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LITERATURA BRASILEIRA
Textos literários em meio eletrônico
Gregório de Matos
Texto-fonte: Obra Poética, de Gregório de Matos,
3ª edição, Editora Record, Rio de Janeiro, 1992.
Crônica do Viver Baiano Seiscentista
Índice
OS SEUS DOCES EMPREGOS
RETRATA O POETA COM GRACIOSO MIMO AS MIMOSAS GRAÇAS DESTA DAMA.
OUTRA PINTURA EM SOMBRAS DESTA DAMA.
PINTA O POETA ENTRE AMOROSOS ACCIDENTES O GARBO DE THEREZA EM
OCCASIÃO, QUE LHE PASSOU PELA RUA.
REALÇA O POETA AS PERFEYÇÕES DE THEREZA NA MORTE COR DE HUMA
ENFERMIDADE, QUE PADECEO, DA QUAL AGORA CONVALECIA.
DESTAS ZOMBARIAS COM QUE O POETA COMEÇOU A GALANTEAR A ESTA DAMA
EM DESPIQUE DE SUA IRMÃA, SE PRESUMEM AGORA AMOROSAS VERAS NESTA
OBRA.
PHILOSOPHIA, E RHETORICA DIZ AQUI O POETA, QUE LEO, E COMO
RHETORICAMENTE PHILOSOPHO SEMPRE TEM QUE RESPONDER AOS CASOS
MENOS PENSADOS, COMO VEREMOS.
DESCULPA-SE ESTA DAMA EM CERTA OCCASIÃO QUE TEVE DE CONVERSAR COM
O POETA, DEPOIS DE VARIAS PETIÇÕES, COM A OBJEÇÃO FRIVOLA DE QUE NÃO
SATISFAZIA SEU DEZEJO POR SER CASADO: AO QUE ELLE RESPONDE
GRACIOSAMENTE.
PEDE O POETA ZELOS A THEREZA, E ELLA LHE RESPONDEO, QUE SERIA MUY
PONTUAL EM LHOS DAR; E ADMIRAVELMENTE O POETA DEFINE ESTE TERMO DAS
ESCOLLAS DO AMOR.
ALCANÇOU O POETA OCCASIÃO DE LOGRAR OS FAVORES DE THEREZA, E A HUM
DESMAYO, COM QUE O RECEBEO, FEZ ESTE SONETO.
PELO MESMO CASO E PELOS MESMOS CONSOANTES.
FINAL ENCARECIMENTO DE THEREZA, E SUAS DELICADAS PRENDAS.
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OS SEUS DOCES EMPREGOS
10 – TERESA
Moça tam graciosa, como sem hyperbole de Musas se
encarece por tam delicados versos, Foy recatada com
a fidalguia, que basta a reproduzir empenhos, sem vio-
entar affectos. Bem o mostram as clausulas suavíssimas
deste galanteyo: onde a namorada Cythara regalla os
animos sem lastimar as potencias.
Manuel Pereira Rabelo, licenciado
Formosa sem invenção
e bela sem cerimônia
RETRATA O POETA COM GRACIOSO MIMO AS MIMOSAS GRAÇAS DESTA DAMA.
Olá digo: ó vós Teresa,
que vós sois bizarra em forma,
formosa sem invenção,
e bela sem cerimonia.
Sois linda, como há de ser,
e Brites, que é tão formosa,
será vossa irmã em sangue,
na beleza, são histórias.
O mimo da vossa cara
é tal, que crê, quem a olha,
que as mais ao buril são feitas,
e a vossa vazada em fôrma.
O papinho, que se enxerga
por baixo da barba airosa,
me está dizendo ? comei-me,
só vós me dizeis, não coma.
Logo me encolho de medo
talvez, talvez de vergonha,
que um grito na mesa alheia
põe o apetite em cóspias.
Não sei, que diga Teresa,
acerca da vossa boca;
mas que mais posso dizer
depois de dizer, que é vossa?
Sei dizer, que dentro nela
tal riqueza se entesoura,
que não sei, se são diamantes,
se perolas; se outra coisa.
Bem apoda uns brancos dentes,
que a aljôfar os apoda,
e eu fizera o mesmo aos vossos,
mas quando o sonhou aljôfar?
Não sei, que tem vossa cara
de polida, e de mimosa,
ads:
que as outras são como as mais,
e a vossa não como as outras.
Quando a vossa cara vejo,
logo me vem à memória,
o melindre do jesmim,
e a natazinha da rosa.
Cuido, que se vem a unha
o carão, que a cara enforma,
e a medo lhe emprego a vista,
porque cuido, que a transtorna.
Não sou basilisco olhando,
mas essa fineza vossa,
como a qualquer unha cai,
a qualquer vista se volta.
Por isso tomara ver-vos
sempre de vidraças posta,
porque vos não ofendera,
quem vos fala, e quem vos olha.
A minha alma então prostrada
diante da imagem vossa,
não só, quem vos ama, víreis,
mas também quem vos adora.
Tal novena vos fizera,
que durara a vida toda,
um penhor da vossa glória,
por ver se vos merecia.
OUTRA PINTURA EM SOMBRAS DESTA DAMA.
1 Seres formosa, Teresa,
sendo trigueira, me espanta,
pois tendo beleza tanta,
é sobre isso milagrosa:
como não será espantosa,
se o adágio me assegura,
que, quem quiser formosura,
a há de ir na alvura ver,
e vós sois linda mulher
contra o adágio da alvura.
2 Mas o nosso adágio mente,
e eu lhe acho a repugnância,
de que a beleza é substância,
e a alvura é acidente:
se na esfera tão luzente
dessa cara prazenteira
o sol como por vidreira
se duplica retratado,
sendo vós sol duplicado,
que importa seres trigueira.
3 Eu melhor coisa não vi
de olhos, do que vossos olhos,
no ferir almas abrolhos,
no caçar almas nebli:
cos vossos olhos aqui
me sinto tão arriscado,
que me dá menos cuidado,
e fora a melhor partido
dos vossos olhos mordido,
que da vossa vista olhado.
4 Se todo o mundo pisara,
não vira no mundo inteiro
nem riso mais feiticeiro,
nem mais agradável cara:
tinha-vos por coisa rara,
notável, e prodigiosa;
mas acho, que artificiosa
em vós natureza obrou
pois sobre sombras pintou
uma cara tão formosa.
PINTA O POETA ENTRE AMOROSOS ACCIDENTES O GARBO DE THEREZA EM
OCCASIÃO, QUE LHE PASSOU PELA RUA.
Por esta rua Teresa,
e co lencinho na trunsa,
apostarei, que são mortos
os meus vizinhos da rua.
Apostarei, que passando
de Teresa a formosura,
não viu pessoa, que então
não ficasse moribunda.
Apostarei, que pediam
confissão por essas ruas,
once ela empregava os olhos
por portas, e por adufas.
Deus a Teresa perdoe,
e a demais gente defunta,
a Teresa os seus delitos,
aos demais as suas culpas.
Porque se ela não passava
airosa, galharda, e pulcra,
como garbo de mais da marca,
que é pior, que espada nua:
Não morreram meus vizinhos
de tão suave olhadura,
que era uma peste agradável
de lisonjeiras angústias.
E porque se meus vizinhos
quando ela dos olhos puxa,
cada qual fugira então
do perigo, a que se expunha:
Se fugiram das janelas,
se fecharam as adufas,
não foram mortos agora
de ver Teresa na rua.
De nenhum eu me lastimo,
antes tenho inveja suma,
de que de tal morte morram
tão incapazes criaturas.
Eu só quisera morrer
por Teresa, e é injúria,
que todos morram, e eu só
por seu amor me consuma.
Que eu morra, porque me mata
desdenhosa, ingrata, e dura,
passe, que é morte discreta,
passe, que a causa o desculpa.
Mas que morra a vizinhança
não mais de porque ela punha
os olhos, quando passava
pela gentinha da rua!
É mui grande atrevimento,
é desaforo, é injúria,
que se faz a uma beleza
tão soberana, e tão culta.
Eu não lhe posso sofrer,
nem hei de sofrê-lo nunca,
porque não é para todos
morrer de uma formosura.
REALÇA O POETA AS PERFEYÇÕES DE THEREZA NA MORTE COR DE HUMA
ENFERMIDADE, QUE PADECEO, DA QUAL AGORA CONVALECIA.
Na roça os dias passados
vi a Senhora Tetê
tão linda, como achacosa,
tão fraca, como cruel.
Não sei, que força escondida
sobre os meus sentidos tem,
que estando fraca a beleza,
não resisto a seu poder.
Se a doença é tão formosa,
como em Teresa se vê,
quem não trocara a saúde
pelos seus males? e quem,
seja púrpura no campo,
seja rubi no vergel,
não trocará o encarnado
por tão linda palidez?
As flores da laranjeira
vendo assentar-se-lhe ao pé,
todas ao chão se arrojaram
desesperadas de a ver.
Uma colheu ela as mãos;
outras pisou com seu pés,
e qual era a mão, a flor,
não soube enxergar ninguém.
Fez-se de flores um monte
a par da linda Tetê,
que por deixá-las luzir,
a tratavam de esconder.
De todo o monte de flores,
um ramilhete se fez
elas ao pé eram flores
e em cima era flor Tetê.
Os pássaros lhe cantaram
o seu lá sol fá mi ré,
crendo, que segunda aurora
lhes tornava a amanhecer.
A fonte parou seu curso,
porque a fonte, nem ninguém
pode ser corrente à vista
de uma Dama tão cortês:
Eu quis descobrir-lhe o amor
que a seus olhos consagrei,
como em aras de beleza,
onde se holocausta a fé.
Fui curto, não me atrevi,
temi, emudeci, calei;
sempre amor difere mal,
a quem não se explica bem.
De mim me queixo somente,
e do adágio português,
que diz, que o calar não dana;
e eu perdi, porque calei.
Se os Malmequeres do campo
por rainha aquela vez
a aclamaram, e elegeram
pela cor, e o mal me quer:
Eu dessa eleição apelo,
e fiado em minha fé,
dará volta o mal me queres,
e parará em querer bem.
DESTAS ZOMBARIAS COM QUE O POETA COMEÇOU A GALANTEAR A ESTA DAMA
EM DESPIQUE DE SUA IRMÃA, SE PRESUMEM AGORA AMOROSAS VERAS NESTA
OBRA.
1 Tetê sempre desabrida
mostra um dia entranhas gratas,
pois sabem todos, que matas,
saibam que podes dar vida:
sendo tu minha homicida,
com morte tão desumana
dás a entender, que és humana;
porém se a vida me dás,
então, Tetê, mostrarás,
que és divina, e soberana.
2 O dar morte é de mulheres
propensas a crueldades,
dar vida é de divindades,
com soberanos poderes:
dando-me tu desprazeres,
a morte, a dor, e o pesar
hás de ficar com desar,
de que em ti tais males caibam,
e te está melhor, que saibam,
que tens mil vidas, que dar.
3 Deixai-me viver não mais,
que por vossa, e minha glória,
vós tereis nossa vanglória,
e eu folgarei, que a tenhais:
e se a vida me não dais,
porque enfada, quem adora,
não temais, minha Senhora,
que eu sei da vossa profia,
que dando-me cada dia,
ma tirareis cada hora!
4 Vida, que tão pouco dura,
liberalmente se dá,
vosso enfado a tirará,
se a de vossa formosura:
e porque fique segura
morte tão apetecida,
dai-ma vós tão escondida,
que eu a não sinta chegar,
porque o gosto de acabar
não me torne a dar a vida.
PHILOSOPHIA, E RHETORICA DIZ AQUI O POETA, QUE LEO, E COMO
RHETORICAMENTE PHILOSOPHO SEMPRE TEM QUE RESPONDER AOS CASOS
MENOS PENSADOS, COMO VEREMOS.
Que todo o bem se faria
dissestes, falsa Tetê,
o todo eu o perdoara,
basta-me parte do bem.
Quem não merece o bem todo,
com parte se satisfaz,
todo o bem, ou parte dele,
pouco, ou muito é mesmo bem.
Na boa filosofia,
e na retórica sei,
e li, que entre pouco, e muito
jamais distinção se fez
Pouco mal, e muito mal
o mesmo mal vem a ser,
com que o mesmo bem será
pouco bem, e muito bem.
Distingue-se em quantidade,
não na espécie, nem no ser,
na substância é sempre o mesmo,
se em quantidade não é.
Basta ser da vossa mão,
para ser mui grande bem,
se é pouco, estima-se muito,
e em muito, se muito é.
Com pouco um pobre se alegra,
e quem tão pobre se vê,
Tetê, dos vossos favores,
se alegrará com qualquer.
Mas vós sois uma traidora,
falsa, fingida, infiel,
aleivosa, e fementida,
sobretudo sois mulher.
Prometeis mui largamente,
no dar vos arrependeis,
como se fora pecado
o dar sobre o prometer.
O arrepender é virtude,
mas se acaso o arrepender
é de dar o prometido,
vício, e vilania é.
Mas isso é para os ditosos;
isso é para aqueles, que
vos enganam com embustes,
coisa, que eu não sei fazer.
Praza a Amor, Tetê ingrata,
que tanto embuste encontreis,
que vos lembrem as verdades,
que enjeitais em minha fé.
Praza a Amor, que os desenganos
vos cheguem a estado, que
me vingue em vossos pesares
de vossos termos cruéis.
A Deus, Tetê, que eu me vou
para Sergipe d'El-Rei,
a viver de me ausentar,
e a morrer de vos não ver.
DESCULPA-SE ESTA DAMA EM CERTA OCCASIÃO QUE TEVE DE CONVERSAR
COM O POETA, DEPOIS DE VARIAS PETIÇÕES, COM A OBJEÇÃO FRIVOLA DE QUE
NÃO SATISFAZIA SEU DEZEJO POR SER CASADO: AO QUE ELLE RESPONDE
RACIOSAMENTE.
1 Graças a Deus, que logrei,
Teresa, uma ocasião
da vossa conversação,
por que tanto suspirei:
e posto que me ausentei
de vós tão desenganado,
pois me enjeitas por casado,
confio em vosso primor,
que há de alcançar-vos Amor
ou casado, ou descasado.
2 Coração tão inimigo
mostrais ao casado ser,
que às claras venho a entender
que quereis casar comigo:
não se perca um bom amigo
por tão leve impedimento:
casemos, se vos contento,
e segunda vez casado
se me virdes açoutado,
isso mesmo é casamento.
3 Se a Justiça me açoutar
por casar segunda vez,
açoutado, em que me pes,
vos hei de alegre gozar:
quero as ruas passear
arrastando mil baraços
entre os alcaides madraços,
e o algoz após de mim
antes, que de um serafim
perder os doces abraços.
4 E se por disciplinante
for tido de toda a gente,
que mau é ser penitente,
para ser santo bribante:
e se o algoz falseante
me puser por mais rigor
alguma marca ao traidor
por duas vezes casado,
dirão, que é vosso estreado
homem de marca maior.
5 Enfim que de qualquer sorte,
que vós me queirais a mim,
vos hei de dar sempre o sim,
e um sim que dure até a morte:
no maior mal, e mais forte,
ao mais infame desdouro
hei de desprezar o agouro,
porque sendo vós tão grata
sobre ser moça de prata
sois Teresa um pino de ouro.
PEDE O POETA ZELOS A THEREZA, E ELLA LHE RESPONDEO, QUE SERIA MUY
PONTUAL EM LHOS DAR; E ADMIRAVELMENTE O POETA DEFINE ESTE TERMO
DAS ESCOLLAS DO AMOR.
Os zelos, minha Teresa,
não sabe entender ninguém,
quem os não tem, esse os dá,
e pede-os, quem os não quer.
Eu chego a pedir-vos zelos,
e não quero, que mos deis,
mas vós mos dais, e os não tendes,
quem zelos há de entender?
Pela razão natural
ninguém dá, o que não tem,
e pela mesma razão
ninguém pede, o que não quer.
E assim enleia o juízo,
que os não tenhais, e mos deis,
que eu, que os peço, os não quisera,
que é pedir, e não querer.
E suposta esta advertência,
vos peço, Teresa, que,
quando zelos vos pedir,
mais que os peça, mos não deis.
Porque eu peço, o que não quero,
e este pedir, é querer,
não que vós mos concedais,
senão sim que mos negueis.
Como amor é entendimento,
e como amar é entender,
vós como amante entendida,
vós, que como amais, sabeis.
Deveis das minhas palavras
tomar discreta, e cortês
não aquilo, que elas dizem,
mas o que querem dizer.
Não entendais, que vos peço
ciúmes, pelos querer,
antes sim pelos deixar
vos peço uma, e outra vez.
Pedir zelos é queixar-me,
e se eu amante, e fiel,
com finezas vos enfado,
com queixas que vos farei?
Teresa eu não peço zelos,
que quem tão mofino é,
que fino vos desagrada,
triste que há de parecer?
A beleza, que se adora,
tão privilegiada é,
que se há de mister licença
para sentir seus desdéns.
ALCANÇOU O POETA OCCASIÃO DE LOGRAR OS FAVORES DE THEREZA, E A
HUM DESMAYO, COM QUE O RECEBEO, FEZ ESTE SONETO.
Desmaiastes, meu bem, quando uma vida
Recuperais no logro da ventura,
Mostrando, que é delito à formosura
Deixar de amor a posse tão valida.
Parece-vos, amores, que corrida
Vos mostrasse a fineza, se a doçura
Não deixara o carinho da brandura
Na confusão do gosto suspendida.
Ora não, minha vida, não consiste
O melindre da Dama nos desmaios,
Com que agora a vergonha vos assiste.
Que Amor só vive, quando em seus ensaios
Ao incêndio do gosto se resiste,
E aos fulgores do sol fomenta os raios.
PELO MESMO CASO E PELOS MESMOS CONSOANTES.
Se a gostos tiras, Clóris, uma vida,
Que de amor teve o logro por ventura,
Por que trocas em sombra a formosura,
Que foi no mundo rodo tão valida?
GIória, que passa tanto de corrida,
Onde apenas se vê breve doçura,
Acredita o melindre da brandura
Nos extremos, que a deixam suspendida.
Não desmaies, meus olhos, pois consiste
O gosto em suspender feros desmaios,
Que dão tormento, a quem amante assiste.
São da morte cruel tristes ensaios,
E o coração, que adore, não resiste,
Sendo d'alma em rigor funestos raios.
FINAL ENCARECIMENTO DE THEREZA, E SUAS DELICADAS PRENDAS.
1 Teresa, muito me prezo
de vos amar, e querer,
porque sei, que sois mulher
de conta, medida, e peso:
as demais por vós desprezo,
quer belas, quer entendidas,
e entre as mais presumidas,
juro-vos, e passa assi,
que nunca beleza vi,
que mais me enchesse as medidas.
2 Se da bela Felizarda
a formosura contemplo,
não lhe posso achar exemplo
senão no garbo da Anarda:
em louvar-vos se acobarda
o discurso mais valente,
e inda no mesmo acidente
de iluminados desmaios
ao manancial dos raios
vos considero eminente.
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