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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia
Programa de Engenharia de Produção
NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
APLICADA A GESTÃO DE PROJETOS DE
ARQUITETURA E DE COMPLEMENTARES
Roberta Cavalcanti Pereira Nunes
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO.
Orientador: Prof. Ricardo Manfredi Naveiro.
COMISSÃO DO EXAME:
Prof. Ricardo Manfredi Naveiro. DSc.
Prof. Sergio Leusin Amorim. DSc.
Prof. Marcos Roberto S. Borges. Ph.D.
Profª Ângela Maria Gabriella Rossi. DSc.
Profª Heloisa Vasconcelos de Medina. DSc.
Rio de Janeiro
2003
1
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Em memória do meu pai.
Ao carinho da minha mãe e irmãs e em especial a Ciro
Nunes, meu filho.
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AGRADECIMENTOS
Minha enorme gratidão a todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram
para a realização deste trabalho.
Agradeço a Ricardo Manfredi Naveiro pelo tema da tese e pelo apoio
incessante durante o desenvolvimento do trabalho.
À equipe do projeto GEPRO, doutorandos e bolsista, que colaboraram no
desenvolvimento deste trabalho
Ao círculo de amigos, do qual me ausentei nesses últimos meses.
A CAPES - Fundação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,
entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos, que
teve a autora como Beneficiária durante o desenvolvimento do trabalho.
“Concedei-nos senhor, a serenidade necessária para
aceitar como são, as coisas que não podemos
modificar; coragem para modificar aquelas que
podemos e sabedoria para distinguir umas das outras”.
Reinhold Niebuhr.
SUMÁRIO
NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO APLICADA A GESTÃO DE PROJETOS DE
ARQUITETURA E DE COMPLEMENTARES...................................................................... 1
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................................ 8
LISTA DE QUADROS...................................................................................................................... 9
RESUMO........................................................................................................................................ 10
ABSTRACT.................................................................................................................................... 11
1 APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................... 12
1.1 Delimitação do Tema ............................................................................................... 12
1.2 Motivação Pessoal ................................................................................................... 14
1.3 Contribuição Original ................................................................................................ 15
1.4 Outras Contribuições ................................................................................................ 16
1.5 Organização da Tese .............................................................................................. 17
1.5.1 Organização do Corpo Principal ........................................................................ 17
2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 19
2.1 Relevância do Tema ................................................................................................ 19
2.2 Objetivos .................................................................................................................. 23
2.3 Metodologia de Trabalho .......................................................................................... 24
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ...................................................................................................... 25
3.1 A Atividade do Projeto .............................................................................................. 25
3.2 O Projeto no Setor de AEC ...................................................................................... 28
3.2.1 Projeto do Edifício .............................................................................................. 28
3.2.2 Gerenciamento do Projeto do Edifício ............................................................... 30
3.2.3 A Integração dos participantes .......................................................................... 32
3.2.4 O projeto de arquitetura na construção civil ..................................................... 35
3.2.5 Etapas do Projeto .............................................................................................. 37
3.2.6 Integração dos Projetos Informatizados ............................................................ 38
3.3 Tecnologias de Informação no suporte projeto ....................................................... 39
3.3.1 Internet, Intranet e Extranet ............................................................................... 39
3.3.2 Conceitos e classificação de CSCW e GROUPWARE ...................................... 40
3.3.3 Aplicações GROUPWARE (GW) ....................................................................... 43
3.3.4 O uso de novas tecnologias na sala de aula ..................................................... 47
3.4 O impacto das novas tecnologias no setor de AEC ................................................. 48
3.4.1 Novas tecnologias no setor de AEC ................................................................. 48
3.4.2 A Evolução das atividades do projetar .............................................................. 53
4 A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO AUXÍLIO AO PROJETO AEC ........................................... 59
4.1 O Projeto na plataforma WEB .................................................................................. 61
4.1.1 Ambientes colaborativos ................................................................................... 63
4.1.2 Considerações quanto aos sistemas pesquisados. ........................................... 65
4.2 Obstáculos quanto ao trabalho colaborativo em plataforma web no Brasil ............. 66
5 DIRETRIZES DO PROTÓTIPO DE UM GERENCIADOR DE DOCUMENTOS ........................... 69
5.1 O Papel do Gerenciador de Documentos em Plataformas WEB ............................. 69
5.2 Diretrizes Iniciais para a criação do Ambiente e-Ger ............................................... 70
5.2.1 A inteface de trabalho na web ........................................................................... 72
5.2.2 Criando um espaço virtual de trabalho .............................................................. 74
5.2.3 Equipe de trabalho ............................................................................................. 75
5.2.4 Controle de acesso - níveis e permissões de acesso ........................................ 76
5.2.5 Controle de acesso - perfis de acesso ............................................................... 77
5.2.6 Controle dos documentos .................................................................................. 79
5.2.7 Otimização das tarefas de controle dos documentos ........................................ 79
5.2.8 Controle de informações por e-mail .................................................................. 81
5.2.9 Considerações finais .......................................................................................... 81
6 MELHORIAS NO COMPARTILHAMENTO DOS DOCUMENTOS ............................................. 83
6.1 O Documento técnico no projeto arquitetônico e complementares ......................... 83
6.2 A Organização dos Documentos pela Padronização ............................................... 85
6.3 A organização das equipes ..................................................................................... 88
6.3.1 Planejamento do Projeto ................................................................................... 89
6.3.2 Galeria de Usuários ........................................................................................... 90
6.3.3 Gerência dos documentos: ............................................................................... 91
6.3.4 Sistemas de Busca e Memória Técnica ............................................................. 91
6.4 Funções de Gerenciamento da documentação aprimoradas ................................. 92
7 CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 94
8 RESULTADOS ............................................................................................................................. 96
8.1 Resultados Obtidos .................................................................................................. 96
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 98
10 ANEXO A ................................................................................................................................. 104
11 ANEXO B ................................................................................................................................. 106
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: ATIVIDADES /PROCESSOS QUE SE INSEREM NOS PROJETOS ....................38@~
FIGURA 2:; CSCW, QUADRO ESQUEMÁTICO, ÁREAS INTEGRADAS DOS COMPONENTES,
...................................................................................................................................... 41@~
FIGURA 3: GROUPWARE -CLASSIFICAÇÃO DE TEMPO E ESPAÇO................................. 42@~
FIGURA 4: EXEMPLO DE DESENHO NA WEB ..................................................................... 62@~
FIGURA 5:ÁREA DE TRABALHO PARA AS OPERAÇÕES REFERENTES AO DOCUMENTO.
...................................................................................................................................... 72@~
FIGURA 6: VISUALIZAÇÃO DE DESENHOS CAD E FIGURAS............................................. 74@~
FIGURA 7: ÁREA DE TRABALHO PARA OPERAÇÕES DE DIREITOS DE USUÁRIOS...... 77@~
FIGURA 8: INTERFACE PARA DEFINIÇÃO DE NOVOS DIREITOS E OU A INSCRIÇÃO DE
NOVOS USUÁRIOS..................................................................................................... 78@~
FIGURA 9: ESTRUTURA ESQUEMÁTICA DAS ATIVIDADES EXECUTADAS PELA
FERRAMENTA NA PLATAFORMA WEB (WWW.SISPRO.ORG/E-GER) ................. 82@~
8
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1: ESTÁGIOS DE EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS CAD.(ADAPTADO DE SOARES,
1997)............................................................................................................................. 56@~
QUADRO 2: NOVAS FERRAMENTAS E SERVIÇOS DE APOIO AO PROJETO................... 57@~
QUADRO 3: WEB SITES DE SERVIÇOS DE PROJETO......................................................... 62@~
QUADRO 4: APLICATIVOS PARA VISUALIZAÇÃO DE DESENHOS EM CAD. ...................73@~
QUADRO 5: NOMENCLATURA ASBEA.(2000) PARA A ESTRUTURA DE DIRETÓRIOS DO
PROJETO..................................................................................................................... 86@~
QUADRO 6: NOMENCLATURA ASBEA.(2000) PARA A ESTRUTURA DE ARQUIVOS DO
PROJETO..................................................................................................................... 87@~
QUADRO 7: ETAPAS DO PROCESSO DE PROJETO, NA FASE DE CONCEPÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS DE ARQUITETURA E COMPLEMENTARES.
...................................................................................................................................... 89@~
9
RESUMO
O objetivo desta tese é descrevermos a estrutura operacional de um Gerenciador
de Documentos. A pesquisa trata da gestão da documentação do projeto, usualmente
produzida pelas diversas especialidades responsáveis pela sua elaboração nas fases de
concepção e planejamento, apoiada nas novas Tecnologias de Informação (TI). A
adoção e a disseminação de redes de computadores e de sistemas informatizados para o
gerenciamento do trabalho em grupo geraram novos recursos na integração de equipes
de projeto. Entre os novos recursos destacamos os sistemas informatizados para
processamento, arquivamento e comunicação de dados como elementos centrais na
formulação das estratégias de competitividades das empresas. Trata-se de uma
investigação sobre como e por que as inovações no campo das Tecnologias de
Informação (TI), estão modificando a organização do processo de desenvolvimento de
projetos no setor de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção). A proposta visa à
utilização de sistemas de gerenciamentos de documentos em ambientes web no auxílio
à gestão de documentos e integração das equipes de projeto considerando sobretudo os
novos meios de comunicação e informação, na reorganização da documentação
produzidas pelos projetos de arquitetura e complementares. Esses sistemas vêm ao
encontro das necessidades das equipes de projeto, tais como rastreabilidade das
informações, controle do andamento do projeto, definição de processos de trabalho que
envolvem novos procedimentos para a gestão do conhecimento e para o gerenciamento
de projetos. Neste contexto estão as metodologias reconhecidas e aceitas mundialmente
por organismos tais como a ISO (International Standards Organization) e o PMI (Project
Management Institute), ambos com abordagens voltadas para o produto ou
empreendimento em toda sua cadeia produtiva.
10
ABSTRACT
The goal of this thesis is to describe the operational structure of a Documents
Manager. The research care for the administration of the documentation of the project,
usually produced by the several responsible specialties for your elaboration in the
conception and planning phases, supported in the new Information Technologies (IT).
The adoption and the computers chains sowing and of systems computerized for the
management of work in group generated new resources in the project teams’ integration.
Among the new technologies for information the systems computerized for processing,
data filing and communication as central elements in the formulation of the
competitiveness strategies of the companies. It is an investigation about as and why the
innovations in the field of the Information Technologies (IT), are modifying the
organization of the projects development process in AEC's Sector (Architecture
Engineering and Construction). The proposal aims at the managements systems
utilization of documents in ambient web in the help to the documents and integration
administration of the project teams considering above all the new communication and
information means, in the reorganization of the documentation produced by the
architecture projects and complementary. These systems come to the encounter of the
needs to project teams, such as rastreability of the information, control of the course of
the project, working processes definition that involve new procedures for the
administration of the knowledge and for the projects management. In this context are the
recognized and accepted methodologies world-wide for organisms such as for ISO
(International Standard Organization) and PMI (Project Management Institute), both with
approaches geared to the product or enterprise in all your productive network.
11
1 APRESENTAÇÃO
Tese submetida ao corpo docente da coordenação dos programas de pós-graduação em
engenharia da universidade federal do rio de janeiro como parte dos requisitos
necessários para obtenção do grau de doutor em ciências em engenharia de produção,
do Programa de Engenharia de Produção, da Coordenação dos Programas de Pós
Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
ÁREA DE CONHECIMENTO
Gestão do Projeto e do Produto
PALAVRAS-CHAVE
Gerência do projeto e do produto, metodologia do projeto, tecnologia da informação
QUESTÕES INICIAIS::
Como a web pode ser utilizada para otimizar as ações rotineiras de controle e divulgação
dos documentos em emissão, revisão e produção?
Como a web pode ser utilizada no auxilio a distribuição e o controle de acesso aos dados
e informações entre os envolvidos no desenvolvimento integrado do projeto
1.1 Delimitação do Tema
A presente pesquisa trata do gerenciamento da documentação técnica,
usualmente produzida pelas diversas especialidades envolvidas no ciclo de vida do
projeto durante as fases de concepção e planejamento, apoiada nas novas Tecnologias
de Informação (TI). Trata-se de uma investigação sobre como as inovações no campo
das Tecnologias de Informação (TI), estão modificando o controle e distribuição dos
documentos técnicos durante as fases de concepção e planejamento no ciclo de vida dos
projetos de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção).
A elaboração do projeto em sua fase de concepção e planejamento para a
construção da edificação/empreendimento de um certo porte caracteriza-se pela
fragmentação em diversas especialidades e pelo intercâmbio das mais diversas
informações e dados entre os participantes do empreendimento. Os dados são
principalmente os desenhos, representações gráficas, classificados de acordo com a
informação a transmitir (etapas do projeto).
Tal proposta se insere nas linhas de pesquisa do projeto GEPRO
1
desenvolvida
no Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ. A pesquisa conta ainda com
o apoio financeiro da CAPES Linha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,
entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos.
Como parte do desenvolvimento da pesquisa e como o apoio da Linha de
Pesquisa de suporte aos projetos de incentivo a EAD, (PAPED) desenvolvemos para uso
educacional o protótipo de uma sistema como Gerenciador de Documentos em
plataforma web, integrado às pesquisas de doutorado, também em andamento no
GEPRO, dos alunos Romir Soares e Marcos Borges. A pesquisa do aluno Romir Soares
é assim, encarregada da transformação das diretrizes dos demais projetos em produtos
implementados como módulos do sistema denominado como SisPro -Sistema de
Integração e Apoio ao Projeto.
Esta pesquisa se articula com as demais através de uma relação intensa de
interatividade, tanto em nível metodológico e conceitual quanto instrumental, em que
recursos e ferramentas de tecnologias de informação se encontram dentro do mesmo
referencial teórico no que se refere a novos meios/metodologias/procedimentos de
suporte ao projeto de produtos industriais.
As questões que permeiam os campos de conhecimentos desta tese consideram
a organização do projeto no setor de AEC, enfatizando os seguintes itens: o
desenvolvimento informatizado de projetos de arquitetura; a organização e interação
entre as disciplinas intervenientes em um projeto; a utilização das tecnologias de
informação e comunicação em plataforma web.
Os estudos deste trabalho se direcionam para o projeto nas fases de concepção e
planejamento com ênfase nos seus processos gerenciais e de fluxo de informações.
Dentre estas pesquisas podemos citar os estudos desenvolvidos por MELHADO (2001),
AMORIM (1995) e SCHMITT (1998) em relação aos benefícios da adoção de
metodologias nos processos que levam em conta a questão do desenvolvimento
integrado do projeto. Outra área de estudo abordada por SOARES (1997) e se refere ao
potencial da informática na racionalização de projetos, é- sobre o uso dos recursos
informatizados nos projetos de arquitetura, gerenciamento e execução das obras.
1
Grupo de Ensino e Pesquisa em Gestão Integrada de Projeto de Produtos Industriais - www.gepro.ufrj.br
13
Também abordada por SOIBELMAN & CALDAS (2002) em seus estudos sobre sistemas
de informação.
Outro campo de estudo que vem sendo trabalhado pelos grupos de pesquisa e se
identificam com os objetivos da tese se relacionam às questões da área de
desenvolvimento integrado do projeto em ambientes colaborativos, com a utilização de
recursos da Tecnologia da Informação abordadas por NASCIMENTO & SANTOS (2002).
A pesquisa enfatiza a aplicação de TI não no armazenamento da documentação
técnica mas também em recursos que visam à otimização das atividades de controle da
documentação (emissão, aprovação, revisão e distribuição) do projeto voltados para
melhorias de qualidade no fluxo de trabalho.
A abordagem se justifica uma vez que os principais problemas envolvidos no ciclo
de vida de um projeto são a criação de um ambiente para o trabalho intelectual
colaborativo, o gerenciamento e controle do estado da informação, e o compartilhamento
da informação adequada e no tempo correto. (NAVEIRO et al, 2001a). Para os autores
“Projetar é um processo baseado em conhecimento, no qual dados, informação e
conhecimento são processados simultaneamente por um grupo de profissionais
envolvidos no ciclo de vida de um produto. O processo de projeto envolve uma série de
atividades de criação, tais como planejamento de artefatos, desenvolvimento de
produtos, síntese do produto e solução de problemas.”
1.2 Motivação Pessoal
O interesse pelo tema escolhido se deve ao fato de que vivemos, hoje, um
momento de grandes transformações. As novas tecnologias exigem uma constante
adaptação por parte dos profissionais, e o mercado de trabalho torna-se cada vez mais
necessitado de pessoas capazes de absorver e aproveitar produtivamente as contínuas
mudanças que o mundo atual nos impõe.
Desde o surgimento das ferramentas computacionais de auxílio ao projeto, tais
como as tecnologias CAD, estamos nos adequando a mudanças organizacionais e
demandas do mercado. Os dados obtidos através de pesquisa realizada nos escritórios
de projetos de arquitetura e engenharia, por ocasião da dissertação de Mestrado da
autora, e a experiência pessoal, no setor, da autora constatam que o desenvolvimento de
projetos informatizados nos leva à necessidade de garantir maior confiabilidade nos
projetos interdisciplinares, passando a existir um maior fluxo de informações e
documentos referenciais de uso coletivo.
Estas questões estão presentes também nas atividades de pesquisa voltados
para os projetos integrados que a autora vem colaborando. Além disso, a experiência
profissional da autora em escritórios de projeto de arquitetura associada às suas
14
atividades acadêmicas contribui para o interesse no desenvolvimento de pesquisas e na
busca de soluções para os problemas verificados neste setor (ver ANEXO).
1.3 Contribuição Original
É fato que os avanços da tecnologia de informação tendem a reformular a
estrutura organizacional e beneficiar o seu desenvolvimento através da facilidade da
comunicação, da redução de tempo e custos e da maior interação entre os envolvidos em
toda a sua cadeia produtiva. Para JACQUES (2000) a comunicação entre os envolvidos
tem grande influência no andamento de todos os processos relacionados a produção da
edificação. A eficácia desta comunicação depende de atividades tais como definição,
organização e transmissão, as quais ocorrem em geral de maneira fragmentada e
informal ao longo das diversas fases do processo. O presente trabalho busca contribuir
com a reorganização e otimização das etapas de desenvolvimento integrado dos projetos
informatizados, quando na utilização de um ambiente de trabalho colaborativo.
A apresentação deste projeto de pesquisa demonstra a importância da Internet
como uma ferramenta de captação, controle e divulgação de informações, bem como de
comunicação entre agentes/disciplinas/intervenientes, que pode viabilizar e potencializar
os compromissos assumidos por este no que tange à formação educacional e
profissional, à difusão tecnológica, e à incorporação de qualidade e produtividade nos
processos de trabalho.
O protótipo gerenciador de documentos desenvolvido durante a realização desta
pesquisa a que denominamos e-Ger se apresenta como um dos meios de buscar
melhorias para a otimização de procedimentos e rotinas organizacionais frente às novas
ferramentas de suporte ao projeto em plataforma web. O contexto de aplicação é no
processo de modernização do projeto reorganizando o controle da documentação técnica
de uma forma geral, e mais especificamente no que se relaciona às características
intrínsecas do projeto de arquitetura e complementares. Ele se propõe alocar os
principais tipos de documentos e assim otimizar etapas organizacionais que
conseqüentemente irão contribuir para melhoria da qualidade do projeto,
Através do e-Ger os documentos são cadastrados, caracterizados, arquivados,
visualizados, comentados e armazenados em um único endereço na web, centralizador
da documentação técnica. O espaço “virtual” como centralizador das funcionalidades do
gerenciador permite que as equipes dos diversos especialistas compartilhem um conjunto
de procedimentos operacionais.
Um facilitador como instrumento de integração, e assim uma ferramenta essencial
para as mudanças que estão ocorrendo em função de processos de certificação tais
como rastreabilidade das informações, controle do processo e definição de processos de
15
trabalho, entre outros. Isso vem ao encontro de metodologias que envolvem novos
procedimentos para o gerenciamento de projetos adotados no funcionamento de
sistemas de qualidade reconhecidos e aceitas mundialmente por organismos tais como a
ISO (International Standards Organization) e o PMI (Project Management Institute),
ambos possuem abordagens voltadas para o produto ou empreendimento em toda sua
cadeia produtiva (VARGAS,2000).
1.4 Outras Contribuições
Além do gerenciamento do projeto, se inserem na pesquisa os aspectos
relacionados ao processo de aprendizagem, considerando as questões tecnológicas
como apoio ao ensino presencial ou à distância. Uma vez que a atividade de projeto é
considerada um processo de resolução de problemas e satisfação de demandas ela é,
por excelência, um exercício de criatividade e inovação coletiva. Mais que isso, o projeto
assume hoje, em suas formas inovadoras de aprendizado coletivo, uma função difusora
das novidades e conhecimentos gerados.
A aplicação do e-Ger no ensino de projeto e no setor de desenvolvimento de
projeto tem aplicações similares quanto à incorporação de inovações tecnológicas às
técnicas de ensino. A aplicação de técnicas coletivas e colaborativas de aprendizagem
na educação formal é importante não para obtenção de ganhos em relação ao próprio
processo de aprendizagem, mas também na preparação dos indivíduos para situações
futuras no ambiente de trabalho, em que as atividades exigem, cada vez mais
intensamente, pessoas aptas ao trabalho em equipe.
Como pressuposto desta pesquisa, considera-se que o projeto é um processo de
aprendizagem e geração de conhecimento. Uma vez que o trabalho docente consiste
não em informar, mas fundamentalmente - em contribuir para a formação de
indivíduos, esperamos que as escolas de engenharia e arquitetura, através de seus
professores, desenvolvam nos alunos habilidades, atitudes e valores que lhes permitam
adquirir conhecimentos para uma atuação competente dentro do seu campo profissional.
Dessa forma, a finalidade do ensino de engenharia e arquitetura numa sociedade
tecnológica, multimídia e globalizada é possibilitar que os alunos trabalhem os
conhecimentos científicos e tecnológicos, desenvolvendo habilidades para operá-los,
revê-los e reconstruí-los com sabedoria em atuações futuras. Além disso, o perfil do
engenheiro que se quer formar e o modelo de universidade pública no Brasil também
estão em processo de mudança.
“O perfil delineado para o graduando, por exemplo, em engenharia, exigido no Exame
Nacional de Cursos, assim como as novas diretrizes curriculares estabelecidas pelo
MEC para os cursos de engenharia apontam para uma série de modificações que irão
16
afetar a estrutura, os métodos de ensino e o papel do professor dentro do novo
ambiente de ensino e aprendizagem que se prenuncia. O espírito empreendedor, a
capacidade de trabalhar em equipe, a capacidade de auto-aprendizado, a capacidade
de expressão oral e escrita e o conhecimento de língua estrangeira são alguns dos
atributos previstos para os engenheiros citados nos documentos oficiais divulgados
pelo MEC”. (NAVEIRO & OLIVEIRA, 2001)
Nesse sentido, este projeto procura ampliar o escopo de formação dos
engenheiros e arquitetos, abrindo oportunidades para os futuros profissionais adquirirem
novas habilidades compatíveis com o cenário internacional de exercício profissional que
se antevê para o setor.
Em ambientes de ensino, o e-Ger utiliza-se de ferramentas, meios de
comunicação e informação capazes de aprimorar e facilitar o desenvolvimento de
projetos de engenharia e arquitetura. Sua aplicação funciona como apoio à disciplina de
projeto, de forma a dar ao aluno condições de se adaptar às mudanças do mercado de
trabalho. Coloca-se também como uma ferramenta de interação da disciplina facilitando
ao professor e ao aluno o entendimento de como as novas tecnologias podem vir a ser
usadas. Além disso, projetar envolve um processo de aprendizagem crescente inerente
às atividades próprias de projeto.
1.5 Organização da Tese
A norma vigente na COPPE/UFRJ (Aprovada pelo Conselho de Coordenadores
em 8 de outubro de 1996) prevê que da tese devem constar as seguintes partes
principais: preliminares, corpo principal e elementos de complementação.
Em preliminares são previstos: folha de rosto e ficha catalográfica, dedicatória e
agradecimentos (opcionais), resumo em português e inglês, índices (texto, figuras,
tabelas, símbolos).
O corpo principal deve conter uma introdução, uma descrição do estado da arte
relativo ao tema de tese, o seu desenvolvimento e as conclusões obtidas.
Os elementos de complementação devem conter as referências bibliográficas,
apêndices e índice alfabético remissivo (opcional).
A partir desta norma, em termos de organização da tese, resta estruturar o Corpo
Principal, contemplando uma introdução, uma descrição do estado da arte, o
desenvolvimento e as conclusões da tese.
1.5.1 Organização do Corpo Principal
17
INTRODUÇÃO
Capítulo 2 –Introdução
Contempla os seguintes itens principais: Relevância do Tema; Objetivos e
Metodologia de trabalho
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Capítulo 3 – Fundamentos Teóricos
Apresenta uma descrição das três áreas de interesse da pesquisa, com os
seguintes itens principais:: O projeto no setor de AEC, Tecnologias de Informação no
Suporte ao Projeto, Apresenta conceitos, funcionalidades e o estado da arte em CSCW
em conformidade com a bibliografia disponível
Capítulo 4 – A inovação tecnológica no auxilio ao projeto
Descreve através de pesquisa de dados, algumas das ferramentas disponíveis
para o desenvolvimento do projeto via web. Contempla uma análise da evolução do
projeto no setor e as principais vantagens e desvantagens em conformidade com a
bibliografia disponível.
DESENVOLVIMENTO
Capítulo 5 – Diretrizes do Gerenciador
Apresentação das diretrizes adotadas para a implementação do protótipo proposto
para o desenvolvimento de um gerenciador de documentos em plataforma web.
Descrição das funcionalidades do sistema desenvolvido.
Capítulo 6 – Melhorias no compartilhamento dos documentos
Apresentação de um conjunto de procedimentos que visam melhorias na estrutura
organizacional dos documentos em ambientes web.
Capítulo 7 - Síntese e Conclusões
Realização de uma ntese sobre o tema abordado, assim como, das conclusões
que a pesquisa permitiu alcançar.
18
2 INTRODUÇÃO
2.1 Relevância do Tema
Atualmente a busca de mecanismos capazes de acelerar o processo de
comunicação e transferência de informação entre as pessoas está a ponto de ampliar a
capacidade de comunicação e alterá-los em um processo que certamente está
modificando em muito todos os hábitos que desenvolvemos até hoje. A Ciência da
Informação desenvolve papel fundamental em todo este processo. Paralelamente às
novas ferramentas tecnológicas estão surgindo novas formas de tratamento e otimização
da informação através de novos meio para organizar, processar e aprender através das
informações.
Os programas de gerenciamento da documentação seguem como uma etapa
complementar na otimização dos dados gerados. Sua função é organizar e controlar a
criação e acesso aos dados, ou seja, o fluxo de documentos e informações referente a
todo o ciclo de desenvolvimento do produto.
Estamos frente a um novo paradigma no que se refere à manipulação da
informação em todos os seus estágios desde o emissor ao receptor. Sabemos que este
final de século ensaia o que está por vir nas próximas décadas e que nele foram
atingidos níveis tecnológicos capazes de assegurar uma nova forma de coexistência
mundial. Cabe agora às diversas parcelas da sociedade determinar como deverão
ocorrer estas mudanças e como efetivamente participarão delas (O’BRIEN, 2000).
Essas mudanças começam a ser sentida também no setor da construção civil que
é um setor constituído majoritariamente por empresas de pequeno porte, com limitada
capacitação técnica e de investimento. Sua produção se de modo disperso
geograficamente e interagindo em tempos diferentes, carecendo de uma estabilidade de
19
volume ou local de produção. Participam deste processo múltiplos atores, com formação
variada, espalhados em várias organizações (AMORIM, 1995). Ademais, os diferentes
profissionais envolvidos em projetos de edificação têm conhecimentos específicos nas
suas áreas de atuação, fato que cria algumas das dificuldades encontradas nas principais
tarefas de criação, como resolver conflitos que ocorrem no momento da integração de
soluções derivadas pelos diferentes especialistas (SCHIMITT, 1998) e constantes
incompatibilizações e erros de projetos em fase de execução da obra (FRUET &
FORMOSO, 1993).
Para solucionar problemas ou agilizar o seu desenvolvimento com produtividade e
qualidade é preciso que esses profissionais atuem de forma integrada. Faz-se, então,
necessário aumentar a interação entre os participantes, trabalhando de forma
colaborativa na qual cada um atua com seus conhecimentos em disciplinas (áreas)
específicas.
A pouca integração é destacada pelos autores FRUET & FORMOSO (1993) que,
em pesquisa junto a gerentes técnicos de empresas, afirmam que a difusão da
informação é um dos itens que precisa ser melhorado nas organizações, pois a
deficiência de integração, e mesmo de comunicação entre os envolvidos em determinado
empreendimento, é uma das principais causas para o retrabalho durante a execução da
obra.
As empresas precisam recriar seus produtos e processos de forma a poder inovar
e garantir produtividade com qualidade. Um dos pontos importantes a ser fortalecido é a
necessidade de criação de uma cultura da “colaboração”, não entre os profissionais,
mas também entre profissionais e clientes.
Com a evolução das tecnologias de comunicação, o fluxo de informações se
tornou muito mais rápido e sua disseminação ganhou um alcance muito mais amplo. Um
melhor sistema de comunicação com uma base de dados para diálogos, conhecimento e
troca de dados é possível graças ao uso de sistemas informatizados e integrados através
da internet e intranet (NUNES et al, 2001).
CRUZ (1997b) destaca como instrumentos que proporcionam métodos integrados
na Gestão da Documentação o papel de tecnologias NET (Internet, Intranet e Extranet)
que reduzem distância e tempo de deslocamento necessário, além de permitirem melhor
atualização de informações, agregando valor às atividades e negócios, pois tempo é
dinheiro.
20
As Tecnologias de Informação e Comunicação têm sido cada vez mais utilizadas
para solucionar problemas específicos e cotidianos. Particularmente no setor AEC elas
são responsáveis por lidar com os imensos repositórios de dados gerados nos projetos
deste setor.
Neste sentido elas são destaque nas diretrizes do relatório emitido em 2002 pela
ANTAC -Associação Nacional de Tecnologias do Ambiente Construído– para o
estabelecimento de um cenário futuro que tem como objetivo principal estabelecer
prioridades estratégicas para as ações de fomento à ciência, tecnologia e inovação na
área de Tecnologia do Ambiente Construído, com ênfase no segmento habitacional do
macro-complexo da Construção Civil, para um horizonte de cinco a sete anos. Por
Tecnologia do Ambiente Construído entende-se a área do conhecimento relacionada à
concepção, projeto, produção, operação, manutenção, demolição e reciclagem ou
reutilização de edificações e do seu entorno imediato, área de caráter multidisciplinar, na
qual atuam principalmente profissionais com formação em construção civil e arquitetura.
Ao final, são propostas ações de desenvolvimentos científico, tecnológico e de inovação,
as quais podem contribuir para que tais estratégias sejam implementadas. A seguir
destacamos algumas das questões encontradas como prioridades para a ciência da
tecnologia e inovação pelo Relatório emitido pela ANTAC (2002) quanto à qualificação
recursos humanos e tecnológicos e inovações relacionadas a tecnologia da informação.
Qualificação dos recursos humanos (p-37): “[a] Identificação dos perfis de
profissionais necessários para a Construção Civil e definição das competências
necessárias. [b] Desenvolvimento de modelos de educação continuada, específica
para os diversos segmentos do Macro-complexo, explorando abordagens mais
voltadas para a aprendizagem de adultos. [c] Desenvolvimento de programas de
ensino em universidades e escolas técnicas, voltados às necessidades de capacitação
dos profissionais da construção civil, coerentes com os perfis profissionais definidos.
[d] Formação de profissionais capacitados para atender demandas relacionadas à re-
qualificação da cidade informal. [e] Realização de programas de capacitação em
gestão estratégica para empresários e executivos. [f] Busca de alternativas para a
relação entre capital e trabalho visando à criação de condições que estimulem a
qualificação da mão-de-obra. [g] Desenvolvimento de pacotes instrucionais que façam
uso da internet e de outras técnicas de ensino a distância.”
Inovações relacionadas à tecnologia da informação (p-45): “[a] Estabelecimento de
terminologia e codificação de produtos e processos da Construção Civil de forma a
criar condições para a troca eficaz das informações entre os agentes da construção
civil. [b] Aumento da interoperabilidade e integração no uso de software e hardware na
construção civil. [c] Remoção de obstáculos para o uso de ferramentas de modelagem
21
tri-dimensional, tais como CAD-3D e realidade virtual. [d] Desenvolvimento de
métodos e ferramentas para a apoiar a implantação de project extranets
2
e outras
tecnologias semelhantes no gerenciamento de empreendimentos. [e]
Desenvolvimento e implementação de sistemas informatizados para monitoramento e
gestão da produção e do uso de edifícios.”
Além dos esforços dos setores tradicionais, alguns órgãos promotores e de
financiamento, principalmente públicos, deverão ter um importante papel nesta questão,
pois são capazes de utilizar mecanismos reguladores e de incentivo à integração da
cadeia produtiva. O Governo Federal, por exemplo, criou o Fórum de Competitividade,
que é uma iniciativa liderada pelo MDIC -Ministério de Desenvolvimento da Indústria e
Comércio
3-
no âmbito do PBQP-Habitat, Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade. A partir deste quadro, as empresas têm buscado melhorar seu
desempenho, principalmente pela implantação de novos sistemas de gestão, em geral
baseados nas regras de normas ou prêmios de qualidade e certificação. O número de
empresas com certificação ISO 9000 vêm aumentando ano a ano, segundo o PBQP-H
atinge 1052 empresas construtoras qualificadas em diversos estados
As Normas ISO 9000 especificam requisitos para o sistema da qualidade de uma
forma geral, isto é, podem ser aplicadas a qualquer setor da indústria ou da economia,
sendo mais adaptável ao setor fabril. Por outro lado, o modelo de gestão do PMI, também
organismo internacional que trata do gerenciamento dos projetos, é aplicável a projetos,
enfocando tanto o gerenciamento do projeto quanto o produto do projeto, que poderá ser
de qualquer tipo, inclusive uma edificação (VARGAS,2000).
As empresas são, desta forma, motivadas a implantar os recursos da tecnologia
da informação com o objetivo de aumentar a sua eficácia e eficiência. Além disso, a
virtualização da sociedade se reflete diretamente na atividade econômica, onde o
aumento crescente da quantidade de trabalho relacionada à informação suplanta a
quantidade de trabalho exercida sobre a matéria propriamente dita (TEIXEIRA Fº, 2001).
Atualmente, a palavra chave é a inovação. As empresas precisam recriar seus
produtos e processos, valorizar o aspecto intelectual e buscar ferramentas de tecnologia
disponíveis no mercado para garantir produtividade com qualidade na prática, otimizar
desempenhos, reduzir tempo e custos, além de melhor satisfazer clientes e profissionais
envolvidos. Entre os novos recursos destacamos os sistemas informatizados para
processamento, arquivamento e comunicação de dados como elementos centrais na
formulação das estratégias de competitividade das empresas.
2
Project extranet pode ser definida, como uma rede de computadores que utiliza tecnologias de Internet para conectar
empresas com seus fornecedores, clientes e outras empresas que compartilham objetivos comuns . Em geral, contém um
repositório central de dados e um conjunto de ferramentas para visualização e controle (ANTAC, 2000).
3
Fonte: www.mdic.org.br e www.pbqph.gov.br em maio 2002.
22
Cabe reforçar que um dos pontos importantes a ser focado é a cultura da
“colaboração”. No que se refere à Construção Civil a dependência entre clientes e
fornecedores se torna cada vez mais intensa e mais crítica, e a colaboração interna e
externa através da intranet e internet assume importância vital para acelerar e maximizar
os resultados.
“O volume de informação gerado e compartilhado em um projeto, em alguns casos,
tem atingido tal magnitude que o sucesso da sua gerência e dele próprio é bastante
dependente da existência de ferramentas apropriadas para apoiar as atividades
desenvolvidas. É quase impossível lidar com os projetos de grande porte com equipes
dispersas, sem métodos e ferramentas apropriados para gerenciar os conhecimentos
necessários para execução dessas atividades” (NAVEIRO et al, 2001a).
A questão central é, antes de tudo, não apenas saber usar a melhor tecnologia do
mercado, mas fazer dela uma ferramenta de auxílio para quem a utiliza, enriquecendo
seu trabalho. Neste contexto, devemos colocar os futuros e atuais profissionais atuando
de forma mais ativa e participativa, apresentando soluções cada vez mais rápidas e mais
precisas. Para tanto, as informações e, principalmente, o uso que se faz delas, passam a
ser recursos valiosos a serem utilizados pelos profissionais (atuais e futuros) e,
conseqüentemente, pelas empresas.
2.2 Objetivos
O objetivo principal da pesquisa é estruturar uma proposta de um conjunto de
diretrizes organizacionais que facilitem a utilização de tecnologias de informação quando
na utilização de um gerenciador de documentos em plataforma web que configurem um
novo ambiente de trabalho.
Trata da organização de projetos e do apoio da TI no gerenciamento da
documentação usualmente gerada em projetos que visa melhorar a comunicação entre
os envolvidos no projeto, aumentar a produtividade, proporcionar maior controle dos
processos e facilitar a rastreabilidade e a memória do projeto, seja em ambientes
profissionais de engenharia e arquitetura ou em sala de aula.
A proposta consiste na utilização de ambientes em plataforma web como auxílio à
gestão de documentos e integração das equipes de projetos. Nesse aspecto,
consideraremos sobretudo os novos meios de comunicação e informação, de forma a
melhor adequá-los às atuais e futuras demandas para a estrutura organizacional da
documentação produzida pelo projeto de arquitetura e complementares. Assim, os
objetivos específicos desta pesquisa consistem em:
Facilitar a gestão de documentos, agilizando sua difusão entre os
participantes do projeto;
23
Facilitar a difusão de documentos de forma mais precisa e com maiores
possibilidades de compartilhamento entre os envolvidos no projeto;
Determinar as características especiais para otimizar as etapas de controle e
divulgação dos documentos em emissão, revisão e produção entre os
envolvidos no projeto;
Possibilitar ao meio acadêmico apoio às disciplinas do projeto para a difusão
de novos meios de ensino e aprendizagem.
2.3 Metodologia de Trabalho
O referencial bibliográfico está relacionado a três temas aplicados na atuação
profissional: [1] Desenvolvimento dos projetos informatizado de arquitetura; [2]
Organização e interação entre disciplinas para o desenvolvimento do projeto de
arquitetura; e [3] Utilização de tecnologia de informação e comunicação. A metodologia
adotada para que nossos objetivos sejam alcançados foi orientada aos seguintes itens:
Analisar as novas áreas de trabalho voltadas para o desenvolvimento do
projeto no setor de AEC, através de ambientes de trabalho colaborativo em
plataforma web;
Analisar as ferramentas disponíveis para ambientes colaborativos de
trabalho, como: e-mail, fórum, lista de discussão, ambientes de visualização,
gerenciadores, formulários de cadastro, entre outros.
Definir os requisitos de um sistema de gerenciamento de documentos
através de ferramentas/recursos destinados a coletar, armazenar, recuperar
e compartilhar dados e a informações gerados durante o projeto (memória
do projeto);
Definir os requisitos de um sistema que auxilie os participantes a criarem e
estarem conscientes da prática de uma cultura organizacional no
desenvolvimento de projetos auxiliados por computador;
Descrever as principais características para o protótipo de um Gerenciador
de Documentos e ferramentas computacionais que auxiliem as fases de
concepção e planejamento dos projetos de arquitetura e complementares;
Inserir o conjunto de artefatos selecionados e ou desenvolvidos, em
situações reais de apoio ao projeto, como suporte aos trabalhos de
desenvolvimentos de projetos em disciplinas ministradas na graduação . E
espelhados nesta observação adotar diretrizes que possam auxiliar a
implementação e execução de um projeto piloto no ambiente SisPro/e-Ger .
24
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3.1 A Atividade do Projeto
É fato que o termo “projeto” pode ser utilizado em várias situações com
significados diferentes, o que pode causar grande confusão semântica na área de
gerenciamento de empreendimentos. O termo projeto estaria associado ao resultado do
trabalho, bem como ás funções técnicas necessárias para alcançar resultados.
A atividade de projetar uma edificação envolve um processo baseado em
conhecimento no qual dados, informação e conhecimento o processados
simultaneamente por uma equipe de arquitetos e engenheiros envolvidos no projeto.
Durante o seu desenvolvimento, dados e informações são trocados entre os
participantes. Dados representam um conjunto de fatos e objetivos sobre eventos e
informação é dado que faz diferença, geralmente sob a forma de documentos ou
mensagens de texto, visuais e/ou de voz. Porém, dados e informações não são
conhecimentos, embora muitas vezes sejam considerados como tal.
Segundo NAVEIRO et al (2001) conhecimento pode ser definido como um
processo progressivo de construção que remete aos dados, em que dados são um
conjunto de mbolos percebidos por uma pessoa e transformados em informação pela
interpretação que esta faz deles. Desse modo, a informação ocorre quando os dados
ganham sentido.
Os diferentes profissionais envolvidos no projeto da edificação têm conhecimentos
específicos nas suas áreas de atuação, e para solucionar problemas ou agilizar o seu
desenvolvimento com maior produtividade e qualidade é preciso que atuem
cooperativamente. Dessa forma ambientes de universo de competências diferentes são
conciliados através de um processo de comunicação e negociação no qual a
especialização técnica está presente em linguagens e representações próprias. O
projetar é executado por uma equipe de profissionais que tem um escopo individual de
trabalho compatível com os objetivos comuns à equipe (NUNES et al, 2001).
É também usual adotar o termo empreendimento para grandes projetos ou
projetos multicomplexos. A gerência de empreendimentos é o processo de planejar,
organizar e gerenciar tarefas e recursos para atingir determinados objetivos, usualmente
sujeitos a restrições de tempo, recursos e custos (NAVEIRO et al, 2001; CRUZ, 1997a).
Segundo o PMI, um PROJETO, ao contrário de um serviço continuado (contínuo e
repetitivo), é um “empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou
serviço único.” Considera ainda como um “(...) empreendimento único que deve
25
apresentar um início e um fim claramente definidos e que, conduzido por pessoas possa
atingir seus objetivos respeitando parâmetros de prazo, custo e qualidade.” O projeto é
temporário porque tem um início e um fim bem definidos; é único porque, apesar de
muitos produtos ou serviços serem semelhantes, estes terão alguma diferença entre si
que os tornarão únicos (VARGAS,2000).
TZORTZOPOULOS et al (1998) reforçam esta definição considerando o projeto
como “Conjunto de atividades que resulta na consecução de um objetivo, atendendo-se a
parâmetros previamente fixados de prazo e qualidade”.
NAVEIRO et al. (1997) definem que projeto “é uma atividade que produz uma
descrição de algo que ainda o existe, mas cuja criação se torna viável a partir da
descrição.” Os autores apresentam uma outra abordagem para a conceituação de
projeto que considera o projeto como “um processo social de construção do artefato no
qual o resultado é maior do que a síntese das contribuições individuais dos participantes.”
Nessa abordagem, os problemas principais envolvidos são a criação de um ambiente
para o trabalho intelectual cooperativo, o gerenciamento e o controle do estado da
informação e o compartilhamento de informações adequadas e no tempo correto .
Os autores enfatizam o aspecto coletivo e individual da criação do produto, em
que o primeiro se concentra na equipe trabalhando com as questões referentes a um
objetivo comum e o segundo se caracteriza pela atividade individual de criação, que se
processa em cada membro de uma equipe ao projetar. Essas duas abordagens da
natureza do processo de projeto - coletiva e individual - são complementares. Isso ocorre
porque o processo de projetar um produto é geralmente conduzido por uma equipe de
profissionais, cada especialista cumprindo um papel específico com a equipe e,
simultaneamente, sendo obrigado a negociar condições e exigências com outros
especialistas, a fim de chegar a soluções plausíveis. Aspectos que devem ser
priorizados, ao nos depararmos com os recursos computacionais acrescidos de
tecnologias de informação como suporte para as atividades de projeto.
Observamos que todas as definições levam a um trabalho intelectual que visa um
determinado fim e que o enfoque vai depender das circunstâncias e do que se quer
projetar. De uma forma geral os projetos em maior ou menor grau tem alguns elementos
em comum, que formam as características responsáveis para o entendimento da
natureza dos projetos e, portanto, o planejamento e controle do projeto; um objetivo
definido, grau de complexidade, unicidade, incertezas com o grau de risco, natureza
temporária e ciclo de vida (MENEZES, 2001a).
As edificações em especial apresentam características fundamentais, a saber:
início e fim determinados; orçamento pré-fixado; conjunto de metas específicas e pré-
ordenadas. Dependendo do seu objetivo, pode ter poucas ou diversas funções,
26
dependendo de seu objetivo que pode ser simples ou complexo; requer uma série de
atividades complexas e inter-relacionadas em seu desempenho técnico, não se limitando
apenas a documentos, relatórios, desenhos, especificações, etc. Multiorganizacional ou
seja, seu desenvolvimento depende de outras organizações externas.
Segundo o PMI (VARGAS, 2000) o conhecimento necessário para o
gerenciamento se encontra dividido em oito itens básico: escopo, tempo, custo,
qualidade, comunicações, recursos humanos, contratos, fornecimentos e gerência de
riscos. Podemos dizer que é a combinação de pessoas, técnicas e sistemas necessários
para a elaboração de um plano ou projeto que contemple não procedimentos e
técnicas necessárias para o seu desenvolvimento, como também defina o método e as
pessoas responsáveis pelas decisões e responsabilidades.
Para coordenar o projeto de um empreendimento MELHADO (2001) considera
como fundamental estudar e organizar o fluxo de atividades para garantir um maior
potencial para as decisões resultantes de cada etapa do projeto. No entanto o autor
enfatiza que desde a etapa inicial do projeto deve-se evitar o sequenciamento das etapas
e adotar a idéia do projeto simultâneo, inspirando-se em modelos adotados pela indústria
seriada, como a chamada engenharia simultânea (concurrent engineering). .O autor
destaca três formas de aplicação dos princípios da engenharia simultânea, (...) “que o
são excludentes e sim compatíveis. [1] a cooperação na etapa do programa, entre
empreendedor e equipe de projetos; [2] o chamado projeto simultâneo, envolvendo
sistemas de troca de dados e métodos de trabalho conjunto entre os integrantes do
projeto. [3] a integração projeto produção, incluindo o detalhamento do projeto com a
participação dos fabricantes de sistemas e dos construtores, assim como a adoção da
etapa de preparação do canteiro de obra”.
De uma forma geral as informações e dados distribuídos via plataforma web ficam
canalizadas, garantindo a todos os participantes o acesso e tomada de atitudes e
posições. Na aplicação desta pesquisa enfatizamos os aspectos coletivos dos
participantes como um esforço para estruturarmos os dados e o entendimento das
informações. O projeto desta pesquisa representa uma dos diversos itens no processo
de desenvolvimento da construção de uma edificação. Portanto embora o estudo focalize
a etapa do projeto arquitetônico e projetos específicos e privilegie esta etapa como
geradora das demais, não descartamos a abordagem do sistema complexo da
construção civil em suas fases de produção e uso.
Vale ressaltar que o projeto de arquitetura é também o único que incorpora em
sua representação gráfica informações que identificam os principais elementos dos
demais intervenientes.e distribuído entre os mesmos para integração e cruzamentos das
informações referentes a execução da edificação Sua representação inclui não apenas as
27
informações referentes a edificação em suas acomodações como informações referentes
a estrutura instalações interferências das tubulações etc.
3.2 O Projeto no Setor de AEC
3.2.1 Projeto do Edifício
As edificações, ambientes construídos, são caracterizadas pelas categorias
tipológicas quanto à sua função e forma, e pelas categorias de intervenção. A atividade
de projetar edificações trata de fatores intervenientes para com este ambiente construído,
tais como aspectos relacionados ao registro de sua produção quanto à urbanização, aos
elementos da edificação, aos processos construtivos, aos materiais de acabamento, entre
outros. Neste conjunto de fatores o projeto de arquitetura é o único que incorpora em sua
representação gráfica informações que identificam os principais elementos dos demais
intervenientes.
A indústria da construção se apresenta como uma indústria de produtos únicos e
de variável produção em que os ganhos da produtividade estão atrelados à intensidade
do trabalho. (AMORIM, 1995). Se, por um lado, o arquiteto deve ser criativo e singular,
por outro lado, precisa reger uma obra racional e estar atento à relação custo/benefício. É
necessário, sobretudo, lidar com a crescente diversidade de tecnologia e funcionalidade
sem perder o senso de lugar e cultura. O resultado da sua produção (edifício) abrange
necessidades diferenciadas.
LA RIVA (1995) observa que as construções podem ser analisadas dos mais
diferentes pontos de vista. Para o engenheiro civil, por exemplo, uma construção é
definida por elementos estruturais. Para o arquiteto, por sua vez, trata-se de um conjunto
de recintos que têm a função de filtrar o ambiente externo e acomodar bem seus
ocupantes.
Para AMORIM (1995), se nos ativermos às três fases iniciais do ciclo de vida de
um produto o uso, a produção e a concepção da edificação - podemos vincular a
qualidade projetual a três níveis. O primeiro nível seria aquele vinculado ao desempenho
do objeto projetado para seus usuários diretos (qualidade no uso); o segundo estaria
ligado ao desempenho comercial e financeiro do empreendimento, incluindo-se a
construtibilidade (qualidade para o processo de produção); e o terceiro diria rspeito aos
aspectos de legibilidade e precisão (qualidade no processo de projeto), fundamentais
para que os diversos participantes da etapa de projeto tenham bons resultados.
Tudo isso mediado pelo uso cada vez maior de dispositivos informatizados,
dotados cada vez mais de conhecimentos formalizados e capazes de antecipar situações
futuras que, em outras épocas, seriam possíveis através de ensaios com modelos
28
físicos. Antigamente, o papel de dispositivos informatizados no processo de projeto era
restrito à realização de ferramentas de auxílio a desenhos, cálculos e análises. A
princípio, os sistemas de auxílio por computador (CAD) eram usados apenas como
instrumentos para criar desenhos de um produto. As últimas versões, porém, são
baseadas em aspectos que abrangem conhecimento em algumas áreas, permitindo,
assim, a realização de avaliações enquanto se projeta. Um engenheiro, por exemplo, ao
conceber um mecanismo, pode verificar interferências espaciais entre duas partes
móveis, simulando seus movimentos. Acessar a possibilidade de montagem do produto
é, agora, extremamente comum, em diversos sistemas CAD comerciais. Tais sistemas
podem ser, também, otimizados para incorporar as práticas correntes das empresas nas
suas tarefas de avaliação, verificando, preliminarmente, se novas idéias são
plausíveis/aceitáveis.
Os profissionais do setor contam hoje com o auxílio de dispositivos
informatizados, dotados de conhecimentos formalizados, capazes de antecipar situações
futuras. Os dispositivos informatizados ajudam, assim, a reduzir tempo, material e custos,
além de possibilitarem uma maior integração entre os participantes. Maior produtividade
determina uma posição mais competitiva do profissional em relação ao mercado, e a
utilização de recursos tecnológicos incorporando novas tecnologias comunicativas e
meios interativos na organização contribuem neste sentido, agilizando potencialmente
todo o setor de projetos (NUNES et al, 2001).
NAVEIRO et al (2001a) observam que a questão central de projetar artefatos
(edificações) no ambiente econômico atual se desdobra em dois aspectos
complementares. De um lado, têm-se as questões relacionadas ao universo de
especialização técnica dos especialistas (engenheiro/arquiteto/designer) nas quais a
habilidade individual de abstração destes profissionais e a habilidade de criação de
interfaces com outros universos de especialização têm se mostrado muito mais
importantes que a aplicação de expressões matemáticas ou princípios científicos. Por
outro lado, temos o projeto sendo desenvolvido em rede local e/ou remota, sendo esta
última o padrão em destaque de desenvolvimento de produtos nas grandes empresas.
Esses dois aspectos exigem dos profissionais habilidades de lidar com diversos fatores
que condicionam o projeto e de criar um discurso capaz de conciliar as diversas
especialidades intervenientes.
O mesmo é observado por GALLE (1995, apud SCHIMITT, 1998) quando afirma
que: “um edifício é criado pelo esforço cooperativo de diversos profissionais e que cada
um deles tem suas próprias referências e formas de estruturar as principais partes do
edifício dentro do todo”.
29
Acreditamos que um dos caminhos para a qualidade e a competitividade seja a
implantação de novas tecnologias construtivas no processo de produção. Estas podem
ser usadas para que as decisões relativas às características do produto sejam tomadas
principalmente na fase de elaboração do projeto, retirando-se uma boa parte das
decisões improvisadas em canteiros de obra (CHAPUIS, 1995).
Nos últimos anos, alguns esforços têm sido dedicados ao desenvolvimento de
tecnologias de informação para auxiliar equipes de trabalho, especialmente as equipes
de projeto. As empresas estão cada vez mais distribuídas geograficamente e os projetos
têm sido compartilhados pelas empresas e seus fornecedores. Ocorrem várias
colaborações durante o desenvolvimento de um projeto. Por isso, é necessário que as
empresas estejam aptas a coordenar e tornar compatíveis as trocas de dados,
informações e conhecimento entre contextos bem diferentes, o que é possibilitado pelas
novas ferramentas. Além disso, tais ferramentas podem transpassar barreiras
geográficas como novos meios da organização na Gestão do Conhecimento que
segundo TEIXEIRA (2001) é a “(...) disciplina para o desenvolvimento de métodos
integrados para identificar, capturar, recuperar, compartilhar e avaliar os ativos de
conhecimento de uma organização”.
3.2.2 Gerenciamento do Projeto do Edifício
O gerenciamento de um projeto de edificação/empreendimento pode ser
considerado como um sistema desdobrável em fases que se sobrepõem e que são
normalmente interdependentes. Estas fases podem ser definidas como concepção,
planejamento, execução e conclusão, responsáveis pelo ciclo de vida de um projeto
(MENEZES, 2001b).
Na fase de concepção de um projeto são analisadas as necessidades de se
implantar o empreendimento partindo-se de diretrizes da alta gerência ou objetivos
principais e secundários. As fases iniciais de um projeto envolvem principalmente o
detalhamento de um plano de trabalho que será dinamicamente modificado várias vezes
ao longo dessa primeira fase. É uma etapa onde é fundamental o registro estruturado do
processo de tomada de decisões de forma a se rastrear posteriormente os critérios
segundo os quais foram tomadas as decisões. Se aprovado, passamos para a etapa do
estudo de viabilidade técnica e econômica para determinação de metas e alternativas
preliminares. Segundo MENEZES (2000b) os elementos que influenciam na viabilização
de um empreendimento são de ordem econômica, financeira, técnica, administrativa,
legal, ambiental e contábil. Contudo, é necessário o desenvolvimento de um modelo
preliminar do projeto a ser executado, que poderá ser representado graficamente ou por
escrito, além de uma estimativa de custo e um cronograma físico preliminar e as
possíveis formas de financiamento.
30
A fase de concepção é a interpretação de um programa previamente estabelecido,
representado graficamente por desenhos técnicos, fotos, maquetes etc. A concepção se
inicia com os estudos preliminares e se aperfeiçoa com a etapa do anteprojeto através do
natural amadurecimento das idéias, podendo incluir orçamentos e cronogramas
estimativos que servirão de base para decisões posteriores (AsBEA, 2000).
Na fase de planejamento determinamos a quantidade e a qualidade dos recursos
materiais e humanos aplicados diretamente na obra, distribuímos as responsabilidades
pelas tarefas executivas, discriminamos todos os serviços de execução e cronogramas
físico-financeiro. Custo, tempo e qualidade é aqui entendido como obtenção de um
resultado que atenda as especificações estabelecidas. É uma fase em que as
informações são poucas, gerando um planejamento mais resumido com enfoque nas
atividades macros. No entanto, com o prosseguimento do projeto, mais informações são
obtidas, possibilitando um controle mais efetivo sobre o empreendimento.
Na fase de planejamento, informações da etapa anterior serão sistematizadas em
parâmetros de desenvolvimento do projeto para uma solução definitiva sobre a forma de
especificações, memoriais, e desenhos. Isto se principalmente com o
desenvolvimento das etapas dos projetos básico e executivo de todo o empreendimento.
Nestas etapas representamos graficamente todos os detalhes, informações,
especificações e memoriais. Além disso, é efetuado o planejamento da execução da
obra, abordando os aspectos fundamentais de prazo, recursos e custos (ASBEA,2000).
Durante a fase de execução, é transportado para a realidade do canteiro de obras
“o produto” do projeto. Esta fase é totalmente dependente da anterior, ou seja, é com
base no planejamento da obra que vai ser estabelecida à estrutura organizacional para o
gerenciamento do projeto, além da aquisição de recursos materiais (suprimentos) e de
mão-de-obra. É nesta fase, com base no planejamento, que são feitos os controles de
prazo, custo e qualidade, comparando-se o planejado com o realizado, objetivando um
desempenho técnico adequado da obra.
A finalização é a fase em que são colocados em operação e testados
equipamentos individuais ou sistemas envolvendo vários equipamentos. São, também,
encerrados todos os contratos assinados, ajustados e acertados todos os compromissos
financeiros envolvidos e elaborado um relatório final da execução do empreendimento.
Este relatório pode vir a realimentar os bancos de dados das empresas envolvidas,
acumulando experiências que serão reutilizadas em outros empreendimentos
semelhantes. Nesta etapa toda a documentação técnica deve ser organizada para
entrega ao cliente. Documentos relativos a execução do projeto devem ser atualizados e
mudanças de engenharia, laudos técnicos, especificações de equipamentos e
manutenção, devem ser atualizados e finalizados para entrega ao cliente.
31
3.2.3 A Integração dos participantes
O gerenciamento e coordenação do projeto da edificação, com todas as suas
disciplinas inicia com a interpretação das necessidades do cliente, a compatibilização
com os projetos complementares, o acompanhamento da obra e finalmente na ocupação
do ambiente construído. Após sua ocupação e durante todas as fases de sua execução
a avaliação dos resultados é uma atividade essencial para a retro-alimentação das
informações do projeto, a partir dos aspectos funcionais, construtivos, estéticos e
comportamentais. Os seus resultados permitem aprimorar o processo em toda sua
cadeia produtiva, rever diretrizes e procedimentos e a introdução de novas técnicas e
equipamentos (MELHADO, 1994 e AMORIM, 1995).
A produção do projeto e construção do empreendimento/edificação de um certo
porte caracteriza-se pela fragmentação em diversas especialidades/setores e pelo
intercâmbio das mais diversas informações. A fragmentação também é resultado de
intensa competição, uma vez que o número de profissionais especializados na indústria
da construção civil aumentou consideravelmente.
Na integração dos processos de um projeto o PMI (VARGAS, 2000) declara que
os processos de gerência de projetos se relacionam com a descrição e a organização do
trabalho do projeto e são divididos em cinco grupos, cada um deles contendo um ou mais
processos.
Processos de iniciação são ações voltadas para a verificação da real
necessidade e possibilidade de um projeto iniciar, além do comprometimento
em executá-lo;
Processos de planejamento são ações voltadas para o planejamento do
trabalho, de forma a atingir os objetivos do projeto;
Processos de Execução são ações voltadas para a concretização do
planejado, coordenando todos os recursos envolvidos no processo;
Processos de Controle – são ações voltadas para a verificação do avanço do
projeto, monitorando e avaliando o progresso e comparando-o com o
planejado. Caso o objetivo não esteja sendo atingido, será necessário tomar
ações corretivas;
Processos de Encerramento são ações voltadas para o encerramento da
fase ou projeto, formalizando sua aceitação junto aos devidos responsáveis.
Podemos observar que os cinco grupos de processos se interagem de forma que
a saída de um grupo torna-se a entrada do outro grupo subseqüente. No entanto, estes
processos podem se sobrepor e ocorrer mais de uma vez durante cada fase do projeto,
isto é, os grupos de processos ocorrem em todas as fases com diferentes intensidades.
32
A complexidade de projetar produtos, atualmente, não reside somente na
complexidade do artefato propriamente dito, mas, principalmente, na malha de parcerias
e consórcios que se estabelecem entre profissionais, clientes e fornecedores. Coordenar
uma equipe formada por diferentes especialistas e acelerar o processo tradicional de
projeto envolve atividades desgastantes e difíceis.
A execução do projeto e a construção do empreendimento/edificação de um certo
porte caracterizam-se pela fragmentação em diversas especialidades e pelo intercâmbio
das mais diversas informações entre os participantes do empreendimento. Os estudos
têm apontado para a desintegração das equipes como indicador de grande parte das
falhas da edificação durante a sua execução, falha essa decorrente, muitas vezes, de
problemas na etapa de concepção e planejamento do projeto (AMORIM, 1995,
SCHMITT, 1998).
As empresas, buscando redução de custos de produção, não podem ignorar a
importância do gerenciamento do projeto, pois as etapas de concepção e planejamento
do projeto representam custos relativamente baixos em relação às demais. A
documentação técnica das fases de concepção e planejamento consome cerca de 7% do
custo total do empreendimento, mas é onde se define de antemão 85% do custo da etapa
de execução/produção do empreendimento/edificação (AMORIM, 1995). É nesta etapa
ou fase que se tem uma maior chance de redução de custos das obras através de
análises das alternativas mais adequadas, bem como a análise da sua construtibilidade.
As características do projeto nesta etapa permitem assim que ações tomadas nestevel
reflitam numa maior integração entre os envolvidos e resultem em produtos de melhor
qualidade.
Conceitos como este, também podem ser verificados nos estudos de LA RIVA
(1995) onde o autor enfatiza que “uma metodologia que invista nos esforços no início do
processo e não no fim, encontrará melhores oportunidades para garantir qualidade tanto
no processo construtivo como no produto acabado (....) é fundamental a gestão de
projetos pois a fase de concepção e planejamento é determinante. Para tanto é
necessário estabelecer diretrizes para o desenvolvimento e controle dos projetos,
incluindo a coordenação e integração entre as diversas disciplinas”.
Na construção civil a responsabilidade geral pela execução cabe ao gerente do
empreendimento que, auxiliado por uma equipe de controle e acompanhamento, gerencia
o cumprimento das metas e objetivos em que a coordenação das diversas atividades é
requisito essencial da gerência. A Gerência de Projetos é definida por MENEZES
(2001c) como a aplicação de conhecimentos, habilidades e um conjunto de atividades
técnicas, administrativas e econômico-financeiras voltadas à implantação de
empreendimentos, coordenando de forma eficaz e eficiente os recursos de diferentes
33
tipos, como recursos humanos, materiais, financeiros, políticos e equipamentos, de forma
a alcançar ou superar os objetivos de custo, prazo, qualidade e escopo preestabelecidos.
De uma forma geral a coordenação de um projeto é responsabilidade de um
profissional centralizador do processo, capacitado para integrar os processos, traduzir os
anseios do empreendedor e coordenar a equipe de projetistas. A este profissional cabe
interagir em todos os subprojetos, visando a perfeita compatibilidade entre os mesmos e
possuir as seguintes características: ser engenheiro civil ou arquiteto; ter conhecimento
das técnicas de liderança; ter conhecimento sobre mercadologia; ter conhecimentos
técnicos e experiência nas áreas envolvidas - etapas de projetos, execução da obra,
cronograma de obras, custos; e ter conhecimento da normativa institucional - posturas
municipais, normas técnicas, legislação pertinente, regulamentos de concessionárias,
regulamentação dos fabricantes, procedimentos de avaliação de projetos (SEBRAE,
1995).
Cabe então a este profissional conciliar esse universo de competências diferentes
com ambientes de especialização técnica representados através de linguagens e
representações próprias. Cada equipe está concentrada em aspectos particulares do
projeto, tendo o gerente como ponto de reconciliação dos aspectos parciais para manter
a integridade e sintonia com o objetivo inicialmente tratado.
O mesmo é observado por MELHADO (1994) quando afirma que o
desenvolvimento do projeto deve ser baseado no trabalho gerado por uma equipe
multidisciplinar e coordenado de forma interativa por um profissional com adequada
experiência em projeto e execução. Mais adiante estas afirmações são incrementadas
por pesquisas realizadas por FABRICIO&MELHADO&GRILLO (2003) em que
apresentam este conceito ressaltando que:
“(...) a atividade de coordenar projetos envolve funções gerenciais (integrar e fomentar
a cooperação dos agentes envolvidos, segundo os requisitos do cliente) e funções
técnicas, relacionadas com a compatibilização tecnológica e construtiva das diversas
especialidades de projeto. Para tanto o coordenador de projeto é um agente central,
que deve apresentar simultaneamente capacidade de planejamento e liderança do
processo de projeto e conhecimento técnico de projeto e obra, a fim de coordenar
a tomada de decisões técnicas. FABRICIO&MELHADO&GRILLO (2003).”
Tais estudos são reforçados pelo relatório ANTAC (2002) que coloca “(...) em
empreendimentos muito complexos, haverá a necessidade de empregar um profissional
(ou organização) encarregado de coordenar o processo de projeto como um todo, que
deverá possuir competências predominantemente gerenciais”.
Para TEIXEIRA (2001) gerir um projeto, hoje, envolve uma gama muito mais
abrangente e diversificada de atividades do que no passado. Conseqüentemente, o
34
gestor precisa estar apto a perceber, refletir, decidir e agir em condições totalmente
diferentes das de antes. Isto implica em diferentes entradas em uma realidade complexa:
Interdisciplinaridade - os processos de negócio envolvem equipes de
diferentes áreas, perfis profissionais e linguagens;
Complexidade - as situações carregam um número cada vez maior de
variáveis;
Exigüidade - o processo decisório está espremido em períodos cada vez
mais curtos e os prazos de ação/reação são cada vez mais exíguos;
Multiculturalidade - o gestor está exposto a situações de trabalho com
elementos externos ao seu ambiente nativo e, por conseguinte, com outras
culturas: clientes, fornecedores, parceiros, terceiros, equipes de outras
unidades organizacionais;
Competitividade - o ambiente de mercado é cada vez mais competitivo, não
em relação aos competidores tradicionais, mas, principalmente, pelos
novos entrantes e produtos substitutos.
Neste contexto, os futuros e atuais profissionais devem atuar de forma mais ativa
e participativa promovendo ações/reações cada vez mais rápidas e mais precisas,
utilizando melhor as informações. Assim, a interação e coordenação de equipes em
plataforma web tornam-se possíveis e viáveis. As empresas teriam à sua disposição
novas formas de visualizar modelos de gestão de projetos para otimizar negócios ou
mesmo a criação de novas receitas ou diferenciais competitivos como resultado da
integração virtual de equipes de trabalho.
3.2.4 O projeto de arquitetura na construção civil
Na configuração do produto (edificação), o projeto de arquitetura constitui o
segmento inicial da engenharia, no qual se lançam as idéias básicas, destacando-se por
ser um instrumento indispensável à orientação de todos os envolvidos no seu
desenvolvimento. O resultado de seu desenvolvimento é um contínuo diálogo de
questões e soluções incrementadas à medida que o projeto avança e as necessidades
dos clientes e parceiros/intervenientes envolvidos em todo o processo de produção são
atendidas, segundo a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA,2000),
podem ser divididas em:
Concepção Inicia-se com os estudos preliminares. Consiste na
interpretação de um programa previamente estabelecido, representado
graficamente por desenhos técnicos, fotos e maquetes, entre outros meios,
definindo planejamento adotado.
35
Execução A partir da concepção são elaborados, em desenhos, os
componentes do projeto, possibilitando a construção de cada um deles e a
integração de cada parte com o todo. Esta etapa - representada
graficamente com todos os seus detalhes e demais informações,
especificações e memoriais - busca definir a edificação a ser implantada.
Coordenação A coordenação sobrepõe-se às etapas anteriores,
abrangendo todas as atividades multidisciplinares que o inerentes ao
projeto. Estas, por sua vez, podem ser elaboradas diretamente pela empresa
incorporadora do projeto ou por firmas especializadas, sob a forma de
subcontratação. Em quaisquer dessas hipóteses, porém, tais atividades
devem estar subordinadas à coordenação da incorporadora, como condição
absoluta para a boa solução das interferências surgidas.
A singularidade da construção civil induz a um volume considerável de
documentos gerados, distintos e específicos para cada produto gerado. Ao longo da sua
elaboração os desenhos são os meios de comunicação mais utilizados, servindo como
documentação técnica dessa linguagem entre profissionais, clientes e a obra.
No decorrer do processo, informações de várias naturezas o trocadas - desde
os estudos de viabilidade para definição do programa até a construção propriamente dita
ou mesmo a desativação do empreendimento, incluindo projetos intermediários de
atualização e expansões. Em nossa pesquisa consideramos como gestão da
documentação técnica o conjunto de etapas representado, em sua maioria, graficamente,
por desenhos digitais nas etapas descritas como concepção e planejamento do projeto
arquitetônico e dos projetos específicos. Segundo a AsBEA (2000) as etapas descritas
como concepção e planejamento do projeto arquitetônico se desenvolvem na seguinte
seqüência:
Definição do programa de necessidades: estudos de viabilidade baseados
no levantamento de informações e dados, com o objetivo de caracterizar o
produto, as condições pré-existentes e as restrições à elaboração do projeto;
Estudos preliminares: definição do produto e representação da configuração
inicial da edificação considerando os dados do levantamento inicial;
Anteprojeto: representação das informações técnicas para o detalhamento
da edificação e inter-relacionamento das demais atividades técnicas que
foram iniciadas a partir da aprovação do estudo preliminar. Os produtos
obtidos nesta fase devem ser suficientes para a elaboração de uma
estimativa de custos e de um cronograma para execução;
36
Projeto executivo: desenhos técnicos em escala conveniente, contendo
soluções, detalhes definitivos e informações de todos os projetos técnicos a
serem executados em obra. Inclui caderno de especificações com
informações complementares quanto às especificações técnicas e aos
detalhes dos materiais previstos em obra.
Cada um desses estágios passa a um outro patamar através da utilização dos
recursos tecnológicos. Com a evolução das TIs, o fluxo de informações se tornou muito
mais rápido. A colaboração, a participação e a integração dos profissionais das diversas
áreas que compõem o projeto tornam-se mais eficientes, uma vez que o planejamento, a
execução, o arquivamento e a posterior recuperação dos documentos de projeto são
facilitados pela utilização de gerenciadores de documentos em plataformas web.
3.2.5 Etapas do Projeto
Como vimos, cada etapa do processo de projeto é uma progressão, que se dirige
para soluções menos gerais e mais detalhadas que as da anterior. Tal detalhamento é
possível devido à integração de especialistas/profissionais de diferentes áreas com
atividades inter-relacionadas e dependência direta ou indireta em suas etapas, em que
cada etapa é parte do fluxo total do projeto, gerador de valor para a qualidade do produto.
Neste contexto, as atividades de projeto da edificação abrangem o desenvolvimento de
um conjunto de tarefas realizadas em diversos pequenos grupos que por sua natureza
tecnológica vêm especializando sistemas e profissionais em diversas disciplinas.
O processo de projeto, responsável pela etapa de concepção e planejamento do
produto/empreendimento, incorpora os documentos técnicos, classificados de acordo
com a informação a transmitir (etapas do projeto). Os desenhos e textos são as formas
mais comuns de se representar as informações. Ao longo de sua elaboração, eles são o
37
meio de comunicação mais utilizado, servindo como documentação da linguagem e
referencial entre profissionais (arquitetos, engenheiros), cliente e obra. As etapas e
atividades de projeto estão relacionadas aos principais especialistas no Anexo B.
Figura 1: Atividades /processos que se inserem nos projetos
Fonte: Adaptados de MENEZES, 2001; AsBEA 2000; JOBIM,1999
3.2.6 Integração dos Projetos Informatizados
A complexidade e o grande número de informações envolvidas em qualquer
projeto de construção e a falta de padronização têm feito com que o processo de
produção de um ambiente integrado seja mais difícil e complexo. A integração das
etapas do processo de trabalho é um dos meios de sobrepô-lo a falhas de comunicação
entre indivíduos. As maiores falhas são entre gerentes no escritório x canteiros de obras.
Melhor comunicação é a transmissão das informações do projeto para todos as pessoas
envolvidas. Ressaltamos ainda que a Integração das Informações é a habilidade de
dividir as informações ou parte delas entre diferentes atores e disciplinas (JOBIM et al.,
1999; SCHIMITT, 1998).
O sistema CAD como vimos serve como ferramenta de apoio ao desenvolvimento
do projeto nas etapas de concepção, análise, dimensionamento e representação. Os
desenhos produzidos com o auxílio deste sistema constituem importantes formas de
apoio ao projeto. Na aplicação direta sobre os desenhos a tecnologia CAD tem sido cada
vez mais utilizada para elaborar desenhos bi e tridimensionais para a representação de
projetos e modelos.
A necessidade de avanços tecnológicos no desenvolvimento de projetos que
utilizam sistemas CAD é tão vasta e diversificada quanto a própria diversidade de
conhecimentos envolvidos na atividade projetual. Os recentes avanços nos sistemas
orientados a objetos oferecem um modo de representar modelos mais eficientes. Muitos
dos problemas relativos a incompatibilidades e erros nas informações transmitidas podem
ser equacionados mediante a análise de um modelo tridimensional colocado como centro
de todos os intervenientes do projeto, de modo a ser acessado por todos eles.
Os projetos informatizados deparam-se, ainda, com dificuldades decorrentes da
falta de uma linguagem única e da ausência de padronização nas relações contratuais e
serviços. Somamos a isto o fato de que cada escritório, cada empresa, tem desenvolvido
critérios próprios de layers e apresentação dos documentos (SOARES, 1997 e NUNES et
al., 2001).
Falta ainda uma real integração entre todos, que permitirá agilizar o processo de
troca de informações e aumentar a confiabilidade desta troca. Visando homogeneizar o
conhecimento, a AsBEA (2000) está propondo, inicialmente, uma padronização de layers,
38
diretórios, arquivos, além da definição de responsabilidades entre todas as atividades de
projeto calcada nos modelos de normas Americanas/Canadenses (AIA, CSI, NBSI) e
Européias (ISO). Almeja em médio prazo transformar tais modelos em normas aprovadas
pela ABNT. Apesar de os arquivos, diretórios e nomenclaturas estarem passando por
uma padronização
4
, os reais benefícios do CAD e seu melhor aproveitamento nos
projetos de arquitetura ainda são tema de constantes debates. A padronização e
normatização da linguagem são colocadas como a evolução natural no desenvolvimento
informatizado dos projetos. São condições facilitadoras ao se adotarem sistemas de
gerenciamento de dados e informações, uma vez que ajudam na interação de
desenhos/projetos com outros programas de uso específico.
As novas tecnologias de tratamento de informações têm para si reservado um
importante papel, à medida em que são mais e mais utilizadas para solucionar problemas
específicos e cotidianos com os quais nos deparamos ao interagir com os imensos
repositórios de dados, assim como as redes de computadores e dispositivos que lhes dão
suporte.
3.3 Tecnologias de Informação no suporte projeto
3.3.1 Internet, Intranet e Extranet
As tecnologias NET (Internet, Intranet e Extranet) são responsáveis pela redução
de distância e tempo, que possibilita a criação um ambiente único de fácil acesso a partir
de qualquer computador conectado a Internet em qualquer parte do mundo. .
Num mundo conectado por redes, a informação deve estar disponível no exato
momento em que ela é necessária para alguém. A tecnologia web é o mais significativo
avanço na rede de comunicações permitindo que a informação esteja disponível no exato
momento em que ela é necessária para alguém. Seja a que horas for e onde quer que
ela esteja, podendo se ter acesso à informação sem precisar sair do escritório ou onde
estivermos para acompanhar o progresso de uma obra ou consultar as condições de
tempo por exemplo.
A internet é formada por um conjunto de redes de computadores interligados entre
si e que estão espalhados pelo mundo inteiro. Todos os serviços disponíveis na internet
são padronizados e utilizam o mesmo conjunto de protocolos de software aberto
(TCP/IP), de forma que os usuários a ela conectados possam usufruir serviços de
informação e comunicação, tendo sempre certeza de que eles são compatíveis. Segundo
CRUZ (2000) as principais modalidades da Internet (WWW- World Wide Web) são o
correio eletrônico e FTP (File Transfer Protocol) em que o documento “circula” sem sair
do lugar.
4
Ver www.asbea.org.br.
39
A intranet pode ser entendida como uma rede dentro da empresa que torna os
funcionários mais produtivos à medida que compartilham documentos e informações
corporativas, que são atualizadas cada vez mais rapidamente e com menos custos de
implantação e distribuição em relação aos antigos custos de procedimentos corporativos
no papel.
A extranet se entende quando as informações mapeadas diretamente pela
empresa são exportadas via Internet para clientes e parceiros. Do ponto de vista de
usuários de redes de comunicação, não se discutirá profundamente a diferença entre
Internet, intranet, extranet, deixando isto para analistas de sistemas. Podemos no entanto
imaginá-las como uma grande rede, em que seus recursos são baseatodas baseadas no
mesmo protocolo de comunicação TCP-IP.
As redes corporativas cliente-servidor são o principal suporte físico para as
funções de groupware que apresentamos adiante. Elas permitem o gerenciamento
integrado de atividades do projeto, através de informações que são digitadas ou
acrescentadas uma vez por uma única pessoa e visualizadas por várias mediante
perfis de usuários e conforme diferentes interesses. Permitem ainda que informações
sejam reutilizadas ou rastreadas podendo ser usadas como “modelo”, “sugestão” para
outro ou dentro de um mesmo projeto.
No que se refere a documentação digital o conceito chave é o compartilhamento
de arquivos digitais para substituir o não envio ou não entrega de documentos as
pessoas envolvidas na sua elaboração. Com as tecnologias de gerenciamento e controle
de documentações digitais - conhecidas como EDMS (Eletronic Document Management
System) podemos monitorar a evolução do documento através de um workflow adequado
às empresas e a seus parceiros (CRUZ, 2000).
3.3.2 Conceitos e classificação de CSCW e GROUPWARE
A adoção e disseminação de redes de computadores e de sistemas para
interação de grupos geraram novas perspectivas quanto à utilização das Tecnologias de
Informação no suporte ao trabalho de grupos e na integração de equipes. Essa nova
perspectiva é denominada Groupware, um conjunto de tecnologias colaborativas gerado
pelas pesquisas de CSCW -Computer Supported Collaborative Work (Trabalho
Cooperativo Auxiliado por Computador) - que enfatiza o aspecto humano e grupal na
interação com as máquinas.
Assim, a tecnologia gerada pelas pesquisas do CSCW hardware e software
constituem o Groupware que apóia e dinamiza o trabalho em grupo e é uma disciplina
aplicada à pesquisa para o estudo das técnicas e metodologias de trabalho em grupo e
das formas como a tecnologia pode auxiliar este trabalho. Essa tecnologia não elimina
40
outros tipos de comunicação, mas agrega um novo componente ao processo de
colaboração, uma vez que é um conjunto de produtos orientados especificamente para o
trabalho em grupo (VALLE & NAVEIRO, 1999; MOTTA, 1999).
As questões fundamentais de investigação em CSCW são a "percepção da
interação grupal, interfaces multi-usuários, controle de concorrência, comunicação e
coordenação da atividade grupal, espaços de informação compartilhados e o suporte a
um ambiente heterogêneo e aberto, capaz de integrar aplicações mono-usuário pré-
existentes”. O termo Groupware (GW), por sua vez, refere-se a um conjunto de métodos,
meios e ferramentas que permite a um grupo melhorar em três níveis: comunicação,
coordenação e cooperação, conforme afirma GALEGHER (1990).
Contribuíram para uma maior disseminação de Groupware as tecnologias
oriundas da idéia original de permitir às pessoas trabalharem umas com as outras, entre
elas as tecnologias de rede (tecnologias NET -Internet, intranet e extranet), sistemas de
banco de dados e sistemas de compartilhamento de documentos, responsáveis pelo
desenvolvimento de aplicações como gerenciadores de documentos e ferramentas para
recuperação de informações. Os componentes de CSCW se inter-relacionam por duas
áreas de pesquisa em CSCW: Ciência da Computação e Ciência Social (ver figura 2).
Figura 2:; CSCW, Quadro esquemático, áreas integradas dos componentes,
Fonte; Adaptada de MOTTA, 1999
41
Segundo CRUZ (2000) podemos considerar que uma das primeiras ferramentas
computacionais que auxiliaram a comunicação de pessoas foi o correio eletrônico, que,
atualmente, está se direcionando para a transmissão de voz e para o gerenciamento e
filtragem das múltiplas informações que os participantes de um grupo recebem. Embora
certas tecnologias tradicionais, como o telefone se qualifiquem como de groupware, o
termo é primordialmente usado nas pesquisas para se referir a uma classe específica
apoiada em tecnologias de rede.
O maior destaque para aplicação de groupware aos projetos reside no fato de que
essa aplicação agiliza e potencializa a comunicação, O principal fator de interação grupal,
e em conseqüência disso, facilita a solução de problemas, reduz tempo e economiza
custos. Entretanto para que esta interação seja real e produtiva devemos considerar que
a relação entre participantes de um grupo de trabalho não se restringe somente à
comunicação, portanto as pesquisas de sistemas que envolvem o trabalho cooperativo
não enfatizam as comunicações, mas sim as relações sociais de trabalho que nela se
geram. “O espírito de equipe é a alma do ambiente/trabalho cooperativo” (MOTTA, 1999).
Cooperar é acima de tudo um ato social e portanto requer todos os tipos de interação
humana, a fim de atingir objetivos concretos e comuns.(BRINK, 1998)
Figura 3: Groupware -Classificação de tempo e espaço
Fonte : BRINK, 1998
42
Diversas tentativas de classificação de groupware têm sido propostas. Um
groupware pode ser concebido para auxiliar a interação face-a-face ou a um grupo que
está distribuído em diversos locais. Além disso, pode ser concebido com a finalidade de
ampliar a comunicação e a colaboração nas interações síncronas ou assíncronas. Estas
considerações, de tempo e espaço (figura 3) sugerem quatro categorias de groupware
(BRINK, 1998): mesmo tempo e local (salas de reuniões eletrônicas); mesmo tempo e
locais diferentes (editor colaborativo); tempos diferentes e mesmo local (quadro de
avisos) ou tempos diferentes e locais diferentes (correio eletrônico).
3.3.3 Aplicações GROUPWARE (GW)
Entre as aplicações destacamos algumas das tecnologias que contribuem
diretamente para as etapas dos projetos em equipe.
Correio Eletrônico (e-mail): é a aplicação assíncrona de groupware mais comum
(deixando de lado o tradicional telefone). Através dele podem ser trocadas mensagens
entre duas ou mais pessoas, ou entre grupos, através de reenvio de mensagens, criação
de mala direta e inclusão de arquivos em mensagens. Atualmente conta ainda com a
transmissão de voz (correio de voz);
Fóruns e Lista de Discussão: assemelham-se a sistemas de e-mail, mas servem
melhor à comunicação entre grandes grupos de pessoas em vez da comunicação entre
apenas duas. A grande diferença entre fóruns e listas de discussão é que fóruns mantêm
as mensagens agrupadas e estruturadas conforme o andamento da discussão ou tema
de forma ordenada e apenas enviam mensagens para um usuário quando elas são
explicitamente solicitadas (serviço sob demanda), enquanto listas de discussão entregam
e enviam mensagens à medida em que estas se tornam disponíveis.
Calendários Compartilhados: permitem agendamento, gerenciamento de projetos
e coordenação entre várias pessoas e podem prover suporte para o agendamento de
equipamentos também.
Editores de Textos Colaborativos: são processadores de textos que oferecem
suporte síncrono ou assíncrono mostrando autoria e permitindo que usuários
acompanhem mudanças e façam anotações nos documentos. O suporte síncrono
permite que autores vejam as mudanças na medida em que elas acontecem.
Quadro de Aviso Compartilhado: oferece suporte síncrono e assíncrono, permite
que duas ou mais pessoas vejam e escrevam em uma superfície de desenho
compartilhada. Pode também indicar onde cada pessoa está desenhando, através de
recursos diversos como apontadores coloridos.
43
Teleconferências (Vídeo Comunicação): suporte síncrono, permite chamadas two-
way ou multi-way chamando deos ao vivo como um sistema telefônico com um
componente visual adicional. Permite a vários membros de um grupo realizar uma
discussão “face a face” através de uma rede de computadores, em tempo real
independente de cada local onde eles se encontrem.
Sala de Reunião (Chat): suporte síncrono, permite que várias pessoas escrevam,
simultaneamente, mensagens em um espaço público, usualmente em texto corrido. O
acesso à sala de reunião pode ser aberto aos membros do grupo ou a um determinado
grupo específico.
Editores de Suporte à Decisão: suporte síncrono e assíncrono, facilita a tomada
de decisão em grupo. Disponibiliza ferramentas para tomada de decisão por meio de
idéias, ponderações e probabilidades em eventos e alternativas e votação. Tipo de
aplicação que integra características para a resolução de problemas e a conseqüente
estruturação da solução através da dinâmica de argumentação e validação.
Autores como MOTTA & BORGES (2000) e CRUZ (2000) destacam além dos
itens apresentados, os sistemas de workflown, hipertextos e banco de dados como
aplicações relacionadas ao desenvolvimento de groupware.
Workflow: conjunto de atividades que pode ou não ser executado
simultaneamente, com alguma especificação de controle e fluxo de dados entre estas
atividades. Sistemas de Workflow permitem também o desenvolvimento de formulários e
fornecem suporte para diferentes funções e privilégios. Um conceito importante
associado ao workflow é o de digitalização. Quando o documento é digital, ele ganha
capacidade de ser distribuído instantaneamente, bem como ser compartilhado entre
equipes de diversas maneiras sem sair do servidor, através de redes corporativas cliente-
servidor ligadas à Internet.
Hipertexto: sistema para relacionar documentos-textos. A Web é um grande
exemplo de hipertexto. Alguns sistemas de hipertexto incluem características para
visualizar quem mais visitou uma determinada página ou link, ou mesmo ver o quanto um
site tem sido consultado, fornecendo aos usuários o conhecimento do que as pessoas
estão fazendo no sistema; os hipertextos (base para a hipermídia) são documentos
interconectados de um modo complexo que não é convenientemente representado no
papel. Além dos documentos, temos também os recursos multimídia, que são animações,
áudio, imagens entre outros.
Banco de dados: O uso de tecnologia de banco de dados é muito importante,
principalmente, como forma de armazenar a base de conhecimento necessária no
44
compartilhamento dos documentos. Além disso, pode propiciar o armazenamento de
dados para possibilitar as estruturas virtuais.
As aplicações descritas anteriormente estão organizadas em grupos de sistemas
que segundo BRINK (1998) e CRUZ (2000) não se classificam somente com relação a
tempo e espaço. As tecnologias ou aplicações cooperativas são apresentadas pelos
autores segundo uma classificação de GW que inclui o suporte ao número/tamanho do
grupo de participantes e questões quanto à funcionalidade das aplicações em que o autor
classifica as aplicações anteriores em sistemas distintos, como:
Sistemas de Mensagens (SM): sistemas que suportam trocas assíncronas
de mensagens textuais entre grupos de usuários; por exemplo e-mails
(acompanhados ou não de classificação automática de mensagens) e listas
de discussão;
Editores Cooperativos (EC) ou Sistemas de co-autoria: permitem a
composição e edição conjunta de um objeto, pressupondo uma área de
trabalho comum e uma visualização conjunta;
Sistemas de Coordenação (SC): sistemas que gerenciam tarefas complexas
e interrelacionadas e as informações por elas geradas e utilizadas, por
exemplo workflown;
Sistemas de Suporte à Decisão (SSD): sistemas interativos que facilitam a
solução de problemas por um grupo de pessoas, auxiliando na tomada de
decisão através da estruturação e captura do raciocínio e argumentação
gerados durante as reuniões do grupo;
Sistemas de Suporte a Reuniões Eletrônicas: oferecem ambientes para
apoio de reuniões presenciais com várias estações em rede, uso de telões e
de equipamentos de áudio e vídeo, proporcionando a geração automática de
uma memória da reunião, comunicação paralela entre os membros do grupo
e facilitando o planejamento das reuniões seguintes com base nas tarefas
acertadas;
Sistemas de Conferências: suportam conferências assíncronas, síncronas
ou teleconferências.
Sistemas de Compartilhamento de Dados/Informações (DBMS- Data Base
Management System): tecnologias colaborativas que suportam trocas e
armazenamento de documentos e informações, em que encontramos
aplicações como: gerenciadores de documentos, produtos para recuperação
das informações, sistemas de gerenciamento de banco de dados.
Redes Internet, Intranet e Extranet: redes corporativas de comunicação
45
Se observarmos a comunidade de usuários de computação em geral, veremos
que os recursos dos fóruns e listas de discussão, assim como a disponibilização de
textos na web e o uso de links para remeter o interlocutor a informações relevantes são
amplamente utilizados. Se visitarmos os sites dos principais fabricantes de softwares
veremos que eles incentivam, através desses recursos, a troca de informações entre os
usuários que também se nutrem de informações através dessas trocas. A comunidade
acadêmica também começa a se apropriar desses recursos. A troca de informações entre
iguais como forma de aprendizagem é potencializada pela rede de computadores e deve
ser formalizada como instrumento da escola, como alternativa ou complementação ao
ensino tradicional.
MOTTA (1999) ressalta que a necessidade de compartilhar a informação e
garantir o acesso a elas por todos os membros da equipe é uma preocupação real. O
crescente fluxo de informação entre os membros da equipe pode levar a uma sobrecarga
de informação, prejudicando a comunicação entre os mesmos e o andamento do projeto.
“(...) O espírito de equipe é a alma do nosso ambiente. Procuramos apoiar
equipes, cujos membros tenham um objetivo em comum e que para alcançá-
lo necessitem trabalhar de forma cooperativa. Desta forma, para que a meta
seja atingida é preciso haver um compromisso entre os membros de
cooperar, divulgando e compartilhando informações importantes ou
relevantes para a equipe. É preciso que todos os integrantes se sintam
motivados para participar e que os resultados tragam retorno para o grupo
como um todo e não apenas a parte de seus integrantes (MOTTA, 1999)”
Cada tecnologia possui uma forma de expressão, e somente com o conhecimento
e com o aproveitamento da especificidade técnica, expressiva de cada meio, se pode
pensar em uma adequada utilização. Integra-se a estas tecnologias para sua adequada
utilização fatores humanos relacionados à cultura de colaboração habilidades e
treinamento dos participantes. Cooperar pode ser considerado também como um acordo
onde todos se comprometem a trabalhar para atingir um objetivo comum. Por este
motivo, o projeto de um ambiente de suporte ao trabalho colaborativo pode, em muito, ser
baseado nas observações das características de pessoas trabalhando e colaborando
juntas em um ambiente convencional (CRUZ, 2000). Logo, de fato a necessidade de
criar mecanismos que auxiliem a equipe não a melhorar a comunicação entre seus
membros, como também a gerenciá-la e filtrá-la sempre que necessário.
46
3.3.4 O uso de novas tecnologias na sala de aula
Dentre os aspectos levantados, pode-se inferir que os sistemas de mensagens,
quadros de avisos e conferência síncrona e assíncrona são muito utilizados pelos
professores e alunos para esclarecer dúvidas, enviar e receber tarefas, trabalhos e
avisos.
os sistemas de co-autoria são usados por grupos de alunos, para desenvolver
um trabalho em conjunto. O compartilhamento do objeto em desenvolvimento é
importante para permitir a equalização da participação dos membros do grupo sobre o
trabalho. Assim, mesmo que ocorra uma divisão de tarefas, os alunos podem participar
das tarefas dos outros, fazendo comentários e interagindo constantemente.
A intervenção do professor, considerando a utilização destes recursos, pode
ocorrer de modo a fornecer pistas e questionar posições e estratégias, promovendo
perspectivas de uma análise mais crítica por parte dos alunos sobre a situação.
O ensino a distância ganhou uma nova força com o aparecimento dos groupware.
Entretanto, o insucesso de muitos desses é o fato de oferecerem suporte a execução de
apenas uma tarefa, não apoiando outras funções necessárias ao aprendizado
colaborativo como, por exemplo, a atividade cognitiva, o suporte individual, o apoio ao
professor no acompanhamento das atividades dos alunos, o registro da evolução das
atividades, etc.
Na busca para incluir em sua atuação as novas tecnologias, as escolas procuram
adaptar-se a estas mudanças na formação de profissionais em sintonia com a dinâmica
do processo de conhecimento (demanda do mercado). No entanto, como processo de
aprendizagem e avaliação, LIGUORI (1995) ressalta que, mesmo com a utilização dos
computadores e demais meios de aprendizagem, a melhoria do ensino está ligada à
melhoria do processo didático e das condições socio-econômicas. Para obtermos tais
melhorias o são necessárias apenas as aplicadas a tecnologias computacionais, mas
também melhorias das atividades, dos objetivos, do ambiente de trabalho, do papel do
professor, o estilo de aprendizagem do aluno e da cultura (LIGUORI, 1995).
Os computadores associados à rede Intranet e Internet podem ser usados, de
uma forma geral, para mediar comunicações, trazer novas fontes de informação,
providenciar armazenamento dos produtos de trabalho da equipe apoiando a construção
do conhecimento e a criação de representações que permitam aos alunos gerar modelos
para sua compreensão compartilhada de novos conceitos. (KOSCHMANN, 1996).
47
3.4 O impacto das novas tecnologias no setor de AEC
3.4.1 Novas tecnologias no setor de AEC
Na Era da Informação não é o tamanho de uma organização que conta, mas o
seu alcance, isto é, sua habilidade de criar produtos e serviços para consumos
específicos. A Era da Informação propiciou a segmentação mundial dos mercados e o
deslocamento em direção às redes integradas e aos padrões globais.
O gerenciamento de projetos pela Web como plataforma de trabalho síncrono e
assíncrono é uma possibilidade real para equipes de desenvolvimento trabalhando
coordenadamente, interagindo online (Internet, Intranet e Extranet) e compartilhando as
informações disponíveis com todos participantes do projeto, uma vez que os sistemas
estão mais confiáveis, as conexões mais rápidas e os preços em queda.
O contato em tempo real com fornecedores para coleta de preços, especificações,
levantamento de material, busca por profissionais, dentre outros recursos, são também
possibilidades reais capazes de trazer novos modelos gerenciais nos esforços para
novos caminhos do setor.
Tecnologias como groupware assim como sistemas de suporte a gestão do
conhecimento e sistemas de suporte a decisão em grupo, em plataformas web, podem
ser usadas para prover as equipes e a gerência de ferramentas computacionais para
atingir melhorias quanto à eficiência e produtividade e encontrar novos caminhos e
posturas gerenciais contemporâneas para o setor de AEC.
Observamos cada vez mais a incorporação de recursos que buscam a integração
destes sistemas com ferramentas de comunicação, a fim de possibilitar o
estabelecimento de formas de gestão colaborativa dos projetos cada vez mais eficientes.
No passado era muito difícil coordenar e sincronizar tarefas a distância. Os meios
de comunicação permitiam que poucas informações fossem transmitidas de um ponto
ao outro. Em geral, era necessário que essas informações fossem enviadas fisicamente.
Para emitir uma determinada informação a um grupo de pessoas, tínhamos que enviar
um fax ou dar um telefonema a cada uma delas individualmente. Além disso, tomar
decisões sempre requeria reuniões face-a-face. Ao longo das atividades de cooperação,
a troca de informações conduz os participantes a discutir as representações do produto a
fim de convergir para decisões aceitáveis, em que o processo argumentativo acontece
pela troca de informação verbal, textual, e visualização do desenho/modelo.
Atualmente, estas atividades essencialmente feitas em reuniões face a face
tendem a ser suportadas cada vez mais por ambientes cooperativos do projeto. A rapidez
da evolução da informática na área de projetos não permitiu, que nos adequássemos
48
corretamente às suas potencialidades. Muitos ainda usam o computador e os programas
gráficos apenas como instrumentos de desenho, e não como uma ferramenta para
integração e compatibilização das diversas especialidades de um projeto.
Em relação ao impacto causado pelas novas tecnologias, pode-se citar como
exemplo a nova lógica de trabalho trazida pela difusão da internet, que como vimos
anteriormente permite que informações sejam compartilhadas praticamente em tempo
real e a distância. Devido a isso, a interação e coordenação de grupos maiores
tornaram-se possíveis e cada vez mais viáveis. As empresas passaram a visualizar
novos modelos para otimizar negócios ou mesmo para criar novas receitas ou
diferenciais competitivos.
Maior produtividade determina uma posição mais competitiva do profissional em
relação ao mercado, e a utilização de recursos tecnológicos incorporando novas
tecnologias comunicativas e meios interativos dos ambientes de trabalho colaborativos na
organização contribuem neste sentido, agilizando potencialmente todo o setor de
projetos. Desta forma os avanços tecnológicos vêm gradativamente sendo incorporados
à indústria da construção civil como meios para se obter maior produtividade e qualidade,
porém existem vários obstáculos que impedem que o uso desta tecnologia se estabeleça
no setor.
De uma forma geral, as empresas deparam-se com a qualidade dos serviços de
suporte à rede Internet ainda não necessariamente distribuídos de forma satisfatória
entre os integrantes de um grupo quando em locais dispersos (ou diferentes),
dificuldades para consolidarem a prática de uma cultura organizacional no
desenvolvimento de projetos informatizados e a falta de conscientização de todos os
agentes envolvidos da necessidade de criação de uma cultura da “colaboração”. Além
das incertezas quanto à capacidade das ferramentas Internet produzirem um nível de
interatividade adequado aos participantes.
Nascimento & Santos (2002) analisam o uso das Tecnologias de Informação na
Construção Civil e reconhecem que, apesar das inúmeras barreiras, sua aplicação é
extremamente recompensadora e por isso é um objetivo com valor em potencial para que
esforços continuem a ser feitos no sentido de ultrapassá-las. Como impedimento para o
projeto integrado, os autores destacam questões como a não existência de uma visão do
uso estratégico da TI pelos profissionais do setor, a falta de padronização na
comunicação, dificuldades quanto ao desenvolvimento de padrões de interoperabilidade
para indústria da construção e a falta de investimento e treinamento adequado na
implantação de novas tecnologias, além das incertezas sobre a segurança dos dados
(intrusão, violação, vírus) e a necessidade de conexões mais rápidas que nem sempre
são acessíveis a todos os participantes (disponibilidades e custos).
49
Vale acrescentar que, apesar dos obstáculos a serem ultrapassados, a ciência da
tecnologia de informação é destaque entre as diretrizes apresentadas como prioridade
pela ANTAC no estabelecimento de um cenário futuro que tem como objetivo principal
estabelecer prioridades estratégicas para as ações de fomento à ciência, tecnologia e
inovação na área de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC, 2002).
A área da Tecnologia do Ambiente Construído é entendida como uma área do
conhecimento relacionada à concepção, projeto, produção, operação, manutenção,
demolição e reciclagem ou reutilização de edificações e do seu entorno imediato. É
portanto, uma área de caráter multidisciplinar, na qual atuam principalmente profissionais
com formação em construção civil e arquitetura (ANTAC, 2002).
Em pesquisa sobre a construção civil norte- americana SOILBELMAN & CALDAS
(2000) relatam que os avanços nas áreas de comunicação, computação distribuída,
multimídia e integração de sistemas têm criado novas alternativas para o gerenciamento
de projetos. As empresas vêm adotando algumas destas tecnologias para promover a
troca de informação entre as organizações envolvidas na execução de um
empreendimento, possibilitando o gerenciamento de projetos de forma mais distribuída.
Dentre as tecnologias, uma que vem rapidamente ganhando novos adeptos é definida
pelos autores como Extranet, uma rede de computadores que usa a tecnologia da
Internet para conectar empresas com seus fornecedores, parceiros e outras empresas
que compartilham objetivos comuns.
Os problemas da identificação e ponderação dos custos e benefícios da
implantação da Tecnologia da Informação nas empresas não o novos e nem restritos
ao setor de construção. Entretanto, este problema é mais acentuado na indústria da
construção, em virtude das particularidades deste setor (ANDRESEN et al, 2000).
Com o objetivo de avaliar o impacto da aplicação da Tecnologia da Informação na
indústria da construção civil, RIVARD (2000) realizou uma pesquisa no setor de AEC do
Canadá. Durante a pesquisa, identificou como benefícios alcançados pela adoção das TI
uma melhora na qualidade dos documentos, do controle financeiro e das comunicações;
uma maior velocidade de trabalho e uma diminuição do número de enganos na
documentação. Como reflexão para o futuro, o autor aponta algumas das necessidades
do setor, indicando dois caminhos para futuras pesquisas: a integração de projeto e
construção por computador facilitando o compartilhamento de dados e a comunicação
entre empresas, e o desenvolvimento de ferramentas de projeto que permitam o trabalho
simultâneo dos projetistas e os apóiem nas fases conceituais do projeto.
A questão envolve, ainda, o estudo das informações acumuladas pelos diferentes
projetos, onde o uso de tecnologias de apoio ao projeto e de sistemas CAD - que antes
poderia ser considerado uma posição de marketing - tomou posições e proporções
50
significativas na avaliação das empresas no mercado. A busca de ferramentas
computacionais e métodos de trabalho para a revolução que está ocorrendo no mercado
desafia-nos a promover uma formação permanente de competências na realidade
pessoal e profissional.
Entretanto, as ferramentas computacionais tais como sistemas CAD têm
proporcionado pequeno apoio a uma maior integração entre as informações e os dados
do projeto. Problemas entre disciplinas foram indicados em pesquisa realizada nos
escritórios de projeto de arquitetura do Rio de Janeiro, nos quais constatamos que
grande parte dos usuários não explora o potencial integrador das ferramentas para
melhorar a eficiência dos processos (NUNES,1997 e CHAPUIS, 1995).
Verificamos, então, que dificuldades quanto a uma maior integração de dados e
informações ao longo do processo o uma característica universal, descrita por aqueles
autores que verificam dificuldades similares em outros contextos considerados
avançados. O’BRIEN (2000) observa que uma das tarefas mais difíceis na fase do
projeto é resolver conflitos que ocorrem no momento das soluções criadas pelas
diferentes espécies de profissionais que cooperam no projeto. Para que haja
comunicação entre os participantes do processo é importante que ocorra a transmissão
das informações do projeto a todas as pessoas envolvidas.
Em seu Programa de Qualidade e Produtividade o SEBRAE (1995) busca
conscientizar técnicos e empresários do setor de construção a investirem em
metodologias para construir melhor com menos custo. Como forma de criar condições
objetivas para que isso ocorra, a necessidade de se minimizar conflitos oriundos dos
projetos. Tais conflitos são as principais causas das soluções improvisadas na obra, que
aumentam consideravelmente os custos. Vale ressaltar que a compatibilidade entre os
subprojetos é perfeitamente factível, desde que haja conscientização, por parte do
incorporador ou proprietário, quanto às vantagens e necessidades de sua realização.
Além disso, a preocupação com a gestão do conhecimento e com outros
elementos mais sutis presentes no gerenciamento de projetos, como a rastreabilidade
dos dados e informações, a definição de processos de trabalho e a memória
organizacional. Eles são exigidos não pelas novas tecnologias, mas, principalmente,
por dois organismos reconhecidos e aceitos mundialmente, a ISO (International
Standards Organization) e o PMI (Project Management Institute), citados
anteriormente. Como vimos, o crescente movimento de certificação, onde se destaca o
PBQP-H, tem levado a maiores exigências de documentação e padronização de
procedimentos. Para fazer face a tais exigências, é preciso que haja sistemas de
gerenciamento mais eficientes e seguros.
51
Segundo TEIXEIRA(1997), para melhorias na gestão de ambiente de negócios
atual, alguns fatores são fundamentais. Inovação, qualidade, agilidade e atenção ao
cliente estão, com certeza, entre os principais. “Na Administração, estamos na era da
ênfase no talento dos indivíduos e na sinergia do trabalho em equipe “(...) É preciso dar
condições às pessoas em posição de responsabilidade pela gestão dos processos, para
que elas possam atingir seus objetivos organizacionais”. Essas condições abrangem,
segundo o autor:
Estratégia e transformação organizacional - trabalhando a capacidade de
visão prospectiva e sistêmica, através de um pensamento total da
organização;
Arquitetura organizacional e orientação a processos - revendo sempre as
estruturas mais adequadas como meio para a excelência nos processos de
negócio;
Aprendizado organizacional - desenvolvendo as habilidades necessárias
para o aprendizado coletivo permanente;
Processo de decisão - repensando os fatores envolvidos na tomada de
decisão e os estilos gerenciais;
Qualidade e Marketing - atentando para as expectativas e a percepção dos
clientes, internos e externos, quanto aos produtos e serviços oferecidos;
Gestão de Projetos - otimizando a utilização dos recursos e do tempo;
Controle orçamentário - entendendo e acompanhando o valor financeiro
agregado em cada operação para os resultados da organização;
Cultura organizacional - tomando consciência e repensando os valores e
práticas adquiridas e/ou inerentes às pessoas que trabalham na
organização;
Qualidade de vida - revendo o papel do indivíduo e seu espaço de realização
através do trabalho, buscando a harmonia de objetivos entre a pessoa, a
equipe e a organização.
Devemos acrescentar a esse contexto o aumento da necessidade e do interesse
pelo trabalho cooperativo CSCW o qual motivou a pesquisa e o desenvolvimento de
Groupware. Este campo de estudo não se restringe a tópicos como "cooperação" ou
"trabalho", mas abrange também competitividade, socialização e participação. Envolve
qualquer interessado no projeto de software e comportamentos sociais e organizacionais,
incluindo pessoas do próprio negócio, cientistas da computação, psicólogos
organizacionais, pesquisadores da comunicação e antropólogos. Abrange ainda o
entendimento de grupos e de como as pessoas se comportam em grupos. Também
52
envolve um bom entendimento de tecnologias de rede e de como os aspectos desta
tecnologia afetam a experiência do usuário. Todos os tópicos de projeto de interface do
usuário também são ainda relevantes. Sabemos, no entanto, que um sistema desse tipo
não é bem sucedido a menos que a maioria ou todo o grupo-alvo esteja motivado para
adotá-lo. E, em oposição, um sistema tradicional pode ser bem sucedido mesmo que
apenas uma fração do público-alvo o adote.
BOYLE (1997) prevê que o impacto da utilização de novas tecnologias de
informação se traduzirá em sistemas em que a entrada de dados do projeto se dará de
forma única e sem retrabalho, na eliminação de documentos em papel, substituídos por
documentos eletrônicos e em catálogos virtuais de produtos acessíveis de modo
instantâneo pela internet.
Não dúvida de que o projeto é o momento no qual se deflagra o processo de
inovação numa indústria. Na verdade, é desde a fase inicial de concepção que buscamos
novas soluções para chegarmos a um produto que atenda a um mercado cada vez mais
diversificado e dinâmico. Mais que isso, o projeto assume, hoje, em suas formas
inovadoras de aprendizado coletivo, a função de difundir inovações e melhorias por toda
a empresa e grupos de trabalho.
3.4.2 A Evolução das atividades do projetar
Enquanto Tecnologias da Informação vêm mudando a forma como as pessoas
trocam informações e documentos, Tecnologias CAD estão alterando a maneira de gerar
os desenhos/documentos. A aliança de Tecnologias CAD e de Tecnologia de Informação
aproxima os profissionais e facilita a troca de informações com fornecedores,
engenheiros, profissionais de marketing e empreendedores, ou seja, com toda a cadeia
produtiva.
Podemos considerar, de maneira geral, que a Tecnologia CAD se relaciona de
forma mais estreita com o desenvolvimento das atividades de projeto, isto é, com as
tarefas empreendidas pelos projetistas ao longo do processo de concepção e
especificação das características de uma edificação. Tal relação é possibilitada pela
incorporação dos aspectos específicos da linguagem gráfica. A Tecnologia da
Informação, por sua vez, pode ser vista como uma ferramenta de apoio ao
gerenciamento do processo de projeto, possibilitando, através dos mais variados
recursos de comunicação, uma maior integração das atividades desenvolvidas na
progressão do projeto (NAVEIRO et al., 1997). Representa, assim, uma evolução da
atividade de projetar, por permitir que os profissionais se comuniquem e colaborem,
gerenciando processos de trabalho e fazendo negócios em tempo real.
53
A singularidade da construção civil induz a um volume considerável de
documentos gerados, distintos e específicos para cada etapa de progressão de um
projeto. Na configuração do produto (edificação), o projeto de arquitetura constitui a
disciplina inicial da engenharia, na qual se lançam as idéias básicas. O projeto de
arquitetura destaca-se por ser um instrumento indispensável à orientação de todos os
envolvidos no seu desenvolvimento. Ao longo da sua elaboração os desenhos são os
meios de comunicação mais utilizados, servindo como documentação técnica dessa
linguagem entre as disciplinas complementares, clientes e a obra. O seu
desenvolvimento é um processo de transformação da informação, sendo um dialogo
contínuo entre questões e soluções que é incrementado à medida que o projeto avança e
as necessidades dos clientes e parceiros são atendidas.
Essas atividades inter-disciplinares estão subordinadas a uma coordenação, para
a manutenção da unidade e da qualidade necessárias a um projeto de edificação e à
completa integração das partes no canteiro de obras. Acrescentamos à sua execução as
atividades de compatibilização dos projetos, tarefa que cabe a profissionais específicos e
é feita através da verificação de todos os documentos técnicos, visando à perfeita
compatibilização entre os mesmos. Em outras palavras, trata-se de eliminar ou minimizar
os conflitos entre os projetos inerentes a determinada obra, simplificando a execução e
otimizando a utilização de materiais e da mão-de-obra, bem como a subseqüente
manutenção.(SEBRAE, 1995).
A coordenação pressupõe, além da compatibilização do projeto arquitetônico com
os demais a ele complementares, a análise de alternativas de projeto, a definição em
conjunto ou não com o cliente (contratante) para os diversos especialistas envolvidos,
visando a obtenção de um conjunto harmônico de projetos que atendam a requisitos
programáticos, técnicos e financeiros do cliente/contratante (AsBEA,2000). Além das
atividades de coordenação, o gerenciamento de projetos pressupões a gestão técnica e
administrativa dos serviços envolvidos na elaboração do conjunto de projetos da
edificação.
Além das etapas descritas, existem outras atividades correlatas ao projeto de
arquitetura da edificação que, embora não fazendo parte do mesmo, representam níveis
de confiabilidade maiores quanto à boa execução do projeto, como, por exemplo, o
acompanhamento pela empresa de arquitetura, da implantação do projeto diretamente na
obra e o gerenciamento de obra responsável pela supervisão efetiva dos aspectos
técnicos e econômicos do desenvolvimento de uma obra.
A evolução do processo documental dessas atividades de papel para os meios
digitais vem modificando o conceito de original/cópia. A transmissão de arquivos digitais
eliminou o uso de disquetes e aumentou a produtividade de equipes que interagem em
54
locais distintos e em tempos distintos. Em levantamento realizado em escritórios de
arquitetura do Rio de Janeiro NUNES (1997) constata que os profissionais ainda
preferem ler/visualizar o documento em papel em vez de ler/conferir na tela, o que
demonstra que isto não irá eliminar, no momento, a cópia em papel nas empresas. No
entanto, todos estão conscientes que cópias de documentos em desenvolvimento
tornam-se obsoletas quase que imediatamente, pois qualquer alteração necessária deve
ser incorporada aos documentos digitais para que sistemas de controle registrem as
ultimas versões aprovadas ou em andamento.
Frente a estas realidades, O’BRIEN (2000) tem buscado o conceito do CIC-
Computer Integrate Construction (Construção Integrada Pelo Computador)- como
mudança desta realidade. Esse conceito consiste na estratégia de ligar tecnologias
(existentes e em desenvolvimento) e pessoas com o objetivo de
otimizar/facilitar/alavancar as fases do projeto, assim como funções de apoio. Para o
autor a Construção Integrada por Computador - CIC - pode ser definida como um
processo que une participantes de um projeto numa equipe colaborativa ao longo de todo
o ciclo de vida do projeto e por todas as suas fases. Cada membro da equipe deve estar
apto a compartilhar dados com outros membros da mesma equipe com certa freqüência.
O autor coloca também a redução do tempo requerido para a execução do projeto sem
prejuízo da qualidade final do mesmo, com conseqüente redução do seu custo, como
uma primeira vantagem da CIC. O autor ressalta ainda que essas representações devem
suportar as diferentes visões de vários profissionais e permitir que alterações e
atualizações por profissionais das mais diversas disciplinas sejam automaticamente
comunicadas e detectadas por cada disciplina do projeto.
Para que isto seja real os sistemas devem ainda apresentar recursos que agilizem
as alterações dos projetos. Com comunicações imediatas, os participantes poderiam ver
e sentir o impacto de sua alteração. Os dados e decisões específicas não poderiam ser
alterados pela comunidade de participantes, mas sim por aqueles aptos a tomar decisões
concernentes às alterações sugeridas ou aprovadas. Estes processos têm ainda que
obedecer a uma padronização necessária e possuir uma linguagem adequada para que
todos os participantes possam relatar suas experiências aos demais de forma precisa,
concisa e limpa. Os processos usuais em muitos casos utilizam diferentes sistemas em
cada fase, e os arquivos são transportados ou transcodificados de um sistema para outro
neste caso, não existindo uma lógica entre as fases do projeto.
Com uma maior integração de ferramentas para o gerenciamento de documentos
e de sistemas CAD passamos a dar mais um passo no desenvolvimento dos projetos
informatizados que parecem estar sempre em mutação. Entretanto, grande parte dos
usuários não explora o potencial integrador da ferramenta CAD como elemento de auxilio
55
ao gerenciamento do projeto (NUNES,1997). Sua utilização otimizada pode contribuir
para a melhoria da eficiência da atividade projetual e para transformar o projeto de
seqüencial em simultâneo. Questões quanto ao desenvolvimento informatizado dos
projetos e quanto à otimização das etapas de projeto e a integração do processo projetivo
estão presentes desde a implantação dos primeiros sistemas informatizados.
É preciso, ainda, alterar a cultura da empresa, a fim de possibilitar a realização de
transformações bem sucedidas. As mudanças devem estar ancoradas em uma cultura
que valorize e recompense a criação e o compartilhamento de conhecimento.
Em relação à atividade de projeto, especialistas das mais diversas áreas
envolvidas concordam que não é mais viável o trabalho dividido em partes isoladas,
organizadas em seqüência. Hoje, é necessário que a contribuição dos especialistas se
faça da maneira mais simultânea possível, o que confere ao projeto um novo perfil, o de
uma criação coletiva, em vez de superposição de trabalhos individuais. Esse novo
processo resulta em melhores soluções e maiores acertos na concepção integrada de
produtos que são, a um tempo, tecnologicamente mais complexos e mais fáceis de
serem utilizados (SOARES, 1997).
O estágio de evolução dos sistemas CAD nas atividades de projetar está
diretamente relacionado com as exigências do mercado consumidor formado por
projetistas e grandes empresas de
Quadro 1: Estágios de evolução dos sistemas CAD.(adaptado de SOARES, 1997)
FASE 1 FASE 2 FASE 3
Desenho
Bidimensional
Modelagem
Tridimensional
Simulação
Construtiva
Melhorias gráficas Visualização formal e
estética
Atributos físicos e
informações não gráficas
Altera o processo de
projetar sem modificar
o processo de
representar
Volumetria influi no
processo projetivo apenas
formalmente
Modelagem influi no
processo projetivo
valorizando a simulação
e extraindo o desenho
como conseqüência
As questões que apresentamos acima vêm de encontro à ANTAC (2000, p. 18)
que apresenta sua Visão do Futuro das Tecnologias de Informação ressaltando itens tais
como a utilização mais intensa de sistemas computacionais em que os principais
impactos esperados são: “uso de extranets para o gerenciamento de projetos; uso do
56
CAD 3D (Computer Aided Design em três dimensões) e realidade virtual em mais larga
escala durante o projeto e também para visualização de produtos; intensificação do uso
de SIG (Sistemas de Informações Geográficas) para a criação de bancos de dados
vinculados a bases geográficas; controle automatizado de movimentação e estoques de
materiais; desenvolvimento de sistemas computacionais para gestão que integrem
diferentes processos gerenciais (por exemplo, planejamento, projeto, orçamento, etc.);
uso de sensores e hardware portátil para monitoramento e controle gerencial e
tecnológico; desenvolvimento e aplicação de sistemas de automação e informação para a
operação e manutenção de edifícios“.
Parâmetros e procedimentos mínimos no uso de Tecnologias CAD e Tecnologias
de Informação podem ser adotados de forma a proporcionar melhor rendimento e
agilidade. Integrar o CAD com a gestão do projeto e ainda incorporar as facilidades de
comunicação pela Internet fez com que o CAD pudesse ficar sintonizado com novos
conceitos de negócios, integrando numa mesma plataforma a engenharia e o mercado.
A aliança do CAD com a gestão e a Internet integra fornecedores e parceiros, engenharia
e marketing, empreendedores e sua cadeia produtiva. Mais do que simplesmente projeto
e desenho, o CAD e seu universo ajudam a incrementar um novo conceito de gestão
empresarial e de relacionamento com o cliente. O Quadro 2 exemplifica algumas das
tarefas/etapas que encontram-se em mudanças.
Quadro 2: Novas ferramentas e serviços de apoio ao projeto.
PRANCHETA SISTEMAS CAD WEBCAD
PROCESSO MANUAL PROCESSO
INFORMATIZADO
PROCESSO COLETIVO
Apresentação Maquete e ou
perspectivas a mão
Maquete eletrônica Maquete interativa
online
Entrega ao cliente Papel Vegetal Arquivo e Plotagem Consulta e comenta via
web
Planta na Obra Cópia Plotagem Download e Plotagem
via web
Profissionais Agenda Pessoal Agenda/ e-mail Banco de profissionais
Reunião Mesmo espaço físico Mesmo espaço físico Espaço virtual ,
WebCamera, Chat,
Fórum
Equipe Mesmo espaço físico Espaços físicos distintos Espaço Virtual, síncrono
e assíncrono
Horário de trabalho Fixo Flexível Totalmente Flexível
Normas para
desenhos
Padrões gráficos
isolados
Biblioteca digital de
padrões isolados
Biblioteca digital
compartilhada na rede
Normas e
procedimentos
Caderno de
publicações em papel
Arquivos distribuídos
aos participantes
Documentos
compartilhados na rede
Memória Técnica Arquivo em papel
vegetal e cópias
Arquivos digitais Bibliotecas em banco de
dados
Consulta aos
projetos
Arquivo em papel
vegetal e cópias
Arquivos digitais Visualização online e
busca na memória
técnica
Conexão Internet Não disponível Discadas e intranet Discadas, via cabo, via
rádio.
57
Informações para
alterações
Telefone e/ou fax a
todos os
colaboradores
Fax ou e-mail a todos
os colaboradores
Online com mensagem
automática ao grupo
Fonte: Autora
No entanto, o uso de tecnologias tais como correio eletrônico, que permite enviar
arquivos anexos a mensagens, fez com que o controle das versões dos arquivos
compartilhados vivenciasse semelhanças com o controle de documentos em papel. A
prática recomendada atualmente é a de não mais enviar documentos como anexo a
mensagens. Eles devem ficar no servidor da rede, acessível via Internet, e ser
compartilhados com todos atores envolvidos no documento, seja para elaboração,
comentários, verificação, aprovação ou emissão do mesmo. Desta forma, as
informações ficam canalizadas, possibilitando a todos os participantes uma maior
confiabilidade nas versões e uma tomada de decisão mais ágil.
Podemos afirmar que o uso da plataforma web agregado aos programas de rede
tem permitido a troca de informação entre os membros de um projeto. Porém, estes
ainda podem ser aprimorados para que facilitem a interação entre os participantes em
seus processos de tomada de decisão e de gerenciamento das tarefas rotineiras. Falta
ainda uma real integração entre todos que permitirá agilizar o processo de troca de
informações e aumentar a confiabilidade desta troca. Ainda precisamos ultrapassar a
lacuna que entre as expectativas e o êxito esperado no desenvolvimento dos projetos
via web. Na verdade procuramos o conhecimento básico que envolva áreas tais como: o
trabalho dos projetistas, integração de sistemas CAD, organização e controle dos
projetos informatizados e integração das diferentes disciplinas vinculadas ao processo de
desenvolvimento do projeto.
58
4 A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO AUXÍLIO AO PROJETO AEC
O conceito de projetos colaborativos via Internet, criado para facilitar o
desenvolvimento de projetos, principalmente no setor de AEC, começa a ser explorado
pelos profissionais e empresas do setor. Os sistemas têm como objetivo organizar,
armazenar e gerenciar arquivos de projetos da construção civil, além de coordenar
equipes de projetistas e a comunicação entre os membros dessas equipes.
O uso de Tecnologias de Informação como base para um ambiente colaborativo
vem promovendo a integração entre equipes virtuais tanto no gerenciamento como no
desenvolvimento de projetos. A troca de informações é mais ágil, diminui o número de
reuniões presenciais, diminui a quantidade de papéis, a plotagem de um arquivo/desenho
pode ser encomendada ou mesmo programada a distância e, principalmente, a última
versão do desenho/arquivo fica disponível em um único espaço, o que leva à redução de
erros de projeto e da necessidade de retrabalho. Os novos recursos possibilitam, ainda, a
rastreabilidade e memória de projetos, através de um banco de informações integrado
(gestão do conhecimento) proporcionado principalmente pela evolução de tecnologias net
(Internet, intranet, extranet).
Este sistema colaborativo, contudo, não surge simplesmente incorporando as
novas tecnologias disponíveis. Antes de tudo, é preciso reorganizar as informações e
repensar o processo de trabalho das equipes de projeto, que, em sua grande maioria,
caminham para a utilização de sua documentação em formato digital, sejam textos,
planilhas ou desenhos, em que os desenhos são desenvolvidos em sistemas CAD.
O sistema CAD é a tecnologia da utilização de recursos computacionais no auxílio
ao ato de projetar e criar, servindo como ferramenta de apoio para o desenvolvimento do
projeto de concepção, análise, dimensionamento e representação gráfica. Assim como
as tecnologias CAD levam os profissionais a se organizarem, a difusão dos projetos
59
colaborativos confirmam a necessidade de uma maior formalização e/ou customização na
metodologia de trabalho. Isto atinge diretamente a cultura dos profissionais envolvidos,
que precisam estar abertos a mudanças.
O processo de projeto vem, portanto, passando por significativas mudanças desde
a introdução da Tecnologia CAD. Esta, como mencionamos, está evoluindo a fim de
acomodar objetos arquitetônicos inteligentes. O estado da arte dos atuais sistemas CAD
começa a se voltar para novas necessidades, através da crescente incorporação de
recursos para o gerenciamento de bases de conhecimento associadas às representações
de entidades/objetos gráficos. Alguns exemplos disso são os recursos de associação de
entidades geométricas com referências externas, os aplicativos para a construção de
planilhas e a conexão com bases de dados. Além disso, apresentam recursos
incorporados em sua plataforma de trabalho mediante as quais é possível acessar
endereços de fornecedores, por exemplo, através da associação de hiperlinks a
entidades geométricas representadas em um projeto.
O conceito, hoje, não é mais simplesmente usar a Tecnologia CAD como uma
ferramenta para produção de desenhos ou documentos técnicos, mas sim para a
construção/elaboração de um modelo virtual (objeto/produto) completo do edifício que
está sendo projetado. Tal modelo objetiva não apenas a visualização do projeto, mas,
sobretudo, a simulação de condições reais, quantificação, dimensionamento de ar
condicionado, estrutura, impacto ambiental, entre outros.
A necessidade de avanços tecnológicos no desenvolvimento de sistemas CAD é
tão vasta e diversificada quanto a própria diversidade de conhecimentos envolvidos nas
atividades de projeto. Associada a estas atividades, entretanto, como relatado, está a
incorporação de recursos que buscam a integração destes sistemas com ferramentas de
comunicação da web. Tal integração possibilita o estabelecimento de formas de gestão
do projeto cada vez mais eficientes.
A plena equivalência de objetos/modelos em diferentes sistemas é um objetivo
que vem sendo buscado por diversas instituições. O esforço mais notável é a criação do
padrão de arquivos IFC. O IFC Industry Foundation Classes é um modelo de arquivo
descritivo do edifício baseado na norma STEP, isto é, em texto, que conta também com
o desenvolvimento paralelo de documentos padronizados - XML para os processos da
construção. Estes trabalhos vêm sendo coordenados internacionalmente pela IAI
International Alliance for Interoperability
5
e pela AECXml.org
6
do mesmo modo que o
XML. Ambos necessitam ainda de uma terminologia de referência, com relacionamento
entre termos bem estabelecido, ou seja, com uma correspondência entre objeto e termo.
Através do IFC e dos padrões para XML, pretende-se chegar a uma absoluta capacidade
5
ver www.iai-na.com
6
ver www.aecxml.org
60
de troca e compartilhamento de dados, de modo que diferentes sistemas consigam
extrair informações das mesmas bases (Amorim, et al., 2001).
Em um contexto econômico como o atual, em que as transformações ocorrem
com uma velocidade jamais vista, o conhecimento dos recursos e oportunidades
disponíveis, bem como dos desafios a enfrentar, torna-se essencial. CONTE (1996)
observa que, "no futuro próximo, as empresas deverão implantar mecanismos e posturas
que facilitem a capacitação e as condições de trabalho de suas equipes: Monitorar é mais
importante do que controlar. Educar passa a ser a meta do processo de capacitação, ao
invés de somente ensinar”.
4.1 O Projeto na plataforma WEB
vimos que a utilização de um ambiente de trabalho colaborativo abrangendo a
organização e interação entre as disciplinas e clientes envolvidos na geração de um
produto pode se traduzir, nos dias atuais, como ganho de produtividade. Os produtos,
objetos desta pesquisa, são gerados pelas diversas fases de um projeto de arquitetura e
complementares, desde a sua fase de definição, até a de sua execução, todas
desenvolvidas dentro de um mesmo ambiente de trabalho, que vai, aos poucos, sendo
modificado e acrescido de informações.
Os processos passam a um outro patamar através da utilização dos recursos
tecnológicos. O uso cada vez maior de dispositivos informatizados no ciclo de
desenvolvimento do projeto viabiliza estruturas que facilitem o planejamento, execução,
arquivamento e posterior recuperação dos documentação técnica de projeto. Assim, os
processos visam cada vez mais conhecimentos formalizados e capazes de antecipar
situações futuras que, em outras épocas, seriam possíveis através da simulação real
com modelos físicos do produto. Maior produtividade determina uma posição mais
competitiva do profissional em relação ao mercado. A utilização de tecnologias
colaborativas e meios interativos contribuem neste sentido, agilizando potencialmente
todo o setor de projetos.
A interdependência entre o projeto de arquitetura e seus projetos
complementares, clientes e fornecedores é cada vez mais intensa e mais crítica, a
colaboração interna e externa através de tecnologias NET assume, entre as inovações
em destaque, importância vital para acelerar a inovação e maximizar os resultados e
aplicações.
Começam a surgir no mercado empresas com serviços disponíveis em ambientes
web que se apresentam como uma solução virtual para que uma equipe de trabalho
possa de qualquer computador conectado a Internet possa se comunicar, compartilhar
documentos, visualizar plantas/desenhos informatizados e colaborar com o projeto,
61
utilizando plataformas de navegadores. Essa empresas oferecem tecnologias e
ferramentas de trabalho que permitem ao arquiteto, através de projetos desenvolvidos
com apoio “virtual”, atingir uma efetiva colaboração entre os diversos profissionais que
interagem no projeto.
Detalhe menu popup do aplicativo WHIP, acionado no browser com um clique no botão
direito do mouse. O conteúdo é visualizado e controlado pelo navegador.
Figura 4: Exemplo de desenho na web
Os ambientes de projeto colaborativos, as extranets de projetos, são assim os
meios que permitem centralizar, administrar e tornar acessível, via websites, o resultado
do trabalho de diversos profissionais e empresas envolvidos no processo, integrando
empresas com clientes, projetistas, construtores e incorporadores, parceiros e
fornecedores. Os projetos já não necessariamente serão desenvolvidos separadamente,
sem interação dos profissionais (arquitetura, estrutura e instalações), condições
primordiais para agilizar as tomadas de decisões e evitar conflitos e retrabalho.
Santos & Nascimento (2002) destacam algumas dessas empresas (quadro 2) e
observam que apesar da proliferação destes ambientes, chegando a 160 empresas
prestadoras de serviço só nos Estados Unidos e várias no Brasil, sua penetração junto ao
mercado não tem sido tão grande quanto ao esperado devido a resistências
organizacional e de gestão adequada. Dentre as empresas, web sites de serviços de
projeto, apresentadas pelos autores em pesquisa realizada em nov/2002 verificamos em
dez/2003 que algumas delas não se encontram disponíveis na web. O que vem
reforçar a instabilidade do setor mencionada pelos autores em sua pesquisa, apesar do
potencial destacado por diversas pesquisas.
Quadro 3: Web sites de serviços de projeto
AllProject www.allproject.com.br/gproj.html ok
Bricsnet www.bricsnet.com ok
Buzzsaw www.buzzsaw.com ok
Bentley www.bentley.com ok
ConstractionTracker www.constructiontracker.com não
Constructw@are www.constructionware.com ok
TeamBuilder www.e-builder.net ok
62
E-gerenciamento www.e-gerenciamento.com.br ok
Expedition www.verano.com.br/produtos/expedit7.htm ok
ICEAS iceas.nrt não
IronSpire www.ironspire.com/products/teamplay.htm não
Neogera www.neogera.com.br ok
OnLinePM www.onlinepm.com não
OnProject www.onproject.com ok
Primavera www.primavera.com ok
ProjectEdge www.onlineproject.com/website.nsf ok
ProjectNET www.citadon.com ok
ProjectWatch www.projectwatch.net ok
SADP/Sistrut www.sistrut.com.br/sadp ok
Skire www.skire.com não
TeamCenter www.inovie.com/product/workplace.jsp não
The PowerTool www.thepowertool.com não
USProjects www.projects.com ok
VieCon www.viecon.com/en/default.asp ok
Para ilustrarmos um pouco mais sobre estes serviços a seguir descrevemos
alguns dos sistemas listados acima que têm como principal característica o
gerenciamento de documentos. Para esta análise abordaremos sucintamente os
seguintes itens: descrição da característica principal; gerenciamento de documentos,
considerando tipos de documentos (textos, planilhas, figuras e desenhos), controle de
versões, notificação automática de novo arquivo e revisões; recursos para visualização e
comentários de documentos; recursos de workflow; recursos para o registro de tomadas
de decisão; comunicação assíncrona e comunicação síncrona e geração de relatórios.
Não foi objeto desta pesquisa a análise da qualidade da interface.
4.1.1 Ambientes colaborativos
BUZZSAW: www.buzzsaw.com
A Buzzsaw apresenta, como característica principal o gerenciamento de arquivos
em múltiplos formatos com mensagens instantâneas aos participantes das ultimas
alterações. A empresa é uma subsidiária da Autodesk, desenvolvedora do softaware
AutoCAD, com duas versões de hospedagem para o projeto: Standard e Professional.
Ambos os sistemas requerem para o gerenciamento dos arquivos a instalação de um
programa no computador do participante e plugins para a visualização e revisão online de
desenhos (VoloView). Somente a versão Profissoinal inclui os serviços de formulários
eletrônicos para emissão de relatórios online e ferramentas de workflow que pode ser
configurada segundo as necessidades do grupo de trabalho.
BENTLEY: www.bentley.com
A BENTLEY disponibiliza um sistema de gerenciamento de informações ,
denominado Viecon Project Hosting Service como um serviço de extranets voltado para o
63
gerenciamento do projeto com ferramentas para o compartilhamento de documentos
associado ao cronograma/andamento do projeto, através de sistema de workflow. A
empresas é ainda a desenvolvedora do software Microstation, principal concorrente do
AutoCad, desenvolvido pela Autodesk. Requer também de um sistema de plugins para
visualização dos arquivos.
NEOGERA: www.neogera.com
O NEOGERA apresenta, como característica principal, o gerenciamento de
documentos. O representante desta ferramenta no Brasil aponta como principais
investidores em seu desenvolvimento e utilização as empresas Promon e Camargo
Corrêa. Outras características do sistema se relacionam à visualização e comentários de
documentos em geral, a disponibilização de uma agenda como recurso de workflow,
ferramentas para comunicação assíncrona (fórum), ambiente pessoal referente às
atividades relacionadas a cada participante, previsão de tempo, serviço de notícias e
emissão de relatórios, com uma boa qualidade de interface. Possui ferramentas de
comunicação síncrona, assim como a possibilidade de registro deste tipo de
comunicação. O sistema requer a instalação no computador do participante de programa
específico para visualização dos arquivos e envio posterior das mensagens em forma de
comentários quando associadas/agregadas aos arquivos. Como funcionalidades
adicionais oferece monitoração remota de empreendimentos e consulta a Normas
Técnicas, embora isso acarrete um custo diferencial por serviços.
ProjectNET: www.citadon.com
A principal característica do ProjectNET é o gerenciamento de documentos com
recursos de workflow mais bem estruturados, permitindo upload de documentos com a
função drag-and-drop (arrastando o arquivo da maquina local para a área de
documentos). Na área de documentos permite a visualização de documentos (textos,
planilhas, figuras e desenhos em geral), controle de versões, notificação automática de
novo arquivo (sob demanda) e revisões. Na área de documentos verificamos a existência
de recursos para a visualização de documentos em geral, controle de versões dos
documentos e comentários online. Possui ferramentas para comunicação síncrona
(Mensagens, Chat e Quadro de Avisos) e assíncrona (Fórum). Além disso, o sistema
permite o registro da comunicação síncrona e a emissão de relatórios. Possui área de
livre acesso com espaço e número de participantes limitado.
SADP/Sistrut: http://www.sistrut.com.br
O SADP/Sistrut apresenta-se como um sistema cuja principal característica é o
gerenciamento de documentos com foco na elaboração de cálculos e projetos estruturais
para o setor de AEC. O sistema não dispõe de recursos para visualização e comentários
de documentos. Também não estão presentes recursos de workflow e ferramentas para a
64
comunicação assíncrona. No que se refere à comunicação síncrona, encontra-se em fase
de implantação o recurso de videoconferência. De uma forma geral, o sistema
SADP/Sistrut apresenta recursos para gerenciamento de documentos através da web
com notificação por e-mail das ultimas atualizações.
TeamBuilder: www.e-builder.net
A principal característica do e-Builder é atuar como um sistema de workflow para
o desenvolvimento do projeto. A ferramenta de workflow processa e gerencia várias
ações do projeto, trocando e refazendo sua ordem e notificando automaticamente através
de e-mail as novas decisões. Possui área de documentos com ferramentas para
visualização e comentários de documentos em geral e controle de versões. Inclui ainda
agenda para marcação de compromissos entre os participantes. O sistema também
apresenta ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas. Possuem um conjunto
de formulários pré-definidos e um sistema de web câmera para serem colocadas na obra.
4.1.2 Considerações quanto aos sistemas pesquisados.
Observamos que a maioria dos sistemas pesquisados pode ser considerada como
sistemas de gerenciamento de documentos do projeto, porém não apresentam ênfase ou
maior preocupação no registro de tomada de decisões ou meios para distinguir o usuário
e suas responsabilidades como integrante de uma equipe de trabalho e seus direitos de
acesso aos documentos. Vale ressaltar que o número de recursos disponibilizados por
estes sistemas varia de acordo com a tecnologia utilizada para o seu desenvolvimento e
com o foco de sua aplicação. Os limites referentes aos espaços de armazenamento no
servidor, em geral, estão vinculados a diferentes “planos de acesso” oferecidos pelas
empresas.
Como podemos ver a difusão de tecnologias NET trouxe uma nova lógica de
trabalho, que, de forma bastante otimista, esta acarretando algumas modificações no
fluxo de dados e informações entre projetistas, clientes e construtores. As empresas
precisam recriar seus produtos e processos, sendo fundamental para este papel neste
novo cenário valorizar o capital intelectual e utilizar todas as ferramentas de tecnologia
disponíveis no mercado para mostrar a sua capacidade de inovar.
O uso de um Gerenciador de Documentos, inserido nesse contexto, traz
benefícios que visam essencialmente o acesso ao projeto de qualquer lugar, a qualquer
hora. e quando apoiada em metodologias adequadas gera melhorias tais como:
Agilidade para a busca de soluções já adotadas anteriormente.
Redução de custos do projeto pela possibilidade de redução dos custos de
coordenação homem/hora em atividades de coordenação, supervisão e
retrabalho, além da possibilidade de gerenciamento automático e em tempo
65
presente das informações de referência, incluindo as revisões de
documentos de referência internos e externos e das informações externas
ao projeto;
Redução de custos de implantação e manutenção de novos projetos pela
utilização de uma única base de critérios básicos para todos os projetos,
facilmente acessível e utilizável;
Redução de prazos do projeto pelas facilidades oferecidas para o
planejamento e controle dos trabalhos e pela disponibilização imediata das
informações de referência e conseqüente redução do retrabalho;
Redução dos custos e prazos de implantação do empreendimento,
propiciada pela redução de situações de não conformidades no projeto e no
maior controle das versões dos arquivos disponíveis;
Redução de custos e prazos em projetos de alterações futuras de um
empreendimento, pela preservação e fácil manuseio de todos os
documentos técnicos e respectivas informações de referência em um
arquivo único ao longo da vida do empreendimento.
4.2 Obstáculos quanto ao trabalho colaborativo em plataforma web no Brasil
Podemos afirmar que o uso do ambiente web e dos programas de rede tem
permitido a troca de informação entre os membros de um projeto, porém ainda precisam
ser aprimorados, para que facilitem os meios de interação para a tomada de decisões
entre os participantes, para o compartilhamento de versões atualizadas dos documentos
e para o gerenciamento das tarefas rotineiras como revisão e controle de direitos de
acesso aos documentos. Como vimos os usuários deparam-se também com a qualidade
dos serviços de suporte à rede Internet, seja via telefone, rádio ou cabo todos ainda não
necessariamente distribuídos de forma satisfatória entre os integrantes de um grupo
quando em locais dispersos (ou diferentes).
Os estudos realizados por ARAÚJO (2003), OHASHI&BERTEZINI&MELHADO
(2003) quanto ao desenvolvimento do projeto em plataforma web em empresas no Brasil
e depoimentos durante Seminário sobre Tecnologias de Informação Aplicada ao Projeto
no III Workshop de Gestão de Projetos em nov/2003, com a participação da autora e
representantes de empresas de projetos que utilizam ambientes em plataforma web no
Brasil, reforçam os benefícios apresentados no item anterior e ressaltam a fase de
mudanças e questionamentos quanto a uma maior integração de Tecnologias Cad e de
Tecnologias de Informação e Comunicação. Para todos que apresentaram suas
experiências durante o evento o uso de Tecnologias de Informação na construção civil,
66
vem trazendo vantagens a gestão do projeto porém exigem que sejam bem administrado
e gerenciados.
Neste contexto, lidamos também com um conjunto de variáveis que podem alterar
este quadro, a seguir destacamos os principais itens apresentadas por ARAÚJO (2003),
OHASHI&BERTEZINI&MELHADO (2003) tais como:
A resistência dos projetistas por falta de conhecimento ou mesmo
treinamento quanto aos recursos e ferramentas;
A demanda por infra-estrutura de equipamentos e por conhecimentos da
parte dos profissionais;
A não existência de infra-estrutura de rede adequada para atender às
necessidades dos usuários da web.
A necessidade de consolidação e prática de uma cultura organizacional nos
processos de elaboração/planejamento/desenvolvimento de projetos.
A necessidade de uma maior interação entre o planejamento e a execução
dos processos.
A necessidade de alterações nos métodos de trabalho e insatisfação dos
participantes quanto à nova área de trabalho;
Interação da equipe de projeto para a consolidação do trabalho colaborativo.
A sobrecarga de informações não estruturadas e a descentralização das
informações pelo uso de outros meios de comunicação (telefone, fax e e-
mail)
A busca de informações esta associada as informações básicas de um
documento. Na rastreabilidade das informações a maioria dos sistemas
dispõe apenas de uma ferramenta de busca de arquivos, baseada em
pesquisas direta de palavras-chaves e ou campos associados com o
arquivo, tais como, tipo, data, autor, nome, etc.
Quanto ao desenvolvimento de padrões de interoperabilidade o compartilhamento
de dados entre aplicativos diversos precisa ainda ser melhor desenvolvido como
mencionamos alguns trabalhos vêm sendo realizados e coordenados pela IAI e pela
AECXml.org. Entretanto AMORIM et al. (2001) apontam, para uma grande dificuldade
que está sendo encontrada para a plena aceitação destes padrões no Brasil. Isto ocorre
porque todo o trabalho até agora realizado foi desenvolvido e conceituado na língua
inglesa, necessitando, pois, ser traduzido de forma a refletir os conceitos em uso nos
nossos processos. Não se trata apenas de diferenças de significados, mas inclui as
diferenças de organização, cultura etc.
67
Quanto ao desenvolvimento de um ambiente integrado FARAJ & ALSHAWI (apud
SCHMITT, 1998) afirmam que este deve contemplar todas as fases do projeto, de forma
a reduzir as chances de ocorrerem problemas de redundância, integridade, conflito e
gerenciamento de dados. No entanto a linguagem, costumes e metodologias são
algumas das questões colocadas como barreiras para uma real integração do trabalho
colaborativo. Estão presentes ainda questões que incentivem a prática de uma cultura
organizacional no desenvolvimento de projetos informatizados e a conscientização de
todos os agentes envolvidos da necessidade de criação de uma cultura da “colaboração”.
Quanto à segurança possibilitam que os documentos sejam mantidos num único
local com o acesso remoto a qualquer momento, reduzem o risco de perda devido aos
danos do computador ou roubo, e permitem também a implantação de sistemas de
proteção contra vírus. Através dele, o arquiteto pode, por exemplo, dar início ao seu
trabalho, acessando a internet em área reservada através de um endereço na web,
acompanhar o andamento do projeto, atualizar seus arquivos, marcar reunião com o
cliente, enviar mensagem a um ou mais participante envolvido no projeto, requisitar um
pedido de plotagem de um ou mais arquivos (numero de cópias, onde entregar e para
quem). O arquiteto ainda pode, verificar (visualizar) um arquivo específico do projeto e
acompanhar os comentários acrescentados a este pelo cliente ou intervenientes. Ainda
nesta plataforma web, pode identificar os novos desenhos emitidos pela equipe
responsável pelo projeto de estrutura, além de visualizar e “navegar” na planta de forma,
por exemplo, com os comandos de zoom e pan, e executar download do documento se
necessário.
Neste cenário, uma característica importante destes sistemas são as ferramentas
de comunicação, assíncronas (tipo lista de e-mail e fórum de discussões) e ncronas
(tipo chat e videoconferência), que vão permitir a argumentação e o registro das decisões
tomadas ao longo do ciclo de desenvolvimento do projeto. Esta característica adquire
uma maior relevância quando a possibilidade de associação destas ferramentas de
comunicação com os recursos de visualização, tanto de documentos em forma de texto,
quanto representações gráficas de projetos. Desta forma é possível que, por exemplo,
dois ou mais membros de uma equipe de projeto discutam e argumentem acerca de
tópicos relacionados a uma tarefa especifica de projeto que esta representada na mesma
janela em que estão abertos um fórum e/ou um chat.
Podemos considerar que o uso de ambientes web facilita a prática sistemática do
projeto desde que apoiado em metodologias consistentes elaboradas à luz das práticas
de gestão do projeto. Sua aplicação, tanto nas empresas quanto na formação
acadêmica, apresenta-se como uma solução virtual para que cada equipe possa se
comunicar, compartilhar e visualizar documentos (textuais e gráficos) de qualquer lugar a
68
partir de qualquer computador conectado a internet. Esses sistemas são uma ferramenta
em potencial de gerenciamento e, para utilizá-las no máximo, é preciso que os usuários
ou melhor as equipes de projetos envolvidos no projeto adotem ou implantem estratégias
organizacionais e de gestão adequada.
5 DIRETRIZES DO PROTÓTIPO DE UM GERENCIADOR DE DOCUMENTOS
5.1 O Papel do Gerenciador de Documentos em Plataformas WEB
O papel do gerenciador de documentos como ambiente de trabalho colaborativo,
em plataforma web, é ,basicamente, ao grupo/equipe de trabalho recursos tecnológicos
que permitam o gerenciamento de documentos técnicos (fotos, desenhos, planilhas,
textos), mensagens, contatos, agendas e reuniões. Em interfaces amigáveis, essas
tecnologias possibilitam a troca de documentos, um melhor controle de versão dos
documentos, a notificação automática das modificações ou atualizações de documentos,
a visualização dos principais formatos de arquivos e o contato com os membros de uma
equipe de qualquer lugar a qualquer momento.
O contexto de aplicação de nossa proposta é no processo de modernização do
projeto, possibilitando a automação de tarefas e reorganizando as etapas de trabalho
frente às novas tecnologias de apoio ao projeto em plataforma web. O gerenciador de
documentos a que denominamos de e-Ger se apresenta como um dos meios de explorar
aplicativos/sistemas em plataforma web na reformulação/otimização de procedimentos e
rotinas organizacionais. Suas principais características visam integrar três áreas
distintas: gerência dos documentos, recursos humanos e tecnologias de automação,
pontos-chaves na organização e controle dos projetos informatizados.
O e-Ger possibilita aos participantes atividades individuais e coletivas nas quais
funções são disponibilizadas segundo um controle de acesso pré-definido. O sistema
possibilita ainda que atores/participantes usualmente reconhecidos no setor, tais como
69
Gerente do Projeto, Coordenador da disciplina, Projetista, Consultor, Incorporador,
Gerente de Obra sejam vinculados a uma ou mais projetos segundo direitos/controle de
acesso aos documentos, com níveis de acesso pré-definidos. E através de workflow
permite ainda identificar, controlar e monitorar um conjunto de atividades/tarefas
operacionais características das fases do projeto de uma edificação, tais como emissão,
revisão, aprovação de documentos e licitação de serviços.
5.2 Diretrizes Iniciais para a criação do Ambiente e-Ger
O ambiente e-Ger pressupõe a integração de diversos recursos tecnológicos
dentro de um mesmo ambiente virtual, via Internet, intranet ou extranet, permitindo aos
participantes atividades individuais e coletivas. Esses recursos permitem que
informações e arquivos sejam compartilhados, por todos os participantes envolvidos em
tempo real. O ambiente encontra-se em fase de criação em rede de computadores
cliente-servidor. Adota na programação do sistema o uso de tecnologias disponíveis na
Internet como aplicativos de código aberto. Ainda que a sua implantação não seja
abrangente a ponto de atender toda a cadeia produtiva é facilmente adaptado ou
ampliado para novas demandas.
A sua utilização de forma síncrona e assíncrona em um mesmo espaço de
trabalho permite uma melhor integração daqueles envolvidos no projeto. Sua função é
organizar e controlar a criação e acesso aos dados referentes a todo o ciclo de
desenvolvimento do produto. Os dados são principalmente os desenhos gerados como
documentação técnica do projeto, como também podem ser textos ou imagens emitidos
pelo cliente ou um dos membros da equipe de projeto ou ainda um consultor.
O e-Ger é assim um sistema para gerência de projetos, desenhos, especificações
e todos os demais documentos pertinentes a elaboração e execução de um projeto,
desde suas etapas iniciais de viabilidade até a liberação definitiva para execução. Com
acesso restrito, apenas aos inscritos no projeto, permite que os documentos sejam
abertos –visualizados- diretamente na plataforma web. Para a área de visualização foi
prevista a inclusão de uma caixa de texto para comentários permitindo que os envolvidos
no projeto tomem conhecimento, de informações, alterações de projeto, em tempo real ou
a qualquer momento que desejarem. Além disso, as informações registradas possibilitam
o processo de tomadas de decisões e o acompanhamento do histórico do documento.
Como interface gráfica da área de trabalho (Figura 5) adotamos uma estrutura
operacional similar a interfaces adotadas por sistemas operacionais em atividades
computacionais, buscando um maior entendimento e assimilação do ambiente por parte
dos usuários. Sua estrutura de arquivos é assim organizada por diretórios e subdiretórios
70
-pastas e subpastas- possibilitando que os documentos sejam organizados de uma forma
lógica e fácil de administrar.
O acesso ao ambiente é liberado segundo direitos de acesso pré-definidos. Como
diretrizes iniciais da estrutura operacional consideramos que uma interface “amigável”
deve manter seqüências de ações semelhantes para tarefas semelhantes, e as
terminologias usadas devem manter-se idênticas para os casos de menus, botões e telas
de ajuda. As cores e fontes usadas em situações semelhantes devem ser mantidas
iguais, como por exemplo emissão, revisão, atualização dos documentos. Na prevenção
de erros cometidos por parte dos usuários devemos evitar que o mesmo tenha que por
exemplo voltar a digitar todos os dados de um formulário.
A automatização ou otimização de tarefas –atalhos- foram adotados à medida que
tarefas são identificadas como repetitivas e ou seqüenciais, possibilitando que o acesso
ao comando que a ativa seja realizado de forma mais rápida, ou através de teclas que
resumam, em um comando uma longa seqüência de ações. Um dos meios de auxiliar
o projetista na redução de atividades rotineiras e repetitivas e conseqüentemente no
aumento de velocidade da execução das mesmas.
Figura 5:Área de trabalho para as operações referentes ao documento.
Informa origem do arquivo, histórico de operações dos usuários e um conjunto de
operações atividades segundo níveis e permissões de acesso
71
Para facilitar a localização dos comandos e das opções de diálogos, as tarefas
afins foram agrupadas em função das características de cada comando. Para reduzir a
memorização dos comandos os nomes e figuras escolhidos buscam favorecer o
reconhecimento no momento da sua visualização. Sempre que possível, as ações são
reversíveis, permitindo que o usuário se sinta mais à vontade na utilização das
ferramentas. Pretendemos assim que o usuário explore e utilize as novas opções e
ferramentas de forma tranquila dirigindo sua atenção muito mais para a tarefa a ser
realizada do que para cuidados com a escolha de opções corretas. Para auxiliar a
compreensão dos novos usuários, um conjunto de perguntas e respostas (FAQs) será
elaborado em uma interface que permita que questões sejam enviadas ao administrador
do sistema durante sua utilização.
5.2.1 A inteface de trabalho na web
A área de trabalho apresenta/habilita, conforme níveis e permissões de acesso,
um conjunto de recursos e tarefas distribuídos através de barras de tarefas. Entre elas
novo arquivo (upload), mover, excluir, atualizar, revisar, operações usualmente
empregadas durante todo o ciclo de desenvolvimento do projeto. As principais operações
foram então distribuídas considerando a estrutura operacional adotada no gerenciador,
são elas:
Barra de Tarefas da Conta: Novo Projeto; Sua Conta; Novo Usuário;
Associar Usuários, Listar Usuários; Contatos; FAQ.
Barra de Tarefas do Projeto: Editar Projeto; Excluir Projeto; Convidar
usuário; Nova Pasta; Nova Lista; Excluir Pasta; Fórum; Sala de Reunião:
Enviar Mensagem aos membros do Projeto.
Barra de Tarefas da Pasta: Editar Pasta; Excluir Pasta; Direitos da Pasta,
Novo Documento; Excluir Documento, Enviar Mensagem aos usuários da
Pasta;
Barra de Tarefas da sub-pasta Arquivos Inativos: A cada nova pasta o
sistema, automaticamente, nomeia a sub-pasta Arquivos Inativos com os
seguintes itens: Excluir documento, Enviar mensagem aos usuários da pasta
e imprimir tela atual. Este serviço está previsto para um maior controle dos
documentos. Esta pasta recebe os arquivos substituídos e versões
anteriores dos documentos que registram as tarefas de revisão, substituição
ou cancelamento, da pasta original.
Barra de Tarefas do documento: Abrir (visualização); Excluir Documento,
Editar Resumo; Download; Revisar; Substituir; Cancelar; Mover; Arquivar e
72
Imprimir. .Informa ainda a trajetória de operações referentes ao documento,
incluindo, data e responsável pela operação.
Para a visualização dos desenhos uma das formas mais simples de se utilizar
arquivos CAD, no formato DWG na internet é exportando-o para o formato DWF,
bastando apenas que seja visualizado pelo navegador (Internet Explorer ou Netscape)
normalmente. Para tanto, realizamos uma pesquisa (Quadro 3) quanto a ferramentas
disponíveis, custo e tipos de arquivos que podem ser visualizados em cada caso
específico.
A princípio adotamos o CadViewer Light (Figura 6) que oferece vantagens
inicialmente quanto a custos e facilidades de implementação do programa ao sistema.
Para facilitar a adoção de ferramentas distintas o programa esta integrado ao sistema
como um módulo do independente para visualização dos arquivos e a qualquer momento
pode ser substituído dentro dos interesses e recursos disponíveis específicos de cada
grupo de trabalho.
Quadro 4: Aplicativos para visualização de desenhos em CAD.
Características Whip! Viewer Autodesk
View
Volo
View
Express
Cadviewer Cadviewer
Light
Volo View
Visualização
DWG e DXF
Não Sim Sim Não Não Sim
Visualização DWF Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Rotação 3D de objetos Não Não Sim Não Não Sim
Layers Não Sim Não Sim Sim Sim
Impressão Sim Sim Sim Sim Não Sim
Plotagem em escala Não Não Não Não Não Sim
Medição Não Sim Não Sim Não Sim
Marcação de áreas e
textos
Não Sim Sim Sim Não Sim
Custo Não Sim Sim Sim Não Sim
Fabricante Autodesk Autodesk Autodesk ZoomOn ZoomOn Autodesk
73
Fonte : Autodesk – http://www.autodesk.com e ZoomOnhttp://www.cadviewer.com
Acesso em maio/2000
Figura 6: Visualização de desenhos CAD e figuras
5.2.2 Criando um espaço virtual de trabalho
A atividade de um grupo de trabalho ou empresa tem inicio na criação de uma
área de trabalho específica a qual denominamos de Conta. A Conta identifica através de
formulário de registro as principais informações referentes ao participante a que
denominamos Administrador da Conta, responsável e representante do grupo de trabalho
e ou empresa.
Abertura da Conta: Formulário de cadastro com informações tais como
Nome do responsável pela área de trabalho, Endereço, Telefones, e-mail,
empresa, atividade, titulação, definição do tipo de conta, CPF ou CNPJ, login
e senha de acesso, etc.
Uso de Logomarca: no ato do registro ou a qualquer momento podemos
incorporar uma figura, como logotipo ou elemento identificador da área de
trabalho.
Controle do site: Esta previsto um sistema de administração do site como
um todo e de cada seção, para que seu controle possa ser realizado
74
diretamente pelos administradores do sistema e pelos administradores de
cada conta criada.
A identificação dos grupos de trabalho através de Contas foi prevista para que
diferentes grupos de trabalho possam adotar sistemas como o e-Ger, sejam por
disponibilidades de recursos financeiros seja por porte do projeto dando maior liberdade
de diferentes grupos e diferentes contas de acesso ao sistema. A criação de uma Conta
permite ainda acesso diferenciado a serviços pelo espaço ocupado no servidor, pela
implantação de serviços para listagem de desenhos (licitação), pela adoção de
gerenciador de mensagens (e-mail da conta), pela sala de vídeo-conferência ou pela
agenda de tarefas/atividades (pessoal e do projeto). Todas são ferramentas
complementares para uma maior integração e comunicação de forma ncrona e
assíncrona dos integrantes de um Projeto.
A criação da Conta representa o caminho aberto para o “Projeto em Tempo Real”.
A cada Projeto criado o sistema permite que um dos participantes seja nomeado como
Gerente do Projeto, sendo este o responsável pelo acompanhamento e gerenciamento
do mesmo. Desta forma o ambiente possibilita que, a cada novo projeto, diferentes
participantes, ,recebam níveis de acesso e permissões similares ao administrador da
Conta porém a um projeto específico. O próximo passo é formar a sua equipe de
trabalho.
5.2.3 Equipe de trabalho
Todos os usuários devem ser previamente cadastrados. Este serviço permite a
criação de um banco de dados dos atuais e futuros participantes -Galeria de
profissionais- e está previsto como meio de centralizar as informações referentes aos
usuários e assim agilizar a inclusão de profissionais/participantes em novos projetos.
Tipo de cadastro: o cadastro permite dois tipos de registro, isto é o
vinculado a um projeto ou a agenda de contatos. Assim cada novo usuário
pode ser cadastrado diretamente a um projeto o que leva ao acesso
imediato a área de trabalho ou pode apenas ser registrado no banco de
dados de contatos para uso posterior.
Cadastro de usuários: formulário de registro com informações tais como
nome do participante, telefones de contato, e-mail, empresa, atividade,
titulação, CPF ou CNPJ, etc. O login e senha de acesso são gerados
automaticamente quando o novo usuário é vinculado a um dos projetos em
desenvolvimento.
75
Controle período de acesso: Permite definir prazo de acesso a pasta,
dia/mês/ano. O sistema adota como padrão o período de um ano a partir da
data de registro da pasta. Ao fim do período ou a qualquer momento, pode
ser cancelado ou alterado.
Controle de acesso dos participantes: este recurso está previsto para que
diferentes usuários tenham diferentes níveis de acesso e permissões a um
ou mais projetos de uma mesma Conta.
Controle de senhas: deve ser previsto um sistema de controle de senhas,
recuperação de senhas e demais facilidades usuais neste gênero de serviço.
5.2.4 Controle de acesso - níveis e permissões de acesso
Para que os Participantes do Projeto tenham acesso diferenciado/seletivo a um ou
mais projetos, as ferramentas e ou atividades foram vinculadas ao nível de acesso a(s)
pasta(s) do projeto. Permitindo assim que participantes com pleno acesso a uma das
pastas possam por exemplo não ter permissão de acesso as demais pastas de um
mesmo projeto. Possuem acesso pleno aos documentos o Administrador da Conta e o
Gerente do Projeto.
Após a criação de uma Conta, o Administrador da Conta tem pleno acesso a
todas os documentos armazenados na Conta. O Gerente do Projeto tem pleno acesso
aos documentos específicos de um ou mais projetos. Os demais participantes, são
vinculados a uma ou mais pastas durante todo o ciclo de desenvolvimento do projeto.
Recebem permissão de acesso pela ferramenta “Direitos da Pasta” localizada na barra
de tarefas do projeto. Sua função é administrar a alteração ou inclusão de novos
participantes à equipe de trabalho de uma ou mais pastas considerando os seguintes
itens:
Direitos dos Usuários: permite que um ou mais itens referentes a barra de
tarefa de uma pasta sejam liberados para o usuário selecionado. Apresenta
os seguintes itens: Editar Pasta, Excluir Pasta, Adicionar Arquivo, Atualizar
Arquivo, Excluir Arquivo, Editar Resumo do Arquivo, Atribuir Direitos,
Download, Revisar, Mover, Arquivar e Copiar.
76
Figura 7: Área de trabalho para operações de Direitos de Usuários
Níveis e permissões de acesso dos usuários e registro de direitos para novos usuários a
uma ou mais pastas.
5.2.5 Controle de acesso - perfis de acesso
Como vimos com a abertura de uma Conta e a criação dos projetos o e-Ger
considera os seguintes atores envolvidos no processo do projeto:
Administrador da Conta: Usuário responsável pela administração da área
de trabalho nomeado na abertura da Conta .Tem pleno acesso a todas as
interfaces e ferramentas da Conta. Na criação de um projeto é
automaticamente incluído na listagem de participantes, sem permissão de
exclusão ou alteração dos seus direitos de acesso.
Gerente do Projeto: Usuário nomeado a cada novo Projeto pelo
Administrador da Conta. Seu perfil lhe pleno acesso as ferramentas do
respectivo projeto. Na criação de um projeto é automaticamente incluído na
listagem de participantes, com permissão de exclusão ou alteração dos seus
direitos de acesso exclusiva do Administrador da Conta.
77
Integrantes-membros do Projeto: Usuários nomeados a cada nova pasta,
que receberam direitos específicos de acesso a uma ou mais pastas de um
determinado projeto.
Figura 8: Interface para definição de novos direitos e ou a inscrição de novos usuários.
Permite alterar ou acrescentar usuários cadastrados na Conta, a uma pasta específica.
Para agilizar o processo de definição dos respectivos níveis e permissões de
acesso dos membros de um projeto o sistema permite a seleção automática de um
conjunto de itens, a que denominamos como Perfil de Acesso”, sempre vinculado a uma
área específica do projeto. Este serviço foi previsto para agilizar a nomeação dos
participantes pela função Direitos da Pasta”, localizada na barra de tarefas do projeto.
São eles:
Coordenador do Projeto/Pasta: Permite que um usuário seja responsável
pela administração de uma ou mais áreas de trabalho. Seu perfil permite que
seja nomeado com pleno acesso e permissões a uma ou mais pasta do
projeto. Podendo assim: Editar Pasta, Excluir Pasta, Adicionar Arquivo,
Atualizar Arquivo, Excluir Arquivo, Editar Resumo do Arquivo, Atribuir
Direitos, Download, Revisar, Mover, Arquivar e Copiar.
78
Membro da equipe: tem permissão de acesso aos itens adicionar arquivo,
atualizar arquivo, editar resumo arquivo, download, revisar, arquivo e copiar.
Consultor: tem permissão de acesso ao item adicionar arquivo e download.
5.2.6 Controle dos documentos
Controle de entrada dos documentos: parâmetros de identificação quanto
a etapa do documento, disciplina responsável, fases do projeto são algumas
das questões necessárias para o upload do arquivo através de formulário de
registro.
Controle de duplicidade na entrada dos documentos: evita a duplicidade
de nomes de arquivos do mesmo formato dentro de uma mesma Conta.
Previsto para auxiliar ao profissional no controle das versões e documentos
cadastrados e ainda auxiliar a busca de documentos referente a um ou
mais projetos da memória técnica.
Controle de revisões e alterações: operação vinculada a barra de tarefas
do documento, através de workflow permite executar, controlar e monitorar
um conjunto de atividades/tarefas operacionais características dos
documentos durante as fases de um projeto, tais como emissão, revisão,
aprovação de documentos e licitação de serviços. Um dos meios de auxiliar
o projetista na redução de atividades rotineiras e repetitivas e
conseqüentemente no aumento de velocidade da execução das mesmas.
Controle histórico do documento: permite acompanhar toda a vida do
documento. Informa o status atual de cada documento, com as respectivas
alterações. Informa pelo registro de navegação (tarefaxdocumento) todas as
atividades do documento incluindo data e usuário responsável pela ação.
Todas essas etapas são arquivadas e classificadas, para uma perfeita
rastreabilidade dos serviços e tomadas de decisões.
5.2.7 Otimização das tarefas de controle dos documentos
Sempre que possível, serão definidos atalhos como meio de otimizar uma
sequência repetitiva de informações e tarefas. Justifica-se a busca desta função através
da adoção de procedimentos metodologicamente pré-definidos que visam orientar
simultaneamente e conjuntamente os vários usuários, participantes envolvidos no projeto,
e estabelecer um adequado fluxo de informação entre eles. Isto é, diferentes grupos de
projetos estão de forma automática e eficiente adotando procedimentos organizacionais
comuns a todos que conseqüentemente irão contribuir para uma maior produtividade e
melhoria da qualidade do projeto.
79
Como exemplo podemos citar as atividades referentes à revisão de um
determinado arquivo, usualmente empregada no ciclo de desenvolvimento do projeto. A
atividade de revisão, executa automaticamente e em seqüência um conjunto de
operações previamente definidas no sistema, entre as operações otimizadas estão:
Localizada na barra de tarefas do documento, a operação revisão de um
determinado documento é habilitada aos participantes conforme níveis de
acesso e permissão pré-definidos.
A operação permite que o responsável (autor) pela atividade informe ao
sistema o motivo que levou a “retirada do arquivo”. O seu registro permite
que os demais participantes avaliem o vel de interferência no andamento
em suas respectivas especialidades de atuação no projeto.
As informações da operação são automaticamente enviadas via e-mail aos
principais participantes envolvidos em segmentos da produção, indicando o
nome do projeto, nome do arquivo, autor, motivo e data da “retirada” do
documento para revisão/atualização;
As informações da operação são automaticamente gravadas na caixa de
texto da tela de visualização do respectivo documento, informando autor,
motivo e data da “retirada” do documento para revisão/atualização;
O documento é “retirado” para revisão através de download do arquivo e
assim mantido no sistema para que os demais participantes envolvidos em
segmentos da produção possam consultar. E ainda, cientes das pendências,
avaliar a continuidade de uma atividade específica. A operação revisão e
atualização envolvem procedimentos semelhantes para que as informações
sejam enviadas via e-mail.
Após o registro da operação o documento armazenado na área de trabalho
adquire uma marcação visual (símbolo) para que os demais participantes
envolvidos identifiquem de forma mais imediata e, cientes das informações,
se necessário, avaliem sua interferência.
Os documentos identificados como “em revisão” não permitem que uma
nova revisão seja ativada antes da sua atualização.
Para maior controle da atividade sua atualização ou mesmo cancelamento é
permitida somente ao Gerente do projeto, autor da revisão ou aqueles que
receberam direitos pelos mesmos.
Com a substituição (upload) –versão nova do documento- o documento
anterior é automaticamente encaminhado para uma área exclusiva de
controle de versões.
80
Para facilitar o acompanhamento do ciclo de vida do arquivo, as informações
referentes as versões desatualizadas são mantidas indexadas ao arquivo
tanto no formato visual, através de uma estrutura do histórico dos arquivos
substituídos até a versão final disponível, quanto na base de dados do
projeto, através da subpasta arquivo inativo vinculada automaticamente a
pasta do arquivo atualizado.
A exclusão definitiva da subpasta das versões não atualizadas é executada
somente pelo Gerente do projeto ou aqueles que receberam permissão pelo
mesmo.
Com a atualização do documento (upload), uma nova seqüência de operações é
executada automaticamente. As alterações que levam a novas versões ou troca de
documentos são procedimentos usuais nas etapas de concepção, análise,
dimensionamento e representação durante o desenvolvimento de um projeto.
5.2.8 Controle de informações por e-mail
O sistema de envio automático de mensagem via e-mail esta previsto inicialmente
nas atividades referentes ao cadastro de usuários e a manipulação dos arquivos. Todas
as mensagens incluem identificação da Conta e Projeto, data e autor da atividade e um
link encaminhando a área de trabalho na plataforma web. Este procedimento garante
maior agilidade das atividades referentes ao andamento do projeto e controle das
informações. O aviso imediato e seletivo aos profissionais envolvidos no projeto de
atividades específicas, tem o objetivo de não sobrecarregar os participantes e assim dar
maior ênfase as informações enviadas, tais como:
Direcionados aos participantes: Atividades referentes ao registro de novos
usuários, inclusão e alteração de níveis de acesso a(s) pasta(s); envio de
convite referente a acesso a uma área específica do projeto; Informações
referentes a atividades de atualização e revisão de documentos aos usuários
que executaram download do mesmo.
Direcionados ao Gerente do Projeto: Atividades referentes a armazenamento
e manipulação dos arquivos tais como, Novo Documento. Revisão e
Substituição de documentos, Download do documento.
5.2.9 Considerações finais
O campo de atuação do e-Ger não se restringe apenas aos futuros e atuais
projetistas de engenharia ou arquitetura e a equipe de execução e/ou produção. Suas
aplicações podem ser incrementadas gradativamente incorporando novos recursos
integrados a gestão dos documentos. Serviços de coordenação de concorrências,
81
divulgação de atas, pedidos de plotagem, consultorias podem, por exemplo, ser
executados por processos protocolados através de formulários de remessa.
Possibilitando uma maior integração de incorporadores, construtores, gerentes,
projetistas, copiadoras, corretoras e empresas prestadoras de serviços e de fornecimento
de materiais principais usuários envolvidos durante todo o ciclo de vida de
desenvolvimento do projeto.
A figura a seguir (fig 9) pretende resumir as principais funcionalidades
disponibilizadas como protótipo para utilização do Grupo de Pesquisa GEPRO, tendo
como parâmetros as diretrizes descritas anteriormente e que consideramos como
ferramentas iniciais para a integração que almejamos.
MEMORIAL QUALIFICAÇÃO – ROBERTA C. P. NUNES
E
E
-
-
ger
ger
-
-
Um conjunto de funcionalidades inter
Um conjunto de funcionalidades inter
-
-
relacionadas
relacionadas
CONTROLE DAS ATIVIDADES, CONTROLE DAS MENSAGENS, CONTROLE DAS INFORMAÇÕES
Figura 9: Estrutura esquemática das atividades executadas pela ferramenta na
plataforma web (www.sispro.org/e-ger)
82
6 MELHORIAS NO COMPARTILHAMENTO DOS DOCUMENTOS
6.1 O Documento técnico no projeto arquitetônico e complementares
A singularidade da construção civil induz a um volume considerável de
documentos gerados, distintos e específicos para cada produto gerado. Na configuração
do produto (edificação), como vimos, o projeto de arquitetura constitui o segmento inicial
da engenharia, no qual se lançam as idéias básicas, destacando-se por ser um
instrumento indispensável à orientação de todos os envolvidos no seu desenvolvimento
como centralizador das informações. Ao longo da sua elaboração os desenhos são os
meios de comunicação mais utilizados, servindo como documentação técnica dessa
linguagem entre profissionais, clientes e a obra. O resultado de seu desenvolvimento é
um contínuo diálogo de questões e soluções incrementadas à medida que o projeto
avança e as necessidades dos clientes e parceiros/intervenientes envolvidos em todo o
processo de produção são atendidas.
A evolução dos documentos técnicos de papel para os meios digitais vem
modificando o conceito de original/cópia. A transmissão de arquivos digitais eliminou o
uso de disquetes e aumentou a produtividades das equipes localizadas em tempos e
locais distintos, que podem editar textos, imagens e planilhas, incorporando comentários
diretamente no documento digital em vez de receber cópias que permitem versões
desatualizadas e obsoletas do documento digital/original.
O gerenciamento dos arquivos em formato digital não pretende eliminar o uso do
papel, não em curto prazo. Alguns profissionais ainda preferem ler/visualizar o
documento em papel em vez de ler/conferir na tela, o que demonstra que isto não irá
eliminar, no momento, a cópia em papel nas empresas. Mas todos estão conscientes
que cópias de documentos em desenvolvimento tornam-se obsoletas quase que
imediatamente, pois qualquer alteração necessária deve ser incorporada aos documentos
digitais para que sistemas de controle registrem as ultimas versões aprovadas ou em
andamento.
Na verdade não devemos pensar em utilizar processo em papel ou digital. As
vantagens dos dois processos dever ser somadas e utilizadas em proporções
adequadas, permitindo a otimização e redução de desperdícios com cópias
desnecessárias, telefonemas, retrabalho e tempo de localização de informações. Neste
contexto é também colocada a integração das disciplinas através da padronização e
normatização da linguagem como uma evolução natural no desenvolvimento
informatizado dos projetos.
Ainda no que se refere ao Brasil , durante a execução da obra a manipulação dos
desenhos, projetos executivos, responsáveis por parte das informações da execução da
obra, por exemplo, para a tarefa de locação de alvenaria em que, as informações estão
distribuídas tanto na forma textual, planilhas e desenhos. Ainda são em sua maioria em
especial os desenhos reconhecidos/manipulados por todos os envolvidos, engenheiro ao
pedreiro predominantemente em cópia papel para ler/visualizar no formato 2D em vez de
ler/conferir na tela seja em 2D ou 3D. O que demonstra que apesar de sistemas de
gerenciamento de controle de obra disponíveis em instrumentos que podem ser
manipulados diretamente da obra, como o palmtop e computadores de fácil uso em um
canteiro de obra, os sistemas de leitura do desenho em 3D ou 2D na tela também não irá
eliminar, no momento, a cópia do desenho em 2D em papel no canteiro. Estas
considerações foram mencionadas por empresas brasileiras, que utilizam o
desenvolvimento e controle das obras através de sistemas de gerenciamento de projetos
via web, nos depoimentos prestados durante o Seminário de Tecnologia de Informação
na Gestão do Projeto durante o III Workshop de Gestão do Projeto em nov/2003 em Belo
Horizonte.
É fato que, as novas tecnologias de tratamento de informações têm para si
reservado um importante papel, à medida que possibilitam cada vez mais solucionar
problemas específicos e cotidianos com os quais nos deparamos ao interagir com os
imensos repositórios de dados, assim como as redes de computadores e dispositivos que
lhes dão suporte. Sua aplicação, como um ambiente único de trabalho compartilhado
pelos envolvidos no projeto, incorpora operações usualmente empregadas na
normatização de métodos e procedimentos, que visam a elaboração do trabalho dentro
dos objetivos de Qualidade Total, tais como:
Facilidades para a implantação e difusão de procedimentos de controle
documental, a todos os participantes internos e externos de uma empresa;
Facilidades quando na criação e implementação de normas para a produção
dos arquivos, em especial a padronização da nomenclatura e layers dos
84
arquivos em CAD, procedimentos responsáveis por melhorias na
intercambialidades dos desenhos e controle das versões;
Facilidades para acessar e disponibilizar de forma adequada, qualquer
documento de qualquer projeto anterior como documento de referência para
novos projetos;
Melhorias para a formação de grupos de trabalho quando na criação de um
novo projeto pela facilidade em cadastrar e acessar uma única base de
profissionais e serviços;
Melhorias na administração da documentação e da memória técnica. Através
de ferramentas de busca que agilizam a rastreabilidade e a memória técnica do
projeto.
6.2 A Organização dos Documentos pela Padronização
De uma maneira em geral as melhorias da qualidade na atividade de coordenação
de projetos é necessário que esta seja exercida baseada em procedimentos pré-
estabelecidos. Dentre os instrumentos referentes ao controle da documentação técnica
que podem ser utilizados na coordenação do projeto do edifício destacamos:
planejamento de projetos, controle das disciplinas (quem faz o que e quando),
procedimentos de comunicação, compatibilização dos projetos, controle de dados de
entrada, controle de revisões, controle de pendências, controle de distribuição de
documentos .
um grande esforço de caráter nacional para integração das informações no
setor da construção civil. Um dos itens de interesse de nossa pesquisa trata da
padronização dos arquivos, colocadas como Diretrizes Gerais para a Intercambialidade
de Projetos em CADD pela AsBEA (2000). Esta proposta visa padronizar nomes de
diretórios, nomes de arquivos dentro destes diretórios e nome de layers dentro destes
arquivos.
A estruturação dos diretórios é baseada em fases e qualificação da informação
dentro das fases (Quadro 5). Um primeiro passo para que todos os documentos tenham
uma linguagem única para reconhecimento da arvores de informações referentes a um
determinado projeto na adoção de rotinas e conceitos básicos de trabalho, que devem
ser seguidos por todos os envolvidos, a fim de evitar que cada um personalize o seu
projeto neste caso o documento técnico com as características que lhe agradem.
Embora cada projeto seja diferente, as diversas disciplinas envolvidas estarão
compartilhando um único projeto.
85
Quadro 5: Nomenclatura AsBEA.(2000) para a estrutura de diretórios do projeto
ISO 13567
Agent
responsible
Element
CAMPO I II III IV V
PROPOSTA
AsBEA
Código do
Projeto
Agente Fase
Objeto /
Elemento /
Assunto
Qualificativo
Diferenciação
ABCDEFG TLV 01 LV BAS PRO
12345678 TSD 02 PN DET ATA
12 45678 ARQ 03 EV DOC CAR
Etc. ALM 04 EP FLH DCA
APS 05 AP IMG DCT
AUB 06 PL MOD Etc.
ACV 07 PB TMP
AIT 08 PE Etc.
VED 09 AO
VPR 10 DC
VGS Etc. Etc.
STR
SFN
SCO
SMT
SMA
SPR
SAV
ELE
EFO
EIL
ETE
ESIO
ETV
ELO
ESIO
EPR
ECE
EIE
ESP
MEC
CLI
CEX
CPR
HID
HAG
ETC...
LEGENDA
CAMPO /
ABREVIAÇÃO
RECOMENDADA
CAMPO /
ABREVIAÇÃO
SUGERIDA
CAMPO /
ABREVIAÇÃO
LIVRE
86
Quadro 6: Nomenclatura AsBEA.(2000) para a estrutura de arquivos do projeto
ISO 13567
Agent
responsible
Element Presentation Status Projection Sector Phase Scale
Work
package
User
Defined
CAMPO I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV
PROPOSTA
AsBEA
Código do
Projeto
Agente Fase
Objeto /
Elemento
/ Assunto
Qualificativo
Diferenciação
Anotações e
Rep.
graficas
Estado do
Elemento
Plano de
Projeção
Localização
Não
Utilizado
Escala
Setor
Bloco
Fase da
Obra
Definição
do Usuário
Revisão
ABCDEFG TLV LV PRO EXO DEM MOD LOC BLA
Térreo e
detalhes
horizontais
R00
12345678 TSD PN ATA TXT CON AMP EMB BLB
Ata de
reunião
geral
R01
12 45678 ARQ EV CAR HTC FIX CRT 2SS ST1
Comentário
de obra
R99
Etc. ALM EP DCA CTA MOV DIG 1SS ST2 Etc. Etc.
APS AP DCT FLH TMP DTH SUP S01
AUB PL Etc. SMB ORI DTI TER S02
ACV PB LEG FIN DET MEZ FS1
AIT PE ACB EXI ELI TIP FS2
VED AO ANO Etc. ELV 01P F01
VPR DC SLC FOR 02P F01
VGS Etc. RVS IMP 12P Etc.
STR ARE PLA DUI
SFN IDE Etc. DUS
SCO TMP ATC
SMT TAB CXA
SMA UNF BAR
SPR DIM AA
SAV ISSO BB
ELE CAI 001
LEGENDA
CAMPO /
ABREVIAÇÃO
RECOMENDADA
CAMPO / ABREVIAÇÃO
SUGERIDA
CAMPO / ABREVIAÇÃO
LIVRE
CAMPO
NÃO
UTILIZADO
O desenvolvimento e implantação de uma padronização nos levam não somente a
uma maior comunicação e integração dos diversos projetos, como a um produto final que
receberá os impactos benéficos da padronização, quando na adoção de sistemas de
gerenciamento de dados e informações capazes de fazer interagir desenhos e modelos
elaborados em programas CAD, com outros programas de uso específico, como relatado
por JACOSKY&LAMBERTS (2003). Os autores ressaltam a necessidade de preparar os
instrumentos existentes atualmente no setor, para adaptar os recursos tecnológicos aos
processos da etapa de projeto. Uma linguagem comum mais ampla não se refere apenas
a nomenclatura de diretórios e arquivos, envolve ainda uma reestruturação do setor, um
esforço no caminho de uma linguagem única, neste caso um esforço na busca de uma
padronização dos vocabulários usados pela construção, como forma de ajustar as
divergências semânticas nas nomenclaturas usadas pelos diversos participantes do
setor.
Outro tema que deve ser acompanhado pela construção nacional, são as
discussões acerca da padronização das classes IFC, pois este tipo de arquivo pode
contribuir na melhoria das formas de comunicação, integração e intercâmbio de dados
entre os agentes envolvidos nos diversos processos da construção. Para
JACOSKY&LAMBERTS (2003) a solução do problema de interoperabilidade entre
documentos e registros, é um ponto crucial no prosseguimento da evolução da T.I. na
Construção Civil. Não é possível que um mesmo projeto não possa ser utilizado por
projetistas de diferentes especialidades em seus softwares, ou por escritórios diferentes,
por estarem utilizando ferramentas que sejam incompatíveis entre si. O mesmo se aplica
aos sistemas de gerenciamento via web, as questões voltadas para interoperabilidade
entre os programas e entre sistemas de gerenciamento dever ser temas para abordagem
entre as novas tecnologias de suporte ao projeto.
6.3 A organização das equipes
No planejamento do projeto os envolvidos/responsáveis pelo processo de projeto
devem estar sintonizados com o planejamento do processo de projeto, estabelecendo
desde o inicio do processo planos de controle do fluxo de informações dos documentos e
dados entre os intervenientes de projeto durantes aa etapas do projeto, objeto das
melhorias aqui proposta. A proposta é integrar de forma automática, ou melhor dizendo
produtiva, estes controles aos sistemas de gerenciamento de projetos via web. Na
verdade é fazer com que as vantagens sejam produtivas para as necessidades de alguns
dos itens da norma ISO.
Na indústria da construção civil, é crescente a preocupação e o interesse das
empresas na busca de novas formas de gestão e da melhoria de seus processos. Em
uma proposta de controle do processo de projeto na construção civil, elaborada durante
processo de certificação pela Norma ISO 9001/94 para uma empresa de engenharia,
JOBIM et al (1999) consideram como uma primeira etapa de trabalho a definição da
sistemática de controle de documentos e dados, ou seja, a elaboração de procedimentos
que definam como a empresa, ou grupo de trabalho, elabora, aprova, revisa e controla
seus documentos.
Essa seqüência de etapas é adaptada na definição de rotinas que podem ser
incorporadas a sistemas de gerenciamento do projeto via web.
Quadro 7: Etapas do processo de projeto, na fase de concepção e desenvolvimento dos
projetos de arquitetura e complementares.
FLUXOGRAMA ITEM EQUIPE ENVOLVIDA
INC GER ARQ EST ELE CON
Levantamento
de dados
Pesquisa Mercado
Programa de necessidades
Informações do terreno
Averiguação de Legislações
Normas de apresentação
Estudo
Preliminar
Definição do produto
Definição Documentação Técnica
Estudo Preliminar Arquitetura
Alterações e revisões
Aprovação p/próxima etapa
Anteprojeto Distribuição para a etapa
Anteprojeto Arquitetura
Anteprojeto complementares
Compatibilização
Avaliação
Alterações e revisões
Aprovação p/próxima etapa
Documentos p/ aprovação legal
Projeto
Executivo
Distribuição para a etapa
Proj Exec. Arquitetura
Proj Exec complementares
Compatibilização
Avaliação
Alterações e revisões
Aprovação da etapa
IINC-Incorporador GER-Gerente projeto ARQ- Proj Arquitetura EST- Proj Estrutura ELE- Proj Elétrica CON-Consultores
Responsável Consulta ao projeto
6.3.1 Planejamento do Projeto
Os envolvidos/responsáveis pelo processo de projeto devem estabelecer
diretrizes que identifique suas metas, etapas e equipe envolvida e definindo-se dessa
forma suas respectivas responsabilidades para cada um dos projetos. Sua aplicação
pode ser representada de uma forma seqüencial (quadro 5), o que não impede de ser
ajustado com as diferentes propostas dos diversos projetos. Neste item estão agrupadas
as atividades que visam:
89
Estabelecer diretrizes para cada um dos projetos de forma que o planejamento
seja repassado a todos de forma escrita, o que poderia ser elaborado e
distribuído aos responsáveis através de formulários a serem preenchidos
online, seguindo as etapas do projeto. É necessário identificar as relações de
dependências entre as atividades do projeto, para que se possa definir as
responsabilidades de cada profissional envolvido. No quadro 7
exemplificamos uma seqüência de etapas segundo procedimentos
apresentados pela AsBEA (2000) e Jobim et al (1999).
Formulário de contratação de serviço dos projetistas: Solicitar de cada
projetista, a listagem de desenhos e demais documentos técnicos que pretende
apresentar no desenvolvimento do projeto.
Cronograma de desenvolvimento: Definir, em conjunto, com
incorporador/construtor, gerente, projetistas e demais envolvidos no projeto, de
forma que cada cronograma individual possa ser ajustado ao cronograma geral
de projetos, a qual deve contemplar todas as etapas do projeto e seus prazos
de elaboração.
Estas etapas podem ser executadas através de formulário online a ser preenchido
como um dos requisitos da contratação o que possibilitaria o controle imediato da
informação pelos responsáveis pelo gerenciamento do projeto.
6.3.2 Galeria de Usuários
Neste item estão agrupadas as atividades que visam dar suporte as etapas dos
projetos e os respectivos responsáveis. A galeria de usuários, deve permitir o acesso
publico para cadastro das empresas e projetistas e manter em área de acesso restrito
como histórico das empresas que vem prestando serviço a um determinado grupo de
trabalho, assim como comentários referentes aos serviços prestados de forma que possa
ser consultado pelos incorporadores e gerentes do projeto para futura contratação.
Dentre os requisitos a serem incorporados destacamos:
Área publica: Cadastro de usuários e ou profissionais que passam por uma
avaliação do administrador, responsável pela criação dos projetos. Banco de
serviços: para cadastro e consulta para prestadores de serviços, tais como
projetistas, fornecedores de materiais, serviço de plotagem, agencia de
viagens, etc.
Área de uso restrito para administração de projetos: Banco de Profissionais,
Avaliação de novos cadastros da área publica, Cadastro de usuários e
convidados, Relatório de participantes por Projeto, Controle de Acesso dos
participantes ou novos usuários cadastrados.
90
Área de uso restrito para gerenciamento de projetos: Agenda de contatos dos
participantes, Consulta ao Banco de Profissionais dos participantes de um
determinado projeto, Cadastro de Convidados
6.3.3 Gerência dos documentos:
Neste item estão as atividades referentes ao armazenamento dos documentos e o
fluxo de informações entre os diversos intervenientes do projeto. Os dados
compartilhados entre os participantes abrangem diferentes tipos de documentos como:
documentos estruturados sobre a forma de formulários editáveis; documentos no formato
semi estruturado , como texto, tabelas em seu formato original do aplicativo; documentos
gráficos, geralmente em formatos de arquivos CAD ou ainda nos formatos para
fotografias, áudio e vídeos, links ou hiperlinks entre dados.
Controle de documentos: Definir e padronizar a forma de controle de
documentos e dados.
Controle de distribuição de documentos: Identificação e controle de interfaces
de trabalho, responsáveis pelos procedimentos de compatibilização entre os
intervenientes
Controle de revisões e atualizações: Cuida do acompanhamento das etapas de
criação, revisão e atualização dos mesmos, procedimentos considerados de
fumdamental importância para que todos os responsáveis tenham as
informações atualizadas e em tempo
Controle de aprovação e pendências
6.3.4 Sistemas de Busca e Memória Técnica
A variedade de formatos de dados impõe dificuldades ao indexar e buscar
informações contidas nos diferentes tipos de dados. Uma informação pode estar contida
tanto em um arquivo CAD, como um arquivo texto, por exemplo para a busca pelas
especificações de um determinado item. Para acessar os arquivos o usuário deverá pelo
menos saber seu nome e locais de armazenamento. Em qualquer sistema de busca esta
informação quanto mais vaga for maior o numero de informações não relevantes serão
encontradas. Com o controle da entrada dos documentos e o histórico do fluxo de
informações, alguns campos de reconhecimento do documento podem facilitar a busca
dos dados. A padronização dos dados em muito pode contribuir nesta rastreabilidade e
ainda possibilitar que os dados sejam estruturados através de áreas de interesse tais
como:
91
Biblioteca de normas e legislações: arquivos referentes a normas e legislações
das entidades reguladora.
Biblioteca de referencias: arquivos indexados como soluções adotadas em
outros projetos, em especial, detalhes de execução e especificações.
Biblioteca de gabaritos: arquivos em CAD, seguindo modelos recomendados
pela AsBEA (2000) que podem ser usados como gabaritos de representação
gráfica, seja em 2D ou 3D, pelas diferentes disciplinas.
Biblioteca de modelos: arquivos a serem utilizados como base de referencia
pelas diferentes disciplinas.
Para que esta área seja dinâmica e atenda as necessidades dos projetos ela deve
estar sempre em atualização. O que leva a uma sistematização na estrutura dos dados a
ser executada ou de forma automática no cadastro de documentos, caso das normas, ou
sendo incrementada através de indexação definida conforme interesse dos usuários ,
caso dos detalhes e gabaritos.
6.4 Funções de Gerenciamento da documentação aprimoradas
Um conjunto de elementos que gerenciem todo o ciclo de vida de um documento
é capaz de ser realizado através da implantação de programas de workflow e ou rotinas
que possam transformar as necessidades dos participantes/intervenientes em
necessidades produtivas. Para que isto aconteça o processo pode ser criado de forma a
atender as necessidades e procedimentos operacionais do fluxo de trabalho, em relação
aos arquivos, procedimentos orientados as etapas de projeto e processamento
orientados através de formulários eletrônicos, entre outros. As atividades do ciclo de vida
de um documento podem ser nomeadas como emitir, revisar, processar, aprovar,
arquivar e distribuir documento. A operação sistematizada acelera e simplifica o
processamento dos documentos. Isso ajuda aos novos participantes envolvidos assim
como os gerentes e coordenadores definindo etapas de processamento tanto possível
quanto necessário promovendo um maior controle sobre os procedimentos a serem
utilizados por todos. É criada assim uma metodologia que pode ser facilmente seguida
pelos envolvidos em um determinado projeto . Os resultados são maior qualidade e
consistência.
Durante o ciclo de vida do projeto de arquitetônico e demais disciplinas os
documentos têm a tendência a serem agrupados de acordo com as fases e etapas de
desenvolvimento. A estrutura em arvore como sugerida pela nomenclatura AsBEA é
apenas uma visão diferente do banco de dados que permite melhor compreender e
localizar os documentos desejados.
92
O que se verifica de uma forma geral, é a falta de um planejamento que possa
garantir a integração dos documentos, neste caso dados a serem criados durante o
desenvolvimento do projeto com programas geradores de novos documentos. Estes
seriam procedimentos que permitem que dados indexados sejam automaticamente
transferidos para o template (modelo) de documentos ao abrir o programa de edição seja
de textos, planilhas ou CAD, desde que seu planejamento seja previamente criado e
controlado, como por exemplo uma listagem de documentos eletrônica para
acompanhamento e controle dos arquivos referentes a um determinado projeto. Neste
caso estaríamos interagindo dados entre o ambiente de gerenciamento e o programa de
edição, utilizando templates previamente definidos e rotinas para o acompanhamento do
ciclo de vida do documento.
Isto minimiza uma tarefa repetitiva e rotineira necessária para garantir que os
dados necessários, tais como, formato de prancha, definição de escala a ser utilizada em
determinado documento, tipos de textos e dimensionamento, estrutura de layers,
símbolos, carimbos, legendas entre outros elementos necessários para emissão de
documentos estarão realmente disponíveis no documento conforme desejado. Além de
minimizar erros de digitação e a tarefa de cadastrar dados dos documentos duas vezes
uma no ambiente web e outra no próprio documento a integração destes dados permite
93
7 CONCLUSÕES
Como vimos o ambiente para gerenciamento de documentos em plataforma web
se propõe a integrar três áreas distintas: gerência dos documentos, recursos humanos e
tecnologias de automação, pontos-chaves na organização e controle dos projetos
informatizados. Mas para que este quadro atenda de forma satisfatória é necessária a
consolidação e prática de uma cultura organizacional nos processos de
elaboração/planejamento/desenvolvimento de projetos. A necessidade de uma maior
interação entre o planejamento e a execução dos processos. A necessidade de
alterações nos métodos de trabalho e insatisfação dos participantes quanto à nova área
de trabalho;
A cultura de colaboração e organização de projetos é extremamente importante
quando na adoção de sistemas que contam com a participação de uma equipe que é
formada apenas para um único projeto. Portanto, embora o estudo focalize a etapa do
projeto arquitetônico e projetos específicos e privilegie esta etapa como geradora das
demais, na verdade um subproduto do processo de produção, não descarta a abordagem
do sistema complexo da construção civil em suas fases de produção e uso. A integração
completa entre sistemas ainda é um o objetivo a ser atingido.
As empresas deparam-se ainda com a qualidade dos serviços de suporte à rede
Internet ainda não necessariamente distribuídos de forma satisfatória entre os integrantes
de um grupo quando em locais dispersos (ou diferentes).
Apesar de inúmeras barreiras, o uso de gerenciadores de documentos em
plataforma web, facilita a prática sistemática de projeto e a interação entre profissionais e
clientes quando apoiada em metodologias consistentes e elaborado à luz das práticas de
gestão do projeto. Sua aplicação, tanto nas empresas quanto na formação acadêmica,
apresenta-se como uma solução virtual para que cada equipe possa se comunicar,
compartilhar e visualizar documentos (textuais e gráficos) de qualquer computador em
qualquer local.
Em atividades de ensino da engenharia e arquitetura o uso de ferramentas que
possam integrar as informações é uma forte contribuição na medida que se coloca como
uma ferramenta de apoio à disciplina facilitando, ao professor e ao aluno, de forma que
tenham uma visão mais ampla e prática das tecnologias de informação existentes para a
sua área. Além disso, projetar envolve um processo de aprendizagem crescente inerente
às atividades próprias de projeto.
Podemos afirmar que as novas tecnologias de apoio ao projeto informatizado da
edificação estão entre os responsáveis por uma maior agilidade e produtividade com
qualidade em suas etapas de trabalho. Isso demonstra que há, cada vez mais, a
necessidade de uma maior integração dos profissionais que atuam por toda a sua cadeia
produtiva. Um dos grandes desafios da atualidade é lidarmos com as recentes e
vindouras tecnologias e integrá-las proveitosamente às atividades profissionais.
95
8 RESULTADOS
8.1 Resultados Obtidos
Monografias Produzidas em disciplinas do Curso de Doutorado
Trabalho Disciplina
O uso de tecnologias de informação no auxilio ao
projeto
Inovação Tecnológica e Organizacional II (COP819)
Novas tecnologias no apoio ao ensino do projeto Tópicos Especiais em Ensino do Projeto (COP895)
Novas tecnologias no auxilio ao projeto: o uso de
gerenciador de documentos aplicado ao projeto de
arquitetura
Inovação nas Organizações (CPP893)
Analise dos novos meios e tecnologias aplicadas ao
ensino
Tecnologias da Educação (NUT756)
Participação e Apresentação de Trabalhos em Eventos
Evento Local/Ano Trabalho
IV Congresso Internacional de
Engenharia Gráfica nas Artes e no
Desenho, GRAPHICA2001
São Paulo/USP
2001
Gerenciador de documentos de projeto
de arquitetura como módulo do
SISPRO.
I Workshop nacional Gestão do
Processo de Projeto na Construção de
Edifícios.
São Carlos/USP
2001
Terminologia: Buscando a
interoperabilidade na construção.
IV Congresso Ibero-americano de
Gráfica Digital, SIGRAD2000
Rio de Janeiro/UFRJ
2000
Centro de referência e informação em
habitação: INFOHAB.
XXIII ENEGEP - Encontro Nacional de
Engenharia de Produção
Ouro Preto, MG, Brasil,
2003
Novas tecnologias na gerencia da
documentação do projeto
4
o
CBGDP - Congresso Brasileiro na
Gestão do Desenvolvimento do
Produto
Gramado, RS, Brasil, 2003 O desenvolvimento integrado de
projeto apoiado por um gerenciador de
documentos
III Workshop Nacional Gestão do
Processo de Projeto na Construção de
Edifícios.
Belo Horizonte, MG
2003
Seminário de Tecnologias de
Informação aplicadas ao projeto
Auxílio ao desenvolvimento do protótipo da ferramenta e-ger
Novas tecnologias no apoio ao ensino do projeto
Proposta aprovada pela CAPES
P A P E D -Programa de Apoio à
Pesquisa em Educação a Distância
Artigos em Revista
NUNES, R.C.P. & AMORIM, S. R. L. AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NTI E O
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97
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1995. 120 p.
103
10 ANEXO A
TRAJETÓRIA PESSOAL DO AUTOR:, desde 1997, Mestre em Engenharia de
Civil, no programa da UFF - Universidade Federal Fluminense onde apresentou e
defendeu a dissertação de tema “CAD, implementação e padronização de sistemas cad:
uma análise dos escritórios de projeto do rio de janeiro”. Cabe ainda mencionarmos de
forma sucinta algumas das experiências profissionais e acadêmicas vivenciadas pela
autora e os projetos com os quais colaborou ou vem colaborando por apresentarem uma
afinidade com a proposta.
ATIVIDADES ACADÊMICAS
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF/CTC/
2003 Curso de Graduação em Arquitetura – Professor Substituto, disciplina de
Maquetes e Modelos
CENTRO UNIVERSITÁRIO PLINIO LEITE - UNIPLI
2001 Curso de Graduação em Arquitetura - Professor Convidado, disciplina de
Arquitetura de Interiores
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF/CTC/TDT
1997 - 1999 Graduação em Engenharia Civil - Professor Substituto, disciplina Desenho
Básico do Depto Desenho Técnico
ATIVIDADES PROFISSIONAIS NÃO ACADÊMICAS
NCA ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA - Rio de Janeiro, RJ.
1987 – 2001 Gerenciamento e Desenvolvimento de Projeto de Arquitetura para Obras
Comerciais e Residenciais. Diretora responsável pelo setor de projetos.
INGE LISE WEEKE, ARQUITETA - Paris , FRANÇA
1985 - 1986 Desenvolvimento de Projeto de Arquitetura. Estudo de Teatro 1.100 lugares,
Fort de France, Martinica
H. CAMARGO ARQUITETURA PROMOCIONAL LTDA - Rio de Janeiro, RJ.
1984 Desenvolvimento de Projetos de Arquitetura Promocional. Montagem de Stand
em Feiras e Exposições em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília
e Salvador.
SEDE MUNDIAL OCTANORM VERTRIEBS - Sttutgart, ALEMANHA
1984 Estudos, Projetos de novos perfis e Sistema Modular Octanorm para Feira
Euroshop, 1984, com participação na montagem do Stand Octanorm.
RATIUS INREDNINGAR - Stockholm, SUÉCIA
1983 Desenvolvimento Projetos de Arquitetura Promocional. Lojas, Feiras e
Exposições utilizando Sistema Modular Octanorm para Shop-Fitting.
BAQUEIRO COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA - Salvador, BA.
1981 -1982 Desenvolvimento de Projetos de Arquitetura. Projetos para Lojas e Feiras
utilizando Sistema Modular Octanorm.
NEY CANNABRAVA ARQUITETO - Rio de Janeiro, RJ.
1979 - 1980 Desenvolvimento de Proj. de Arquitetura. Projetos Comerciais e Residenciais.
ATIVIDADES DE PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – GRUPO DE PESQUISA CDCON
2001 – 2002 Pesquisadora Associada. Projeto CDCON – Desenvolvimento de Terminologia
e Codificação de Materiais e Serviços p/ Construção Civil. Coordenação Prof
Sérgio Leusin. Pós Graduação Eng. Civil.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – PROJETO DE EXTENSÃO
2001 - 2002 Pesquisadora Associada. Projeto OBRALEGAL - Desenvolvimento de um
Web-Portal, no setor de projetos, na Região de Juiz de Fora. Coordenação Prof.
Romir Soares.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – PROJETO DE EXTENSÃO
2001 Pesquisadora Associada. Projeto Sistemas de Apoio ao Ensino de Desenho
Básico. Coordenação Profa Anna Machado Graduação em Eng. Civil –
Desenho Básico do Depto de Desenho Técnico.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – GRUPO DE PESQUISA GEPRO
2000 - 2002 Doutoranda. Projeto GEPRO – Grupo de Ensino e Pesquisa em Gestão
Integradade Projeto de Produtos Industriais. Coordenação Prof Ricardo Naveiro.
Pós Graduação Engenharia de Produção.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – GRUPO DE PESQUISA INFOHAB
1999 - 2001 Pesquisadora. Projeto InfoHab - Centro de Referência e Informação da
Habitação. Coordenação Prof Sérgio Leusin. Pós Graduação Engenharia Civil.
105
11 ANEXO B
Etapas e atividades do projeto
ETAPAS DE
PROJETO
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS OBJETIVOS RESPONSABILIDADES
Levantamento
de dados
Levantamento de informações e dados com o objetivo de
caracterizar o produto, condições preexistentes e
restrições p/ elaboração do projeto. A avaliação dos dados
permite verificar o potencial construtivo e alcançar os
objetivos do cliente.
Documentação providenciada
pelo cliente ou pelo escritório
responsável pelo projeto de
arquitetura.
Programa de
necessidades
Determinação das exigências de caráter prescritivo ou de
desempenho (necessidades e expectativas dos usuários)
a serem satisfeitas pela edificação, tanto em seus
aspectos qualitativos como quantitativos.
Definido pelo cliente,
aprofundado/contemplado
pelo projetista de arquitetura.
Estudo de
viabilidade
Análises e avaliações do ponto de vista técnico, legal e
econômico e que promovam a seleção e recomendação
de alternativas para a concepção dos projetos. Permite
verificar se o programa, terreno, legislação, custos e
investimentos são executáveis e compatíveis com os
objetivos do cliente.
Elaborado por grupo
interdisciplinar composto por
cliente, incorporadores,
construtores e projetistas
(arquitetura, estruturas,
instalações, fundações, etc).
Estudo
preliminar ou
estudo de
massa
Representação da configuração inicial da edificação,
considerados os dados do levantamento inicial. Pode ser
apresentado sob a forma de modelos volumétricos
(número de edificações, pavimentos, etc), sem
caracterizar definitivamente o projeto. Tem como objetivo
a aprovação do partido proposto.
Apresentado pelo projetista de
arquitetura, podendo estar
incluídas soluções alternativas
a serem avaliadas e
escolhidas pelo cliente.
Anteprojeto Representação das informações técnicas para o
detalhamento da edificação e inter-relacionamento das
demais atividades técnicas que foram iniciadas a partir da
aprovação do estudo preliminar. Os produtos obtidos
devem ser suficientes para a elaboração de uma
estimativa de custos e de um cronograma para execução.
Deve abordar os seguintes aspectos para tornar possível
a compatibilização de todos os tipos de projetos:
Concepção e dimensionamento dos pavimentos, contendo
definição dos ambientes;
Concepção e tratamento da volumetria da edificação;
Definição do esquema estrutural;
Desenvolvido pelo projetista
de arquitetura e pelos demais
projetistas das outras
atividades técnicas envolvidas
em especial fundações,
estruturas, instalações
hidráulicas e elétricas.
Anteprojeto Definição das instalações gerais;
Orientação de conforto ambiental (insolação, aeração,
(cont) luminosidade, acústica);
Determinações técnicas, sistema construtivo, resistência e
durabilidade de materiais;
Determinações econômicas, relações custo-benefício,
durabilidade e padrão desejado.
Projeto legal Informações para análise e aprovação da concepção da
edificação pelas autoridades competentes dos órgãos
públicos, observando-se suas exigências legais. Tem
como objetivo obter as licenças e os alvarás para a
execução de obras e pode ser desenvolvido
concomitantemente ou posteriormente ao anteprojeto.
Elaborado por escritório de
arquitetura e pelos projetistas
complementares no caso de
aprovação de projetos junto à
concessionárias de serviço
público, cabendo muitas
vezes à construtora seu
encaminhamento.
Projeto pré-
executivo
Desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico de forma a
permitir a verificação das interferências com os
anteprojetos complementares. Constitui-se de
documentação para elaboração dos estudos prévios à
execução definitiva e obtenção de subsídios por
quantificação e qualificação de materiais, mão-de-obra,
procedimentos técnicos construtivos e tecnologias.
Cada projetista elabora seu
projeto específico e à
coordenação de projetos cabe
a compatibilização.
Projeto básico Projeto de pré-execução compatibilizado com todas as
interferências, tendo como objetivo a licitação e
contratação dos serviços de execução e melhor
elaboração de custos e prazos de execução. Deve ser
precedido por estudos sócio-econômicos, de impacto
ambiental, etc, e sucedido pelo projeto executivo e seu
detalhamento.
Responsabilidade de todos os
projetistas envolvidos em
atividades técnicas a serem
executadas no
empreendimento.
Projeto
executivo
Desenhos técnicos em escala conveniente contendo
soluções, detalhes definitivos e informações de todos os
projetos técnicos a serem executados em obra.
Elaborado por profissionais
que desenvolveram atividades
técnicas a serem executadas
em obra.
Detalhes de
execução e
detalhes
construtivos
Desenhos complementares apresentados em escalas
ampliadas para melhor compreensão dos elementos de
projeto executivo no momento de execução.
Elaborado por profissionais
que desenvolveram atividades
técnicas a serem executadas
em obra
Cadernos de
especificações
Informações complementares quanto às especificações
técnicas e detalhes dos materiais previstos em obra
(fabricantes, dimensões, cores, modelos, etc), suas
condições de execução, locais de aplicação e padrão de
acabamento.
Desenvolvido pelos projetistas
responsáveis por uma
atividade técnica.
Coordenação
Gerenciamento
de projetos
Organização, programação, estabelecimento de critérios,
prioridades, métodos e cronogramas de trabalho para
elaboração e compatibilização de projetos
complementares específicos em relação ao projeto de
arquitetura, principalmente para evitar problemas
posteriores junto à execução de obras.
Desenvolvido por escritório
responsável pelo projeto
arquitetônico, empresa
construtora ou consultoria
específica.
Assistência à
execução
Consulta específica ao escritório do projetista ou visitas
periódicas à obra para orientação geral, verificação da
compatibilidade do projeto com a execução,
esclarecimento de dúvidas, questões relativas à
substituição de materiais ou necessidade de alterações ou
complementações ao projeto.
Profissionais responsáveis por
projetos em execução e que
sejam solicitados pela
empresa construtora.
Projeto as built Conjunto de desenhos do projeto executivo revisado e
elaborado conforme o que foi executado em obra, para
atualização e recomendações de manutenção.
Profissionais que
desenvolveram os projetos
executados em obras.
Fonte: Adaptado de LA RIVA (1995)
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