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RISCO E GÊNERO: MEDINDO A TOLERÂNCIA
AO RISCO E AS DIFERENÇAS ENTRE OS GÊNEROS
Alexandre Majola Gava
1
Kelmara Mendes Vieira
2
Resumo
Nos últimos anos, tem crescido entre os gestores de investimento e pesquisadores o
interesse em conhecer o comportamento do investidor frente ao risco. A falta de um
modelo padrão faz com que os profissionais financeiros desenvolvam e usem métodos
simplificados geralmente limitados à simples conversações com os clientes sobre o
nível de bem estar diante de diferentes cenários (GRABLE; LYTTON, 2001). Este
trabalho tem dois objetivos principais. O primeiro é desenvolver e avaliar a validade
de um instrumento de pesquisa para classificação dos investidores quanto à tolerância
ao risco. O segundo é verificar se o gênero influência a tolerância ao risco. Foram
aplicados 544 questionários em alunos de graduação e pós-graduação de sete insti-
tuições de ensino. A partir de uma Análise Fatorial, observou-se que o instrumento de
pesquisa abarca três diferentes fatores de risco. As análises de correlação mostraram
que, comparado à questão de risco do SCF, o instrumento é capaz de medir outros
aspectos não avaliados pela referida questão. A divisão da amostra segundo o gênero
dos entrevistados mostrou que o comportamento dos participantes corrobora as pes-
quisas que indicam que os homens são mais propensos ao risco do que as mulheres.
Palavras-chave: Comportamento do investidor. Risco. Gênero.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, tem crescido entre os gestores de investimento e pesqui-
sadores o interesse em conhecer o comportamento do investidor frente ao risco.
1
Doutor em Administração / Finanças pelo PPGA da UFRGS. Especialização na Wharton Business School (EUA). Professor na gradu-
ação da PUC-RS, CESF e FACEBG. Professor Cursos de Pós-graduação da UCS, UNESC (Universidade do Sul de Santa Catarina),
PUC-RS, UNISINOS. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Endereço: Rua Eugênio Valduga, 394, Centro, Bento
Gonçalves, RS, CEP 95700-000. E-mail: [email protected].
2
Doutora em Administração/Finanças – PPGA/UFRGS. Professora do Curso de graduação em Administração e do mestrado em
Administração da UFSM. Universidade Federal de Santa Maria. Endereço: Rua Felipe de Oliveira, 154, apto 301, Centro, Santa
Maria, RS, CEP 97015-250. E-mail: [email protected]. Artigo recebido em: 23/06/2006. Aceito em 16/07/2007. Membro
do Corpo Editorial Científico responsável pelo processo editorial: Prof. João Nilo Linhares
Revista de Ciências da Administração
v. 10, n. 20, p. 116-140, jan./abr. 2008
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Risco e gênero: medindo a tolerância ao risco e as diferenças entre os gêneros
Revista de Ciências da Administração
v. 10, n. 20, p. 116-140, jan./abr. 2008
A tolerância ao risco é um fator determinante na escolha sobre alocação dos ativos
e, como tal, influencia diretamente na criação de produtos financeiros e na definição
das estratégias de investimento.
Neste contexto, torna-se importante à distinção entre neutralidade, propensão
e aversão ao risco. Dado um mesmo valor esperado, se o investidor preferir uma
renda certa do que uma incerta, ele é avesso ao risco. Nesta mesma situação, se ele
for indiferente entre uma renda certa e uma incerta, é neutro ao risco. Finalmente, se
o investidor prefere a aposta do que a renda certa (para um mesmo valor esperado)
ele é amante do risco (PINDYCK; RUBINFELD, 2004).
Os modelos de administração de investimentos requerem que os gestores de
investimento utilizem, pelo menos, quatro fatores no desenvolvimento dos planos
financeiros e de investimento: (1) objetivos (2) horizonte de tempo (3) estabilidade
financeira e (4) tolerância ao risco (GARMAN; FORGUE, 1997 apud GRABLE;
LYTTON, 1998).
Os três primeiros fatores tendem a ser objetivos e relativamente fáceis de medir.
O quarto, a tolerância ao risco, refere-se a como o investidor se sente frente às su-
bidas e quedas do mercado, com ênfase nas suas atitudes e na tolerância emocional
ao risco. Ao contrário dos outros fatores, a tolerância ao risco tende a ser subjetiva
e difícil de medir (GRABLE; LYTTON, 1998, HOLT; LAURY, 2002).
Embora o comportamento frente ao risco seja um elemento fundamental nas
teorias sobre escolhas lotéricas, avaliação de ativos, contratos e seguros, ainda
não há um consenso de como a aversão ao risco deveria ser modelada (HOLT;
LAURY, 2002). A falta de um modelo padrão faz com que os profissionais finan-
ceiros desenvolvam e usem métodos “caseiros”, geralmente limitados à simples
conversações com os clientes sobre o nível de bem estar diante de diferentes ce-
nários (GRABLE; LYTTON, 2001).
Do ponto de vista teórico, a teoria da utilidade continua sendo um método po-
pular para avaliar a tolerância ao risco. Entretanto, pesquisas recentes desafiam as
suposições padrões da função utilidade ao mostrar que muitos indivíduos não apre-
sentam uma aversão ao risco constante (SHEFRIN; STATMAN, 1993). A teoria da
utilidade não pode representar adequadamente as preferências e tolerâncias do toma-
dor de risco porque as magnitudes das perdas potenciais e dos ganhos, suas chances
de ocorrência e a exposição a perdas potenciais contribuem para o grau de ameaça
(versus oportunidade) em uma situação de risco (KAHNEMAN; TVERSKY, 1979).
Em outras palavras, pessoas tendem a serem consistentemente mais desejosas para
tomar risco quando certas perdas são antecipadas e mais desejosas para mudar para
ganhos seguros quando os ganhos absolutos são antecipados (STATMAN, 1995). No
Brasil, a recente pesquisa de Vieira e Gava (2005) indicou que o comportamento das
pessoas frente ao risco não parece seguir o esperado segundo a teoria da utilidade.
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Por outro lado, há certo consenso entre os gestores de recursos de que as va-
riáveis demográficas podem ser usadas adequadamente para classificar os clientes
em categorias de tolerância ao risco. Existem evidências de que indivíduos do sexo
masculino assumem mais risco do que os do sexo feminino, conforme pode ser
observado no item 2.2 deste estudo.
Este trabalho tem dois objetivos principais. O primeiro é desenvolver e avaliar
a validade de um instrumento de pesquisa para classificação dos investidores quanto
à tolerância ao risco. O segundo é verificar se há influência do gênero na tolerância
ao risco. Para tanto é desenvolvido um questionário com dois grandes grupos de
questões: um grupo para a avaliação da variável sexo e um grupo de questões para
medir a tolerância ao risco.São 544 entrevistados, entre alunos de graduação e pós
graduação de sete faculdades do estado do Rio Grande do Sul.
O trabalho está organizado da seguinte forma. A revisão bibliográfica (item 2)
divide-se em duas seções. A primeira (item 2.1) apresenta uma discussão sobre a
mensuração da tolerância ao risco. A segunda (item 2.2), é uma revisão da relação
entre sexo e a tolerância ao risco. A seguir (item 3), tem-se a descrição do método de
pesquisa envolvendo a definição do instrumento de pesquisa, as técnicas de análise
e a amostra utilizada. A análise dos resultados envolve o procedimento de avaliação
do instrumento de medida e a análise da relação entre sexo e risco (item 4). O item
5 apresenta as conclusões.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A revisão bibliográfica está dividida em duas seções. A primeira aborda os as-
pectos relativos à mensuração do perfil frente ao risco. A segunda é um levantamento
bibliográfico da influência do gênero na tolerância ao risco.
2.1 Tolerância ao risco
Avaliar o nível de tolerância ao risco é um processo difícil porque tolerância
ao risco é um conceito ambíguo e inconclusivo (ROZKOWSKI, 1998). Os modelos
desenvolvidos nas últimas décadas podem ser classificados em cinco metodologias:
escolha de dilemas, teoria da utilidade, medidas objetivas, julgamentos heurísticos
e medidas subjetivas (GRABLE; LYTTON, 1999).
A escolha de dilemas era um método popular para avaliar risco até metade da dé-
cada de 70. Basicamente eram desenvolvidos cenários onde os respondentes deveriam
fazer uma escolha para si mesmos ou para alguém. Depois de vários anos de uso, esses
testes geraram pouca evidência da propensão para aceitação do risco entre situações,
principalmente porque os itens eram unidimensionais. MacCrimmon e Wehrung (1986
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apud GRABLE; LYTTON 1999) sumarizam os pensamentos relacionados à escolha
de dilemas concluindo que itens que perguntam a alguém o “quão tolerante ao risco
ele é”, medem somente uma parte da natureza multidimensional do risco e que muitas
pessoas cometem erros ao definir sua tolerância ao risco nessas situações.
A teoria da utilidade continua sendo um método popular para avaliar a tolerân-
cia ao risco, entretanto, sua validade vem sendo contestada principalmente devido à
suposição de que a função utilidade da aversão ao risco seja constante no domínio
da riqueza. A teoria da utilidade não pode representar adequadamente as preferências
e tolerâncias do tomador de risco porque as magnitudes das perdas potenciais e dos
ganhos, suas chances de ocorrência e a exposição a perdas potenciais contribuem
para o grau de ameaça (versus oportunidade) em uma situação de risco (KAHNE-
MAN; TVERSKY, 1979).
Um dos contrapontos à teoria da utilidade é a teoria do prospecto. Nessa teoria:
as pessoas são geralmente avessas ao risco para ganhos e propensas ao risco para a)
as perdas, sendo o segundo fator mais pronunciado;
pessoas atribuem pesos não lineares a ganhos e perdas potenciais; b)
resultados certos são geralmente excessivamente ponderados em comparação c)
com resultados incertos;
a função utilidade é normalmente côncava para ganhos e convexa para perdas e d)
geralmente é mais íngreme para perdas do que para ganhos;
pessoas fazem as escolhas sobre ganhos e perdas a partir de um ponto de referência e)
(KAHNEMAN; TVERSKY, 1979).
Alguns autores sugerem que as medidas objetivas oferecem grande potencial
para avaliar a tolerância ao risco (SCHOOLEY; WORDEN, 1996). As medidas obje-
tivas assumem que o investidor aja racionalmente e que a alocação dos ativos é uma
escolha pessoal. No entanto, medidas objetivas que requerem que o gestor deduza a
tolerância ao risco de determinado indivíduo com base na sua alocação de recursos,
apresenta problemas de validade. Medidas objetivas tendem a serem descritivas
ao invés de preditivas, não levam em conta a natureza multidimensional do risco e
muitas vezes falham na explicação do comportamento atual do indivíduo.
Os modelos heurísticos assumem que exista uma correlação forte entre caracte-
rísticas demográficas e socioeconômicas e tolerância ao risco (GRABLE; LYTTON,
1998). Por exemplo, assume-se que indivíduos velhos são menos tolerantes ao risco
que indivíduos jovens. Assim, os indivíduos velhos são aconselhados a investir menos
em ações e mais em títulos de renda fixa.
Alguns autores (STATMAN, 1995, GRABLE; LYTTON, 1998, entre outros) ar-
gumentam que estes métodos não são totalmente apropriados para avaliar a tolerância
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ao risco e sugerem que o melhor caminho é a utilização de medidas subjetivas. Neste
caso, os autores indicam a criação de um instrumento desenhado especificamente para
medir a tolerância ao risco usando cenários e situações financeiras multidimensionais.
Entretanto, ainda não há medidas subjetivas ou instrumentos consolidados.
Devido à complexidade envolvida com a criação de tais medidas muitos pes-
quisadores têm utilizado a Survey of Consumer Finances (SCF) como uma fonte de
dados para avaliar a tolerância ao risco. A Survey of Consumer Finances é uma pes-
quisa realizada anualmente no mercado americano e abrange dados sobre os ativos,
dívidas, atitudes financeiras e comportamento financeiro de indivíduos e famílias.
Nos últimos anos a pesquisa tem sido conduzida pelo National Opinion Research
Center na Universidade de Chicago sob a supervisão do Federal Reserve e outras
agências federais. Especificamente uma questão encontrada na SCF desde 1983 é
utilizada para avaliar a tolerância a risco:
Quais das seguintes opções é a mais próxima da quantidade de risco que
você está disposto a assumir quando você economiza ou faz investimentos?
1-Assumo um risco financeiro substancial esperando ganhar um retorno
substancial; 2-Assumo um risco financeiro acima da média esperando ganhar
um retorno acima da média; 3-Assumo um risco financeiro médio esperando
ganhar um retorno médio; 4-Não desejo assumir algum risco financeiro.
Esta é a única medida subjetiva de tolerância ao risco financeiro encontrada
no SCF. O padrão de respostas tem permanecido relativamente estável ao longo
dos anos, o que é um indicativo de confiabilidade. Diversas pesquisas têm utilizado
a questão para avaliar a tolerância ao risco (SUNG; HANNA, 1996, GRABLE;
LYTTON, 1998, DING; DEVANEY, 2000, XIAO et al., 2001, entre outros). No
entanto, diversos autores levantam questões conceituais sobre a medida (GRABLE;
LYTTON, 2001, HANNA et al., 2001, Xiao et al., 2001). Grable e Lytton (2001)
a partir da análise de correlação testam a validade concorrente da questão SCF e
argumentam que a medida pode não ser tão útil para avaliar a tolerância ao risco
financeiro como previamente assumido. A partir do instrumento de risco foram
definidas quatro variáveis: fator 1, fator 2, fator 3 e índice de risco. Cada fator é
formado pela soma das respostas às questões formadoras do fator e o índice de
risco é a soma das respostas atribuídas às 13 questões do instrumento. Todos os
coeficientes de correlação entre a questão SCF e as quatro variáveis apresentaram
resultados abaixo do limite desejado (0,7), indicando que a validade concorrente da
questão SCF é modesta. O item mede uma única dimensão da tolerância ao risco.
Uma única medida tende a ser menos válida do que uma medida ampla que inclua
muitos fatores, tais como a aceitação do risco no domínio das perdas ou em situações
de ganhos, loterias, escolhas de investimento e decisões de alocação de recursos.
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A literatura sugere que um instrumento para avaliar a tolerância ao risco deve
incluir no mínimo cinco elementos: algum conceito central de risco; permitir a deri-
vação de uma medida de risco; relevância para os respondentes; fácil administração;
e validade e confiabilidade adequadas.
Além destes elementos o instrumento deve atender a vários outros requerimentos
como, por exemplo, cobrir uma variedade de situações de risco de uma maneira mul-
tidimensional, ou seja, deve incluir eventos financeiros e naturais, comportamentos,
atitudes, ameaças, oportunidades e situações simples e complexas (MACCRIMMON;
WEHRUNG, 1986, apud GRABLE; LYTTON, 1999).
A partir destas considerações Grable e Lytton (1999) desenvolveram um instru-
mento de pesquisa composto de 20 itens selecionados a partir das medidas reportadas
pela literatura. Cada um dos itens, tomados individualmente, tendem a medir uma ou
mais dimensões do risco. São estipuladas oito dimensões do risco, quais sejam: jogos
garantidos versus prováveis; propensão para assumir risco geral; tolerância ao risco
financeiro; risco como experiência e conhecimento; risco como nível de conforto;
risco especulativo; teoria do prospecto; e risco do investimento.
Para explorar a multidimensionalidade do instrumento foi aplicada uma análise
fatorial. Dos vinte itens descritos originalmente sete foram retirados por apresenta-
rem cargas fatoriais inferiores a 0,45. Os treze itens que permaneceram na análise
fatorial foram distribuídos em três fatores: risco do investimento (5 itens), risco como
conforto e experiência (5 itens) e risco especulativo (3 itens). Estes fatores englobam
todas as dimensões propostas originalmente. Especificamente, os 13 itens, quando
combinados trabalham juntos para avaliar a probabilidade de ganhos; a probabili-
dade de perdas; os potenciais ganhos em moeda; os potenciais perdas em moeda; a
probabilidade mínima de sucesso dada uma ação de risco; e o retorno mínimo dada
uma ação de risco. Estas situações são avaliadas pela inclusão de itens que medem
escolhas e tolerâncias para jogos garantidos e prováveis, dilemas da teoria do pros-
pecto e ganhos e perdas potenciais versus prováveis.
Para determinar a validade do instrumento os autores realizaram um teste de
validade concorrente, testando o instrumento contra a medida do SCF. O coeficiente
de correlação entre a questão do SCF e a o escore do instrumento foi de 0,5383,
indicando que o único item da questão do SCF não é capaz de medir as variações
em todas as dimensões do instrumento.
Para aprofundar os testes de validade, Grable e Lytton (2001) aplicam o instru-
mento numa nova amostra e avaliam os coeficientes de correlação. São calculados
coeficientes de correlação relacionando cada um dos três fatores (risco do investimen-
to, risco como conforto e experiência e risco especulativo) do instrumento à questão
do SCF. Foram obtidos, respectivamente, os seguintes coeficientes 0,51, 0,21, 0,17.
Estes resultados indicam que a questão do SCF pode não ser uma medida completa
da tolerância ao risco financeiro.
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2.2 Gênero
O trabalho de Atkinson, Baird e Frye (2003) examina a performance de fundos
de investimento geridos por homens e por mulheres, concluindo que não há diferenças
significativas em termos de performance, risco assumido ou outras características
específicas. Há, contudo, diferenças na percepção do investidor conforme o gênero
do gestor, já que, especialmente no primeiro ano, há um maior afluxo de fundos
para aqueles geridos por homens. Foram examinados 144 fundos, 50% dos mesmos
geridos por homens e 50% por mulheres, a partir de regressões múltiplas.
Croson e Gneezy (2004) efetuaram uma revisão bibliográfica bastante abrangente
sobre gênero e preferências por risco, afirmando que, no geral, as mulheres são mais
avessas ao risco, tendo ainda menos preferência por situações competitivas do que
homens. Finalmente, esta pesquisa sugere que esses fatos podem fazer com que as
mulheres optem por trabalhos menos competitivos e arriscados, o que explicaria, pelo
menos em parte, a diferença salarial entre sexos observada em inúmeros estudos.
No seu trabalho, Finucane et al. (2000) executaram uma pesquisa por telefone,
nos EUA, atingindo 1204 pessoas maiores de 18 anos no período compreendido
entre setembro de 1997 e fevereiro de 1998, obtendo uma taxa de resposta de 46,8%.
Os participantes foram convidados a indicar o nível de risco percebido (entre quase
inexistente; leve; moderado ou alto) com relação a ameaças potenciais (como roubos)
ou procedimentos (como transfusão de sangue). Através da comparação de médias,
os resultados indicaram que homens brancos tendem a avaliar o risco como mais
baixo, comparativamente a mulheres e pessoas de outras raças que não a branca.
Em seu artigo, Hudgens e Fatkin (1985) analisaram o comportamento em relação
ao risco de homens e mulheres, através de um jogo computadorizado. Neste jogo, os
trinta e seis participantes deveriam avaliar o risco de um campo minado, decidindo
em seguida se deveriam enviar um veículo em missão através do mesmo. Os resul-
tados, analisados a partir de testes de análise de variância (ANOVA), indicaram que
homens são mais propensos ao risco do que mulheres.
Johnson e Powell (1994) examinaram o comportamento de indivíduos educados
e não educados administrativamente (de maneira formal) com relação à propensão ao
risco e à qualidade de suas decisões “gerenciais”. A população não formalmente treinada
em administração (quase seis mil casos) foi examinada a partir de seu comportamento
em casas de apostas, no período de abril de 1991. Basicamente foram analisadas cor-
ridas de cavalos e de cachorros. Testes estatísticos de diferenças de médias indicaram
que a qualidade das apostas foi semelhante para homens e mulheres. Por outro lado,
houve sugestão de maior propensão ao risco em homens, de forma estatisticamente
significativa. A população formalmente treinada consistiu de estudantes universitários
de último ano em uma universidade, aos quais foi apresentado um estudo de caso que
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exigia a tomada de uma decisão em ambiente de risco. Foram analisados 140 estudan-
tes, sendo que testes Qui-quadrado indicaram não haver diferenças na qualidade da
decisão e tampouco na propensão ao risco entre homens e mulheres.
Masters e Meier (1988) testaram a propensão ao risco de um grupo formado por
homens e mulheres, parte dos mesmos constituída de proprietários e a outra parte de
gerentes de pequenos negócios. Foram analisados 50 questionários (representando
uma taxa de resposta de 25%) que solicitavam ao respondente que tomasse posição
frente a decisões que envolvessem risco. A partir de testes de Qui-quadrado, afirmam
os autores que não há diferenças na propensão ao risco entre proprietários de negó-
cio e não proprietários, e tampouco entre homens e mulheres, o que, ainda segundo
Masters e Meier (1988), não está de acordo com a literatura do tema.
Em resumo, a literatura indica que o nível de educação e de renda é relacio-
nado positivamente com a tolerância para risco, enquanto que a idade relaciona-se
negativamente com a mesma. Há ainda a sugestão de que o sexo masculino e a raça
branca apresentam maior propensão ao risco.
3 MÉTODO
A descrição do método será dividida em três seções. A primeira define o instru-
mento de pesquisa e suas dimensões. A segunda descreve as técnicas de análise que
serão utilizadas e a terceira apresenta a amostra.
3.1 Instrumento
Para atender aos objetivos do trabalho, foi desenvolvido um questionário com
dois grandes grupos de questões (o questionário encontra-se no final do texto). O
primeiro grupo foi construído com questões direcionadas para a avaliação da variável
sexo sobre a tolerância ao risco. Foram inseridas ainda outras variáveis demográficas
como variáveis de controle. (questões 1 a 9). O segundo grupo de questões tem por
objetivo medir a tolerância ao risco. Foram desenvolvidas 14 questões sendo as 13
primeiras decorrentes do trabalho de Grable e Lytton (2001) (questões 10 a 22) e a
última (questão 23) correspondendo à questão do SCF.
As treze questões referentes à tolerância ao risco buscam avaliar as diferentes
dimensões do risco, conforme assinalado no Quadro 1.
A validade do questionário enquanto instrumento de pesquisa, segundo Kah-
neman e Tversky (1979), é reforçada pelo fato de que, neste tipo de metodologia, é
possível o teste de um grande número de questões teóricas. Além disso, parte-se do
pressuposto de que as pessoas sabem como agiriam numa situação real de escolha e
respondem ao questionário com esta predisposição, não tendo ainda nenhum incen-
tivo para esconder suas reais preferências.
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Questão
Jogos Garantidos
Versus Prováveis
Escolha entre
Ganhos e perdas
Seguros
Risco como
Experiência e
Conhecimento
Risco como Nível
de Conforto
Risco
Especulativo
Teoria do
Prospecto
Risco do
Investimento
10
XX
11
XX
12
X
13
XX
14
XX X
15
XX
16
XXX
17
XX X
18
X
19
X
20
XX
21
XX
22
XX
Quadro 1: Dimensões do Risco Abordadas por Cada Questão
Fonte: adaptado de Grable e Lytton (1999)
3.2 Técnicas de Análise
Para uma análise expliratória do instrumento de pesquisa optou-se pela utiliza-
ção da Análise Fatorial.A Análise Fatorial é um modelo de mensuração das relações
entre os indicadores (variáveis observadas) e os fatores. Conforme Hair et al. (1999),
a análise fatorial aborda o problema de como analisar a estrutura de inter-relações
(covariâncias) existentes entre um grande número de variáveis com a definição de
uma série de dimensões subjacentes comuns, conhecidas como fatores.
Para verificar se a análise fatorial é adequada para um determinado conjunto de
dados sugere-se a aplicação de dois testes. A fim de avaliar se a correlação existente
entre as variáveis é significativa, a ponto de apenas alguns fatores serem capazes de
representar grande parte da variabilidade dos dados aplica-se o teste de esfericidade
de Bartlett. Além disso, deve-se verificar se a correlação entre cada par de variáveis
pode ser explicada pelas demais variáveis incluídas no estudo. Então, calcula-se a
medida de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) onde valores iguais ou menores do que 0,5
indicam que a análise fatorial é insatisfatória para a explicação da correlação de cada
par de variáveis pelas demais variáveis consideradas no estudo.
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Existem diversos métodos para a estimação das cargas fatoriais, mas dois se
destacam: o método das componentes principais e o método da máxima verossimi-
lhança. Neste trabalho, optou-se pelo método das componentes principais para a
estimação das cargas fatoriais, pois segundo Malhotra (2001), este método é mais
recomendado quando a preocupação principal do pesquisador é determinar o número
mínimo de fatores, que respondem pela variância máxima nos dados para utilização
em análises multivariadas subseqüentes.
É possível encontrar tantos fatores, quantas forem as variáveis pesquisadas.
Entretanto, geralmente o pesquisador busca resumir as informações contidas nas
variáveis originais em um número menor de fatores. Para isso, é preciso definir entre
os métodos disponíveis qual será o critério de determinação do número de fatores
a serem utilizados. Hair et al. (1999) apresenta diferentes métodos para escolha do
número de fatores: determinação a priori; autovalores; gráfico de declive; percentagem
da variância; confiabilidade meio a meio e testes de significância. Neste trabalho,
optou-se pelo método dos autovalores superiores a um, pois deseja-se que cada fator
explique a variância de pelo menos uma variável.
Entretanto, nem sempre os fatores escolhidos são de fácil interpretação e às
vezes, recorre-se à rotação dos eixos. Neste trabalho optou-se pelo método varimax
normalizado, por ser um método ortogonal que simplifica os fatores pela obtenção
de cargas fatoriais altas em algumas variáveis e baixas em outras.
Após a Análise Fatorial, foi utilizada a Análise de Correlação para comparar o
instrumento desenvolvido para a avaliação da tolerância ao risco à questão do SCF.
O coeficiente de Correlação de Spearman é a versão não-paramétrica do coefi-
ciente de correlação de Pearson. O coeficiente assume valores entre -1 e 1. O sinal
do coeficiente indica a direção da relação e o seu valor absoluto à força da relação,
com valores altos indicando forte relação.
Posteriormente, para a avaliação da influência da variável gênero para a deter-
minação da tolerância ao risco foram adotados dois procedimentos. Inicialmente foi
aplicado o teste de Qui-quadrado e o teste t para avaliar se existe diferença entre os
sexos, para as demais variáveis de controle. Posteriormente, os testes Qui-quadrado
e t foram novamente utilizados para avaliar a relação entre sexo e as medidas de
risco. O teste Qui-quadrado foi aplicado para as variáveis com escala nominal ou
ordinal e o teste t para as variáveis de razão.
3.3 Amostra
Obteve-se uma amostra de alunos de graduação e pós graduação em Adminis-
tração de sete instituições diferentes, localizadas nas cidades de Santa Maria, Caxias
do Sul, Porto Alegre, São Leopoldo e Farroupilha. Foram entrevistados alunos ma-
triculados em disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Administração
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Financeira, Tópicos Especiais em Finanças, Gestão de Risco). Tal critério de seleção
teve como objetivo garantir que os entrevistados já tinham alguma noção de risco
e de produtos financeiros. Dentre os alunos matriculados nestas disciplinas foram
entrevistados todos aqueles que compareceram às aulas entre os dias 03 e 07 de abril
de 2006. A Tabela 1 apresenta o percentual de questionários em cada instituição.
Tabela 01: Número e Percentual de Questionários Aplicados por Instituição
Fonte: dados da pesquisa
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
As Tabelas de Freqüência foram construídas a partir do número de entrevis-
tados que responderam à questão, ou seja, os valores percentuais ignoram os não
respondentes e determinam os percentuais a partir do número de respostas obtidas.
Dos entrevistados, 49,1% são do sexo masculino e 50,9% do sexo feminino. A
grande maioria é solteira (72,4% solteiros e 25% casados), não tem filhos (83,1%),
está cursando a graduação (86,2%) e, em relação à raça, se considera uma pessoa
branca (92,1%). Já a renda média dos 442 entrevistados que declararam renda é
de R$ 1.160,00. A idade média é 26 anos. As Tabelas 2 e 3 descrevem o perfil dos
entrevistados quanto à ocupação e moradia.
Tabela 2: Freqüência e Percentual dos Entrevistados Segundo a Ocupação.
Fonte: dados da pesquisa
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Tabela 3: Freqüência e Percentual dos Entrevistados Segundo a Moradia.
Fonte: dados da pesquisa
Mais da metade dos entrevistados trabalha em empresa privada. A maioria
ainda mora com os pais, o que é de certa forma era esperado, já que a maioria ainda
é jovem e solteira.
A freqüência de respostas à questão de risco do SCF, dá uma idéia geral da
posição dos entrevistados frente ao risco (Tabela 4).
Tabela 4: Freqüência e Percentual dos Entrevistados Segundo a Questão do SCF.
Fonte: dados da pesquisa
Na amostra de Grable e Lytton (2001) a maioria dos entrevistados era do sexo
masculino (55%), casados (72%), brancos (90%), com idade média de 43 anos e
com renda entre $20.000,00 e $90.000,00. Os percentuais obtidos para a questão do
SCF foram, respectivamente, 4%, 22%, 56% e 18%.
Comparando os resultados das duas pesquisas observa-se que nesta os entre-
vistados assumiram mais risco substancial e relativamente menos risco médio do
que os entrevistados de Grable e Lytton. Tais resultados seriam esperados já que os
entrevistados desta pesquisa são mais jovens e solteiros, características que sugerem
uma maior propensão ao risco.
Para a Análise Fatorial foram utilizadas as questões de 10 a 22 do questionário.
As questões de 01 a 09 não foram utilizadas na análise pois são questões de controle.
Optou-se por adotar a análise de componentes principais como método de extração
dos fatores e, como método de rotação, aplicou-se à rotação varimax normalizada.
Como critério de extração foi definido autovalor maior que um.
As questões 11, 12, 18, 19, e 22 apresentaram índices de comunalidade abaixo
do nível de comunalidade aceitável e foram retiradas do estudo. Para avaliar o efeito
da retirada de tais variáveis, o modelo também foi estimado com as mesmas. Como
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a variância explicada não é alterada significativamente, manteve-se a decisão de
retirá-las. Os testes de adequação e especificidade da amostra de dados foram satis-
fatórios. O KMO apresentou um coeficiente de 0,681. O teste de especificidade de
Bartlett assumiu o valor 308,57 significativo a 1%. A Tabela 5 apresenta o percentual
de variância explicada por cada fator.
Tabela 5: Percentual de Variância Explicada por Cada Fator.
Fonte: dados da pesquisa
Observe que o primeiro fator sozinho explica 25,7% da variância. Em conjunto
os três fatores explicam 53% de toda a variância. A matriz rotada apresenta quais as
variáveis mais importantes dentro de cada um dos fatores.
Tabela 6: Cargas Fatoriais dos Três Fatores Obtidos com a Rotação Varimax.
Fonte: dados da pesquisa
Observa-se que dois dos três fatores apresentam três questões relevantes. Apenas
o fator 1 é formado por apenas duas questões com coeficientes altos. Todos os coe-
ficientes ficam acima do valor 0,30, considerado o mínimo desejável para amostras
superiores a 350 casos (HAIR et al., 1999).
Uma análise mais detalhada das variáveis que compõem cada fator permite uma
avaliação da dimensão do risco preponderante em cada fator. As questões 13, 14 têm em
comum a dimensão do risco do investimento e a dimensão do risco como experiência
e conhecimento. O fator 2, com as variáveis 10, 15 e 21, aborda preponderantemente o
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aspecto de quão confortável o indivíduo se sente frente a situações de risco. As questões
16, 17 e 20, do fator 3, abordam preponderantemente aspectos do risco especulativo.
A partir dos resultados obtidos pela Análise Fatorial foram construídos três fatores
e um índice de risco. Cada fator corresponde à soma das variáveis preponderantes
para o mesmo. Por exemplo, o fator 1 foi construído a partir das respostas dadas às
questões 13 e 14. O índice de risco é a soma das respostas atribuídas às 8 questões.
Com o objetivo de avaliar a relação entre o instrumento de medida de risco e a
questão sobre risco do SCF, foram calculados os coeficientes de correlação de Spear-
man. A questão SCF foi avaliada tanto na escala nominal quanto na escala ordinal. A
escala ordinal, se refere à questão como apresentada originalmente aos entrevistados,
ou seja, com quatro respostas possíveis. A questão SCF- Nominal foi criada com ape-
nas duas categorias, sendo atribuído o valor 1 para o entrevistado que assume algum
nível de risco (risco substancial, risco acima da média, risco médio) e o valor zero para
o entrevistado que não assume risco. Os resultados são apresentados na Tabela 7.
Tabela 7: Coeficientes de Correlação de Spearman.
Fonte: dados da pesquisa
Todos os coeficientes são significativos e positivos, mas baixos indicando que
a questão do SCF sozinha não é capaz de abarcar todas as dimensões do risco finan-
ceiro abrangidas no instrumento de pesquisa.
Antes de avaliar a relação entre a propensão ao risco e o sexo do entrevistado,
buscou-se identificar se existe homogeneidade no que se refere as variáveis de controle
para os dois grupos formados segundo o sexo do entrevistado. Para tanto, dividiu-
se a amostra em dois grupos (masculino e feminino) e para as variáveis nominais
ou ordinais, foi aplicado o teste Qui-Quadrado e para as variáveis demográficas de
razão utilizou-se o teste t.
A alta concentração de respostas em uma única classe exigiu que as variáveis
ocupação, raça e grau de instrução fossem re-classificadas para permitir um agru-
pamento das classes com baixo número de casos. A variável ocupação passou a ser
formada por quatro classes: Negócio Próprio, Funcionário de Empresa, Não Trabalha
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e Outro. A maioria dos respondentes que assinalou a opção outro especificou que
exerciam a função de estagiário. A variável raça passou a ter apenas duas classes:
Branca e Outra. A variável grau de instrução também foi dividida em duas classes:
Graduação Incompleto e Outro.
Os resultados demonstraram que não há relação entre sexo e as variáveis estado
civil, raça e instrução. O teste qui-quadrado foi significativo apenas para a relação
entre sexo e ocupação. O resultado é apresentado na Tabela 8.
Tabela 8: Valor de Qui-quadrado e Significância para a Relação entre as Variáveis
Ocupação e Sexo.
Fonte: dados da pesquisa
Portanto, para a amostra selecionada não há diferenças entre os entrevistados
do sexo masculino e do sexo feminino quanto à Estado Civil, Raça e Grau de Ins-
trução. Já para a variável Ocupação (Tabela 08) observa-se que há uma diferença
significativa entre os sexos.
Para as variáveis de razão, aplicou-se o teste t de diferença de médias. Para
determinar se o teste t deveria ser homocedástico ou heterocedástico, previamente
foi aplicado um teste F para igualdade de variâncias. Nos casos em que a hipótese
de igualdade das variâncias foi aceita (rejeitada) aplicou-se o teste t homocedástico
(heterocedástico). Os resultados são apresentados na Tabela 9.
Tabela 9: Valores de t e Significância para a Diferença de Médias entre os Sexos,
Segundo as variáveis Idade, Número de Filhos, Filhos Dependentes e Renda.
Fonte: dados da pesquisa
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Com relação ao número de filhos e aos filhos dependentes, em média, não há
diferença entre os sexos. Por outro lado, os homens têm idade ligeiramente superior
à das mulheres e percebem uma renda média maior. De certa maneira estes resultados
seriam esperados já que historicamente, os homens recebem mais que as mulheres
para uma mesma ocupação e, ainda, como mais mulheres estão desempregadas ou
exercem outra profissão (maioria estagiárias) era esperado que a renda média das
mulheres fosse inferior à dos homens.
De maneira geral, pode-se concluir que a amostra é relativamente homogênea
no que se refere às variáveis de controle. Tal homogeneidade é desejável para que se
possa amenizar a interferência do efeito destas variáveis no estudo da relação entre
o sexo do indivíduo e sua tolerância ao risco.
Os resultados para a diferença entre sexo e a medida de risco do SCF são apre-
sentados nas Tabelas 10 e 11.
Tabela 10: Valor de Qui-quadrado e Significância para a Relação entre as Variáveis
SCF Nominal e Sexo.
Fonte: dados da pesquisa
Tabela 11: Valor de Qui-quadrado e Significância para a Relação entre as Variáveis
SCF Ordinal e Sexo.
Fonte: dados da pesquisa
Tanto para a medida ordinal como para a medida nominal a diferença entre os
sexos é significativa. Avaliando a Tabela 10 observa-se que o percentual de mulheres
que não assume risco (53%) é bem superior ao de homens (34%). Já a Tabela 11,
mostra que os homens são mais propensos a assumir riscos acima da média do que
as mulheres. Os resultados dos testes de diferença de média entre os sexos para os
fatores de risco (Tabela 12) confirmam essa tendência.
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Tabela 12: Valores de T e Significância para a Diferença de Médias entre os Sexos,
Segundo os Fatores 1, 2 e 3 e Risco Financeiro
Fonte: dados da pesquisa
Observa-se que a variável sexo apresenta valores de t significativos para as
quatro variáveis utilizadas para medir risco, indicando que, em média, há diferença
entre os sexos na assunção de risco. Observe ainda que a média do grupo masculino
é superior à média do feminino para todas as variáveis, confirmando que os homens
são mais propensos ao risco.
Cabe finalmente ressaltar que Weber e Hsee (1998) afirmam que pode haver
diferenças na percepção do risco que sejam determinantes na atitude do indivíduo
frente ao risco. Segundo este enfoque, o comportamento frente ao risco poderia
ser determinado a partir de diferenças no risco percebido. Este tipo de trabalho
tem encontrado diferenças significativas na percepção de risco quando testando
culturas diferentes, tais como no trabalho de Bontempo, Bottom e Weber (1997),
segundo o qual indivíduos de Taiwan e Hong Kong apresentam diferenças de per-
cepção para risco com relação a indivíduos dos EUA e Países Baixos. Contudo,
este mesmo estudo não encontra diferenças significativas em função de outros
fatores, tais como renda ou tipo de ocupação, o que sinaliza que os resultados
encontrados no presente estudo não são devidos a diferenças de percepção entre
os respondentes, dada a sua homogeneidade cultural.
5 CONCLUSÕES
Profissionais do mercado financeiro sejam atuando como pesquisadores, con-
sultores, administradores ou analistas, compartilham do objetivo comum de avaliar,
tão rapidamente quanto possível, as tolerâncias e preferências dos indivíduos quanto
ao risco financeiro. Em muitos casos, não se tem mais do que uma descrição qua-
litativa e julgamentos subjetivos para se avaliar o efeito das crenças, sentimentos,
necessidades e aspirações dos indivíduos sobre a sua tolerância ao risco. No entanto,
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avaliar o nível de tolerância ao risco é um processo difícil porque tolerância ao risco
é um conceito ambíguo e inconclusivo (ROZKOWSKI, 1998).
Nas últimas décadas, os modelos desenvolvidos para análise de risco têm sido clas-
sificados em diversas metodologias. Dentre elas os modelos heurísticos, que assumem
que exista uma correlação forte entre características demográficas e socioeconômicas
e tolerância ao risco. Entretanto, alguns autores defendem a utilização de medidas
subjetivas e recomendam a criação de um instrumento multidimensional. Assim, este
trabalho buscou desenvolver e avaliar um instrumento que pudesse medir a tolerância
ao risco e ao mesmo tempo avaliar o efeito do sexo, um dos aspectos heurísticos.
Das 13 questões desenvolvidas para medir a tolerância ao risco, 08 se mostraram
aptas a permanecer na Análise Fatorial. Após a rotação foram obtidos três fatores
com autovalores superiores a um. As questões 13, 14 têm em comum a dimensão do
risco do investimento e a dimensão do risco como experiência e conhecimento. O
fator 2, com as variáveis 10, 15 e 21, aborda preponderantemente o aspecto de quão
confortável o indivíduo se sente frente a situações de risco.As questões 16, 17 e 20,
do fator 3, abordam preponderantemente aspectos do risco especulativo.
A partir dos resultados obtidos para a Análise Fatorial foram construídos três
fatores e um índice de risco financeiro. Com o objetivo de avaliar a relação entre o
instrumento de medida de risco e a questão sobre risco do SCF, foram calculados
os coeficientes de correlação de Spearman. Os resultados mostram uma correlação
positiva, mas baixa, indicando que a questão do SCF sozinha não é capaz de abarcar
todas as dimensões do risco financeiro abrangidas no instrumento de pesquisa.
Previamente à avaliação da relação entre a tolerância ao risco e a variável sexo
buscou-se identificar a relação entre a variável sexo e as demais variáveis de con-
trole (raça, idade, instrução, ocupação, filhos, estado civil). A amostra foi dividida
em dois grupos (masculino e feminino) e para as variáveis nominais ou ordinais,
foi aplicado o teste Qui-Quadrado e para as variáveis de razão utilizou-se o teste t.
Os testes mostraram que, de maneira geral, a amostra é relativamente homogênea
no que se refere às variáveis de controle. Tal homogeneidade era desejável para que
se pudesse amenizar a interferência do efeito destas variáveis no estudo da relação
entre o sexo do indivíduo e sua tolerância ao risco.
Para avaliar a relação entre sexo e tolerância ao risco, aplicou-se novamente
o teste qui quadrado, para as questões do SCF, e o teste t, para os fatores de risco.
A significância dos testes confirmou as evidências empíricas de que os homens são
mais tolerantes ao risco do que as mulheres.
Este artigo apresentou uma dentre as diversas maneiras possíveis para avaliação
da tolerância ao risco. Obviamente mais pesquisas são necessárias para confirmar
os resultados. O estudo poderá ser replicado em amostras diferentes ou mesmo ser
comparado a outros instrumentos ou questões de avaliação da tolerância ao risco
para verificação da confiabilidade e validade do instrumento.
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RISK AND GENDER: MEASURING RISK TOLERANCE AND GENDER
DIFFERENCES
Abstract
In recent years there has been a growing interest among researchers and fund ma-
nagers in understanding investors behavior towards risk. The lack of a standard
model leads financial professionals to develop and use simplified methods, usually
limited to simple conversations with clients about their level of well being in a
variety of scenarios (GRABLE; LYTTON, 2001). The present article has two main
objectives. The first objective is to develop and to verify the validity of a research
instrument for the classification of investors according to their risk tolerance. The
second objective is to verify if gender has an influence on risk tolerance. A total
of 544 questionnaires were applied to undergraduate and post-graduate students
of seven Brazilian universities. A Factor Analysis established that there are three
different risk factors in this research. When compared to the SCF question, the cor-
relation analysis showed that the research questionnaire is able to determine other
factors. The segmentation of the sample according to gender showed that women
are more risk-averse than men, as documented by other studies.
Keywords: Investor behavior. Risk. Gender.
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QUESTIONÁRIO
Prezado(a) Entrevistado(a):
Este questionário faz parte de uma pesquisa científica que tem por objetivo
avaliar as preferências dos indivíduos frente às diversas situações que envolvem a
tomada de decisão em ambiente de risco. Sua participação é vital para a consecu-
ção do projeto. Por favor, responda as questões abaixo, sabendo que não existem
respostas “corretas”, mas apenas alternativas diferenciadas segundo a percepção do
respondente. Agradecemos a sua participação!
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1. Sexo: 1.1 ( ) Masculino 1.2 ( ) Feminino
2. Idade:__________anos
3. Estado Civil:
3.1 ( ) Casada(o)
3.2 ( ) Solteira(o)
3.3 ( ) Separada(o)
3.4 ( ) Viúva (o)
4. Tem filhos?
4.1 ( ) Não.
4.2 ( ) Sim: Quantos filhos?_____
Quantos ainda são dependentes financeiramente? _____
5. Ocupação:
5.1 ( ) Negócio Próprio Formal
5.2 ( ) Negócio Próprio Informal
5.3 ( ) Funcionário Público
5.4 ( ) Funcionário de Empresa Privada
5.5 ( ) Funcionário de Organização Não Governamental (ONG)
5.6 ( ) Não trabalha
5.7 ( ) Outro. Especificar:_____________________
6. Seu Salário/Renda Média Mensal: R$__________________
7.Em relação à raça, você se considera uma pessoa:
7.1 ( ) indígena
7.2 ( ) branca
7.3 ( ) preta
7.4 ( ) amarela
7.5 ( ) parda
8. Qual o seu grau de instrução?:
8.1 ( ) Primeiro Grau Incompleto 8.2 ( ) Primeiro Grau Completo
8.3 ( ) Ensino Médio Incompleto 8.4 ( ) Ensino Médio Completo
8.5 ( ) Graduação Incompleto 8.6 ( ) Graduação Concluída
8.7 ( ) Curso Técnico
8.8 ( ) Especialização
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8.9 ( ) Mestrado
8.10 ( ) Doutorado
9. Com relação à moradia:
9.1 ( ) Moro com os pais
9.2 ( ) Possuo residência própria
9.3 ( ) Moro em residência alugada
9.4 ( ) Outro. Especificar:_________
10. Em geral, como o seu melhor amigo o descreveria como um tomador de risco?
10.1 ( ) Um jogador
10.2 ( ) Alguém desejoso de assumir riscos após uma pesquisa adequada
10.3 ( ) Um cauteloso
10.4 ( ) Uma pessoa avessa a risco
11. Você está participando de um jogo na TV e pode escolher entre as opções se-
guintes. O que você escolheria?
11.1 ( ) R$1.000,00 em dinheiro
11.2 ( ) 50% de chance de ganhar R$ 5.000,00
11.3 ( ) 25% de chance de ganhar R$ 10.000,00
11.4 ( ) 5% de chance de ganhar R$ 100.000,00
12. Você acabou de economizar para as “férias dos seus sonhos”, mas, três semanas
antes da viagem, é demitido do seu trabalho. Você:..
12.1 ( ) Cancela as férias
12.2 ( ) Escolhe uma viagem muito mais modesta
12.3 ( ) Faz o programado, porque você precisa de tempo para se preparar para
buscar um novo trabalho
12.4 ( ) Amplia suas férias, porque esta pode ser sua última chance de viajar na
primeira classe
13. Se você inesperadamente recebesse R$ 20.000,00 para investir, o que você
faria?
13.1 ( ) Depositaria na conta corrente bancária
13.2 ( ) Investiria em um título de dívida de alta qualidade ou num fundo de renda fixa
13.3 ( ) Investiria em ações ou em fundos de ações
14. Em termos de experiência, como você se sentiria investindo em ações ou fundos
de ações?
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14.1 ( ) Desconfortável
14.2 ( ) Confortável
14.3 ( ) Muito confortável
15. Quando você pensa na palavra “risco” qual das palavras seguintes vem a sua
mente primeiro?
15.1 ( ) Perda
15.2 ( ) Incerteza
15.3 ( ) Oportunidade
15.4 ( ) Emoção
16. Alguns especialistas estão prevendo que o preço de ativos como ouro, jóias, co-
leções e imóveis (ativos reais) devem aumentar de valor e que os preços dos títulos
de dívida devem cair. Entretanto, os especialistas tendem a concordar que os títulos
públicos de dívida são relativamente seguros. A maioria dos seus investimentos está
aplicada em títulos públicos de dívida com alta taxa de juros. O que você faria?
16.1 ( ) Manteria os títulos
16.2 ( ) Venderia os títulos e aplicaria metade do dinheiro no mercado financeiro e
a outra metade em ativos reais
16.3 ( ) Venderia os títulos e aplicaria todo o dinheiro em ativos reais
16.4 ( ) Venderia os títulos, aplicaria todo o dinheiro em ativos reais e ainda tomaria
emprestado recursos adicionais para comprar mais ativos reais
17. Dados os retornos possíveis oferecidos nos quatro investimentos abaixo, qual
deles você prefere?
17.1 ( ) R$ 200,00 de ganho no melhor resultado; R$ 0 no pior resultado
17.2 ( ) R$ 800,00 de ganho no melhor resultado; R$ 200,00 de perda no pior
resultado
17.3 ( ) R$2.600,00 de ganho no melhor resultado; R$ 800,00 de perda no pior
resultado
17.4 ( ) R$4.800,00 de ganho no melhor resultado; R$2.400,00 de perda no pior
resultado
18. Imagine que você acabou de ganhar R$ 1.000,00. Agora você deve escolher entre:
18.1 ( ) um ganho certo de R$500,00
18.2 ( ) 50% de chance de ganhar R$1.000,00 e 50% de chance de não ganhar nada
19. Agora imagine que você acabou de ganhar R$ 2.000,00. Então, você deve es-
colher entre:
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19.1 ( ) uma perda certa de R$ 500,00
19.2 ( ) 50% de chance de perder R$1.000,00 e 50% de chance de não perder nada
20.Supondo-se que um parente tivesse deixado-lhe uma herança de R$ 100.000,00,
determinando ainda que todo o dinheiro deveria ser investido em apenas uma das
seguintes opções, qual delas você escolheria?
20.1 ( ) Poupança ou fundo de renda fixa
20.2 ( ) Um fundo que possui ações e títulos
20.3 ( ) Um portfólio de 15 ações
20.4 ( ) Ativos como ouro, prata e petróleo
21. Se você tem R$ 20.000,00 para investir, qual das seguintes opções de investi-
mento você acharia mais atrativa?
21.1 ( ) 60% em investimentos de baixo risco; 30% em investimentos de risco médio
e 10% em investimentos de alto risco
21.2 ( ) 30% em investimentos de baixo risco; 40% em investimentos de risco médio
e 30% em investimentos de alto risco
21.3 ( ) 10% em investimentos de baixo risco; 40% em investimentos de risco médio
e 50% em investimentos de alto risco
22. Seu vizinho e amigo de confiança, um experiente geólogo, está formando um
grupo para investir na exploração de uma mina de ouro. O investimento de risco po-
deria pagar entre 50 e 100 vezes o valor investido, caso seja um sucesso. Seu amigo
estima que a chance de sucesso é de somente 20%. Em caso de fracasso, todo valor
investido seria perdido. Se você tivesse o dinheiro, quanto investiria?
22.1 ( ) Nada
22.2 ( ) Um mês de salário
22.3 ( ) Três meses de salário
22.4 ( ) Seis meses de salário
23.Qual das afirmações seguintes é a mais próxima da quantidade de risco que você
está disposto a assumir quando você economiza ou faz investimentos?
23.1 ( ) Assumo um risco financeiro substancial esperando ganhar um retorno
substancial
23.2 ( ) Assumo um risco financeiro acima da média esperando ganhar um retorno
acima da média
23.3 ( ) Assumo um risco financeiro médio esperando ganhar um retorno médio
23.4 ( ) Não desejo assumir algum risco financeiro
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