cercado de muita gente.
Allons, allons, lhe dissemos,
e ele nos disse: salvete,
trespassamos o saveiro,
que ia então vendendo azeite.
Fomos à costa correndo,
e ajudados da corrente
de Chico o porto tomamos,
que estava manso, e alegre.
Tocou-se logo a trombeta,
que um búzio era potente,
um sinal de haver chegado
a capitânia do Ostende.
Deu-nos uns poucos de apupos,
e vendo, que Chico desce,
embarcou-se, e socorreu-nos
com China, e melado quente.
Fomos seguindo a viagem
tão folgazões, tão alegres,
que até as duas guitarras
iam folgando de ver-se.
Assim chegamos à Ilha,
e sobre areias de neve
dezoito chancas saltavarn,
com que a Ilha se estremece.
Perguntei por Esperança,
e soube, que estava ausente.
Chico, que entonces servia
de guia dos nossos fretes.
Quis-me eu então repelar,
tendo pouco, que repele,
disse mal da minha vida,
de mim mesmo maldizente.
Corremos a Ilha toda,
por sinal, que o bom Silvestre
fez um letreiro na areia,
cuja letra isto refere.
"O Senhor da Ilha é um Asno"
e foi disto tão contente,
como se no tal letreiro
uma asneira não fizesse.
Nós lhe estranhamos a asneira,
e ele arreganhando os dentes,
a celebrou como sua,
por não ter, quem a celebre.
Achamos uma Mulata,
que estava ali num casebre,
que eu não fretei, por ser Nau
já carregada por prenhe.
Tornamo-nos a embarcar
algum tanto descontentes,
porque em toda a Ilha achamos
dois maracujás somente.