Relatório-Síntese 2000 ANEXO Medicina
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1. Um paciente de 54 anos, tabagista, trabalhador bra-
çal, refere que há 2 dias vem apresentando episódi-
os de dor nas regiões retroesternal e dorsal, com
irradiação para os om-bros e braços, relacionados
com esforço e que cessam após 5 a 10 minutos de
repouso. O último episódio ocorreu há cerca de 1
hora, depois de subir 2 lances de escada,
e ainda
persiste. Nega outros antecedentes mórbidos. O exa-
me físico mostra um paciente ansioso, com pulso
de 90 batimentos por minuto, pressão arterial de 140
× 90 mmHg, com ausculta cardíaca e pulmonar nor-
mais e aumento da sensibilidade à palpação do
esterno e das
articulações costo-esternais esquerdas,
sem outras alterações. O eletrocardiograma é nor-
mal. A conduta correta é
(A) administrar antiinflamatório não-hormonal e
solicitar uma radiografia de tórax e de coluna
vertebral.
(B) administrar ácido acetilsalicílico e heparina e
internar o paciente para cuidados
especializados.
(C) internar imediatamente o paciente e prescre-
ver fibrinolítico intravenoso.
(D) prescrever ácido acetilsalicílico, nitrato
sublingual, se necessário, repouso em casa e
encaminhar o paciente para um ambulatório de
cardiologia.
(E) prescrever um antiinflamatório não-hormonal
e um ansiolítico e observar a evolução clínica
por algumas horas.
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2. Um paciente de 68 anos, acompanhado
ambulatorialmen-te, apresentou em diferentes oca-
siões as seguintes medidas de pressão arterial: 180
× 80, 178 × 80, 175 × 85 e 180 × 82 mmHg. É
assintomático, magro, não fuma, não é sedentário, e
o seu perfil lipídico, a glicemia e a função renal são
normais. A melhor conduta e a sua justificativa são:
(A) administrar um diurético, porque a hipertensão
sistólica do idoso aumenta o risco de eventos
cerebrovasculares e geralmente responde bem
a esse tipo de tratamento.
(B) prescrever dieta rica em alho e medir novamen-
te a pressão depois de 3 meses, porque é um
procedimento sem risco e com boa chance de
sucesso.
(C) não medicar, porque a presença de um fator
de risco cardiovascular, isolado, não justifica a
intervenção medicamentosa.
(D) administrar um inibidor da enzima de conver-
são da angiotensina (ECA) associado a um
bloqueador de canal de cálcio, porque esses
níveis pressóricos aumentam muito o risco de
eventos cardiovasculares e a hipertensão
sistólica não responde à monoterapia.
(E) não medicar, porque o aumento da pressão
sistólica, com pressão diastólica normal, nes-
sa idade, reflete o endurecimento das artérias
e não aumenta o risco de eventos
cerebrovasculares ou cardiovasculares.
3. Um jovem de 16 anos de idade, asmático, vem apre-
sentando repetidas crises nos últimos 3 meses. Nes-
sas ocasiões foi atendido em diferentes serviços de
emergência e obteve alívio dos sintomas depois de
1 ou 2 inalações, recebendo alta com indicação de
usar salbutamol inalatório, quando necessário. Você
acabou de atendê-lo em mais uma crise e quer pres-
crever uma medicação para uso contínuo que, agin-
do sobre os mecanismos da doença, evite crises fu-
turas e tenha poucos efeitos colaterais. A melhor
opção é
(A) teofilina de ação prolongada por via oral.
(B) brometo de ipratrópio por via inalatória.
(C) corticoesteróide por via inalatória.
(D) beta-agonista por via oral.
(E) corticoesteróide por via oral.
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4. Um paciente é admitido num pronto-socorro em
cetoacidose diabética. No início do tratamento apre-
senta uma gasometria arterial com pH de 7,16, pO
2
de 98 mmHg, pCO
2
de 20 mmHg e bicarbonato de
8 mEq/L. Recebe 50 mEq/L de bicarbonato de sódio
IV. Considerando-se esses dados e a curva de
dissociação da hemoglobina, abaixo representada,
pode-se afirmar que a conduta foi
(A) acertada porque corrigiu a acidose sem inter-
ferir com oferta de oxigênio aos tecidos.
(B) acertada porque, embora tenha diminuído a
oferta de oxigênio tecidual, a correção da
acidose era imprescindível.
(C) errada porque, apesar de aumentar a oferta de
oxigênio aos tecidos, a administração de bicar-
bonato é contra-indicada no tratamento da
cetoacidose diabética.
(D) acertada porque corrigiu parcialmente a
acidose e acarretou uma maior liberação de
oxigênio aos tecidos.
(E) errada porque, além de dispensável, acarre-
tou uma menor liberação de oxigênio aos teci-
dos.