médio
de permanência nas páginas de ‘Conceitos’ visitadas antes da primeira prova pelas classes de
ECA. As linhas rotuladas representam o percentual médio de permanência da amostra nestas
formas.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Conceitos’ pelo estilo ASA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à esquema c/
figura à somente textual’. Em relação aos demais estilos, o estilo ASA foi o que
permaneceu menos tempo na forma ‘Esquema c/ Figura’ (6,45% do tempo total de
permanência nos ‘Conceitos’). Quanto à forma ‘Somente Textual’, o tempo médio de
permanência do estilo ASA nesta forma foi inferior à média da amostra (5,71% do
tempo total de permanência nos ‘Conceitos’). Quanto à forma ‘Textual c/ Figura’, o
tempo de permanência médio do estilo ASA nesta forma foi superior à média da
amostra (17,17% do tempo total de permanência nos ‘Conceitos’).
Finalmente, quanto ao estilo RS, observamos que a ordem (decrescente) do tempo
de permanência nas formas de apresentação do recurso de ‘Conceitos’ seguiu o padrão
‘textual c/ figura à somente textual à esquema c/ figura’. Em relação aos demais
estilos, o estilo RS foi o que permaneceu mais tempo na forma ‘Somente Textual’
(7,86% do tempo total de permanência nos ‘Conceitos’); assim como foi o estilo que
permaneceu menos tempo na forma ‘Textual c/ Figura’ (9,59% do tempo total de
permanência nos ‘Conceitos’). Quanto à forma ‘Esquema c/ Figura’, o tempo médio de
permanência do estilo RS foi inferior à média da amostra para esta forma.
78
Tempo médio de permanência nas formas de apresentação de ‘Exercícios’
A Figura 6.7 mostra a distribuição dos percentuais médios referentes aos tempos de
permanência das classes de ECA nas formas de apresentação dos ‘Exercícios’.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Exercícios’ pelo estilo AA seguiu o padrão ‘relacionar colunas à escolha
simples à escolha simples c/ figura à V ou F à preencher lacunas’. Em relação aos
demais estilos, este foi o estilo que permaneceu menos tempo médio nas formas ‘V ou
F’ e ‘Preencher Lacunas’ (3,63% e 2,67%, respectivamente, do tempo total de
permanência nos ‘Exercícios’). Quanto às formas ‘Relacionar Colunas’ e ‘Escolha
Simples’, os tempos médios de permanência nestas formas pelo estilo AA foram
superiores às médias da amostra para estas formas (9,20% e 6,03%, respectivamente, do
tempo total de permanência nos ‘Exercícios’). Por fim, quanto à forma ‘Escolha
Simples c/ Figura’, o tempo médio de permanência do estilo AA nesta forma foi inferior
à média da amostra (5,93% do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’).
3,63%
5,91%
7,77%
9,20%
7,01%
6,03%
8,12%
3,08%
6,11%
7,26%
21,12%
4,17%
5,58%
5,98%
3,81%
19,72%
4,09%
3,23%
1,86%
4,86%
2,67%
6,42%
5,93%
3,47%
4,51%
5,56%
7,50%
4,46%
4,78%
8,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
AA CG DA ASA RS
Tmp VouF TmpRel.Cols. TmpEscolhaSimples TmpPreencherLac.
TmpEscolhaSimplese Fig. MédiaTmp VouF MédiaTmpRel.Cols . MédiaTmpEscolhaSimples
MédiaTmpPreencherLac. MédiaTmpEscolhaSimples e Fig.
MédiaTmp Amostra
3,63%
5,91%
7,77%
9,20%
7,01%
6,03%
8,12%
3,08%
6,11%
7,26%
21,12%
4,17%
5,58%
5,98%
3,81%
19,72%
4,09%
3,23%
1,86%
4,86%
2,67%
6,42%
5,93%
3,47%
4,51%
5,56%
7,50%
4,46%
4,78%
8,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
AA CG DA ASA RS
Tmp VouF TmpRel.Cols. TmpEscolhaSimples TmpPreencherLac.
TmpEscolhaSimplese Fig. MédiaTmp VouF MédiaTmpRel.Cols . MédiaTmpEscolhaSimples
MédiaTmpPreencherLac. MédiaTmpEscolhaSimples e Fig.
MédiaTmp Amostra
Figura 6.7: Tempo médio de permanência nas ‘Formas de Apresentação dos Exercícios’ o
eixo vertical representa o percentual médio de permanência nestas formas sobre o total do
tempo de permanência nas páginas de ‘Exercícios’ visitadas antes da primeira prova pelas
classes de ECA. As linhas rotuladas representam o percentual médio de permanência da amostra
nestas formas.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Exercícios’ pelo estilo CG seguiu o padrão ‘V ou F à escolha simples à
relacionar colunas à escolha simples c/ figura à preencher lacunas’. Em relação aos
demais estilos, o estilo CG foi o estilo que permaneceu menos tempo nas formas
‘Relacionar Colunas’ e ‘Escolha Simples c/ Figura’ (3,81% e 3,47%, respectivamente,
do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’). Quanto às formas ‘V ou F’ e ‘Escolha
Simples’, o estilo CG permaneceu um tempo médio próximo à média da amostra
(5,91% e 4,86%, respectivamente, do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’). Por
79
fim, quanto à forma ‘Preencher Lacunas’, o estilo CG permaneceu um tempo inferior à
média da amostra.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Exercícios’ pelo estilo DA seguiu o padrão ‘relacionar colunas à preencher
lacunas à V ou F à escolha simples c/ figura à escolha simples’. Em relação aos
demais estilos, o estilo DA foi o que permaneceu menos tempo na forma ‘Escolha
Simples’ (1,86% do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’). Em relação às
formas ‘Relacionar Colunas’ e ‘Escolha Simples c/ Figura’, os tempos médios de
permanência pelo estilo DA foram inferiores às médias da amostra para estas formas.
Quanto à forma ‘V ou F’, o estilo DA apresentou um tempo médio de permanência
próximo à média da amostra (5,58% do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’).
Por fim, quanto à forma ‘Preencher Lacunas’, o tempo médio de permanência do estilo
DA foi superior à média da amostra.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Exercícios’ pelo estilo ASA seguiu o padrão ‘escolha simples c/ figura à V
ou F à preencher lacunas à relacionar colunas à escolha simples’. Em relação aos
demais estilos, o estilo ASA foi o que permaneceu mais tempo nas formas ‘V ou F’,
‘Preencher Lacunas’ e ‘Escolha Simples e Figura’ (7,77%, 7,26% e 21,12%,
respectivamente, do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’). Em relação às
formas ‘Relacionar Colunas’ e ‘Escolha Simples’ o estilo ASA permaneceu um tempo
médio inferior à média da amostra para estas formas (4,09% e 3,23%, respectivamente,
do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’).
Finalmente, quanto ao estilo RS, a ordem (decrescente) do tempo de permanência
nas formas de apresentação do recurso de ‘Exercícios’ seguiu o padrão ‘relacionar
colunas à escolha simples à preencher lacunas à V ou F à escolha simples c/
figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo RS foi o estilo que permaneceu mais
tempo nas formas ‘Relacionar Colunas’ e ‘Escolha Simples’ (19,72% e 8,12%,
respectivamente, do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’). Quanto à forma ‘V
ou F’, o tempo de permanência pelo estilo RS foi próximo à média da amostra para esta
forma (5,98% do tempo total de permanência nos ‘Exercícios’). Quanto à forma
‘Preencher Lacunas’, o tempo de permanência pelo estilo RS foi superior à média da
amostra; assim como em relação à forma ‘Escolha Simples c/ Figura’, o tempo médio
de permanência pelo estilo RS foi inferior à média da amostra.
Tempo médio de permanência nas formas de apresentação de ‘Exemplos’
A Figura 6.8 mostra a distribuição dos percentuais médios referentes aos tempos de
permanência das classes de ECA nas formas de apresentação dos ‘Exemplos’.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Exemplo’ pelo estilo AA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à esquema c/
figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo AA não apresentou nenhum destaque
quanto aos tempos de permanência nas formas de apresentação dos ‘Exemplos’. Apenas
observou-se que os tempos médios de permanência nas formas ‘Textual c/ Figura’ e
‘Esquema c/ Figura’ foram inferiores às médias da amostra para estas formas.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Exemplo’ pelo estilo CG seguiu o padrão ‘textual c/ figura à esquema c/
figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo CG juntamente com o estilo RS foram os
estilos que permaneceram mais tempo nas formas de ‘Exemplo’. Na forma ‘Textual c/
Figura’, o tempo médio de permanência do estilo CG foi superior à média da amostra
(8,57% do tempo total de permanência nos ‘Exemplos’). Quanto à forma ‘Esquema c/
80
Figura’, o tempo médio de permanência do estilo CG também foi superior à média da
amostra (2,86% do tempo total de permanência nos ‘Exemplos’).
4,01%
8,57%
3,78%
6,83%
11,96%
2,86%
2,60%
1,25%
3,71%
1,94%
6,11%
2,29%
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
AA CG DA ASA RS
TmpFormaTextual e Fig. TmpFormaEsq.e Fig. MediaTmpFormaTextuale Fig. MédiaTmpFormaEsq. e Fig.
Média Tmp Amostra
4,01%
8,57%
3,78%
6,83%
11,96%
2,86%
2,60%
1,25%
3,71%
1,94%
6,11%
2,29%
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
AA CG DA ASA RS
TmpFormaTextual e Fig. TmpFormaEsq.e Fig. MediaTmpFormaTextuale Fig. MédiaTmpFormaEsq. e Fig.
Média Tmp Amostra
Figura 6.8: Tempo médio de permanência nas ‘Formas de Apresentação dos Exemplos’. O eixo
vertical representa o percentual médio de permanência nestas formas sobre o total do tempo de
permanência nas páginas de ‘Exemplos’ visitadas antes da primeira prova pelas classes de ECA.
As linhas rotuladas representam o percentual médio de permanência da amostra nestas formas.
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Exemplo’ pelo estilo DA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à esquema c/
figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo DA foi o que menos tempo permaneceu
na forma ‘Textual e Figura’ (3,78% do tempo total de permanência nos ‘Exemplos’).
Em relação à forma ‘Esquema e Figura’, o tempo médio de permanência do estilo DA
foi superior ao tempo médio da amostra (2,60% do tempo total de permanência nos
‘Exemplos’).
A ordem (decrescente) do tempo de permanência nas formas de apresentação do
recurso de ‘Exemplo’ pelo estilo ASA seguiu o padrão ‘textual c/ figura à esquema c/
figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo ASA foi o que menos tempo permaneceu
na forma ‘Esquema e Figura’ (1,25% do tempo total de permanência nos ‘Exemplos’).
Em relação à forma ‘Textual e Figura’, o tempo médio de permanência do estilo ASA
foi superior ao tempo médio da amostra (6,83% do tempo total de permanência nos
‘Exemplos’).
Finalmente, quanto ao estilo RS, observamos que a ordem (decrescente) do tempo
de permanência nas formas de apresentação do recurso de ‘Exemplo’ seguiu o padrão
‘textual c/ figura à esquema c/ figura’. Em relação aos demais estilos, o estilo RS foi o
estilo que mais tempo permaneceu nas formas de ‘Exemplo’. Na forma ‘Textual c/
Figura’, o tempo médio de permanência do estilo RS foi superior à média da amostra
(11,96% do tempo total de permanência nos ‘Exemplos’). Quanto à forma ‘Esquema c/
Figura’, o tempo médio de permanência do estilo RS também foi superior à média da
amostra (3,71% do tempo total de permanência nos ‘Exemplos’).
81
6.3.4 Movimentos do Aprendiz no Módulo de Ensino Experimental
O objetivo da investigação sobre os movimentos do aprendiz nas páginas Web do
módulo experimental também está relacionado com o principal objetivo deste estudo,
qual seja, a aquisição do conhecimento sobre o funcionamento dos ECAs durante uma
seção de ensino e aprendizagem na Web.
O método de análise adotado consistiu na análise dos gráficos da moda estatística
relativa ao recurso didático mais utilizado, em cada movimento, realizado até a primeira
prova, pelos sujeitos de uma determinada classe de ECA (Figura 6.9). Os gráficos
utilizados nesta análise foram gerados no MS-Excel.
A Figura 6.10 mostra os movimentos de cada uma das classes de ECA até a primeira
prova. Nesta Figura, os diferentes padrões de movimentos estão destacados por caixas
sombreadas de diferentes cores. A caixa de cor cinza-claro representa o padrão
‘conceito-exercício’, utilizado pelas classes AA e ASA. A caixa de cor cinza-médio
representa o padrão ‘exercício-conceito-exemplo’, utilizado pela classe CG. Finalmente,
a caixa de cor cinza-escuro representa o padrão ‘conceito-exemplo’, utilizado pelas
classes AA e RS.
82
Analógico-Analítico
0
1
2
3
4
0 20 40 60 80 100
Movimentos
Recurso Didático
Modal
Concreto-Genérico
0
1
2
3
4
0 20 40 60 80 100
Movimentos
Recurso Didático
Modal
Dedutivo-Avaliativo
0
1
2
3
4
0 20 40 60 80 100
Movimentos
Recurso Didático
Modal
Estilo Analítico-Sintético-Avaliativo
0
1
2
3
4
5
0 20 40 60 80
Movimentos
Recurso Didático Modal
Estilo Analítico-Sintético-Avaliativo
0
1
2
3
4
5
0 20 40 60 80
Movimentos
Recurso Didático Modal
Relacional-Sintético
0
1
2
3
4
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Movimentos
Recurso Didático Modal
Legenda:
Recurso Didático Modal:
1-‘Conceitos’;
2-‘Exercícios’;
3-‘Exemplos’;
4-‘Revisão’;
5-‘Avaliação Final’
Figura 6.9: Recurso didático modal, em cada movimento, pelos sujeitos das classes de ECA
O estilo Analógico-Analítico (AA) realizou em média 106 movimentos até a
primeira prova. Analisando os movimentos espontâneos nestes primeiros 106
movimentos, observou-se que este estilo apresentou duas estratégias básicas de busca da
nova informação através do uso repetido dos padrões ‘conceito-exemplo’ e ‘conceito-
exercício’. À exceção do estilo Relacional-Sintético (formado apenas por três sujeitos),
o estilo AA realizou um número médio de movimentos superior às demais classes de
estilo cognitivo consideradas (exploração intensa dos recursos selecionados para
estudar).
83
Analógico-
Analítico
Concreto-
Genérico
Dedutivo-
Avaliativo
Estilo-
Anal-Sint-Aval
Conceito
Exercício
Conceito
Revisão
Conceito
Exemplo
Relacional-
Sintético
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Conceito
Revisão
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
Conceito
Exemplo
Exemplo
Exercício
Conceito
Prova
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Revisão
Conceito
Exercício
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Analógico-
Analítico
Concreto-
Genérico
Dedutivo-
Avaliativo
Conceito
Exercício
Conceito
Revisão
Conceito
Exemplo
Conceito
Exercício
ConceitoConceito
RevisãoRevisão
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Relacional-
Sintético
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Conceito
Revisão
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
Conceito
Exemplo
Conceito
Conceito
RevisãoRevisão
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Exemplo
Exercício
Conceito
Prova
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
ExemploExemplo
ExercícioExercício
ConceitoConceito
ProvaProva
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
RevisãoRevisão
Conceito
ExercícioExercício
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Analógico-
Analítico
Concreto-
Genérico
Dedutivo-
Avaliativo
Estilo-
Anal-Sint-Aval
Conceito
Exercício
Conceito
Revisão
Conceito
Exemplo
Conceito
Exercício
ConceitoConceito
RevisãoRevisão
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Relacional-
Sintético
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Conceito
Revisão
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
Conceito
Exemplo
Conceito
Conceito
RevisãoRevisão
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Exemplo
Exercício
Conceito
Prova
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
ExemploExemplo
ExercícioExercício
ConceitoConceito
ProvaProva
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
RevisãoRevisão
Conceito
ExercícioExercício
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Analógico-
Analítico
Concreto-
Genérico
Dedutivo-
Avaliativo
Conceito
Exercício
ConceitoConceito
RevisãoRevisão
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Conceito
Exercício
ConceitoConceito
RevisãoRevisão
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Relacional-
Sintético
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Conceito
RevisãoRevisão
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Exercício
Conceito
Exemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Conceito
Conceito
RevisãoRevisão
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
Exercício
ConceitoConceito
ExemploExemplo
ExemploExemplo
ExercícioExercício
ConceitoConceito
ProvaProva
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
ExemploExemplo
ExercícioExercício
ConceitoConceito
ProvaProva
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
Conceito
Exercício
RevisãoRevisão
Conceito
ExercícioExercício
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Conceito
Exemplo
Figura 6.10:Padrões de ações cognitivas dos Estilos Cognitivos até a primeira prova
O estilo Concreto-Genérico (CG) realizou em média 84 movimentos até a primeira
prova. Pela análise dos seus movimentos espontâneos nestes primeiros 84 movimentos,
observa-se que a estratégia básica de busca da nova informação ocorre através do uso
repetido do padrão “exercício-conceito-exemplo”. Em relação à classe dos Analógico-
Analíticos, observamos que os Concreto-Genérico exploraram mais os diferentes
recursos didáticos disponíveis, mas é possível perceber que a exploração aos recursos
não foi intensa. Esta classe de estilo cognitivo optou pela realização da primeira prova
em um número médio de movimentos 20% menor que o estilo AA.
O estilo Dedutivo-Avaliativo (DA), por sua vez, realizou em média 77 movimentos
antes da primeira prova. Analisando os seus movimentos espontâneos nestes primeiros
77 movimentos, observa-se que a estratégia básica de busca da nova informação
consistiu na exploração, sem repetição, de todos os recursos que lhe eram oferecidos, ou
seja, o estilo explorou uma vez somente todos os recursos disponíveis e então se
habilitou a realização da primeira prova.
A classe correspondente ao Estilo Analítico-Sintético-Avaliativo (ASA) realizou em
média 76 movimentos até a primeira prova. Assim como o estilo Analógico-Analítico,
esta classe aborda novas informações através do uso repetido do padrão ‘conceito-
exercício’. Entretanto, diferentemente dos Analógico-Analítico, reduziu em 20% o
número médio de movimentos antes de se habilitar à primeira prova.
Por último, o estilo Relacional-Sintético (RS) apresentou uma grande limitação
quanto ao número de sujeitos da sua amostra, ou seja, na fase do experimento tivemos
acesso a apenas três sujeitos representantes da classe. Mesmo assim, pela análise dos
seus movimentos entre os recursos, observa-se uma tendência na busca de novas
informações através do uso repetido do padrão ‘conceito-exemplo’.
84
6.3.5 Resumo da Análise Exploratória
Uma vez que o principal objetivo deste estudo é identificar os indicadores que
melhor discriminam o funcionamento de aprendizagem das classes de ECA, com base
na Tabela 6.1 geramos os quadros-resumo (Tabelas 6.3 e 6.4). Nestas Tabelas, os
indicadores do Comportamento Navegacional e dos Tempos de Permanência foram
tabulados tendo como referência a intensidade média de uso dos recursos didáticos e
formas de apresentação, em cada classe de ECA, previamente classificadas como
ALTA, MÉDIA e BAIXA. Cada uma destas categorias estão destacadas nas células
através das cores ‘preta’, ‘cinza-escuro’ e ‘cinza-claro’, respectivamente.
A Tabela 6.3 resume os resultados, referentes à Intensidade Média de Uso dos
recursos didáticos e das formas de apresentação por ECA.
Tabela 6.3: Mapa resumo dos percentuais médios da freqüência relativa dos recursos didáticos
e formas de apresentação, pelas classes de ECA, em um ambiente de aprendizagem na Web.
AA CG DA ASA RS
Amostra 10 7 8 7 3
Média do Total de Paginas
Visitadas até 1ª Prova
106 85 78 77 223
Padrões de Ações Cognitivas
Conceitoà
Exercício e
Conceitoà
Exemplo
Exercício
àConceito
àExemplo
Conceito
à<recurso
didático>
Conceito
à
Exercício
Conceito
à
Exemplo
Conceito 50,34% 39,81% 44,07% 37,47% 32,76%
Exercício 30,39% 24,40% 34,85% 43,48% 34,95%
Freqüência
relativa do
Recurso
Exemplo 13,02% 28,28% 13,16% 12,99% 28,40%
Só Textual
7,49% 3,67% 6,06% 3,84% 7,27%
Textual c/
Figura
28,70% 23,52% 17,82% 22,28% 11,87%
Conceito
Esquema
c/ Figura
14,15% 12,62% 20,18% 11,36% 13,62%
V ou F
2,92% 5,59% 7,88% 7,77% 4,27%
Relacionar
Colunas
3,86% 2,07% 4,56% 4,09% 5,38%
Escolha
Simples
8,55% 9,05% 5,34% 3,23% 12,19%
Preencher
Lacunas
2,27% 1,70% 5,38% 7,26% 4,76%
Exercício
Escolha
Simples c/
Figura
12,80% 6,0% 11,68% 21,12% 8,35%
Textual c/
Figura
7,42% 18,92% 6,42% 10,65% 20,11%
Freqüência relativa da Forma de Apresentação
Exemplo
Esquema
c/ Figura
5,59% 9,35% 6,74% 2,34% 8,29%
Intensidade Alta Intensidade Média Intensidade Baixa
85
Os padrões dos tempos de permanência nos recursos didáticos e formas de
apresentação
A Tabela 6.4 resume os resultados, referentes aos Tempos de Permanência Médios
das classes de ECA nos recursos didáticos e nas formas de apresentação.
Tabela 6.4: Mapa resumo dos percentuais médios de permanência nos recursos didáticos e
formas de apresentação, pelas classes de ECA, em um ambiente de aprendizagem na Web
AA CG DA ASA RS
Amostra 10 7 8 7 3
Tempo médio de permanência até 1ª
Prova
1:36:35 1:13:36 1:35:19 1:42:09 2:37:37
Conceito 36,37% 28,13% 31,24% 29,34% 24,19%
Exercício 27,45% 21,12% 25,07% 34,20% 44,42%
Tempo de
Permanência nos
Recursos
Didáticos
Exemplo 5,94% 11,43%% 6,38% 8,08% 15,66%
Somente
Textual
7,70% 7,56% 4,81% 5,71% 7,86%
Textual c/
Figura
21,41% 13,24% 15,75% 17,17% 9,59% Conceito
Esquema c/
Figura
7,26% 7,32% 10,68% 6,45% 6,75%
V ou F
3,63% 5,91% 5,58% 7,77% 5,98%
Relacionar
Colunas
9,20% 3,81% 7,01% 4,09% 19,72%
Escolha
Simples
6,03% 4,86% 1,86% 3,23% 8,12%
Preencher
Lacunas
2,67% 3,08% 6,11% 7,26% 6,42%
Exercício
Escolha
Simples c/
Figura
5,93% 3,47% 4,51% 21,12% 4,17%
Textual c/
Figura
4,01% 8,57% 3,78% 6,83% 11,96%
Tempo de Permanência nas Formas de Apresentação
Exemplo
Esquema c/
Figura
1,94% 2,86% 2,60% 1,25% 3,71%
6.3.6 As Hipóteses Encontradas
A partir da análise exploratória, inferimos um conjunto de hipóteses sobre o
comportamento dos ECA durante um processo de aprendizagem na Web, conforme
apresentamos a seguir.
Estilo Analógico-Analítico
Padrões de ações cognitivas: conceitoàexemplo e conceitoàexercício
Intensidade de uso do recurso didático de ‘conceito’ é ALTA.
Tempo de
Permanência Alto
Tempo de
Permanência Médio
Tempo de Permanência
Baixo
86
Intensidade de uso das formas de apresentação textuais de ‘conceito’ é ALTA.
Estilo Concreto-Genérico
Padrões de ações cognitivas: exercícioàconceitoàexemplo
Intensidade de uso do recurso didático de ‘exercício’ é BAIXA.
Intensidade de uso do recurso didático de ‘exemplo’ é ALTA.
Intensidade de uso das formas de apresentação de ‘exemplo’ é ALTA.
Estilo Dedutivo-Avaliativo
Padrões de ações cognitivas: sem padrão definido.
Intensidade de uso do recurso didático de ‘conceito’ é MÉDIA.
Intensidade de uso do recurso didático de ‘exercício’ é MÉDIA.
Intensidade de uso do recurso didático de ‘exemplo’ é MÉDIA.
O tempo de permanência na forma de apresentação de ‘conceito’ ‘esquema c/
figura’ é ALTA.
Estilo Analítico-Sintético-Dedutivo
Padrões de ações cognitivas: conceitoàexercício
Intensidade de uso do recurso didático de ‘conceito’ é BAIXA.
Intensidade de uso do recurso didático de ‘exercício’ é ALTA.
Intensidade de uso do recurso didático de ‘exemplo’ é BAIXA.
O tempo de permanência na forma de apresentação de ‘exercício’ ‘V ou F’ é
ALTA.
O tempo de permanência na forma de apresentação de ‘exercício’ ‘escolha
simples c/ figura’ é ALTA.
Estilo Relacional-Sintético
Padrões de ações cognitivas: conceitoàexemplo
Intensidade de uso do recurso didático de ‘conceito’ é BAIXA.
Intensidade de uso do recurso didático de ‘exercício’ é MÉDIA.
Intensidade de uso do recurso didático de ‘exemplo’ é ALTA.
O tempo de permanência na forma de apresentação de ‘exemplo’ ‘esquema c/
figura’ é ALTA.
6.4 Avaliação Qualitativa dos Resultados
A partir dos resultados quantitativos, obtidos a partir da análise exploratória,
prosseguimos com uma avaliação qualitativa dos resultados, que foi realizada
juntamente com o especialista (Psicólogo Cognitivo). Neste momento, era necessário
obter uma confirmação do especialista a respeito da nossa compreensão sobre o
funcionamento cognitivo (Trajetórias de Aprendizagem) das classes de ECA sendo
investigadas.
Para realizar a análise qualitativa, elaboramos um questionário. Este questionário
era composto por um conjunto de afirmativas (hipóteses) sobre o comportamento do
87
aluno durante a execução do módulo de ensino experimental TDMA. Estas afirmativas
estavam representando, até aquele momento, as crenças levantadas (ou padrões) sobre
os indicadores que melhor discriminavam o comportamento dos estilos no Ambiente de
Ensino e Aprendizagem na Web utilizado.
No questionário, as afirmativas estavam organizadas por classe de estilo cognitivo e
pelo tipo de informação que elas continham, quais sejam:
I. Padrões de Ações Cognitivas
II. Intensidade de uso dos recursos didáticos
III. Intensidade de uso das formas de apresentação
IV. Tempo de permanência nos recursos didáticos
V. Tempo de permanência nas formas de apresentação.
Ao especialista foi solicitado analisar, para cada uma das afirmativas, se ela
explicava um possível funcionamento da classe de estilo cognitivo considerada. Para
responder estas questões, o especialista era solicitado a indicar se ele concordava com a
afirmativa e porquê, ou seja, ele deveria justificar a sua resposta. Além disso, o
especialista também era solicitado a explicitar o seu grau de crença sobre a afirmativa
em questão, bem como deveria explicitar a base de sua crença, para opinar sobre a
afirmativa, conforme mostra a Tabela 6.5.
Tabela 6.5: Níveis de crença do especialista
Grau de Crença na Afirmativa Base da Crença na Afirmativa
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média Baixa
( ) Média
( ) Média Alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra
A interpretação dos resultados obtidos está baseada nas principais características
cognitivas das classes de ECA consideradas, descritas no Capítulo 5 e nos resultados da
análise exploratória a respeito do comportamento das classes de ECA durante a
execução do módulo de ensino experimental. Estes resultados refletem as tendências
comportamentais dos ECAs, os quais são direcionados pelos seus processos cognitivos
subjacentes.
A seguir, apresentamos uma breve discussão sobre o parecer do especialista, para
cada uma das classes de ECA. A ordem em que aparecem as classes de ECA inicia pela
classe de ECA que corresponde aquela com mais alto nível de abstração, seguindo em
direção aquelas com menor nível de abstração.
Dedutivo-Avaliativo
Na análise que fizemos sobre o padrão de ações cognitivas adotadas pelo estilo DA
(seção 6.3.5), interpretamos que a sua estratégia de busca da nova informação não
apresentava um padrão específico de comportamento. Entretanto, de acordo com o
especialista, os sujeitos desta classe apresentaram um padrão de comportamento que,
conforme a definição do estilo DA, está de acordo com a capacidade cognitiva que este
estilo apresenta para o uso do raciocínio dedutivo. Este padrão de comportamento
88
direciona o estilo DA na busca da compreensão dos conteúdos através do uso do recurso
didático de ‘conceitos’. É através dos ‘conceitos’ que este estilo procura identificar uma
lógica subjacente aos conteúdos, o que lhe facilita o processamento de novas
informações. Uma vez obtido o padrão lógico, procuram testar o seu entendimento
através do uso do recurso didático de ‘exercícios’. Em relação a este indicador, o
especialista relatou que o grau de sua crença era ‘Alta’ e que ele se fundamentou no seu
conhecimento, experiência e nos dados fornecidos.
Quanto à intensidade de uso dos recursos didáticos pelo estilo DA, na análise
exploratória verificamos que os dados não apontaram para valores discriminativos em
relação ao uso específico de cada um dos recursos por este estilo. Entretanto, o
especialista salientou para o fato de que, 78% das páginas visitadas, em média, pelos
sujeitos desta classe, correspondem ao uso combinado dos recursos didático de
‘conceito’ e ‘exercício’. É esta combinação que explica o funcionamento cognitivo do
estilo. Em relação a este indicador, o especialista relatou que o grau de sua crença era
‘Média Alta’ e que ele se fundamentou no seu conhecimento e nos dados fornecidos.
Em relação à intensidade de uso das formas de apresentação de ‘conceitos’, este
estilo demonstrou uma forte preferência pelo uso das formas esquemáticas. Segundo o
especialista, a forma esquemática facilita a captação do padrão lógico do conteúdo, uma
vez que é naturalmente didática e explicativa. Em relação a este indicador, o especialista
relatou que o grau de sua crença era ‘Média Alta’ e que ele se fundamentou no seu
conhecimento e nos dados fornecidos.
Embora os resultados da análise exploratória tenham indicado uma forte preferência
pelas formas de apresentação de exercícios do tipo ‘V ou F’ e ‘Preencher Lacunas’, o
especialista afirmou não ter elementos suficientes para concordar que isto explique um
possível funcionamento do estilo DA.
Na análise exploratória, ainda observamos que o indicador tempo de permanência
nos recursos didáticos não se mostrou discriminativo para esta classe de ECA. Sobre
esta questão, o especialista não concordou, justificando que os dados fornecidos foram
insuficientes. A análise exploratória também mostrou que o tempo de permanência na
forma de apresentação ‘esquema c/ figura’ de conceito tende a ser alta para este estilo.
Com relação a este resultado, o especialista apenas concordou com os dados fornecidos.
Analógico-Analítico
Sobre o padrão de ações cognitivas, na análise exploratória verificamos que o estilo
AA tende a adotar os padrões ‘conceito-exercício’ e ‘conceito-exemplo’ ao abordar
novas informações. O especialista concordou que estes padrões explicam o
funcionamento deste estilo, uma vez que a sua principal habilidade está em perceber
relações análogas e compreender as inter-relações entre as idéias. Segundo o
especialista, os sujeitos desta classe ao se defrontarem com novas informações, tendem
a buscar uma considerável profundidade no assunto, através de reflexão intensa. Em
relação a este indicador, o especialista relatou que o grau de sua crença era ‘Alta’ e que
ele se fundamentou no seu conhecimento, experiência e nos dados fornecidos.
Quanto ao uso dos recursos didáticos, verificamos que a intensidade de uso do
recurso de ‘conceito’ tende a ser alta para este estilo. Pelos mesmos motivos, acima
expostos, o especialista concordou que este resultado explica o funcionamento da classe
de estilo AA. É através da intensa exploração do conteúdo teórico que propicia estes
sujeitos a fazerem elaborações e fortes reflexões. Esta tendência evidencia-se também
na preferência demonstrada por este estilo quanto ao uso das formas textuais de
apresentação de ‘conceitos’. Na análise exploratória ainda verificamos que o uso da
89
forma de apresentação de exercício ‘escolha simples c/ figura’ tende a ser alta. O
especialista apenas concordou com este resultado.
Relacional-Sintético
A interpretação dos resultados para esta classe de ECA, conforme o especialista,
ficou muito comprometida em função do número limitado de sujeitos. Mesmo assim,
em relação ao padrão de ações cognitivas adotado pelos sujeitos deste estilo, qual seja,
‘conceito-exemplo’, segundo o especialista, reflete a sua necessidade em relacionar os
conceitos com situações práticas na tentativa de buscar um conhecimento sintético. Em
relação a este indicador, o especialista relatou que o grau de sua crença era ‘Média Alta’
e que ele se fundamentou no seu conhecimento, experiência e nos dados fornecidos.
Em relação aos demais estilos, o estilo RS foi aquele que mais usou o recurso de
‘exemplo’, ou seja, a análise exploratória mostrou que a intensidade de uso deste
recurso tende a ser alta para este estilo. O especialista concordou fortemente que este
indicador reflete o funcionamento do estilo. Segundo este especialista, os sujeitos deste
estilo trabalham com hipóteses associadas ao conteúdo e, fixam-se nos exemplos para
confirmarem e/ou reformularem suas hipóteses, de forma semelhante ao tipo de
processamento utilizado no raciocínio hipotético-dedutivo.
Em relação às formas de apresentação do recurso de ‘exercício’, a intensidade de
uso foi alta para as formas: ‘relacionar colunas’ e ‘escolha simples’. O especialista
concordou com este resultado, mas não deixa claro como este indicador explica o
funcionamento desta classe. Quanto aos indicadores do tempo de permanência nos
recursos didáticos de ‘exercício’ e ‘exemplo’, esta classe demonstrou forte tendência
para intensidade alta. O especialista concordou que estes indicadores justificam o
funcionamento do estilo, porque o tempo gasto nestes recursos é proporcional à
intensidade de uso dos mesmos. Em relação a estes indicadores, o especialista relatou
que o grau de sua crença era ‘Alta’ e que ele se fundamentou no seu conhecimento e nos
dados fornecidos.
Concreto-Genérico
Sobre o padrão de ações cognitivas, na análise exploratória verificamos que o estilo
CG tende a adotar o padrão ‘exercício-conceito-exemplo’ na abordagem de novas
informações. Segundo o especialista, este indicador explica um possível funcionamento
do estilo. Uma vez que os sujeitos desta classe caracterizam-se por serem ‘concretos’,
eles tendem a evitar o contato mais sistemático com os conteúdos teóricos, no caso
representados pelos ‘conceitos’. Em relação a este indicador, o especialista relatou que o
grau de sua crença era ‘Alta’ e que ele se fundamentou no seu conhecimento,
experiência e nos dados fornecidos.
Através da análise exploratória, também verificamos que a intensidade de uso do
recurso didático de ‘exemplo’ por este estilo tende a ser alta. O especialista concorda
plenamente, com alto grau de crença e fundamentado no seu conhecimento, experiência
e nos dados fornecidos. Segundo ele, os sujeitos desta classe de estilo tentam
generalizar os conhecimentos a partir de situações concretas e, secundariamente, através
de exercícios. A constatação de que a intensidade de uso das formas de exemplo tende a
ser alta para este estilo é conseqüência direta da sua preferência pelo uso do recurso de
‘exemplo’. Segundo o especialista, pela sua característica, os sujeitos CG exploram ao
máximo este recurso em todas as suas formas de apresentação.
Em relação ao uso do tempo no processamento dos recursos didáticos e formas de
apresentação dos mesmos, este estilo gastou um tempo maior no recurso didático de
90
‘exemplo’e na forma de apresentação ‘textual com figura’. Para o especialista estes
dados indicaram que o tempo foi proporcional à intensidade de uso do recurso e da
forma de apresentação.
Analógico-Analítico-Avaliativo
Por construção, os sujeitos deste estilo se agruparam de maneira heterogênea. Isto
significa que eles não apresentaram similaridade interna em relação ao desempenho nas
habilidades e processos cognitivos subjacentes, avaliados no Teste Ross (seção 5.1.1).
Conseqüentemente, a interpretação dos resultados da análise exploratória foi dificultada
para o especialista explicar o funcionamento desta classe.
Mesmo assim, pela análise exploratória, pudemos observar algumas características
estáveis para estes sujeitos. Quanto ao padrão de ações cognitivas adotado por este
estilo, observamos que existe uma tendência deste em adotar o padrão ‘conceito-
exercício’. O especialista concordou com este resultado, baseando-se fundamentalmente
nos dados fornecidos. Considerando este indicador, o especialista comparou o seu
funcionamento com o da classe DA, com a diferença de que a classe ASA demonstrou
ter mais necessidade em testar suas hipóteses e compreensão. Acreditamos que a
característica desta classe em apresentar predominância em uma habilidade ou processo,
levou o especialista a detectar através dos dados fornecidos um funcionamento dessa
classe semelhante ao estilo AA e DA.
No entanto, na análise exploratória, observamos diferentes indicadores que a
caracterizam. Em relação ao uso dos recursos didáticos esta classe apresentou uma
intensidade alta no uso dos exercícios, que de acordo com o especialista evidencia
fortemente a sua característica de testar e avaliar a sua aprendizagem. Em relação à
intensidade de uso das formas de apresentação de ‘exercícios’, este estilo usou
intensamente as formas ‘V ou F’, ‘Preencher Lacunas’ e ‘Escolha Simples com Figura’.
Para o especialista, estes indicadores confirmaram que o uso da testagem é o recurso de
aprendizagem mais importante para esta classe. O indicador tempo de permanência foi
maior no recurso didático de ‘exercício’, bem como nas suas formas de apresentação:
‘V ou F’ e ‘escolha simples com figura’. Estes indicadores foram confirmados pelo
especialista como um modo de funcionamento do estilo, ou seja, o estilo tende a gastar
mais tempo no recurso didático de ‘exercício’ (e suas respectivas formas) para se
certificar sobre o seu aprendizado.
6.5 Mineração de Dados e a Busca de um Modelo de
Classificação
O diagnóstico do ECA do aluno corresponde a um típico procedimento de
classificação. Conforme Henery (1994), um dos importantes significados da
classificação consiste em estabelecer uma regra a partir da qual se possa classificar
novas observações em uma das classes, dado um conjunto de classes rotuladas e
conhecidas.
Os métodos de classificação comumente praticados, e estudados pelos pesquisadores
da área, na linha da aprendizagem através da experiência, podem ser agrupados sob três
diferentes abordagens (MICHIE et al., 1994): (i) abordagem estatística (modelo
probabilístico); (ii) aprendizagem de máquina-AM - (sentenças proposicionais e
lógicas); e (iii) redes neurais. As abordagens estatísticas caracterizam-se por ter um
modelo probabilístico explícito, que fornecem a probabilidade de ‘ser’ de cada uma das
classes consideradas. A AM tem como meta gerar expressões simples o suficiente para
91
serem compreendidas facilmente por agentes humanos, ou seja, tentam imitar o
raciocínio humano na tomada de decisão. Um exemplo típico deste método corresponde
às árvores de decisão. Por fim, a abordagem correspondente as redes neurais, combina a
complexidade de algumas técnicas estatísticas com o objetivo da AM de imitar a
inteligência humana. Entretanto, isto é feito a um nível mais “inconsciente”, o que faz
com que os conceitos aprendidos sejam transparentes ao usuário.
Nesta fase do processo de descoberta do conhecimento, investigamos o uso de
algumas dessas técnicas, com os exemplos disponíveis a partir dos dados do arquivo de
log, gerado durante a aplicação do módulo de ensino experimental TDMA a uma
amostra da população-alvo. Especificamente, utilizamos duas técnicas
estatísticas/probabilísticas para analisar o processo de indução do modelo de
classificação: Análise Discriminante (AD) e Classificadores Bayesianos Ingênuos
(CBI), assim como também utilizamos a técnica de AM correspondente às chamadas
árvores de decisão.
Em cada uma das tentativas realizadas, esbarramos na severa limitação referente ao
tamanho da amostra dos exemplos disponíveis e na impossibilidade de reverter a
situação junto à empresa de telecomunicações. A seguir, documentamos o trabalho
realizado.
6.5.1 Análise Discriminante
Em estatística, a análise discriminante (AD) se refere à computação de diversas
estatísticas relacionadas e é usada para estudar as diferenças entre duas ou mais classes
e um conjunto de variáveis discriminantes (Figura 6.11).
A AD tem dois propósitos: interpretação e classificação. Na interpretação o seu uso
possibilita que se estude a diferença entre duas ou mais classes e um conjunto de
variáveis discriminantes. Neste caso, a variável classe é tratada como variável
dependente e é medida de forma nominal. Na classificação, tanto as variáveis
discriminantes, quanto as funções discriminantes canônicas são usadas para predizer a
classe mais provável ao qual pertence um novo caso. Nosso interesse na AD esteve
relacionado principalmente com a interpretação dos resultados estatísticos.
C
1
C
2
C
4
C
3
C
5
X
1
X
2
X
3
X
p
.
.
.
Classes
Variáveis Discriminantes
C
1
C
2
C
4
C
3
C
5
X
1
X
2
X
3
X
p
.
.
.
Classes
Variáveis Discriminantes
Figura 6.11:Relacionamento entre as classes e as variáveis discriminantes
De acordo com Klecka (1980), a aplicação da AD exige alguns requisitos
matemáticos importantes, que ele resume da seguinte forma.
Sejam:
92
g = número de classes
p = número de variáveis discriminantes
n
i
= número de casos na classe i
n. = número total de casos
Então, deve ser considerado:
1. Duas ou mais classes: g 2.
2. Pelo menos dois casos por grupo: n
i
2.
3. Qualquer número de variáveis discriminantes, desde que o total de variáveis seja
menor que o número de casos menos dois: 0 < p < (n. 2).
4. As variáveis discriminantes devem ser medidas com valores intervalares, ou
seja, devem ser passíveis de ser computada em uma fórmula matemática;
5. As variáveis discriminantes não podem ser uma combinação linear de outras. A
proibição da combinação linear é resultado de certos requisitos matemáticos da
técnica. De certa forma isto é intuitivo uma vez que a variável formada pela
combinação linear não contém nenhuma informação nova, além daquelas
contidas em suas componentes. Assim, ela seria redundante.
6. A matriz de covariância para cada classe deve ser (aproximadamente) igual, a
menos que fórmulas especiais sejam usadas.
7. Cada classe deve ser formada a partir de uma população onde as variáveis
discriminantes apresentam uma distribuição normal multivariada.
De modo a satisfazer os requisitos matemáticos, neste estudo procedemos a AD
considerando, primeiramente, somente os indicadores relativos às preferências das
classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’ e, num segundo momento, consideramos
somente os indicadores relativos às preferências pelas ‘formas de apresentação’.
Excluímos os indicadores de tempo nos recursos didáticos e nas formas de apresentação
destes uma vez que, ao realizar uma análise de correlação entre os indicadores que
mediam preferência e aqueles que mediam tempo de permanência, observamos uma
forte correlação entre eles. Na AD, isto corresponderia a uma redundância de
informação e certamente estaria ‘mascarando’ possível resultado.
A AD foi realizada através do uso do pacote estatístico SPSS para Windows, versão
10.0. A técnica tenta identificar uma ou mais combinação linear das variáveis
discriminativas, ou seja, define algumas funções discriminantes na forma:
pipiii
ZdZdZdD +++= ...
2211
onde D
i
corresponde ao escore da função discriminante i, os “ds” correspondem aos
pesos dos coeficientes. Os “Zs” são os valores padrão das p variáveis discriminantes
usadas na análise. O número máximo de funções que podem ser derivadas ou é uma a
menos que a quantidade de grupos ou é igual ao número das variáveis discriminantes, se
existirem mais grupos que variáveis. Idealmente, o escore de uma função discriminante
D para os casos de um mesmo grupo é similar. Em qualquer taxa, as funções são
formadas de modo a maximizar a separação entre os grupos. Uma vez que as funções
tenham sido derivadas, é possível perseguir os propósitos de interpretação e
classificação. A Tabela 6.6 mostra os principais resultados estatísticos desta análise.
Os resultados apresentados na Tabela 6.6 nos permitem interpretar o poder de
classificação das funções discriminantes canônicas, aprendidas a partir da amostra de
dados rotulados. O coeficiente de correlação canônica é uma medida valiosa para julgar
93
a utilidade da função discriminante. Se o coeficiente é alto
5
, então ele indica que existe
uma forte correlação entre as classes e a função discriminante. Na Tabela 6.6, pode-se
observar que estes coeficientes, tanto em relação aos recursos didáticos, quanto em
relação às formas de apresentação, não são muito altos, mesmo para f1, a qual está
representando o maior poder de discriminação.
Tabela 6.6: Resultados estatísticos gerados na AD
Estatísticas
Preferência pelos Recursos
Didáticos
Preferência pelas Formas de
Apresentação
f1 0,404 0,637
f2 0,299 0,589
f3 0,231 0,441
Correlação
canônica
f4 - 0,314
Wilk’s Lambda 0,721 0,282
Qui-Quadrado 9,803 33,530
Significância 0,633 0,755
Nro. de classificações corretas
19 26
% de classificações corretas 54,3% 74,3%
O coeficiente Lambda (Λ) também é usado para o julgamento do poder de
discriminação da função, mas é específico para quando os dados correspondem a uma
amostra da população. Na verdade, este é o caso em questão. Wilks’s Lambda é uma
medida estatística multivariada das diferenças entre as classes em relação às variáveis
discriminantes. Os valores de Lambda que estão próximos de zero denotam alto poder
de discriminação, enquanto que à medida que ele cresce em direção ao valor 1, significa
que não existe diferença entre as classes. Assim, analisando os resultados na Tabela 6.6,
podemos observar que, tanto em relação às preferências pelos ‘recursos didáticos’,
quanto pelas ‘formas de apresentação’, as classes de ECA não se diferenciam muito (Λ
= 0,721 e Λ = 282, respectivamente). Estes resultados estão longe de zero.
Conforme Klecka (1980), o coeficiente Lambda pode ser convertido em um teste de
significância. A significância de Lambda, por sua vez, pode ser convertida em uma
aproximação do Qui-quadrado, que permite que se determine o nível de significância.
Como os exemplos de nossa amostra de dados não resultaram de um processo de
amostragem aleatório (foram selecionados os sujeito mais típicos de cada classe de
ECA), os testes Qui-quadrado e nível de significância não se aplicam. De qualquer
forma, na Tabela 6.6, pode-se observar que os níveis de significância são muito altos, ou
seja, as funções não são significantes estatisticamente.
Quanto aos resultados da classificação a partir das funções discriminantes canônicas,
o resultado das classificações correta em relação à preferência das classes de ECA pelos
‘recursos didáticos’ foi de 54,3% dos casos, assim como o percentual de classificação
em relação à preferência das classes de ECA pelas ‘formas de apresentação’ foi de
74,3% dos casos. Conseqüentemente, o erro para estes casos correspondeu,
respectivamente a 45,7% (16 casos) e 25,7% (9 casos) de classificações incorretas.
Considerando as estatísticas acima, estes valores ainda representam, matematicamente,
um conhecimento incerto.
5
Coeficiente de correlação canônica: o valor zero denota nenhum relacionamento, enquanto que valores
grandes (sempre positivos) representam um grau crescente de associação, onde o valor 1 corresponde ao
valor máximo.
94
A Tabela 6.7 apresenta a matriz de confusão relativa à tentativa de discriminar as
classes de ECA considerando apenas a preferência pelas ‘recursos didáticos’. Entre os
três casos ‘AA’ classificados incorretamente, dois foram classificados como ‘CG’ e um
como ‘RS’. Entre os quatro casos ‘CG’ classificados incorretamente, três foram
classificados como ‘AA’ e um como ‘RS’. Entre os cinco casos ‘DA’ classificados
incorretamente, dois foram classificados como ‘AA’, dois como ‘CG’ e um foi
classificado como ‘RS’.Entre os quatro casos ‘ASA’ classificados incorretamente, dois
foram classificados como ‘AA’, um como ‘CG’ e um como ‘DA’. Os três casos ‘RS’
foram classificados corretamente. Portanto, pela matriz de confusão, concluímos que
através da AD somente as classes de ECA ‘AA’ e ‘RS’ tiveram um nível aceitável
quanto ao desempenho de classificação.
Tabela 6.7: Resultado da classificação na análise discriminante considerando apenas a
preferência das classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’
ECA Classes de ECA preditas
Classes de ECA
originais
1 2 3 4 5
Total
1 7 2 1 10
2 3 3 1 7
3 2 2 3 1 8
4 2 1 1 3 7
5 3 3
% 1 70,0% 20,0% 10,0% 100,0%
2 42,86% 42,86% 14,28% 100,0%
3 25,0% 25,0% 37,5% 12,5 100,0%
4 28,57% 14,29% 14,29% 42,86% 100,0%
5 100,0% 100,0%
A Tabela 6.8 apresenta a matriz de confusão relativa à tentativa de discriminar as
classes de ECA considerando apenas a preferência pelas ‘formas de apresentação’.
Neste caso, um caso ‘AA’ foi classificado como ‘DA’; um caso ‘CG’ foi classificado
como ‘AA’ e um caso ‘CG’ foi classificado como ‘DA’; apenas um caso ‘DA’ foi
classificado como ‘AA’. Entre os dois casos ‘ASA’ classificados incorretamente, um foi
classificado como ‘CG ‘ e o outro como ‘DA’. Finalmente, em relação ao estilo ‘RS’,
todos os casos foram classificados corretamente. Portanto, pela matriz de confusão,
concluímos que a AD apresentou um bom nível de classificação em relação às classes
de ECA ‘AA’, ‘DA’ e ‘RS’, quando tentamos discriminá-las através de suas
preferências pelas ‘formas de apresentação’.
A AD ainda permite a determinação da importância relativa de cada uma das
variáveis consideradas, para a determinação dos coeficientes padronizados das funções
discriminantes (Figura 6.12 e Figura 6.13).
95
Tabela 6.8: Resultado da classificação na análise discriminante considerando apenas a
preferência das classes de ECA pelas 'formas de apresentação'
ECA Classes de ECA preditas
Classes de ECA
originais
1 2 3 4 5
Total
1 9 1 10
2 1 4 2 7
3 2 6 8
4 3 4 7
5 3 3
% 1 90,0% 10,0% 100,0%
2 14,3% 57,14%
28,57%
100,0%
3 25,0% 75,0% 100,0%
4 42,86% 57,14% 100,0%
5 100,0% 100,0%
2,293 4,083 3,745
1,914 4,383 2,602
2,691 3,282 2,379
Conceito
Exercício
Exemplo
1 2 3
Função
Figura 6.12:Discriminando as classes de ECA pelos Recursos Didáticos: coeficientes padrão
das funções discriminantes canônicas
As funções f1, f2 e f3 na Figura 6.12 foram geradas em ordem de capacidade de
discriminação das classes de ECA, ou seja, a f1 foi a que mais discriminou, seguida
pelas demais. Em relação aos coeficientes padronizados listados na Figura 6.12,
ignorando o sinal, caso houvesse, a sua interpretação depende da sua magnitude. Quanto
maior a sua magnitude, maior é a contribuição da variável. Na tentativa de discriminar
as classes de ECA considerando a preferência pelos ‘recursos didáticos’, vimos que:
f1 discriminou especialmente pelo uso de ‘Exemplo’ (coeficiente = 2,691) e, em
menor grau de importância, pelo uso de ‘Conceito’ (coeficiente = 2,293) e
‘Exercício’ (coeficiente = 1,914)
f2 discriminou especialmente pelo uso de ‘Exercício’ (coeficiente = 4,383),
seguido em menor grau pelo uso de ‘Conceito’ (coeficiente = 4,083) e ‘Exemplo’
(coeficiente = 3,282).
f3 discriminou especialmente pelo uso de ‘Conceito’ (coeficiente = 3,745),
seguido em menor grau pelo uso de ‘Exercício’ (coeficiente = 2,602), e
‘Exemplo’ (coeficiente = 2,379).
Em relação à tentativa de discriminar as classes de ECA pelas formas de
apresentação (Figura 6.13), verificamos que:
f1 discriminou especialmente pelo uso da forma ‘Preencher Lacunas’
(coeficiente = 1,418) relativa ao recurso didático de ‘Exercício’, seguida em
menor grau pelo uso das formas ‘Só Textual’ de ‘Conceitos’ (coeficiente =
96
1,246) e ‘Escolha Simples c/ Figura’ (coeficiente = 1,108), relativa ao recurso
didático de ‘Exercício’.
f2 discriminou especialmente pelo uso combinado das formas ‘Textual c/ Figura’
(coeficiente = 3,924) de ‘Conceito’, ‘Textual c/ Figura’ (coeficiente = 3,445) de
‘Exemplo’ e ‘Escolha Simples c/ Figura’ (coeficiente = 3,330) de ‘Exercício’.
f3 discriminou, relativamente, pelo uso da forma ‘Só Textual’ (coeficiente =
0,845) de ‘Conceito’, seguida em menor grau pela forma ‘Esquema c/ Figura’
(coeficiente = 0,631) de ‘Exemplo’.
f4 discriminou, relativamente, pelo uso da forma ‘Textual c/ Figura’ (coeficiente
= 0,645) de ‘Exemplo’, seguida pela forma ‘Esquema c/ Figura’ (coeficiente =
0,567) de ‘Conceito’.
1,246 1,595 ,845 ,407
,411 3,924 ,491 ,012
-,210 1,611 ,037 ,567
-,114 1,223 -,091 ,288
,092 ,874 ,279 ,461
-,472 1,743 ,406 ,200
1,418 1,076 ,115 ,223
1,108 3,330 ,394 ,412
,415 3,445 -,265 ,645
,301 1,059 ,631 ,457
Con-Só Textual
Con-Textual c/ Fig.
Con-Esquema c/ Fig.
Exer-VouF
Exer-Relac.Colunas
Exer-Escolha Simples
Exer-Preencher Lacunas
Exer-Escolha Simples c/ Fig.
Exem-Textual c/ Fig.
Exem-Esquema c/ Fig.
1 2 3 4
Função
Figura 6.13:Discriminando as classes de ECA pelas formas de apresentação: Coeficientes
padrão das funções discriminantes canônicas
Finalmente, para a classificação de novos casos, os coeficientes das funções de
classificação, para cada classe de ECA, são calculados pela técnica. Estes coeficientes
determinam uma combinação linear das variáveis discriminantes, de forma a maximizar
as diferenças das classes de ECA, enquanto a variação entre as classes é minimizada.
Esta forma de classificar foi primeiramente proposta por (Fisher, 1936 apud Klecka,
1980).A função de classificação para cada uma das classes é dada pela expressão:
pkpkkkk
xbxbxbbC ++++= K
22110
,
onde C
k
é o escore para a classe k e os “bs” são os coeficientes que precisam ser
derivados para a classificação. Um novo caso é classificado naquela classe que
apresentou o maior escore (maior valor para C). Existe uma função diferente para cada
classe de ECA.
A Figura 6.14 apresenta os coeficientes das funções de classificação, para cada uma
das classes de ECA, considerando as preferências destas pelos ‘recursos didáticos’.
97
6,505 6,442 6,368 6,463 6,655
6,203 6,143 6,084 6,195 6,369
6,589 6,574 6,455 6,558 6,796
-302,133 -297,721 -290,255 -299,939 -319,283
Conceito
Exercício
Exemplo
(Constant)
1 2 3 4 5
ECA
Fisher's linear discriminant functions
Figura 6.14:Recursos Didáticos: coeficientes das funções de classificação
Por exemplo, para a obtenção do escore C em um novo caso, seria necessário
calcular:
133,302*589,6*203,6*505,6
1
++= tpdpexemtpdpexertpdpconC
721,297*455,6*143,6*442,6
2
++= tpdpexemtpdpexertpdpconC
255,290*455,6*084,6*368,6
3
++= tpdpexemtpdpexertpdpconC
939,299*558,6*195,6*463,6
4
++= tpdpexemtpdpexertpdpconC
283,319*796,6*369,6*655,6
5
++= tpdpexemtpdpexertpdpconC
onde tpdpcon, tpdpexer e tpdpexem corresponderiam aos valores percentuais de uso dos
recursos de ‘Conceito’, ‘Exercício’ e ‘Exemplo’, respectivamente, do novo caso
considerado. O maior valor de C corresponderia a maior probabilidade do novo caso
‘ser’ da classe de ECA correspondente.
A Figura 6.15 apresenta os coeficientes das funções de classificação, para cada uma
das classes de ECA, considerando as preferências destas pelas formas de apresentação.
Para o diagnóstico de um novo caso, seria necessário calcular os valores de C
1
, C
2
, ...,
C
5
, cujas funções correspondentes seriam construídas com base nos coeficientes
apresentados na Figura 6.15.
10,153 9,655 9,709 10,268 10,612
8,072 8,011 7,776 8,079 8,300
7,144 7,172 6,973 7,130 7,345
7,609 7,648 7,404 7,618 7,837
7,450 7,389 7,253 7,425 7,698
7,163 7,183 6,874 7,061 7,366
7,653 7,282 7,433 7,958 8,008
7,793 7,685 7,538 7,854 8,047
9,094 9,079 8,758 9,177 9,477
6,844 6,723 6,661 6,807 7,028
-373,196 -366,862 -349,230 -376,633 -399,752
Con-Só Textual
Con-Textual c/ Fig.
Con-Esquema c/ Fig.
Exer-V ou F
Exer-Relac. Colunas
Exer-Escolha Simples
Exer-Preencher Lacunas
Exer-Escolha Simples c/ Fig.
Exem-Textual c/ Fig.
Exem-Esquema c/ Fig.
(Constant)
1 2 3 4 5
ECA
Fisher's linear discriminant functions
Figura 6.15:Formas de Apresentação: coeficientes das funções de classificação
6.5.2 Classificador Bayesianos Ingênuo
Os classificadores Bayesianos ingênuos (CBI), que têm uma abordagem
probabilística, têm sido considerados como uma abordagem eficiente e eficaz para
98
muitos problemas de modelagem de usuário (ou aluno), especialmente devido à sua
rapidez de aprendizagem e o baixo custo computacional (STERN et al., 1999;
MITCHELL, 1997; MICHIE et al., 1994). Estas características são críticas em sistemas
de modelagem on-line do aluno. Conforme Stern et al., na abordagem tradicional de
modelagem do aluno, existe pelo menos duas grandes limitações: (i) O especialista do
domínio deve determinar, a priori, sobre quais características do domínio são
importantes para serem rastreadas no modelo do aluno. Este processo implica em um
consumo de tempo significativo e normalmente envolve a análise de uma tarefa
cognitiva; e (ii) As características que compõem o modelo do aluno são estáticas. Sobre
esta questão, o interessante é dispor de um modelo no qual tanto as características,
quanto os relacionamentos não observados a priori pelo especialista do domínio possam
ser descobertos pelo sistema e incluídos no mesmo. De forma similar, também é
possível que algumas características sejam removidas.
As questões postas por Stern et al. (1999) podem ser gerenciadas através do uso de
alguma técnica de AM. Isto significa que o sistema pode ‘aprender’ sobre o usuário a
partir das interações com este. Por outro lado, a AM tem algumas limitações. A primeira
delas está relacionada com a necessidade de uma quantidade substancial de dados, antes
de se considerar que houve alguma aprendizagem. Com o aluno on-line, é necessário
que a aprendizagem inicie com poucas interações. Em segundo lugar, normalmente, é
necessária uma quantidade de tempo substancial antes que a aprendizagem ocorra. Estas
limitações são significativas quando consideramos a modelagem do usuário. Na
modelagem on-line do aluno, espera-se que o procedimento seja realizado em tempo
real, durante as interações com o mesmo.
Existem pelo menos quatro vantagens em relação ao uso de um CBI no que se refere
à modelagem do usuário: (i) Técnica bastante intuitiva e simples de ser usada; (ii)
Retorna uma probabilidade, que é mais simples do que utilizar uma escala arbitrária;
(iii) Não requer grande quantidade de dados antes que a aprendizagem inicie; (iv) É
computacionalmente rápida na tomada de decisão.
Um CBI pode ser aplicado na aprendizagem de tarefas onde cada instância x é
descrita através de um conjunto de valores de atributos, e onde a função de classificação
f(x) pode assumir qualquer valor a partir de um conjunto finito V. Deve-se dispor de um
conjunto de exemplos para o treinamento da função f(x) e uma nova instância é
apresentada, descrita através de uma tupla de valores de atributos <a
1
, a
2
, ..., a
n
>. A
abordagem Bayesiana para classificar uma nova instância consiste em associar o valor
de f(x) mais provável, v
map
, dado os valores dos atributos <a
1
, a
2
, ..., a
n
> que descrevem
a instância.
),,|(maxarg
21 njmap
aaavPv K= com Vv
j
(6.1)
Usando o Teorema de Bayes, a expressão (6.1) pode ser re-escrita como:
Vvcom
aaaP
vPvaaaP
v
j
n
jjn
map
= ,
),(
)()|,(
maxarg
21
21
K
K
(6.2)
VvPvaaaP
jjn
= ()|,,,(maxarg
21
K (6.3)
Agora, é necessário estimar os dois termos da equação (6.3), baseado nos dados de
treinamento. É fácil estimar cada um dos P(v
j
). Basta contar a freqüência com que cada
valor v
j
ocorre nos dados de treinamento. Entretanto, para estimar os diferentes termos
P(a
1
, a
2
, ..., a
n
|v
j
) nesta forma é praticamente impossível, a menos que se tenha um
conjunto de dados de treinamento muito grande. O problema é que, com um conjunto de
99
dados muito grande, o número de termos é igual ao número das possíveis instâncias
multiplicado pelo número dos possíveis valores v
j
.
Na verdade, um CBI está baseado no pressuposto da simplificação de que, dado um
valor v
j
, os valores dos atributos tornam-se condicionalmente independentes entre si.
Em outras palavras, o pressuposto consiste em: dado um valor v
j
da instância, a
probabilidade de se observar a conjunção a
1
, a
2
, ..., a
n
é dada somente pelo produto das
probabilidades dos atributos, individualmente: P(a
1
, a
2
, ..., a
n
|v
j
) =
i
P(a
i
|v
j
).
Substituindo esta equação em (6.3), temos a abordagem de um CBI, ou seja:
=
i
jijCBI
vaPvPv )|()(maxarg (6.4)
onde v
CBI
denota o valor de saída fornecido pelo CBI. Podemos observar que, para um
CBI, o número de termos distintos P(a
i
|v
j
) que devem ser estimados a partir dos dados
de treinamento é exatamente igual ao número dos valores dos atributos multiplicado
pelo número dos valores das probabilidades, o que representa um número muito menor
em relação aos termos P(a
1
, a
2
, ..., a
n
|v
j
), anteriormente mostrados.
Resumindo, o método de aprendizagem CBI envolve uma etapa de aprendizagem, na
qual os vários termos P(v
j
) e P(a
i
|v
j
) são estimados, baseados em suas freqüências sobre
os dados de treinamento. O conjunto destas estimativas corresponde à hipótese a ser
aprendida. Esta hipótese é então usada para classificar cada uma das novas instâncias,
aplicando a equação descrita em (6.4).
A aplicação da técnica CBI, a geração do modelo de classificação e a “validação”
foram desenvolvidos com o auxílio da ferramenta ARBAYES, desenvolvida pelo
“Grupo de Pesquisa em Inteligência Artificial da UnB GIA UnB”, o qual mantém
intercâmbio de pesquisa com o GIA UFRGS. Uma representação gráfica do CBI
gerado para classificar as classes de ECA a partir da análise das preferências destas
classes pelos ‘recursos didáticos’ pode ser vista na Figura 6.16.
CONCEITO EXER EXEM
ECA
Figura 6.16:Representação gráfica do CBI para classificar um novo caso a partir da análise de
suas preferências pelos 'recursos didáticos'
Associado a este CBI existe um conjunto de tabelas de probabilidades,
correspondentes a P(v
j
) e P(a
i
|v
j
). Por exemplo, a Tabela 6.9 corresponde às
probabilidades a priori de um novo caso ‘ser’ de cada uma das classes de ECA. As
Tabelas 6.10, 6.11 e 1.12 correspondem às tabelas de probabilidade condicionais
relativas a P(Conceito | ECA), P(Exercício | ECA) e P(Exemplo | ECA),
respectivamente.
Tabela 6.9: Tabela de probabilidades a priori de ser de uma classe de ECA
ECA = ‘AA’ ECA = ‘CG’
ECA = ‘DA’
ECA = ‘ASA’ ECA = ‘RS’
0,25641 0,205128 0,230769 0,205128 0,102564
100
Tabela 6.10:Tabela de probabilidades condicionais para o uso de ‘Conceito’
Intensidade de uso
de ‘Conceitos’
ECA = ‘AA’ ECA = ‘CG’
ECA = ‘DA’
ECA = ‘ASA’ ECA = ‘RS’
Alta 0,583333 0,3 0,27 0,2 0,166667
Média 0,25 0,3 0,454545 0,4 0,333333
Baixa 0,166667 0,4 0,272727 0,4 0,5
Tabela 6.11:Tabela de probabilidades condicionais para o uso de ‘Exercício'
Intensidade de uso
de ‘Exercício’
ECA = ‘AA’ ECA = ‘CG’
ECA = ‘DA’
ECA = ‘ASA’ ECA = ‘RS’
Alta 0,166667 0,4 0,363636 0,4 0,333333
Média 0,333333 0,1 0,363636 0,4 0,5
Baixa 0,5 0,5 0,272727 0,2 0,166667
Tabela 6.12:Tabela de probabilidades condicionais para o uso de 'Exemplo'
Intensidade de uso
de ‘Exemplo’
ECA = ‘AA’ ECA = ‘CG’
ECA = ‘DA’
ECA = ‘ASA’ ECA = ‘RS’
Alta 0,25 0,4 0,272727 0,2 0,666667
Média 0,416667 0,4 0,454545 0,4 0,166667
Baixa 0,333333 0,2 0,272727 0,4 0,166667
Na fase de treinamento do CBI, procedemos de forma idêntica à aplicação da AD,
ou seja, num primeiro momento isolamos os indicadores relativos às preferências das
classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’ e, num segundo momento, consideramos
somente os indicadores relativos às preferências pelas ‘formas de apresentação’. Antes
de proceder a aprendizagem da rede, realizamos a discretização dos dados, conforme
descrito na seção 6.1.
Considerando que dispúnhamos de um conjunto de exemplos rotulados severamente
limitado, utilizamos a forma extrema da validação cruzada múltipla, conhecida como o
método deixe um de fora (HAYKIN, 2001). Neste caso, (n 1) exemplos são usados
para treinar o modelo, e o modelo é validado testando-o sobre o exemplo deixado de
fora. O experimento é repetido para um total de n vezes, cada vez deixando de fora um
exemplo diferente para a validação. A seguir, apresentamos a matriz de confusão,
correspondente aos resultados obtidos, referentes à preferência das classes de ECA
pelos ‘recursos didáticos’ (Tabela 6.13).
Conforme o previsto, os resultados foram muito pouco satisfatórios. Apenas uma
das classes de ECA (1-‘AA’) foi aceitavelmente discriminada. Quanto às demais, nada
se pode afirmar. O erro ficou em 74,28%, ou seja, dos 35 sujeitos da amostra, 26 foram
classificados incorretamente.
Da mesma forma que na situação anterior, no teste realizado com o CBI, levando em
consideração apenas as preferências das classes de ECA pelas ‘formas de apresentação’,
utilizamos o método deixe um de fora. Os resultados na matriz de confusão são
mostrados na Tabela 6.14. Neste caso, nenhuma das classes de ECA foi discriminada
adequadamente, considerando apenas estas variáveis-atributo. Apenas 25,71% dos casos
foram classificados corretamente.
101
Tabela 6.13:Resultados da classificação através do CBI considerando apenas as preferências
pelos 'recursos didáticos’
ECA Classes de ECA preditas
Classes de ECA
originais
1 2 3 4 5
Total
1 6 1 1 1 1 10
2 2 1 2 1 1 7
3 2 1 0 4 1 8
4 1 1 3 1 1 7
5 0 1 1 0 1 3
% 1 60,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 100,0%
2 28,6% 14,3% 28,6% 14,3% 14,3% 100,0%
3 25,0% 12,5% 0,0% 50,0% 12,5% 100,0%
4 14,3% 14,3% 42,8% 14,3% 14,3% 100,0%
5 0,0% 33,3% 33,3% 0,0% 33,3% 100,0%
Tabela 6.14:Resultado da classificação através do CBI considerando apenas as preferências
pelas 'formas de apresentação'
ECA Classes de ECA preditas
Classes de ECA
originais
1 2 3 4 5
Total
1 3 2 3 2 10
2 2 2 1 2 7
3 1 1 1 4 1 8
4 1 3 2 1 7
5 1 1 1 3
% 1 30,0% 20,0% 30,0% 20,0% 100,0%
2 28,57 28,57% 14,28% 28,57% 100,0%
3 12,50% 12,50% 12,50% 50,0% 12,50% 100,0%
4 14,28% 42,86% 28,57% 14,28% 100,0%
5 33,33% 33,33% 33,3% 100,0%
6.5.3 Árvores de Decisão
A indução de uma árvore de decisão corresponde a um dos algoritmos de
aprendizagem mais simples e que apresentam bons resultados (RUSSEL & NORVIG,
1995). O algoritmo de aprendizagem usa como entrada um vetor de valores das
variáveis-atributos, juntamente com o valor da variável-classe (conjunto de
aprendizagem). O problema genérico da técnica consiste em encontrar uma expressão
simbólica que prediz a classe de um novo caso (conjunto de teste), selecionado
aleatoriamente a partir da mesma população (FENG & MICHIE, 1994). A exatidão do
método é medida a partir dos resultados obtidos, ou seja, considerando o número de
casos classificados corretamente. O pressuposto básico é de que tanto o conjunto de
dados de treinamento, quanto o conjunto de dados de teste sejam aleatoriamente
selecionados a partir da mesma fonte de dados.
A aplicação da técnica, a geração do modelo de classificação e a “validação” foram
realizados com o auxílio da ferramenta ‘See5’, disponível por
http://www.rulequest.com/see5-info.html. Os resultados são expressos como uma árvore
102
de decisão e como um conjunto de regras do tipo “Se ... Então ... “. A análise dos
resultados da classificação através da árvore de decisão gerada é realizada através de
alguns parâmetros estatísticos associados.
Com base nos valores das variáveis-atributo fornecidas pelo conjunto de dados de
treinamento, a árvore de decisão gerada mapeia, em direção às folhas, a designação de
uma das classes consideradas. Cada folha da árvore é seguida por uma anotação do tipo
(n) ou (n/m), onde n corresponde ao número de casos no arquivo de dados que foram
mapeados nessa folha e, m, se aparecer, corresponde ao número de casos que foram
classificados incorretamente pela folha.
A avaliação da árvore de decisão gerada a partir dos dados de treinamento é dada
pelo número de folhas e pelo erro. O erro, por sua vez, é dado pelo número de casos
classificados incorretamente e pelo percentual correspondente. A matriz de confusão
mostra a tabela de classificação e define exatamente o tipo dos erros cometidos.
Outra facilidade da ferramenta ‘See5’ é o seu mecanismo de converter árvores em
coleções de regras. Cada regra do conjunto consiste de:
Número da regra: serve para a sua identificação.
Estatística: (n, lift x) ou (n/m, lift x) serve para analisar o desempenho da regra.
O valor de ‘n’ corresponde ao número de casos cobertos pela regra e ‘m’, se
aparecer, mostra quantos casos não pertenciam à classe predita pela regra. A
exatidão da regra é estimada pela razão de Laplace (n m+1) / (n + 2). A medida
lift x ‘ é o resultado da divisão da exatidão da regra pela freqüência relativa da
classe predita no conjunto de treinamento. Este resultado nos diz o quão
informativa é a regra em relação ao conhecimento prévio.
Uma ou mais condições que devem ser satisfeitas se a regra é aplicável.
A classe predita pela regra.
Um valor entre 0 e 1 que indica a confiança com que a predição foi feita.
Na fase de treinamento, procedemos de forma idêntica à aplicação da AD e do CBI,
ou seja, num primeiro momento isolamos os indicadores relativos às preferências das
classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’ e, num segundo momento, consideramos
somente os indicadores relativos às preferências pelas ‘formas de apresentação’.
A Figura 6.17 mostra os resultados da classificação quando consideramos apenas as
preferências das classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’. Neste caso, observamos que
a árvore gerada possui nove (9) folhas e que, em todas elas, pelo menos um (1) caso não
foi classificado corretamente, com n variando entre 2 e 6 casos. O erro foi de 37,1% dos
casos. Isto demonstra a dificuldade da técnica para separar as classes de ECA
considerando apenas as preferências pelos ‘recursos didáticos’, a partir do conjunto de
dados de treinamento fornecidos.
Quanto à análise da matriz de confusão gerada neste caso, observamos que entre as
cinco classes de ECA, a árvore de decisão gerada classificou um caso ‘AA’ como
‘ASA’; um caso ‘CG’ como ‘AA’; nenhum caso ‘DA’ foi classificado como ‘DA’; dois
casos ‘ASA’ foram classificados como ‘AA’; e, finalmente, um caso ‘RS’ foi
classificado como ‘CG’. Portanto, a conclusão a que se chega é que a classe ‘DA’ não
foi discriminada pela técnica, considerando apenas os indicadores da preferência pelos
‘recursos didáticos’.
Quanto à análise do conjunto de regras, à exceção da regra 7, todas as demais são
pouco informativas em relação ao conhecimento prévio, dado pela freqüência relativa
103
de ‘ser de uma classe de ECA’. Em relação ao nível de confiança das regras geradas,
todos eles estão em torno de 50%, o que de certa forma é baixo dentro de uma escala de
0% a 100%.
See5 [Release 1.13] Sun Nov 23 12:48:13 2003
Options:
Generating rules
Class specified by attribute `ECA'
Read 35 cases (4 attributes) from eca.data
Decision tree:
EXER > 46.33:
:...CON <= 25.41: 1 (2/1)
: CON > 25.41: 4 (4/1)
EXER <= 46.33:
:...EXER > 40.16: 2 (5/2)
EXER <= 40.16:
:...EXER <= 18.06:
:...EXEM <= 21.62: 1 (6/3)
: EXEM > 21.62: 2 (4/1)
EXER > 18.06:
:...EXEM <= 27.05:
:...EXER <= 37.71: 1 (5/1)
: EXER > 37.71: 4 (4/2)
EXEM > 27.05:
:...EXEM <= 30.37: 5 (3/1)
EXEM > 30.37: 1 (2/1)
Extracted rules:
Rule 1: (2/1, lift 1.7)
CON <= 25.41
EXER > 46.33
-> class 1 [0.500]
Rule 2: (24/15, lift 1.3)
EXER <= 40.16
-> class 1 [0.385]
Rule 3: (4/1, lift 3.3)
EXER <= 18.06
EXEM > 21.62
-> class 2 [0.667]
Rule 4: (5/2, lift 2.9)
EXER > 40.16
EXER <= 46.33
-> class 2 [0.571]
Rule 5: (4/1, lift 3.3)
CON > 25.41
EXER > 46.33
-> class 4 [0.667]
Rule 6: (4/2, lift 2.5)
EXER > 37.71
EXER <= 40.16
-> class 4 [0.500]
Rule 7: (3/1, lift 7.0)
EXEM > 27.05
EXEM <= 30.37
-> class 5 [0.600]
Default class: 1
E
valuation on training data (35 cases):
Decision Tree Rules
---------------- ----------------
Size Errors No Errors
9 13(37.1%) 7 13(37.1%) <<
(a) (b) (c) (d) (e) <-classified as
---- ---- ---- ---- ----
9 1 (a): class 1
1 6 (b): class 2
3 2 2 1 (c): class 3
2 5 (d): class 4
1 2 (e): class 5
Figura 6.17:Árvore de Decisão gerada e os resultados obtidos quando consideramos apenas as
preferências das classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’
A Figura 6.18 mostra os resultados da classificação, levando em consideração
apenas as preferências das classes de ECA pelas ‘formas de apresentação’.
See5 [Release 1.13] Sun Nov 23 12:55:55 2003
Options:
Generating rules
Class specified by attribute `ECA'
Read 35 cases (11 attributes) from eca.data
Decision tree:
V301 > 15.57:
:...V101 <= 4.49: 2 (4/1)
: V101 > 4.49: 5 (3)
V301 <= 15.57:
:...V204 > 7.94:
104
:...V101 <= 3.87: 3 (3/1)
: V101 > 3.87: 4 (2)
V204 <= 7.94:
:...V201 <= 3.37:
:...V203 > 0: 1 (6)
: V203 <= 0:
: :...V101 <= 0: 1 (2/1)
: V101 > 0: 3 (5/2)
V201 > 3.37:
:...V103 > 14.67: 2 (2)
V103 <= 14.67:
:...V202 <= 1.39: 4 (3)
V202 > 1.39:
:...V205 <= 10.66: 1 (3/1)
V205 > 10.66: 3 (2)
Extracted rules:
Rule 1: (28/18, lift 1.3)
V301 <= 15.57
-> class 1 [0.367]
Rule 2: (2, lift 3.7)
V103 > 14.67
V201 > 3.37
V204 <= 7.94
-> class 2 [0.750]
Rule 3: (4/1, lift 3.3)
V101 <= 4.49
V301 > 15.57
-> class 2 [0.667]
Rule 4: (8/3, lift 2.6)
V101 > 0
V203 <= 0
V204 <= 7.94
-> class 3 [0.600]
Rule 5: (3/1, lift 2.6)
V101 <= 3.87
V204 > 7.94
-> class 3 [0.600]
Rule 6: (3, lift 4.0)
V103 <= 14.67
V201 > 3.37
V202 <= 1.39
V301 <= 15.57
-> class 4 [0.800]
Rule 7: (2, lift 3.7)
V101 > 3.87
V204 > 7.94
-> class 4 [0.750]
Rule 8: (3, lift 9.3)
V101 > 4.49
V301 > 15.57
-> class 5 [0.800]
Default class: 1
Evaluation on training data (35 cases):
Decision Tree Rules
---------------- ----------------
Size Errors No Errors
11 6(17.1%) 8 6(17.1%) <<
(a) (b) (c) (d) (e) <-classified as
---- ---- ---- ---- ----
9 1 (a): class 1
1 5 1 (b): class 2
1 7 (c): class 3
1 1 5 (d): class 4
3 (e): class 5
Figura 6.18:Árvore de Decisão gerada e os resultados obtidos considerando apenas as
preferências das classes de ECA pelas ‘formas de apresentação’
Neste caso, observamos que a árvore gerada possui onze (11) folhas e o erro foi
17,1% dos casos. Apesar de ainda ser alto, neste caso o erro foi bem inferior à situação
anterior. Isto demonstra que tanto em relação à preferência das classes de ECA pelos
‘recursos didáticos’, quanto pelas ‘formas de apresentação’, existiu dificuldade para a
técnica separar as classes de ECA a partir do conjunto de dados de treinamento
fornecidos.
A matriz de confusão correspondente à árvore de decisão gerada a partir dos
indicadores da preferência das classes de ECA pelas ‘formas de apresentação’ mostrou
que, um caso ‘AA’ foi classificado como ‘DA’; entre os dois casos ‘CG’ classificados
incorretamente, um foi classificado como ‘AA’ e o outro como ‘DA’; um caso ‘DA’ foi
classificado como ‘AA’; entre os dois casos ‘ASA’ classificados incorretamente, um foi
105
classificado como ‘CG’ e o outro como ‘DA’; e finalmente, todos os casos ‘RS’ foram
classificados corretamente.
Quanto à análise do conjunto de regras, observamos que para este caso, de um modo
geral, todas as regras se mostraram um pouco mais informativas em relação ao
conhecimento prévio, assim como o nível de confiança das regras, de um modo geral,
são superiores a 50%.
6.6 Considerações sobre o Uso das Técnicas de Classificação
Após a investigação das técnicas de aprendizado supervisionado (ou classificação):
Análise Discriminante (AD), Classificador Bayesiano Ingênuo (CBI) e Árvores de
Decisão, o próximo passo corresponde a avaliação comparativa dessas técnicas, com o
objetivo de decidir sobre aquela que melhor se adequaria à solução do problema de
diagnosticar o ECA do aluno a partir da observação de sua TA durante uma sessão de
estudo na Web.
A avaliação comparativa dessas técnicas passa pela análise da exatidão na
classificação e pela estimativa das taxas de erro. Neste trabalho, essa análise ficou
prejudicada, dado a severa limitação do tamanho da amostra de dados disponível, usada
na aprendizagem. Os parâmetros estatísticos associados a cada uma dessas técnicas
mostraram isso, conforme é apresentado a seguir.
Na AD, tanto o coeficiente Lambda, quanto o nível de significância das funções
discriminantes, não se mostraram estatisticamente significantes, ou seja, no caso do
coeficiente Lambda, os resultados não permitem que se refute a hipótese de que não
existem diferenças entre as classes de ECA. Isto vale tanto considerando os indicadores
da preferência das classes de ECA pelo ‘recursos didáticos’, quanto considerando os
indicadores da preferência pelas ‘formas de apresentação’. Quanto aos níveis de
significância, os valores obtidos, tanto num caso, quanto no outro, também não
permitem que se refute a hipótese de que não existem diferenças entre as classes de
ECA.
Em relação à técnica CBI, a capacidade de classificação foi muito baixa e,
conseqüentemente, a taxa de erro muito alta. Observamos que apenas a classe ‘AA’ foi
medianamente discriminada a partir a partir das variáveis discriminantes usadas e do
conjunto de dados de aprendizagem disponíveis. Por ser uma técnica que enfoca a
abordagem probabilística, temos especial interesse na mesma, uma vez que o problema
de diagnosticar o ECA do aluno on-line a partir da observação de sua TA durante uma
sessão de aprendizagem certamente não é uma tarefa trivial e determinística. Ela exige
que se conviva com um conhecimento incerto por envolver a modelagem em
computador de uma característica pedagógica individual de um agente humano.
Em relação à técnica usada em AM, ou seja, árvore de decisão, conforme já era
esperado, os parâmetros estatísticos não apontaram em direção à exatidão na
classificação, e também aparecem associados a altas taxas de erro.
A Tabela 6.15 apresenta o mapa-resumo relativo ao desempenho das técnicas de
aprendizagem supervisionada (classificação) analisadas neste trabalho. Os valores estão
representando o erro na classificação dos casos, a partir dos dados de treinamento
fornecidos. Na Tabela, a informação sobre o erro é apresentada por classe de ECA e
pela situação analisada, ou seja, como a técnica classifica os casos considerando,
separadamente, as preferências das classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’e, depois,
pelas ‘formas de apresentação. Conforme foi mencionado anteriormente, esta divisão
106
dos indicadores da preferência das classes de ECA foi utilizada para evitar,
especialmente, o viés da redundância. A análise das técnicas através desta divisão dos
indicadores também nos permitiu identificar melhor aquela categoria de indicadores que
melhor discriminava as classes de ECA.
Tabela 6.15:Mapa-resumo do desempenho das técnicas de classificação analisadas
Análise Discriminante CBI Árvores de Decisão
ECA
Recursos
Didáticos
Formas de
Apresentação
Recursos
Didáticos
Formas de
Apresentação
Recursos
Didáticos
Formas de
Apresentação
AA 30,0% 10,0% 40,0% 70,0% 10,0% 10,0%
CG 57,1% 42,9% 85,7% 71,4% 14,3% 26,6%
DA 62,5% 25,0% 100,0% 87,5% 100,0% 12,5%
ASA 57,1% 42,9% 85,7% 71,4% 28,6% 28,6%
RS 0,0% 0,0% 66,6% 66,6% 33,3% 0,0%
Pela análise deste mapa-resumo (Tabela 6.15), podemos observar que a árvore de
decisão foi a técnica que melhor classificou os casos. Através desta técnica observamos
que o ECA ‘AA’ se discriminou tanto pelo uso que fez dos ‘recursos didáticos’, quanto
pelo uso que fez das ‘formas de apresentação’. O ECA ‘CG’ se discriminou melhor pelo
uso que fez dos ‘recursos didático’. O ECA ‘DA’ se discriminou somente pelo uso que
fez das ‘formas de apresentação’. O uso que esta classe fez dos ‘recursos didáticos’ não
a discrimina. O ECA ‘ASA’ foi o que apresentou maior dificuldade de ser discriminado.
Na análise qualitativa, o especialista achou semelhança entre o comportamento desta
classe com a classe ‘DA’. Finalmente, o ECA ‘RS’ foi completamente discriminado
pelo uso que fez das ‘formas de apresentação’.
A análise do conjunto de regras, por sua vez, nos permitiu identificar os indicadores
das preferências das classes de ECA que de fato as discriminaram, pelo menos em
relação ao conjunto de dados de aprendizado disponível. Por exemplo, a classe ‘AA’,
que foi discriminada pelo uso que fez dos ‘recursos didáticos’, as regras que a
discriminou levaram em consideração, especialmente, o uso que a classe fez do recurso
de ‘Exercício’ (Figura 6.17, Regras 1 e 2). A classe ‘CG’ que foi discriminada,
especialmente, pelo uso que fez dos ‘recursos didáticos’, as regras que a discriminou
levaram em consideração o uso que esta classe fez dos recursos de ‘Exercício’ e
‘Exemplo’ (Figura 6.17, Regras 3 e 4).
Por outro lado, em relação a classe ‘DA’ que não foi discriminada pelo uso que fez
dos ‘recursos didáticos’e sim pelo uso que fez das ‘forma de apresentação’, observamos
que as regras que a discriminou levaram em consideração o uso da forma textual de
apresentação de ‘Conceitos’, a falta de uso do ‘Exercício’de escolha simples e a alta
intensidade com que usou o ‘Exercício’ na forma de ‘preencher lacunas’ (Figura 6.18,
Regras 4 e 5).
Infelizmente, a comparação destes resultados com os resultados da análise
qualitativa realizada pelo especialista não foi possível, uma vez que os parâmetros
utilizados em uma e outra são diferentes. Na análise qualitativa, os parâmetros relativos
a preferência das classes de ECA pelos ‘recursos didáticos’ e ‘formas de apresentação’
correspondiam a valores médios das classes. Na técnica árvore de decisão, estes
parâmetros são analisados considerando todos os casos de cada uma das classes.
107
7 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS
Nesta tese apresentamos a metodologia quase-experimental, com o objetivo de
modelar o ECA do aluno. Esta metodologia compreendeu duas fases: (i) geração das
classes de ECA a partir da aplicação de um teste psicológico em uma amostra da
população-alvo; e (ii) desenvolvimento do módulo de ensino experimental e estudo das
TAs-padrão das classes de ECA, a partir da observação de seus comportamentos
durante a execução de uma sessão de estudo na Web. A primeira fase foi descrita
através de análises estatísticas, pela aplicação das técnicas de Análise Fatorial e Análise
de Cluster. A segunda fase foi descrita como um processo de descoberta de
conhecimento, conforme aquele apresentado por Fayyad et al. (1996). Este processo
incluiu desde a compreensão do sistema de conhecimento a ser desenvolvido, até a
compreensão e interpretação dos resultados obtidos.
Neste Capítulo, apresentamos algumas conclusões, avaliamos as contribuições do
trabalho, as limitações do contexto estudado e as alternativas de trabalhos futuros.
7.1 Conclusões
O processo de descoberta de conhecimento descrito nesta tese teve como objetivo
modelar uma característica individual humana qual seja, o Estilo Cognitivo de
Aprendizagem (ECA), a partir da observação da trajetória de aprendizagem durante uma
sessão de estudo na Web. No contexto considerado, o ECA do aluno representa um
construto psicopedagógico, que reflete o seu estágio de desenvolvimento cognitivo, de
acordo com a taxonomia de Bloom.
O que diferencia este estudo daqueles encontrados na literatura é a forma como o
ECA do aluno é modelado. Nossa proposta de modelagem para esta característica
individual baseia-se na análise das interações do aluno com o ambiente, ao invés de
utilizar questionários ou testes psicológicos. Essas práticas (questionários ou testes)
normalmente aborrecem os seus usuários, especialmente quando o número de questões é
grande, o tempo de resposta é controlado e o nível de atenção exigido naquele momento
é fundamental. Além disso, e especialmente por isso, o acesso do sistema de ensino ao
ECA do aluno permitirá ao mesmo acompanhar e facilitar ao aluno o desenvolvimento
de suas habilidades cognitivas, das mais simples (conhecimento) as mais abstratas
(capacidade para realizar análise e síntese), tornando o seu processo de aprendizagem
mais efetivo e eficaz.
A descoberta de conhecimento sobre como as classes de ECA interagem com os
recursos pedagógicos durante uma sessão de estudo na Web não é uma tarefa trivial e
nem observável diretamente a partir do log de navegação. Ela envolveu uma atividade
de aprendizagem cognitiva e uma atividade de aprendizagem de máquina. Os dados
usados foram gerados a partir das interações de uma amostra de alunos, selecionados na
108
população-alvo. Estes dados, que foram computados de acordo com a Tabela 4.2, foram
gerados durante uma sessão de estudo, onde estes alunos executaram o módulo de
ensino experimental TDMA desenvolvido especialmente para este fim.
Cada caso no arquivo de dados de treinamento dos algoritmos de aprendizagem
correspondeu a um sujeito da amostra, e as informações nele contidas corresponderam
aos: (i) conjunto de varáveis, indicadoras das preferências das classes de ECA pelos
‘recursos didáticos’e ‘formas de apresentação’; e (ii) conjunto de variáveis, indicadoras
da velocidade de processamento das classes de ECA nos ‘recursos didáticos’e ‘formas
de apresentação’. O arquivo de treinamento era formado por 35 entradas, com 26
valores relativos às variáveis-atributo, e com o valor do ECA correspondente, relativo à
variável-classe.
No estudo que fizemos, consideramos três técnicas de classificação: Análise
Discriminante, Classificador Bayesiano Ingênuo e Árvores de Decisão. Os resultados
preliminares do nosso estudo foram apresentados na Tabela 6.15.
Até o presente momento, estivemos preocupados com a descoberta de conhecimento
sobre o domínio considerado (comportamento das classes de ECA) e com a escolha
daquele algoritmo com a melhor resposta para a realização do diagnóstico do ECA do
aluno on-line. Embora os resultados não tenham se mostrado muito relevantes,
especialmente considerando a severa limitação em relação ao número de casos no
arquivo de aprendizagem, nossa meta consiste em continuar investigando este domínio,
através do desenvolvimento de um laboratório de teste, que implemente mais de uma
técnica para a realização do diagnóstico do ECA do aluno.
O laboratório de teste será desenvolvido no contexto do Projeto AdaptWeb
6
(FREITAS, 2002). A cada novo curso implementado no ambiente AdaptWeb, seus
alunos-usuários terão suas interações com o ambiente monitoradas e registradas em
arquivos de log, para posterior análise do comportamento e técnicas de mineração de
dados para a modelagem de perfis cognitivos de aprendizagem na Web.
7.2 Discussão das Contribuições
Apresentamos a discussão das contribuições desta tese através dos resultados
obtidos e de como estes resultados responderam as nossas questões de pesquisa,
enumeradas no Capítulo 4. Para respondê-las, iniciamos pela segunda questão, seguida
da primeira e terceira.
Questão de pesquisa 2: quais são os indicadores (ou parâmetros) de uma trajetória de
aprendizagem que melhor discriminam a trajetória típica de cada uma das classes de
ECA consideradas?
A investigação sobre estes indicadores demandou a realização de uma análise
exploratória para a busca e aquisição do conhecimento sobre COMO as classes de ECA
aprendem na Web. Ao invés de estudar O QUE o aluno aprendeu, nosso maior interesse
foi investigar COMO ele aprende, a partir da observação do seu comportamento. A
aquisição deste conhecimento era essencial para possibilitar o diagnóstico on-line do
aluno remoto.
A análise exploratória (Capítulo 6) nos permitiu inferir um conjunto de hipóteses
sobre as trajetórias de aprendizagem, típicas de cada umas das classes de ECA
consideradas. Através deste conjunto de hipóteses identificamos os principais
6
Homepage http://www.inf.ufrgs.br/~tapejara/adaptweb.
109
indicadores, que melhor poderiam discriminar as classes de ECA para a população-alvo,
conforme é descrito na Seção 6.3.7. Até o presente momento, obtivemos uma validação
apenas qualitativa, junto ao especialista, deste conjunto de hipóteses, conforme é
descrito na seção 6.5.
Além da análise exploratória, ainda obtivemos pistas importantes sobre estes
indicadores, especialmente quando analisamos as árvores de decisão, para a
classificação das classes de ECA, na Seção 6.5.3. Esta técnica tem a grande vantagem
de permitir a interpretação do modelo obtido. Através dela identificamos os indicadores
que melhor discriminam cada uma das classes de ECA.
Questão de pesquisa 1: como automatizar o diagnóstico on-line do Estilo Cognitivo de
Aprendizagem do aluno remoto a partir da observação e análise da sua trajetória de
aprendizagem em um Ambiente de Ensino e Aprendizagem na Web?
Mesmo partindo de uma avaliação qualitativa sobre o conhecimento adquirido ao
longo deste trabalho, foi possível delinear o modelo de conhecimento necessário à
execução do diagnóstico cognitivo do ECA do aluno, para a população-alvo, de forma
independente de implementação.
Conforme mencionado anteriormente, realizar o diagnóstico cognitivo on-line do
ECA do aluno remoto é uma típica tarefa de classificação. Schreiber et al. (2000)
descreveram a tarefa de classificação como uma atividade de caracterização de um
objeto (neste caso o aluno remoto), em termos da classe que ele pertence (neste caso as
classes de ECA consideradas). O conhecimento adquirido sobre as classes de ECA
provê, para cada uma delas, as restrições sobre os valores das características a elas
associadas (neste caso, as características correspondem as variáveis indicadoras
associadas às TAs-padrão de cada classe).
A automatização do diagnóstico deve incluir procedimentos automatizados, que
realizem:
O processo de limpeza e transformação dos dados do arquivo de log;
O processo de pré-processamento dos dados;
O processo de treinamento e geração do mecanismo de classificação;
A atualização do modelo do aluno.
A modelagem computacional do ECA do aluno está sendo pensada de forma
integrada ao modelo do aluno, conforme apresentamos a seguir (Figura 7.1).
Questão de pesquisa 3: como automatizar a aquisição do conhecimento necessário
para realizar o diagnóstico on-line (ou classificação) do ECA do aluno remoto?
Em um Sistema de Conhecimento, o conhecimento necessário para implementar
alguma tarefa, i.é, classificação, diagnóstico, avaliação, etc., conforme aquelas
mencionadas em Schreiber et al. (2000), pode ser obtido a partir do especialista, ou a
partir de um agente artificial que aprende através da experiência. No primeiro caso, o
especialista fornece a informação necessária para a execução da tarefa, com base no
conhecimento do domínio já estabelecido e organizado. No segundo caso, Russel &
Norvig (1995) comentam que, “sempre que o projetista do Sistema de Conhecimento
dispuser de conhecimento incompleto sobre o ambiente, a aprendizagem de máquina
(AM) é a única forma de que um agente artificial tem para adquirir aquilo que ele
precisa conhecer” (página 523).
Considerando que não dispúnhamos do conhecimento necessário para realizar a
tarefa de classificação do ECA do aluno a partir da observação de sua TA, nos restava a
segunda alternativa, ou seja, induzir o conhecimento a partir de exemplos. Entretanto,
110
como os exemplos disponíveis eram muito limitados em relação ao tamanho da amostra,
buscamos um mínimo de compreensão sobre o domínio a ser modelado através da
análise exploratória e investigação de algumas técnicas de aprendizagem
supervisionada. O estudo que fizemos nos conduziu ao conhecimento mínimo
necessário para induzir, automaticamente, o modelo de classificação a partir de
exemplos. A automatização deste processo é essencial, uma vez que a investigação
manual consome muito tempo e, mais do que isto se restringe aos dados disponíveis no
momento em que ela é realizada.
Portanto, neste caso, fica plenamente justificável o uso das técnicas de AM que têm
sido utilizadas com sucesso, especialmente aquelas que se baseiam no paradigma de
aprendizagem indutiva através de exemplos. Assim, até o presente momento, podemos
afirmar que, através do trabalho realizado, foi possível vislumbrar uma solução para a
terceira questão. A partir deste ponto, nosso trabalho deve continuar através da coleta de
mais exemplos rotulados, ou seja, submeter ao módulo de ensino experimental um
número substancial de sujeitos que tenham seu ECA já identificado através do Teste
Ross e, a partir de então, tornar possível o sucesso da aplicação de algoritmos de
aprendizagem supervisionada.
7.3 As Limitações do Contexto Estudado
O estudo desenvolvido neste trabalho enfocou uma população específica, de
técnicos e engenheiros, funcionários de uma empresa de telecomunicações,
parceira no Projeto Tapejara.
O teste Ross, que acessa o estágio de desenvolvimento das habilidades cognitivas
superiores do pensamento humano, ou seja, habilidades de análise, síntese e
avaliação, apresenta uma série de limitações em relação à sua aplicação: (i) é
muito extenso e exaustivo uma vez que contém 105 questões, que exigem a
leitura e interpretação atenta, com tempo de resposta controlado; (ii) deve ser
aplicado somente por professores certificados, orientadores, psicólogos escolares
ou qualquer pessoa qualificada para tal; (iii) o teste não pode ser aplicado via
computador, o que dificulta bastante o trabalho de leitura e digitação das
respostas, de modo que as mesmas possam ser lidas diretamente por um pacote
estatístico.
O instrumento usado para estudar as TAs, ou módulo de ensino experimental
TDMA foi construído, sob o ponto de vista pedagógico, de forma um tanto
alheia às habilidades cognitivas sendo avaliadas.
O conjunto de exemplos disponibilizados pelo experimento não foi significativo
o suficiente para explicar os padrões de comportamento das classes de ECA, de
forma compreensível a partir do uso de técnicas de AM.
7.4 Trabalhos Futuros
Acreditamos que o conhecimento adquirido neste estudo nos permitirá avançar em
direção a construção de um Ambiente Adaptativo de Ensino e Aprendizagem na Web,
que efetivamente possa apoiar o professor, de forma on-line, na difícil tarefa de assistir
o processo de aprendizagem do aluno remoto, estimulando o desenvolvimento de suas
habilidades cognitivas.
111
Os principais requisitos para implementar o modelo de adaptação estão relacionados
a três dimensões do conhecimento que o sistema precisa conhecer, relacionadas a um
processo de aprendizagem: (i) organização de conteúdos (o que ensinar); (ii)
comportamento de aprendizagem do aluno (ou trajetória de aprendizagem que forneçam
pistas sobre como ensinar); e (iii) estratégias pedagógicas (como ensinar um aluno que
pertence a uma específica classe de ECA).
Sobre a dimensão organização de conteúdos, em sua elaboração precisamos levar
em consideração não somente os níveis de conhecimento do aluno sobre os conteúdos,
mas também as habilidades e processos cognitivos conforme a taxonomia de Bloom.
Sobre a dimensão comportamento de aprendizagem do aluno, precisamos refinar e
aprofundar os estudos sobre os indicadores de aprendizagem a serem usados no
reconhecimento automático do ECA do aluno remoto, assim como precisamos analisar
as técnicas de AM e classificação que melhor se ajustam aos requisitos de
implementação do módulo de diagnóstico do ECA do aluno. Finalmente, sobre a
dimensão estratégias pedagógicas, é necessário especificar e modelar
computacionalmente estratégias que possibilitem ao aluno o desenvolvimento de suas
habilidades cognitivas, tanto em profundidade, quanto em extensão.
A modelagem computacional do ECA do aluno está sendo pensada de forma
integrada ao modelo do aluno (Figura 7.1).
Interface Pedagógica
Aluno
Características do
Aluno
ECA do Aluno
Modelo do Aluno
Modelo
Pedagógico
Modelo
Domínio
Kernel Pedagógico
Módulo de Monitoração
Interface Pedagógica
Aluno
Características do
Aluno
ECA do Aluno
Modelo do Aluno
Modelo
Pedagógico
Modelo
Pedagógico
Modelo
Domínio
Modelo
Domínio
Kernel Pedagógico
Módulo de Monitoração
Figura 7.1: O estilo cognitivo de aprendizagem no modelo do aluno
A interface pedagógica faz a mediação entre todas as interações do aluno com o
Ambiente de Ensino e Aprendizagem. O módulo de monitoração registra no arquivo de
log todas as informações relacionadas às interações do aluno com o ambiente. Além
disso, o módulo de monitoração extrai do arquivo de log o conjunto dos indicadores de
aprendizagem, necessários para compor a TA realizada por um aluno. Uma TA pode
compreender uma ou mais sessões de estudo.
112
A TA de um aluno representa o seu comportamento cognitivo observável durante
uma sessão de estudo. Conforme mencionado anteriormente, este comportamento é
concretamente observável através de um conjunto de indicadores de aprendizagem os
quais, por sua vez, representam as preferências do aluno pelos ‘recursos didáticos’ e
‘formas de apresentação’, a velocidade de processamento e suas ações cognitivas
(Figura 7.2).
Trajetória de Aprendizagem
Preferências
Velocidade de
Processamento
Ações Cognitivas
Trajetória de Aprendizagem
Preferências
Velocidade de
Processamento
Ações Cognitivas
Figura 7.2: O modelo de uma Trajetória de Aprendizagem (TA)
O módulo de monitoração repassa os indicadores de aprendizagem ao kernel
pedagógico, o qual implementa o algoritmo de classificação. No estudo que fizemos
sobre as técnicas de aprendizagem supervisionada, por restrições de contexto,
enfocamos somente a discriminação das classes de ECA considerando as preferências
pelos ‘recursos didáticos’ e pelas ‘formas de apresentação’ (Seção 6.5). Da forma como
foi controlada, a velocidade de processamento não foi considerada. Entretanto, como
trabalhos futuros, é importante que se investigue melhor este conjunto de indicadores de
aprendizagem, uma vez que eles podem refletir possíveis dificuldades do aluno, assim
como podem refletir problemas com os conteúdos pedagógicos.
Até o presente momento, identificamos na análise exploratória as ações cognitivas
típicas de cada uma das classes de ECA consideradas. Elas refletem padrões cognitivos
seqüenciais de como as classes de ECA abordam um processo de aprendizagem. Neste
estudo, induzimos estes padrões, para cada uma das classes de ECA a partir da análise
dos padrões seqüências modal dos sujeitos pertencentes a uma delas. Identificar as
ações cognitivas de um novo aluno é outra importante função do kernel pedagógico a
ser implementado.
Uma vez identificado o ECA do aluno, o kernel pedagógico seleciona a estratégia de
aprendizagem apropriada e a sugere ao aluno através da interface pedagógica.
Considerando que o ECA do aluno corresponde ao nível de suas habilidades cognitivas,
a decisão sobre a estratégia a ser sugerida depende do seu objetivo de aprendizagem.
Por exemplo, o sistema adaptativo pode sugerir ao aluno uma atividade didática visando
uma aprendizagem em profundidade sobre as habilidades cognitivas relativas aos
conteúdos sendo estudado, ou pode sugerir uma atividade didática visando a ampliação
de suas habilidades cognitivas.
A modelagem do ECA do aluno foi concebida para funcionar de modo
complementar à modelagem de outras características do aluno, como por exemplo, o seu
nível de conhecimento sobre os conteúdos sendo estudados.
Após o refinamento dos indicadores que compõem as trajetórias de aprendizagem
padrão dos ECAs considerados, o próximo passo deste estudo corresponde ao projeto e
implementação de um módulo computacional que realize o diagnóstico cognitivo on-
line do aluno, de forma integrada com o módulo pedagógico que irá prover a adaptação
dos conteúdos pedagógicos ao aluno remoto. A implementação deste módulo irá
acontecer no ambiente AdaptWeb, conforme foi anteriormente mencionado.
113
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Acesso em: 31 jul 2003.
118
ANEXO A
EXEMPLOS DE PÁGINAS WEB DO CURSO
EXPERIMENTAL TDMA
119
Páginas Web de ‘Conceitos’
120
121
Páginas Web de ‘Exercícios’
122
123
124
125
Páginas Web de ‘Exemplos’
126
127
ANEXO B
EXEMPLOS DE QUESTÕES DO TESTE ROSS
128
129
130
131
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO QUALITATIVA
- CPGC -
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMPUTAÇÃO
Modelagem Cognitiva de um aprendiz remoto:
Levantamento do Funcionamento dos Estilos Cognitivos em um
Ambiente de Aprendizagem na Web
- QUESTIONÁRIO PARA PREENCHIMENTO -
POR:
MARIA APARECIDA M. SOUTO
PROF. DR. JOSÉ PALAZZO M. DE OLIVEIRA
PROFA. DRA. ROSA MARIA VICARI
ORIENTADORES
Porto Alegre, Março de 2003
133
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO ESPECIALISTA
1. Sexo: ( ) Masculino; ( ) Feminino
2. Idade: ________ anos.
3. Formação acadêmica:
§ Graduação:
__________________________________________________________
§ Especialização:
__________________________________________________________
§ Mestrado:
__________________________________________________________
§ Doutorado:
__________________________________________________________
4. Área de pesquisa:
_____________________________________________________
5. Profissão:
___________________________________________________________________
6. Tempo de experiência: ________________________________________________
7. Local de Trabalho:
____________________________________________________
8. Qual é o seu grau de familiaridade com o assunto desta pesquisa?
Não
Familiar
Muito
Familiar
1
2 3 4 5
134
2 APRESENTAÇÃO
Prezado (a) Professor (a)
Gostaríamos de contar com sua colaboração, no sentido de participar da validação
do Modelo Cognitivo do Aprendiz Remoto, a partir da análise do funcionamento do seu
estilo cognitivo na Web, durante a execução de um processo de aprendizagem, realizado
através de um módulo de ensino experimental, especialmente projetado para levar a cabo
este objetivo.
Este estudo faz parte da Tese de Doutorado da solicitante, cujo tema abrange as
áreas de ‘Sistemas de Informação’, ‘Inteligência Artificial’ e ‘Ensino a Distância na
Internet’. A motivação deste trabalho teve início com a participação da solicitante no
Projeto Tapejara - Sistemas de Treinamento Inteligente via Internet formado pelo
consórcio entre as universidades UFRGS e UNISINOS, e pela companhia de
Telecomunicações CRT Telecom, e suportado pelo CNPq ProTem-CC, no período de
novembro de 1999 a novembro de 2001.
Os principais objetivos desta Tese referem-se à modelagem do aprendiz remoto e a
geração de um agente computacional inteligente (protótipo), cuja função é realizar o
diagnóstico cognitivo do aprendiz remoto. A realização do diagnóstico do estilo cognitivo
do aprendiz remoto por um agente computacional inteligente possibilitará, futuramente, a
adaptação, on-line, dos recursos pedagógicos de um curso via Web, às demandas
psicopedagógicas deste aprendiz, de modo a facilitar e tornar mais eficaz o seu processo de
aprendizagem a distância.
Neste momento, nossos esforços estão voltados ao processo de aquisição de
conhecimento, necessário à modelagem cognitiva / computacional do aprendiz remoto.
Para alcançar este objetivo, estamos lhe enviando o “Questionário para Preenchimento”,
por nós desenvolvido, e que é composto por um conjunto de afirmativas a respeito do
comportamento cognitivo do aprendiz remoto, durante o experimento realizado no
135
contexto do Projeto Tapejara. Estas afirmativas foram elaboradas a partir dos resultados da
análise exploratória dos dados do experimento, realizada pela solicitante.
Em anexo, segue o ‘Material de Consulta’, onde está descrito a metodologia
utilizada no experimento. Acreditamos que este material contenha todas as informações
necessárias para a realização de sua contribuição. De qualquer forma, estamos ao seu
inteiro dispor, para sanar possíveis dúvidas durante o seu trabalho.
Até a divulgação da Tese de Doutorado da solicitante, solicita-se sigilo do
‘Material de Consulta’, pois o mesmo será incorporado à mencionada Tese, em futuro
próximo. Se assim o desejar, nos prontificamos a lhe enviar uma cópia do volume final.
Você está sendo convidado a participar deste trabalho por sua formação experiência
e competência reconhecida nesta área. A sua opinião é muito importante para que
possamos ter mais clareza sobre a sua área de conhecimento, para a qual estamos
pretendendo fazer a nossa contribuição. Embora o material a ser preenchido pareça um
tanto extenso, e cientes de sua carga de atribuições e responsabilidades, solicitamos,
encarecidamente, que você nos retorne o material em no máximo quinze (15) dias. Para
entregar-me o questionário preenchido, fico a disposição para pegá-lo consigo; caso
contrário, coloque-o dentro do envelope endereçado e selado, tomando o cuidado de fechar
(colar) o mesmo, e deposite em alguma caixa de correio.
Contando com a gentileza de sua colaboração, agradecemos, desde já, sua atenção
no preenchimento e envio do “Questionário para Preenchimento”.
Atenciosamente,
Profa. Maria Aparecida M. Souto, MSc.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Instituto de Informatica
Av. Bento Goncalves 9500, bloco IV - Caixa Postal 15064
91501-970 Porto Alegre RS - Brasil
Voice +55 51 3316 6110 - Fax +55 51 3316 7308
[email protected] - www.inf.ufrgs.br/~souto
136
3 O QUESTIONÁRIO
O questionário a ser preenchido é composto por: (i) afirmativas a respeito do
comportamento cognitivo observado dos estilos cognitivos considerados neste estudo; e (ii)
conjunto de três questões, a serem preenchidas pelo especialista, conforme detalhamos a
seguir.
3.1 Afirmativas sobre o comportamento dos estilos cognitivos
As afirmativas sobre o comportamento dos estilos cognitivos foram construídas a
partir dos resultados da Análise Exploratória, descrita na seção 5 do ‘Material de
Consulta’. Estes resultados estão sendo tratados, neste estudo, como tendências
comportamentais dos estilos cognitivos considerados. Estas afirmativas irão representar as
crenças levantadas, até o momento, sobre os indicadores que melhor discriminam o
comportamento dos estilos no Ambiente de Ensino e Aprendizagem na Web utilizado. As
crenças funcionarão como referência para a construção do agente computacional
inteligente, cujo objetivo é realizar o diagnóstico cognitivo do aprendiz remoto.
No questionário, as afirmativas sobre o comportamento cognitivo dos estilos estão
organizadas por classe de estilo cognitivo e pelo tipo de informação que elas contém, quais
sejam:
I. Padrões de Ações Cognitivas
II. Intensidade de uso dos recursos didáticos
III. Intensidade de uso das formas de apresentação
IV. Tempo de permanência nos recursos didáticos
V. Tempo de permanência nas formas de apresentação.
3.2 Instruções de preenchimento do questionário
Solicita-se que você analise, para cada uma das afirmativas, se ela explica um
possível funcionamento da classe de estilo cognitivo considerada, justificando a sua
resposta. Solicita-se também, que você identifique no questionário qual é o grau de crença
que você tem sobre a afirmativa em questão, bem como identifique em que você se baseou
para opinar sobre esta afirmativa.
Atenção, em sua análise, além da sua formação e experiência, é FUNDAMENTAL
que você considere, para o preenchimento do questionário, as definições e informações
contidas no “Material de Consulta”:
137
1) a conceituação dos construtos: estilos cognitivos de aprendizagem e trajetórias de
aprendizagem utilizados neste estudo (Seção 1, pág. 3);
2) a origem e a definição dos estilos cognitivos considerados neste estudo (Seção 2,
pág. 5);
3) dados sobre o experimento realizado (Seções 3 e 4, págs. 13 e 16,
respectivamente);
4) análise exploratória das trajetórias de aprendizagem (Seção 5, pág. 19);
5) Anexo I, com exemplos das páginas Web dos recursos didático e formas de
apresentação dos conteúdos do módulo de ensino experimental (pág. 47);
6) Anexo II, com as Tabelas de Correlações de Pearson entre os indicadores
monitorados no experimento, e geradas através do pacote estatístico SPSS
(pág.54).
Caso seja necessário, colocamos uma folha em branco após as afirmativas de cada
classe de estilo, para observações adicionais.
3.2.1 Funcionamento cognitivo na Web do estilo Analógico-Analítico
Itens para preenchimento à
Afirmativas â
Funcionamento cognitivo na Web
(nesta coluna, indicar se a afirmativa explica um possível
funcionamento do estilo).
Grau de Crença na
afirmativa
Base da sua crença na afirmativa
I. Movimentos do Aprendiz na Web
a) o estilo AA tende a adotar o padrão
conceito-exercício e conceito-
exemplo na busca de novas
informações.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
II. Intensidade de uso dos ‘Recursos Didáticos’
b) a intensidade média de uso do
recurso didático de ‘conceitos’ pelo
estilo AA tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
III. Intensidade de uso das ‘Formas de Apresentação’
c) a intensidade média de uso das
formas de apresentação de
‘conceitos’: textual c/ figura e
somente textual pelo estilo AA tende
a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
d) a intensidade média de uso da forma
de apresentação de ‘exercício ’
escolha simples c/ figura’ pelo
estilo AA tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
IV. Tempo de permanência nos ‘Recursos Didáticos’
e) observamos que este indicador não é
discriminativo para esta classe de
estilo cognitivo.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
V. Tempo de permanência nas ‘Formas de Apresentação’
f) observamos que este indicador não é
discriminativo para esta classe de
estilo cognitivo.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
Observações adicionais (utilize este espaço e a página seguinte, caso seja necessário):
3.2.2 Funcionamento cognitivo na Web do estilo Concreto-Genérico
Itens para preenchimento à
Afirmativas â
Funcionamento cognitivo na Web
(nesta coluna, indicar se a afirmativa explica um possível
funcionamento do estilo).
Grau de Crença na
afirmativa
Base da sua crença na afirmativa
I. Movimentos do Aprendiz na Web
g) o estilo CG tende a adotar o padrão
exercício-conceito-exemplo na
busca de novas informações.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
II. Intensidade de uso dos ‘Recursos Didáticos’
h) a intensidade média de uso do
recurso didático de exemplo’ pelo
estilo CG tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
III. Intensidade de uso das ‘Formas de Apresentação’
i) a intensidade média de uso das
formas de apresentação de
‘exemplos’: textual c/ figura e
esquema c/ figura pelo estilo CG
tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
IV. Tempo de permanência nos ‘Recursos Didáticos’
j) O tempo médio de permanência no
recurso didático de ‘exemplo’ pelo
estilo CG tende a ser ALTO.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
V. Tempo de permanência nas ‘Formas de Apresentação’
k) O tempo médio de permanência na
forma de apresentação de ‘exemplo’:
textual c/ figura pelo estilo CG tende
a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
Observações adicionais (utilize este espaço e a página seguinte, caso seja necessário):
3.2.3 Funcionamento cognitivo na Web do estilo Dedutivo-Avaliativo
Itens para preenchimento à
Afirmativas â
Funcionamento cognitivo na Web
(nesta coluna, indicar se a afirmativa explica um possível
funcionamento do estilo).
Grau de Crença na
afirmativa
Base da sua crença na afirmativa
I. Movimentos do Aprendiz na Web
l) o estilo DA tende a explorar todos os
recursos que lhe são oferecidos, sem
adotar nenhum padrão específico de
repetição, na busca de novas
informações.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
II. Intensidade de uso dos ‘Recursos Didáticos’
m) observamos que este indicador não é
discriminativo para esta classe de
estilo cognitivo.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
III. Intensidade de uso das ‘Formas de Apresentação’
n) a intensidade média de uso da forma
de apresentação de ‘conceitos’:
esquema c/ figura pelo estilo DA
tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
o) a intensidade média de uso das
formas de apresentação de
exercício’:V ou F’ e ‘Preencher
Lacunas’ pelo estilo DA tende a ser
ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
p) a intensidade média de uso da forma
de apresentação de ‘exercício’:
Escolha Simples c/ Figura’ pelo
estilo DA tende a ser BAIXA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
IV. Tempo de permanência nos ‘Recursos Didáticos’
q) observamos que este indicador não é
discriminativo para esta classe de
estilo cognitivo.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
V. Tempo de permanência nas ‘Formas de Apresentação’
r) o tempo médio de permanência na
forma de apresentação de ‘Conceito’:
esquema c/ figura pelo estilo DA
tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
3.2.4 Funcionamento cognitivo na Web do Estilo-Indefinido
Itens para preenchimento à
Afirmativas â
Funcionamento cognitivo na Web
(nesta coluna, indicar se a afirmativa explica um possível
funcionamento do estilo).
Grau de Crença na
afirmativa
Base da sua crença na afirmativa
I. Movimentos do Aprendiz na Web
s) o estilo EI tende a adotar o padrão
conceito-exercício na busca de
novas informações.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
II. Intensidade de uso dos ‘Recursos Didáticos’
t) a intensidade média de uso do
recurso didático de ‘exercício’ pelo
estilo EI tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
III. Intensidade de uso das ‘Formas de Apresentação’
u) a intensidade média de uso das
formas de apresentação de
‘exercício’: ‘V ou F’, ‘Preencher
Lacunas’ e ‘escolha simples c/
figura’ pelo estilo EI tende a ser
ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
IV. Tempo de permanência nos ‘Recursos Didáticos’
v) o tempo médio de permanência no
recurso didático de ‘Exercício’ pelo
estilo EI tende a ser ALTO.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
V. Tempo de permanência nas ‘Formas de Apresentação’
w) o tempo médio de permanência nas
formas de apresentação dos
‘Exercícios’: ‘V ou F’ e ‘escolha
simples c/ figura’ pelo estilo EI tende
a ser ALTO.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
Observações adicionais (utilize este espaço e a página seguinte, caso seja necessário):
3.2.5 Funcionamento cognitivo na Web do estilo Relacional-Sintético
Itens para preenchimento à
Afirmativas â
Funcionamento cognitivo na Web
(nesta coluna, indicar se a afirmativa explica um possível
funcionamento do estilo AA).
Grau de Crença na
afirmativa
Base da sua crença na afirmativa
I. Movimentos do Aprendiz na Web
x) o estilo RS tende a adotar o padrão
conceito-exemplo na busca de
novas informações.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
II. Intensidade de uso dos ‘Recursos Didáticos’
y) a intensidade média de uso do
recurso didático de ‘exemplo’ pelo
estilo RS tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
III. Intensidade de uso das ‘Formas de Apresentação’
z) a intensidade média de uso das
formas de apresentação de
‘exercícios’: relacionar colunas e
escolha simples pelo estilo RS tende
a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
aa) a intensidade média de uso da forma
de apresentação de ‘exemplo’:
textual c/ figura pelo estilo RS tende
a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
IV. Tempo de permanência nos ‘Recursos Didáticos’
bb) o tempo médio de permanência nos
recursos didáticos de ‘Exercício’ e
‘Exemplo’ pelo estilo RS tende a ser
ALTO.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
V. Tempo de permanência nas ‘Formas de Apresentação’
cc) o tempo médio de permanência nas
formas de apresentação de
‘Exercícios’: escolha simples pelo
estilo RS tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
dd) o tempo médio de permanência nas
formas de apresentação de
‘Exemplos’: textual c/ figura e
esquema c/ figura pelo estilo RS
tende a ser ALTA.
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
( ) Nada se pode afirmar
( ) Baixa
( ) Média baixa
( ) Média
( ) Média alta
( ) Alta
( ) Conhecimento
( ) Experiência
( ) Dados fornecidos suficientes
( ) Dados fornecidos insuficientes
( ) Outra: ______________________
_______________________________
_______________________________
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