Lúcia Cristina Bonkoski Buffara, Maurício Fernandes Pereira
éticos (GIFE/ANDI apud MILANO, 2002).
Para Carrol (apud DONAIRE, 1999, p.22), o conceito “de responsabilidade social das
organizações diz respeito às expectativas econômicas, legais, éticas e sociais que a sociedade
espera que as empresas atendam, num determinado período de tempo”.
Da mesma forma, para Stoner e Freeman (1999) a questão ética no mundo dos
negócios é fundamental e deve ser enfrentada em todos os níveis da atividade empresarial, tais
como: da sociedade, dos stakeholders, das políticas internas e no nível pessoal. A linguagem
ética deve utilizar termos como valores, direitos e deveres, regras morais e relacionamentos.
Além disso, princípios básicos da moralidade comum, como o cumprimento de promessas,
não prejudicar os outros, ajuda mútua, respeito pelas pessoas e pela propriedade são regras
indispensáveis na organização.
Clarkson (apud COUTINHO; MACEDO-SOARES, 2002) apresenta um conceito para
stakeholders que é aqui incorporado. Para ele os stakeholders são as partes interessadas no
processo global da organização como empregados, fornecedores, consumidores e clientes,
acionistas, entre outros. Em definição são pessoas ou grupos que possuem propriedade,
direitos ou interesses passados, presentes ou futuros na organização e em suas atividades.
Segundo os resultados da pesquisa do Instituto ADVB, Pesquisa Nacional sobre
Responsabilidade Social nas Empresas/2002, cresce o número de empresas envolvidas em
projetos sociais. Da mesma forma, a Pesquisa de Ação Social das Empresas, do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2002), revela que os investimentos de empresas
brasileiras em áreas sociais estão crescendo.
Constatou-se também, conforme a pesquisa do IPEA (2002), que a preocupação na
área de educação é grande entre o empresariado, em face da necessidade de qualificação da
mão-de-obra e de aumentos nos investimentos à medida que a empresa cresce.
O que se percebe é que as organizações focadas apenas no crescimento econômico
acabam gerando um custo social para todos, provocando danos ao meio ambiente, condições
impróprias para o trabalho, exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas, discriminação
de alguns grupos sociais, deterioração urbana e outros problemas de caráter social
(DONAIRE, 1999).
Portanto, o papel da empresa em relação à sociedade deve englobar tanto o
desenvolvimento econômico quanto a participação no contexto social e ambiental, buscando
melhorias nas condições de vida da população; ou, nas palavras de Frederick (apud
COUTINHO, MACEDO-SOARES, 2002) a responsabilidade social corporativa está pautada
na obrigação das organizações trabalharem para a melhoria do bem-estar social.
Revista de Ciências da Administração – v.5, n.09, jan/jul 2003 5